UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Ano 42
Viçosa (MG), Maio/Junho - 2014
Número 1.457
Maio/Junho - 2014
1
PUBLICAÇÃO DA DIVISÃO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
www.ufv.br
Máquina desenvolvida na UFV pode
revolucionar cafeicultura mundial
Internacionalização
crescente
Aplicação de exames de proficiência, disciplinas em inglês, convênios de cotutela e interação crescente com universidades estrangei-
ras são alguns dos fatores que vêm
impulsionando o processo de internacionalização da UFV.
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Acordos e
convênios ampliam
atuação da UFV
O Brasil, que lidera a produção e o comércio
do grão de café no mundo, poderá assumir a vanguarda tecnológica na colheita do produto. Um
equipamento desenvolvido por uma equipe do La-
boratório de Mecanização Agrícola permite a realização desse procedimento em terrenos com inclinação de até 50%.
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85ª Semana do
Fazendeiro
O Parque Tecnológico de
Viçosa, vinculado à UFV, receberá um investimento de R$
15 milhões para a instalação
do Centro Tecnológico de Biossegurança e Quarentena Vegetal. Já ao Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da Univer-
sidade serão repassados recursos para elaboração de Plano
Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial.
A medida irá beneficiar 33 cidades da microrregião do Vale
do Piranga e da Zona da Mata
Norte de Minas Gerais.
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Estão abertas as inscrições
para a 85ª Semana do Fazendeiro, que acontecerá de 26 de julho a 1º de agosto, no campus
Viçosa da UFV. Este ano o evento terá como tema Agricultura,
Clima e Meio Ambiente.
As inscrições poderão ser
realizadas pela internet até 11
de julho e na secretaria do
evento, no dia 27 de julho, das
8h às 16h. A participação de
pessoas sem vínculo com o
meio rural será condicionada à
existência de vagas e acontecerá apenas no dia 27 de julho,
na secretaria da 85ª Semana do
Fazendeiro.
Mais informações
estão no site:
www.semanadofazendeiro.ufv.br
Semana do
Produtor
Rural
Também poderão ser realizadas, até 11 de julho, as
inscrições para a 45ª Semana do Produtor Rural do
campus Florestal . O evento acontecerá entre 21 e 25
de julho, com os objetivos
de oferecer qualificação
para produtores rurais e
melhorar a qualidade de
vida e de produtividade dos
participantes.
Os interessados devem
se inscrever por meio do
site: eventos.caf.ufv.br/spr,
pelo telefone (31) 35362267 ou pessoalmente, na
Diretoria de Extensão e
Cultura do campus.
2
Maio/Junho - 2014
Marco Civil
da Internet
A
ntes de falar do Marco Civil da Internet, é
importante lembrar
que a liberdade sempre foi um
conceito básico na transformação do projeto de rede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos tal como a conhecemos hoje. Todos os documentos de especificação e
desenvolvimento dos protocolos de comunicação, que formam a base de funcionamento
da rede mundial de computadores, sempre estiveram disponíveis para consulta pública e
contribuições.
O Marco Civil é um projeto de lei com objetivo de consolidar direitos, deveres e princípios para o desenvolvimento e a utilização da Internet no
Brasil. Assim, ele vem para
definir condições mínimas e
essenciais para que a Internet
siga baseada no uso livre e
aberto. A proposição foi uma
iniciativa da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, que estabeleceu um processo aberto, colaborativo e inédito para a formulação de um Marco Civil
brasileiro, em 2009. Porém,
desde 2003, a comunidade de
software livre no Brasil vinha
discutindo a necessidade de
medidas como essa. O objetivo era evitar o risco de outras
iniciativas que, travestidas de
ações contra crimes cibernéticos e pirataria, eram, na verdade, tentativas de grandes
corporações transnacionais de
controlar as informações que
circulam na rede, como foram
o PIPA (Project IP Action) ou
a SOPA (Stop Online Piracy
Act).
O Marco Civil ganhou repercussão nacional e internacional, colocando o Brasil em
posição de destaque pela elaboração de um marco regulatório que definiu os princípios-chave da Internet, livre e
aberta, e as regras de proteção ao usuário. Isso foi reafirmado por notáveis no contexto da Internet, como os pi-
oneiros Tim Berners-Lee e
Steve Crocker.
O que estava em jogo?
Grandes corporações tentavam modificar a proposta original do Marco Civil para permitir um controle maior sobre
a rede e, consequentemente,
manter ou aumentar o seu poder econômico. Empresas de
telecomunicações (provedores de acesso) gostariam de
ter controle sobre o tipo de informação enviada/recebida
por usuários, criando tarifas
diferenciadas para quem quisesse ter, por exemplo, o serviço de vídeo. Com o Marco
Civil, os provedores não podem fazer nenhuma restrição
em função do tipo de informação trafegada.
Outro ponto que tentaram
modificar foi o de penalizar
criminalmente o provedor de
serviço de páginas Web pelo
conteúdo colocado no ar por
seus usuários. O Marco Civil
definiu a inimputabilidade da
rede, ou seja, se uma pessoa
produzir um conteúdo ofensivo - ou mesmo ilegal - a alguém, essa pessoa é que deverá ser punida (após o devido processo legal), e não a empresa dona do servidor onde a
página foi hospedada.
Enfim, o Marco Civil brasileiro foi um avanço no sentido de manutenção da liberdade da Internet e, certamente,
servirá de modelo para outros
países. A aprovação dele é fruto do trabalho de várias pessoas, mas é importante destacar
a atuação decisiva do nosso colega Virgílio Augusto Fernandes de Almeida, professor titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG
e atual secretário de Politica de
Informática no Ministério da
Ciência e Tecnologia. Ter alguém da área na coordenação
do trabalho de bastidores, certamente, foi de fundamental
importância.
Carlos de Castro Goulart
Professor - Departamento de
Informática UFV
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Excelência em fortificação
de alimentos
A UFV inaugurou o Laboratório de Excelência em Fortificação
de Alimentos. O espaço funciona
no Departamento de Tecnologia de
Alimentos (DTA) do campus Viçosa e está equipado para o eficiente
controle de qualidade do arroz fortificado. Essa eficiência é fundamental para quem tem a responsabilidade de monitorar o selo de qualidade de parte do arroz submetido
ao processo de fortificação no Brasil. A UFV recebeu essa atribuição
a partir do repasse, sem custos, da
tecnologia do arroz fortificado pela
PATH – instituição sem fins lucrativos que atua em mais de 70 países na área de saúde pública.
Os objetivos pretendidos com o
laboratório são promover avanços
e ampliar os projetos nas áreas de
fortificação de alimentos e de combate à fome oculta. Por isso, segundo o professor José Benício Paes
Chaves, chefe do DTA e coordenador do projeto de fortificação, o espaço tem um perfil multidisciplinar, para possibilitar a atuação conjunta de diferentes cursos da UFV
- da graduação ao doutorado - das
áreas de Tecnologia de Alimentos,
Nutrição e Saúde, Agronomia, Solos e Economia Doméstica.
De acordo com o professor, daqui para frente as ações caminha-
rão no sentido de ampliar as atividades do laboratório para atender à
demanda de empresas que estão buscando a tecnologia da fortificação
do arroz. Em um nível mais amplo,
institucional, a equipe envolvida
com o projeto está trabalhando para
a construção, no campus Viçosa, do
Instituto de Estudos e Pesquisas em
JORNAL DA UFV
PUBLICAÇÃO DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
Registro no Cartório de Títulos e
Documentos da Comarca de Viçosa sob
o nº 04, livro B, nº 1, fls. 3/3v
REITORA
Nilda de Fátima Ferreira Soares
VICE-REITOR
Demetrius David da Silva
COORDENADORA DE
Fortificação de Alimentos e Combate à Fome Oculta, que terá o objetivo de levar educação alimentar e
nutricional para as comunidades.
