1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Sergio Gross TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Higiene e Segurança no Trabalho: Um programa para a empresa Contactsul Ltda. Administração de Recursos Humanos ITAJAÍ (SC) 2008 - I 2 SERGIO GROSS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO: UM PROGRAMA PARA A EMPRESA CONTACTSUL LTDA Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ – SC, 2008 - I 3 Agradeço a Deus, por ter me resgatado de uma vida fútil e ter dado um novo sentido ao meu viver, pela família maravilhosa que me concedeu. A minha esposa Liège Faraco Gross a quem devo todo meu amor por seu incentivo e apoio, e aos meus amados filhos André e Gisele que compreenderam mais este desafio. A professora Justina da Costa Rodrigues, a quem eu admiro pela sua dedicação e profissionalismo. 4 “...quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo,...”. Palavras do Apóstolo Paulo. 5 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Sergio Gross b) Área de estágio Administração de Recursos Humanos c) Supervisor de campo Mário José Moritz d) Orientador de estágio Professora Justina da Costa Rodrigues e) Responsável pelos Estágios em Administração Professor Eduardo Krieger da Silva 6 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão Social Contact Condutores Elétricos Ltda. b) Endereço Rua Biguaçú, 685 – Bairro dos Municípios – Balneário Camboriú - SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração de Recursos Humanos d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Mário José Moritz - Diretor f) Carimbo e visto da empresa 7 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA ITAJAÍ, 02 de junho de 2008. A Empresa CONTACTSUL LTDA, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico Sergio Gross. _______________________________ Mário José Moritz 8 RESUMO A saúde e a segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho das organizações. A empresa Contctsul Ltda. preocupada em buscar informações e programas de desenvolvimento para proporcionar integridade física e mental para seus colaboradores, oportunizou a realização deste estudo com o objetivo geral de Elaborar um Programa de Higiene e Segurança no Trabalho e como objetivos específicos: Diagnosticar as práticas de segurança da empresa; levantar os acidentes ocorridos nos últimos dois anos; verificar que setores são mais suscetíveis a acidentes; levantar o número de dias de afastamento por acidente; identificar a percepção que os funcionários têm em relação às práticas de higiene e segurança do trabalho; apresentar um plano com as ações para a implantação da CIPA. A tipologia do trabalho caracterizou-se como proposição de planos, com delineamento qualitativo. Para o levantamento dos dados, foram utilizados entrevista semi-estruturada, não estruturada e observação. Os dados foram tratados mediante análise de conteúdo e apresentados por meio de quadros e textos descritivos. A pesquisa possibilitou identificar aspectos positivos como: a satisfação dos funcionários quanto ao ambiente de trabalho, o acompanhamento médico, a existência de programas como o PCMSO e o PPRA e a preocupação com o uso dos EPIs. Mas também identificou pontos que deverão ser corrigidos como: realizações de campanhas de prevenção de acidentes, registro e tratamento das não-conformidades que causaram os acidentes. O resultado permitiu a elaboração de um plano com as ações para a implantação da CIPA, contribuindo para alcançar os objetivos propostos. Palavras-chave: Administração de recursos humanos, CIPA, higiene e segurança do trabalho. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Categorias e significados........................................................................17 Figura 1 – Interligação das atividades de higiene do trabalho...................................28 Quadro 2 – Dimensionamento da Cipa......................................................................32 Quadro 3 – Descrição da atividade............................................................................33 Quadro 4 – Agrupamento de setores econômicos.....................................................34 Quadro 5 – Práticas de segurança do trabalho..........................................................57 Quadro 6 – Treinamento de segurança do trabalho..................................................58 Quadro 7 – Exames médicos.....................................................................................59 Quadro 8 – Ambiente de trabalho..............................................................................59 Quadro 9 – Campanhas de prevenção......................................................................60 Quadro 10 – Utilização de equipamento de proteção................................................61 Quadro 11 – Acidentes e afastamentos.....................................................................61 Quadro 12 – Condições de higiene e segurança no trabalho....................................63 Quadro 13 – Dados pessoais.....................................................................................66 Quadro 14 – Escolaridade e residência.....................................................................67 Quadro 15 – Trabalho................................................................................................68 Quadro 16 – Treinamento de segurança do trabalho................................................69 Quadro 17 – Exames médicos...................................................................................70 Quadro 18 – Campanhas de prevenção....................................................................70 Quadro 19 – Segurança na atividade de trabalho......................................................71 Quadro 20 – Utilização de equipamentos de proteção..............................................72 Quadro 21 – Ambiente de trabalho............................................................................73 10 LISTA DE SIGLAS AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AIT - Agentes de Inspeção do Trabalho CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho CANPAT - Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho CE - Comissão Eleitoral CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas MTE - Ministério do Trabalho e Emprego NR - Norma Regulamentadora OIT - Organização Internacional do Trabalho OMS - Organização Mundial de Saúde PAT - Programa de Alimentação do Trabalhador PCMSO - Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho SSST - Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13 1.1 Problema de Pesquisa ......................................................................................14 1.2 Objetivos.............................................................................................................15 1.3 Aspectos metodológicos...................................................................................16 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio..............................................................16 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa...............................................................17 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados..........................................17 1.3.4 Tratamento e análise dos dados.......................................................................19 2 REVISÃO BIBLIOGÁFICA.....................................................................................21 2.1 Administração.....................................................................................................21 2.2 Administração de Recursos Humanos.............................................................24 2.3 Contrato psicológico..........................................................................................25 2.4 Higiene e segurança do trabalho......................................................................27 2.5 Políticas de Segurança do Trabalho.................................................................31 2.6 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (NR 5)....................................33 2.6.1 Organização da CIPA........................................................................................36 2.6.2 Funcionamento da CIPA...................................................................................41 2.6.3 Treinamento dos membros da CIPA.................................................................42 2.6.4 Processo eleitoral da CIPA................................................................................43 2.6.5 Contratantes e contratadas e a CIPA................................................................45 2.7 Ergonomia NR 17................................................................................................46 2.8 Normas legais relacionadas à segurança do trabalho...................................48 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO..............................................53 3.1 Histórico..............................................................................................................53 3.1.1 Missão, Visão e Valores....................................................................................53 3.1.2 Estrutura Organizacional...................................................................................55 3.1.3 Área de Atuação................................................................................................56 3.1.4 Principais Clientes.............................................................................................57 12 3.1.5 Principais Fornecedores....................................................................................57 3.1.6 Principais concorrentes.....................................................................................58 3.2 Resultado da Pesquisa......................................................................................58 3.2.1 Diagnóstico das práticas de segurança do trabalho da empresa.....................58 3.2.2 Levantamento dos acidentes ocorridos por setor nos últimos dois anos..........65 3.2.3 Verificação dos setores mais suscetíveis a acidentes......................................66 3.2.4 Levantamento do número de dias de afastamento por acidente nos setores da empresa...........................................................................................67 3.2.5 Identificação da percepção dos funcionários em relação às práticas de higiene e segurança do trabalho....................................................................................67 3.2.6 Apresentação do plano com as ações necessárias para a implantação da CIPA.............................................................................................................76 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................81 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................83 APÊNDICE.................................................................................................................86 ANEXO.......................................................................................................................90 DECLARAÇÃO DA EMPRESA...............................................................................100 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS....................................................................101 13 1 INTRODUÇÃO Para as empresas atingirem a produtividade e eficácia desejada, uma de suas prioridades é a apresentação de boas condições no ambiente de trabalho, o que certamente proporcionará aos seus colaboradores um equilíbrio entre condições de vida e hábitos saudáveis. O desenvolvimento e crescimento de uma organização estão relacionados ao nível de comprometimento de seus colaboradores, que, mediante seu desempenho e talento agregam valor ao seu ambiente de trabalho. No contexto social também há uma conscientização a respeito da importância do conceito de qualidade de vida no seu âmbito mais geral, aplicado à vida como um todo, pelo fato de exigir das organizações uma visão mais ampla e percepção do que pode ser feito para melhorar as condições de vida e bem-estar dos empregados e até da sociedade. Estas exigências são refletidas por meio de uma crescente melhoria na aplicação das normas que orientam o empregador e o empregado a buscar estas condições de trabalho estável. Dentro do enfoque das necessidades do ser humano, a qualidade de vida no trabalho se manifesta na preocupação com a higiene e segurança do trabalho. A área de Recursos Humanos é responsável pela integração e relação do homem no trabalho, procurando o equilíbrio dos interesses entre empresa e funcionários. É uma área imprescindível para alinhar os objetivos estratégicos da organização aos objetivos dos Recursos Humanos, que tem como uma de suas preocupações o alcance dos resultados. Para tanto precisa estabelecer ações que garantam principalmente a integridade física e psíquica dos funcionários. A conscientização das empresas em proporcionar melhores condições de trabalho aos seus colaboradores veio da adaptação de muitos modelos utilizados em países desenvolvidos, o que possibilitou atingir resultados significativos em nosso país. Acredita-se, pela observação que se faz do desenvolvimento nas áreas que contextualizam as organizações, que a partir da década de setenta, quando foram oficializadas as profissões nas áreas da engenharia da segurança e medicina do trabalho, as atividades prevencionistas cresceram, e a legislação específica 14 conquistou uma nova dimensão, culminando com a edição das Normas Regulamentadoras. Diante deste contexto que tem se desenvolvido cada vez mais, é fundamental compreender a importância das práticas e políticas de segurança do trabalho para o desenvolvimento das organizações no aspecto da prevenção de riscos, afinal, anormalidades sempre são vistas de maneira negativa na imagem da empresa e no seu processo produtivo. A empresa Contactsul, preocupa-se em buscar informações e programas de desenvolvimento para oferecer melhor integridade física e mental no que se refere à segurança de seus colaboradores, o que justificou este estudo. Este trabalho de conclusão de estágio foi desenvolvido com a finalidade de verificar como um programa de segurança do trabalho poderá contribuir para a melhoria dos processos e para qualidade de vida dos colaboradores da empresa situada em Balneário Camboriú, onde são desenvolvidas atividades de fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados para o setor automotivo. 1.1 Problema de pesquisa Apesar da necessidade de um entendimento maior por parte de muitas empresas, existe uma preocupação com os colaboradores na área da segurança do trabalho, por este motivo tem-se desenvolvido políticas e práticas prevencionistas que tem possibilitado a ampliação dos investimentos neste aspecto, com a finalidade de melhorar o ambiente de trabalho e contribuir para empresa alcançar seus objetivos. Este trabalho foi realizado em Balneário Camboriú, na empresa Contactsul Ltda., que atua no mercado na área de fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados para o setor automotivo. A preocupação com a segurança do trabalho tem se mostrado uma excelente ferramenta para empresa atingir metas de produção, podendo proporcionar ao mesmo tempo conforto e integridade para a saúde física e mental de seus colaboradores. 15 Desta forma, este trabalho de conclusão de estágio se propôs em levantar “que aspectos deverão ser considerados para elaboração de um programa de segurança na empresa Contactsul Ltda.?”. A importância deste trabalho se caracterizou pela oportunidade que a empresa teve em conhecer suas forças e fraquezas na área da higiene e segurança do trabalho, buscando a partir daí um aperfeiçoamento no que for necessário por meio de melhorias e acompanhamentos, proporcionando maior segurança para os empregados que trabalham com algum grau de risco para sua integridade física. Para o acadêmico foi a oportunidade de testar seus conhecimentos numa realidade empresarial, o que condiz com a opinião de Roesch (1999, p. 19), onde afirma que o estágio “proporcionará uma oportunidade de testar seus conhecimentos”. Levando-se em conta o que foi observado pela autora, a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos recebidos, permite também transformá-los em vantagem competitiva para as partes envolvidas. Este trabalho teve caráter singular na empresa Contactsul Ltda., e se diferencia dos programas já implantados referente à segurança do trabalho, como também contempla uma área ainda não pesquisada na organização. Quanto à viabilidade de execução, obteve-se apoio e interesse da empresa e sua abertura em disponibilizar as informações necessárias para o seu sucesso, bem como o fato de que não acarretou custos para a mesma. 1.2 Objetivos O objetivo geral deste trabalho de conclusão de estágio foi Elaborar um programa de higiene e segurança no trabalho para a empresa Contactsul Ltda. Considerando o objetivo geral proposto acima, definiram-se os seguintes objetivos específicos: Diagnosticar as práticas de segurança do trabalho da empresa. Levantar os acidentes ocorridos por setor nos últimos dois anos. Verificar que setores estão mais suscetíveis a acidentes. 16 Levantar o número de dias de afastamento por acidente nos setores da empresa. Identificar a percepção que os funcionários têm em relação às práticas de higiene e segurança do trabalho. Apresentar um plano com as ações necessárias para a implantação da CIPA. 1.3 Aspectos metodológicos Este tópico apresenta os aspectos metodológicos para a realização do trabalho de estágio, envolvendo os itens de caracterização do trabalho de estágio, contexto e participantes da pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta, tratamento, e análise dos dados. 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio O delineamento deste trabalho de estágio utilizou o método qualitativo, considerando que a pesquisa qualitativa possui um caráter distinto da quantitativa, conforme sustenta Richardson (1999), a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentados pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características comportamentais. Quanto à tipologia de estágio, utilizou-se uma proposição de planos, e como ressalta Roesch (1999, p. 71), “a preocupação é apresentar soluções para problemas já diagnosticados pela organização”. Em uma proposição de planos a autora orienta que seja estudada e apresentada à viabilidade de um plano alternativo e apresentada sua proposta final, apresentando sugestões para sua implementação. A estratégia adotada classificou-se como estudo de caso, em razão de ser uma “estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno dentro de seu contexto”. (YIN, 2001, p. 19). 