PRIVAÇÃO DO SONO: SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM DO TURNO NOTURNO. Danila Maria da Silva1 Alexsandra Vieira Mariano 2 Verônica Rodrigues Fonsêca Costa 3 Raphael Raniere de Oliveira Costa4 Soraya Maria de Medeiros 5 Resumo A privação do sono e as influências circadianas são alterações que pode culminar em mecanismos que desfavorecem e ou que pode comprometer a assistência de enfermagem, principalmente no turno noturno. As consequências provenientes deste problema podem interferir de forma direta na garantia de um cuidado seguro e no contexto da força de trabalho em enfermagem. A partir dessa consideração, o estudo teve por objetivo identificar, na literatura científica, as circunstâncias que envolvem a segurança e saúde dos trabalhadores de enfermagem do turno da noite desencadeados pela privação do sono. Para tanto, realizou-se uma revisão integrativa da literatura. O estudo foi realizado no em pares e ocorreu entre os meses de abril e maio de 2014. Através do uso e cruzamento dos descritores controlados dos “privação do sono” e “enfermagem”, e suas respectivas versões em inglês, foi realizado uma busca nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (PUBMED), Medical Literature end Retrieval System on Line (MEDLINE) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Na primeira análise foram obtidos 11 artigos que contemplavam simultaneamente os critérios de seleção. Após avaliação criteriosa de conteúdo, a amostra foi constituída de 10 artigos. Verifica-se que o trabalho noturno é um dos pontos que deve ser considerado relevante devido aos inúmeros efeitos negativos ligados à saúde do trabalhador. As pesquisas não mostraram condições favoráveis ao trabalho noturno, e sim, apenas situações que podem gerar danos à saúde do trabalhador. A privação do sono além de afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores de enfermagem pode atingir igualmente a integridade do paciente que é assistido por estes, já que poderão ocorrer erros na assistência em virtude dos altos níveis de sonolência. Descritores: Privação do sono. Saúde do trabalhador. Enfermagem. 1 – Discente da Graduação em Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisa Caleidoscópio da Educação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. E-mail: [email protected] 2 – Enfermeira. Membro do Grupo de Pesquisa Caleidoscópio da Educação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. E-mail: [email protected] 3 - Enfermeira. Grupo de Pesquisa Caleidoscópio da Educação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. E-mail: [email protected] 4 – Enfermeiro. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Membro do Grupo de Pesquisa Caleidoscópio da Educação em Enfermagem – UFRN. E-mail: [email protected] 5 – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Líder do Grupo de Pesquisa Caleidoscópio da Educação em Enfermagem – UFRN. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO A privação do sono é a redução parcial ou supressão do sono em um organismo que pode ser total (à partir de 24 horas de vigília contínua), parcial, seletiva (como a privação do sono paradoxal), aguda (maior 45 horas) ou crônica, que é a repetição em várias noites).1 A privação do sono e as influências circadianas estão diretamente relacionadas com a quantidade e distribuição de sono, duração do tempo acordado, e tempo circadiano. 2 O turno de trabalho tem contribuído para perturbações do ritmo circadiano e privação do sono. 3 A privação do sono possui um efeito cumulativo nos profissionais de enfermagem que trabalham durante a noite, podendo desencadear a diminuição da capacidade mental, deficiências motoras, e o cansaço físico que tornar-se inevitável na vida desses trabalhadores. Também interfere diretamente nos sistema do corpo humano como digestivo, circulatório, gastrointestinal, nervoso, musculoesquelético, causando muita fadiga, irritabilidade, estresse, dores de cabeça frequentes, mau humor e depressão. Isso se dá devido o conflito existente entre os ritmos biológicos e a necessidade de trabalhar em horários adversos. 