Por isso, conforme o professor, são
necessários profissionais de outras
áreas e departamentos, além dos de
Tecnologia de Alimentos, para que
possam auxiliar em ações que façam
o alimento fortificado chegar, de
fato, ao consumidor.
COMUNICAÇÃO SOCIAL
(CCS)
Kátia Fraga
DIVISÃO DE JORNALISMO/CCS
JORNALISTA RESPONSÁVEL
E EDITORA
Adriana Passos
(Reg. Prof. 3400-MTb-MG)
REDAÇÃO
Professor titular como
promoção
Adriana Passos, Izabel Morais,
Marcel Ângelo, Léa Medeiros
e Sabrina Areias
FOTOGRAFIA
Daniel Sotto Maior
O Conselho Universitário (Consu) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFV
decidiram que o título de professor
titular deixará de ser concedido por
meio de concurso, passando a integrar a carreira do docente, como
uma promoção. Ela somente será
concedida, no entanto, se o professor atender aos seguintes requisitos: possuir o título de doutor, for
aprovado em processo de avaliação
de desempenho e ter a aprovação
de memorial, que deverá considerar as carreiras de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica,
bem como produção profissional
relevante. Além disso, é necessário que o professor tenha 24 meses
no último nível D-IV (EBBT) ou
Associado IV (magistério superior).
Vale lembrar que os processos de
promoção à classe E serão avaliados por uma banca composta por
75% de professores de outras instituições de ensino superior.
Até então, a promoção para professor titular na UFV só acontecia
quando havia vaga disponível, disputada em concurso do qual tam-
bém podiam participar docentes de
outras instituições. O último concurso aconteceu no final da década
de 1990. Em função disso, hoje a
Universidade conta com apenas 58
professores titulares dos 1.183 efetivos. “Com a nova regulamentação,
estamos tratando de uma promoção
que está dentro da carreira do professor e contempla apenas os docentes da instituição, sem limite de vagas”, explica a reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Segundo ela,
a nova regulamentação beneficiará
àqueles que aguardam há tanto tempo pela participação em um processo para professor titular. A UFV tem
atualmente 172 professores que poderão pleitear a promoção.
Vale lembrar que a decisão dos
conselhos está de acordo com o que
estabelece a Portaria nº 982, do Ministério da Educação, no que diz
respeito às carreiras do Magistério
Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBBT), que
envolve professores do Coluni –
Colégio de Aplicação e da Central
de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf).
DESIGNER GRÁFICO
Márcio Jacob
IMPRESSÃO
Editora UFV
Divisão Gráfica Universitária
DIRETOR
Clóvis Andrade Neves
DIVISÃO DE GRÁFICA
UNIVERSITÁRIA
José Paulo de Freitas
Divisão de Jornalismo
Vila Giannetti, Casa 41
Campus Universitário
CEP 36570-000 - Viçosa - MG
Telefax (31) 3899-2877
E-mail: [email protected]
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Maio/Junho - 2014
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Expansão traz pequenas
mudanças no perfil de alunos
N
os últimos anos, a UFV
experimentou um crescimento significativo no
contexto da expansão da rede pública federal. Em 1995, ela oferecia 24 cursos de graduação em
um único campus. Hoje, são 68
em três campi (Viçosa, Florestal
e Rio Paranaíba). Juntamente com
essa expansão aconteceram mudanças na forma de seleção dos
estudantes ingressantes na Universidade. A instituição aderiu ao
Sistema Integrado de Seleção
Universitária (Sisu) em 2012 e,
no ano seguinte, iniciou o processo de implementação da Lei das
Cotas.
Essas questões vão ao encontro do que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE) para o
período 2011-2020 - aprovado pelo
Congresso Nacional, em junho, e
que aguarda sanção da presidenta
Dilma Rousseff. Ele prevê, em sua
meta 12, “Elevar a taxa bruta de
matrícula na educação superior
para 50% e a taxa líquida para
33% da população de 18 a 24
anos, assegurando a qualidade da
oferta”. Para alcançar esta meta,
diversas estratégias foram previstas pelo governo federal. A de
maior impacto para as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) foi o aumento de vagas.
Na UFV, elas saltaram de 1.500,
em 1995, para 3.380 em 2014. A
expansão mais recente ocorreu
com a criação do curso de Licenciatura em Educação do Campo,
organizado sob o regime de alternância, que oferece 120 vagas.
“
As vagas saltaram de
1.500, em 1995, para
3.380 em 2014.
”
Embora essas mudanças sejam recentes e, portanto, ainda
não resultem em dados para uma
análise mais ampla, elas já indicam alguns aspectos. Um deles
é que a implementação da Lei de
Cotas elevou o número de ingressantes com renda familiar de até
cinco salários mínimos na UFV.
O pró-reitor de Ensino, Vicente de
Ações internas
De acordo com o professor Vicente Lelis, a UFV está atenta aos
dados relacionados ao perfil dos
estudantes, ao desempenho deles,
à evasão, à retenção, à diplomação e à inserção no mercado de
trabalho. É a partir dessas análises que a Universidade procura
adotar medidas para a manutenção da qualidade do seu ensino.
Afinal, destaca o pró-reitor, “a
missão precípua da UFV é formar
profissionais nas várias áreas do
conhecimento, com alta qualificação técnica, além de contribuir
para o avanço da ciência e servir
à sociedade”.
Dentre as ações empreendidas
com esse propósito, está, por
exemplo, o Programa de Tutoria,
criado em 2000, com o objetivo
de diminuir os índices de reprovação nas “disciplinas de massa”.
Trata-se de um importante apoio
Paula Lelis, considera que a introdução das cotas tornou o processo de seleção para ingresso na
Universidade mais próximo do
atendimento ao preceito constitucional de isonomia.
Também houve, segundo ele,
em 2013, um ligeiro crescimento
no número de pretos e pardos ingressantes pelo fato de a UFV ter
disponibilizado, conforme determina a Lei de Cotas, 20% de suas
vagas para as escolas públicas e
dessas, de acordo com dados do
IBGE, 56% para pretos, pardos e
índios. Esse aumento se dá em
comparação aos anos de 2011 e
2012, antes da adoção da Lei.
Outro aspecto que também
vem sendo analisado pela UFV
diz respeito à origem geográfica
de seus ingressantes. O pró-reitor conta que havia, com o Sisu,
uma expectativa de mudanças na
área de recrutamento de cada instituição de educação superior e na
elevação da migração de estudantes entre os estados e as regiões.
Na UFV, contudo, mesmo após a
adesão ao Sistema, tem-se mantido o percentual histórico (75%)
de estudantes de Minas Gerais.
Os dados indicam que, apesar do
maior número de estudantes originários de Viçosa e de municí-
pios circunvizinhos, ainda é grande a quantidade de alunos provenientes de outras cidades do estado, principalmente de Belo Horizonte.
Com relação ao tipo de estabelecimento de ensino médio frequentando pelos estudantes que
entram na UFV, historicamente se
observa que 50% são provenientes de escolas públicas. Há uma
grande concentração deles em alguns cursos, chegando a mais de
80%. Em outros, especialmente
naqueles com maior relação candidatos por vaga, o percentual de
estudantes que fizeram o ensino
médio em estabelecimentos privados é bem mais elevado.
pedagógico aos estudantes, no
qual não se trabalha apenas os
conteúdos das disciplinas, mas
também os hábitos de estudo e a
especificidade da vivência acadêmica. Nas diversas avaliações do
Programa, os indicadores mostram melhoria significativa no
rendimento dos alunos. Em 2011,
foi criada a Tutoria Especial, dirigida a estudantes que foram reprovados em uma disciplina, mas
que obtiveram rendimento acima
de 40 pontos.
