O Amazonas e o Desenvolvimento que Necessita Nilson Pimentel (*) Quando o estrategista olha o imenso espaço territorial do Amazonas com sua baixa densidade demográfica populacional, difícil encontrar um elo que permita a participação efetiva da sociedade local nos processos de desenvolvimento econômico regional como fator preponderante e contínuo no planejamento econômico estratégico para ocupação e no processo de crescimento, que levem às atividades produtivas economicamente viáveis e de forma ambientalmente adequadas a esses imensos espaços. Para o especialista em estratégias M.E. Porter “o melhor padrão de vida para seus cidadãos é a principal meta econômica de um ESTADO, elevado e ascendente, mas essa condição depende exclusivamente da produtividade de seu povo, uma vez que a riqueza é governada por ela”. A Competitividade da Economia Globalizada Nesses tempos difíceis no qual a economia globalizada está em queda, atingir graus de competitividade capazes de gerar um padrão de vida satisfatório ao povo, depende muito da capacidade do governante em atuar em estruturas organizacionais da gestão pública que permitam estabelecer Políticas Públicas eficientes e eficazes que induzam e permitam implementar processos de desenvolvimento regional, nos quais os investimentos privados atuem em conjunto com as infraestruturas construídas por aquelas políticas, na forma de participação público privado. O que se tem visto e fácil de demonstrar, são regiões que atingiram índices de qualidade de vida, foi porque a produtividade de seu povo também se elevou. Pensem bem, quando tratamos do futuro, muitos levam suas visões e ideias para as tecnologias, outros para os conhecimentos, as invenções e inovações. Não estamos de todo errados, mas só isso não fará a historia completa do futuro, pois se imagina algo desprovido de significado real sem que tenhamos colocado no centro dessas questões o homem, a pessoa, com necessidades, comportamentos, crenças e oportunidades, para o qual se tem que satisfazer suas demandas (pobreza, saúde, educação, emprego, renda – desenvolvimento econômico regional), e que somente se dará por intermédio das Políticas Públicas de um Estado estruturado e voltado para tal. A Necessidade de Estratégias no Desenvolvimento Sem essas estratégias, não irá valer a pena imaginar um futuro promissor, pois o que mais nos diferencia de outros seres da Terra é a capacidade de imaginar vivendo, trabalhando, apreendendo, divertindo-se, dentro de um processo que nos permita a qualidade de vida digna, elevada, dentro desse espaço de tempo que chamamos de futuro, muito diferente do atual. Por isso, lembrem que o atual governador, em um de seus pronunciamentos de campanha disse: “vamos construir para o Amazonas o futuro que queremos”. Portanto, o desenvolvimento econômico que o povo do Amazonas almeja deve partir de um Estado que organize as estruturas administrativas das Instituições eficientes e eficazes com foco em resultados, sem paralelismo e sobreposições de ações, que organize suas Políticas Públicas especificas e suas leis como plataformas base do desenvolvimento regional, como por exemplo: infraestrutura especializada; capacitação e habilidades da sociedade; investimentos fixos no tripé, saúde, educação e segurança; programas de minimização da pobreza; antecipação aos problemas e conflitos sociais, que poderão ocorrer devido aos fluxos migratórios rumo às regiões mais dinâmicas; melhoria dos transportes e das barreiras comerciais; melhorias da exploração fatores de produção locais; realizar pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico; e acessar aos conhecimentos locais especializados já identificados, ou desenvolver relações em processos de atração de investimentos estrangeiros diretos com potenciais parceiros internacionais, que permitam mudanças no processo de mundialização das indústrias regionais, reforçando a vantagem de localização do Polo Industrial de Manaus, principalmente para empresas detentoras de vantagens competitivas tecnológicas, que permitam o crescimento das cadeias produtivas locais e/ou aproveitem as materiais primas regionais. Exigências de Competência na Gestão Pública Visto assim, o que Amazonas experimentou nesses últimos 47 anos de Zona Franca de Manaus, foi uma incapacidade de gestão do Estado em não querer se adaptar rapidamente às mudanças que ocorrem até nesses tempos atuais, provocando externalidades negativas de toda ordem à economia estadual, haja vista a riqueza produzida por empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, com ausência total de processos de desenvolvimento econômico, assim como, não sendo capaz de reverter os efeitos dessa conjuntura vivida, produzindo maiores desigualdades intra-regional, com intensivo aumento da pobreza. Numa sociedade tão dispersa como a do Amazonas, a atuação do Governo Estadual deve ser medida por resultados que serão obtidos como objetivos de suas Políticas Públicas a serem adotadas, principalmente quanto sua capacidade de gestão, proatividade e adaptabilidade à dinâmica da economia brasileira e mundial, antecipando-se às graves situações que se anteveem para o Amazonas, tendo assim uma atuação na gestão pública com mente estratégica, ao invés de correr para apagar incêndios ou tomando decisões errôneas. Por isso, agindo assim, o futuro real, aquele que vai acontecer, será mais impactado por tudo aquilo em que acreditamos e como agimos para se chegar lá. (*) Economista, Engenheiro e Administrador de empresas, com pós-graduação: MBA in Management (FGV), Engenharia Econômica (UFRJ), Planejamento Estratégico (FGV), Consultoria Industrial (UNICAMP), Mestre em Economia (FGV), Doutorando na UNINI-Mx, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected].