A Secção para o Estudo da Ortopedia Infantil (SEOI) da Sociedade Portuguesa de
Ortopedia e Traumatologia (SPOT) realiza o seu
3º CONGRESSO NACIONAL E XX JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL, no
período de 5 A 7 DE MARÇO DE 2015,
NO HOTEL MELIÁ RIA, EM AVEIRO.
No dia 5 de Março, temos um CURSO PRÉ-CONGRESSO DE REUMATOLOGIA
PEDIÁTRICA, dirigido a Médicos Internos, Ortopedistas, Pediatras,
Reumatologistas, Médicos de Medicina Geral e Familiar e de Medicina Fisica e
Reabilitação, Enfermeiros, Fisioterapeutas e Técnicos Superiores de Saúde.
O WORKSHOP ORTHOPEDIATRICS DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS utilizadas
especificamente na Criança e no Adolescente decorre na tarde deste dia, para
um número limite de 30 participantes, sendo destinado a Médicos Internos de
Ortopedia, Ortopedistas e Enfermeiros.
Os TUMORES ÓSSEOS E AS MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS DA MÃO são
os temas principais do Congresso, que oferece um Programa diversificado e
estimulante e conta com a presença de palestrantes de elevada reputação
técnica e científica, que certamente contribuirão para fortalecer e desenvolver a
ORTOPEDIA PEDIÁTRICA portuguesa.
O Congresso é também uma oportunidade para os Médicos e Internos de
Especialidade portugueses apresentarem o trabalho que desenvolvem nos seus
Serviços e discutirem casos complexos.
A VOSSA PRESENÇA É IMPORTANTE PARA A SEOI!
CONTAMOS COM TODOS EM AVEIRO!
3º Congresso Nacional
e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria
Tumores Ósseos
Malformações Congénitas da Mão
Curso de Reumatologia Pediátrica
Agradecemos o apoio de:
Workshop Orthopediatrics de Técnicas Cirúrgicas
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
PROGRAMA
3º Congresso Nacional
e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
5 - 7 Março 2015 • Aveiro • Hotel Meliá Ria
1
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Direção da SEOI 2015-2016
Cristina Alves (Coordenadora)
Delfin Tavares (Tesoureiro)
Nuno Alegrete (Vogal)
Comissão Organizadora Local
Gabriel Matos
Cristina Alves
Inês Balacó
Pedro Sá Cardoso
Tah Pu Ling
Convidados estrangeiros
Francisco Soldado (Hospital Sant Joan de Déu, Barcelona)
Ignacio Martínez Caballero (Hospital Niño Jesus, Madrid)
Julio Duart (Complejo Hospitalario de Navarra)
Mikel San Julián (Clínica Universidad de Navarra)
Sevan Hopyan (The Hospital for Sick Children, Toronto)
Júri Melhor Comunicação:
Carolina Escalda, Jorge Coutinho, Manuel Cassiano Neves
Júri Melhor Poster:
Fernando Carneiro, Graça Lopes, Mafalda Santos
Local
Hotel Mélia Ria - AVEIRO | Cais da Fonte Nova, Lote 5
3810-200 Aveiro, Portugal
T: +351 234 401 000 F: +351 234 401 009
GPS: 40.6386 (N), -8.6452 (W)
Secretariado
www.asic.pt › telef 239 482 000 › e-mail: [email protected]
2
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
05 Março 2015
Curso Pré-Congresso: Reumatologia Pediátrica
08h30 - Abertura do Secretariado
09h00 - Abertura do Curso. Cristina Alves
09h20 - Conceitos Básicos
Moderadores: Maria José Vieira, Cristina Alves
09h20 - Diagnósticos mais comuns. Manuel Salgado
09h40 - Particularidades da anamnese. Maria José Santos
10h00 - Discussão
10h10: Exame Objectivo
Moderadores: Filipa Ramos, Inês Balacó
10h10 - Exame musculoesquelético de rastreio (pGALS). Paula Estanqueiro
10h30 - Particularidades e Especificidades do Exame Objetivo. Inês Cunha
10h50 - Discussão
11h00 - Café
11h30: Exames Complementares de Diagnóstico
Moderadores: Margarida Oliveira, João Campagnolo
11h30 - O Laboratório Básico. Margarida Guedes
11h50 - Noções Básicas de Ecografia, Radiologia, TAC, RM. Filipe Macedo
12h30 - Discussão
13h00 - Almoço
14h00: Artrites Idiopáticas Juvenis
Moderadores: Anabela Barcelos, Gabriel Matos
14h00 - As Artrites Idiopáticas Juvenis e a evolução na Vida Adulta. JA Melo Gomes
14h20 - Comorbilidades das Artrites Idiopáticas Juvenis. Helena Canhão
14h40 - Discussão
15h00: Lombalgias e Síndromes Auto-inflamatórios
Moderadores: José Luís Peralta, Nuno Alegrete
15h00 - Lombalgias. Iva Brito
15h20 - Síndromes auto-inflamatórios ósseos. Marta Conde
15h40 - Discussão
16h00 - Café
16h30: Artrites Não Idiopáticas
Moderadores: Filipa Mourão, Jorge Seabra
16h30 - Febre Reumática e Artrites Reativas. Manuel Salgado
16h50 - Manifestações Osteoarticulares das
Doenças Sistémicas. Marta Cabral
17h10 - Tratamento Ortopédico em
Reumatologia Pediátrica. Inês Balacó
17h30 - Discussão
18h00 - Prova de Avaliação Facultativa
3
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
05 Março
Workshop Orthopediatrics de Técnicas Cirurgicas
Instrutores Estrangeiros: Julio Duart, Ignacio Martínez Caballero
Instrutores Nacionais: Cassiano Neves, Cristina Alves, Inês Balacó, João Campagnolo
14h00 • Abertura do Workshop. Cristina Alves
14h10 • Osteotomias do Fémur em idade pediátrica: conceitos básicos,
indicações e princípios técnicos.
Osteotomia de varização do fémur proximal. João Campagnolo
Osteotomia de valgização do fémur proximal. Manuel Cassiano Neves
Osteotomia de flexão do femur proximal. Inês Balacó
Osteotomia de extensão do femur distal. Ignacio Martínez Caballero
14h50 • Exercícios Práticos c/ Instrutores: Locking Cannulated Blade Plate System
PediLoc® Femur Locked Plate System PediLoc® Extension Osteotomy
Plate
16h00 • Café
16h30 • Tratamento cirúrgico de fracturas diafisárias do fémur em idade
pediátrica: Conceitos Básicos. Cristina Alves
16h40 • Exercícios Práticos com Instrutores: Pedinail™, PediFlex™, PediLoc®
Femur Locked Plate System
17h30 • Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior em Idade Pediátrica:
Conceitos Básicos. Julio Duart
17h50 • Apresentação do Sistema de Reconstrução ShieldLoc™ e ArmorLink™
18h30 • Encerramento.
4
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
06 Março 2015 / March 6th , 2015
09h00
•
Início dos Trabalhos. / Initial address. Cristina Alves
09h10
•
Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)
Moderadores/ Moderators: Fernando Carneiro, Jorge Coutinho
CL01 – Tratamento Cirúrgico de Navicular Acessório – A Experiência de um
Serviço./ Surgical treatment ofAccessory Navicular: a Department’s
Experience. Daniel Peixoto, João Antunes, António Mendes, Susana Ângelo, Francisco
Gomes, Manuel Gameiro, Fernando Pereira.
CL02 – Factores determinantes de recidiva de pé boto durante o tratamento
com o Método de Ponseti./ Determining factors of clubfoot relapse
during treatment by Ponseti Method. Hugo Duarte, Nuno Alegrete.
CL03 – Osteomielite Aguda em doentes com Drepanocitose na Idade Pediátrica:
Estudo Retrospectivo de 14 anos./ Acute Osteomyelitis in patients with
Drepanocytosis in Pediatric Age: a 14-years Retrospective Study. Nuno
Correia Mendonça, Catarina Pereira, José Caldeira, Mafalda Lopes, Alexandra Dias, Pedro
Beckert.
09h30
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
CL04 – Doença de Blount – Análise retrospetiva e determinantes de
prognóstico./ Blount’s Disease- Retrospective Analysis and
determinants of prognosis. Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco Pato, Catarina
Pereira, Delfin Tavares, M Cassiano Neves.
CL05 – Tíbia Vara do Adolescente – Análise retrospetiva e comparação de duas
técnicas de fixação./ Adolescent Tibia Vara- Retrospective Analysis and
Comparison of two fixation techniques. Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco
Pato, Catarina Pereira, Delfin Tavares, M Cassiano Neves.
CL06 – Coletes gessados seriados no tratamento de Escolioses Early onset –
Experiência de um Serviço. / Serial Casting in the treatment of Early
Onset Scoliosis- Experience of a Department. Joana Teixeira, João Correia,
Joaquim Brito, Rita Henriques, Pedro Fernandes.
09h50
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
10h00
•
10h20
•
Discussão/ Discussion
10h30
•
Café/ Coffee
Conferência Ciência em Ortopedia: Origens do Desenvolvimento
do Padrão Esquelético dos Membros/ Conference Science in
Orthopaedics: Developmental origins of limb skeletal pattern.
Sevan Hopyan
5
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
10h50
•
Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Conceitos Básicos /
Pediatric Bone Tumors: Basic Concepts
Moderadores/ Moderators: Gabriel Matos, António Oliveira
10h50
•
Tumores Benignos: Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico/
Benign Tumors: Diagnosis, Treatment and Prognosis. Pedro Cardoso
11h10
•
11h30
•
11h50
•
12h00
•
12h30
•
13h00
•
Abertura Oficial do Congresso/ Opening Ceremony.
13h30
•
Almoço/ Lunch.
14h30
•
Tumores Malignos: Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico./
Malignant Tumors: Diagnosis, Treatment and Prognosis. Inês Balacó
Porque tratar os Tumores Ósseos Pediátricos em Centros de
Referência./ Reasons to treat Pediatric Bone Tumors in Reference
Centers. José Portela
Discussão/ Discussion.
In memoriam: Homenagem ao Dr. Artur Côrte-Real/
In memoriam: Homage to Dr. Artur Côrte-Real. J Mesquita Montes
Conferência do Convidado de Honra: Que Rumos para a Ortopedia
Pediátrica Portuguesa?/ / Conference of The Guest of Honour: Which
routes for Portuguese Pediatric Orthopaedics? Jorge Coutinho
Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Tratamento Cirúrgico.
Pediatric Bone Tumors: Surgical Treatment.
Moderadores/ Moderators: Cristina Alves, Pedro Cardoso
14h30
•
14h50
•
Quando e Como utilizar a epifisiólise e distracção fisária./ When and
How to use epiphysiolysis and physeal distraction? Mikel San Julián
Ressecção de sarcomas do membro inferior e reconstrução com
perónio vascularizado: indicações, técnica cirúrgica e resultados./
Resection of lower limb sarcomas and reconstruction with
vascularized fibula: indications, surgical technique and results.
Sevan Hopyan
15h10
•
15h30
•
15h40
•
Utilização de aloenxertos para reconstrução tumoral na Criança e
Adolescente./ Use of allografts for tumor reconstruction in children
and teenagers. Mikel San Julián
Discussão / Discussion.
Tumores Ósseos em Idade Pediátrica: Tratamento Cirúrgico./
Pediatric Bone Tumors: Surgical Treatment.
Moderadores:/ Moderators Inês Balacó, José Portela
15h40
6
•
Ressecção de sarcomas do membro inferior e reconstrução com
rotationplasty: indicações, técnicas cirúrgicas e resultados./ Resection
of lower limb sarcomas and reconstruction with rotationplasty:
indications, surgical techniques and results. Sevan Hopyan
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
15h50
•
16h10
•
Utilização de próteses para reconstrução tumoral na Criança e
Adolescente./ Use of Prosthesis for tumoral reconstruction in
Children and Adolescents. Gabriel Matos
Amputação: que indicações?/ Amputation: what indications?
Cristina Alves
16h30
•
Discussão
16h40
•
Café
17h00
•
Crossfire SEOI-STAL: Discutir Tumores com os Experts. /
Crossfire SEOI-STAL: Discuss Tumors with the Experts.
Moderadores/ Moderators: Gabriel Matos.
Experts: Mikel San Julián, Sevan Hopyan
17h30
•
Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)
Moderadores/ Moderators: M. Cassiano Neves, Joana Freitas
CL07 – Osteoma Osteoide em Idade Pediátrica – Como Tratar e Como Seguir./
Osteoid Osteoma in the Pediatric Age- How to Treat and Follow.
João Esteves, Luís Barros, Marta Santos Silva, Pedro Neves, Pedro Cardoso.
CL08 – Prognóstico do atingimento do esqueleto axial em doentes com
Sarcoma de Ewing./ Prognosis of Axial Involvement in patients with
Ewing Sarcoma. Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso,
Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos.
CL09 – Função e qualidade de vida em doentes submetidos a ressecção
de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução por
artroplastia com endoprótese./ Function and Quality of Life in Patients
undergoing resection of a lower limb malignant bone tumor and
reconstruction by arthroplasty with endoprosthesis. Miguel Brites Moita,
Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos
17h50
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
CL10 – Reconstrução Tumoral com Aloenxerto em Idade Pediátrica –
Resultados Funcionais./ Tumoral Reconstruction with Allografts in the
Pediatric Age- Functional Results. António Mendes, Inês Balacó, Cristina Alves,
Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Gabriel Matos.
CL11 – Reconstrução com Prótese Expansível: uma boa alternativa no
tratamento dos tumores ósseos malignos do Membro Inferior na
Criança./ Reconstruction with Expandable Prosthesis: a good option in
the treatment of malignant bone tumors of the lower limb in children.
7
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Alice Carvalho, Gabriel Matos.
CL12 – Utilidade dos enxertos de perónio vascularizado na reconstrução
e preservação do membro em cirurgia tumoral./ Usefulness of
vascularized fibula graft in limb reconstruction and preservation in
tumoral surgery. Miguel Nascimento, Inês Balacó, Cristina Alves, Carla Diogo,
Horácio Zenha, Alice Carvalho, Gabriel Matos.
18h20
18h30
20h00
•
•
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
Assembleia Geral da SEOI / SEOI’s General Assembly.
Jantar do Congresso/ Dinner of the Congress.
07 Março 2015 / March 6th , 2015
08h30
•
Comunicações Livres (5 ‘apresentação)/ Oral Papers (5’ presentation)
Moderadores/ Moderators: Jorge Coutinho, Carolina Escalda
CL13 – Fraturas da diáfise femoral pediátricas – estratégias de tratamento de
acordo com a idade./ Femoral diaphysis pediatric fractures- treatment
strategies according to age. Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio,
Pedro Mota, António Marques Dias
CL14 – Fracturas do fémur em crianças – casuística do serviço./ Femur fractures
in children- a department’s experience. Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros,
Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho.
CL15 – Avulsão da tuberosidade anterior da tíbia: experiência de 10 anos. /
Avulsion of the tibial tuberosity: 10 years experience. Ana Bia, Patricia
Rodrigues, Delfin Tavares.
08h50
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
CL16 – Fraturas da tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico de
Metaizeau./ Fractures of the radial head treated by Metaizeau’s elastic
nailing. Ricardo Simões, António Gonçalves, João Raposo, Luís Tavares, Luís Soares,
Fernando Carneiro.
CL17 – Resultados clínicos e radiológicos das fracturas do côndilo lateral
do úmero distal na criança tratadas cirurgicamente./ Clinical and
Radiological Results of Surgical treatment of distal humerus lateral
condyle fractures. Luis Tavares, João Pedro Raposo, Ricardo Simões, António
Gonçalves, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro.
CL18 – Em Crianças com fracturas supracondilianas do úmero, Gartland III,
a existência de lesão neurológica inicial não afecta o prognóstico
8
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
funcional. / In Children with Gartland III supracondylar fractures of the
humerus, the presence of initial neurological lesion does not affect the
functional prognosis. Pedro Farinha Martins, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá
Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos.
09h20
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
CL19 – Tratamento das Fracturas dos ossos do antebraço pediátricas – gesso
ou bisturi? Comparando a experiência de 2 instituições./ Treatment
of pediatric fractures of the forearm- cast or scalpel? Comparing the
experience of 2 institutions. João Pedro Raposo, João Diogo Castro, Cristina Alves,
Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, António Gonçalves, Ricardo Simões,
Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro, Gabriel Matos.
CL20 – Um exame clínico e ecografia da anca normais dispensam a realização
de radiografia para exclusão de DDA em crianças nascidas em
apresentação pélvica./ Children born by pelvic delivery having a normal
clinical exam and ultrasound of the hip can be spared from radiography
to exclude DDH. António Mendes, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso,
Tah Pu Ling, Gabriel Matos.
CL21 – Complexo extrofia-epispádias./ Extrophy-epispadias complex. Ana Bia,
Francisco Sant’Anna, Delfin Tavares.
09h50
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
CL22 – Tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho - análise de resultados./
Surgical Treatment of Tigger Thumb- analysis of the results. Pedro Martins
Branco, Leonor Paulo, Carlos Maia Dias, Tiago Paiva Marques, Miguel Moita, Jaime Babulal,
Luis Tomaz, Francisco Mendes.
CL23 – Sindactilias: particularidades e resultados do tratamento cirúrgico. /
Syndactlyies: particularities and results of surgical treatment.
Miguel Nascimento, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Inês Balacó, Cristina Alves,
Gabriel Matos.
CL24 – Revisão casuística das epifisiólises proximais da tibia./ Revision of the
experience with proximal ephysiolysis of the tibia. Maria Miguel Carvalho,
Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins, Raquel Carvalho, Rita
Jerónimo, Álvaro Botelho.
10h20
•
Discussão (6’)/ Discussion (6’)
10h30
•
Café
9
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
11h00
•
Maformações Congénitas da Mão I/
Congenital malformations of the Hand I
Moderadores/ Moderators: António Leite da Cunha, Delfin Tavares
11h00
•
Malformações Congénitas da Mão: Classificação e Princípios de
Abordagem./ Congenital Malformations of the Hand: Classification
and Principles of Approach. Francisco Soldado
11h20
•
Mão Bota Radial e Cubital./ Radial and Ulnar Clubhand. César Silva
11h40
•
Hipoplasia do Polegar./ Thumb Hypoplasia. Francisco Soldado
12h00
•
Discussão / Discussion.
12h00
•
Malformações Congénitas da Mão II./
Congenital Malformations of the Hand II
Moderadores/ Moderators: Jorge Seabra, José Mesquita Montes
12h10
•
12h30
•
12h50
•
13h10
13h20
13h30
10
Sindactilia. / Syndactyly. Tah Pu Ling
Polidactilias Pós-Axiais e Duplicação do Polegar./ Postaxial
Polydactylies and Thumb Duplication. Francisco Soldado
Reabilitação da Criança com Malformação Congénita da Mão. /
Rehabilitation of the Child with a Congenital Malformation of the
Hand. Pedro Figueiredo
• Discussão / Discussion.
• Entrega dos Prémios Melhor Comunicação e Melhor Poster./ Best
Oral Paper and Best Poster Awards.
• Encerramento./ Closing.
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Could you spot slow-progressing
mucopolysaccharidosis (MPS)?
NEW: The first online EACCME-accredited distance
learning programme on MPS for rheumatologists
www.cme-on-demand.com/MPS
This 1-hour programme uses video tutorials and
interactive quizzes to help you:
UNDERSTAND
the impact of the disease on your patients
RECOGNISE
the symptoms of slow-progressing MPS
REFER
to a metabolic/genetic specialist
High quality educational modules presented by:
Dr Christina Lampe, University of Mainz, Rhineland Palatinate, Germany
Professor Dr Bernhard Manger, University of Erlangen-Nuremberg, Erlangen, Germany
Dr Derralyn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK
Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS
The MPS Distance Learning Programme is awarded 1 European CME credit (ECMEC)
by the European Accreditation Council for Continuing Medical Education (EACCME).
Date of preparation: May 2014
Job code: BIO/EU14/109
This programme has been sponsored
by an educational grant from BioMarin
11
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Could you spot
mucopolysaccharidosis (MPS)?