4 Nas últimas décadas tem-se observado uma tendência mundial no aumento da jornada de trabalho. 2, 5 Há dificuldade em se estabelecer um limite seguro para a duração das jornadas devido à variedade de condições envolvidas. Contudo, estudos apontam interferências negativas das longas jornadas de trabalho em diversos aspectos da vida dentro e fora do trabalho. 1, 6 - 10 Estudos 11 têm demonstrado que o trabalho em turnos noturno comumente provoca sonolência, fadiga e distúrbios do humor, e pode ainda desencadear ou agravar problemas cardiovasculares e intestinais, sendo estes responsáveis pelo declínio na produtividade e fatores de risco para ocorrência de erros e acidentes de trabalho. O ciclo vigília-sono é diretamente influenciado pelo trabalho noturno, bem como diversos outros ritmos circadianos. Considerando que os seres humanos possuem hábitos essencialmente diurnos, a atividade e a vigília estão concentradas durante o dia e o sono à noite. Desta forma, pode-se inferir que o indivíduo que trabalha a noite estará exposto ao risco de ter elevado nível de sonolência durante o dia o que favorece a incidência de acidentes de trabalho, ocorrência de lesões e erros. 12 O trabalho de enfermagem é realizado por diferentes profissionais que juntos compõem a categoria de enfermagem, são eles o auxiliar de enfermagem, o técnico de enfermagem e o enfermeiro, todos eles são reconhecidos na legislação do exercício profissional e cada um deles corresponde a um processo de formação próprio, que pressupõe um conjunto distinto de atividades. 13 Nesse grupo profissional, as longas jornadas podem levar à exaustão e fadiga, podendo afetar a assistência aos pacientes. da predominância feminina, 8, 15 1, 14 Além disso, em função a jornada de trabalho profissional se adiciona ao trabalho doméstico, compondo a chamada jornada total ou carga total de trabalho. 1, 10 OBJETIVO O objetivo deste estudo foi identificar na literatura científica as circunstâncias que envolvem a segurança e saúde dos trabalhadores de enfermagem do turno da noite desencadeados pela privação do sono. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Esse tipo pesquisa sintetiza resultados de pesquisas anteriores e mostra as conclusões do corpus da literatura sobre um fenômeno específico. Os dados resumidos e comparados permitem com que se obtenha conclusões gerais sobre o problema de pesquisa. Segue um processo de análise sistemático e sumarizado da literatura, o que qualifica seus resultados e possibilita identificar as lacunas do conhecimento em relação ao fenômeno em estudo, identifica a necessidade de futuros pesquisas, revela questões centrais da área em foco, identifica marcos conceituais ou teóricos, mostra o estado da arte da produção cientifica resultante de pesquisas sobre um determinado tema. A revisão integrativa da literatura representa mais um recurso para a construção do conhecimento em enfermagem e dado a sua natureza pode subsidiar o desenvolvimento e a acurácia da prática clínica e consequente intervenções que tenham como resultados a segurança do paciente. Conforme modelo previamente proposto, 17 16 esta revisão foi realizada em seis etapas distintas e sequenciais: 1) definição da pergunta norteadora; 2) busca da literatura; 3) coleta de dados; 4) análise crítica dos estudos incluídos; 5) discussão dos resultados; e 6) apresentação da revisão integrativa. Assim, como ponto de partida, foi formulado a seguinte questão de pesquisa: “o que tem sido produzido na literatura científica sobre as circunstâncias que envolvem a segurança e saúde dos trabalhadores de enfermagem do turno da noite desencadeados pela privação do sono”? Para responder essa questão, realizou-se pesquisa nas bases de dados eletrônicos: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library of Medicine (PUBMED), Medical Literature end Retrieval System on Line (MEDLINE) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Com base na terminologia em saúde DeCS, da Biblioteca Virtual em Saúde, utilizou-se na busca os descritores: privação do sono e enfermagem, e suas respectivas versões em inglês. A coleta de dados foi realizada em pares e ocorreu nos dias 30 de abril e 02 de maio de 2014. Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos foram os seguintes: artigos publicados entre o período de 2010 a 2014, nos idioma português, inglês ou espanhol; apresentar textos disponíveis na íntegra, pelas próprias bases de dados; e versar acerca da temática privação do sono nos trabalhadores de enfermagem. Foram excluídos do estudo dissertações, teses, estudos de validação de instrumentos/escalas e livro texto e artigos repetidos em mais de uma base de dados, foram considerados uma vez. O processo de seleção dos estudos foi dividido em duas etapas. Na primeira, o refinamento ocorreu pela leitura analítica dos títulos e dos resumos. Na segunda, após a identificação, de acordo com os critérios de seleção, leitura e releitura, foram selecionadas aquelas que realmente atenderam aos critérios de inclusão. Para extrair os dados dos artigos selecionados, foi utilizado um instrumento previamente validado na literatura. 18 Tal instrumento permite avaliar separadamente cada artigo, por meio de um formulário que comtempla os seguintes aspectos, considerados pertinentes: nome da pesquisa; nome dos autores; intervenção estudada; resultados; recomendações/conclusões. Na primeira análise foram obtidos 11 artigos que contemplavam simultaneamente os critérios de seleção. Após avaliação criteriosa de conteúdo, a amostra foi constituída de 10 artigos. Por fim, os artigos foram submetidos a todo o processo de extração de dados e, com base nisso, construído o texto científico. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram encontrados 11 artigos pertinentes à temática, porém, após avaliação criteriosa de conteúdo 1 foi excluído por incompatibilidade aos critérios de seleção. Logo, a amostra foi constituída por 10 estudos (quadro 1). Quadro 1 - Distribuição dos artigos segundo título, autoria, ano de publicação, periódico e País, 2014. TÍTULO Autores/Ano Periódico Sleep quality and SHAO M., CHOU Journal quality of life in Y., female YEH M. País of Taiwan & Advanced shift- TZENG W. 2010 Nursing working nurses. Napping During FALLIS Night W.M., American Shift: MCMILLAN D.E., Association Practices, EDWARDS M.P. Critical Preferences, and 2011 Perceptions Canadá of Care Nurses of critical care and Emergency Department Nurses. Sleep, stress and DORRIAN J., Rev. copensatory J., Pública behaviors PATERSON in DAWSON D., Saúde Austrália Australian nurses PINCOMBE J., and midwives. C., GRECH ROGERS A.E. 2011 Relationship COSTA A.S., Journal of Brasil between sleeping ROTENBERG L., Advanced on the night shift GRIEP and R.H., Nursing recovery FISCHER M. 2011 from work among nursing workers – the influence of domestic work. The impacto of NANN Advanced Practice Position Advances Statement in EUA 3057. Neonatal Care Nurses’ 2012 Shift Length and Fatigue on Patient Safety. Napping during EDWARDS M.P., Canadian Canadá breaks on night MCMILLAN D.E., Association shift: Critical care FALLIS nurse managers 2013 W.M. Critical of Care Nurses perceptions. Relationship COSTA between napping FISCHER during night shift GRIEP work F.M., Journal Brasil of General and R.H.ROTENBERG Medicine. household L. 2013. obligations female A.S., International of nursing personnel. The Relationship AZMOON H., Journal between Thermal DEHGHAN H., Environmental of Irã Comfort and Light AKBARI Intensity J., and with SOURI S. 2013. Public Health. Sleep Quality and Eye Tiredness in Shift Work Nurses. Effects of RUGGIERO J.S., Biological Napping on REDEKER Sleepiness and 2013. EUA N.S. Research for Nursing. Sleep-Related Perfomance Deficits in NightShift Workers: A Systematic Review. Sleep Deprivation JOHNSON and Error The EUA in JUNG L., BROWN Journal Nurses who Work K.C. the Night Shift. A.L., JONA: of WEAVER Nursing M.T., RICHARDS Administration. K.C. 2014. Quanto ao ano de publicação dos artigos, a análise revela que os anos de 2011 e 2013 foram os que apresentaram maior número