9.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA CONSULTA PUERPERAL DE ENFERMAGEM: UM ENFOQUE NA PREVENÇÃO DE UMA GRAVIDEZ E PUERPÉRIO SEM INTERCORRÊNCIAS 1 Fernanda Renata Canteri 2 Julia Luiza da Costa Pereira 3 Carla Luiza da Silva 4 Juliana Regina Dias Lemos 5 Walquíria Kuhn RESUMO – O período puerperal é uma fase em que a mulher passa por várias modificações e adaptações. Assim sendo a Enfermagem tem papel fundamental no auxilio a essa mulher e deve procurar identificar situações de risco e intercorrências, prevenindo complicações e promovendo conforto físico, emocional e educação em saúde. Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativa, descritiva, realizada com 35 mulheres com idades entre 17 a 40 anos, vivenciando o período puerperal no Hospital Evangélico de Ponta Grossa onde acadêmicos do curso de Enfermagem realizam palestras coletivas e orientações às mães com o objetivo de atuar frente ao Período Puerperal, na rede pública de saúde, oferecendo atendimento de enfermagem e educação em saúde à mulher, levantando o perfil destas e analisando as possíveis intercorrências e os fatores a elas associados. Dentre as intercorrências encontradas a mais freqüente foi a infecção no trato urinário, seguido por anemia, pielonefrite, prematuridade e distúrbios hipertensivos como pré eclampsia e eclampsia, normalmente associados a ganho inapropriado de peso, extremos de idade e questões psicológicas. Através do presente estudo pode-se observar a importância da enfermagem e das ações educativas na prevenção das complicações buscando valorizar o conhecimento e as experiências da mulher, adquirindo confiança da mesma podendo assim dar o suporte devido. PALAVRAS CHAVE – Enfermeiro, educação em saúde e puérperio. 1 Acadêmica do 4º ano do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade estadual de Ponta Grossa – Pr. Autora [email protected] 2 Acadêmica do 3º ano do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade estadual de Ponta Grossa – Pr. Apresentadora. [email protected] 3 Mestranda em Tecnologia em Saúde pela PUC-Pr, Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa – Pr. Autora [email protected] 4 Doutoranda em Patologia pela Universidade do Federal Triangulo Mineiro, Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa – Pr. Autora [email protected] 5 Graduada pela Universidade estadual de Ponta Grossa, Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa - Pr. Autora [email protected] 9.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 2 Introdução O período puerperal é compreendido como o período que “se inicia logo após o parto e termina quando as modificações locais e gerais determinadas pela gestação no organismo materno retornam às condições normais” (SANTOS, 2002, p. 117). É um período em que a mulher passa por várias modificações e adaptações no qual se dá a importância de prestar uma atenção peculiar e especifica a este período. Assim sendo a enfermagem tem papel fundamental no auxilio a mulher nessa fase de transição e deve procurar identificar situações de risco e intercorrências, prevenindo complicações e promovendo conforto físico, emocional e educação em saúde. As ações educativas devem ser permeadas pela escuta sensível, empatia, acolhimento e valorização das especificidades das mulheres (ALMEIDA e SILVA, 2008), buscando conhecer suas experiências e oferecer o suporte devido através de orientações quanto ao Recen-Nato, autocuidado, amamentação, alimentação, identificação de possíveis problemas e intervenção nos mesmos. Considerando a importância da enfermagem no período puerperal, criou-se este estudo com o objetivo de oferecer atendimento de enfermagem às mulheres puérperas promovendo educação em saúde de acordo com o perfil, levantando informações relacionadas à esse período de acordo com idade, ganho de peso gestacional e identificar as intercorrências gestacionais e fetais. Objetivos Geral: Atuar frente ao Período Puerperal, na rede pública de saúde, oferecendo atendimento de enfermagem e educação em saúde à mulher. Específico: 1. Levantar o perfil das puérperas atendidas pelo projeto; 2. Identificar as intercorrências maternas gestacionais e fetais; 3. Levantar