PROTOCOLOS ISGH
JEJUM DE CURTA DURAÇÃO
|ELABORAÇÃO|
Alayanne Menezes Silveira – Gerente de Nutrição | HRC
Carolina Drummond Barboza – Gerente de Nutrição | HGWA
Felipe Façanha Vento – Consultor Técnico Cirurgia| ISGH
Henrique Jorge Maia Costa – Consultor Técnico Nutrologia| ISGH
Kessy Vasconcelos de Aquino – Consultora Técnica | DITEC | ISGH
Nianne Lucena e Lucena – Assessora Técnica | DITEC | ISGH
Patrícia Norguis Grum – Gerente de Nutrição | HRN
Rafaela Neres Severino – Gerente de Nutrição | DITEC | ISGH
Raimundo Simeão da Silva Neto – Consultor Técnico Anestesiologia| ISGH
| VALIDAÇÃO |
Flávio Clemente Deulefeu – Diretor Técnico | ISGH
| FORMATAÇÃO |
Comunicação Visual | ISGH
| DATA |
Estabelecido em: 18.08.2014
Última revisão em: 01.10.2014
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PROTOCOLOS ISGH
JEJUM DE CURTA DURAÇÃO
| SUMÁRIO |
1.
Introdução..........................................................................................................................................
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2.
Alinhamento Estratégico.....................................................................................................................
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3.
Objetivos............................................................................................................................................
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4.
Profissionais Envolvidos......................................................................................................................
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5.
Ação Institucionalizada.........................................................................................................................
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6.
Critérios de inclusão no Protocolo......................................................................................................
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7.
Critérios de exclusão no Protocolo......................................................................................................
5
8.
Desenvolvimento do Protocolo..........................................................................................................
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9.
Indicadores........................................................................................................................................
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10.
Avaliação da Efetividade (Alinhamento)..............................................................................................
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11.
Referências.........................................................................................................................................
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12.
Anexos................................................................................................................................................
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| 1. INTRODUÇÃO |
1.1 MOTIVAÇÃO
• MELHOR RESPOSTA AO TRAUMA NOS PROCEDIMENTOS CIRURGICOS
Os guidelines de cirurgia segura apontam que a queda da sensibilidade da insulina, no período pós-operatório,
ocorre por consequência da intervenção cirúrgica e do jejum prolongado no pré-operatório. E isso pode
resultar em hiperglicemia, aumento do tempo de internação, de complicações infecciosas, morbidade e
mortalidade. O suporte nutricional adequado no período perioperatório é uma arma terapêutica que melhora
os resultados em grupos específicos de pacientes.
Iniciado na Europa, com o programa ERAS (Enhanced Recovery After Surgery), e inserido no Brasil, onde
recebe o nome de Projeto ACERTO (ACEleração da Recuperação TOtal Pós-operatória), objetiva diminuir o
tempo de jejum pré-operatório, promovendo melhora na resposta ao trauma.
Visando à melhor assitencia terapêutica ao paciente e considerando os benefícios da resposta pós-operatória,
decidiu-se pela implantação do Projeto de Jejum de Curta Duração nos Hospitais do saúde do Inastituto de
Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).
• ALTO NÍVEL DE EVIDÊNCIA E RECOMENDAÇÃO.*
O jejum prolongado leva a uma situação de hipoinsulinemia, que por sua vez leva à redução da síntese
protéica, favorece a resposta inflamatória, altera o perfil lipídico e agrava a resposta endócrina ao trauma.
| 2. ALINHAMENTO ESTRATÉGICO |
• Reduzir intercorrências no pós-operatório;
• Reduzir custos com a internação;
• Reduzir mortalidade.
| 3. OBJETIVOS |
• Reduzir resistência à insulina desenvolvida no pós-trauma cirúrgico.
| 4. PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS |
• Equipe multiprofissional
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| 5. AÇÃO INSTITUCIONALIZADA |
Ofertar uma formulação líquida contendo carboidratos que será produzida no próprio hospital, à base de
maltodextrina, com concentração a 12,5% e volume de 200mL, a ser ofertada três horas antes da cirurgia.
Esta formulação será processada em sala de manipulação própria, seguindo todas as normatizações da
Vigilância Sanitária e procedimentos de boas práticas de manipulação.
Nossos resultados mostraram que o jejum pré-operatório convencional reduziu a sensibilidade à insulina,
mesmo após um procedimento minimamente invasivo, como videocolecistectomia eletiva. A sensibilidade
à insulina reduz-se em 50%, mesmo nas colecistectomias não complicadas. Em pacientes submetidos ao
transplante duplo de rim e pâncreas, o teste Quicki revelou ser um teste confiável para avaliar a sensibidade
à insulina quando comparado com o clamp euglicêmico hiperinsulinêmico.
| 6. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO NO PROTOCOLO |
Pacientes adultos (18 a 60 anos) e idosos (60 a 85 anos) submetidos a cirurgias eletivas nos hospitais (Hospital
Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), Hospital Regional do Cariri (HRC) e Hospital Regional Norte (HRN)).
| 7. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO NO PROTOCOLO |
Exceção se faz para pacientes que apresentem obesidade mórbida, refluxo gastroesofágico importante,
obstrução intestinal ou esvaziamento gástrico retardado (ex.: gastroparesia ou estenose pilórica).
| 8. DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO |
1. A enfermeira do centro cirúrgico, no período da tarde, elenca os pacientes que receberão a formulação
com carboidratos (de acordo com o mapa cirúrgico). Esta mesma enfermeira, até as 19h, comunicará a
unidade onde os pacientes incluídos estão internados, para que seja providenciada a formulação com
carboidratos;
2. A enfermeira da unidade onde os pacientes estão internados, até as 22:00h, comunicará ao Núcleo de
Nutrição e Dietética quais pacientes necessitam receber a formulação com carboidratos;
3. O funcionário do Núcleo de Nutrição e Dietética, até as 05:00h, entregará a formulação com carboidratos
no posto de enfermagem.