NEW: The first online distance learning programme
on MPS for radiologists
www.cme-on-demand.com/MPS
This 1-hour programme uses video tutorials
and interactive quizzes to help you:
COMPREHEND
the importance of the radiologist in recognising MPS
DISTINGUISH
MPS from other skeletal dysplasias
REFER
to a metabolic/genetic specialist
High quality educational modules presented by:
Dr Roisin Hayes, Our Lady’s Children’s Hospital, Crumlin, Ireland
Dr Amaka Offiah, Sheffield Children’s NHS Foundation Trust, UK
Dr Derralynn Hughes, Royal Free Hospital, London, UK
Register and complete the programme at www.cme-on-demand.com/MPS
The MPS Distance Learning Programme has applied for accreditation
for 1 European CME credit (ECMEC) by the European Accreditation
Council for Continuing Medical Education (EACCME).
Date of preparation: May 2014
12Job code: BIO/EU/14/101
This programme has been sponsored
by an educational grant from BioMarin
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Resumos
Comunicações Livres
13
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
14
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 01 - Tratamento Cirúrgico de Navicular Acessório – A Experiência de
um Serviço
Daniel Peixoto, João Antunes, António Mendes, Susana Ângelo, Francisco Gomes,
Manuel Gameiro, Fernando Pereira
(Hospital Distrital da Figueira da Foz)
Introdução
O osso navicular é ocasionalmente responsável por sintomatologia dolorosa no arco
interno do pé. Esta dor é causada pela presença de um osso navicular acessório, uma
variante normal presente em 12% da população.
Objectivos
Caracterização dos doentes em idade pediátrica operados a navicular acessório
sintomático no nosso serviço.
Métodos
Estudo retrospectivo dos doentes operados no nosso Serviço entre Fevereiro de
2000 e Outubro de 2014.
Resultados
Foram realizadas 14 intervenções (exérese cirúrgica com ou sem reinserção do tendão
do tibial posterior) em 12 doentes. Destes, 6 eram do sexo masculino e 6 do sexo
feminino (2 operadas a ambos os pés). Todos referiam queixas de dor intermitente
na região interna do mediopé após esforços. Ao exame físico apresentavam dor à
palpação na inserção do tendão tibial posterior no osso navicular e o diagnóstico foi
confirmado por Rx simples.
Dos 14 casos, 8 apresentavam pé plano. A idade média da intervenção foi de 13,07
anos (entre 8 e 17 anos). O navicular acessório foi classificado como Grau II em 8
casos e Grau III em 6.
Em todas as intervenções foi realizada a exérese do navicular acessório e em 12 o
tendão do tibial posterior foi reinserido e o pé imobilizado.
O internamento durou em média 3,5 dias e não foram registadas infecções ou outras
complicações.
Nas consultas de seguimento todos os doentes mostraram-se satisfeitos com os
resultados obtidos.
Em nenhum caso o pé plano foi corrigido.
Conclusão
O tratamento cirúrgico do navicular acessório é uma opção terapêutica quando o
tratamento conservador falha. Consiste na exérese do osso acessório com ou sem
reinserção do tendão do tibial posterior. A reinserção do tibial posterior (Operação
de Kidner) não parece ter vantagem sobre a excisão simples uma vez que não corrige
a anatomia nos casos de pé plano.
15
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 02 - Factores determinantes de recidiva de pé boto durante o
tratamento com o Método de Ponseti
Hugo Duarte, Nuno Alegrete
(Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Centro Hospitalar São João, EPE)
Objectivo
Verificar a associação entre factores que caracterizam a criança e o seu ambiente
sociofamiliar e a recorrência do pé-boto.
Métodos
A informação foi obtida através da revisão das fichas clinicas de uma população de
crianças com pé boto idiopático em tratamento com o Método de Ponseti há pelo
menos 1 ano. Às respectivas famílias foi aplicado um questionário para obter os
dados sociodemográficos. Foi aplicado um modelo de regressão logística simples para
determinar a associação.
Resultados
29% das crianças em estudo apresentaram sinais de recorrência. Foram encontradas
associações com significado estatístico entre a recorrência e o incorrecto uso da
ortótese e a tentativa de correcção prévia noutro hospital. As restantes variáveis:
sexo, lateralidade, história familiar de pé boto, parto pré-termo, número de gessos,
diagnóstico pré-natal, realização de tenotomia, número de filhos, idade da mãe,
rendimentos, escolaridade e seguro de saúde não mostraram qualquer associação.
Conclusão
O correcto uso da ortótese constitui a única associação onde há um aumento do risco
da recorrência, não estando relacionado com os restantes factores. A distância ao
centro hospitalar é também um problema importante manifesto pelo elevado número
de crianças que são tratadas inicialmente noutros locais e, provavelmente, por outros
métodos, sem sucesso.
Relevância
Apesar de execução relativamente simples, o tratamento do pé-boto com o Método
de Ponseti obriga os cuidadores a um empenho longo, verificando-se uma taxa de
recorrência elevada. É importante conhecer os factores que estão por detrás das
recorrências, de modo a tornar cada vez mais eficaz o tratamento.
16
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 03 - Osteomielite Aguda em doentes com Drepanocitose na Idade
Pediátrica: Estudo Retrospectivo de 14 anos
Nuno Correia Mendonça, Catarina Pereira, José Caldeira, Mafalda Lopes, Alexandra Dias,
Pedro Beckert
(Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora)
Introdução
A drepanocitose é uma hemoglobinopatia autossómica recessiva (gene da β-globina),
caracterizada por anemia hemolítica crónica e episódios recorrentes de dor devidos
a crises vaso-oclusivas (CVO), provocando lesão crónica de diversos órgãos. É
comum o envolvimento osteoarticular com complicações infecciosas (osteomielite e
artrite séptica) facilitadas pela asplenia e isquémia óssea. A osteomielite aguda (OA)
é um desafio de diagnóstico diferencial com CVO óssea, cujo erro pode conduzir à
perpetuação das lesões ósseas vs antibioterapia prolongada desnecessária.
Objectivos
Descrever a epidemiologia da OA em doentes com drepanocitose, na idade pediátrica,
visando melhorar a sua compreensão e abordagem.
Métodos
Análise retrospectiva dos doentes admitidos com drepanocitose na nossa instituição
entre 2000-2014, com idade inferior a 18 anos.
Resultados
Foram admitidos 156 doentes com o diagnóstico de drepanocitose, na maioria de
ascendência Africana (98%). Registaram-se 25 episódios de OA que ocorreram
em 19 doentes (12%), com uma incidência anual de 1,79 casos. Os episódios de
OA apresentaram uma idade média de 4,08 anos [1-10] com ligeiro predomínio do
sexo masculino (56%). A infecção localizou-se preferencialmente em ossos longos
β úmero (24%), fémur (16%) e tíbia (12%) - com múltiplas localizações em 12%. O
agente etiológico foi identificado em 40%, sendo a Salmonella isolada em 50%. A
maioria foi tratada conservadoramente com antibioterapia prolongada, enquanto 8%
necessitaram de intervenção cirúrgica. A resposta terapêutica foi favorável em 96%
das OA (evolução sem sequelas).
Conclusão
A OA apresenta-se como uma complicação grave e frequente na drepanocitose,
afectando sobretudo as crianças com idades entre 2-5 anos. O início atempado da
antibioterapia, com cobertura para Salmonella, demonstrou bons resultados, sendo
pouco frequente a necessidade de intervenção cirúrgica.
Relevância
O conhecimento do perfil epidemiológico da OA na drepanocitose é fundamental
para a correcta abordagem da doença.
17
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 04 - Doença de Blount – Análise retrospetiva e determinantes de
prognóstico
Miguel Pádua, Mafalda Lopes, Marco Pato, Catarina Pereira, Delfin Tavares,
Manuel Cassiano
(Hospital Fernando Fonseca, Hosp. D. Estefânia, Lisboa)
Introdução
A Doença de Blount é uma doença do desenvolvimento que se manifesta com
deformidade multiplanar. O tratamento deve ser individualizado caso a caso, não
sendo ainda claro na literatura quais os principais determinantes da resolução/
recorrência da deformidade. Os objetivos deste trabalho consistiram numa análise
retrospetiva dos doentes tratados na nossa instituição por forma a encontrar fatores
de risco associados ao prognóstico.
Métodos
Revisão dos processos e exames de imagem dos doentes operados na nossa instituição,
de 2005 a 2012. Foram descritas a idade, sexo, raça, índice de massa corporal e idade
de início da marcha. Radiologicamente caracterizámos o desvio-eixo-mecânico (DEM) e
ângulo meta-diafisário, no pré-operatório, 6 meses pós-cirurgia e no final do follow-up.
Estratificámos os casos por características demográficas, magnitude de deformidade
e Grau de doença (Langenskiold).
Resultados
Foram tratados cirurgicamente 11 doentes (18 membros). Encontrámos uma taxa
de 81% de obesos (p<0,0001), 55% não-caucasianos, sem diferença para sexo, ou
idade de início de marcha. Todos os doentes beneficiaram do tratamento cirúrgico na
correção da deformidade (p<0,0001) à data de follow-up (média follow-up: 50meses).
As osteotomias corrigiram em média 20º da deformidade coronal, com um desvio
do eixo mecânico para fora de 5,2cm (ambos p<0,0001). Quando estratificados,
verificou-se baixa incidência de recorrência no final do follow-up nos doentes de Grau
mais precoce (2 e 3) em comparação com os doentes de Graus mais avançados (4, 5 e
6). Não se encontrou o mesmo factor prognóstico para outros parâmetros tais como
peso, desvio-eixo-mecânico inicial ou ângulo meta-diafisário inicial.
Conclusão
O tratamento cirúrgico foi claramente benéfico na correção da deformidade.
Em termos de risco de recorrência de deformidade com o crescimento, o factor
prognóstico mais importante é o Grau da doença.
Relevância
O planeamento terapêutico deve ter em maior consideração o Grau de doença do que
a magnitude inicial da deformidade.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 05 - Tíbia Vara do Adolescente – Análise retrospetiva e comparação
de duas técnicas de fixação.
Miguel Pádua, Patrícia Gomes, Jorge Costa, Delfin Tavares, Manuel Cassiano
(Hosp. Fernando Fonseca, Hosp. São José, Hospital D. Estefânia, Lisboa)
Introdução
A Tíbia Vara do Adolescente consiste numa forma mais rara e distinta da Tíbia
Vara Infantil. O tratamento consiste na perda ponderal e na correção cirúrgica por
osteotomia proximal da tíbia. Os objetivos deste trabalho consistiram numa análise
retrospetiva dos doentes tratados na nossa instituição e comparação por coorte
retrospetivo de duas técnicas utilizadas.
Métodos
Revisão dos processos e exames de imagem dos doentes operados na nossa instituição,
de 2005 a 2012. Foram descritas a idade, sexo, raça, índice de massa corporal e idade
de início da marcha. Radiologicamente caracterizámos o desvio-eixo-mecânico, o
ângulo meta-diafisário e o ângulo mecânico medial da tíbia proximal (mMPTA) à altura
no pré-operatório, 6 meses pós-cirurgia e no final do follow-up.
Estratificámos os casos por método de fixação da osteotomia com placa (Grupo-I)
e Fixador Externo (Grupo-II) e testámos os diferentes métodos de fixação para:
correção atingida, taxa de reintervenção e de intercorrências.
Resultados
Foram tratados cirurgicamente 11 doentes (14 membros). Verificámos uma taxa
de 91% de obesos (p<0,0001), com uma maior frequência do sexo masculino (81%,
p=0,02) e raça negra (81%, p=0,04), sem diferença estatística para a idade de início
da marcha face à população geral.
Todos os doentes beneficiaram do tratamento cirúrgico na correção da deformidade
(p<0,0001). Após estratificação, o Desvio-Eixo-Mecânico final foi de 33mm no
Grupo-I e -12mm no Grupo-II (p=0,004); o mMPTA final foi de 83,6º (varo ligeiro) no
Grupo-I e 91,8º (neutro) no Grupo-II (p=0,004), com menor taxa de reintervenções
para o Grupo-II (p=0,04).
Discussão
O tratamento com Fixador Externo permite a correção progressiva da deformidade
e nesta série revelou-se superior face à fixação com placa, com melhor correção da
deformidade e menor taxa de complicações.
Relevância
O tratamento cirúrgico está indicado na correção da deformidade, sendo o Fixador
Externo o melhor método aparente para fixação da osteotomia.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 06 - Coletes gessados seriados no tratamento de Escolioses Early
onset – Experiência de um Serviço.
Joana Teixeira, João Correia, Joaquim Brito, Rita Henriques, Pedro Fernandes
(Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)
Introdução
O tratamento da escoliose idiopática infantil com coletes gessados seriados (CGS) é
uma técnica popularizado por Cotrel e modificado por Mehta. Com o surgimento da
cirurgia caiu um pouco em desuso, voltando a ganhar popularidade à medida que as
complicações cirúrgicas em crianças muito pequenas se tornam mais evidentes.
Objetivo
Demonstrar que CGS segundo a técnica de Mehta em crianças com elevado potencial
de crescimento da coluna vertebral, são uma estratégia terapêutica eficaz que permite
atrasar ou mesmo evitar procedimentos cirúrgicos.
Metodologia
Avaliação retrospectiva de nove doentes com escoliose progressiva, tratados com
CGS segundo a técnica de Mehta. Foram avaliados os processos clínicos, estudos
imagiológicos e registos informatizados dos doentes.
Foram analisados os seguintes parâmetros: idade no início do tratamento, magnitude
da deformidade no plano coronal no inicio e final do tratamento, altura T1-T12,
número de gessos, intervenções cirúrgicas e complicações.
Resultados
A idade média no início do tratamento foi de 23 meses (7-48 meses). O número
médio de gessos foi de 3,4 gessos por doente ( 2-6).
56% dos doentes apresentavam escoliose idiopática infantil e 22% escoliose
neuromuscular e sindromática, respectivamente.
A amplitude média da deformidade coronal no inicio do tratamento foi 55º (26-85º) e
19,7º no final do tratamento (6º-50º ).
Durante o período de tratamento o aumento de altura T1-T12 foi em média de 24,7
mm (10-72mm).
Registamos uma complicação (conversão para artrodese posterior com barras de
crescimento por dificuldade de contenção do colete por obesidade).
Conclusão
GCS são uma opção terapêutica eficaz na contenção e correção da deformidade
em crianças com escoliose early onset, permitindo atrasar ou evitar um tratamento
cirúrgico
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 07 - Osteoma Osteoide em Idade Pediátrica – Como Tratar e Como
Seguir
João Esteves, Luís Barros, Marta Santos Silva, Pedro Neves, Pedro Cardoso
(Centro Hospitalar do Porto)
Objetivo
O osteoma osteoide é uma neoplasia óssea benigna pequena, caracterizada por dor
intensa com agravamento noturno. A exérese cirúrgica do nidus implica algumas
complicações e dificuldades. Isto motivou a procura de alternativas menos invasivas
como a termoablação.
Foram revistos os osteomas osteoides em idade pediátrica tratados por termoablação,
e avaliada a sua eficácia e follow-up
Métodos
Foram revistos 19 casos, 5 do sexo feminino e 14 do masculino, entre os 7 e os 17
anos (média 13 anos). As lesões ocorreram no fémur (n=12), tíbia (n=2), úmero (n=2),
sacro (n=1), coluna lombar (n=2).
O diagnóstico em todos os casos baseou-se na clínica e na realização de tomografia
computorizada (TC) e cintigrafia óssea com técnica Pinhole.
Não foi realizada nenhuma biopsia.
Todos foram submetidos a termoablação por radiofrequência guiada por TC, sob
anestesia geral, em regime de ambulatório.
Resultados
O tratamento foi eficaz (resolução completa e sustentada da dor) em todos os
casos. Houve duas complicações (infeção superficial e síndrome meníngeo) ambas
resolvidas sem sequelas.
Nos primeiros 10 doentes foi repetido estudo imagiológico aos 6 meses após a
cirurgia, mas constatou-se que não apresentava alterações significativas em relação
à imagem pré-operatória (manutenção do nidus na TC e captação na cintigrafia) pelo
que se passou a fazer apenas o follow-up clínico.
Consideraram-se curados todos os doentes que não apresentaram recidiva da dor.
O follow-up médio foi de 8,6 meses.
Conclusão
A termoablação por radiofrequência é uma hipótese adequada no tratamento desta
patologia em crianças, apresentando excelentes resultados e poucas complicações. O
follow-up pode ser curto e baseado apenas na clínica, não obrigando à exposição dos
doentes a radiação adicional, exceto quando a dor reaparece.
Relevância
O tratamento com radiofrequência é um tratamento eficaz e pouco invasivo e o
follow-up curto e apenas clínico, permite diminuir a exposição dos doentes à radiação.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 08 - Prognóstico do atingimento do esqueleto axial em doentes com
Sarcoma de Ewing
Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Alice Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)
Objectivo
Estabelecer o prognóstico dos doentes com Sarcomas de Ewing com atingimento do
esqueleto axial, tratados numa instituição
Métodos
Estudo retrospectivo, incluindo os doentes com Sarcomas de Ewing seguidos numa
única instituição e com atingimento do esqueleto axial documentado, na apresentação
inicial ou durante a evolução da doença. Consultaram-se os processos clínicos para
recolha de dados demográficos, tempo e modalidades de tratamento e sobrevida.
Resultados
Incluíram-se 10 doentes neste estudo, 8 dos quais inicialmente estadiados como
Enneking III e 2 como Enneking IIb. A idade mediana aquando da apresentação da
doença foi de 11 anos e a prevalência entre sexos foi semelhante. O envolvimento do
esqueleto axial verificou-se inicialmente em 7 dos 10 doentes, sendo que os restantes
3 doentes foram acometidos numa fase posterior da doença. Todos os doentes
cumpriram 16,5 ±4,53 meses de quimioterapia. Adicionalmente, 4 doentes foram
submetidos a cirurgia e radioterapia; 2 doentes receberam radioterapia e 1 doente
foi submetido a cirurgia.
Dos 10 doentes, 7 faleceram. O tempo médio de sobrevida desde o diagnóstico foi de
28±19 meses. Uma doente está livre de doença há 22 anos e outra há 28 meses. Uma
doente está ainda a realizar quimioterapia.
Conclusão
Os Sarcomas de Ewing são tumores raros, sendo o prognóstico particularmente mau
no caso de atingimento axial. É rara a sobrevida além dos 2 anos.
Relevância
Consubstanciar o significado prognóstico do envolvimento axial em doentes com
Sarcoma de Ewing.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 09 - Função e qualidade de vida em doentes submetidos a ressecção
de tumor ósseo maligno do membro inferior e reconstrução por
artroplastia com endoprótese.
Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Alice Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)
Objectivo
Avaliar a progressão clínica, estado funcional e satisfação global de doentes
submetidos a ressecção de tumores ósseos malignos do membro inferior e
reconstrução com endopróteses não expansíveis.
Métodos
Avaliação restrospectiva dos doentes submetidos a ressecção de tumor ósseo
maligno do membro inferior e reconstrução com endoprótese não-expansível, no
nosso Serviço, no período 1994-2014. Consultaram-se os processos clínicos para
recolha de dados demográficos, tempo e modalidades de tratamento, complicações
e necessidade de gestos cirúrgicos adicionais. Utilizaram-se RX extralongos para
medição da dismetria final e os questionários MusculoSkeletal Tumour Society Scale
(MSTS) e KidScreen 10 para avaliação funcional.
Resultados
Incluímos 20 doentes, 10 de cada sexo, com idade média ao diagnóstico de 14,2±3,3
anos e idade aquando da avaliação funcional de 21,4±5,8 anos. A histologia
predominante foi o osteossarcoma (77%) e a localização preferencial o fémur distal
(45%), sendo o estadiamento maioritariamente Enneking IIb (77%), com tempo médio
de quimioterapia de 12,7±7,7 meses. Realizaram-se 16 artroplastias do joelho e 4 da
anca. O tempo de seguimento dos doentes vivos é de 84,4 ±68,2 meses (24-252)
Dois doentes faleceram, retendo contudo os implantes durante a sobrevida.
