CORPUS ELECTRÓNICO DO CELGA – PORTUGUÊS DO PERÍODO CLÁSSICO – (CEC– PPC) LEITURA SEMIDIPLOMÁTICA, ÍNDICES DE FORMAS E CONCORDÂNCIAS DOS SONETOS DAS MUSAS PORTUGUESAS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO CENTRO DE ESTUDOS DE LINGUÍSTICA GERAL E APLICADA (CELGA) FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DE COIMBRA 2007 ÍNDICE Páginas APRESENTAÇÃO 3 SONETOS − EDIÇÃO 5 ÍNDICE DIRECTO DE FORMAS 40 ÍNDICE INVERSO DE FORMAS 93 ÍNDICE DE FREQUÊNCIAS DE FORMAS 145 CONCORDÂNCIAS DOS SONETOS 250 2 APRESENTAÇÃO Disponibiliza-se por este meio uma leitura semidiplomática dos cem sonetos que D. Francisco Manuel de Melo incluiu nas Musas portuguesas, ou Segundas Musas – o conjunto de composições em verso, em língua portuguesa, que integra as suas Obras métricas, publicadas em Lyon, por Horace Boessat e George Remeus, em 1665 –, e também índices de formas e concordâncias dos mesmos textos. A leitura presente foi realizada sobre a lição dos sonetos transmitida por aquela edição, tendo servido de base ao trabalho de edição o exemplar existente no Instituto de Língua e Literatura Portuguesas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (cota: CF. A-7-16, antes Sala 1 / 3-1), que confrontei com exemplares da Biblioteca Central da mesma Faculdade (cota: B-12-2-16) e da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (cotas: 1-4-14-382 e 4 A-6-2-4). Ao prepará-la, procurei preservar a linguagem com que os sonetos vieram a público sob os olhos do ilustre Polígrafo, inclusivamente no que concerne a apresentação ortográfica. A documentação da linguagem de D. Francisco Manuel de Melo, e da língua portuguesa do seu tempo, que tal leitura propicia, justifica-a suficientemente, pelo interesse que tem para a investigação no âmbito da Filologia, se não para leitores que valorizam a maior proximidade possível dos textos editados em relação ao autor. Determinante foi, contudo, o propósito de dispor, por essa via, e após o tratamento informático e quantitativo dos textos transcritos, de elementos de apoio, sistemáticos e exaustivos, para levar a termo, com maior segurança, uma outra leitura, de tipo crítico-interpretativo (já apresentada em exemplares mimeografados1, actualmente em preparação para publicação tipográfica). Esta leitura mantém os aspectos observados nos textos, relativos não só aos usos de grafemas vocálicos e consonânticos, e em particular de maiúsculas e minúsculas iniciais, mas também de sinais de acentuação, sinais de pontuação e ainda os usos relativos à junção e separação de palavras ou partes de palavras, e portanto ao apóstrofo (salvo, neste caso, notórias e indiscutíveis anomalias gráficas). Procedi, todavia, a actualizações de alguns aspectos gráficos, condicionados de perto pelo trabalho e apetrechamento tipográficos do século XVII, o que oferece vantagens ao tratamento informático dos textos. Assim: ▪ Substituí «I», «j», «u», «v» e «V» pelos caracteres que lhes correspondem actualmente, em conformidade com o que representem – vogal ou consoante. ▪ Em vez de « ſ », inscrevi «s». ▪ Uniformizei a colocação do til que, na edição de 1665, ocorre muitas vezes sobreposto ao segundo elemento vocálico de ditongo nasal ou de encontro de vogal nasal com vogal oral, inscrevendo-o sempre sobre o primeiro elemento. Corrigi falhas tipográficas. As intervenções correctoras efectuadas foram assinaladas na nova leitura com o sinal •, excepto nos casos de algumas anomalias, como letras invertidas, e também de «c» em vez de «ç», e de ausência de til em formas como 1 D. Francisco Manuel de Melo, As Musas portuguesas – As Segundas três Musas das Obras Métricas. Edição integral, crítica e anotada de Evelina Verdelho. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2004, 2 tomos. 3 «bençoes», que poderão resultar de utilização de caracteres cansados. Assinalei com um asterisco formas problemáticas, que de um modo geral necessitam de continuar a ser objecto de estudo e análise. Com base na leitura que preparei dos sonetos de D. Francisco Manuel de Melo, e recorrendo a software adequado, elaborei os índices de formas e as concordâncias que também se disponibilizam por este meio. São os seguintes: Índice directo de formas Este índice regista todas as formas dos sonetos. Ordenadas alfabeticamente a partir da letra inicial, as formas são seguidas da indicação do número total de ocorrências de cada uma, ou frequência, entre parênteses curvos, e de referências localizadoras (até 10), constituídas pela letra «S», correspondente a «Soneto», e por outras duas letras, correspondentes à caracterização ou tipologia do soneto em que ocorrem, e ainda pelo número do mesmo (a caracterização e a numeração dos sonetos lê-se já na edição de 1665). Índice inverso de formas Esta lista repertoria também todas as formas dos sonetos, neste caso ordenadas a partir da letra final, seguidas da indicação do número de ocorrências entre parênteses curvos. Índice de frequências de formas Neste, alinham-se todas as formas dos sonetos, com menção do número de ocorrências, por ordem decrescente. As Concordâncias, que, como os índices precedentes, são listas completas de formas dos sonetos, mostram as formas integradas em contexto, precedidas de localização. Siglas dos tipos de sonetos, usadas nas referências localizadoras: SAM SFA SFE SFU SHE SLA SLI SMO SPR SSA Soneto Amoroso “ Familiar “ Festivo “ Fúnebre “ Heróico “ Laudatório “ Lírico “ Moral “ Proemial “ Sacro Evelina Verdelho 4 D. FRANCISCO MANUEL DE MELO − SONETOS de AS MUSAS PORTUGUESAS −LEITURA SEMIDIPLOMÁTICA− A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d’ Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia. 5 [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / 6 [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas 7 Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d’ antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d’ Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? 8 A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d’ essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita. 9 Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. 10 Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d’ alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, 11 Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d’ outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d’ enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n’ alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. 12 Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora. 13 Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: 14 Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. 15 Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D’ essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d’ essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d’ outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D’ aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d’ essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. 16 V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D’ Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; 17 Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. 18 Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d’ enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d’ aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. 19 SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d’ Apollo, d’ esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d’ Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. 20 [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d’ estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / 21 [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D’ aquelle proprio Sol, que eu n’ alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas 22 A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, 23 A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d’ arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d’ ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? 24 D’ essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d’ esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d’ ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. 25 Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d’ acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, 26 Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu’ he da tormenta Nas mansas aguas d’ esse breve vazo? Duvidais vos d’ entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d’ Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; 27 E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. 28 Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo c’ um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. 29 Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d’ antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. 30 SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D’ aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d’ ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. 31 [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d’ Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. 32 Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete 33 Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores 34 A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. 35 E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos 36 Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D’ entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido 37 A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co’ a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria, 38 Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. / 39 ÍNDICE DIRECTO DE FORMAS DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS FORMAS FREQ. LOCALIZAÇÃO a á à A abaixo Abbadeça abençoado abraçar abraços abrazarem abrazarvos abria Abril abrir abundante Acaba acabai acabar acabas acabasse Acabe Acabou Academia academico Academico acaso acave acção Acção accento acendeis acesa achado acharà acho Acho achou aclama aclame aço acolherei acolhia aconselhe acordados acordar acrecentando acredita acreditada acusar adestra adivinhado admirado admirarà admirome adonde Adora adorados adoralla adormente (302) (2) (20) (73) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) SLA99, SLA93, SMO16, SSA68, SSA92, SFA88, SLI90, SAM6, SAM47, SAM31 SAM4, SHE100 SAM71, SAM66, SAM9, SLA18, SSA63, SLA99, SFE80, SAM91, SLA74, SMO82 SFU85, SMO57, SHE54, SMO81, SFA51, SMO57, SLA18, SHE54, SLA93, SHE79 SFE39 SFE30 SFE70 SMO89 SMO89 SAM46 SAM46 SAM6 SLA74 SLA28 SSA86 SAM60 SAM52 SMO61, SAM66 SHE42 SFE78 SPR1 SFU21 SHE100 SAM43 SHE100 SLA72 SLI90 SLA94, SLA99, SLA95 SLA93 SLA56 SAM52 SAM43 SAM96 SFE34 SAM4 SAM41 SAM52 SHE100 SAM17 SAM98 SMO61 SLA74 SAM9 SFU85 SFE13 SFU85 SAM66 SLA95 SMO59 SHE100 SFE80 SLA36 SAM45 SLA77 SLI26, SMO15, SLI22, SMO50 SAM91 SAM7 SAM58 SHE54 40 adversario advertida advertidas advertiste afagues affectos affeição affeiçoando afirme afoga Afonso afortunado afronta agoa agora Agora Agostinho agourar agouro agradecida agreste agua Agua aguarda aguardo aguas agudo Aguia Ah ay Ay ainda Ajuntailhe ajusta alabastro Alabastro Albuquerque alcança alcançada alcançado alcançallos alcançar alcançastes alcanceis alcançou alcoba Alegorica alegre alegria Alegria aleijada aleijado Aleijado Aleijarvos alejão alenta alento Alexandre alforria algũa Algũa algum Algũns alhea àlicerce alimarias alivie alli (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (10) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (2) SMO69 SMO81, SAM58 SMO50 SMO57 SFA53 SLA77 SSA92 SFU85 SSA86 SHE100 SHE100 SMO84 SMO16, SMO16 SAM47 SMO44, SHE54, SAM45, SAM47, SAM33, SAM2, SLI90, SFE70, SLI26, SLA74 SFE80, SHE42, SLA36 SLA72 SFE40 SMO84, SFE78, SFE30 SFU37 SMO3 SSA86, SMO67, SAM91 SFU85, SFU85 SMO69 SLI62 SSA65 SLI90 SSA92 SMO32, SAM55 SAM41 SAM41, SLI29, SLI62, SAM8, SAM76, SMO35 SAM33 SAM71 SAM71 SLA99 SHE100 SLA12 SSA63, SMO10 SHE79 SAM71 SMO10 SAM76 SAM48 SMO10 SAM71 SMO50 SAM91 SLI22, SAM66, SLI26, SFE70 SAM52, SLA36 SAM33 SFE80, SFE80 SFE80 SFE80 SFE80 SFE80 SLI90 SFA87, SFA87 SLA72 SLA18 SMO59, SAM9, SAM6 SMO49 SHE42, SAM6, SFE80, SFE30, SLA97, SAM2 SLA56 SLI29 SLA97 SMO67 SLI29 SFU37, SFE34 41 Allì alma Alma almas alrotar alta altamente altar altas altivo Altivo alto Alto altos altura Alumnos Alvares Alvarez alvedrio ama amado Amado amay amando amante Amante amantes Amantes amar amavel ambas Ambas ambição Ambição ambos Ambos ameaça America amiga amigas amigo Amigo amizade amor Amor amores Amores amoroso Amoroso Ancias anda Anda andais andar ande andeis ando Andrade Anjo anno Anno annos ano anos ante antes Antes antiga (1) (5) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (9) (1) (4) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (4) (1) (5) (32) (3) (1) (1) (29) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (5) (2) (11) (5) (2) SFU37 SFE39, SAM52, SLI22, SAM33, SMO15 SMO15 SLI90 SFE30 SLI62, SSA63, SAM58, SLA95 SHE79 SSA92 SLA97 SPR1 SMO69 SFE39, SFE80, SHE79, SMO50, SHE38, SMO67, SAM8, SAM58, SMO89 SAM8 SLA93, SLA93, SMO19, SHE42 SAM43, SMO61 SHE100 SFE13 SFE34, SMO32, SFE70 SMO3 SHE54 SLA93 SLA93 SFA51 SFU85 SFA51 SAM58 SSA92 SAM4 SMO19, SAM27 SAM66 SHE42 SLA28 SMO57, SMO57 SMO89 SAM58, SSA68, SAM55 SAM58 SMO50 SFE75 SAM17 SFA53 SMO15, SFA87, SFE40, SFE78, SLA24, SLA24 SFA51, SLA56, SFE40, SFU85 SLA24 SAM66, SAM60, SMO73, SLI62, SAM33 SFE39, SAM76, SFU37, SFE39, SAM91, SAM20, SMO84, SAM4, SMO84, SAM6 SFU37, SAM46, SMO44 SLI26 SFE39 SAM14, SAM91, SAM71, SAM8, SAM31, SAM46, SAM33, SAM76, SAM20, SAM66 SAM66 SFA88 SMO5 SMO81 SMO81, SMO32 SFE30, SLA97, SMO81 SFE30 SMO59, SLA18 SLA36 SAM43 SFE39 SAM41 SMO69, SMO44, SLI62, SMO10 SFE70 SMO57, SFU85, SAM60, SMO73, SMO73 SMO59, SAM96 SFE39, SLI26, SLA36, SHE42, SHE42, SMO61, SSA65, SLA36, SMO57, SMO10 SFE70, SMO59, SHE38, SPR1, SAM27 SLA93, SAM17 42 antigo antiguidade Antonio ao Ao Aonio aos Aos Apalpando apareceo apartado apartamento apellidos apenas Apenas apensa apercebidos Apetite aplauso Aplauso Apollo Apologo Aposto Appella aprendeste aquella Aquella aquelle Aquelle aquelles aqui Aqui ar Ar aras Arbitro Archanjo arde Arde ardendo ardente ardiloso ardo ardor ardores arduo areas arenosa arguîdo argumentoso Arismetica arma armado armas Armas armonia Armonia Arrabida arraial arrastando Arredo arrependimento arriscado arruino arte Arte artes arvores (2) (1) (9) (33) (11) (1) (13) (1) (1) (1) (2) (4) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (3) (1) (1) (5) (4) (7) (1) (3) (2) (1) (2) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (4) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (2) SMO19, SLA24 SHE79 SMO32, SFE13, SFE34, SMO32, SFE70, SLA95, SFE13, SFE13, SFE34 SAM91, SFE75, SFA87, SFA88, SHE38, SMO19, SFU37, SLA94, SLA72, SHE79 SSA68, SAM23, SFA88, SLA18, SAM58, SHE42, SFU85, SFE39, SLA12, SLA36 SFE13 SMO44, SMO19, SSA92, SMO67, SFA51, SFA51, SFE25, SFA88, SFE13, SSA65 SAM48 SFE80 SLI26 SMO32, SAM27 SAM9, SAM31, SMO82, SAM71 SLA93 SMO89, SMO89 SFA87 SFA88 SMO10 SMO11 SLA77 SLI26 SAM46, SFA53, SFE78, SLA72 SMO81 SFE80, SLA74, SFE70 SAM20 SSA92 SFE80, SMO89, SAM33, SAM23, SFE34 SAM14, SFU37, SLA28, SAM58 SMO83, SMO89, SFE78, SAM4, SAM52, SLA56, SAM23 SMO49 SAM43, SMO19, SAM76 SMO83, SFE34 SMO32 SFE75, SMO35 SFU85, SFA87, SFA87, SMO67, SFU85 SAM4 SHE100 SSA68 SMO61 SMO61 SMO11, SLA93, SFU37 SAM76, SLA12, SAM41, SHE100 SMO49 SAM52 SAM7 SAM52, SAM46 SMO5 SLI62 SAM91 SMO32 SLA99 SAM31 SHE100 SFU21 SAM98 SLA28, SMO50 SLI90 SFA88 SAM91 SFU21 SLI62 SFE30, SFE78 SFE39, SFE39 SHE38 SMO49 SAM58, SLA56, SAM23, SLA72 SLI90 SMO67 SAM47, SFA51 43 as ás às âs As asno asperezas aspira assalto assàz Assaz Assàz assegura asseguraste assi assombra assombramento assombro assucar Assunto assusta astro astuto Astutos Asunto atè atê Atê atento Athenas atiçada atormenta atormentava atreve atrevida atrevidas atrevido atropelle Augusto aumenta aura Aurora Austro Autor auxilio auzencia Auzencia auzente avante avara avaras avarenta avaro ave Ave Aventurar Aventureiro Aver aves avexados avizado avoga Avòs azul bafo bayles baixa Banho (46) (1) (4) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (9) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (5) (1) (3) (1) (6) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) SFA53, SLA18, SLI90, SLA97, SMO44, SHE38, SFA88, SAM98, SLA99, SFA88 SAM2 SMO44, SHE38, SHE38, SAM4 SMO67 SAM71, SAM48, SAM76, SMO44, SHE100, SMO84, SAM6, SAM76 SFE75 SAM71 SSA92 SMO61 SAM14 SAM17 SMO35 SAM27, SLI29, SMO83 SLA97 SLA24, SLI22, SMO83, SFA53, SMO5, SMO67, SFU64, SFU64, SAM23 SLI29 SMO49 SHE42 SFE25 SAM43 SFE40 SHE100 SLA28, SMO67, SMO35 SMO11 SHE100 SLA74 SAM33, SFE34, SLI90 SAM17 SAM31 SLA18 SFE40 SMO69 SLI22 SAM48, SAM48 SFU37, SFU64 SAM55 SAM8 SAM4 SMO69, SHE38 SLA95 SFA87, SLI26 SLI26, SLI90, SAM6, SFE70, SAM47 SAM91 SFA88, SLA36, SHE54 SAM46 SAM71, SFU21, SAM31, SAM66, SAM31, SAM31 SAM9, SAM41 SAM9 SMO83 SLA36 SAM4 SSA65 SFA53 SAM55, SFE75, SLI90 SMO67 SHE38 SAM47 SAM96, SAM96 SLI90 SFA88 SMO35 SHE100 SLA93, SFU85 SLI26 SFA51 SFE75 SMO49 SFA53 44 barato barbaro Barbaro Barbaros barro bastante bastão bastarda batalha batalhar Batalhar batia Batia bautizada Bebei bebeste beijar beijei bella Bella bellas Bellem belleza Belleza bellissimo bello bellos bem Bem benções benina berço bezouro boa boçal bocas Bodas boliçoso bom bõns bordava bosque botão botica boto braço Braço braços brada bradei Bragança Bramava bramido branca brancos branda brando Brando brandura bravo brazões breve brio Brotarà brutas Bruto Brutos bruxa (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (24) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SAM60 SAM96 SLA12 SFE75 SLA74 SSA86 SAM6 SAM47 SAM66 SHE79, SMO57 SHE79 SAM91 SAM91 SFU37 SSA86, SSA86 SSA92 SFE70 SLI62 SFE70, SAM7 SAM66, SAM20 SAM76 SSA86 SAM58, SMO50, SMO19, SAM43, SLA74 SHE54 SMO50 SSA68 SAM48 SMO84, SHE54, SMO82, SFE13, SMO69, SAM58, SMO69, SMO16, SFE78, SFE78 SAM9, SMO82, SLA12 SFE25 SSA86 SHE54 SFE30 SAM14, SAM14 SFE40, SAM96, SFE40 SLA28, SLA28 SLA97 SAM6 SMO59, SFE34, SMO3, SLA74 SFU64 SAM47 SMO89, SLI29, SLI29 SLI26 SFE25 SFE78 SHE79, SLA28, SFU64, SFU21, SSA65, SFU21 SAM98 SLI22 SMO57 SMO81 SLA97 SLI26 SAM91 SLI26, SLI90, SAM91 SAM6 SAM98 SMO89, SAM6 SLI90 SFA88 SSA65 SLA93 SHE54, SAM9, SMO69, SAM48, SAM9, SSA65 SMO61 SSA86 SAM76 SMO67 SMO67 SFE30 45 Buscayos buscando buscar Buscar c' C cà câ Câ cabe cabeça cabedal cabellos cada Cada cadea cadeas cadeira cae caes caiba caído callar Callar callarei callava Calliope CALLIOPE calma Cama Camareiro caminha caminho caminhos campo Candea candida cansada cansado Canseime canta Canta cantados cantando cantarei cantaro cantas canto cantos Cão Caparica çapatos Capitão Capricho carapuças caras Carceres caro carrancas carregada carta cartas cartuxa carvão Casamento Cascaes caso Casos (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SMO10 SMO59 SLA56 SMO83 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chaves Cheas chega (1) (1) (1) (6) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (6) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (17) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (5) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) SFA51 SFU21 SAM17 SAM8, SFE80, SHE38, SMO19, SAM31, SMO15 SLA99, SLA99 SSA63 SLA18, SMO15 SFE75 SFE30 SMO19, SMO15 SAM7 SAM91 SAM55, SFE70 SAM96 SFE40 SAM96, SFE39, SSA65 SFE13, SAM6, SSA86, SMO57, SAM60, SAM23 SMO35 SLA95 SAM98 SAM60, SAM8, SAM6 SMO81, SMO81 SLA97 SLA94, SLA95 SSA63 SLA93 SAM43 SLA97 SFA51 SSA92 SHE79 SAM76 SAM46 SSA68 SAM71 SFE75, SMO84 SAM48 SAM23, SMO16 SAM52, SAM76, SMO61, SMO19, SLI26, SLA94, SLA94, SFU37, SLA72, SFU85 SMO83, SFU64 SSA63, SSA63 SFA51, SAM98 SHE100 SAM7 SFU64 SMO61 SMO81 SLA94 SLA28 SAM27, SMO5, SSA92 SSA63, SAM48 SAM45, SMO83, SLA56, SLA28, SFE78 SAM52 SLA28 SHE79, SHE38, SHE79 SAM7 SMO35, SHE38 SMO32 SMO11 SMO49 SLA93 SFE75 SFE78 SMO61 SFE13 SLA28 SFU21 SLI29, SLA94, SFA87 47 chegada chegado chegando chegar Chegarte chegue Cheguei cheiro chora choradas chorados Chorais chorão chorar chorava Chore chorei choreis choro chove cidade Cidade ciencia cientifica cilicio cima cinco Cintia Cinza Cinzas circular Cisne cisterna ciumes clara claridade Clarissimo claro Claudio Clori Cloris co co' Co cobiça cobre Coimbra colera colher colheu colunas com Com combatido Comedia comedida Comedindo comercio Cometas comigo como Como compadeça Compadre companheiro companhia comparte competia (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (10) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (41) (15) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (7) (35) (9) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SAM33 SAM71 SAM6 SMO89 SFU21 SMO69 SAM71 SLA94, SFA87 SLI26, SMO89, SAM6 SAM76, SAM76 SAM2 SFU37 SFU21 SLI29 SAM76 SLA18 SLA24 SFU37 SHE54 SFE78 SLA24 SAM71 SLA36 SLA28 SFE13 SFE39 SSA86 SAM41 SMO73 SMO44 SLA12 SLA77 SSA86 SFU37 SLA94, SLA36 SAM7 SLA36 SLI29 SMO69 SLI26 SAM20, SAM20 SFA88, SMO69, SLA94, SAM9, SFU37, SMO81, SMO89, SMO11, SAM46, SMO89 SAM98 SMO59 SMO57, SMO57 SAM2 SFE80 SMO3 SMO82 SFA87 SMO44, SLA97 SMO19, SSA86, SLA95, SMO82, SHE54, SMO49, SMO61, SMO5, SLA12, SAM91 SAM31, SFE13, SMO3, SLA77, SAM4, SMO19, SMO84, SLA95, SMO44, SMO67 SFU21 SMO11 SAM58 SLI90 SAM9 SAM76 SMO81, SMO15, SAM46, SLA24, SPR1, SFE80, SMO5 SHE100, SHE54, SFE34, SHE38, SMO69, SFE30, SFE30, SAM46, SMO15, SFE70 SAM45, SMO15, SMO49, SMO89, SMO5, SSA65, SMO67, SAM43, SAM8 SMO16 SFE70 SSA68 SMO50 SLA72 SHE42 48 competindo composto compra Compres compusera comunicado con Conceição conceitos concertado conchas conciencia Conde condição conferencia confiada confiadamente confiado confiando confio confissão confunde confundome confusão Confuza conhecendo Conhecendose conheceo conhecer conhecera conhecereis Conheceuse conheci conhecida conhecido Conhecivos conheço conquista conquistada consagrase conseguido consente Considera consiste consoada consoantes consorte constante constantes Consul Consular consumime conta Conta contagio contallla contando contar Contar conte contemplo contenda contendas contenta contente contentes contingencia continha (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (5) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (6) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) SFU85 SLA28, SLA72 SMO69 SAM8 SMO5 SFA53 SLA74 SSA63 SMO19 SMO3 SAM76 SMO11 SHE79, SFA88 SAM98, SMO35 SMO11 SLI26 SSA86 SLA28 SMO81 SMO61 SMO59 SLA36 SAM43 SAM45 SMO50 SAM20, SAM4 SAM7 SLA24 SLA18 SMO67 SAM45 SFU21 SLA74 SAM45, SAM27 SAM96 SLA74 SLA74, SAM66, SAM27, SAM9, SMO49 SAM9 SLA12, SLA12 SSA63 SAM8 SMO89 SMO67, SHE79 SMO57 SFE25, SFE25 SFE34 SLI62 SFU21, SMO61, SMO73, SLA72, SLA72, SSA86 SAM76, SAM76 SMO69 SMO11 SMO82 SLA77, SAM71 SMO82, SAM31 SPR1 SAM58 SMO81 SLA77 SLA77 SMO59 SAM27 SAM17, SMO3 SAM8 SAM41 SLI26, SFE13 SAM6 SLA36 SSA86 49 continua Conto contra Contra contrahio contraria contrarias contrario contrarios convalecencia convalecendo convento convertido convida convidava convinha copia Copia coração cores coronel corpo corrão Corre Correndo correspondente corria corrido Corta cortada cortava corte Corte cortez cortezes cortezia cortou corvos cos Cos Coscorões costumada costume cousas Coutadinho Coutinho couzas cova Cova crê Crecem Crecerão crecerdes creces crede credes credito crendo Crendo creo crer Crerà cria Cristo crú crueis cruel cruento (1) (1) (9) (5) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (5) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) SAM71 SMO59 SAM55, SFU37, SAM55, SAM52, SFU64, SAM4, SAM55, SMO69, SMO82 SMO5, SMO5, SAM98, SFU37, SLA74 SLA74 SHE79, SLA28 SMO67 SFU21, SMO69, SAM14 SHE100 SLA24 SLA24 SLA94 SAM96 SLA94 SFE78 SAM23, SAM33 SAM45, SAM45 SHE100 SHE79, SLI22, SAM58, SAM58, SHE79 SMO44, SAM48, SFA87 SMO61 SMO50 SSA86 SLI22 SFE34 SAM76 SLI22 SFE70 SSA68 SFU37 SMO89 SAM98, SLA24, SFU64 SMO32, SMO32 SFE34 SFE34 SFE30 SFU64 SFA88 SFE40, SFA88 SFE30 SFE25 SAM33 SMO83, SLA36 SFE25 SFE40 SLA18 SFE39 SFE25 SMO50 SSA63 SAM52 SHE54 SHE54 SLA77 SFE78 SFE30 SHE79, SLA77, SMO82 SSA63 SAM20 SFE80, SLA28 SAM7, SMO73, SAM60, SAM52, SMO35 SAM41 SAM52 SFE78 SAM98 SLI62 SHE38, SAM43 SMO16 50 cuberto cubria cubrir cuidado cuydado cuidados cuydados cuidais cuidando cuidar cuidarâ cuydàra cuidareis cuydaveis cuydei cuydeis cuides cuido cuja Cuja cujas cujo Cujo culpa culpado culpas culto Cuma cumpridos cumprir Cunha cura Cura curta custa custaria custo custosa Custosa custoso d' D D' da dà Da Dà dada dadas dado dados Daime dais Dalhe Daliana Dalizo Dama dando Dando Daniel dano danos dão Dão daquelles dar dàr darme (1) (1) (1) (4) (2) (2) (1) (2) (1) 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SAM60, SMO44 SHE42, SLI62, SMO67, SLA74 SLI22 SLA36, SLA12, SLI29, SAM4, SMO16, SAM41, SMO32, SLA36, SLI90, SFA51 SHE54 SHE54 SMO89, SSA86, SFE25, SSA86, SSA65, SFE80, SFU37, SHE100, SAM45, SHE42 SPR1 SMO57 SAM43 SAM8 SFU37 SLI90 SLA56 SAM58 SLA99 SAM58 SLA97 SMO81 SFE40 SFA88, SFA88 SFA88, SSA63 SSA63 SAM4 SFA88 SAM4, SFA88, SFA88 SFA88 SMO89 SAM23, SAM41 SAM47, SMO3 SMO15 SAM4, SHE100 SLA94, SMO32 SAM17 SAM43 SFE75 SLA56 SFE25 SLA74 SFU21 SLA93 SMO89 SAM9 SMO10 SAM60 SMO49, SLA56, SAM60 SLA24 SAM17 SMO19 SMO59 SPR1 SAM17, SFU64, SAM20, SAM66, SAM7 SAM4, SMO89, SAM20, SAM17, SAM27 SFU64 SAM43 SMO32 SAM31 SFE13, SFE13 SHE100 SAM6 SMO15, SMO35, SFE40, SFE39 SMO11 SFU37 SAM76 SLA94 SMO82 52 dera derão derrama derramadas Derramadas derramado derrete desacredita desatino desato desbarato descifraste desconcerto desconcertos desconhecida Descreve Descubro descuidada descuidado desculpa desculpado desde Desde desdẽns desdo desencerra desenganada Desenganase desengano desenganos desespera desesperada desgraça Desgraça desgraças deshumana desmente desobrigue desornada Despedida despedido despeja despejo Despiose despoes Despoes Despois desprezada desprezais Desprezas desprezastes desprezivel desprezo dessemelhante desta Desta deste Deste desterra destes destina destino destra destreza destroncada desvario desvello desventura (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (5) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (9) (1) (4) (1) (1) (7) (1) (2) (2) (2) (1) (4) (2) (3) SMO5, SAM98 SMO44 SLA28 SAM76 SAM76 SMO61 SFA51 SMO73 SMO49 SAM60 SAM60 SHE79 SMO83 SMO3 SAM7 SSA63 SMO59 SMO35 SAM47 SLA95 SMO32 SFE34, SHE38 SMO32 SMO44 SMO83 SAM43 SFE39 SMO61 SFE39, SAM2 SMO57, SMO44, SMO44, SPR1, SMO10 SAM14 SAM14 SAM55, SHE54, SAM23 SLI22 SLA95 SAM91 SMO61 SMO16 SFA87 SAM23 SAM27 SLI29 SFE80 SLI26 SMO61, SAM71, SMO89, SAM52, SAM27, SAM71 SAM66 SAM9 SAM14 SAM17 SLA93 SAM48 SFE40 SMO61, SAM17 SAM96 SSA86, SFA51, SFE25, SFA88, SLA94, SLA95, SHE79, SFE75, SAM55 SLA94 SHE79, SMO57, SLI29, SMO15 SLA97 SMO73 SMO73, SFE78, SMO83, SMO19, SFU37, SHE38, SAM20 SAM8 SFA51, SAM17 SLA28, SHE100 SLA28, SLA28 SFE40 SMO89, SMO3, SMO3, SMO3 SSA68, SAM58 SMO16, SAM55, SLI29 53 desvião desvio detado detella determinas detida deu Deus devagar deve devemos deveslhe devida Dexa dez Dez dezeja dezejada dezejo dezejos dezia dia Diafanto Dialogo Diamante Diâmante diante dias differente differentes difunto diga digas digno Digno digo dilatada dina Dina dino Diogo Diràs direi Direi direis dirija Dirlhe disculpar Discursais Discurso disfarçado disparar dispensa disse Disse Dissera Dissimular Disso dita ditas dito ditoso Ditoso ditozo divinas divino divinos diz (2) (3) (1) (1) (1) (1) (5) (17) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (2) (4) (1) (1) (14) (1) (1) (1) (1) (3) (5) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (4) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (4) (3) (1) (1) (5) (1) (6) SSA68, SMO81 SAM31, SAM41, SMO3 SMO19 SAM17 SLA28 SAM58 SFU64, SFU64, SFE70, SAM98, SHE42 SLA94, SFE80, SSA92, SSA65, SSA63, SLA94, SAM46, SMO59, SSA86, SSA92 SLA24 SAM48 SFA87 SAM8 SLI62 SMO49 SFE70 SMO11, SAM71 SMO89, SLA94 SAM33, SLI26 SFE80, SMO5, SMO5, SLI22 SLA93 SLI22 SMO81, SSA92, SFE78, SAM47, SHE42, SMO73, SAM43, SFE75, SFA88, SLA94 SLA72 SMO35 SAM96 SAM96 SFE80, SAM58, SAM46 SAM6, SAM71, SAM14, SMO44, SAM66 SAM2 SAM6, SMO50 SLI26 SAM17 SFA53 SHE38, SAM33 SHE38, SMO11 SFE80, SLA56, SFE13, SFE75 SLA24 SSA86 SSA86 SAM17, SSA68 SLA36, SLA28, SLA36 SMO44 SFA53 SFA53 SFE30, SFA51 SSA68 SAM46 SMO19 SMO11 SFE75 SMO11 SMO81 SFA88, SAM4 SMO69, SAM14, SFE39 SFE80 SAM58 SAM7 SFE25 SAM14, SMO49 SMO32 SFA53, SAM55, SLA97 SLA97, SAM6, SMO49, SAM14 SMO57, SLI22, SLI22 SAM98 SMO19 SFA51, SFE39, SFU37, SFE39, SSA68 SSA86 SFE40, SMO73, SSA65, SMO69, SMO73, SAM91 54 Diz Dizeilhe dizeimo dizella dizello dizem dizer Dizes Dizme do dò Do DO dobra dobrados doce docel Doces Documento doçura doe Dom Domine Domingos Dona donde Donde dono donzella dor dores Dorme dormindo dos Dos dourado dous Dous Doutor doutrina doutrinas Douvos Duarte duas dura durar duras duro Durou duvida duvidada duvidais Duvidais duvidando duvidas duvido duvidosos e é E eco ecos Edificio effeito Effeito Eillas Eillo eis (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (102) (1) (15) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (3) (1) (7) (1) (1) (2) (9) (4) (1) (1) (11) (4) (1) (1) (24) (7) (2) (7) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (9) (1) (1) (5) (1) (4) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (187) (1) (43) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SMO73 SFE70 SAM45 SAM17 SAM58 SLA74 SFA88, SLA56, SFE25 SMO69 SMO73 SAM98, SHE100, SPR1, SAM91, SAM20, SMO84, SMO50, SLA93, SMO67, SAM41 SFE34 SLA93, SAM96, SMO83, SAM91, SSA68, SAM71, SLA99, SFU64, SLA24, SSA68 SPR1 SLI62 SLA77 SLI90, SSA68, SAM47, SLI22 SMO61 SAM46 SLA36 SFA53, SFA87, SAM2 SFE40 SMO32, SFE13, SFE13, SFE34, SFE78, SFE70, SHE54 SSA65 SFE75 SFE70, SLA74 SAM52, SMO59, SFU37, SMO89, SAM91, SAM6, SHE79, SMO59, SFE70 SLA94, SAM76, SMO50, SMO59 SAM96 SAM47 SMO69, SMO16, SMO82, SAM41, SAM41, SAM41, SLA24, SMO15, SLI22, SAM9 SFA51, SFA51, SMO44, SAM2 SAM47 SFE75 SSA92, SAM46, SFE13, SSA63, SSA63, SAM17, SAM45, SHE100, SMO57, SAM48 SLA93, SMO69, SLA99, SSA68, SAM48, SFU85, SLA77 SMO61, SLA36 SSA63, SSA63, SAM17, SAM45, SFE78, SMO11, SLA99 SMO11 SLA95, SLA99 SLA36 SLA28, SLA77 SMO10 SFU64, SFU64 SLA77 SLI29, SAM20, SMO83, SHE79, SMO16, SAM33, SMO82, SAM52, SMO32 SMO82 SAM98 SAM55, SMO69, SAM71, SFU64, SAM55 SAM91 SAM7, SAM7, SAM41, SAM27 SAM7, SLA12 SAM45, SSA65 SSA65 SLA77 SHE79 SAM45 SFU85 SMO73, SMO16, SMO82, SMO67, SAM47, SFU21, SMO61, SLA94, SAM66, SLA72 SMO35 SMO69, SMO16, SMO11, SLA74, SLA97, SMO32, SAM27, SFE30, SAM33, SHE38 SAM91 SFU85 SLA97 SAM52 SFA87 SAM55 SMO89 SMO11 55 Eis Eixo El elegancia elegante eleição eleje elejo elemento Elemento Elementos eleva ella Ella ellas elle Elle elles Elogio eloquencia eloquentes Elvas em Em emanou Embaixador embora embravecido emenda emfim Emfim eminente emisferio emmudeça empenho Emperador Empirea emprego empregos emprende emprenhandome emprestandose empreza Empreza emprezas en encaminhe encantar encanto encerra encerrado encobre Endoudece enemigo enferma Enfermastes enfermidade enfermou enfim engana enganado enganas engano enganos enganoso engastado engaste engeitais (1) (1) (2) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (3) (1) (10) (1) (3) (4) (1) (1) (1) (112) (21) (1) (1) (3) (1) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (6) (1) (1) (1) (1) SMO83 SSA63 SHE38, SHE100 SAM2, SFA53 SLA72, SSA68, SLA72 SFE30 SMO5 SMO5 SFA87 SFE39 SSA65 SSA86 SAM20, SLI22, SFU64, SAM45 SMO81, SAM20, SAM33 SFA53 SFE78, SAM20, SMO5, SMO5, SFE34, SAM4, SFU64, SSA65, SLA12, SLA12 SMO5 SFA53, SAM43, SAM43 SLA28, SLA95, SLA77, SLA72 SLA36 SLA18 SHE79 SHE100, SLA36, SHE42, SLA97, SLI26, SAM41, SAM6, SFE80, SAM76, SAM4 SLA94, SLA99, SFU85, SMO73, SAM2, SAM47, SFE30, SMO83, SMO84, SMO82 SSA86 SLA18 SAM8, SFA51, SAM60 SAM91 SMO3, SMO3 SAM43, SAM46 SAM48, SAM33 SLA99 SHE38 SMO16 SPR1 SMO69 SAM43 SFE39 SMO81 SLA72 SAM66 SLA99 SMO15 SHE100 SLA99 SMO5 SLI22 SMO44 SHE42 SMO73 SAM31 SAM7 SFE75 SAM14 SFE80 SLA24 SLA24 SLA24 SAM23 SLA74 SAM27 SMO11 SMO49, SAM20, SMO16 SMO19, SMO44, SMO49, SMO57, SLI62, SMO69 SMO49 SAM96 SSA92 SLA94 56 engenho engrandecera engrandeço enobrece enriqueces ensaya Ensinaime ensinas ensinaste ensoço então Então entendas entende Entende entender entendimento entendo entoa entrambos Entrambos Entrão entrar Entraste entre Entre entrega entregarei entregouse entreguei entreis Entretense entronizado enveja Enveja envejada Envejada envejas Envejoso envolto enxovia enxuga enxutas epitafio Epitalamico era Era erão ereis erguida erguido erra Errada errado erro Erro erros errou es Es escapar Escape escarmento Escarmento escarnecida Escolhei escolhera esconde (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (8) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (4) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (10) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (3) (1) (1) (2) (7) (3) (1) (1) (5) (2) (1) (1) (1) (3) SLA56 SLA56 SAM66 SAM98 SLA77 SMO15 SAM27 SLA28 SSA92 SMO3 SAM2 SSA65, SFU64, SMO81, SLA56 SAM8 SAM7, SFA88 SAM98 SAM58 SAM66 SLA18 SLA72 SLA99 SLA99 SMO11 SFE40, SLA94, SSA65 SMO35 SAM47, SFA51, SAM96, SSA68, SAM43, SLI29, SMO10, SAM43 SLA28, SLI90, SLA94 SLA94 SAM23 SFU21 SAM60 SSA65 SAM98 SMO69 SHE42, SLA28, SLI29, SLI22, SFU21 SAM48, SMO15, SAM14, SHE54 SMO57 SLA74 SHE42, SFU64 SMO89 SLA95 SFE78 SHE100 SAM76 SLA99 SLA97 SMO50, SLA36, SSA92, SLI26, SAM14, SAM14, SAM27, SLA24, SMO67, SAM14 SFE39, SFE39 SAM52, SMO44 SLA74 SAM60 SAM91 SMO73 SMO35 SMO83, SMO11, SPR1, SMO35 SMO83, SLA24, SMO3 SMO35 SSA68 SMO81, SFE75 SAM8, SLA28, SHE42, SMO35, SMO73, SMO35, SHE42 SMO35, SMO73, SMO35 SAM20 SMO61 SHE42, SAM20, SMO10, SAM8, SAM60 SMO49, SPR1 SMO57 SFA51 SMO5 SHE79, SAM7, SFA53 57 Escoto Escravo escreve escreveo escrever escreves escrito escritos Escritura escrupulosa escudo escura escurecidos escuro Escusase Escutayme escuto escuzar Escuzase esfera esferas esforça esgares esmeraldas esmo espada Espada espante espanto Espartas espera esperada Esperay esperais esperança Esperança esperanças Esperanças esperar esperava Esperdicemse espere esperes espero Esposa Esposos esprito Espritos esquece esquecimentos esqueço essa Essa essas esse Esse esses Esses essoutro essoutros esta estâ Esta Estâ estado estados estais estando (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (3) (1) (1) (2) (5) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (4) (2) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (8) (4) (3) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (13) (6) (5) (1) (5) (1) (2) (2) SLA72 SSA65 SLA72 SFE34 SFE75 SLA12, SFA53 SFA53, SLA95 SLA18, SPR1, SLA18 SLA72 SLA74 SAM4, SAM4 SFE40, SMO50, SAM47, SMO16, SAM43 SLA93 SAM55 SMO19 SFE80 SLA77, SLA18, SFA51, SMO35 SFU64 SMO69, SPR1 SAM48, SHE38, SAM98 SLA12 SLI90 SFE25 SLI29 SAM27 SLA12 SLA28, SAM98 SFE80 SFE39, SLI26, SHE54 SLA18 SAM14, SLA97, SLI62, SAM27 SFU37, SAM33 SMO82 SMO81 SMO69, SPR1, SLA93, SHE54, SMO10, SSA63 SLA97 SMO82 SMO82 SLA18, SMO5, SAM6 SMO89, SLI22 SAM76 SMO69 SLI22 SAM6, SAM46, SFA53 SSA86, SLA74 SSA86 SAM43, SFA53 SFU37 SMO67, SAM47, SMO67 SLA97 SMO67 SAM58, SFA87, SLA74, SAM71, SFA87, SFE34, SAM47, SLI90 SMO35, SFU37, SFA87, SAM20 SLI62, SMO32, SMO32 SSA65, SAM46, SFA87, SMO73, SAM98 SMO35 SMO44 SLI62 SMO32 SFE13 SAM60, SLA95, SLI29, SMO59, SAM47, SFE30, SMO19, SAM31, SMO59, SFE25 SLI26, SFU21, SLI26, SFU37, SMO44, SLA56 SHE42, SMO15, SMO15, SLA28, SMO15 SFE13 SMO49, SAM27, SLA36, SAM71, SAM47 SLA95 SAM55, SAM52 SLA74, SFE75 58 Estando estar estár estas estàs estâs estatuto estava estavas estaveis este Este Estendendose esteril estes Estes estillo estima estimada estimado estime estio Estio estivera estivestes estou Estoutra estragos estrancho estranhe estranhezas estreita estreitas estrella Estrella estrellas estremece estuda estudo eterna eternamente Eternamente eternas eternidade Eternidade eternizar eternizaste eterno eu Eu Evangelista evita evitar examinação excelente excellencia Excellencias Excellente excesso exemplo exemplos exercita Eximindo exprimenta F Fabio fabricada fabricas (1) (6) (1) (4) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (11) (4) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (4) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (3) (43) (10) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (3) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SHE54 SAM9, SAM9, SAM47, SAM20, SAM33, SFE75 SMO57 SLA18, SFE70, SLA28, SMO11 SLA93, SHE42 SFU64 SMO67 SFE80, SMO89, SMO32, SFE75 SHE42 SMO82 SMO83, SFE70, SSA63, SMO15, SAM4, SMO73, SAM60, SMO3, SAM41, SMO3 SFA53, SSA68, SLA72, SLA72 SFU85 SAM41 SMO10 SAM2 SFE30, SFE34, SAM2 SFE39 SAM96 SAM66 SFE75 SLI29, SLI29 SAM41 SAM27 SMO19 SLI26, SMO11 SAM7 SAM52, SMO44 SAM41 SAM2 SAM71 SFU64 SAM52 SMO61, SAM20, SHE54 SLA94 SLA94 SAM91 SFE75 SAM4, SFE75 SSA86, SSA86, SSA63, SPR1 SFE40, SLA99, SLA93 SLA93 SSA86 SAM71, SSA63 SLA28 SMO19 SLA97 SLA12, SHE100, SLA97 SMO15, SLI26, SAM6, SAM14, SAM58, SLA24, SFE75, SFE80, SFE39, SAM45 SFE78, SMO49, SAM45, SFE13, SAM17, SMO59, SAM17, SMO81, SLI29, SPR1 SSA92 SAM66 SPR1 SLA18 SLA99 SLA95 SLA95, SLA95 SLA95 SLA12, SSA86 SLA93, SPR1, SHE100 SLI29, SMO69 SAM14, SMO49, SLA36 SLA36 SMO69 SFE25 SMO57 SAM7 SLA97 59 faça façais Façame façamos faço fadigas Fado Fados falla Falla Fallai fallando Fallando Fallava fallou falso falta faltarà fama Fama Familiar famosa famoso famosos fantazia farà farei fareis Fareis favor faz faze Fazei fazeis fazem fazendo fazer Fazer fazia fazião fé fè fê Fè Fê feas fechada feira feiticeira feito feitos Feitos felice feliz feminil Fenis fera Fera fere ferida feridas ferido fermosa Fermosa fermosas fermoso Fermoso fermosos (3) (4) (1) (1) (2) (1) (9) 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SAM48 SAM55 SMO61 SLA74 SAM31 SLI62 SAM6, SMO61 SAM43 SAM48 60 fermosura Fermosura fero ferro fes festa festejar Festivo fez fias fiavas fica fico fieis fiel figas Figueiredo figura Filha filho Filho filhos Fili Filis Filomena Filosofia fim fingida Finje fino Fiquem firma Firmamento firme firmeza fizera fizesse flama Flama flamas Flerida flor Flora florece floreces flores florestas foge Foge fogo Fogo foi foy Foy foyse foje folares folga folgais folgando fonte Fonte fontem fontes for fora Fora foram (8) (2) (2) (2) (2) (1) (1) (10) (6) (1) (1) (4) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (3) (1) (3) (1) (2) (2) (1) (1) (10) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (3) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (8) (1) (1) (1) (6) (1) (2) (3) (1) (2) (20) (11) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (2) (1) (1) (3) (7) (1) (1) SAM48, SMO50, SMO83, SAM43, SAM20, SFA87, SAM55, SMO61 SMO50, SMO50 SAM46, SAM91 SFU64, SAM96 SFU64, SFU64 SFE75 SAM33 SFE40, SFE70, SFE13, SFE34, SFE78, SFE39, SFE25, SFE30, SFE75, SFE80 SLA99, SHE38, SLA36, SMO49, SAM52, SFE70 SMO44 SHE42 SFE25, SAM4, SMO82, SAM60 SFE78 SAM46, SMO82 SAM60, SLI62, SMO15 SMO11 SLA28 SFE34 SFE70, SFU37, SLA74 SLI90 SSA63, SSA63, SSA68 SAM46 SLI90, SAM47 SAM58, SAM58 SLI26 SFE39 SFE70, SMO16, SFU21, SPR1, SMO83, SAM14, SLA18, SLA93, SAM8, SLI62 SAM45, SAM60, SAM45 SMO5 SFA51 SAM60 SAM91 SAM20, SHE42 SHE42, SHE100, SMO61 SSA63, SAM31, SMO59 SFU85, SMO5 SAM58, SAM58 SAM43 SHE100 SMO11 SAM46 SFU37, SAM47, SAM20, SLA94, SFU37, SLI26, SFU37, SMO82 SAM45 SSA92 SLA77 SFA51, SMO44, SFA87, SAM2, SLA74, SFA87 SFA87 SMO82, SMO61 SAM14, SMO32, SAM14 SLA93 SFU85, SFU85 SAM96, SLA24, SAM96, SFE80, SMO84, SMO19, SAM8, SAM96, SMO73, SLA99 SHE79, SAM17, SAM20, SMO69, SFU85, SAM46, SHE54, SFU37, SFU21, SAM41 SAM96, SMO82 SFU37 SMO10 SFE25 SMO49 SMO32 SMO81 SFA53, SLI29, SLI29, SLI29, SMO89 SSA86, SSA86 SSA86 SSA86 SHE54, SAM41, SAM46 SLA12, SMO59, SAM98, SLA24, SFE39, SLA95, SAM55 SMO59 SMO19 61 forão foras força Força forçado forças forrada fortaleza forte fortuna Fortuna fortunas fosse foste fostes Fostes fraco Frade fragil fragrancia fragrante fragua Francés Francisco fraqueza Fraqueza fraude fraudulento Frey freixo Freixo frescura Fresta fria frio fronte fruta fruto fugî fui fuy Fuy fulminar fundadas Funebre Funesta fura Furna furtado futuro Gabello Gabriel Galanta Galante galê galhardia ganho ganhos Gastas gastasse gaste geito General generoso Generosos gente gentes gentil (4) (1) (7) (2) (2) (1) (1) (1) (3) (6) (3) (1) (2) (1) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (7) (7) (1) SFU21, SMO44, SAM2, SLA24 SLA12 SMO44, SMO5, SHE79, SAM98, SHE54, SFU85, SAM91 SAM66, SLA24 SFU21, SFE34 SHE38 SFE40 SFU64 SFU64, SAM98, SLA28 SLI22, SLA95, SLA36, SAM96, SAM4, SMO84 SLA95, SAM2, SHE54 SHE42 SMO84, SAM14 SAM8 SSA68, SLA74, SMO82 SMO16 SMO61, SFA53 SMO57 SSA86 SFA87 SFA87 SFA51 SAM66 SLA12, SLA18 SAM33, SMO59 SMO84 SAM27 SAM71 SLA72 SMO61 SMO89 SAM47, SFA87 SFE40 SMO50 SAM41, SAM76, SLI29 SMO89 SFE70 SFE70, SFA51, SMO82, SFA51, SMO35 SPR1 SPR1 SMO84 SMO15 SAM98 SMO82 SFU21, SFU37, SFU64, SFU85 SMO50 SFE40 SFE40 SMO11 SFU64 SSA68 SLA99 SFE80 SFE80 SFE34 SMO32 SAM9 SAM9 SMO44 SLA36 SFA88 SLA18 SLA28, SFU21 SLA97 SHE100 SMO83, SFE13, SFE75, SFE75, SAM14, SHE79, SAM17 SSA63, SFU21, SAM2, SMO44, SMO50, SLA18, SHE38 SLI26 62 geral gesto Giostiniano Giovenetos gloria Gloria glorias gloriosas glorioso gloriosos golfo golpe golpes Gomes gosto Gosto gostos gota governo gozado gozâra gozasse goze gozou Gozoute graça Graça graças gracinha grade gram grande grandes grandeza grandezas granhais grão grave Grecia Grilhão grita grito guadameci guardadas guardado guardais guardas guardaste Guardastes guardo guerra guia Guiador guiay ha hà Ha Hà habito hão haveis havendo Havendose haver haverse havia he hè (1) (1) (1) (1) (17) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) 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SFE70, SFU37 SLA24 SFA53, SLI22 SAM66, SLA72, SFE78, SMO35, SAM8, SAM27, SMO5, SMO32, SMO11, SLA72 SFE75, SSA63 63 He hei hey heis Heroico Hesperides hião historia hoje Hoje home homẽ homem Homem homẽns Homẽns Homero homicida honra honrada honrado honrados honrar honras honrasse honroso hora Hora horas Horido horrenda horror hospicio houve hũ hũa Hũa hũas Huy hum Hum humana humanas humano humanos humida humilde Humilde humildes humor hũns I idade idades ide Ide idea Idolo idos ignora ignorancia ignorante Ignorantes ignoro igual Igual iguala igualdade (13) (4) (1) (1) (5) (1) (1) (2) (16) (4) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (14) (13) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (34) (4) (1) (2) (57) (11) (1) (1) (5) (2) (1) (4) (1) (2) (1) (1) (1) (5) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) SAM48, SLA72, SAM33, SAM47, SFE70, SFU85, SLA72, SLA99, SAM20, SAM9 SFE25, SMO15, SMO16, SFE25 SMO61 SAM46 SHE42, SHE100, SHE54, SHE79, SHE38 SMO84 SMO81 SLA93, SLA99 SFE70, SAM48, SFU21, SSA65, SAM2, SMO10, SMO5, SLI62, SLA93, SFA88 SAM43, SLA95, SLA36, SHE42 SFE70 SSA86 SMO11, SFE34 SMO67, SMO67 SSA92 SMO67 SLA18 SMO81 SSA63, SMO5, SMO84 SFE75 SFU21 SAM46 SAM43, SSA92 SLA93 SFU85 SMO49 SAM58, SFE80, SMO44, SLI90, SHE54, SAM20, SAM33, SAM9, SAM6, SLA56 SAM52, SFE13, SAM33, SAM41, SFE70, SLA24, SFE13, SMO69, SMO73, SMO89 SAM71 SLI29 SMO50 SPR1 SAM71 SAM31 SFE13 SFE39, SLA18, SFU37, SAM43, SAM96, SAM7, SMO59, SMO59, SFE80, SAM27 SFA51, SLI90, SMO84, SMO73 SAM52 SFE70, SFE34 SAM8, SFA51, SFA87, SFE40, SFE78, SLA56, SFU85, SFU37, SFE39, SAM71 SFE70, SFU21, SMO69, SAM91, SAM4, SFA51, SMO89, SAM4, SAM8, SLA72 SMO16 SLA94 SFA51, SSA63, SFE39, SFE39, SMO84 SFU37, SMO19 SAM91 SSA86, SAM4, SAM2, SLA56 SAM20 SAM46, SAM46 SMO3 SAM48 SPR1 SLA77, SHE79, SMO73, SLA77, SMO57 SAM6, SAM60, SLA77 SFE70 SAM46 SFE75 SAM60, SMO19 SMO10 SAM45 SAM2, SFA53 SSA68 SMO81 SLI26 SAM4, SAM96, SLA74, SMO50 SSA68 SAM58 SSA63 64 iguallo igualmente II III illustrado illustraste illustre illustres imagino imitando immensa immenso imortal Imortal impede imperio Imperio impias importa importe impossivel inauditos incendio incertezas incerto incita inclitos inconstante inculca inda Indio industria induzem infante Infante infelice infeliz inferno informação informada Ingenhos ingrata ingratidão ingrato injuria injusto inorante insigne insignias instantes instrumento inteira inteiro intenta intento intitula intrepida invenção inverno Inverno ir Ir iracundo Irado iràs Iras irei irmãns (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (1) (1) (9) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (4) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SAM41 SLA12 SAM2 SMO3 SLA94 SSA92 SHE79, SFA53, SLA99, SAM23, SLA12 SFU85 SMO49 SLA93 SMO59, SSA63 SSA92 SLA97 SLA97 SMO32 SLA36, SLI90 SHE38, SMO84, SSA63 SAM66 SMO69, SLA74 SMO83 SMO5, SAM4, SAM8 SLA18 SAM52 SAM71 SMO83, SMO83, SMO83 SAM66, SMO73 SHE100 SFE80 SHE38 SAM45, SAM27, SMO61, SAM76, SFU37, SFE78, SFE25, SLA74, SFE30 SAM96 SAM52, SAM48 SMO69 SAM46 SFU64, SHE54 SAM96, SAM17 SHE100 SFE40, SLA12 SAM7 SAM7 SHE100 SAM45, SFE30, SMO59, SAM45 SAM98 SMO67, SAM60 SLA93 SMO69, SHE38 SAM96 SHE79 SHE100 SAM71 SLA56 SMO73 SAM41 SSA65, SLA95, SAM98 SFA53, SAM31, SAM8 SLA36 SLA28 SMO16 SLI29 SAM41 SFE70, SAM4, SHE79, SHE79 SMO16 SHE79 SAM91 SLI22 SAM98 SMO15 SAM55 65 irresoluto isso Isso isto Ithaco IV IX ja já jà jâ Já Jà Jacô jardim Jardim Jaz Jáz Joana João jocundo jogo joya julgarà julguei junta juntar junto Junto Justiça justificar justo L la là Lá Là Labão laços lagrimas lamenta Lamentando lapidario larga largo lascivo lastima lastîma lastimas lauas Laudatorio lavarse Lavrador lazos lè leda ledos ley leis leys Leys Leite lembrança lendo lenho ler Lesbina leste (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (4) (1) (27) (2) (1) (10) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (8) (1) (3) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (2) (1) (14) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (2) (1) SFA51 SFE39, SFE34 SFE78 SFE30, SMO15, SFA51 SLA99 SAM4 SAM9 SMO44, SAM91, SAM17, SAM2 SLA72 SAM7, SLA94, SAM33, SAM71, SMO69, SLA18, SAM43, SFU37, SFE13, SAM55 SMO67, SMO44 SLI62 SAM47, SMO49, SPR1, SFE34, SMO57, SAM27, SAM47, SFA88, SAM14, SMO35 SLI62 SMO84 SLA94 SLI22 SAM47 SFE70 SSA92, SFE78, SFA53 SMO73 SFU85 SFE30 SMO11 SMO49 SMO19 SLA72 SMO50, SLI26 SLI22 SFU21, SAM8 SMO16 SSA63, SMO69 SMO50 SFE39 SAM9, SAM20, SFE40, SFU37, SFE70, SAM14, SAM60, SHE79 SAM91 SFU37, SFA53, SMO16 SLI62 SAM6 SAM76, SAM33, SHE42, SFA51, SAM76, SAM46 SLA95 SAM96 SAM96 SMO82 SLI62, SMO59 SFE75 SFE39, SHE42, SLA95 SMO69 SHE42, SAM2 SSA65 SLA36, SLA97, SLA24, SLA72, SLA12, SLA77, SLA74, SLA56, SLA95, SLA28 SFA53 SAM47 SLA94 SFA88 SLI62 SAM46 SAM48 SLI90, SSA63, SMO44 SMO67 SMO67 SHE54 SAM31 SLA18, SLA72 SAM23, SPR1 SLA56 SMO44, SMO44 SHE79 66 letra letrado letras leva levada levanta Levanta levantada levantados levantarte levante leve levo levou lha lhas lhe Lhe lhes lho lî LI Lias licença licenças Lici Licis LII LIII limpa limpo linda linguas linho Lirico Lisboa lisonjeiro LIV livre livro Livro LIX logo Logo logra Logrão lograste longe longo louco Lourenço louro louva louvada Louvando louvarte louvava louvor louvores Lucinda lugar Lugar lumes luminoso Lusitano lutou Lutou luz (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (1) (33) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (2) (1) (1) (1) (3) (4) (1) (8) (2) (2) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (3) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (10) SSA86 SFE80 SLA99 SMO83, SFE40 SAM96 SMO89 SLI90, SLA97 SLA12 SLA95 SLI90 SSA86 SFA87, SHE54 SAM4, SMO15, SAM4, SFE40 SAM8 SAM71 SAM48 SFE78, SMO49, SFE75, SHE42, SAM41, SAM20, SMO81, SFE70, SAM98, SHE42 SSA63 SFE78, SMO16, SMO67 SMO89 SFE13 SFA51 SLI62 SLI22, SMO44, SMO35 SFE34 SAM31 SAM98 SAM52 SFA53 SAM6 SAM33 SFE80 SFU37 SAM23 SLI26, SLI90, SLI62, SLI29, SLI22 SSA63, SHE79 SAM6 SHE54 SHE54 SFA88, SLA95, SFA53 SLA28, SSA92, SLA99, SLA36 SMO59 SFE70, SSA63, SFE40, SMO83, SMO67, SAM7, SMO10, SMO67 SFE39, SMO49 SAM20, SMO49 SAM47 SAM8 SMO89, SMO57, SMO19 SSA65 SAM9, SMO35 SFE70 SFE78 SHE79 SFA87 SAM48 SAM58 SLA56 SLI90, SAM58, SFA53 SLA36, SLA56, SFU37 SAM76, SAM76 SFA53, SMO59, SSA63 SAM27 SFU37 SLA12 SSA63 SMO89 SMO89 SSA92, SSA63, SLA94, SLA94, SFE75, SLA94, SAM43, SAM7, SSA68, SSA68 67 LV LVI LVII LVIII LX LXI LXII LXIII LXIV LXIX LXV LXVI LXVII LXVIII LXX LXXI LXXII LXXIII LXXIV LXXIX LXXV LXXVI LXXVII LXXVIII LXXX LXXXI LXXXII LXXXIII LXXXIV LXXXIX LXXXV LXXXVI LXXXVII LXXXVIII ma mà Macedo madeiro Madre magnanimo magoas May Mayo maior mayor mayores mais Mais mal Mal Malaca maldizer males malogradas maltratada Maltratado mana mancebo mandais mandamentos mandandolhe Mandandolhe mandar mandarão Mandaravos mandardes Mandarvos mandava (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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mãos mar Mar maravilha maravilhas marchetado Marcial marear mares Mares Maria Mariana Marido Marinheiro Mario maritima Marmore marmores Marte martirio mas màs Mas matadores matadura matalla matallo matar mateis materias me Me medico medida medidas Medindote Medir medo Medo medonhamente medos Mel melhor Melhor melhora Melhora melhorar melhores MELLODINO memoria Memoria memorias Memorias menção (2) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (5) (5) (11) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (16) (1) (41) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (76) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (7) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) SFE13, SLA97 SFE34, SAM9 SFA53, SLA36 SAM43 SLA94, SAM33 SAM6 SAM47 SFE80 SFE80 SSA65 SLI22 SLI26, SHE54 SLA77 SLI62, SMO82, SFA88 SFE70, SAM96, SAM41, SPR1, SAM4 SAM23, SAM91, SMO89, SHE38, SAM96 SHE100, SAM91, SSA86, SMO59, SLI26, SMO89, SMO89, SSA65, SMO73, SLI22 SHE42, SLA36 SMO50, SAM48 SMO3 SFU85 SLA18 SHE38 SLI62 SSA63 SLA74 SFE70 SAM47 SMO69 SHE38 SHE100 SMO44 SHE79, SHE79, SLA72 SAM66 SLI62, SMO19, SAM45, SAM9, SAM96, SFE25, SLA18, SMO15, SFE34, SFA51 SLA99 SMO15, SAM76, SMO19, SAM43, SAM20, SAM6, SLI26, SFE80, SFE75, SAM60 SFA51 SFE40 SAM55 SFE30 SAM55, SAM55 SAM20 SHE100 SMO61, SAM9, SAM66, SAM45, SMO49, SAM27, SMO83, SAM4, SAM41, SAM17 SFA88, SFE75, SMO84, SFE78 SSA68 SMO59 SAM48 SMO44 SAM98 SAM23, SLI26, SMO3 SAM27 SAM91 SAM46 SFE25 SMO50, SAM23, SAM2, SMO44, SAM55, SAM23, SMO67 SAM58, SMO73, SMO73 SAM9 SLA93 SLI26 SFU37, SFA51 SPR1 SLA93, SLA99 SLA97 SLA97 SLI62 SPR1 69 Meneses menos Menos mente mentecatos mentindo mentiome Mentirlhe mercè mercê Mereçate merece mereces merecida merecimento merito Meritos mesma mesmo mestra Mestre mestres Meta Metafora mete metrico meu Meu meus meza mezes mezinha mi my mihi mil milagre Milagre milagres milagroso milhão milhões minha Minha Minino Ministro miseros mister misterio Misterio mo Mo mocidade moço moços modello modellos moderna modo modos mofino Mofino molesta molher Monarca Monsieur monta monte (1) (4) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (4) (1) (1) (2) (1) (1) (8) (9) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (20) (4) (7) (1) (1) (1) (31) (2) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (14) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (4) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (3) SLA12 SAM45, SLA18, SMO11, SAM71 SAM55, SAM45 SMO73 SFE13 SLI62 SMO84 SLA95 SFE34 SFE13, SFA88 SSA92 SAM76, SAM76, SLA56, SFA87 SLA77 SAM33 SAM20, SAM55 SFU64 SLA95 SLA94, SAM7, SLA99, SMO44, SAM46, SFE75, SFA88, SHE42 SAM31, SAM27, SSA92, SPR1, SMO15, SLA28, SMO49, SMO15, SFE25 SHE100 SSA65 SHE100 SHE42 SAM91, SMO89 SMO84, SFA51 SLA77 SMO84, SMO84, SMO19, SLI29, SAM47, SAM27, SAM60, SMO49, SMO16, SAM17 SAM66, SFE13, SFE34, SFE78 SAM52, SAM7, SAM2, SMO10, SPR1, SFA53, SFA87 SFE40 SFE70 SSA68 SFE25, SAM41, SAM55, SMO15, SAM27, SFE34, SAM60, SAM27, SAM45, SMO15 SAM46, SMO82 SSA65 SMO69, SMO73, SMO73, SMO83, SAM71, SAM6, SAM71, SAM55 SAM20 SAM20 SAM48 SLA97 SAM71 SAM71 SAM52, SMO15, SMO15, SFA87, SAM55, SMO16, SMO59, SAM33, SAM23, SAM9 SLA74 SSA68 SLA24 SLA95 SFA88 SHE38 SHE79 SAM60 SFE25 SMO81, SMO73 SLI26, SFE78 SMO81 SAM58 SAM48 SFA88 SAM58, SFA51, SMO16 SMO5, SMO19, SAM48, SAM2 SAM17 SAM14 SSA68 SMO35 SHE100, SMO69 SAM66 SLA72, SAM9 SMO57, SMO61, SMO89 70 montes mora morada Moral Morante morgado morras morrei Morrei morreis morrer Morro morta mortal mortas morte Morte mortes mortos Mortos mostra Mostra mostrarão mostrarse Mostras mostrou Mouro movimento muda mudança mudar mudo mudos muy mũy muita muitas Muitas muito muitos multiplicado mundo Mundo murchem murmurar muro Muros Musa MUSA Musas Musica Musico mutas muto n' N na Na nacar Nacestes nada Nada nado namora namorada não Não nas (1) (1) (1) (23) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (11) (15) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (2) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (9) (2) (1) (11) (22) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (20) (3) (1) (1) (8) (2) (1) (1) (1) (92) (34) (13) SSA86 SLI26 SMO50 SMO32, SMO50, SMO49, SMO11, SMO57, SMO69, SMO5, SMO83, SMO59, SMO44 SLA72 SFE70 SFU64 SAM46 SAM46 SAM46 SMO59 SAM66 SFU37 SAM98, SFU37, SFE39 SMO44 SMO82, SFU64, SFU37, SFU85, SFU21, SFU64, SAM46, SMO32, SFE75, SAM8 SMO81, SAM27, SMO50, SFU64, SMO50, SMO81, SFU37, SFU64, SMO50, SFU21 SAM76 SFA51 SFE75 SSA65, SSA68 SAM66 SLA56 SFU37 SLI22 SSA65 SFE78, SMO84, SFE30 SFE75, SFA87 SFE39, SFE75 SLA93, SAM31, SLI29 SMO15 SAM58, SAM60 SAM58 SFE34 SLA74 SFA88 SFA51, SAM27, SAM55, SLA56, SFA51, SFE70 SFA51 SAM31, SFE13, SMO32, SLI22, SLA24, SAM66, SFU64, SLA24, SMO35 SMO5, SLI29 SAM31 SAM27, SAM20, SMO83, SFU85, SLA99, SMO83, SLI26, SAM4, SFE34, SSA68 SFA53, SMO3, SMO11, SSA92, SSA92, SMO11, SLA56, SAM43, SMO11, SMO44 SMO44 SAM41 SFU64 SAM52 SMO3, SLA56, SLA12, SFA87, SFE78, SAM2 SPR1 SFA53 SFA88, SFA88 SLI90 SAM76 SFA51, SMO82 SAM52, SLI22 SHE38 SFE75, SHE79, SLA72, SMO32, SMO32, SAM27, SFE78, SSA63, SAM96, SAM9 SAM91, SLA24, SMO81 SMO84 SMO82 SFE25, SMO57, SFA87, SFA51, SMO32, SFU37, SFE25, SAM96 SMO84, SAM66 SFE70 SAM47 SLI26 SLA93, SAM4, SFE78, SMO50, SAM41, SMO69, SLI26, SFU37, SLA56, SMO67 SAM6, SAM41, SLA56, SLA56, SAM33, SAM60, SAM2, SMO19, SFA88, SAM52 SLI90, SLA95, SAM14, SLA77, SPR1, SAM48, SLA97, SLA56, SLA28, SAM9 71 Nas Nasça nasce Nasce nasceo nascer Nascer nasceu nascido nascimento Nascimento Natal naturaes natureza naufragio navegação navio nẽ nega negada negarlhe negra Negro negros Negros nella nellas nelle nelles nem Nem nenhũa nenhum Nenhum nenhũns nessa nesse nesta neste neve Ninfa ninguem Ninguem no No nobre nobres noite nojo nome norte Norte nos nòs nossa Nosso Nota notoria nova Nova nove novo novos ns num numeroso nunca Nunca (2) (1) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (15) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (2) (1) (1) (2) (1) (25) (3) (3) (1) (3) (1) (8) (1) (3) (18) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (13) (4) SLA12, SSA65 SFE39 SHE54, SSA86 SAM43, SLA93 SAM43, SFE39 SHE54 SMO59 SMO89 SFE70 SFE70, SMO82 SAM43 SAM43 SLA56 SAM43, SMO59 SFU85, SPR1, SSA68, SPR1 SSA68 SMO89 SAM66 SMO35 SAM7 SLI62 SFE75 SFE40 SAM48 SAM48 SMO81, SLA12, SAM7 SAM9 SSA65 SAM52 SFA51, SFE40, SSA86, SPR1, SHE42, SHE42, SMO89, SAM23, SFE34, SFE34 SAM47, SLA74, SMO49, SAM8, SAM66, SFA51, SMO35 SFE80, SAM58 SMO19 SLA72 SMO81 SAM48 SLA99 SFE39, SAM17, SPR1, SFE75 SAM9, SMO73 SLI29 SAM91 SAM2, SMO16 SFE70 SMO89, SAM66, SLI26, SAM76, SFU21, SFE75, SAM20, SAM76, SMO49, SFA87 SFU21, SLI90, SAM96 SAM31, SMO57, SFU21 SLA93 SAM47, SHE54, SFE75 SFE25 SLA97, SLA97, SLA97, SMO50, SAM8, SFU85, SFE75, SMO11 SMO32 SSA68, SAM98, SMO83 SLI22, SMO83, SFA87, SFA88, SHE79, SAM14, SFE39, SMO19, SLA95, SFE30 SFE78 SHE100 SHE100 SMO50 SLA99 SSA92, SFE25 SMO16 SFE75 SAM4, SMO10, SAM98, SFE39, SHE38, SSA63, SAM41, SMO16 SAM9 SLI90 SFE70 SLA97 SAM71, SAM27, SFU21, SAM41, SAM60, SFU37, SAM52, SAM31, SAM2, SAM48 SAM46, SLA12, SLA74, SAM55 72 Nuncios Nunes nuvẽns o ò ô O obedece obedeceis obedecer obedecido obedeço obediencia obediente obrando obrar obras Obras obriga obrigação obrigas Occidente ocio ocupâra odio offenda offensa offereças offerece offrece offrecera offreceu oito oje olha Olha olhado Olhais olhe olhos Olhos Olimpo ondas onde Onde oportuna oposto Ora Oraculo ordem ordena ordenas ordinarias orelha Oriente os Os ou Ou Ouça ouças Ouço ouro ousadia outra Outra outro outros (2) (1) (1) (258) (11) (5) (43) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (9) (2) (1) (1) (7) (3) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (60) (8) (37) (11) (1) (1) (1) (5) (1) (9) (1) (9) (2) SAM43, SAM46 SFA53 SAM7 SAM17, SFE30, SSA92, SFE39, SMO67, SAM58, SLA93, SMO84, SSA65, SAM43 SMO59, SFU64, SLI90, SLA94, SMO11, SFU37, SAM8, SSA92, SMO16, SHE42 SAM20, SLI22, SHE79, SAM91, SAM71 SMO89, SSA65, SSA63, SAM4, SAM2, SSA68, SFE39, SMO61, SLA77, SAM23 SAM91 SSA65 SMO67 SSA65, SAM8 SMO67 SAM27 SAM17 SMO59 SMO67 SHE38 SMO67 SAM41 SAM4 SFA53 SAM76 SMO73 SLA56 SMO11 SMO59 SMO59, SFA88 SSA92 SHE100 SSA92 SLA97 SHE100 SFE78 SHE100 SMO44 SAM60 SMO61 SHE38 SMO69 SMO81, SAM6, SLA77, SAM7, SAM48, SAM46, SAM7, SMO19, SMO59 SMO50, SAM48 SLA12 SAM47 SFA53, SLA77, SLA56, SAM55, SLA97, SFA53, SPR1 SFU85, SMO61, SHE100 SLA95 SLA12 SAM98, SMO44 SMO19, SSA92 SMO81 SAM9 SLA36 SMO67 SFE80 SAM76 SMO10, SMO19, SFU37, SMO44, SMO57, SFA88, SFU64, SAM6, SMO67, SAM6 SAM60, SLA93, SFU85, SLA36, SFA87, SAM52, SFE78, SMO81 SSA86, SLA72, SAM4, SAM8, SMO69, SAM8, SMO61, SAM45, SMO3, SHE79 SAM6, SLA95, SFE13, SMO67, SAM45, SMO19, SMO5, SAM98, SLA72, SLA74 SFA88 SMO35 SLA18 SLA77, SFE30, SMO84, SFA51, SMO61 SMO16 SLA28, SAM4, SAM14, SAM20, SAM33, SLA94, SAM33, SAM98, SFE78 SAM60 SMO69, SFA53, SMO82, SFU21, SAM20, SFA51, SFE34, SFE78, SMO73 SAM14, SMO61 73 ouvia ouvida ouvidas ouvido ouvidos ouvir ouvis ouzada ouzadia ouzado Ouzado ovelhas P paciencia padeça padecella padecello padeci padecidos padeço padrinhos paga pagar Pagaste paguelho pay Pay Paiva Palatino palavras Palestra palestras palha Palinuro Palladioens Pallida par pâr para pâra Para parabẽns paralello pâre Pâre pareça parece Parece pareceis parecer parecida paredes Paredes Parente parentesco pares Parmeno parte Parte partes partese parti partia partir Parto partome passa passados (1) (2) (1) (1) (2) (3) (1) (3) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (51) (3) (12) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) SMO16 SAM48, SMO57 SFA87 SFE70 SAM2, SLA77 SLI62, SAM41, SLA56 SFE39 SFU21, SFU37, SSA65 SFE39, SHE42, SFE39 SAM58, SMO35 SSA65 SLI62 SFE25 SFU64 SMO16 SAM17 SAM58 SAM71 SAM2 SAM17 SFA88 SAM20 SAM6 SFU64 SFE13 SAM46 SFE70, SSA68, SFE70 SLA36 SLA72 SMO19, SMO73 SHE100 SLA28 SFE75 SSA68 SMO11 SMO61 SFA53 SAM48 SFA88, SLA28, SFE40, SMO44, SFE13, SMO35, SLA28, SFE80, SLA24, SAM98 SMO50, SMO50, SLI29 SHE100, SFE75, SPR1, SLI62, SLI62, SLA18, SLI22, SFU21, SLA93, SFE34 SFE30, SFE30, SFE70 SSA68 SAM17 SAM7 SMO16 SLA12 SLA28 SAM43 SLA74 SLA94 SAM52 SAM52 SFE40 SLA74 SFE25 SLA28 SAM58, SAM23, SAM23, SFA88, SAM23 SAM23 SLA72 SAM23 SAM71 SAM6 SAM23 SAM23 SAM23 SFE34, SAM41, SFA87 SMO69 74 passage passageiro passando passar passarei passarinhos passaros passas passatempo Passeai passo passos passou pastas pastor Pastor patarata Patria patrocinio Paulo Pavão paz pé peccado peço pedaços pede Pede pedes pedia pedindolhe pedio pedir pedirme pêdra Pedra pedras Pedras Pedro pegar pego Pegû peito peitos Peixe pejo pela Pelas peleja pelejo pellas pello Pello pelo Pelo pelos pena Pena penar penas Pende penedo penha penhores pensamento pensamentos Pensamentos peor (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (10) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (6) (2) (4) (1) (1) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (5) (2) (1) (2) SMO83 SAM41 SFA87 SMO83, SAM27 SMO83 SFA88 SFE25 SMO35 SMO35 SHE38 SLI22, SMO81 SAM33 SAM58 SAM96 SLI22 SAM47 SFE30 SLA95, SLA95 SHE100 SLA72 SMO89 SAM43, SMO5, SMO5, SMO3, SFE39, SMO5, SAM2, SMO84, SAM47, SHE54 SFE34 SMO19 SMO67 SMO89 SHE42 SHE38 SSA65 SHE42 SSA68 SAM6 SAM9 SFE34 SMO44 SHE100 SAM52, SHE42 SLA99 SHE54 SFE75 SAM76 SFE34 SSA92, SSA92, SHE38 SMO19 SMO67 SFE80 SMO61 SAM7 SLA28 SMO5 SMO44, SFA87, SAM76 SLA95, SMO82, SLA28, SMO61, SHE38, SMO82 SSA63, SSA63 SFE34, SMO11, SAM8, SMO10 SAM31 SMO89 SLA77, SMO32, SFE75, SFE75, SLA28, SAM9, SAM66 SLA95, SLA95 SFA51 SAM9 SMO61 SAM91 SAM91, SAM91 SHE42 SAM31, SAM66, SAM8, SAM71, SAM9 SSA65, SLA93 SAM8 SAM47, SLA24 75 peores (1) pequena (1) pequenos (2) per (1) perca (2) perco (3) perda (1) perdão (1) perdendo (1) perder (4) perderdes (1) perderme (1) perdese (1) Perdese (1) perdi (1) perdição (1) perdidas (1) perdido (2) perdoo (1) peregrina (1) peregrinas (2) Pereira (2) perfeição (1) Perfeição (1) perfeições (1) perfeito (1) perfeitos (1) pergunta (1) perguntandoselhe(1) perguntar (1) pergunto (1) perigas (1) perigo (3) perigos (3) perigou (1) Perola (3) perolas (3) Perseguida (1) perseguilla (1) persigo (1) pertença (1) perturbado (1) Perús (1) pès (2) pês (2) Pescador (2) petição (1) Petronio (1) pezada (1) pezado (1) pezame (1) pezar (2) pezo (2) Phalaris (1) pia (1) piadade (1) piadoso (1) picar (1) Piedade (2) Piloto (1) Pinho (1) pinta (1) Pintada (1) Pintando (1) Piramide (1) pizada (1) pizei (1) pizou (1) SFE25 SFE40 SFA88, SAM48 SFE80 SPR1, SAM7 SMO49, SMO15, SMO61 SLA95 SFE75 SLA18 SMO5, SMO49, SAM55, SAM98 SAM52 SAM66 SMO61 SMO61 SLI62 SPR1 SMO82 SLA18, SAM96 SAM60 SAM8 SLA77, SLA28 SLA99, SLA99 SLA36 SMO50 SSA92 SLA36 SMO19 SMO19 SFE80 SFE40 SLI26 SFU64 SLA24, SMO5, SAM41 SAM71, SAM23, SFA51 SLA24 SAM96, SSA92, SAM96 SMO84, SAM6, SAM76 SMO35 SAM4 SMO15 SFA87 SFE75 SFE25 SMO89, SFE13 SSA65, SSA65 SSA65, SAM91 SAM9 SFE13 SMO57 SMO11 SFU37 SLA12, SAM14 SAM8, SMO10 SMO16 SSA92 SSA92 SAM46 SFE40 SHE54, SSA63 SSA68 SMO89 SLA72 SAM45 SMO19 SLA99 SMO57 SLI62 SSA65 76 Planetas planta Platão plumas pò pô pobre Pobre poço pode Pode podeis podem poder poderà podes poem Poem Poema Poëma poes Poes Poesia poesque Poeta Poëta Poetico Poetiza pois Pois Pomo pontas por Por Porco porem Porem Porém porfia Porfia porfias porfido porque Porque porta Porta portas porto Portugal Portuguez pos Pos possa Possa possais possivel posso possuida posto postra Postrese potente potro pouco Poucos poupe Povo povoado (1) (3) (2) (1) (5) (2) (4) (3) (1) (14) (3) (3) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (14) (23) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (7) (11) (1) (1) (81) (25) (1) (1) (10) (1) (4) (1) (2) (1) (11) (21) (1) (1) (1) (2) (4) (2) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (4) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (9) (1) (1) (1) (1) SMO50 SHE100, SSA65, SMO44 SLA18, SLA72 SFE13 SMO73, SMO73, SMO73, SMO73, SMO73 SMO73, SMO73 SAM2, SAM2, SFA87, SMO82 SAM14, SMO32, SFU64 SSA86 SMO84, SMO84, 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SLI90 SSA86 SHE54 SMO5 SMO5, SAM17, SFE13, SMO5 SAM33 SLA56, SAM47, SFE39 SFU21 SHE79 SSA86 SFE40 SFU37, SAM20, SFU21, SAM55, SAM96, SAM17, SAM41, SFA51, SAM60 SFU85 SMO15 SMO69 SMO83 77 praça prado praya pranto prata prazer prazeres prazo preciosas preço pregão Prelada premiado premio premios prendeyos Prepâra presagio presâgo presteza presume presumida pretendas pretende pretenderdes pretendes preto prevenido prevenidos preza prezada Prezandose prezára prezente Prezese prezo prezos Prima primeiro Primeiro primores Principe principio prizão procura Procura prodiga prodigamente prodigo Proemial proezas profano profanos profissão profunda profundo progresso prol promessa promete prometem Prometes prometeu prometo propia propicios propria propriamente (2) (5) (1) (5) (2) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (3) (5) (3) (2) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) SFE30, SFE40 SLI29, SAM47, SLA74, SLI29, SLI29 SAM91 SFA88, SLI90, SAM33, SLI26, SHE42 SLA77, SMO84 SLI26 SLA97 SFE39, SSA65 SLA99 SAM60, SAM33, SLA74 SAM2 SFE30 SSA63 SAM2, SAM6 SFU64 SMO10 SAM98 SPR1 SSA68 SHE79 SLA36 SAM48, SMO44 SAM8 SAM98, SFA88, SAM31, SMO5 SAM7 SLI90 SFE13 SMO49 SMO10 SLA74 SAM14 SHE100 SLA56 SLA99, SLA12 SPR1 SHE54 SAM52 SFE39, SFE25, SFE25 SSA63, SAM41, SHE79, SMO49, SFU64 SLA99, SHE79, SSA68 SFA87, SLA56 SAM47 SMO83 SMO32, SFE40 SMO10, SMO16, SMO82, SAM2 SAM98 SHE42 SAM76 SMO3 SPR1 SFU64 SFE39 SMO19 SSA92 SMO50 SAM20, SMO73 SFU85, SMO69 SFE40, SFE70 SLI62 SMO84, SFA51 SSA63 SMO35 SMO84, SMO84 SFE70, SMO3 SAM45 SHE100 SLA93 SLA94 78 proprias proprio propuz proscrito provar provárão providencia provido prudencia Prudencia publicação publicando pucha pude pudera pudéra Pudeste Pulga Pulpito puluis pura Pureza puzestes qu' quadro quaes qual Qual qualquer quam quando Quando Quanta quantas Quantas quanto quantò Quanto quantos Quantos Quarenta QUARTA quartetos quasi quatro que Que quedas Quedas queixa Queixa queixar queixas queixe queixes queixo queixume queixumes quem Quem quer Quer quereis querella querem querer queres querida (2) (5) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (13) (10) (1) (2) (19) (17) (1) (2) (2) (17) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (408) (133) (1) (1) (2) (1) (4) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (45) (13) (10) (2) (1) (1) (1) (1) (5) (1) SAM17, SFE13 SAM31, SMO84, SMO15, SAM52, SHE38 SAM27 SMO69 SHE38, SAM31 SAM58 SLA95 SMO67 SLA36 SFU21, SMO11 SLA99 SFU85, SAM43 SFE30 SLA24 SFU85, SLA97 SAM58 SMO16 SFE40 SLA72 SMO73 SAM33, SAM43 SSA63 SMO67 SSA65 SSA86 SMO5, SLA77 SSA65, SMO57, SFE70, SLA93, SAM45, SMO44, SAM9, SAM45, SLA99, SAM45 SSA68, SMO73, SMO83, SHE38, SMO19, SMO16, SHE79, SMO84, SAM17, SAM9 SFE13 SLI29, SAM20 SAM52, SAM48, SAM58, SSA65, SFE34, SMO69, SFA53, SAM47, SAM58, SAM71 SFE75, SLA95, SLA74, SAM17, SSA65, SLA56, SLA95, SLA28, SLA36, SMO5 SHE54 SMO67, SLA77 SAM98, SAM27 SLA18, SFU21, SMO5, SHE54, SHE42, SLI90, SLA56, SMO15, SLA94, SLI62 SHE100 SMO44, SAM58, SAM58, SAM7 SLI90, SPR1 SLA97 SAM71 SPR1 SFE78 SSA63 SMO11, SMO11 SMO3, SLA28, SAM91, SMO73, SAM41, SMO50, SAM45, SLA36, SAM4, SFE80 SFA53, SAM14, SFU37, SFA88, SFA87, SFE75, SAM20, SMO16, SMO16, SAM91 SAM8 SMO89 SAM41, SAM41 SAM14 SAM17, SMO15, SMO61, SMO16 SAM17, SLI26, SLI26, SFA51, SLI62 SAM17 SAM60 SLA56 SAM41 SFU37 SAM6, SAM96, SAM4, SLA18, SLA36, SAM23, SMO73, SAM23, SAM96, SMO3 SMO35, SMO82, SMO11, SAM41, SFE40, SAM27, SAM76, SLI26, SFE30, SMO15 SMO10, SFE80, SAM2, SFE25, SMO44, SAM45, SFE80, SAM45, SAM31, SFE34 SAM17, SAM8 SMO10 SAM17 SAM55 SLI29 SFA53, SLI22, SAM60, SMO35, SMO84 SAM45 79 queridas quero Quia quiçâ quinta quis quisto quiz quizer quizera quizerão quizerdes quizeste racional Rafael rayo Rayo raios rayos rãns Raqueis rara raras rastro ratinho rato ratos razão Razão razo razoens razões real realça recado receo reconhece Reduzir referidos regada regras Rey Reiis Reino reja Relação Religiosa Religiosas Religioso remata remediallo remedio Remendarme remendo remirme remonta renaça renacendo Rendase rende rendei render rendéra rendeste rendido Rendido renova Reo (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (11) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (1) (1) SAM76 SAM7 SMO73 SLI22 SFE34 SAM23, SMO15 SFE78 SMO82, SMO81, SFE78 SPR1 SAM27 SFU64 SAM7 SHE79, SHE79 SMO67 SSA68 SLA12 SAM98 SAM7 SAM46, SLA74, SAM52 SFE13 SLI62 SMO50 SAM4 SMO10 SFE40 SFE40 SFE13 SLA36, SMO44, SLA95, SAM14, SMO67, SMO16, SFE78, SAM14, SAM20, SMO49 SAM66, SHE54 SSA65 SLA56 SMO50 SHE38, SAM45 SAM48 SFE70 SAM31 SFA51 SLA36 SAM2 SLI29 SLA28 SHE38, SHE100 SLA97 SLA95 SMO15 SAM71 SSA92, SLA93 SLA94 SLA72 SAM45 SAM41 SLI29 SFE78 SFE78 SAM66 SLA72 SSA86 SLA93 SFU21 SSA65 SHE38 SFE13 SLA12, SLA12 SSA92 SFU21, SSA65 SHE38, SFU21 SLA93 SMO69 80 reparte Repartes repartîs repetidas repetido repetidos repetindolhe Repouza repouzarão Repouzo reprezenta reprova reprovo republica requebrada resguardo resigno resista resistes resisto resolutas Resolutas resoluto resplandor resplandores responda responde Responde respondeis Respondendo respondeu resposta Resposta Resucita Resulta Retrato revella reverencia reverente revolveis Riamonos riamos Riamos riase ribeira rica rico rigor riguroso RIMAS rio Rio rios riqueza riquissimo rir robusto rodeo roga rogada rogo Roixinol Roma Romance Romano rompa Rompe Rompi (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) SAM23, SAM31, SLA72 SLA77 SAM17 SAM76, SAM98 SAM91 SAM2 SAM91 SAM47, SLA99 SFA53 SHE54 SLA95 SMO5 SMO5 SLI90 SFU37 SAM52 SPR1 SAM9 SMO44 SFE78 SAM76 SAM76 SMO67 SAM60, SLA94 SAM52 SAM45 SHE79 SFE40, SAM91 SMO19 SFE13, SFA87 SFE80, SMO81 SLA77, SLA72, SLA18 SFE34, SLA56 SLI26 SPR1 SAM45 SAM7 SMO11 SHE79 SMO11 SAM31, SAM31 SAM31, SAM31 SAM31 SAM14 SAM47 SAM2, SFE25, SMO82 SMO84 SLI90, SLA97 SAM98 SPR1 SLI29, SLI29, SLI29, SMO3 SAM41 SSA86 SMO32 SLA77 SLI29 SMO89, SHE38 SAM31 SHE100 SAM33 SLA56, SMO10 SLI90 SHE79 SFE78 SSA63 SLA94 SLI26, SAM43 SLI62 81 rosa Rosa rosas Rosas roto roubada roubar roubàrão roubarãome roubou Roubou rua Rubi ruda rudes ruina rumos S Sà sabe Sabe sabeis Sabeis saber saberão sabias sabio Sabio sacrificando sacrificio Sacro Sago sagrado sahio saya saiba Saibao saindo salgado Salve salvo Salvo sangue santa santo Santo são São sarais satirico satisfaça satisfação saudade saúdade Saudades saude Scevola se Se seca Seca secreta secreto seculo seculos sede Sede Sedebat (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (3) (1) (2) (2) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (3) (1) (3) (2) (1) (2) (2) (18) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (147) (42) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (1) SLA74, SAM20 SAM20, SAM20 SFE13 SLA94 SPR1 SFU21 SMO84 SFU37 SMO10 SAM47 SAM52 SFE25 SAM96, SAM96 SFE75 SHE38 SAM8, SSA86 SLA18 SSA92, SHE38 SLA12, SLA12 SLA93, SAM33, SAM45 SAM48 SAM27, SAM9 SLA56, SFE70 SMO81, SAM31, SAM45, SMO49 SAM66 SHE38 SLA36 SLA56 SLA93 SAM4 SSA86, SSA65, SSA68, SSA63, SSA92 SHE100 SMO57, SLA97 SMO89 SMO15 SAM41, SFA87, SAM66 SMO49 SLI26 SMO3 SLA94, SSA92, SLA93 SMO50 SFE80, SLA24, SAM8 SMO61, SFA53 SLA72 SSA92, SSA92 SFA88, SFE40 SMO32, SMO44, SAM4, SFE25, SAM76, SAM2, SFA51, SFA87, SMO10, SFU37 SFE75 SLA24 SFE78 SAM23 SFU37 SAM71 SAM33 SAM6 SLA24 SLA72 SLA74, SAM45, SAM46, SMO50, SMO82, SAM45, SMO49, SLA77, SLA74, SFE34 SMO15, SFA88, SAM71, SMO10, SHE42, SLA36, SLI26, SAM48, SMO10, SMO59 SMO44 SLI29 SAM55 SFE70 SLI90, SLA36 SLA99 SSA86, SHE54, SHE54 SMO82 SSA86 82 Seguio seguyos segunda Segunda segundo Segundo segura seguro sei sey Sei seja Seja sejão Sejão sem Sem semblante sembrante semelhantes sempre Sempre sendo Sendo Seneca senhor Senhor senhora Senhora senhoria Señor sente sentido sentidos sentimento Sentir sepultados Sepultemse sepultura Sepultura ser Ser será serà Serà Serafim serão Sereas serei Serei sereis Serenissimos Sereno serpe serra serve servi servindo servir servirà sestro seta sete Sete seu seus severa severo (1) (1) (1) (1) (3) (2) (7) (2) (6) (2) (1) (12) (1) (1) (2) (25) (11) (1) (1) (2) (20) (4) (2) (3) (1) (6) (12) (9) (6) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (37) (1) (1) (3) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (2) (1) (22) (6) (1) (1) SAM58 SMO10 SAM2 SFE13 SLA18, SLA72, SAM20 SLA99, SSA63 SAM47, SHE42, SFE40, SAM20, SAM33, SMO61, SAM55 SFU64, SAM8 SAM45, SLA77, SAM43, SAM4, SMO59, SHE54 SMO82, SLA56 SAM23 SHE54, SLI90, SFA53, SPR1, SMO3, SMO3, SFE80, SLI29, SLA93, SMO15 SFU37 SLA24 SAM2, SAM55 SFE40, SMO57, SMO35, SAM41, SLA12, SLI22, SAM96, SMO35, SSA68, SMO59 SLI62, SFE40, SFA51, SAM20, SLI22, SAM48, SHE38, SLA36, SMO61, SSA86 SLI22 SAM46 SLA74, SFE78 SAM27, SAM33, SFU64, SAM4, SLA95, SLA36, SMO3, SMO57, SMO50, SAM9 SAM2, SHE79, SHE42, SLI62 SAM45, SLA95 SHE100, SHE100, SAM7 SMO69 SMO32, SFE13, SFE34, SSA92, SLA24, SMO19 SLA18, SMO19, SHE38, SFE34, SFE78, SMO59, SFU64, SHE54, SFE70, SMO67 SAM55, SLA74, SMO15, SAM7, SAM17, SAM55, SLA74, SAM55, SFE30 SFE39, SAM23, SAM9, SAM33, SAM4, SHE54 SFA88 SHE100 SAM9, SMO44 SAM55 SMO10 SLA56, SAM71 SAM33 SLA95 SPR1 SMO82, SMO50 SMO50 SLA18, SHE54, SFE25, SAM27, SHE100, SAM7, SMO3, SLI29, SMO3, SLA12 SMO83 SLA99 SAM9, SMO15, SAM7 SLA18, SLA95 SAM43 SLA28, SFA51, SAM55 SLI62 SMO15 SAM6 SAM45 SLA97 SAM91 SMO84 SAM91 SMO44, SFE34, SAM55 SLI62 SLI62 SLI62 SLI29 SFE78, SFE30 SAM55, SAM55 SLI62, SLI62 SLI62 SFU21, SFU21, SAM31, SMO15, SMO19, SMO89, SSA68, SSA92, SAM96, SAM60 SAM46, SMO81, SMO69, SSA65, SAM46, SLA56 SAM98 SAM46 83 sezuda sezudo si sy sic Sichem sido Sidónia siga sigas sigo silencio sim Simbolo simples sinaes sinal sinalarte sincero singular singulares sirva sirvão so só sò sô Sò sobe sobeja sobejou soberana soberano soberanos soberbo sobes sobre sobrinha socegada Socorrey socorrerme socorro socorros soe soes Soes Sofra sofrimento sogra sois Sois sol Sol soldado solicita solidão Soltame soltasse solto Soltos soma somar sombra sombras sombrio somente soneto Soneto (1) (1) (5) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (26) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (9) (1) (1) (2) (2) (8) (2) (5) (4) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (2) (4) (2) SFE75 SMO11 SLA94, SLA72, SMO15, SMO61, SMO82 SFA88, SAM46 SSA86 SSA86 SFU21 SLA97 SAM17 SFA53 SAM31 SAM52 SFE70 SHE100 SFE75, SMO11 SAM43 SAM43 SLI90 SAM46 SAM96 SHE38 SMO3 SPR1 SMO67 SLA36, SMO83 SMO50, SFA51, SFE25, SFE13, SAM45, SHE54, SLI90, SFE75, SMO32, SFE40 SLA72, SAM9, SAM2 SAM41 SFU37 SLI29 SAM14 SLA74, SAM98 SSA63 SMO19 SMO89, SLI22 SLI90 SHE38, SHE100, SMO50, SLA18, SMO73, SFE30 SFE30 SLI26 SSA68 SAM66 SAM7 SAM66 SMO16 SLA74, SAM48, SFE30, SAM48, SMO67, SAM48, SAM48, SHE54, SHE54 SMO32 SLI62 SAM9, SFE75 SLA74, SLA74 SFE30, SFE13, SAM45, SAM45, SAM45, SFE13, SLA24, SFE25 SFE70, SAM96 SSA92, SSA92, SAM76, SAM6, SFE25 SAM7, SAM47, SFE70, SAM52 SFU21 SMO49, SMO73 SMO50 SAM60 SMO57 SFE75 SAM6 SAM71 SAM31 SLI26, SAM7, SAM7, SAM43, SAM47 SSA68 SLI29 SAM33, SAM14 SFE13, SFE13, SFE78, SFE34 SMO3, SAM66 84 SONETO Sonetos sonho sono sonora sonorosos sopro sor sorte Sorte Sortes sòs sospeito sou Sousa sua suas suave suaves subida subidos subio subir subirão sublime sucedia sucesso sucessora sufragio sufridas sugeitas super suspensão suspenso suspiros sustenta sustentadas susto suxa T tacitas taes Taes tal Tal Talamo tambem Tambem tanta Tanta tantas Tantas tanto Tanto tantos Tantos tão Tão tarda tardado tardados Tardastes tardo tardou te tẽ Te teatro (100) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (17) (1) (1) (1) (1) (5) (2) (6) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (13) (1) (5) (1) (19) (6) (1) (11) (4) (7) (3) (2) (1) (22) (3) (9) (1) (43) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (22) (1) (3) (1) SHE100, SPR1, SAM2, SMO3, SAM4, SAM9, SMO50, SFA51, SAM52, SFA53 SFE78 SHE54 SHE54, SAM47, SMO73 SLI90 SFU85 SAM91 SFE30 SLA36, SAM23, SMO50, SLI29, SAM52, SFU64, SLA28, SMO16, SPR1, SAM27 SAM27 SMO5 SMO83 SFE70 SLA24, SMO67, SMO49, SMO73, SMO73 SLA18, SLA95 SLA72, SHE100, SFU37, SSA68, SFE40, SHE38 SHE100, SFU21 SLI90 SLI90 SAM60, SLA94 SLA93 SMO69 SMO69, SAM8 SLA77 SFE75, SSA92 SLA36 SHE38 SAM47 SPR1 SAM55 SAM52 SSA86 SAM58 SAM58 SAM60 SSA65 SMO82 SHE38 SFE30 SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35 SMO11 SMO19, SLA28, SMO19, SAM66, SAM66 SMO44 SLA24, SAM23, SFE39, SAM9, SAM9, SFE13, SLA36, SAM43, SFU21, SAM43 SLA95, SFA53, SAM47, SFA87, SMO81, SFE40 SLA97 SFA88, SFE80, SFA88, SAM43, SAM4, SFE30, SFE80, SFU85, SAM52, SLA18 SPR1, SMO83, SMO35, SAM43 SSA92, SLA93, SMO19, SFA88, SLA72, SLA24, SMO84 SHE54, SMO19, SLA97 SMO50, SAM48 SAM27 SAM41, SFE80, SMO84, SLA77, SSA92, SLA97, SFE34, SFU37, SMO15, SMO10 SHE42, SLI90, SHE54 SMO10, SLA24, SAM14, SMO61, SMO19, SAM48, SAM2, SAM2, SAM43 SLI62 SHE42, SMO32, SMO49, SSA86, SAM76, SSA86, SAM14, SFE13, SAM60, SLA94 SMO57, SLA12, SMO19, SLI90, SAM33, SMO81, SMO89 SMO69, SMO69 SMO10 SMO10 SMO10 SAM52 SAM33 SMO50, SFU64, SAM60, SAM8, SAM60, SAM60, SMO35, SMO57, SMO44, SHE42 SLI90 SLA77, SMO59, SLA28 SMO11 85 teem Tejo tem Tem tema temais Teme Temei temendo temeo temer temerarios temerosa temeroso temião temo temor tempestade templo Templo tempo Tempo tempos Tende tendes Tendes tendo tenhais tenhão tenho Tenho Tenhoa tens tẽns ter Ter terà teràs tercetos Terdes termina termo termos terra Terra terras tesouro testa teu Teu teus teve tezouro Thomaz ti tî ty tia Tia Tiberio Tifis Timante timido tinha tino tira tirania tiranias (1) (2) (16) (3) 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SHE38 SMO84 SAM6 SHE79, SLI22, SMO84, SLA97, SFU85, SLI22, SFU85, SSA92, SMO11 SAM8 SMO44, SMO44, SMO59, SFA87, SFA87, SFA53 SAM14, SFE13, SAM48 SLA77 SLA77 SFA87, SLA28, SMO44, SHE42, SLA12, SFA53, SMO35, SLA97, SMO84 SAM8 SMO57, SSA92, SSA92, SMO57 SFE30 SFE30, SFE30 SMO69 SSA68 SLA72 SSA65 SAM23 SMO49, SSA68 SAM41 SMO16 SAM66 86 tirano tiranos tirar tirarmas Tirou tive tivera tiveste to Tobias tocava Tocha toda Toda todo Todo todos Todos Toga tomado tomai Tomando tomar tomarlhe tomo Tomo topando tormenta tormento tornado Tornão tornarei tornas Torne tornem Torno tornou torpe torpeza Torre toucado trabalho traçandome traçastes Tradução tragedia tragedias tragicos Tragoume tramoyas tras tratos traz trazer tres trilhado triste Triste Triunfado triunfador Triunfando triunfante triunfo triunfos trocàra Trocarme trocaste troco (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (4) (2) (7) (2) (9) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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Vaite Val valem valente valerme valho valor Vamos vão vãos varanda varão Varia varias variedade vario Varre vas vàs Vàs vassallajem vazo vè vê Vè vedado vede Vedes Veyo veja vejo Vejo velha velhice Velhice (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (9) (7) (4) (1) (1) (10) (4) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (14) (2) (1) (1) (9) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (11) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (3) (1) (1) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (4) (9) (1) (1) (1) (1) SLI26 SHE42, SHE42 SMO11 SMO3 SFE25 SFE34 SFE34 SFE34, SMO35, SSA65, SLA93, SLI22, SLI22, SMO84, SLA12, SMO35 SLA12, SMO35, SFA53, SLA93, SMO50, SLA36, SAM91 SAM58, SFU64, SMO59, SFU64 SLA12 SPR1 SMO11, SFE80, SMO59, SLA18, SAM91, SFA51, SLA94, SAM60, SLI22, SMO32 SMO59, SMO61, SAM60, SMO61 SLA72 SLA99 SLA74 SLA99, SLA99 SFE70 SAM48 SAM55 SMO50 SAM66, SAM66 SLA77 SLA36 SLA95 SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO35, SMO5, SMO35, SMO35 SFE30, SFE78 SLA93 SLA24 SAM31, SFA88, SAM31, SMO3, SMO61, SLA18, SFA87, SAM31, SMO83 