CAFÉ: COMBUSTÍVEL E DIRETRIZ DO DESENVOLVIMENTO NO MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO COFFEE: FUEL AND LINE OF DIRECTION OF THE DEVELOPMENT IN THE CITY OF SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO Alexandre Elias de Miranda Teodoro1 Universidade Federal de Alfenas [email protected] Flamarion Dutra Alves2 Universidade Federal de Alfenas [email protected] RESUMO: Ao analisar a situação atual do mercado econômico global e a constante valorização do café, entendemos a importância de compreender quais foram os caminhos por eles trilhados, desse modo, buscamos entender com base na amostra de dados do IBGE e nos pressupostos teóricos de autores relacionados à Geografia de Redes, a Geografia Econômica e também a Geografia Agrária as interferências dessa atividade e da cooperativa COOPARAÍSO no desenvolvimento e na evolução do município de São Sebastião do Paraíso-MG. O trabalho vai além do aspecto econômico, procurando diagnosticar quais foram os impactos sociais absorvidos pela população, e também ser capaz de entender qual o grau de comprometimento dos produtores com o fator ambiental. Palavras-chave: Geografia Econômica, Cooperativa, Cafeicultura. 1 2 Graduando em Geografia – Bacharelado – UNIFAL/MG. Prof.Dr. em Geografia – UNIFAL/MG. ABSTRACT: By analyzing the current situation of global economic market and the constant appreciation of coffee, we understand the importance of understanding what were the paths trodden by them, thus we seek to understand based on the sample data from the IBGE and the theoretical assumptions of authors related to Geography of Network, the Economic Geography and Agrarian Geography also the interference of this activity and the cooperative COOPARAÍSO in the development and evolution of São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais. The work goes beyond the economic aspect, trying to diagnose what were the social impacts absorbed by the population, and also be able to understand what degree of commitment of producers with the environmental factor. Keywords: Economic Geography, Cooperative, coffee. INTRODUÇÃO No início do século XIX, o café já havia sido introduzido no Brasil há algum tempo, porém ainda se tratava de um produto de consumo local, sem fins econômicos de produção. Com o crescimento do valor de mercado do café no exterior, atrelado a má organização de seu principal produtor – Colônia francesa do Haiti – o Brasil deu início ao plantio da cultura que ainda hoje representa porções significativas dentre os principais produtos de exportação nacional. A trama que envolve a gestão cafeeira no país começa a partir do momento em que a decadência do mercado minerador fez com que existisse certa „‟abundância‟‟ de mão de obra na região montanhosa do país, próxima a capital – região Sudeste, onde se localiza São Sebastião do Paraíso, MG (Figura 1). Esses dois fatores foram de grande importância para o desenvolvimento dos primeiros passos do café, que diferente da cana-de-açúcar tinha sua classe dirigente consciente de todos os processos da produção, além de estar presente aqui no Brasil. Figura 1 – Mapa de localização do município DE São Sebastião do Paraíso na mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais. Comprovando a importância de se localizar próximo ao centro político do país, o café viu na proclamação da República sua afirmação como principal responsável pela reintegração do Brasil nas correntes em expansão do comércio mundial. No entanto, o mercado do café precisou passar por crises para continuar evoluindo, e os altos níveis de crescimento, somados ao fim das políticas de trabalho escravo, fizeram com que começasse a escassez de mão-de-obra. No início, as sucessivas baixas da cana no Nordeste, e do algodão no Maranhão, possibilitaram uma grande drenagem de força escrava para fomentar a produção do café. A situação se estabilizou, mas em pouco tempo, devido ao baixo número de escravos, e suas condições de trabalho, o problema ressurgiria novamente. Adiantando um pouco os passos na história, o Brasil foi encontrar solução definitiva em meados da década de 1870, quando um conjunto de medidas entre fazendeiros e poder público tornou possível uma grande imigração vinda da Europa, em sua maioria italiana – a crise na Sicília foi a