NOTAÇÃO MUSICAL TRADICIONAL: Como se escrever música? A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a fala por meio de símbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a música por meio de uma notação musical. Os sistemas de notação musical existem há milhares de anos. Cientistas já encontraram muitas evidências de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na Mesopotâmia por volta de 3.000 anos antes de Cristo! Sabe‐se que outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical em épocas mais recentes, como é o caso da civilização grega. Fragmento de antigo papiro grego com notação musical Existem vários sistemas de leitura e escrita que são utilizados para representar graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as músicas compostas antes do aparecimento dos meios de comunicação modernos pudessem ser preservadas e recriadas novamente. A escrita musical permite que um intérprete toque uma música tal qual o compositor a prescreveu. O sistema de notação ocidental moderno é o sistema gráfico que utiliza símbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e equidistantes e que formam entre si quatro espaços. A pauta musical também é chamada de PENTAGRAMA. Veja: ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Contam‐se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima. A nota que está num espaço não deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que está numa linha ocupa a metade do espaço superior e a metade do espaço inferior. 1 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br O elemento básico de qualquer sistema de notação musical é a NOTA, que representa um único som e suas características básicas: DURAÇÃO e ALTURA. Veja: Os sistemas de notação também permitem representar diversas outras características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução instrumental. Para representar a linguagem falada você usa as letras do alfabeto. Já para representar os sons musicais você usa as NOTAS MUSICAIS. O nosso sistema musical tem 7 (sete) notas. Elas formam a seguinte sequência: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ ‐ SI Essa sequência organizada de notas é chamada de ESCALA. As escalas usadas no ocidente se organizam do som mais grave para o mais agudo e se repetem a cada ciclo de 7 notas: As notas musicais no teclado do piano Escalas Naturais – o modo Maior As escalas chamadas naturais são as que não possuem “acidentes”. Um bom exemplo é a escala de Dó Maior. As sete notas são naturais, não possuem acidentes: Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si Existe uma relação intervalar entre cada nota. Veja: 2 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Essa relação intervalar entre cada nota da escala é a “fôrma” para criar as outras escalas maiores. Por exemplo, se quisermos começar uma escala em Sol, chamando‐a de SOL Maior, a escala seria: Sol – Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá # ‐ Sol A escala formada possui uma alteração, o Fá sustenido! Uma alteração de meio tom acima. Isso para que a mesma relação entre os intervalos seja respeitada. Às vezes ao invés de alterar a nota em meio tom para cima é necessário alterar meio tom para baixo. Veja a escala de Fá: Fá – Sol – Lá – Si b– Dó – Ré – Mi – Fá Neste caso a nota alterada é Si Bemol! Uma alteração de meio tom abaixo. As alterações SUSTENIDO (#) e BEMOL (b) servem para ajustar as alturas dentro da “fôrma” convencionada para os chamados modos Maior e Menor. Se quisermos restaurar a nota alterada para o seu som anterior, devemos indicar essa restauração colocando à frente da nota o sinal de BEQUADRO: A Escala de Lá “menor” Natural Se começarmos uma escala pela nota Lá criamos uma escala cujas relações intervalares entre cada nota é diferente daquela das escalas maiores. Veja: Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá T ½ T T ½ T T INFORMAÇÕES SOBRE SEMITOM, ALTERAÇÕES DE SUSTENIDO, BEMOL E BEQUADRO Semitom Um semitom é o menor intervalo utilizado na escala diatônica (e conseqüentemente em grande parte da música ocidental). Corresponde à diferença de altura entre duas teclas adjacentes do piano (uma branca e a preta adjacente, ou duas brancas quando não há uma preta entre elas). Também é o intervalo entre duas notas produzidas ao apoiar o dedo sobre duas casas adjacentes na mesma corda de uma guitarra, por exemplo. O tamanho exato de um semitom (em relação às freqüências) depende do temperamento que é utilizado. O intervalo de segunda menor é considerado fortemente dissonante. No sistema de afinação que usamos, conhecido como "Afinação Temperada", a oitava é dividida em doze notas. A distância ou a diferença na freqüência entre cada uma dessas notas é conhecida como semitom. No teclado do piano, existe a distância de um semitom entre as teclas que são adjacentes: 3 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Um tom equivale a dois semitons. Todas as teclas brancas do teclado que estão separadas por uma tecla preta estão à distância de um tom inteiro. As teclas que não estão separadas por uma tecla preta estão à distância de meio tom, ou seja, um semitom: As notas correspondentes às teclas brancas do teclado [contando‐se a partir da nota à esquerda do conjunto de duas teclas pretas, conforme indicado na figura abaixo] são chamadas de Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. [Após esta seqüência, inicia‐se uma nova oitava, e os nomes das notas se repetem.] Estas notas são chamadas de notas naturais. Podemos alterá‐las em um semitom ascendente com um sustenido (#) ou descendente com um bemol (b). Uma tecla preta, por exemplo a que está entre o Dó e o Ré, pode ser considerada como um Dó alterado de forma ascendente com um sustenido ou um Ré alterado de forma descendente com um bemol: Os exemplos sonoros abaixo mostram um intervalo de um semitom melodicamente (duas notas em seqüência) e harmônicamente (as duas notas simultaneamente). 4 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Semitons cromáticos e diatônicos Se um semitom é anotado como duas notas baseadas no mesmo grau da escala, com uma das notas sendo modificada por um acidente (como no exemplo ao lado ‐ Lá e Lá#), então o semitom é chamado de cromático. Se por outro lado ele é anotado como duas notas baseadas em graus adjacentes (como no exemplo ao lado ‐ Mi e Fá), então o semitom é chamado diatônico. 1. Acidente de sustenido: Quando uma nota sofre a alteração de sustenido ela se movimenta ascendentemente em intervalo de semitom: 2. Acidente de Bemol: Quando uma nota sofre a alteração de bemol ela se movimenta descendentemente em intervalo de semitom: OBS: Quando o acidente vem indicado depois da clave de sol, isto significa que a nota que possuir o sinal (sustenido ou bemol) será alterada durante toda a música, salvo quando aparecer o sinal de bequadro. 5 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br 3. Alteração de bequadro: Quando uma nota sofre a alteração de bequadro ela volta à nota natural, sem alteração: É necessário ressaltar que quando uma nota sofre uma alteração (sustenido, bemol, bequadro), essa alteração dura apenas um compasso. Dessa forma, quando ocorre a mudança de compasso não é preciso indicar a alteração novamente, já que ela volta para nota original, como está indicada no início da melodia. 4. Enarmonia: É quando a mesma nota possui dois nomes diferentes. Ex: Fá sustenido = Sol bemol, Si bemol = Lá sustenido, Mi bemol = Ré sustenido e Réb = Dó sustenido. 6 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br