Registaram-se complicações em 10 doentes (45%), com necessidade de reintervenção
em 6 casos (27%). Dois doentes perderam a prótese por infecção. A dismetria final foi
de 6,6±5,8 mm (0-20). Aferimos ainda um score MSTS médio de 22,5±4,9 e um score
KS10 médio de 75,8%.
Conclusão
O tratamento de tumores ósseos malignos por ressecção e artroplastia com
megapróteses não-expansíveis envolve uma elevada taxa de complicações, mas
permite boa longevidade da reconstrução e razoáveis resultados funcionais. Apesar
de algumas limitações físicas, a generalidade dos doentes tratados na nossa instituição
tem boa qualidade de vida.
Relevância
Este estudo permite compreender o prognóstico funcional e qualidade de vida da
população pediátrica submetida a ressecção de tumor ósseo maligno do membro
inferior e reconstrução com endoprótese não-expansível.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 10 - Reconstrução Tumoral com Aloenxerto em Idade Pediátrica –
Resultados Funcionais
António Mendes, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice
Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
É objectivo deste trabalho avaliar os resultados obtidos com a utilização de
aloenxertos em cirurgia de ressecção tumoral e reconstrução com preservação do
membro, em crianças e adolescentes com tumores ósseos primários malignos.
Métodos
Estudo retrospectivo dos doentes com diagnóstico de tumor ósseo maligno primário,
submetidos a ressecção tumoral e reconstrução com aloenxerto, tratados numa
instituição no período 1992-2013. Realizou-se colheita de dados dos processos
clínicos, referentes às características dos doentes e tumores, tratamento e
complicações. Para avaliação funcional, realizou-se entrevista telefónica e aplicou-se
o Kidscreen-10 e o MSTS.
Resultados
Foram incluídos neste estudo 18 doentes, 14 disponiveis para avaliação (4
falecidos), 11 do sexo feminino. A idade aquando do diagnóstico foi de 10,16±3.14
anos. Foram diagnosticados 10 tumores de Ewing e 8 osteossarcomas, localizados
preferencialmente no membro inferior (fémur + tíbia= 11). A maioria (n=12)
dos doentes apresentou-se no estadio Enneking IIB. Em todos os doentes foi
realizada ressecção em bloco e reconstrução com aloenxerto, tendo sido efectuada
artrodese do joelho com cavilha endomedular longa em 5 doentes e preservação
das articulações adjacentes em 13 doentes. Registaram-se infecções em 5 doentes
(27.8%), com necessidade de remover o aloenxerto em 2 casos (11.1%). Em 4 casos
ocorreu falência da integração do aloenxerto (22.2%), com fratura do mesmo em 3
casos (16.7%). Em 28.8% verificou-se desvio axial do membro. Em 6 doentes (33.3%)
observou-se uma dismetria superior a 2 centimetros e foi realizada epifisiodese
contralateral em três situações. O KS-10 médio foi de 83±11.08% e o MSTS médio
foi de 21.7±8.63.
Conclusão
A experiência da Instituição na reconstrução tumoral com a utilização de aloenxertos
em crianças revelou que esta é uma técnica segura, com bons resultados.
Relevância
A reconstrução tumoral com aloenxertos constitui uma boa opção na população
pediátrica.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 11 - Reconstrução com Prótese Expansível: uma boa alternativa no
tratamento dos tumores ósseos malignos do Membro Inferior na
Criança
Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice
Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE)
Objectivo
O método ótimo de reconstrução, após resseção tumoral nos membros inferiores
em crianças, permanece controverso. Este estudo avalia os resultados da ressecção
de tumores malignos do membro inferior em crianças e reconstrução com Prótese
Expansível (PE).
Métodos
Estudo retrospetivo de 14 doentes submetidos a tratamento de tumor ósseo maligno
e reconstrução com PE. A recolha de dados clínicos foi feita a partir do processo
clínico e entrevista telefónica. Realizou-se a caracterização demográfica dos doentes,
segmentos afetados, resultado funcional, complicações e sua resolução. A avaliação
funcional foi realizada através do score da “Musculoskeletal Tumor Society” (MSTS) e
Kidscreen-10.
Resultados
Dos 14 doentes tratados com PE, 8 eram do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com
idade de 10,91 ±1,98 anos. 9 doentes apresentavam tumores do fémur distal, 1 do
fémur proximal e 4 da tíbia proximal. O estadio de Enneking era II B em 12 doentes e
III em 2 doentes. Com um tempo médio de seguimento de 8 anos e 6 meses (mínimo
de 3 anos e máximo de 15 anos), cada doente foi submetido a 4,4±2,2 cirurgias, o
score MSTS foi de 17,4 ± 6.8 e o score Kidscreen-10 de 72.7±14.3%. Registaram-se 2
casos de infeção profunda com necessidade de artrodese femorotibial, 2 falências de
material com necessidade de revisão com prótese total do joelho e 2 descolamentos
asséticos com necessidade de revisão mantendo a PE. No final do seguimento, os
doentes com PE apresentaram uma dismetria de 3.8± 2.1cm. Não foi efectuada
qualquer amputação e todos os doentes permanecem vivos.
Conclusão
A reconstrução com PE após ressecção de tumores dos membros inferiores na
criança, permite a preservação do membro, com uma boa função e minimização da
dismetria.
Relevância
A reconstrução com PE é uma boa alternativa no tratamento dos tumores ósseos
malignos dos membros inferiores em idade pediátrica.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 12 - Utilidade dos enxertos de perónio vascularizado na
reconstrução e preservação do membro em cirurgia tumoral.
Miguel Nascimento, Inês Balacó, Cristina Alves, Carla Diogo, Horácio Zenha, Alice
Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
Salientamos a utilidade do enxerto de perónio vascularizado na cirurgia de ressecção
de tumor maligno e reconstrução do membro e na βcirurgia de salvamentoβ, após
falência de reconstrução inicial.
Métodos
Estudo retrospectivo de doentes submetidos a reconstrução com perónio
vascularizado, após cirurgia de ressecção tumoral transepifisária ou após falência
de reconstrução prévia. Colheram-se dados do processo clínico referentes às
características dos doentes, tumor primário, localização, nº de cirurgias, tipos de
aloenxerto associados e complicações. Foi realizada avaliação funcional através do
MSTS score e Kidscreen-10, por entrevista telefónica.
Resultados
Foram incluídos 6 doentes (3 rapazes e 3 raparigas), submetidos a reconstrução com
perónio vascularizado: 4 após ressecção tumoral transepifisária e 2 com complicações
de reconstrução com aloenxertos (1 infecção e 1 pseudatrose). A tíbia foi o segmento
afectado em 3 doentes. A idade aquando do diagnóstico de 8,7±1,6 anos. 4 doentes
tinham sarcoma de Ewing e 2 Osteossarcoma. O tempo de seguimento foi de 16,5
± 8,1 meses. Cada doente foi submetido a de 5,3±4,8 procedimentos cirúrgicos.
Nas reconstruções após ressecções transepifisárias, o autoenxerto de perónio
vascularizado foi encastoado em aloenxerto maciço. Nenhum dos auto-enxertos de
perónio vascularizado foi removido. Ocorreu fractura do auto-enxerto num caso, desvio
em valgo do tornozelo contralateral noutro caso, dismetria superior a 2 cm num caso e
necessidade de realização de epifisiodeses do membro contralateral em 3 casos. Não
se observou qualquer recidiva local. O Kidscreen-10 foi 93±4,1 e o MSTS foi 19±5,7.
Conclusão
A utilização de enxerto de perónio vascularizado autólogo permite reconstruções
extensas, com bons resultados. A combinação de aloenxerto e enxerto de perónio
vascularizado é particularmente útil quando se realizam ressecções transepifisárias
extensas, com preservação das articulações adjacentes.
Relevância
O perónio vascularizado oferece aporte sanguíneo na reconstrução de grandes
defeitos ósseos, útil em cirurgia de reconstrução tumoral primária ou de revisão.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 13 - Fraturas da diáfise femoral pediátricas – estratégias de
tratamento de acordo com a idade
Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio, Pedro Mota, António Marques
Dias
(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)
Objetivo
Analisar a experiência do serviço no tratamento de fraturas da diáfise femoral
pediátricas, descrevendo as técnicas aplicadas de acordo com a idade, os resultados
e complicações observadas.
Métodos
Análise retrospetiva de 32 doentes com fratura da diáfise femoral ocorrida entre
2010 a 2014, de acordo com a abordagem terapêutica: spica gessada, encavilhamento
elástico, fixador externo, cavilha intramedular e placa.
Resultados
O estudo incluíu 22 rapazes e 10 raparigas. O tratamento com spica gessada foi
aplicado em 7 doentes (idade média 2,43±1,13 anos), tendo-se observado perda
de redução em um doente com necessidade de re-manipulação e um encurtamento
de membro (15mm). O encavilhamento elástico foi realizado em 12 doentes (idade
média 9,42±3,75 anos), documentou-se perda de redução em um adolescente, um
encurtamento de membro operado (11mm) e uma irritação de partes moles no
local de inserção. Realizado tratamento com fixadores externos em 2 doentes com
fraturas expostas do fémur e posterior conversão para método de fixação definitivo,
não ocorrendo complicações. Dos 6 doentes submetidos a osteossíntese com placa
(idade média 11,17±2,4 anos) de referir um caso com sequestro de parafusos no
momento da extração de material. Os 5 doentes em que foi realizado encavilhamento
anterógrado do fémur (idade média 16±1,23 anos) evoluíram sem complicações. Não
ocorreram casos de infeção, pseudartrose, osteonecrose, encerramento prematuro
de fises.
Conclusão
As diversas técnicas revelaram-se eficazes no tratamento de fraturas da diáfise
femoral, a decisão de qual utilizar deve ser adaptada às especificidades da idade
pediátrica. As complicações observadas foram ligeiras, sem significativa repercussão
clínica.
Relevância
Descrever os resultados e complicações associadas às diferentes técnicas de
tratamento de fraturas da diáfise femoral pediátricas.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 14 - Fracturas do fémur em crianças – casuística do serviço
Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins,
Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho
(Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Portimão)
Objectivo
As fracturas do fémur em crianças representam cerca de 1,6% de todas as fracturas
nesse grupo. Este estudo procura identificar a epidemiologia, mecanismos de lesão,
distribuição e incidência pelo sexo e grupo etário.
Métodos
Estudo retrospectivo de 44 casos de crianças com menos de 12 anos com fracturas
do fémur ocorridas entre 2004 e 2014. Seleccionou-se a idade para o estudo e análise
dos dados, dividindo a amostra em 3 grupos - 10 anos (grupo III). Consideraram-se
como variáveis a idade, sexo, mecanismo e tipo de fractura e o tratamento adoptado
de acordo com a idade e padrão de fractura.
Resultados
A incidência de fracturas do fémur tem vindo a decrescer, registando-se um pico de
incidência de 36% em 2006, sem causa aparente, com ratio M/F 2,8:1. Os principais
mecanismos de fractura variaram consoante o grupo etário, sendo a queda responsável
por cerca de 40% dos casos, seguido de acidentes viacção/atropelamento (28%). A
localização mais frequente é o terço médio, sem relação com a lateralidade, sendo
mais frequente (36%) o padrão transversal de fractura. Há um predominio para o
tratamento cirurgico, apesar de os valores serem muito semelhantes. No tratamento
cirurgico há prevalencia para o encavilhamento elastico, enquanto que no tratamento
conservador, não se verificou nenhum tipo de tratamento preferencial.
Conclusão
O mecanismo de fractura e o tipo de tratamento variou consoante o grupo etário, o
padrão de fractura e lesões associadas. Na generalidade os resultados são bons, tendose verificado que quanto mais nova a criança, maior a capacidade de remodelação
óssea, menor a incidencia de complicações, e melhor a avaliação functional final.
Relevância
Apesar do elevado impacto social, estas fracturas têm quase sempre um bom
prognóstico, sendo importante reconhece-las precocemente para adequar um
tratamento específico para o padrão de fractura e idade da criança com vista a uma
recuperação rápida e sem sequelas.
28
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 15 - Avulsão da tuberosidade anterior da tíbia: experiência de 10 anos
Ana Bia, Patricia Rodrigues, Delfin Tavares
(Hospital Dona Estefânia)
Objectivo
O objectivo do presente trabalho é o de estudar retrospectivamente os doentes operados nos
últimos 10 anos, com o diagnóstico de avulsão da tuberosidade anterior da tíbia (TAT).
A fractura-avulsão da TAT é uma entidade rara, com incidência relatada entre 0,4% e 2,7%. A
maioria destas lesões ocorre em adolescentes do sexo masculino (12-16 anos). O encerramento
da fise a nível da tuberosidade desempenha um papel importante na etiopatogenia. A avulsão
ocorre maioritariamente durante actividades desportivas de salto, existindo 2 mecanismos
de lesão: contracção violenta do quadricípete contra uma tíbia imóvel ou flexão passiva do
joelho contra um quadricípete contraído. O tratamento conservador tem indicação limitada,
reservando-se apenas para as fracturas tipo I A de Ogden. A grande maioria beneficia do
tratamento cirúrgico, complementada por imobilização gessada durante 4 a 6 semanas. As
complicações são raras, sendo a recuperação funcional a regra.
Métodos
Avaliação dos doentes operados com revisão clínica e radiológica entre 01-01-2005 e 31-122014.
Resultados
Apresentamos uma série de 12 casos operados no período indicado, todos do sexo masculino, com
idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos (idade média 14,5 anos); 11 casos com avulsão no
membro inferior esquerdo e apenas 1 no membro inferior direito. Em 3 casos não conseguimos
obter as imagens de radiografia (casos antigos sem registo informático). Segundo a classificação de
Ogden: 1 caso 1B, 1 caso 2A, 3 casos 2B, 1 caso 3A, 3 casos 3B. Em 4 casos foi realizada reinserção
da TAT com âncoras e nos restantes 8 casos foram aplicados parafusos com/sem anilha (necessária
redução cruenta em 6 casos e incruenta em 2 casos). De salientar um caso de desmontagem de
osteossíntese por associação a fractura epifisiólise do planalto interno da tíbia Salter-Harris
IV. Evolução clinica favorável após revisão cirúrgica. Necessidade de extracção de material de
osteossíntese em 5 casos por proeminência de parafusos na face anterior do joelho. Obtivemos
um follow-up médio de 2 anos. Não foram registadas complicações imediatas pós cirúrgicas.
De salientar 1 caso de hipotrofia muscular da coxa esquerda aos 24 meses pós-operatório cuja
cirurgia consistiu em reinserção com âncora, mantendo mobilidade normal em flexão-extensão.
Conclusão
Os resultados obtidos estão de acordo com a literatura actual. Apesar de se tratar de um tipo de
lesão rara, o diagnóstico é baseado na avaliação clinica do doente, que habitualmente apresenta
limitação da extensão do joelho e hematoma localizado à TAT com/sem derrame articular.
O prognóstico está directamente relacionado com a qualidade de redução do foco, pelo que nos
casos em que a redução incruenta é insuficiente, devemos ser agressivos e reduzir o foco de
forma eficaz e segura para que o resultado funcional seja o adequado.
Relevância
Trata-se de um estudo que inclui uma série de 12 casos, documentando a experiencia cirúrgica
do Serviço em 10 anos no tratamento de uma lesão rara.
29
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 16 - Fraturas da tacicula radial tratadas com encavilhamento elástico
de Metaizeau
Ricardo Simões, António Gonçalves, João Raposo, Luís Tavares, Luís Soares, Fernando
Carneiro
(Hospital do Divino Espirito Santo, Ponta Delgada)
Objectivo
Avaliar o resultado do tratamento das fraturas da tacicula radial com o encavilhamento elástico de Metaizeau.
Métodos
Foi realizado um estudo retrospectivo dos doentes sujeitos a encavilhamento elástico de Metaizeau, por fratura da tacicula radial, no nosso Serviço, de 1997 a 2014.
Foi feita uma revisão dos processos clínicos e obtidas as variáveis: idade, lateralidade, classificação da fratura (Judet), tempo do procedimento e imobilização, tempo
até à extracção dos fios, avaliação radiológica e funcional (Score Funcional de Métaizeau e de Rodrigues Merchán) e as complicações
Resultados
A amostra foi composta por 18 doentes, sendo que em 16 foram obtidas todas as
variáveis. A idade média foi de 11 anos (6-16), 11 do sexo feminino e 10 fraturas do
lado esquerdo. Quanto à classificação, 7 fraturas Judet tipo II, 10 Judet Tipo III e 1
Judet Tipo IV. O tempo médio do procedimento foi 40 minutos (12-70) e de imobilização 25 dias (14-42). Dois doentes necessitaram de redução aberta. O fio foi removido em média aos 7 meses (3-13). A consolidação radiológica ocorreu, em média, às
6 semanas (4-8) e 15 fraturas consolidaram em posição anatómica. Tendo em conta
o Score Funcional de Metaizeau, obtivemos 11 resultados excelentes, 4 bons e 1
razoável. No Score Rodriguez-Merchán, 11 bons, 4 razoáveis e 1 mau. Como complicação, uma bursite no local da inserção do fio.
Conclusão
O encavilhamento elástico de Metaizeau é considerado, pelos autores, o tratamento
de eleição nas fraturas da tacicula radial com angulação superior a 30º. Esta tecnica
tem uma curta curva de aprendizagem, a mobilização é precoce e os resultados radiológicos e funcionais são bons a excelentes.
Relevância
Este estudo aborda uma série significativa de fraturas de tacicula radial tratadas com
encavilhamento elástico de Metaizeau, durante 18 anos, com follow-up grande e
com avaliações radiológicas e funcionais.
30
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 17 - Resultados clínicos e radiológicos das fracturas do côndilo lateral
do úmero distal na criança tratadas cirurgicamente
Luis Tavares, João Pedro Raposo, Ricardo Simões, António Gonçalves,
Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro
(Hospital Divino Espirito Santo, EPE - Ponta Delgada)
Objectivo
Avaliar os resultados clínicos, os resultados funcionais e as complicações associadas ao
tratamento cirúrgico de fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero na criança.
Material e Métodos Estudo retrospectivo de doentes com fractura descoaptada do côndilo lateral do
úmero, submetidos a redução cruenta e fixação interna com fios Kirschner, num Serviço de Ortopedia entre Janeiro/2005 e Dezembro/2012.
Colheram-se os seguintes dados:
- Idade, sexo, lateralidade da patologia
- Avaliação pós-operatória radiológica (ângulo de carga) e funcional (arco de movimento e complicações) dos cotovelos
Resultados
18 crianças, 10 rapazes (55,6%) e 8 raparigas (44,4%), com média de idades de 8 anos
(2-14 anos), foram submetidas a redução cruenta e fixação interna com 2-3 fios Kirschner por fractura descoaptada do côndilo lateral do úmero.
As fracturas foram classificadas de acordo com as classificações de Milch (tipo II100%) e Jakob (tipo III-61,1%).
Os fios Kirschner foram removidos em média às 4,86 semanas, com tempo médio de
imobilização (tala gessada braquipalmar) de 5,71 semanas.
Na avaliação radiológica pós-operatória (18 casos), verificou-se um ângulo de carga
médio de 8,2º.
Na avaliação funcional (follow-up médio: 15,1 meses [6-36 meses]), é de salientar a presença de 1 caso de cubito varo, 2 de sobrecrescimento do côndilo lateral e 1 de infecção
superficial. Não se encontrou qualquer limitação nas mobilidades do cotovelo (comparação com contralateral) ou necessidade de correcção cirúrgica das complicações.
Conclusão
O tratamento cirúrgico de fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero
na criança permite a consolidação óssea com excelentes resultados funcionais
associados. As deformidades associadas (cubito varo e sobrecrescimento do côndilo
lateral) raramente são causa de limitação funcional significativa e geralmente não
necessitam de correcção cirúrgica.
Relevância
Este trabalho enfatiza os bons resultados funcionais obtidos no tratamento cirúrgico
das fracturas descoaptadas do côndilo lateral do úmero na criança.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 18 - Em Crianças com fracturas supracondilianas do úmero, Gartland
III, a existência de lesão neurológica inicial não afecta o
prognóstico funcional.
