Tratamento endovascular da isquemia mesentérica aguda
Autores
Márcio F C Medeiros
CRM/AL 5031
Especialista em Radiologia intervencionista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular/
Colégio Brasileiro de Radiologia (SOBRICE/CBR)
Ângelo Mário de Sá Bomfim Filho
CRM/AL 4767
Especialista em Radiologia e diagnóstico por imagem pela AMB e Colégio Brasileiro de Radiologia (SOBRICE/CBR)
INTRODUÇÃO
A isquemia mesentérica aguda é uma doença que pode levar ao óbito se não
tratada precocemente, entretanto seu diagnóstico nos estágios iniciais é difícil, sendo
necessário um alto índice de suspeição. Tradicionalmente, o tratamento da isquemia
mesentérica exige a reconstrução vascular cirúrgica. Entretanto com o advento da
angioplastia transluminal percutânea a perviedade dos vasos mesentéricos pode ser
recuperada através de procedimento endovascular.
OBJETIVO
• Descrever o tratamento endovascular da isquemia mesentérica aguda em
paciente portadora de trombose da artéria mesentérica superior.
RELATO DE CASO
Paciente de 84 anos, sexo feminino, hipertensa, portadora de fibrilação atrial
crônica e marcapasso definitivo associado a insuficiência coronariana. Procurou
atendimento por apresentar forte dor abdominal em cólica, iniciada há poucas horas e
que não cessou com uso de analgésicos tradicionais. Ao exame físico, observou-se
Av. Fernandes Lima, Km 05, Anexo Radiologia Intervencionista – Hospital do Açúcar - Farol – Maceió/AL CEP: 57050-000 Tel. (82)
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ritmo cardíaco irregular por fibrilação atrial crônica e dor abdominal difusa à palpação
profunda, sem sinais de descompressão dolorosa do abdome.
Indicado estudo angiográfico realizado cerca de 3 horas do inicio da dor, que
demonstrou oclusão do terço médio da artéria mesentérica superior.
Realizado
tratamento endovascular, mediante trombólise mecânica associada ao implante de
stent em estenose localizada no terço médio da artéria mesentérica superior, sem
intercorrências.
A paciente permaneceu internada em Unidade de Terapia Intensiva,
encontrando-se hemodinamicamente estável no primeiro dia após o procedimento.
Entretanto, como os padrões laboratoriais de acidose metabólica e leucocitose com
desvio à esquerda permanecessem, foi submetida à laparotomia exploradora sendo
encontrado segmento cianótico, sendo optado preventivamente por ressecção de 70
cm de intestino delgado à 2m do ângulo de Treitz sem intercorrências.
Após melhora dos padrões clínicos e laboratoriais, recebeu alta da UTI,
permanecendo internada no mesmo Hospital. No décimo dia pós-operatório a
paciente apresentava desconforto abdominal, sendo realizada nova arteriografia que
mostrava a perviedade da artéria mesentérica superior. No trigésimo dia pósoperatório a paciente se alimentava e apresentava evacuações normalmente, mas
mantinha desconforto abdominal e leucocitose. Diante disso, foi submetida a uma
nova laparotomia sem achados de isquemia ou de infecção na cavidade.
CONCLUSÃO
O tratamento da trombose mesentérica aguda pode ser realizado com sucesso
por via endovascular, sem necessidade de laparotomia, de maneira minimamente
invasiva. O diagnóstico precoce da isquemia é fundamental para o sucesso do
tratamento.
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FIGURAS
A
B
Fig. 1 a) aortografia; b) arteriografia seletiva mostrando oclusão da artéria mesentérica superior
C
D
Fig. 2 c) resultado após angioplastia com balão; d) resultado após implante de stent auto-expansível.
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4
Fig. 3 resultado final
Fig. 4 angiografia de controle no 15º PO
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