Os passos 2 e 3 serão registrados em documento de controle especificado;
4. O técnico de enfermagem da unidade assiste o paciente tomar a formulação com carboidratos e faz
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registro em formulário próprio;
A enfermeira do centro cirúrgico, no período da manhã, confirmará quais pacientes serão operados pela
manhã e quais serão operados à tarde. A lista com os pacientes da tarde será fornecida até as 10:00h;
O funcionário do Núcleo de Nutrição e Dietética entrega outra unidade com a formulação com carboidratos.
Os passos 4 e 5 serão checados e registrados na própria lista entregue pelo centro cirúrgico;
O técnico de enfermagem da unidade assiste o paciente tomar a formulação com carboidratos e faz
registro em formulário próprio;
Após cirurgia, a enfermeira do centro cirúrgico ou recuperação anestésica preenche um novo checklist,
onde a crítica será ter usado ou não formulação.
|9. INDICADORES |
INDICADOR DE PROCESSO:
Percentual de pacientes operados que receberam protocolo.
FÓRMULA:
Nº de pacientes operados com protocolo efetivado
Nº de pacientes elegíveis operados
Meta: 100% dos pacientes elegíveis.
Responsável: Nutricionista da Equipe Multiprofissuinal de Terapia Nutricional (EMTN).
Fonte informação: Planilhas de controle / Prontuário eletrônico (mapa cirúrgico).
Freqüência: Mensal.
INDICADOR DE RESULTADO:
Percentual de protocolo com sucesso:
FÓRMULA:
Nº pacientes incluídos no protocolo sem intercorrências*
Nº pacientes incluídos no protocolo
Meta: 98%.
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Responsável: Enfermeiro Centro Cirúrgico.
Freqüência: Mensal.
Fonte: Planilha de registro de administração e intercorrências.
*Intercorrências relativas ao pós-anestésico (Vômito/Broncoaspiração).
| 10. AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE (ALINHAMENTO) |
• Redução da resistência insulínica;
• Diminuição da hiperglicemia;
• Redução das taxas de infecção no pós-operatório.
| 11. REFERÊNCIAS |
*Preoperative oral carbohydrate treatment attenuates endogenous glucose release 3 days after surgery.
Soop M, et al.Clin Nutr 2004.
Preoperative Fasting for Adults to Prevent Perioperative Complications. The Cochrane Library, Issue 2, 2005.
Oxford.A American Society of Anesthesiologists, através da ASA Task Force on Preoperative Fasting.
Aguilar-Nascimento, José Eduardo. Acerto: acelerando a recuperação total pós-operatória, 2ª edição, Rio de
Janeiro: Editora Rubio, 2011.
Faria, Marcelo Sepulveda Magalhães. A abreviação do jejum pré-operatório com carboidratos minimiza
a resistência insulínica e a resposta metabólica ao trauma em videocolecistectomia / Marcelo Sepulveda
Magalhães Faria. 2008. x, 58p. : il. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade
de Ciências Médicas, Pósgraduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cirurgia e Nutrição, 2008.
A Abreviação do Jejum Pré-Operatório para Duas Horas com Carboidratos Aumenta o Risco Anestésico?
Kátia Gomes Bezerra de Oliveira, TSA , Maiumy Balsan ; Sérgio de Souza Oliveira, TSA, José Eduardo AguilarNascimento. Rev Bras Anestesiol ARTIGO CIENTÍFICO 2009; 59: 5: 577-584. Vol. 59, No 5, Setembro-Outubro,
2009
Ingestão de glutamina e maltodextrina duas horas no préoperatório imediato melhora a sensibilidade à
insulina pósoperatória: estudo aleatório, duplo-cego e controlado Ingestion of glutamine and maltodextrin
two hours preoperatively improves insulin sensitivity after surgery: a randomized, double blind, controlled
trial DIANA BORGES DOCK-NASCIMENTO1; JOSE EDUARDO DE AGUILAR-NASCIMENTO, TCBC-MT2; DAN
LINETZKY WAITZBERG, TCBC-SP3 / Rev. Col. Bras. Cir. 2012; 39(6): 449-455 .
Jejum pré-operatório de 8 horas ou de 2 horas: o que revela a evidência? Preoperative fasting of 8 hours
or 2 hours: what does evidence reveal? JOSÉ EDUARDO DE AGUILAR-NASCIMENTO, TCBC-MT1 ; FRANCINE
PERRONE2 ; LEICIA ÍRIS DE ASSUNÇÃO PRADO2 . Rev. Col. Bras. Cir. 2009; 36(4): 350-352.
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| 12. ANEXOS |
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