Outra ação, que está em processo de elaboração, por determinação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, é o Programa
Primeiro Ano, que deverá ser implementado, a partir do segundo
semestre de 2014, com o objetivo
de apoiar academicamente o estudante no momento de sua entrada
na Universidade.
“
Historicamente 50%
dos estudantes são
provenientes de
escolas públicas.
”
O pró-reitor acredita que, com
a Lei das Cotas, ao se aplicar o percentual de 50% para reserva de
vagas de estudantes egressos de
escolas públicas - o que ocorrerá a
partir de 2016 -, tenderá a haver
paridade entre os cursos.
O aumento de vagas, no
âmbito do Ensino Superior
Federal Público, ocorreu
com maior oferta nos cursos
já existentes; com a criação
de novos cursos, de campi
(desconcentração da educação superior pública federal
e melhor ocupação do território nacional e interiorização do ensino superior), de
universidades e de Institutos Federais de Educação.
Paralelamente, ocorreu a
revitalização do Fundo de
Financiamento Estudantil
(Fies) e a criação do Programa Universidade para Todos
(Prouni), para ocupação de
vagas nas Instituições Privadas de Ensino Superior.
As matrículas em instituições públicas federais, em
1980, eram pouco mais de
300 mil. De 1999 a 2002,
ocorreu um pequeno incremento, quando as universidades federais criaram novos cursos e aumentaram as
vagas naqueles já existentes.
Entretanto, a partir de 2007,
o aumento das matrículas
foi significativo, chegando a
atingir mais de 1 milhão na
educação superior da rede
pública federal, em 2011,
tendência de crescimento
que se manteve no ano seguinte, quando foram registradas 1.087.413 matrículas
na graduação.
Além do crescimento na
oferta de vagas no ensino
superior federal ocorreu
paralelamente um grande
crescimento no ensino privado. No período em que a
rede federal teve um aumento de pouco mais de
700 mil estudantes matriculados, a rede privada passou a ter aproximadamente
5 milhões.
Aliado ao aumento de
vagas nas Ifes, outras metas
foram propostas e com elas
ações. Vale ressaltar a meta
de aumento de índice de
conclusão dos cursos, o que
significa diminuir a evasão
e a retenção. Destaca-se
também a melhoria da assistência estudantil, a criação
de iniciativas voltadas para
a formação docente da Educação Básica, como o Programa de Institucional de
Bolsas de Iniciação a Docência (Pibid), o Programa
de Licenciaturas Internacionais (PLI) e projetos como
o Prodocência e o Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (Life).
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Maio/Junho - 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Arte: Márcio Jacob
Internacionalização crescente
A
notícia, divulgada em
março, de que a UFV é a
segunda Universidade
em Minas Gerais com mais bolsas concedidas dentro do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF)
e a 15ª no Brasil reflete o incentivo que a instituição vem dando
ao seu processo de internacionalização. As mais de mil bolsas
concedidas a estudantes de graduação e pós-graduação estão relacionadas, por exemplo, ao fato
de a UFV custear a aplicação do
exame de proficiência em inglês,
o TOEFL, o mais difundido e
aceito por universidades no CsF.
No início do programa, o alto
custo (mais de US$ 200) do TOEFL IBT era uma das maiores
dificuldades para os estudantes.
Além disso, nenhum local em
Viçosa, Florestal ou Rio Paranaíba oferecia esse exame, exigindo, assim, deslocamentos para
outras cidades. Em 2013, a Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI)
assumiu o papel de centro aplicador do exame TOEFL ITP, sem
custo para os estudantes. O governo federal pagou pelas aqui-
sições dos testes e a reitoria tem
arcado com os custos locais da
aplicação (nos três campi). Até
o final de junho, serão aplicados
mais de sete mil exames na UFV.
Outra boa notícia recebida
pela UFV foi a sua aprovação no
primeiro edital do programa
100,000 Strong in the Americas (“100 mil Unidos nas Américas”), oferecido pelo governo
americano com o objetivo de aumentar o fluxo de intercâmbio
entre estudantes dos Estados
Unidos e de outros países da
América. A Universidade foi uma
das três instituições selecionadas
no Brasil para receber uma verba que será empregada, conforme determina o edital, em projetos de capacitação para melhor
realização desses intercâmbios.
Um dos projetos está relacionado ao oferecimento de disciplinas em inglês, o que, na opinião
do diretor da DRI, Vladimir Di
Iorio, será “a grande revolução
na internacionalização da UFV”.
Segundo ele, em 2013, um
encontro da Associação de Assessorias de Instituições de Ensino Superior Brasileiras para
Assuntos Internacionais (Faubai) já indicava que, para as universidades brasileiras darem um
salto real com relação à internacionalização, elas teriam que
oferecer um conjunto de disciplinas em inglês. A percepção é
de que essa ação as tornará mais
atraentes para os estrangeiros e
representará um ganho para os
estudantes brasileiros. Vladimir
reconhece que é um passo difícil, mas que precisa ser dado
para o efetivo processo de internacionalização.
Embora já ocorra uma ou
Núcleos de Língua
Uma das ações implementadas pelo governo para incentivar a participação dos
estudantes de universidades
federais no Programa Ciência
sem Fronteiras foi a criação
do Inglês sem Fronteiras
(IsF). Seu objetivo é ampliar
o conhecimento em língua inglesa por meio do oferecimento de cursos presenciais e a
distância e da aplicação de
testes de proficiência. Para os
presenciais, foram criados
Núcleos de Língua (NucliIsF) em cada universidade.
Na UFV, o Nucli é coordenado pela professora do
Departamento de Letras
(DLA), Ana Maria Ferreira
Barcelos. Ela divide o trabalho
com a também professora do
DLA Maria da Conceição Aparecida Pereira Zolnier, responsável pela coordenação pedagógica do Núcleo. São oito professores à frente de 24 cursos, atualmente frequentados por cerca de
360 alunos. Segundo Ana Maria,
o objetivo é preparar para o TOEFL ITP, que envolve habilidades orais, escrita e leitura. Os
cursos não são sequenciais e têm
carga horária que varia de 32 a
64 horas. Embora gratuitos, cabe
ao aluno adquirir o material.
A professora destaca que o
papel do IsF, no processo de internacionalização, vai além dos
cursos oferecidos. O programa
mantém parcerias com empresas
e fundações, como a Fulbright,
de intercâmbio educacional e
cultural do governo dos Estados
Unidos. Dentre outras iniciativas, ela oferece o Programa English Teaching Assistants, por
meio do qual a UFV recebeu,
pela primeira vez, em fevereiro,
duas estudantes norte-americanas: Margaret Palmer e Krystall
Lobban. Elas ficarão, até novembro, auxiliando no curso de Letras e participando de encontros
e de palestras sobre a cultura
americana e a língua inglesa.
Para Ana Maria, essa experiência permite que os estudantes
ampliem o conhecimento de inglês
e conheçam a cultura e a vida nas
Krystall Lobban (esq.) e Margaret Palmer estão auxiliando a professora
Ana Maria Barcelos (centro)
universidades norte-americanas.
