Resumo de Desempenho CLIC FIA – Dezembro de 2015
Europa: Embora os últimos dados sobre a atividade
econômica tenham apresentando certa melhora, a inflação
ainda continua a patamares próximos da deflação. Diante
disso, o BCE (Banco Central Europeu) não hesitou e
novamente cortou as taxas de depósitos e ampliou o prazo de
duração de seu programa de compra de ativos. Ademais, a
autoridade monetária ainda se comprometeu estudar uma
possível ampliação do pacote.
Brasil: As atenções estão concentradas na questão envolvendo
a instauração do processo de impeachment ou não da
presidente Dilma Rousseff. Além disso, a economia segue em
sua penumbra, registrando mês após mês dados anêmicos.
Ademais, a notícia do novo rebaixamento da nota de risco
soberano, desta vez pela Fitch, também ditou o ânimo dos
investidores.
Estados Unidos: O grande destaque foi a reunião do Fomc,
que após quase uma década voltou a elevar os juros básicos da
economia, em meio ao processo de crescimento. Embora
alguns dados apresentem sinais menos pujantes, os membros
do Fed decidiram em elevar os juros, acreditando que a
inflação baixa irá subir por meio da confiança sobre a
economia americana. Entretanto, o aspecto mais importante,
diz respeito, ao gradualismo imposto junto ao comunicado da
decisão, ao qual o Fed espera elevar os juros com parcimônia.
Perspectivas: Sem novidades, diante do atual quadro interno
recheado de incertezas e com forte deterioração da atividade
econômica, permanecemos preterindo a cautela. A perda do
grau de investimento irá impor desafios ao país, além do
encarecimento do “dinheiro”, ademais, seria importante
conseguir alterar a percepção de risco em relação às contas
públicas para que haja recuperação sobre a confiança e
consequentemente sobre a economia, sendo que o impasse
político ainda gera tensão sobre a capacidade de se realizar o
ajuste fiscal.
Ásia: No Japão, destaque a releitura do PIB do 3ºT2015, que
saiu de uma forte contração para o campo positivo. Já na
China, os dados econômicos de frequência mensal, seguem
atestando debilidade e motivando o Governo a reduzir
novamente sua taxa básica de juros, para contrapor a
desaceleração da economia. Não obstante, o Governo já
projeta crescimento de 6,8% em 2016 e 6,9% em 2015.
Detalhe, exatamente as taxas que havíamos projetado meses
anteriores.
Rentabilidade
No mês
No ano de 2015
Últimos 12 meses
● Aplicações no mês :
● Resgates no mês :
● Patrimônio Líquido :
Clic
Ibovespa
-4,91% -3,93%
-41,01% -13,31%
-41,01% -13,31%
R$175,2 mil
R$81,3 mil
R$9,7 milhões
(Rentabilidade divulgada do Clic, não é líquida de impostos).
CONJUNTURA ECONÔMICA
Na Europa, embora os últimos dados sobre a atividade econômica tenham apresentando alguma melhora, a inflação ainda continua
a patamares próximos da deflação. Diante disso, o BCE (Banco Central Europeu) não hesitou e novamente cortou as taxas de
depósitos e ampliou o prazo de duração de seu programa de compras de ativos. Ademais, a autoridade monetária ainda se
comprometeu a estudar uma possível ampliação do pacote. A inflação oficial medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na
sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,2% em novembro ante igual mês do ano passado. O Banco Central Europeu manteve sua
taxa básica de juros em 0,05% ao ano, mas reduziu a taxa de depósito para -0,30%, o que os bancos pagam para manter fundos no
banco central. Sobre os dados de atividade, as vendas no varejo na zona do euro tiveram recuo de 0,1% em outubro na comparação
com o mês anterior, enquanto, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no terceiro trimestre ante o segundo e
avançou 1,6% na comparação anual, de acordo com dados revisados da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Já o
superávit comercial foi de 24,1 bilhões de euros em outubro, maior do que o saldo positivo de 22,4 bilhões de euros registrado em
igual mês do ano passado. As exportações do bloco totalizaram 181,1 bilhões de euros em outubro, representando alta de 1% na
comparação anual, enquanto as importações somaram 157 bilhões de euros.
