Apresentação para o Ministro Sérgio Rezende,
Brasília, 07 Fevereiro de 2007
Uma Rede Brasileira de
Mudanças Climáticas
Gilberto Câmara
Diretor, INPE
Equipe de elaboração da proposta da rede (INPE)
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Antônio Padilha
Carlos Nobre
Gilberto Câmara
João Braga
José Marengo
Júlio D’Alge
Maria Assunção F. Silva Dias
Peter Toledo
Introdução
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O recém divulgado relatório do IPCC sobre a
base científica das mudanças climáticas conclui,
com acima de 90% de confiança, que o
aquecimento global dos últimos 50 anos é
causado pelas atividades humanas

O Brasil é vulnerável às mudanças climáticas
atuais e mais ainda às que se projetam para o
futuro
Previsões de aquecimento global até 2100 para
diferentes cenários de emissões
Cenários de Emissões:
A2 = “Business as usual” (850 ppm em 2100)
A1B = emissões crescem até 2050 depois decrescem (720 ppm em 2100)
B1 = emissões crescem pouco até 2030 e decrescem para estabilização em 550 ppm
Projeções de médio prazo (2000 a 2050)
O aquecimento é bem maior do que a variabilidade
para os próximos 50 anos. Há pouca dependência
desses resultados do cenário de emissões escolhido
Fonte: IPCC 2007 WGI AR4
Aquecimento (C)
Projeções de médio prazo (2000 a 2050)
O aquecimento é bem maior do que a variabilidade
para os próximos 50 anos. Há pouca dependência
desses resultados do cenário de emissões escolhido
Fonte: IPCC 2007 WGI AR4
Projeções de Modelos para Temperatura do Ar
Fonte: IPCC 2007 WGI AR4
Mudanças na Precipitação para 2090-2099 (%
relativa a 1980-1999) para Cenário A1B
Aumento das chuvas na
Bacia do Prata no verão
Diminuição das chuvas
no Brasil no inverno
Fonte: IPCC 2007 WGI AR4
Temperaturas médias subiram de 0,7 C nos
últimos 50 anos no Brasil!
Tmin
subiu
quase
1 C!
Projeto Mudanças Climáticas (colaboração INPE, USP, FBDS)
Relatório 2 (Obregón e Marengo, 2007)
Aumento das chuvas no Sul do Brasil (1951-2002)
Causa do Aumento
das
Chuvas:
Variabilidade
Natural ou
Aquecimento
Global?
Projeto Mudanças Climáticas (colaboração INPE, USP, FBDS)
Relatório 2 (Obregón e Marengo, 2007)
Anomalias de chuva anual [(2071-2100)- (1961-90)] em mm/dia
Seco
Seco
Seco
Seco
B2
A2
Anomalias da temperatura anual [(2071-2100)- (1961-90)] em oC
Quente
Quente
B2
A2
Impactos potenciais das mudanças climáticas no
Brasil
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Ecossistemas Naturais
Zonas Costeiras
Agricultura e Silvicultura
Recursos Hídricos
Saúde Humana
Desastres Naturais
Energias Renováveis
Impactos na Agricultura
Redução da área potencial em função do aumento da
temperatura entre 1 ºC e 5,8 ºC
Área Pontecial (1000 km2)
6000
Milho
5000
Feijão
4000
Arroz
3000
2000
Soja
1000
Café
Arábica
0
Atual
T + 1ºC
T + 3 ºC
Aumento na temperatura média
Fonte: Eduardo Assad, Embrapa
T + 5,8 ºC
Impacto do aumento da temperatura nas áreas potencialmente
favoráveis (verde) para cultivo de soja no Brasil. Quanto mais próximo
de 1,0 menor o risco de plantio. Fonte: Eduardo Assad, Embrapa.
Mudanças Climáticas e a Cultura do Café Arábica em Minas Gerais
Verde: áreas mais propícias
Futuro dos Biomas Amazônicos?
2100
2000
floresta
savana
caatinga
campos
deserto
“Savanização” da Amazônia: um estado de equilíbrio na relação
bioma-clima?
fontes: Oyama and Nobre, 2003 e Salazar, Oyama and Nobre, 2007
Os extremos climáticos estão aumentando?
Sudeste da AS: Aumento na intensidade e freqüência de
dias com chuva intensa (1951-2000)
Vazio de dados na Amazônia,
Nordeste e partes do CentroOeste.
?
Indice R10-Numero de dias
com chuva acima de 10
mm/dia
Impactos de particulados na saúde (doenças
respiratórias, alergias, etc.)
SX6
Previsão de Concentração de Aerossóis
El Niños mais intensos?
fonte: NOAA
foto: Juca Martins
Impactos Severos nos Recursos Hídricos do
Nordeste
Balanço Hídrico-Nordeste
1961-1990
Maior Déficit
Hídrico no Nordeste:
Vulnerabilidade na
agricultura!
2071-2100
Projeto Mudanças Climáticas (colaboração INPE, USP, FBDS)
Relatório 4, Salati 2007.
Fenômenos atípicos: Quando acontecerá um novo
furacão no Brasil?
Furacão Catarina (março/2004) Imagem NASA
Rede Brasileira de
Mudanças Climáticas
Futuro da Vida na Terra e Prosperidade e
Sustentabilidade da Humanidade?
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Saúde
Energia
Alimento
Água
População
Extinção de Espécies
Slide: cortesia G. Brasseur
Rede Brasileira de Mudanças Climáticas
Missão da Rede: fornecer conhecimentos
e tecnologias para o país responder aos
desafios representados pelas Mudanças
Climáticas Globais
Missão da Rede