A contrapartida também acontece. A professora conta que, também por meio do programa FLTA
da Fulbright, diversos alunos
e ex-alunos do DLA estão dando aulas de português em universidades estrangeiras.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
outra experiência na UFV em
nível de pós-graduação, a ideia é
ampliar o número de disciplinas
ofertadas em inglês, inclusive na
graduação. E isso deverá ocorrer a partir de agosto. Há departamentos, segundo Vladimir, já
criando disciplinas ou adequando-as para a língua. E para que
isso aconteça de maneira ainda
mais eficiente, os professores da
UFV com um nível de proficiência desenvolvido passarão por
cursos que discutirão metodologia e formas de abordar os conteúdos para turmas que podem
conter diferentes nacionalidades.
“Não se trata de um curso de inglês, mas sim de preparação de
material”, ressalta.
Vladimir conta que as disciplinas em inglês não serão obrigatórias, pelo menos na graduação: “a oportunidade vai ser dada
para quem quiser”. Mas, sem dúvida, em sua avaliação, será uma
maneira de preparar os estudantes para as aulas em universidades estrangeiras das quais participarão, seja por meio de programas de pós-graduação, seja pelo
Ciência sem Fronteiras.
A capacitação dos professores está prevista no edital do
100,000 Strong in the Americas,
que também trata da ampliação
da oferta de disciplinas de português para estrangeiros – que já
existem na Universidade e são
oferecidas pelo Departamento de
Letras - e o fortalecimento do
programa “Embaixadores da
UFV”. Nele, alunos de graduação e pós-graduação participam,
por exemplo, da recepção de visitantes estrangeiros e da integração de estudantes de outros países na vida acadêmica da Universidade.
Uma ação importante que
também diz respeito ao amadurecimento do processo de internacionalização é a emissão do
histórico escolar em inglês. Os
estudantes da UFV que saírem
para intercâmbio já podem imprimir seu histórico em inglês
diretamente do sistema Sapiens.
Conforme Vladimir, a UFV é
uma das primeiras universidades do Brasil que dá essa possibilidade ao seu aluno de graduação. Em breve, o estudante
de pós também contará com
esse benefício.
Pós-graduação
A internacionalização também tem se expandido na pósgraduação. Nos últimos dois
anos, a UFV conseguiu utilizar
mais de 90% das cotas disponíveis para o Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior.
Além disso, tem sido crescente
o fortalecimento de parcerias.
Os convênios de cotutela, por
exemplo, saíram do plano do
desejo para se realizarem concretamente e não somente em
acordos individuais. Em maio,
a UFV assinou uma importante parceria com a Universidade
de Queensland (Austrália) que
envolve o programa de pós-graduação da Zootecnia (leia quadro ao lado).
A cotutela também vem sendo acordada com universidades
norte-americanas e europeias.
Com a Wageningen University
(Holanda), trabalhos conjuntos
na área de ciência animal estão
permitindo a participação de alunos em doutorado-sanduíche,
com tese também defendida em
regime de cotutela. Nessa área,
está sendo proposta ainda uma
linha de pesquisa com a Wageningen University, com abertura
conjunta, ainda este ano, de um
edital para Minas Gerais com
suporte financeiro da Fapemig e
do governo holandês.
Também na Europa, há cotutelas acontecendo com universidades na França (Ciência de Alimentos), Itália (Medicina Veterinária) e na Bélgica (Entomologia). Os acordos com universidades francesa e italiana merecem destaque pelo fato de estudantes matriculados lá já estarem
vindo para a UFV fazer seus doutorados sanduíches.
Segundo a coordenadora técnica da DRI, Simone Guimarães,
a UFV tem sido bastante procurada pelas universidades estrangeiras. Este fato é decorrente, em
sua opinião, não apenas do programa Ciências sem Fronteiras,
mas também das visitas que a
reitora Nilda Soares e sua equipe têm feito a universidades e
empresas do exterior. Além disso, há o fato de a UFV estar no
ranking das 100 melhores universidades nas áreas de agrárias
e florestais, o que possibilitou
maior conhecimento e reconhecimento de seu trabalho.
A professora Simone ressalta
que o projeto de internacionalização da UFV não consiste apenas em enviar estudantes para o
exterior. O trabalho tem sido realizado para criar e manter parcerias. E destaca: “nós estamos
buscando instituições com que
Maio/Junho - 2014
possamos trabalhar em longo
prazo, estabelecendo relações de
pesquisa. A visão é de uma parceria consolidada. Queremos trabalhar em pé de igualdade; enviar e receber estudantes e professores. Temos muitas áreas interessantes dentro da UFV que estão pari passu com as universidades estrangeiras.”
One Health
Um exemplo de parceria que
vem possibilitando essa troca
de maneira crescente vem do
programa One Health, uma cooperação internacional entre
UFV, University of Washington
e Washington State University,
cujo protocolo está às vésperas
de ser assinado. Em torno de
uma abordagem que associa a
saúde humana às saúdes animal
e ambiental, profissionais e estudantes já estão participando
de treinamentos na UFV e naquelas instituições norte-americanas. Segundo o coordenador
do programa de pós-graduação
da Medicina Veterinária da
UFV e das atividades do One
Health, professor Luís Augusto Nero, por enquanto, as ações
são individuais, mas, com a cooperação interinstitucional, elas
integrarão um projeto formalizado, que prevê metas, intercâmbios mais sistemáticos e
amplos, além de acordos de dupla titulação.
O professor conta que o One
Health, cujo foco é a cadeia produtiva dos alimentos - da produção primária ao mercado - tem a
participação de quatro programas de pós-graduação da UFV
(Veterinária, Microbiologia Agrícola, Tecnologia de Alimentos e
Nutrição), além do Departamento de Medicina e Enfermagem.
Os programas foram escolhidos
pela identificação com o tema e
pelo fato de todos terem uma atuação bastante consolidada na
Universidade, além de inserção
internacional.
Em sua opinião, experiências dessa natureza trazem, além
de crescimento pessoal, um
novo ponto de vista para a pesquisa. “O reflexo é a interação
entre os grupos de pesquisadores e a elaboração de projetos
mais ambiciosos, relevantes e
abrangentes. O intercâmbio de
pesquisadores dá a eles uma
visão diferente e complementar,
além de uma oportunidade de
avançarem e ampliarem o campo de atuação”.
5
Acordo de dupla
titulação com
Universidade de
Queensland
A
UFV assinou,
com a University
of Queensland
(UQ), da Austrália, um
memorando para oferecimento de grau de doutoramento conjunto (joint
PHD degree) nos programas de pós-graduação em
Zootecnia. O convênio foi
assinado pela reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Em termos práticos,
ele significa que, nos diplomas dos alunos brasileiros
e australianos matriculados no doutorado conjunto, constará a efetivação
do curso realizado em ambas as universidades.
O acordo da dupla diplomação terá duração de
cinco anos – com possibilidade de renovação - e
começará a funcionar, na
prática, a partir da matrícula na UQ da doutoranda em Zootecnia da UFV
Aline Camporez Crispim
Soares, que viajará para a
Austrália em setembro.
Sua pesquisa é sobre melhoramento e genética dos
animais domésticos.
Para a reitora, a parceria com a UQ é mais um
passo importante para o
fortalecimento da internacionalização da pós-graduação da UFV. A coordenadora técnica da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), professora Simone Guimarães, destaca
que essa é uma iniciativa
pioneira na área de Zootecnia no Brasil e que deverá render treinamento
de alta qualidade. Para
que o aluno faça jus ao
doutorado conjunto, é necessário que atenda aos
requisitos exigidos pelas
duas universidades. Vale
destacar que tanto a UFV
quanto a UQ não cobrarão matrículas e outras
taxas para os doutorandos
selecionados.