Nos Estados Unidos, o grande destaque do período foi a reunião do Fomc, realizada no dia 16, o FED subiu a sua taxa básica de
juros para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano, depois de tê-la mantido no intervalo de zero a 0,25% ao ano desde o final de 2008.
A decisão, unânime, foi amplamente sinalizada pelos dirigentes do colegiado de política monetária; e já vinha sendo precificada
pelos mercados globais de ativos e moedas. Ademais, o comunicado revelou certa preocupação do FED com a inflação abaixo da
meta; e sinalizou que o “Comitê [de Política Monetária] espera que as condições econômicas evoluam de maneira a demandar
aumentos apenas graduais da taxa básica de juros”. Entretanto, o aspecto mais importante, diz respeito, ao gradualismo imposto
junto ao comunicado da decisão, ao qual o Fed espera elevar os juros com parcimônia. Em relação a indicadores econômicos,
destaque para o mercado de trabalho aquecido. A economia dos EUA criou 211 mil empregos em novembro, além disso, houve
revisões nos números de outubro e setembro que passaram a mostrar 35 mil postos de trabalho criados a mais que o calculado
inicialmente. O dado de outubro foi revisado de 271 mil novas vagas para 298 mil, que foi o número mais forte registrado neste
ano. A criação de empregos em setembro foi revisada de 137 mil para 145 mil. Diante disso, a taxa de desemprego nos EUA está
em 5,0% em novembro. A forte geração de emprego repercute positivamente sobre o consumo, ou melhor, sobre as vendas no
varejo que subiram 0,6% no mês passado, após alta de 0,2% em outubro. Na indústria o efeito dinamizam-te é, contudo, limitado
pela alta do dólar que gera menor atratividade às exportações americanas, em função disso, a produção industrial s recuou 0,6%
em novembro ante o mês anterior. A queda, a mais forte desde março de 2012, ocorre pelo terceiro mês consecutivo, em um
reflexo também dos preços baixos do petróleo. A taxa de utilização da capacidade instalada caiu de 77,5% em outubro para 77%
em novembro. Em virtude disso, o déficit comercial dos Estados Unidos aumentou para US$ 43,89 bilhões em outubro, com as
exportações voltando a declinar. As exportações recuaram 1,4%, para um mínimo em três anos, enquanto as importações tiveram
queda de 0,6%.
Em terras Nipônicas, destaque para o dado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que foi revisado para alta de 1,0%
ante o mesmo período de 2014. A estimativa anterior era de ante queda de 0,8%. O resultado foi influenciado pela alta das
despesas de capital, que cresceram 2,3% na leitura revisada, ante contração de 5% da primeira estimativa. A revisão dos números
evitou que o país entrasse na sua segunda recessão da era "Abenomics", após a economia ter contraído 0,5% no segundo trimestre
do ano. Tecnicamente, uma recessão é caracterizada por 2 trimestres consecutivos de contração. Além disso, merece menção, o
fato do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) ter anunciado medidas suplementares ao atual programa de relaxamento
quantitativo, comprometendo-se a aumentar sua exposição a bônus do governo de mais longo prazo e a fundos de ações
domésticos. O BoJ informou que vai ampliar o vencimento médio dos JGBs - como são conhecidos os bônus do governo - que
compra do intervalo de 7 a 10 anos para a faixa de 7 a 12 anos, a partir de janeiro. O BC japonês, no entanto, decidiu manter a
meta anual de seu programa de compra de ativos em cerca de 80 trilhões de ienes (US$ 650 bilhões). O BoJ também decidiu
estabelecer um novo programa de compra de ETFs (fundos de índices), com valor anual de 300 bilhões de ienes e que terá início
em abril de 2016. Desde o fim de 2014, o BC do Japão já vem comprando ETFs a um ritmo de 3 trilhões de ienes anualmente.