17 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa Como ressalta Mattar (2001, p. 67), “a participação da pesquisa consiste no questionamento, oral ou escrito, dos respondentes, para a obtenção do dado desejado, que será fornecido por declaração oral ou escrita do projeto”. Neste trabalho de estágio os participantes foram agrupados em duas classes distintas, aqueles que controlam os processos e práticas de segurança do trabalho, como o setor de recursos humanos, e aqueles que utilizam equipamentos de proteção (EPI). Sendo que estes que utilizam equipamentos de proteção formaram uma população de 14 funcionários. Em comentário a essa questão, o autor aborda que a população é o conjunto de elementos que possuem determinadas características. (RICHARDSON, 1999). Neste sentido, Marconi e Lakatos (1999), ressaltam que a pesquisa censitária é aquela que envolve toda população, sendo assim, para efeito deste trabalho foi utilizado este tipo de pesquisa, porque o processo de implantação da CIPA envolveu todos os funcionários da empresa Contactsul. 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados Coleta de dados nada mais é do que uma análise feita por uma equipe que verifica o processo de pesquisa em dados separados no tempo. Os dados foram coletados por meio de fontes primárias e secundárias, as fontes primárias de acordo com Richardson (1999, p. 253), “são aquelas que têm uma relação física direta com os fatos analisados, existindo um relato ou registro da experiência vivenciada”. Uma pessoa que observa um acontecimento é considerada uma fonte primária. Os dados primários foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada e não estruturada com o dirigente da empresa e com os funcionários, para diagnosticar as práticas de segurança da empresa e a percepção dos colaboradores com relação às práticas de Higiene e Segurança do Trabalho. A entrevista semiestruturada com o dirigente foi realizada na primeira quinzena de fevereiro/2008, conforme disponibilidade do gestor, no período da tarde, contemplou treze perguntas 18 direcionadas as práticas de higiene e segurança no trabalho, considerando as categorias dos autores Celinski (1994), Prado (2002), e Zocchio (2001), relacionadas no quadro 1. CATEGORIAS Práticas de segurança Treinamento de segurança Exames médicos Ambiente de trabalho Campanhas de prevenção Utilização de EPIs Acidentes e afastamentos Condições de Higiene e segurança SIGNIFICADOS Práticas que a empresa utiliza Investimento em treinamentos Realização de exames periódicos Limpeza, iluminação, ventilação Conscientização dos funcionários Orientação, controle, necessidade Levantamento dos acidentes Inspeção, reclamações, tratamento Quadro 1: Categorias e Significados Fonte: Adaptado com base nos autores Celinski (1994), Prado (2002) e Zocchio (2001). A pesquisa com os funcionários ocorreu por meio de uma entrevista semiestruturada, utilizando-se também as categorias citadas no quadro 1, contendo dezessete perguntas, onde nas primeiras sete tratou-se do perfil dos funcionários e as outras da percepção que os funcionários têm em relação a estas práticas. Os funcionários foram chamados um a um, sendo explicado o motivo da pesquisa, cada entrevista foi realizada no tempo médio de uma hora, na segunda quinzena de fevereiro de 2008, sendo entrevistado um a dois funcionários por dia, conforme disponibilidade de tempo dos mesmos. A entrevista não estruturada, sem uso de roteiro, permite ao entrevistador maior flexibilidade e um melhor aproveitamento das falas do entrevistado, proporcionando um bom desenvolvimento da entrevista e um aprofundamento no foco do estudo. (RICHARDSON, 1999) A entrevista semi-estruturada como explica Marras (2002, p. 148) “é a entrevista cujo processo pode ser ou não planejado o que e como fazer ao longo de todo o tempo da entrevista”. Para um melhor entendimento sobre fontes secundárias, Mattar (2001, p. 48), assinala, que “as fontes secundárias são aquelas que já foram coletadas, tabuladas, ordenadas e às vezes até analisadas e que estão catalogadas à disposição dos interessados”. Foi também utilizada a análise documental, conforme sustenta Richardson (1999, p. 230), esta análise “consiste em uma série de operações que visam estudar e analisar os vários documentos para descobrir as circunstâncias sociais e/ou 19 econômicas com as quais podem estar relacionadas”. Esta análise foi utilizada para atender os objetivos de levantamento e verificação de dados para a pesquisa. O pesquisador também utilizou o método de observação participante para a complementação dos dados, que de acordo com Marconi e Lakatos (1999), consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. O pesquisador se incorpora ao grupo com o objetivo de conquistar confiança e fazer os indivíduos compreenderem a importância do trabalho. Neste trabalho a observação ocorreu nos meses de agosto a novembro de 2007 e março a junho de 2008, período em que foram cumpridas as horas de estágio, mediante uma freqüência na empresa de dois dias por semana, por tempo de duas horas em cada dia. O referencial teórico para a elaboração do instrumento considerou os autores Zocchio (2001), Celinski (1994) e Prado (2002). 1.3.4 Tratamento e análise dos dados Os dados foram organizados de duas maneiras distintas: por tipo de acidentes e por área de trabalho. Este processo conforme Richardson (1999), representa um nível de análise que permite identificar as características dos fenômenos, possibilitando também a ordenação e classificação destes. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo e apresentados por quadros e textos descritivos. A análise de conteúdo como assinala Richardson (1999, p. 223), “é um conjunto de instrumentos metodológicos cada dia mais aperfeiçoados que se aplicam a discursos diversos”. Já Roesch (1999), conceitua análise de conteúdo como sendo o “método que busca classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias e conteúdos”. Sendo assim, as análises foram definidas de acordo com o referencial teórico utilizado. Em consonância com o acatado por Mattar (2001, p. 192), “o objetivo principal da análise de dados é permitir ao pesquisador, o estabelecimento das conclusões, a partir dos dados coletados”. 20 A partir destes dados coletados os resultados foram apresentados por meio de quadros, utilizando textos explicativos, que segundo Roesch (1999), cabe ao pesquisador interpretar e explicar o conteúdo e dessa forma expor os resultados obtidos. 21 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo fundamenta o conhecimento necessário para execução da proposta de estudo, abordando os seguintes assuntos: funções e princípios da administração, funções do administrador, áreas da administração, administração de recursos humanos, e temas relacionados à Higiene e Segurança do Trabalho. 2.1 Administração A administração revela-se nos dias atuais como uma das áreas do conhecimento humano que mais apresenta complexidade e desafios. O profissional que utiliza a administração como sua área de atuação, pode trabalhar nos mais variados níveis de uma organização, desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização. A administração norteia diversas áreas de especialização, e em cada uma destas áreas as contingências são altamente diversificadas. A administração conforme sustenta Daft (2005, p.5), “é o alcance das metas organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”. A administração, portanto, trata do planejamento, da organização, da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorrem dentro de uma organização. Para Drucker (2001), a administração é uma ciência eminentemente orientadora, buscando equacionar como as coisas podem ser feitas de maneira correta, em quais circunstâncias ou ambientes e por que. A administração é o ato de pensar e, sobretudo, raciocinar a partir de uma bagagem de conceitos e idéias que trazem ferramentas que viabilizam a maximização dos resultados. O administrador de empresas é a pessoa que irá dirigir um negócio, seja ele grande ou pequeno, estabelecendo metas e objetivos, e por meio da utilização de ferramentas de trabalho atingir os objetivos propostos. 22 Uma das tarefas da administração como ressalta Drucker (2001, p. 32), “é tornar o trabalho produtivo e transformar o trabalhador em realizador. A empresa só possui um recurso verdadeiro: o homem”. Percebe-se que a administração atinge seus objetivos quando torna produtivos seus recursos humanos, de maneira que este alcance suas metas por intermédio do trabalho. As organizações, cada vez mais buscam diversos objetivos, sendo na sua área de atuação ou até mesmo na prospecção de novos nichos de mercado e para cada uma delas, devem ser buscadas as respostas certas para cada tipo de ação. Com relação a este assunto, Chiavenato (2001), salienta que, não existem duas organizações iguais, como também não existem pessoas idênticas. Cada organização tem seus objetivos próprios, ramo de atividades, gestores e pessoal, suas dificuldades internas e externas, seu mercado, tecnologia e políticas de negócio. Nesse sentido a administração sofre transformações com o objetivo de facilitar o modo de obter resultados por meio das pessoas, apresentando abordagens de acordo com necessidades do meio onde as organizações estão inseridas. As áreas de atuação da Administração incluem Administração de Produção, Administração de Marketing, Administração Financeira, Administração de Materiais e Administração de Recursos Humanos. A administração de produção como ressalta Moreira (1998, p.16), “diz respeito àquelas atividades orientadas para a produção de um bem físico, ou à prestação de um serviço”. Entende-se ainda que a administração de produção seja subdividida em sistemas que fazem com que os processos produtivos funcionem adequadamente. Como salienta o mesmo autor, sistema de produção é um conjunto das atividades e operações inter-relacionadas e envolvidas na produção de bens ou serviços. Em comentário a essa questão Silva (1997, p.10), aponta que a “administração de produção é a especialização administrativa que trata do planejamento, organização, direção e controle do setor de produção de uma empresa”. A Administração de Marketing busca realizar determinados objetivos mediante programas voltados à comercialização de produtos e serviços. 23 Conforme dispõe Kotler e Armstrong (1998, p.8), “a administração de marketing, envolve uma demanda administrativa que, por sua vez, envolve relacionamentos administrados com o cliente”. Analisando a Administração de Marketing, verifica-se que os objetivos que envolvem esta área de atuação dividemse em: implementação e controle de programas, destinados a criar, desenvolver e manter trocas de benefícios com os compradores-alvo, a fim de atingir objetivos organizacionais. De acordo com Silva (1997, p.120), “administração de marketing é o planejamento administrativo que trata do planejamento, organização, direção e controle do setor de comercialização de uma empresa”. A Administração Financeira é uma das áreas da administração cuja finalidade é a melhor utilização possível de recursos financeiros, bem como sua maximização, para prover a maior rentabilidade e liquidez para a organização. A função financeira, como salienta Archer e D’Ambrosio (1969, apud SANVICENTE, 1987, p. 367), compreende: [...] os esforços despendidos, objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de certo grau de liquidez. A administração financeira tem como função primordial à análise de equilíbrio entre o investimento e o retorno das empresas, objetivando assim, a sua sobrevivência dentro do “administração financeira mercado. é a De acordo especialização com Silva administrativa, (1997, que p.157), trata do planejamento, organização, direção e controle do setor de finanças de uma empresa”. A Administração de Materiais é outra importante área da administração, responsável pelo abastecimento e controle de produtos, e como observa Gurgel (2000, p. 15), é uma ”atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto, terminando no cliente”. Acerca do tema em apreço, Dias (2005, p. 13), enfatiza que “a administração de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa”. Finalmente, pretende-se abordar a área de recursos humanos e sua importância nas organizações, e a respeito deste tema Daft (2005, p. 293), salienta 24 que, “a administração de recursos humanos tem papel importante em encontrar e desenvolver as pessoas da organização como recursos humanos que contribuem para o seu sucesso” isto quer dizer que, para o sucesso de uma organização é necessário encontrar as pessoas certas para desempenhar as funções certas, bem como saber desenvolvê-las para alcançar os objetivos da empresa. Sendo esta uma das responsabilidades da administração de recursos humanos. 2.2 Administração de Recursos Humanos A área de Recursos Humanos é de fundamental importância para o desenvolvimento das organizações. Marras (2002), enfatiza que as responsabilidades primordiais da área responsável pelos Recursos Humanos é cuidar da qualidade de vida dos empregados e melhorar os resultados organizacionais por meio de programas que visam implementar e manter a qualidade e a produtividade destes empregados, bem como integrar o colaborador aos objetivos da empresa e ao seu contexto, com o fim de atingir metas. O ambiente empresarial é altamente competitivo, e para que alcance o sucesso desejado é necessária uma administração eficaz de recursos humanos, desta forma Chiavenato (1999, p. 103), salienta que: [...] como os recursos humanos constituem o elemento crítico em cada componente da organização de RH se fundamenta na responsabilidade de cada gerente em cada área funcional da organização, seja ela finanças, contabilidade, marketing, produção, compras e inclusive a ARH. Administrar pessoas é uma responsabilidade gerencial, isto é, de linha, embora seja uma função de staff. Entende-se então, que independente da área escolhida, o futuro administrador necessita ter uma visão holística, principalmente no que se refere aos recursos, ou ativos da organização. Portanto, os recursos humanos das organizações, são as pessoas participantes de todos os processos e da continuidade desta, desde o nível mais baixo ao mais alto da empresa. São recursos que aprendem, crescem e desenvolvem-se, ao contrário de máquinas e equipamentos. A administração de Recursos Humanos tem então, um papel muito importante dentro das organizações, onde trabalham pessoas completamente diferentes, de culturas diversas. Desta forma, Milkovich e Boudreau (2000, p. 19), entendem a 25 administração de recursos humanos como, “uma série de decisões integradas que passam as relações de trabalho, sua qualidade e influência diretamente na capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos”. A administração de recursos humanos pode fazer com que as pessoas cresçam e sejam beneficiadas pelo seu trabalho mediante a integração entre pessoas com a empresa. De acordo com Daft (2005, p. 293), a administração de recursos humanos refere-se ao “projeto e à aplicação de sistemas formais em uma organização para garantir o uso eficaz e eficiente do talento humano na realização das metas organizacionais”. A administração de recursos humanos é responsável pela integração entre as pessoas e a organização, para que por meio desta união possa ocorrer um ambiente saudável, desenvolvendo uma força de trabalho eficaz dentro da organização, de maneira que seus objetivos sejam atingidos. Os processos da administração de RH são ferramentas para que o administrador tome decisões adequadas, de como integrar, coordenar e até satisfazer os próprios funcionários. Conforme enfatizam Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 61), “é por em prática uma estratégia tanto no nível microssocial quanto no nível macrossocial, ou seja, operacionalmente, as estratégias devem direcionar a gestão da organização”. Não basta somente possuir uma estratégia, é necessário muito mais do que documentos que se tornam obsoletos sem uma gestão que direcione a organização à prática de seus conhecimentos, sendo um deles a prática da higiene e segurança do trabalho. 2.3 Contrato psicológico É importante conceituar contrato psicológico, bem como sua ligação com as expectativas dos indivíduos, considerando que ao abordar o tema segurança do trabalho percebe-se que, assim como o empregador espera que os indivíduos alcancem os objetivos da organização, estes por sua vez esperam um ambiente seguro no trabalho de maneira que possam desempenhar suas funções com tranqüilidade. 26 Para França (2006, p. 11), “o Contrato Psicológico é um fenômeno psicossocial que ocorre sempre que se constroem vínculos, em que entra em jogo a satisfação das necessidades de duas ou mais partes”. Os vínculos psicossociais têm sua origem nas necessidades individuais e coletivas. (HANDY, 1978). No relacionamento entre um funcionário e a organização, cada uma das partes só participa pelo que espera em troca de sua participação. Um indivíduo, assim como a organização, constitui um sistema com necessidades específicas. Esses dois sistemas só se unem em um relacionamento cooperativo quando ele oferece oportunidade para satisfação de suas respectivas necessidades. A organização emprega o indivíduo porque seus serviços são essenciais para a conquista de suas metas; da mesma forma, o indivíduo só contribui com seus serviços quando isso proporciona a satisfação de suas necessidades pessoais. O contrato psicológico pode ser entendido como o conjunto dos termos altamente subjetivos e específicos para cada empregado, termos estes que podem ser elementos concretos (salário, condições de trabalho), ou abstratos (segurança, desafio pessoal), de uma relação de troca entre empregado e empregador. A formação desta relação de troca tem início desde o processo de recrutamento e seleção do empregado e se prolonga durante todo o vínculo do empregado com a organização. De acordo com Rousseau (1993, apud MENEGON, 2004), o contrato psicológico dentro das organizações faz referência às crenças individuais sobre termos de troca entre o empregador e o empregado. O conceito de contrato psicológico do trabalho subentende a existência de duas partes: a organização e o individuo que nela trabalha. A relação entre os dois componentes deste contrato é interativa e possui influência mútua, e mútuo ajuste, para que seja funcional. Esse contrato não se dá formalmente e rege o que a organização espera dos indivíduos que nela trabalham e o que esses indivíduos esperam dessa organização. Assim, o contrato psicológico do trabalho é um conjunto de expectativas de ambas as partes sobre as ações da outra parte ou seu modo de se comportar. Essas expectativas inerentes aos dois participantes desse tipo de contrato acabam sendo um forte determinante no comportamento de ambos. A respeito deste assunto Chiavenato (2004, p. 117), salienta que “a interação psicológica entre empregado e organização é basicamente um processo de reciprocidade”. Neste processo a organização realiza a parte dela pelo participante, 27 remunerando-o e oferecendo segurança; reciprocamente, o participante cumpre sua parte trabalhando e desempenhando suas tarefas. A essa reciprocidade o autor comenta que alguns psicólogos chamam de contrato psicológico, ou seja, aquilo que vai além do contrato formal, que é um entendimento tácito entre indivíduo e organização. Em relação a isto, pode-se dizer que existe uma expectativa entre as duas partes no que se refere à segurança do trabalho, onde o empregado espera encontrar um ambiente seguro e estável, para desenvolver suas habilidades e desempenhar as tarefas; por outro lado e empregador também espera que este empregado tenha o cuidado e a atenção no trabalho de modo a não acarretar nenhum tipo de acidente, seja ele físico ou material, evitando com isto prejuízos com o afastamento do empregado e falta de mão-de-obra para atingir seus objetivos. Para que as expectativas sejam atingidas neste caso é necessário que o empregador seja responsável oferecendo os equipamentos de segurança ao empregado, e este por sua vez faça uso dos mesmos para o seu próprio benefício, bem como para atingir metas da empresa relacionadas à segurança e saúde. 