Agenda científica



Agenda tecnológica


Expansão da base de conhecimentos, projeção de cenários
futuros, estudos sobre impactos, vulnerabilidades, adaptação e
mitigação
Liderança em pesquisa no tema meio ambiente e
desenvolvimento de interesse do país
Energias renováveis, inovações na indústria e na agricultura,
monitoramento ambiental a partir do espaço
Agenda social


Avaliação das vulnerabilidades sociais, econômicas e
ambientais
Agricultura, meio-ambiente, segurança alimentar, disponibilidade
de água e energia, saúde, cidades, desastres naturais
Rede Brasileira de Mudanças Climáticas: Áreas de
Aplicações

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

Cenários futuros de mudanças climáticas
Impactos em Agricultura, Energias Renováveis,
Desastres Naturais, Gerenciamento de
Ecossistemas, Recursos Hídricos, Zonas
Costeiras, Saúde
Estudos sobre Adaptação às Mudanças
Climáticas
Tecnologias para Mitigação de Emissões de
Gases de Efeito Estufa
Organização da Rede

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
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Nó central de coordenação/articulação: INPE
Dois tipos de nós: órgãos/grupos de pesquisa e
órgãos operacionais
Participação de FAPs, com ênfase no Programa
de Mudanças Climáticas Globais da FAPESP
Articulação com redes existentes (e.g. LBA,
GEOMA) e com programas internacionais
(IGBP, WCRP, IHDP, DIVERSITAS, ESSP)
Governança da Rede

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
Comitê Executivo Multi-institucional, composto
de cientistas
Comitê de Financiadores: CNPq, FINEP,
FAPESP, FAPs
Coordenação operacional da Rede: INPE
“International Advisory Board”, com cientistas de
renome para apoio ao projeto
“External Review Board” para avaliação
periódica
Nó de Coordenação (INPE)





Manter e operar a infra-estrutura de computação
de alto desempenho
Manter competência científica para
desenvolvimento de modelos
Expandir capacidade de observação por
satélites, balões, geossensores, aviões de
pesquisa
Organizar a agenda científica (workshop,
reuniões e avaliações periódicas)
Promover atividades de extensão e de
divulgação para a sociedade
Papel dos Nós da Rede
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
Cada nó constitui-se de um grupo ou instituição
de pesquisa
Contribuir para a agenda científica da Rede
Submeter projetos aos financiadores da Rede
Ter direito de acesso à infra-estrutura do nó
central
Desenvolver atividades de capacitação
formação de recursos humanos
Fornecer dados científicos e/ou operacionais
para os demais participantes da rede
Participantes da Rede (lista preliminar
inicial)


Nó central de coordenação/articulação: INPE
Potenciais participantes da Rede:
 Institutos
do MCT: INPA, MPEG, LNCC, IDS
MAMIRAUÁ IMPA-OS, INSA,
 Institutos Federais: EMBRAPA, FIOCRUZ, SIPAM,
IBAMA, INMET, ANA, DHN
 Universidades: USP, UFRJ, UNICAMP, UFSM, UFV,
UNESP, UFPA, UFAC, UFPE, UECE, UFSCAR,
UFPR, UFSC, UFRGS, UFMG,
 Institutos Estaduais: FUNCEME, SIMEPAR, EPAGRI,
LAMEPE
Rede Brasileira de Mudanças Climáticas:
Produtos Iniciais

Produção regular anual de avaliação sobre o
“Estado do Meio Ambiente” do Brasil

Produção de uma avaliação nos moldes do
IPCC para o Brasil (base científica, impactos,
vulnerabilidade e adaptação e mitigação de
emissões) entre 2008 e 2009
Centro de Ciência do
Sistema Terrestre no INPE
Visão de futuro
O INPE será um centro de excelência
interdisciplinar em ciência do sistema terrestre
Como o ambiente da Terra
está mudando, e quais as
conseqüências para a
nossa civilização?
fonte: IGBP
Painel de Especialistas em Ciência do Sistema
Terrestre (INPE, Dezembro de 2006)