de publicações, 6 (54,54%) no total, sendo 3 (27,27%) em ambos os anos. Os outros 5 artigos restantes foram publicados em 2014 (n = 2; 18,18%), em 2012 (n = 2; 18,18%) e em 2010 (n = 1; 9,09%). Os artigos selecionados foram socializados em 10 periódicos distintos, com destaque para a Journal of Advanced Nursing, responsável por 2 (18,18%) produções sobre a temática. Em relação aos países que mais publicaram destacamos o Estados Unidos (EUA) com 3 publicações, em seguida o Brasil e Canadá com 2 publicações cada, porém em cada país ambos os artigos são dos mesmos autores. Taiwan, Austrália e Irã com um artigo em cada país. Os resultados de um estudo realizado em cinco hospitais no norte de Taiwan mostram que as enfermeiras foram mais propensas a ter depressão, mudança de humor, irritabilidade, ansiedade pré-menstrual e dor menstrual com a privação de sono. 19 Muito embora o enfermeiro sendo um profissional que cuida de pacientes o tempo todo, muitas vezes não dar á devida importância a sua própria saúde. Alega não ter tempo, e isso influencia na sua vida pessoal, familiar e social de uma forma ou de outra. Mediante essas condições de saúde, esses profissionais devem buscar ajuda junto às instituições que trabalham por melhores condições de vida, se autocuidar, fazer exercícios físicos regularmente. Ter um estilo de vida mais saudável. A privação do sono no profissional de enfermagem que trabalha em ambientes de cuidados intensivos como a UTI aumenta significativamente o risco entre os pacientes, por se tratar de patologias graves em risco de vida. Muitos enfermeiros evitam o cochilo dos intervalos por considerar perigoso devido à inércia do sono. Alguns em vez de cochilar ficam envolvidos em atividades como leituras, assistindo televisão, ou conversando com outras pessoas. Os indivíduos que tem privação de sono crônica representam sérios riscos de saúde e segurança para os outros e para si mesmos por causa do desempenho cognitivo e deficiências motoras. 20 A privação do sono é inerente na vida dos profissionais de enfermagem que trabalham a noite. Em estudo realizado, os participantes relataram que utilizavam medicação prescrita, como sedativos, ou ingeriam bebida alcoólica para auxiliar a dormir em dias de folga. 21 Esse comportamento compromete cada vez mais a saúde do profissional trabalhador. Certamente um cochilo prolongado no ambiente de trabalho ajudaria a promover um sono mais reparador, pois a ingestão de cafeína, chocolate e coca-cola são bastante significativos durante os horários de trabalho para se manter alerta. Os estudos relatam que os profissionais de enfermagem que dormem durante o turno da noite no trabalho têm mais chances de se recuperar do sono do que aqueles que não dormem. Vale salientar que para realizar os cuidados de enfermagem é necessário muita atenção e concentração. É preciso que o profissional esteja bem fisicamente e psicologicamente no seu ambiente de trabalho para executar as suas tarefas devidamente. Como a permissão para dormir no trabalho ainda é controversa, fica difícil ter um lugar adequado e condizente para o descanso. 22 Um estudo realizado no Canadá mostra a importância em os gerentes de enfermagem cochilarem durante os intervalos no turno da noite. Com esse cochilo eles tiveram menos lapsos de desempenho, menos cansaço e sonolência. 23 A fadiga é considerada uma ameaça para os pacientes no momento em que acontecem os erros de medicação, como inevitáveis para os enfermeiros, os acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes. O ideal é ter um espaço adequado e confortável para que os enfermeiros possam cochilar durante o turno da noite. O que mais acelera a privação do sono para os trabalhadores do sexo feminino são as atividades domésticas após um dia de plantão noturno. Quando elas chegam a repousar uma a três horas no trabalho, elas melhoram a capacidade do sono. Muitas são as doenças relacionadas com o trabalho noturno, entre elas estão as Cardiovasculares, Diabetes Mellitus (tipo 2), hipertensão e obesidade. 