Na China, os dados econômicos de frequência mensal, seguem atestando debilidade e motivando o Governo a reduzir novamente
sua taxa básica de juros para contrapor a desaceleração da economia. Não obstante, o Governo já projeta crescimento de 6,8% em
2016 e 6,9% em 2015. Segundo previsão do Centro de Informação Estatal, um instituto de pesquisa da Comissão Nacional de
Desenvolvimento e Reforma (NDRC, pela sigla em inglês), o Produto Interno Bruto (PIB) da China vai crescer em ritmo mais
fraco em 2016. Ademais, destaque para a balança comercial, que teve superávit comercial de US$54,1 bilhões em novembro,
menor que o saldo positivo de US$ 61,64 bilhões registrado em novembro, segundo dados publicados pelo órgão alfandegário do
país. As exportações chinesas, medidas em dólares, recuaram 6,8% em novembro ante igual mês do ano passado, após mostrarem
queda de 6,9% em outubro, impactadas pela desaceleração do crescimento externo. As importações do gigante asiático também
caíram, 8,7% na comparação anual de novembro, contudo, após recuarem em ritmo consideravelmente menos forte do que em
outubro, de 18,8%, oferecem alguma esperança de que a desaceleração da demanda da China, que vem afetando muitas das
economias da Ásia, pode estar perdendo força.
No Brasil, as atenções estão concentradas na questão envolvendo a instauração do processo de impeachment ou não da presidente
Dilma Rousseff. Além disso, a economia segue em sua penumbra, registrando mês após mês dados anêmicos. Ademais, a notícia
do novo rebaixamento da nota de risco soberano, desta vez pela Fitch, também ditou o ânimo dos investidores. Na Política, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou a decisão de aceitar o pedido de impeachment da presidente DILMA, com base
nas “Pedaladas” que o Governo comentou nos últimos anos, o pedido de afastamento alega que a chefe do Executivo descumpriu a
Lei de Responsabilidade Fiscal ao ter editado decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso
Nacional. Para gerar ainda mais alvoroço, o Vice-Presidente, Michel Temer, enviou uma carta à presidente, na qual relata uma
série de episódios que demonstrariam a falta de confiança que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB. O gesto foi visto pelo
Palácio do Planalto como um passo do vice em direção ao rompimento com o governo. Assim, o recesso parlamentar promete, e
devemos ver em seu regresso um forte embate, já que o STF (Supremo Tribunal Federal), definiu os procedimentos para que o
processo de impeachment seja votado. Não obstante, foi aprovada a nova proposta de meta fiscal de 2016, pela Comissão Mista de
Orçamento (CMO), que será de R$ 30,554 bilhões, o que corresponde a 0,48% do PIB. A nova proposta, reduz o superávit
primário de 0,7% para 0,5% do PIB em 2016 sem qualquer tipo de abatimento. No tocante a seara econômica, em termos de
indicadores conhecidos ao longo do último mês, a produção industrial caiu 0,7% em outubro ante setembro, na série com ajuste
sazonal. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8% até outubro. Já em 12 meses, o recuo é de 7,2%. Sobre as vendas
do comércio varejista, estas subiram 0,6% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. Contudo, na comparação com
outubro de 2014, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 5,6% em outubro de 2015. Essa menor dinâmica da
atividade econômica, repercute no mercado de trabalho, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País
ficou em 7,5% em novembro. No mês de novembro, o Brasil fechou 130.629 vagas formais de emprego, o pior resultado para o
mês da série histórica iniciada em 1992. No acumulado dos últimos 12 meses, o País fechou 1.527.463 vagas, com ajuste, ou seja,
incluindo informações passadas pelas empresas fora do prazo. Desde janeiro deste ano, o saldo de postos fechados é de 945.363,
também com ajuste. Assim, diante de um cenário político recheado de incertezas e perturbações, além de um quadro econômico
combalido e de penumbra, ao qual não se vê em um horizonte curto de tempo alguma melhora, as agência de classificação de risco
ou colocaram o rating para revisão ou já anunciaram o corte sobre a nota. A agência de classificação de risco Moody's, colocou sua
nota para o Brasil em revisão para rebaixamento. Atualmente, a nota está no nível Baa3, última nota do grau de investimento. Já a
agência de classificação de risco Fitch Ratings, rebaixou a nota brasileira de BBB+ para BB-, o que significa a perda do grau de
investimento pela segunda agência no ano. Além disso, foi atribuída a perspectiva negativa para a nota, o que indica que se não
ocorrerem mudanças no cenário econômico e político, haverá novo rebaixamento. Segundo os analistas da agência, os motivos
para a decisão foram a recessão mais severa do que o anteriormente previsto, a deterioração maior das contas públicas e a
crescente incerteza política, que impedem a implementação de reformas no campo fiscal.