principal contribuinte. Com o governo assumindo a questão do transporte dos imigrantes, o produtor se viu mais confortável economicamente para poder criar suas políticas de admissão, dando aos imigrantes terras suficientes para a subsistência e início da produção de café. Resolvido o problema da mão de obra, o café continuou se expandindo pelas extensões tupiniquins, agraciado pelos bons preços no mercado de exportação e a grande quantidade de terras disponíveis para sua evolução, até a grande crise de 1929. A crise que derrubou os EUA também fez com que caíssem grandes barões do café. A situação ficou tão alarmante que em uma determinada ocasião, forçado a ajudar os produtores brasileiros, o presidente da república ordenou que a produção excedente estagnada fosse comprada e queimada, numa tentativa de amenizar o surto. Conhecidos os principais acontecimentos da trajetória do café, dirigiremos agora o nosso foco para os interesses da pesquisa. Paralelamente, a expansão do café da região de Campinas para o oeste do estado de SP, impulsionou a cafeicultura da região de Ribeirão Preto. Por se localizar na fronteira do estado, e a cerca de 100 km de Ribeirão, devido também ao seu grande potencial agrícola, o município de São Sebastião do Paraíso – MG deu início a produção do café, chegando a ocupar posto de destaque entre os maiores produtores do estado. Outra determinante para o sucesso da produção de café no município foi sua estrutura fundiária, que corresponde aos interesses latifundiários do café. Como não poderiam ser diferentes, as diretrizes seguidas pela cidade durante o caminho de sua evolução foram em sua grande maioria impostas por possuir afinidade com os interesses da produção cafeeira. O desenvolvimento de estradas para a chegada da mão de obra imigrante e o escoamento da produção é um dos exemplos que explicam a malha de rodovias federais e estaduais que circundam o município. Todo esse potencial para o desenvolvimento de práticas cafeicultoras, fez com que surgisse na cidade em 1960 a COOPARAÍSO, hoje uma das maiores cooperativas de café do mundo, impulsionando ainda mais a produção local, e aumentando a dependência do município ao capital oriundo do café. A forte influência da cooperativa no cenário econômico paraisense é explicada através de seus números: com mais de 5.600 cooperados, capacidade de armazenamento de um milhão de sacas, área superior aos 225 mil hectares e uma média de produção na área de atuação correspondente a 4,2 milhões de sacas. OBJETIVOS GERAIS Ao analisar a situação atual do mercado econômico global e a constante valorização do café, entendemos a importância de compreender quais foram os caminhos por eles trilhados, desse modo, buscamos entender com base na amostra de dados do IBGE e nos pressupostos teóricos de autores relacionados à Geografia de Redes e também da Geografia Econômica as interferências da cooperativa de café Cooparaíso no desenvolvimento e na evolução do município de São Sebastião do Paraíso-MG. Buscando ilustrar com essas informações, de modo a comprovar sua autenticidade no que compete ao número de empregos gerados no município, a participação do café no PIB, as parcerias entre Prefeitura Municipal e Cooperativa visando o desenvolvimento social sustentável e ainda outras conseqüências. Nessa pesquisa abordou-se à forma como a Cooperativa trabalha, incluindo aí os fatores ambientais e sustentáveis, o suporte ao produtor e morador rural, e toda a sua governança e abrangência. O intuito é entender cada processo que constitui essas ações de modo a poder agir melhor em detrimento desse conhecimento, potencializando assim essas relações e seus benefícios, o que consistirá na manutenção do crescimento e em sua perpetuação. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos dessa pesquisa são: Compreender de que forma o café influenciou e foi determinante na intervenção das diretrizes, pelas quais se deu o desenvolvimento do município de São Sebastião do ParaísoMG. Entender as medidas tomadas pela Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso para que o comércio de café fosse mantido como principal representante do PIB do município. Identificar a importância do café não só nos parâmetros que condizem especificamente ao capital, revelando assim, seus benefícios no que condiz ao âmbito do social. Discutir a atual realidade das cooperativas cafeeiras, hodiernamente criticadas por suas posturas corporativistas. METODOLOGIA A metodologia aplicada ao desenvolvimento dessa pesquisa consiste em levantar dados secundários tanto no IBGE quanto na Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso, e posteriormente colher dados primários com cooperados, membros da prefeitura e funcionários da cooperativa. O confronto dessas informações associado aos conceitos de geógrafos já renomados possibilitará a comprovação da influência do café no município. Esses conceitos basicamente demonstram as formas como a cidade se organiza para “potencializar” todo o processo que envolve o café, desde o plantio até a exportação. A pesquisa será dividida em três momentos. Primeiramente a leitura de textos e documentos que relatam tanto a parte histórica do café até o período atual, como também os principais conceitos geográficos que tratam desse assunto. Após essa etapa, será feita a colheita de informações, as secundárias serão extraídas principalmente dos sites do IBGE e da Prefeitura Municipal de São Sebastião do Paraíso, enquanto posteriormente será realizado o campo, com entrevistas que apontem os reais números econômicos da Cooperativa, qual a real importância dos cooperados para ela, entre outras informações primárias. O terceiro e último momento será a discussão dos dados com a teoria, que irá ilustrar todas as afirmações feitas antes, além de apresentar todas as conclusões que foram propostas durante cada etapa da pesquisa. REDES E A CAFEICULTURA Vários estudos têm remetido a forma sob a qual o espaço se organiza, e todas as relações sociais e econômicas que se dão sobre ele. Alguns autores inclusive usam relatos históricos, que remetem ao período colonial para explicar melhor e de forma mais clara como isso acontece. “Ao transformar-se o café em produto de exportação, o desenvolvimento de sua produção se concentrou na região montanhosa próxima da capital do país. Nas proximidades dessa região, existia relativa abundância de mão de obra, em conseqüência da desagregação da economia mineira.” Celso Furtado (2005) liga a região a qual pertence o município de São Sebastião do Paraíso ao local escolhido para o início da produção de café no Brasil. Ele ainda ressalta a localização estratégica que permite maior proximidade com a capital e com os portos, além do fator mão de obra. “As redes, em realidade redes geográficas, já foram organizadas com base em relações e caminhos temporários das hordas primitivas.” Roberto Lobato Corrêa (2005) cita as redes geográficas como sendo de extrema capacidade intelectual, uma vez que se projetaram sobre uma segura e confiável base, enraizada nos campos primitivos da história. Corrêa ainda diz “Todos estamos inseridos em mais de uma rede geográfica (economia, social, política e cultural) e, simultaneamente, excluídos ou ausentes de um número mais de redes.”(2005, p.109) Outro aspecto ressaltado por Milton Santos (1996) é a respeito dos chamados “Tempos rápidos e Tempos lentos”, mas que apenas podem ser caracterizados quando analisados um em relação ao outro. No mais, seria necessária uma relação intermediária desses termos, para suprir melhor a totalidade das redes, que em demasiadas situações estão oscilando entre rápidos e lentos. Sobre a homogeneidade dos espaços ele trata da situação como um mito, embora possa ser interpretada por diferentes pontos de vista. A questão da constante expansão da produção cafeeira é explicada por Denise Elias (1998) com os processos globalizantes da agricultura, que culminam na dispersão espacial do Agronegócio por toda extensão territorial do país. “Por rede geográfica, entendemos “um conjunto de localizações interconectadas” entre si “por um certo número de ligações.” Este conjunto pode ser constituído tanto por uma sede de cooperativa de produtores rurais e as fazendas a ela associadas, como pelas ligações materiais e imateriais que conectam a sede se uma grande empresa...” Roberto Lobato Corrêa (2005) exemplifica a maneira como se organiza uma rede geográfica, através das conexões que se dão no espaço. O conhecimento desses conceitos permite um melhor entendimento de como se dá todo o processo do café, desde o início até o fim