2.4 Higiene e Segurança do trabalho A higiene e segurança do trabalho é outra forma onde as organizações estabelecem um plano de manter condições adequadas à saúde e ao bem-estar dos funcionários. Para Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 229) a higiene no trabalho “é uma ciência voltada para o conhecimento, avaliação e controle dos riscos para a saúde dos funcionários, visando à prevenção das doenças ocupacionais, aquelas relacionadas à profissão”. Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário voltar um pouco no tempo e observar que o homem primitivo teve sua integridade física e capacidade produtiva diminuída pelos acidentes da caça, da pesca e da guerra, que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época. Depois, quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o minério e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das 28 primeiras ferramentas, conhecendo também, as primeiras doenças do trabalho, provocadas pelos próprios materiais que utilizava. (ALBERTON, 1996). A partir daí, grande parte das atividades às quais o homem tem se dedicado ao longo dos anos, apresentam uma série de riscos em potencial, freqüentemente concretizados em lesões que afetam sua integridade física ou sua saúde. Conforme afirmam Ansell e Wharton (1992, apud ALBERTON, 1996, p. 67), “o risco é uma característica inevitável da existência humana”. Entende-se então que o homem, as organizações e a sociedade se quiserem atingir novos patamares de crescimento, não conseguem sobreviver por um longo período sem a existência de tarefas perigosas, ainda que planejadas. Nesse contexto Alberton (1996, p. 34), comenta a respeito da evolução do prevencionismo: O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a organização das primeiras fábricas modernas e Indústrias, o que significava uma revolução econômica e social também acarretou os primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se alastravam e tomavam proporções alarmantes. Este avanço tecnológico permitiu a organização das primeiras fábricas modernas, a extinção das fábricas artesanais e o fim da escravatura, significando uma revolução econômica, social e moral. Contudo, foi com o surgimento das primeiras indústrias que os acidentes de trabalho se alastraram, tomando proporções alarmantes. Os acidentes eram, em grande parte, provocados por substâncias e ambientes inadequados, dadas às condições subumanas em que as atividades fabris se desenvolviam, e grande era o número de doentes e mutilados. Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial, apesar de apresentar algumas melhoras com o surgimento dos trabalhadores especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que necessitavam cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade. Durante a Segunda Grande Guerra, o movimento prevencionista toma forma, pois foi quando se pôde perceber que a capacidade industrial dos países em luta seria o ponto crucial para determinar o vencedor, capacidade esta, mais facilmente adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. (ALBERTON, 1996). 29 A partir daí, a Higiene e Segurança do Trabalho transformou-se, definitivamente, numa função importante nos processos produtivos e enquanto nos países desenvolvidos este conceito já é popularizado, os países em desenvolvimento lutam para implantá-lo. A atividade de higiene e segurança do trabalho ou higiene industrial, no contexto da gestão de RH, segundo Carvalho e Nascimento (1998, p.296), ”inclui uma série de normas e procedimentos”. Ela tem por objetivo a proteção da saúde física e mental do empregado, procurando resguardá-lo dos riscos de saúde relacionados com o exercício de suas funções e com o ambiente físico onde o trabalho é executado. Nos países da América Latina, a exemplo da Revolução Industrial, a preocupação com os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais também ocorreu mais tardiamente, sendo que no Brasil os primeiros passos surgem no início da década de 30 sem grandes resultados, tendo sido inclusive apontado na década de 70 como o campeão em acidentes do trabalho. (CARVALHO E NASCIMENTO, 1998). “Um dos primeiros e significativos avanços no controle e prevenção de acidentes foi à teoria de Controle de Danos concretizada nos estudos de Bird e complementada pela teoria de Controle Total de Perdas de Fletcher”. (ALBERTON, 1996, p. 42). Com a Engenharia de Segurança de Sistemas introduzida por Hammer, surgem as técnicas de análise de riscos com o que hoje se tem de melhor em prevenção. Colocando o homem num patamar onde se torna figura central, sendo então rodeado por todos os outros componentes que compõe um sistema, como: equipamentos, materiais, instalações e hoje, numa visão mais moderna de qualidade de vida, o meio ambiente e a preservação à natureza. Com relação à Legislação em Segurança do Trabalho no Brasil, as leis que começaram a abordar a questão da segurança no trabalho só surgiram no início dos anos 40. De acordo com Lima Jr. (1994), o qual fez um levantamento desta evolução, o assunto só foi mais bem discutido em 1943 a partir do Capítulo V do Título II da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A primeira grande reformulação deste assunto no país só ocorreu em 1967, quando se destacou a necessidade de organização das empresas com a criação do SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). O grande salto qualitativo da legislação brasileira em segurança do trabalho ocorreu em 1978 30 com a introdução das vinte e oito normas regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. A Legislação atual de Segurança do Trabalho no Brasil compõe-se de Normas Regulamentadoras, complementares, como Normas portarias e Regulamentadoras decretos e Rurais, também as outras leis Convenções Internacionais da OIT - Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. Diante de tantos conceitos e afirmações dos autores estudados, entende-se que do ponto de vista da administração de RH, a saúde e a segurança dos empregados se constitui em uma das principais bases para a preservação da força de trabalho qualificada de uma organização. Desta maneira o conceito de Higiene do trabalho é descrito por Saliba, Corrêa e Amaral (2002, p. 11), como: A ciência e a arte dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidades, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. Portanto, os objetivos de um programa de higiene do trabalho consistem reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais presentes nos locais de trabalho. Dos ensinamentos de Carvalho e Nascimento (1998), a Higiene e Segurança do Trabalho são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre o moral dos empregados. Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, seja eliminando as condições inseguras do ambiente, ou instruindo e convencendo as pessoas para implantação de práticas preventivas. Referente às colocações expostas pelos autores acima, a figura abaixo possibilita melhor compreensão da interligação das atividades da higiene e segurança do trabalho: É a ciência que atua no campo da saúde ocupacional Aplicando os recursos da Prevenir engenharia e medicina Doenças do trabalho Figura 1 – Interligação das atividades de higiene do trabalho. Fonte: Saliba, Corrêa e Amaral (2002, p. 11). Decorrente Dos riscos ambientais s 31 As empresas se aperfeiçoam cada vez mais na área de qualidade de vida de seus funcionários, criando ferramentas e serviços de segurança. De modo genérico a Higiene e Segurança do Trabalho constituem duas atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho, capazes de manter certo nível de saúde dos empregados. 2.5 Políticas de segurança do trabalho A administração de qualquer atividade exercida numa empresa será sempre mais fácil e mais eficaz quando estiver alicerçada em uma política cuidadosamente definida com o assunto a ser administrado. A segurança e a saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho; acima de tudo, pela importância sócio-econômica dessas atividades e pela sensibilidade administrativa que requerem. (CAMPOS, 2007). A política prevencionista deve fazer parte do conjunto de políticas de uma empresa, segundo Zocchio, (2000, p. 13), ela trata “de algo indispensável ao pleno êxito das demais atividades, a segurança e a saúde dos trabalhadores, fatores de inegável valor para a qualidade de vida dos empregados e produtividade da empresa”. A política que trata da prevenção de acidentes se difere de outras políticas empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de um documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por pessoas e setores da empresa, pois, conforme ressalta o mesmo autor, (2000, p.13), estão incluídos nessa definição de conduta: “Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a Comissão Interna de Prevenção e Acidentes (CIPA), como comissão legalmente constituída”. Esta política abrange principalmente atividades da engenharia de segurança e da medicina do trabalho e pode ser descrita num mesmo texto ou num texto individual para cada área, pois, na opinião de Campos, (2007, p. 28), “tanto faz um 32 texto comum como um individualizado, desde que leve ambas as atividades a se encontrarem nos pontos em que devem complementar-se e caminharem juntas”. Uma política de segurança possibilita cobertura normativa e apoio logístico a alguns assuntos administrativos e operacionais das atividades destinadas à prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, para assegurar o sucesso das atividades. De acordo com Zocchio, (2000, p. 21), existem seis ramos principais da política prevencionista, como estão em destaque abaixo: • Tipo de organização. • Definição de responsabilidades. • Ações em casos de acidentes e de doenças. • Ações nas várias atividades do controle de riscos. • Plano de educação e treinamento. • Plano de promoção e divulgação. As vantagens de uma política de segurança e saúde no trabalho bem definida mantém estável a operacionalidade das atividades, evitando-se riscos de mudança de rumo em determinadas ocasiões, o que não é conveniente, pois causam instabilidade as atividades prevencionistas. O autor faz menção de exemplos como à troca de dirigentes que realizam tudo a sua maneira, sem se preocuparem com o que pode acontecer, o que importa é sua satisfação pessoal, ou ainda, a substituição da chefia do SESMT, por profissional de fora que passa a fazer as coisas a sua moda. Cabe principalmente ao grande escalão da empresa, diretoria ou administração, segundo salienta o mesmo autor, (2000, p. 61), algumas responsabilidades como: “Definir a política a ser aplicada as atividades prevencionistas da empresa; assinar o texto da política a ser cumprida por todos os empregados e setores da empresa; e cobrar pelo cumprimento da política”. Administrar uma atividade tão importante como segurança e saúde no trabalho sem a base de uma política que defina os rumos que a empresa deseja dar a essa atividade e os objetivos que espera alcançar é no mínimo difícil de compreender, portanto, ter uma política bem elaborada nesta área, contribuirá na redução dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais. 33 2.6 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Esta sessão secundária tratará de maneira sucinta e objetiva a respeito da CIPA, baseada na Norma Regulamentadora 5 (NR 5). A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é um programa implantado junto ao departamento de segurança que objetiva diminuir ou até extinguir os acidentes e doenças causadas pelo trabalho utilizando-se de técnicas apropriadas. Partindo-se para legislação da CIPA, no dia 1° de maio de 1943 foi criado o Decreto-Lei nº. 5.452, que aprovou a CLT e em seu Capítulo V, que tratou da questão da Segurança e da Medicina do Trabalho, na Seção III, dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas, em seu artigo 163, tornou obrigatório a constituição da CIPA, de conformidade com instruções expedidas pelo MTE, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas, e em seu artigo 165, relatou que os titulares da representação dos empregados nas CIPA's de não poderem sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro (GONÇALVES, 2000). Segundo a Portaria n° 3.214 de 8 de junho de 1978, aprovaram as NR's, e dentre as trinta e uma, conforme a última revisão desta portaria encontra-se aquela que rege a CIPA, que é a NR-5 (MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005). A CIPA é um grupo constituído por representantes do empregador e dos empregados, que "tem por objetivo prevenir os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanente o trabalho com a preservação da vida e preservação da saúde do trabalhador", conforme a NR-5, item 5.1 (MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS, 2005, p. 64). Fica claro que o objetivo da CIPA é envolver tanto os empregados como o empregador de uma empresa, para proporcionar um ambiente seguro de trabalho por meio da prevenção de acidentes. A NR-5, em seu item 5.2, que trata da constituição, relata que: Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-Ia em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, bem como outras instituições que admitem trabalhadores como empregados. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64). 34 Portanto a CIPA não se restringe somente a empresas de grande porte e privadas, senão a todas aquelas que admitem trabalhadores diretos, sejam elas privadas ou públicas, beneficentes ou recreativas, a preocupação com a saúde deve estar em todos os setores que envolvem pessoas. A CIPA é imposta somente as empresas com vinculo empregatício de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas a segurança é responsabilidade de todos. A NR-5, em seu Quadro I, relata o Dimensionamento da CIPA , e é bem clara quando afirma que somente é consolidada quando o número de empregados de uma organização for de vinte ou mais. O resumo do quadro da NR-5 é apresentado abaixo para visualizar-se em que grupo a empresa, objeto do estudo, se encontra e qual seu dimensionamento para implantação da CIPA: *GRUPOS N° de Empregados no Estabele cimento 20 a 29 101 141 121 a 301 a a a 140 500 120 300 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar 5 6 1 3 4 4 1 81 a 100 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 N° de Membros da CIPA 30 a 50 5001 a 10.000 51 a 80 0a 19 501 a 1000 1001 a 2501 a 2500 5000 C-7 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1 Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1 C-7a C-8 C-9 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2 C-10 C-11 C-12 C-13 C-14 Quadro 2: Dimensionamento da CIPA Fonte: Adaptado da NR-5 (Parte do anexo A) 35 De acordo com Araújo (2002), o quadro acima determina o dimensionamento da CIPA no qual se encontra o número de membros para a comporem em efetivos e suplentes referentes ao número de funcionários do estabelecimento e grupo de classificação e atuação da empresa de C1 a C35, para que se realize a eleição e indicação de seus componentes. O grupo de classificação da empresa em questão é C-14, sendo necessário um mínimo de 20 empregados para compor a CIPA, com um efetivo e um suplente, o que não representa a realidade da empresa que possui em seu quadro 19 funcionários, não sendo isto impedimento para implantar a CIPA. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão por eles designados mediante votação secreta e individual, os mais votados serão os titulares e seus suplentes serão aqueles com voto imediatamente inferior aos titulares. A NR-5, nos itens 5.4 e 5.5, cita que: 5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a integração da CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. 5.5 As empresas instaladas em centros comerciais ou industriais estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com o objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. (MANUAIS DE LEGISLAÇÂO ATLAS, 2005, p. 64). Isto quer dizer que, se uma organização possuir vários pontos de atuação diferentes dentro da mesma cidade, deve envolver cada estabelecimento segundo sua classificação de atividade econômica, o que é especificado pela CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas. O quadro abaixo apresenta a descrição da atividade da empresa em pauta conforme a classificação da CNAE: CNAE 27.32-5 27.33-3 27.40-6 27.51-1 27.59-7 27.90-2 DESCRIÇÃO Fabricação de material elétrico para instalações em circuito de consumo Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico Fabricação de aparelhos eletrodomésticos não especificados anteriormente Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente Quadro 3 – Descrição da Atividade Fonte: Adaptado da NR-5 Grupo C-14 C-14 C-14 C-14 C-14 C-14 36 Em relação à classificação para o dimensionamento e implantação da CIPA, a empresa CONTACTSUL classifica-se na atividade econômica – CNAE, conforme número 27.33-3, na fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados, fazendo parte do grupo C-14. O quadro abaixo apresenta o setor em que a empresa se encontra, que é de Equipamentos/ Máquinas e Ferramentas. C-14 - EQUIPAMENTOS/MÁQUINAS E FERRAMENTAS 25.12-8 25.21-7 25.22-5 25.41-1 25.42-0 25.43-8 25.91-8 25.93-4 25.99-3 26.10-8 26.21-3 26.22-1 26.31-1 26.32-9 26.40-0 26.51-5 26.52-3 26.60-4 26.70-1 27.10-4 27.31-7 27.32-5 27.33-3 27.40-6 27.51-1 27.59-7 27.90-2 28.11-9 28.12-7 28.13-5 28.14-3 28.15-1 28.21-6 28.22-4 28.23-2 28.24-1 28.25-9 28.32-1 28.33-0 28.40-2 28.51-8 28.52-6 28.54-2 28.61-5 28.62-3 28.63-1 28.64-0 28.65-8 28.66-6 28.69-1 29.45-0 31.02-1 31.03-9 32.30-2 32.40-0 32.50-7 33.11-2 33.12-1 33.13-9 33.14-7 33.19-8 33.21-0 38.31-9 95.12-6 95.21-5 Quadro 4 – Agrupamento de Setores Econômicos Fonte: Adaptado da NR-5 Neste quadro está sendo apresentado somente o item C-14, que se refere ao setor específico ao que a empresa, objeto do estudo está enquadrada. Caso a empresa não tenha o número de empregados especificado no quadro 2 desta norma, e quiser constituir a CIPA, poderá designar um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta Norma Regulamentadora, podendo ser empregado, desde que ocorra uma negociação coletiva. Como previsto no mandato dos membros da CIPA, este tem a duração de um ano, com direito a uma reeleição. 2.6.1 Organização da CIPA A organização da CIPA é composta por representantes do empregador e do empregado, conforme o Quadro 2 - Dimensionamento de CIPA - exposto no Anexo A: efetivos e suplentes. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão indicados por eles mesmos, diferentemente dos representantes dos empregados, que serão eleitos por voto secreto com posse no primeiro dia útil após o término do mandato anterior da CIPA. 37 Quanto ao número de titulares e suplentes da CIPA, é considerada a ordem decrescente de votos recebidos, segundo observação do Quadro 2 - dimensionamento de CIPA (ver Anexo A), ressalvado as alterações disciplinares em atos normativos de setores econômicos específicos. Caso, o estabelecimento não se enquadre neste Quadro 2, à organização designa um responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR-5, no qual pode ser adotados mecanismos de participação dos empregados, mediante negociação coletiva. O tempo de duração do mandato dos membros eleitos da CIPA será de um ano e sua reeleição é permitida. É proibida a dispensa arbitrária ou mesmo por justa causa do empregado eleito para o cumprimento da direção da CIPA durante o seu mandato. Serão garantidas descaracterizem suas aos membros atividades da normais CIPA na condições empresa, de sendo que não proibida a transferência destes para outros estabelecimentos sem a sua concordância, ressalvado do disposto nos parágrafos 1° e 2° do artigo 469 da CLT, conforme citado abaixo: Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência para localidade diversa da que resultar do contrato. Não considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. §1° - Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. § 2° - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. (GONÇALVES, 2000, p. 875). O empregador garantirá que seus indicadores tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções da segurança e saúde das atividades laborais avaliadas pela CIPA. Ao empregador cabe indicar dentre seus representantes, o presidente da CIPA, e aos representantes dos empregados cabe escolher o vice-presidente dentre seus titulares. Os membros eleitos da CIPA serão empossados no primeiro dia útil após o fim do mandato anterior. Os componentes da CIPA indicarão, em consenso, um secretário e seu substituto, que poderão ou não estar entre os membros da Comissão, e se estiverem nesse último caso, deverão contar com a aprovação do empregador. 38 Depois que os membros da CIPA forem empossados, a empresa deverá protocolizar as cópias das atas de eleição e posse, na unidade descentralizada do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), no prazo de dez dias. Após esse ato não será permitida a redução do número de representantes, bem como a desativação dos mesmos pelo empregador até que termine o mandato, mesmo que o número de empregados seja reduzido. Para o bom funcionamento da Cipa é fundamental que cada componente conheça suas atribuições. Para isto procurou-se salientar as responsabilidades dos membros da Cipa, que é constituída por: presidente; vice-presidente e secretário. Segundo a legislação NR-5, citada nos Manuais de Legislação Atlas (2005), as seguintes atribuições para a CIPA e seus constituintes são estabelecidas, como a seguir: 2.6.1.1 Atribuições dos cipeiros Quando se fala em atribuições dos cipeiros está se fazendo menção do conjunto de pessoas que compõe a Cipa, ou seja, todos os seus membros ou componentes. São eles, em conjunto, que farão à identificação dos riscos presentes no ambiente de trabalho e a elaboração do mapa de riscos (Portaria n° 25, de 29 de dezembro de 1994), que deve contar também com a participação do maior número possível de trabalhadores e ter a assessoria dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) ou empresa especializada e autorizada para tal. As atribuições conjuntas dos membros da Cipa estão abaixo relacionadas: • Elaborar um plano de trabalho, no intuito de viabilizar ações preventivas nas áreas de segurança e saúde do trabalho; • Participar da prática e do controle da qualidade dos métodos de prevenção necessários e eleger os locais de trabalho que devem ter prioridade de ação; • Verificar, periodicamente, os ambientes e condições de trabalho, procurando identificar situações que sejam danosas à saúde e segurança do trabalhador; • Avaliar, em cada reunião, se as metas fixadas no plano de trabalho estão sendo cumpridas e debater sobre as atuais situações de riscos; 39 • Disseminar todo tipo de informação que diga respeito à segurança e saúde do trabalho entre os empregados; • Avaliar, juntamente com o SESMT, os impactos de alterações no ambiente de trabalho e processo de trabalho relacionado à segurança e saúde dos empregados; • Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquinas ou setor da empresa onde há presença de risco grave e iminente à segurança e saúde dos empregados; • Colaborar para o desenvolvimento de programas que promovam o bem-estar dos trabalhadores, tais como Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; • Divulgar e promover o cumprimento das NR's, assim como cláusulas de acordo e convenções coletivas de trabalho, referentes à segurança e saúde no trabalho; • Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de soluções de problemas identificados; • Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos empregados; • Requisitar à empresa as cópias das Comunicações de Acidentes do Trabalho (CA T) emitidas; • Promover, todo ano, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT); • Participar, todo ano, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). (NR 5 – item 5.16) Como se pode ver, as atribuições da CIPA exigem uma sinergia de seus integrantes para que possa realmente cumprir com seu objetivo, por isto, de acordo com Araújo (2002), cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. 40 Compreende-se portanto, que estas são as atribuições dos componentes da CIPA, para que mediante um trabalho conjunto alcancem os objetivos propostos para seu funcionamento, e que deverão ser cumpridas por seus componentes. 2.6.1.2 Atribuições do empregador e dos empregados É indispensável, quando se deseja implantar um programa de higiene e segurança do trabalho, que o empregador e os empregados estejam comprometidos com os objetivos de conquistar uma melhor qualidade de vida e buscar a integridade física. Para tanto cabe ao empregador realizar em tempo hábil o cumprimento das tarefas estabelecidas no plano de trabalho, sendo para isso necessário que forneçam meios adequados ao perfeito desempenho das atribuições delegadas aos membros da CIPA. (NR-5 – item 5.17) Os empregados devem participar das eleições dos seus representantes; colaborar com a administração da CIPA; indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e sugestões para melhoria das condições de trabalho; observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. (NR 5 – item 5.18) 2.6.1.3 Atribuições dos membros da Cipa Neste item pretende-se salientar as responsabilidades de cada membro da Cipa, considerando que além das atividades desempenhadas em conjunto, existem responsabilidades individuais relacionadas ao cargo que cada componente ocupa. Cabe portanto, ao presidente, solicitar a todos os membros para participarem das reuniões da CIPA; coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão; manter informado o empregador sobre os trabalhos da CIPA; coordenar e supervisionar as atividades do secretário e delegar atribuições ao vice-presidente da CIPA. (NR 5 – item 5.19) É responsabilidade do vice-presidente, executar atribuições que lhe forem delegadas; substituir o presidente da CIPA nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos temporários. (NR 5 – item 5.20) 41 São atribuições do presidente e vice-presidente da CIPA, em conjunto, zelar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos; coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, cuidando para que os desígnios propostos sejam alcançados; delegar atribuições aos membros da CIPA; promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; divulgar as decisões da CIPA a todos os empregados da empresa; encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; constituir a comissão eleitoral. (NR 5 – item 5.21) É atribuição do secretário acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e assinatura dos membros presentes; preparar as correspondências e outras atribuições que lhe forem delegadas. (NR 5, item 5.22) Como relatado nas atribuições acima, nota-se que este é um projeto que exige o envolvimento e comprometimento de todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente com a CIPA, para que possa atingir seus objetivos de prevenir, informar e criar um ambiente seguro no trabalho. 2.6.2 Funcionamento da CIPA Para que a Cipa funcione é necessário uma sinergia de todos os seus componentes e principalmente do patrocínio do empregador. Seu funcionamento deverá estar pautado no comprometimento de seus componentes e para isto deverá convocar mensalmente reuniões ordinárias, segundo calendário preestabelecido e estas deverão dar-se durante o expediente normal de trabalho da empresa em um local apropriado. As decisões adotadas pela CIPA serão tomadas de preferência em comum acordo, contudo quando isso não for possível, deverá se recorrer à votação e tal acontecimento deve ser registrado em ata, que ficará à disposição dos Agentes de Inspeção do Trabalho, (Campos, 2007). Há alguns casos em que serão necessárias reuniões extraordinárias na CIPA, tais como: em casos de denúncia de situações que levem risco grave e que por isso precisam da tomada de medidas urgentes de correção; quando ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal ou quando uma das representações solicitar expressamente, As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso, conforme (NR 5, item 5.28), porém, se não houver concordância e frustradas as tentativas de 42 negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado, (NR 5, item 5.29). É relevante ressaltar que se o membro titular faltar a mais de quatro reuniões ordinárias e não justificar será desligado da CIPA e substituído pelo suplente. No caso de vacância definitiva do cargo, o suplente que tiver obtido maior número de votos na eleição, obedecendo à ordem decrescente de votação, (NR 5, item 5.30). Caso haja afastamento definitivo do presidente, caberá ao empregador indicar um substituto, que de preferência participe da CIPA, num prazo de dois dias. Se o mesmo ocorrer com o vice-presidente, caberá aos membros titulares dos empregados escolherem um substituto que esteja entre seus titulares, respeitando também o prazo de dois dias. 2.6.3 Treinamento dos membros da CIPA Antes dos membros da CIPA tomarem posse de seus cargos, deverão passar por treinamento, se for o caso de mandato inicial, o treinamento deverá ocorrer em até trinta dias a partir da data da posse. Neste aspecto, Oliveira e Minicucci (2001), fazendo uma análise do perfil psicológico e da personalidade do trabalhador brasileiro, afirmam que a conclusão que chegaram é que uma das ferramentas mais importantes na prevenção de acidentes no trabalho são o treinamento e o desenvolvimento de pessoal. É imprescindível salientar, de acordo com a afirmação dos autores acima, que todo novo desafio exige preparo e aquisição de ferramentas para que cada membro da equipe possa desempenhar com eficiência seu papel, tendo como propósito atingir os objetivos definidos por um novo programa. O treinamento voltado aos membros da Cipa deverá ter por objetivo a abordagem dos seguintes temas, conforme citado no Manual de Legislação Atlas (2005), tratando a respeito da NR 5, item 5.33 : • estudo das condições de trabalho e do ambiente, enfocando os riscos que podem ser originados por eles; • metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; • noções sobre os tipos de acidentes e doenças do trabalho mais comuns; 43 • incluindo-se também conceitos sobre a AIDS, além das, medidas para sua prevenção; • conhecimentos sobre as legislações trabalhistas e previdenciárias relativas á segurança e saúde do empregado; • noções gerais de higiene do trabalho e métodos de controle de riscos; • a estruturação da CIPA e sua organização e outros temas que forem necessários, além das atribuições que cabem a Comissão. Os treinamentos deverão ser ministrados pelo próprio SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional habilitado, obedecendo a carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias durante a jornada de trabalho. 2.6.4 Processo eleitoral da CIPA O processo eleitoral é fundamental para instalação da Cipa, considerando que a participação de todos os funcionários da empresa na escolha do seu representante, fará com que se sintam envolvidos e responsáveis pela higiene e segurança de seu ambiente de trabalho. O processo eleitoral deve envolver transparência e as informações relacionadas a ele devem chegar ao conhecimento de todos os colaboradores. Neste processo o empregador tem papel importante, em virtude de ser sua responsabilidade convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados da CIPA, que devem atender ao prazo de sessenta dias antes do término do mandato em curso. Caberá à empresa promover a divulgação do início do processo de eleição ao sindicato da categoria profissional. A Comissão Eleitoral (CE) deverá ser constituída pelo presidente e vice presidente da CIPA, que deverão obedecer ao prazo de cinqüenta e cinco dias antes do encerramento do mandato em curso, em casos de não existir CIPA, a CE será constituída pela empresa. O processo eleitoral será realizado, conforme NR 5, (Item 5.38 e 5.40) observando as seguintes condições: 44 Publicação e divulgação de edital, em local de fácil acesso e visualização, no prazo máximo de quarenta e cinco dias antes do término do mandado em curso; inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para a inscrição será de quinze dias; liberdade de inscrição para todos os empregados, independentemente do setor ou local de trabalho, com fornecimento de comprovante; garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; realização da eleição no prazo mínimo de trinta dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver; realização da eleição em dia normal de trabalho, respeitados os turnos e horários que viabilizem a participação da maioria dos empregados; voto secreto; a apuração dos votos será realizada em horário normal de expediente e deverá contar com a fiscalização de representante do empregador e dos empregados, que terão seu número definido pela CE; facultado a eleição por meio eletrônico; guardar, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos. É valido lembrar que a eleição só será válida se contar com a participação de pelo menos a metade mais um do número de empregados, caso contrário, outra votação deverá se realizar no prazo de até dez dias. Quando se tratar de denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA. Compete à unidade descentralizada do MTE, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder à anulação quando for o caso. No caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores. Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral. Serão designados membros titulares e suplentes da CIPA, aqueles que obtiverem mais votos e nos casos de empate, aquele que tiver maior tempo de serviço na empresa. Aqueles que não forem eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, para uma possível nomeação em caso de vacância de suplentes. 45 2.6.5 Contratantes e contratadas e a CIPA A Cipa também estará presente quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, neste caso considera-se o estabelecimento em que está sendo realizado o serviço para fins de aplicação desta Norma Regulamentadora, ou seja, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades, (NR 5, ITEM 5.46). As empreiteiras ou empresas prestadoras de serviço devem realizar o dimensionamento da Cipa baseadas no número de empregados que estarão atuando em cada estabelecimento separadamente, não levando em conta os empregados do estabelecimento onde prestam serviço, ou dos demais locais onde estejam trabalhando outras equipes da mesma prestadora, sendo considerado estabelecimento o local onde os empregados de uma prestadora de serviço estejam exercendo suas atividades. No caso de duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a Cipa ou designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento, (NR 5, ITEM 5.47). Sempre que ocorrer esta integração de duas ou mais empresas em um estabelecimento para prestação de um serviço, se faz necessário à sinergia entre contratante e contratada para estabelecer ferramentas de integração entre os grupos e orientação com relação às normas que regem a Cipa do estabelecimento onde está sendo realizado o serviço. Para garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde de todos, a NR 5, item 5.48, recomenda que a contratante e as contratadas que atuam em um mesmo estabelecimento, programem, de forma integrada, medidas que irão auxiliar na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA’s, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas, (NR 5, ITEM 5.49). 46 Com relação às providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de segurança e saúde no trabalho das empresas contratadas, a NR 5, item 5.50, prevê que esta atividade é de responsabilidade da empresa contratante. Pode-se dizer que os itens relacionados acima, tratam das responsabilidades de contratantes e contratados, na elaboração de ferramentas de integração para gerar, enquanto estiverem atuando juntas, um ambiente seguro e garantir o mesmo nível de proteção a todos os trabalhadores do estabelecimento. Para isto deve haver uma boa sinergia entre contratante e contratada; as informações devem ser claras para todos os envolvidos e devem ser implementadas medidas de proteção adequadas aos riscos existentes. Sendo que o cumprimento destes itens deverá ser definido pela empresa ou estabelecido em acordos e convenções coletivas. 2.7 Ergonomia (NR 17) Em 1960, a Organização Internacional do Trabalho - OIT define ergonomia como sendo a "aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar". Miranda (1980, apud MORE, 1997, p. 46). Em concordância com esta definição, Gonçalves (2000, p. 393) salienta que a ergonomia pode ser entendida como uma “ciência que estuda a adaptação do trabalho ao homem no ambiente de trabalho, visando propiciar uma solicitação adequada ao trabalhador, evitando o desgaste prematuro de suas potencialidades profissionais”. Entende-se com isto que esta norma estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do trabalho, na opinião do mesmo autor. Isto significa que a ergonomia procura adaptar e estabelecer parâmetros para que as máquinas e equipamentos proporcionem condições para o homem trabalhar de maneira adequada as suas necessidades físicas e psíquicas. 