No tocante ao comportamento dos preços internos medidos pelo IPCA, a inflação das famílias com renda entre um e quarenta
salários mínimos, apontou alta de 0,96% em dezembro, ante alta de1,01% em novembro, no acumulado em 12 meses o IPCA
acumula alta de 10,67%. No gráfico a seguir sintetizamos a trajetória das duas principais variáveis de política monetária, IPCA e
Selic.
DESEMPENHO DOS MERCADOS
No Brasil, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, encerrou o mês com desempenho negativo de -3,93%. Em
Dezembro, tivemos um período repleto de fatos marcantes, entre eles: o rebaixamento da nota de rating soberano pela Fitch, de
grau de investimento para grau especulativo, e o processo de impeachment avançando junto à Câmara. A contínua constatação da
fraqueza da atividade econômica motivou a Fitch a reduzir nossa classificação, enquanto, as tensões no campo político, estão
minando a confiança dos investidores e tornando o ambiente ainda mais alvissareiro, o que repercute negativamente sobre o preço
dos ativos.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam o mês em baixa, os investidores estão assimilando a primeira alta
dos juros desde 2006 por parte do Fed. Diante disso, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips
norte-americanas, fechou em queda de 3,2% aos 17.149 pontos e o S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA,
encerrou o mês com perdas de 3,3% em 2.013 pontos.
O dólar americano medido pela Ptax, encerrou o mês cotado a R$3,9048; alta de 1,41% em relação ao mês anterior e acumula alta
de 46,9% nos últimos 12 meses. Podemos inferir que essa variação mensal, esteve atrelada a aversão ao risco desencadeada pelo
segundo corte sobre o rating brasileiro. No gráfico abaixo demonstramos o desempenho da balança comercial ante o movimento
do dólar frente ao Real nos últimos 12 meses.
DESEMPENHO DO CLIC
Em Dezembro, o desempenho do CLIC FIA foi negativo em 4,91%, ante desvalorização de 3,93% do Ibovespa. No acumulado dos
últimos 12 meses, observa-se que o CLIC apresenta recuo de 41,0%, enquanto, o principal índice acionário brasileiro teve queda
de 13,3%. O gráfico abaixo consolida o desempenho acumulado nos últimos doze meses dos principais benchmarks de mercado.
(Rentabilidade divulgada do Clic, não é líquida de impostos).
No quadro a seguir sintetizamos o desempenho de cada ativo da carteira do Clic, em Dezembro e no acumulado do ano:
Ativo
Cemig ON
Cemig PN
Taesa Unit
Banco Brasil ON
Bradesco PN
Itaú Unibanco PN
Gerdau PN
Vale PNA
Petrobras PN
Oi PN
Var. Dez%
Var. Ano %
-2,57%
-7,12%
-1,65%
-8,09%
-4,30%
-4,52%
-23,77%
-3,57%
-12,65%
10,80%
-51,86%
-51,84%
-0,02%
-31,49%
-29,52%
-12,00%
-49,95%
-43,22%
-33,13%
-77,35%
Energia Elétrica: No tocante à Cemig, suas ações fecharam o mês em baixa, embora tenham saído notícias junto á mídia, de que a
empresa está negociando junto à União um acordo sobre o litígio envolvendo as renovações das Usinas Jaguará, São Simão e
Miranda. Em relação à Taesa, suas ações fecharam o mês em baixa, em meio a um ajuste técnico após acumular ganhos nos
últimos meses.
Bancos: Na passagem mensal, as ações dos grandes bancos fecharam o período em baixa, repercutindo o corte do rating soberano
pela Fitch, que deve desencadear a elevação do custo de captação.
Siderurgia / Mineração: As ações de Gerdau encerram o mês em baixa, refletindo o ambiente desolador para as produtoras de
aço. No tocante à Vale, suas ações caíram novamente repercutindo o acidente envolvendo a Samarco em Minas Gerais (A Vale é
acionista da Samarco junto com a BHP).
Telefonia: As ações da Oi seguem em sua volatilidade permanente, repercutindo as incertezas que ainda permeiam o processo de
consolidação do mercado brasileiro de telefonia e de reestruturação interna.