Pedro Farinha Martins, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
5-20% das crianças com fractura supracondiliana Gartland III têm lesão neurológica
associada aquando da sua observação. Na maioria dos casos, está descrita a recuperação
espontânea das lesões neurológicas, nos primeiros meses após a fratura. Este estudo
tem como objetivo comparar o resultado funcional obtido após o tratamento de
fracturas supracondilianas Gartland III com e sem lesão neurológica inicial.
Métodos
Estudo retrospetivo de 87 doentes com fractura supracondiliana Gartland III, tratados cirurgicamente, no período 2010-2014. Foi calculada a taxa de lesões neurológicas e realizada a sua caracterização. A avaliação funcional foi realizada através do
questionário «QuickDASH» realizado por contacto telefónico.
Resultados
Incluíram-se no estudo 87 doentes, 23 (26,4%) dos quais tinham lesão neurológica
aquando da primeira observação no Serviço de Urgência: 12 correspondiam ao território do nervo radial, 7 ao nervo mediano e 4 ao nervo ulnar. O tempo médio de recuperação foi de 4 meses e 45% dos doentes realizaram tratamentos de Reabilitação.
Em 2 doentes foi notada ausência de pulso radial no Serviço de Urgência, com reversão após redução da fratura. Não se observou qualquer caso de síndrome compartimental. Ocorreu recuperação completa em todos os doentes estudados. Com 2 anos
e 4 meses ± 1 ano e 5 meses de seguimento, os doentes com compromisso neurológico apresentaram um score QuickDASH de 1,20 ± 2.6 e os doentes sem compromisso
neurológico de 1.13 ± 2.95 (p<0.05).
Conclusão
Nas fracturas supracondilianas Gartland III, a taxa de lesões neurológicas é relativamente elevada no nosso estudo, talvez porque a nossa instituição é hospital de
referência para a região. A médio prazo, os resultados funcionais dos doentes com
lesão neurológica inicial são excelentes e sobreponíveis aos dos doentes sem lesão
neurológica inicial.
Relevância
Numa fractura supracondiliana Gartland III, a existência de lesão neurológica inicial
não compromete o prognóstico funcional, se o tratamento cirúrgico for adequado.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 19 - Tratamento das Fracturas dos ossos do antebraço pediátricas
– gesso ou bisturi? Comparando a experiência de 2 instituições.
João Pedro Raposo, João Diogo Castro, Cristina Alves, Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá
Cardoso, António Gonçalves, Ricardo Simões, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE e
Serviço de Ortopedia do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE)
Objectivo
Os autores comparam a experiência de 2 instituições com opções diferentes no tratamento
das fracturas diafisárias dos ossos do antebraço (predominantemente redução fechada e
imobilização gessada numa instituição e predominantemente tratamento cirúrgico noutra
instituição). Estas fracturas representam 3-6% de todas as fracturas em idade pediátrica.
O seu tratamento é preferencialmente conservador, considerando-se bem sucedido
quando ocorre sem complicações e se verifica a recuperação sem limitação funcional.
O tratamento cirúrgico é uma alternativa os casos em que seja previsível a falência do
tratamento ortopédico, mas tem ganho popularidade e estão publicados bons resultados.
Métodos
Estudo retrospectivo comparativo entre 2 grupos de doentes com fracturas diafisárias do
antebraço tratados de forma diferente: tratamento conservador por redução fechada e
imobilização gessada ou tratamento cirúrgico por redução fechada ou aberta e encavilhamento
elástico. Procedeu-se a colheita de dados demográficos, comparação do tempo de imobilização,
estado funcional actual (escala QUICKDASH) e análise de complicações ocorridas. Considerouse existirem diferenças estatisticamente significativas para valores de p<0.05.
Resultados
Um grupo de 20 doentes tratados cirurgicamente foi comparado a um grupo de 19 doentes
tratados conservadoramente. A idade era de 11,1±2,7 no grupo submetido a cirurgia
e 11,2±3 anos no grupo submetido a tratamento conservador. Existiam 16 rapazes no
grupo submetido a cirurgia e 13 no grupo tratado conservadoramente. Não ocorreram
complicações em nenhum dos doentes tratados conservadoramente, e em 15% (3) dos
doentes submetidos a cirurgia (minor). O tempo de imobilização foi de 2,9±1,1 semanas no
grupo cirúrgico e 4,1±0,5 no grupo conservador. O score QuickDASH foi 1,73±3,4 no grupo
cirúrgico e 1,3±2,8 no grupo conservador. Verificou-se uma maior taxa de complicações e
menor tempo de imobilização no grupo do tratamento cirúrgico (p<0.05). Não se observaram
diferenças estatisticamente significativas quanto ao resultado funcional.
Conclusão
Apesar da crescente popularidade, o tratamento cirúrgico das fracturas dos ossos do
antebraço nas crianças não oferece melhores resultados e está associado a uma maior
taxa de complicações, quando comparado com o tratamento conservador. O tratamento
cirúrgico deve ser reservado para fracturas instáveis e para as situações em que não se
consegue obter redução satisfatória.
Relevância
O tratamento conservador deve continuar a ser considerado como primeira opção
nas fracturas diafisárias dos ossos do antebraço e a técnica de redução e aplicação da
imobilização gessada deve ser cuidadosa.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 20 - Um exame clínico e ecografia da anca normais dispensam a
realização de radiografia para exclusão de DDA em crianças
nascidas em apresentação pélvica.
António Mendes, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)
Objectivo
É objectivo deste trabalho avaliar a necessidade de realização de radiografia da bacia
em crianças nascidas em apresentação pélvica, cuja avaliação clínica e ecográfica
iniciais sejam normais.
Métodos
Estudo retrospectivo das crianças nascidas em apresentação pélvica e enviadas
a consulta de rastreio de Doença Displásica da Anca (DDA), numa Instituição,
submetidas a exame clínico e ecografia da anca na primeira Consulta e Radiografia
da Bacia por volta dos 6 meses de seguimento. Colheram-se dados dos processos
clínicos e exame objectivo. Avaliaram-se as ecografias e radiografias.
Resultados
Identificámos 24 crianças, 15 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. 2 crianças
resultavam de gestação gemelar, num caso havia referência a oligohidramnios e em
5 casos existiam patologias associadas. Em 16.7% das crianças havia história familiar
de DDA. Em 70.8% dos casos a criança tinha uma mãe primípara. Todos os doentes
tinham um exame clínico da anca absolutamente normal. A primeira ecografia da
anca para rastreio de DDA foi realizada aos 88 ± 43.14 dias de idade. Em 100% dos
doentesverificou-se cobertura acetabular ≥50%. O ângulo alfa foi 60.04º±3.96 para
a anca direita e 62,2º±3.5 para a anca esquerda. Todas as ancas eram Graf1. A idade
da avaliação radiológica foi 6.8±1.5 meses; o Índice Acetabular 24.96º± 3.73 para a
anca esquerda e 24.25º±4.18 para a direita, dentro dos valores normais para a idade.
Conclusão
Nas crianças nascidas em apresentação pélvica e referenciadas ao nosso Serviço, após
uma avaliação clínica e ecografia da anca normais aquando da primeira Consulta, não
se detectou qualquer caso de displasia na radiografia realizada durante ou após os 6
meses de idade.
Relevância
Nas crianças nascidas em apresentação pélvica, um exame clínico normal associado
a uma ecografia da anca também normal excluem DDA e dispensam a realização de
radiografia da bacia aos 6 meses.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 21 - Complexo extrofia-epispádias
Ana Bia, Francisco Sant’Anna, Delfin Tavares
(Centro Hospitalar do Oeste, Hospital Dona Estefânia)
Objectivo
O complexo extrofia-epispádias é uma deformidade congénita que resulta da ausência
de fusão dos tecidos da linha média da pélvis. A anomalia major consiste na malformação
da parede antero-inferior abdominal, com exposição da superfície anterior da parede
posterior da bexiga. No entanto, o Ortopedista Infantil tem um papel fundamental no
tratamento desta malformação congénita já que se verifica habitualmente uma diastase
da sínfise púbica (>4cm), rotação externa das sacroilíacas e ilíaco (12º), rotação externa
do púbis (18º), rotação inferior da pélvis (15º) e retroversão acetabular. Estas alterações esqueléticas conduzem a um padrão de marcha de base alargada, claudicação e
rotação externa dos membros inferiores. Outras malformações ósseas presentes no
Complexo extrofia-epispádias são a luxação/displasia da anca e o mielomeningocelo.
O objectivo deste trabalho é o de apresentar as soluções cirúrgicas ortopédicas a nível da diástase da bacia e apresentação da casuística do Serviço.
Métodos
Avaliação do processo clinico e radiográfico em base de dados. Reavaliação em consulta de follow-up.
Resultados
Entre Janeiro de 2003 e Dezembro de 2014 foram operadas 15 crianças (5 meninas e 10
meninos) com idades compreendidas entre o 3º dia pós-natal e os 14 anos. Em 8 casos foi
realizado o encerramento neonatal da sínfise púbica. Em 7 casos a cirurgia foi realizada
com idade superior ao 1 ano (média de idades 7 anos e 5 meses). Em todos os casos foram
realizados procedimentos combinados com a Especialidade de Cirurgia Pediátrica. Foram
efectuadas Osteotomias oblíquas do ilíaco bilateralmente e encerramento do púbis nos
15 casos. A fixação externa foi aplicada nos casos de encerramento após o período neonatal e em casos de insucesso. De salientar uma diástase residual da sínfise púbica assintomática em 3 casos de osteotomia pélvica complementada com imobilização gessada, após
1 ano de vida. Como complicações ocorreram 2 casos de deiscência da cicatriz por infecção, tendo sido reoperados após 1 ano com nova osteotomia pélvica e fixação externa.
Conclusão
A osteotomia obliqua pélvica ajuda na reconstrução da bacia, permitindo uma rotação
do segmento anterior da sínfise e seu encerramento. Do ponto de vista funcional, os
resultados da osteotomia oblíqua são comparáveis aos de outros tipos de osteotomia
mais complexos. O Ortopedista tem um papel essencial na reconstrução da bacia e
deve trabalhar em conjunto com as Especialidades de Cirurgia Pediátrica e Urologia.
Relevância
Demonstrar a experiencia do Serviço no tratamento do Complexo extrofia-epispádias
cuja prevalência descrita é a de 1 para cada 40000 crianças, bem como descrever a
técnica de Osteotomia pélvica obliqua e seu resultado.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 22 - Tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho - análise de resultados
Pedro Martins Branco, Leonor Paulo, Carlos Maia Dias, Tiago Paiva Marques,
Miguel Moita, Jaime Babulal, Luis Tomaz, Francisco Mendes
(Hospital Distrital de Santarém – Santarém)
Objectivo
O Dedo em Gatilho é uma patologia incomum nas crianças, e atinge 10 vezes mais o
primeiro dedo do que os restantes.
O presente trabalho tem como objectivo avaliar os resultados obtidos em crianças
submetidas a tratamento cirúrgico de Dedo em Gatilho no nosso Hospital.
Métodos
Foram admitidas no estudo as crianças submetidas a tratamento cirúrgico de Dedo
em Gatilho no nosso Hospital, entre 2005 e 2015.
A avaliação realizada consistiu em aspectos clínicos e do exame objectivo, do pré e do
pós-operatório.
Resultados
O estudo incluiu 17 Dedos em Gatilho, de 15 crianças diferentes. O género
predominante foi o masculino - 58,8% - e a idade média aquando da cirurgia foi os 2
anos e 8 meses. A forma congénita estava presente em 88,2% das crianças. Em 94,1%
dos casos o dedo acometido era o primeiro, e em 5,9% tratava-se do quarto. À data da
cirurgia - segundo a Classificação de Green - 5,9% dos dedos encontravam-se no grau
II, 29,5% no grau III, e 64,6% no grau IV. Em nenhuma das crianças foi feito tratamento
conservador previamente à cirurgia. Ao exame objectivo do pós-operatório não foram
detectadas alterações na amplitude da flexão do dedo envolvido, e 17,6% dos dedos
apresentavam um défice de extensão inferior a 10º. Em apenas um caso foi detectada
uma complicação do pós-operatório precoce - infeção da ferida cirúrgica e também num caso houve recidiva do quadro.
Conclusão
O presente trabalho - à semelhança do que é referido na literatura acerca do tema
β demonstra que o tratamento cirúrgico do Dedo em Gatilho é geralmente bem
sucedido, e que quer as complicações pós-operatórias, quer a recorrência do quadro
são pouco frequentes.
Relevância
O presente trabalho centra a sua relevância na importância da avaliação dos
resultados do tratamento cirúrgico do Dedo em Gatilho em crianças.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 23 - Sindactilias: particularidades e resultados do tratamento
cirúrgico.
Miguel do Nascimento, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Inês Balacó, Cristina Alves,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
A sindactilia é uma das anomalias congénitas mais frequentes: cerca de 1/2000
nados vivos, sendo bilateral em 50% dos casos. Pode estar associada a síndromes
ou malformações músculo-esqueléticas. Pretende-se avaliar os resultados do
tratamento cirúrgico das sindactilias na Instituição.
Métodos
Estudo retrospectivo dos doentes com diagnóstico de sindactilia, submetidos a
intervenção cirúrgica no período de 2008-2014. Colheram-se dados do processo
clínico: lateralidade, espaços digitais afectados, idade da 1acirurgia, malformações
e síndromes associados, tipo de sindactilia e intervenções cirúrgicas realizadas.
As famílias foram contactadas telefonicamente e questionadas quanto ao grau de
satisfação, de autonomia da criança e preenchimento de expectativas.
Resultados
Foram identificados 24 doentes, 13 do sexo masculino. A mão direita foi afectada
isoladamente em 11 casos e 8 eram bilaterais. A idade mediana do primeiro
procedimento foi de 3 anos (10 meses – 12 anos). Foram intervencionadas 25
sindactilias simples e 3 complexas, sendo as sindactilias incompletas (17) mais
prevalentes que as completas (9). Associadas a malformações múltiplas (11), síndrome
de Poland (1) e síndrome de Cornelia de Lange (1). Os 3º e 4º espaços foram os mais
intervencionados, 14 e 11 vezes respectivamente. A complicação mais frequentes
foi a fibrose cicatricial (14). Em 1 caso observou-se infecção superficial. 19 doentes
foram submetidos a mais do que 1 cirurgia. O número de intervenções cirúrgicas por
doente foi de 2,4±1,2. O tempo de seguimento foi 50,8±23,4 meses. Usando uma
escala de 0 a 5, constatou-se uma satisfação global de 4,3, o grau de autonomia de 4,1
e o grau de preenchimento da expectativa de 4,4.
Conclusão
Na nossa Instituição, obtivemos bons resultados com o tratamento cirúrgico das
sindactilias e o nível de satisfação das famílias é elevado. Contudo, raramente é
suficiente uma única cirurgia.
Relevância
A reconstrução de uma sindactilia é tecnicamente exigente e os procedimentos
cirúrgicos e sua sequência devem ser criteriosamente planeados.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
CL 24 - Revisão casuística das epifisiólises proximais da tíbia
Maria Miguel Carvalho, Filipe Medeiros, Bruno Correia, Filipe Sousa, Pedro Martins,
Raquel Carvalho, Rita Jerónimo, Álvaro Botelho
(Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Portimão)
Objectivo
As epifisiolises da tibia proximal são lesões raras (1% de todas as lesões epifisiárias).
Ocorrem tipicamente em crianças e adolescentes, causados por uma força indirecta,
geralmente em contexto desportivo. Com este trabalho pretende-se apresentar a
casuistica do serviço, fazendo uma breve revisão da literatura acerca das fracturas
epifisiárias da tibia proximal.
Métodos
Os autores reviram 5 casos de fracturas epifisárias da tibia proximal tratadas no
serviço entre 2009 e 2012. As crianças foram avaliadas clínica e imagiologicamente,
sendo analisados os seguintes parâmetros: idade, mecanismo de lesão, lateralidade,
classificação da fractura segundo Salter Harris (SH), tratamento instituido e
complicações. O tempo de seguimento médio foi de 2,5 anos.
Resultados
A idade média foi de 13,4 anos, numa proporção de 4 rapazes para 1 rapariga.
Relativamente à classificação verificaram-se 2 casos do tipo I e 3 casos do tipo
II, correspondendo aos seguintes mecanismos de lesão: valgo (1), flexão (3),
hiperextensão (1).
Dois casos foram tratados conservadoramente com imobilização gessada por
serem fracturas estáveis, nos outros 3 casos realizou-se redução e fixação com fios
de Kirschner (2) ou com parafusos canulados (1), seguido de imobilização gessada
crurosural em 20º de flexão por 4 a 6 semanas. Obteve-se redução correcta da
fractura e restabelecimento da altura da rótula. Não se verificaram alterações
neurovasculares. Registaram-se complicações em 2 casos: um desvio residual em
valgo e uma dismetria de 0,74cm. Sem instabilidade ligamentar.
Conclusão
Os resultados enquadram-se nos dados descritos na literatura. Apesar de raras,
estas lesões têm muito bom prognóstico desde que se verifique uma correcta
redução e uma preservação da cartilagem de crescimento. É necessária uma avaliação
criteriosa da lesão e para minimizar as complicações com tradução no crescimento da
criança.
Relevância
As fracturas do tipo I passam frequentemente sem diagnóstico. É importante estar
alerta para as fracturas epifisárias da tibia proximal que apesar de raras podem
comprometer o normal alinhamento e crescimento dos membros inferiores da
criança.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Resumos
Posters
39
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 1 - Integração protésica por pré-compressão - relato de dois casos
clínicos.
Miguel Brites Moita, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Alice
Carvalho, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra - CHUC, EPE.)
Objectivo
O recurso a megapróteses é opção para reconstrução articular no contexto de ressecção de tumores malignos e reconstrução do membro. Sendo essencial respeitar
margens oncológicas seguras, é importante conseguir uma boa fixação óssea e manutenção de bom capital ósseo. Os autores descrevem os primeiros 2 casos em que
utilizaram uma megaprótese tumoral com fixação óssea por pré-compressão, um conceito que tem ganho popularidade.
Métodos
Apresentam-se 2 casos de osteossarcoma do fémur distal em jovens com maturidade esquelética, diagnosticados em 2012 e submetidos a quimioterapia neoadjuvante,
ressecção em bloco do tumor e reconstrução com prótese total do joelho Compress®
e quimioterapia adjuvante. Consultaram-se os processos clínicos para recolha de dados demográficos e epidemiológicos, avaliação da resposta ao tratamento e dados do
seguimento. Os doentes foram ainda avaliados funcionalmente, utilizando os questionários MSTS e Kidscreen-10.
Resultados
O primeiro caso refere-se a um rapaz de 17 anos à data da cirurgia, com um período
de seguimento de 29 meses (2 anos fora de tratamento). Aos 9 meses de pós-operatório registou-se fractura da haste de compressão femoral na sequência de 3 quedas.
Procedeu-se à revisão deste componente e não se registaram mais complicações. O
MSTS atual é de 18 e o Kidscreen-10 72%.
O segundo caso refere-se a uma rapariga com 16 anos à data da cirurgia, com um
período de seguimento de 25 meses (7 meses fora de tratamento), que não teve qualquer complicação e que tem um MSTS 23 e um Kidscreen-10 de 66%.
Ambas as próteses apresentam sinais radiológicos de boa osteointegração, com aposição de osso no interface protésico.
Conclusão
A osteointegração protésica por pré-compressão dinâmica é válida enquanto técnica
de fixação e permite aos doentes um bom resultado funcional.
Relevância
Descreve-se a aplicação de uma técnica de fixação protésica que pode trazer
vantagens no tratamento de doentes com tumores malignos dos membros inferiores.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 2 - Osteosarcoma Periostal
Ana Bia, Susana Norte, José Portela, Cassiano Neves, Delfin Tavares
(Centro Hospitalar do Oeste, Hospital Dona Estefânia)
Objectivo
O osteossarcoma periostal é um tumor de grau intermédio com diferenciação
predominantemente condroblastica. Tem origem na camada profunda do periósteo, pelo
que o seu crescimento manifesta-se por separação e elevação do periósteo em relação
à cortical óssea, não invadindo a cavidade medular. Representa menos de 2% de todos os
osteossarcomas. A localização habitual é a diáfise dos ossos longos do membro inferior. A
apresentação é semelhante à do osteosarcoma típico, com dor e tumefacção de curto tempo
de evolução. As características radiográficas do osteosarcoma periosteal são frequentemente
características, apresentando-se como uma massa de base alargada justacortical (100%),
espessamento da cortical do osso (82%), “scalloping” extrínseco da cortical (92%) e reacção
periosteal (95%) de forma agressiva e perpendicular ao eixo longo do osso com extensão aos
tecidos moles adjacentes (95%) - Murphey et al 2004.