da produção, o resultado da soma de todas em conexões. DESENVOLVIMENTO Os dados do censo agropecuário Os números referentes ao café no município de São Sebastião do Paraíso então entre os de maior destaque no Estado de Minas Gerais, comprovados pelo IBGE. O instituto registra 556 estabelecimentos agropecuários que possuem mais de 50 pés de café, a sua produção chega ao número de 9.048 toneladas de café. Tamanho potencial tem seu reflexo garantido na economia do município, os valores da produção atingem a marca de R$ 37.694.000,00 (Tabela 1). Tabela 1 - Quantidade, valor e área da cultura do café me São Sebastião do Paraíso-MG (20042009). Café (em grão) Quantidade 2004 produzida 13.770 2005 2006 2007 2008 2009 9.360 18.630 7.387 17.347 9.048 (tonelada) Valor da produção (Mil Reais) 62.654 38.376 92.591 30.774 72.268 37.694 Área plantada (Hectares) 13.500 13.000 13.500 10.260 10.400 10.400 Fonte: IBGE (2011) Ao analisar esses dados da lavoura de café do Município de São Sebastião do Paraíso, referente à quantidade produzida, percebe-se uma oscilação entre 9 e 18 toneladas, com destaque para 2006, onde ouve a maior quantidade produzida dentre as destacadas. O valor da produção também foi variando de acordo com a quantidade produzida, e claro, também sofreu durante esses 6 anos as influências exteriores da economia, o que sempre alterou seu preço. Nesse quesito também no ano de 2006 com maior produção obteve-se maior valor, chegando a R$ 92.591.000,00 reais. Entretanto, mesmo com a oscilação existente a produção de café demonstra números expressivos, tanto de ocupação territorial como de importância econômica. Tabela 2 - Área dos estabelecimentos por grupo de área total e grupo de atividade econômica no município de São Sebastião do Paraíso, 1995-96. Menos de 1 há 43,626 1 a menos de 2 há 218,374 2 a menos de 5 há 2.894,766 5 a menos de 10 há 6.422,042 10 a menos de 20 há 13.264,447 20 a menos de 50 há 28.539,597 50 a menos de 100 há 24.750,800 100 a menos de 200 há 28.251,987 200 a menos de 500 há 34.439,872 500 a menos de 1000 há 15.440,450 1000 a menos de 2000 há 4.023,360 2000 a menos de 5000 há - 5000 a menos de 10000 há - 10000 a menos de 100000 há - 100000 ha e mais Fonte: IBGE Ao se analisar esses números constata-se que a estrutura fundiária do município favorece a produção em larga escala do café, uma vez que as propriedades compreendidas entre 200 e 500 hectares são a maioria no município. Percebe-se também que uma parte considerável oscila entre 20 e 200 hectares. Essas informações reafirmam a importância do café para o município. Tratando agora da relação da Cooparaíso com o município e com seus cooperados. A cooperativa completou recentemente meio século de existência e durante esse período muita evolução foi gerada, tanto dentro da cooperativa quanto pra fora, em benefício da cidade e dos cooperados. Atualmente contando com cerca de 5.600 cooperados segundo o próprio site, ela possui capacidade de armazenamento de até 1 milhão de sacas e tem 225,6 mil hectares de área em café. Tabela 3 - Valor da produção por produtos da lavoura permanente e grupo da atividade econômica no município de São Sebastião do Paraíso Abacate R$1.350,00 Acerola R$5.120,00 Ameixa R$12,00 Amora (folha) R$4.290,00 Amora (fruto) R$2,00 Banana R$42.024,00 Café em coco R$12.411.851,20 Caju (fruto) R$12,00 Figo R$592.733,00 Goiaba R$48.760,00 Jabuticaba R$310,00 Laranja R$222.475,00 Limão R$218,00 Manga R$1.750,00 Mamão R$75,00 Maracujá R$4.800,00 Pêssego R$66.769,60 Tangerina, bergamota,mexerica R$1.048,00 Urucum (semente) R$58.280,00 Uva (mesa) R$2.250,00 Mudas de café R$646.500,00 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 1995 Ao se analisar a questão econômica a presença do capital oriundo do café é exorbitante e supera a soma de todas as outras culturas cultivadas no município. Além do café em coco ser a maior renda, em segundo lugar estão as mudas de café, outro indicador da presença fortíssima no município. Tratando agora da relação da Cooparaíso com o município e com seus cooperados. A cooperativa completou recentemente meio século de existência e durante esse período muita evolução foi gerada, tanto dentro da cooperativa quanto pra fora, em benefício da cidade e dos cooperados. Atualmente contando com cerca de 5.600 cooperados segundo o próprio site, ela possui capacidade de armazenamento de até 1 milhão de sacas e tem 225,6 mil hectares de área em café. A maioria dos produtores são mini e pequenos cafeicultores e suas propriedades têm uma área média de 11,92ha. A consciência social da Cooperativa está exemplificada em suas parcerias, o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma entidade privada que atua na realização gratuita de cursos, treinamentos, seminários, palestras e uma série de outros eventos que têm como finalidade profissionalizar e melhorar a qualidade de vida da população rural. Além de capacitar os moradores rurais com cursos profissionalizantes, o SENAR também oferece um pouco mais de lazer as famílias do campo, e em 10 anos já fizeram mais de 550 eventos e ajudou mais de 6 mil moradores rurais. Outra parceria da Cooperativa é o projeto Escola no Campo, que tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades do campo através da educação. Os alunos das áreas rurais têm em sua grade curricular uma matéria que trata sobre as questões sustentáveis e da aplicação da tecnologia para incremento da produção de alimentos. Além disso, são estimulados pelos professores a conversarem em casa sobre o que aprendem em sala de aula, desse modo esse conhecimento é repassado também para os adultos. Como resultado o aluno se sente melhor por entender a importância do local onde vive e fica mais motivado a permanecer ali. O projeto contribui para que a agricultura seja mais praticada no Brasil e capacita os produtores desde pequenos a produzir mais com menos recursos naturais. CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer dessa pesquisa vários fatores reafirmaram a influência da cooperativa no entorno do centro urbano e nas fazendas dos municípios mais próximos. A começar pela localização do município, na região das Montanhas Cafeeiras em Minas Gerais, sem deixar de mencionar também os fatores históricos relacionados aos fundadores da cidade. A maneira como a cidade foi se desenvolvendo e os benefícios que lhe foram proporcionados por ser uma grande produtora de café também apontam para a importância de um estudo específico que venha a analisar esses acontecimentos. Uma questão que em diversas ocasiões é colocada em pauta e que merece atenção é a real proporção entre população urbana e população rural dos municípios brasileiros, nessa pesquisa as informações que serão colhidas –tanto primárias quanto secundárias- também possibilitarão alguma conclusão um pouco mais coesa e com um firme alicerce para ver realmente qual é essa proporção. Em relação ao cooperativismo, espera-se rever realmente até que ponto ainda está ligado a sua essência, que sempre foi a de união e parceria, visando em primeiro lugar o bem comum promovendo uma reforma social dentro do capitalismo. Isso é muito importante para que nenhuma cooperativa caia no “hall” das pseudocooperativas, que usam esse nome apenas como uma fachada para atrair investimentos, conseguir mais apoio e recursos e com isso potencializar seus lucros. O que fica proposto aqui nessa pesquisa é julgar a hipótese do café como principal precursor do desenvolvimento em São Sebastião do Paraíso de uma forma dialética, que através de suas contraposições permitirá a comprovação da realidade. Ao mesmo tempo em que desenvolve e estimula a economia local, mantém relações de contradição no território, pois favorece a cultura cafeeira em detrimento as culturas da agricultura familiar e de subsistência, mesmo as propriedades com menos de 100 hectares apresentarem índices significativos na organização agrária. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. LAPA, José Roberto do Amaral. A economia cafeeira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993. CORRÊA, Roberto Lobato. Dimensões de análise das redes geográficas. p. 107-118. In: CORRÊA, R.L. Trajetórias Geográficas. 3.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. SANTOS, Milton. Por uma geografia das redes. p.261-279. In: SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4.ed. São Paulo: EDUSP, 2006. ELIAS, Denise. Ensaios sobre os espaços agrícolas de exclusão. Revista Nera, Presidente Prudente, ano 9, n.8, p. 29-51 , jan/jun 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.cooparaiso.com.br/