47 Em concordância com isto está Ferraz, (2000, apud LIMONGI-FRANÇA, 2004, p. 34), quando afirma que “a adaptação do trabalho ao ser humano tem sido vista pela ergonomia com base nos meios físicos, cognitivos, ambientais e psicossociais”. Pode-se concluir disto que a ergonomia não visa somente o cuidado com os meios físicos, pois com o avanço da tecnologia e da complexidade do trabalho, a preocupação está também relacionada ao impacto na vida e no bemestar do trabalhador no que se refere a sua integridade psíquica e social. A importância da ergonomia no universo da segurança e saúde no trabalho se tornou tão vital que o Ministério do trabalho e da Previdência Social, por meio da Portaria MTPS n. 3.751, de 23.11.1990, procedeu a uma reestruturação da norma regulamentadora NR-17: Ergonomia, ampliando os seus tópicos de abordagem, antes resumidos a três – levantamento, transporte e descarga de materiais; bancadas, mesas, escrivaninhas e papéis; e assentos ajustáveis – para cinco temas mais bem definidos e detalhados: levantamento, transporte e descarga individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; condições ambientais de trabalho; e organização do trabalho. (GONÇALVES, 2000, p. 393). Com isto, quanto às condições ambientais de trabalho está configurada a obrigatoriedade de que devem ser adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Para se compreender a relação da Cipa com a ergonomia é fundamental lembrar que foi implantado pela portaria n.º 5 de 17/08/92 junto à NR-9 – O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o qual passou a ser obrigatório para todas as empresas que precisam constituir a CIPA. Sabendo que a CIPA se constitui em um espaço legalmente instituído, em que os trabalhadores podem não apenas reconhecer os riscos a sua segurança e saúde relacionados ao trabalho, como também sentar-se à mesa de negociações a fim de solicitarem as mudanças que se fizerem necessárias no ambiente e nas condições de trabalho, de forma a torná-los mais saudáveis e seguros e, consequentemente, altamente eficazes nos processos da produtividade. Isto é reforçado por Taveira Filho (1993, apud MORE 1997, p. 47), quando salienta que "a ergonomia participativa caracteriza o usuário final como uma valiosa fonte para a solução de problemas e, conseqüentemente, reconhecendo sua competência alimenta a auto-estima do trabalhador como pessoa". Isto quer dizer que por meio do que o autor considera ergonomia participativa, a Cipa proporciona 48 condições para solução de problemas ergonômicos na empresa, mediante a participação dos funcionários que, pelo seu conhecimento, auxiliam a melhorar as condições do ambiente de trabalho. Desta forma verifica-se que a ergonomia não está somente preocupada em adaptar o trabalho ao homem, com o estudo da máquina, do ambiente, da tarefa e do local de trabalho, ou estudar as características fisiológicas do trabalhador, mas em compreender toda a organização do trabalho, por meio de todo o seu processo de trabalho e sua estruturação, utilizando-se da ergonomia participativa, que visa o envolvimento do trabalhador no reconhecimento e resolução dos problemas existentes no local de trabalho. 2.8 Normas legais relacionadas à segurança do trabalho A responsabilidade do empregado e do empregador encontra-se definida na legislação citada a seguir, aclarada pela Norma Regulamentadora (NR1), conforme suas disposições gerais (101.000-0). As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis de Trabalho – CLT. Estas normas definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas, responsabilidades e punições. Sua obrigatoriedade foi definida e é parte integrante da CLT. As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras, aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. A observância das Normas Regulamentadoras, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as 49 atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho. A Delegacia Regional do Trabalho - DRT, nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição: • adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; • impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; • embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos; • notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de insalubridade; • atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas localidades onde não houver médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho registrado no MTb. Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 50 Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR considera-se: • empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados; • empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; • empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos; • estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório; • setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento; • canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; • frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; • local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiver sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, solidariamente responsáveis à empresa principal e cada uma das subordinadas. Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma diferente, em NR específica. 51 Responsabilidades do empregador: • cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (101.001-8 / I1) • elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos: (101.002-6 / I1) I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir; III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; V - adotar medidas determinadas pelo MTb; VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho. • informar aos trabalhadores: (101.003-4 / I1) I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. • permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (101.004-2 / I1) Responsabilidades do empregado: • cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; • usar o EPI fornecido pelo empregador; • submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras NR; • colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR; 52 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das Normas Regulamentadoras - NR serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT. As normas acima descritas são deveres do empregado e do empregador, com relação a isto Zocchio (2001, p. 30), declara que “prevenir acidentes é dever de todos”. Sendo assim, a conclusão a que chegamos em relação a estas obrigações é que todos têm suas obrigações a cumprir na prevenção de acidentes, não importa o cargo ou a função que ocupe. Quando se trata de normas, indispensavelmente está se tratando de direitos e deveres, considerando que as normas não estão unilateralmente direcionadas, mas destinam-se tanto ao empregador quanto ao empregado. Cabe portanto a ambos o conhecimento de seus direitos e deveres, para poder cumpri-los e também para requere-los. Pela observação e senso comum, percebe-se que muitas são as dificuldades para o cumprimento de normas em nosso país, considerando que quando se trata de cumpri-las, sempre há muitos rumores de insatisfação e argumentos negativos, porém, os resultados do não cumprimento quase sempre trazem consigo suas conseqüências desastrosas, ainda mais em se tratando da saúde e da segurança daqueles que pelo não cumprimento das normas sofre os prejuízos. As empresas como pessoas jurídicas assumem uma ampla obrigação no dever de cumprir as normas que regulamentam a higiene e segurança no trabalho, mas cabe às pessoas físicas, componentes da sua hierarquia administrativa, como presidência, diretoria, gerência, supervisão, técnicos e operadores de produção, o papel de promover o seu cumprimento no dia-a-dia. É necessário uma sinergia, um comprometimento de todos os recursos humanos de uma organização, para que normas relacionadas a programas de higiene e segurança no trabalho alcancem com sucesso seu objetivo e proporcionem resultados no aspecto financeiro, físico e moral. 53 3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO No presente tópico são abordados as características da empresa e o resultado da pesquisa de campo realizada na CONTACT Condutores Elétricos Ltda. 3.1 Histórico da empresa Quando iniciou suas atividades em maio de 2002 na cidade de Biguaçú, Santa Catarina, a empresa já sabia exatamente qual seria seu mercado de atuação e qual o perfil dos seus clientes. A Contact Condutores Elétricos Ltda. é um caso típico, em que partindo de um conhecimento de mercado vai em busca de um produto que seja uma oportunidade nesse mercado. Com a produção de cabos flexíveis singelos e paralelos passou a participar do mercado de fios automotivos atendendo distribuidores de autopeças, seu cliente preferencial. Em maio de 2004 transferiu-se para Balneário Camboriú, estado de Santa Catarina, para poder prosseguir com seu projeto de crescimento em instalações mais amplas e mais modernas. Em outubro de 2004 passou a comercializar seus produtos com a marca ContactSul. Em maio de 2005 iniciou a elaboração de seu primeiro Planejamento Estratégico anual e complementou a linha de cabos automotivos iniciando a produção de cabos de bateria e cabos pp. 3.1.1 Missão, Visão e Valores As pessoas passam grande parte de suas vidas vinculadas às organizações em que trabalham, e é muito importante que elas saibam o que estão fazendo e para onde estão caminhando, mesmo que isto lhes seja apresentado de maneira informal, mas este senso de direção é fundamental para alcançar os objetivos. 54 Para que estes objetivos sejam alcançados, são necessárias pessoas capazes de definir-lhes a missão, visão e os valores, escolher estruturas e estratégias, administrar recursos financeiros, estabelecer metas de produção, entre muitas outras ações (VERGARA, 2003). Alguns autores analisando a cultura de organizações bem sucedidas, verificaram que estas têm uma particularidade, os seus três pilares de sustentação, que são: missão, visão e valores. A missão define qual o negócio da organização, seus objetivos e estratégia a ser adotada para alcançá-los; a visão descreve a posição a que a organização visa no futuro; e os valores quando identificados definem, claramente, os padrões de comportamentos de seus quadros. (COLLINS e PORRAS, 2000). Com relação à missão, Oliveira (2007, p. 116), salienta que “missão é uma forma de se traduzir determinado sistema de valores em termos de crenças ou áreas básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias da empresa”. Missão portanto é a razão de ser ou de existir da empresa, onde ela estabelece sua função orientadora. A empresa Contactsul não possui a missão, visão e valores especificados formalmente, mas em sua política da qualidade faz a seguinte declaração: “Ser o principal fornecedor de fios e cabos para o setor automotivo, por meio do atendimento às necessidades de nossos clientes, do comprometimento das pessoas e da melhoria continuada do sistema de gestão da qualidade”. Pode-se dizer que esta declaração define seu negócio e os objetivos a serem alcançados, ainda que conhecido somente pela direção da empresa. A política foi definida e homologada pela direção e está pautada nos seguintes aspectos: • Propósito da CONTACTSUL. • Compromisso com o atendimento aos requisitos. • Compromisso com a melhoria contínua do SGQ. A política é analisada criticamente com periodicidade anual a fim de verificar a sua adequação, sendo revisada quando necessário. O controle da revisão da Política da Qualidade é equivalente à revisão do plano estratégico. 55 3.1.2 Estrutura Organizacional Muitos foram os autores que externaram seu ponto de vista e suas definições a respeito de organização e estrutura organizacional. Citam-se aqui algumas delas para compreender-se melhor a importância da estrutura para a empresa. Conforme salienta Vasconcellos (1989), a estrutura de uma organização pode ser definida como resultado de um processo mediante o qual a autoridade é distribuída, as atividades desde os níveis mais baixos até a alta administração são especificadas e um sistema de comunicação é delineado, permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para atingir os objetivos organizacionais. Toda empresa tem seus objetivos, definidos formalmente ou não, e para cumpri-los é necessário que cada um saiba o seu papel dentro da estrutura organizacional, isto facilita o fluxo de tarefas e de comunicação por meio do exercício da responsabilidade e autoridade de cada pessoa. Sobre isto Oliveira (2000), também comenta, declarando que a estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. A empresa CONTACTSUL é atualmente administrada pelo sócio titular, sendo assistido diretamente por uma equipe que auxilia nos negócios relacionados ao comércio de cabos e condutores elétricos isolados para o setor automotivo. Está dividida em diversos setores, entre eles: setor pessoal, financeiro, comercial e produção. Os setores administrativos apuram as informações diárias por meio do controle de documentos e mantém contatos com clientes e fornecedores. Estas informações geram os relatórios gerenciais mensais, utilizados pela gerência. O setor comercial é responsável pelo contato com clientes, emissão das notas fiscais e pelo controle das vendas de cabos e condutores que são efetuadas. O setor de produção é responsável por produzir os cabos e condutores elétricos de acordo com os pedidos e especificações recebidas conforme o prazo de entrega solicitado pelo cliente. Para operacionalizar toda esta dinâmica de vendas, produção e entrega, o setor de suprimentos executa as compras buscando estabelecer parcerias com 56 fornecedores. A idéia é comprar bem, com qualidade, custo competitivo, entrega rápida e trabalhar com o mínimo de estoque possível. Isto favorece a boa venda neste mercado competitivo. 3.1.3 Área de atuação A empresa CONTACTSUL produz e comercializa condutores elétricos automotivos. Sua infra-estrutura para assegurar a conformidade do produto inclui espaço físico e instalações para realização do produto, por meio de uma disposição adequada à fabricação dos Produtos, garantido também a segurança das pessoas. Todos os equipamentos são mantidos por meio de manutenção corretiva e preventiva de forma a garantir os compromissos de produção. A descrição do processo de manutenção está descrita no procedimento PS-10. Os processos de comunicação e tecnologia da informação são mantidos para dar suporte ao SGQ e gestão da empresa. A infra-estrutura para estes processos inclui: telefonia, Internet, Software de Gestão (ERP – Mosimax), hardwares e softwares diversos. Quando é identificada a necessidade de alguma alteração na infra-estrutura, incluindo instalações, equipamentos e serviços de apoio, o Comitê analisa a situação e conseqüente viabilidade da alteração, tomando as ações cabíveis. Nas reuniões de análise crítica e de análise de dados são discutidas estas situações. A empresa trabalha em parceria com representantes autorizados por ela, nas principais cidades do Brasil, sendo algumas delas: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Nordeste em Geral, sendo as que mais se destacam em vendas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. O contato com os clientes é efetuado por meio dos representantes, que efetuam a venda e enviam o pedido via internet, com exceção dos principais clientes, com quem a própria empresa por meio do proprietário mantém contato regular. 57 Os produtos são embalados de acordo com sua especificação e devidamente identificados com etiquetas, sendo feita a sua entrega por meio de transportadora que se localiza na cidade de Itajaí. Os processos de comunicação e tecnologia da informação são mantidos para dar suporte na gestão da empresa. A infra-estrutura para estes processos inclui: telefonia, Internet, Software de Gestão (ERP – Mosimax), hardwares e softwares diversos. 3.1.4 Principais clientes Houve um tempo em que se produzia um produto ou se oferecia um serviço e bastava colocá-lo no mercado, e esperar que os clientes surgissem. Atualmente, de uma concepção baseada no produto, passou-se a uma orientação para o cliente. Saber o que querem os clientes a qualquer hora, quais as suas preferências e os seus gostos são questões fundamentais para qualquer administrador. Mas poder antecipar-se ao que serão as necessidades latentes destes clientes é ainda mais importante e mais proveitoso para a empresa. A contacsul consciente disto, procura manter um relacionamento próximo com seus clientes para poder atendê-los com a qualidade e a atenção que merecem, tendo como principais clientes: Pegasus Auto Peças Ltda. WF Distribuidora Ltda. Minas Automotive Ltda. Bordin Distribuidora de Auto Peças Ltda. 3.1.5 Principais fornecedores A contatcsul entende que seus fornecedores são parceiros importantes, pelo fato de que a escolha dos fornecedores certos permite também oferecer produtos de qualidade para seus clientes. A parceria com fornecedores pode alinhar prazos e preço de maneira de a empresa seja mais competitiva no mercado. Por isso a Contactsul mantém um relacionamento cada vez mais estreito com seus 58 fornecedores, com objetivo de oferecer produtos de qualidade para seus clientes. Seus principais fornecedores de matéria-prima são: Karina Ind. E Comércio de Plásticos Ltda. Plasinco Ltda. Dacarto Benvic Ltda. Microfio Ind. de Condutores Elétricos Ltda. 3.1.6 Principais concorrentes Quanto mais o país abre as portas para o mercado externo, mais acirrada é a competição. Pode-se dizer que esta competição inicia na busca por vagas na faculdade, por bolsas de estudo, por empregos, por promoções, melhores parcerias, enfim, poder-se-ia enumerar tantas outras. E para aqueles que competem contra uma pessoa ou organização, chama-se concorrente. Seria ingenuidade pensar que uma empresa não terá concorrente, por isto, a Contactsul vê a concorrência de forma salutar, e com base nisto é possível fazer análises e projeções que podem levar a mesma a se destacar no mercado e comparar tecnologicamente o desenvolvimento e qualidade do seu produto. Destacam-se como principais concorrentes da Contatcsul: DNI Ltda. ECOFEL Ltda. 3.2 Resultado da pesquisa Este tópico apresenta o resultado de pesquisa de campo realizada na empresa Contactsul Ltda., com o objetivo de elaborar um programa de segurança do trabalho. 3.2.1 Diagnóstico das práticas de segurança do trabalho da empresa Visando diagnosticar as práticas de segurança do trabalho da empresa, foi realizada uma entrevista semi-estruturada e não estruturada com os seus dirigentes. 