O tratamento consiste na excisão cirúrgica em bloco, com margens alargadas, e reconstrução do
membro. Os autores apresentam um caso clínico de osteossarcoma periostal tratado no Serviço.
Métodos
Avaliação do processo clinico e radiográfico em base de dados. Reavaliação em consulta
de follow-up aos 4 anos pós-operatório, complementada por entrevista telefónica actual.
Resultados
Jovem de 12 anos de idade, sexo feminino, que recorre ao Serviço de Urgência por dor
a nível da coxa esquerda com 2 meses de evolução. Dor de predomínio nocturno e sem
relação com actividade desportiva ou traumatismo. Clinicamente sem dismetrias, com
tumefacção palpável na transição do 1/3 proximal para 1/3 médio da coxa. No radiograma
simples da coxa observa-se uma lesão extracortical, periostal, de limites definidos,
fusiforme, com cerca de 2 cm de maior diâmetro. Fez estudo complementar com cintigrafia
óssea e TC. Realizada biópsia cirurgica, cujo diagnóstico histopatológico foi compatível um
Osteosarcoma justacortical de subtipo periostal de grau IB segundo a Classificação de
Enneking/MSTS (Musculoskeletal Tumour Society).
Como intercorrência ocorreu uma fractura diafisária do fémur aos 15 dias após biópsia.
Realizada excisão tumoral e osteossíntese de fractura com aplicação de aloenxerto num
só tempo cirúrgico.
Como sequela verificou-se dismetria de 4 cm, pelo que aos 16 anos (4 anos após ressecção
do tumor) foi realizado alongamento do MI esquerdo com sistema Ilizarov a nível da tíbia.
Actualmente com 5 anos de follow-up, já removido o fixador externo, encontra-se
assintomática e satisfeita. O resultado funcional é de 83% segundo a escala MSTS (Revised
Musculoskeletal Tumour Society Rating Scale), após entrevista telefónica.
Conclusão
Os osteosarcomas periostais dão tumores de grau intermédio quando comparados com
o osteossarcoma típico (mais comum e de alto grau). São tumores com menor risco de
metastização e com melhor prognóstico. Causam uma reacção a nível do periósteo e
raramente invadem o canal medular do osso.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Relevância
Apresentamos um caso clinico de referência ao subtipo periosteal de osteosarcoma que é raro
(incidência <2%). Por outro lado, descrevemos como complicação uma fractura após biópsia
cirúrgica, cuja frequência de ocorrência é superior do que em biópsias guiadas por TC
»P3 - Ablação de osteoma osteóide por radiofrequência na coluna
vertebral - eficácia das novas técnicas neuroprotetoras – a
propósito de um caso clínico
Pedro Santos Leite, Luciana Leite, Daniel Soares, Pedro Serrano, Marta Santos Silva, João
Esteves, Pedro Cardoso
(Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Santo António)
O osteoma osteóide é uma lesão benigna e auto-limitada, mas a dor e a limitação que
condiciona exigem frequentemente uma intervenção cirúrgica. Quando estas lesões
ocorrem na coluna vertebral colocam dificuldades do ponto de vista terapêutico. A
ressecção cirúrgica é a opção de tratamento mais utilizada, embora a morbilidade e o
risco de complicações sejam consideráveis. Durante vários anos, as lesões localizadas na
coluna vertebral e na proximidade de estruturas neurológicas nobres foram consideradas
intratáveis por radiofrequência, pelo risco de lesão provocada pela transmissão do calor.
Foi descrita recentemente uma técnica, que consiste na injecção prévia, perineural, de ar e
soro fisiológico arrefecido com o objectivo de criar uma barreira de segurança adicional à
utilização de radiofrequência nestas situações.
Os autores apresentam o caso clínico de um adolescente do sexo masculino, de 13 anos de
idade, com lombalgia intensa com 8 meses de evolução. Foi diagnosticado um osteoma osteóide
localizado numa faceta articular da vértebra L4. Realizou-se a ablação com radiofrequência e
com recurso à referida técnica de neuroprotecção. O internamento prolongou-se durante 4 dias
devido a um quadro de irritação meníngea, que foi resolvido com o tratamento sintomático. O
doente retomou as actividades habituais duas semanas após o procedimento. Actualmente, com
um ano de seguimento, o doente mantém-se assintomático.
Embora a nossa experiência com a técnica que foi descrita seja ainda muito limitada,
acreditamos à semelhança dos seus mentores e com o conhecimento da experiência de
outros grupos, que proporciona maior segurança e oportunidade para a utilização da
radiofrequência nestes «casos difíceis».
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 4 - Localização atípica de Osteocondroma – Caso clínico e descrição
de vias de abordagem
Miguel Pádua, Patrícia Gamelas, Marco Pato, Francisco SantβAnna
(Hosp. Fernando Fonseca, Hosp. D. Estefânia, Lisboa)
Introdução e objetivos
Os Osteocondromas são tumores benignos provocados por uma displasia periférica da
placa de crescimento. A cirurgia está indicada quando o efeito de massa causa limitação
funcional, compromisso vásculo-nervoso ou estético.
O Objetivo deste poster é a descrição de um caso de localização atípica com todas estas
implicações e descrever a abordagem cirúrgica indicada nesta região anatómica.
Descrição do caso
Adolescente de 12 anos do sexo masculino que no último ano desenvolve quadro de click
no cotovelo com a prono-supinação, que em 8 meses evoluiu progressivamente com
deformidade, limitação funcional e debilidade do antebraço, punho e mão.
À apresentação constatou-se tumefação na região externa do cotovelo direito, com atrofia
muscular da região posterior do antebraço. Funcionalmente apresentava défice activo e
passivo de pronação de -55º e flexão do cotovelo de -10º, com impossibilidade para tarefas
como a escrita; e défice activo da extensão dos dedos e abdução e extensão do 1º dedo (grau
3/5) Radiologicamente constatou-se a presença de neoformação do colo radial, de bordos bemdefinidos.
Foi operado com garrote na raiz do braço, por via de Kaplan, tendo-se constatado exostose
séssil com 40mm de diâmetro e aspeto ósseo-cartilagíneo com compressão direta e desvio
do nervo interósseo posterior.
Às 8 semanas apresenta recuperação da mobilidade activa e passiva do cotovelo e
antebraço (défice de pronação residual de -10º) e recuperação dos extensores dos dedos
às 14 semanas (grau 5/5).
O diagnóstico anatomo-patológico revelou osteocondroma, sem sinais de malignidade.
Discussão
A localização destes tumores no rádio proximal é rara. A riqueza vásculo-nervosa e
a necessária individualização dos diferentes feixes musculares com mínima resposta
cicatricial torna mandatória uma abordagem cirúrgica cautelosa desta região, pelo que
descrevemos as vias de abordagem mais recomendadas.
A cirurgia, quando indicada, deve ser realizada antes de atrofia muscular significativa e da
progressão da lesão neurológica.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 5 - Luxação Cirúrgica da Anca no tratamento de Ostecondromas
acetabulares.
Joana Teixeira, André Spranger, Mário Vale, Graça Lopes, Paulo Rego, Jacinto Monteiro
(Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)
Resumo
O osteocondroma é um tumor primário osteocartilagineo benigno. Afecta habitualmente
a região periostal dos ossos longos estando em relação com a cartilagem de crescimento.
São por isso mais frequentemente lesões pararticulares ou intracorticais em regiões
extraarticulares.
Osteocondromas intrarticulares da anca são lesões raras, estando publicados apenas 12
casos na literatura.
Podem manifestar-se por dor, limitação da amplitude articular, subluxação externa da anca
e alterações do desenvolvimento acetabular. O tratamento consiste na excisão completa.
Contudo as lesões do fundo acetabular são de difícil abordagem cirúrgica.
Os autores descrevem a luxação cirúrgica da anca como técnica para excisão completa
a propósito de um caso clínico de osteocondroma solitário do fundo acetabular da
articulação coxofemoral esquerda numa doente de 12 anos.
Não existe um consenso na literatura sobre qual o melhor timing e abordagem cirúrgica
para excisão de osteocondromas acetabulares. A luxação cirúrgica da anca permite um
acesso de 360º ao acetábulo e cabeça do fémur, respeitando a biologia e fisiologia da anca.
Os autores descrevem a técnica de luxação cirúrgica da anca por via lateral para tratamento destas lesões por permitir resseção completa da patologia, identificação e
tratamento simultâneo de lesões concomitantes, independentemente da localização no
acetábulo e tamanho da lesão, respeitando a biologia e fisiologia da anca.
»P 6 - Pilomatrixoma do Braço – A Propósito de Um Caso Clínico
Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, Ricardo Pereira, Márcio Oliveira,Mafalda Santos
(Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)
Introdução
O Pilomatrixoma ou epitelioma calcificante de Malherbe, foi descrito pela primeira vez em
1880 por Malherbe e Chenantais. Trata-se de um tumor subcutâneo benigno com origem
nas glândulas sebáceas tipicamente encontrado na região da cabeça e pescoço. A sua
incidência nos membros superiores é relativamente rara e na literatura existem poucos
relatos de atingimento do braço. Manifesta-se como uma tumefacção dura, superficial e
indolor, podendo acompanhar-se de alterações da coloração da pele adjacente. 40% dos
casos ocorrem em doentes com menos de 10 anos e 60% dos casos nos primeiros 20 anos
de vida.
Caso Clínico
Criança do sexo masculino, com 11 anos de idade, enviado à consulta por tumefacção dura,
indolor, de cerca de 1 cm de diâmetro, localizada no 1/3 distal e lateral do braço direito;
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
sem sinais inflamatórios ou alterações da coloração local. Sem história traumática prévia.
Solicitou-se ecografia do braço - «Formação nodular sólida no seio da gordura subcutânea
com 12 mm, sugerindo granuloma calcificado.»
Resultados
Foi submetido a exérese cirúrgica completa, constatando-se intra-operatoriamente tratarse de uma tumefacção calcificada. A peça foi enviada para anatomia patológica que revelou
tratar-se de Pilomatrixoma. Actualmente com 2 anos de seguimento não apresenta sinais
de recidiva local.
Discussão
O Pilomatrixoma é frequentemente subdiagnosticado, principalmente em situações em
que a sua localização é atípica, tal como no caso aqui apresentado. O diagnóstico diferencial
inclui outras neoplasias benignas nomeadamente cisto de inclusão epidérmica, cisto
dermóide, granuloma de corpo estranho, lipoma, osteoma cútis e hematoma ossificante.
Conclusão
A resolução espontânea é rara e desta forma o tratamento passa pela excisão cirúrgica
completa. A recorrência após a cirurgia é pouco frequente, com uma incidência entre 0 e
3%. Apesar de rara, a transformação maligna deve ser suspeitada em casos de recidivas
locais repetidas.
»P 7 - Fibrossarcoma Infantil do Pé: Um Caso Clínico
Pedro Farinha Martins, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Fátima
Heitor, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
Pretende-se apresentar um caso clínico de Fibrossarcoma Congénito/Infantil (FCI) do pé,
diagnosticado numa criança de 12 meses. O FCI representa menos de 1% das neoplasias
da infância, sendo o sarcoma de tecidos moles mais frequente em crianças com idade
inferior a 1 ano. A taxa de sobrevida aos 5 anos é de 84-93%. Em crianças com idade <
5 anos, a taxa de metastização é de 7.3% e a taxa de recidiva local da doença é de 43%. O
tratamento inicial preconizado é a ressecção cirúrgica. A recidiva não parece predispor ao
surgimento de doença metastática.
Métodos
Consulta do processo clínico e avaliação do Doente na Consulta Externa de Ortopedia
Pediátrica.
Resultados
Menino de 12 meses, com diagnóstico inicial de Granuloma Piogénico/Verruga Plantar,
traduzido clinicamente por formação nodular, descamativa, ruborizada, aparentemente
dolorosa, com localizada à região plantar do pé direito. Foi realizada a exérese cirúrgica
pela Cirurgia Pediátrica. O estudo anátomo-patológico da peça revelou uma morfologia
celular e perfil imunohistoquimico sugestivo de FCI, com invasão das margens cirúrgicas.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Na radiografia observava-se um reforço de tecidos moles na região do 2º raio do pé direito,
sem repercussão óssea evidente. Foi efetuada RM. Realizou quimioterapia neoadjuvante
e posterior tratamento cirúrgico, aos 16 meses de idade, com ressecção alargada da lesão
(amputação do 2º raio do pé direito). Não se observaram complicações pós-operatórias.
Com seguimento de 28 meses, não existem sinais de recidiva local, nem de lesões
secundárias. O resultado funcional e estético são excelentes.
Conclusão
A ressecção do 2º raio do pé em contexto tumoral não compromete significativamente a
função do pé nem a sua aparência estética.
Relevância
O Fibrossarcoma Congénito/Infantil (FCI)do pé é uma patologia rara, cujo diagnóstico
exige elevada suspeição, sendo importante realizar o tratamento precoce e cirurgia de
ressecção alargada em Centros com experiência adequada.
»P 8 - Osteocondroma da coluna dorsal – Uma idade atípica de diagnóstico
Rui Domingos, João Sarafana, João Froufe, Teresa Oliveira, Luís Cardoso,
Estanqueiro Guarda, Gomes Peres
(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)
Os Osteocondromas correspondem aos tumores benignos mais comuns (35-40%) do
esqueleto axial. Com uma preferência pela metáfise dos ossos longos, apenas em cerca
de 1-4% ocorrem ao nível da coluna vertebral. Quando presentes na coluna vertebral,
apresentam-se preferencialmente na coluna cervical (50%) e torácica alta e menos
frequentemente na coluna lombar (20%). O tratamento cirúrgico com exérese encontrase preconizado quando o tumor apresenta crescimento contínuo e se associa a dor,
compressão neurológica ou suspeita de transformação maligna.
Os autores descrevem um caso clínico de uma criança de 5 anos de idade, sexo masculino,
observada por massa na região torácica, indolor e de crescimento contínuo durante o
último ano. Ao exame objectivo detectava-se presença de massa bem definida, localizada
na linha média vertebral, aderente ao planos e cuja mobilização não despertava dor. Exames
imagiológicos realizados (Rx, ECO, TC) mostraram formação exostótica (15x13x10mm) da
apófise espinhosa de D10, com uma cortical íntegra e região medular em continuidade
com a medular da apófise espinhosa, sugestivos de provável Osteocondroma.
Intervencionada cirurgicamente, com excisão completa da massa e diagnóstico confirmado
por anatomopatologia (amostra constituída por tecido ósseo maduro e revestido de
cartilagem hialina). Com 9 anos de pós-operatório, a criança encontra-se assintomática e
sem evidência clínica e imagiológica de recidivas.
Apesar de uma localização comum a nível do arco posterior vertebral, o nível de
apresentação (dorsal baixo) e a idade de apresentação (5 anos) são incomuns nesta
patologia, sendo poucas as referências bibliográficas relativas a osteocondromas da
coluna dorsal com aparecimento em idade inferior aos 10 anos. A excisão em bloco da
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
massa apesar de indolor, justificou-se pelo elevado potencial de crescimento tendo em
atenção a idade precoce do doente, e a sua hipotética transformação maligna.
Os autores descrevem então um caso de osteocondroma vertebral com localização e idade
de apresentação atípicos.
»P 9 - Outra causa para dorsalgia
Alexandra Paúl, Joana Miguéis, Tah Pu Ling, Alice Carvalho, Fátima Heitor
(Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)
Apresenta-se um caso de um adolescente de 14 anos avaliado inicialmente por dorsalgia,
desencadeada aparentemente por traumatismo, que motivou diversas vindas a um
Serviço de Urgência, complicada posteriormente por febre e sintomatologia abdominal.
Foram discutidos os diagnósticos de apendicite e pielonefrite aguda, excluídos por
investigação laboratorial e imagiológica. Pela hipótese de discite, foi pedida colaboração
do Ortopedista, tendo efectuado TC da coluna dorsolombar. Foram visualizadas
múltiplas lesões osteolíticas em toda a coluna, com provável fractura compressiva de L1.
A PET mostrou envolvimento hipermetabólico a nível medular/ósseo, confirmando as
incontáveis lesões osteolíticas envolvendo toda a coluna vertebral, o esterno, os ossos da
bacia e a porção proximal de ambos os úmeros e fémures, bem como lesões milimétricas
pulmonares. Apresentava velocidade de sedimentação de 105 mm1ªh, proteína C reactiva
de 24 mg/dl, neuroenolase de 151 ng/mL, LDH de 3466 U/L e fosfatase alcalina normal.
O medulograma mostrava infiltração tumoral. Foi realizada biópsia do sacro, cujo estudo
anatomo-patológico fez o diagnóstico de Sarcoma de Ewing. O estudo molecular revelou a
presença da translocação EWS-FLI1, confirmando a histologia. Iniciou quimioterapia, com
melhoria progressiva da febre e das queixas álgicas tendo, posteriormente, conseguido
reiniciar a actividade diária normal.
Na TC de controlo, 3 meses após diagnóstico, verificou-se melhoria imagiológica
significativa, com menor definição das múltiplas lesões osteolíticas e aos seis meses
após o início de terapêutica, a maioria das lesões em PET já não apresentava actividade
metabólica, à excepção de D1, L3 e sacro. Foi realizada radioterapia dirigida às zonas
com hiperactividade e região pulmonar (entretanto já sem nódulos visíveis), mantendo
quimioterapia endovenosa.
Apesar da gravidade deste caso (sarcoma axial com metastização óssea, pulmonar e
medula óssea) no diagnóstico, foi possível controlar a doença e proporcionar qualidade de
vida. Tem planeado manter quimioterapia em esquema prolongado de manutenção.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 10 - Tratamento cirúrgico de fractura intra-articular complexa da
omoplata: descrição de um caso clínico e nota técnica.
João Pedro Raposo, Inês Balacó, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
Apresentamos um caso clínico de fractura da omoplata. Estas lesões representam
5% das fracturas do ombro e acontecem em traumatismos de alta energia, com outras
lesões associadas. Cerca de 90% são tratadas conservadoramente com bons resultados
funcionais e radiológicos. A indicação cirúrgica coloca-se perante degrau articular
significativo (>5mm) ou desvio do colo da glenóide superior a 40º.
Métodos
Relatamos o caso clínico de uma rapariga de 17 anos, vítima de acidente de viação,
com trauma lateral directo do ombro direito, de que resultou fractura da omoplata.
Apresentamos ainda uma nota técnica sobre a abordagem cirúrgica pela via de Judet
modificada.
Resultados
Clinicamente sem deformidade ou lesão neurovascular, sem dor à palpação do úmero
proximal e clavícula, com mobilizações activa/passiva possíveis mas limitadas por dor.
Assumiu-se uma contusão, pelo que teve alta com suspensão braquial, gelo e analgesia.
1 semana depois regressa ao SU por agravamento álgico. Na radiografia observou-se
fractura da omoplata, Ideberg V. Fez TAC e foi submetida a redução aberta e osteossíntese.
Teve alta ao 3º dia pós-operatório, com suspensão em aparelho de abdução. Realizou
movimentos pendulares às 4 semanas, com reabilitação até às 12 semanas. Na reavaliação
após 3 meses estava sem queixas álgicas ou nas actividades de vida diária. Na radiografia
verificavam-se sinais de consolidação da fractura com restituição anatómica.
Conclusão
O tratamento cirúrgico das fracturas da omoplata envolve uma desinserção muscular
extensa (Judet) ou acesso limitado ao corpo da omoplata (Kavanagh). A via de Judet
modificada permite acesso a toda a omoplata através do intervalo intermuscular entre
o infraespinhoso e o pequeno redondo, não causando lesão na coifa dos rotadores e
protegendo as estruturas nervosas e vasculares.