Simone Guimarães
conta que a UFV tem vários acordos de cotutela
individuais assinados entre cursos de pós-graduação e universidades estrangeiras. A diferença
deste é que ele envolve
um programa, no caso o
de Zootecnia, como um
todo. Essas iniciativas ainda são bastante raras no
Brasil, em especial na modalidade joint PHD degree. Isso demonstra, em
sua avaliação, que mais
uma vez, a UFV está na
fronteira do ensino de
pós-graduação no país.
“Fomos não somente a
primeira universidade do
Brasil a defender a primeira dissertação de mestrado, em 1961, mas também
uma das primeiras a fechar
acordos oficiais de doutoramento conjunto com
universidades estrangeiras”, disse.
Para o coordenador da
pós-graduação em Zootecnia, Odilon Gomes Pereira, acordos dessa natureza contribuem para o
fortalecimento da internacionalização do programa
que é considerado de excelência e, portanto, de nível internacional, segundo
critérios da Capes.
Adriana Passos
6
Maio/Junho - 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Em debate...
Nanotecnologia
Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, disse que “a nanociência é a base da
nova revolução industrial”. Em
sua opinião, “o desenvolvimento
da economia mundial sempre esteve ancorado na tecnologia e,
agora, é a vez da biotecnologia e
da nanotecnologia”. Este conhecimento, segundo Plentz, será fundamental para a competitividade
das empresas no mundo e esta é
uma grande oportunidade para o
Brasil. Ele lembrou que a aplicação da nanotecnologia no mundo
dos negócios depende muito do
que vem sendo feito pela nanociência em universidades como a
UFV. “O futuro está na convergência tecnológica da nanobiotecnologia com os sistemas de informação
e as universidades precisam estar
atentas às demandas para formação
de pesquisadores nestas áreas.”
Em Viçosa, já são muitas as
equipes que trabalham com essas
pesquisas, sobretudo nos departamentos de Física, Química, Engenharia de Alimentos e Engenharia
Florestal. A maioria busca desenvolver ou testar novos materiais
para incorporação em produtos,
como em embalagens que conservam ou indicam a contaminação
de alimentos; em cosméticos e fertilizantes que agem com precisão
na pele ou no solo; em sensores
(nanosensor) para identificação de
cocaína e até em um método para
recuperação de íons de metais pesados presentes em dejetos de lixo
eletrônico.
Vale ressaltar que a UFV faz
parte do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias
(SisNano), que integra 26 instituições de pesquisa brasileiras que
usam as ferramentas da nanociência. Como os equipamentos para
este tipo de pesquisa são muito
caros, o MCTI criou o SisNano
para promover integração entre os
grupos de instituições e empresas
interessadas em utilizá-los, garantindo estrutura e acesso para utilização multidisciplinar. “Queremos
transformar conhecimento em produtos para movimentar a economia
nacional. Por isso, estamos investindo nesta área”, disse Flávio
Plentz. Na UFV, o SisNano está
sob responsabilidade do professor
do Departamento de Física Sukarno Ferreira, que coordenou o Seminário.
Léa Medeiros
Com um início de ano em que
o mundo se assustou com o frio
intenso nos países da América do
Norte e com o calor excessivo e
chuvas que inundaram os países do
norte da América do Sul não é
mais possível desacreditar que as
mudanças climáticas são uma realidade mundial. No Brasil, enquanto as enchentes do rio Madeira inundaram Roraima, Acre e
Amapá, o Sudeste sofre com uma
seca inédita, que afeta metropólis
como São Paulo e Rio de Janeiro
em plena estação chuvosa. “Eventos extremos como os deste ano
serão muito mais comuns e intensos a partir de agora”, disse o secretário nacional de Políticas e
Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), Carlos Nobre, na aber-
como sempre houve no Brasil, por
exemplo, não serão mais óbvios.
“Essas premissas não são mais
válidas. A agricultura tem que levar em consideração que o clima
não é mais estacionário. O clima
não será só mais quente, será também mais instável, com ondas de
calor, frio, chuvas e secas intensas de forma imprevisível e a agricultura tem que se desenvolver
levando em conta uma nova variabilidade climática”, disse Carlos
Nobre.
As palestras com dados científicos coletados em todo o mundo também deixaram claro que as
mudanças climáticas vão afetar
também a volubilidade dos preços agrícolas, influenciados todos
os mercados mundiais, sobretudo
de países fortemente dependentes
do agronegócio como o Brasil. E
Foto: Adalberto Marques/ Integração Nacional
O
futuro já chegou! Produtos e processos que usam
a nanotecnologia estão no
mercado fazendo parte não apenas
do nosso cotidiano, mas de uma
economia mundial cada vez mais
promissora. Países que não investem em pesquisas nesta área, segundo especialistas, já estão perdendo espaço no mercado, que
exige cada vez mais tecnologias de
precisão.
Para discutir essas questões,
a UFV promoveu, em março, o
I Seminário de Nanotecnologia,
que reuniu pesquisadores das
universidades federais de Viçosa, Lavras (Ufla) e São João Del
Rei (UFSJ). Além do intercâmbio de informações, o evento
propiciou também o estreitamento das relações com o Instituto Ibero-Americano de Nanotecnologia (INL), sediado na cidade de Braga, em Portugal. O
Instituto foi representado no
Seminário pelos seus diretores,
Jose Rivas e Paulo Freitas. Um
dos objetivos do INL é promover a integração internacional
para pesquisas em nanotecnologia aplicada, principalmente nas
áreas de medicina e saúde, alimentos, nanoeletrônica e nanomanipulação.
A nanociência é o estudo de
manipulação da matéria em uma
escala atômica e molecular. Um
nanômetro equivale a um bilionésimo do metro. A nanotecnologia
é capaz de sintetizar, manipular,
construir e modificar sistemas já
conhecidos em escalas nanométricas, criando novas e inusitadas utilizações. É por meio desse conhecimento que a indústria farmacêutica já é capaz de produzir drogas
que levam os componentes ativos
diretamente ao local onde precisam atuar. Na agricultura, as técnicas são capazes de liberar fertilizantes ou defensivos exatamente onde devem estar, sem exageros. Na informática, criam chips
ainda mais inteligentes e baterias
com maior durabilidade.
Na palestra de abertura do
Seminário, o coordenador geral de
Mudanças climáticas
A enchente do rio Madeira é um exemplo das alterações
climáticas no Brasil
tura do I Seminário Internacional
sobre Sustentabilidade da Agricultura na Grande Escala, realizado,
em março, no campus Viçosa da
UFV. Este foi o primeiro evento
realizado no Brasil para discutir
os avanços científicos que permitem um desenvolvimento sustentável da agricultura de grande escala no país.
O Seminário tratou da sustentabilidade ambiental e econômica da agricultura no contexto
complexo das mudanças climáticas e reuniu estudantes e pesquisadores de várias instituições e
países em diversas palestras e
debates sobre o tema. Especialistas brasileiros e americanos confirmaram que a agricultura mundial não pode mais contar com
climas definidos como aconteceu
até agora. Invernos secos e verões
chuvosos com pequenas variações
só conhecimento científico será
capaz de subsidiar planejamentos
e ações públicas capazes de intensificar a produtividade sem
expandir fronteiras ou desgastar
ainda mais recursos naturais
como água e solo.
Para prever o que acontecerá
ao clima no planeta, os cientistas
usam modelos matemáticos complexos com muitas variáveis capazes de simular possíveis cenários de consequências do aquecimento global na agricultura. Segundo o professor Marcos Heil
Costa, coordenador do Seminário
e líder do grupo de pesquisas de
Interação Biosfera Atmosfera da
UFV, que trabalha com desenvolvimento destes modelos, a agricultura do futuro próximo será
muito diferente do que é atualmente. A população mundial deverá
crescer de sete para 10 bilhões de
pessoas, demandando, cada vez
mais, alimentos, combustíveis fosseis, fibras e energia. Os eventos
climáticos extremos deverão afetar a produtividade agrícola e consequentemente o preço dos alimentos e a distribuição de renda. “Estudos demonstram que não é tão
simples prever aumento de oferta
de alimentos para uma população
crescente porque as mudanças no
clima vão interferir nas projeções
de segurança alimentar”, disse o
professor Heil.