59 Os itens selecionados na entrevista foram baseados nos roteiros de Celinski (1994), Prado (2002) e Zocchio (2001), e contemplam tópicos como: práticas de segurança do trabalho, treinamentos, qualidade de vida, exames admissionais e demissionais, ambiente de trabalho, registro de acidentes, condições de higiene e segurança do trabalho. Os quadros de número 5 a 12, mostram as respostas do entrevistado que representa a empresa. O quadro 5 apresenta a resposta da pesquisa referente às práticas de segurança. PRÁTICAS DE SEGURANÇA RESPOSTA DA EMPRESA ● A empresa não tem uma política referente à segurança do trabalho, porém suas práticas consistem em fornecer os Quais as principais características das equipamentos de segurança necessários práticas da empresa referente à segurança para cada posição operacional, orientando do trabalho? verbalmente o funcionário quanto às situações de risco. A Contactsul conta também com uma empresa de segurança do trabalho terceirizada que coordena o PPRA e o PCMSO. Quadro 5: Práticas de segurança do trabalho Fonte: Dados primários Conforme salientado no quadro 5, a empresa não tem uma política de segurança do trabalho, sendo que a política prevencionista deveria fazer parte do conjunto de políticas de uma empresa, considerando a posição de Zocchio, (2001), que trata sobre temas indispensáveis ao sucesso das atividades relacionadas à segurança e a saúde dos trabalhadores, fatores de inegável valor para a qualidade de vida dos empregados e produtividade da empresa. Observa-se porém práticas relacionadas à segurança do trabalho, que consistem em orientar verbalmente os funcionários quanto ao uso de EPIs, e em contar com os serviços de uma empresa terceirizada que orienta a empresa no mapeamento de riscos, por meio do PPRA, que desde 1994 se tornou obrigatório para as empresas. O PPRA é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, definido pela Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994, alterando a NR-5 e 60 prevendo a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos empregadores, de um programa que se preocupe com a saúde e integridade dos trabalhadores, monitorando e mapeando os agentes físicos (ruído, calor,...), químicos (gases, poeiras, vapores,...), biológicos (vírus, bactérias,...). (CAMPOS, 2007). Ainda na visão do mesmo autor, o PCMSO é o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, criado pela Portaria nº 24, de 29 de dezembro, que alterou a NR-9, prevendo a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PCMSO por parte dos empregadores, com o objetivo de promover e preservar a saúde de seus colaboradores. A resposta da empresa com relação ao treinamento de segurança do trabalho é visualizada no quadro 6. TREINAMENTO DE SEGURANÇA RESPOSTA DA EMPRESA A empresa realiza algum treinamento voltado à segurança do trabalho? ● Não. A empresa não realiza nenhum tipo de treinamento voltado à segurança do trabalho para os funcionários. Com que freqüência? ● Não há uma freqüência. Quadro 6: Treinamento de segurança do trabalho Fonte: Dados primários Apesar de não haver nenhum tipo de treinamento na área de segurança do trabalho, a empresa tem consciência da importância deste treinamento para seus colaboradores, porém como toda empresa que está iniciando sua entrada no mercado a segurança do trabalho, ainda que necessário, acaba permanecendo em segundo plano. Fazendo uma análise do perfil psicológico e da personalidade do trabalhador brasileiro, Oliveira e Minicucci (2001), afirmam que a conclusão que chegaram é que uma das ferramentas mais importantes na prevenção de acidentes do trabalho são o treinamento e o desenvolvimento de pessoal. Pode-se dizer que este trabalho vem impulsionar um ensejo da empresa em colocar a segurança no patamar que ela deve estar, integrada com todos os outros processos da empresa. No quadro 7, a empresa responde sobre os procedimentos de exames médicos. 61 EXAMES MÉDICOS A empresa realiza exames médicos? Com que periodicidade? RESPOSTA DA EMPRESA ● Sim. São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais conforme exigência da legislação. ● Quanto a periodicidade, também são realizados exames conforme determinação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), conforme a NR-9. Quadro 7: Exames médicos Fonte: Dados primários Conforme já mencionado no quadro 5 a empresa tem o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que é realizado por uma empresa terceirizada (Servmed), que emite um relatório anual onde constam todas as ações de saúde que foram executadas. No que se refere à prevenção de doenças, o PCMSO prevê a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional (funcionário novo), periódico (manutenção da exposição), retorno ao trabalho (volta do funcionário após afastamento), mudança de função (sempre que os riscos forem diferentes daqueles inerentes à função anterior) e demissional (saída do funcionário da empresa), (CAMPOS, 2007). Estes exames são definidos pelo coordenador do PCMSO, e são realizados pela empresa. Apesar de ser obrigatório a realização destes exames, o que a princípio parece ser algo incomodo, tem a finalidade de proporcionar o bem-estar aos seus colaboradores, beneficiando também a empresa no que se refere a problemas futuros, como possíveis doenças causadas pela função que ocupam e que exigem repetição de movimentos, uso de força física inadequada ou até mesmo o excesso de ruído, sendo que os exames podem identificar os problemas com antecedência, podendo-se orientar o colaborador com relação à postura, cuidados na higiene e uso dos EPIs. Quanto ao ambiente de trabalho, o quadro 8 destaca as respostas da empresa neste sentido. AMBIENTE DE TRABALHO Há controle efetivo de ruído, iluminação, temperatura nos ambientes de trabalho? RESPOSTA EMPRESA ● Sim, há um controle e mapeamento por local de trabalho e categoria de risco, que é realizado pela empresa terceirizada. 62 Quem faz? (Servmed), a qual obedece as normas do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) de acordo com a NR-9. Quadro 8: Ambiente de trabalho Fonte: Dados primários A empresa Servmed realiza um controle e mapeamento de riscos conforme determinação da NR-9 e do PPRA, e pela medição por meio de equipamentos específicos verifica o nível de ruído, o tempo que se pode permanecer exposto sem protetor auricular, o grau de luminosidade para cada setor, o nível de calor e os equipamentos de proteção necessários para cada função no processo produtivo. Proporcionando com isto bem-estar nas atividades dos colaboradores e em conseqüência maior segurança na execução das atividades, podendo também gerar influencia positiva no processo produtivo e na qualidade do trabalho. O quadro 9 apresenta as respostas relacionadas a campanhas de prevenção de acidentes. CAMPANHAS DE PREVENÇÃO Com que freqüências são realizadas campanhas de prevenção de acidentes? RESPOSTA DA EMPRESA ● De acordo com o entrevistado “a empresa tem entendimento da importância das campanhas de prevenção de acidentes para conscientizar os funcionários, porém não utiliza este recurso”. Quadro 9: Campanhas de prevenção Fonte: Dados primários Não são realizadas campanhas de prevenção de acidentes na empresa Contactsul, apesar do entendimento da sua importância. Um dos objetivos da CIPA é realizar ações pró-ativas na prevenção de acidentes, como salientado por Campos (2007), que orienta a empresa a participar de campanhas de prevenção sobre temas como Aids, vacinação, trabalho seguro, cuidados no trânsito, etc. A realização destas campanhas podem gerar maior conscientização na vida do trabalhador, o que virá a refletir nos objetivos da empresa relacionados a prevenção de acidentes, bem como no dia-a-dia do colaborador, pois acidentes não ocorrem somente na 63 empresa, e prevenção e saúde não estão relacionados somente a pessoas que trabalham em frente à uma máquina, mas em suas ações cotidianas. No quadro 10 são apresentadas as respostas relacionadas a utilização de Equipamentos de proteção individual. UTILIZAÇÃO DE EPIs Os funcionários utilizam normalmente o EPI? Espontaneamente ou compulsoriamente? RESPOSTA DA EMPRESA ● Conforme resposta do entrevistado “sim, de modo geral os funcionários utilizam seus EPIs”. ● Seu uso porém é compulsório, ou seja, ainda é necessário obrigá-los a usar os EPIs. Quadro 10: Utilização de equipamentos de proteção Fonte: Dados primários Ter uma cultura que dispensa a necessidade de obrigar é o ideal que uma empresa almeja com relação ao uso dos EPIs por parte de seus colaboradores, porém, pela observação entende-se que ainda não se atingiu este patamar, sendo portanto necessário a realização das cobranças. Como observado, os funcionários utilizam normalmente seus EPIs, mas ainda carecem de uma conscientização maior nesta área. Verifica-se certo “relaxamento” em alguns momentos do dia-a-dia de trabalho, considerando-se a observação do pesquisador, nem todos os funcionários, apesar de orientados, tem a mesma consciência da importância do uso do EPI. O quadro 11 apresenta as causas de acidentes, registros e afastamentos. ACIDENTES E AFASTAMENTOS Quais as causas mais freqüentes de acidentes? Existem registros dos acidentes? Há registro de dias de afastamento? RESPOSTA DA EMPRESA ● As principais causas de acidentes, como salienta o entrevistado, são “a falta de atenção e falha humana”. ● A empresa não tem registro dos acidentes de trabalho nem registro de afastamento por acidente. Quadro 11: Acidentes e afastamentos Fonte: Dados primários Como salientado na resposta, as principais causas de acidentes estão relacionadas a falta de atenção e a falha humana, que na opinião de Oliveira e Minicucci (2001, p. 14), “causa é tudo aquilo que faz com que alguma coisa venha a acontecer ou existir”, compreendendo-se com isto que um dos principais causadores 64 de acidente é o próprio homem. Isto também é confirmado pelos autores no estudo das empresas brasileiras, onde identificaram que em 33,2% dos acidentes ocorridos o causador é o homem, pela falta de atenção, autoconfiança e outros fatores psicosociais. A empresa não tem registro dos acidentes ocorridos, apesar de se constatar pela observação participante que no período de seu funcionamento só tiveram dois acidentes mais graves e com afastamento, os outros acidentes de menor gravidade, ou seja, sem afastamento não são registrados ou tratados por meio de um plano de ação que se tenha conhecimento. Observando-se no quadro 9 que a empresa não realiza campanhas de prevenção de acidentes, e relacionado com este quadro, pode-se dizer que os acidentes mais graves que ocorreram, e aqueles que ocorrem sem registro, poderiam ser minimizados ou até evitados, se, por meio de campanhas, os colaboradores fossem alertados, orientados e conscientizados. Com relação a condições de higiene e segurança do trabalho, o quadro 12 salienta as respostas da empresa. CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO RESPOSTA DA EMPRESA Que tipo de inspeção é feita para averiguar ● O único tipo de verificação realizado as condições de higiene e segurança? oficialmente é por meio do PPRA que faz o mapa de risco, mas não é feito nenhum tipo de auditoria periódica para verificar as condições de trabalho e do ambiente, a inspeção se restringe a percepção do coordenador de produção e dos próprios funcionários, que muitas vezes é ineficiente. Com relação às condições de trabalho ● As principais reclamações estão seguro, quais são as principais reclamações relacionadas a uma melhor ventilação em recebidas? alguns pontos de trabalho e a falta de proteção em alguns equipamentos. Como são tratadas estas reclamações? ● As reclamações são averiguadas , e de acordo com o entrevistado “ao se verificar o problema são resolvidos de acordo com o planejado”. Segundo observação do entrevistador este planejado é verbal, não sendo realizado um plano de ação. Quadro 12: Condições de higiene e segurança do trabalho Fonte: Dados primários 65 A empresa não realiza nenhum tipo de verificação rotineira, como é aquela orientada pela CIPA por meio de seus componentes, que realizam periodicamente um check list, isto é reforçado por Campos (2007), quando salienta que este método permite avaliar se as situações a serem observadas oferecem condições de segurança ou não. Observa-se nas respostas dos funcionários que trabalham próximos a extrusora e em alguns pontos onde há mais emissão de calor uma insatisfação quanto à ventilação e a falta de proteção de alguns equipamentos. Outro aspecto a ser destacado é a ineficiência no tratamento das reclamações, sendo o principal fator a falta de um modelo adequado de solução de problemas que envolva um plano de ação com responsável, prazo de realização e prioridade. Quando o respondente afirma que as reclamações são resolvidas conforme o planejado, na verdade este planejamento se refere somente a uma afirmação verbal, ou seja, a uma intenção de resolver determinada situação, sabese, porém, que intenções não solucionam problemas, e sim uma ação prática. Considerando esta observação, entende-se que atualmente as empresas têm acesso a uma vasta gama de ferramentas para solução de problemas, como: o PDCA, que é um método de análise e solução de problemas; o 5W 2H, que contempla a elaboração de um plano de ação, apontando as atividades a serem realizadas, objetivo, responsável, data, custo, enfim, são muitas as formas de se tratar não-conformidades e mais especificamente as relacionadas a higiene e segurança no trabalho. 3.2.2 Levantamento dos acidentes ocorridos por setor nos últimos dois anos A empresa não apresenta registros sobre acidentes de trabalho, sejam eles de maior ou menor gravidade, ocorridos durante os dois últimos anos. Para compreender-se melhor o acidente de trabalho e como se caracteriza, Araújo (2002), descreve quatro situações em que o acidente pode ocorrer: Pode ser decorrente das atividades profissionais exercidas pelo trabalhador, chamado de acidente típico; pode ocorrer no trajeto entre a residência e o local de trabalho, conhecido como acidente de trajeto; Ocasionado por qualquer doença 66 profissional ocasionada pelo exercício do trabalho; e ocasionado por doença de trabalho adquirida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. A CIPA tem papel fundamental nas empresas, sendo uma de suas atribuições analisar os acidentes, ou seja, segundo Campos (2007, p. 175), “para cada acidente ocorrido, deve haver acompanhamento de um membro da CIPA, junto à comissão de investigação”. Cabe portanto aos cipeiros estudar as doenças e acidentes de trabalho, analisando cada situação, procurando descobrir suas causas e realizando um plano de ação para eliminar as causas ou minimizá-las. Portanto, é de grande importância para uma empresa manter um registro dos acidentes ocorridos para atuar sobre suas causas. Durante o período de estágio utilizou-se a entrevista não estruturada, para buscar as informações relacionadas aos acidentes que ocorreram nos últimos dois anos, já que não havia nenhum tipo de registro, a não ser a recordação dos funcionários. Obteve-se a informação que nestes dois últimos anos ocorreram dois acidentes mais graves, exigindo atendimento médico e vários outros de menor gravidade, como pequenas queimaduras, cortes e pequenas lesões, que na maioria das vezes não são informadas ao coordenador de produção nem ao setor pessoal, portanto não são registrados, tratados, e por isto não há precisão quanto ao período. 3.2.3 Verificação dos setores mais suscetíveis a acidentes Como salienta Araújo (2002), os riscos de acidentes, variam para cada ramo de atividade econômica, em função de tecnologias utilizadas, condições de trabalho, mão-de-obra empregada, medidas de segurança e outros fatores. Na empresa contactsul o ramo de atividade não apresenta riscos altos, porém todas as atividades exigem cuidado e atenção. De acordo com as informações levantadas por meio da pesquisa com os funcionários, utilizando-se a observação participante e a entrevista não estruturada, verificou-se que o setor mais suscetível a acidentes é a manutenção, sendo o principal motivo disto o fato de manusear equipamento de 67 solda, torno horizontal, esmeril e atividades mais propensas a ferimentos caso não haja atenção nas suas realizações. 3.2.4 Levantamento do número de dias de afastamento por acidente nos setores da empresa Por meio de entrevistas não estruturadas com os funcionários da produção e do setor pessoal e também por meio da observação, detectou-se nestes dois últimos anos apenas dois acidentes com afastamento. O setor de manutenção apresentou um acidente com quinze dias de afastamento. Este acidente ocorreu quando o mecânico de manutenção manuseava o esmeril, e por descuido esmerilhou o dedo, precisando ser atendido em um pronto socorro. E o setor de produção apresentou um acidente com mais de trinta dias de afastamento, ocorrido no mês de janeiro/08, quando um funcionário foi retirar rolos de fio de uma prateleira e caiu por não utilizar o equipamento correto. Os dois acidentes ocorreram por falha humana, mais especificamente falta de atenção, conforme relataram os próprios acidentados. 3.2.5 Identificação da percepção dos funcionários em relação às práticas de higiene e segurança do trabalho Com o objetivo de identificar a percepção que os funcionários têm em relação às praticas de higiene e segurança do trabalho, procurou-se inicialmente identificar o perfil dos mesmos, sendo para isto, aplicado uma entrevista semi-estruturada com todos os funcionários, baseado no roteiro de Celinski (1994), Zocchio (2001) e Prado (2002). 3.2.5.1 Perfil dos funcionários Os quadros a seguir apresentam o perfil dos funcionários da empresa, permitindo identificar aspectos relacionados a sexo, idade, escolaridade, função que ocupa e tempo de serviço. 68 A finalidade de conhecer o perfil dos funcionários está diretamente relacionado às futuras ações na implantação do programa de higiene e segurança no trabalho. O conhecimento do perfil pode identificar potencialidades que venham contribuir com a implantação do programa e identificar fragilidades, para que possam ser tratadas. Como exemplo de uma fragilidade pode-se usar o nível de escolaridade e a rotatividade, que pode ser observada no tempo de serviço. O quadro 13 apresenta os dados pessoais dos colaboradores da empresa relacionados a sexo, faixa etária e estado civil . DADOS PESSOAIS Sexo Freqüência Masculino 16 Feminino 3 Faixa etária 18 anos a 23 anos 6 24 anos a 28 anos 8 29 anos a 33 anos 1 44 anos a 48 anos 2 49 anos a 53 anos 1 54 anos a 58 anos 1 Estado Civil Solteiro 13 Casado 6 Quadro 13: Dados pessoais Fonte: Dados primários Verifica-se a predominância do sexo masculino entre os colaboradores porque as atividades da produção exigem maior esforço físico e pela qualificação exigida nesta atividade que normalmente contempla o sexo masculino. A faixa etária apresenta uma variação de 18 a 58 anos, sendo que a grande maioria encontra-se na faixa dos 18 aos 28 anos, o que justifica o fato da grande maioria ser ainda solteira. 