Relevância
As fracturas da omoplata são pouco frequentes e raramente têm indicação cirúrgica. A via
de Judet modificada permite uma boa exposição e permite uma melhor reabilitação e bons
resultados funcionais.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 11 - Fractura Bilateral do Acetábulo na Criança: duas fracturas, duas
opções terapêuticas
Luis Tavares, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
Apresentação de um caso de fractura acetabular bilateral e resultados clínicos obtidos
pela instituição de 2 opções terapeuticas distintas.
Métodos
Apresenta-se o caso clínico de uma menina de 13 anos, vítima de acidente de viação com
capotamento, politraumatizada, diagnosticada com luxação central da anca direita e fractura
bilateral do acetábulo. À entrada no SU estava hemodinamicamente estável, consciente e
orientada, com encurtamento do membro inferior direito e queixas álgicas intensas.
No RX e TAC bacia observou-se fractura complexa acetábulo direito com luxação central
da cabeça femoral (Watts tipo D; Letournel tipo H - “T shaped”) e fractura minimamente
desviada do acetábulo esquerdo (Watts tipo B; Letournel tipo B). Foram excluídas lesões
vasculares ou génito-urinárias. Realizou-se redução incruenta urgente da fracturaluxação da anca direita e, após 4 dias, foi submetida a redução aberta (abordagem de
Kocher-Langenbeck) e osteossintese do acetábulo direito com 2 placas de reconstrução.
A fractura do acetábulo esquerdo foi alvo de tratamento conservador. Não apresentou
complicações no intra ou pós-operatório imediato, tendo alta ao 7ºdia pós-operatório, com
indicação para realizar descarga total durante 8 semanas.
Resultados
Decorridos 22 meses após a cirurgia, a doente realiza actividades de vida diária e
desportivas sem limitações, com mobilidade simétrica e indolor das ancas, mantendo
redução anatómica das fracturas acetabulares e ausência de sinais de necrose avascular
da cabeça femoral.
Conclusão
A complexidade anatómica do acetábulo e bacia, associada à ausência de uma classificação
que permita inferir um tratamento/prognóstico bem definido, fazem com que as indicações
terapêuticas das fracturas acetabulares em idade pediátrica sejam controversas. O
tratamento destas fracturas deverá ser ponderado individualmente, de acordo com a
idade, padrão de fractura, estabilidade do anel pélvico, estabilidade hemodinâmica e
presença/extensão de lesões associadas.
Relevância
Este caso clínico esclarece questões relacionadas com a abordagem terapêutica mais
indicada nas fracturas acetabulares em idade pediátrica.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 12 - Fracturas em idade pediátrica: é essencial conhecer a história
natural!
Miguel Nascimento, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
Apresentamos 2 Casos Clínicos que salientam a importância do conhecimento das
fases de consolidação óssea das fracturas em idade pediátrica: inflamatória, reparação
e remodelação. É sabido que a capacidade de remodelação depende da área anatómica
envolvida, idade da criança, proximidade da fractura à cartilagem de crescimento e sua
orientação relativamente ao eixo anatómico.
Métodos
Consultaram-se os Processos Clínicos e Radiografias de 2 doentes com fracturas
invulgares dos membros superior e inferior, em que se optou por tratamento conservador,
sendo que esta decisão pode ser controversa.
Resultados
1 - Doente com 5 anos de idade, sexo masculino, observado no serviço de urgência após
traumatismo do membro inferior direito por motociclo que lhe caiu em cima. Apresentava
dor, edema da coxa e impotência funcional, traduzidos radiologicamente por uma
fractura per e subtrocantérica. Optou-se pela redução fechada e tratamento com gesso
pelvipodálico durante 6 semanas. Aos 5 meses após o acidente, a criança estava bem, não
apresentando claudicação da marcha ou limitações na vida diária. Radiologicamente, a
fractura estava consolidada e remodelada, não existindo dismetria.
2 – Doente com 7 anos de idade, sexo feminino, politraumatizada, após acidente de viação
com capotamento, apresentando: traumatismo craniano, fractura descoaptada da metáfise
proximal do úmero esquerdo com compromisso neurológico nos territórios cubital e
mediano esquerdos, fractura bem alinhada metadiafisária do úmero proximal direito e
fractura dos ossos da perna esquerda. Optou-se por tratamento conservador, com suspensão
braquial nos membros superiores. Após 4 meses, todas as fracturas estavam consolidadas e
remodeladas. A recuperação funcional completa ocorreu por volta dos 20 meses.
Conclusão
O conhecimento da biologia das fracturas pediátricas permitiu obter bons resultados em 2
casos de fracturas cujo tratamento é controverso.
Relevância
Na criança, a consolidação óssea é rápida e a capacidade de remodelação elevada.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 13 - Tratamento de Pseudartrose de Fratura do Côndilo Umeral
Externo – A propósito de um caso clínico.
Igor Martins, Carolina Escalda, Teresa Marques, Ricardo Ferreira
(Hospital Garcia de Orta EPE, Almada)
Introdução
As fraturas do côndilo umeral externo no esqueleto imaturo constituem cerca de 17%
das fraturas do úmero distal e ocorrem tipicamente entre os 5 aos 10 anos, na sequência
de uma queda sobre as mãos estendidas. O tratamento mais controverso prende-se com
as minimamente desviadas (tipo II), podendo ser não cirúrgico, cirúrgico com redução
incruenta ou cruenta e sua fixação.
Apresentamos um caso de um doente com uma pseudartrose do côndilo umeral externo,
pós-fratura tipo II submetida a tratamento não cirúrgico.
Materiais e Métodos
R.A.A.S., sexo masculino, 15 anos de idade, foi admitido em 17/07/2014 por pseudartrose
do côndilo umeral externo do cotovelo esquerdo. Foi submetido a limpeza do foco de
pseudartrose, redução cruenta e fixação com parafusos com aposição de enxerto da crista
ilíaca direita.
Resultados
Na consulta de seguimento às 4 semanas pós-operatório, referia melhoria da dor e
imagiologicamente apresentava a fratura em consolidação. Foi retirada a imobilização de RobertJones e iniciou mobilização ativa. Às 8 semanas apresentava RX com calo ósseo. Na consulta de
seguimento aos 6 meses apenas referia dor ligeira à palpação do olecrânio (a nível da cabeça de
um dos parafusos) com um excelente resultado funcional e imagiológico.
Discussão
As fraturas do côndilo umeral externo são lesões frequentes mas de diagnóstico e
tratamento complexos, nomeadamente as do tipo II. A sua avaliação clínica pode
representar um desafio aos cirurgiões, sendo controverso o seu tratamento, que deverá
ser individualizado. Achámos relevante a discussão do caso clínico apresentado, visto se
tratar do subtipo que mais frequentemente está associado a complicações.
Conclusão
No caso do doente apresentado houve evolução para pseudartrose de uma fratura do côndilo
umeral externo tipo II tratada conservadoramente. A técnica cirúrgica utilizada mostrou um
excelente resultado clínico, com cura da pseudartrose, tal como descrito na Literatura.
»P 14 - Tratamento
De Fratura
Adolescente De 13 Anos
Subtrocantérica
Patológica
Em
António Lemos Lopes, Pedro Teixeira Gomes, Luís Sá e Castelo, Marta Maio, Pedro Teixeira
Mota, Rita Sapage, Ricardo Branco, A. Gomes Cruz, A. Marques Dias
(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Aldo Douro – Vila Real)
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Objectivo
Um quisto ósseo simples (unicamaral) é um tumor benigno comum que ocorre em crianças
e adolescentes. Correspondem a uma cavidade dentro do osso preenchida por fluído. São
mais prevalentes no sexo masculino. Podem ser encontrados nos ossos longos, sendo mais
comuns no úmero e fémur. Encontram-se tipicamente nas metáfises, perto da articulação
ou placa de crescimento. Podem ser classificados como ativos ou latentes consoante estão
ligados ou não à placa de crescimento.
Na maioria das vezes são assintomáticos (indolores e não palpáveis) e são, normalmente,
descobertos acidentalmente em exames imagiológicos pedidos por outra causa.
Podem ser diagnosticados após uma fratura através do quisto, porque este fragiliza o
osso circundante. Quando o osso parte pelo quisto após um trauma minor, esta fratura é
referida como patológica.
Métodos
LCCS, sexo masculino, 13 anos.
Trazido ao serviço de urgência (17/04/2014) por traumatismo da anca direita após queda
de um baloiço. Apresentava coxalgia direita e impotência funcional.
Radiograficamente fratura subtrocantérica trans-quisto ósseo.
Resultados
Submetido no mesmo dia a encavilhamento retrógrado com 2 cavilhas elásticas de titânio.
Follow-up de 12 mês.
Pós-operatório sem intercorrências.
Seguimento em consulta externa com avaliação e controlo imagiológico.
Clinicamente deambula sem apoio externo e sem queixas álgicas de relevo.
Conclusão
A fratura subtrocantérica ocorreu por fragilidade óssea provocada pelo quisto.
O tratamento efetuado foi eficaz na manutenção do comprimento e alinhamento ósseo,
respeitando os princípios biológicos e permitindo uma mobilização e carga precoces.
Em casos em que a descoberta do quisto é acidental deverá ser ponderada uma intervenção
cirúrgica eletiva ou uma vigilância apertada da evolução do quisto devido ao risco de
fragilizar o osso podendo causar uma fratura patológica.
Relevância
Alguns quistos ósseos são descobertos após uma fratura. Como são assintomáticos, um
quisto pode expandir e enfraquecer o tecido ósseo circundante, criando um local com
maior suscetibilidade à fratura.
»P 15 - Fratura cominutiva da glenoide na criança – Caso clínico raro
Isabel Catarino,Helder Nogueira, Sofia Esteves Vieira, Daniel Lopes, Clyde Viamonte
(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)
Introdução
As fraturas da glenoide são extremamente raras na criança. Quando presentes, associamse quase sempre a luxações do ombro ou fraturas do úmero proximal. Quando isoladas
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
devem fazer suspeitar de maus tratos e deixar alerta os profissionais de saúde.
Material e Métodos
Doente do sexo feminino, 11 anos, avaliada no SU após trauma direto do ombro esquerdo
contra uma parede. Apresentava dor e limitação funcional importante do ombro. O Rx e
a TC mostraram fratura cominutiva da glenoide tipo VI de Ideberg e Goss. Foi decidido
tratamento conservador com Gerdy uma vez que os vários fragmentos da fratura
mostravam bom alinhamento com preservação da superfície articula
Resultados
1 semana após a lesão a doente referia melhoria da dor e o Rx mostrava bom alinhamento
do fragmentos. Foi retirada imobilização à 5ª semana. Nessa altura a mobilidade do ombro
estava limitada a 70º de abdução, 90º de elevação anterior, rotação interna e externa
quase nulas. Foi orientada para Fisiatria e cumpriu programa de reabilitação durante 8
semanas. Repetiu TC à 10ª semana que mostrava # consolidada com superfície articular
preservada. Na reavaliação aos 8 meses foi-lhe aplicado o score de Constant que foi de 98
(0-100) havendo referencia a limitação ligeira nas atividades recreativas mais esforçadas.
Discussão
Sendo uma entidade clínica rara, a fratura da glenoide na criança necessita de elevado
grau de suspeição para o seu correto diagnóstico. O objetivo major do tratamento é a
preservação da superfície articular e o retorno às AVD sem limitação.
Conclusão
Neste caso clínico, apesar de apresentar cominuição extensa, a superfície articular estava
congruente o que possibilitou o tratamento conservador com Gerdy. O resultado final é
excelente apenas com referência a limitação ligeira de atividades recreativas mais esforçadas.
»P 16 - Fratura do colo do fémur na criança – a propósito de um caso
clínico
Isabel Catarino, oao das Dores Carvalho, Sofia Esteves Vieira, Daniel Lopes , Clyde Viamonte
(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)
Introdução
As fraturas do colo do fémur na criança são raras. Os traumatismos diretos de elevada
energia são responsáveis por 75 a 80% destas fraturas e, portanto, há muitas vezes
outras lesões associadas. O tratamento cirúrgico está indicado em fraturas com desvio.
A osteonecrose é a principal complicação ocorrendo em até 40% dos casos e está
diretamente relacionada à localização e desvio da fratura. O diagnóstico e tratamento
atempado fazem a diferença no resultado final.
Material e métodos
Doente do sexo masculino, 12 anos, vítima de atropelamento com traumatismo do membro
inferior esquerdo. Apresentava dor em todo o membro, limitação funcional e ligeiro
encurtamento. O Rx mostrou fratura do colo do fémur Delbert tipo 3 e fratura da diáfise da
tíbia, in situ. Decidido tratamento conservador de fratura da tíbia com gesso cruropodálico
54
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
e osteossíntese de fratura do colo do fémur com 3 parafusos canulados 5.0 mm.
Resultados
A imobilização foi retirada à 6ª semana e foi iniciada carga parcial. Cumpriu programa
de reabilitação durante 8 semanas. 4 meses após a cirurgia já caminhava sem apoio, não
apresentava queixas álgicas e o exame objetivo do membro inferior era normal. Aos 12
meses mantem-se assintomático e sem limitação para as suas AVD. O estudo radiológico
foi sempre negativo para sinais de osteonecrose.
Discussão
O objetivo major do tratamento é preservar a cabeça do fémur através da redução e
fixação urgentes, no sentido de evitar dano à articulação.
Conclusão
Apesar de pouco frequente, a fratura do colo do fémur na criança pode surgir no contexto
de trauma de elevada energia. No caso apresentado o diagnóstico e tratamento imediatos
foram determinantes para o resultado final que foi excelente.
»P 17 - Fratura luxação unicondiliana da falange na criança – caso clínico
Cláudia Quinta, Edgar Rebelo, Teresa Tomé, Duarte Cadavez, José Mousinho
(Centro Hospitalar Leiria)
Introdução
As fraturas da mão são mais frequentes nos adolescentes, estando relacionadas com
a prática de desporto. Localizam-se mais frequentemente nas falanges atingindo
preferencialmente o 2 e 5º dedos. As fraturas luxação unicondilianas são raras, atingem a extremidade distal das falanges,
ocorrem no plano coronal e estão associadas a luxação palmar ou dorsal do
fragmento distal. Os doentes apresentam edema, equimose e impotência funcional. O
diagnóstico é radiológico. O tratamento é cirúrgico devido à instabilidade da fratura. A
osteossíntese com fios k está dificultada pela pequena dimensão do fragmento distal. Material
Caso clínico de criança de 10 anos, que sofreu traumatismo direto do 5º dedo da mão
esquerda. Apresentava edema e equimose da região IFP e dor à mobilização com limitação
da mobilidade articular. O rx revelou fratura-luxação unicondilar de F1 com desvio em extensão do fragmento
distal (fratura coronal dorsal). Devido ao tipo de fratura e à dimensão do fragmento distal
optou-se pela redução fechada e fixação com tração esquelética dinâmica com 2 fios k e
bandas elásticas sob controle de intensificador de imagem. Teve alta com indicação de
mobilização das articulações adjacentes. Fez-se controle radiológico e clínico semanal. A tração esquelética foi removida às
3 semanas, iniciando mobilização ativa dos dedos, com restrição para atividade desportiva. Resultados
Às 6 semanas a criança apresentava mobilidade completa com enrolamento total dos
dedos e sem queixas álgicas. Exame radiológico revelava fratura consolidada sem desvio.
55
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Conclusão
O método de osteossíntese utilizado neste caso está descrito habitualmente para outro
tipo de fraturas, nomeadamente fraturas articulares cominutivas da base da falange e
fraturas expostas com más condições dos tecidos moles. Devido à dificuldade de fixação interna nesta fratura (localização e dimensão do
fragmento distal) optou-se por este método de osteossíntese que se revelou uma mais
valia no tratamento destas fraturas complexas.
»P 18 - Epifiólise da cabeça radial – uma apresentação atípica
Francisco Silva Gomes, Vasco Oliveira, João Antunes, António Mendes, Daniel Peixoto,
Susana Ângelo, Tiago Roseiro, Fernando Pereira
(Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE – Figueira da Foz)
Objectivo
Apresentação de caso clinico de epifisiólise grau II Salter-Harris da cabeça do rádio, tipo
IVb de Judet.
Métodos
Avaliação clinica e radiológica do doente desde a primeira observação até à data actual (3
meses)
Resultado
Criança de 11 anos, do sexo masculino, que recorreu ao Serviço de Urgência por queda com
o membro superior em extensão, com 48 horas de evolução. O estudo radiológico evidenciou
uma epifisiólise de grau II Salter-Harris, com o fragmento articular proximal rodado a 90º
(tipo IVb de Judet). Após tentativa sem sucesso de redução sob anestesia pela técnica de
Israeli, optou-se por redução aberta e estabilização pela técnica de Metaizeau. Iniciou a
mobilização às 3 semanas, após remoção do material de osteossíntese. Três meses após a
cirurgia, apresenta uma limitação da extensão de 15º, com ligeiro défice da supinação (30º),
com um score QuickDash de 4.5. Radiologicamente não apresenta sinais de osteonecrose da
epífise radial ou sinostose.
Conclusões
Embora a avaliação inicial apontasse para uma situação de mau prognóstico funcional, a
reconstrução e estabilização adequadas permitiu um excelente resultado clínico.
Relevância
Este trabalho descreve um caso clinico de uma patologia não rara mas com apresentação
inicial pouco comum pela gravidade da descoaptação e pelo tempo de evolução. Um
seguimento apertado é necessário para avaliação das possíveis complicações, expectáveis,
mas não existentes até à data do seguimento.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 19 - Tratamento cirúrgico de fraturas proximais do úmero pediátricas:
fixação percutânea versus fixação intramedular tipo Kapandji
Pedro Gomes, Luís Castelo, António Lopes, Marta Maio, Pedro Mota, António Marques Dias
(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto-Douro, Vila Real)
Objetivo
Avaliar a fixação percutânea com fios de Kirschner e a fixação intramedular tipo Kapandji,
utilizadas no tratamento de fraturas proximais do úmero, com base nos resultados e as
complicações associadas a cada técnica.
Métodos
Análise retrospetiva de 14 doentes com fraturas proximais do úmero (Neer-Horowitz
III-IV) submetidos a intervenção cirúrgica entre 2010 a 2014 com seguimento médio de
17,7±5,8 meses.
Resultados
O estudo apresenta 8 rapazes e 6 raparigas com uma média de idades de 12,6±3,2 anos.
Foi realizada fixação percutânea em 9 doentes e fixação intramedular tipo Kapandji em 5
doentes. Todos os casos evoluíram para consolidação no período previsto.
Constatadas 2 complicações ligeiras: uma migração de fio de Kirschner e uma consolidação
em varo ambas no grupo com fixação percutânea. Não se obtiveram perdas de redução,
infeções, necroses avasculares ou lesões neurovasculares.
A duração média do procedimento cirúrgico foi inferior no grupo com fixação percutânea
(45,6±25,1 minutos) relativamente ao grupo Kapandji (52±7,6 minutos). O tempo médio
para a extração dos fios K foi sobreponível nos 2 grupos (6±2 semanas).
Conclusão
Ambas as técnicas foram eficazes na estabilização de fraturas com desvios e/ou angulações
graves, permitindo mobilização precoce.
Relevância
Descrever os resultados de 2 técnicas cirúrgicas utilizadas no tratamento de fraturas
proximais do úmero pediátricas.
»P 20 - Fratura de Tillaux-Chaput: a propósito de um caso clínico
António Lemos Lopes, Pedro Teixeira Gomes, Luís Sá e Castelo, Marta Maio, Pedro Teixeira
Mota, Rita Sapage, Ricardo Branco, A. Gomes Cruz, A. Marques Dias
(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Aldo Douro – Vila Real)
Objectivo
As fraturas do tornozelo são as segundas fraturas mais comuns em crianças. A fratura
de Tillaux-Chaput (FTC) descreve uma fratura da epífise distal anterolateral da tíbia,
representando 2,9% das fraturas do tornozelo.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
As FTC podem causar dor ou rigidez articular até 2 anos após a lesão, com incongruência
articular que pode resultar em osteoartrose degenerativa, deformidade em varo,
deformidade rotacional, desvio tibiotalar («tibiotalar slant»), pseudartrose e dismetria.
