raı́zes primitivas Uma raiz primitiva módulo n é um inteiro b tal que 2 {1, b, b , . . . ( mod n)} = U(n). Teorema. Existe alguma raiz primitiva módulo n se, e só se, k k n = 2, n = 4, n = p ou n = 2p onde p é primo ı́mpar. Estratégia para o teorema da raiz primitiva: (1) Se a ≥ 3, b ≥ 3, mdc(a, b) = 1 então NÃO existe raiz primitiva mod ab. (2) Se p é primo ı́mpar, e a é um inteiro ı́mpar tal que a é raiz primitiva mod pk então a é raiz primitiva mod 2pk . (3) Se p é um número primo ı́mpar e a é raiz primitiva módulo p2 então a é raiz primitiva módulo pk para todo k. ((3.5)Zp2 admite r.p.:-) Pressupondo (1),(2) e (3), basta provar que para todo primo p (ı́mpar), o grupo U(p) é cı́clico. Seja α a ordem máxima de elementos de U(p). Queremos mostrar que α = p − 1. Seja a ∈ U(p) com ordem α. α−1 Considere a lista 1, a, . . . , a . A ordem de cada um desses elementos divide α (Lagrange). Logo, são exatamente as raı́zes do polinômio α x − 1 em Zp. Se isso não esgota U(p), existe b ∈ U(p) fora dessa lista. Logo, a ordem, β, de b não divide α. Segue que a ordem de ab, µ := mmc(α, β) > α, absurdo. (ab)µ = aµbµ . . . (1) Temos ϕ(n) = ϕ(a)ϕ(b). Como a ≥ 3 e b ≥ 3, segue que ϕ(a) e ϕ(b) são pares. Se mdc(k, n) = 1 então vale ϕ(n)/2 ϕ(b)/2 ϕ(a) k = (k ) = 1 em Za, e ϕ(n)/2 ϕ(a)/2 ϕ(b) k = (k ) = 1 em Zb. ϕ(n)/2 Assim, k = 1 em Zn, e portanto ϕ(n) ordn k | 2 < ϕ(n). (2) Se p é primo ı́mpar, e a é um inteiro ı́mpar tal que a é raiz primitiva mod pk , então a também é raiz primitiva mod 2pk . De fato, abrevie α = ϕ(pk ) = ordpk a. α Temos a = 1 ∈ Zpk . Como a é ı́mpar, temos também aα = 1 ∈ Z2. Pelo chinês, deduz-se aα = 1 ∈ Z2pk . Seja β = ord2pk a. Temos β|α. Mas é claro que aβ = 1 ∈ Zpk , seguindo k k α = β = ϕ(p ) = ϕ(2p ). Logo, a é raiz primitiva mod 2pk . (3) Se p é um número primo ı́mpar e a é 2 raiz primitiva módulo p então a é raiz k primitiva módulo p para todo k. Por hipótese, p(p − 1) = ordp2 a. Logo ap(p−1) = 1 em Zp2 e assim em Zp, vale 1 = (ap)p−1 = ap−1 (por que?). Concluı́mos que ∃t1 ∈ Z tal que ap−1 = 1 + t1p. Note que t1 não pode ser divisı́vel por p, senão p−1 a = 1 em Zp2, contrariando ordp2 a = p(p − 1). Daı́ vem p ap(p−1) = (1 + t1p)p = 1 + pt1p + 2 t21p2 + · · · = 1 + p2 (t + p(· · · )) , 1 {z } | t2 onde p 6 | t2 . Repetindo, obtemos pk (p−1) a =1+p k+1 tk+1, com p 6 | tk+1 . Vamos deduzir que a é raiz primitiva k mod. p . Indução. Ilustremos a passagem de k = 2 (válido por hipótese), para k = 3. p2(p−1) Já sabemos que a = 1 em Zp(2+1). 2 Logo, ordp3 a | p (p − 1). Temos também 2 p(p−1) = (ordp2 a) | (ordp3 a) | p (p−1). 2 Se ordp3 a 6= p (p − 1) segue ordp3 a = p(p − 1). Isso acarreta ap(p−1) − 1 divisı́vel por p3, contradição p(p−1) 2 com a = 1 + p t2, p 6| tk+1 . Faça como exercı́cio a passagem indutiva geral. Onde usou ı́mpar? E o caso Zp2 ?? Determine raiz primitiva para Z27. Verifique se 2 é raiz primitiva módulo 625. Ache, se possı́vel, a,p tais que a é raiz primitiva mod p mas não o é mod p2. Zp?2 Provar que, se a é raiz primitiva mod. p, então a ou a + p é raiz primitiva mod. p2. Contas semelhantes às feitas anteriormente p(p − 1), ou mostram que ordp2 a = p − 1. Idem para ordp2(a + p). Basta ver então que ordp2 a = p − 1 ⇒ ordp2(a + p) = p(p − 1). p−1 p−1 p−2 (a + p) = a + (p − 1)a = 1 − pap−2 mod p2. p+ p−1 2 ap−3p2 + · · · Note por fim que pap−2 6= 0 mod p2 pois mdc(a, p) = 1. Teste de Primalidade Seja n > 1, n − 1 = e1 e2 p 1 p2 · · · com p1 < p2 < · · · primos. Suponha ∃ b1, b2, . . . entre 2 e n − 1 n−1 bi n−1 pi tais que = 1 6= bi , i = 1, 2, . . . em Zn. Teste de Primalidade Seja n > 1, n − 1 = e1 e2 p 1 p2 · · · com p1 < p2 < · · · primos. Suponha ∃ b1, b2, . . . entre 2 e n − 1 n−1 bi n−1 pi tais que = 1 6= bi , i = 1, 2, . . . em Zn. Então n é primo. Seja s = ordn b1. Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 = p1 p2 · · · não divisı́vel por s. Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 p1 divide s, Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| = ϕ(n). Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| = ϕ(n). e1 e 2 ⇒ n − 1 = p1 p2 · · · | ϕ(n) Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| = ϕ(n). e1 e 2 ⇒ n − 1 = p1 p2 · · · | ϕ(n) ≤ n − 1 Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| = ϕ(n). e1 e 2 ⇒ n − 1 = p1 p2 · · · | ϕ(n) ≤ n − 1 ⇒= . Seja s = ordn b1. Temos s | n − 1. Logo e01 e02 0 s = p1 p2 · · · , com ei ≤ ei. n−1 pi Como 1 6= bi em Zn, segue e1−1 e2 n−1 p2 · · · não divisı́vel por s. pi = p 1 0 Isso obriga e1 = e1. Temos assim que e1 ? p1 divide s, que divide |Zn| = ϕ(n). e1 e 2 ⇒ n − 1 = p1 p2 · · · | ϕ(n) ≤ n − 1 ⇒= . ⇒ n é primo.