Ainda segundo o professor
Marcos Heil, o conhecimento científico tem que caminhar junto
com políticas públicas para mitigar a emissão de gases causadores do efeito estufa, estimular a
agricultura sustentável, aumentar
a eficiência agrícola com tecnologia apropriada e reduzir o desperdício de alimentos. Estas são também as metas que vários países,
incluindo o Brasil, traçaram nas
conferências promovidas pela
ONU sobre mudanças climáticas.
Embora muitos países têm sido
criticados por não cumprirem as
metas de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, os palestrantes do evento se mostraram otimistas em relação a algumas políticas públicas adotadas pelo
Brasil nos últimos anos. Dentre
elas, a queda do desmatamento na
Amazônia e o Plano Nacional de
Agricultura de Baixa Emissão de
Carbono. Para Eduardo Assad,
ex-secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental
do Ministério do Meio Ambiente, a pesquisa científica no Brasil
é competente para produzir cenários e para adaptar os sistemas de
produção às novas características
climáticas que estão acontecendo.
“Falta transferir tecnologia para
o campo”, disse.
Todos os palestrantes do evento comentaram a necessidade de
o Brasil investir na recuperação
de solos e pastagens, na integração da lavoura com a pecuária,
na melhoria da eficiência energética e na educação para o consumo responsável. Como disse Carlos Nobre, “os olhos do mundo
estão voltados para o Brasil em
função do nosso grande estoque
potencial agrícola. Nós temos
condições de liderar ações, políticas e produção do conhecimento. Esse é o nosso desafio”.
Léa Medeiros
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Maio/Junho - 2014
7
PESQUISA
Colhedora pode revolucionar cafeicultura mundial
Resultado de mais um ano de trabalho a colhedora é guiada por controle remoto
Uma máquina desenvolvida
por pesquisadores da UFV
pode revolucionar a cafeicultura
mundial – atividade que movimenta bilhões de dólares por ano e representa, historicamente, um dos
principais itens da pauta de exportações do Brasil. O país, que lidera a produção e o comércio do grão
em todo o planeta, poderá agora
assumir a vanguarda tecnológica
na colheita do café, por meio de
um equipamento -guiado por controle remoto - que permite a realização desse procedimento em áreas com inclinação de até 50%.
A expectativa é de que a invenção traga significativos avanços na
área de cultivo, já que as colhedoras convencionais não podem ser
utilizadas em plantações cuja de-
clividade seja superior a 10%. Tal
limitação inviabiliza a colheita
mecanizada em regiões de montanha, a exemplo de Minas Gerais,
onde o procedimento é predominantemente manual. Além de ser
menos eficiente e, por conseguinte, mais caro, colher o café à mão
vem deixando de ser uma opção
devido à indisponibilidade de mão
de obra – que tem migrado para
outros segmentos da economia,
como a construção civil.
O protótipo da nova colhedora, já em escala industrial, é o resultado de um ano e dois meses de
trabalho de uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Mecanização Agrícola, vinculado ao
Departamento de Engenharia
Agrícola da UFV. A concepção
tomou forma a partir das pesquisas orientadas pelo professor Mauri Martins Teixeira e elaboradas
pelo então estudante de doutorado
em Engenharia Agrícola, Marcos
Vinícius Morais de Oliveira, atualmente professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Outro participante da iniciativa é o engenheiro agrícola Gustavo Vieira Veloso, hoje cursando
doutorado na UFV.
Com 12 motores elétricos, o
equipamento tem particularidades
que possibilitam sua ação inovadora. Uma delas é um sistema de
acionamento independente nas
quatro rodas, que favorece sua locomoção na lavoura e permite que
a máquina gire em torno de seu
próprio eixo. Para efeito de ilustração, é como se um carro fosse
estacionar e, em vez de fazer as
manobras mais conhecidas, parasse ao lado da vaga, girasse as rodas 90 graus em direção ao local
onde pretende ficar e estacionasse. Como explica o professor Mauri, “o espaço demandado para fazer curvas, por exemplo, passa a
ser bem menor, dispensando a área
de manobra e favorecendo a ampliação do terreno para cultivo”.
Outra vantagem da colhedora
de café é ter um chassi que permite a articulação da sua estrutura
superior, já que os equipamentos
convencionais têm um sistema hidráulico de compensação da inclinação. Mas um dos maiores destaques está no alto da máquina,
onde fica o mecanismo de articulação, que, conforme o nome, permite sua articulação, propiciando
a colheita em terrenos com declividade em torno de 50%, mantendo os derriçadores sempre a uma
mesma altura do solo. Com isso, a
colheita é feita em toda a planta,
independentemente da inclinação.
“Vamos fazer alguns testes, mas
acreditamos que seja possível a
utilização da máquina em áreas
com até 80% de inclinação”, afirma o professor Mauri.
Outro diferencial que chama a
ria de Minas Gerais (Epamig), sob
a orientação dos pesquisadores
Madelaine Venzon e Arne Janssen.
A pesquisa foi realizada na Zona
da Mata mineira, uma região tradicionalmente cafeeira e com muitos agricultores familiares cultivando café agroecológico em sistemas agroflorestais. Nesses sistemas, o café já é consorciado com
diversas espécies florestais, inclusive o Ingá. Maíra conta que, entre os agricultores, é comum dizer
que o Ingá é um “bom companheiro” para o café. Onde a árvore
cresce, as pragas diminuem. O
mérito da pesquisa foi identificar
o porquê.
O Ingá é uma árvore de crescimento muito rápido e possui nectários não somente nas flores, mas
também nas folhas da planta. O
néctar é abundante durante todo o
ano justamente para defender a
planta de potenciais herbívoros. O
que a tese de Maíra descobriu é
que esses nectários também podem
proteger plantas vizinhas, como o
café. É que as formigas, vespas e
parasitoides - inimigos naturais
das pragas conhecidas como bicho-mineiro e broca-do-café também são atraídos pelo néctar
extrafloral. Com alimento abundante por perto, os inimigos naturais permanecem na área. Como
eles também se alimentam das pragas que atormentam a vida e os
lucros dos cafeicultores, a população delas diminui, preservando
a qualidade dos cafeeiros.
“O controle biológico conservativo é uma estratégia interessante para aumentar o controle natural de pragas e reduzir o uso de
agrotóxicos na agricultura. É possível manipular o ambiente para
aumentar a sobrevivência e o desempenho dos inimigos naturais,
fazendo um controle ecológico das
pragas”, explica a pesquisadora
Madelaine Vezon.
Na agroecologia, um inseto só
é reconhecido como praga quando
a população dele cresce demais e
prejudica as plantas da região, mas
atenção na invenção é seu acionamento a distância, controlado remotamente, tornando sua operação
mais segura. “Uma possibilidade
bem viável é a instalação de câmeras, fazendo com que a máquina
seja operada de uma sala de controle”, observa o professor Mauri,
que destaca, também, o papel da
UFV no contexto das tecnologias
voltadas ao campo. “Com um volume de recursos modesto, mas com
empenho e criatividade da equipe,
foi possível dar origem a esse equipamento. Mais uma vez, a Universidade demonstra sua capacidade
de trazer benefícios à sociedade
brasileira por meio da pesquisa”.