69 O quadro 14 apresenta as respostas dos colaboradores quanto ao grau de escolaridade e o local de residência. ESCOLARIDADE E RESIDÊNCIA Escolaridade Freqüência 1º grau incompleto 2 1º grau completo 1 2º grau incompleto 3 2º grau completo 7 Superior incompleto 3 Superior completo 3 Residência Balneário Camboriú 9 Camboriú 3 Outra cidade 7 Quadro 14: Escolaridade e residência Fonte: Dados primários Conforme o quadro acima se observa que a maioria dos funcionários tem o ensino médio completo, e dentre estes alguns com o terceiro grau incompleto e três com o terceiro grau completo. Apesar de dois respondentes não terem o primeiro grau completo e outros 4 somente com o primeiro grau completo, a empresa não faz uma exigência de escolaridade para função operacional, já que estes casos se relacionam a colaboradores que atuam no processo produtivo. Sabe-se que o nível de escolaridade contribui na assimilação de novas tecnologias e inovações que ocorrem no trabalho, portanto o investimento e incentivo nesta área auxilia o trabalhador a estar mais bem preparado para os novos desafios. Muitas empresas têm se preocupado com a educação de seus funcionários, e estão conscientes das constantes mudanças do mercado e da vulnerabilidade do emprego formal, sendo assim, os colaboradores de uma empresa que tiverem preparados podem ter espaço no mercado de trabalho. Por isso da importância das empresas incentivarem o estudo de seus colaboradores. Quanto à cidade onde residem os funcionários, observa-se que sete moram em outras cidades, o que confirma o fato da falta ou necessidade de mão-de-obra qualificada nas cidades de Camboriú e Balneário Camboriú, acredita-se que apesar 70 da empresa contar com a maioria dos funcionários da cidade de Camboriú e Balneário Camboriú, existem dificuldades de encontrar pessoas qualificadas para atender a necessidade do mercado, o que justifica o fato de sete funcionários serem de outra cidade. O quadro 15 apresenta o setor de trabalho, que foi dividido em área produtiva e administrativa, e o tempo de trabalho dos colaboradores. TRABALHO Setor de trabalho Freqüência Produção 14 Administração 5 Tempo de trabalho Período de experiência 2 6 meses a 1 ano 1 1 ano a 2 anos 5 2 anos a 3 anos 7 3 anos a 5 anos 1 Mais de 5 anos 3 Quadro 15: Trabalho Fonte: Dados primários O setor de produção exige um número maior de mão-de-obra devido à diversidade de operações e equipamentos necessários no processo de confecção de cabos e condutores elétricos. Portanto o maior número de pessoas está relacionado diretamente ao processo produtivo, enquanto o administrativo é composto por cinco funcionários que coordenam os setores em que a empresa está dividida na área administrativa, que são: setor pessoal, financeiro, e comercial. Os setores administrativos apuram as informações diárias por meio do controle de documentos e mantém contatos com clientes e fornecedores. Estas informações geram os relatórios gerenciais mensais, utilizados pela gerência. O setor comercial é responsável pelo contato com clientes, emissão das notas fiscais e pelo controle das vendas de cabos e condutores que são efetuadas, permitindo assim uma integração harmoniosa entre todos os setores com a finalidade de atingir os objetivos da empresa. 71 Quanto ao tempo de trabalho, percebe-se que um grupo maior se enquadra no período até 3 anos, ou seja, um total de 12 funcionários. Um grupo menor, 4 pessoas, está trabalhando na empresa entre um período de 4 a 5 anos, o que demonstra certo nível de rotatividade, justificado pelo fato de que nas cidades de Camboriú e Balneário Camboriú falta mão-de-obra qualificada. 3.2.5.2 Percepção dos funcionários quanto às práticas de higiene e segurança do trabalho Com o mesmo objetivo com que foi realizado uma entrevista com o dirigente da empresa visando diagnosticar as práticas de segurança do trabalho exercidas pela empresa, foi realizada uma entrevista semi-estruturada com os funcionários. Os itens selecionados na entrevista foram baseados nos roteiros de Celinski (1994), e Prado (2002), e contemplam tópicos como: treinamento de segurança, exames médicos, campanhas de prevenção, utilização de EPIs e ambiente de trabalho. Realizaram-se entrevistas individuais com cada funcionário para identificar sua percepção quanto às práticas de higiene e segurança do trabalho. O resultado das entrevistas é apresentado nos quadros 16 a 21. Para facilitar o entendimento, os funcionários foram classificados de A a S. O quadro 16 apresenta as respostas dos funcionários quanto ao treinamento de segurança do trabalho. TREINAMENTO DE SEGURANÇA A empresa oferece algum tipo treinamento voltado a segurança trabalho? Quais? RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS ● A resposta da maioria dos funcionários foi não, a empresa não oferece nenhum treinamento em segurança do trabalho. Por meio da entrevista foi constatado porém, de que somente o funcionário N, que trabalha do no setor de manutenção, já recebeu treinamento de primeiros socorros e identificação de áreas de risco oferecido pela empresa, todos os demais entrevistados alegaram que nunca receberam treinamento nesta área. Quadro 16: Treinamento de segurança do trabalho Fonte: Dados primários 72 Em conformidade com a resposta da empresa, os funcionários alegam não haver recebido nenhum tipo de treinamento voltado a segurança do trabalho durante o período em que trabalham na Contactsul, com exceção de um único funcionário que trabalha no setor de manutenção, que já recebeu treinamento de primeiros socorros e identificação de áreas de risco. A seguir, o quadro 17 refere-se aos exames médicos admissionais, periódicos e demissionais realizados com os funcionários. EXAMES MÉDICOS RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS ● A resposta de todos os funcionários foi unânime com relação a esta questão, São realizados exames médicos, como declarando que todos passaram pelo exame exames admissional, periódico ou admissional, e que são realizados exames demissional? periódicos. Quadro 17: Exames médicos Fonte: Dados primários Todos os funcionários responderam que realizaram exames admissionais e aqueles que já estão a mais tempo também declaram que há exames periódicos médicos e auriculares, conforme também já foi citado pela empresa no quadro 07, de acordo com as normas da NR-9 conforme Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Conforme se observou, a realização destes exames admissionais e periódicos gera nos funcionários um sentimento de bem-estar e demonstra para eles a preocupação que a empresa tem com a saúde de cada um. O quadro 18 apresenta a resposta da percepção dos funcionários quanto às campanhas de prevenção realizadas pela empresa. CAMPANHAS DE PREVENÇÃO RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS ● A resposta de todos os entrevistados foi, não, a empresa nunca realizou nenhuma São realizadas campanhas de prevenção de campanha abordando temas relacionados a acidentes? prevenção de acidentes. Confirmando a resposta do representante da empresa que afirma a mesma coisa no quadro 9. Quadro 18: Campanhas de prevenção Fonte: Dados primários 73 Confirmando a posição da empresa, os funcionários afirmam que não são realizadas campanhas de prevenção de acidentes na empresa. Acredita-se que as campanhas de prevenção de acidentes podem ser de grande utilidade na conscientização sobre acidentes do trabalho e também daqueles acidentes que podem estar sujeitos a acontecer no trajeto casa-trabalho e vice-versa, bem como outras situações do cotidiano que exigem cuidados relacionados a integridade e saúde. Portanto do ponto de vista do pesquisador as campanhas de prevenção de acidentes seriam muito bem vindas na empresa. O quadro 19 aborda a percepção de segurança na atividade em que o funcionário desenvolve suas atividades. SEGURANÇA NA ATIVIDADE Você considera seu trabalho seguro? Por que? RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS ● Nesta questão pode-se observar pontos de vista diferentes considerando o tipo de atividade que o funcionário exerce e a conscientização que ele tem ao realizá-la. Por exemplo, os entrevistados H e K que trabalham na expedição declaram “sim, considero seguro porque os equipamentos manuseados não oferecem riscos”. Enquanto outro que trabalha com maquinário que oferece maior risco, como o funcionário C, declarou que dependendo do equipamento em que se trabalha o grau de risco aumenta, mas é minimizado pelo uso de EPIs. Quadro 19: Segurança na atividade de trabalho Fonte: Dados primários Conforme as diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho (FUNDACENTRO), fatores de risco ou perigo, é aquilo que é intrinsecamente suscetível de causar lesões ou danos à saúde das pessoas (FUNDACENTRO, 2005), portanto todo trabalho apresenta um grau de risco, em alguns casos maiores em outros menores. A resposta dos funcionários verificada no quadro acima está relacionada ao tipo de serviço que é realizado, porém todas as funções exigem seu cuidado e atenção ainda que seja a descida da escada do mezanino para quem trabalha no escritório. Portanto, todo trabalho apresenta algum 74 grau de risco, o que pode ser amenizado pelo uso dos EPIs e pela devida atenção e cuidado com cada atividade realizada. O quadro 20 apresenta as respostas dos funcionários com relação à percepção que tem da importância do uso dos EPIs. UTILIZAÇÃO DE EPIs RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS Para o exercício de sua profissão é ● Todos os funcionários que trabalham na área produtiva responderam “sim, é necessário o uso de EPIs? necessário o uso do EPI em minha função”. Já os funcionários da área administrativa não necessitam utilizá-los. A empresa oferece os EPIs? Você sabe aprendeu? como utilizá-los? ● Sim. A empresa oferece todos os equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades. Muitos funcionários já trabalharam em Como ● outras empresas e por isto já sabiam utilizar o protetor auricular, e aqueles que nunca haviam utilizado foram orientados pelo coordenador da produção no primeiro dia de trabalho. Quadro 20: Utilização de equipamentos de proteção Fonte: Dados primários Quanto à utilização de EPIs, todos os funcionários que trabalham na produção necessitam utilizar o protetor auricular pois estão expostos a um nível de ruído acima do limite, portanto, conforme avaliação de profissionais da empresa Servmed, aplicando o PPRA é recomendado o uso deste equipamento para não haver risco de perda de audição, o que também é reforçado por Campos (2007), quando declara que se não houver controle das fontes de ruído, ou se não for providenciado o uso de protetor auricular, após algum tempo os funcionários expostos a estas fontes podem perder a audição. Além disto são recomendados outros tipos de equipamentos de proteção de acordo com a atividade, como: luvas, óculos de proteção, sapatos de couro. O que não é necessário para quem trabalha no setor administrativo. A empresa visando o bem-estar de seus funcionários e ciente das leis que regem este aspecto do cuidado com a segurança e saúde de seus funcionários, disponibiliza todos os tipos de EPIs necessários para seus funcionários e 75 atualmente, por meio do coordenador de produção, orienta como utilizá-los de forma adequada. O quadro 21 trata da percepção dos funcionários quanto ao ambiente de trabalho. AMBIENTE DE TRABALHO RESPOSTAS DOS ENTREVISTADOS ● Metade dos funcionários declarara que sente necessidade de um ambiente mais ventilado. Quanto à limpeza, todos são responsáveis pela limpeza de seu setor de trabalho, A seu ver, como é o ambiente físico de seu portanto, não há reclamações quanto a isto. trabalho? Segundo o funcionário D, “a cozinha e banheiros estão dentro da expectativa”. Todos concordam que há boa iluminação, e quanto ao ruído, é amenizado pelo uso do protetor auricular. Quadro 21: Ambiente de trabalho Fonte: Dados primários Apesar de a empresa não utilizar a ferramenta dos 5S, há uma conscientização dos funcionários com relação à limpeza de seus equipamentos e de seu ambiente de trabalho, sendo a solicitação da grande maioria a instalação de ventiladores em alguns pontos onde há maior emissão de calor proveniente dos equipamentos. A NR-24 trata das condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, determinando requisitos básicos a serem observados nos locais de trabalho para estas instalações, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, cozinhas, alojamentos e água potável (ARAÚJO, 2002). Entende-se portanto que para o bem-estar dos funcionários é necessário que uma empresa ofereça um ambiente limpo e em bom estado de asseio e higiene. Na percepção dos funcionários a empresa oferece um ambiente que atende suas expectativas no que se refere a limpeza de banheiros, refeitório e local de trabalho, estando conscientes que eles são participantes ativos para a manutenção deste ambiente. Os quadros com os comentários das respostas dos funcionários, permitem a empresa fazer uma análise dos pontos fortes e fracos relacionados a percepção que os mesmos têm do ambiente de trabalho e da segurança para realizar suas atividades. Podendo servir como ferramenta para potencializar os pontos fortes e minimizar os pontos fracos. 76 3.2.6 Apresentação do plano com as ações necessárias para a implantação da CIPA Este item apresenta um plano de ação para implantação da CIPA na empresa Contacsul Ltda. Para isto utilizou-se o 5W 2H, que inicialmente estabelece a atividade a ser realizada e em seguida o objetivo da atividade, determinando prazos, responsáveis, locais onde será realizado, a forma como será feito e finalizando com o custo de cada atividade. Portanto permitindo ao planejador uma visão passo-apasso do que será feito, e a possibilidade de acompanhar toda implantação do programa. Para conduzir a organização do estado inicial, observado com base no resultado da pesquisa e nas normas que regem a implantação da Cipa, até o estado almejado, foi elaborado um plano de ação que, sendo aplicado auxiliará na qualidade do ambiente de trabalho e na qualidade de vida dos funcionários. Um dos objetivos específicos estabelecidos para elaborar um programa de higiene e segurança do trabalho foi diagnosticar as práticas de segurança do trabalho da empresa. Com relação a isto Cardella (2007, p. 33), salienta que “diagnóstico de segurança é o resultado do estudo que tem por objetivo conhecer o estado de segurança da organização, devendo abranger a organização e o ambiente de trabalho”. Sendo realizado este diagnóstico das práticas de segurança no trabalho, e verificando que as práticas se restringem somente àquilo que a lei exige, ou seja, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, foi elaborado um plano que ação que contempla a implantação da Cipa, para que a empresa amplie sua visão relacionada a segurança do trabalho. Relacionado a visão voltada à segurança do trabalho e ao plano de ação elaborado para isto, Cardella (2007, p. 35), ressalta que “um plano de ação abrangente é, na realidade, um movimento. Esse movimento deve ser orientado por uma estrela guia, a visão de futuro”. Com isto o autor quer dizer que a empresa deve ter uma visão global, mas uma atuação local para atingir os objetivos, e isto só é alcançado quando uma das atuações da empresa estiver voltada para um ambiente de trabalho que ofereça segurança e bem-estar no desenvolvimento do trabalho de seus colaboradores. Por que Objetivo Enquadramento da empresa perante o CNAE Implantar um progama de higiene e segurança do trabalho Constituição de uma Formação da comissão eleitoral equipe responsável para realizar publicação e divulgação de edital e promover a inscrição individual dos interessados. Publicação e Informar funciodivulgação do edital nários sobre a de convocação para implantação da as eleições CIPA e a convocação para eleição Definição dos representantes do empregador para constituir a CIPA O que Atividade Dimensionamento da CIPA conforme NR-5 Agosto/08 Agosto/08 Agosto/08 (45 dias antes da data da eleição) Empregador Comissão eleitoral Quando Prazo Agosto/08 Empregador Quem Responsável Empregador Empresa Empresa Empresa Onde Local NR -5 Por meio de edital conforme modelo do Anexo B, utilizando os meios de comunicação da empresa (jornal, murais) O empregador constitui esta comissão designando pessoas a seu critério, que farão parte da comissão eleitoral. Como Forma Consultando o Quadro III constante na NR 5, que indica a qual grupo pertence a empresa. Transportar o código encontrado para o Quadro I da NR 5, que definirá se a empresa deverá ou não constituir uma CIPA. Por meio de indicação do empregador. Plano de ação para implantação da CIPA na empresa ContactSul Ltda. Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Quanto Custo Custos amortizados já orçados 77 Divulgação dos resultados da eleição Apuração dos votos O que Atividade Realização de inscrições para eleição da CIPA Divulgação de edital com o nome dos candidatos inscritos para eleição da CIPA. Realização de eleição da CIPA Verificar o resultado da votação, quem foi o empregado mais votado e o segundo mais votado para conhecer o titular e suplente da CIPA Apresentar o empregado mais votado (efetivo) e o segundo mais votado (suplente) Eleger representantes dos empregados Por que Objetivo Atender os regulamentos e normas da Cipa Informar a toda empresa o nome dos candidatos que concorrem a CIPA Comissão eleitoral Comissão eleitoral Comissão eleitoral Comissão eleitoral Quem Responsável Comissão eleitoral Setembto/08 Setembro/08 Setembro/08 Quando Prazo Agosto/08 (15 dias antes das eleições) Agosto/08 Empresa Na empresa, respeitando os horários de turno que possibilite a participação da maioria dos funcionários. Empresa Empresa Onde Local Empresa Pelos meios de comunicação da empresa (jornal, murais) Comissão eleitoral, com acompanhamento de um representante dos empregados e do empregador, em nº a ser definido pela comissão. Utilizando cédula conforme modelo em Anexo Como Forma Procurando a comissão eleitoral e realizando sua inscrição Pelos meios de comunicação da empresa (jornal, murais) Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Quanto Custo Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados 78 Disponibilizar os membros para participar do curso de CIPA – treinamento com carga horária de 20horas. Preencher documentação da CIPA: Ata de eleição, Ata de instalação e posse, Calendário anual das reuniões ordinárias da CIPA Protocolo CIPA O que Atividade Realização da reunião de instalação e posse da CIPA Por que Objetivo Empossar os membros da CIPA e definir calendário de reuniões mensais Para registrar os acontecimentos e decisões da CIPA, ficando a disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT Regulamentar as atribuições, a composição e o funcionamento da CIPA. Capacitar os membros da CIPA para realizar suas atividades voltadas a higiene e segurança do trabalho na empresa. Setembro/08 (Até 30 dias contados após a data da posse) Setembro/08 (Até 10 dias após a posse) Empregador Empregador Setembro/08 Quando Prazo Setembro/08 Secretário da CIPA Quem Responsável Empregador Na empresa ou local a ser designado Ministério do Trabalho Empresa Onde Local Empresa Preencher o registro da CIPA conforme Anexo E, e protocolizar junto ao Delegado Regional do Trabalho. Disponibilizando o tempo necessário para os funcionários que fazem parte da CIPA, realizarem o treinamento dentro de seu horário de trabalho. Conforme modelos no Anexo C (Ata de eleição) e Anexo D ( Ata de instalação) Como Forma Reunindo as pessoas envolvidas e efetivando a posse dos membros da CIPA R$ 1.100,00 Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Custos amortizados já orçados Quanto Custo 79 80 De acordo com o plano de ação apresentado, foram estabelicidas todas as atividades necessárias à implantação da Cipa. Com relação aos custos das atividades, deve-se levar em consideração a particularidade de cada empresa administrar seus recursos. Neste caso específico os custos já estão amortizados, considerando que já foram orçados e realocados na unidade de resultado da medicina e segurança do trabalho. Após a composição da CIPA, a empresa efetuará a posse de seus membros, conforme modelo. Contados dez dias, após a posse, a empresa deverá protocolar no Ministério do Trabalho cópia das atas de eleição, cópia das atas de posse e o calendário anual de reuniões ordinárias da CIPA. Quanto ao treinamento, caberá à empresa promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento de CIPA em primeiro mandato deverá ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. O treinamento terá carga horária de vinte horas e deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens: • estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; • metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; • noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa; • noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção; • noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; • princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos; • organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. Pode-se dizer que este trabalho constitui-se em um manual resumido e disponível para todos que, preocupados com a qualidade de vida de seus colaboradores, necessitam uma fonte de consulta para implantar um programa de higiene e segurança em sua empresa ou estabelecimento. 