AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE CRÔNICA MULTIGERACIONAL DA ÁGUA DAS LAGOAS DO MARCELINO E DO PEIXOTO,OSÓRIO,RS BIC-UCS Mateus Gatelli¹, Milena Gedoz¹, Rosane Maria Lanzer¹ ¹Universidade de Caxias do Sul [email protected], [email protected] Introdução e Objetivos Resultados e Discussão O litoral do Estado do Rio Grande do Sul é formado por um extenso rosário de lagunas e lagoas muitas das quais se encontram interligadas por canais. A exploração deste ecossistema o torna facilmente suscetível ao impacto antropogênico. A Lagoa do Marcelino, em Osório, RS (Fig.1), recebe despejos urbanos não tratados. Esta lagoa tem ligação com a lagoa do Peixoto que recebe, indiretamente, os efeitos dos despejos. O objetivo do estudo foi avaliar a toxicidade crônica multigeracional da água das lagoas do Marcelino e do Peixoto sobre o organismo-teste Daphnia similis (Fig.2) Observou-se redução significativa na reprodução de D. similis exposta às águas da lagoa do Marcelino em ambas as gerações. Houve aumento significativo no crescimento dos indivíduos expostos às amostras da lagoa do Peixoto em ambas as gerações (Fig.3) Diminuição Aumento Marcelino reprodução crescimento mortalidade a Figura 3. Resultados do ensaio multigeracional. F0 x Peixoto F1 x F0 F1 x x O teste de sensibilidade (Fig.4) demonstrou maior resistência dos neonatos expostos a água da Lagoa do Marcelino (EC50; 48h 2,71 mg/L NaCl), valor acima do limite da carta-controle, enquanto o controle e a Lagoa do Peixoto mostraram valores dentro dos limites estabelecidos na carta-controle (EC50;48h, 2,35 mg/L e 2,38 mg/L, respectivamente). Os indivíduos expostos ao ambiente que recebe diretamente os despejos mostraram-se mais resistentes ao longo do tempo, e onde a matéria está mais depurada, os organismos tiveram maior crescimento em virtude da abundância de nutrientes. b C M P C)Controle; M)Marcelino; P)Peixoto. 2,9 2,8 Figura 1.Locais de estudo. a)Lagoa do Marcelino; b)Lagoa do Peixoto, município de Osório - RS. 2,6 NaCl (mg/L) Metodologia A coleta foi realizada em maio de 2015 e as amostras foram congeladas até a realização dos ensaios. O cultivo dos organismos seguiu a ABNT 12713/2009. Os ensaios crônicos multigeracionais foram baseados na norma OECD 211/2012. Foram avaliados os efeitos sobre a exposição de duas gerações (F0 e F1) e cada ensaio teve duração de 15 dias. Os neonatos gerados na 3ª postura foram utilizados para iniciar o ensaio de uma nova geração, que foi exposta à mesma amostra. Os parâmetros avaliados foram reprodução, crescimento e mortalidade. No final do ensaio com a geração F1, os neonatos foram submetidos a um teste de sensibilidade com substância de referência (NaCl). Para análise estatística dos dados aplicouse o teste de Tukey e Kruskal-Wallis utilizando o software Toxstat 3.5. Figura 2 Daphnia similis. Realização 2,7 Patrocínio 2,5 2,4 2,3 2,2 2,1 2 1,9 Figura 4. Resultados do teste de sensibilidade. Considerações finais O resultado do ensaio multigeracional mostrou-se uma ferramenta importante para avaliar efeitos subletais a um tempo maior de exposição. Referências bibliográficas OECD – Organization for Economic Co-operation and Development, 211. Guideline for the Testing of Chemicals. Daphnia magna Reproduction Test. 23p 2012. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-13373 (2005).Ecotoxicologia aquática – Toxicidade crônica – Método de ensaio com Daphnia spp (Crustácea, Cladocera). Rio de Janeiro. 15p. Parceria Assesse: www.projetolacos.blogspot.com http://www.ucs.br/site/lacos3