Marcel Ângelo
A máquina tomou forma a partir das pesquisas orientadas pelo professor
Mauri (esq.), e elaboradas pelo então estudante de doutorado Marcos
Vinícius (centro). Outro participante da iniciativa é o engenheiro agrícola
Gustavo Vieira Veloso, doutorando na UFV
E por falar em café...
A natureza já sabia, os agricultores intuíam e, agora, a ciência
descreveu: plantar determinadas
árvores nativas associadas aos cafezais reduz a incidência de pragas. Menos pragas, menos agrotóxicos, mais sustentabilidade
ambiental e mais lucros para os
pequenos agricultores que produzem café orgânico, um produto
cada vez mais desejável no mercado mundial. Agora, uma tese de
doutorado, que está sendo produ-
zida no Departamento de Entomologia da UFV, descobriu porque o
Ingá, uma árvore nativa em todo o
continente americano, auxilia no
controle de pragas comuns nos
cafeeiros.
A tese de Maíra Queiroz Rezende está sendo desenvolvida por
meio de uma parceria entre a UFV,
o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata mineira, a
Universidade de Amsterdam e a
Empresa de Pesquisa Agropecuá-
o bicho-mineiro e a broca são velhos inimigos do café, não apenas
no Brasil. Por isso, os resultados
da pesquisa podem ser interessantes até mesmo para reduzir o consumo de agrotóxicos em plantios
convencionais. “Nós não estamos
sugerindo o plantio apenas do Ingá
entre as fileiras de café. Há outras
plantas com nectários extraflorais
que também são comuns no Brasil,
como o Fedegoso, que poderiam
cumprir a mesma função”, explica
Maíra. A pesquisa ainda está em
fase de conclusão e pode sugerir,
inclusive, a melhor forma de plantio da árvore para mais eficiência
no controle natural de pragas.
A pesquisa contou com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig/Programa Pesquisador
Mineiro), do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Léa Medeiros
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Maio/Junho - 2014
PESQUISA
TECNOLOGIA
Foto:André Berlinck
Pesquisa propõe intervenções
para conservação de peixes
de água doce
Tecnologias da UFV contribuem
para educação em Minas Gerais
O
O resultado do estudo coordenado pelo professor Jorge Dergam vai orientar
na seleção de matrizes para fins de repovoamento
U
ma equipe de pesquisadores
da UFV, liderada pelo professor do Programa de PósGraduação em Biologia Animal,
Jorge Dergam, vem desenvolvendo
pesquisas em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig), buscando a conservação de
peixes migratórios de água doce. Os
estudos envolvem a caracterização
genética das espécies e, associados
a dados de comportamento e ecologia, orientam quanto às intervenções
necessárias para garantir a preservação de populações saudáveis nas
bacias hidrográficas estudadas.
Juntamente com pesquisadores
da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Universidade
Federal de Lavras (UFLA), a equipe da UFV participa de uma pesquisa na região de influência da
Usina Hidrelétrica (UHE) de Três
Marias. A partir de estudos sobre
a dinâmica migratória e a genética populacional do curimatá-pacu
(Prochilodus argenteus) e curimatá-pioa (Prochilodus costatus),
o projeto visa à manutenção do
estoque pesqueiro das populações
nativas, determinando a necessidade ou não de um mecanismo de
transposição de peixes na UHE.
Segundo o professor Jorge Dergam, o consórcio de universidades foi
formado para solucionar um evento de
mortandade de peixes na região. Pela
caracterização cromossômica de populações de curimatás a montante e a
jusante do reservatório, é possível estimar o grau de fluxo gênico histórico
entre as populações. Ele explica que
se a população do lado de cima do reservatório for geneticamente igual à
população do lado de baixo, a transposição será necessária, pois o fluxo
gênico, importante mecanismo para
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
manutenção da biodiversidade,
pode estar comprometido.
A equipe da UFV também desenvolve um projeto com o apoio
da Cemig e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(Fapemig), na bacia do Paraná. O
Programa de Repovoamento de
Peixes da Estação de Piscicultura
de Volta Grande visa à melhoria
das condições de sobrevivência
dos peixes utilizados para estoque.
A espécie estudada (Prochilodus
lineatus), popularmente conhecida como curimatá, curimbatá e
curimba, é endêmica da bacia do
Paraná-Paraguai e do Prata, e representa uma grande biomassa. A
pesquisa, coordenada pelo professor Jorge Dergam, vai avaliar a
constituição genômica e os efeitos
dos cromossomos B, característicos dessa espécie de curimbas.
O coordenador do projeto explica que cromossomos B são elementos genômicos extras, que ocorrem em muitos organismos. De
acordo com o professor, existe uma
polêmica no meio científico sobre
os benefícios dos cromossomos B.
Embora conhecidos há bastante
tempo, não é sabido se são elementos parasitas dos organismos ou se
conferem vantagens genéticas.
Assim, o objetivo do projeto é
compreender se os cromossomos
B ajudam ou atrapalham a sobrevivência dos peixes. Os pesquisadores vão identificar o genoma
desses cromossomos e determinar
se existem diferenças entre a expressão proteômica dos indivíduos que têm cromossomos B e daqueles que não têm. O resultado
desse estudo vai orientar a Cemig
na seleção de matrizes utilizadas
para fins de repovoamento.
Elaine Nascimento
governo de Minas Gerais
lançou, em junho, o Programa Ciência e Tecnologia na Educação, que prevê a produção e utilização de mais de 140
laboratórios virtuais para as universidades estaduais e de 50 para escolas da rede estadual de ensino.
Os laboratórios estão sendo desenvolvidos pela Coordenadoria de
Educação Aberta e a Distância
(Cead) da UFV, com o apoio dos
departamentos de Biologia Geral,
Física, Letras, Matemática e Química. A reitora Nilda de Fátima
Ferreira Soares participou da cerimônia, na qual o governador
Alberto Pinto Coelho anunciou o
lançamento. Durante o evento, ele
lembrou que, “na sociedade do conhecimento, há um tripé fundamental para que possam ser oferecidos
avanços para todos: a educação, a
tecnologia e a inovação”.
O objetivo do programa – uma
iniciativa das secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e de Educação (SEE) - é investir na qualificação de professores e alunos, oferecendo ferramentas
para capacitação e suporte
tecnológico para atender às necessidades em sala de aula. Os
laboratórios virtuais contemplam seis áreas de formação
(biologia, física, química, matemática, informática e letras/Libras) e são ambientes eletrônicos
para experimentação a distância.
Incluem jogos educativos, simuladores de laboratórios e vídeos informativos.
Serão beneficiados alunos e
professores dos ensinos fundamental, médio e superior. Além da entrega dos laboratórios virtuais, disponíveis em pendcards, o governo de Minas distribuirá 2.900
tablets a professores da Universidade Estadual de Minas
(Uemg) e Universidade Estadual
de Montes Claros (Unimontes).
A reitora Nilda de Fátima
Ferreira Soares destacou a honra
que é para a UFV participar de um
programa como esse, “que contribui para o avanço da educação em
Minas e para a qualificação da
rede de formação de professores”. Para o coordenador da
Cead, professor Frederico José
Vieira Passos, o grande diferencial dos laboratórios virtuais está na
utilização das novas Tecnologias
da Informação e Comunicação
(TICs). “São elas que tornam o
processo de ensino-aprendizagem
mais eficiente e envolvente para o
aluno, não só por meio da
interatividade, mas também pela
utilização de recursos variados,
como vídeos e animações, tornado o conteúdo mais facilmente
compreensível”, explicou.