demais informações relacionadas ao período puerperal imediato relacionado a idade e ganho de peso gestacional; Metodologia Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativa, descritiva, realizada com 35 mulheres com idades entre 17 a 40 anos, vivenciando o período puerperal no Hospital Evangélico de Ponta Grossa. Os acadêmicos de enfermagem atuam em âmbito hospitalar, com a educação em saúde (folder, materiais ilustrativos) sobre o período puerperal às mulheres internadas pelo SUS em quartos coletivos. A palestra coletiva é oferecida a todas as mulheres inseridas no quarto e após, individualmente, as puérperas são convidadas a participar da pesquisa, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido, (TCLE) aplicado pelo acadêmico. Os instrumentos (Anexos I e II) aplicados no local levantam informações importantes sobre o perfil das mulheres atendidas no puerpério imediato, o que possibilita não só conhecer a individualidade de cada pessoa, mas também mensurar estratégias de cuidado diante dos dados analisados após este levantamento. Todos os aspectos éticos são respeitados conforme Resolução (196/96). Resultados O surgimento de intercorrências durante a gestação normalmente está associado a fatores tais como idade, ganho de peso materno, hábitos de vida e fatores psicológicos. A infecção do trato urinário (ITU) é umas das doenças mais comuns durante a gestação embora a gravidez isoladamente não seja a responsável pelo desenvolvimento desta infecção associada a outros fatores pode predispor a gestante ao aparecimento da mesma, tais como alterações anatômicas e fisiológicas. A ITU pode levar o trabalho de parto e parto pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, ruptura prematura de membranas amnióticas, restrição de crescimento intra-útero, paralisia cerebral/retardo mental e óbito perinatal. (DUARTE, 2008) O pré-natal é a principal forma de prevenir complicações durante a gestação. A partir do exame de urina tipo I que é realizado a cada três meses, pode-se determinar bacteriúria que se não tratada pode levar à pielonefrite aguda e prematuridade. 9.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 3 A partir dos dados obtidos neste estudo, das 35 mulheres entrevistadas 15 apresentaram ITU, sendo 11 entre 17 a 27 anos, 4 entre 28 a 38 anos e nenhuma acima desta idade. A taxa de infecção elevada entre as mais jovens pode estar relacionado pelo fato de serem primigestas e muitas vezes associarem os sintomas da ITU como normais da gravidez retardando assim a procura do serviço de saúde. Outro problema é a não realização de exames de rotina no tempo devido pela falta de orientação sobre a importância dos mesmos Além disso os fatores psicológicos como a vergonha e falta de confiança no profissional podem omitir tais informações trazendo muitas vezes complicações para o período que poderiam ser evitadas. Como foi dito anteriormente a pielonefrite é uma complicação da ITU, em nosso estudo uma paciente relatou ter apresentado a mesma durante a gestação. A anemia foi outra intercorrência observada com 3 casos na faixa etária de 17 a 27 anos. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que mais da metade das gestantes dos países não industrializados sofre de anemia. No Brasil, há escassez de estudos com amostra representativas, porém estima-se que a anemia afete 30 a 40% das gestantes nas diversas regiões do país.(SATO, 2008) O grupo de gestantes é aquele que está mais sensível à deficiências nutricionais pois as suas necessidades fisiológicas estão aumentadas devido a formação de novos tecidos e o aumento do volume sanguíneo (DIAS, 2005) e quando se trata de mulheres mais jovens essa necessidade é ainda maior devido a demanda do crescimento do organismo. O estilo de vida da gestante, como o hábito de fumar, a desnutrição, o ganho ponderal inadequado na gestação e o estresse psicológico materno são algumas causas do parto prematuro. Além disso, também estão relacionados baixo nível socioeconômico, mulheres jovens, sem companheiro, e fatores médicos como prematuridade anterior e sangramento vaginal persistente no início da gestação. Na pesquisa foi observado um caso de prematuridade, embora este não