Com este trabalho os autores procuram realçar a sua importância em termos de dificuldade
de diagnóstico, morbilidades e opções de tratamento.
Métodos
ASBC, sexo feminino, 12 anos, caucasiana.
Recorreu ao serviço de urgência por traumatismo do tornozelo esquerdo com dor a nível
da face anterior do tornozelo e claudicação.
Apresentava edema a nível da face anterior da perna e tornozelo.
Foi efetuado estudo radiológico e Tomografia computorizada (TC) do tornozelo.
Resultados
Submetida a redução cruenta e osteossíntese com parafuso.
Imobilização com bota gessada por 3 semanas, com carga parcial iniciada às 5 semanas. Às
8 semanas deambulava sem queixas álgicas e sem apoios. Arcos de mobilidade passiva e
ativa completos.
Efectuada extração de parafuso aos 12 meses pós-operatórios, sem intercorrências.
Conclusão
O tratamento da FTC pode ser conservador ou cirúrgico.
As indicações para o tratamento cirúrgico visam a necessidade de restaurar a congruência
articular, o desalinhamento do fragmento e preservação da fise.
As técnicas mais usadas são a fixação percutânea do fragmento assistido por artroscopia
ou redução aberta e osteossíntese.
Relevância
É necessário um grande grau de suspeição para o diagnóstico da FTC e se não
convenientemente tratada pode deixar sequelas.
Em lesões com descoaptação superior a 2mm, uma TC deve ser realizada para planeamento
cirúrgico. Os resultados a longo prazo são bons.
»P 21 - Fractura-avulsão
da inserção tibial do ligamento cruzado
posterior
Pedro Neves, Luís Dias da Costa, Pedro Brandão Barreira, Pedro Serrano, Paulo Pereira, José
Carlos Leitão
(Centro Hospitalar do Porto (Porto); Hospital da Venerável Ordem Terceira de São
Francisco)
Introdução
Fractura-avulsão do ligamento cruzado posterior na idade pediátrica é uma entidade
pouco comum. Devido à sua raridade, o diagnóstico é por vezes esquecido. Para além disso,
a avulsão osteocondral do LCP pode não ser visível no estudo radiográfico simples e sendo
a RMN a melhor maneira para o diagnóstico e planeamento cirúrgico.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Caso clínico
Criança de 13 anos, vítima de queda de cavalo, com traumatismo do joelho direito em
hiperextensão. Apresentava derrame articular de pequeno volume, mobilidade articular
5-120º e sinal da gaveta posterior positivo. O estudo radiográfico foi negativo.Visualizouse o fragmento osteocondral da inserção do LCP na RMN com avulsão de 13mm.
Submetido a redução aberta do fragmento por via posterior e fixação do fragmento com 1
grampo, sem transposição da fise.
Esteve imobilizado durante 3 semanas com tala de Depuy e iniciou tratamento fisiátrico após.
Ao 6º mês pós-operatório apresentava-se assintomático, sem instabilidade articular e com
mobilidade completa do joelho.
Iniciou actividade desportiva sem queixas.
»P 22 - Fratura Cominutiva Do Calcâneo Em Criança
Bruno Pombo, Pedro Sá, Carolina Oliveira, Ana Pinheiro, Margarida Areias, Francisco Lima
Rodrigues
(Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Viana do Castelo)
Objetivo
As fraturas do calcâneo constituem uma entidade clínica rara em crianças, sendo o
tratamento conservador o mais comummente utilizado, baseando-se na alta capacidade
de remodelação óssea do osso cartilagíneo. A localização mais frequente destas fraturas,
em crianças com idade inferior a 14 anos, é extra-articular, constituindo um desafio
terapêutico quando há um atingimento intra-articular marcado.
Métodos
Doente do sexo masculino, 12 anos de idade, obeso, com distúrbio da ansiedade e hábitos
tabágicos, recorre ao SU por dor no retropé e incapacidade funcional após queda de dois
metros, tendo sido diagnosticado, após avaliação clínica e imagiológica, com fratura intraarticular do calcâneo Schmidt tipo 5B. Procedeu-se ao respetivo tratamento cirúrgico com
redução aberta e osteossíntese com placa e parafusos, tendo permanecido em regime de
internamento, sete dias após cirurgia, para vigilância de sinais de alarme. Foi orientado,
posteriormente, para fisioterapia.
Resultados
O restante internamento decorreu sem intercorrências. Aos oito meses pós-operatório
apresenta fratura consolidada, com flexão-extensão total do pé recuperada e marcha não
dolorosa. De referir, apenas, ligeira diminuição da mobilidade sub-társica.
Conclusão
O pé da criança é diferente do pé do adulto, uma vez que o osso é maioritariamente
cartilaginoso até à adolescência.
Neste caso, apesar da idade, por já possuir uma estrutura com maturidade óssea completa
e pelo padrão de fratura, aplicou-se os princípios de tratamento de fraturas em adultos.
O prolongamento do internamento deveu-se à necessidade de vigilância aos sinais
inflamatórios associados a estas fraturas.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Relevância
A aplicação de princípios de tratamento de fraturas em adultos numa fratura cominutiva
do calcâneo de uma criança permitiu alcançar bons resultados anatómicos e funcionais.
»P 23 - Polidactilia do polegar – Uma compilação de 6 casos
Rui Domingos, Silvía Silvério, José Carlos Botelheiro
(Hospital Ortopédico de Sant’Ana – Parede (Cascais))
A Polidactilia do polegar é uma das deformidades congénitas da mão mais frequentes.
A duplicação do polegar pode ocorrer a nível das falanges (F1 e F2) ou do metacarpo.
Estão ainda descritos casos de trifalangismo. A par da componente estética, importantes
alterações estruturais condicionam a funcionalidade do polegar. O tratamento cirúrgico
visa promover um polegar único, sem deformidade, móvel e estável.
Os autores reviram retrospectivamente o tratamento de seis casos de polidactilia do
polegar. Os doentes foram classificados no pré-operatório pelo nível da duplicação. A
avaliação pós operatória teve em conta os critérios mobilidade, instabilidade e desvios
axiais, bem como o resultado estético.
A nossa série apresentava 2 duplicações completas de F2 (Wassel II) no mesmo doente, 2
duplicações completas ao nível de F1 em doentes diferentes (Wassel IV) e 2 duplicações
do metacarpo no mesmo doente (Wassel V e VI). Os doentes foram operados com 18
meses, 3, 5 e 28 anos.
O doente com duplicação completa de F2 foi operado pela técnica de Cheng com um retalho
conservando metade da unha do polegar excisado. Todos os outros casos foram operados
utilizando um retalho músculo-cutâneo do polegar radial excisado fixado na base de F1.
Num caso verificou-se no pós-operatório o aparecimento de desvio radial importante de F1
associado a diminuição da força de extensão, com necessidade de re-operação (osteotomia
de F1 e plicatura do tendão extensor). Destaca-se ainda o aparecimento de 2 casos com
alguma rigidez metacarpofalângica sem influência funcional. O resultado estético foi bom
em todos os casos, excepto numa duplicação de F2 com instabilidade MF que não regressou
para cirurgia secundária
A utilização sistemática dum retalho do polegar excisado simplifica a cirurgia e evita
cicatrizes dolorosas. Os desvios axiais e a rigidez articular são as complicações mais
frequentes da cirurgia, necessitando por vezes aqueles de um segundo tempo cirúrgico. A
nossa série apesar de curta apresenta resultados compatíveis com os mais recentemente
publicados.
60
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 24 - Variabilidade de manifestações clínicas da síndrome de Poland
Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, Ricardo Pereira, Marco Bernardes, Mafalda Santos
(Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)
Introdução
A síndrome de Poland é uma anomalia congénita rara, caracterizada pela hipoplasia da
parede torácica unilateral e por vezes de alterações da mão ipsilateral. A incidência estimada
da síndrome de Poland é cerca de 1 em 32000 nascimentos. Não existe predilecção pelo
género e o lado direito do corpo é atingido em 60% a 75% dos doentes. A sua causa mais
provável é a hipoplasia da artéria subclávia ou dos seus ramos durante a gestação, o que pode
levar a uma variedade de manifestações clínicas nomeadamente hipoplasia da mama e do
mamilo, ausência da porção costosternal do músculo grande peitoral, ausência do músculo
pequeno peitoral, aplasia ou deformidade das cartilagens costais e costelas II a IV ou III a V
e braquisindactilia ipsilateral. Os autores apresentam 4 casos de doentes com síndrome de
Poland, demonstrando a diversidade de manifestações clínicas que acompanham esta rara
patologia.
Caso 1
Criança, sexo feminino, 2 anos de idade em que a única manifestação clínica é a ausência do
músculo grande peitoral direito, com assimetria da parede torácica.
Caso 2
O segundo caso diz respeito a um menino de 3 anos que para além da agenesia do músculo
grande peitoral à direita, apresenta também agenesia de um arco costal (4ª costela) e
omoplata alada ipsilateral, visível não só clinicamente mas fundamentalmente a nível
radiológico.
Caso 3
O terceiro caso é o de um menino de 15 meses com sindactilia do 4º e 5º dedos da mão
direita associada a agenesia do músculo grande peitoral direito.
Caso 4
Mulher, actualmente com 24 anos de idade que além da ausência de grande peitoral,
apresenta várias alterações do membro superior: luxação congénita da tacícula radial e
deformidade da falange distal do polegar (figuras 8-13).
Discussão e conclusão
A característica comum a todos os doentes com a síndrome de Poland é a ausência da cabeça
esternocostal do músculo grande peitoral. Na maioria dos casos, o músculo pequeno peitoral
está ausente também. As anomalias da mão são unilaterais e variam desde sindactilia a
ausência total da mão. O atingimento do lado contralateral à deformidade torácica é raro. Em
alguns doentes com síndrome da Poland, a ausência da porção superior do músculo serrátil
anterior, resultado da redução do fluxo sanguíneo nas artérias supra-escapulares, conduz
à elevação e ao desenvolvimento de omoplata alada. Apesar de esta patologia provocar
problemas estéticos, a intervenção cirúrgica só é realizada em casos de défices funcionais
nomeadamente da mão. Os defeitos da parede torácica geralmente não necessitam de
tratamento cirúrgico.
61
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 25 - Tratamento Cirúrgico de Pseudartrose do Escafóide em
Adolescentes: 2 Casos Clínicos
António Mendes, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
É objectivo deste trabalho apresentar resultados do tratamento cirúrgico da pseudartrose
do escafóide, com duas técnicas cirúrgicas diferentes, na mesma Instituição.
Métodos
Análise retrospetiva dos processos clínicos de dois doentes com o diagnóstico de
pseudartrose do escafoide, submetidos a intervenção cirúrgica na mesma Instituição.
Resultados
Caso clínico 1: adolescente 16 anos, sexo masculino, praticante de futebol, com
hipersensibilidade e dor na palpação da tabaqueira anatómica, após queda há 2 meses. Na
radiografia apresentava fratura do escafóide, sem sinais radiológicos de consolidação. Fez
estudo por TAC que confirmou a pseudartrose. É submetido a intervenção cirúrgica, com
cruentação do foco e interposição de enxerto cortico-esponjoso da crista ilíaca e fixação
com parafuso. Aos 24 meses de follow-up apresentava força de preensão e mobilidades
normais, simétricas em relação ao punho contra lateral, com um scores QuickDash 2.3,
com retoma da actividade desportiva.
Caso Clínico 2: adolescente 15 anos, sexo masculino, praticante de rugby, com história
traumática com cerca de 1 ano de evolução. Queixas de dor mecânica, localizadas ao
punho e tabaqueira anatómica, limitantes para a prática desportiva. Realizou RMN que
confirmou pseudartrose do escafóide. Submetido a intervenção cirúrgica pela técnica
de Matti-Rüsse, com fixação com fios de Kirschner. Submetido a segunda intervenção
cirúrgica para extração dos fios de Kirschner por migração. Aos 12 meses de follow-up
apresentava mobilidades, força de preensão simétrica, um score QuickDash 9.1 e retoma
da atividade desportiva.
Conclusão
A pseudartrose do escafoide em idade pediátrica é rara. O tratamento cirúrgico, com
a utilização de enxerto ósseo córtico-esponjoso, oferece bons resultados clínicos e
imagiológicos, independentemente do método de fixação escolhido. O tipo de actividade
desportiva pode influenciar os resultados funcionais.
Relevância
O tratamento cirúrgico da pseudartrose do escafóide em idade pediátrica apresenta bons
resultados clínicos e funcionais.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
»P 26 - Tratamento Cirúrgico do Polegar Bífido – A propósito de Um
Caso Clínico
Fabíola Ferreira, Andreia Ferreira, André costa, Marco Bernardes, Mafalda Santos
(Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)
O polegar bífido representa uma duplicação completa ou parcial do polegar. Geralmente
ocorre como uma deformidade isolada mas existem casos raros que se encontram
associados a outros síndromes malformativos como por exemplo a síndrome de Holt-Oram.
Normalmente é unilateral e pode ser classificado em 7 tipos segundo Wassel. Os tipos mais
comuns são o tipo IV (duplicação completa das falanges proximais e distais; 47%), seguido
do tipo VII (graus variáveis de duplicação associada com um polegar trifalângico; 20%) e o
tipo II (duplicação completa da falange distal; 20%).
Caso clinico
Criança do sexo masculino, com 6 anos de idade, enviado à consulta por polegar bífido à
direita, tipo II de Wassel.
Resultados
Actualmente com um ano de pós-operatório, apresenta um polegar funcionalmente
normal, com discreta angulação cubital, pelo que se encontra em seguimento clinico e
imagiológico periódico.
Discussão e conclusão
A correcção cirúrgica do polegar bífido está indicada quase sempre, não só para melhoria
estética mas também funcional. A reconstrução cirúrgica deve realizar-se por volta dos 18
meses de idade e o mais tardar até aos 5 anos. A excisão simples do dedo hipoplásico ou a
intervenção de Bilhaut-Cloquet são as técnicas cirúrgicas recomendadas para o tratamento
do polegar bífido tipo I ou II de Wassel. Pode haver necessidade de reintervenções futuras,
com osteotomias e reconstrução ligamentar, já que é frequente o desenvolvimento de
deformidade angular ou instabilidade.
»P 27 - Síndrome de Poland
Joana Teixeira, Joaquim Brito, Miguel Botton, Graça Lopes, Pedro Fernandes
(Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte)
Introdução
A síndrome de Poland (SP) é uma anomalia congénita caracterizada por hipoplasia/
aplasia do músculo grande peitoral, associada a diversas alterações da parede torácica e
membro superior homolateral, sendo a mais característica braquisindactilia.. A expressão
fenotípica é variável, podendo-se manifestar desde uma assimetria torácica sem
implicações funcionais até alterações morfológicas e problemas mecânicos da mão. Os
autores apresentam dois casos de uma doença rara que ilustram a amplitude fenotípica
da síndrome.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Relato de Caso
Caso 1: rapariga, seguida desde os 2 anos por assimetria da face anterior do tórax e
região axilar direita, sem alterações do membro superior homolateral. A ecografia e
ressonância magnética revelaram músculo grande peitoral hipoplásico sem anomalias
ósseas associadas. Dada a idade da doente e ausência de outras malformações associadas
o tratamento indicado é a vigilância em consulta e na idade adulta ser ponderada uma
reconstrução mamária.
Caso 2: rapaz,14 anos, seguido em consulta desde nascença por braquisindactilia de
D2-D4 da mão direita, assimetria torácica por hipoplasia do músculo grande peitoral
e imunodeficiencia primária. O Rx evidenciou braquifalangismo da mão. Aos 2 anos foi
efetuada libertação cirúrgica de D2, D3, D4. Actualmente apresenta membro superior
normofuncionante, mantendo a hipoplasia do membro, sem dismetria.
Discussão
A SP é uma anomalia congénita rara, resultante de uma mutação espontânea que conduz
a uma alteração da angiogenese durante o desenvolvimento embrionário com um risco de
recorrênciaa familiar <1%. As manifestções e consequentemente o papel do ortopedista
no tratamento, podem ser muito díspares consoante a apresentação.
Conclusão
É fundamental excluir a existência de malformações do membro superior e outras
patologias associadas O tratamento atempado das malformações da mão é prioritário. A
hipoplasia do grande peitoral não condiciona impotência funcional, pelo que o ortopedista
assume um papel crucial na tranquilização dos pais.
» P 28 - Deformidade em fenda da mão
Carlos Silva, Filipa Silva, Graça Lopes
(Hospital Beatriz Ângelo, Loures)
Os autores apresentam o caso de uma criança de 11 anos com deformidade em fenda da
mão esquerda com sindactilia óssea de D3 e D4. Procederam à correcção cirúrgica com
excisão da sindactilia, transposição do 2º para o 3º raio e encerramento da fenda com
plastia cutânea.
O resultado estético alcançado foi bom e está em programa de MFR para recuperar a
função.
»P 29 - Sindactilia por banda amniótica
Carlos Silva, Filipa Silva, Graça Lopes
(Hospital Beatriz Ângelo, Loures)
O síndrome de constrição da banda amniótica é uma entidade que se estima ter uma
incidência de 1:2000 a 1:15000 nascimentos. Para além das deformidades nos membros
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
podemos encontrar fenda palatina, lábio leporino, malformações renais e cardíacas.
Os autores apresentam o caso de uma criança do sexo masculino de 1 ano de idade, com
síndrome de banda amniótica, que apresentava acrossindactilia tipo III de Patterson da mão
direita. Como é habitual nestes casos o polegar não estava afectado. Procederam a excisão
das bridas, separação dos dedos e encerramento com retalhos cutâneos e plastias em Z.
O resultado final estético foi satisfatório e a criança já começa a usar a mão nas suas
actividades.
»P 30 - Alongamento pela técnica de Di Bastiani – uma solução
Bruno Pereira, Tiago Frada, Filipe Carriço, Carlos Mateus, Ricardo Maia, Vieira da Silva
(Hospital de Braga)
A braquimetacarpia é uma condição clinica que se apresenta com uma metacarpo
encurtado. Acredita-se que grande parte dos casos advém de um encerramento precoce
da placa epifisária.
O tratamento para esta condição passa grande parte das vezes pela correcção estética
da deformidade apresentada, porque a braquimetacarpia não costuma implicar uma
alteração da função.
Quando se parte para o tratamento a evidência científica apresenta várias abordagens
e técnicas possíveis, desde opções de alongamento em tempo único com a distração dos
topos e colocação de enxerto, até técnicas de distração gradual. Esta última é das técnicas
mais adotadas pelo seu bom resultado estético e pelo índice mais baixo de complicações
relacionadas com o procedimento.
O presente trabalho relata um caso de uma adolescente com braquimetacarpia do 4º raio
da mão tratada com recurso à técnica de De Bastiani.
Criança de 8 anos de idade, recorreu à consulta em Setembro de 2014 com 4º dedo da mão
esquerda encurtado. Tinha um antecedente de trauma 2 anos antes e alteração do cumprimento
desde o evento. Clinicamente tinha alteração mobilidade de D4 com hiperextensão da MCF. O
metacarpo apresentava um encurtamento de 10.1mm em relação ao contra-lateral.
No dia 10 de dezembro de 2014 foi submetida a osteotomia da diáfise do 4º metarcarpo
e colocação de 4 pinos autoperfurantes e fixador externo com sistema de distração
(ORTHOFIX®). E tempo total do fixador foi de 10 semanas, sendo que o tempo de
distração para alcançar os 16.1 mm de alongamento foi de 38 dias. O período pósoperatório decorreu sem intercorrências.
O presente caso demonstrou uma situação com indicação diferente do habitual nestes casos
em que existia uma alteração já da mobilidade do 4º raio. A causa do encerramento prévio da
placa de crescimento deveu-se com um grande grau de probabilidade a uma epifisiodese pós
traumática o que demonstra a singularidade do caso.
A técnica descrita por De Bastiani permitiu uma correção da deformidade e manter a
função da mão, sem complicações e com um resultado estético excelente.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
» P 31 - Tratamento
cirúrgico de lesão osteocondral de rótula em
adoslescente –combinação de duas técnicas
Marta Maio, Pedro Teixeira Gomes, António Lemos Lopes, Carlos Cerca
(Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real)
Introdução
As fraturas osteocondrais no joelho resultam essencialmente de traumatismos diretos
associados a mecanismos de cisalhamento. A sua localização principal é nos côndilos
femurais, embora a rótula possa também ser um local de aparecimento desta lesão.