Petróleo: As ações de Petrobras fecharam o mês em baixa, repercutindo o fraco dado de produção de barris extraídos dos campos
petrolíferos da empresa e o ambiente econômico-político complicado.
No mês as aplicações do Fundo de Investimento CLIC superaram os resgates num montante de R$93,9 mil, com entradas de
R$175,2 mil e saídas de R$81,3 mil. No gráfico abaixo, encontra-se o valor histórico de aplicações e resgates desde dezembro de
2012 a dezembro de 2015.
Em complemento a esses dados observamos que do volume total de R$175,2 mil de aplicações em dezembro, cerca de R$99,5 mil
foi originado das autorizações para desconto em folha de pagamento da Cemig e R$30,7 mil da Forluz. No período, as aplicações
avulsas registraram R$45,0 mil.
O patrimônio líquido do Clic FIA recuo para R$9,7 milhões em 31 de Dezembro de 2015, ante R$10,1 milhões em 30 de
Novembro de 2015, influenciado pela desvalorização dos ativos da carteira. A seguir podemos observar a evolução patrimonial do
Clic no período de 1999 até Dezembro de 2015.
PERSPECTIVAS PARA 2015-2016
O ano de 2015 se encerra e nós estamos já elaborando nossos cenários macroeconômicos para o ano de 2016. Fechamos dezembro
avaliando o desempenho de nossas projeções e constatando desempenho satisfatório em delineamento de cenários. Ainda sobre
2015, mantemos válidas nossas projeções, enquanto não são divulgados os números oficiais finais de cada economia. Segue abaixo
nossa análise a respeito do que acreditamos que será registrado ao concluirmos esse período (2015) e para o ano de 2016, com a
descrição do comportamento das seguintes respectivas economias: EUA, Zona do Euro, China e Brasil.
Em relação aos EUA, nossa previsão de crescimento é de 2,2% para o PIB em 2015. A tese de crescimento baseia-se nos avanços
do crédito e do mercado de trabalho, além da confiança em alta dos agentes econômicos, o que promoveu um efeito dinamiza-te
sobre a economia. Não obstante, o choque de oferta do petróleo no mercado internacional, desencadeou um ganho de poder de
compra às famílias americanas, em virtude do barateamento dos preços dos combustíveis, o que auxiliou a expansão do consumo.
Entretanto, a variação do PIB para 2015, deverá ser inferior a observada em 2014. O menor crescimento é motivada pela
valorização do dólar, que afetou a competitividade da indústria americana e desestimulou as exportações do país. Para 2016,
acreditamos em ímpeto de 2% de crescimento do PIB, novamente variação inferior ao ano anterior, assimilando os efeitos
contrários da elevação dos juros sobre consumo e sobre a produção industrial.
Em relação ao bloco dos países que usam o Euro, temos como estimativa crescimento de 1,7% em 2015, ante previsão anterior de
1,5%, incorporamos novos dados da série histórica, após revisão de leituras anteriores da EuroStat. Nossa tese tem como suporte
os efeitos das atuais medidas monetárias, que deverão promover expansão e fluidez do crédito, o que estimulará o ambiente de
ciclo de negócios, consequentemente o giro da economia. Contudo, permanece no horizonte o fantasma da deflação, o que pode
instigar o BCE (Banco Central Europeu), a agir novamente. Para 2016, acreditamos em expansão de 2,0% do PIB da Zona do
Euro, novamente, capitaneado pelos estímulos monetários e pela fraqueza do euro em relação ao dólar, que deve estimular a
produção industrial europeia destinada ao setor externo, ou seja, instigar o setor exportador.
No tocante à China, nossa tese de 2015 permanece válida para 2016. O processo de desaceleração da economia continua,
acreditamos que a economia do país vem passando por um processo árduo e prolongado de mudança sobre o principal catalisador
de crescimento, a indústria, para o consumo, o que levanta desconfianças e temores. Embora a meta do Governo de Beijing, seja de
7,0% para o ano de 2015 (agora é 6,9%) e 2016 (agora é 6,8%), estimamos um crescimento menor, 6,9% para 2015 e 6,8% para
2016. Esse cenário, comtempla a desaceleração da segunda maior economia do globo sendo ocasionada pelos seguintes fatos:
excesso de capacidade instalada de sua indústria, em meio à falta de mercado exportador pujante, alterações nas vertentes do
crescimento (crescimento de salários, do mercado consumidor interno e do crédito em razão de menor crescimento industrial), e
por fim, a delicada situação do setor imobiliário chinês que demanda cuidados. Assim sendo, vemos a China crescendo, embora
cada vez mais reduzindo suas taxas de expansão e com desafios latentes em seu horizonte, sejam eles: o mercado imobiliário
(demanda cuidados), o crédito fora dos bancos tradicionais (Shadow Bank) e a indústria ociosa (excesso de capacidade instalada e
em muitos casos ineficiente), além de uma população que almeja cada vez mais direitos democráticos.