O Brasil vem contribuindo com sucesso à
agenda científica mundial de CST

Uma contribuição original do Brasil: Ciência do
Sistema Terrestre e Desenvolvimento

Rede com um nó de coordenação e articulação,
fortemente conectado a instituições
participantes
Painel de Especialistas em Ciência do Sistema
Terrestre (INPE, Dezembro de 2006)



INPE tem condições de ser o nó de
coordenação, se recursos adequados forem
disponibilizados
Induzir de novos programas de Pós-Graduação
e estabelecimento de colaboração com
programas existentes
CST no Brasil: produção regular de cenários
ambientais em décadas, em estreita
colaboração com centros mundiais que fazem
projeções na escala de séculos
Ciência do Sistema Terrestre e Desenvolvimento

Como ter desenvolvimento social eqüitativo e ao
mesmo tempo reduzir o estresse sobre o
ambiente?

Paradigma de “ambiente de conhecimento do
Sistema Terrestre”: observações, modelagem,
aplicações e extensão
Competências do INPE em Ciência do Sistema
Terrestre

Modelagem atmosférica, oceânica, da cobertura
vegetal e usos da terra e produtos de previsão
de tempo e clima

Modelagem e interações Sol-Terra

Aplicações de dados de sensoriamento orbital

Controle de operações de satélites e estações
de coleta de dados
Foco científico principal do Centro de
Ciência do Sistema Terrestre: Interfaces
Interface Sol-Terra
Interface oceano-atmosfera
Interface terra-atmosfera
Interface terra-oceano
Interface tempo-clima
Interface clima-sociedade
Interface química-clima
Interfaces entre sistemas biofísicos e sociais
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
x insuficiente competência nacional
X: competências existentes ou a serem agregadas pelo INPE
X
Infra-estrutura necessária ao INPE como nó de
coordenação da Rede Brasileira de Mudanças
Climáticas



Novo supercomputador (desempenho de 40 teraflops)
com dedicação compartilhada entre produtos
operacionais e apoio à pesquisa da Rede. (R$ 55
milhões em dois anos)
Instrumentação científica: descargas elétricas, ozônio e
UV, litosfera, física solar, ionosfera, plataforma aerotransportada (R$ 22 milhões em três anos)
Infra-estrutura predial adicional: prédio de 6 mil m2 para
abrigar o Centro de Ciência do Sistema Terrestre e
laboratórios adicionais (R$ 12 milhões em dois anos)
Sistema de Supercomputação
2007: Cluster Massivamente
Paralelo de 1.100
processadores e 5 TFlops
1994
1998
2004
1PByte
NEC SX-6
40 TFlops +
armazenamento e
energia
Recursos Humanos necessários: INPE


Efetivação de 150 Funcionários, atualmente sob
contrato terceirizado
Pessoal científico e técnico: 200 novos
pesquisadores e tecnologistas, incluindo
cientistas sociais, para consolidar áreas
existentes e criação de novas áreas de
pesquisa, tecnologias e aplicações em Ciência
do Sistema Terrestre (em três anos)
Rede Brasileira de Mudanças
Climáticas: Áreas de
Aplicações e Próximos
Passos
Próximos Passos

Montagem do Comitê Financiador
 Definição
de fontes de financiamento das atividades
da Rede

Montagem do Comitê Científico
 Preparação

documento de referência
Criação do Centro de Ciência do Sistema
Terrestre no INPE
 Supercomputador,


vagas e infra-estrutura
Convite aos participantes da Rede
Lançamento nacional da Rede, com visita do
Presidente Lula
Articulação com FAPESP



Programa FAPESP de Pesquisas em Mudanças
Climáticas Globais: agenda científica e recursos
anuais já definidos (R$ 12 milhões/ano por 10
anos)
Baseado em programas anteriores de sucesso:
Genoma, Biota
Organização do programa FAPESP
 Chamadas
periódicas de projetos de pesquisa
 Comitê Científico
 Coordenação Executiva (INPE)
 International Advisory Board
 Revisões bi-anuais
Articulação com FAPESP

FAPESP gostaria de lançar seu programa em
conjunto com o MCT

Compartilhar “International Advisory Board”
entre os programas FAPESP-MCT
Compartilhar Coordenação Executiva da Rede
Nacional MCT com o programa FAPESP (INPE)
FAPESP considera co-financiar (20%) o
supercomputador do INPE
FAPESP precisa de um programa específico de
bolsas do CNPq para Mudanças Climáticas



Obrigado!
Cortesia do Slide: Guy Brasseur, NCAR, EUA
Download

inpe_ministro_07Fev07