esteja diretamente relacionado com os fatores citados. A gestação quando associado com fatores de risco como a obesidade, podem predispor tanto a gestante quanto o concepto à morbi-mortalidade materno infantil. No período gestacional a mulher grávida deve ganhar de 9 a 12 kg, embora em alguns casos a mulher exceda esse valor acarretando distúrbios hipertensivos como ocorreu em uma das entrevistadas que ganhou mais que 16 kg na gestação e como conseqüência teve convulsão caracterizando a eclampsia. Segundo (BRASIL, 2006) a pré-eclâmpsia geralmente ocorre após a vigésima semana de gestação, classicamente pelo desenvolvimento gradual de hipertensão e proteinúria, tendo como fatores predisponentes: os extremos da idade fértil (menor que 15 e maior que 35 anos), a raça negra, familiares de primeiro grau que apresentaram pré-eclampsia, hipertensão crônica, idade materna, baixo nível socioeconômico. (SOUZA, N.L.et.al.) Pode haver evolução para eclampsia que caracteriza-se pela presença de convulsões generalizadas em mulher com qualquer quadro hipertensivo. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. Conclusões O estilo de vida da gestante, como o hábito de fumar, a desnutrição, o ganho ponderal inadequado na gestação, estresse psicológico materno e a idade podem levar a intercorrências tais como: ITU, pielonefrite, anemia, prematuridade e distúrbios hipertensivos como pré-eclampsia e eclampsia. Destas a mais freqüente foi a ITU, encontrada principalmente entre as mulheres mais jovens pelo fato de não realizarem os devidos exames muitas vezes por falta de orientação dos profissionais além de fatores psicológicos em que estas omitem informações que podem ser relevantes para diagnóstico e tratamento precoce da infecção. O pré natal é a principal forma de evitar essa e outras complicações do período gestacional e puerperal salientando a importância dos profissionais de enfermagem na orientação, reconhecimento das intercorrências e o encaminhamento para o tratamento das mesmas, pois assim daríamos o suporto devido durante todo ciclo gravídico e puerperal. 9.° CONEX – Apresentação Oral – Resumo Expandido 4 Referencias SANTOS, E. K. A. dos. Puerpério normal. In OLIVEIRA, E. de; MONTICELLI, M.; BRÜGGEMANN, O. M. (Org). Enfermagem obstétrica e neonatológica: textos fundamentais. 2ª ed. p. 117 - 133. Florianópolis, 2002. ALMEIDA, M.S, SILVA, I.A. Necessidades de mulheres no puerpério imediato em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, Brasil. Rev Esc Enferm USP, 42(2):347-54, 2008. BEZERRA, L.C, OLIVEIRA, S.M.J.V, LATORRE, M.R.D.O. Prevalência e fatores associados à prematuridade entre gestantes submetidas à inibição de trabalho de parto premature. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (2): 223 – 229, 2006. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/rbsmi/v6n2/30920.pdf>. Acesso em: 01/05/2011. SOUZA, N.L, et.al. Percepção materna com o nascimento prematuro e vivência da gravidez com pré-eclampsia. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 41 (5), 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102007000500003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01/05/2011 DUARTE, G, et.al. Infecção urinária na gravidez. Rev Bras Ginecol Obstet, 30 (2): 93-100, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v30n2/08.pdf>. Acesso em: 01/05/2011 DIAS, A.C.P, LESSA, A.C, TELAROLLI R.J. Anemia e consumo alimentar de gestantes adolescentes. Rev Alim. Nutr, Araraquara, 16 (3): 227 – 232, 2005. Disponível em: <http://servbib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/472/439>. Acesso em: 01/05/2011 SATO, A.P.S, et.al. Prevalência de anemia em gestantes e a fortificação de farinhas com ferro. Rev Texto Contexo Enferm, Florianópolis, 17 (3): 474 – 81, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n3/a08v17n3.pdf>. Acesso em: 01/05/2011 FUJIMORI, E, et al. Anemia e deficiência de ferro em gestantes adolescentes. Rev Nutr., Campinas, 13 (3): 177 – 184, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141552732000000300004&script=sci_arttext>. Acesso em: 01/05/2011 BRASIL. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. 3ed.,94-95 Brasília, Mistério da Saúde, 2006.