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18­10­2012
Periodicidade: Diária
Temática:
Saúde
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
482
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
80000
Página (s):
14
100 REMÉDIOS SEM CONTRA INDICAÇÕES
O que faz girar o mundo
da Saúde
Sermos sensíveis ao que os outros pensam acerca de nós é saudável e obriga nos
na grande maioria das vezes a sermos melhores pessoas
No limite perdemos a nossa individuali
dade e mesmo as que até então tinham
sido as nossas convicções E no final há
quem se deixe pura e simplesmente anu
lar tolhido pelas percepções que tem acer
ca do que o outro pensa de si
Este fenómeno é transversal a toda a
Ema Paulino
Já não é o dinheiro que faz o mundo
girar Nem o acesso à informação e
muito menos o tratamento que se faz
dela O que faz o Mundo girar é a opi
nião e tudo aquilo que estamos dis
postos a fazer por ela
sociedade sendo particularmente pre
valente na nossa classe política A expo
sição mediática exacerba esta circuns
tância Assim como a necessidade de pro
var que quem nos governa não é autista
Mas é aqui que reside o grande equívo
co Condicionar as nossas acções pela
opinião pública que geram não é o inver
exemplos que o ilustram Elaborou se
um orçamento para a despesa pública
em medicamentos a nível hospitalar que
que determinava uma redução signifi
cativa da mesma Esta redução poderá
não ter sido negociada inicialmente com
os parceiros neste caso a Indústria Far
macêutica nem a capacidade dos hos
pitais para a colocar em prática terá sido
analisada Mas na mesma semana em
que se sabe que as projecções não pre
vêem o cumprimento do objectivo sur
gem notícias de doentes que afirmam
não ter acesso aos medicamentos inova
diz tudo Mas não é este também um dos
atributos da notícia
Precisamos mais do que nunca de
governantes que sejam bons ouvintes
mas determinados executores Infeliz
mente chegámos a um ponto em que se
a primeira característica não se verifi
cou ser a segunda não augura nada de
bom Executar de forma implacável más
decisões é tão mau quanto não executar
aquelas que reúnem consenso Qualquer
que seja a opinião que outros possam
ter delas E independentemente do núme
so de ser surdo Ser surdo é não envol
mente da veracidade incontestável dos
ro de pessoas que são afectadas por elas
Para o novo Orçamento de Estado para
Sermos sensíveis ao que os outros pen
sam acerca de nós é saudável e obriga
nos na grande maioria das vezes a ser
mos melhores pessoas Faz nos chegar
ver os parceiros e os diferentes stakehol
ders na construção das soluções Mas
quando estas são formuladas baseando
testemunhos relatados alguém ainda
2013 devemos portanto ter dois desejos
acredita em coincidências
Que sejamos enquanto sociedade civil
envolvidos nas decisões E que quando
estas sejam consensualizadas que a opi
a horas ao trabalho e a vestirmo nos
influenciar pela opinião pública é faltar
a este compromisso
O pior cenário acontece quando temos
governantes surdos e ao mesmo tempo
permeáveis à opinião pública Na saúde
como noutros sectores temos vários
de determinada forma mesmo quan
do não era preciso Para viver em socie
dade vamo nos tomando mais permeá
veis às influências que vêm de fora até
que nos deixamos absorver por elas
nos neste envolvimento deixarmo nos
dores no seu hospital Independente
cos e irrefutáveis Normalmente o timing
Eu não acredito Acredito sim que cada
agente utiliza as armas que estão à sua
disposição E mais frequentemente do
que se julga ou se quer fazer parecer
os meios de comunicação são eventual
mente utilizados como armas de arre
messo e de manipulação política Mes
mo quando se tratam de factos verídi
nião não nos desvie do bom caminho
Porque opiniões haverá tantas quantas
cabeças houver Mas soluções para o
País esperemos que pelo menos haja
uma
Farmacêutica Escreve à quinta feira
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Artigo de opinião de Ema Paulino no jornal i