Em relação ao Brasil, o cenário nebuloso visto em 2015 deve se adentrar ao ano de 2016. Conforme alertávamos, esperava-se um
novo corte de rating por alguma agência de classificação de risco em 2016 (veio já ao final de 2015 mesmo), pois o Governo não
consegue colocar em efetividade o pacote de ajuste fiscal. Contudo, nossa tese em relação ao cenário para o Brasil, permanece
intacta (já esperávamos isso), acreditamos que a Crise Política envolvendo Governo e Congresso, e o desenrolar das investigações
da Operação Lava Jato, ainda gerarão dúvidas quanto à aprovação, em sua totalidade, do Ajuste Fiscal e até sua efetiva
implementação. Assim, o ano de 2016 também deve caminhar para mais um ano de forte deterioração da atividade econômica,
novamente impactado pelas incertezas. Em relação à inflação, ainda seguimos com a percepção de que está deverá permanecer
elevada, porém em desaceleração. O IPCA, deverá continuar sendo impactado pelos efeitos dos realinhamentos dos preços
administrados e não comercializáveis, em virtude da alta do dólar, alta das tarifas de energia elétrica e etc. Em relação aos juros,
estes deverão permanecer elevados por um período prologado, pois o Bacen tem o desafio de manter a inflação sob controle, diante
da pressão sobre os preços mencionada anteriormente. Infelizmente, vemos 2016 como um outro ano ruim, contudo, "não tão ruim
como 2015". Para o PIB, acreditamos que 2016 também será marcado por uma forte contração (recessão econômica). Nossa tese
baseia-se nos seguintes fatos: o ainda elevado encarecimento do crédito e nível alto de alavancagem das famílias, da propagação
dos efeitos conjuntos das políticas contracionistas fiscal e monetária, dos novos desdobramentos das Investigações da Operação
Lava Jato, na Crise Política (que cerca o Governo) e na deterioração do mercado de trabalho, que afetam de maneira sistêmica os
indicadores de confiança.
No que se refere ao mercado de ações, continuamos mantendo nossa postura de cautela, embora a desvalorização do real vista nos
últimos meses, tenha proporcionado “certo barateamento” de alguns ativos em dólar. Em relação ao Ibovespa, os fundamentos
macros, que apresentam quadro de deterioração interna, refletem sobre o índice. Não obstante, permanecemos com a expectativa
de que o Governo Federal consiga colocar em prática ações que possam: soerguer as contas públicas e estimular a economia no
médio prazo, por meio da recuperação da confiança entre os agentes econômicos. Contudo, a incapacidade de promover um corte
mais substancial sobre os gastos públicos e o ambiente alvissareiro junto ao Congresso, gera cautela e dúvidas quanto a capacidade
de reverter o rombo. No que diz respeito à carteira do Clic FIA, sempre focamos em empresas de bom cunho fundamentalista que
apresentam boas perspectivavas de retorno no longo prazo.
No quadro abaixo, encontram-se as projeções mais recentes da pesquisa semanal Focus-Bacen, que contempla as estimativas do
mercado financeiro para 2015 e 2016.
INDICADORES DE MERCADO
Indicadores \ Anos
PIB
Produção Industrial
Superávit Comercial
Invest. Estran. Dir
Déficit Cont. Corrente
IPCA
IGP-M
Taxa Selic
Cotação dólar
2015
-3,71%
-7,80%
US$15,0 bi
US$63,3 bi
10,72%
10,54%
14,25%
R$3,90
2016
2,95%
-3,50%
US$35,0 bi
US$38,5 bi
6,87%
6,51%
15,25%
R$4,21
Fonte: Pesquisa Focus – Bacen (04/01/2016)
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