81 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve como objetivo elaborar um programa de higiene e segurança do trabalho para a empresa Contactsul Ltda., com o propósito de propor um plano de ação para implantação da Cipa, proporcionando a melhoria nos processos e na qualidade de vida dos funcionários da empresa pesquisada. Para isto foram considerados aspectos relacionados às práticas da empresa em segurança do trabalho e a percepção que seus colaboradores têm a este respeito. Por este motivo o trabalho sustentou-se na busca de elementos que servissem de fundamentação para elaboração de um programa de higiene e segurança no trabalho para a empresa em estudo. Considerando que a garantia da segurança e saúde ocupacional, denota a necessidade mais básica dos seres humanos, ou seja, garantir sua sobrevivência. Para alcançar este objetivo, foram abordados de maneira sucinta fundamentos teóricos sobre a administração e suas áreas de atuação, abrangendo a área em estudo, que é Recursos Humanos e temas relacionados à higiene e segurança do trabalho, como: políticas de segurança do trabalho; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; organização da CIPA; atribuições dos envolvidos; seu funcionamento; treinamento e processo eleitoral. Ainda foram abordados temas relacionados a ergonomia e normas da CIPA. O desenvolvimento da pesquisa apresentou as práticas da empresa em relação à higiene e segurança do trabalho, mediante entrevista semi-estruturada e não estruturada com o empregador, e por meio do mesmo tipo de entrevistas obteve-se a percepção dos funcionários com relação a estas práticas, sendo suas respostas apresentadas por meio de quadros explicativos. Foram levantados os acidentes ocorridos nos últimos dois anos e os setores mais suscetíveis a acidentes, assim como o número de afastamentos por acidente. Estes aspectos foram levantados para elaborar um programa de higiene e segurança do trabalho para empresa Contacsul Ltda. A empresa já conta com aspectos positivos a seu favor, em virtude de já ter a assessoria de uma empresa terceirizada que elaborou o mapa de riscos pelo PPRA e o PCMSO que tem como objetivo acompanhar a saúde dos funcionários por meio de exames periódicos. Estes aspectos contribuem bastante para implantação da 82 CIPA, porém observam-se outros aspectos que só serão desenvolvidos com a efetivação da implantação, como: campanhas prevencionistas, registro de acidentes e tratamento dos mesmos. Do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa possibilitou à oportunidade de ter um envolvimento mais próximo com a realidade de uma organização e suas práticas voltadas a segurança do trabalho, permitindo fazer uma análise dos conhecimentos adquiridos em sala de aula e da aplicação dos mesmos na organização pesquisada. Para a organização foi uma oportunidade de avaliar suas práticas de segurança, por meio da percepção de seus colaboradores e conhecer a viabilidade de implantar um programa de higiene e segurança do trabalho. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTON, A. Uma Metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos de segurança. Florianópolis, 1996. 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Porto Alegre: Bookman, 2001. 86 APÊNDICES 87 APÊNDICE A – Roteiro da entrevista aplicada com a empresa. 1) Quais as principais características das práticas e/ou políticas da empresa referente á segurança do trabalho? 2) A empresa realiza algum treinamento voltado à segurança do trabalho? Com que freqüência? 3) Quais as principais características das práticas de recursos humanos da empresa referentes à qualidade de vida que gere segurança no trabalho? 4) São realizados exames médicos admissionais, periódicos e demissionais? Para todos? Com que periodicidade? 5) Há controle efetivo de ruído, iluminação, temperatura, aeração, etc, nos ambientes de trabalho? Quem faz ? 6) Com que freqüências são realizadas campanhas de prevenção de acidentes? 7) Os funcionários compulsoriamente? utilizam normalmente o EPI? Espontaneamente ou 8) Quais são as causas mais freqüentes de acidentes? 9) Existe registro dos acidentes ocorridos na empresa, ainda que de menor gravidade? Qual setor tem apresentado maior índice de acidentes? 10) Há um registro de dias de afastamento por acidente e por setor na empresa? 11) Que tipo de inspeção é feita para averiguar as condições de higiene e segurança existente? 12) Com relação às condições de trabalho seguro, quais são as principais reclamações recebidas? 13) Como são tratadas as reclamações em relação às condições de higiene e segurança do trabalho? 88 APÊNDICE B – Roteiro de entrevista aplicada com os Funcionários. A presente entrevista esta sendo aplicado para identificar a percepção que os funcionários têm em relação às praticas da segurança do trabalho na empresa, para a implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. 1) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2) Faixa etária: ( ) 18 anos a 23 anos anos ( ) 23 anos a 28 anos anos ( ) 28 anos a 33 anos anos ( ) acima de 63 anos ( ) 33 anos a 38 anos ( ) 48 anos a 53 ( ) 38 anos a 43 anos ( ) 53anos a 58 ( ) 43 anos a 48 anos ( ) 58 anos a 63 3) Estado Civil: ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Outros 4) Escolaridade: ( ) 1ºgrau incompleto ( ) 2ºgrau incompleto ( ) superior incompleto ( ) 1ºgrau completo ( ) 2ºgrau completo ( ) superior completo ( ) especialização 5) Residência: ( ) Balneário Camboríu ( ) Camboriú ( ) outra cidade 6) Setor de trabalho: ( ) Produção ( ) Administração 7) Tempo de serviço: ( ) Período de experiência ( ) 2 anos a 3 anos ( ) mais de 5 anos ( ) 6 meses a 1 ano ( ) 3 anos a 4anos ( ) 1 ano a 2 anos ( ) 4 anos a 5 anos 8) A empresa oferece algum tipo de treinamento voltado a segurança do trabalho? Quais? 89 9) Porque você acredita que deve haver algum tipo de treinamento relacionado a segurança? 10) São realizados exames médicos, como os exames admissional, periódicos ou demissional? 11) São realizadas campanhas para prevenção de acidentes? Quais? 12) Você considera seu trabalho seguro? Por que? 13) Para o exercício de sua profissão é necessária a utilização do equipamento de proteção individual (EPI). 14) A empresa fornece o equipamento de proteção individual (EPI)? 15) Você sabe como utilizar o equipamento de proteção individual (EPI)? Como você aprendeu? 16) A seu ver como é o ambiente físico de seu trabalho? (limpeza, temperatura, ruído, ventilação, espaço) 17) Em sua opinião, o que precisaria mudar para melhorar a segurança no seu local de trabalho? 90 ANEXOS 91 ANEXO A – Dimensionamento da CIPA *GRUPOS N° de Empregados no Estabelecemento 0 a 19 N° de Membros da CIPA 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 301 a 500 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2 Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C-1 C-1a C-2 C-3 C-3a Efetivos 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1 Suplentes 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1 C-4 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C-5 C-5a Efetivos 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2 C-6 92 *GRUPOS N° de Empregados no Estabelecimento 30 a 50 101 141 121 a 301 a a a 140 500 120 300 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar 5 6 1 3 4 4 1 81 a 100 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 N° de Membros da CIPA 20 a 29 5001 a 10.000 51 a 80 0a 19 501 a 1000 1001 a 2501 a 2500 5000 C-7 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1 Efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1 Suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1 C-7a C-8 C-9 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2 Efetivos 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2 Efetivos 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2 C-10 C-11 C-12 C-13 C-14 93 *GRUPOS N° de Empregados no Estabelecimento 30 a 50 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar 3 3 4 5 6 1 2 3 3 3 4 4 1 81 a 100 Efetivos 1 1 2 2 2 Suplentes 1 1 2 2 N° de Membros da CIPA 20 a 29 501 a 1000 51 a 80 0a 19 101 141 121 a 301 a a a 140 500 120 300 C-14a Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2 Efetivos 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2 Efetivos 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2 Efetivos 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1 C-15 C-16 C-17 C-18 C-18a C-19 Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C-20 C-21 94 *GRUPOS N° de Empregados no Estabelecimento 501 a 1000 1001 a 2500 2501 a 5000 5001 a 10.000 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar 4 6 8 10 12 2 3 3 5 6 8 9 2 2 2 2 3 4 5 6 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 20 a 29 30 a 50 51 a 80 81 a 100 Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 Suplentes 1 1 2 2 3 3 Efetivos 1 1 2 Suplentes 1 1 0a 19 N° de Membros da CIPA 101 141 121 a 301 a a a 140 500 120 300 C-22 C-23 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1 C-24 C-24a Efetivos 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 Efetivos 1 2 3 4 5 1 Suplentes 1 2 3 3 4 1 C-24b C-25 C-26 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Suplentes 1 1 2 3 3 4 5 5 1 Efetivos 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Suplentes 1 1 2 3 4 5 5 5 1 C-27 C-28 95 *GRUPOS N° de Empregados no Estabele cimento 0 a 19 N° de Membros da CIPA 20 a 29 30 a 50 51 a 80 301 a 500 501 a 1000 Efetivos 1 2 3 Suplentes 1 2 81 a 100 101 a 120 121 a 140 141 a 300 5001 a 10.000 Acima de 10.000 para cada grupo de 2.500 acrescentar 4 5 1 3 3 4 1 1001 a 2501 a 2500 5000 C-29 Efetivos 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2 Suplentes 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 Efetivos 1 1 1 1 2 3 4 5 1 Suplentes 1 1 1 1 2 3 3 4 1 C-30 C-31 C-32 C-33 Efetivos 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2 Efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 C-34 C-35 Anexo A – Dimensionamento da CIPA Fonte: Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalhador NR-5 96 ANEXO B – Edital de convocação de eleição da Cipa CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO DA CIPA Ficam convocados os empregados desta empresa para eleição dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), de acordo com a Norma Regulamentadora – NR-5, aprovada pela Portaria nº......,de ................., baixada pelo Ministério do Trabalho, a ser realizada, em escrutínio secreto, no dia .......,às ............... horas, no ................................................................................ . Apresentaram-se e serão votados os seguintes candidatos (ou chapas) : ............................................................................................................... . .............de ........................ de 2............ .................................................................... ( Assinatura do empregador) Anexo B: Edital de convocação de eleição da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 239) 97 ANEXO C – Ata de eleição dos representantes dos empregados da Cipa ATA DE ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS DA CIPA Aos ....... dias do mês ....................... de dois mil e ........... , no local designado no Edital de Convocação (7) .................. , com a presença dos(as) Srs.(as) ......................................................... , instalou-se a mesa receptora e apuradora dos votos às .............. horas, o Sr. Presidente da mesa declarou iniciados os trabalhos. Durante a votação, verificaram-se as seguintes ocorrências: ....................(quando existirem ocorrências anotar aqui). Às ...... horas, o Presidente declarou encerrados os trabalhos de eleição, verificando-se que compareceram....... empregados e passando-se à apuração, na presença de quantos desejassem. Após a apuração, chegou-se ao seguinte resultado: Titulares Suplentes .................................... ............. votos ................................. ............. votos .................................... ............. votos ................................. ............. votos .................................... ............. votos ................................. .............. votos Após a classificação dos representantes dos empregados por ordem de votação, dos titulares e suplentes, esses representantes elegeram o ................................. para VICEPRESIDENTE. Demais votados em ordem decrescente de votos: .................................... ............ votos ..................................... ............ votos .................................... ............ votos ..................................... ............ votos E, para constar, mandou o Sr. Presidente da mesa fosse lavrada a presente ATA, por mim assinada ....................................... Secretário, pelos Membros da mesa e pelos eleitos .................................................. ............................................... Presidente da Sessão Titulares Secretário Suplentes ............................................. .............................................. ............................................. .............................................. ............................................. .............................................. Anexo C: Ata de eleição dos representantes dos empregados da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 40) 98 ANEXO D – Ata de instalação e posse da Cipa da empresa ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA CIPA DA EMPRESA Aos ....... dias do mês de .................,do ano de dois mil e ........, no ................ nesta cidade, presente(s) o(s) Senhor(es) Diretor(es) da Empresa, bem como os demais presentes, conforme Livro de Presença, reuniram-se para Instalação e Posse da CIPA desta Empresa, conforme o estabelecido pela Portaria nº .............. , o Senhor .................................... representante da Empresa e Presidente da mesma, declarou abertos os trabalhos, lembrando a todos os objetivos da Reunião, quais sejam: instalação e Posse dos componentes da CIPA. Continuando, declarou instalada a Comissão e empossados os Representantes do Empregador: Titulares Suplentes ......................................................... .................................................. ......................................................... .................................................. ......................................................... .................................................. Da mesma forma, declarou empossados os Representantes eleitos pelos Empregados: Titulares Suplentes ....................................................... ................................................... ........................................................ ................................................... ........................................................ ................................................... A seguir, foi designado para Presidente da CIPA o Senhor........................... , tendo sido escolhido entre os Representantes eleitos dos Empregados o Senhor ..................... , para Vice-Presidente. Os Representantes do Empregador e dos Empregados, em comum acordo, escolheram também o Senhor ......................... para Secretário da CIPA, sendo seu substituto o Senhor .................................. . Nada mais havendo para tratar, o Senhor Presidente da Sessão deu por encerrada a reunião,lembrando a todos que o período de gestão da CIPA ora instalada será de 01 (um) ano a contar da presente data. Para constar, lavrou-se a presente ATA, que, lida e aprovada, vai assinada por mim, Secretário, pelo Presidente da Sessão, por todos os Representantes eleitos e/ou designados inclusive os Suplentes. ............................................................ ........................................................... Presidente da Sessão Secretário Titulares Suplentes ........................................................... .......................................................... .......................................................... .......................................................... Anexo D: Ata de instalação e posse da Cipa da empresa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 41) 99 ANEXO E – Requerimento de registro da Cipa REGISTRO DA CIPA Ilmo. Sr. Delegado .............................(Regional do Trabalho).................................................. A ........................................................(Razão Social)................................................................ Situada....................................(Endereço).................................................................................. Com atividade ...........................(Principal)............................................................ grau de risco ............................ vem, mui respeitosamente, requerer a V. Sa. o registro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, de seu estabelecimento situado .......(Endereço).......................(CEP).........................(Telefone)....................(CGC)................... Com atividade ...................................... , de conformidade com o art. 163, da CLT e a NR-5, da Portaria nº ............. , de ......./......./......... . Para tanto, anexamos os seguintes documentos: cópias das atas da Eleição e da Instalação e Posse (ou as mesmas registradas no livro de atas), livro de Atas para autenticação e Calendário Anual das Reuniões Ordinárias da CIPA. Nestes Termos Pede Deferimento .......................................... , ............. de ............................... de 20...... ......................................................... (assinatura do empregador) Anexo E: Requerimento de registro da Cipa Fonte: Gestão de recursos humanos, (2003, p. 305) 100 DECLARAÇÃO A empresa CONTACT CONDUTORES ELÉTRICOS LTDA. declara, para devidos fins, que o estagiário SERGIO GROSS, aluno do Curso de Administração do Centro de Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária prevista para o período de 01/09/2008 a 30/04/2008, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas. Balneário Camboriú, 02 de junho de 2008. ______________________________ Mário José Moritz 101 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Sergio Gross Estagiário Mário José Moritz Supervisor de campo Prof. Justina da Costa Rodrigues Orientadora de estágio Prof. EduardoKriger da Silva Responsável pelos estágios em Administração