A história e o exame clínico têm um papel fundamental, a que se associam exames de
imagiológicos, Rx e RM, para o diagnóstico e localização da lesão.
O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico de acordo com a classificação da ICRS.
Material e métodos
Adolescente de 15 anos, observado em consulta de ortopedia por gonalgia direita após
traumatismo direto do joelho associado a movimento de torção. No exame físico ligeiro
derrame e dor rotuliana. Restante exame normal. Rx inconclusivo. RM descreve lesão
osteocondral da rótula na crista interfacetária com sinais de fragmentação e destacamento
parcial. Corresponde a grau 3 na classificação da ICRS.
Tratamento cirúrgico, artrotomia com identificação, na crista interfacetária de lesão de
cerca de 18mm de maior diâmetro. Fixação do fragmento (10mm) com fio de kirshner,
preenchido restante espaço com Plug de 8mm de enxerto autólogo, por impossibilidade de
fixação dos restantes fragmentos. Pós operatório sem intercorrências.
Resultados
Aos 6 meses de pós-operatório sem queixas e com bom arco de mobilidade. RM descreve
alteração da cartilagem rotuliana com ligeiro hipersinal e irregularidade da superfície
articular e da superfície osteocondral e alguma redução da espessura focal.
Artroscopia aos 12 meses, integração da plastia e sem irregularidade articular. Exame
clínico normal.
Conclusão
A associação de duas técnicas, fixação in situ e mosaicoplastia no tratamento de fraturas
osteocondrais encontra-se pouco descrita na literatura. No caso apresentado esta
combinação permitiu um bom resultado final. Tal como é referido na literatura, são
métodos seguros que permitem um rápido retorno à atividade.
»P 32 - Luxação congénita do joelho a propósito de dois casos clínicos.
Ricardo Ferreira, Carolina Escalda, Teresa Marques, Igor Martins
(Hospital Garcia de Orta)
Introdução
A luxação congénita do joelho é uma entidade rara, com incidência de 0.017/1000 nadosvivos. Bilateral em 40% dos casos, pode ocorrer como deformidade isolada ou associada
a patologias como a DDA, pé boto, espinha bífida, mielomeningocelo, artrogripose ou
doenças do colagénio.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
Material e métodos
Apresentamos dois casos de luxação congénita do joelho unilateral sem diagnóstico
prenatal, em duas bebés de raça negra, nascidas em setembro de 2014. Em ambos casos
os partos foram eutócicos sem intercorrências, não existindo antecedentes familiares de
relevo.
Resultados
Na avaliação inicial, constatava-se atitude em hiperextensão do joelho com evidência
radiológica de subluxação anterior da tíbia e ambas eram reductíveis pela extensão não
forçada do joelho (Luxações tipo A da classificação de Leveuf e Pais). Não se encontraram
outras alterações músculo-esqueléticas associadas, nomeadamente pé boto ou luxação
da anca. Não existia evidência de alterações associadas a quadros sindrómicos ou outras
alterações congénitas.
Nos dois casos foi aplicado tratamento conservador, realizando-se manipulação e imobilização
com gessos seriados iniciados ao segundo dia de vida. Num caso foram realizados três gessos
semanalmente e no outro quatro gessos. No final do tratamento ambas apresentavam flexão
passiva de 170º e postura espontânea em flexão. A avaliação aos 3 meses, revelava arcos de
movimentos simétricos, sem défices e sem instabilidade.
Discussão
O tratamento preconizado na luxação congénita do joelho tipo A (hiperextensão) é
conservador e deve ser iniciado o mais precocemente possível. As opções cirúrgicas
reservam-se para os casos refratários a manipulação e gessos seriados e para os tipo B e
C (luxação e subluxação).
Conclusão
A luxação congénita do joelho é um quadro infrequente que obriga à exclusão de outras
malformações congénitas e quadros sindrómicos. Os casos de luxação isolada nos graus A
e B são tratados com sucesso através de manipulações e imobilizações seriadas com ótimo
prognóstico funcional.
»P 33 - Luxação Congénita do Joelho
Tiago Pato, Romeu Pinho, Suzana Valente, Altino Santos, José Brenha
(Centro Hospitalar Baixo Vouga, Aveiro)
Objectivos
Este trabalho pretende dar a conhecer uma patologia relativamente rara e a importância
do seu reconhecimento precoce. Está frequentemente associada a anomalias
musculoesqueléticas como a displasia da anca (50% dos casos), pé boto, mielomeningocelo,
artrogripose ou até sindrome de Larsen. Clinicamente apresenta-se sob a forma de
um joelho em hiperextensão após o nascimento. O momento do diagnóstico é um forte
determinante da abordagem terapêutica, que pode ser conservadora ou cirurgica. O
melhor prognóstico está aliado a um reconhecimento precoce associado a tratamento
conservador.
Métodos
É apresentado um caso de luxação congénita do joelho, referenciado imediatamente após
o parto pelo serviço de Pediatria ao serviço de Ortopedia. Foram recolhidos os dados
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
clínicos das avaliações, tratamento e resultados obtidos desde o nascimento da criança. A
documentar a situação, são apresentadas fotografias antes e após tratamento, associadas
a uma avaliação radiológica.
Resultados
Após referenciação e exame físico detalhado, classificou-se a situação em grau I segundo
Leveuf e Pais, excluindo-se a presença de patologias associadas. Foi feita a redução da
luxação e imobilização gessada do joelho a 90 º, durante 3 semanas. Na reavaliação, a
criança apresentava uma flexão e extensão do joelho estável retirando-se a imobilização
gessada.
Conclusão
O caso apresentado pretende salientar a importância de uma actuação precoce, de
preferência nas primeiras horas de vida de modo a otimizar o prognóstico. Destaca ainda
a necessidade de realizar um exame físico detalhado para a exclusão de outras patologias
associadas, em especial a displasia da anca.
Relevância
Trata-se de uma doença rara, cujo diagnóstico precoce, embora não sendo difícil é essencial.
O conhecimento das patologias associadas, do tratamento e da eventual necessidade
de reencaminhamento da criança para centros especializados, deve fazer parte do
conhecimentos não só de Ortopedistas mas também de Pediatras, a quem compete um
papel determinante no reconhecimento e referenciação atempadas.
»P 34 - Osteomielite do Ilíaco: um caso clínico de difícil diagnóstico
João Pedro Raposo, Cristina Alves, Inês Balacó, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso,
Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
A osteomielite pélvica constitui 1-11% das osteomielites agudas. Atinge sobretudo crianças
entre os 7-14 anos de idade, com predominância do sexo masculino. O ilíaco é afectado em 3339% dos casos. O diagnóstico é difícil, já que a sintomatologia pode mimetizar abdómen agudo,
artrite séptica da anca, lombalgia, doença inflamatória pélvica ou patologia maligna, entre outros.
Métodos
Apresentamos um caso de osteomielite do ilíaco num jovem de 13 anos, que recorreu ao
SU por dor na fossa ilíaca direita com irradiação para a coxa e região inguinal, claudicação,
febre e vómitos.
Resultados
Apresentava leucocitose com neutrofilia e PCR normal. A ecografia abdominal foi
inconclusiva, prejudicada pela presença de gases. Não se observou derrame na ecografia
da anca direita e não foram evidentes alterações no RX da bacia. Manteve febre. Novas
análises mostraram PCR aumentada e iniciou-se antibioterapia empírica com ceftriaxone.
Às 48h após o início do quadro, fez TAC abdómino-pélvica: sem alterações. Alterou-se
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
a antibioterapia para flucloxacilina ev. Às 72h fez cintigrafia, sem alterações. Ao 4º dia
fez RM, observando-se osteomielite da asa do ilíaco direito. Foi isolado Staphylococcus
aureus em hemocultura. Cumpriu 7 dias de antibioterapia ev, com melhoria laboratorial e
resolução dos sintomas. Manteve antibioterapia oral por 5 semanas.
Conclusão
O diagnóstico de osteomielite pélvica é difícil, dada a inespecificidade da sintomatologia.
Pode não existir leucocitose ou aumento da PCR, e a hemocultura é negativa em cerca de
metade dos casos. O RX e a TAC não mostram alterações em fase aguda. A RM é o exame
mais específico (96%) e sensível (92%) mas não está permanentemente disponível em
todas as instituições. A cintigrafia tem menor sensibilidade. O diagnóstico exige uma forte
suspeição e a RM deverá ser equacionada. O tratamento é quase sempre conservador.
Relevância
A osteomielite da bacia é rara e exige um diagnóstico precoce para uma resolução sem
sequelas.
»P 35 - Osteotomia de Southwick em sequelas de epifisiodese proximal
do fémur
Marco Barroso de Oliveira, Frederic Ramalho, Roberto Couto, Maribel Gomes, Fernando
Lima, Vítor Caetano, Pereira Mendes
(Centro Hospitalar do Alto Ave – Guimarães)
Introdução
A epifisiólise proximal do fémur (EPF) ocorre no período da adolescência, nas fases
de maior crescimento ósseo. O algoritmo de tratamento é baseado na classificação de
Loeder e na classificação radiológica. A fixação percutânea com parafusos canulados é o
tratamento mais aceite actualmente. Dentro das suas complicações temos a falência da
fixação, protrusão dos parafusos para a articulação coxo-femural e fractura do colo ou
trocantérica. A osteotomia de Southwick apresenta também bons resultados sobretudo
nas epifisiólises instáveis e nas complicações pos epifisiodese com parafuso.
Materais e métodos
Caso clínico de doente de 17 anos com EPF á direita, documentado com imagens do
paciente e estudo radiológico dos 2 pré e pós-operatório, com 2 anos de evolução.
Resultados e discussão
Doente com 14 danos recorre ao serviço de urgência em 10/2010, com história de coxalgia
desde há 3 meses, enquanto praticava desporto. Apresentava claudicação, membro encurtado
e em rotação externa. Feito o diagnóstico de EPF, esta foi classificada como grau III, estável
e com um ângulo epífise-diafisário de 70º. Foi tentada a redução da epifisiólise, porém não
conseguida, tendo sido fixada in situ com um parafuso canulado. O pós-operatório decorreu
sem complicações, tendo iniciado carga às 8 semanas. Durante os primeiros 18 meses
melhorou progressivamente da claudicação, mantinha limitação da abdução e rotação interna.
Radiologicamente apresentava agravamento do ângulo epífise-diafisário - 82º. Em 11/2012
foi submetido a extracção do parafuso e 4 meses depois a osteotomia através do pequeno
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
trocânter de acordo com a técnica descrita por Wayne Southwick. Actualmente o doente
encontra-se sem coxalgia ou claudicação da marcha, com uma ligeira limitação da abdução e
rotação interna.
Conclusão
A pertinência deste caso clínico prende-se com o facto de uma técnica descrita e
publicada há 50 anos encontra-se ainda actual e com bons resultados.
»P 36 - Condrólise Idiopática da anca – Caso Clínico
Fabíola Ferreira, Gustavo Martins, José Marinhas, Mafalda Santos
(Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia Espinho)
Introdução
A Condrólise idiopática da anca é uma doença rara, caracterizada por destruição
progressiva da cartilagem articular da cabeça do fémur e do acetábulo. A etiologia é
desconhecida. A condrólise pode ocorrer como evento aparentemente idiopático ou pode
ser secundária a outras patologias da anca. Acomete com mais frequência adolescentes
do sexo feminino (80%) de etnia asiática ou africana. O acometimento monoarticular é
prevalente (60% do lado direito) em relação ao bilateral (5% dos casos). Clinicamente,
caracteriza-se por dor intensa na anca, joelho ou em todo o membro inferior, limitação da
mobilidade articular, claudicação da marcha, podendo levar ao encurtamento do membro.
Caso Clínico
Os autores descrevem um caso de uma menina de 9 anos de idade, que recorreu ao serviço
de urgência por história de coxalgia esquerda com 2 meses de evolução. Antecedentes
pessoais e familiares irrelevantes. Sem história traumática ou febre. Ao exame objectivo
apresentava discreta limitação das mobilidades da anca esquerda e marcha claudicante.
Sem acometimento de outras articulações. Realizou estudo imagiológico com Rx da
bacia, na incidência ântero-posterior e lowenstein que não apresentava alterações. Teve
alta orientada para a consulta, medicada com AINEs e aconselhada a fazer descarga com
canadianas.
Cerca de 1,5 meses após a primeira observação, apresentava uma acentuada rigidez
da anca esquerda sem mobilidade activa ou passiva A Radiografia da bacia revelava um
estreitamento do espaço articular da anca esquerda e acetábulo protrusio. A Ressonância
Magnética Nuclear (RMN) evidenciava um derrame articular considerável ao nível da
articulação coxofemoral esquerda, edema da cabeça do fémur e do acetábulo, quistos
subcondrais na cabeça do fémur e no acetábulo e presença de osteófitos.
A criança foi internada no hospital para tratamento com AINEs, tracção cutânea e
fisioterapia. O estudo reumatológico foi normal. Durante o internamento houve melhoria
progressiva da dor e parcial das mobilidades.
Resultados
Actualmente, aos 5 anos de follow-up a doente está sem queixas de coxalgia. Apresenta
uma flexão da anca de 90º, rotação externa de 5º, rotação interna de 0º e um encurtamento
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
do membro inferior esquerdo de cerca de 2 cm. Deambula sem auxiliares de marcha,
apresentando discreta claudicação. Mantém um programa de reabilitação e seguimento
clínico e imagiológico anual. Radiologicamente houve uma deterioração progressiva,
estando desde há um ano sem agravamento imagiológico.
Discussão
A condrólise pode ocorrer como evento aparentemente idiopático ou pode ser secundária
a outras patologias da anca. Os exames de imagem obtidos foram uteis para excluir causas
secundárias como epifisólise ou Necrose avascular da cabeça do fémur, assim como o
estudo reumatológico negativo foi essencial para descartar doenças inflamatórias. As
causas infecciosas foram também excluídas tanto pela clinica apresentada como pela
evolução do quadro e corroboradas por parâmetros inflamatórios negativos.
»P 37 - Epifisiólise proximal do fémur no adolescente – Que esperar da
epifisiodese?
Sofia Esteves Vieira, Isabel Catarino, Diogo Robles, Daniel Lopes, Carlos Sousa
(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa)
A epifisiólise proximal do fémur caracteriza-se pela separação da fise de crescimento
proximal. Atinge ambos os sexos com predomínio do sexo masculino (3:1) na faixa etária
dos 10 aos 15 anos. Em 20% dos doentes é bilateral no momento da apresentação e em 10
a 20% dos outros doentes a anca contra-lateral será afetada. Tipicamente os adolescentes
são obesos ou com excesso de peso. A etiologia é complexa e multifatorial.
Material e Métodos
No período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012, 13 doentes, 17 ancas, foram
submetido a epifisiodese do fémur proximal por epifisiólise aguda.
Todos foram sujeito a revisão clínica, radiológica e funcional, tendo sido aplicada a Escala
Visual analógica (EVA). O follow-up médio foi de 44 meses (39 a 50 meses).
Resultados
Dos 13 doentes, 9 eram do sexo masculino e 4 do sexo feminino com idade média de 13,
2 anos (8 a 16 anos). 8 doentes apresentavam excesso de peso sendo o Índice de Massa
Corporal médio 27,2 Kg/m2.
Todos foram admitidos no nosso serviço por epifisiólise aguda do fémur proximal tendo
sido submetidos a epifisiodese. No pós-operatório cumpriram 5 semanas de descarga total
do membro afetado.
4 doentes apresentaram à posteriori quadro de epifisiólise na anca contra-lateral.
A anca direita foi afetada em 11 casos e a esquerda em 6 casos.
À data da reavaliação, tinha sido feita extração de material de osteossíntese em 13 casos,
sendo que os restantes estavam inscritos para este procedimento.
Como complicações há a registar 2 casos de dismetria dos membros inferiores sendo
o membro afetado mais curto 15 mm, 1 caso de infeção da ferida cirúrgica e 1 caso de
necrose da cabeça femoral.
71
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
O valor médio da EVA foi 1,2 (0 a 5). Apenas o doente com necrose da cabeça do fémur
referia limitação nas suas atividades desportivas tendo sido este mesmo doente a
quantificar a sua dor como 5 na EVA.
Discussão
Nesta série, a maioria dos doentes era do sexo masculino e apresentava excesso de peso.
A idade média à data da cirurgia foi de 13,2 anos e o lado afetado com mais frequência foi
o lado direito.
Os resultados clínicos e funcionais são excelentes, contudo descrevemos 3 complicações
diferentes, sendo a necrose da cabeça femoral a mais grave e mais limitativa para o doente.
4 doentes apresentaram quadro bilateral, o que está de acordo com o descrito na
literatura. Há mesmo autores que defendem a fixação profilática da fise contra-lateral no
mesmo tempo cirúrgico. Contudo, é nossa prática alertar os pais e o doente sobre esta
possibilidade e atuar caso seja necessário.
Conclusão
A epifisiólise do fémur proximal deve ser considerada em todos os adolescentes que
desenvolvem quadro de claudicação da marcha com ou sem traumatismo prévio. A dor é
referida muitas vezes à coxa e joelho e o Rx pode apresentar desde alterações muito ligeiras até
separação quase total da fise femoral proximal. O tratamento é cirúrgico e consiste na fixação
das fises. Deve ser mantida vigilância clínica e radiológica até encerramento destas. Apesar dos
excelentes resultados clínicos e funcionais na maioria dos doentes, as complicações podem ser
graves e limitativas para o doente como é o caso da necrose da cabeça femoral.
»CL 38 - Ressecção endoscópica de barra calcaneonavicular: uma nova
abordagem
João Pedro Raposo, Jorge Knörr Giménez, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah
Pu Ling, Gabriel Matos
(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra- CHUC, EPE)
Objectivo
É nosso objectivo apresentar uma nova técnica de tratamento cirúrgico das barras
társicas calcaneonaviculares: a ressecção endoscópica. As barras társicas são anomalias
congénitas, que se manifestam entre os 8 e os 13 anos por dor na face externa do pé,
entorses de repetição e pé plano rígido. A flexão plantar do tornozelo e a mobilidade da
sub-astragalina estão diminuídas. O tratamento inicial é conservador, estando indicada
cirurgia se os sintomas persistirem.
Métodos
Apresentamos o caso clínico de um rapaz de 14 anos com pé planovalgo rígido e
barra calcaneonavicular sintomática bilateral, operado bilateralmente. Num primeira
intervenção, realizou-se ressecção da barra no pé esquerdo, interposição de cera de osso
72
3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
e extensor brevis e imobilização com bota gessada. Numa segunda intervenção, realizou-se
ressecção endoscópica da barra no pé direito, utilizando artroscópio, fresas de artroscopia
e sondas de radiofrequência.
Resultados
Com 7 meses de seguimento após a cirurgia do pé esquerdo e 3 meses após a cirurgia
do pé direito, o doente apresenta uma boa evolução, estando sem queixas álgicas.
Radiologicamente, observa-se ressecção total da barra no pé direito, operado
endoscopicamente, e incerteza quanto à totalidade da ressecção no pé esquerdo. O
doente refere maior satisfação com o pós-operatório precoce da técnica endoscópica.
Conclusão
A ressecção de barra társica por via aberta apresenta algumas complicações (hematoma,
infecção ou neuroma do ramo cutâneo dorsal do peroneal superficial) e importante taxa
de recidivas (até 30%), pelo que a ressecção endoscópica é uma excelente alternativa, que
permite a visualização e ressecção completa da barra e a obtenção de um gap plantar de
10mm, realizando apenas duas mini-incisões. É menor a probabilidade de complicações
locais e parecem melhores os resultados estético e functional, sendo as taxas de recidiva
potencialmente inferiores.
Relevância
A técnica endoscópica é uma alternativa inovadora, eficaz e minimamente invasiva no
tratamento das barras calcaneonaviculares em idade pediátrica.
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3º Congresso Nacional e XX Jornadas de Ortopedia Infantil
74
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Resumos - Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia