PLANTAS MEDICINAIS E ECONOMIA SOLIDÁRIA: SENSIBILIZAÇÃO DE JOVENS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL NA COMUNIDADE DE MURIBECA EM JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE Gustavo Henrique Ribeiro Codeceira Silva; Felipe de Sá Rocha; Mayara Souza da Silva; Tiago Rafael de Sousa Nunes; Douglas Carvalho Francisco Viana; Maira Galdino da Rocha Pitta; Maria Danielly Lima de Oliveira; César Augusto Souza de Andrade (Orientador) O uso de plantas medicinais e seus componentes bioativos para fins terapêuticos sempre esteve presente na humanidade, principalmente em locais de grande variedade botânica [12]. O baixo custo também é outro fator que contribui para suas diversas aplicações [3-4]. Em 2006, o Governo Federal instituiu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A institucionalização das plantas medicinais tem como objetivo desenvolver a Cadeia Produtiva a partir da promoção de um ambiente de cooperação entre os elos, a universidade, institutos de pesquisa e o próprio SUS. O estudo das espécies vegetais vem aumentando ao longo dos anos e o vasto ecossistema disponível, atrelado ao avanço nas pesquisas químicas e farmacológicas, proporcionam a obtenção de novos produtos farmacologicamente ativos [5-6]. Atuando junto a empreendimentos solidários, o presente projeto pretendeu sensibilizar jovens alunos em situação de vulnerabilidade social de uma escola pública da comunidade de Muribeca – Jaboatão dos Guararapes. Para tanto, foi elaborada junto à Incubadora de Tecnologias Sociais da UFPE (INCUBATECS/UFPE) a proposta embasada na tríade Pesquisa-Ensino-Extensão. No que concerne à Pesquisa, foi observado que grande parte dos compostos biologicamente ativos demonstra dificuldade em absorção pela baixa solubilidade, rápida degradação e muitos apresentam efeitos indesejáveis (o que implica na sua não utilização para tais fins) [7]. Assim, uma opção é o desenvolvimento de novas drogas, com o intuito de maximizar os efeitos terapêuticos e minimizar os efeitos adversos. Todavia, a produção de novas drogas é cara, lenta e muitas vezes incerta, o que leva à pesquisa de formas alternativas de tratamento. Uma dessas alternativas é a aplicação dessas drogas por carreadores que simulem o comportamento de membranas biológicas [8]. Dentre os compostos naturais, destaca-se a cumarina, que possui atividade antimicrobiana, anti-inflamatória, antitumoral e anticoagulante [9]. Desta forma, objetivou-se avaliar as interações entre a cumarina e os lipídios em modelos de monocamadas, usando a pressão e potencial de superfície, através da técnica de Langmuir. Verificou-se que dois dos três filmes mistos de cumarina apresentaram uma rápida organização e solidificação do filme, sugerindo possível miscibilidade. Esta condição mostra-se positiva, maximizando sua eficiência na obtenção de melhores resultados no tratamento antimicrobiano. Como perspectiva futura, a aplicação de energia livre de Gibbs e de mistura no estudo é interessante para reafirmar o direcionamento na construção do lipossoma mais estável. Quanto ao Ensino, ao longo do ano de 2015, os bolsistas da Incubadora desenvolveram e apresentaram seminários abordando os diferentes eixos estruturantes da INCUBATECS, a saber: a) Economia Solidária; b) Extensão Universitária; c) Plantas Medicinais e Fitoterápicos; e d) Conhecimento Tradicional e Científico. A partir das ricas discussões oriundas das apresentações e de alguns dos resultados da Pesquisa, foi dado início à terceira parte da tríade: a Extensão. Para tal, foram elaboradas oficinas com questões teóricas e práticas relativas ao empreendedorismo solidário com uso de plantas medicinais. Uma das oficinas aborda as boas práticas de manipulação de plantas medicinais e testes realizados com as plantas. Todas estão sendo ministradas nas dependências da XV ENEXT/I ENExC - 2015 escola, a saber: laboratórios de química e biologia e horto de plantas medicinais. Os resultados estão sendo bastante profícuos, com visível empolgação dos jovens quanto aos cuidados com o horto e a produção artesanal de alguns fitocosméticos, seguindo as regras estipuladas pela ANVISA (tema de outra oficina). Ao final destas ações (que são contínuas, porém, seguem módulos anuais, de acordo com a metodologia de ações extensionistas desenvolvida pela INCUBATECS), espera-se que os jovens possam perceber de forma crítica as interpenetrações entre os conhecimentos tradicionais e científicos, além de se sentirem capacitados e aptos a desenvolver seu próprio Empreendimento Econômico Solidário, utilizando recursos vegetais cultivados por eles mesmos nas dependências da escola. Palavras–chave: Plantas medicinais; vulnerabilidade social; cumarina Referências: [1] - SILVA, F.; PARK, K.J., MAGALHÃES, P.M., MARTINS, G.N.,GAMA, E. V.S. Avaliação do teor de óleo essencial de Baccharis trimera (Less.) DC. em diferentes embalagens durante o armazenamento. Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 15, n. 1, 2013. [2] - SOUZA, C.M.P; BRANDÃO, D.O.; SILVA, M.S.P.; PALMEIRA, A.C.; SIMÕES, M.O.S.; MEDEIROS, A.C.D . Utilização de plantas medicinais com atividade antimicrobiana por usuários do serviço público de saúde em Campina Grande Paraíba. Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 15, n. 2, 2013. [3] - SANTOS, R.L.; GUIMARAES, G.P.; NOBRE, M.S.C.; PORTELA, A.S. Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no Sistema Único de Saúde. Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 13, n. 4, 2011. [4] - TESSAROLLO, N.G. ; CARRIJO, L.C.; BARBOSA, M.O.; ALMEIDA, H.O.; PEREIRA, T.H.A.; MAGALHÃES JR., M.J.1,2; LEITE, J.P.V.1; PEREIRA, P.R.G.3; BARACAT-PEREIRA, M.C.1 . Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 15, n. 2, 2013. [5] - VIEIRA, D.R.P.; AMARAL, F.M.M.; MACIEL, M.C.G.; NASCIMENTO, FLÁVIA F.R.F.; LIBÉRIO, A.S. Plantas e constituintes químicos empregados em Odontologia: revisão de estudos etnofarmacológicos e de avaliação da atividade antimicrobiana in vitro em patógenos orais. Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 16, n. 1, Mar. 2014. [6] - YUNES, ROSENDO A.; PEDROSA, ROZANGELA CURI; CECHINEL FILHO, VALDIR. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Quím. Nova, São Paulo, v. 24, n. 1, Feb. 2001. [7] - FRANCA, INÁCIA SÁTIRO XAVIER DE et al . Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 61, n. 2, p. 201-208, Apr. 2008. [8]GREGORIADIS, G. Liposomes for drugs ad vacines. Trends in biotechnonology, V 3 (9). 1985. XV ENEXT/I ENExC - 2015 [9] - SOUZA, S.M.; MONACHE, F.D.; SMÂNIA, A.JR. Antibacterial Activity of Coumarins. Journal for Nature Research. v. 60(9-10),p. 693-700.2005 XV ENEXT/I ENExC - 2015