24 Os estudos apontam que as condições ambientais, tais como iluminação e conforto térmico são fatores que influenciam na qualidade do sono e cansaço visual. A iluminação inadequada provoca dor de cabeça e neurose. Portanto, as mulheres que exercem as suas atividades laborais à noite têm mais chance de ter câncer. O sono adequado melhora o desempenho dos neurônios e da imunidade do corpo. O cansaço e as dores de cabeça frequentes melhoram com a menor intensidade da luz e o acondicionamento térmico, já que assim não exigem tanto esforço dos músculos da face. 25 Os enfermeiros que sofrem privação do sono cometem mais erros do que aqueles que não estão privados de sono. Os erros podem ser caracterizados em ocupacionais, quando há lesões músculos-esqueléticos e exposição a doenças infecciosas, e de assistência ao paciente, como quedas, queimaduras e úlceras de pressão. 26 Os resultados desta análise indicam que os trabalhadores do turno da noite estão mais propensos a ter privação de sono por um desalinhamento dos ritmos circadianos. As incompatibilidades entre os padrões circadianos, exigências do trabalho, responsabilidades familiares e domésticas contribuem para a sonolência subsequente, a fadiga e os déficits de desempenho noturno. Outra consequência grave que a privação do sono pode originar acidentes automobilísticos no percurso de casa. O estudo afirma que para o indivíduo ter uma vida saudável é preciso dormir cerca de 7 a 8 horas de sono por dia. 27 CONCLUSÃO A existência de numerosos profissionais de enfermagem que se submetem a longas jornadas de trabalho em plantões exaustivos com mais de 24 horas consecutivas, e que possuem mais de um vínculo profissional, pode ter como origem a baixa remuneração existente na área da enfermagem. Diante do exposto, das questões que permeiam a qualidade de vida do trabalhador de enfermagem, verifica-se que o trabalho noturno é um dos pontos que deve ser considerado relevante devido aos inúmeros efeitos negativos ligado à saúde do trabalhador. Os estudos realizados em várias partes do mundo, como nos EUA e Canadá, não mostraram resultados diferentes comparados aos estudos brasileiros que relacionaram privação de sono aos profissionais de enfermagem. As pesquisas não mostraram condições favoráveis ao trabalho noturno, e sim, apenas situações que podem gerar danos à saúde do trabalhador. De fato, existe uma necessidade de haver assistência de enfermagem durante a noite, no entanto o número de horas de cochilo inexpressivo estabelecido pelas instituições hospitalares ou a redução na quantidade de funcionários durante a noite podem interferir na atividade prestada ao paciente. A privação do sono além de afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores de enfermagem pode atingir igualmente a integridade do paciente que é assistido por estes, já que poderão ocorrer erros na assistência em virtude dos altos níveis de sonolência. Desse modo, espera-se que o recorte dos artigos apresentados possam ser difundidos posto que o tema ainda é escasso na literatura. E assim, consiga contribuir e favorecer a elaboração de programas de promoção de saúde para esse grupo profissional, reduzindo os riscos de acidentes ocupacionais e de assistência ao paciente. REFERÊNCIAS 1 - Inocente CO, Inocente JJ, Inocente NJ, Reimão R. Os efeitos da privação do sono em indivíduos jovens e adultos: o desempenho cognitivo, atenção sustentada e direção de automóveis. Revista Neurobiologia, 72(2), 1-14. 2009. 2 - Johnson JV, Lipscomb J. Long working hours, occupational health and the changing nature of work organization. Am J Ind Health; 49(11):921-29. 2006. 3 - Tucker P, Barton J, Folkard S. Comparison of eight and twelve hour shifts: impact on health, wellbeing, and alertness during the night shift. Occup Environ Med. 53 (11): 767–772. 1996. 4 - Mauro MYC, Gomes HF, Paula GS de, Rodrigues AF, Lima L dos SV. O trabalho noturno e a saúde do trabalhador de enfermagem: Revisão integrativa. Rev enferm UFPE on line., Recife,7(1):813-9,mar., 2013. 5 - Kuhn P, Lozano F. 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