SMO81, SMO81 SMO35 SMO35 SFA51 SAM96 SLA12 SAM66 SAM66 SMO61, SAM31, SAM96, SFA88, SAM96 SMO82 SMO3, SMO35, SAM96, SMO44, SAM7, SMO5, SAM31, SMO89, SMO83, SLA36 SFA88 SFE75 SLA36 SFE75 SMO67 SFA51 SMO69 SMO61 SMO35, SLA93, SMO35 SLI22, SLA77, SLA77 SLI22 SAM20 SSA65 SMO89, SMO10, SLA36, SMO49 SMO61, SFE39 SFA53 SMO84 SMO32 SMO35, SFE75 SFU37 SAM6, SAM46, SMO15, SAM45 SLA77, SLA28, SLI22, SLI62, SMO5, SMO67, SAM66, SFE80, SMO67 SLI29 SFE13 SMO73 SMO44 88 velho Velho velhos vellos vem Vem vença Vença vence Vence vencedor vencedora vencer vencido vencimento vendido vendo vendovos Vendovos venera Venera venerando Venha Venhão venho ventagem vento Vento ventura Ventura venturosa venturoso ver Ver Verão veràs verdade Verdade verdadeira verdadeiro verdades verde Verde verdura Verei vergonhosa verme vermos verse verso versos Versos ves vés veste vestida vestido vestio vestuario vez vezes vi Vi VI via viagem viajem vião (1) (2) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (6) (2) (1) 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SMO16 SSA65, SAM43 SLI26 SMO11 SAM2, SAM66, SMO84, SLA97, SAM60 SLA77, SAM27, SFE70 SAM71, SLI29, SLA74, SLI29, SMO49 SMO81 SAM6 SMO10 SHE38 SAM71 SMO81 89 vibre viçosa victima vida Vida vidas Vidas vidro vieres vigor VII VIII vil vinda Vinda Vindes vinga vingado vingadores vingança vingo vio vir vira viràs virdes virtude virtudes vîs Visse vista vistas viste vistes visto vistos Vite vitoria Vitoria vitorias Vitruvio vituperio viva vivais Vivão vivas vive Vivei viveis vivendo viver vives viveste Vivia vivirà vivirão Vivirás vivos vo voar voàr voaste Voiture volta Voltouse vontade voo voos (1) (1) (1) (27) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (3) (1) (3) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (3) (1) (1) (2) (9) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (3) (4) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) SHE54 SAM91 SSA92 SAM20, SMO57, SMO32, SAM4, SMO35, SAM23, SMO35, SMO73, SFE40, SAM58 SMO35, SMO35, SAM27, SMO35, SMO82, SMO57, SMO35 SAM76, SAM76 SAM98 SMO44 SLI22 SMO73 SAM7 SAM8 SAM55, SMO73, SAM96 SAM23 SLI26 SMO10, SAM43 SMO49 SAM98, SLI29 SAM52 SAM55, SAM55, SPR1 SMO49 SFU64, SMO89, SMO82 SMO11, SAM33, SAM33, SAM43, SFA87, SMO69 SMO5 SLI90 SFE70 SSA65 SHE38 SMO57 SLA95 SMO16, SAM9, SLA74, SAM9, SLA74, SAM9 SAM52 SMO57 SFE70 SFE78, SHE38 SAM7 SAM58 SLA12, SMO57, SAM48 SHE79, SSA63, SHE79 SAM4 SLA72 SMO84, SHE38 SAM9, SPR1, SAM20, SAM45, SMO15, SLA12, SAM45, SAM33, SAM45 SHE54 SLA18 SLA77 SFU37, SLA77, SMO19 SAM55 SMO32 SMO32, SLA18, SLA77 SMO32, SAM27, SAM20, SMO59 SFU64, SLI22, SMO50 SSA92 SMO89 SLA97 SLA99 SLA12 SMO81 SFA88 SMO5 SMO49 SAM8 SAM66 SMO82 SMO81 SHE79, SMO3, SLA28 SMO49 SAM8 90 vos vós vòs vôs Vos vosco vossa Vossa vossas vosso Vosso vossos Votando votar voto votos vou voz vozes vulgares X XC XCI XCII XCIII XCIV XCIX XCV XCVI XCVII XCVIII XI XII XIII XIV XIX XL XLI XLII XLIII XLIV XLIX XLV XLVI XLVII XLVIII XV XVI XVII XVIII XX XXI XXII XXIII XXIV XXIX XXV XXVI XXVII XXVIII XXX XXXI XXXII XXXIII XXXIV XXXIX XXXV XXXVI (73) (1) (2) (2) (10) (6) (13) (2) (4) (7) (1) (7) (1) (1) (1) (1) (5) (10) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) SFE34, SAM46, SHE54, SFE30, SFE40, SFE25, SHE38, SMO11, SAM76, SAM20 SAM45 SMO82, SAM76 SAM52, SAM46 SFE80, SFE39, SFA51, SFE34, SAM45, SAM17, SAM27, SAM17, SAM7, SMO15 SLA24, SMO81, SLA24, SHE54, SAM46, SFE30 SFE30, SAM43, SLA18, SHE100, SLA94, SAM55, SFE34, SFE13, SLA95, SHE100 SAM55, SLA95 SAM4, SMO67, SHE38, SAM27 SAM4, SAM17, SLA24, SMO16, SAM20, SMO82, SAM20 SFE13 SFU37, SFE34, SLA18, SLA18, SLA56, SSA65, SFE13 SSA92 SLA24 SSA92 SLA24 SMO59, SMO59, SLA18, SFE75, SAM66 SAM41, SMO3, SLI90, SAM60, SMO73, SAM58, SLA56, SAM58, SMO73, SMO16 SLI62 SFE25 SMO10 SLI90 SAM91 SSA92 SLA93 SLA94 SLA99 SLA95 SAM96 SLA97 SAM98 SMO11 SLA12 SFE13 SAM14 SMO19 SFE40 SAM41 SHE42 SAM43 SMO44 SMO49 SAM45 SAM46 SAM47 SAM48 SMO15 SMO16 SAM17 SLA18 SAM20 SFU21 SLI22 SAM23 SLA24 SLI29 SFE25 SLI26 SAM27 SLA28 SFE30 SAM31 SMO32 SAM33 SFE34 SFE39 SMO35 SLA36 91 XXXVII XXXVIII Zafir Zafiro Zefiro zelo Zombar zombaria zombas zunir (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) SFU37 SHE38 SAM96 SAM96 SAM47, SLI90 SMO3 SFE34 SFA88 SAM91 SFE30 92 ÍNDICE INVERSO DE FORMAS DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS FORMAS FREQUÊNCIA a á à A manhãa vãa Acaba caiba saiba alcoba Tuba TUBA cà câ Câ ameaça faça satisfaça Malaca renaça graça Graça desgraça Desgraça praça cabeça Abbadeça padeça compadeça emmudeça Seneca pareça seca Seca cobiça fica cientifica republica rica Caparica America Alegorica Musica Arismetica botica Justiça quiçâ realça inculca alcança mudança Bragança vingança branca lembrança esperança Esperança licença pertença vença Vença nunca (302) (2) (20) (73) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (5) (2) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (6) (2) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (3) (3) (1) (6) (1) (3) (1) (1) (1) (13) 93 Nunca Monarca cerca perca força Força esforça Nasça Ouça da Da dà Dà roubada cada Cada fabricada atiçada alcançada destroncada dada descuidada duvidada socegada chegada negada regada carregada rogada fechada confiada envejada Envejada dezejada aleijada Prelada estimada informada costumada nada Nada desenganada desornada consoada espada Espada brada celebrada requebrada esperada desesperada honrada morada namorada Errada forrada cansada dilatada maltratada acreditada levantada Pintada cortada conquistada levada louvada pezada prezada (4) (2) (1) (2) (7) (2) (1) (1) (1) (102) (9) (3) (1) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (8) (2) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) 94 desprezada pizada bautizada catorzada ouzada leda Arrabida subida agradecida conhecida desconhecida escarnecida parecida merecida homicida medida comedida Despedida candida fingida Pallida humida presumida unida intrepida ferida Flerida querida detida advertida vestida Perseguida erguida possuida vida Vida devida atrevida convida duvida ouvida anda Anda varanda branda defenda offenda emenda horrenda contenda inda ainda Lucinda linda vinda Vinda responda profunda segunda Segunda toda Toda tarda bastarda aguarda perda muda ruda (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (27) (7) (1) (2) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (9) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (2) (2) (1) (1) (1) (2) (1) 95 estuda sezuda cadea idea Candea alhea Empirea Ninfa paga cega chega nega entrega diga prodiga amiga obriga siga antiga folga Pulga vinga afoga roga Toga avoga larga enxuga ha Ha hà Hà Tocha pucha lha palha batalha orelha velha Filha maravilha olha Olha penha Venha gracinha minha Minha caminha sobrinha tinha continha convinha Cazinha mezinha Cunha praya saya ensaya Grecia elegancia fragrancia ignorancia convalecencia providencia prudencia Prudencia contingencia (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (19) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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demazia fantazia dezia cortezia ja já Já jà Jà jâ sobeja peleja despeja reja seja Seja veja enveja Enveja dezeja dirija cuja Cuja la Lá là Là iguala pela falla Falla declaralla adoralla matalla ella Ella bella Bella padecella della nella Appella querella estrella Estrella detella cautella aquella Aquella revella dizella donzella perseguilla contallla Perola Scevola intitula ma (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (27) (10) (2) (1) (1) (1) (1) (12) (1) (4) (5) (4) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (8) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (3) (2) (2) (1) (5) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (5) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) 98 mà ama Cama Dama fama Fama chama aclama flama Flama derrama Poema Poëma tema cima Prima victima maritima lastima lastîma estima alma Alma calma Roma soma arma enferma firma mesma Cuma na Na ufana engana Daliana Mariana mana humana deshumana Joana soberana ordena Filomena pena Pena pequena Lesbina dina Dina termina benina peregrina doutrina destina ruina Dona moderna eterna cisterna Furna fortuna Fortuna oportuna boa Lisboa agoa Tenhoa (1) (1) (1) (2) (4) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (8) (1) (20) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (7) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (4) (1) (1) (6) (3) (1) (2) (2) (1) (1) 99 entoa culpa desculpa limpa rompa trocàra cuydàra cuidarâ farà julgarà acharà clara declara para Para pâra Prepâra usurpàra ocupâra rara admirarà faltarà Brotarà avara deixára prezára gozâra Celebra Coimbra sombra assombra dobra Pedra pêdra era Era cera Cera engrandecera conhecera offrecera dera Considera rendéra poderà pudera pudéra fera Fera esfera escolhera colera venera Venera espera desespera Crerà será serà Serà Dissera compusera terà severa tivera estivera fizera quizera (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (51) (12) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (10) 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Fermosura Escritura altura sepultura Sepultura ventura Ventura desventura Sà acesa defensa offensa immensa apensa dispensa viçosa vergonhosa Religiosa escrupulosa famosa fermosa Fermosa arenosa cavernosa Esposa rosa Rosa temerosa venturosa custosa Custosa passa essa Essa promessa nessa depressa nossa possa Possa vossa Vossa causa Musa MUSA Sousa remata patarata ingrata prata Meta Poeta Poëta secreta (4) (1) (5) (2) (9) (1) (1) (3) (1) (7) (3) (1) (2) (8) (2) (1) (2) (2) (1) (8) (1) (3) (2) (1) (3) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (3) (8) (4) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (13) (2) (2) (6) (1) (2) (1) (1) (4) (2) (1) (4) (1) (1) 102 seta solicita incita exercita Resucita dita acredita desacredita estreita grita deposita muita evita alta falta volta Resulta canta Canta Galanta planta santa tanta Tanta Quanta levanta Levanta alenta lamenta exprimenta tormenta atormenta aumenta Quarenta avarenta intenta contenta sustenta reprezenta pinta quinta conta Conta monta remonta afronta pergunta junta gota Nota carta QUARTA certa Corta morta porta Porta importa curta casta esta Esta estâ Estâ desta Desta festa molesta (2) (2) (2) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (7) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (13) (5) (6) (1) (9) (1) (1) (1) 103 nesta Funesta Fresta testa Evangelista resista conquista vista resposta Resposta custa ajusta assusta fruta agua Agua fragua algũa Algũa hũa Hũa nenhũa continua rua sua tua và tocava dava convidava mandava bordava callava Fallava Bramava esperava chorava atormentava cortava estava louvava deixava leva eleva Paiva cativa viva cova Cova nova Nova renova reprova trova Trova sirva louva Dexa baixa deixa Deixa queixa Queixa bruxa suxa Catuxa cartuxa grandeza (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (3) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (3) (1) (34) (4) (2) (1) (1) (6) 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antiguidade igualdade verdade Verdade saudade saúdade Andrade Frade grade vontade tempestade amizade pede Pede impede crede sede Sede vede ide Ide Piramide humilde Humilde ande mande grande defende Defende Pende rende emprende Tende pretende entende Entende onde Onde Conde esconde donde Donde adonde responde Responde confunde pode Pode arde Arde verde Verde desde Desde fraude saude pude virtude fé (5) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (7) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (3) (2) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (4) (2) (1) (7) (3) (2) (3) (9) (4) (4) (1) (2) (1) (14) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 106 fè Fè fê Fê passage longe foge Foge he He hè lhe Lhe Dalhe aconselhe perguntandoselhe Ajuntailhe Dizeilhe olhe mandandolhe Mandandolhe pedindolhe repetindolhe negarlhe tomarlhe usurparlhe Dirlhe Mentirlhe deveslhe estranhe encaminhe alivie eleje Finje oje foje hoje Hoje lè galê elle Elle delle Delle nelle atropelle aquelle Aquelle me Me Façame aclame Soltame pezame Teme Daime Ensinaime Escutayme deixaime Canseime sublime consumime estime roubarãome traçandome emprenhandome confundome home (1) (3) (3) (3) (1) (3) (2) (3) (87) (13) (2) (33) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (16) (4) (1) (1) (10) (1) (5) (1) (1) (1) (7) (1) (76) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 107 homẽ mentiome nome admirome partome Trocarme darme Remendarme cegarme perderme valerme socorrerme verme pedirme firme afirme remirme Dorme Tragoume presume costume queixume Dizme nẽ insigne Domine Torne Cisne doe soe pé Escape Principe golpe Rompe Calliope CALLIOPE serpe torpe poupe declare pâre Pâre celebre Funebre vibre cobre encobre nobre pobre Pobre sobre crê Madre Compadre Alexandre fere espere milagre Milagre alegre Chore Marmore sempre Sempre Varre Corre Torre (1) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) 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(1) 109 ante abundante infante Infante triunfante elegante chante dessemelhante diante Galante semblante amante Amante Diamante Diâmante Timante espante sembrante fragrante Morante ignorante inorante bastante constante inconstante avante levante Occidente correspondente ardente gente obediente Oriente valente excelente Excellente mente confiadamente cegamente prodigamente medonhamente propriamente eternamente Eternamente altamente igualmente somente adormente desmente eminente Parente differente reverente sente consente contente potente delinquente prezente auzente conte fonte Fonte monte fronte defronte Medindote arte (2) (1) (1) (2) (2) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (7) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (5) (2) (3) (1) (1) (1) (4) 110 Arte darte Chegarte sinalarte Marte parte Parte reparte comparte levantarte Duarte louvarte corte Corte forte morte Morte norte Norte importe sorte Sorte consorte trocaste guardaste gaste Pagaste engaste ensinaste voaste celebraste descifraste lograste Entraste illustraste asseguraste deixaste eternizaste este Este bebeste deste Deste rendeste aprendeste Pudeste leste celeste neste agreste veste tiveste viveste quizeste triste Triste consiste advertiste viste foste Gozoute chegue desobrigue sangue que Que Albuquerque porque (1) (3) (1) (1) (3) (5) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (3) (2) (3) (11) (15) (1) (3) (1) (17) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (11) (4) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (2) (7) (3) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (408) (133) (1) (11) 111 Porque poesque bosque vè Vè vê ave Ave acave grave suave deve leve neve breve escreve Descreve atreve teve tive vive Salve chove nove serve houve deixe Peixe queixe trouxe faze goze F Ah I ay Ay acabai Passeai guiay Fallai May amay tomai pay Pay Esperay vai Vai vay deixai Deixai Rubi padeci conheci guadameci Lici XCI perdi Bebei bradei cuydei rendei hei hey Escolhei beijei ley (21) (1) (3) (4) (1) (2) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (1) (6) (1) (1) (2) (3) (1) (3) (3) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (3) (1) (9) (1) (2) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) 112 Temei Rey farei entregarei declarei callarei chamarei tornarei passarei cantarei acolherei serei Serei Verei Frey irei direi Direi chorei Socorrey morrei Morrei sei Sei sey Cheguei entreguei julguei Vivei Fazei pizei fugî mihi II XCII III XCIII LIII XLIII VIII XCVIII LVIII XLVIII XVIII LXVIII XXVIII LXXVIII XXXVIII LXXXVIII XIII LXIII XXIII LXXIII XXXIII LXXXIII LII XLII VII XCVII LVII XLVII XVII LXVII XXVII LXXVII XXXVII LXXXVII XII (1) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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Em bem Bem tambem Tambem Cem Crecem podem ordem teem viagem ventagem Sichem murchem viajem vassallajem valem Bellem homem Homem nem Nem (2) (23) (19) (6) (1) (3) (1) (1) (4) (1) (13) (10) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (2) (5) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (112) (21) (24) (3) (11) (4) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (15) (7) 115 tornem poem Poem abrazarem querem porem Porem Porém sem Sem tem Tem prometem fontem ninguem Ninguem quem Quem Fiquem vem Vem deixem fazem dizem induzem jardim Jardim fim Serafim emfim Emfim enfim sim bom com Com Dom um algum hum Hum nenhum Nenhum num N en certamen con o ò ô O ao Ao Labão Saibao Cão publicação satisfação navegação obrigação Relação informação examinação coração acção Acção ambição (1) (1) (1) (1) (1) (1) (10) (1) (25) (11) (16) (3) (1) (1) (2) (1) (45) (13) (1) (6) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (10) (1) (2) (2) (1) (1) (4) (41) (15) (7) (1) (6) (57) (11) (1) 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faço Ithaco Jacô braço Braço fraco eco padeço obedeço engrandeço conheço peço preço esqueço medico fico Catholico Epitalamico academico Academico Heroico rico Lirico satirico metrico Musico Poetico Lourenço cinco moço poço troco ensoço charco berço cerco perco Porco parentesco Francisco vosco Ouço louco pouco do Do dò DO perturbado (1) (1) (4) (1) (1) (11) (1) (1) (1) (1) (1) (11) (2) (2) (3) (2) (10) (1) (1) (2) (1) (1) (6) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (6) (1) (2) (9) (102) (15) (1) (1) (1) 118 peccado recado multiplicado comunicado alcançado disfarçado Cercado forçado arriscado toucado dado vedado cuidado cuydado descuidado soldado tardado guardado Fado Triunfado chegado salgado vingado morgado achado trilhado olhado adivinhado confiado premiado aleijado Aleijado amado Amado chamado derramado estimado tomado armado nado enganado tornado afortunado abençoado povoado culpado desculpado Celebrado sagrado Irado admirado honrado prado errado cerrado encerrado letrado illustrado dourado cansado Maltratado detado marchetado denotado apartado concertado furtado engastado (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (4) (1) (4) (2) (1) (1) (1) (3) (9) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (5) (4) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) 119 estado deixado cazado pezado entronizado avizado gozado ouzado Ouzado cedo Macedo dedo medo Medo penedo Figueiredo Arredo caído obedecido conhecido embravecido vencido nascido despedido rendido Rendido vendido perdido porfido bramido timido prevenido Marido ferido Horido corrido sido combatido repetido sentido convertido vestido cuido conseguido arguîdo erguido atrevido provido duvido ouvido ando sacrificando publicando buscando dando Dando cuidando duvidando Triunfando chegando folgando confiando fallando Fallando mando amando Tomando affeiçoando (5) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (6) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) 120 Apalpando topando brando Brando Celebrando obrando venerando passando imitando cantando acrecentando Lamentando Pintando contando Votando arrastando estando Estando quando Quando Louvando deixando renacendo conhecendo convalecendo defendendo Respondendo ardendo perdendo lendo remendo temendo crendo Crendo Correndo sendo Sendo tendo entendo vendo havendo vivendo fazendo saindo Comedindo Eximindo dormindo competindo mentindo servindo iracundo jocundo profundo segundo Segundo mundo Mundo modo todo Todo ardo tardo guardo aguardo resguardo desdo escudo agudo (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (19) (17) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (3) (1) (2) (1) (2) 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silencio ocio comercio remedio pedio incendio Indio odio Claudio Veyo epitafio confio naufragio sufragio presagio contagio Elogio contrahio sahio auxilio Tullio premio patrocinio Aonio Demonio Petronio Antonio principio rio Rio lapidario Mario contrario adversario vestuario vario desvario brio sombrio alvedrio Tiberio emisferio imperio Imperio vituperio misterio Misterio frio delirio (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (9) (1) (4) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (2) (1) (1) (3) (1) 123 martirio Laudatorio proprio estio Estio vestio Seguio vio navio desvio Vitruvio elejo pelejo pejo despejo Tejo manquejo vejo Vejo dezejo Anjo Archanjo nojo cujo Cujo Dedalo pelo Pelo zelo remediallo matallo iguallo bello Gabello padecello modello paralello pello Pello Castello desvello dizello Eillo estillo Apollo Simbolo Idolo templo Templo contemplo exemplo Paulo Oraculo seculo Tumulo mo Mo chamo Talamo temo dizeimo magnanimo bellissimo Clarissimo riquissimo como Como Pomo (1) (14) (5) (2) (1) (1) (1) (3) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (9) (1) (4) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (2) (1) (2) (1) (1) (3) (4) (1) (2) (2) (2) (1) (3) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (35) (9) (1) 124 tomo Tomo termo esmo mesmo no No ano dano profano engano desengano Giostiniano Romano humano soberano tirano Lusitano Parmeno Sereno digno Digno resigno dino MELLODINO Reino fino mofino Mofino imagino Minino tino Palatino desatino destino arruino divino anno Anno dono sono inferno eterno inverno Inverno governo Torno asno perdoo voo pò pô campo tempo Tempo passatempo limpo Olimpo corpo barbaro Barbaro caro claro cantaro avaro assombro Descubro Sacro (1) (1) (1) (1) (9) (25) (3) (1) (7) (1) (3) (2) (1) (1) (5) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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glorioso Envejoso ardiloso famoso fermoso Fermoso enganoso luminoso temeroso numeroso generoso milagroso honroso amoroso Amoroso riguroso venturoso ditoso Ditoso argumentoso custoso verso Discurso passo sucesso excesso progresso isso Isso Disso Nosso posso vosso Vosso aplauso Aplauso to rato barato desbarato ingrato Retrato desato prometo soneto Soneto SONETO secreto preto habito dito credito feito effeito Effeito perfeito (1) (3) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (29) (1) (1) (4) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (4) (7) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (4) (2) (100) (1) (1) (1) (3) (3) (1) (1) (1) (1) 127 geito peito sospeito delito oito Pulpito escrito proscrito merito grito esprito muito alto Alto assalto solto envolto culto canto encanto Diafanto manto espanto pranto santo Santo tanto Tanto quanto Quanto quantò cento accento alento fraudulento Firmamento assombramento Casamento pensamento apartamento cazamento elemento Elemento merecimento vencimento nascimento Nascimento arrependimento entendimento sofrimento sentimento movimento escarmento Escarmento tormento Documento instrumento atento intento cruento vento Vento convento Conto difunto pergunto junto Junto (1) (3) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (9) (9) (1) (1) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (2) (3) (5) (2) (2) (22) (3) (17) (4) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (5) (4) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (2) (2) (5) (2) (6) (1) (1) (1) (3) (1) (18) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) 128 Asunto Assunto boto Escoto Piloto roto voto Parto cuberto certo Certo incerto desconcerto porto gesto isto Cristo resisto quisto visto gosto Gosto posto Aposto composto oposto robusto custo Augusto justo injusto susto escuto resoluto irresoluto muto Bruto fruto estatuto astuto arduo vo bravo Escravo levo lascivo altivo Altivo Festivo salvo Salvo novo Povo reprovo abaixo Eixo deixo freixo Freixo queixo cazo razo prazo vazo pezo prezo desprezo Dalizo (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (3) (1) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (2) (8) (1) (3) (3) (2) (1) (2) (1) (2) (2) (2) (1) (4) (1) (1) (2) (1) (5) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (10) (1) (3) (8) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (1) 129 ditozo Repouzo P ar Ar acabar Zombar roubar nacar abraçar justificar picar alcançar buscar Buscar assucar dar dàr cuidar andar mandar acordar mudar marear pagar devagar chegar pegar lugar Lugar batalhar Batalhar Familiar festejar beijar callar Callar circular singular Dissimular Consular mar Mar amar somar tomar penar fulminar voar voàr par pâr escapar disculpar disparar celebrar obrar esperar tirar honrar chorar melhorar cerrar entrar durar murmurar agourar Aventurar (1) (1) (1) (2) (5) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (11) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) 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mayor valor flor amor Amor temor humor Señor por Por horror sor pastor Pastor Autor Doutor favor louvor Monsieur S as ás às âs As acabas ambas Ambas zombas graças desgraças deças offereças fabricas esperanças (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (6) (1) (3) (1) (11) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (3) (2) (1) (7) (3) (6) (12) (2) (3) (5) (8) (5) (32) (5) (1) (1) (81) (25) (1) (1) (1) (1) (3) (2) (1) (3) (1) (2) (46) (1) (4) (1) (8) (1) (1) (1) (1) (4) (1) (1) (1) (1) (1) 132 Esperanças carrancas licenças bocas forças ouças carapuças das Das dâs dadas fundadas guardadas derramadas Derramadas malogradas choradas sustentadas quedas Quedas medidas perdidas unidas feridas queridas sufridas repetidas advertidas vidas Vidas atrevidas duvidas ouvidas esmeraldas pretendas entendas contendas ondas Bodas guardas cadeas feas Cheas areas Sereas digas fadigas figas amigas obrigas perigas sigas conchas lhas ovelhas maravilhas sabias Tobias Ancias Excellencias dias tragedias fias porfias Lias tiranias insignias tramoyas (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (20) (4) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (5) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) 133 Troyas impias alimarias ordinarias contrarias varias materias glorias memorias Memorias vitorias proprias envejas cujas Pelas ellas bellas nellas pellas estrellas Eillas perolas mas Mas màs chamas flamas RIMAS lagrimas lastimas almas armas Armas tirarmas plumas nas Nas enganas humanas ordenas Athenas penas apenas Apenas determinas peregrinas doutrinas ensinas divinas eternas tornas colunas fortunas magoas culpas aras caras raras avaras sombras obras Obras pedras Pedras esferas teràs veràs regras (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (3) (16) (41) (1) (1) (1) (1) (6) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (13) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) 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caes Cascaes sinaes naturaes taes Taes quaes sobes Deces creces mereces floreces enriqueces Francés Doces idades verdades Saudades Vades pedes paredes Paredes credes Vedes Hesperides cuides humildes grandes tendes Tendes pretendes Vindes podes mandardes manquejardes crecerdes pretenderdes perderdes Terdes quizerdes virdes rudes virtudes fes lhes males bayles elles delles (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (7) (3) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (4) (2) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (1) (3) (1) 136 nelles aquelles daquelles simples Gomes ciumes lumes queixumes Nunes perfeições benções milhões poes Poes despoes Despoes Coscorões soes Soes razões brazões pès pês golpes vulgares esgares folares singulares mares Mares pares Alvares nobres Carceres vieres esperes queres prazeres milagres cores dores vingadores matadores resplandores ardores peores melhores penhores mayores flores amores Amores primores marmores arvores louvores Compres tres mestres illustres Meneses esses Esses Ulisses Prometes antes Antes semelhantes (1) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (14) (23) (6) (1) (1) (9) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (5) (1) (1) (3) (4) (1) (1) (1) (2) (1) (2) (1) (2) (6) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (11) (5) (2) 137 amantes Amantes consoantes Ignorantes instantes constantes dentes gentes differentes contentes eloquentes fontes montes artes partes Repartes mortes Sortes traçastes alcançastes Tardastes Guardastes Enfermastes desprezastes estes Estes Nacestes destes celestes estivestes puzestes resistes vistes fostes Fostes afagues ves vés aves chaves suaves escreves vives deixes queixes mezes cortezes vezes Dizes vozes façais dais cuidais duvidais Duvidais andais mandais guardais castigais folgais Olhais granhais tenhais mais Mais chamais temais sarais (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (7) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (7) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (4) (3) (2) (2) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (83) (9) (1) (1) (1) 138 esperais Chorais Discursais possais engeitais estais vivais desprezais Licis eis Eis sabeis Sabeis obedeceis pareceis alcanceis cuydeis andeis mandeis acendeis respondeis podeis heis fieis leis leys Leys cuidareis fareis Fareis deixareis ereis conhecereis sereis quereis direis choreis morreis entreis mateis Raqueis crueis cuydaveis haveis estaveis viveis revolveis fazeis Tifis Reiis Filis Fenis pois Pois depois Despois sois Sois Phalaris Cloris repartîs puluis quis vîs ouvis ns irmãns rãns (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (2) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (7) (11) (1) (1) (8) 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rayos propicios Nuncios prendeyos premios rios temerarios contrarios seguyos dezejos pelos alcançallos bellos cabellos modellos vellos exemplos seculos façamos riamos Riamos Vamos devemos Serenissimos termos vermos rumos nos nòs anos danos profanos enganos desenganos humanos soberanos tiranos menos Menos pequenos divinos Alumnos annos Riamonos voos pos Pos (9) (2) (1) (2) (2) (2) (2) (1) (3) (1) (1) (1) (9) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (18) (1) (5) (5) (1) (6) (5) (2) (1) (2) (4) (2) (2) (1) (1) (4) (2) (1) (1) (2) 141 tempos Barbaros passaros miseros negros Negros suspiros erros socorros centros outros essoutros Muros sòs Casos duvidosos gloriosos famosos fermosos Esposos Generosos sonorosos versos Versos passos vossos mentecatos çapatos ratos tratos affectos tercetos Giovenetos Sonetos quartetos inauditos conceitos feitos Feitos perfeitos peitos inclitos delitos escritos Meritos Espritos muitos altos Soltos cantos tantos Tantos quantos Quantos mandamentos pensamentos Pensamentos Elementos esquecimentos votos certos desconcertos mortos Mortos vistos gostos Brutos Astutos (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (7) (1) (1) (7) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (3) (1) (1) (2) (4) (1) (1) (9) (1) (2) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 142 vos Vos vós vòs vôs Avòs Mandaravos Conhecivos vivos vendovos Vendovos novos Mandarvos Aleijarvos abrazarvos corvos Douvos lazos prezos Deus meus seus teus dous Dous Perús T Sedebat eu Eu offreceu nasceu deu respondeu colheu meu Meu seu teu Teu prometeu Pegû hũ ou Ou Acabou roubou Roubou alcançou mandou tardou perigou achou sobejou fallou enfermou emanou tornou celebrou Tirou errou mostrou Durou sou passou cortou estou lutou (73) (10) (1) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (17) (7) (6) 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FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS FORMAS FREQUÊNCIA que a o de e se Que em da do SONETO não he mais por me A vos os hum para as quem E eu O tão Se com Mas ou ser como hũa Não ao lhe Amor mi Amoroso De d' jà vida sò no Por sem bem dos Moral Poes Mundo seu tanto te Em Porque à das foi meu na (408) (302) (258) (231) (187) (147) (133) (112) (102) (102) (100) (92) (87) (83) (81) (76) (73) (73) (60) (57) (51) (46) (45) (43) (43) (43) (43) (42) (41) (41) (37) (37) (35) (34) (34) (33) (33) (32) (31) (29) (29) (27) (27) (27) (26) (25) (25) (25) (24) (24) (23) (23) (22) (22) (22) (22) (21) (21) (20) (20) (20) (20) (20) 145 sempre hà quando tal nos são vento Ceo Deus gloria mal Quando quanto sorte hoje mas tem Com Do Morte nem dia hora Laudatorio minha pode poes V ver aos esta He Hora nas nunca qual Quem T vossa Para seja Senhor Tempo antes Ao dor este foy Hum Mar morte mundo ò Ou Pois porque razão Sem tambem vão agora co elle era Eu faz Festivo fim (20) (19) (19) (19) (18) (18) (18) (17) (17) (17) (17) (17) (17) (17) (16) (16) (16) (15) (15) (15) (15) (14) (14) (14) (14) (14) (14) (14) (14) (13) (13) (13) (13) (13) (13) (13) (13) (13) (13) (12) (12) (12) (12) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (11) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) 146 Jà luz paz Porem Qual quer tudo Vos voz alto Antonio assi Como contra Da desta donde dura Fado inda Mais mesmo muito olhos outra outro pouco senhora soes tantos teu ti todos tu vai vejo viva As entre essa fermosura flor gosto là logo mesma mil nada nome novo Os sois tempo ventura aquelle comigo D' dano destes Dom Dos dous es fora força gente gentes grande (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (9) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) 147 melhor meus Nem onde pena pois segura tanta Tão terra todo triste Tu verdade versos Vida vosso vossos Ay algum amigo auzencia braço breve castigo cedo constante D despoes diz enganos esperança estâ estar fez flores fortuna graça guerra lagrimas muitas Musa pello sei senhor Senhora seus sobre sua Tal Terra teus tormento vem vencer vendo vir vista vosco alma amor anos Antes aquella Ar Aurora belleza cà (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) 148 certo conheço Contra coração crer Cunha danos della delle desenganos deu dias divino duro enveja escarmento escura esse Esta estado fonte fruto Heroico humano idade illustre Lirico mãos mar ô ouro parte pensamento pò prado pranto primeiro proprio queixas queres Sacro si sol sombra sou taes temor valor vez vi vou adonde alegre alta altos Amigo annos apartamento Apollo Aquella ardente arte às bom cada canto cuidado dado (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) 149 dar Das dentro deste desvario dezejo digo ditoso doce Donde dores duvida ella Elogio Então Enveja errado escuto espera Essa estas estava Este eterna façais falta fama Familiar fica forão Funebre graças grandes haver hei Hoje Hũa humilde igual ingrata ir ja levo Livro Me menos merece Meu modos naufragio nesta Nunca pelo perder pobre Poeta porfia Portugal posso pretende procura Quanto queixar rio saber Sempre Sol soneto (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) 150 Tambem temer tenho tẽns ter ty toda tua Tudo vè veja Ver verdadeiro viver vossas acção Agora agouro agua algũa Alvarez ambos amores ande Aposto aquelles ardendo assegura astuto atê Autor ave Bem boçal bosque branca caminho campo cazo cego certa Cesar chega chora contrario cores corte credito dà dais darte defensa deixo desgraça desventura desvio diante Diogo disse dito Ditoso dizer doçura elegante Ella elles embora engano (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 151 entrar Entre erro Es esconde escritos esfera espanto esperar espero esquece essas estillo estrella eternamente eterno exemplo exercita faça Fama famoso farei fazer fê Fè Fê feliz fiel Filha Filho fingida firme firmeza Foge for forte Fortuna fostes frio Gozoute grave guardado guardais honra idades Imperio impossivel incerto intenta intento isto João Là lastima leis lhes licença livro longe louvor louvores lugar May mayor mancebo mão Marte medo (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 152 Melhor modo monte mortal Mouro mudança Na nella No nobre noite Norte Onde ouvir ouzada ouzadia Pay pâra parabẽns passa peito pellas perco perigo perigos Perola perolas planta Pobre Pode podeis possa posto preço Prima Primeiro quiz rayos reparte resposta rica sabe saiba Salve Salvo sede segundo Sendo serà serão serve sô sono Tanta Tanto Te Tem Tende termos teve Triste vas vàs vence verdura vezes vil vingança (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 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consoada constantes conta Conta contenda contente contraria convinha copia Corte cos costume creo cruel cuydado cuidados cuidais cuido Cuja cujo culpa culto dadas Dama dâs defenda defende deixa Deixa deixai Deixai Demonio dera desde desengano desprezo destino destra destreza desvello desvião Dez dezeja dezejada differentes digno Digno dino direis dispensa dita Dona dourado Doutor doutrinas (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 155 Duarte duvidada duvidais El elegancia emenda emfim Emfim entende envejas Era erão errou Escarmento escreves escrito escudo Escuzase Espada esperada esperava Esposa esprito estais estando estàs estio estou estragos estudo eternidade Excellencias excesso exemplos faço falso fantazia farà fazeis fazendo fazia fechada feitos Fera ferida fermoso Fermosura fero ferro fes fieis Fili Filis Firmamento fizera fizesse foge Fogo Foy Fonte Força forçado fosse fraco Francisco fraqueza frescura General (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 156 Gloria glorias gozado Graça grandeza guardo guia ha havia hè historia homem Homem honrar Huy humanos humildes Idolo ignorancia immensa imperio importa incita industria Infante infelice inferno ingrato injusto isso jâ junto Justiça justo largo lastimas lendo lenho Lesbina leva Levanta leve Lisboa Logo logra louco Lucinda ma maior mayores Malaca mandar mande mandeis mando maneira manto maravilha maravilhas matar melhores memoria Menos mercê merecimento Metafora mete my (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 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proprias provar Prudencia publicando pudera pura quaes quam quantas Quantas quantos quatro queixa Quer quis quizeste Razão real Rey Religiosa rendéra rendido Rendido repetidas Repouza resplandor Responde Respondendo respondeu Resposta Riamonos riamos rigor robusto rogo Rompe rosa Rosa Rubi ruina S Sà sabeis Sabeis sagrado sangue santo Santo seculo Segundo seguro sey Sejão semelhantes sendo sente sentimento sepultura Serà (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 159 sestro seta sete sy simples só soberana soberbo sofrimento sogra Sois solicita somente Soneto Sousa suas subida subir sublime tantas tarda Tejo temendo temerosa temeroso templo Templo tempos tendes tendo Tenho Tia tino tirano tiranos Tobias Toda Todo Todos Tradução traz tres trilhado triunfante triunfos Troya Ulisses Urania và vay vê Vedes Velho vencido vendovos venho Verei vestido vidas Vindes vingado visto vituperio vòs vôs Vossa Zefiro abaixo (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (1) 160 Abbadeça abençoado abraçar abraços abrazarem abrazarvos abria Abril abrir abundante Acaba acabai acabas acabasse Acabe Acabou Academia academico Academico acaso acave Acção accento acendeis acesa achado acharà acho Acho achou aclama aclame aço acolherei acolhia aconselhe acordados acordar acrecentando acredita acreditada acusar adestra adivinhado admirado admirarà admirome Adora adorados adoralla adormente adversario advertidas advertiste afagues affectos affeição affeiçoando afirme afoga Afonso afortunado agoa Agostinho agourar agradecida agreste aguarda (1) (1) 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avara avaras avarenta avaro Ave Aventurar Aventureiro aves avexados avizado avoga azul bafo bayles baixa Banho barato barbaro Barbaro Barbaros barro bastante bastão bastarda batalha Batalhar batia Batia bautizada bebeste beijar beijei bellas Bellem Belleza bellissimo bello bellos benções benina berço bezouro Bodas boliçoso bõns bordava botão botica boto (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 164 Braço braços brada bradei Bragança Bramava bramido brancos branda Brando brandura bravo brazões brio Brotarà brutas Bruto Brutos bruxa Buscayos buscando buscar Buscar c' C Câ cabeça cabedal cabellos cadea cadeas cadeira cae caes caiba caído callar Callar callarei callava Calliope CALLIOPE calma Cama Camareiro Candea candida cansada cansado Canseime canta Canta cantados cantando cantarei cantaro cantas cantos Cão Caparica çapatos Capitão Capricho carapuças caras Carceres caro carrancas (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 165 carregada cartas cartuxa carvão Casamento Cascaes caso Casos casta Castello castigais Catholico catorzada Catuxa cautella cavernosa cazamento Cazinha cega cegamente cegarme Celebra Celebrado Celebrando celebrar celebraste celebre celebrou celeste celestes celestial Celestial Cem centros Cera cerca Cercado cerco cerra cerrado cerrar Certo certos cesse chamado chamais chamarei chamas chamo chante chão charco chaves Cheas chegada chegado chegando chegar Chegarte chegue Cheguei chorados Chorais chorão chorar chorava Chore chorei (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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cruento cuberto cubria cubrir cuydados cuidando cuidar cuidarâ cuydàra cuidareis cuydaveis cuydei cuydeis cuides cuja cujas Cujo culpado culpas Cuma cumpridos cumprir cura Cura curta custa custaria custo custosa Custosa custoso Dà dada dados Daime Dalhe Daliana Dalizo dando Dando Daniel dão Dão daquelles dàr darme dava dè dê DE deças dece Dece deceo Deces declara declaralla declare declarei (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 169 Dedalo dedo dedos Defende defendendo defender defensas defronte deixado deixaime deixando deixão deixára deixárão deixareis deixas deixaste deixava deixe deixem deixes deixou delinquente delirio delito delitos Delle delles demazia Deminuir denotado dentes Dentro depois deposita depressa der derão derrama derramadas Derramadas derramado derrete desacredita desatino desato desbarato descifraste desconcerto desconcertos desconhecida Descreve Descubro descuidada descuidado desculpa desculpado Desde desdẽns desdo desencerra desenganada Desenganase desespera desesperada Desgraça desgraças deshumana (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 170 desmente desobrigue desornada Despedida despedido despeja despejo Despiose Despoes Despois desprezada desprezais Desprezas desprezastes desprezivel dessemelhante Desta Deste desterra destina destroncada detado detella determinas detida devagar deve devemos deveslhe devida Dexa dez dezejos dezia Diafanto Dialogo Diamante Diâmante differente difunto diga digas dilatada dina Dina Diràs direi Direi dirija Dirlhe disculpar Discursais Discurso disfarçado disparar Disse Dissera Dissimular Disso ditas ditozo divinas divinos Diz Dizeilhe dizeimo dizella dizello (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 171 dizem Dizes Dizme dò DO dobra dobrados docel Doces Documento doe Domine Domingos dono donzella Dorme dormindo Dous doutrina Douvos duas durar duras Durou Duvidais duvidando duvidas duvido duvidosos é eco ecos Edificio effeito Effeito Eillas Eillo eis Eis Eixo eleição eleje elejo elemento Elemento Elementos eleva ellas Elle eloquencia eloquentes Elvas emanou Embaixador embravecido eminente emisferio emmudeça empenho Emperador Empirea emprego empregos emprende emprenhandome emprestandose empreza Empreza (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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excelente excellencia Excellente Eximindo exprimenta F Fabio fabricada fabricas Façame façamos fadigas Fados falla Falla Fallai fallando Fallando Fallava fallou faltarà famosa famosos fareis Fareis favor faze Fazei fazem Fazer fazião fé fè feas feira feiticeira feito Feitos felice feminil Fenis fera fere feridas ferido fermosa Fermosa fermosas Fermoso fermosos festa festejar fias fiavas fico figas Figueiredo figura (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 175 filho filhos Filomena Filosofia Finje fino Fiquem firma flama Flama flamas Flerida Flora florece floreces florestas fogo foyse foje folares folga folgais folgando fontem fontes Fora foram foras forças forrada fortaleza fortunas foste Fostes Frade fragil fragrancia fragrante fragua Francés Fraqueza fraude fraudulento Frey freixo Freixo Fresta fria fronte fruta fugî fui fuy Fuy fulminar fundadas Funesta fura Furna furtado futuro Gabello Gabriel Galanta Galante galê galhardia ganho (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 176 ganhos Gastas gastasse gaste geito generoso Generosos gentil geral gesto Giostiniano Giovenetos gloriosas glorioso gloriosos golfo golpe golpes Gomes Gosto gostos gota governo gozâra gozasse goze gozou gracinha grade gram grandezas granhais grão Grecia Grilhão grita grito guadameci guardadas guardas guardaste Guardastes Guiador guiay Ha Hà habito hão haveis havendo Havendose haverse hey heis Hesperides hião home homẽ homẽns Homẽns Homero homicida honrada honrado honrados honras honrasse honroso (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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LXIV LXIX LXV LXVI LXVII LXVIII LXX LXXI LXXII LXXIII LXXIV LXXIX LXXV LXXVI LXXVII LXXVIII LXXX LXXXI LXXXII LXXXIII LXXXIV LXXXIX LXXXV LXXXVI LXXXVII LXXXVIII mà (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 180 Macedo madeiro Madre magnanimo magoas Mayo Mal maldizer males malogradas maltratada Maltratado mana mandais mandamentos mandandolhe Mandandolhe mandarão Mandaravos mandardes Mandarvos mandava mandou manhãa manham manquejardes manquejo mansas manso Manuel marchetado Marcial marear mares Mares Maria Mariana Marido Marinheiro Mario maritima Marmore marmores martirio màs matadores matadura matalla matallo mateis materias medico medida medidas Medindote Medir Medo medonhamente medos Mel melhora Melhora melhorar MELLODINO Memoria memorias Memorias menção (1) 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ordem ordena ordenas ordinarias orelha Oriente Ouça ouças Ouço ousadia Outra ouvia ouvidas ouvido ouvis Ouzado ovelhas P paciencia padeça padecella padecello padeci padecidos padeço padrinhos paga pagar Pagaste paguelho pay Paiva Palatino Palestra palestras palha Palinuro Palladioens (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 184 Pallida par pâr paralello pâre Pâre pareça parece Parece pareceis parecer parecida paredes Paredes Parente parentesco pares Parmeno Parte partes partese parti partia partir Parto partome passados passage passageiro passando passarei passarinhos passaros passas passatempo Passeai passos passou pastas pastor Pastor patarata patrocinio Paulo Pavão pé peccado peço pedaços pede Pede pedes pedia pedindolhe pedio pedir pedirme pêdra Pedra Pedras Pedro pegar pego Pegû peitos Peixe pejo pela (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 185 Pelas peleja pelejo Pelo pelos penar penas Pende penedo penhores Pensamentos peores pequena per perda perdão perdendo perderdes perderme perdese Perdese perdi perdição perdidas perdoo peregrina perfeição Perfeição perfeições perfeito perfeitos pergunta perguntandoselhe perguntar pergunto perigas perigou Perseguida perseguilla persigo pertença perturbado Perús petição Petronio pezada pezado pezame Phalaris pia piadade piadoso picar Piloto Pinho pinta Pintada Pintando Piramide pizada pizei pizou Planetas plumas poço poder poderà poem (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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propicios propria propriamente propuz proscrito provárão providencia provido prudencia publicação pucha pude pudéra Pudeste Pulga Pulpito puluis Pureza puzestes qu' quadro qualquer Quanta quantò Quantos Quarenta QUARTA quartetos quasi quedas Quedas Queixa queixe queixes queixo queixume queixumes quereis querella querem querer querida queridas quero Quia quiçâ quinta quisto quizer quizera quizerão quizerdes racional Rafael rayo Rayo raios rãns Raqueis rara raras rastro ratinho (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 188 rato ratos razo razoens razões realça recado receo reconhece Reduzir referidos regada regras Reiis Reino reja Relação Religiosas Religioso remata remediallo remedio Remendarme remendo remirme remonta renaça renacendo Rendase rende rendei render rendeste renova Reo Repartes repartîs repetido repetidos repetindolhe repouzarão Repouzo reprezenta reprova reprovo republica requebrada resguardo resigno resista resistes resisto resolutas Resolutas resoluto resplandores responda responde respondeis Resucita Resulta Retrato revella reverencia reverente revolveis Riamos riase (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 189 ribeira rico riguroso RIMAS Rio rios riqueza riquissimo rir rodeo roga rogada Roixinol Roma Romance Romano rompa Rompi rosas Rosas roto roubada roubar roubàrão roubarãome roubou Roubou rua ruda rudes rumos Sabe saberão sabias sabio Sabio sacrificando sacrificio Sago sahio saya Saibao saindo salgado salvo santa São sarais satirico satisfaça satisfação saudade saúdade Saudades saude Scevola seca Seca secreta secreto seculos Sede Sedebat Seguio seguyos segunda Segunda Sei (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 190 Seja sejão semblante sembrante Seneca senhoria Señor sentido sentidos Sentir sepultados Sepultemse Sepultura Ser será Serafim Sereas serei Serei sereis Serenissimos Sereno serpe serra servi servindo servir servirà Sete severa severo sezuda sezudo sic Sichem sido Sidónia siga sigas sigo silencio sim Simbolo sinaes sinal sinalarte sincero singular singulares sirva sirvão so Sò sobe sobeja sobejou soberano soberanos sobes sobrinha socegada Socorrey socorrerme socorro socorros soe Soes Sofra (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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Timante timido tinha tira tirania tiranias tirar tirarmas Tirou tive tivera tiveste to tocava Tocha Toga tomado tomai Tomando tomar tomarlhe tomo Tomo topando tormenta tornado Tornão tornarei tornas Torne tornem Torno tornou torpe torpeza Torre toucado trabalho traçandome traçastes tragedia tragedias tragicos Tragoume tramoyas tras tratos trazer Triunfado triunfador Triunfando triunfo trocàra (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 193 Trocarme trocaste troco Trocouse Troyas trouxe trova Trova trovas Tuba TUBA Tullio Tumulo ufana um unida unidas unir Urbanidade usurpàra usurparlhe vãa Vades Vai Vaite Val valem valente valerme valho Vamos vãos varanda varão Varia varias variedade vario Varre Vàs vassallajem vazo Vè vedado vede Veyo Vejo velha velhice Velhice velho velhos vellos Vem vença Vença Vence vencedor vencedora vencimento vendido Vendovos venera Venera venerando Venha Venhão ventagem (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 194 Vento Ventura venturosa venturoso Verão veràs Verdade verdadeira verdades verde Verde vergonhosa verme vermos verse verso Versos ves vés veste vestida vestio vestuario Vi VI via viagem viajem vião vibre viçosa victima Vidas vidro vieres vigor VII VIII vinda Vinda vinga vingadores vingo vira viràs virdes virtude virtudes vîs Visse vistas viste vistes vistos Vite vitorias Vitruvio vivais Vivão vivas Vivei viveis viveste Vivia vivirà vivirão Vivirás vivos (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS que a o de e se Que em da do SONETO não he mais por me A vos os hum para as quem E eu O tão Se com Mas ou ser como hũa Não ao lhe Amor mi Amoroso De d' jà vida sò no Por sem bem dos Moral (408) (302) (258) (231) (187) (147) (133) (112) (102) (102) (100) (92) (87) (83) (81) (76) (73) (73) (60) (57) (51) (46) (45) (43) (43) (43) (43) (42) (41) (41) (37) (37) (35) (34) (34) (33) (33) (32) (31) (29) (29) (27) (27) (27) (26) (25) (25) (25) (24) (24) (23) 197 Poes Mundo seu tanto te Em Porque à das foi meu na sempre hà quando tal nos são vento Ceo Deus gloria mal Quando quanto sorte hoje mas tem Com Do Morte nem dia hora Laudatorio minha pode poes V ver aos esta He Hora nas nunca qual Quem T vossa Para seja Senhor Tempo antes Ao dor este foy Hum Mar morte mundo ò Ou Pois porque (23) (22) (22) (22) (22) (21) (21) (20) (20) (20) (20) (20) (20) (19) (19) (19) (18) (18) (18) (17) (17) (17) (17) (17) (17) (17) (16) (16) (16) (15) (15) (15) 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Ay algum amigo auzencia braço breve castigo cedo constante D despoes diz enganos esperança estâ estar fez flores fortuna graça guerra lagrimas muitas Musa pello sei senhor Senhora seus sobre sua Tal Terra teus tormento vem vencer vendo (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (7) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) 200 vir vista vosco alma amor anos Antes aquella Ar Aurora belleza cà certo conheço Contra coração crer Cunha danos della delle desenganos deu dias divino duro enveja escarmento escura esse Esta estado fonte fruto Heroico humano idade illustre Lirico mãos mar ô ouro parte pensamento pò prado pranto primeiro proprio queixas queres Sacro si sol sombra sou taes temor valor vez vi vou adonde alegre alta altos Amigo (6) (6) (6) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) (5) 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ter ty toda tua Tudo vè veja Ver verdadeiro viver vossas acção Agora agouro agua algũa Alvarez ambos amores ande Aposto aquelles ardendo assegura astuto atê Autor ave Bem boçal bosque branca caminho campo cazo cego certa Cesar chega chora contrario cores corte credito dà dais darte defensa deixo desgraça desventura desvio (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (4) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 203 diante Diogo disse dito Ditoso dizer doçura elegante Ella elles embora engano entrar Entre erro Es esconde escritos esfera espanto esperar espero esquece essas estillo estrella eternamente eterno exemplo exercita faça Fama famoso farei fazer fê Fè Fê feliz fiel Filha Filho fingida firme firmeza Foge for forte Fortuna fostes frio Gozoute grave guardado guardais honra idades Imperio impossivel incerto intenta intento isto João Là lastima leis lhes (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 204 licença livro longe louvor louvores lugar May mayor mancebo mão Marte medo Melhor modo monte mortal Mouro mudança Na nella No nobre noite Norte Onde ouvir ouzada ouzadia Pay pâra parabẽns passa peito pellas perco perigo perigos Perola perolas planta Pobre Pode podeis possa posto preço Prima Primeiro quiz rayos reparte resposta rica sabe saiba Salve Salvo sede segundo Sendo serà serão serve sô sono Tanta Tanto Te (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) 205 Tem Tende termos teve Triste vas vàs vence verdura vezes vil vingança vio vitoria Vitoria vive vivendo vives vontade á acabar advertida afronta Agua Ah alcança alegria aleijada alento alli altura amar ambição andar ando ante antiga antigo apartado apenas aqui ar ardores Armas Arredo arrependimento arvores atreve atrevida Augusto aura Auzencia Aver Avòs batalhar Bebei bella Bella boa bocas brando câ cabe Cada caminha caminhos carta Castro (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (3) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 206 cativa causa cazado cegos celebrada cento ceo Ceos Ceptro cera certamen chama cheiro choradas clara Cloris cobiça colunas composto Conde condição conhecendo conhecida conquistada Considera consoada constantes conta Conta contenda contente contraria convinha copia Corte cos costume creo cruel cuydado cuidados cuidais cuido Cuja cujo culpa culto dadas Dama dâs defenda defende deixa Deixa deixai Deixai Demonio dera desde desengano desprezo destino destra destreza desvello desvião Dez dezeja (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 207 dezejada differentes digno Digno dino direis dispensa dita Dona dourado Doutor doutrinas Duarte duvidada duvidais El elegancia emenda emfim Emfim entende envejas Era erão errou Escarmento escreves escrito escudo Escuzase Espada esperada esperava Esposa esprito estais estando estàs estio estou estragos estudo eternidade Excellencias excesso exemplos faço falso fantazia farà fazeis fazendo fazia fechada feitos Fera ferida fermoso Fermosura fero ferro fes fieis Fili Filis Firmamento fizera fizesse (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 208 foge Fogo Foy Fonte Força forçado fosse fraco Francisco fraqueza frescura General Gloria glorias gozado Graça grandeza guardo guia ha havia hè historia homem Homem honrar Huy humanos humildes Idolo ignorancia immensa imperio importa incita industria Infante infelice inferno ingrato injusto isso jâ junto Justiça justo largo lastimas lendo lenho Lesbina leva Levanta leve Lisboa Logo logra louco Lucinda ma maior mayores Malaca mandar mande mandeis mando maneira (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 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quantas Quantas quantos quatro queixa Quer quis quizeste Razão real Rey Religiosa rendéra rendido Rendido repetidas Repouza resplandor Responde Respondendo respondeu Resposta Riamonos riamos rigor robusto rogo Rompe rosa Rosa Rubi ruina S Sà sabeis Sabeis sagrado sangue santo (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 211 Santo seculo Segundo seguro sey Sejão semelhantes sendo sente sentimento sepultura Serà sestro seta sete sy simples só soberana soberbo sofrimento sogra Sois solicita somente Soneto Sousa suas subida subir sublime tantas tarda Tejo temendo temerosa temeroso templo Templo tempos tendes tendo Tenho Tia tino tirano tiranos Tobias Toda Todo Todos Tradução traz tres trilhado triunfante triunfos Troya Ulisses Urania và vay vê Vedes Velho vencido vendovos venho (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 212 Verei vestido vidas Vindes vingado visto vituperio vòs vôs Vossa Zefiro abaixo Abbadeça abençoado abraçar abraços abrazarem abrazarvos abria Abril abrir abundante Acaba acabai acabas acabasse Acabe Acabou Academia academico Academico acaso acave Acção accento acendeis acesa achado acharà acho Acho achou aclama aclame aço acolherei acolhia aconselhe acordados acordar acrecentando acredita acreditada acusar adestra adivinhado admirado admirarà admirome Adora adorados adoralla adormente adversario advertidas advertiste afagues affectos (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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amoroso Ancias anda Anda andais andeis Andrade Anjo anno Anno ano antiguidade Aonio Aos Apalpando apareceo apellidos Apenas apensa apercebidos Apetite aplauso Aplauso Apologo Appella aprendeste Aquelle Aqui aras Arbitro Archanjo arde Arde ardiloso ardo ardor arduo areas arenosa arguîdo argumentoso Arismetica arma armado armas armonia Armonia Arrabida arraial arrastando arriscado arruino Arte artes ás âs asno (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 215 asperezas aspira assalto assàz Assaz Assàz asseguraste assombra assombramento assombro assucar Assunto assusta astro Astutos Asunto atè Atê atento Athenas atiçada atormenta atormentava atrevidas atrevido atropelle aumenta Austro auxilio auzente avante avara avaras avarenta avaro Ave Aventurar Aventureiro aves avexados avizado avoga azul bafo bayles baixa Banho barato barbaro Barbaro Barbaros barro bastante bastão bastarda batalha Batalhar batia Batia bautizada bebeste beijar beijei bellas Bellem Belleza bellissimo bello (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 216 bellos benções benina berço bezouro Bodas boliçoso bõns bordava botão botica boto Braço braços brada bradei Bragança Bramava bramido brancos branda Brando brandura bravo brazões brio Brotarà brutas Bruto Brutos bruxa Buscayos buscando buscar Buscar c' C Câ cabeça cabedal cabellos cadea cadeas cadeira cae caes caiba caído callar Callar callarei callava Calliope CALLIOPE calma Cama Camareiro Candea candida cansada cansado Canseime canta Canta cantados cantando cantarei cantaro (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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conhecereis Conheceuse conheci conhecido Conhecivos conquista consagrase conseguido consente consiste consoantes consorte Consul Consular consumime contagio contallla contando contar Contar conte contemplo contendas contenta contentes contingencia continha continua Conto contrahio contrarias contrarios convalecencia convalecendo convento convertido convida convidava Copia coronel corpo corrão Corre Correndo correspondente corria corrido Corta cortada cortava cortez cortezes cortezia cortou corvos Cos Coscorões (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 220 costumada cousas Coutadinho Coutinho couzas cova Cova crê Crecem Crecerão crecerdes creces crede credes crendo Crendo Crerà cria Cristo crú crueis cruento cuberto cubria cubrir cuydados cuidando cuidar cuidarâ cuydàra cuidareis cuydaveis cuydei cuydeis cuides cuja cujas Cujo culpado culpas Cuma cumpridos cumprir cura Cura curta custa custaria custo custosa Custosa custoso Dà dada dados Daime Dalhe Daliana Dalizo dando Dando Daniel dão Dão daquelles dàr darme dava (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 221 dè dê DE deças dece Dece deceo Deces declara declaralla declare declarei Dedalo dedo dedos Defende defendendo defender defensas defronte deixado deixaime deixando deixão deixára deixárão deixareis deixas deixaste deixava deixe deixem deixes deixou delinquente delirio delito delitos Delle delles demazia Deminuir denotado dentes Dentro depois deposita depressa der derão derrama derramadas Derramadas derramado derrete desacredita desatino desato desbarato descifraste desconcerto desconcertos desconhecida Descreve Descubro descuidada descuidado desculpa (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 222 desculpado Desde desdẽns desdo desencerra desenganada Desenganase desespera desesperada Desgraça desgraças deshumana desmente desobrigue desornada Despedida despedido despeja despejo Despiose Despoes Despois desprezada desprezais Desprezas desprezastes desprezivel dessemelhante Desta Deste desterra destina destroncada detado detella determinas detida devagar deve devemos deveslhe devida Dexa dez dezejos dezia Diafanto Dialogo Diamante Diâmante differente difunto diga digas dilatada dina Dina Diràs direi Direi dirija Dirlhe disculpar Discursais Discurso disfarçado disparar Disse (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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emisferio emmudeça empenho Emperador Empirea emprego empregos emprende emprenhandome emprestandose empreza Empreza emprezas en encaminhe encantar encanto encerra encerrado encobre Endoudece enemigo enferma Enfermastes enfermidade enfermou enfim engana enganado enganas enganoso engastado engaste engeitais engenho engrandecera engrandeço enobrece enriqueces ensaya Ensinaime ensinas ensinaste ensoço então entendas Entende entender entendimento entendo entoa entrambos Entrambos Entrão Entraste entrega entregarei entregouse entreguei entreis Entretense entronizado envejada Envejada Envejoso envolto enxovia enxuga (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 225 enxutas epitafio Epitalamico ereis erguida erguido erra Errada Erro erros escapar Escape escarnecida Escolhei escolhera Escoto Escravo escreve escreveo escrever Escritura escrupulosa escurecidos escuro Escusase Escutayme escuzar esferas esforça esgares esmeraldas esmo espada espante Espartas Esperay esperais Esperança esperanças Esperanças Esperdicemse espere esperes Esposos Espritos esquecimentos esqueço Esse esses Esses essoutro essoutros Estâ estados Estando estár estâs estatuto estavas estaveis Estendendose esteril estes Estes estima estimada estimado estime (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 226 Estio estivera estivestes Estoutra estrancho estranhe estranhezas estreita estreitas Estrella estrellas estremece estuda Eternamente eternas Eternidade eternizar eternizaste Evangelista evita evitar examinação excelente excellencia Excellente Eximindo exprimenta F Fabio fabricada fabricas Façame façamos fadigas Fados falla Falla Fallai fallando Fallando Fallava fallou faltarà famosa famosos fareis Fareis favor faze Fazei fazem Fazer fazião fé fè feas feira feiticeira feito Feitos felice feminil Fenis fera fere feridas ferido fermosa (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 227 Fermosa fermosas Fermoso fermosos festa festejar fias fiavas fico figas Figueiredo figura filho filhos Filomena Filosofia Finje fino Fiquem firma flama Flama flamas Flerida Flora florece floreces florestas fogo foyse foje folares folga folgais folgando fontem fontes Fora foram foras forças forrada fortaleza fortunas foste Fostes Frade fragil fragrancia fragrante fragua Francés Fraqueza fraude fraudulento Frey freixo Freixo Fresta fria fronte fruta fugî fui fuy Fuy fulminar fundadas (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 228 Funesta fura Furna furtado futuro Gabello Gabriel Galanta Galante galê galhardia ganho ganhos Gastas gastasse gaste geito generoso Generosos gentil geral gesto Giostiniano Giovenetos gloriosas glorioso gloriosos golfo golpe golpes Gomes Gosto gostos gota governo gozâra gozasse goze gozou gracinha grade gram grandezas granhais grão Grecia Grilhão grita grito guadameci guardadas guardas guardaste Guardastes Guiador guiay Ha Hà habito hão haveis havendo Havendose haverse hey heis Hesperides hião (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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Inverno Ir iracundo Irado iràs Iras irei irmãns irresoluto Isso Ithaco IV IX já Já Jacô jardim Jardim Jaz Jáz Joana jocundo jogo joya julgarà julguei junta juntar Junto justificar L la Lá Labão laços lamenta Lamentando lapidario larga lascivo lastîma lauas lavarse Lavrador lazos lè leda ledos ley leys Leys Leite lembrança ler leste letra letrado (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 231 letras levada levanta levantada levantados levantarte levante levou lha lhas Lhe lho lî LI Lias licenças Lici Licis LII LIII limpa limpo linda linguas linho lisonjeiro LIV livre LIX Logrão lograste longo Lourenço louro louva louvada Louvando louvarte louvava Lugar lumes luminoso Lusitano lutou Lutou LV LVI LVII LVIII LX LXI LXII LXIII LXIV LXIX LXV LXVI LXVII LXVIII LXX LXXI LXXII LXXIII LXXIV LXXIX LXXV LXXVI LXXVII (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 232 LXXVIII LXXX LXXXI LXXXII LXXXIII LXXXIV LXXXIX LXXXV LXXXVI LXXXVII LXXXVIII mà Macedo madeiro Madre magnanimo magoas Mayo Mal maldizer males malogradas maltratada Maltratado mana mandais mandamentos mandandolhe Mandandolhe mandarão Mandaravos mandardes Mandarvos mandava mandou manhãa manham manquejardes manquejo mansas manso Manuel marchetado Marcial marear mares Mares Maria Mariana Marido Marinheiro Mario maritima Marmore marmores martirio màs matadores matadura matalla matallo mateis materias medico medida medidas Medindote Medir (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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mostrou mudar mudos muy mũy muita Muitas multiplicado murchem murmurar muro Muros MUSA Musas Musico mutas N nacar Nacestes nado namora namorada Nasça nascer Nascer nasceu nascido Nascimento Natal naturaes navegação navio nẽ nega negada negarlhe negra Negro negros Negros nellas nelle nelles nenhum Nenhum nenhũns nessa nesse neve Ninfa Ninguem nobres nojo norte nòs nossa Nosso Nota notoria (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 235 Nova nove novos ns num numeroso Nunes nuvẽns obedece obedeceis obedecer obedeço obediencia obediente obrando obrar obras Obras obriga obrigação obrigas Occidente ocio ocupâra odio offenda offereças offerece offrece offrecera offreceu oito oje olha Olha olhado Olhais olhe Olimpo ondas oportuna oposto ordem ordena ordenas ordinarias orelha Oriente Ouça ouças Ouço ousadia Outra ouvia ouvidas ouvido ouvis Ouzado ovelhas P paciencia padeça padecella padecello padeci padecidos padeço padrinhos (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 236 paga pagar Pagaste paguelho pay Paiva Palatino Palestra palestras palha Palinuro Palladioens Pallida par pâr paralello pâre Pâre pareça parece Parece pareceis parecer parecida paredes Paredes Parente parentesco pares Parmeno Parte partes partese parti partia partir Parto partome passados passage passageiro passando passarei passarinhos passaros passas passatempo Passeai passos passou pastas pastor Pastor patarata patrocinio Paulo Pavão pé peccado peço pedaços pede Pede pedes pedia pedindolhe pedio pedir (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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proscrito provárão providencia provido prudencia publicação pucha pude pudéra Pudeste Pulga Pulpito puluis Pureza puzestes qu' quadro qualquer Quanta quantò Quantos Quarenta QUARTA quartetos quasi quedas Quedas Queixa queixe queixes queixo queixume queixumes quereis querella querem querer querida queridas quero Quia quiçâ quinta quisto quizer quizera quizerão (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 240 quizerdes racional Rafael rayo Rayo raios rãns Raqueis rara raras rastro ratinho rato ratos razo razoens razões realça recado receo reconhece Reduzir referidos regada regras Reiis Reino reja Relação Religiosas Religioso remata remediallo remedio Remendarme remendo remirme remonta renaça renacendo Rendase rende rendei render rendeste renova Reo Repartes repartîs repetido repetidos repetindolhe repouzarão Repouzo reprezenta reprova reprovo republica requebrada resguardo resigno resista resistes resisto resolutas Resolutas resoluto resplandores (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 241 responda responde respondeis Resucita Resulta Retrato revella reverencia reverente revolveis Riamos riase ribeira rico riguroso RIMAS Rio rios riqueza riquissimo rir rodeo roga rogada Roixinol Roma Romance Romano rompa Rompi rosas Rosas roto roubada roubar roubàrão roubarãome roubou Roubou rua ruda rudes rumos Sabe saberão sabias sabio Sabio sacrificando sacrificio Sago sahio saya Saibao saindo salgado salvo santa São sarais satirico satisfaça satisfação saudade saúdade Saudades saude Scevola (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 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soberano soberanos sobes sobrinha socegada Socorrey socorrerme socorro socorros soe Soes Sofra soldado solidão Soltame soltasse solto Soltos soma somar sombras sombrio Sonetos sonho sonora sonorosos sopro sor Sorte Sortes sòs sospeito suave suaves subidos subio subirão sucedia sucesso sucessora sufragio sufridas sugeitas super suspensão suspenso suspiros sustenta sustentadas susto suxa tacitas Taes Talamo Tantas Tantos tardado tardados Tardastes tardo tardou tẽ teatro teem tema temais Teme Temei (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 244 temeo temerarios temião temo tempestade Tendes tenhais tenhão Tenhoa tens Ter terà teràs tercetos Terdes termina termo terras tesouro testa Teu tezouro Thomaz tî tia Tiberio Tifis Timante timido tinha tira tirania tiranias tirar tirarmas Tirou tive tivera tiveste to tocava Tocha Toga tomado tomai Tomando tomar tomarlhe tomo Tomo topando tormenta tornado Tornão tornarei tornas Torne tornem Torno tornou torpe torpeza Torre toucado trabalho traçandome traçastes tragedia (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 245 tragedias tragicos Tragoume tramoyas tras tratos trazer Triunfado triunfador Triunfando triunfo trocàra Trocarme trocaste troco Trocouse Troyas trouxe trova Trova trovas Tuba TUBA Tullio Tumulo ufana um unida unidas unir Urbanidade usurpàra usurparlhe vãa Vades Vai Vaite Val valem valente valerme valho Vamos vãos varanda varão Varia varias variedade vario Varre Vàs vassallajem vazo Vè vedado vede Veyo Vejo velha velhice Velhice velho velhos vellos Vem vença Vença (1) (1) 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(1) (1) (1) 247 Vitruvio vivais Vivão vivas Vivei viveis viveste Vivia vivirà vivirão Vivirás vivos vo voar voàr voaste Voiture volta Voltouse voo voos vós Vosso Votando votar voto votos vozes vulgares X XC XCI XCII XCIII XCIV XCIX XCV XCVI XCVII XCVIII XI XII XIII XIV XIX XL XLI XLII XLIII XLIV XLIX XLV XLVI XLVII XLVIII XV XVI XVII XVIII XX XXI XXII XXIII XXIV XXIX XXV XXVI XXVII (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 248 XXVIII XXX XXXI XXXII XXXIII XXXIV XXXIX XXXV XXXVI XXXVII XXXVIII Zafir Zafiro zelo Zombar zombaria zombas zunir (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) (1) 249 CONCORDÂNCIAS DOS SONETOS DE D. FRANCISCO MANUEL DE MELO INCLUÍDOS NAS MUSAS PORTUGUESAS SLA99 SLA93 SMO16 SSA68 SSA92 SFA88 SLI90 SAM6 SAM47 SAM31 SMO50 SFA88 SMO69 SLA56 SFE78 SFE30 SMO19 SMO15 SAM7 SAM96 SSA65 SHE79 SAM7 SMO69 SAM98 SAM45 SFE25 SMO69 SAM71 SMO3 SLA28 SMO73 SFE78 SAM27 SLA18 SFE34 SMO32 SFE70 SAM91 SMO73 SMO16 SLA94 SSA92 SSA86 SLA94 SFE25 SMO67 SFE70 SMO49 SFE75 SAM47 SMO69 SMO82 SAM41 SMO11 SMO32 SAM7 SHE100 SAM20 SLA36 SMO3 SAM43 SLA24 SAM48 SHE54 SAM27 Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes que tiveste por engaste O peito, porque o peito todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem sucessora. Jà quando• esta manham bordava Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque Nota (pois te ameaça hũ a igual sorte) Donde pâra tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda co Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a teu alto coração responde. Postrese Roma Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Sol vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão Dando os parabẽns do nascimento de hũ a Filha medonhamente repetido. Sereno Pescador, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa de graças, e• benções aos pares, Disso, graças que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco Me deixão sò nesta varanda muda: Quando agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a hũ a desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora a buscar de mi, quanto deixára. Algũ ns (não como vos a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs a dez mezes. [SAM71] Relação de hũ a viajem. SONETO LXXI a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / a Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos a ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude 250 SLA12 SHE54 SMO10 SSA63 SLA97 SFA87 SMO59 SMO19 SAM41 SMO61 SAM8 SHE100 SHE38 SLA94 SLA74 SFA53 SAM98 SMO50 SMO61 SMO16 SAM45 SAM45 SLI29 SAM98 SLA36 SAM4 SLA95 SHE54 SFA51 SAM47 SMO89 SSA68 SFE80 SMO83 SFE13 SAM14 SAM17 SAM8 SLA94 SLA93 SAM48 SMO32 SFA87 SFA88 SMO5 SAM43 SFE13 SFU37 SAM7 SFE25 SMO82 SFA87 SFE40 SLA56 SLA77 SLA72 SLA28 SAM14 SMO57 SFU21 SMO16 SMO69 SLA95 SFA53 SSA86 SLI90 SAM6 SAM58 SSA92 SSA63 SLA94 SFE75 SAM7 SLA99 SLI62 SAM55 SLA94 o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem Portuguez, crendo Romano. Vença logo das gentes Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Deus se entrega, Mais propriamente Deus Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co tão subidos Não sabe a terra o fim, se não por industria nunca ouvida, Da fermosura com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se E para me perder de muitos modos, Finje que que deixando a Empirea altura A graça, dece sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo se exercita por costume. [SFU37] Em pezame mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose tão devagar convalecendo. [SFE25] De consoada todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo do arrependimento? / [SFE40] Responde por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo A hum quadro, que continha os Esposos divinos com louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes a esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi a fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura a fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza a hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII a hũa D. da morte de hũ a sua Filha morta pouco depois de a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua a hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de a hum Livro de destreza das Armas, composto pello General a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos a limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente a mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV 251 SAM14 SAM27 SFE34 SMO67 SAM46 SMO15 SAM9 SMO50 SMO81 SFU37 SLA28 SLI62 SLA12 SFE78 SFA88 SMO81 SSA86 SMO81 SAM43 SLI29 SAM47 SFA87 SMO32 SAM6 SHE100 SMO83 SFE70 SAM8 SHE100 SAM7 SLA99 SFE39 SAM17 SFE75 SLA95 SMO3 SAM2 SHE100 SLA36 SLA12 SAM8 SSA65 SHE79 SMO32 SSA92 SLI62 SFU21 SLA99 SPR1 SMO11 SAM60 SMO69 SAM6 SAM96 SAM41 SAM31 SMO15 SMO82 SAM46 SLA36 SFE78 SHE54 SAM45 SAM41 SAM20 SFE25 SSA86 SAM31 SSA86 SFE78 SHE54 SMO59 SFE25 SFU21 SAM55 SFU21 SMO5 Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que despoes que inda apartado Quem me assegura jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que de ti creo que es de sorte, Que não por destra mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e Quando pellas florestas passa o vento, Que sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece principio hà que lhe dura Do erro este costume, Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe O vento te• levou, caes do vento, Vento foste astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre dos Generosos: denotado em a Tocha sobre Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, Amor, que a tem multiplicado, Quando somar me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo crede, que quando vos resisto, Que me chove A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou Conta he esta, que nunca o pensamento, Com Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda Que me chove a razão; porque Sonetos Feitos estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais postra seu contrario armado: Rendase hoje que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi a mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não a Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida a Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da a Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta a nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da a Patria aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico a perfeição de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de a quantos vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso a que o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes a quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / a quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem a sede eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi a seu mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle 252 SFA88 SAM46 SAM7 SAM7 SAM43 SAM23 SLI29 SAM52 SFU64 SMO83 SSA65 SSA92 SLA24 SAM31 SAM60 SLA93 SHE100 SHE54 SFU85 SHE79 SLI22 SMO84 SMO69 SMO16 SAM52 SHE100 SAM20 SMO81 SMO16 SAM48 SMO16 SHE100 SMO49 SMO11 SLA12 SLA77 SMO89 SAM6 SAM43 SMO67 SMO61 SFE80 SMO73 SLI29 SMO73 SAM58 SAM41 SLA94 SFE40 SMO59 SLI62 SMO59 SMO57 SMO35 SFA87 SLA74 SLA74 SLA12 SSA63 SAM45 SAM45 SAM27 SMO5 SHE79 SLA28 SMO67 SLA56 SMO11 SAM48 SLA18 SAM55 SMO67 SHE38 SAM17 SAM20 SSA65 SLA18 os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita e fermosura. Em fim não passarei, temendo pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira muito temendo. Porem como sarais com vosco provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que da gloria tão fingida: Olha a que grande preço Porque de pensamentos tão subidos Não sabe Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando da Academia dos Generosos: denotado em porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que vos deve. Negros soes, não soes grandes; e o que Là traçastes de modo o vosso engano, Que nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes, se tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres Que parece que o Barbaro, igualmente Venera mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se Eillo que chora em vão seu desvario, De longe da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e Responde a hum amigo, que mandava perguntar Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti se a vista não me engana, Ou se a fê mais que Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que se sois ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda mais altamente; Poes se là vence o braço, câ e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre do que me mandais, tanto me esqueço, Como so Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, se querem, contra mi atrevidas, Porem não contra Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que O proprio tempo vencedor vos chama Rendido Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se a tanto, Que com victima nova o altar florece; Mereçate poes a tantos, Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas todos a teu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do Mundo a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao a vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição a vida, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste O a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de a vir louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que perguntandoselhe a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais segura a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes a vossas obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como a vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como no a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do estimado a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de 253 SAM41 SMO3 SAM58 SAM58 SFE30 SAM4 SHE100 SAM71 SAM66 SAM9 SLA18 SSA63 SLA99 SFE80 SAM91 SLA74 SMO82 SMO50 SFE30 SMO89 SAM43 SAM60 SSA63 SFE30 SFU37 SAM9 SAM9 SFU85 SMO57 SHE54 SMO81 SFA51 SMO57 SLA18 SHE54 SLA93 SHE79 SHE38 SLA97 SSA92 SAM91 SLI26 SLI29 SAM27 SPR1 SAM43 SMO61 SMO84 SFE80 SLA74 SFA51 SFE78 SSA86 SLI90 SMO16 SAM8 SFA53 SAM76 SMO11 SFE34 SLA24 SFE34 SFU21 SFU64 SMO50 SAM55 SFE75 SLA28 SHE54 SAM52 SHE54 SMO44 SAM2 SFA87 SMO84 SLA77 SAM96 eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla e ardente insignias, roga A vossa planta, como de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e breve apartamento Bem conheço, por mais que Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto / [SFE30] Em estillo da praça, dando os parabẽns em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja vendovos hum delles: Que elles vem publicando paz mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo o não estar• à vossa vista He sempre estar, mais que à dor resista, Que sempre o não estar• affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. perdendo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] generoso Imortal sempre, nas memorias ande ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece E o manto azul vestio, da branca Aurora. ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, venho. Tambem nas mãos resigno da esperança Hoje emfim, que deixando a Empirea altura docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] com perdão da gente honrada. / [SAM76] Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? de guadameci Tenho figura, nem para de pé. ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre Tal, se passando vai por teus primores quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? creces Que os dobrados affectos, que mereces, dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a remediallo. / a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de louvor darte a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas da à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não cuides à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento. Qual A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver A cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi A gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura A guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo A hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto A hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta A noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o A pobre Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que conta farei A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que por se 254 SMO3 SMO16 SMO83 SMO57 SLI29 SAM14 SFA53 SMO10 SPR1 SMO67 SAM2 SFU21 SLI29 SAM4 SAM23 SMO35 SFU64 SAM23 SMO16 SHE79 SMO3 SHE100 SAM60 SFE39 SFE30 SFE70 SMO89 SMO89 SAM46 SAM46 SAM6 SLA74 SLA28 SSA86 SAM60 SAM52 SMO61 SAM66 SHE42 SFE78 SPR1 SFU21 SHE100 SAM43 SHE100 SLA72 SLI90 SLA94 SLA99 SLA95 SLA93 SLA56 SAM52 SAM43 SAM96 SFE34 SAM4 SAM41 SAM52 SHE100 SAM17 SAM98 SMO61 SLA74 SAM9 SFU85 SFE13 SFU85 SAM66 SLA95 SMO59 SHE100 SFE80 SLA36 SAM45 SLA77 SLI26 me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? a sorte? Tambem, tanto temor he desconcerto; envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura maltratada Foge da sem razão, e em vos espera esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera, da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos deste marchetado; E para ser maior, seja cuidado a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto o tocava O brando vento, apenas o deixava De vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora Sem que o valor do mais constante brio Escape d' Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. A morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama tem mal engastado; Aver que por se haver em vão cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se em conhecendo, Que se no vosso Amor, não Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se desprezo obediente, Quando delle me queixe, o de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me Que em vendo essa belleza soberana, Do prado se Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me Gozoute o Ar, teu nome publicando Em paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo, Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei logo A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para vos A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo A verdade sô quer para doçura, O desengano sò para elegancia A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça A verdura regada, ser enveja Da que mais verde entre A vida, contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me dar A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de A vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos os A voz de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia acabas Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte acave. E poes que da republica sonora Entre as aves acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria acção para sempre celebrada Serà, poesque com alta Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os rayos acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, mayores aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio preto acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais 255 SMO15 SLI22 SMO50 SAM91 SAM7 SAM58 SHE54 SMO69 SMO81 SAM58 SMO50 SMO57 SFA53 SLA77 SSA92 SFU85 SSA86 SHE100 SHE100 SMO84 SMO16 SMO16 SAM47 SMO44 SHE54 SAM45 SAM47 SAM33 SAM2 SLI90 SFE70 SLI26 SLA74 SFE80 SHE42 SLA36 SLA72 SFE40 SMO84 SFE78 SFE30 SFU37 SMO3 SSA86 SMO67 SAM91 SFU85 SFU85 SMO69 SLI62 SSA65 SLI90 SSA92 SMO32 SAM55 SAM41 SAM41 SLI29 SLI62 SAM8 SAM76 SMO35 SAM33 SAM71 SAM71 SLA99 SHE100 SLA12 SSA63 SMO10 SHE79 SAM71 SMO10 SAM76 SAM48 SMO10 SAM71 hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, repetido. Sereno Pescador, que a Daliana que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro comigo cegos, Que esperais que com vosco ande d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar offerece a o eterno templo De hum magnanimo o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro como hum ouro. Arredo và de nos o sestro ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que illustraste, XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade. faz a conta o pensamento; Porem quando lha que preciosas Pedras são, mais que porfido e Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous porque logo Teme que foje, quem procura, da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy custa asperezas, Que custaria hum bem nunca tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se não merece Amor, correspondente, Quem merece realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo adonde queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, donde o adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que dizello adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas esperanças advertida, E ouzado o coração, de louvor darte; Que não advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando affeição pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não agora pobre A verdade sô quer para doçura, O desengano sò agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto Agora se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: O Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não aguarda, Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve matar ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare Alabastro. / Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E para alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico alcançallos quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro alcançar prodigamente Derramadas, constantes, resolutas alcançastes. Emfim milagres soes por tantos modos, Que por alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem nunca 256 SMO50 SAM91 SLI22 SAM66 SLI26 SFE70 SAM52 SLA36 SAM33 SFE80 SFE80 SFE80 SFE80 SFE80 SFE80 SLI90 SFA87 SFA87 SLA72 SLA18 SMO59 SAM9 SAM6 SMO49 SHE42 SAM6 SFE80 SFE30 SLA97 SAM2 SLA56 SLI29 SLA97 SMO67 SLI29 SFU37 SFE34 SFU37 SFE39 SAM52 SLI22 SAM33 SMO15 SMO15 SLI90 SFE30 SLI62 SSA63 SAM58 SLA95 SHE79 SSA92 SLA97 SPR1 SMO69 SFE39 SFE80 SHE79 SMO50 SHE38 SMO67 SAM8 SAM58 SMO89 SAM8 SLA93 SLA93 SMO19 SHE42 SAM43 SMO61 SHE100 SFE13 SFE34 SMO32 SFE70 SMO3 Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora Sem licença do mal, assi dezia: Corre quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha que ordenas, de admirado Os louvores confunde em tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos por seu mal, respondeu que estava foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se a paz, nunca o premio da ignorancia. E se rica ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de Sidónia altas colunas lhe offrecera E Bragança SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que Por ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, que em galê, D' aquella, que não passa desde agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas que he gracinha o ser ingrata, E credes que o Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa acção para sempre celebrada Serà, poesque com ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais piadade aspira a tanto, Que com victima nova o Porque se algum rigor temer pudera Sidónia que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o o escarmento: Que em fim se não lograste hum gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da roga A vossa planta, como á vossa destra. Para [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que a Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he constante alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos tambem algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, O Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias ande A alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu alto coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura alto, e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria• altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta altos penhores de famosa, Que mais segura estàs, que antes altura A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai 257 SHE54 SLA93 SLA93 SFA51 SFU85 SFA51 SAM58 SSA92 SAM4 SMO19 SAM27 SAM66 SHE42 SLA28 SMO57 SMO57 SMO89 SAM58 SSA68 SAM55 SAM58 SMO50 SFE75 SAM17 SFA53 SMO15 SFA87 SFE40 SFE78 SLA24 SLA24 SFA51 SLA56 SFE40 SFU85 SLA24 SAM66 SAM60 SMO73 SLI62 SAM33 SFE39 SAM76 SFU37 SFE39 SAM91 SAM20 SMO84 SAM4 SMO84 SAM6 SAM48 SMO84 SAM4 SAM45 SMO16 SPR1 SAM47 SMO50 SFE39 SAM31 SAM41 SSA65 SSA92 SLA93 SMO10 SMO84 SMO84 SFE40 SAM46 SAM9 SAM91 SMO19 SFU37 SAM46 SMO44 SLI26 Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do e tudo outro promete: Temei embora humano, e LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e mais segura estàs, que antes estavas: Porque em hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da mudos a louvarte Ao entender, se passou d' O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei por a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, que vives triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro A hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum sois tal amigo, Que com vosco enfermou toda SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo la como o alto Amor de cima? Não! que posto que celestes, que inda enxutas Ver não merece Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum que abaixo Amor profano Era la como o alto à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Se com mais de vitoria por ferida Sabe SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de que por tragicos escritos Resulta de evitar d' E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o que tiveste por engaste O peito, porque o peito a Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Que mais vos leva, que vos traz da praça: Sem humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Não destes por Oraculo aos enganos, Com que destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os tem medos. Se emfim vos abrazarem seus pellas dores; Quanto forão melhor, que para saindo confiada. Filomena com queixas namorada ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos amar, sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre hum amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a ventagem ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho ambos vos: porque as feridas Nunca podem matar, que não Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto satirico amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da Amor cada hum se estima, O divino he divino, o humano Amor, correspondente, Quem merece alcançar prodigamente Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa Amor não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia Amor profano Era la como o alto Amor de cima? Não! que Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o Amor tanto nas penas se melhora, Despois que nellas novos Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que por Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o 258 SFE39 SAM14 SAM91 SAM71 SAM8 SAM31 SAM46 SAM33 SAM76 SAM20 SAM66 SAM43 SAM47 SAM45 SAM48 SAM7 SAM52 SAM23 SAM2 SAM17 SAM27 SAM98 SAM60 SAM41 SAM96 SAM9 SAM4 SAM6 SAM58 SAM55 SAM66 SFA88 SMO5 SMO81 SMO81 SMO32 SFE30 SLA97 SMO81 SFE30 SMO59 SLA18 SLA36 SAM43 SFE39 SAM41 SMO69 SMO44 SLI62 SMO10 SFE70 SMO57 SFU85 SAM60 SMO73 SMO73 SMO59 SAM96 SFE39 SLI26 SLA36 SHE42 SHE42 SMO61 SSA65 SLA36 SMO57 SMO10 SLA74 SFE70 SMO59 SHE38 SPR1 SAM27 SLA93 SAM17 SMO19 que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII. [SAM31] Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. [SAM46] Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII. [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. queres. [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II. pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO IV. ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amante suspenso diante de Filis. SONETO LVIII. hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Nem que saiba remirme em taes porfias. que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias andais comigo cegos, Que esperais que com vosco Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde a vossa carta he jà de guia Para mi, que perdido / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil as cores: De que serve encantar no vidro, os vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos a tem subida A voz de meu custoso desbarato. Os voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se emprego amoroso de hũa Senhora desenganada se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que penhores de famosa, Que mais segura estàs, que estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se presume: Poes vè que a perfeição de tal estado, Se Tão cedo deste Mundo os vîs enganos, Que [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via d' barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que Amoroso. Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo Amoroso. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado o Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem conheço Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de andais comigo cegos, Que esperais que com vosco ande andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo ande advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara antes estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita por costume antes que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e perturbado Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que não antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para 259 SLA24 SHE79 SMO32 SFE13 SFE34 SMO32 SFE70 SLA95 SFE13 SFE13 SFE34 SAM91 SFE75 SFA87 SFA88 SHE38 SMO19 SFU37 SLA94 SLA72 SHE79 SLI29 SLA95 SSA63 SHE42 SSA92 SLA36 SMO5 SAM23 SAM23 SAM23 SAM47 SLA99 SAM43 SHE42 SAM4 SMO83 SAM33 SSA92 SSA92 SAM23 SAM20 SLA56 SHE38 SSA68 SAM23 SFA88 SLA18 SAM58 SHE42 SFU85 SFE39 SLA12 SLA36 SAM52 SFE13 SMO44 SMO19 SSA92 SMO67 SFA51 SFA51 SFE25 SFA88 SFE13 SSA65 SHE100 SFA53 SFU85 SAM48 SFE80 SLI26 SMO32 SAM27 SAM9 SAM31 SMO82 fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso se he do campo a graça, e fermosura Que devemos a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que A dura força da contraria gente: Lisboa mais a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente da alma minha, Mas que de costumada sempre pia: Que offereças a Deus o voto santo, Que zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, outra escarmento Humilde vassallajem paga seu sentimento? Não canto não; humilde rogo que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] provar forças mais que as das virtudes. [SFE39] Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Temei embora humano, e amay divino. / [SAM52] para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força tão longe de profanos, Não destes por Oraculo que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, Considera a ventagem, que os Brutos fazem he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria não façais esgares? Porque de graças, e• benções Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza Estâ vossa mercê muito contente De me render o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo onde elles repouzarão, Banho espero que seja publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida que espante. Agora manquejardes de inconstante ( Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão que enganado. Torno a cuidar despoes que inda SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render aos Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ao impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ao pranto, Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] ao sublime Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO LII Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês aos propicios, Copia do Alabastro. / aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se para apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista, Que apartamento. Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida tão 260 SAM71 SLA93 SMO89 SMO89 SFA87 SFA88 SMO10 SMO11 SLA77 SLI26 SAM46 SFA53 SFE78 SLA72 SMO81 SFE80 SLA74 SFE70 SAM20 SSA92 SFE80 SMO89 SAM33 SAM23 SFE34 SAM14 SFU37 SLA28 SAM58 SMO83 SMO89 SFE78 SAM4 SAM52 SLA56 SAM23 SMO49 SAM43 SMO19 SAM76 SMO83 SFE34 SMO32 SFE75 SMO35 SFU85 SFA87 SFA87 SMO67 SFU85 SAM4 SHE100 SSA68 SMO61 SMO61 SMO11 SLA93 SFU37 SAM76 SLA12 SAM41 SHE100 SMO49 SAM52 SAM7 SAM52 SAM46 SMO5 SLI62 SAM91 SMO32 SLA99 SAM31 SHE100 SFU21 SAM98 SLA28 dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento, aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir, vejo, admirome, mas quando Te escuto, em tanto namorada Amores canta jà, queixas não chora. versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' por mais que digas, Vè, quando escreves, outro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' Queixa, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; darte; Que não fizesse com mais culto, e arte lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou Paredes: vos guardais os resplandores D' engrandecera, e eu prezára. Mas que merece Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis d' Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, do Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e de ditoso: Tem me os enganos jà tão alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas repetindolhe o bramido Na branca praya, humida, mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se no combatido Castello; postra seu contrario tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por Apetite disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus Aposto que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que em Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, como aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes aquella de ser linda, que espante. Agora manquejardes de aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que aquelle caminho mais errado O que he de mais passage, e aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais aquelle, que declara Por magoas naturaes seu sentimento aquelle, que sò partir convinha. He verdade que parte, e que Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de vòs aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta navegação arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a ardendo Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• poes ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete servi arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga A armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo 261 SMO50 SLI90 SFA88 SAM91 SFU21 SLI62 SFE30 SFE78 SFE39 SFE39 SHE38 SMO49 SAM58 SLA56 SAM23 SLA72 SLI90 SMO67 SAM47 SFA51 SFA53 SLA18 SLI90 SLA97 SMO44 SHE38 SFA88 SAM98 SLA99 SFA88 SLA18 SAM71 SMO5 SAM4 SAM55 SMO44 SFU21 SMO50 SLA18 SAM66 SFU64 SMO32 SLA93 SAM46 SAM60 SMO32 SHE42 SFA51 SSA63 SFE70 SAM96 SAM48 SAM76 SFA53 SMO73 SMO82 SAM6 SAM76 SSA68 SFE13 SMO5 SMO44 SLA94 SFE13 SFA53 SAM60 SAM2 SMO44 SHE38 SHE38 SAM4 SMO67 SAM71 SAM48 SAM76 SMO44 SHE100 bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da foy, que triunfador tem sido. No constante os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia ( prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' e que caminha, Mas partese, e caminha por tal se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, acave. E poes que da republica sonora Entre o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em se ja as flores; A planta seca estâ, mortas terras, e mares, Sem provar forças mais que Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre e as Espartas Vivão vossos escritos sobre Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para Sortes a seu mandar, em que escolhera, Contra olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, tantos os males padecidos Da Fortuna, e do tempo temer o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns Rendido a vossas obras singulares, Que inculca singulares, Que inculca às gentes sabias, como SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, Diràs: que por temer o Mundo hũa hora que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as aves Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero arraial, no combatido Castello; postra seu contrario armado arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que arriscado de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso artes varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem em arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII as cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este as impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto as leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido as mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias contentes as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias as Religiosas do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que digas as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde vos às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento As deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios 262 SMO84 SAM6 SAM76 SFE75 SAM71 SSA92 SMO61 SAM14 SAM17 SMO35 SAM27 SLI29 SMO83 SLA97 SLA24 SLI22 SMO83 SFA53 SMO5 SMO67 SFU64 SFU64 SAM23 SLI29 SMO49 SHE42 SFE25 SAM43 SFE40 SHE100 SLA28 SMO67 SMO35 SMO11 SHE100 SLA74 SAM33 SFE34 SLI90 SAM17 SAM31 SLA18 SFE40 SMO69 SLI22 SAM48 SAM48 SFU37 SFU64 SAM55 SAM8 SAM4 SMO69 SHE38 SLA95 SFA87 SLI26 SLI26 SLI90 SAM6 SFE70 SAM47 SAM91 SFA88 SLA36 SHE54 SAM46 SAM71 SFU21 SAM31 SAM66 SAM31 SAM31 SAM9 SAM41 SAM9 SMO83 me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me de ser vingado Ver quam mal da mudança se só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome se conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, temor he desconcerto; A quem passar avante, em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto poes• Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, partome enfim, Senhora minha, O Fado o quis a verdura; a neve he sò sobeja, O triste inverno, Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, quantas artes varias O Homem racional, provido, e he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E Emfim que aquella hora he jà chegada, Que cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai muito escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o que não teve. Que mal se atreve, quando a vos se Aos centros da ventura, que não teve. Que mal se choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, ou Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà como por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em carregada, E o manto azul vestio, da branca pretendes sinalarte No Musico louvor da branca ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella sucessora. Jà quando• esta manham bordava a Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ somar a quer, vai muito atento. Riamonos da da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Anno esteril de Amor, que passa inteiro, que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva tanto temor he desconcerto; A quem passar As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / aspira a tanto, Que com victima nova o altar florece assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta vez assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver assombramento de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que Assunto academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa assusta eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Asunto Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor o atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' essa atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal atormenta. O que bem disse contra seus enganos Seneca atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Enveja atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que morras atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria vos Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera aumenta Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o Aurora Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois Autor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do proprio auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa socorrerme auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca auzente, E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo 263 SLA36 SAM4 SSA65 SFA53 SAM55 SFE75 SLI90 SMO67 SHE38 SAM47 SAM96 SAM96 SLI90 SFA88 SMO35 SHE100 SLA93 SFU85 SLI26 SFA51 SFE75 SMO49 SFA53 SAM60 SAM96 SLA12 SFE75 SLA74 SSA86 SAM6 SAM47 SAM66 SHE79 SMO57 SHE79 SAM91 SAM91 SFU37 SSA86 SSA86 SSA92 SFE70 SLI62 SFE70 SAM7 SAM66 SAM20 SAM76 SSA86 SAM58 SMO50 SMO19 SAM43 SLA74 SHE54 SMO50 SSA68 SAM48 SMO84 SHE54 SMO82 SFE13 SMO69 SAM58 SMO69 SMO16 SFE78 SFE78 SMO84 SAM71 SAM33 SFU21 SLA94 SMO5 SAM43 SMO10 SAM71 era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte as farà raras. Com mãos vence de gloria sempre o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz que âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, acave. E poes que da republica sonora Entre as Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos illustres Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do estando na America, e perturbado no estudo por XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs convertido Perola sem igual, pouco estimada Do escreves, cantas tão valente, Que parece que o na America, e perturbado no estudo por bayles de que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem de candida abundante, Para vos, para o mundo tão contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, vez, por falso pensamento Mostra os socorros, e à Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro O vencimento dos mayores danos: Vence, sem Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? ja que se estremece A firma penha, donde o Mar Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Crendo que em vos, como no Firmamento podem ser ? que as mortes dadas Por lagrimas tão ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a vive nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o E quem me compusera do dezejo, Que grande Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal Aver que por se haver em vão achado Em pastas de carvão Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Aurora avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e acrecentando azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com medo bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes bastante, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de beijei hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo bem como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem 264 SMO69 SFE25 SFE40 SMO10 SAM52 SAM9 SMO82 SLA12 SFE25 SSA86 SHE54 SFE30 SAM14 SAM14 SFE40 SAM96 SFE40 SLA28 SLA28 SLA97 SAM6 SMO59 SFE34 SMO3 SLA74 SFU64 SAM47 SMO89 SLI29 SLI29 SLI26 SFE25 SFE78 SHE79 SLA28 SFU64 SFU21 SSA65 SFU21 SAM98 SLI22 SMO57 SMO81 SLA97 SLI26 SAM91 SLI26 SLI90 SAM91 SAM6 SAM98 SMO89 SAM6 SLI90 SFA88 SSA65 SLA93 SHE54 SAM9 SMO69 SAM48 SAM9 SSA65 SMO61 SSA86 SAM76 SMO67 SMO67 SFE30 SMO10 SMO59 SLA56 SMO83 SFE70 SHE100 SFU37 SFE80 contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos mais que inferno escura, Fresta pequena, grade A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos por e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por Grilhão, que vos assusta eternamente Negro Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de / [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra os dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera E / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. do Austro embravecido. Responde repetindolhe o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os co' a força do aço forte Medir a condição da no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a Se mostra a planta, que por longo prazo O historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste de Reo injusto: E a Claudio entronizado a Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa esfera a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' esse o fermoso, Sem que o valor do mais constante renaça. Fonte de graças, que com graça eterna ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas âs alimarias Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos, SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? que estas como corrido, De não nos virdes logo sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que por ter tanto aleijado Com tudo eu creo ( bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto estes bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos Bem conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que berço, o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das proezas bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, e bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora, Rompe branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor resista breve custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a breve, mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos, prendeyos buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado 265 SFE34 SFU21 SFE70 SHE79 SAM23 SMO32 SAM41 SMO50 SFE78 SAM9 SAM6 SLA56 SFE39 SMO81 SMO57 SAM60 SMO15 SAM60 SLI62 SLA72 SMO61 SAM8 SAM41 SAM8 SFE30 SFA53 SAM41 SLI22 SLA99 SPR1 SAM41 SFE40 SFA88 SAM23 SAM23 SMO83 SMO83 SAM23 SFA88 SMO83 SFA87 SMO81 SSA65 SFE40 SSA86 SMO32 SAM47 SMO82 SLI26 SLI90 SAM2 SLA77 SLA24 SFE39 SLA12 SAM33 SLA56 SLA56 SLI90 SLA24 SFE40 SFE25 SFE13 SFU21 SMO3 SFE13 SAM4 SMO69 SHE38 SAM71 SLI26 SLA18 SLA18 SLA18 SFE30 SAM96 SLA36 consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que os a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição; Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis Ou Scevola constante, se he constante? He na Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caes do vento, Vento foste a o subir, vento es Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a Là te mando os teus versos, que mandarão Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez A TUBA DE mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde sò partir convinha. He verdade que parte, e que verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle não tem medo. A vinda temo mais, do que o defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta agua riqueza, tendes galhardia; E com tudo viveis vida flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador procura, Quem credito vos der, por ser fundadas. confiada. Filomena com queixas namorada Amores sinalarte No Musico louvor da branca Aurora; ja vos forão referidos Em differente estillo então credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o o engenho posto? Não certo nos primores, com que declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce assi comigo. Hora os que forão votos, sejão destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Mas não mande acordar tão cedo a gente Com me atropelle, Que tão grandes vitorias não são os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos do vento injusto, Qual destes triunfos não fez incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa escritos, Não pode esperar menos, que estas a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, como que por se haver em vão achado Em pastas de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar, veja cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que cada hum se estima, O divino he divino, o humano humano cada passo nella hião topando. Na mocidade os moços cada qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida Cada amor he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o que CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano caminho mais errado O que he de mais passage, e fermosura caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao povoado campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta candida abundante, Para vos, para o mundo tão bastante, Que cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, igualmente canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô carregada, E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa carta he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo 266 SFE34 SLA36 SMO10 SFA51 SFU21 SAM17 SAM8 SFE80 SHE38 SMO19 SAM31 SMO15 SLA99 SLA99 SSA63 SLA18 SMO15 SFE75 SFE30 SMO19 SMO15 SAM7 SAM91 SAM55 SFE70 SAM96 SFE40 SAM96 SFE39 SSA65 SFE13 SAM6 SSA86 SMO57 SAM60 SAM23 SMO35 SLA95 SAM98 SAM60 SAM8 SAM6 SMO81 SMO81 SLA97 SLA94 SLA95 SSA63 SLA93 SAM43 SLA97 SFA51 SSA92 SHE79 SAM76 SAM46 SSA68 SAM71 SFE75 SMO84 SAM48 SAM23 SMO16 SAM52 SAM76 SMO61 SMO19 SLI26 SLA94 SLA94 SFU37 SLA72 SFU85 SLA94 SAM43 SAM98 SLA72 sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era annos. Tardastes; e entre tanto estes tiranos podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois desta tem sido. No constante arraial, no combatido Não que me desprezais, como mofino, Mas que me Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que he Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão simples XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha que me possais ver livre, [SAM55] Havendose he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice que fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a pois eu não posso. Mas não mande acordar tão donde o sol fermoso As portas da manhãa mais Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou Ignorantes da Morte, a não temião. Todos Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre [SSA63] Segundo as leis do certamen da Conceição. ao senhor por ty mesmo hoje se offrece. [SLA93] [SAM43] Por Assunto academico se mandou sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o S. João a profissão de certa Religiosa, que se descifraste, e leste, Porque de Marte o coração deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Relação de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao e a desventura? A quem me hei de queixar, se o de todo o incendio tardo. Que industria contra o constantes, derramadas, Cometas são no acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão Castello; postra seu contrario armado: Rendase hoje a seu castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento injusto castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado. SONETO castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a El Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador cazado por vingança hũa senhora contra seu merecimento cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se cedo a gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum Ministro cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO Celebrando a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos celeste Sempre a teu alto coração responde. Postrese Roma a celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode centros da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o cruento Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria 267 SHE54 SFU37 SAM43 SMO83 SFU64 SSA63 SSA63 SFA51 SAM98 SHE100 SAM7 SFU64 SMO61 SMO81 SLA94 SLA28 SAM27 SMO5 SSA92 SSA63 SAM48 SAM45 SMO83 SLA56 SLA28 SFE78 SAM52 SLA28 SHE79 SHE38 SHE79 SAM7 SMO35 SHE38 SMO32 SMO11 SMO49 SLA93 SFE75 SFE78 SMO61 SFE13 SLA28 SFU21 SLI29 SLA94 SFA87 SAM33 SAM71 SAM6 SMO89 SFU21 SMO69 SAM71 SLA94 SFA87 SLI26 SMO89 SAM6 SAM76 SAM76 SAM2 SFU37 SFU21 SLI29 SAM76 SLA18 SLA24 SFU37 SHE54 SFE78 SLA24 SAM71 SLA36 SLA28 SFE13 SFE39 a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos como culpas as grandezas, Que por premios os Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A co' a força do aço forte Medir a condição da branda afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he me perder de muitos modos, Finje que a honra he ao sublime Evangelista S. João a profissão de tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não Te vejo confiado, astuto, e forte, Parece A hum amigo, que o convidava lhe acabasse ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais A dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de a teu alto coração responde. Postrese Roma a SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he para vos, poes com furtado Consular nome vos O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle O firme freixo: a estrella mais segura Varre o para os ratos, Mas para as proprias rãns do peleja, A outra cientifica derrama: Ambas Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he jà perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo pos o Ar hum leve alento, Que das flores colheu queixas namorada Amores canta jà, queixas não vio ser, o que esperava abraços. Eillo que brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o Porem crede, que quando vos resisto, Que me toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de abaixo Amor profano Era la como o alto Amor de Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra escura Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem chama Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em chaves serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se para se choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos chorei, muito temendo. Porem como sarais com vosco a choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino 268 SSA86 SAM41 SMO73 SMO44 SLA12 SLA77 SSA86 SFU37 SLA94 SLA36 SAM7 SLA36 SLI29 SMO69 SLI26 SAM20 SAM20 SFA88 SMO69 SLA94 SAM9 SFU37 SMO81 SMO89 SMO11 SAM46 SMO89 SAM98 SMO59 SMO57 SMO57 SAM2 SFE80 SMO3 SMO82 SFA87 SMO44 SLA97 SMO19 SSA86 SLA95 SMO82 SHE54 SMO49 SMO61 SMO5 SLA12 SAM91 SMO11 SSA86 SAM33 SAM58 SAM48 SLI26 SAM27 SFE75 SSA63 SMO69 SMO69 SLA56 SHE79 SLA56 SLI26 SAM20 SAM31 SLI90 SMO84 SLA95 SMO5 SAM4 SMO32 SLA28 SLA24 SSA92 SAM43 SLA24 SMO81 de graças, que com graça eterna Brotarà cedo Quem lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre nella se encobre, entende della. Pode do Sol a Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: a neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda que não chegue? se se aguarda, Ou se compra Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo A hum quadro, que continha os Esposos divinos Tal, acção para sempre celebrada Serà, poesque com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, bem, que grande paz me dera? Ou (por força) Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, estâ o engenho posto? Não certo nos primores, por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, primores, com que canto, Mas nas muitas razoens mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai XC. Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena o que he possivel, Como posso esperar ter paz vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, que chorei, muito temendo. Porem como sarais Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado de clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado clara, Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão claro estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e Cloris com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços co' a força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de longe cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI com alta providencia Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser com força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido com furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que com lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto com mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais* com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos com que canto, Mas nas muitas razoens com que me queixo com que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum com queixas namorada Amores canta jà, queixas não chora com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da com suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de com termos levantados Excellencias da Patria reprezenta com todos, Quando não posso, nem ter paz comigo? / com torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que com victima nova o altar florece; Mereçate poes tanta com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta saude com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta com as 269 SLA24 SFE30 SAM31 SFE13 SMO3 SLA77 SAM4 SMO19 SMO84 SLA95 SMO44 SMO67 SHE100 SHE42 SFE80 SHE54 SAM46 SFU21 SMO11 SAM58 SLI90 SAM9 SAM76 SMO81 SMO15 SAM46 SLA24 SPR1 SFE80 SMO5 SHE100 SHE54 SFE34 SHE38 SMO69 SFE30 SFE30 SAM46 SMO15 SFE70 SFU64 SLA74 SAM52 SSA68 SMO10 SFE30 SAM17 SMO59 SAM20 SHE79 SFE39 SHE79 SMO16 SMO35 SMO19 SAM33 SLA24 SAM41 SMO5 SMO35 SFU85 SMO3 SLI22 SLA56 SAM52 SAM45 SMO15 SMO49 SMO89 SMO5 SSA65 SMO67 SAM43 SAM8 SMO16 SFE70 SSA68 Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà Conta he esta, que nunca o pensamento, não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, levantados Excellencias da Patria reprezenta, hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, que triunfador tem sido. No constante arraial, no me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he com mais culto, e arte Aquella suspensão tão Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte, Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal resolutas? Resolutas, constantes, derramadas, respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como (e com verdade) Que era peor, haverse assi Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà para ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, obras singulares, Que inculca às gentes sabias, subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem jà tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, ande a zunir, como bezouro, E que andeis a callar, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, que ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais, acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais a vosso grão merecimento, Crendo que em vos, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la batalhar, como nos deste A Vitoria, sem vermos, hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns (não os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre intenta? era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Pensamentos temerarios. SONETO VIII. Amoroso. do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo. mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce com vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum ouro Com a saber provar, houve encerrado: E o mesmo Amor, que Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque, senhor Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal Com suas firme, e ardente insignias, roga A vossa planta Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura estàs Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são comigo cegos, Que esperais que com vosco ande advertida? / comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu comigo meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei como á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra como agora Com vosco nasce a ser da noite espanto. Tende a como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E desde como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo como bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America como eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo como hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre como mofino, Mas que me castigais por delinquente. / como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum como, ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o meu como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem como sarais com vosco a tantos, Força he que, para dàr tanta como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De como se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera como se vão a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor Como? fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o Como posso esperar ter paz com todos, Quando não posso Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a Como voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o 270 SMO50 SLA72 SHE42 SFU85 SLA28 SLA72 SMO69 SAM8 SMO5 SFA53 SLA74 SSA63 SMO19 SMO3 SAM76 SMO11 SHE79 SFA88 SAM98 SMO35 SMO11 SLI26 SSA86 SLA28 SMO81 SMO61 SMO59 SLA36 SAM43 SAM45 SMO50 SAM20 SAM4 SAM7 SLA24 SLA18 SMO67 SAM45 SFU21 SLA74 SAM45 SAM27 SAM96 SLA74 SLA74 SAM66 SAM27 SAM9 SMO49 SAM9 SLA12 SLA12 SSA63 SAM8 SMO89 SMO67 SHE79 SMO57 SFE25 SFE25 SFE34 SLI62 SFU21 SMO61 SMO73 SLA72 SLA72 SSA86 SAM76 SAM76 SMO69 SMO11 SMO82 SLA77 SAM71 SMO82 SAM31 Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos Elogio a hum Livro de destreza das Armas, Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se te destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia das flores: mas que importa, Se May fostes, a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei E quando nas palestras peregrinas Te vejo passo nella hião topando. Na mocidade os moços ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se vossos escritos sobre as gentes; Que em fim, quem tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa. con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos remirme em taes porfias. Ancias hà muito que SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] De para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta Triunfado foy, que triunfador tem sido. No perdese o fermoso, Sem que o valor do mais que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor se reparte? Ou Scevola constante, se he emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, Quem merece alcançar prodigamente Derramadas, ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a XI. Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Canseime pello vosso nascimento; Nacestes: A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a que com vosco ande advertida? / [SMO82] o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. companhia, Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO composto por hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse contra Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por concertado; Porque nem porque o Mar sempre he salgado conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste Primeiro Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da condição da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem confiada. Filomena com queixas namorada Amores canta jà confiadamente, Esposa dina Dina desta agua candida abundante confiado, astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou confunde em alegria, Quando hum dourado seculo presume confundome, vendovos hum delles: Que elles vem publicando confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me Conhecendose a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso conheceo (e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos, que estas conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• conhecereis a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor não Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado foy, que conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das flores: mas conheço (Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o não conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII conquistada Tão culto escreves, cantas tão valente, Que consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo Romano conseguido. Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que constante arraial, no combatido Castello; postra seu constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que he da constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura constante, se he constante? He na cadeira Escoto? ou he na constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante, Possa constantes, derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas constantes, resolutas? Resolutas, constantes, derramadas Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor conta farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento Conta com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. Moral Conta he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar 271 SPR1 SAM58 SMO81 SLA77 SLA77 SMO59 SAM27 SAM17 SMO3 SAM8 SAM41 SLI26 SFE13 SAM6 SLA36 SSA86 SAM71 SMO59 SAM55 SFU37 SAM55 SAM52 SFU64 SAM4 SAM55 SMO69 SMO82 SMO5 SMO5 SAM98 SFU37 SLA74 SLA74 SHE79 SLA28 SMO67 SFU21 SMO69 SAM14 SHE100 SLA24 SLA24 SLA94 SAM96 SLA94 SFE78 SAM23 SAM33 SAM45 SAM45 SHE100 SHE79 SLI22 SAM58 SAM58 SHE79 SMO44 SAM48 SFA87 SMO61 SMO50 SSA86 SLI22 SFE34 SAM76 SLI22 SFE70 SSA68 SFU37 SMO89 SAM98 SLA24 SFU64 SMO32 SMO32 SFE34 SFE34 fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, E he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito as perolas, que chora? Mas que espero de ver dias cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, Certo effeito de todo o incendio tardo. Que industria Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, Havendose cazado por vingança hũa senhora co a dor, com que atormenta. O que bem disse Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] se tivera Sortes a seu mandar, em que escolhera, vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, semelhantes E atè sogra, que agora vos conheço ( A hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da vejo confiado, astuto, e forte, Parece certo que a e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão arraial, no combatido Castello; postra seu Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo por a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas do se haver em vão achado Em pastas de carvão, foi estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o que he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o que no semblante dava Mostras da dor, que o Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do de Marte o coração celeste Sempre a teu alto se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As desornada, Que merece em tomarlhe alento, e com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor, SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar outra morte? Prepâra para darme, hum novo vosco enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem contallla; Quanto he mais padecello, que dizello? [SMO59] contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum conte por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desvario contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar contente agora: Trocouse o vento em aura socegada. Despiose contente De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, Documento continha os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das contra quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda contra si que mal procura, Quem credito vos der, por ser Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do Contra hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo Contra o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir contraria sorte Entre a vontade, e o braço, determinas contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he forçado contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia do convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO convinha. He verdade que parte, e que caminha, Mas partese convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de copia conhecida, Menos me admirarà ver em vós vida, Que copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a Copia do Alabastro. / coração celeste Sempre a teu alto coração responde coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte coração responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir cores: De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral corrão para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes correspondente, Quem merece alcançar prodigamente corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Morte cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão cortez no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà 272 SFE30 SFU64 SFA88 SFE40 SFA88 SFE30 SFE25 SAM33 SMO83 SLA36 SFE25 SFE40 SLA18 SFE39 SFE25 SMO50 SSA63 SAM52 SHE54 SHE54 SLA77 SFE78 SFE30 SHE79 SLA77 SMO82 SSA63 SAM20 SFE80 SLA28 SAM7 SMO73 SAM60 SAM52 SMO35 SAM41 SAM52 SFE78 SAM98 SLI62 SHE38 SAM43 SMO16 SAM43 SLI22 SMO16 SMO3 SAM31 SLI29 SAM47 SAM27 SMO32 SAM7 SAM2 SLA95 SLA24 SFE30 SMO59 SAM27 SAM17 SLA36 SAM23 SFE39 SMO82 SAM33 SAM60 SAM45 SFE13 SLA36 SHE42 SLA94 SFU37 SLA94 SAM96 SMO50 SMO59 SAM48 o ser ingrata, E credes que o alrotar que he Do merito primeiro, que da Morte, A vida te Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem senhora, Que tem que ver toda esta patarata bem rica. Mel, e assucar? são cousas da botica. cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de que desdo principio hà que lhe dura Do erro este por maravilha sucedia, Agora se exercita por a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são sem Parente; Quem mais se doe de vos, diz: em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores. tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto a esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, pouco dura, Appella a vosso grão merecimento, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo eu estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de para vos dar, minha alegria. Hora acabai de Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar se mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, no semblante dava Mostras da dor, que o coração ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes desconcertos marchetado; E para ser maior, seja pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu me chega a sorte dura A querer que alivie o meu o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o meu arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena e mas que me perca, Estoutra informação dos meus gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus XCV. Laudatorio. Quando envolto nos miseros amigo, Que com vosco enfermou toda amizade. Que cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se Antes ser despedido, que enganado. Torno a me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, XXXVI. Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida Não a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; em tanto Que firme ao Firmamento competia, ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem que cortou o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; E o Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da Coscorões? são peores que folares, Perús? não, que são costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua cousas da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta estrella crecerdes de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes crede, que quando vos resisto, Que me chove a razão; porque credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando credito vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso crendo Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes do Crendo que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por crer, mas que me perca, Estoutra informação dos meus crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que me chove a crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he esta cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios. SONETO VIII cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora do cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha ingrata cuidar despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não dâs cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos cujas linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que cujo valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas 273 SAM17 SFU64 SAM58 SLA12 SFE30 SLA93 SMO84 SFA53 SFE34 SMO32 SFE70 SFE13 SAM55 SFE39 SLI62 SAM71 SAM71 SMO69 SAM9 SAM33 SAM60 SMO61 SLA18 SAM58 SPR1 SMO10 SAM46 SMO10 SLA74 SAM46 SAM43 SLA56 SHE79 SSA65 SHE42 SFU21 SFE34 SSA65 SAM46 SMO32 SFE13 SAM60 SAM47 SLA77 SMO61 SAM33 SFU21 SAM66 SFE13 SFE34 SMO32 SFE70 SFU37 SFU64 SFE34 SFU37 SAM52 SAM76 SAM96 SAM58 SMO32 SHE100 SAM47 SMO67 SAM91 SAM33 SLI62 SMO61 SMO89 SAM91 SAM31 SAM31 SFE70 SFE25 SLI26 SLI90 SAM98 Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O mais Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais Malaca, de Albuquerque conquistada Tão Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, as honras da memoria A dezejos mais nobres, mais pode Amor, se no seu proprio Imperio Nada pode a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares da porque as feridas Nunca podem matar, que não tem desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu Sem que o valor do mais constante brio Escape quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a provárão mudos a louvarte Ao entender, se passou gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar Tardastes; e entre tanto estes tiranos Casos humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não via de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que por sinal tal fermosura. Fermoso esprito pareceis me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta Considera, e louva por credito da insigne Vitoria mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena Varre o chão, com desprezo antes olhado! O docel de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a prizão a Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê, depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas quem foi dado; Diâmante que quando mais guardado culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, se offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum penedo gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora Batia em hum penedo da agua erguido Lá na serra Quando somar a quer, vai muito atento. Riamonos da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor pretende co' a força do aço forte Medir a condição culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que culpas as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta culto escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos o cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe a cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen da custa asperezas, Que custaria hum bem nunca alcançado? / custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem rumos d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança d' Amor roubarãome os sentidos: Se alcançallos quereis, bem d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco o d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na Corte. SONETO D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem de D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que D' aquelles, por quem são de vos choradas! Mas choradas de D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar da alma minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do da altura O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, Do fero da auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona da botica. Coscorões? são peores que folares, Perús? não da branca Aurora. A flor, que no botão com medo mora da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em 274 SSA86 SSA63 SLA36 SHE79 SFA53 SFE34 SMO32 SFE70 SFE13 SFA88 SAM41 SLA24 SLI22 SFE30 SLA28 SMO69 SPR1 SLA93 SLA28 SLA18 SLA77 SLA28 SAM31 SAM14 SAM7 SAM20 SHE100 SFE75 SPR1 SAM60 SSA86 SAM66 SMO73 SAM2 SFA53 SSA63 SHE79 SFE30 SSA63 SAM6 SLA93 SLA97 SAM7 SAM46 SFE75 SMO73 SAM98 SFU37 SMO32 SMO81 SFU64 SFU21 SMO81 SAM31 SLI29 SFA88 SHE54 SFE39 SLA95 SAM47 SFE75 SPR1 SLA18 SMO16 SAM91 SFE30 SFE40 SLA93 SLA36 SAM47 SLI90 SAM8 SAM14 SLI26 SLA36 SAM43 SMO89 o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem a vida. [SSA63] Segundo as leis do certamen só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a razão Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força a tive, nunca o cria. [SFA53] A João Nunes maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez / [SMO32] Desde a prizão a D. Antonio Alvarez do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez Respondendo a hũ soneto de D. Antonio Alvares Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova A outra cientifica derrama: Ambas chaves serão He tudo; mas he mais, segundo entendo, A Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir Foge em fim para vos, desesperada. Pobre Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro paga ao vento, Sem lhe escapar por flor tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o Mar Mas se della me valho em meu tormento; Despoes do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito Que tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos e amor jocundo? Que he da velhice? que he mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o Na mocidade os moços confiando, Ignorantes SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento Vossa Pena com termos levantados Excellencias O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem mas he mais, segundo entendo, A da examinação fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada Foge Trocouse o vento em aura socegada. Despiose o Ceo que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo outro soneto da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui da Cunha. SONETO LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com da enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste da esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO da esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de da esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella da Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. / da gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E da manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal da mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião da Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E da ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Patria da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por da pena, Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. João da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais da propria Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar da republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte No da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO IX• da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra 275 SMO73 SFE30 SSA65 SFA51 SMO73 SAM48 SAM20 SMO50 SMO35 SHE42 SFA51 SFA51 SMO49 SMO57 SAM48 SAM2 SLI29 SMO67 SFU64 SFU64 SAM33 SFE39 SLA94 SFE75 SAM76 SAM96 SMO84 SMO83 SMO35 SAM2 SFE30 SFE80 SAM17 SAM9 SMO44 SAM91 SLA56 SAM43 SAM96 SFE30 SFE70 SLA72 SMO15 SMO16 SMO35 SMO49 SAM8 SMO16 SMO3 SPR1 SLI62 SMO44 SMO10 SMO57 SFA51 SMO57 SMO32 SFE39 SAM23 SFA53 SAM52 SLA24 SAM98 SLI90 SFU64 SAM58 SLA28 SAM47 SLA93 SFE39 SAM2 SFU64 SLA95 SFA87 SLA74 SSA63 SHE42 de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, e SONETO L. Moral. Armas do Amor, Planetas hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com desatino ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada breve Guardastes, por industria nunca ouvida, II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio academico se mandou celebrar o Nascimento de hũa [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu A quem em vão, a emenda lhe prometo? Mais por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos meus em te estár consiste O vencimento dos mayores de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos sarais com vosco a tantos, Força he que, para Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode as grandezas, Que por premios os Ceos quizerão quando advertida, E ouzado o coração, de louvor e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda sirvão para desenganos. / [SAM2] Versos pregão Mas que muito, se vives das proezas, Que morras a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que Conhecivos Esposa em igual preço Envejada Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença logo dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com vosco, sor da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o da ventura, que não teve. Que mal se atreve, quando a vos da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo julguei por Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e estar Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por Daime por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ Daliana Adora; vendo ja que se estremece A firma penha Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia Dando os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a danos, Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão pezada dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa darte a Arte. [SAM91] Metafora Alegorica. SONETO XCI darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella das Armas, composto pello General Diogo Gomes de Figueiredo das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a das flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes 276 SLI62 SAM41 SAM47 SSA92 SFE13 SFU64 SLI62 SSA68 SHE38 SAM60 SMO44 SHE42 SLI62 SMO67 SLA74 SLI22 SLA36 SLA12 SLI29 SAM4 SMO16 SAM41 SMO32 SLA36 SLI90 SFA51 SHE38 SFE75 SLA74 SFU37 SMO3 SFE39 SFE25 SAM96 SFE34 SLA99 SFE70 SAM98 SSA92 SAM48 SHE38 SFE13 SFE39 SMO73 SMO11 SMO59 SAM71 SAM33 SAM60 SAM52 SFE13 SFA53 SMO3 SLA28 SLA28 SMO3 SFE80 SSA92 SMO49 SLI90 SFA53 SAM71 SFA53 SPR1 SHE42 SLA28 SLI90 SAM58 SMO11 SAM46 SAM2 SMO57 SLA12 SLI29 SFA51 SAM4 SAM6 Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, Crerà que foy sem duvida, o primeiro Maltratado se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives sete perdi, tiranos Sempre os Fados nas vozes Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e terras, e mares, Sem provar forças mais que as que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia cadeas, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta por novo Imperio, Digno de Cesar he, digno na America, e perturbado no estudo por bayles que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar Aver que por se haver em vão achado Em pastas vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura Votando ao sublime Evangelista S. João a profissão por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças que abaixo Amor profano Era la como o alto Amor sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro do que sou perder o tino Aquelle assombramento Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e A gloria, que por tragicos escritos Resulta es felice; poes acabas Com tão altos penhores das Armas, composto pello General Diogo Gomes que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence que espero de ver dias contentes, Se para se pagar das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que tiveste por das plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom das proezas, Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que dâs mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o Das fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo essa dava Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto de admirado Os louvores confunde em alegria, Quando hum de Albuquerque conquistada Tão culto escreves, cantas tão de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não levo às de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre as de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' antes de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte de certa Religiosa, que se celebrou em seu dia. SONETO XCII de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e de cilicio preto. Torre velha. Segunda feira. Vosso. / de cima? Não! que posto que Amor cada hum se estima, O de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que de continua tempestade, Dez mil horas de duro apartamento de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão de desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado de destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão de duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança de famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes 277 SFE25 SSA86 SLA72 SFE34 SMO81 SLA18 SFU37 SMO84 SFE70 SHE54 SLA18 SAM43 SAM96 SAM33 SFE70 SFE30 SMO16 SFE39 SFU37 SAM71 SAM52 SFU85 SFU21 SLA24 SFA53 SLA77 SAM33 SLA94 SFE80 SMO82 SAM2 SLA99 SMO57 SAM58 SAM43 SLA95 SMO83 SLA12 SFE25 SLA18 SSA63 SHE79 SMO35 SMO3 SLA12 SAM60 SAM41 SAM60 SAM27 SLA56 SFA53 SAM41 SLI29 SAM14 SAM52 SMO73 SMO73 SAM71 SMO16 SAM66 SMO50 SLA74 SMO5 SLI29 SFE25 SAM43 SFE30 SMO59 SFE78 SMO10 SFE25 SAM6 SAM14 SAM33 SLA36 SAM27 SFE34 De que vos, Prima, não façais esgares? Porque Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte Poetico elegante, composto por hum Religioso que não passa desde alli, Jà nem para homem Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes por delinquente. / [SLA18] Em resposta academico se mandou celebrar o Nascimento / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento atê nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de ser linda, que espante. Agora manquejardes que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, Livro não, màs Piramide famoso He o que vés cobiça pizada; e escarnecida A ambição; cada qual a voz, quando advertida, E ouzado o coração, da terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva Poema de Malaca conquistada de Francisco de Sà fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay SONETO LX. Amoroso. Que queres mais he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar illustre em sangue, e esprito, Tu que queres das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà Quarenta mil instantes de tormento, E hum milhão E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes rendido. / [SAM66] Tradução do estimado Soneto profunda, triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando a voar do arduo ao impossivel: E para me perder bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias Sentir somente o mal, e agora o canto He digno e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz para homem de guadameci Tenho figura, nem para de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem de hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me de hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua de hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura de letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e de longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo de Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares de marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à de Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração de me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de de meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida de mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro de mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI de morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra de muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo de o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no 278 SHE42 SFE75 SFA51 SLA93 SLA95 SLA97 SAM17 SLI90 SLA77 SMO19 SFE70 SMO69 SFE30 SLI22 SFE80 SMO16 SAM27 SMO15 SMO61 SMO16 SAM14 SMO32 SMO32 SMO69 SMO11 SAM20 SLA94 SLA12 SAM71 SLA18 SFE25 SHE100 SMO3 SMO3 SLA74 SFE80 SAM33 SLI29 SMO19 SAM96 SPR1 SMO15 SMO61 SSA86 SLA74 SLA28 SLA18 SLA95 SHE38 SLA36 SAM43 SLA94 SAM46 SLA93 SFA88 SAM14 SMO61 SAM41 SFU85 SFE39 SLA28 SMO44 SHE42 SAM8 SMO57 SMO57 SSA68 SAM52 SAM27 SAM71 SAM23 SHE42 SMO59 SLI22 SFU21 SAM6 SMO89 em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè queixas serão; e quando muto, Hum modo he A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Excellencias da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. Ha e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem, A vista do tormento, e do tirano. E a fim despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, que me poupe, ou que me reja? Porque me hei inda despoes de tantos me confio, De quem me hey padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, cansada, Que faz que do viver a gosto vede, Pobre a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim Ao Poema de Malaca conquistada de Francisco mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre a paz, do que a contenda. Porem que desvario ha SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa que quando mais guardado D' entre as mãos quem quizer, do roto lenho Para eterna menção quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Portugal, escrito pello Doutor Antonio / [SHE38] A El Rey N. S. pello sucesso arriscado dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a rayos SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem, e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que amoroso de hũa Senhora desenganada antes Quando estas regras de destreza ensinas, Parmeno, leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão em ambas fortunas venturosa, Se antes nem Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador Crecem prezos os rayos vingadores, Certo effeito mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me hà lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou trocàra as perolas, que chora? Mas que espero Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas de pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com que de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Povo de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E de quem, vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, não de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a vida de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais de ser linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas de ser vingado Ver quam mal da mudança se assegura A fonte de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor de tal estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se de tal grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A de tantos me confio, De quem me hey de queixar, quando me de tão pouco hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso de te haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà de ti creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, mas de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, hoje soldado de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle 279 SFA53 SHE38 SAM48 SMO81 SAM66 SMO82 SAM76 SFE40 SAM2 SMO32 SAM14 SMO10 SMO15 SAM76 SAM20 SFA88 SHE54 SHE54 SMO89 SSA86 SFE25 SSA86 SSA65 SFE80 SFU37 SHE100 SAM45 SHE42 SFA88 SFE70 SMO89 SLA56 SFE13 SMO15 SFE70 SAM4 SAM41 SAM52 SLA95 SMO44 SAM55 SFE25 SMO82 SMO61 SMO35 SAM46 SMO35 SPR1 SMO57 SAM43 SAM8 SFU37 SLI90 SLA56 SAM58 SLA99 SAM58 SLA97 SMO81 SFE40 SFA88 SFA88 SFA88 SSA63 SSA63 SAM4 SFA88 SAM4 SFA88 SFA88 SFA88 SMO89 SAM23 SAM41 SAM47 SMO3 SMO15 A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo [SAM66] Tradução do estimado Soneto de Monsieur Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se doe Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver, se são na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse Vindes hoje de novo apercebidos; A troco que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro por quem são de vos choradas! Mas choradas Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre foy tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna Vades tão devagar convalecendo. [SFE25] da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes Porque se mostrou Deus: e hoje vestido aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes Cera e Marmore offerece a o eterno templo Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente isto como? Como? fazendo que a minha alma saya e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, Que os estragos despoes não fez, mayores ? Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, dado T. Ay, Vida, como passas? V. Perseguida. T. a my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores Vida, como passas? V. Perseguida. T. De quem? V. A TUBA Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não emfim, que deixando a Empirea altura A graça, alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto e eu prezára. Mas que merece aquelle, que mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em Mas qual será o epitafio argumentoso Que ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor Reiis de Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Me De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos cos passarinhos: Que a Musica a sy mesma se que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados não acho escudo, Não me fica no mundo outra Camareiro mayor, havendo lhe tornado o livro da pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor desta Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Porque nem porque o Mar sempre he salgado, Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar de visto seu feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he de volta à sepultura, Sede fieis na morte a hũa ventura, De de vos choradas! Mas choradas de vòs, que mais queridas As de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça de vos melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente de vos ver tão prevenidos, Douvos por bem tardados tantos de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, novo de vòs, que mais queridas As vidas podem ser ? que as de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei de zombaria. Se os avexados defender pretende, Não gaste dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, donde De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente De que serve encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de graças, e• De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que De quem me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO MELLODINO. RIMAS deças, que em te estár consiste O vencimento dos mayores dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça declara Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto não declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Negro defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai de defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a defende; E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em 280 SAM4 SHE100 SLA94 SMO32 SAM17 SAM43 SFE75 SLA56 SFE25 SLA74 SFU21 SLA93 SMO89 SAM9 SMO10 SAM60 SMO49 SLA56 SAM60 SLA24 SAM17 SMO19 SMO59 SPR1 SAM17 SFU64 SAM20 SAM66 SAM7 SAM4 SMO89 SAM20 SAM17 SAM27 SFU64 SAM43 SMO32 SAM31 SFE13 SFE13 SHE100 SAM6 SMO15 SMO35 SFE40 SFE39 SMO11 SFU37 SAM76 SLA94 SMO82 SMO5 SAM98 SMO44 SLA28 SAM76 SAM76 SMO61 SFA51 SMO73 SMO49 SAM60 SAM60 SHE79 SMO83 SMO3 SAM7 SSA63 SMO59 SMO35 SAM47 SLA95 SMO32 SFE34 SHE38 SMO32 SMO44 Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; O Arbitro do feliz, e infeliz astro. As materias celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que me tornem a esperança, Mas que se quer, me te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se duvida informada, Quanto nella se encobre, entende levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, que da Morte, A vida te cortou o braço duro: Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em Arismetica da auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Señor o patrocinio da Academia dos Generosos: a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os brancos fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As de tal maneira a Deus he dada, Que quanto mais sey, contra si que mal procura, Quem credito vos do dezejo, Que grande bem, que grande paz me Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica constantes, resolutas? Resolutas, constantes, Quem merece alcançar prodigamente foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me grande preço a tem subida A voz de meu custoso Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, Visse o Mundo que fora esta excellencia Ou folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, E vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me desprezais deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi a deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos deixo tudo, Que este pouco, que fica, que mo deixes• deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe della me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que delle me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar delle quizera Antes ser despedido, que enganado. Torno a Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella deposita o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà der, por ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, para derramadas, Cometas são no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles Derramadas, constantes, resolutas? Resolutas, constantes derramado. Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que o derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te descifraste, e leste, Porque de Marte o coração celeste desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que desconcertos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse Descreve hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava na desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias 281 SMO83 SAM43 SFE39 SMO61 SFE39 SAM2 SMO57 SMO44 SMO44 SPR1 SMO10 SAM14 SAM14 SAM55 SHE54 SAM23 SLI22 SLA95 SAM91 SMO61 SMO16 SFA87 SAM23 SAM27 SLI29 SFE80 SLI26 SMO61 SAM71 SMO89 SAM52 SAM27 SAM71 SAM66 SAM9 SAM14 SAM17 SLA93 SAM48 SFE40 SMO61 SAM17 SAM96 SSA86 SFA51 SFE25 SFA88 SLA94 SLA95 SHE79 SFE75 SAM55 SLA94 SHE79 SMO57 SLI29 SMO15 SLA97 SMO73 SMO73 SFE78 SMO83 SMO19 SFU37 SHE38 SAM20 SAM8 SFA51 SAM17 SLA28 SHE100 SLA28 SLA28 SFE40 SMO89 SMO3 SMO3 Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà [SFE39] Ao novo emprego amoroso de hũa Senhora este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que o agora pobre A verdade sô quer para doçura, O dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os melhor, que para amores, Taes desenganos, para dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes comigo meus delitos, Antes que sirvão para antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado, razão, e em vos espera A razão, que dos outros que dos outros desespera; Foge em fim para vos, seu merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos nas penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos vai por teus primores A pobre Musa minha vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se de inconstante (Apalpando do pejo, e do agora: Trocouse o vento em aura socegada. cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos Antes ser despedido, que enganado. Torno a cuidar tormento, E hum milhão de milhões de saudade, Hà, incita: Mas se della me valho em meu tormento; do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas, fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com proprias queixas meu destino Quer, que a vosso a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: mas Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que Porem não contra a vossa fermosura. Se vos parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa onde venera Quantos prazeres a Esperança espera diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por insignias, roga A vossa planta, como á vossa Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras de entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo Desenganase de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis desenganos, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO II desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos; A troco de vos desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e desgraça (se em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada Serà deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores? Mas Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim despedido, que enganado. Torno a cuidar despoes que inda despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o Despiose o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais despoes que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o Despoes da grave pena se me evita: E emprenhandome mais o Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição desprezada. Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter desprezais, como mofino, Mas que me castigais por Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no temor desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que inferno desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado desprezo obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada Zafir desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo tão desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. E pois que desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento desta idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là desta negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo desta vingança estais segura, Venhão muitas; que mil serão Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O Misterio deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e me Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que destes a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi do destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas destes queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co destes triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo destina, Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que destra. Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem destreza das Armas, composto pello General Diogo Gomes de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò para desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho desvario ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de 282 SMO3 SSA68 SAM58 SMO16 SAM55 SLI29 SSA68 SMO81 SAM31 SAM41 SMO3 SMO19 SAM17 SLA28 SAM58 SFU64 SFU64 SFE70 SAM98 SHE42 SLA94 SFE80 SSA92 SSA65 SSA63 SLA94 SAM46 SMO59 SSA86 SSA92 SFE13 SSA92 SSA86 SLA94 SFE25 SMO67 SSA92 SLA24 SAM48 SFA87 SAM8 SLI62 SMO49 SFE70 SMO11 SAM71 SMO89 SLA94 SAM33 SLI26 SFE80 SMO5 SMO5 SLI22 SLA93 SLI22 SMO81 SSA92 SFE78 SAM47 SHE42 SMO73 SAM43 SFE75 SFA88 SLA94 SMO50 SFE39 SAM6 SSA92 SLA72 SMO35 SAM96 SAM96 SFE80 SAM58 SAM46 SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço, LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe depressa a Deus se entrega, Mais propriamente que em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e e que entrar possa; Porque de tal maneira a quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a De me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a a Deus he dada, Que quanto mais depressa a de graças, e• benções aos pares, Disso, graças a que os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos Poes se he do campo a graça, e fermosura Que Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda De hoje per diante Aleijado seja eu, se o não SONETO V. Moral. E quem me compusera do outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do de que esperes Que encaminhe teu passo a teu gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum de certa Religiosa, que se celebrou em seu arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser maior desvello Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura Que desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando os desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem porque detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço determinas. Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos provárão deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà Deus se entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas da Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. P deve. Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa devemos ao Ar, no movimento? Tal, se passando vai por teus deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para hum Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome vos Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e estâ dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava a dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura mayor dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, dito Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos de seu diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como 283 SAM6 SAM71 SAM14 SMO44 SAM66 SAM2 SAM6 SMO50 SLI26 SAM17 SFA53 SHE38 SAM33 SHE38 SMO11 SFE80 SLA56 SFE13 SFE75 SLA24 SSA86 SSA86 SAM17 SSA68 SLA36 SLA28 SLA36 SMO44 SFA53 SFA53 SFE30 SFA51 SSA68 SAM46 SMO19 SMO11 SFE75 SMO11 SMO81 SFA88 SAM4 SMO69 SAM14 SFE39 SFE80 SAM58 SAM7 SFE25 SAM14 SMO49 SMO32 SFA53 SAM55 SLA97 SLA97 SAM6 SMO49 SAM14 SMO57 SLI22 SLI22 SAM98 SMO19 SFA51 SFE39 SFU37 SFE39 SSA68 SSA86 SFE40 SMO73 SSA65 SMO69 SMO73 SAM91 SMO73 SFE70 as perolas, que chora? Mas que espero de ver de hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas tornou, o que era espanto, Resucita o prazer antes contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar he, convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina obediente, Quando delle me queixe, o aclame em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, a Vida, e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão de destreza das Armas, composto pello General perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio: Clarissimo para amores, Taes desenganos, para desenganos? Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? que o alrotar que he cortezia ? Porem não me fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para Prudencia; Se fazendo co Mundo conferencia, movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte não se compra co a dor, com que atormenta. O que bem là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes Porque de graças, e• benções aos pares, para ditoso Ter por contrario, quem não teve Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Epitalamico, prazeres a Esperança espera Deste sagrado Talamo SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão do que sou perder o tino Aquelle assombramento de e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs, como vieres; que enobrece as duras armas? Ora eu fora Se taes palavras, e se taes conceitos, Tão tudo outro promete: Temei embora humano, e amay Não! que posto que Amor cada hum se estima, O Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o posto que Amor cada hum se estima, O divino he SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos Amigo, sem Parente; Quem mais se doe de vos, Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois que bem disse contra seus enganos Seneca, quando Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora quem A firma penha, donde o Mar batia; Vem, a desterra Hum sono, que esta voz desacredita. vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana, dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, Não dias de continua tempestade, Dez mil horas de duro dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa desconhecida differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode diga? Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto Pede digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum peito real Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO XXIV dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o Dina desta agua candida abundante, Para vos, para o mundo dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que me dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, e das Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As leis, que teus direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà dirija sua molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / Discursais, revolveis; e eis tudo errado. Quem vos vir Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para escrever tão disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que disse, de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais adoralla Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essoutro, que dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos Serenissimos ditoso. Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de ditoso: Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] Despedida Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas divinas; tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas paredes divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça. [SAM41] diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra diz o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as 284 SAM45 SAM17 SAM58 SLA74 SFA88 SLA56 SFE25 SMO69 SMO73 SAM98 SHE100 SPR1 SAM91 SAM20 SMO84 SMO50 SLA93 SMO67 SAM41 SMO5 SFE39 SMO61 SHE42 SAM91 SFA51 SAM43 SMO89 SSA65 SFA87 SAM31 SLA72 SAM43 SSA63 SFE13 SLA94 SAM58 SFE80 SAM31 SMO5 SMO5 SAM47 SLA94 SLA99 SHE42 SPR1 SAM66 SAM31 SAM8 SLA99 SHE100 SSA63 SAM46 SMO73 SLA36 SMO61 SLI22 SFU64 SMO10 SLI22 SLI22 SHE38 SAM96 SMO32 SSA68 SFU85 SSA68 SSA92 SHE42 SMO73 SFE70 SSA68 SPR1 SMO73 SLA12 SLA12 SFE80 SLA24 dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não que contallla; Quanto he mais padecello, que E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a força Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da agua, foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a voar que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, o valor do mais constante brio Escape d' acabar, competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si A graça, dece a honrar a natureza; Como tambem amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns / [SLA94] Em a mesma acção as Religiosas Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação De hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro Romano. Vença logo das gentes a esperança, Poes ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he Ao sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor vencido do mal, que o atormentava, Sem licença se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta a verdade solicita? Poes se mente este pô, que foi que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns Que presâgo se mostra em seu desvello Mais sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he Em quanto viva o circular governo Nas esferas Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar Agora manquejardes de inconstante (Apalpando perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que fora dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que do Alabastro. / do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se do Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre era alto do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em que do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos modos do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum amigo, que do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao do Austro embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os pensamentos do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò Jardim de do coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com do dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera do dezejo do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham bordava do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor do Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como do mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do do mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro 285 SLA77 SSA68 SSA68 SMO3 SAM31 SMO3 SLI62 SAM27 SMO67 SAM23 SMO84 SMO49 SAM31 SAM31 SPR1 SFU64 SFE13 SAM9 SAM7 SHE42 SAM2 SLA99 SMO15 SMO16 SMO16 SAM9 SSA68 SHE38 SAM8 SMO11 SMO73 SAM96 SMO32 SLI90 SFE34 SLA93 SAM96 SMO83 SAM91 SSA68 SAM71 SLA99 SFU64 SLA24 SSA68 SSA86 SLA74 SLA36 SMO69 SAM47 SPR1 SLI62 SLA77 SLI90 SSA68 SAM47 SLI22 SMO61 SAM46 SLA36 SFA53 SFA87 SAM2 SFE40 SMO32 SFE13 SFE13 SFE34 SFE78 SFE70 SHE54 SSA65 SFE75 SFE70 SLA74 SAM52 SMO59 ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio metrico se mostra em seu desvello Mais do naufragio, que Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião E para ser maior, seja cuidado A vontade Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, consorte, Já não pode negarlhe a mão devida. Ay e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, se no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, quem folga, e vè que me arruino. Nem me fez auzencia, se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte vossa mercê muito contente De me render aos pès na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal Quanto nella se encobre, entende della. Pode Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora nem Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, e Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, e Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, tão grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido Foy, E com tudo viveis vida cansada, Que faz que A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho de Cascaes atê Pegû. Tende dos vossos consoantes Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, foi convertido Perola sem igual, pouco estimada assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa, os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve custo d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô Varre o chão, com desprezo antes olhado! O Tradução do Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. da contingencia, Do que antes era caso, fez ciencia, os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem mais se Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor plumas as rosas dos çapatos Não teve Portugal, tal soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante Que morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a bella Aurora haver nascido? Aposto que vos traz deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros erão, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os Tobias, Do do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca o do que a contenda. Porem que desvario ha de ser este? Que do que espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de hum do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso do receo: E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora, Despois do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes do tormento, e do tirano. E a fim de que ninguem se do tormento. Qual serà pois o louco pensamento Que deixe tal do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho Do fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual Do que antes era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte Do Tempo, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do dobra o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que o doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça Doces versos, por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão doçura Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me faça Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio para Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me render Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes dous Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe Dona Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa 286 SFU37 SMO89 SAM91 SAM6 SHE79 SMO59 SFE70 SLA94 SAM76 SMO50 SMO59 SAM96 SAM47 SMO69 SMO16 SMO82 SAM41 SAM41 SAM41 SLA24 SMO15 SLI22 SAM9 SFU21 SFA51 SFA51 SMO44 SAM2 SAM47 SFE75 SSA92 SAM46 SFE13 SSA63 SSA63 SAM17 SAM45 SHE100 SMO57 SAM48 SFU37 SHE100 SAM7 SMO10 SSA86 SAM7 SAM14 SLA77 SAM23 SFA51 SLA97 SLA97 SSA63 SFE34 SLA93 SMO69 SLA99 SSA68 SAM48 SFU85 SLA77 SMO61 SLA36 SSA63 SSA63 SAM17 SAM45 SFE78 SMO11 SLA99 SMO11 SLA95 SLA99 SLA36 SLA28 SLA77 SMO10 Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, despoes levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, Adora; vendo ja que se estremece A firma penha, Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? De não nos virdes logo c' um morgado. Huy? si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; as gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. que quando mais guardado D' entre as mãos de seu agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a a vida nunca, em quem não caiba O queixume da Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da breve apartamento Bem conheço, por mais que à em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas força aos danos, Medindote• os estragos, pellas para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos d' essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he qual sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia não deças, que em te estár consiste O vencimento soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos; mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser crer, mas que me perca, Estoutra informação quereis, bem que são idos, Buscayos pelo rastro Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dito, Templo da Memoria, em as Bodas do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende Salve, ò tu, que de tanta antiga historia os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel Os louvores confunde em alegria, Quando hum dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos sois, se a real, ou se a fingida, Não sei certo dos Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes Vendovos tão sezudo, e tão pezado. Dous a Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado. livro das Excellencias de Portugal, escrito pello [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador dor, com que atormenta. O que bem disse contra seus enganos dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma dor resista, Que sempre o não estar• à vossa vista He dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto dores; Quanto forão melhor, que para amores, Taes dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro dormindo estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz dos ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos dos mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor dos outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito dos perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que o dos perigos os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous, dos dous alcança dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, e altos Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose Dos erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta firmeza dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de flamas Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio doutrina sempre clara, Eximindo a razão da contingencia, Do doutrinas. E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e Douvos por bem tardados tantos annos. Tardastes; e entre 287 SFU64 SFU64 SLA77 SLI29 SAM20 SMO83 SHE79 SMO16 SAM33 SMO82 SAM52 SMO32 SMO82 SAM98 SAM55 SMO69 SAM71 SFU64 SAM55 SAM91 SAM7 SAM7 SAM41 SAM27 SAM7 SLA12 SAM45 SSA65 SSA65 SLA77 SHE79 SAM45 SFU85 SMO73 SMO16 SMO82 SMO67 SAM47 SFU21 SMO61 SLA94 SAM66 SLA72 SFU85 SAM7 SFU85 SMO16 SAM33 SLA99 SAM66 SLA93 SFA51 SAM66 SMO57 SMO73 SAM91 SFU37 SHE100 SAM58 SLA18 SAM71 SAM60 SAM48 SFE25 SMO67 SFU21 SFE78 SFE25 SAM23 SLA24 SLA24 SAM8 SFA87 SMO32 SFE13 SLA77 SSA63 se vives das proezas, Que morras das envejas, ò gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe reverente, Por ir, ver, e vencer na antiguidade A Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• vòs guardadas Em my, para outro bem de larga e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a tão falso apartamento; Esperay, que não pode tragedias repetidas Entende, que enobrece as que não tem cura. Menos fora sentido o golpe entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy Cem dias de continua tempestade, Dez mil horas de primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a se for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem vezes conheço o meu cuydado, E contemplo na a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a vitoria Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; se mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo? affectos, que mereces, A quaes subirão mais, vem sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que em De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge que me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, tal vez, por falso pensamento Mostra os socorros, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, se com lagrimas convinha Sentir somente o mal, letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço; Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos, nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, E emprenhandome mais o entendimento, Bella, Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia, alli estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, quantas artes varias O Homem racional, provido, as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, Prima, não façais esgares? Porque de graças, He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo ( poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, arguîdo, e desculpado. Deixai sò para mi, pena para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; Repartes de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, Vença logo das gentes a esperança, Poes do Filho, Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que dura A querer que alivie o meu cuidado Por exemplos de alhea dura, Appella a vosso grão merecimento, Crendo que em vos dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle dura força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Hora acabai de dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos, Que duro apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, E hum duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o ferro duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah Durou medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a duvida informada, Quanto nella se encobre, entende della duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, e se duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra e a desventura? A quem me hei de queixar, se o ceo procura e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que e a mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida Entre• e à batalha incita: Mas se della me valho em meu tormento e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Em e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque padeça a e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não e alabastro. Mas qual será o epitafio argumentoso Que e alegre em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa gloria• e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas e amavel Urania me acredita. [SMO67] Considera a e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo e amor jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia e ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este e as medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores que e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou e com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora os e contendas Compres a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros e da fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E 288 SAM31 SAM91 SAM20 SAM47 SSA68 SFA53 SAM14 SMO15 SFE39 SMO32 SMO61 SLI29 SSA63 SAM33 SFE80 SAM31 SAM2 SMO16 SSA68 SAM41 SFU21 SMO11 SAM20 SAM45 SAM14 SMO10 SMO15 SAM14 SMO81 SMO57 SFA53 SLI26 SAM20 SAM33 SLA56 SLA77 SAM48 SMO83 SFA87 SMO89 SLA28 SFA87 SAM55 SSA68 SSA65 SMO59 SAM71 SHE100 SLI22 SLA74 SHE79 SHE79 SLA24 SFE40 SAM52 SLA94 SHE38 SFE70 SHE100 SMO16 SAM17 SMO15 SSA68 SAM58 SAM55 SFU85 SAM27 SMO50 SAM60 SAM27 SFA51 SLA72 SSA63 SLA93 SAM76 SMO50 SAM27 E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e ao Amor tudo obedece: Tu sò zombas do Amor, SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor, essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos erros, Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, a meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, Riamonos do Fado, e da mudança; Riamos do desvio, Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna, desobrigue, e me emmudeça A vista do tormento, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, Aquella Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, por bem tardados tantos annos. Tardastes; que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, velha. Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; que em vos, como no Firmamento Bella pode viver, viva saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, admirome, mas quando Te escuto, em tanto aplauso soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, caminho mais errado O que he de mais passage, cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, os pensamentos, Porque se mostrou Deus: donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, deste ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio, o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra escarmento e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa e das sombras, que ignorante O desvião do porto verdadeiro e de elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum e desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que essas e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais verde e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade e dezejada. Senhora, se com lagrimas convinha Sentir e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se e do rodeo, Se nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, Là e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a que e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens e eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer e em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em e entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem e escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver e esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre e estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora e eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por e fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A e faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes e fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• e forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade e frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que e grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora e guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que e hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em e leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto e louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da e mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo e mares, Sem provar forças mais que as das virtudes e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos e Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro e meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te e muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O e não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As e no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu 289 SHE54 SLA28 SHE54 SHE100 SFE39 SAM48 SMO5 SFE75 SHE54 SMO35 SAM41 SAM27 SMO81 SMO69 SLA94 SAM58 SLA77 SLA28 SAM48 SFE75 SMO59 SSA63 SSA63 SFA51 SHE54 SMO11 SFA53 SAM23 SLI29 SLA94 SLI62 SMO67 SMO81 SMO89 SHE38 SHE42 SHE100 SLA77 SMO19 SHE54 SMO3 SLI22 SAM9 SMO19 SMO11 SAM14 SMO61 SMO35 SMO57 SAM60 SLI22 SMO57 SFA51 SLA99 SAM55 SLA95 SMO49 SHE79 SHE79 SFE75 SAM33 SAM47 SAM27 SAM45 SFE75 SLA56 SMO35 SMO69 SMO16 SMO11 SLA74 SLA97 SMO32 SAM27 SFE30 SAM33 SHE38 Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, certo que a contraria sorte Entre a vontade, em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, A paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, tão sezudo, e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, que sò partir convinha. He verdade que parte, o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, Poes que conta farei, se a Urbanidade Contar, os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que for; Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre, pois o louco pensamento Que deixe tal comercio, Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, batalhar; que os desenganos Dão pezada vitoria, he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, declare as emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, Postrese Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa, com minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa progresso vario Altivo Emperador, de Reo injusto: e me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. disfarçado, Digno vos julgarà de reverencia, importa, Se May fostes, con rayos semelhantes temer pudera Sidónia altas colunas lhe offrecera he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; Amoroso. Quantas vezes conheço o meu cuydado, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a Fama, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes e o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a e o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre e o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão e outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe e para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa intrepida e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem e perturbado no estudo por bayles de Barbaros. SONETO e por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos e quando muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta e quatro a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por mais que e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos todos andais comigo e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas o deixava e robusto Pede esfera maior, que hum emisferio. Porém sò e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente insignias, roga e se contar, quantas doutrinas Repartes de hum riquissimo e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, Não e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e quanto e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda lhe e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que e tal conquista? Se hà mais ganho na gloria, que dais vista e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo e tão pezado. Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem foi e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De quem me e Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de Paiva de e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu e triunfo triste. A cobiça pizada; e escarnecida A ambição e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay divino e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem não e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos levantados e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a e vencer na antiguidade A dura força da contraria gente e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta negra e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão e verdura. Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme o e Vida. / [SLA28] Elogio a hum Livro de destreza das Armas e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a e vou pegar da pena, Para escrever tão simples catorzada e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy E a fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o E a vos, odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo E atè sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Nem E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas memorias E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a gosto E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças mais 290 SAM66 SAM43 SAM71 SFE25 SMO67 SAM9 SFE13 SLI26 SAM31 SFA88 SAM4 SAM6 SAM58 SMO5 SMO10 SMO3 SAM55 SAM46 SLI90 SAM31 SFA88 SHE54 SSA63 SFE34 SLA28 SFE30 SMO5 SAM46 SMO15 SPR1 SAM2 SMO32 SAM43 SAM91 SFU85 SLA97 SAM52 SFA87 SAM55 SMO89 SMO11 SMO83 SSA63 SHE38 SHE100 SAM2 SFA53 SLA72 SSA68 SLA72 SFE30 SMO5 SMO5 SFA87 SFE39 SSA65 SSA86 SAM20 SLI22 SFU64 SAM45 SMO81 SAM20 SAM33 SFA53 SFE78 SAM20 SMO5 SMO5 SFE34 SAM4 SFU64 SSA65 SLA12 SLA12 SMO5 SFA53 meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; apartamento, Quarenta mil instantes de tormento, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, Com a saber provar, houve encerrado: passarinhos: Que a Musica a sy mesma se defende; torpe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he vento. hum desvario Todo de desconcertos marchetado; he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. se hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: desta defensa, Que nos defenda todo o Santo dia. espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: atê Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: Sempre a paz, nunca o premio da ignorancia. demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Crecem prezos os rayos vingadores, Certo ventura Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e [Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A / [SHE100] Por Asunto Academico se offreceu a verdade sô quer para doçura, O desengano sò para avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de / [SLA72] Em resposta a hum Elogio Poetico a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende que he tão potente, he tão benina, Que o humilde em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal E hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de E logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido E me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè E não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias E o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a E o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor E os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora E ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com E para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me E para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio E perder, por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor E poes que da republica sonora Entre as aves pretendes E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he parte, que anda E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono E por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle E quando nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e E que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, o celestial E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer para E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança effeito de todo o incendio tardo. Que industria contra o Ceo Effeito he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra Eillo que chora em vão seu desvario, De longe a vè, chegar eis tudo errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. Moral elegancia? Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero elegante, composto por hum Religioso de grandes partes elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem poderà com eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das flores Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo Elementos, Quando elle o poem, a vossos pês rendido. / eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou ella, He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então ella propia Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio elle o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, onde 291 SAM43 SAM43 SLA28 SLA95 SLA77 SLA72 SLA36 SLA18 SHE79 SHE100 SLA36 SHE42 SLA97 SLI26 SAM41 SAM6 SFE80 SAM76 SAM4 SMO16 SAM58 SMO32 SSA92 SAM43 SHE79 SMO50 SMO16 SAM96 SFE75 SFE70 SAM14 SLA18 SAM8 SAM43 SFU37 SAM41 SAM98 SFE34 SMO89 SMO84 SHE54 SAM91 SLA74 SSA63 SMO84 SSA63 SFU37 SLA77 SAM66 SMO15 SAM45 SMO15 SMO15 SAM20 SMO15 SMO15 SMO35 SMO83 SFU37 SMO67 SMO67 SAM17 SMO84 SMO89 SFE13 SSA63 SFE13 SFU21 SMO5 SMO15 SLI90 SMO5 SLA93 SFE34 SFA51 SSA92 SAM41 Mas confundome, vendovos hum delles: Que paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir entre Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum quem cuydàra, Sem que gastasse em vão toda a da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos Considera, e louva por credito da insigne Vitoria d' o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado que ordenas, de admirado Os louvores confunde Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que As portas da manhãa mais cedo abria, Mas o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, á sorte não dispensa; E obrigação tambem, Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo sem vermos, como, ou donde? O Misterio, que sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, estava para estar sezuda; Que desta negra gente, Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home espera A razão, que dos outros desespera; Foge Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe as leis do certamen da Conceição. Celebrado jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns varias O Homem racional, provido, e astuto, Poem a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, nem rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que da Conceição. Celebrado em Lisboa, e premiado Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, elles vem publicando paz à Terra: E vos, não sei porque, com elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Elogio a hum Livro de destreza das Armas, composto pello Elogio ao Excellente livro das Excellencias de Portugal Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos; Chore Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO em alegria, Quando hum dourado seculo presume: Poes vè que em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou em Coimbra algum letrado Disse que foi de Deus alto castigo em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda enxutas em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a em ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar em fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo em honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco em hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida em igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May em igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII em lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs em meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] Metafora em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo em que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty guardaste em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò 292 SMO49 SFA53 SFE70 SMO50 SSA68 SSA92 SLA72 SMO11 SAM7 SFE40 SAM66 SFE39 SMO84 SLA77 SFU85 SHE42 SMO57 SLA18 SMO11 SSA92 SFA87 SLA94 SMO3 SAM96 SMO44 SAM31 SMO89 SLA36 SMO15 SLA74 SMO49 SAM66 SLA18 SLA18 SAM33 SAM20 SAM14 SHE54 SFE80 SFE34 SAM45 SAM46 SLA56 SFE13 SLA94 SLA99 SFU85 SMO73 SAM2 SAM47 SFE30 SMO83 SMO84 SMO82 SAM96 SAM4 SFU37 SLA12 SHE100 SLA77 SLA72 SLA18 SAM7 SSA65 SAM45 SSA86 SLA18 SAM8 SFA51 SAM60 SAM91 SMO3 SMO3 SAM43 SAM46 SAM48 SAM33 se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu me vingo, SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre que vos traz Dona Joana Hum alegre recado, que Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi do mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra a profissão de certa Religiosa, que se celebrou he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens Amoroso. Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia que possa socorrerme, Nem que saiba remirme da ouzadia Não nasceo, que me espanto que Amor? em honra o vituperio; A guerra em paz; que Quando te vejo, admirome, mas quando Te escuto, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo maravilha, monte a vida viste. Tem te, não deças, que entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que A pobre Musa minha desornada, Que merece o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa Lici, vio ser, o que esperava abraços. Eillo que chora Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que gastasse em mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, vou perderme, Meu martirio• engrandeço; e alegre delinquente. / [SLA18] Em resposta de hũa carta Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou Appella a vosso grão merecimento, Crendo que Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Quantas Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome publicando Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] errado O que he de mais passage, e fermosura. Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas engastado; Aver que por se haver em vão achado defendendo A vida, contra quem com torpe estudo sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] custaria hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Pois mais que a sombra esconde, o ardor revella. longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem [SLA18] Em resposta de hũa carta em verso. Ao intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me e sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje sorte, Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Alegria Custosa. SONETO XXXIII. Amoroso. em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me em secreto Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal em taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; Mas em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, mentiome cento em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados affectos, que em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras em te estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence em termos eloquentes, Homero escuto, em versos inauditos em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Dentro em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado em vão, a emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido Perola em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu em vão seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta em vendo essa belleza soberana, Do prado se acolhia em ver, que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o em verme Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas em vir, como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. Hora em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e estar segura em vos espera A razão, que dos outros desespera; Foge em em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que em vos sò Trova cortez no mundo se acharà, Correndo de em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa hora em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa em vossos tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas Em a mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV Em a publicação do famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do mundo Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO Em differente estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Em estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação tambem, em Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco Em quanto viva o circular governo Nas esferas do Olimpo Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz Em resposta a hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Em resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis os Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Embaixador• Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII• embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por morte embora humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te embravecido. Responde repetindolhe o bramido Na branca emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em emenda lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser mais Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos passos tras 293 SLA99 SHE38 SMO16 SPR1 SMO69 SAM43 SFE39 SMO81 SLA72 SAM66 SLA99 SMO15 SHE100 SLA99 SMO5 SLI22 SMO44 SHE42 SMO73 SAM31 SAM7 SFE75 SAM14 SFE80 SLA24 SLA24 SLA24 SAM23 SLA74 SAM27 SMO11 SMO49 SAM20 SMO16 SMO19 SMO44 SMO49 SMO57 SLI62 SMO69 SMO49 SAM96 SSA92 SLA94 SLA56 SLA56 SAM66 SAM98 SLA77 SMO15 SAM27 SLA28 SSA92 SMO3 SAM2 SSA65 SFU64 SMO81 SLA56 SAM8 SAM7 SFA88 SAM98 SAM58 SAM66 SLA18 SLA72 SLA99 SLA99 SMO11 SFE40 SLA94 SSA65 SMO35 SAM47 SFA51 SAM96 SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza nesse Tumulo real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo Que olhe a Tiberio com progresso vario Altivo XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se tormento; Despoes da grave pena se me evita: E eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que Triste serei, em quanto em mi, me veja. Esta em a Tocha sobre a Pedra, que tem por sua qual será o epitafio argumentoso Que declare as em que escolhera, Contra as quaes sò por elle Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve prodiga ouzadia Meta do assombro foy, termo do e a crer me incita Que he vento, quanto neste pò se nunca o pensamento, Com a saber provar, houve Porque da mesma duvida informada, Quanto nella se estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a senhor, sois tal amigo, Que com vosco SONETO XXIII. Amoroso. Parto, partome Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me mais, delle quizera Antes ser despedido, que Astutos Palladioens em simples Troyas. Quem perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo o ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi se compadeça, Là traçastes de modo o vosso tão longe de profanos, Não destes por Oraculo aos XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os com que atormenta. O que bem disse contra seus para o estado honroso, Logo o voo julguei por que foi vendido A quem, em ferro o tem mal que em ty guardaste; Perola, que tiveste por Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o Então vos digo eu, que cada accento O Mundo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu mesmo, Laudatorio. Quando estas regras de destreza tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos homẽns o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser que ja vos forão referidos Em differente estillo campo razo, Em virtude do braço, que a sustenta? o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà que as riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao grave pena se me evita: E emprenhandome mais o se vai perdendo. He tudo; mas he mais, segundo he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emprestandose gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Dous a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' chama dentro em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria Que emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que empenho, Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio entronizado a breve Empirea altura A graça, dece a honrar a natureza; Como emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de tempo empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel Urania emprestandose entrambos à memoria, Entrambos vivirão empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em Empreza. SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa emprezas gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para me encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e iràs encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra; Qual destes encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com vosco enfermou enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor enfermou toda amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos enganado. Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem me enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por hum engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos? Porque enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A planta enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà no enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me engastado; Aver que por se haver em vão achado Em pastas engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle, que engrandeço; e alegre em verme Morro sem maldizer taes enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado enriqueces! Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo vossas ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A feminil ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por ver Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus Então por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu Então vos digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo entender, se passou d' ambos a vida. Mas que pudéra a voz entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita. [SMO67] entendo, A da examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se entrambos à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada entrar possa; Porque de tal maneira a Deus he dada, Que entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da entre as lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi 294 SSA68 SAM43 SLI29 SMO10 SAM43 SLA28 SLI90 SLA94 SLA94 SAM23 SFU21 SAM60 SSA65 SAM98 SMO69 SHE42 SLA28 SLI29 SLI22 SFU21 SAM48 SMO15 SAM14 SHE54 SMO57 SLA74 SHE42 SFU64 SMO89 SLA95 SFE78 SHE100 SAM76 SLA99 SLA97 SMO50 SLA36 SSA92 SLI26 SAM14 SAM14 SAM27 SLA24 SMO67 SAM14 SFE39 SFE39 SAM52 SMO44 SLA74 SAM60 SAM91 SMO73 SMO35 SMO83 SMO11 SPR1 SMO35 SMO83 SLA24 SMO3 SMO35 SSA68 SMO81 SFE75 SAM8 SLA28 SHE42 SMO35 SMO73 SMO35 SHE42 SMO35 SMO73 SMO35 SAM20 SMO61 naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, paz à Terra: E vos, não sei porque, com vir A verdura regada, ser enveja Da que mais verde por bem tardados tantos annos. Tardastes; e de luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E astuto, e forte, Parece certo que a contraria sorte de armonia acave. E poes que da republica sonora a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te vos d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? vario Altivo Emperador, de Reo injusto: E a Claudio Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' serão da Eternidade, Esta, para cerrar bocas da vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Segunda feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre vergonhosa. Conhecivos Esposa em igual preço deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das que muito, se vives das proezas, Que morras das a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, de Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será o Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra o Poëma Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde sempre Eximindo a razão da contingencia, Do que antes de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa Salvo se conheceo (e com verdade) Que contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem eu outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea nunca XCI. Amoroso. Batia em hum penedo da agua pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas Não: que desdo principio hà que lhe dura Do A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. dino: Socorrey, e guiay, entre as porfias Dos Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e Domingos, que dormindo estuda, Por hum nome, que levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia puluis ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante O entre elles, Vindes para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio entre tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal Entre a vontade, e o braço, determinas. Espada, e pena, poes Entre as aves pretendes sinalarte No Musico louvor da branca Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas entrega, Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem entregouse: mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para darme entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe foy duro enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se enveja; Aquella, para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido o enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do manso Tejo enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida Sabe Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos Enveja: Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] envejada Da cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar Envejada das flores: mas que importa, Se May fostes, con envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que nasceu envolto nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem merece epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas dos era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura era caso, fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de era peor, haverse assi comigo. Hora os que forão votos era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so a era, Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e Era la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando na America, e erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se mente este pô Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não errado. Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos julgarà errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais erro me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como erros, e das sombras, que ignorante O desvião do porto errou. Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte Mais es felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se mandou Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum Es velho astuto. T. Erro sem dano meu? V. Assàz tẽns dado T escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, ferido 295 SHE42 SAM20 SMO10 SAM8 SAM60 SMO49 SPR1 SMO57 SFA51 SMO5 SHE79 SAM7 SFA53 SLA72 SSA65 SLA72 SFE34 SFE75 SLA12 SFA53 SFA53 SLA95 SLA18 SPR1 SLA18 SLA72 SLA74 SAM4 SAM4 SFE40 SMO50 SAM47 SMO16 SAM43 SLA93 SAM55 SMO19 SFE80 SLA77 SLA18 SFA51 SMO35 SFU64 SMO69 SPR1 SAM48 SHE38 SAM98 SLA12 SLI90 SFE25 SLI29 SAM27 SLA12 SLA28 SAM98 SFE80 SFE39 SLI26 SHE54 SLA18 SAM14 SLA97 SLI62 SAM27 SFU37 SAM33 SMO82 SMO81 SMO69 SPR1 SLA93 SHE54 SMO10 SSA63 SLA97 SMO82 De novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, outra a esperança, Mas que se quer, me deixem o foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça pizada; e Sem gloria aos mortos, nem aos matadores. como se tivera Sortes a seu mandar, em que como, ou donde? O Misterio, que em duvidas ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra que mandarão Callar os meus. Que avaro intento Scevola constante, se he constante? He na cadeira Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo ao Excellente livro das Excellencias de Portugal, as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos resigno da esperança A gloria, que por tragicos Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor em conhecendo, Que se no vosso Amor, não acho mal forrada, Furna là dentro mais que inferno que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte vossa belleza Nasce a vencer da terra a sombra que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado, Quando te vejo, admirome, mas quando Te Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem nessa Porque hum peito real, alto, e robusto Pede Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal levantada. Em quanto viva o circular governo Nas Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais regada, ser enveja Da que mais verde entre sempre hum estado. Jà propuz de passar o mundo a o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a sorte Entre a vontade, e o braço, determinas. para darme, hum novo corte Braço mais crú? nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era bem como agora Com vosco nasce a ser da noite versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; de guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da vem, por onde venho. Tambem nas mãos resigno da o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da Senhor, sede o que for; e sede tanto, Quanta a os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a crendo Romano. Vença logo das gentes a Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a advertida? / [SMO82] Conta com as perdidas escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem quizer, do escarnecida A ambição; cada qual de longe brada, Por ver, se Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis) entre as escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão pelejo. Anda a esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de esconde, o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que escreve, he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà pois escreves, cantas tão valente, Que parece que o Barbaro escreves, outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos escrito. Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os escrito pello Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO escritos, Não pode esperar menos, que estas cartas escritos Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta escritos sobre as gentes; Que em fim, quem conhecer vossos Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo o escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza escudo de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não escudo, Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a justificar escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim escurecidos, Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla Escusase ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX Escutayme hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os dobrados escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T. Errada escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua Escuzase da esperança, a que o induzem os passados exemplos Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da esfera maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa esgares? Porque de graças, e• benções aos pares, Disso esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà Espada, e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera espante. Agora manquejardes de inconstante (Apalpando do espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do arrependimento espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço estâ espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama Espartas Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em fim espera A razão, que dos outros desespera; Foge em fim para espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos esperada. Ella tardou em vir, como rogada Da viva saúdade Esperay, que não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio esperais que com vosco ande advertida? / [SMO82] Conta esperança, a que o induzem os passados exemplos. SONETO esperança A gloria, que por tragicos escritos Resulta de esperança, Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do esperança foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes esperança, Mas que se quer, me deixem o escarmento esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças 296 SMO82 SLA18 SMO5 SAM6 SMO89 SLI22 SAM76 SMO69 SLI22 SAM6 SAM46 SFA53 SSA86 SLA74 SSA86 SAM43 SFA53 SFU37 SMO67 SAM47 SMO67 SLA97 SMO67 SAM58 SFA87 SLA74 SAM71 SFA87 SFE34 SAM47 SLI90 SMO35 SFU37 SFA87 SAM20 SLI62 SMO32 SMO32 SSA65 SAM46 SFA87 SMO73 SAM98 SMO35 SMO44 SLI62 SMO32 SFE13 SAM60 SLA95 SLI29 SMO59 SAM47 SFE30 SMO19 SAM31 SMO59 SFE25 SFU37 SPR1 SMO73 SLI26 SFU21 SLI26 SFU37 SMO44 SLA56 SHE42 SMO15 SMO15 SLA28 SMO15 SFE13 SMO49 SAM27 SLA36 SAM71 esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode se nunca pretende o que he possivel, Como posso os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que Por quem trocàra as perolas, que chora? Mas que XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem o auxilio Este lugar, onde elles repouzarão, Banho • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Do prado se acolhia vergonhosa. Conhecivos / [SSA86] A hum quadro, que continha os Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• se que a vossas leys são tão contrarias: Ou me dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em vendo de milhões de saudade, Hà, despoes que parti fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, Pegû. Tende dos vossos consoantes dò: E quando d' sombra o roubou, da agoa, e verdura. Repouza Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T. atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' desculpado. Deixai sò para mi, pena e cuydado, Que Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' por quem o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que que enobrece as duras armas? Ora eu fora ditozo, tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que fora o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• me direis, minha senhora, Que tem que ver toda nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a Pelo valor do proprio apartamento. Conta he por delito, e por offensa. Mas que fora de nos, se nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa flor, de evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, hà de mil anos que a desterra Hum sono, que Resucita o prazer antes difunto, O tempo moço Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido . SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Mar; e ser là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli licença, murchem se ja as flores; A planta seca d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. Heroico. vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja. derrama: Ambas chaves serão da Eternidade, Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, dos çapatos Não teve Portugal, tal Dom Antonio. me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o he hũa era, Para sempre temer, sempre hum seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à sepultura esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo esperar ter paz com todos, Quando não posso, nem ter paz esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente espere; ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas espero de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da Esposa dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, para Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que importa Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà esprito, Tu que queres de mi, que assi me obrigas? A ti, que Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum Amor, cujas esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me mandais esquecimentos mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a esse essa belleza soberana, Do prado se acolhia vergonhosa essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o pensamento; Porem essa doçura Effeito he, que pertença a esse elemento essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos essa ribeira entre a frescura; Dorme o prado; e das arvores essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode hum seculo Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà sete annos: Sete essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem muito d' essas sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar (timido a cazo esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das esse pò vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria Custosa essoutros mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da esta patarata Cos parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] esta pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser nada. / esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos, Antes que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em estâ contente agora: Trocouse o vento em aura socegada estâ; jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em estâ, mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento Esta dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas Esta sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Estâ vossa mercê muito contente De me render aos pès do seu estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se exercita estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que 297 SAM47 SLA95 SAM55 SAM52 SLA74 SFE75 SHE54 SAM9 SAM9 SAM47 SAM20 SAM33 SFE75 SMO57 SLA18 SFE70 SLA28 SMO11 SLA93 SHE42 SFU64 SMO67 SFE80 SMO89 SMO32 SFE75 SHE42 SMO82 SMO83 SFE70 SSA63 SMO15 SAM4 SMO73 SAM60 SMO3 SAM41 SMO3 SMO83 SFA53 SSA68 SLA72 SLA72 SFU85 SAM41 SMO10 SAM2 SFE30 SFE34 SAM2 SFE39 SAM96 SAM66 SFE75 SLI29 SLI29 SAM41 SAM27 SMO19 SLI26 SMO11 SAM7 SAM52 SMO44 SAM41 SAM2 SAM71 SFU64 SAM52 SMO61 SAM20 SHE54 SLA94 SLA94 SAM91 SFE75 SAM4 honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Que sempre o não estar• à vossa vista He sempre por mais que à dor resista, Que sempre o não que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' em vos, como no Firmamento Bella pode viver, e saúdade, que ainda• dura. Hora bem pode vir, e mesma morte o dia, e vento, A noite estava para monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te vossos escritos, Não pode esperar menos, que em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario renova da esperança, Fenis, das chamas, em que Com tão altos penhores de famosa, Que mais segura A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto que perguntandoselhe por seu mal, respondeu que levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde Desde a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite de famosa, Que mais segura estàs, que antes fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: Qual destes a verdade solicita? Poes se mente idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que do que a contenda. Porem que desvario ha de ser XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir murmurar tanto a que desvario ha de ser este? Que desvario? seja destes leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante sonorosos, Onde aos termos do mundo duvidosos, calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno tardados tantos annos. Tardastes; e entre tanto meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo Estes, que ja vos forão referidos Em differente de cima? Não! que posto que Amor cada hum se de carvão, foi convertido Perola sem igual, pouco a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do catorzada? Vedes? não faltarà pois quem ma he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o por tantos modos mais que humanos, Pintando os Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que Porem eu quero crer, mas que me perca, Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que os resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a viver, e estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa Crecerão com crecerdes de hora em hora. Tanta não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de humanas Pescador, que a Daliana Adora; vendo ja que se varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo ser ir defendendo A vida, contra quem com torpe estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a estados: Vossa Pena com termos levantados Excellencias da estais segura, Venhão muitas; que mil serão sufridas. Vivei estais sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que eu estando de mũy bom parecer, contrahio o parentesco de estando na America, e perturbado no estudo por bayles de Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco pensamento estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do tormento estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do trabalho• estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre estar segura, Que hà de ser possuida, e dezejada. Senhora estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece estár consiste O vencimento dos mayores danos: Vence, sem estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a causa de seu estas como corrido, De não nos virdes logo c' um morgado estas regras de destreza ensinas, Parmeno, de ti creo que es estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando estàs, que antes estavas: Porque em ambas fortunas estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De estava, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa estavas: Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes nem estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de larga dura este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio este pouco, que fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] Amor este Rio, Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que este Soneto. / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura Este lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e Este, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e o estes tiranos Casos d' Amor roubarãome os sentidos: Se Estes, que ja vos forão referidos Em differente estillo então estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada estillo em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV estillo então cantados, Tornão segunda vez hoje chorados, Por estima, O divino he divino, o humano humano. Porem nesta estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta Francés estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas. / [SLA12] Estoutra informação dos meus cuidados. / [SAM8] estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para amores estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos estranhezas. Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se hum bem estreita a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para estrella mais segura Varre o chão, com desprezo antes estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra estrella tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E obrigação 298 SFE75 SSA86 SSA86 SSA63 SPR1 SFE40 SLA99 SLA93 SLA93 SSA86 SAM71 SSA63 SLA28 SMO19 SLA97 SLA12 SHE100 SLA97 SMO15 SLI26 SAM6 SAM14 SAM58 SLA24 SFE75 SFE80 SFE39 SAM45 SMO5 SFE80 SMO67 SMO3 SAM98 SMO61 SMO81 SFE70 SMO59 SAM41 SAM27 SAM52 SFE78 SFE13 SLI22 SAM52 SFE78 SLA56 SMO15 SLA56 SFE75 SFA53 SMO82 SMO15 SFE13 SAM7 SMO5 SFE80 SLA56 SFE80 SAM52 SMO49 SAM52 SFE78 SMO49 SAM45 SFE13 SAM17 SMO59 SAM17 SMO81 SLI29 SPR1 SSA92 SAM66 SPR1 SLA18 SLA99 SLA95 Varia idea estando na America, e perturbado no vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, Prezese, quem quizer, do roto lenho Para nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta entrambos à memoria, Entrambos vivirão, Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que e não mudança, Para que eternamente renacendo, graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Que ou para disculpar o meu peccado, Ou para vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas / [SAM6] Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei Por que fosse de vos tão desprezada. Mofino era Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando Hora os que forão votos, sejão cantos, Que estuda, Por hum nome, que errou, lhe chamo Aleijarvos, por ter tanto aleijado Com tudo de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se Entende, que enobrece as duras armas? Ora brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que os resplandores D' aquelle proprio Sol, que mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça digo eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos digo em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas Que louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei da Cunha. SONETO XIII. Festivo. Hora bem digo Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes; Porem Que me não vira em quanto assi me vejo? O que Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: do pejo, e do despejo) Mal he tambem, de que sugeitas A perderdes, como eu, vossa ventura; Que no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me de crer que estais sugeitas A perderdes, como porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. detella; Mandandolhe que pâre, e me não siga. [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga? quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou, e errou. remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. do roto lenho Para eterna menção de seu naufragio; Amor, e da porfia. / [SSA92] Votando ao sublime em meu tormento; Despoes da grave pena se me A gloria, que por tragicos escritos Resulta de He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, he tão eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos eternamente. Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que foi eternamente renacendo, Eternamente vas sacrificando. / Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a mesma acção eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da graça eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve Eternidade, Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana ingratidão eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto nome eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a hum eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu eu cantarei; o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço, Como so eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem eu prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por magoas eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe eu, que cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que eu que estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio, em vossos eu quero crer, mas que me perca, Estoutra informação dos eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova; como se eu, se o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o eu tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado honroso eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca o Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa Eu me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a Eu o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs Eu vendo seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo horror Evangelista S. João a profissão de certa Religiosa, que se evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e amavel evitar d' Amor os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança examinação da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] 299 SLA95 SLA95 SLA95 SLA12 SSA86 SLA93 SPR1 SHE100 SLI29 SMO69 SAM14 SMO49 SLA36 SLA36 SMO69 SFE25 SMO57 SAM7 SLA97 SFE78 SAM9 SFE40 SFE25 SMO67 SMO10 SMO82 SFA88 SMO3 SAM17 SMO59 SMO5 SMO15 SAM31 SAM4 SAM23 SAM8 SFA51 SAM31 SAM98 SMO49 SLI62 SLA72 SMO35 SAM45 SMO59 SFE75 SLI22 SMO73 SMO82 SAM66 SAM47 SLA56 SLA94 SFE39 SFE75 SLA77 SLA97 SAM8 SLA77 SHE100 SHE38 SLA28 SFA51 SFA88 SFA87 SFA53 SHE42 SLA99 SLA99 SLA12 SFU85 SMO50 SLA18 SAM4 SLA94 SFE78 SMO83 estados: Vossa Pena com termos levantados farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com porque se afirme, ou se levante, Possa temer o chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por da esperança, a que o induzem os passados a hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se razão, que no meu dano O mesmo se não logra, que estado, Se antes, por maravilha sucedia, Agora se lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi Portugal. SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol me hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco Antes de confissão. SONETO LIX. Moral. Eu que fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as quem não teve dita. [SMO15] Cada hum he E pois hà fè, riamos do castigo. Riamonos do de gloria sempre avaras, Quem vence humilde Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, O foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do a fragua, em que se mete. Vos direis que isto he tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o da branda cera. Que faz? Que intenta o riguroso se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, sem mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, dava Mostras da dor, que o coração cubria, vida inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não mas quando Te escuto, em tanto aplauso e generoso Imortal sempre, nas memorias ande A por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI. da Musica moderna. SONETO LXXXVIII. a hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII. es felice; poes acabas Com tão altos penhores de fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do ti, não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não A quem passar avante, assi lhe importe. Que Excellencias da Patria reprezenta, Com que por vossa Pena a Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Excellente livro das Excellencias de Portugal, escrito pello excesso mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos exemplos de alhea desventura! / [SFE30] Em estillo da exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga exercita por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte Eximindo a razão da contingencia, Do que antes era caso, fez exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo os vîs enganos fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto nella fabricas numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos façamos mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado faço em padecella. Atê nas proprias queixas meu destino faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem me compusera Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu Fado, e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende, que Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando falla, he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas errado. T Fallai; sereis por copia conhecida, Menos me admirarà ver em fallando, obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer Fallando com perdão da gente honrada. / [SAM76] A Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito fallou verdade. / [SLA74] A hũa senhora, que estando de falso apartamento; Esperay, que não pode durar muto Vida falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ o falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave hè fama creces Que os dobrados affectos, que mereces, A quaes fama, dos que tanto celebraste, Por mais que o tempo fama entendas: Salvo se o gram poder, que te destina, Quer fama faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga Fama, E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas queixas Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que a nos Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu famosa, Que mais segura estàs, que antes estavas: Porque famoso He o que vés de letras, que preciosas Pedras são famoso Poëma do Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO famoso. [SFE13] Respondendo a hũ soneto de D. Antonio famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo farà raras. Com mãos vence de gloria sempre avaras, Quem farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente livro das farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos farei logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o 300 SLA77 SAM7 SAM27 SMO67 SAM71 SAM98 SSA86 SAM98 SFE40 SAM48 SAM98 SMO32 SAM98 SAM98 SLA77 SAM20 SLA95 SAM47 SMO67 SMO11 SMO15 SAM43 SMO16 SMO50 SFU85 SFE40 SAM6 SMO81 SAM33 SAM31 SLA74 SFA53 SAM31 SAM14 SSA63 SAM14 SSA63 SAM7 SAM27 SLI62 SFE40 SFE25 SFE13 SFE30 SFE78 SFU85 SMO19 SFE78 SHE42 SLI90 SHE100 SHE38 SSA92 SLA93 SMO16 SMO67 SAM98 SAM55 SFU37 SAM48 SAM55 SMO61 SLA74 SAM31 SLI62 SAM6 SMO61 SAM43 SAM48 SAM48 SMO50 SMO83 SAM43 SAM20 SFA87 SAM55 SMO61 subirão mais, vem duvidando. Poes que conta os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, so a vos, e a mi não conhecera. Com razão logo por Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que do aço forte Medir a condição da branda cera. Que de hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. celebrada Serà, poesque com alta providencia Hoje da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como? não sei porque, com vir entre elles, Vindes para novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais Quem tantas maravilhas differentes Pode Ar, Fogo, He força que te goze: O quem pudera a hum amigo, que mandava perguntar a vida, que hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o que passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a auzencia. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da ,e Enveja. SONETO XIV. Amoroso. Aquella quasi, da immensa eternidade? Que com pontas na Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias grade bem segura, Porta sò para entrar, logo o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os XIX. Moral. Poes se para os amar, não foram vos resisto, Que me chove a razão; porque Sonetos pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do triunfos não fez caro o susto, Antes de visto seu ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Amoroso. Que faz Licis? Que faz? Que faz a duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, fraco, LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre intento, Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol pela terra derramado. Perdese o grande, perdese o grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. milagres soes por tantos modos, Que por ser mais breve Guardastes, por industria nunca ouvida, Da que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a caminho mais errado O que he de mais passage, e sinaes de tal grandeza Tambem vem por sinal tal paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça, e contra mi atrevidas, Porem não contra a vossa A graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a farei, se a Urbanidade Contar, e se contar, quantas doutrinas fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que me Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me façais Fera faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta o faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se levante faz Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea faz modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes faz o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte faz que do viver a gosto vede, Pobre de quem, vivendo em faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra morte faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral fazendo co Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis fazendo que a minha alma saya De mi, senhora, e dentro de fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum fazia em sua prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a o fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi fê que mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando fê tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado Fè de tantos maltratada Foge da sem razão, e em vos espera Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga, que fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de feira. Vosso. / [SAM14] Queixa, e Enveja. SONETO XIV feiticeira inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu nome feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por tantos Feitos a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem mal, e felice; poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que não feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo feliz misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido feminil piadade aspira a tanto, Que com victima nova o altar Fenis, das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, o amado fera dura: Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Fera? Entretense, traçandome outra morte? Prepâra para fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Negros feridas Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me confio, De fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia fermosas Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa ouvir fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que fermosura: Cova profunda, triste, horrenda, escura, Funesta fermosura. Em fim não passarei, temendo a sorte? Tambem fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles Nuncios do fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se fermosura. Se vos desta vingança estais segura, Venhão fermosura, Tudo vai pela terra derramado. Perdese o grande 301 SMO50 SMO50 SAM46 SAM91 SFU64 SAM96 SFU64 SFU64 SFE75 SAM33 SFE40 SFE70 SFE13 SFE34 SFE78 SFE39 SFE25 SFE30 SFE75 SFE80 SLA99 SHE38 SLA36 SMO49 SAM52 SFE70 SMO44 SHE42 SFE25 SAM4 SMO82 SAM60 SFE78 SAM46 SMO82 SAM60 SLI62 SMO15 SMO11 SLA28 SFE34 SFE70 SFU37 SLA74 SLI90 SSA63 SSA63 SSA68 SAM46 SLI90 SAM47 SAM58 SAM58 SLI26 SFE39 SFE70 SMO16 SFU21 SPR1 SMO83 SAM14 SLA18 SLA93 SAM8 SLI62 SAM45 SAM60 SAM45 SMO5 SFA51 SAM60 SAM91 SAM20 SHE42 SHE42 SHE100 SMO61 vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] era alto dia, Perfeição, que não cabe em fantazia, hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy viçosa Irado o mar com força temerosa, Do Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o Zafiro singular, que foi vendido A quem, em Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza por se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia para estar sezuda; Que desta negra gente, em Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe a vida, que fazia em sua prizão. SONETO XL. a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. em que lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX•. [SFE25] De consoada a hũa F. P. SONETO XXV. de hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não a razão da contingencia, Do que antes era caso, Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem me Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais às gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não me pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre Vamos todos de volta à sepultura, Sede os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez das Armas, composto pello General Diogo Gomes de desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de hũa [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. A hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando por honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Vença logo das gentes a esperança, Poes do os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, que viràs mais a levantarte, Comedindo o rigor de Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, diante de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. he divino, o humano humano. Porem nesta mortal mais fez num ano de cazado: (Sois home em me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a as gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o errado O que he de mais passage, e fermosura. Em espera A razão, que dos outros desespera; Foge em Vivão vossos escritos sobre as gentes; Que em de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em espera, quanto mais servindo: Para hum tão triste vendovos querida? Pois qual sois, se a real, ou se a de crer, não dâs barato O resplandor da gloria tão sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a ao impossivel: E para me perder de muitos modos, do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! que a Daliana Adora; vendo ja que se estremece A grão merecimento, Crendo que em vos, como no Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O Fermosura, e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo Fermosura mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a fero sopro do Austro embravecido. Responde repetindolhe o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a ferro o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu que digo festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica, De que vos Festivo. Quem poderà com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso He o fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o Mundo fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de ditoso fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as fiavas, Agora nem do templo es temerosa. [SAM43] Por fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não fica, que mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi severo, Com fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo figas para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando estas regras figura, nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX. Festivo Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII Filha vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão Filho crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a Arte Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz Filomena com queixas namorada Amores canta jà, queixas não Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o fim, e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja fim não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar menos fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança fim se não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas he razão, que firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do firme ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga firme, e ardente insignias, roga A vossa planta, como á vossa firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com 302 SSA63 SAM31 SMO59 SFU85 SMO5 SAM58 SAM58 SAM43 SHE100 SMO11 SAM46 SFU37 SAM47 SAM20 SLA94 SFU37 SLI26 SFU37 SMO82 SAM45 SSA92 SLA77 SFA51 SMO44 SFA87 SAM2 SLA74 SFA87 SFA87 SMO82 SMO61 SAM14 SMO32 SAM14 SLA93 SFU85 SFU85 SAM96 SLA24 SAM96 SFE80 SMO84 SMO19 SAM8 SAM96 SMO73 SLA99 SMO50 SAM20 SAM7 SFE80 SMO89 SAM96 SAM14 SFU21 SAM46 SAM96 SHE79 SAM17 SAM20 SMO69 SFU85 SAM46 SHE54 SFU37 SFU21 SAM41 SHE42 SAM96 SMO82 SFU37 SMO10 SFE25 SMO49 SMO32 SMO81 SFA53 dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje E ouzado o coração, de louvor darte; Que não declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em tomai o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da a dous, tres a tres, e quatro a quatro, Entrão de que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de XXXVII. Funebre. D' Aquella flor, que tanto em Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa E o manto azul vestio, da branca Aurora. A bautizada. SONETO XXXVII. Funebre. D' Aquella nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy XLV. Amoroso. Não sò duvido eu; duvidais, aspira a tanto, Que com victima nova o altar que enriqueces! Não• sei onde em mais credito de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as Apenas pos o Ar hum leve alento, Que das Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de Conhecivos Esposa em igual preço Envejada das louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher, Pende, e desmente. A graça, e a ventura Pallida XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos maltratada meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte em vos espera A razão, que dos outros desespera; o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, por se haver em vão achado Em pastas de carvão, amizade. Que cuidais? perigou corte, e cidade. Se valor não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser lhe Vento foste a o subir, vento es caído. Justiça Do barbaro boçal Indio inorante Por quem, a cazo, a verdade solicita? Poes se mente este pô, que Pos o Primeiro, a acção mais excelente Que Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Morte ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e quando mais guardado D' entre as mãos de seu dono Por boa, là nos dias de outra era: Mas quem braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que he dos dous, nesta querella O mais culpado, Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Milagre entronizado a breve custo Do Tempo, que lhe Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my sede o que for; e sede tanto, Quanta a esperança contra humanos atrevida, Contra o divino nunca Conheceuse, entregouse: mais honrado Triunfado Cintia, se for estrancho, ou passageiro, Crerà que Cuja de pedras prodiga ouzadia Meta do assombro XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não conhecido nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse, O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que são cousas da botica. Coscorões? são peores que Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes mancebo, LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal firmeza; Pello que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas poes fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que eu fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e meu desvello flama acesa; E entre tantos sinaes de tal grandeza Tambem Flama, Sendo aos propicios, Copia do Alabastro. / flamas tacitas ardendo Astutos Palladioens em simples Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a flor, d' estar segura. Em doce sono o Lavrador cansado Do flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam pouco dura flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à flor, que no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis mortal flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão falso Flora, Pintada, e viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas o flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que serve flores colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a graça flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que flores: mas que importa, Se May fostes, con rayos flores; Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] florestas passa o vento, Que a nos chega fragrante; por foge e a dor fica. O não façais tão falso apartamento; Esperay foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que dos outros Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes Foge em fim para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem Fogo, He força que te goze: O quem pudera Fazer como foi convertido Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e foi dado; Diâmante que quando mais guardado D' entre as mãos foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter tanto aleijado foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento foi do mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante sobre foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao foi fabricada; Porque da mesma duvida informada, Quanto foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de vos tão foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte foi severo, Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe foi vendido A quem, em ferro o tem mal engastado; Aver que foy alcançada. SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais, que della diga foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle della foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos foy, he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao foy, que triunfador tem sido. No constante arraial, no foy sem duvida, o primeiro Maltratado das mãos do ardente foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu• Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não façais tão foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda esperada. Allì foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto he folares, Perús? não, que são passaros vulgares. Porco? sò folga, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder o folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, onde elles 303 SLI29 SLI29 SLI29 SMO89 SSA86 SSA86 SSA86 SSA86 SHE54 SAM41 SAM46 SLA12 SMO59 SAM98 SLA24 SFE39 SLA95 SAM55 SMO59 SMO19 SFU21 SMO44 SAM2 SLA24 SLA12 SMO44 SMO5 SHE79 SAM98 SHE54 SFU85 SAM91 SAM66 SLA24 SFU21 SFE34 SHE38 SFE40 SFU64 SFU64 SAM98 SLA28 SLI22 SLA95 SLA36 SAM96 SAM4 SMO84 SLA95 SAM2 SHE54 SHE42 SMO84 SAM14 SAM8 SSA68 SLA74 SMO82 SMO16 SMO61 SFA53 SMO57 SSA86 SFA87 SFA87 SFA51 SAM66 SLA12 SLA18 SAM33 SMO59 SMO84 SAM27 SAM71 SLA72 SMO61 SMO89 mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a vingado Ver quam mal da mudança se assegura A apenas o deixava De abraçar pelos pès aquella De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem emanou. os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se E se como comigo, foi severo, Com vosco o Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que Entende, que enobrece as duras armas? Ora eu cuidais? perigou corte, e cidade. Se foi da dor, que Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo que Nunca podem matar, que não tem cura. Menos por offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, não vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto por tantos modos repetidos. Estes, que ja vos Que era peor, haverse assi comigo. Hora os que Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais Que grande bem, que grande paz me dera? Ou (por Por ir, ver, e vencer na antiguidade A dura Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende co' a seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. temendo. Porem como sarais com vosco a tantos, contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que he senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais E desde vos, rendei terras, e mares, Sem provar SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu todo o Norte Ou pretende co' a força do aço palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes vives sem fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta Reduzir ao imperio da prudencia O mando, que a Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na vence humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da a Terra por berço, o Ceo por manto, E por ama, a segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas Por ti todo o meu bem me he jà vedado, Qual se quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que O vento te• levou, caes do vento, Vento O desvião do porto verdadeiro: Qual como Envejada das flores: mas que importa, Se May Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Escape d' acabar, do assalto, ou cerco. Pois eu, as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu com que me queixo. [SMO57] Tomando o habito de tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa pellas florestas passa o vento, Que a nos chega Val pouco; mas o celebre ouro fino Nem reconhece a do estimado Soneto de Monsieur de Voiture Poeta / [SLA12] Ao Poema de Malaca conquistada de resposta de hũa carta em verso. Ao Embaixador• de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he que vou buscando? Conto, lugar, ou tempo, a esta Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle fonte; e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que mais fonte, e que de frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me fonte. Tão soberbo despoes levanta a fronte, Como Pavão, do Fonte de graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• Fonte dos montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente fontes, Que rios corrão para o Mar da graça. [SFA87] for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e for estrancho, ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras prezente fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para perder Vidas fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque por forão, A Verdade, a Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] forão melhor, que para amores, Taes desenganos, para forão referidos Em differente estillo então cantados, Tornão forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar não foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem o força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores força) com elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi força da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade força do aço forte Medir a condição da branda cera. Que faz força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o força temerosa, Do fero sopro do Austro embravecido Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ Força he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida forte. Cercado assi na morte, assi na vida Pagaste como forte Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o forte, Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e fortuna, de que esperes Que encaminhe teu passo a teu dezejo fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de hũa fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A Fortuna cegamente intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono leve fortunas venturosa, Se antes nem de ti mesma te fiavas fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em fosse de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por mi foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora vos fostes na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs Fostes cubrir de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos me fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito he, que pertença a fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura, essa fragua, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. Laudatorio fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza, Toda Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com desprezo Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O 304 SAM47 SFA87 SFE40 SMO50 SAM41 SAM76 SLI29 SMO89 SFE70 SFE70 SFA51 SMO82 SFA51 SMO35 SPR1 SPR1 SMO84 SMO15 SAM98 SMO82 SFU21 SFU37 SFU64 SFU85 SMO50 SFE40 SFE40 SMO11 SFU64 SSA68 SLA99 SFE80 SFE80 SFE34 SMO32 SAM9 SAM9 SMO44 SLA36 SFA88 SLA18 SLA28 SFU21 SLA97 SHE100 SMO83 SFE13 SFE75 SFE75 SAM14 SHE79 SAM17 SSA63 SFU21 SAM2 SMO44 SMO50 SLA18 SHE38 SLI26 SLA36 SLI22 SAM46 SFE78 SAM8 SSA63 SFA51 SPR1 SLA94 SLA93 SMO84 SAM9 SAM58 SPR1 SLA99 SAM4 SAM48 da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de pès aquella fonte. Tão soberbo despoes levanta a Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que he Pois desta casta de arvores de fruto, Hũa dà pello vosso nascimento; Nacestes: consumime pello que escuto; Pois desta casta de arvores de errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he meu nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou mais amigo? cera. Que faz? Que intenta o riguroso Fado, Que em si que mal procura, Quem credito vos der, por ser [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI. pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. ,e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Cova profunda, triste, horrenda, escura, faz matadura, Cão sò para agourar, rato, que XL. Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes com vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Em a publicação do famoso Poëma do Doutor tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em de quem he chamado. Tendes riqueza, tendes Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà mais nas penas se melhora, Despois que nellas novos Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral. Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que zombaria. Se os avexados defender pretende, Não Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem a hum Livro de destreza das Armas, composto pello mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum altas colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a eu não posso. Mas não mande acordar tão cedo a A noite estava para estar sezuda; Que desta negra o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a e vencer na antiguidade A dura força da contraria o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a Portuguez, crendo Romano. Vença logo das Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as e as Espartas Vivão vossos escritos sobre as Rendido a vossas obras singulares, Que inculca às A flor, que no botão com medo mora, Rompe Do que antes era caso, fez ciencia, Documento Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes Quer que nas quedas, voos, e contendas Compres a crê, alta firmeza; Pello que à May defende, eterna muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho na arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa alta venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de por industria nunca ouvida, Da fermosura a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que frescura; Poes se he do campo a graça, e fermosura Que Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor he frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas frio O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava, Envejoso de fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O não fruto, Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde venho fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he jà vedado Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste serei, em fulminar tragedias repetidas Entende, que enobrece as duras fundadas. Canseime pello vosso nascimento; Nacestes Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da Funebre. D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos Funesta alcoba, de morada fria, Confuza solidão, sò companhia fura, Candea, nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena furtado Consular nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para homem galhardia; E com tudo viveis vida cansada, Que faz que do ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. Não Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, jà geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia, Que sem General Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser generoso Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos Generosos: denotado em a Tocha sobre a Pedra, que tem por gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; Mas gente Com carapuças de cilicio preto. Torre velha. Segunda gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. Mas eu gente honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e gente, Não que me desprezais, como mofino, Mas que me gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza Lhe gentes chorão, Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia gentes dados; Não me estranhe ninguem, que meus cuidados gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a gentes; Que em fim, quem conhecer vossos escritos, Não pode gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o Mundo sobre a gentil, saindo confiada. Filomena com queixas namorada geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o Giostiniano. SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, mas gloria. / [SFU64] A morte do Senhor Infante D. Duarte gloria aos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos gloria do Escarmento. SONETO I. Proemial. Prezese, quem gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das gloria prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em honra gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello gloria, que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor os gloria Que emprestandose entrambos à memoria, Entrambos gloria sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que não teve 305 SLA72 SAM60 SLA93 SAM33 SLA94 SAM4 SLA95 SAM14 SLA99 SLA12 SFU85 SAM76 SAM55 SLA28 SLA28 SLA56 SFE39 SHE54 SMO10 SAM6 SMO35 SMO73 SMO32 SAM27 SAM60 SMO59 SLA12 SLA94 SFU85 SMO19 SFU85 SFU85 SFU85 SFU85 SFU85 SFU85 SAM43 SMO61 SFA87 SMO19 SSA86 SSA86 SMO59 SAM6 SFE25 SFE25 SAM66 SSA86 SFE30 SFE40 SAM8 SMO5 SLI90 SAM8 SMO5 SMO61 SAM60 SLA97 SAM48 SAM48 SLA72 SAM4 SFA88 SAM43 SFU64 SAM48 SAM20 SLI90 SAM66 SAM55 SLA18 SFE40 SMO73 SFA53 SFE34 SMO82 SLA94 o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor da apellidos Desprezas, qual injuria, ou qual• vãa somente o mal, e agora o canto He digno de outra illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, nas o epitafio argumentoso Que declare as emprezas do oposto inferno. Porem Tu com excesso mais teu progresso amando, Poucos anos, mas todos Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio matar, que não tem cura. Menos fora sentido o por destra a Morte, mas por Morte Mais certos destreza das Armas, composto pello General Diogo quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, o espero de ver dias contentes, Se para se pagar de V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que he do tudo viveis vida cansada, Que faz que do viver a passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa a Musa levantada. Em quanto viva o circular em tudo parecida, Donde não falta o bem, por ser A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. famosos, Os feitos competindo, e acrecentando. mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A colheu cheiro, e frescura; Poes se he do campo a peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com eternas fontes, Que rios corrão para o Mar da que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Porque de graças, e• benções aos pares, Disso, De que vos, Prima, não façais esgares? Porque de Ancias hà muito que conheço impias; Mas vendo as nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o V. Moral. E quem me compusera do dezejo, Que suave, Que com suaves leis de doce canto, Tão voaste, ou cego, ou atrevido A impossivel tão me compusera do dezejo, Que grande bem, que Tudo vai pela terra derramado. Perdese o O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome tantas vos deve. Negros soes, não soes Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos Poetico elegante, composto por hum Religioso de O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a em flama acesa; E entre tantos sinaes de tal assi na morte, assi na vida Pagaste como culpas as Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou se della me valho em meu tormento; Despoes da o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e Homero escuto, em versos inauditos; Chore rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada: LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco que não passa desde alli, Jà nem para homem de vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey gloria tão fingida: Olha a que grande preço a tem subida A voz gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta o bem Gloria vos pode ser ir defendendo A vida, contra quem com glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que gloriosas, Do Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu sem gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas palestras Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Laudatorio. Quando gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor gosto vede, Pobre de quem, vivendo em demazia, D' essas Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os Esposos goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse Gozoute a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, mas Gozoute o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O graça, dece a honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa graça, e a ventura Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no movimento? Tal graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas fontes, Que rios graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento Graça sempre pedio? E os brancos dentes, Por quem trocàra graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e assucar? são cousas graças, e• benções aos pares, Disso, graças a Deus, sois vos graças, por quem vou perderme, Meu martirio• engrandeço graças, que com graça eterna Brotarà cedo cinco• eternas gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia grade bem segura, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e grande bem, que grande paz me dera? Ou (por força) com elle grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja grande, ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento grande paz me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais grande preço a tem subida A voz de meu custoso desbarato grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / [SAM98] grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he grandes vitorias não são caras! Gloria vos pode ser ir grandeza aos pequenos se dispensa, De lhe dizer ao Autor grandeza Tambem vem por sinal tal fermosura. Fermoso grandezas, Que por premios os Ceos quizerão darte. O Morte granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes grão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa grave pena se me evita: E emprenhandome mais o grave, Pois fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão vossos escritos Grilhão, que vos assusta eternamente Negro boçal, e mais grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito? Direi sò que as guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi trovas guardadas Em my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que o Ceo 306 SAM96 SMO84 SAM52 SAM52 SAM52 SMO32 SSA92 SAM48 SLI62 SAM52 SMO84 SFE39 SAM47 SMO89 SMO81 SAM43 SSA68 SLA18 SSA68 SSA68 SFE25 SMO3 SMO83 SMO84 SFA53 SMO73 SMO73 SAM33 SAM23 SAM31 SAM31 SAM31 SAM9 SFA88 SAM66 SMO35 SAM76 SLI62 SMO83 SLI62 SAM46 SFE30 SAM71 SMO57 SFU37 SMO10 SFA88 SAM55 SAM96 SFU85 SFE70 SFU37 SLA24 SFA53 SLI22 SAM66 SLA72 SFE78 SMO35 SAM8 SAM27 SMO5 SMO32 SMO11 SLA72 SFE30 SMO59 SMO73 SMO73 SSA65 SMO73 SLA94 SMO83 SFA51 SMO83 SFA51 SHE38 a quem foi dado; Diâmante que quando mais em jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não proprio Sol, que eu n' alma guardo: Poes que paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos sò para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, Não resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A fora, e dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento em te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de com vir entre elles, Vindes para fazer ao Mundo Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se a paz, do que a contenda. Porem que desvario nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor dura. Hora bem pode vir, e estar segura, Que Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se quer, vai muito atento. Riamonos da auzencia, se Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que Sempre os Fados nas vozes das Sereas. Tantos trilhado, me assegura? Não: que desdo principio que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse bezouro, E que andeis a callar, como cartuxa. de tormento, E hum milhão de milhões de saudade, razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o Ver, que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, Tanto vivais, que me possais ver livre, [SAM55] em ferro o tem mal engastado; Aver que por se jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora que se vos roubàrão os amores, Là co Ceo se hão de Salvo se conheceo (e com verdade) Que era peor, Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso. Força He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, a cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. O Tempo Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude para me perder de muitos modos, Finje que a honra a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo foi do Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que constante, e amor jocundo? Que he da velhice? que pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que e que entrar possa; Porque de tal maneira a Deus mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor em que se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que Aventurar por novo Imperio, Digno de Cesar guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido. Zafiro guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento Trocarme guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da guardaste; Perola, que tiveste por engaste O peito, porque o Guardastes, por industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Não guerra em paz; que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por guerra: Quedas• vio ser, o que esperava abraços. Eillo que guerra; Se vos todos andais comigo cegos, Que esperais que guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Moral guia, e doce companheiro. [SMO69] Escuzase da esperança, a guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino guiay, entre as porfias Dos erros, e das sombras, que ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima ha de ser este? Que desvario? seja este Soneto. / [SAM4] hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com lagrimas hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da mudança hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè, riamos do castigo hà lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição hà muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, mas hà que lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que he Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de novo apercebidos havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna Havendose cazado por vingança hũa senhora contra seu haver em vão achado Em pastas de carvão, foi convertido haver gozado não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey N. S. pello haverse assi comigo. Hora os que forão votos, sejão cantos havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram poder, que te he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel he chamado. Tendes riqueza, tendes galhardia; E com tudo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos, poes he constante? He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura he cortezia ? Porem não me direis, minha senhora, Que tem he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus he da idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo he da tormenta Nas mansas aguas d' esse breve vazo he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o he dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Mais he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe importe. Que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei he, digno de Augusto; Porque hum peito real, alto, e robusto 307 SFE39 SFA87 SMO73 SMO73 SMO73 SAM17 SAM31 SMO15 SFA51 SFE25 SFU21 SAM33 SFE70 SFE30 SFE70 SAM27 SAM33 SLA18 SMO84 SSA63 SAM58 SAM58 SFE25 SLA18 SLA72 SMO35 SLA72 SFA88 SLA72 SHE54 SAM23 SLA72 SFA88 SMO35 SMO10 SLA72 SMO5 SAM47 SFE40 SAM55 SLA72 SLA24 SFA87 SSA65 SAM9 SHE54 SAM60 SMO3 SAM55 SLA72 SMO50 SAM60 SFA88 SLI29 SMO57 SFE80 SSA86 SSA86 SLA72 SMO61 SMO59 SLA72 SMO10 SMO73 SFE34 SFE75 SSA63 SAM48 SLA72 SAM33 SAM47 SFE70 SFU85 SLA72 SLA99 SAM20 SAM9 que posto que Amor cada hum se estima, O divino Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se Poes se mente este pô, que foi do Mundo? Que este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta quem não teve dita. [SMO15] Cada hum a fragua, em que se mete. Vos direis que isto o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas contrario armado: Rendase hoje a seu braço, que digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que agora sim: cà tenho ouvido, Terdes fruta, que Ha de pucha que joya soes, mà hora! Se cuidais que Dom Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual de que o estivera? Se para sempre amar, sempre SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora SONETO XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já tu vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou apensa) Me defenda tambem, de tanta offensa, Que se he constante? He na cadeira Escoto? ou o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, Porta sò para entrar, logo fechada; Cama, que a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem Porem como sarais com vosco a tantos, Força Essa fragrancia, essa aura, essa doçura Effeito Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos força Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas concertado; Porque nem porque o Mar sempre vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome melhor de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor Que a Musica a sy mesma se defende; E o pranto pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve teràs, sempre envejada Da cobiça, e ambição; poes inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal eterna, a não termina. Bebei, que he tão potente, Que toda a sede eterna, a não termina. Bebei, que LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo partes. SONETO LXXII. Laudatorio. Este, que falla, procura, alcança, Poes he pezo o temor, o gosto Diz me o pò que sou pò? e a crer me incita Que Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, muy bom pois quem ma estime: Que a palha para o asno, ave lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo Negros soes, não soes grandes; e o que a todos sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? convinha Sentir somente o mal, e agora o canto Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, reparte? Ou Scevola constante, se he constante? Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, resista, Que sempre o não estar• à vossa vista he divino, o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia he do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que he do vigor he do ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da velhice he dos dous, nesta querella O mais culpado, foy contenda he esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, houve he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha he forçado, Pois nunca d' outro braço foi rendido. Rendido he fraqueza da alma minha, Mas que de costumada sempre ao he fruto abençoado. Ninguem mais fez num ano de cazado he gracinha o ser ingrata, E credes que o alrotar que he he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu he hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que he mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora he, o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He he Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se he parte, que anda co a brandura apensa) Me defenda tambem he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando os he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e he possivel, Como posso esperar ter paz com todos, Quando he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora he potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E perder he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum he que, para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo he, que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum leve he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o poem he que se algũa hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente he que vibre) Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De que he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum he he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes Pode fazer he seu escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres mais he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] Metafora da he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo nada. / [SAM58] he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Galanta he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz constante he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, o fragil faz he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando? Tudo he he Tullio? ou he Timante Este, que pinta? e acaso se he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro vento que he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada. / hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas maravilhas He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta manham He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe He força que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te o He na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de He sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois o louco 308 SLA18 SAM23 SLA72 SFE25 SMO15 SMO16 SFE25 SMO61 SAM46 SHE42 SHE100 SHE54 SHE79 SHE38 SMO84 SMO81 SLA93 SLA99 SFE70 SAM48 SFU21 SSA65 SAM2 SMO10 SMO5 SLI62 SLA93 SFA88 SFE80 SSA92 SSA92 SFU21 SMO44 SSA65 SAM43 SLA95 SLA36 SHE42 SFE70 SSA86 SMO11 SFE34 SMO67 SMO67 SSA92 SMO67 SLA18 SMO81 SSA63 SMO5 SMO84 SFE75 SFU21 SAM46 SAM43 SSA92 SLA93 SFU85 SMO49 SAM58 SFE80 SMO44 SLI90 SHE54 SAM20 SAM33 SAM9 SAM6 SLA56 SAM45 SFE30 SHE54 SAM6 SAM52 SFE13 SAM33 SAM41 fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo. o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos serà, que me poupe, ou que me reja? Porque me padeça a afronta, e a desventura? A quem me Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos Se inda despoes de tantos me confio, De quem me Com vosco o for, o celestial sembrante; Dirlhe / [SHE42] Ao escarmento de Troya. SONETO XLII. a Pedra, que tem por sua Empreza. SONETO C. Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. presteza, com que foy alcançada. SONETO LXXIX. de sua viagem maritima. SONETO XXXVIII. com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo não foi de velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella XCIII. Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga a os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, Castello; postra seu contrario armado: Rendase entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, estillo então cantados, Tornão segunda vez Se como haveis tardado, desenganos, Vindes que grande paz me dera? Ou (por força) com elle Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame aleijada. SONETO LXXX. Festivo. Vos aleijada? De Que o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo de vencer a ser vencido Hum Capitão da Morte, desdẽns às gentes derão, Com razão de ti mesma, os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. celebrada Serà, poesque com alta providencia fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque o Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, odio, por D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem para ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Com razão logo por favor vos peço, Que, poes• em Deus tanto aprendeste, Que o que era Deus, aos Considera a ventagem, que os Brutos fazem aos da Poesia. Ouço Platão, em termos eloquentes, seus empregos Tão sem ordem, bradei: Tem te, Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por E para me perder de muitos modos, Finje que a prometeu, todo o tormento Trocarme Amor? em asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis que deixando a Empirea altura A graça, dece a que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa Que não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa Que o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò he o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa SONETO XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa ver dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa Por falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis em vós vida, Que ver que a viva, me responda hũa como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, mà e quanto Crecerão com crecerdes de hora em Saudades. SONETO VI. Amoroso. Serei eu algũa a sorte dura Roubou, para vos dar, minha alegria. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII. Festivo. como rogada Da viva saúdade, que ainda• dura. lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. He tudo; mas he mais, segundo entendo, A da examinação da He verdade que parte, e que caminha, Mas partese, e caminha He Vitruvio? ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy Heroico. Esta do Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar Heroico. Senhor: Aventurar por novo Imperio, Digno de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o tormento hião topando. Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, Os brazões altos historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO hoje, a Enveja presumida•; Se com mais de vitoria por ferida hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' outro braço hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo O hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. Não de hoje de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos hoje fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? O que hoje hà sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que hoje mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em hoje por honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ hoje vestido De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois Hoje emfim, que deixando a Empirea altura A graça, dece a Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo na perda Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice home em fim de prol) Pay, e Marido. Mas sospeito que estas homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça eterna homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão pezado homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A mi Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato, e Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar teu santo dia, A Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando Homero escuto, em versos inauditos; Chore Grecia, as homicida. Voltouse, e respondeu: Tal vay de guerra; Se vos honra dos dous, dos dous alcança, Pello que ao Filho crê, alta honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende o que he honra o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se honrada. / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No constante honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado honrar a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce honrar teu santo dia, A feminil piadade aspira a tanto, Que honras da memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte, Ambos hora à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Entre hora em hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem paga hora he jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] hora, onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que o hora. Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor laços fazia, Por Hora acabai de crer que estais sugeitas A perderdes, como eu Hora bem digo eu, que sois Demonio, Meu senhor Dom Antonio Hora bem pode vir, e estar segura, Que hà de ser possuida, e Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a 309 SFE70 SLA24 SFE13 SMO69 SMO73 SMO89 SLI29 SAM14 SLA77 SAM71 SLI29 SMO50 SPR1 SAM71 SAM31 SFE13 SFE39 SLA18 SFU37 SAM43 SAM96 SAM7 SMO59 SMO59 SFE80 SAM27 SAM71 SFE25 SAM33 SFE70 SMO59 SAM58 SMO44 SAM20 SAM6 SAM45 SMO50 SLA28 SLA99 SFE30 SMO16 SAM55 SLA74 SFE39 SAM9 SAM98 SFU37 SMO82 SAM71 SAM55 SFA51 SLI90 SMO84 SMO73 SAM52 SFE70 SFE34 SAM8 SFA51 SFA87 SFE40 SFE78 SLA56 SFU85 SFU37 SFE39 SAM71 SAM71 SMO81 SMO50 SAM43 SMO3 SMO81 SFE78 SFE39 SLA36 SFE34 lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: com verdade) Que era peor, haverse assi comigo. contente De me render aos pès do seu soneto? custo Do Tempo, que lhe foy duro adversario. mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio. Que a meu pezar, nas glorias se exercita. doutrinas Repartes de hum riquissimo tezouro ? Cem dias de continua tempestade, Dez mil enveja Da que mais verde entre esmeraldas seja; mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, viva errado sò, sem mais sufragio, Que o mesmo Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do fraudulento esta, que nunca o pensamento, Com a saber provar, elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a Festivo. Por isso eu disse jà que o desengano Era por delinquente. / [SLA18] Em resposta de se exercita por costume. [SFU37] Em pezame a academico se mandou celebrar o Nascimento de / [SAM96] Lamentando o infelice cazamento de mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não hũa e donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Não se là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A que o estivera? Se para sempre amar, sempre he lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que devagar convalecendo. [SFE25] De consoada a nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de / [SFE70] Dando os parabẽns do nascimento de que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que de Filis. SONETO LVIII. Amoroso. Vite, Filis, para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo Essa, ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que de ver dias contentes, Se para se pagar de gosto ver em vós vida, Que ver que a viva, me responda triunfante sobre as gentes, Nota (pois te ameaça e pena, poes que com verdade, O mesmo que Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, estillo da praça, dando os parabẽns à sobrinha de voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso de Despois que nellas novos ganhos sente, Que quanto nome eternizaste. / [SAM98] Contra costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da morte de todos de volta à sepultura, Sede fieis na morte a mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de que o dito he pouco escuro: De que serve matar que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto, tanto, Que o que não pode hum seculo de pranto, A guerra em paz; que em tanto Amor se mete LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de corrido, De não nos virdes logo c' um morgado. como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? deveslhe o escarmento: Que em fim se não lograste Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a do arrependimento? / [SFE40] Responde a Com idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A por matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a que promete? [SFU85] Ao naufragio, e morte de Espritos requebrada; e ardendo em lumes De dentro nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra que se alcançou, custa asperezas, Que custaria Cheguei, vi, padeci: ô triste estado! Se Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz admirado Os louvores confunde em alegria, Quando E quando d' essa quinta mandeis cà, Para que serve Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo Hora os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande Hora, que tarda para vir, mil annos, Que importa que não Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / [SLA74] A hũa Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, lutou co vento Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da mudança se Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas idades horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de Horido o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e horrenda, escura, Funesta alcoba, de morada fria, Confuza horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo hospicio, jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem multiplicado hũ soneto de D. Antonio Alvares da Cunha. SONETO XIII hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro hũa carta em verso. Ao Embaixador• Francisco de Sousa hũa D. da morte de hũa sua Filha morta pouco depois de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor não hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida jà hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte por hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se conte hũa enferma, que perguntandoselhe por seu mal, respondeu hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e incertezas, Do hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão esperada. Ella hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO LXX hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e parte hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com hũa hora foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem hũa hora, Não bastão mil idades differentes? [SAM7] hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata, Como hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria hũa Prelada, da eleição da Tia. SONETO XXX. Festivo. Quem hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça hũa senhora contra seu merecimento. SONETO LV. Amoroso hũa senhora, que estando de mũy bom parecer, contrahio o hũa Senhora desenganada antes de tempo.• SONETO XXXIX• hũa sô petição vos faça, ordena. Não sabeis qual! Pois he que hũa soberana ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada. SONETO hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas. Bem cuydei hũa viajem. SONETO LXXI. Amoroso. Cem dias de continua hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / Hũa dà fruto, e muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se Hũa sò hora de armonia acave. E poes que da republica sonora Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se no seu Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece hum amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo hum amigo Poëta. SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas hum amigo, que mandava perguntar a vida, que fazia em sua hum amigo, que o convidava lhe acabasse certo soneto hum Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja satisfação hum anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era la hum bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum hum bem, que se alcançou, custa asperezas, Que custaria hum hum campo de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber o hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Moral hum delles: Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, não hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para ser hum dia a Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que hum dia (Arredo và de nòs o sestro agouro) Remendarme a hum dia, por dar guerra hum anno. Vos cuydaveis que abaixo hum dourado seculo presume: Poes vè que a perfeição de tal hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o 310 SLA77 SLA72 SHE38 SAM27 SFU21 SMO15 SFA87 SFA53 SLA28 SHE100 SMO57 SAM71 SLA24 SFA51 SFE75 SAM98 SSA63 SFE30 SFA53 SLI22 SHE38 SAM91 SFU21 SSA86 SLA72 SAM45 SLA77 SLI90 SFE39 SLI90 SLI62 SAM33 SLI62 SAM41 SFE34 SAM14 SFE34 SFE70 SFU21 SMO69 SAM91 SAM4 SFA51 SMO89 SAM4 SAM8 SLA72 SMO73 SMO16 SLA94 SFA51 SSA63 SFE39 SFE39 SMO84 SFU37 SMO19 SAM91 SSA86 SAM4 SAM2 SLA56 SAM20 SAM46 SAM46 SMO3 SAM48 SPR1 SLA77 SHE79 SMO73 SLA77 SMO57 SAM6 SAM60 SLA77 SFE70 tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a bem nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que sempre he hũa era, Para sempre temer, sempre que mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de por contrario, quem não teve dita. [SMO15] Cada que pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe de todo vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a Cera e Marmore offerece a o eterno templo De me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade Quarenta mil instantes de tormento, E cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por traçandome outra morte? Prepâra para darme, Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve com vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como que as afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de corria Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em Rendido estâ; bem podes, Morte ouzada, Chegarte como tambem, te o Ceo gozasse. / [SSA86] A a hum Elogio Poetico elegante, composto por sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De Contar, e se contar, quantas doutrinas Repartes de consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada essa voz, atê que possa tanto, Que o que não pode Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para e ventura, Tão merecida de hũa fé tão pura, E de Ay do que espera, quanto mais servindo: Para Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a d' essa quinta mandeis cà, Para que serve hum elle, haver nascido? Aposto que vos traz Dona Joana XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser vencido Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: o bramido Na branca praya, humida, arenosa às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, donde estava, Envejoso de ver que o mar cortava Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Que em fim se não lograste hum alto intento, gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Mundo? pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que que Amor cada hum se estima, O divino he divino, o cada hum se estima, O divino he divino, o humano hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que Responde repetindolhe o bramido Na branca praya, Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence Não de flores, de lastimas se cobre A pobre magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; Que hũa hora foi engano, outra escarmento Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide De seus olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom / [SAM48] Louvando por ley de certamen, [SPR1] Escuzase da gloria do Escarmento. SONETO faze idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com da contraria gente: Lisboa mais ao Cesar desta Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze cedo deste Mundo os vîs enganos, Que antes que a Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas nas là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora hum Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII hum Elogio Poetico elegante, composto por hum Religioso de hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais hum estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de vencer a ser hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura hum livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII hum Livro de destreza das Armas, composto pello General hum magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa hum Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes hum não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma hum novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano hum ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o hum peito real, alto, e robusto Pede esfera maior, que hum hum penedo da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa hum pouco, em quanto as gentes chorão, Cheas d' enveja, e hum quadro, que continha os Esposos divinos com a letra hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. Laudatorio hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. Não sò duvido eu hum riquissimo tezouro ? Hora vive, e da fama faze idade hum Roixinol. SONETO XC. Lirico. Brando filho do Zefiro hum se estima, O divino he divino, o humano humano. Porem hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave. E poes hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as hum tão limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo amor hum triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO hum venturoso, Que a meu pezar, nas glorias se exercita hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e o Tempo Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là Hum Capitão da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse Hum de proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo o Hum eco, que na penha cavernosa Durou medonhamente Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e Hum sacrificio igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em dia de Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me o pò que sou pò humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si humano, e amay divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe humano. SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o humanos atrevida, Contra o divino nunca foy ouzada. Essa humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes humida, arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se humilde Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna me humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto deixára Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe escapar por flor humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos mais hum hũns olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna idade de prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o idade, Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence idade? Que he do vigor constante, e amor jocundo? Que he da idade, Que vivas nas idades peregrinas! Com idade de prata, e idade te soltasse os anos, Jà no sagrado monte a vida viste idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe 311 SAM46 SFE75 SAM60 SMO19 SMO10 SAM45 SAM2 SFA53 SSA68 SMO81 SLI26 SAM4 SAM96 SLA74 SMO50 SSA68 SAM58 SSA63 SAM41 SLA12 SAM2 SMO3 SLA94 SSA92 SHE79 SFA53 SLA99 SAM23 SLA12 SFU85 SMO49 SLA93 SMO59 SSA63 SSA92 SLA97 SLA97 SMO32 SLA36 SLI90 SHE38 SMO84 SSA63 SAM66 SMO69 SLA74 SMO83 SMO5 SAM4 SAM8 SLA18 SAM52 SAM71 SMO83 SMO83 SMO83 SAM66 SMO73 SHE100 SFE80 SHE38 SAM45 SAM27 SMO61 SAM76 SFU37 SFE78 SFE25 SLA74 SFE30 SAM96 SAM52 SAM48 SMO69 SAM46 SFU64 SHE54 espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; que inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o que procura Sempre a paz, nunca o premio da seja aos tempos, onde Venha o Mundo a lavarse da entre as porfias Dos erros, e das sombras, que hião topando. Na mocidade os moços confiando, melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que Senhora: se não levo às vossas aras Hum sacrificio Em pastas de carvão, foi convertido Perola sem se acolhia vergonhosa. Conhecivos Esposa em sobre as gentes, Nota (pois te ameaça hũa Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, tão comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais cantas tão valente, Que parece que o Barbaro, / [SAM2] Versos pregão das dores. SONETO [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO seu resplandor guardado. Ceo de humanas estrellas XCII. Sacro. Salve, ò sol dos amantes, que SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo, do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a mais e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, amando, Poucos anos, mas todos gloriosos; Dos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que estàs ardendo, Do Amado, o amado exemplo, hoje hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio colunas lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as que gastasse em vão toda a eloquencia, Reduzir ao Que com suaves leis de doce canto, Tão grande XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por novo mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo em taes porfias. Ancias hà muito que conheço Hora, que tarda para vir, mil annos, Que Esposa em igual preço Envejada das flores: mas que he desconcerto; A quem passar avante, assi lhe sò por elle en vão pelejo. Anda a voar do arduo ao vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum Amoroso. Como voaste, ou cego, ou atrevido A em termos eloquentes, Homero escuto, em versos os rayos vingadores, Certo effeito de todo o que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e assi lhe importe. Que farei logo incerto em mundo passar avante, assi lhe importe. Que farei logo tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo falso pensamento Mostra os socorros, e à batalha desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer me planta, como á vossa destra. Para Alumnos os de ser linda, que espante. Agora manquejardes de vos chama Rendido a vossas obras singulares, Que Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois que enganado. Torno a cuidar despoes que ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que foyse agradecida, Por ser là mais que cà Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se Apollo desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira Perola sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Certo effeito de todo o incendio tardo. Que soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por [SMO69] Escuzase da esperança, a que o o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis, d' Amor idea estando na America, e perturbado no estudo por bayles Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' Idolo nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. O seguyos ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A verdade sô ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Senhor Infante ignorante O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se ignoro tanto? Se Clori apareceo, que mais pergunto igual; levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio inorante Por igual preço Envejada das flores: mas que importa, Se May igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu igualdade Defende a luz, consagrase à verdade, Triunfando iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe tira igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. Nunca fora a II. Amoroso. Poes são tantos os males padecidos Da Fortuna III. Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de illustrado, Que o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro illustre parte, Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o rayo illustres Avòs, sempre famosos, Os feitos competindo, e imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que immensa? / [SAM60] Cada amor he seu escarmento immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e na Piedade immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste imortal, onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Imortal sempre, nas memorias ande A fama, dos que tanto impede. [SAM33] Alegria Custosa. SONETO XXXIII imperio da prudencia O mando, que a fortuna lhe usurpàra imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque hum Imperio Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de impias; Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu importa que não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra importe. Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar impossivel: E para me perder de muitos modos, Finje que a impossivel tal, que o vencer delle De novo ao Mundo sei, que impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• levou inauditos; Chore Grecia, as Athenas, e as Espartas Vivão incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado; As carrancas incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por incita: Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme outro inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) Mal he tambem inculca às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que inda apartado Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se inda despoes de tantos me confio, De quem me hey de queixar inda enxutas Ver não merece Amor, correspondente, Quem inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos melhores Espritos inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia inda o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada inda soes, como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na industria contra o Ceo achou resguardo, Que os estragos industria nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos infante; Ide humildes de Flerida diante, Nuncios sempre fieis Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do merito Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico 312 SAM96 SAM17 SHE100 SFE40 SLA12 SAM7 SAM7 SHE100 SAM45 SFE30 SMO59 SAM45 SAM98 SMO67 SAM60 SLA93 SMO69 SHE38 SAM96 SHE79 SHE100 SAM71 SLA56 SMO73 SAM41 SSA65 SLA95 SAM98 SFA53 SAM31 SAM8 SLA36 SLA28 SMO16 SLI29 SAM41 SFE70 SAM4 SHE79 SHE79 SMO16 SHE79 SAM91 SLI22 SAM98 SMO15 SAM55 SFA51 SFE39 SFE34 SFE78 SFE30 SMO15 SFA51 SLA99 SAM4 SAM9 SMO44 SAM91 SAM17 SAM2 SLA72 SAM7 SLA94 SAM33 SAM71 SMO69 SLA18 SAM43 SFU37 SFE13 SAM55 SAM41 SLA74 SMO35 SAM46 SAM20 ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e desprezivel mal forrada, Furna là dentro mais que do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto Porem eu quero crer, mas que me perca, Estoutra da Fê, foi fabricada; Porque da mesma duvida á vossa destra. Para Alumnos os inclitos adestra responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser Senhor, fallando, obrando, Te offenda minha que a viva, me responda hũa hora. Porem se sois eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual com progresso vario Altivo Emperador, de Reo castigo, ao vituperio Olhais do mar cruel, do vento sem igual, pouco estimada Do barbaro boçal Indio Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta mil louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, da velhice? que he da mocidade? Tragoume a vida perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que passa (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o Mestre o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente Medir a condição da branda cera. Que faz? Que versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão nobre o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto Diogo de Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se e pena, poes que com verdade, O mesmo que hũa senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O triste esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe vitorias não são caras! Gloria vos pode ser gente: Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por responde. Postrese Roma a Cesar reverente, Por escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte da agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa encaminhe teu passo a teu dezejo; Vàs, e tornas, e Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas de si mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, jà serão; e quando muto, Hum modo he de penar antes de tempo.• SONETO XXXIX•. Festivo. Por aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy senhor! Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, por vida vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas a fragua, em que se mete. Vos direis que Que declare as emprezas gloriosas, Do / [SAM4] Amor escudo de Amantes. SONETO [SAM9] Auzencia breve, mas custosa. SONETO os teus enganos; Dalhe licença, murchem se Sereno Pescador, que a Daliana Adora; vendo que tanto me dais, que della diga? Eu, que não posso Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou SONETO VII. Amoroso. Pâre a duvida Estrella, celebrada, Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo XXXIII. Amoroso. Emfim que aquella hora he os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, subir, qual subio Mario Dizes que espere; ou bem XVIII•. Laudatorio. Senhor, a vossa carta he pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî desgraça, e minha desventura, Eillas, senhora, da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà triunfante, Se lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso infelice. SONETO XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous infeliz astro. As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti informação dos meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos informada, Quanto nella se encobre, entende della. Pode do Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em quantò a Terra ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu menos ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Licis? Que faz ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' esta injuria, ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da injusto: E a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que injusto, Qual destes triunfos não fez caro o susto, Antes de inorante Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com que foy alcançada insignias, roga A vossa planta, como á vossa destra. Para instantes de tormento, E hum milhão de milhões de saudade instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Mundo inteira o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mostra a intenta Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena intenta o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas intento esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque a intento, Hum seguro temor tẽns conseguido. Dece embora de intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. Laudatorio intrepida peleja, A outra cientifica derrama: Ambas chaves invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de ser Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de ir defendendo A vida, contra quem com torpe estudo Em ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence o braço ir, ver, e vencer na antiguidade A dura força da contraria Ir a justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o coração Irado o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu não vejo Iras lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, levo comigo irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos matadores isso eu disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro isso quer vossa mercè? A mi, que mais forçado que em galê Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando isto algum Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo Ithaco Pereira, e Ulisses Castro? / [SHE100] Por Asunto IV. Amoroso. Senhora: se não levo às vossas aras Hum IX•. Amoroso. Senhora, neste breve apartamento Bem ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores: De que ja que se estremece A firma penha, donde o Mar batia; Vem ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella ja vos forão referidos Em differente estillo então cantados já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi fabricada jà chega, Deixai que os lazos rompa, e que entrar possa jà chegada, Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão jà chegado; As carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a justo jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles: Que jà dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi atrevidas jà mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T jà piadoso a sy: se a my foy fero. Não temais abrazarvos dos jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão merecimento 313 SFA88 SFE39 SLI26 SFA88 SMO82 SFE34 SMO49 SFE78 SMO84 SLA74 SMO35 SAM7 SMO67 SMO44 SLI62 SAM47 SMO49 SPR1 SFE34 SMO57 SAM27 SAM47 SFA88 SAM14 SMO35 SLI62 SMO84 SLA94 SLI22 SAM47 SFE70 SSA92 SFE78 SFA53 SMO73 SFU85 SFE30 SMO11 SMO49 SMO19 SLA72 SMO50 SLI26 SLI22 SFU21 SAM8 SMO16 SSA63 SMO69 SMO50 SFE39 SAM9 SAM20 SFE40 SFU37 SFE70 SAM14 SAM60 SHE79 SAM91 SFU37 SFA53 SMO16 SLI62 SAM6 SAM76 SAM33 SHE42 SFA51 SAM76 SAM46 SLA95 SAM96 SAM96 SMO82 SLI62 SMO59 valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè, SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse Filomena com queixas namorada Amores canta Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita Em my, para outro bem de larga dura; Mas Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não assombramento de ditoso: Tem me os enganos SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es a luz, que a sombra cerca, Sendo os raios da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece fias. Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso. no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. que em galê, D' aquella, que não passa desde alli, enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, hũa era, Para sempre temer, sempre hum estado. Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. pretende, Não gaste seu valor, por vãos caminhos; se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; hà muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, ò que corria Para o Mar, que nos braços o esperava, cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Aurora haver nascido? Aposto que vos traz Dona / [SSA92] Votando ao sublime Evangelista S. SONETO LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom tambem, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A que he da idade? Que he do vigor constante, e amor e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto Marcial que andeis a callar, como cartuxa. Ha de pucha que Quem vos vir, Apetite disfarçado, Digno vos Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo o voo mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode e Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a do vento, Vento foste a o subir, vento es caído. Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a hum corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO anno. Vos cuydaveis que abaixo Amor profano Era pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa viva Festivo. Cazinha desprezivel mal forrada, Furna à vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo Por ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido queixumes Ver, que se vos roubàrão os amores, digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. e do tirano. E a fim de que ninguem se compadeça, a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel eu algũa hora tão ditoso, Que os cabellos, que Amor As deposita o sol, em conchas brutas. Mas hà de ser possuida, e dezejada. Senhora, se com De lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as dos perigos os melhores (Se podeis) entre as As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes nos miseros cuydados De Portugal o Reino se Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Rubi, cujo valor não conhecido Foy, do vil estaveis vòs guardadas Em my, para outro bem de hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos passarinhos jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender pretende jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der, por jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi? Huy jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que imagino. Dexa• jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro! Porque jà vi rosa Das que se preza Abril, Mayo se ufana, Que em jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto quizerdes jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias jâ são, as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra os Já não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto Jà, Fili, he posto o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar Jà quando• esta manham bordava a Aurora, Triste sombra o Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça os corvos Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla avizado. T Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta jardim Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que o Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço lhe João a profissão de certa Religiosa, que se celebrou em seu João, jà tenho visto Os oito versos destes dous quartetos João Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que jocundo? Que he da velhice? que he da mocidade? Tragoume a jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te haver joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata julgarà de reverencia, E a vos, odio, por homem de conciencia julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me arruino junta, Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo juntar em si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos junto à sepultura. SONETO L. Moral. Armas do Amor junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o Justiça, e a Prudencia? / [SLI22] Desgraça, enveja de tudo Justiça foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe o justificar a tirania, Porque padeça a afronta, e a desventura justo hè este, mais que humano, Eixo quasi, da immensa justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos la como o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que là, de Rosa estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella là dentro mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem là mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana là nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de là te entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O não là vence o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Là te mando os teus versos, que mandarão Callar os meus Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o meu mal Labão mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já laços fazia, Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Amor lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora o canto He lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, ò lagrimas, que escuto; Pois desta casta de arvores de fruto lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum lagrimas tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta Mentirlhe Lamentando o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando mais larga dura; Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as leis do largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he 314 SFE75 SFE39 SHE42 SLA95 SMO69 SHE42 SAM2 SSA65 SLA36 SLA97 SLA24 SLA72 SLA12 SLA77 SLA74 SLA56 SLA95 SLA28 SLA99 SLA94 SLA93 SLA18 SFA53 SAM47 SLA94 SFA88 SLI62 SAM46 SAM48 SLI90 SSA63 SMO44 SMO67 SMO67 SHE54 SAM31 SLA18 SLA72 SAM23 SPR1 SLA56 SMO44 SMO44 SHE79 SSA86 SFE80 SLA99 SMO83 SFE40 SAM96 SMO89 SLI90 SLA97 SLA12 SLA95 SLI90 SSA86 SFA87 SHE54 SAM4 SMO15 SAM4 SFE40 SAM8 SAM71 SAM48 SFE78 SMO49 SFE75 SHE42 SAM41 SAM20 SMO81 SFE70 SAM98 SHE42 SFA88 Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece o cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos Tanto d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De Serà, poesque com alta providencia Hoje fazeis a Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, Mais dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das se são de vos melhor ouvidos. Não de flores, de das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI. dos Serenissimos Reiis de Portugal. SONETO XCVII. de hum Ministro amigo. SONETO XXIV. hum Religioso de grandes partes. SONETO LXXII. de Francisco de Sà de Meneses. SONETO XII. o do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Poeta, que louvava seus versos. SONETO LVI. Doutor Antonio de Sousa de Macedo. SONETO XCV. Diogo Gomes de Figueiredo. SONETO XXVIII. Doutor Gabriel Pereira de Castro. SONETO XCIX. acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV. a Acção da propria Religiosa. SONETO XCIII. Francisco de Sousa Coutinho. SONETO XVIII•. espero que seja aos tempos, onde Venha o Mundo a a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono o luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas quanto mais servindo: Para hum tão triste fim, tão da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo as Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As em obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas Bruto, Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das seja A desgraça (se em vos força he que vibre) vai muito atento. Riamonos da auzencia, se hà ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais e acaso se comparte, He Vitruvio? ou Platão, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me gentes derão, Com razão de ti mesma, hoje te fias. presumida. SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e hum quadro, que continha os Esposos divinos com a quer o Galante. Aposto que em Coimbra algum Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do mar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo despoes quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave: a Esperança espera Deste sagrado Talamo ditoso. não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa e usurparlhe estados: Vossa Pena com termos louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se pertença a esse elemento? Apenas pos o Ar hum a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; o sono Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se não irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser, se não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida impossivel tão grande, ò pensamento? O vento te• à auzencia faz a conta o pensamento; Porem quando Se com mais de vitoria por ferida Sabe Amor d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não que dormindo estuda, Por hum nome, que errou, d' enveja ao Mundo lhe deu•, quanto De lastima em quem não caiba O queixume da dor, que a dor Fazei outro milagre em mi segundo; Que nem porque da Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se Hum alegre recado, que em secreto Dom Lourenço Se o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Mundo Se a grandeza aos pequenos se dispensa, De lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos lastima lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia lastima oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os lastimas o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas lastimas se cobre A pobre humilde Musa, que procura Sempre lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da Laudatorio: Clarissimo Diogo, quem cuydàra, Sem que Laudatorio. Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal Laudatorio. Enfermastes, senhor, sois tal amigo, Que com Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante Este Laudatorio. Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa, Minha Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo Laudatorio. Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal Laudatorio. Quando estas regras de destreza ensinas Laudatorio. Repouza nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses Laudatorio. Salve, ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia Laudatorio. Salve, ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia Para mi, que lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro Jáz lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos leda a Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII. Amoroso ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos. SONETO leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns nas almas leis do certamen da Conceição. Celebrado em Lisboa, e leis, que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti leys são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, ou quem Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas Leite a Razão vos dê: e o choro breve A Piedade. A Belleza lembrança; Se hà firmeza, riamos do receo: E pois hà fè lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he Morante? He lenho, ao linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo lenho Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer Lesbina, olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as leste, Porque de Marte o coração celeste Sempre a teu alto letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO LXXXVI. Sacro letrado Disse que foi de Deus alto castigo, Aleijarvos, por ter letras, que preciosas Pedras são, mais que porfido e leva a gente ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se levanta a fronte, Como Pavão, do bosque, donde estava Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa voz, atê Levanta poes, o Templo milagroso, Porque se algum rigor levantada. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do levantados Excellencias da Patria reprezenta, Com que por levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em quantos levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura; Poes se leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se em vos levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle Hum levo comigo? E se eu proprio me perco, e me persigo, Quem levo por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo levo, Santo prol me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento es caído lha ajusta o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, não soes lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que perco lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento lhe dà: e se algum dia Das envejas as lagrimas pedia, Hoje lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o mundo lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando. Então quiz lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide lhe deu, para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das lhe dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo o 315 SMO83 SAM20 SFE34 SMO67 SFE39 SAM47 SMO19 SMO69 SFA53 SMO83 SFE70 SSA65 SAM41 SLA97 SAM41 SFE70 SMO3 SMO44 SAM14 SAM41 SFA88 SLA36 SSA63 SFE78 SMO16 SMO67 SMO89 SFE13 SFA51 SLI62 SLI22 SMO44 SMO35 SFE34 SAM31 SAM98 SAM52 SFA53 SAM6 SAM33 SFE80 SFU37 SAM23 SLI26 SLI90 SLI62 SLI29 SLI22 SSA63 SHE79 SAM6 SHE54 SHE54 SFA88 SLA95 SFA53 SLA28 SSA92 SLA99 SLA36 SMO59 SFE70 SSA63 SFE40 SMO83 SMO67 SAM7 SMO10 SMO67 SFE39 SMO49 SAM20 SMO49 SAM47 SAM8 SMO89 SMO57 me assegura? Não: que desdo principio hà que Humilde vassallajem paga ao vento, Sem a D. Antonio Alvarez da Cunha pelo estillo em que Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê que da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra senhor, tanta belleza junta, Tanta graça; e tal ser a Claudio entronizado a breve custo Do Tempo, que da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que temor he desconcerto; A quem passar avante, assi Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De razo, Em virtude do braço, que a sustenta? Então quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas triste se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu sem zelo, a voz agreste, A quem em vão, a emenda De que serve encantar no vidro, os annos? Se Hora vença, e de mi riase a gente; Jà que Hora eu me callarei, como se saiba Que quem / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo ao imperio da prudencia O mando, que a fortuna a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e Pureza oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, Não Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO vendo os enganos, Sem a promessa ouvir, das Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe em mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme Deminuir da fê tão nobre intento, Fermosa ingratidão. SONETO XCVIII. Amoroso. Que faz Ao silencio de hũas bem vistas paredes. SONETO de versos, que lhe havia comunicado. SONETO Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a Tão merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser e ardendo em lumes De hum Amor, cujas tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC. / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII. Triste remedio o mal de muitos. SONETO XXIX. [SLI22] Desgraça, enveja de tudo. SONETO XXII. as leis do certamen da Conceição. Celebrado em na antiguidade A dura força da contraria gente: Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que me possais ver Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado o Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Excellente [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum vossas, Sorte, e Vida. / [SLA28] Elogio a hum engaste O peito, porque o peito a Amor rendeste, historia Que ao mundo fez Calliope prezente. sabio varão Diogo de Paiva de Andrade, Autor do dizello? [SMO59] Antes de confissão. SONETO sospeito que estas como corrido, De não nos virdes Triunfando Portuguez, crendo Romano. Vença pequena, grade bem segura, Porta sò para entrar, A quem passar avante, assi lhe importe. Que farei Como so a vos, e a mi não conhecera. Com razão que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão dos meus danos. O seguyos, prendeyos; porque estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo desatino Da baixa sorte, para o estado honroso, estrella, Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se não descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro porem deveslhe o escarmento: Que em fim se não abraços. Eillo que chora em vão seu desvario, De pizada; e escarnecida A ambição; cada qual de lhe dura Do erro este costume, a o mundo dado; Ser aquelle lhe escapar por flor da fermosura. Mas conhecendo jà, quam lhe escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] Louvando por ley de lhe foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? Mas lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, mil annos lhe havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho mancebo lhe importe. Que farei logo incerto em mundo incerto lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação lhe obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya lhe offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre lhe ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez mezes lhe prometo? Mais dano trouxe a paz, do que a contenda lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• os lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe obriga a lhe tornado o livro da defensa da Musica moderna. SONETO lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina sempre clara, Eximindo a Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por honra dos dous lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII lhes puzestes ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, Muitas Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra o licença do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce licença, murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A Lici, em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte o seu Licis? Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os resplandores D' LIII. Familiar. Velho mancebo, illustre em sangue, e esprito limpa testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E os limpo amor, tão esperada. Ella tardou em vir, como rogada linda, que espante. Agora manquejardes de inconstante linguas são louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver linho A vida entregarei, que os satisfaça, Tomo quem dos Lirico. Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o Lirico. Brando filho do Zefiro suave, Que com suaves leis de Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio A verdura regada, ser Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO LXIII. Sacro Lisboa mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora livre, [SAM55] Havendose cazado por vingança hũa senhora livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII livro das Excellencias de Portugal, escrito pello Doutor livro de versos, que lhe havia comunicado. SONETO LIII Livro de destreza das Armas, composto pello General Diogo Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que o que era Livro não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que Livro, que se intitula Casamento perfeito. SONETO XXXVI LIX. Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da May, Fê, e logo fechada; Cama, que he potro, meza destroncada, Pulga logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro logo por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, me logo serà, se pretenderdes Dissimular a luz, que a sombra logo Teme que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o logo vejo, quantas artes varias O Homem racional, provido, e Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento Logo o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em mi segundo logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano; Poes se Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns conseguido longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar longe brada, Por ver, se de ty pode ser ouvida. Vida tẽns, e 316 SMO19 SSA65 SAM9 SMO35 SFE70 SFE78 SHE79 SFA87 SAM48 SAM58 SLA56 SLI90 SAM58 SFA53 SLA36 SLA56 SFU37 SAM76 SAM76 SFA53 SMO59 SSA63 SAM27 SFU37 SLA12 SSA63 SMO89 SMO89 SSA92 SSA63 SLA94 SLA94 SFE75 SLA94 SAM43 SAM7 SSA68 SSA68 SAM55 SLA56 SMO57 SAM58 SAM60 SMO61 SLI62 SSA63 SFU64 SMO69 SSA65 SAM66 SMO67 SSA68 SFE70 SAM71 SLA72 SMO73 SLA74 SHE79 SFE75 SAM76 SLA77 SFE78 SFE80 SMO81 SMO82 SMO83 SMO84 SMO89 SFU85 SSA86 SFA87 SFA88 SFE75 SAM17 SFE30 SLA95 SSA68 taes palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por estar, à vista do tormento. Qual serà pois o jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para Joana Hum alegre recado, que em secreto Dom outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e alento, e cores? Mas saiba quem por ti a vir Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / [SAM48] coração o modo, e parte, Ambos provárão mudos a / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que sonora Entre as aves pretendes sinalarte No Musico a voz, quando advertida, E ouzado o coração, de obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Os SONETO LVI. Laudatorio. Quando em vossos ardendo em lumes De hum Amor, cujas linguas são Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas, com perdão da gente honrada. / [SAM76] A esconde Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, Celebrado em Lisboa, e premiado em primeiro propuz de passar o mundo a esmo, Poes no Tempo, dos melhores Espritos requebrada; e ardendo em viva o circular governo Nas esferas do Olimpo hum novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co Mar, delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol, a Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada, Cuja Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra terra a sombra escura: Rompe o Anjo, cuberto de Em vão logo serà, se pretenderdes Dissimular a Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem hũa senhora contra seu merecimento. SONETO Amigo Poeta, que louvava seus versos. SONETO o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO [SAM60] Cada amor he seu escarmento. SONETO de si, pello que vê nos outros. SONETO perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO em Lisboa, e premiado em primeiro lugar. SONETO A morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO a que o induzem os passados exemplos. SONETO [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO de Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO pedindolhe dirija sua molesta navegação. SONETO hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha. SONETO mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO por hum Religioso de grandes partes. SONETO Cinza, sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO contrahio o parentesco de sogra. SONETO Elvas, a presteza, com que foy alcançada. SONETO no estudo por bayles de Barbaros. SONETO / [SAM76] A Lucinda, que chorava. SONETO Elogio metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO seu mal, respondeu que estava aleijada. SONETO se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO Conta com as perdidas esperanças. SONETO se vio tão rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO / [SMO84] Fraqueza do Amor humano. SONETO [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO Ao naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO com a letra: Sedebat sic super fontem. • SONETO [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta. SONETO o livro da defensa da Musica moderna. SONETO simples catorzada? Vedes? não faltarà pois quem Eu, que não posso ja, se não dizella? Vos, que a callar, como cartuxa. Ha de pucha que joya soes, Portugal, escrito pello Doutor Antonio de Sousa de a Gabello, Igual luz que do Velho; do Minino. Este longe de profanos, Não destes por Oraculo aos enganos, Com longo prazo O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Lourenço lhe deu là muitas vezes. Sabeis, qual he? He este louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta louva por credito da insigne Vitoria d' Elvas, a presteza, com louvada, Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os Louvando por ley de certamen, hũns olhos negros, e pequenos louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. Mas que louvava seus versos. SONETO LVI. Laudatorio. Quando em louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a levantarte louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e arte Aquella louvor te hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento louvores. Seja satisfação destes queixumes Ver, que se vos Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou Lucinda, que chorava. SONETO LXXVI. Amoroso lugar, onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar lugar. SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e nunca lumes De hum Amor, cujas linguas são louvores. Seja luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu com Lusitano, Que de Maria, e Deus em igualdade Defende a luz lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que esperava Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das luz, consagrase à verdade, Triunfando Portuguez, crendo luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que os lazos rompa luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e mais subida luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor luz pura, O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos luz, que a sombra cerca, Sendo os raios jà vistos, e adorados luz que do Velho; do Minino. Este madeiro, que sem luz, sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se LV. Amoroso. Vossa desgraça, e minha desventura, Eillas LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores ocupâra, Sabio LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo LVIII. Amoroso. Vite, Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do LX. Amoroso. Que queres mais de mi, Idolo ingrato? Soltame LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte LXII. Lirico. Esses Mares, que vejo, essas areas, Rompi LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, mais que humano, Eixo LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da Morte, A vida te LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas LXVI. Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania os dias LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho ouvido, Terdes LXXI. Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez mil LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? ou he Timante LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz LXXIV. Laudatorio. Quando deixareis vos de ser fermosa LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà mutas LXXVII. Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos olhos LXXVIII. Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os LXXX. Festivo. Vos aleijada? De hoje per diante Aleijado seja LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos LXXXIII. Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e LXXXV. Funebre. Gozoute a Terra, teu progresso amando LXXXVI. Sacro. Bebei confiadamente, Esposa dina Dina desta LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa o vento, Que LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo senhoria, Se a ma estime: Que a palha para o asno, ave hè de pena, Fallando ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me não mà hora! Se cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes Macedo. SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto 317 SFE30 SHE100 SLA56 SSA63 SSA63 SLA74 SLA74 SHE38 SMO3 SAM23 SFA88 SMO50 SMO57 SAM52 SLI90 SAM55 SAM58 SHE79 SAM17 SMO15 SLA24 SHE79 SAM48 SFE40 SAM6 SLA94 SMO59 SMO61 SLA77 SAM98 SAM17 SAM58 SLA93 SFA53 SAM60 SAM48 SAM27 SLA94 SAM27 SAM23 SMO83 SAM52 SLA99 SMO16 SAM48 SFE70 SMO15 SMO59 SMO44 SFE34 SAM9 SLA12 SAM96 SFU21 SMO3 SAM41 SLA99 SLA18 SAM52 SLA93 SMO67 SAM66 SAM45 SAM47 SAM58 SFE25 SMO83 SLI26 SAM7 SLA74 SAM9 SMO59 SHE38 SFU37 SFA53 SMO59 SSA63 tem que ver toda esta patarata Cos parabẽns da Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum prezára. Mas que merece aquelle, que declara Por Pello que ao Filho crê, alta firmeza; Pello que à logo das gentes a esperança, Poes do Filho, e da preço Envejada das flores: mas que importa, Se vos conheci; e jà vi rosa Das que se preza Abril, Porque hum peito real, alto, e robusto Pede esfera Todo de desconcertos marchetado; E para ser temo mais, do que o caminho, Porque para me dar o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro Perfeição, que não cabe em fantazia, Fermosura deças, que em te estár consiste O vencimento dos achou resguardo, Que os estragos despoes não fez, Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere Dissera tua belleza, e meu desvello; Quanto he mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, ou que fora do perigo? A mi, que sou mais vosso, e A dura força da contraria gente: Lisboa por tantos modos, Que por ser mais fermosos; dos que vos assusta eternamente Negro boçal, e os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa do dia engeitais a luz, e a vida, Porque outra luz, que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço Qual, senhora, he dos dous, nesta querella O o coração, de louvor darte; Que não fizesse com as honras da memoria A dezejos mais nobres, sò que as afagues, e que as sigas; Que a fê que escarmento. SONETO LX. Amoroso. Que queres Dos grandes, hoje, a Enveja presumida•; Se com na duvida, que o espera; Tantas, e muitas Porque de tal maneira a Deus he dada, Que quanto he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, quem dos perigos não tem medo. A vinda temo este costume, a o mundo dado; Ser aquelle caminho despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs, e vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a acção novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste Emfim milagres soes por tantos modos, Que por ser Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por encantar no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que Que deixe tal comercio, e tal conquista? Se hà a pezar do oposto inferno. Porem Tu com excesso vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante que quando da Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: de bom humor. SONETO III. Moral. Musa, façamos dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e dor jà foi do Tempo a os seculos notoria Pos o Segundo a perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou de mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis Tu, que trocaste as honras da memoria A dezejos agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ da grave pena se me evita: E emprenhandome a real, ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual Dorme o prado; e das arvores agora Nem da que Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto he Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê neste breve apartamento Bem conheço, por Conto, lugar, ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu vos, rendei terras, e mares, Sem provar forças vida. Veyo mostrarse, foyse agradecida, Por ser là e que as sigas; Que a fê que mais de hum par, por Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora SONETO LXIII. Sacro. Que Ceptro justo hè este, Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da auzencia magnanimo Afonso, que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz magoas naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo May defende, eterna gloria. / [SFU64] A morte do Senhor May, Fê, e Pureza Lhe prometem dos tempos a Vitoria: E por May fostes, con rayos semelhantes E atè sogra, que agora Mayo se ufana, Que em vendo essa belleza soberana, Do prado maior, que hum emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não nos mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica mayor, que a fermosura: Cova profunda, triste, horrenda mayores danos: Vence, sem batalhar; que os desenganos Dão mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Muros mais a levantarte, Comedindo o rigor de Fili agora, Que em mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco mais adoralla, que contallla; Quanto he mais padecello, que mais altamente; Poes se là vence o braço, câ a vontade. / mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê nas mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade; Salvo se mais ao Cesar desta idade, Por ir, ver, e vencer mais mais bellos As cores, e as medidas, desprezastes. [SMO49] mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos traz da praça mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu resplandor mais como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ou cerco mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs cantando mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da mortal mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais mais culto, e arte Aquella suspensão tão comedida ? D' essa mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos Não sabe mais de hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves mais de mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida mais de vitoria por ferida Sabe Amor lhas granhais*: tantas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado mais depressa a Deus se entrega, Mais propriamente Deus a mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte mais, do que o caminho, Porque para me dar mayor desgraça mais errado O que he de mais passage, e fermosura. Em fim mais estreitas, Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou mais excelente Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos o mais fazer, ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as medidas mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, nem quando. Se mais força aos danos, Medindote• os estragos, pellas dores mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa desde alli mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; Mas tu mais guardado D' entre as mãos de seu dono foi perdido mais honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. No mais hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E para mais iguallo. Hora eu me callarei, como se saiba Que quem lhe mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope prezente mais lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de mais meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores mais nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias mais o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita mais o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura mais padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a mais passage, e fermosura. Em fim não passarei, temendo a mais pergunto? [SAM27] Medo, e obediencia. SONETO XXVII mais que a sombra esconde, o ardor revella. Em vão logo mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e jà vi rosa mais que à dor resista, Que sempre o não estar• à vossa mais que acusar, por mais firmeza, Toda a vida, sem mais mais que as das virtudes. [SFE39] Ao novo emprego amoroso mais que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là mais que hũa gota, a ser medida Co largo Mar de tua Graça mais que humano, Eixo quasi, da immensa eternidade? Que 318 SMO19 SFE40 SLA97 SLA99 SAM76 SMO50 SMO84 SLA74 SFE40 SLA18 SHE42 SMO61 SLI62 SAM98 SLA94 SPR1 SLA77 SLI29 SFE40 SLA24 SLA28 SMO3 SSA68 SSA65 SMO69 SLA18 SLA94 SAM46 SAM9 SLI22 SMO16 SLI29 SLI29 SAM33 SFE78 SAM96 SFE40 SFU64 SMO84 SMO10 SMO82 SLI22 SMO69 SFE78 SFE80 SAM48 SFE80 SLA12 SLA12 SAM66 SAM2 SMO82 SAM14 SAM41 SFE70 SMO32 SFA53 SMO57 SMO67 SSA65 SFA53 SAM17 SFE25 SMO5 SFA53 SFE25 SFE78 SFE25 SFE40 SFE13 SLA97 SFE34 SAM9 SFA53 SLA36 SAM43 SLA94 aquelles olhos soberanos, Porque por tantos modos Cazinha desprezivel mal forrada, Furna là dentro ande A fama, dos que tanto celebraste, Por He o que vés de letras, que preciosas Pedras são, são de vos choradas! Mas choradas de vòs, que salvo se a Morte ? A Morte foi em sem razões o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que fermosa, Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà Sem Amor, sem Amigo, sem Parente; Quem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; mas he poes acabas Com tão altos penhores de famosa, Que arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada a luz, e a vida, Porque outra luz, mais clara, e menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão e deste rio A verdura regada, ser enveja Da que eternamente Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que Se foi da dor, que fora do perigo? A mi, que sou sorte, Que não por destra a Morte, mas por Morte agreste, A quem em vão, a emenda lhe prometo? paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Pois diz o Amor: Que para obedecido, enganos Seneca, quando diz: Que o bem, que tarda, he jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; dada, Que quanto mais depressa a Deus se entrega, Doces versos, por quem o auxilio espero, ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do de modo o vosso engano, Que a todos o meu estio. Hora se servirà de ser vingado Ver quam abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o se com lagrimas convinha Sentir somente o a semelhantes Giovenetos, Me teem feito bem singular, que foi vendido A quem, em ferro o tem prizão. SONETO XL. Festivo. Cazinha desprezivel se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas vencido do diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que o Giovenetos, Me teem feito bem mal, e bem A hũa enferma, que perguntandoselhe por seu unida Aos centros da ventura, que não teve. Que de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo) estas tramoyas. / [SLA12] Ao Poema de de Sà de Meneses. SONETO XII. Laudatorio. engrandeço; e alegre em verme Morro sem dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os SONETO LXXXII. Moral. Tende mão, Esperanças SONETO XIV. Amoroso. Aquella Fè de tantos passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, Ah senhor Dom Antonio, a dura sorte. Soes havia comunicado. SONETO LIII. Familiar. Velho queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum quem soes, ou quem eu era; Poes do que me Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella; a hũa F. P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me fica. visto Os oito versos destes dous quartetos; Mas a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, / [SFE40] Responde a hum amigo, que Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não celebraste, Por mais que o tempo esquecimentos dos vossos consoantes dò: E quando d' essa quinta qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir, Vè, quando escreves, outro Apollo escrito. Là te a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia O es temerosa. [SAM43] Por Assunto academico se os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos; Se mais que inferno escura, Fresta pequena, grade bem segura mais que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome mais que porfido e alabastro. Mas qual será o epitafio mais queridas As vidas podem ser ? que as mortes dadas Por mais rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, Nota mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem me he mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que a vista mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia. Ouço mais segura estàs, que antes estavas: Porque em ambas mais segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! O mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a Morte mais severa? Que faz o Rayo da mortal esfera Procura de mais subida Entre• vos tem, seu resplandor guardado. Ceo de mais sufragio, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho mais, vem duvidando. Poes que conta farei, se a Urbanidade mais verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, o prado mais vos leva, que vos traz da praça: Sem Amor, sem mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a enfermidade Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas Mais dano trouxe a paz, do que a contenda. Porem que Mais do naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay Mais he, que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle o Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser Mais propriamente Deus a farà vossa. [SLA95] Elogio ao Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide humildes de Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E me aconselhe là mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, ô doce Tejo, Poes mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO mal da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira mal, e bem mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia mal engastado; Aver que por se haver em vão achado Em mal forrada, Furna là dentro mais que inferno escura, Fresta mal futuro, Da tua paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza mal, meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim mal, o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como mal procura, Quem credito vos der, por ser fundadas mal, que o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do mal quisto. Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de mal, respondeu que estava aleijada. SONETO LXXX. Festivo mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos grandes, hoje, a Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se o que a• Malaca conquistada de Francisco de Sà de Meneses. SONETO Malaca, de Albuquerque conquistada Tão culto escreves maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não malogradas, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na maltratada Foge da sem razão, e em vos espera A razão, que Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi mana, Dizeilhe a o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir mancebo, folgais de andar na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e mancebo, illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de mi mancebo nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não mandamentos? Pois diz o Amor: Que para obedecido, Mais he mandandolhe hum livro de versos, que lhe havia comunicado Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mandar de Caparica, De que vos, Prima, não façais esgares mandar, em que escolhera, Contra as quaes sò por elle en vão mandarão Callar os meus. Que avaro intento esconde Tal Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, não Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o mesmo vem mandava perguntar a vida, que fazia em sua prizão. SONETO mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio mande. Poes para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà mandeis cà, Para que serve hum elle, hum vos, hum tu mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a minha pena mando os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina mandou celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo maneira a Deus he dada, Que quanto mais depressa a Deus se 319 SAM33 SAM6 SAM47 SFE80 SFE80 SSA65 SLI22 SLI26 SHE54 SLA77 SLI62 SMO82 SFA88 SFE70 SAM96 SAM41 SPR1 SAM4 SAM23 SAM91 SMO89 SHE38 SAM96 SHE100 SAM91 SSA86 SMO59 SLI26 SMO89 SMO89 SSA65 SMO73 SLI22 SMO3 SHE42 SLA36 SMO50 SAM48 SMO3 SFU85 SLA18 SHE38 SLI62 SSA63 SLA74 SFE70 SAM47 SMO69 SHE38 SHE100 SMO44 SHE79 SHE79 SLA72 SAM66 SLI62 SMO19 SAM45 SAM9 SAM96 SFE25 SLA18 SMO15 SFE34 SFA51 SLA28 SLA77 SLA74 SAM7 SFE80 SFU85 SLA99 SMO15 SAM76 SMO19 SAM43 SAM20 sempre ao pranto, Não sabe festejar d' outra Verei os olhos, donde o sol fermoso As portas da He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta Salvo aquella de ser linda, que espante. Agora e do despejo) Mal he tambem, de que eu tambem Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas enveja de tudo. SONETO XXII. Lirico Junto do socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E o noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por Em resposta a hum Elogio metrico do Poeta o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a esperanças. SONETO LXXXII. Moral. Tende nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as Diâmante que quando mais guardado D' entre as que foy sem duvida, o primeiro Maltratado das a quantos vem, por onde venho. Tambem nas delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com Que não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado o do bosque, donde estava, Envejoso de ver que o Porém sò, se ao castigo, ao vituperio Olhais do boçal Indio inorante Por quem, a cazo, foi do oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o vendo ja que se estremece A firma penha, donde o cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para o algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co largo Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava o Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou co a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Se mostra a planta, que por longo prazo O bravo que he da mocidade? Tragoume a vida inteira o Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para o como vai o Mundo concertado; Porque nem porque o de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do Mundo vè que a perfeição de tal estado, Se antes, por Cujo nome melhor he Sepultura: Quem tantas He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr nas façamos mais hum desvario Todo de desconcertos foy, e affeiçoando. Gozoute o Fogo em tanto lendo: Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de deixareis vos de ser fermosa, Minha senhora Dona ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o LXIX. Moral. Dos Carceres subir, qual subio El Rey N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu que arrastando crueis cadeas, Não guardo ovelhas, por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos inda a confusão não se remata Em vos, e em mi; a gloria, a pezo da ruina. [SAM9] Auzencia breve, quem, a cazo, foi do mar levada. Sois na fortuna: o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; Que sem rumos tambem, se vai perdendo. He tudo; minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, flores. A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; creo que es de sorte, Que não por destra a Morte, ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, Esposa em igual preço Envejada das flores: fareis, quanto quizerdes; Porem eu quero crer, Com tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; a Terra, teu progresso amando, Poucos anos, Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro não, hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. Moral. vidas D' aquelles, por quem são de vos choradas! foi detado*, Qual Idolo nenhum gozâra antigo? aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da Cunha manhãa mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia manham bordava a Aurora, Triste sombra o roubou, da agoa manquejardes de inconstante (Apalpando do pejo, e do despejo manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. O duas vezes mão devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Para mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de volta à mão para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura mãos, de hoje a dez mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem mãos de seu dono foi perdido. Zafiro singular, que foi vendido mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de mi! que em calma, em mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos escritos mãos vence de gloria sempre avaras, Quem vence humilde mar, ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que os mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. No valor Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à porfia Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] Cada amor he seu Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, o que Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que a Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento competia, Cuja maravilha sucedia, Agora se exercita por costume. [SFU37] maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos marchetado; E para ser maior, seja cuidado A vontade do Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem fizera Que de te marear à fantazia, Que sem rumos tambem, se vai perdendo mares, Sem provar forças mais que as das virtudes Mares, que vejo, essas areas, Rompi, pizei, beijei hoje hà Maria, e Deus em igualdade Defende a luz, consagrase à Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não nos Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe Mario Dizes que espere; ou bem jà como Augusto: Hum de maritima. SONETO XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por Marmore offerece a o eterno templo De hum magnanimo marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Ora Marte iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte o Marte o coração celeste Sempre a teu alto coração responde Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os enganos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta, Tanta mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, neste breve mas dessemelhante. No valor; se ante vos não valem nada mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua nova. Poes mas he mais, segundo entendo, A da examinação da Poesia mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya De mi mas não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi mas o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E mas quando Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que os mas que importa, Se May fostes, con rayos semelhantes E mas que me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o mas todos gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, Os màs Piramide famoso He o que vés de letras, que preciosas Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa deste ser Mas choradas de vòs, que mais queridas As vidas podem ser Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o Mas confundome, vendovos hum delles: Que elles vem Mas conhecendo jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão 320 SAM6 SLI26 SFE80 SFE75 SAM60 SMO82 SAM76 SFE78 SFE30 SFE13 SLA56 SAM7 SFE13 SAM23 SFU85 SFU21 SLA99 SAM58 SAM33 SAM6 SMO59 SAM17 SLA56 SFU64 SAM58 SMO10 SAM23 SAM14 SFA87 SFE78 SAM66 SMO83 SFE70 SLA12 SLI22 SAM66 SFA51 SFE40 SAM55 SFE30 SAM55 SAM55 SAM20 SHE100 SMO61 SAM9 SAM66 SAM45 SMO49 SAM27 SMO83 SAM4 SAM41 SAM17 SLA18 SLI29 SFE78 SMO5 SMO61 SMO35 SAM17 SAM23 SMO10 SLA24 SMO5 SAM98 SAM60 SAM17 SFE30 SMO73 SMO3 SMO16 SLA74 SFE39 SMO67 SMO67 SAM2 sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? hoje per diante Aleijado seja eu, se o não dezejo: em festa ruda Endoudece o lascivo movimento. queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; guardadas Em my, para outro bem de larga dura; ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. tenho visto Os oito versos destes dous quartetos; inda sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu não posso. posto? Não certo nos primores, com que canto, claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, convinha. He verdade que parte, e que caminha, fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Cheas d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Pedras são, mais que porfido e alabastro. nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora? Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. a gente, Não que me desprezais, como mofino, cada accento O Mundo engrandecera, e eu prezára. darte. O Morte contra os bõns sempre atrevida! a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida. vos rogo, Não que façais me tornem a esperança, Senhora minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; e tão prezada Por boa, là nos dias de outra era: Que merece em tomarlhe alento, e cores? sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. pensamento Mostra os socorros, e à batalha incita: ao povoado? Todos vão sòs; só este vai trilhado; cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido. mais glorioso, Que elle sem ti, não pode ser eterno; alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: taes porfias. Ancias hà muito que conheço impias; penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos potro, meza destroncada, Pulga, que por picar, faz De que serve matar hũa vil ave, E perder, por sois bruxa. Daime por vida vossa à vida suxa; Mas senhora, que o dito he pouco escuro: De que serve por ambos vos: porque as feridas Nunca podem Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão que que se aclama Arbitro do feliz, e infeliz astro. As pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde hora Mais vos pedir, mandeis que viva auzente, E mais o entendimento, Bella, e amavel Urania agora, Fallai; sereis por copia conhecida, Menos julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que Torno a cuidar despoes que inda apartado Quem sòs; só este vai trilhado; Mas se, por ser trilhado, Fado: este, ou aquelle; O deixai que a fortuna Sò minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu Não que me desprezais, como mofino, Mas que jà de guia Para mi, que perdido ando vivendo; Mais o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que as fadigas do dezejo. SONETO V. Moral. E quem ferido, e temeroso, Se inda despoes de tantos T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para façais me tornem a esperança, Mas que se quer, A mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro do dezejo, Que grande bem, que grande paz armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo d' esta cadea nunca erguida Não cuides que tão cedo Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não que E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem não Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que de ser ensoço o rio. Se eu erro para mi, porque de hũa razão meu dano, Que a todos desobrigue, e Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não se o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, ou Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori apareceo, que Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao ar; e vou Mas he razão, que poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica Mas jà sey, contra si que mal procura, Quem credito vos der Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não merece Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu Mas matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir Mas não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de Mas nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido Mas partese, e caminha por tal arte, Que câ vos deixa aquella Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar, Fogo, He força que te Mas pois tão nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se Mas qual será o epitafio argumentoso Que declare as Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' Mas que espero de ver dias contentes, Se para se pagar de Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Em Mas que merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu Mas que muito, se vives das proezas, Que morras das envejas Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado o coração Mas que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! Parte aquelle Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por que fosse de Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle Mas se della me valho em meu tormento; Despoes da grave Mas se, por ser trilhado, me assegura? Não: que desdo Mas sospeito que estas como corrido, De não nos virdes logo Mas tu sem elle, podes ser famoso. [SFE13] Respondendo a Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem licença do mal Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Meu martirio• matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se podeis matadura, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, nem matalla, a melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo matallo tambem: isto algum Mouro? Que vos ande a zunir matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a melhor seta? / matar, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A mateis a todo o mundo. [SFU21] A morte de hum General materias deixai, tomai o exemplo Sendo a os contrarios me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae me aconselhe là co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que os Brutos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me me arruino. Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle me assegura a mi, de que o estivera? Se para sempre amar me assegura? Não: que desdo principio hà que lhe dura Do me atropelle, Que tão grandes vitorias não são caras! Gloria me callarei, como se saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se me castigais por delinquente. / [SLA18] Em resposta de me cativa, quanto a vou mais lendo: Não tem geito de ser a d' me chega a sorte dura A querer que alivie o meu cuidado Por me chove a razão; porque Sonetos Feitos a semelhantes me compusera do dezejo, Que grande bem, que grande paz me me confio, De quem me hey de queixar, quando me perco? / me crer? V. Falla avizado. T. Errada vas? V. Tambem tu vas me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se não dizella me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte me deixem o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia me deixou a enfermidade; Salvo se conheceo (e com verdade me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato O resplandor me desprezais, como mofino, Mas que me castigais por me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de mil anos que a desterra me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste, A quem em me emmudeça A vista do tormento, e do tirano. E a fim de me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me me esqueço, Como so a vos, e a mi não conhecera. Com me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos 321 SMO49 SAM66 SFE40 SMO67 SMO49 SFE25 SAM4 SMO73 SMO84 SAM23 SMO84 SMO15 SMO16 SMO61 SMO73 SLA56 SMO67 SAM17 SMO5 SMO73 SFA53 SMO49 SMO35 SLA56 SAM7 SMO15 SMO61 SMO5 SMO15 SHE54 SMO15 SAM17 SLA56 SMO35 SMO15 SFE13 SAM45 SMO32 SMO10 SAM66 SMO15 SMO5 SMO49 SFA88 SFE75 SMO84 SFE78 SSA68 SMO59 SAM48 SMO44 SAM98 SAM23 SLI26 SMO3 SAM27 SAM91 SAM46 SFE25 SMO50 SAM23 SAM2 SMO44 SAM55 SAM23 SMO67 SAM58 SMO73 SMO73 SAM9 SLA93 SLI26 SFU37 SFA51 SPR1 SLA93 SLA99 prevenido no temor. SONETO XLIX. Moral. Como valho em meu tormento; Despoes da grave pena se de vos, diz: Coutadinho. Tal vida levo, Santo prol por favor vos peço, Que, poes• Homem tal sou, Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Nem são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo Que se no vosso Amor, não acho escudo, Não SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de mil anos que LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor Porque para me dar mayor desgraça, Sei que rico fuy, que afortunado? Por ti todo o meu bem Quem serà, que me poupe, ou que me reja? Porque Porque padeça a afronta, e a desventura? A quem Se inda despoes de tantos me confio, De quem voz desacredita. Diz me o pò que sou pò? e a crer (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que repartîs, podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que desterra Hum sono, que esta voz desacredita. Diz em sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que Algũns (não como vos) mostrarão gosto De quanto quizerdes; Porem eu quero crer, mas que Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio me confio, De quem me hey de queixar, quando pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E para ser, levo comigo? E se eu proprio me perco, e A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto vivais, que eu proprio me perco, e me persigo, Quem serà, que Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando delle com que canto, Mas nas muitas razoens com que V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito contente De me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, que estava na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais os socorros, e à batalha incita: Mas se della mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, elle hoje fizera, Que me não vira em quanto assi Poes se se vinga, em ver, que perco a dita, Eu (Que he parte, que anda co a brandura apensa) Festivo. São dadas nove; a luz, e o sofrimento Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, porque Sonetos Feitos a semelhantes Giovenetos, como fostes a ambos os Tobias, Do Pay mezinha, e nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser ser mais fermosos; dos mais bellos As cores, e as annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos, todo o Norte Ou pretende co' a força do aço forte que os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão com A vontade do prodigo alvedrio. Não nos sirva de Se Clori apareceo, que mais pergunto? [SAM27] arenosa Hum eco, que na penha cavernosa Durou rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas tem pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome câ vos deixa aquella illustre parte, Que não terà segunda vez hoje chorados, Por ver, se são de vos Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão serve matar hũa vil ave, E perder, por matalla, a aquella illustre parte, Que não terà melhor, nem Homem tal sou, me façais Fera, A ver se, assi comedida ? D' essa alta gloria, que nenhũa iguala, que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se Do Amado, o amado exemplo, hoje imitando. O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode que cà inda esperada. Allì vive, alli estâ; jà dos nem aos matadores. Escolhei dos perigos os A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA MUSA DO qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da hũa mesma gloria Que emprestandose entrambos à me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para o estado me evita: E emprenhandome mais o entendimento, Bella, e me faça. [SAM41] Que de tão pouco hum triste se contenta me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos obedeço. / me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento de me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão tomar me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] Na dilatada me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem, agouro me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel me hei de queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Memorias, e me incita Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por dizer me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi não me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de me não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje me o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e me perca, Estoutra informação dos meus cuidados. / me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me me perco? / [SLI62] Memorias, e queixas. SONETO LXII me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa no me persigo, Quem serà, que me poupe, ou que me reja me possais ver livre, [SAM55] Havendose cazado por me poupe, ou que me reja? Porque me hei de queixar do me queixe, o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a me queixo. [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e Enveja? Se me render aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu me responda hũa hora. Porem se sois ingrata, sendo ingrata me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Antonio, a dura me tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem o me valho em meu tormento; Despoes da grave pena se me me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo, Esta me vejo? O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o me vingo, em saber, que deixo o engano. / [SMO50] Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he muita jà, se vai Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a Domingos, que Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, o Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por outro tal medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro. [SMO69] medida Co largo Mar de tua Graça immensa? / [SAM60] medidas, desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido no Medindote• os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor Medir a condição da branda cera. Que faz? Que intenta o medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque para me medo mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque Medo, e obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes medonhamente repetido. Sereno Pescador, que a Daliana medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos Mel, e assucar? são cousas da botica. Coscorões? são peores melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas differentes melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho melhor ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre melhor, que para amores, Taes desenganos, para desenganos melhor seta? / [SLA56] Resposta a hum Amigo Poeta, que melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho A melhor, vos obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael Melhor declarei mudo o alto modello: Mas quando eu bem Melhor• hà de mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò melhora, Despois que nellas novos ganhos sente, Que hũa sô Melhora seja o fogo, e não mudança, Para que eternamente melhorar o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro melhores Espritos requebrada; e ardendo em lumes De hum melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria do memoria A dezejos mais nobres, mais cumpridos, Porque de memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos o Primeiro, a 322 SLA97 SLA97 SLI62 SPR1 SLA12 SAM45 SLA18 SMO11 SAM71 SAM55 SAM45 SMO73 SFE13 SLI62 SMO84 SLA95 SFE34 SFE13 SFA88 SSA92 SAM76 SAM76 SLA56 SFA87 SLA77 SAM33 SAM20 SAM55 SFU64 SLA95 SLA94 SAM7 SLA99 SMO44 SAM46 SFE75 SFA88 SHE42 SAM31 SAM27 SSA92 SPR1 SMO15 SLA28 SMO49 SMO15 SFE25 SHE100 SSA65 SHE100 SHE42 SAM91 SMO89 SMO84 SFA51 SLA77 SMO84 SMO84 SMO19 SLI29 SAM47 SAM27 SAM60 SMO49 SMO16 SAM17 SAM58 SMO16 SFA53 SMO35 SMO16 SMO32 SMO19 SAM14 SAM66 SMO35 SAM66 Celebra o Poëma Epitalamico, dito, Templo da E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas me hey de queixar, quando me perco? / [SLI62] Prezese, quem quizer, do roto lenho Para eterna de Malaca conquistada de Francisco de Sà de ingrata, Como conhecereis a viva, ou copia? Eu quem conhecer vossos escritos, Não pode esperar enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo Porem quando lha ajusta o sentimento, Não soma as feridas Nunca podem matar, que não tem cura. dizeimo agora, Fallai; sereis por copia conhecida, vil erra; Qual destes a verdade solicita? Poes se cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão que em tanto Amor se mete Hũa vez prometeu, se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta licenças? vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje a tanto, Que com victima nova o altar florece; Ver não merece Amor, correspondente, Quem Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver não O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que teus primores A pobre Musa minha desornada, Que e fama creces Que os dobrados affectos, que Que atê nos passos tras preço, e ventura, Tão jà, quam pouco dura, Appella a vosso grão cazado por vingança hũa senhora contra seu Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre. Do Com que por vossa Pena a Patria aumenta Eternamente vas sacrificando. / [SLA94] Em a Se em socorro da Fê, foi fabricada; Porque da nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa que teus desdẽns às gentes derão, Com razão de ti abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy em ambas fortunas venturosa, Se antes nem de ti Com a saber provar, houve encerrado: E o conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em mi Espada, e pena, poes que com verdade, O solicita Algũa sem razão, que no meu dano O não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que o e o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, o enxuga, e o Mar afoga, Prezandose de ser dos competia, Cuja de pedras prodiga ouzadia em quantos triunfos, pode darte a Arte. [SAM91] pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se repetidas ? [SLA77] Em resposta a hum Elogio meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo o para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço o Olha a que grande preço a tem subida A voz de se a tragedia solicita Algũa sem razão, que no vestida em fera dura: Fostes cubrir de hũa razão pouco faço em padecella. Atê nas proprias queixas bem fizesse em declaralla, Dissera tua belleza, e Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà de dar vas errado. T. Essa é condição minha? V. Esse he Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos o pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar o Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a e à batalha incita: Mas se della me valho em descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano Mas vendo as graças, por quem vou perderme, Memoria, em as Bodas dos Serenissimos Reiis de Portugal memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por mais Memorias, e queixas. SONETO LXII. Lirico. Esses Mares, que menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem mais Meneses. SONETO XII. Laudatorio. Malaca, de Albuquerque menos, porque Amor não quer que veja. Pois inda a confusão menos, que estas cartas. [SMO19] Escusase ao Ceo com a menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas tramoyas menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e Menos fora sentido o golpe duro, A não ser para vos tão duro Menos me admirarà ver em vós vida, Que ver que a viva, me mente este pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos Não teve mentindo; Que se dobra o servir, da alta consorte, Já não mentiome cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio Mentirlhe glorias, e usurparlhe estados: Vossa Pena com mercè? A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que mercê muito contente De me render aos pès do seu soneto mercê vo senhoria, Se a grandeza aos pequenos se dispensa Mereçate poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o voto merece alcançar prodigamente Derramadas, constantes merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar merece aquelle, que declara Por magoas naturaes seu merece em tomarlhe alento, e cores? Mas saiba quem por ti a mereces, A quaes subirão mais, vem duvidando. Poes que merecida de hũa fé tão pura, E de hum tão limpo amor, tão merecimento, Crendo que em vos, como no Firmamento Bella merecimento. SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou o braço duro Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre mesma acção as Religiosas do convento. SONETO XCIV mesma duvida informada, Quanto nella se encobre, entende mesma gloria Que emprestandose entrambos à memoria mesma, hoje te fias. Lesbina, olha esses marmores agora mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos mesma morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà mister mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer mesmo, Ensinaime a viver com minha sorte, Fareis de todo mesmo hoje se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição do mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me veja mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado mesmo. SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este não mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo De hum Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a o eterno templo Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao Metafora Alegorica. SONETO XCI. Amoroso. Batia em hum Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle mete Hũa vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se mete. Vos direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum metrico do Poeta Manuel Thomaz. SONETO LXXVII meu bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim Mouro meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] meu cuidado: Tal guerra lhe fazeis, por verdadeiro. / meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e meu custoso desbarato. Os anos, os suspiros, as verdades meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe meu dano, Que a todos desobrigue, e me emmudeça A vista do meu destino Quer, que a vosso desprezo obediente, Quando meu desvello; Quanto he mais adoralla, que contallla; Quanto meu, e afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque meu fraco grito? Que direi eu, que ellas não tenhão dito meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es velho astuto. T meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] meu pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase meu tormento; Despoes da grave pena se me evita: E meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como passas? V Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Morro sem 323 SFE13 SFE34 SFE78 SAM52 SAM7 SAM2 SMO10 SPR1 SFA53 SFA87 SFE40 SFE70 SSA68 SFE25 SAM41 SAM55 SMO15 SAM27 SFE34 SAM60 SAM27 SAM45 SMO15 SMO15 SMO67 SMO11 SMO32 SMO3 SLA56 SFA53 SAM41 SFE34 SLI29 SLA18 SLA24 SAM14 SAM52 SAM20 SMO15 SMO15 SAM14 SMO15 SMO35 SFE34 SAM46 SMO82 SSA65 SMO69 SMO73 SMO73 SMO83 SAM71 SAM6 SAM71 SAM55 SAM20 SAM20 SAM48 SLA97 SAM71 SAM71 SAM52 SMO15 SMO15 SFA87 SAM55 SMO16 SMO59 SAM33 SAM23 SAM9 SAM41 SFE30 SAM27 SMO35 SLA74 SSA68 XIII. Festivo. Hora bem digo eu, que sois Demonio, escreveo outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. certo soneto satirico. SONETO LXXVIII. Festivo. mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais crer, mas que me perca, Estoutra informação dos ás gentes dados; Não me estranhe ninguem, que bem que são idos, Buscayos pelo rastro dos nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo te mando os teus versos, que mandarão Callar os Que os teus ouvidas* são os* que são flores; Os sò para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a dez Qual como fostes a ambos os Tobias, Do Pay tomar; mas he fechada, E inda o he mais para Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de jà irmãns e unidas. Sejão, se querem, contra mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em despoes que inda apartado Quem me assegura a jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a SONETO LX. Amoroso. Que queres mais de he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis de Pois inda a confusão não se remata Em vos, e em mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em eu a quis mais fiel, ou mais amigo? Fuy deixado em me mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro para não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de illustre em sangue, e esprito, Tu que queres de das mãos do ardente Estio. Ay de mi! ay de vos a mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de Senhor, a vossa carta he jà de guia Para e cidade. Se foi da dor, que fora do perigo? A pezar, nas glorias se exercita. Hora vença, e de Sol, que eu n' alma guardo: Poes que guardais de se logra delle, e elle della. Fazei outro milagre em como? Como? fazendo que a minha alma saya De que em mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em de vos tão desprezada. Mofino era eu assàz por em quanto em mi, me veja. Esta empreza, que em XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A vôs, verse hà triunfante, Se jà piadoso a sy: se a Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu lhe foy duro adversario. Hora, que tarda para vir, Hũa voz, que me diz: Es pò da terra. Melhor• hà de puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui Amoroso. Cem dias de continua tempestade, Dez Se para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão Dez mil horas de duro apartamento, Quarenta desta vingança estais segura, Venhão muitas; que Ella se logra delle, e elle della. Fazei outro estar segura. Que a Rosa viva là, de Rosa estrella, Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, o Templo Quarenta mil instantes de tormento, E hum mil instantes de tormento, E hum milhão de erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, podeis mudar: mas isto como? Como? fazendo que a sorte, que em mi, seu dano ensaya, Esta dor, que se passando vai por teus primores A pobre Musa SONETO LV. Amoroso. Vossa desgraça, e quem me hei de queixar, se o ceo procura Que soe Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te offenda verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da alma XXIII. Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora mandeis que viva auzente, E me aconselhe là co a caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com vas? V. Tambem tu vas errado. T. Essa é condição Quando deixareis vos de ser fermosa, de Tobias a Gabello, Igual luz que do Velho; do Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas não jà Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os oito versos destes meus ardores. Crecem prezos os rayos vingadores, Certo meus cuidados. / [SAM8] Pensamentos temerarios meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos. Estes, que meus danos. O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que meus delitos, Antes que sirvão para desenganos. / [SAM2] meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde meza destroncada, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò mezes. [SAM71] Relação de hũa viajem. SONETO LXXI mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce companheiro mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada mi! ay de mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo mi atrevidas, Porem não contra a vossa fermosura. Se vos mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto como? Como mi, de que o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa mi? Huy senhor! isso quer vossa mercè? A mi, que mais mi, Idolo ingrato? Soltame, e tornarei à triste vida: Porque d' mi, mais, do que eu mesmo, Ensinaime a viver com minha mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou não quer saber mi, me veja. Esta empreza, que em mi, tanto em vão tomo mi mesmo por castigo: Triste serei, em quanto em mi, me mi não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que mi não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz agreste mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) mostrarão gosto mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas mi! que em calma, em frio Acho tanto perigo verdadeiro! Anno mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não passa mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie o meu mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mi, que sou mais vosso, e mais antigo, Por erro me deixou a mi riase a gente; Jà que lhe sobejou para ditoso Ter por mi, se eu nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella, He razão mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] Nova invenção mi, seu dano ensaya, Esta dor, que minha Alma em mi, cativa mi somente, Sem ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu mi, tanto em vão tomo, Esta sorte, que em mi, seu dano mi? Tempo O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no mundo se my foy fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus my, para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' mil annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Ou se mil anos que a desterra Hum sono, que esta voz desacredita mil anos que me grita Hũa voz, que me diz: Es pò da terra mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva a gente ao mil horas de duro apartamento, Quarenta mil instantes de mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a hũa mil instantes de tormento, E hum milhão de milhões de mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida a ella Milagre foy de vosso ser profundo; Ella se logra delle, e elle milagres soes por tantos modos, Que por ser mais fermosos milagroso, Porque se algum rigor temer pudera Sidónia altas milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa milhões de saudade, Hà, despoes que parti essa Cidade, Se à minha alegria. Hora acabai de crer que estais sugeitas A minha alma saya De mi, senhora, e dentro de vos viva. / minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis mudar: mas isto minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e cores minha desventura, Eillas, senhora, jà irmãns e unidas. Sejão minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, Não sabe minha, O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se não minha queixa, e dor jà mais iguallo. Hora eu me callarei minha senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos minha sorte, Fareis de todo vossas, Sorte, e Vida. / minha? V. Esse he meu fruto. T. Es molher descuidada? V. Es Minha senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista não Minino. Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do mundo 324 SLA24 SLA95 SFA88 SHE38 SHE79 SAM60 SFE25 SMO81 SMO73 SLI26 SFE78 SMO81 SAM58 SAM48 SFA88 SAM58 SFA51 SMO16 SMO5 SMO19 SAM48 SAM2 SAM17 SAM14 SSA68 SMO35 SHE100 SMO69 SAM66 SLA72 SAM9 SMO57 SMO61 SMO89 SSA86 SLI26 SMO50 SMO32 SMO50 SMO49 SMO11 SMO57 SMO69 SMO5 SMO83 SMO59 SMO44 SMO15 SMO73 SMO3 SMO61 SMO19 SMO84 SMO16 SMO67 SMO10 SMO82 SMO81 SMO35 SMO89 SLA72 SFE70 SFU64 SAM46 SAM46 SAM46 SMO59 SAM66 SFU37 SAM98 SFU37 SFE39 SMO44 SMO82 SFU64 SFU37 SFU85 cedo. / [SLA24] Na dilatada convalecencia de hum SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto nos a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O poes te deixo tudo, Que este pouco, que fica, que nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na e amor jocundo? Que he da velhice? que he da espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo cabeça outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle A cada passo nella hião topando. Na mocidade os que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz havendo lhe tornado o livro da defensa da Musica Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum fim de que ninguem se compadeça, Là traçastes de do arduo ao impossivel: E para me perder de muitos aquelles olhos soberanos, Porque por tantos que alcançastes. Emfim milagres soes por tantos ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos cuidarâ a gente, Não que me desprezais, como de quem era, Por que fosse de vos tão desprezada. Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua Essa é condição minha? V. Esse he meu fruto. T. Es que tem por sua Empreza. SONETO C. Heroico. Hum de proscrito a Consul, e outro a justo / [SAM66] Tradução do estimado Soneto de si do Ceo, e Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos Se hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que que a idade te soltasse os anos, Jà no sagrado Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo no alto nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos da branca Aurora. A flor, que no botão com medo triste, horrenda, escura, Funesta alcoba, de da Cunha, que estava na Corte. SONETO XXXII. corpo bellissimo, junto à sepultura. SONETO L. Escarmento prevenido no temor. SONETO XLIX. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI. habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO V. rica. [SMO83] Mundo incerto. SONETO LXXXIII. [SMO59] Antes de confissão. SONETO LIX. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV. Cada hum he Fado de si mesmo. SONETO XV. sobre as palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III. de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. ao Ceo com a causa de seu delirio. SONETO XIX. Fraqueza do Amor humano. SONETO LXXXIV. invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO LXVII. se vè do mal, o que se não via d' antes. SONETO X. com as perdidas esperanças. SONETO LXXXII. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Dialogo da vida, e o Tempo. SONETO XXXV. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX. lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he estas como corrido, De não nos virdes logo c' um atrevida! Mas que muito, se vives das proezas, Que co pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, tem medos. Se emfim vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, Meu martirio• engrandeço; e alegre em verme Em pezame a hũa D. da morte de hũa sua Filha mais crú? Espada mais severa? Que faz o Rayo da que tanto em flor cortada, Chorais; ò não choreis O divino he divino, o humano humano. Porem nesta murchem se ja as flores; A planta seca estâ, Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis na Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na por costume. [SFU37] Em pezame a hũa D. da do que promete? [SFU85] Ao naufragio, e Ministro amigo. SONETO XXIV. Laudatorio. Enfermastes miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando a mister padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO misterio? O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo mo deixes•. [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais para mi mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não mocidade? Tragoume a vida inteira o Mar profundo! Hora moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o mundo moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, o moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla, Dissera modellos Sem pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje mercê vo modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender modo he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, nem aos modo o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se nunca modos mais que humanos, Pintando os estivestes tão perfeitos modos, Que por ser mais fermosos; dos mais bellos As cores modos repetidos. Estes, que ja vos forão referidos Em mofino, Mas que me castigais por delinquente. / [SLA18] Mofino era eu assàz por mi somente, Sem ter por enemigo a molesta navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial molher descuidada? V. Es velho astuto. T. Erro sem dano meu Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde o Sago se veste, e Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com Monsieur de Voiture Poeta Francés. SONETO LXVI. Amoroso monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as palavras: Quia monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te estár monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando vento montes De Deus nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte mora, Rompe gentil, saindo confiada. Filomena com queixas morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo nome Moral. Aqui me tem de vos tão apartado•, Ah senhor Dom Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, Olhos, adonde Moral. Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para Moral. Dez figas para vos, poes com furtado Consular nome Moral. Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Moral. Dos Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere Moral. E quem me compusera do dezejo, Que grande bem, que Moral. Eis aqui mil caminhos! Por ventura Qual• destes leva Moral. Eu que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar Moral. Gastas em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe Moral. Mas adonde irei eu, que este não seja, Se a causa Moral. Melhor hà de mil anos que me grita Hũa voz, que me Moral. Musa, façamos mais hum desvario Todo de Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte Moral. Poes se para os amar, não foram feitos, Senhor Moral. Porque, fortuna, quanto o Amor me hà dado, Me Moral. Pudeste mais fazer, ò sorte escura, Que em dano Moral. Quando vejo, Senhor, que âs alimarias Da Terra, da Moral. Se como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de Moral. Tende mão, Esperanças malogradas, Vamos todos de Moral. Vi eu hum dia a Morte andar folgando Por hum campo Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo Moral. Vivia aquelle Freixo no alto monte, Verde, e robusto Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante Poetiza, he morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol nado, Antes da morras das envejas, ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado. SONETO XLVII Morrei, filhos, co pay, da mesma morte; E poes morreis morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] Amor peor estado morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde venho? donde ando Morro sem maldizer taes tiranias. Razão tal vez, por falso morta pouco depois de bautizada. SONETO XXXVII. Funebre mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou pretende mortal ferida; Que a Morte contra humanos atrevida, Contra o mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os annos morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que morte de hũa sua Filha morta pouco depois de bautizada morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre. Gozoute a 325 SFU21 SFU64 SAM46 SMO32 SFE75 SAM8 SAM98 SMO81 SAM27 SMO50 SFU64 SMO50 SMO81 SFU37 SFU64 SMO50 SFU21 SLA28 SLA28 SFU21 SLI62 SMO81 SAM76 SFA51 SFE75 SSA65 SSA68 SAM66 SLA56 SFU37 SLI22 SSA65 SFE78 SMO84 SFE30 SFE75 SFA87 SFE39 SFE75 SLA93 SAM31 SLI29 SMO15 SAM58 SAM60 SAM58 SFE34 SLA74 SFA88 SFA51 SAM27 SAM55 SLA56 SFA51 SFE70 SFA51 SAM31 SFE13 SMO32 SLI22 SLA24 SAM66 SFU64 SLA24 SMO35 SMO5 SLI29 SAM31 SAM27 SAM20 SMO83 SFU85 SLA99 SMO83 SLI26 SAM4 SFE34 He razão que mateis a todo o mundo. [SFU21] A que à May defende, eterna gloria. / [SFU64] A seus amores, Morrei, filhos, co pay, da mesma do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto nome por faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome outra Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e maravilhas differentes Pode fazer unir? salvo se a LXIV. Funebre. Do merito primeiro, que da que deixo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Chorais; ò não choreis mortal ferida; Que a Que por premios os Ceos quizerão darte. O differentes Pode fazer unir? salvo se a Morte ? A Acabou de vencer a ser vencido Hum Capitão da es de sorte, Que não por destra a Morte, mas por de ti creo que es de sorte, Que não por destra a outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, mais servindo: Para hum tão triste fim, tão leda a à orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da que mais queridas As vidas podem ser ? que as Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos Por hum nome, que errou, lhe chamo eu cento. intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se Corta do mundo tanto paralello, Que presâgo se taes tiranias. Razão tal vez, por falso pensamento de mi, quanto deixára. Algũns (não como vos) em nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Então lhe obedeceis os pensamentos, Porque se chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o bem, agouro! Porque com tanta serpe em jardim vossa à vida suxa; Mas matallo tambem: isto algum negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, no Quando vê que lhe falta o gosto, e o prazo Logo a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não hà fè, riamos do castigo. Riamonos do Fado, e da Hora se servirà de ser vingado Ver quam mal da dor, que minha Alma em mi, cativa, Vos sò podeis essa alta gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e do coração o modo, e parte, Ambos provárão XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom Antonio, / [SLA74] A hũa senhora, que estando de Me defenda tambem, de tanta offensa, Que he amante da variedade. SONETO LI. Familiar. Amigo, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas, e Se vos desta vingança estais segura, Venhão Não certo nos primores, com que canto, Mas nas desta casta de arvores de fruto, Hũa dà fruto, e recado, que em secreto Dom Lourenço lhe deu là LI. Familiar. Amigo, muitas dores não são dores, que a tem multiplicado, Quando somar a quer, vai teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê D' essas ditas, que tendes, não tem nada, E tem o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser cantos, Que eu cantarei; o que votar não pude, Do Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que o que votar não pude, Do muito, que chorei, ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà a voar do arduo ao impossivel: E para me perder de bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de houve encerrado: E o mesmo Amor, que a tem temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar o lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo o principio hà que lhe dura Do erro este costume, a o Em acordados ecos sonorosos, Onde aos termos do Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao avante, assi lhe importe. Que farei logo incerto em moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez no morte de hum General. SONETO XXI. Funebre. Acabou de morte do Senhor Infante D. Duarte. SONETO LXIV. Funebre morte; E poes morreis honrados, morrei ledos. [SAM47] morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes riqueza morte o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama entendas morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço mais crú Morte, a não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião Morte, A fraude he certa, e nunca conhecida. Vos, que sabeis Morte ? A Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives Morte, A vida te cortou o braço duro: Delle perigas, della Morte, advertidas por hum corpo bellissimo, junto à sepultura Morte andar folgando Por hum campo de vivos, que a não vião Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se Morte foi em sem razões mais rara. Tu, que vives triunfante Morte, hoje soldado. Conheceuse, entregouse: mais honrado Morte Mais certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando Morte, mas por Morte Mais certos golpes tem, que taes Morte ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes Morte, Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Morte. SONETO LXXXI. Moral. Vi eu hum dia a Morte andar mortes dadas Por lagrimas tão bellas repetidas ? [SLA77] mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos os Mortos da mesma morte o dia, e vento, A noite estava para mostra a planta, que por longo prazo O bravo Mar pizou, qual mostra em seu desvello Mais do naufragio, que do porto, dino Mostra os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto mostrarse, foyse agradecida, Por ser là mais que cà inda Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto mostrou Deus: e hoje vestido De Escravo, duvidais seus Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne Mouro, Pomo não foi de Hesperides guardado. Em gloria Mouro? Que vos ande a zunir, como bezouro, E que andeis a movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime Discurso ao movimento? Tal, se passando vai por teus primores A pobre muda das couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente vas mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se nunca vai sem vos mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, o prado mudar: mas isto como? Como? fazendo que a minha alma saya mudo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla mudo: Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te mudos a louvarte Ao entender, se passou d' ambos a vida muy bom he Zombar, mas não jà tanto, como• aqui. Vos mũy bom parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados defender muitas dores não são dores, Muitas queixas serão; e quando muitas mais, delle quizera Antes ser despedido, que enganado muitas; que mil serão sufridas. Vivei por ambos vos: porque muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o muitas, sò dão flores. A cera, que do bafo se derrete, Val muitas vezes. Sabeis, qual he? He este: Hora ide, mana Muitas queixas serão; e quando muto, Hum modo he de penar muito atento. Riamonos da auzencia, se hà lembrança; Se hà muito contente De me render aos pès do seu soneto? Hora muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] Alegria muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava muito, que chorei, muito temendo. Porem como sarais com muito que conheço impias; Mas vendo as graças, por quem vou muito, se vives das proezas, Que morras das envejas, ò muito temendo. Porem como sarais com vosco a tantos muito. V. Que me queres? T. Que me ouças. V. Jà te escuto. T muitos modos, Finje que a honra he certa no perigo. Pois se muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e deste rio multiplicado, Quando somar a quer, vai muito atento mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de mundo duvidosos, Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute o mundo fez Calliope prezente. Livro não, màs Piramide famoso mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se Clori mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende dos 326 SSA68 SSA86 SFA53 SMO3 SMO11 SSA92 SSA92 SMO11 SLA56 SAM43 SMO11 SMO44 SLA72 SMO83 SHE42 SHE42 SMO57 SMO57 SLA95 SLA36 SMO73 SFU64 SAM4 SHE38 SMO44 SAM41 SFU64 SAM52 SMO3 SLA56 SLA12 SFA87 SFE78 SAM2 SPR1 SFA53 SFA88 SFA88 SLI90 SAM76 SFA51 SMO82 SAM52 SLI22 SHE38 SFE75 SHE79 SLA72 SMO32 SMO32 SAM27 SFE78 SSA63 SAM96 SAM9 SMO82 SFU64 SAM91 SLA95 SSA63 SLA72 SAM91 SMO83 SFU64 SMO82 SAM91 SLA24 SMO81 SMO84 SMO82 SFE25 SMO57 SFA87 SFA51 SMO32 SFU37 SFE25 Este madeiro, que sem luz, sem tino, Corta do desta agua candida abundante, Para vos, para o Banho espero que seja aos tempos, onde Venha o nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co a luz bebeste, Oraculo do Mundo, em que viveste, que ao immenso sol, a luz bebeste, Oraculo do Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao que se quer, me deixem o escarmento. [SMO11] para desenganos? Diràs: que por temer o he, que gloria tanta Pode juntar em si do Ceo, e Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] foy, termo do encanto, Tanto d' enveja ao de Troya. SONETO XLII. Heroico. Esta do ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Ditoso de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Por que sendo na perda acreditada, Visse o ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje o solicita? Poes se mente este pô, que foi do Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Hum impossivel tal, que o vencer delle De novo ao às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes o em vão, Lesbina, os teus enganos; Dalhe licença, contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe ouvir se escuzar do mal futuro, Da tua paciencia fes seu ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os Capricho de bom humor. SONETO III. Moral. em vossos louvores ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Tal, se passando vai por teus primores A pobre que elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde A TUBA DE CALLIOPE. QUARTA de mi, que assi me obrigas? A ti, que tẽns as Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a mayor, havendo lhe tornado o livro da defensa da sonora Entre as aves pretendes sinalarte No LXXVI. Amoroso. Esperdicemse as perolas, que hà não são dores, Muitas queixas serão; e quando tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu dor, que o coração cubria, Fallava o gesto quanto hão de haver vossos ciumes. / [SHE38] A El Rey como ereis d' antes. [SFE75] Varia idea estando Roma a Cesar reverente, Por ir, ver, e vencer Ou Scevola constante, se he constante? He a dura sorte. Soes mancebo, folgais de andar a prizão a D. Antonio Alvarez da Cunha, que estava Quantas vezes conheço o meu cuydado, E contemplo inda he aquelle moço louro, Eu fico que elle chante Eixo quasi, da immensa eternidade? Que com pontas Por quem, a cazo, foi do mar levada. Sois tal comercio, e tal conquista? Se hà mais ganho Vamos todos de volta à sepultura, Sede fieis muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que Hoje fazeis a lastima oportuna: Por que sendo da immensa eternidade? Que com pontas na Fè, e se he constante? He na cadeira Escoto? ou he Amoroso. Batia em hum penedo da agua erguido Lá Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes fes seu forte. Cercado assi na morte, assi Sede fieis na morte a hũa ventura, De quem fostes embravecido. Responde repetindolhe o bramido Sei que me hà de trazer a sorte, cedo. / [SLA24] o que fazião, A cada passo nella hião topando. queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o ser fundadas. Canseime pello vosso nascimento; o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de poes he sò vida, A quem tirar não pode, o Mundo que são flores; Os meus versos, o vento, o vento que isto he Fado, ou que he destino, Que hum não dà em demazia, D' essas ditas, que tendes, não tem nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não ser mundo tanto paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he Mundo conferencia, Discursais, revolveis; e eis tudo errado Mundo das perfeições, que em ty guardaste; Perola, que Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que em ty Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou vendo Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida. SONETO XLIV Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas para vos Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão Mundo? Hum sô Frey Daniel, que todos monta. [SMO73] Em Mundo incerto. SONETO LXXXIII. Moral. Eis aqui mil Mundo lhe deu•, quanto De lastima lhe dà: e se algum dia Das Mundo maravilha, em tanto Que firme ao Firmamento Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis Mundo os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão desta Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em Mundo? Que he do gosto? que he do ocio? que he da idade? Que Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de gloria Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares murchem se ja as flores; A planta seca estâ, mortas as cores murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou muro, Da tua fortaleza fes seu forte. Cercado assi na morte Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar, minha Musa, façamos mais hum desvario Todo de desconcertos Musa, instrumento, Então vos digo eu, que cada accento O Musa levantada. Em quanto viva o circular governo Nas Musa minha desornada, Que merece em tomarlhe alento, e Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da Musa, que procura Sempre a paz, nunca o premio da MUSA DO MELLODINO. RIMAS [SPR1] Escuzase da gloria Musas por amigas, Que louvor te hà de dar meu fraco grito Musica a sy mesma se defende; E o pranto he sò, quem hà Musica moderna. SONETO LXXXVIII. Familiar. Façame hoje Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio muto, Hum modo he de penar irresoluto Sem gloria aos muto Vida tão pobre, que se vio tão rica. [SMO83] Mundo n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o callava: Mas N. S. pello sucesso arriscado de sua viagem maritima na America, e perturbado no estudo por bayles de Barbaros na antiguidade A dura força da contraria gente: Lisboa mais na cadeira Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? ou he na Corte: Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò para na Corte. SONETO XXXII. Moral. Aqui me tem de vos tão na duvida, que o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] na Fè, e na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O na fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos não na gloria, que dais vista, Que monta o cabedal do sofrimento na morte a hũa ventura, De quem fostes na vida sustentadas na morte, assi na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que na penha cavernosa Durou medonhamente repetido. Sereno na perda acreditada, Visse o Mundo que fora esta excellencia na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? O na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao na serra da Arrabida viçosa Irado o mar com força temerosa na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do na vida Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios na vida sustentadas. Bem cuydei eu que estaveis vòs Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na penha Na dilatada convalecencia de hum Ministro amigo. SONETO Na mocidade os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a quiz colher nada a consoada, Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis. SONETO nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e amay nada, E tem muito d' essoutro, que as impede. [SAM33] nada, Se sobe ao Ceo, donde deceo à vida. Veyo mostrarse nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico 327 SAM96 SMO84 SAM66 SFE70 SAM47 SLI26 SLA93 SAM4 SFE78 SMO50 SAM41 SMO69 SLI26 SFU37 SLA56 SMO67 SAM96 SAM55 SFA51 SAM60 SMO57 SFE80 SAM4 SAM17 SAM9 SFE25 SMO82 SLA94 SFE75 SFE78 SHE38 SAM52 SAM58 SMO84 SFE80 SMO19 SPR1 SPR1 SFU85 SMO83 SLA56 SFE34 SAM4 SMO49 SMO49 SAM8 SFE13 SLA99 SFE30 SLA74 SAM76 SLA93 SFE70 SFE34 SMO83 SMO11 SMO82 SLI90 SLI62 SMO57 SLA12 SLA28 SAM17 SFE13 SMO5 SAM8 SLA24 SFE25 SAM45 SAM45 SLA12 SAM45 SAM4 SFA51 SFU85 SAM45 SAM43 dessemelhante. No valor; se ante vos não valem cento. Que pode Amor, se no seu proprio Imperio os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o Sol e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro gentil, saindo confiada. Filomena com queixas pensamentos tão subidos Não sabe a terra o fim, se tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor, lhes faça eu os tercetos, Isso não farei eu, Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem que tarda para vir, mil annos, Que importa que com queixas namorada Amores canta jà, queixas Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ò Torne a buscar de mi, quanto deixára. Algũns ( mandais, tanto me esqueço, Como so a vos, e a mi Dama. SONETO XCVI. Amoroso. Rubi, cujo valor Sejão, se querem, contra mi atrevidas, Porem direis que isto he Fado, ou que he destino, Que hum que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se o quem com torpe estudo Em perseguilla á sorte me dais, que della diga? Eu, que não posso ja, se conheço, por mais que à dor resista, Que sempre o vos hei de mandar de Caparica, De que vos, Prima, Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. O convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde Para escrever tão simples catorzada? Vedes? Mas mandardes, lhes faça eu os tercetos, Isso mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes E ouzado o coração, de louvor darte; Que Porque com tanta serpe em jardim Mouro, Pomo aleijado Com tudo eu creo (cà para comigo) Que delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para os amar, Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim Poes o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo Gozoute o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te Buscar nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra Por magoas naturaes seu sentimento? Não canto Meu Senhor Dom Antonio, muy bom he Zombar, mas de Amantes. SONETO IV. Amoroso. Senhora: se meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà Algũa sem razão, que no meu dano O mesmo se dano; porem deveslhe o escarmento: Que em fim se Hora paguelho Deus, pois eu não posso. Mas historia Que ao mundo fez Calliope prezente. Livro E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem senhora Dona Mariana? Nunca jà mais, se a vista Mas lagrimas celestes, que inda enxutas Ver exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De A mi, que mais forçado que em galê, D' aquella, que O que he de mais passage, e fermosura. Em fim Quem enganas, ò Mundo, em teu teatro? A mi O não façais tão falso apartamento; Esperay, que ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que Que se dobra o servir, da alta consorte, Já cobiça, e ambição; poes he sò vida, A quem tirar Tu com excesso mais glorioso, Que elle sem ti, ensinas, Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que Vos, que tanto me dais, que della diga? Eu, que aos pès do seu soneto? Hora paguelho Deus, pois eu Como posso esperar ter paz com todos, Quando temor tẽns conseguido. Dece embora de tî. Ay votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar Coscorões? são peores que folares, Perús? a viva, ou copia? Eu menos, porque Amor e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, ou Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias SONETO LI. Familiar. Amigo, muitas dores te não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado Amor não quer que veja. Pois inda a confusão Que elles vem publicando paz à Terra: E vos, nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao naufragio Nada vejo, que possa socorrerme, Nem que saiba remirme em nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que vos namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono namorada Amores canta jà, queixas não chora. Aplauso se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das não acho escudo, Não me fica no mundo outra defensa não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos resisto, Que não cabe em fantazia, Fermosura mayor, que a fermosura não caiba O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha não chegue? se se aguarda, Ou se compra co a dor, com que não chora. Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita o não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, ou me ler: eu sò não conhecera. Com razão logo por favor vos peço, Que não conhecido Foy, do vil lapidario, a quem foi dado; Diâmante não contra a vossa fermosura. Se vos desta vingança estais não dà nada, e tudo outro promete: Temei embora humano, e não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que não deças, que em te estár consiste O vencimento dos não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella não dispensa; E obrigação tambem, em conhecendo, Que se no não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis detella não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do não façais esgares? Porque de graças, e• benções aos pares não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode durar não falta o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para o asno não farei eu, não boto a Cristo. Porem crede, que quando vos não fez caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O não fez, mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Os não fizesse com mais culto, e arte Aquella suspensão tão não foi de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo o não foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos, Porque não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio não fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por onde não gozou. O quem fizera Que de te haver gozado não se não hà, caminho certo. / [SMO84] Fraqueza do Amor humano não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi, quanto não jà tanto, como• aqui. Vos pedirme licenças? vos a mi não levo às vossas aras Hum sacrificio igual; levo por elle não lhe chamarei Fado tirano; Poes se se vinga, em ver, que não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei Fado tirano não lograste hum alto intento, Hum seguro temor tẽns não mande acordar tão cedo a gente Com carapuças de cilicio não, màs Piramide famoso He o que vés de letras, que não me direis, minha senhora, Que tem que ver toda esta não me engana, Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha não merece Amor, correspondente, Quem merece alcançar não mudança, Para que eternamente renacendo, Eternamente não nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser não passa desde alli, Jà nem para homem de guadameci Tenho não passarei, temendo a sorte? Tambem, tanto temor he não pelo menos, que estou vendo Dentro do vestuario estas não pode durar muto Vida tão pobre, que se vio tão rica não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia acave não pode negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto não pode, o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante não pode ser eterno; Mas tu sem elle, podes ser famoso não por destra a Morte, mas por Morte Mais certos golpes não posso ja, se não dizella? Vos, que ma repartîs, podeis não posso. Mas não mande acordar tão cedo a gente Com não posso, nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades não pretendas Alto nome por morte peregrina; Nem pelo que não pude, Do muito, que chorei, muito temendo. Porem como não, que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer nojo me não quer que veja. Pois inda a confusão não se remata Em vos não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução não são caras! Gloria vos pode ser ir defendendo A vida não são dores, Muitas queixas serão; e quando muto, Hum não se honrasse. Mas poes Agua tambem, qual Terra, Ar não se remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sei porque, com vir entre elles, Vindes para fazer ao 328 SMO15 SFE25 SAM55 SAM17 SAM48 SFE13 SAM60 SAM55 SAM23 SMO32 SMO81 SFA53 SAM23 SSA86 SAM14 SAM48 SAM96 SLI22 SMO10 SMO81 SMO5 SAM6 SAM41 SLA56 SLA56 SAM33 SAM60 SAM2 SMO19 SFA88 SAM52 SLI62 SMO59 SMO67 SMO89 SAM2 SAM4 SFE39 SMO3 SLA18 SMO83 SMO10 SAM17 SFE39 SLA93 SAM33 SAM9 SAM45 SLA77 SHE54 SAM45 SAM71 SLA18 SAM46 SFE13 SLI90 SLA95 SAM14 SLA77 SPR1 SAM48 SLA97 SLA56 SLA28 SAM9 SAM17 SAM8 SLI62 SLA12 SSA65 SFE39 SHE54 SSA86 SAM43 SLA93 SAM43 SFE39 SONETO XV. Moral. Mas adonde irei eu, que este Prima, esta trova, Que o mesmo vem a ser, que não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A podeis detella; Mandandolhe que pâre, e me lhas granhais*: tantas vos deve. Negros soes, Meu senhor Dom Antonio, em vossos tratos; E fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. O vos: porque as feridas Nunca podem matar, que que os satisfaça, Tomo quem dos perigos vivendo em demazia, D' essas ditas, que tendes, os moços confiando, Ignorantes da Morte, a hà de dar meu fraco grito? Que direi eu, que ellas arte, Que câ vos deixa aquella illustre parte, Que o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a lhe sobejou para ditoso Ter por contrario, quem a gloria, sempre unida Aos centros da ventura, que fortuna: mas dessemelhante. No valor; se ante vos e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, o que eu pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, o que se andar folgando Por hum campo de vivos, que a dera? Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me dias contentes, Se para se pagar de gosto hũa hora, inteiro, Auzencia o Inverno, e o Verão desvio. que declara Por magoas naturaes seu sentimento? deixo. Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? o canto He digno de outra gloria verdadeira; à triste vida: Porque d' esta cadea nunca erguida chorados, Por ver, se são de vos melhor ouvidos. taes conceitos, Tão divinas; tão longe de profanos, de zombaria. Se os avexados defender pretende, guardo: Poes que guardais de mi, se eu nelles ardo? Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis cadeas, venho? donde ando? Tudo he culpa, ò bom Deus! Da Terra, da agua, do Ar, Peixe, Ave, Bruto, seu desvario, De longe a vè, chegar dezeja à terra, padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Que se no vosso Amor, não acho escudo, o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Que em fim, quem conhecer vossos escritos, trilhado; Mas se, por ser trilhado, me assegura? he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Amor profano Era la como o alto Amor de cima? cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos minha, Mas que de costumada sempre ao pranto, sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena. querida? Pois qual sois, se a real, ou se a fingida, venerando Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso. pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, vivendo; Mais me cativa, quanto a vou mais lendo: triunfante, Se jà piadoso a sy: se a my foy fero. mentecatos) Que das plumas as rosas dos çapatos leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ ns Com que por vossa Pena a Patria aumenta Meritos ter por enemigo a hum venturoso, Que a meu pezar, ? Hora vive, e da fama faze idade, Que vivas perca, a quantos vem, por onde venho. Tambem todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, Não certo nos primores, com que canto, Mas certos golpes tem, que taes doutrinas. E quando Que monta o cabedal do sofrimento. Amor tanto mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella. Atê Salvo se o gram poder, que te destina, Quer que Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre os Fados Musa levantada. Em quanto viva o circular governo LXV. Sacro. Ouzado Pescador, qu' he da tormenta ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Tanta estrella tenhais, bem como agora Com vosco De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus a natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza tão subidos Não sabe a terra o fim, se não a gloria: celebrar o Nascimento de hũa Dama, cruel, que Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não não seja, Se a causa deste ser, levo comigo? E se eu proprio não ser nada. / [SLI26] Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos realça, e faz não sois sò Demonio para os ratos, Mas para as proprias rãns não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades; Mas não tem cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser não tem medo. A vinda temo mais, do que o caminho, Porque não tem nada, E tem muito d' essoutro, que as impede não temião. Todos cegos, nenhũns se lhe desvião, Ella a todos não tenhão dito? Direi sò que as afagues, e que as sigas; Que a não terà melhor, nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento não termina. Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que o não teve dita. [SMO15] Cada hum he Fado de si mesmo não teve. Que mal se atreve, quando a vos se atreve, Dos não valem nada Zafir, Perola, Aver, Rubi, Diamante não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres. [SAM23] não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis tardado não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo não vira em quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e Não bastão mil idades differentes? [SAM7] Conhecendose a Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O queixume da dor Não canto não; humilde rogo ao vento, Torne a buscar de mi Não certo nos primores, com que canto, Mas nas muitas Não cuydeis que he fraqueza da alma minha, Mas que de Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes de crer, não Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde Musa Não destes por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos Não gaste seu valor, por vãos caminhos; Jà que as defensas lè Não guardais, acendeis mais meus ardores. Crecem prezos os Não guardo ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a vida Se Não lhe esquece jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes Não lho consente o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A Não me estranhe ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos Não me fica no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo Não pode esperar menos, que estas cartas. [SMO19] Não: que desdo principio hà que lhe dura Do erro este costume Não que façais me tornem a esperança, Mas que se quer, me Não que me desprezais, como mofino, Mas que me castigais Não! que posto que Amor cada hum se estima, O divino he Não sabe a terra o fim, se não a gloria: Nasce do Amor Não sabe festejar d' outra maneira. / [SFE34] Resposta a D Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos pedir Não sei certo dos dous, qual mais o ignora. Vos, que a fingida Não• sei onde em mais credito floreces, Se no que vàs Não sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede o que Não sò duvido eu; duvidais, Flora, Pintada, e viva, vendovos Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe os perigos, e Não tem geito de ser a d' alforria. Serà de marear à fantazia Não temais abrazarvos dos ardores De seus olhos; que a Não teve Portugal, tal Dom Antonio. Estâ vossa mercê muito nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave nas desgraças sepultados. Tal, acção para sempre celebrada nas glorias se exercita. Hora vença, e de mi riase a gente; Jà nas idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' ouro nas mãos resigno da esperança A gloria, que por tragicos nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes por nas memorias ande A fama, dos que tanto celebraste, Por nas muitas razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando o nas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte nas penas se melhora, Despois que nellas novos ganhos sente nas proprias queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo nas quedas, voos, e contendas Compres a gloria, a pezo da nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando crueis Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto Nas mansas aguas d' esse breve vazo? Duvidais vos d' entrar Nasça a ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a nasce a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo nasce, porque o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe o Anjo Nasce do Amor, renova da esperança, Fenis, das chamas, em nasceo em dia de Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzadia, do 329 SHE54 SMO59 SMO89 SFE70 SFE70 SMO82 SAM43 SAM43 SLA56 SAM43 SMO59 SFU85 SPR1 SSA68 SPR1 SSA68 SMO89 SAM66 SMO35 SAM7 SLI62 SFE75 SFE40 SAM48 SAM48 SMO81 SLA12 SAM7 SAM9 SSA65 SAM52 SFA51 SFE40 SSA86 SPR1 SHE42 SHE42 SMO89 SAM23 SFE34 SFE34 SAM20 SMO3 SMO59 SMO35 SMO5 SAM47 SLA74 SMO49 SAM8 SAM66 SFA51 SMO35 SFE80 SAM58 SMO19 SLA72 SMO81 SAM48 SLA99 SFE39 SAM17 SPR1 SFE75 SAM9 SMO73 SLI29 SAM91 SAM2 SMO16 SFE70 SMO89 SAM66 SLI26 SAM76 SFU21 SFE75 a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Envejoso de ver que o mar cortava Hum Pinho, que vos ser o Sol nado, Antes da bella Aurora haver se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do vos der, por ser fundadas. Canseime pello vosso Por Assunto academico se mandou celebrar o de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Mas que merece aquelle, que declara Por magoas deixando a Empirea altura A graça, dece a honrar a fallando, obrando, Te offenda minha ingrata Nada pode cumprir, do que promete? [SFU85] Ao quizer, do roto lenho Para eterna menção de seu Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do sem mais sufragio, Que o mesmo horror, que do Archanjo são Rafael, pedindolhe dirija sua molesta nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi Força he acabar no amor d' Urania os dias; Tempo, T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser se dobra o servir, da alta consorte, Já não pode vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta atiçada: Grilhão, que vos assusta eternamente Louvando por ley de certamen, hũns olhos Sabe Amor lhas granhais*: tantas vos deve. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo temeo a espada. Nunca fora a vitoria duvidada, Se Porque da mesma duvida informada, Quanto Amor tanto nas penas se melhora, Despois que Duvidais vos d' entrar (timido a cazo) Quando que eu n' alma guardo: Poes que guardais de mi, se eu he de penar irresoluto Sem gloria aos mortos, Cão sò para agourar, rato, que fura, Candea, temer o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, Que o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà Porque em ambas fortunas venturosa, Se antes Se antes nem de ti mesma te fiavas, Agora vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente o Mar, deixa aquella illustre parte, Que não terà melhor, Jà nem para homem de guadameci Tenho figura, em galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà elle della. Fazei outro milagre em mi segundo; Que desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque por mais firmeza, Toda a vida, sem mais como, O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà esperar ter paz com todos, Quando não posso, a frescura; Dorme o prado; e das arvores agora sogra, que agora vos conheço (Contra o que dizem: Saibao, quem folga, e vè que me arruino. Ay não pretendas Alto nome por morte peregrina; valerme: Nada vejo, que possa socorrerme, bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre ouro fino A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo es? T. Aleijado seja eu, se o não dezejo: Mas eu em vos suspensão tão comedida ? D' essa alta gloria, que Tanta graça; e tal ser lhe foi detado*, Qual Idolo he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Ignorantes da Morte, a não temião. Todos cegos, SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos soes, quem de Castro. SONETO XCIX. Laudatorio. Repouza O divino he divino, o humano humano. Porem XVII. Amoroso. Qual, senhora, he dos dous, Resulta de evitar d' Amor os danos. Acabe São dadas nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò mas custosa. SONETO IX•. Amoroso. Senhora, que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô e do tempo ás gentes dados; Não me estranhe A vista do tormento, e do tirano. E a fim de que tenho ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. SONETO LXXXIX. Moral. Vivia aquelle Freixo SONETO LXVI. Amoroso. Força he acabar o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que Resolutas, constantes, derramadas, Cometas são que triunfador tem sido. No constante arraial, Varia idea estando na America, e perturbado nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou? donde nasceu delle defronte. Hora sahio da terra, e foi navio, Lutou nascido? Aposto que vos traz Dona Joana Hum alegre recado nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da Cunha nascimento; Nacestes: consumime pello fruto; Foy flor: se a Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal Natal. SONETO XLIII. Amoroso. Hoje emfim, que deixando a naturaes seu sentimento? Não canto não; humilde rogo ao natureza; Como tambem do Ceo, vossa belleza Nasce a vencer natureza, Nascer, viver, morrer, tudo he torpeza. Donde vou naufragio, e morte de hum Amigo. SONETO LXXXV. Funebre naufragio; Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que o naufragio, que do porto, dino: Socorrey, e guiay, entre as naufragio tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes navegação. SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, Norte navio, Lutou co Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que possa nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a negarlhe a mão devida. Ay do que espera, quanto mais negra gente, em festa ruda Endoudece o lascivo movimento Negro boçal, e mais boçal ratinho, Que mais vos leva, que vos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos, vos Negros soes, não soes grandes; e o que a todos He culpa, vos nella hião topando. Na mocidade os moços confiando nella, illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra o nella se encobre, entende della. Pode do Sol a claridade bella nellas novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje nelles ardo? Não guardais, acendeis mais meus ardores nem aos matadores. Escolhei dos perigos os melhores (Se nem cos dedos atiçada: Grilhão, que vos assusta nem da cisterna De Bellem emanou. Fonte dos montes De Deus nem da perdição do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema nem de ti mesma te fiavas, Agora nem do templo es temerosa nem do templo es temerosa. [SAM43] Por Assunto nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol. SONETO XC nem melhor tinha. Ao ceo, ao mar, ao vento, ao lenho, ao nem para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova nem para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé nem porque lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo nem porque o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T nem ter paz comigo? / [SAM6] Saudades. SONETO VI Nem da que mais o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' Nem de barro à porta) Aposto que inda soes, como ereis d' Nem me fez do que sou perder o tino Aquelle assombramento Nem pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se o gram Nem que saiba remirme em taes porfias. Ancias hà muito que Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis que isto Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite para cega nenhũa alejão vejo, Salvo aquella de ser linda, que espante nenhũa iguala, Melhor declarei mudo o alto modello: Mas nenhum gozâra antigo? Mas como respondeis a esta pergunta Nenhum he? Pois quem he, que gloria tanta Pode juntar em si nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, os vay contando nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca ouvida nesse Tumulo eminente Dos dous Ulisses, hũa mesma gloria nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e o nesta querella O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que nesta sorte, esta vingança; Sepultemse comigo meus delitos nesta varanda muda: Quando a Domingos, que dormindo estuda neste breve apartamento Bem conheço, por mais que à dor neste pò se encerra: Dizme outro vento que esse pò vil erra neve he sò sobeja, O triste inverno, assombra ao claro estio Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu sò ninguem, que meus cuidados Sejão por tantos modos repetidos ninguem se compadeça, Là traçastes de modo o vosso engano Ninguem mais fez num ano de cazado: (Sois home em fim de no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava O brando no amor d' Urania os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão no botão com medo mora, Rompe gentil, saindo confiada no Ceo. Ay pellas vidas D' aquelles, por quem são de vos no combatido Castello; postra seu contrario armado: Rendase no estudo por bayles de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo 330 SAM20 SAM76 SMO49 SFA87 SAM4 SFE34 SAM76 SAM76 SMO5 SMO50 SLA77 SMO57 SLI22 SMO84 SMO49 SAM27 SAM20 SMO44 SAM4 SFU21 SLI90 SAM96 SAM31 SMO57 SFU21 SLA93 SAM47 SHE54 SFE75 SFE25 SLA97 SLA97 SLA97 SMO50 SAM8 SFU85 SFE75 SMO11 SMO32 SSA68 SAM98 SMO83 SLI22 SMO83 SFA87 SFA88 SHE79 SAM14 SFE39 SMO19 SLA95 SFE30 SMO61 SAM33 SLA56 SAM23 SMO59 SMO3 SMO32 SFE70 SFE78 SHE100 SHE100 SMO50 SLA99 SSA92 SFE25 SMO16 SFE75 SAM4 SMO10 SAM98 SFE39 SHE38 SSA63 SAM41 SMO16 grão merecimento, Crendo que em vos, como mutas, Lucinda, no Occidente, e no Oriente; Donde poes, se a tragedia solicita Algũa sem razão, que do campo a graça, e fermosura Que devemos ao Ar, se no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova cortez Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, as perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e de muitos modos, Finje que a honra he certa te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e Não• sei onde em mais credito floreces, Se Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que vez prometeu, mentiome cento. Que pode Amor, se desprezastes. [SMO49] Escarmento prevenido estado. Jà propuz de passar o mundo a esmo, Poes o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa seca estâ, mortas as cores: De que serve encantar E obrigação tambem, em conhecendo, Que se honrado Triunfado foy, que triunfador tem sido. republica sonora Entre as aves pretendes sinalarte mar levada. Sois na fortuna: mas dessemelhante. SONETO XXXI. Amoroso. Deminuir da fê tão [SMO57] Tomando o habito de Frade hum mancebo d' enveja, e dor, tal fim, e auzencia: Mas pois tão que trocaste as honras da memoria A dezejos mais XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto o Sol; e a tenhais, bem como agora Com vosco nasce a ser da cento. Mortos da mesma morte o dia, e vento, A que são passaros vulgares. Porco? sò de o dizer que o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal eterno vivirà teu nome grande Tanta vez, quanto para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu morada fria, Confuza solidão, sò companhia, Cujo Dece embora de tî. Ay não pretendas Alto competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu Quando a Domingos, que dormindo estuda, Por hum Dez figas para vos, poes com furtado Consular e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu . SONETO LXVIII. Sacro. Piloto Celestial, o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o em mundo incerto? Buscar nos Ceos o verdadeiro Junto do manso Tejo, que corria Para o Mar, que Que farei logo incerto em mundo incerto? Buscar Quando pellas florestas passa o vento, Que a dispensa, De lhe dizer ao Autor desta defensa, Que vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como Pobre da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là de cantaro; ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro por Oraculo aos enganos, Com que Amor vive SONETO XCV. Laudatorio. Quando envolto Cuma tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de [SMO61] Desenganase de si, pello que vê Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê Sabeis hora, onde estâ o engenho posto? Não certo enfim, Senhora minha, O Fado o quis assi, que Se conte por delito, e por offensa. Mas que fora de seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio. Não sò são as guardas, do meu norte. Todo o tempo a Mas sospeito que estas como corrido, De não Por outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, Por Asunto Academico se offreceu a El Rey rara. Tu, que vives triunfante sobre as gentes, acção mais excelente Que foi do Tempo a os seculos A feminil piadade aspira a tanto, Que com victima mas he fechada, E inda o he mais para mi a rua De mi, senhora, e dentro de vos viva. / [SMO16] de Barbaros. SONETO LXXV. Festivo. São dadas por elle Hum impossivel tal, que o vencer delle De como haveis tardado, desenganos, Vindes hoje de outra morte? Prepâra para darme, hum forças mais que as das virtudes. [SFE39] Ao XXXVIII. Heroico. Senhor: Aventurar por Que com pontas na Fè, e na Piedade, Descreve hum saiba Que quem lhe tira a voz, a quem se queixa, De de vos viva. / [SMO16] Nova invenção de Amor, no Firmamento Bella pode viver, e estar segura. Que a Rosa no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas no meu dano O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe no movimento? Tal, se passando vai por teus primores A no mundo outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo no mundo se acharà, Correndo de Cascaes atê Pegû. Tende no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita no perigo. Pois se nunca pretende o que he possivel, Como no que pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO no que vàs vivendo, ou vàs cantando. Quando te vejo no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças, que em te no semblante dava Mostras da dor, que o coração cubria no seu proprio Imperio Nada pode cumprir, do que promete no temor. SONETO XLIX. Moral. Como me eu vi voàr com no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, ô Cloris, do Amor no vidro, os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos no vosso Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo outra No constante arraial, no combatido Castello; postra seu No Musico louvor da branca Aurora; Canta, que viràs mais a No valor; se ante vos não valem nada Zafir, Perola, Aver nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende o Fado; Porque nobre. SONETO LVII. Moral. Ditoso de ty, Fabio, que nobre vida tens roubada, Para que deixas cà, se suas forão, A nobres, mais cumpridos, Porque de pensamentos tão subidos noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà quando• esta noite espanto. Tende a Terra por berço, o Ceo por manto, E noite estava para estar sezuda; Que desta negra gente, em nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo deixárão nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome grande Tanta nome eternizaste. / [SAM98] Contra hũa soberana nome grande Tanta vez, quanto nome eternizaste. / nome melhor he Sepultura: Quem tantas maravilhas nome por morte peregrina; Nem pelo que he castigo, a fama nome publicando Em acordados ecos sonorosos, Onde aos nome, que errou, lhe chamo eu cento. Mortos da mesma nome vos chamais Prudencia; Se fazendo co Mundo norte. Todo o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles Norte divino Primeiro Tifis, Palinuro bello, Guiador de Tobias Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / [SMO84] nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante nos Ceos o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho nos chega fragrante; por ventura Essa fragrancia, essa aura nos defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão para a nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? O nos dias de outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem nos lastima; Dà paz hum dia, por dar guerra hum anno. Vos nos mas altos peitos? Porque, senhor, tanta belleza junta nos miseros cuydados De Portugal o Reino se lamenta; Quando nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa nos outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he nos passos tras preço, e ventura, Tão merecida de hũa fé tão nos primores, com que canto, Mas nas muitas razoens com nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte nos, se esta, se algũa Fora mais que hũa gota, a ser medida Co nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai o Mundo nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he chamado nos virdes logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser o nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas nossa Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com Nosso Señor o patrocinio da Academia dos Generosos Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo nova o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que nova. Poes se ha de ser de nada a consoada, Mandarvos hei Nova invenção de Amor, novo tormento. SONETO XVI. Moral nove; a luz, e o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com mãos vence de novo apercebidos; A troco de vos ver tão prevenidos, Douvos novo corte Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz o novo emprego amoroso de hũa Senhora desenganada antes de novo Imperio, Digno de Cesar he, digno de Augusto; Porque novo Imperio soberano? O Catholico Ceptro he Lusitano, Que novo se lhe obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de novo tormento. SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, ò 331 SAM9 SLI90 SFE70 SLA97 SAM71 SAM27 SFU21 SAM41 SAM60 SFU37 SAM52 SAM31 SAM2 SAM48 SMO5 SAM7 SAM31 SAM46 SLA12 SLA74 SAM55 SAM43 SAM46 SFA53 SAM7 SAM17 SFE30 SSA92 SFE39 SMO67 SAM58 SLA93 SMO84 SSA65 SAM43 SFA87 SFU85 SAM7 SFE39 SFE75 SLI22 SHE54 SAM46 SAM47 SLA12 SLA94 SMO69 SLI29 SLI29 SHE79 SLA28 SFU64 SAM91 SAM6 SAM9 SLI22 SAM23 SAM33 SFA51 SAM46 SMO16 SAM52 SMO61 SLI26 SLA94 SFU85 SAM43 SAM98 SHE54 SMO61 SHE54 SLA12 SFE78 SHE79 SLI22 SAM58 SMO61 tanto nas penas se melhora, Despois que nellas suaves leis de doce canto, Tão grande imperio tẽ fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais fez SONETO XCVII. Laudatorio. Dedalo que fabricas alcançou, custa asperezas, Que custaria hum bem Lugar, Fê, Gosto, e Morte, A fraude he certa, e Rendase hoje a seu braço, que he forçado, Pois o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida e tornarei à triste vida: Porque d' esta cadea a Morte contra humanos atrevida, Contra o divino eu, vossa ventura; Que eu tambem, quando a tive, valor do proprio apartamento. Conta he esta, que A pobre humilde Musa, que procura Sempre a paz, quem nessa esfera breve Guardastes, por industria Finje que a honra he certa no perigo. Pois se bella, Pelas nuvẽns a os olhos ser negada; Mas e da mudança; Riamos do desvio, e do rodeo, Se ardores De seus olhos; que a rayos de tal sorte, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada. vos de ser fermosa, Minha senhora Dona Mariana? sufridas. Vivei por ambos vos: porque as feridas fermosura. Fermoso esprito pareceis d' aquelles d' esse Deus infante; Ide humildes de Flerida diante, quando a tive, nunca o cria. [SFA53] A João entende della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas vosso desprezo obediente, Quando delle me queixe, cuidais que he gracinha o ser ingrata, E credes que piadade aspira a tanto, Que com victima nova cuydaveis que abaixo Amor profano Era la como do Ar, Peixe, Ave, Bruto, Não lhe esquece jâ mais gloria, que nenhũa iguala, Melhor declarei mudo das chamas, em que estàs ardendo, Do Amado, SONETO LXXXIV. Moral. Porque, fortuna, quanto De Escravo, duvidais seus mandamentos? Pois diz Nasce a vencer da terra a sombra escura: Rompe he, que pertença a esse elemento? Apenas pos Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se não faltarà pois quem ma estime: Que a palha para ser muito, ella o callava: Mas vencido do mal, que Estando para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e SONETO XLVI. Amoroso. Doces versos, por quem temor das ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, culto escreves, cantas tão valente, Que parece que Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde não falta disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que quam mal da mudança se assegura A fonte, o rio, Da que mais verde entre esmeraldas seja; Horido ir, ver, e vencer mais altamente; Poes se là vence certo que a contraria sorte Entre a vontade, e Do merito primeiro, que da Morte, A vida te cortou do Austro embravecido. Responde repetindolhe Por premio de o esperar, veja algum dia Soltos a hà mais ganho na gloria, que dais vista, Que monta quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella perigos não tem medo. A vinda temo mais, do que lagrimas convinha Sentir somente o mal, e agora A cera, que do bafo se derrete, Val pouco; mas E se como comigo, foi severo, Com vosco o for, e a desventura? A quem me hei de queixar, se de todo o incendio tardo. Que industria contra me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde Trocouse o vento em aura socegada. Despiose guardado. Ceo de humanas estrellas illustrado, Que que te goze: O quem pudera Fazer como tambem, te esprito pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que duras armas? Ora eu fora ditozo, esse vingado Se a ser da noite espanto. Tende a Terra por berço, O firme freixo: a estrella mais segura Varre em vos força he que vibre) Leite a Razão vos dê: e Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva prata, e pena d' ouro! [SFE78] A hum amigo, que iracundo, descifraste, e leste, Porque de Marte pastor, que no semblante dava Mostras da dor, que Mas que pudéra a voz, quando advertida, E ouzado chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, ordena ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou grave num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Pay, e Marido numeroso Edificio imortal, onde venera Quantos prazeres a nunca alcançado? / [SLA72] Em resposta a hum Elogio nunca conhecida. Vos, que sabeis de mi, mais, do que eu nunca d' outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes nunca, em quem não caiba O queixume da dor, que a dor lhe nunca erguida Não cuides que tão cedo me desato. Acaba poes nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe nunca o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe nunca o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E nunca o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora nunca ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos nunca pretende o que he possivel, Como posso esperar ter paz nunca ser dos olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde nunca vai sem vos, quem vai com sigo. / [SMO32] Desde a Nunca as humildes lagrimas tem medos. Se emfim vos Nunca fora a vitoria duvidada, Se nella, illustre Sà, foras Nunca jà mais, se a vista não me engana, Ou se a fê mais que Nunca podem matar, que não tem cura. Menos fora sentido o Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra; Mas confundome Nuncios sempre fieis, d' Amor sincero. E se como comigo, foi Nunes da Cunha, mandandolhe hum livro de versos, que lhe nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos o aclame dino. Poes deixaime queixar, cuidarâ a gente, Não o alrotar que he cortezia ? Porem não me direis, minha o altar florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que o alto Amor de cima? Não! que posto que Amor cada hum se o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes ordinarias; E logo o alto modello: Mas quando eu bem fizesse em declaralla o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As o Amor: Que para obedecido, Mais he, que quando aos pês o Anjo, cuberto de luz pura, O Serafim vestido, em flama o Ar hum leve alento, Que das flores colheu cheiro, e frescura o Ar, teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos o ardor revella. Em vão logo serà, se pretenderdes o arrependimento da ouzadia Não nasceo, que me espanto que o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente honrada o atormentava, Sem licença do mal, assi dezia: Corre alegre o Autor prezo. SONETO LIV. Heroico. Não sei, se soes Senhor o auxilio espero, Mais que d' Apollo, d' esse Deus infante; Ide o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu cuidado: Tal o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a espada o bem, por ser gozado. Desta flor, desta Estrella, celebrada o bem, que tarda, Mais lastîma, que o mal, que se exprimenta o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte o bosque, o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de o braço, câ a vontade. / [SFE80] A hũa enferma, que o braço, determinas. Espada, e pena, poes que com verdade o braço duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle o o bramido Na branca praya, humida, arenosa Hum eco, que na o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde o sol fermoso o cabedal do sofrimento. Amor tanto nas penas se melhora o callava: Mas vencido do mal, que o atormentava, Sem o caminho, Porque para me dar mayor desgraça, Sei que me o canto He digno de outra gloria verdadeira; Não cuydeis que o celebre ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs, verse hà o ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual o o Ceo achou resguardo, Que os estragos despoes não fez o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella mais segura o Ceo da sombra carregada, E o manto azul vestio, da branca o Ceo dezeja, e para si convida; Gloria co a gloria em tudo o Ceo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha os o Ceo jà desencerra; Mas confundome, vendovos hum delles o Ceo me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para o Ceo por manto, E por ama, a Fortuna vencedora. A paz vos o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' ouro, o coronel o choro breve A Piedade. A Belleza vos dè, a Enveja: Tanto o circular governo Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a o convidava lhe acabasse certo soneto satirico. SONETO o coração celeste Sempre a teu alto coração responde o coração cubria, Fallava o gesto quanto n' alma havia, Que o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais culto, e o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura 332 SFU64 SAM52 SMO16 SMO32 SFE80 SMO89 SFE39 SFE75 SFE80 SAM55 SFU37 SFE25 SFE39 SMO49 SLA56 SAM66 SLA99 SMO10 SAM8 SAM27 SAM6 SLI22 SMO49 SLI29 SAM27 SHE100 SSA86 SHE100 SAM31 SMO61 SFU64 SPR1 SLA93 SLA93 SFU85 SAM46 SSA86 SFE80 SLI22 SAM55 SFE39 SHE54 SMO10 SMO35 SAM8 SMO61 SMO57 SFE25 SSA86 SFE39 SSA86 SAM45 SAM52 SMO69 SAM96 SAM41 SFE75 SAM47 SFE13 SFA88 SAM9 SLI29 SAM33 SMO69 SLI26 SAM91 SMO89 SHE100 SAM91 SSA86 SLI26 SMO89 SMO73 SLI22 SMO3 SAM47 SAM31 della estâs seguro, Porque elle o ferro deu, deu ella ventura; Que eu tambem, quando a tive, nunca ceo procura Que soe minha dor, como ousadia? Qual guardas, do meu norte. Todo o tempo a nos vem, sò tudo eu creo (cà para comigo) Que não foi; mas se e robusto; apenas o tocava O brando vento, apenas SONETO XXXIX•. Festivo. Por isso eu disse jà que lhe chamo eu cento. Mortos da mesma morte dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se fere mais a seta, onde he secreta. Ah senhora, que Que a Morte contra humanos atrevida, Contra não, que são passaros vulgares. Porco? sò de lhe falta o gosto, e o prazo Logo muda das couzas que perco a dita, Eu me vingo, em saber, que deixo e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, onde estâ da grave pena se me evita: E emprenhandome mais são, mais que porfido e alabastro. Mas qual será tornem a esperança, Mas que se quer, me deixem foi do Fado obedecido Teu dano; porem deveslhe conheço o meu cuydado, E contemplo na duvida, que os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de manso Tejo, que corria Para o Mar, que nos braços me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, para da mudança se assegura A fonte, o rio, o bosque, que inda apartado Quem me assegura a mi, de que dos mestres, mestra. Cera e Marmore offerece a que, porque se afirme, ou se levante, Possa temer do feliz, e infeliz astro. As materias deixai, tomai tão nobre intento, Fermosa Lici, em vão pretende pela terra derramado. Perdese o grande, perdese duro: Delle perigas, della estâs seguro, Porque elle tenho. Jà nem da perdição do altivo empenho, Poes de pensamentos tão subidos Não sabe a terra o amado exemplo, hoje imitando. Melhora seja Estendendose foy, e affeiçoando. Gozoute sincero. E se como comigo, foi severo, Com vosco he tão potente, he tão benina, Que o humilde eleva, tambem manquejo, Se o que a• Galanta quer, quer Mostras da dor, que o coração cubria, Fallava matar, que não tem cura. Menos fora sentido nesta mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he foje, quem procura, alcança, Poes he pezo o temor, V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. O Tempo pelo que he castigo, a fama entendas: Salvo se Tudo vai pela terra derramado. Perdese razoens com que me queixo. [SMO57] Tomando cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E inda emanou. Fonte dos montes De Deus nasce, porque que Amor cada hum se estima, O divino he divino, Bebei, que he tão potente, he tão benina, Que ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais prezos os rayos vingadores, Certo effeito de todo [SMO69] Escuzase da esperança, a que ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando Anno esteril de Amor, que passa inteiro, Auzencia Que desta negra gente, em festa ruda Endoudece a donzella flor, d' estar segura. Em doce sono Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu Ao Conde Camareiro mayor, havendo lhe tornado sempre estar, à vista do tormento. Qual serà pois para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio Senhora, se com lagrimas convinha Sentir somente diz: Que o bem, que tarda, Mais lastîma, que socegada. Despiose o Ceo da sombra carregada, E agua erguido Lá na serra da Arrabida viçosa Irado do bosque, donde estava, Envejoso de ver que oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e vendo ja que se estremece A firma penha, donde cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão para Vinda dezejada. SONETO XXVI. Lirico. Bramava longe a vè, chegar dezeja à terra, Não lho consente que he da mocidade? Tragoume a vida inteira XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria Para como vai o Mundo concertado; Porque nem porque sono o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; Com a saber provar, houve encerrado: E o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se o cria. [SFA53] A João Nunes da Cunha, mandandolhe hum o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida em fera dura o da morte Foge daquelles, de quem he chamado. Tendes o dais adivinhado, Escutayme hora à orelha, a ver se o digo o deixava De abraçar pelos pès aquella fonte. Tão soberbo o desengano Era hũa alma de cantaro; ouvis, Prima? Cura por o dia, e vento, A noite estava para estar sezuda; Que desta o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO LXXXI. Moral o dito he pouco escuro: De que serve matar hũa vil ave, E o divino nunca foy ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada o dizer nojo me fica. Mandaravos o sol, se desta cova Mo o Elemento. Poes se o arrependimento da ouzadia Não nasceo o engano. / [SMO50] Fermosura, e Morte, advertidas por o engenho posto? Não certo nos primores, com que canto, Mas o entendimento, Bella, e amavel Urania me acredita o epitafio argumentoso Que declare as emprezas gloriosas, Do o escarmento. [SMO11] Mundo he Comedia. SONETO XI o escarmento: Que em fim se não lograste hum alto intento o espera; Tantas, e muitas mais, delle quizera Antes ser o esperar, veja algum dia Soltos a o brando vento boliçoso o esperava, Jaz hum pastor, que no semblante dava Mostras o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso: Saibao o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A o estivera? Se para sempre amar, sempre he hũa era, Para o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se aclama o excesso, ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De o exemplo Sendo a os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos o Fado; Porque a auzencia reparte o seu cuidado Pelo valor do o fermoso, Sem que o valor do mais constante brio Escape d' o ferro deu, deu ella o corte, Pobre o Mundo se vio, estreita o fim não fugî, tema o presagio: E se exemplo não fui, seja o fim, se não a gloria: Nasce do Amor, renova da esperança o fogo, e não mudança, Para que eternamente renacendo o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. O quem o for, o celestial sembrante; Dirlhe heis se veja em vôs o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, ou se o Galante. Aposto que em Coimbra algum letrado Disse que foi o gesto quanto n' alma havia, Que quiçâ por ser muito, ella o o golpe duro, A não ser para vos tão duro, e grave, Pois fere o gosto, e o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o gosto, e quanto Crecerão com crecerdes de hora em hora o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos rogo, Não o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V o gram poder, que te destina, Quer que nas quedas, voos, e o grande, perdese o fermoso, Sem que o valor do mais o habito de Frade hum mancebo nobre. SONETO LVII. Moral o he mais para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a o homẽ a Deus renaça. Fonte de graças, que com graça o humano humano. Porem nesta mortal Filosofia, Quando vê o humilde eleva, o fragil faz constante; Sem que, porque se o ignora. Vos, que a fingida sois, dizeimo agora, Fallai; sereis o incendio tardo. Que industria contra o Ceo achou resguardo o induzem os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos o infelice cazamento de hũa Dama. SONETO XCVI. Amoroso o Inverno, e o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto o tão sublime o Lavrador cansado Do trabalho• se esquece; o Marinheiro o lî jà; e cuido que em Petronio (Ou em qualquer d' essoutros o livro da defensa da Musica moderna. SONETO LXXXVIII o louco pensamento Que deixe tal comercio, e tal conquista o mal de muitos. SONETO XXIX. Lirico. Eu vi rir esta fonte; e o mal, e agora o canto He digno de outra gloria verdadeira o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os parabẽns do o manto azul vestio, da branca Aurora. A flor, que no botão o mar com força temerosa, Do fero sopro do Austro o mar cortava Hum Pinho, que nasceu delle defronte. Hora o Mar afoga, Prezandose de ser dos mestres, mestra. Cera e o Mar batia; Vem, diz, veràs, ô Ninfa deshumana, Que à o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo Poëta o Mar; e estâ contente agora: Trocouse o vento em aura o Mar, nem em pedaços. / [SLI90] A hum Roixinol o Mar profundo! Hora quem diz sou pô, fallou verdade. / o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que no o Mar sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço o rio o Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O o mesmo Amor, que a tem multiplicado, Quando somar a quer 333 SPR1 SFE25 SSA65 SMO84 SMO19 SLI29 SAM27 SMO16 SMO19 SAM58 SMO61 SFE78 SAM27 SAM20 SMO83 SLI26 SSA86 SFA53 SMO3 SMO44 SMO57 SLA95 SLA36 SFU64 SHE38 SMO84 SFE80 SAM9 SAM43 SAM98 SMO84 SLA74 SAM47 SHE100 SSA92 SAM31 SAM71 SMO73 SSA65 SLA97 SFE78 SMO69 SLI29 SAM47 SLI29 SLI29 SFA88 SLI26 SHE42 SLI26 SFE39 SAM2 SPR1 SAM41 SLA99 SLA72 SFE80 SAM48 SLA74 SSA92 SLI26 SMO89 SMO5 SLI22 SMO81 SHE54 SMO5 SLI90 SLA12 SAM23 SMO10 SLA99 SLA24 SAM23 SLA12 SAM98 SLA95 Eu viva errado sò, sem mais sufragio, Que Mandarvos hei, se quer, Prima, esta trova, Que d' entrar (timido a cazo) Quando que nelle entreis, que mais rico fuy, que afortunado? Por ti todo ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar mi, que me chega a sorte dura A querer que alivie SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço Là traçastes de modo o vosso engano, Que a todos respondeis a esta pergunta, Que ou para disculpar Filis, hũa hora: a voz detida Seguio do coração Moral. Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde elle chante na enxovia O Romance, o Poeta, a Musa, temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar lhe destes vida a ella, He razão que mateis a todo principio hà que lhe dura Do erro este costume, a moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar Dina desta agua candida abundante, Para vos, para Banho espero que seja aos tempos, onde Venha Não nos sirva de medo, ou de desvio Ver, como vai para desenganos? Diràs: que por temer e ambição; poes he sò vida, A quem tirar não pode, Por que sendo na perda acreditada, Visse fez ciencia, Documento geral, da sorte avara. Hoje Porque elle o ferro deu, deu ella o corte, Pobre às gentes sabias, como às rudes. Passeai poes Me queres tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, aleijada? De hoje per diante Aleijado seja eu, se conheço, por mais que à dor resista, Que sempre Por Assunto academico se mandou celebrar o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, que estando de mũy bom parecer, contrahio Jáz, sem temor das ondas, descuidado. O Principe, Academico se offreceu a El Rey Nosso Señor Perola, que tiveste por engaste O peito, porque do proprio apartamento. Conta he esta, que nunca que parti essa Cidade, Se à auzencia faz a conta Hum sono, que esta voz desacredita. Diz me que quando aos pês, rende Elementos, Quando elle Perola, Aver, Rubi, Diamante. [SLA97] Celebra Eu fico que elle chante na enxovia O Romance, proscrito a Consul, e outro a justo Monarca, tendo se assegura A fonte, o rio, o bosque, o estio, Repouza essa ribeira entre a frescura; Dorme Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio pâra, verde entre esmeraldas seja; Horido o bosque, Que a Musica a sy mesma se defende; E o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre envejas as lagrimas pedia, Hoje pede das lastimas Aplauso se tornou, o que era espanto, Resucita mortal Filosofia, Quando vê que lhe falta o gosto, e humilde Musa, que procura Sempre a paz, nunca do altivo empenho, Poes o fim não fugî, tema ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, à memoria, Entrambos vivirão, eternamente. Pos Agostinho? ou he segundo Paulo, que ao Ceo Mal he tambem, de que eu tambem manquejo, Se tantas vos deve. Negros soes, não soes grandes; e E atè sogra, que agora vos conheço (Contra Livro de Deus, que em Deus tanto aprendeste, Que canta jà, queixas não chora. Aplauso se tornou, Mar, lutou co vento em guerra: Quedas• vio ser, quanto assi me vejo? O que eu reprovo, eleje; e e tornas, e iràs, como vieres; Ditoso tu, que ves, de vivos, que a não vião. Os velhos, sem saber sei, se soes Senhor, se soes Senhora, Senhor, sede a honra he certa no perigo. Pois se nunca pretende feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que Se nella, illustre Sà, foras prezente; Poes que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, co a minha pena. / [SMO10] Quando se vè do mal, prezente. Livro não, màs Piramide famoso He os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; Parto, partome enfim, Senhora minha, O Fado illustre Sà, foras prezente; Poes o que não rendéra Braço mais crú? Espada mais severa? Que faz Quando envolto nos miseros cuydados De Portugal o mesmo horror, que do naufragio tenho. Jà nem da perdição o mesmo vem a ser, que não ser nada. / [SLI26] Vinda o Mestre intenta? Como se antes ouzada, hoje avarenta Se o meu bem me he jà vedado, Qual se fosse a teu mal, meu bem o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa no toucado o meu cuidado Por exemplos de alhea desventura! / [SFE30] o meu cuydado, E contemplo na duvida, que o espera; Tantas o meu mal, bem lhes pareça. [SAM17] Porfia infelice o meu peccado, Ou para eternizar o meu castigo? / o modo, e parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao o monte, arde o Ceo, cae da altura O firme freixo: a estrella o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por credito da insigne o mundo a esmo, Poes no Tempo, Lugar, Fê, Gosto, e Morte o mundo. [SFU21] A morte de hum General. SONETO XXI o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado O que he de o mundo junto? Mas eu adonde estou, que ignoro tanto? Se o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não termina o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando para o Mundo concertado; Porque nem porque o Mar sempre he o Mundo hũa hora As leis, que teus desdẽns às gentes derão o Mundo nada. / [SAM58] Amante suspenso diante de Filis o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, ou razão o Mundo, que ordenas, de admirado Os louvores confunde em o Mundo se vio, estreita a sorte, Então por se escuzar do mal o Mundo sobre a Fama, E desde vos, rendei terras, e mares o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado o não dezejo: Mas eu em vos nenhũa alejão vejo, Salvo aquella o não estar• à vossa vista He sempre estar, à vista do o Nascimento de hũa Dama, cruel, que nasceo em dia de Natal o Norte Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição o ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy o parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta ao meu o patrocinio da Academia dos Generosos: denotado em a Tocha o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que em Deus tanto o pensamento, Com a saber provar, houve encerrado: E o o pensamento; Porem quando lha ajusta o sentimento, Não o pò que sou pò? e a crer me incita Que he vento, quanto neste o poem, a vossos pês rendido. / [SAM66] Tradução do o Poëma Epitalamico, dito, Templo da Memoria, em as Bodas o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e louva por o Povo por contrario. Que olhe a Tiberio com progresso vario o prado. Ay de mi, que me chega a sorte dura A querer que o prado; e das arvores agora Nem da que mais o Zefiro o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, O o prado vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio o pranto he sò, quem hà mister padrinhos. [SMO89] o pranto. Quem pode melhorar o mundo junto? Mas eu adonde o pranto. Sempre, ò Troya, es felice; poes acabas Com tão o prazer antes difunto, O tempo moço estâ, alegre o pranto o prazo Logo muda das couzas o Elemento. Poes se o o premio da ignorancia. E se rica algum tempo, agora pobre A o presagio: E se exemplo não fui, seja contagio, Que perca, a o primeiro Maltratado das mãos do ardente Estio. Ay de mi o Primeiro, a acção mais excelente Que foi do Tempo a os o Pulpito remonta? Nenhum he? Pois quem he, que gloria o que a• Galanta quer, quer o Galante. Aposto que em o que a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem pâr o que dizem: Nem de barro à porta) Aposto que inda soes o que era Deus, aos homẽns ensinaste. Poes hoje por honrar o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, O tempo o que esperava abraços. Eillo que chora em vão seu desvario o que eu elejo, Elle o reprova; como se tivera Sortes a seu o que eu não vejo, Ditoso tu, que vàs, adonde queres o que fazião, A cada passo nella hião topando. Na mocidade os o que for; e sede tanto, Quanta a esperança foy, he o gosto, e o que he possivel, Como posso esperar ter paz com todos o que não pode hum seculo de pranto, Hũa sò hora de armonia o que não rendéra o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa o que parte! Parte aquelle, que sò partir convinha. He o que se não via d' antes. SONETO X. Moral. Se como haveis o que vés de letras, que preciosas Pedras são, mais que o que votar não pude, Do muito, que chorei, muito temendo o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he o rayo ardente, Bem o rendéra a Musa levantada. Em quanto o Rayo da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Ou o Reino se lamenta; Quando a Fortuna cegamente intenta 334 SLA12 SMO5 SLI90 SAM98 SLI29 SMO3 SAM47 SHE100 SFA88 SLA99 SHE54 SFE70 SAM71 SFE30 SLI62 SFE78 SFE30 SAM31 SFE75 SAM76 SAM6 SFE25 SAM47 SFE70 SHE54 SHE54 SAM8 SHE38 SFE75 SAM96 SMO10 SLA97 SMO32 SLA97 SMO35 SMO84 SMO49 SMO89 SMO84 SMO61 SAM4 SLI26 SFA87 SFA87 SFA87 SAM41 SMO83 SMO84 SMO49 SMO16 SSA92 SAM47 SMO59 SFU64 SLI90 SLA94 SMO11 SFU37 SAM8 SSA92 SMO16 SHE42 SLA93 SAM20 SLI22 SHE79 SAM91 SAM71 SMO89 SSA65 SSA63 SAM4 SAM2 SSA68 SFE39 SMO61 SLA77 Poes o que não rendéra o rayo ardente, Bem O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle Canta, que viràs mais a levantarte, Comedindo a condição da branda cera. Que faz? Que intenta Ver quam mal da mudança se assegura A fonte, sempre he salgado, Deixa sempre de ser ensoço esta manham bordava a Aurora, Triste sombra Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra Onde dizer ao Autor desta defensa, Que nos defenda todo Que foi do Tempo a os seculos notoria Pos da ignorancia. / [SHE54] Estando para nascer qual he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a faz a conta o pensamento; Porem quando lha ajusta que joya soes, mà hora! Se cuidais que he gracinha feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se dobra outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs tia Abbadeça, como hum ouro. Arredo và de nos em vão pretende o Fado; Porque a auzencia reparte SONETO LXXV. Festivo. São dadas nove; a luz, e Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita a o brando vento boliçoso? Verei os olhos, donde Porco? sò de o dizer nojo me fica. Mandaravos estado. SONETO XLVII. Amoroso. Jà, Fili, he posto logo c' um morgado. Huy? donde vistes vos ser paz vos adormente; o sono leve Repouzo seja sò: e ama, a Fortuna vencedora. A paz vos adormente; O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a do vento injusto, Qual destes triunfos não fez caro o lascivo movimento. Mas eu que digo? solto Zafiro singular, que foi vendido A quem, em ferro que foje, quem procura, alcança, Poes he pezo espera Deste sagrado Talamo ditoso. Levanta poes, Que essas sò são as guardas, do meu norte. Todo A fama, dos que tanto celebraste, Por mais que hum vos, hum tu ? [SMO35] Dialogo da vida, e tu roubar? A prata, o ouro, As perolas, o nacar, e vè que me arruino. Nem me fez do que sou perder Freixo no alto monte, Verde, e robusto; apenas de Hesperides guardado. Em gloria prometeu, todo Perdese o grande, perdese o fermoso, Sem que igual; levo por elle Hum impossivel tal, que Bramava o Mar; e estâ contente agora: Trocouse são os* que são flores; Os meus versos, o vento, são os* que são flores; Os meus versos, LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas passa de Amor, que passa inteiro, Auzencia o Inverno, e logo incerto em mundo incerto? Buscar nos Ceos todo o tormento Trocarme Amor? em honra Da baixa sorte, para o estado honroso, Logo que ninguem se compadeça, Là traçastes de modo poes tanta affeição pia: Que offereças a Deus o prado; e das arvores agora Nem da que mais vou? donde venho? donde ando? Tudo he culpa, se vives das proezas, Que morras das envejas, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, do convento. SONETO XCIV. Laudatorio. Salve, Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, D' Aquella flor, que tanto em flor cortada, Chorais; ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, celebrou em seu dia. SONETO XCII. Sacro. Salve, SONETO XVI. Moral. Pudeste mais fazer, pedia, Hoje pede das lastimas o pranto. Sempre, Religiosa. SONETO XCIII. Laudatorio. Salve, com rosa no toucado. SONETO XX. Amoroso. Essa, do mal, assi dezia: Corre alegre, e soberbo, SONETO LXXIX. Heroico. Qual quizeste primeiro, firma penha, donde o Mar batia; Vem, diz, veràs, despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, padeci: no alto monte, Verde, e robusto; apenas o tocava avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo na Piedade, Descreve hum novo Imperio soberano? avaras, Quem vence humilde Fado: este, ou aquelle; tempo, agora pobre A verdade sô quer para doçura, as porfias Dos erros, e das sombras, que ignorante Não! que posto que Amor cada hum se estima, segura Varre o chão, com desprezo antes olhado! Manuel Thomaz. SONETO LXXVII. Laudatorio. o rendéra a Musa levantada. Em quanto viva o circular o reprova; como se tivera Sortes a seu mandar, em que o rigor de Fili agora, Que em quantos triunfos, pode darte a o riguroso Fado, Que em fulminar tragedias repetidas Entende o rio, o bosque, o estio, o prado. Ay de mi, que me chega a o rio. Se eu erro para mi, porque me emenda Com colera, e o roubou, da agoa, e verdura. Repouza essa ribeira entre a o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e ardente o Santo dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he o Segundo a mais illustre historia Que ao mundo fez Calliope o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo. SONETO LIV o Senhor Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de o sentimento, Não soma menos, que hũa eternidade o ser ingrata, E credes que o alrotar que he cortezia ? Porem o servir, da alta consorte, Já não pode negarlhe a mão devida o sestro agouro) Remendarme a cabeça outra porfia. Mas se o sestro agouro, Se sobre feiticeira inda sois bruxa. Daime o seu cuidado Pelo valor do proprio apartamento. Conta he o sofrimento Me deixão sò nesta varanda muda: Quando a o sol, em conchas brutas. Mas lagrimas celestes, que inda o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo abria, Mas em o sol, se desta cova Mo deixárão tomar; mas he fechada, E o Sol; e a noite escura He do dia, bastarda sucessora. Jà o Sol nado, Antes da bella Aurora haver nascido? Aposto que o sonho seja A desgraça (se em vos força he que vibre) Leite o sono leve Repouzo seja sò: e o sonho seja A desgraça (se o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado obedecido Teu o susto, Antes de visto seu feliz misterio? O proprio tempo o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, Para o tem mal engastado; Aver que por se haver em vão achado o temor, o gosto he vento. E para quando os alcanceis, vos o Templo milagroso, Porque se algum rigor temer pudera o tempo a nos vem, sò o da morte Foge daquelles, de quem he o tempo esquecimentos mande. Poes para ti tal nome o Tempo. SONETO XXXV. Moral. Vida Quem chama dentro em o tesouro, Com que mais rico fuy, que afortunado? Por ti o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me os enganos o tocava O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos o tormento Trocarme Amor? em honra o vituperio; A guerra o valor do mais constante brio Escape d' acabar, do assalto o vencer delle De novo ao Mundo sei, que as farà raras. Com o vento em aura socegada. Despiose o Ceo da sombra o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro mayor o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Camareiro o vento, Que a nos chega fragrante; por ventura Essa o Verão desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba O o verdadeiro Norte, Poes na terra não hà, caminho certo. / o vituperio; A guerra em paz; que em tanto Amor se mete o voo julguei por enganoso: Saibao, quem folga, e vè que me o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes pareça o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se offrece o Zefiro namora, Deixa a donzella flor, d' estar segura. Em ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus olhos. Toda a ò Duarte? [SSA65] Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO ò feliz ave, Tanto essa voz, atê que possa tanto, Que o que ò Jardim de Rosas tão cerrado, Que do dia engeitais a luz, e a ò Mundo, em teu teatro? A mi não pelo menos, que estou ò não choreis mortal ferida; Que a Morte contra humanos ò pensamento? O vento te• levou, caes do vento, Vento foste ò sol dos amantes, que illustraste, Aguia, que ao immenso sol ò sorte escura, Que em dano meu, e afronta da porfia, Ir a ò Troya, es felice; poes acabas Com tão altos penhores de ò tu, que de tanta antiga historia Dos Avòs, que deixaste ô Cloris, do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano ô doce Tejo, Poes vives sem fortuna, de que esperes Que ô illustre Conde? Batalhar, ou vencer? Poes se quizeste ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo obedece: Tu ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa asperezas O brando vento, apenas o deixava De abraçar pelos pès O bravo Mar pizou, qual campo razo, Em virtude do braço, que O Catholico Ceptro he Lusitano, Que de Maria, e Deus em O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão grandes vitorias O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho de bom O desvião do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos os O divino he divino, o humano humano. Porem nesta mortal O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos ouvidos, que 335 SAM23 SMO61 SMO67 SAM17 SLA36 SLA28 SMO49 SHE79 SFU64 SLA56 SMO82 SAM60 SSA92 SAM47 SHE38 SMO69 SMO5 SMO83 SAM41 SFU85 SFU85 SAM60 SLI29 SFE78 SMO61 SMO10 SAM43 SLI26 SMO35 SMO35 SMO35 SLI29 SMO57 SAM8 SAM91 SSA65 SMO67 SSA65 SAM8 SMO67 SAM27 SAM17 SMO59 SMO67 SHE38 SMO67 SAM41 SAM4 SFA53 SAM76 SMO73 SLA56 SMO11 SMO59 SMO59 SFA88 SSA92 SHE100 SSA92 SLA97 SHE100 SFE78 SHE100 SMO44 SAM60 SMO61 SHE38 SMO69 SMO81 SAM6 SLA77 SAM7 SAM48 SAM46 SAM7 SMO19 SMO59 Amoroso. Parto, partome enfim, Senhora minha, he tomado! Arde o monte, arde o Ceo, cae da altura ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias Qual, senhora, he dos dous, nesta querella toda a eloquencia, Reduzir ao imperio da prudencia Espada, e pena, poes que com verdade, tragedia solicita Algũa sem razão, que no meu dano nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ou donde? Que por premios os Ceos quizerão darte. instrumento, Então vos digo eu, que cada accento fruto; Foy flor: se a quiz colher, foge e a dor fica. entreguei; fiel, cego, e mudo: Outra vez to perdoo. em ty guardaste; Perola, que tiveste por engaste Marinheiro Jáz, sem temor das ondas, descuidado. caro o susto, Antes de visto seu feliz misterio? Ou se compra co a dor, com que atormenta. fizera, Que me não vira em quanto assi me vejo? a o mundo dado; Ser aquelle caminho mais errado desvio. Não cabe a vida nunca, em quem não caiba o Fogo em tanto Marcial jogo: A Agua te não gozou. qual Terra, Ar, Fogo, He força que te goze: me desato. Acaba poes de crer, não dâs barato vi sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio moço louro, Eu fico que elle chante na enxovia e desmente. A graça, e a ventura Pallida foge. são idos, Buscayos pelo rastro dos meus danos. escura: Rompe o Anjo, cuberto de luz pura, o que era espanto, Resucita o prazer antes difunto, T. De quem? V. De ti? T. O Tempo o gosto nega. V. passas? V. Perseguida. T. De quem? V. De ti? T. Moral. Vida Quem chama dentro em mi? Tempo se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja, viste. Tem te, não deças, que em te estár consiste atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? ô Ninfa deshumana, Que à porfia, e ao Amor tudo Em virtude do braço, que a sustenta? Então lhe a ventagem, que os Brutos fazem aos Homẽns em seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que para foste a o subir, vento es caído. Justiça foi do Fado sou, me façais Fera, A ver se, assi melhor, vos apareceo, que mais pergunto? [SAM27] Medo, e queixas meu destino Quer, que a vosso desprezo como, nem quando. Se cuidando, Senhor, fallando, O Homem racional, provido, e astuto, Poem em tempo vencedor vos chama Rendido a vossas e astuto, Poem em obrar ingrato, e resoluto, lhe tira a voz, a quem se queixa, De novo se lhe estudo Em perseguilla á sorte não dispensa; E sangue, e esprito, Tu que queres de mi, que assi me Esperdicemse as perolas, que hà mutas, Lucinda, no pô, que foi do Mundo? Que he do gosto? que he do LVI. Laudatorio. Quando em vossos louvores Digno vos julgarà de reverencia, E a vos, quando. Se cuidando, Senhor, fallando, obrando, Te os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por co a brandura apensa) Me defenda tambem, de tanta florece; Mereçate poes tanta affeição pia: Que de ser dos mestres, mestra. Cera e Marmore o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo hoje se algum rigor temer pudera Sidónia altas colunas lhe Castro? / [SHE100] Por Asunto Academico se Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto Os Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem Com razão de ti mesma, hoje te fias. Lesbina, não dâs barato O resplandor da gloria tão fingida: mais segura Varre o chão, com desprezo antes emisferio. Porém sò, se ao castigo, ao vituperio a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e os dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei os Laudatorio. O duas vezes Cisne venerando Dos nuvẽns a os olhos ser negada; Mas nunca ser dos / [SAM48] Louvando por ley de certamen, hũns fero. Não temais abrazarvos dos ardores De seus Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a os para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante os teus O Fado o quis assi, que nos reparte; Mas quem cuidareis vos O firme freixo: a estrella mais segura Varre o chão, com O Homem racional, provido, e astuto, Poem em obrar ingrato O mais culpado, foy contenda antiga: Vos, que tanto me dais O mando, que a fortuna lhe usurpàra ? Tu só; cuja doutrina O mesmo que hũa intrepida peleja, A outra cientifica derrama O mesmo se não logra, que exercita. Jà não lhe chamarei O Misterio, que em duvidas esconde Marte iracundo O Morte contra os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se O Mundo engrandecera, e eu prezára. Mas que merece aquelle O não façais tão falso apartamento; Esperay, que não pode O não te queixes! Fiquem te embora os gostos, e as idades O peito, porque o peito a Amor rendeste, Livro de Deus, que O Principe, o Pastor, o Aventureiro Logrão da paz, que falta O proprio tempo vencedor vos chama Rendido a vossas obras O que bem disse contra seus enganos Seneca, quando diz: Que O que eu reprovo, eleje; e o que eu elejo, Elle o reprova O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não passarei O queixume da dor, que a dor lhe deixa: Sò minha queixa, e O quem fizera Que de te haver gozado não se honrasse. Mas O quem pudera Fazer como tambem, te o Ceo gozasse. / O resplandor da gloria tão fingida: Olha a que grande preço a O rio pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò O Romance, o Poeta, a Musa, o Mouro. [SHE79] Considera, e O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra derramado O seguyos, prendeyos; porque logo Teme que foje, quem O Serafim vestido, em flama acesa; E entre tantos sinaes de O tempo moço estâ, alegre o pranto. Quem pode melhorar o O Tempo he ar? T. A vida he passatempo. V. Tu jà nem Tempo O Tempo o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he O Tempo ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito O triste inverno, assombra ao claro estio. Hora se servirà de O vencimento dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que O vento te• levou, caes do vento, Vento foste a o subir, vento obedece: Tu sò zombas do Amor, e da porfia. / [SSA92] obedeceis os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje obedecer a Deus. SONETO LXVII. Moral. Quando vejo, Senhor obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos obedecido Teu dano; porem deveslhe o escarmento: Que em obedeço. / [SSA68] Ao Archanjo são Rafael, pedindolhe obediencia. SONETO XXVII. Amoroso. Quantas vezes conheço obediente, Quando delle me queixe, o aclame dino. Poes obrando, Te offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver obrar ingrato, e resoluto, Obras, que a vossas leys são tão obras singulares, Que inculca às gentes sabias, como às rudes Obras, que a vossas leys são tão contrarias: Ou me esquece obriga a remediallo. / [SHE42] Ao escarmento de Troya obrigação tambem, em conhecendo, Que se no vosso Amor obrigas? A ti, que tẽns as Musas por amigas, Que louvor te hà Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente ocio? que he da idade? Que he do vigor constante, e amor ocupâra, Sabio Dalizo, a vos, Musa, instrumento, Então vos odio, por homem de conciencia, Vendovos tão sezudo, e tão offenda minha ingrata natureza, Nascer, viver, morrer, tudo offensa. Mas que fora de nos, se esta, se algũa Fora mais que offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se os avexados offereças a Deus o voto santo, Que ao senhor por ty mesmo offerece a o eterno templo De hum magnanimo Afonso, que se offrece. [SLA93] Celebrando a Acção da propria Religiosa offrecera E Bragança àlicerce generoso Imortal sempre, nas offreceu a El Rey Nosso Señor o patrocinio da Academia dos oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça oje a Fama avoga, Em quantò a Terra enxuga, e o Mar afoga olha esses marmores agora, Cinzas jâ são, as que colunas Olha a que grande preço a tem subida A voz de meu custoso olhado! O docel d' ouro, o coronel dourado Pende, e desmente Olhais do mar cruel, do vento injusto, Qual destes triunfos olhe a Tiberio com progresso vario Altivo Emperador, de Reo olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais olhos duvidada, Pois mais que a sombra esconde, o ardor olhos negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Olhos olhos; que a rayos de tal sorte, Nunca as humildes lagrimas olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois olhos soberanos, Porque por tantos modos mais que humanos olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa. Mas que 336 SMO50 SAM48 SLA12 SAM47 SFA53 SLA77 SLA56 SAM55 SLA97 SFA53 SPR1 SFU85 SMO61 SHE100 SLA95 SLA12 SAM98 SMO44 SMO19 SSA92 SMO81 SAM9 SLA36 SMO67 SFE80 SAM76 SMO10 SMO19 SFU37 SMO44 SMO57 SFA88 SFU64 SAM6 SMO67 SAM6 SFU64 SMO49 SHE100 SFA88 SPR1 SMO57 SMO44 SAM66 SLA77 SMO49 SLI62 SSA86 SMO19 SAM52 SMO44 SLI62 SAM60 SHE100 SLA94 SAM2 SFA51 SFA53 SMO81 SMO81 SAM6 SAM7 SFE30 SFE70 SMO69 SSA65 SAM71 SLA24 SFA87 SAM7 SAM52 SFE13 SAM52 SAM23 SLA99 SMO10 SAM66 L. Moral. Armas do Amor, Planetas da Ventura, negros, e pequenos. SONETO XLVIII. Amoroso. Em quanto viva o circular governo Nas esferas do se esquece; o Marinheiro Jáz, sem temor das Tal fonte de doçura, e de elegancia? Este lugar, Dos olhos, dos ouvidos, que enriqueces! Não• sei falta d' arte, e voz, por dizer deixo. Sabeis hora, para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, Dedalo que fabricas numeroso Edificio imortal, repouzarão, Banho espero que seja aos tempos, fui, seja contagio, Que perca, a quantos vem, por teu nome publicando Em acordados ecos sonorosos, de si, pello que vê nos outros. SONETO LXI. Moral. C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa Palestra poesque com alta providencia Hoje fazeis a lastima Nas esferas do Olimpo luminoso Vivirás a pezar do repetidas Entende, que enobrece as duras armas? agora, Cinzas jâ são, as que colunas erão. Tão divinas; tão longe de profanos, Não destes por Aguia, que ao immenso sol, a luz bebeste, Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão sem novos ganhos sente, Que hũa sô petição vos faça, geral, da sorte avara. Hoje o Mundo, que jâ mais o alto estatuto Das Leys, que lhes puzestes foi; mas se o dais adivinhado, Escutayme hora à perolas, que hà mutas, Lucinda, no Occidente, e no he pezo o temor, o gosto he vento. E para quando de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se para destes queixumes Ver, que se vos roubàrão mortas as cores: De que serve encantar no vidro, os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse offensa, Que he muita jà, se vai de zombaria. Se premios os Ceos quizerão darte. O Morte contra testa, a quem a Aurora Graça sempre pedio? E me acredita. [SMO67] Considera a ventagem, que VI. Amoroso. Serei eu algũa hora tão ditoso, Que como culpas as grandezas, Que por premios Tem me os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro As materias deixai, tomai o exemplo Sendo a Jà que as defensas lè, jà que as entende. Ouça que por tragicos escritos Resulta de evitar d' Amor dos mayores danos: Vence, sem batalhar; que as que colunas erão. Ora sente, se quer, qual pêdra Amoroso. Força he acabar no amor d' Urania Te escuto, em tanto aplauso e fama creces Que o tino Aquelle assombramento de ditoso: Tem me mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo gozasse. / [SSA86] A hum quadro, que continha por tantos modos mais que humanos, Pintando Que industria contra o Ceo achou resguardo, Que lhe resistes, dâs mais força aos danos, Medindote• sete annos: Sete servi, sete perdi, tiranos Sempre vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora vossa planta, como á vossa destra. Para Alumnos Cuja luz, cujo cheiro; ao Ceo jà chega, Deixai que das dores. SONETO II. Amoroso. Poes são tantos mortos, nem aos matadores. Escolhei dos perigos Là te mando os teus versos, que mandarão Callar A cada passo nella hião topando. Na mocidade co dedo, os vay contando. Então quiz disparar? e algum dia Soltos a o brando vento boliçoso? Verei della. Pode do Sol a claridade bella, Pelas nuvẽns a desventura! / [SFE30] Em estillo da praça, dando que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando [SMO69] Escuzase da esperança, a que o induzem do braço, que a sustenta? Então lhe obedeceis Não soma menos, que hũa eternidade. Ajuntailhe verdade) Que era peor, haverse assi comigo. Hora por ti a vir louvada, Que os teus ouvidas* são Dissimular a luz, que a sombra cerca, Sendo acendeis mais meus ardores. Crecem prezos em vossos tratos; E não sois sò Demonio para SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais ao vento, ao lenho, ao linho A vida entregarei, que a acção mais excelente Que foi do Tempo a tanto estes tiranos Casos d' Amor roubarãome Razão tal vez, por falso pensamento Mostra Olhos, adonde sempre era alto dia, Perfeição, que não cabe em Olhos, vos soes, quem nessa esfera breve Guardastes, por Olimpo luminoso Vivirás a pezar do oposto inferno. Porem Tu ondas, descuidado. O Principe, o Pastor, o Aventureiro onde elles repouzarão, Banho espero que seja aos tempos onde em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, ou vàs onde estâ o engenho posto? Não certo nos primores, com que onde he secreta. Ah senhora, que o dito he pouco escuro: De onde venera Quantos prazeres a Esperança espera Deste onde Venha o Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] onde venho. Tambem nas mãos resigno da esperança A gloria Onde aos termos do mundo duvidosos, Estendendose foy, e Onde me acolherei? Tudo he tomado! Arde o monte, arde o Ceo Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas firme, e oportuna: Por que sendo na perda acreditada, Visse o Mundo oposto inferno. Porem Tu com excesso mais glorioso, Que Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera para Ora sente, se quer, qual pêdra os dias? [SAM45] De hum Oraculo aos enganos, Com que Amor vive nos mas altos peitos Oraculo do Mundo, em que viveste, Mundo das perfeições, que ordem, bradei: Tem te, homicida. Voltouse, e respondeu: Tal ordena. Não sabeis qual! Pois he que se algũa hora Mais vos ordenas, de admirado Os louvores confunde em alegria ordinarias; E logo vejo, quantas artes varias O Homem orelha, a ver se o digo. [SMO81] Apologo da Morte. SONETO Oriente; Donde no frio golfo, ou pego ardente, As deposita o os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem a esperança os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos soberanos os amores, Là co Ceo se hão de haver vossos ciumes. / os annos? Se lhe resistes, dâs mais força aos danos os anos, Jà no sagrado monte a vida viste. Tem te, não deças os avexados defender pretende, Não gaste seu valor, por vãos os bõns sempre atrevida! Mas que muito, se vives das os brancos dentes, Por quem trocàra as perolas, que chora os Brutos fazem aos Homẽns em obedecer a Deus. SONETO os cabellos, que Amor laços fazia, Por premio de o esperar os Ceos quizerão darte. O Morte contra os bõns sempre os conheço, que imagino. Dexa• poes, se a tragedia solicita os contrarios, Simbolo da Flama, Sendo aos propicios, Copia os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy os danos. Acabe nesta sorte, esta vingança; Sepultemse os desenganos Dão pezada vitoria, e triunfo triste. A cobiça os dias? [SAM45] De hum Retrato. SONETO XLV. Amoroso os dias; Tempo, nẽ auzencia saberão valerme: Nada vejo, que os dobrados affectos, que mereces, A quaes subirão mais os enganos jà tão ardiloso, Que primeiro os conheço, que os enganos, Sem a promessa ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô os Esposos divinos com a letra: Sedebat sic super fontem. • os estivestes tão perfeitos; Se taes palavras, e se taes os estragos despoes não fez, mayores ? De pedras como vôs os estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que para os Fados nas vozes das Sereas. Tantos hà, que arrastando os gostos, e as idades; Mas he razão, que poes te deixo tudo os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Fama avoga, Em os lazos rompa, e que entrar possa; Porque de tal maneira a os males padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados os melhores (Se podeis) entre as lagrimas, que escuto; Pois os meus. Que avaro intento esconde Tal fonte de doçura, e de os moços confiando, Ignorantes da Morte, a não temião. Todos os olhos cerra: Tirou, e errou. Eu vendo seus empregos Tão os olhos, donde o sol fermoso As portas da manhãa mais cedo os olhos ser negada; Mas nunca ser dos olhos duvidada, Pois os parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia os parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez os passados exemplos. SONETO LXIX. Moral. Dos Carceres os pensamentos, Porque se mostrou Deus: e hoje vestido De os perigos, e incertezas, Do fraudulento hospicio, jà chegado os que forão votos, sejão cantos, Que eu cantarei; o que votar os* que são flores; Os meus versos, o vento, o vento nada os raios jà vistos, e adorados. Vos, senhora, fareis, quanto os rayos vingadores, Certo effeito de todo o incendio tardo os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî os resplandores D' aquelle proprio Sol, que eu n' alma guardo os satisfaça, Tomo quem dos perigos não tem medo. A vinda os seculos notoria Pos o Segundo a mais illustre historia Que os sentidos: Se alcançallos quereis, bem que são idos os socorros, e à batalha incita: Mas se della me valho em meu 337 SAM60 SFE78 SMO44 SMO59 SFA87 SFA53 SSA68 SMO81 SMO57 SAM60 SLA93 SFU85 SLA36 SFA87 SAM52 SFE78 SMO81 SSA86 SLA72 SAM4 SAM8 SMO69 SAM8 SMO61 SAM45 SMO3 SHE79 SLI90 SLA72 SLA72 SLA72 SLA72 SLA72 SAM6 SMO15 SLA56 SAM45 SMO19 SAM41 SAM76 SLA72 SLA93 SFA51 SMO15 SMO67 SLA95 SAM45 SLA72 SSA86 SLI90 SAM6 SMO59 SLA77 SHE79 SAM6 SLA95 SFE13 SMO67 SAM45 SMO19 SMO5 SAM98 SLA72 SLA74 SMO69 SFA88 SMO35 SLA18 SLA77 SFE30 SMO84 SFA51 SMO61 SMO16 SLA28 SAM4 SAM14 subida A voz de meu custoso desbarato. Os anos, dous quartetos; Mas mandardes, lhes faça eu SONETO XLIV. Moral. Gastas em vão, Lesbina, he culpa, ò bom Deus! Não hũa e hũa Descubro ante e cores? Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que escreves, outro Apollo escrito. Là te mando do porto verdadeiro: Qual como fostes a ambos nenhũns se lhe desvião, Ella a todos co dedo, de ty, Fabio, que advertiste Tão cedo deste Mundo a tem subida A voz de meu custoso desbarato. historia Dos Avòs, que deixaste escurecidos, gloriosos; Dos illustres Avòs, sempre famosos, avara. Hoje o Mundo, que ordenas, de admirado Que os teus ouvidas* são os* que são flores; mayores ? De pedras como vôs, e mais estreitas, Festivo. Meu Senhor Dom João, jà tenho visto folgando Por hum campo de vivos, que a não vião. se afirme, ou se levante, Possa temer o excesso, Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se emprende ? sempre avaras, Quem vence humilde Fado: este, SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, ou cego, Carceres subir, qual subio Mario Dizes que espere; temerarios. SONETO VIII. Amoroso. Como voaste, mais constante brio Escape d' acabar, do assalto, ingrata, sendo ingrata, Como conhecereis a viva, do prodigo alvedrio. Não nos sirva de medo, como nos deste A Vitoria, sem vermos, como, ns nas almas, quanto Deces, ou sobes, seja agudo, ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, constante, se he constante? He na cadeira Escoto? Escoto? ou he na santa Escritura Agostinho? LXXII. Laudatorio. Este, que falla, he Tullio? se entoa ? ou se elegante Poetiza, he Apollo? Mas em chegando a vellos, se partia Ou cego, do Tempo, e Enveja? Se eu a quis mais fiel, (não como vos) mostrarão gosto De me ouvir, e em mi; mas cuido que ella propia Ou não sabe, antigo? Mas como respondeis a esta pergunta, Que tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, no Occidente, e no Oriente; Donde no frio golfo, que pinta? e acaso se comparte, He Vitruvio? altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, em que se mete. Vos direis que isto he Fado, me perco, e me persigo, Quem serà, que me poupe, são tão contrarias: Ou me esquece, quem soes, o Mundo que fora esta excellencia Ou desculpa, viva, vendovos querida? Pois qual sois, se a real, Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? o fragil faz constante; Sem que, porque se afirme, Tão grande imperio tẽ ns nas almas, quanto Deces, chegando a vellos, se partia Ou cego, ou lisonjeiro, que faço? que sei? que vou buscando? Conto, lugar, em mais credito floreces, Se no que vàs vivendo, Qual quizeste primeiro, ô illustre Conde? Batalhar, cedo abria, Mas em chegando a vellos, se partia Visse o Mundo que fora esta excellencia charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que em Petronio ( Obras, que a vossas leys são tão contrarias: remata Em vos, e em mi; mas cuido que ella propia pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, dezejo, Que grande bem, que grande paz me dera? da mortal esfera Procura de cegarme todo o Norte Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Mariana? Nunca jà mais, se a vista não me engana, annos, Que importa que não chegue? se se aguarda, Jà que as defensas lè, jà que as entende. T. Tenhoa hà muito. V. Que me queres? T. Que me segundo entendo, A da examinação da Poesia. idades peregrinas! Com idade de prata, e pena d' vosco, sor Catuxa, Cuma tia Abbadeça, como hum Amor me hà dado, Me queres tu roubar? A prata, o que do bafo se derrete, Val pouco; mas o celebre o chão, com desprezo antes olhado! O docel d' queixar, se o ceo procura Que soe minha dor, como com verdade, O mesmo que hũa intrepida peleja, A Amor, não acho escudo, Não me fica no mundo da Fè tão boa, e tão prezada Por boa, là nos dias de os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e os tercetos, Isso não farei eu, não boto a Cristo. Porem os teus enganos; Dalhe licença, murchem se ja as flores; A os teus olhos. Toda a vida Se conte por delito, e por offensa os teus ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos os teus versos, que mandarão Callar os meus. Que avaro os Tobias, Do Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e os vay contando. Então quiz disparar? e os olhos cerra: Tirou os vîs enganos, Que antes que a idade te soltasse os anos, Jà Os anos, os suspiros, as verdades, Tudo là te entreguei; fiel Os brazões altos, e altos apellidos Desprezas, qual injuria, ou Os feitos competindo, e acrecentando. Gozoute o Ar, teu Os louvores confunde em alegria, Quando hum dourado seculo Os meus versos, o vento, o vento nada. / [SFA88] Ao Conde Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, para vos dar Os oito versos destes dous quartetos; Mas mandardes, lhes Os velhos, sem saber o que fazião, A cada passo nella hião ou a ruina. Do poço de Sichem, nem da cisterna De Bellem ou Alexandre, se reparte? Ou Scevola constante, se he ou aquelle; O deixai que a fortuna me atropelle, Que tão ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento? O vento ou bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e outro a ou cego, ou atrevido A impossivel tão grande, ò pensamento ou cerco. Pois eu, fraco, ferido, e temeroso, Se inda despoes ou copia? Eu menos, porque Amor não quer que veja. Pois ou de desvio Ver, como vai o Mundo concertado; Porque nem ou donde? O Misterio, que em duvidas esconde Marte ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò feliz ave, Tanto essa ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se elegante ou he na santa Escritura Agostinho? ou he segundo Paulo, que ou he segundo Paulo, que ao Ceo o Pulpito remonta? Nenhum ou he Timante Este, que pinta? e acaso se comparte, He ou já he Marte, Se emprende ? ou Alexandre, se reparte? Ou ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a ou mais amigo? Fuy deixado em mi mesmo por castigo: Triste ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz, por ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Tradução do ou para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu ou passageiro, Crerà que foy sem duvida, o primeiro ou pego ardente, As deposita o sol, em conchas brutas. Mas ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Palatino, ou he ou qual• vãa gloria•. Tu, que trocaste as honras da memoria ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo outro promete ou que me reja? Porque me hei de queixar do Tempo, e ou quem eu era; Poes do que me mandais, tanto me esqueço ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando o infelice ou se a fingida, Não sei certo dos dous, qual mais o ignora ou se elegante Poetiza, he Apollo? ou já he Marte, Se ou se levante, Possa temer o excesso, ou a ruina. Do poço de ou sobes, seja agudo, ou grave: Levanta,• esforça, alenta, ò ou temeroso? Verei a limpa testa, a quem a Aurora Graça ou tempo, a esta fraqueza? Tenho eu mais que acusar, por ou vàs cantando. Quando te vejo, admirome, mas quando Te ou vencer? Poes se quizeste Primeiro batalhar, como nos Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso? Verei a limpa testa, a Ou desculpa, ou razão desta fortuna. / [SAM96] Lamentando Ou em qualquer d' essoutros mentecatos) Que das plumas as Ou me esquece, quem soes, ou quem eu era; Poes do que me Ou não sabe, ou não quer saber, qual seja. / [SAM46] Ou para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com Ou (por força) com elle hoje fizera, Que me não vira em Ou pretende co' a força do aço forte Medir a condição da Ou Scevola constante, se he constante? He na cadeira Escoto Ou se a fê mais que a vista escrupulosa. Filha vos conheci; e Ou se compra co a dor, com que atormenta. O que bem disse Ouça os corvos, tambem cos passarinhos: Que a Musica a sy ouças. V. Jà te escuto. T. Prometes de me crer? V. Falla Ouço Platão, em termos eloquentes, Homero escuto, em ouro! [SFE78] A hum amigo, que o convidava lhe acabasse ouro. Arredo và de nos o sestro agouro, Se sobre feiticeira ouro, As perolas, o nacar, o tesouro, Com que mais rico fuy ouro fino Nem reconhece a fragua, em que se mete. Vos direis ouro, o coronel dourado Pende, e desmente. A graça, e a ousadia? Qual o cruento Phalaris ouvia A humana voz, vestida outra cientifica derrama: Ambas chaves serão da Eternidade outra defensa. [SMO5] Contra as fadigas do dezejo. SONETO outra era: Mas quem foi, quem vos disse, de quem era, Por 338 SAM20 SAM33 SLA94 SAM33 SAM98 SFE78 SAM60 SMO69 SFA53 SMO82 SFU21 SAM20 SFA51 SFE34 SFE78 SMO73 SAM14 SMO61 SMO16 SAM48 SMO57 SFA87 SFE70 SAM2 SLA77 SLI62 SAM41 SLA56 SFE39 SFU21 SFU37 SSA65 SFE39 SHE42 SFE39 SAM58 SMO35 SSA65 SLI62 SFE25 SFU64 SMO16 SAM17 SAM58 SAM71 SAM2 SAM17 SFA88 SAM20 SAM6 SFU64 SFE13 SAM46 SFE70 SSA68 SFE70 SLA36 SLA72 SMO19 SMO73 SHE100 SLA28 SFE75 SSA68 SMO11 SMO61 SFA53 SAM48 SFA88 SLA28 SFE40 SMO44 SFE13 SMO35 SLA28 SFE80 SLA24 do Amor, e da ventura; Que hũa hora foi engano, Sentir somente o mal, e agora o canto He digno de Que do dia engeitais a luz, e a vida, Porque costumada sempre ao pranto, Não sabe festejar d' Que faz? Que faz a Fera? Entretense, traçandome và de nòs o sestro agouro) Remendarme a cabeça verdades, Tudo là te entreguei; fiel, cego, e mudo: bem jà como Augusto: Hum de proscrito a Consul, e hum par, por mais que digas, Vè, quando escreves, cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, para hoje a seu braço, que he forçado, Pois nunca d' ser profundo; Ella se logra delle, e elle della. Fazei ou que he destino, Que hum não dà nada, e tudo Alvarez da Cunha pelo estillo em que lhe escreveo Me teem feito bem mal, e bem mal quisto. Por Que he vento, quanto neste pò se encerra: Dizme da sem razão, e em vos espera A razão, que dos [SMO61] Desenganase de si, pello que vê nos minha dor, como ousadia? Qual o cruento Phalaris nessa esfera breve Guardastes, por industria nunca qual de longe brada, Por ver, se de ty pode ser Mas saiba quem por ti a vir louvada, Que os teus LXX. Festivo. Compadre, agora sim: cà tenho vez hoje chorados, Por ver, se são de vos melhor O duas vezes Cisne venerando Dos olhos, dos Raqueis vendo os enganos, Sem a promessa se contenta. SONETO XLI. Amoroso. Quem lhe Algũns (não como vos) mostrarão gosto De me disse jà que o desengano Era hũa alma de cantaro; braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte contra humanos atrevida, Contra o divino nunca foy que nelle entreis, o Mestre intenta? Como se antes nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ao Firmamento competia, Cuja de pedras prodiga couzas o Elemento. Poes se o arrependimento da a vida. Mas que pudéra a voz, quando advertida, E Vida Quem chama dentro em mi? Tempo O Tempo Domine, tu mihi lauas pedes? SONETO LXV. Sacro. hà, que arrastando crueis cadeas, Não guardo convalecendo. [SFE25] De consoada a hũa F. a sorte, Então por se escuzar do mal futuro, Da tua afronta da porfia, Ir a justificar a tirania, Porque quando mais amiga, Assaz de pouco faço em he mais adoralla, que contallla; Quanto he mais carrancas despoes, e as estranhezas. Cheguei, vi, SONETO II. Amoroso. Poes são tantos os males Mandandolhe que pâre, e me não siga. Eu, que a se defende; E o pranto he sò, quem hà mister foi engano, outra escarmento Humilde vassallajem Mas que espero de ver dias contentes, Se para se fes seu forte. Cercado assi na morte, assi na vida contente De me render aos pès do seu soneto? Hora vos abrazarem seus amores, Morrei, filhos, co fez num ano de cazado: (Sois home em fim de prol) Qual como fostes a ambos os Tobias, Do he? He este: Hora ide, mana, Dizeilhe a o Senhor Tempo? / [SLA36] Ao sabio varão Diogo de ou Platão, lendo sua arte? Se escreve, he Pintando os estivestes tão perfeitos; Se taes todos monta. [SMO73] Em dia de Cinza, sobre as SONETO C. Heroico. Monarca Portuguez, nossa golpes tem, que taes doutrinas. E quando nas Vedes? não faltarà pois quem ma estime: Que a Piloto Celestial, Norte divino Primeiro Tifis, a quatro, Entrão de flamas tacitas ardendo Astutos dourado Pende, e desmente. A graça, e a ventura afagues, e que as sigas; Que a fê que mais de hum a todos He culpa, vos realça, e faz modellos Sem defenda todo o Santo dia. E pois que tem tal mão Esta, para cerrar bocas da enveja; Aquella, Pulga, que por picar, faz matadura, Cão sò estragos, pellas dores; Quanto forão melhor, que tratos; E não sois sò Demonio para os ratos, Mas T. Nem tu es jà Vida. V. Vai para louco? T. Vaite Ambas chaves serão da Eternidade, Esta, por ter tanto aleijado Com tudo eu creo (cà como sarais com vosco a tantos, Força he que, outra escarmento Humilde vassallajem paga ao vento, Sem lhe outra gloria verdadeira; Não cuydeis que he fraqueza da outra luz, mais clara, e mais subida Entre• vos tem, seu outra maneira. / [SFE34] Resposta a D. Antonio Alvarez da outra morte? Prepâra para darme, hum novo corte Braço outra porfia. Mas se Apollo inda he aquelle moço louro, Eu Outra vez to perdoo. O não te queixes! Fiquem te embora os outro a justo Monarca, tendo o Povo por contrario. Que olhe a outro Apollo escrito. Là te mando os teus versos, que outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal outro braço foi rendido. Rendido estâ; bem podes, Morte outro milagre em mi segundo; Que nem porque lhe destes vida outro promete: Temei embora humano, e amay divino. / outro soneto. SONETO XXXIV. Festivo. Meu Senhor Dom outro tal remendo quiz hum dia (Arredo và de nòs o sestro outro vento que esse pò vil erra; Qual destes a verdade outros desespera; Foge em fim para vos, desesperada. Pobre outros. SONETO LXI. Moral. Onde me acolherei? Tudo he ouvia A humana voz, vestida em fera dura: Fostes cubrir de ouvida, Da fermosura a gloria, sempre unida Aos centros da ouvida. Vida tẽns, e teràs, sempre envejada Da cobiça, e ouvidas* são os* que são flores; Os meus versos, o vento ouvido, Terdes fruta, que he fruto abençoado. Ninguem mais ouvidos. Não de flores, de lastimas se cobre A pobre humilde ouvidos, que enriqueces! Não• sei onde em mais credito ouvir, das Lias feas. Sofra Jacô fiel Labão mentindo; Que se ouvir murmurar tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou ouvir, ou me ler: eu sò sey, quanto Por falta d' arte, e voz ouvis, Prima? Cura por fora, e dentro nos lastima; Dà paz ouzada, Chegarte hum pouco, em quanto as gentes chorão ouzada. Essa flor, esta vida tendo em nada, Se sobe ao Ceo ouzada, hoje avarenta Se mostra a planta, que por longo prazo ouzadia, do arrependimento? / [SFE40] Responde a hum ouzadia Meta do assombro foy, termo do encanto, Tanto d' ouzadia Não nasceo, que me espanto que em tal cazo Nasça a ouzado o coração, de louvor darte; Que não fizesse com mais ouzado. V. Entraste sem licença? T. Tenhoa hà muito. V. Que Ouzado Pescador, qu' he da tormenta Nas mansas aguas d' ovelhas, mas aguardo danos, Das fermosas Raqueis vendo os P. SONETO XXV. Festivo. Que vos hei de mandar de Caparica paciencia fes seu muro, Da tua fortaleza fes seu forte padeça a afronta, e a desventura? A quem me hei de queixar padecella. Atê nas proprias queixas meu destino Quer, que a padecello, que dizello? [SMO59] Antes de confissão padeci: ô triste estado! Se hum bem, que se alcançou, custa padecidos Da Fortuna, e do tempo ás gentes dados; Não me padeço, quando mais amiga, Assaz de pouco faço em padecella padrinhos. [SMO89] Metafora da Ambição. SONETO LXXXIX paga ao vento, Sem lhe escapar por flor da fermosura. Mas pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades differentes Pagaste como culpas as grandezas, Que por premios os Ceos paguelho Deus, pois eu não posso. Mas não mande acordar tão pay, da mesma morte; E poes morreis honrados, morrei ledos Pay, e Marido. Mas sospeito que estas como corrido, De não Pay mezinha, e medico elegante, Do Filho guia, e doce Pay, que eu lhe prometo De lhe ir beijar as mãos, de hoje a Paiva de Andrade, Autor do Livro, que se intitula Casamento Palatino, ou he Morante? He Diafanto, se entoa ? ou se palavras, e se taes conceitos, Tão divinas; tão longe de palavras: Quia puluis es. SONETO LXXIII. Moral. Melhor hà de Palestra Onde o Sago se veste, e se arma a Toga; Com suas palestras peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte palha para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da Palinuro bello, Guiador de Tobias a Gabello, Igual luz que do Palladioens em simples Troyas. Quem enganas, ò Mundo, em Pallida foge. O sangue, a fermosura, Tudo vai pela terra par, por mais que digas, Vè, quando escreves, outro Apollo pâr nas maravilhas, que alcançastes. Emfim milagres soes para a Armonia (Que he parte, que anda co a brandura apensa para abrir bocas da Fama. [SLI29] Triste remedio o mal de para agourar, rato, que fura, Candea, nem cos dedos atiçada para amores, Taes desenganos, para desenganos? Diràs: que para as proprias rãns do charco Aonio. Eu o lî jà; e cuido que para cega. Vedes, como se vão a Vida, e Tempo? / para cerrar bocas da enveja; Aquella, para abrir bocas da para comigo) Que não foi; mas se o dais adivinhado para dàr tanta saude, Vades tão devagar convalecendo 339 SAM98 SFE34 SMO44 SPR1 SMO19 SAM14 SAM2 SAM2 SFE40 SFE75 SMO19 SAM43 SFE34 SMO35 SAM23 SMO5 SFE25 SMO32 SMO3 SHE54 SFE75 SMO49 SSA86 SSA86 SSA65 SMO19 SFE13 SMO82 SAM98 SMO10 SAM6 SAM27 SLA95 SMO3 SLA94 SLA97 SAM98 SMO69 SAM52 SAM14 SMO11 SAM55 SMO50 SMO50 SLI29 SHE100 SFE75 SPR1 SLI62 SLI62 SLA18 SLI22 SFU21 SLA93 SFE34 SAM27 SSA86 SFE30 SFE30 SFE70 SSA68 SAM17 SAM7 SMO16 SLA12 SLA28 SAM43 SLA74 SLA94 SAM52 SAM52 SFE40 SLA74 SFE25 SLA28 SAM58 SAM23 Entretense, traçandome outra morte? Prepâra nem para homem de guadameci Tenho figura, nem forão melhor, que para amores, Taes desenganos, Sepultemse comigo meus delitos, Antes que sirvão Mas como respondeis a esta pergunta, Que ou vença, e de mi riase a gente; Jà que lhe sobejou rica algum tempo, agora pobre A verdade sô quer A verdade sô quer para doçura, O desengano sò Fresta pequena, grade bem segura, Porta sò da mesma morte o dia, e vento, A noite estava pergunta, Que ou para disculpar o meu peccado, Ou E vos, não sei porque, com vir entre elles, Vindes galê, D' aquella, que não passa desde alli, Jà nem V. Tu jà nem Tempo es? T. Nem tu es jà Vida. V. Vai A vinda temo mais, do que o caminho, Porque vão pelejo. Anda a voar do arduo ao impossivel: E deixárão tomar; mas he fechada, E inda o he mais Câ vos tenho arguîdo, e desculpado. Deixai sò Deixa sempre de ser ensoço o rio. Se eu erro Mundo a lavarse da ignorancia. / [SHE54] Estando não faltarà pois quem ma estime: Que a palha Como me eu vi voàr com desatino Da baixa sorte, cedo cinco• eternas fontes, Que rios corrão dina Dina desta agua candida abundante, Para vos, duvidais seus mandamentos? Pois diz o Amor: Que causa de seu delirio. SONETO XIX. Moral. Poes se Antonio, em vossos tratos; E não sois sò Demonio Bem cuydei eu que estaveis vòs guardadas Em my, Ora eu fora ditozo, esse vingado Se o Ceo me dera Poes he pezo o temor, o gosto he vento. E chora? Mas que espero de ver dias contentes, Se Quem me assegura a mi, de que o estivera? Se Meritos nas desgraças sepultados. Tal, acção hum desvario Todo de desconcertos marchetado; E humanas estrellas illustrado, Que o Ceo dezeja, e Por mais que o tempo esquecimentos mande. Poes me dera para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, que lhe foy duro adversario. Hora, que tarda Os Muros erão, donde a sorte dura Roubou, A razão, que dos outros desespera; Foge em fim Mundo he Comedia. SONETO XI. Moral. Dez figas cura. Menos fora sentido o golpe duro, A não ser gentes, Nota (pois te ameaça hũa igual sorte) Donde hũa igual sorte) Donde pâra a belleza, e no que sombrio. Vejo chorar a fonte, e que de frio O rio roga A vossa planta, como á vossa destra. o tão sublime Discurso ao ar; e vou pegar da pena, I. Proemial. Prezese, quem quizer, do roto lenho Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, devida. Ay do que espera, quanto mais servindo: Laudatorio. Senhor, a vossa carta he jà de guia XXII. Lirico Junto do manso Tejo, que corria e auzencia: Mas pois tão nobre vida tens roubada, hoje imitando. Melhora seja o fogo, e não mudança, consoantes dò: E quando d' essa quinta mandeis cà, Se para sempre amar, sempre he hũa era, Esposa dina Dina desta agua candida abundante, / [SFE30] Em estillo da praça, dando os senhora, Que tem que ver toda esta patarata Cos que o mal, que se exprimenta. / [SFE70] Dando os que sem luz, sem tino, Corta do mundo tanto que ma repartîs, podeis detella; Mandandolhe que a hũa desconhecida. SONETO VII. Amoroso. o vosso engano, Que a todos o meu mal, bem lhes Tão culto escreves, cantas tão valente, Que peregrinas Te vejo confiado, astuto, e forte, vem por sinal tal fermosura. Fermoso esprito [SLA74] A hũa senhora, que estando de mũy bom e para si convida; Gloria co a gloria em tudo divino. / [SAM52] Ao silencio de hũas bem vistas hũas bem vistas paredes. SONETO LII. Amoroso. vos traz da praça: Sem Amor, sem Amigo, sem que estando de mũy bom parecer, contrahio o façais esgares? Porque de graças, e• benções aos Quando estas regras de destreza ensinas, hũa hora: a voz detida Seguio do coração o modo, e aquelle, que sò partir convinha. He verdade que para darme, hum novo corte Braço mais crú? Espada mais para de pé. A mi trovas cortezes, que em vos sò Trova para desenganos? Diràs: que por temer o Mundo hũa hora As para desenganos. / [SAM2] Versos pregão das dores para disculpar o meu peccado, Ou para eternizar o meu para ditoso Ter por contrario, quem não teve dita. [SMO15] para doçura, O desengano sò para elegancia. [SMO3] Capricho para elegancia. [SMO3] Capricho de bom humor. SONETO III para entrar, logo fechada; Cama, que he potro, meza para estar sezuda; Que desta negra gente, em festa ruda para eternizar o meu castigo? / [SAM20] Cloris com rosa para fazer ao Mundo guerra. / [SMO44] Velhice presumida para homem de guadameci Tenho figura, nem para de pé. A para louco? T. Vaite para cega. Vedes, como se vão a Vida para me dar mayor desgraça, Sei que me hà de trazer a sorte para me perder de muitos modos, Finje que a honra he certa para mi a rua nova. Poes se ha de ser de nada a consoada para mi, pena e cuydado, Que essas sò são as guardas, do meu para mi, porque me emenda Com colera, e sem zelo, a voz para nascer o Senhor Infante Dom Pedro, e o Autor prezo para o asno, ave hè de pena, Fallando com perdão da gente para o estado honroso, Logo o voo julguei por enganoso para o Mar da graça. [SFA87] Respondendo a hum amigo para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna, a não para obedecido, Mais he, que quando aos pês, rende Elementos para os amar, não foram feitos, Senhor, aquelles olhos para os ratos, Mas para as proprias rãns do charco Aonio. Eu para outro bem de larga dura; Mas jà sey, contra si que mal para perder Vidas, Quantas Iras lhe deu, para tirarmas para quando os alcanceis, vos rogo, Não que façais me tornem para se pagar de gosto hũa hora, Não bastão mil idades para sempre amar, sempre he hũa era, Para sempre temer para sempre celebrada Serà, poesque com alta providencia para ser maior, seja cuidado A vontade do prodigo alvedrio para si convida; Gloria co a gloria em tudo parecida, Donde para ti tal nome asseguraste Que eterno vivirà teu nome para tirarmas. [SLA99] Em a publicação do famoso Poëma do para vir, mil annos, Que importa que não chegue? se se para vos dar, minha alegria. Hora acabai de crer que estais para vos, desesperada. Pobre da Fè tão boa, e tão prezada para vos, poes com furtado Consular nome vos chamais para vos tão duro, e grave, Pois fere mais a seta, onde he pâra a belleza, e no que pâra. [SFA51] A hum amante da pâra. [SFA51] A hum amante da variedade. SONETO LI pâra, o prado se despeja: Seca a verdura; a neve he sò sobeja Para Alumnos os inclitos adestra Ingenhos, por quem oje a Para escrever tão simples catorzada? Vedes? não faltarà Para eterna menção de seu naufragio; Eu viva errado sò, sem Para hum tão largo amor, tão curta a vida. [SSA63] Segundo Para hum tão triste fim, tão leda a Morte, Para hum tão largo Para mi, que perdido ando vivendo; Mais me cativa, quanto a Para o Mar, que nos braços o esperava, Jaz hum pastor, que Para que deixas cà, se suas forão, A Verdade, a Justiça, e a Para que eternamente renacendo, Eternamente vas Para que serve hum elle, hum vos, hum tu ? [SMO35] Para sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de passar Para vos, para o mundo tão bastante, Que toda a sede eterna parabẽns à sobrinha de hũa Prelada, da eleição da Tia parabẽns da Madre vossa Tia [SAM31] Arismetica da parabẽns do nascimento de hũa Filha a D. Antonio Alvarez da paralello, Que presâgo se mostra em seu desvello Mais do pâre, e me não siga. Eu, que a padeço, quando mais amiga Pâre a duvida jà, cesse a cautella, Se em socorro da Fê, foi pareça. [SAM17] Porfia infelice. SONETO XVII. Amoroso parece que o Barbaro, igualmente Venera a Tuba, que temeo a Parece certo que a contraria sorte Entre a vontade, e o braço pareceis d' aquelles Nuncios do bem, que o Ceo jà desencerra parecer, contrahio o parentesco de sogra. SONETO LXXIV parecida, Donde não falta o bem, por ser gozado. Desta flor paredes. SONETO LII. Amoroso. Paredes: vos guardais os Paredes: vos guardais os resplandores D' aquelle proprio Sol Parente; Quem mais se doe de vos, diz: Coutadinho. Tal vida parentesco de sogra. SONETO LXXIV. Laudatorio. Quando pares, Disso, graças a Deus, sois vos bem rica. Mel, e Parmeno, de ti creo que es de sorte, Que não por destra a parte, Ambos provárão mudos a louvarte Ao entender, se parte, e que caminha, Mas partese, e caminha por tal arte 340 SAM23 SFA88 SAM23 SAM23 SLA72 SAM23 SAM71 SAM6 SAM23 SAM23 SAM23 SFE34 SAM41 SFA87 SMO69 SMO83 SAM41 SFA87 SMO83 SAM27 SMO83 SFA88 SFE25 SMO35 SMO35 SHE38 SLI22 SMO81 SAM33 SAM58 SAM96 SLI22 SAM47 SFE30 SLA95 SLA95 SHE100 SLA72 SMO89 SAM43 SMO5 SMO5 SMO3 SFE39 SMO5 SAM2 SMO84 SAM47 SHE54 SFE34 SMO19 SMO67 SMO89 SHE42 SHE38 SSA65 SHE42 SSA68 SAM6 SAM9 SFE34 SMO44 SHE100 SAM52 SHE42 SLA99 SHE54 SFE75 SAM76 SFE34 SSA92 SSA92 SHE38 SMO19 SMO67 SFE80 SMO61 nos reparte; Mas quem cuidareis vos, que he, o que dia. E pois que tem tal mão para a Armonia (Que he por tal arte, Que câ vos deixa aquella illustre Mas quem cuidareis vos, que he, o que parte! elegante, composto por hum Religioso de grandes He verdade que parte, e que caminha, Mas hum milhão de milhões de saudade, Hà, despoes que mais cedo abria, Mas em chegando a vellos, se vos, que he, o que parte! Parte aquelle, que sò [SAM23] Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Despedida. SONETO XXIII. Amoroso. Parto, que mais forçado que em galê, D' aquella, que não tanto perigo verdadeiro! Anno esteril de Amor, que SONETO LXXXVII. Familiar. Quando pellas florestas Escuzase da esperança, a que o induzem os Ser aquelle caminho mais errado O que he de mais tanto a este Rio, Cintia, se for estrancho, ou Que devemos ao Ar, no movimento? Tal, se Tambem, tanto temor he desconcerto; A quem sempre temer, sempre hum estado. Jà propuz de O que he de mais passage, e fermosura. Em fim não lè, jà que as entende. Ouça os corvos, tambem cos são peores que folares, Perús? não, que são dano meu? V. Assàz tẽns dado T. Ay, Vida, como o gosto nega. V. O Tempo he ar? T. A vida he Que inculca às gentes sabias, como às rudes. sem fortuna, de que esperes Que encaminhe teu não vião. Os velhos, sem saber o que fazião, A cada Emfim que aquella hora he jà chegada, Que atê nos Ambos provárão m