i 18102012 Periodicidade: Diária Temática: Saúde Classe: Informação Geral Dimensão: 482 Âmbito: Nacional Imagem: S/Cor Tiragem: 80000 Página (s): 14 100 REMÉDIOS SEM CONTRA INDICAÇÕES O que faz girar o mundo da Saúde Sermos sensíveis ao que os outros pensam acerca de nós é saudável e obriga nos na grande maioria das vezes a sermos melhores pessoas No limite perdemos a nossa individuali dade e mesmo as que até então tinham sido as nossas convicções E no final há quem se deixe pura e simplesmente anu lar tolhido pelas percepções que tem acer ca do que o outro pensa de si Este fenómeno é transversal a toda a Ema Paulino Já não é o dinheiro que faz o mundo girar Nem o acesso à informação e muito menos o tratamento que se faz dela O que faz o Mundo girar é a opi nião e tudo aquilo que estamos dis postos a fazer por ela sociedade sendo particularmente pre valente na nossa classe política A expo sição mediática exacerba esta circuns tância Assim como a necessidade de pro var que quem nos governa não é autista Mas é aqui que reside o grande equívo co Condicionar as nossas acções pela opinião pública que geram não é o inver exemplos que o ilustram Elaborou se um orçamento para a despesa pública em medicamentos a nível hospitalar que que determinava uma redução signifi cativa da mesma Esta redução poderá não ter sido negociada inicialmente com os parceiros neste caso a Indústria Far macêutica nem a capacidade dos hos pitais para a colocar em prática terá sido analisada Mas na mesma semana em que se sabe que as projecções não pre vêem o cumprimento do objectivo sur gem notícias de doentes que afirmam não ter acesso aos medicamentos inova diz tudo Mas não é este também um dos atributos da notícia Precisamos mais do que nunca de governantes que sejam bons ouvintes mas determinados executores Infeliz mente chegámos a um ponto em que se a primeira característica não se verifi cou ser a segunda não augura nada de bom Executar de forma implacável más decisões é tão mau quanto não executar aquelas que reúnem consenso Qualquer que seja a opinião que outros possam ter delas E independentemente do núme so de ser surdo Ser surdo é não envol mente da veracidade incontestável dos ro de pessoas que são afectadas por elas Para o novo Orçamento de Estado para Sermos sensíveis ao que os outros pen sam acerca de nós é saudável e obriga nos na grande maioria das vezes a ser mos melhores pessoas Faz nos chegar ver os parceiros e os diferentes stakehol ders na construção das soluções Mas quando estas são formuladas baseando testemunhos relatados alguém ainda 2013 devemos portanto ter dois desejos acredita em coincidências Que sejamos enquanto sociedade civil envolvidos nas decisões E que quando estas sejam consensualizadas que a opi a horas ao trabalho e a vestirmo nos influenciar pela opinião pública é faltar a este compromisso O pior cenário acontece quando temos governantes surdos e ao mesmo tempo permeáveis à opinião pública Na saúde como noutros sectores temos vários de determinada forma mesmo quan do não era preciso Para viver em socie dade vamo nos tomando mais permeá veis às influências que vêm de fora até que nos deixamos absorver por elas nos neste envolvimento deixarmo nos dores no seu hospital Independente cos e irrefutáveis Normalmente o timing Eu não acredito Acredito sim que cada agente utiliza as armas que estão à sua disposição E mais frequentemente do que se julga ou se quer fazer parecer os meios de comunicação são eventual mente utilizados como armas de arre messo e de manipulação política Mes mo quando se tratam de factos verídi nião não nos desvie do bom caminho Porque opiniões haverá tantas quantas cabeças houver Mas soluções para o País esperemos que pelo menos haja uma Farmacêutica Escreve à quinta feira