Professor.com
Além dos laboratórios virtuais,
a Cead também está desenvolvendo com o governo do estado alguns
cursos para o projeto professor.ponto.com. Seu objetivo é capacitar profissionalmente professores da rede
pública de Minas Gerais na utilização de TICs na prática docente. Segundo o coordenador da Cead, por
meio dele, os professores têm a oportunidade não só de atualizar seus conhecimentos, como também incorporar novas metodologias e instrumentos modernos para melhorar sua
atuação e rendimento no dia a dia
da escola.
Desenvolvidos totalmente a distância, os nove cursos privilegiam o
autoaprendizado, dos participantes,
em uma metodologia colaborativa,
com duração média de três semanas cada. O professor.ponto.com
oferece conhecimentos básicos sobre informática, laboratórios virtuais, mídias interativas, linux,
libreoffice, produção e uso de materiais didáticos, utilização da lousa
interativa, metodologias ativas e alimentação escolar.
Sabrina Areias
Da esquerda para a direita, o reitor da UEMG, Dijon Moraes Júnior; o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Narcio Rodrigues; a secretaria de Educação, Ana Lúcia Gazzola; a reitora da UFV, Nilda Soares, e o
governador de Minas Gerais, Alberto Pinto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Maio/Junho - 2014
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Convênio entre UFV e Ministério de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior beneficia Zona da Mata
A
UFV, por meio da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), assinou um convênio com a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial
(ABDI) que prevê a elaboração de
um Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial para as 33 cidades que integram
as associações dos municípios da
microrregião do Vale do Piranga
(Amapi) e da Zona da Mata Norte
de Minas Gerais (Amman). A elaboração do plano ficará a cargo do
Instituto de Políticas Públicas e
Desenvolvimento Sustentável da
UFV (IPPDS).
A cerimônia de assinatura aconteceu, em maio, em Belo Horizonte, no auditório do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG), e contou com a presença do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Mauro Borges Lemos. Ele ressaltou a importância da iniciativa para
retomar o crescimento de uma das
regiões mais antigas de Minas Gerais, que viveu uma parte importante dos ciclos do ouro e do café, mas
que hoje está em crescente processo de regressão econômica.
O ministro considera que o convênio assinado pela UFV traz um
diferencial para que dê certo: reú-
O ministro Mauro Borges Lemos assinou o convênio com a reitora Nilda Soares
ne todas as instituições importantes para um plano de desenvolvimento. Para ilustrar, destacou as
presenças registradas na cerimônia:
“Está aqui a Universidade Federal
de Viçosa, que é a base do conhecimento para que se tenha um plano de desenvolvimento de alta qualidade. Mas, junto com ela, estão
os prefeitos, que são a força política da região e sem os quais não se
tem como implementar um plano de
desenvolvimento. Estão aqui também as lideranças políticas – deputados federais e estaduais e vereadores - e os governos estadual e
federal. O Ministério de Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) está presente, com
a sua instituição, que é ABDI, que
vai executar o projeto junto com a
Universidade”. Enfim, segundo o
ministro, o convênio reúne “todos
os instrumentos críticos para que o
plano não seja só uma carta de intenções, mas consiga ter efetividade com projetos industriais e rurais
para a região”.
Na avaliação da reitora Nilda
de Fátima Ferreira Soares, o Plano
Estratégico representa uma perspectiva de retomada do caminho e
da qualidade de vida da população
dos 33 municípios envolvidos. Du-
rante a cerimônia, ela afirmou que
“a UFV estará nesse projeto com
toda determinação e fará um trabalho muito sério que, com certeza, gerará resultados promissores”.
A reitora lembrou a preocupação
histórica da Universidade com o
desenvolvimento de seu entorno revelado desde 1929, quando iniciou
a Semana do Fazendeiro que, até
hoje, leva aos agricultores caminhos
e orientações para a produção agrícola. E é isso que a UFV pretende
com o Plano de Desenvolvimento
Estratégico: “achar caminhos, tecnologias e inovações para que os
municípios possam encontrar o melhor na sua potencialidade e crescerem”. A reitora destacou o papel da
UFV no cerrado, para o qual lançou
diversas variedades de soja.
Parafraseando a presidente Dilma Rousseff, na última reunião com
reitores das universidades, a professora Nilda chamou a atenção
para o fato de que cabe às instituições de ensino superior gerar as
tecnologias e inovações e que é preciso que elas atuem em parceria
com o sistema produtivo do país,
com as empresas e os municípios.
“É isso que a UFV faz há muitos
anos”, disse.
Além do ministro e da reitora,
assinaram o convênio o diretor da
ABDI, Otávio Silva Camargo; a
diretora do IPPDS, Suely de Fátima Ramos Silveira, e o diretor-científico da Funarbe, Raul Narciso
Carvalho Guedes.
Sobre o convênio
De acordo com a coordenadora
técnica do convênio, professora Suely de Fátima Ramos Silveira, diretora do IPPDS, o Plano Estratégico
de Desenvolvimento Econômico
Territorial “poderá ser o primeiro
passo para uma reação efetiva da
região, na medida em que pretende
constituir um instrumento de política pública especialmente formulado, com o esforço intelectual e engajamento político suficientes”. Ela
explica que as ações se dividirão em
três fases: a definição do plano de
trabalho; os estudos de avaliação de
situação e da elaboração do diagnóstico prospetivo e de viabilização
de implantação de agroindústrias –
que serão desenvolvidos pelo IPPDS
-, e a elaboração final do Plano.
O projeto, que envolve cerca de
R$ 400 mil a serem investidos em
oito meses, será coordenado pelo
prefeito de Ponte Nova, Paulo Augusto Malta Moreira, a quem caberá fazer a interlocução entre a UFV/
IPPDS, a ABDI e os municípios.
Adriana Passos
Acordo garante recursos para instalação do Centro de Biossegurança e Quarentena Vegetal
O
Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ), uma
das unidades do Centro
Tecnológico de Desenvolvimento
Regional de Viçosa (CenTev) da
UFV, receberá um investimento de
R$ 15 milhões para a instalação
do Centro Tecnológico de Biossegurança e Quarentena Vegetal
(CTBQV). A notícia foi anunciada pelo secretário executivo do
Ministério da Educação, professor
Luiz Cláudio Costa, em reunião
realizada, em maio, em Brasília.
A liberação dos recursos é resultado do apoio institucional do
Ministério da Educação (MEC),
por meio do secretário Luiz Cláudio Costa, junto ao Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI) e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para ele, “o CTBQV é
um projeto estratégico para o país
e a UFV reúne todas as competências necessárias para a sua plena
execução”. O empenho para a realização das obras, segundo o secretário, deverá acontecer até outubro deste ano.
Durante o encontro ficou acor-
dado que cada um dos ministérios
empenhará R$ 5 milhões para a viabilização das obras da primeira
fase de instalação do CTBQV. Os
recursos para o desenvolvimento
dos projetos executivos de engenharia do Centro, bem como do seu
Plano de Negócios, foram viabilizados pela Secretaria de Estado de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes).
A notícia foi muito bem recebida pela UFV, representada na
reunião pelo vice-reitor e presidente do Conselho de Administração
do CenTev, Demetrius David da
Silva, e pela diretora executiva do
CenTev, Adriana Ferreira de Faria. Segundo eles, o projeto do
CTBQV – coordenado pela Universidade por meio do CenTev vem sendo desenvolvido há mais
de dois anos, em função de sua
natureza complexa e do volume de
recursos necessários para a sua
viabilização.
O vice-reitor ressalta que o
Centro será um ambiente privilegiado de inovação, especializado
no oferecimento de serviços, pesquisas e desenvolvimento de tec-
nologias em sanidade vegetal. O
espaço terá a proteção do agronegócio e da biodiversidade brasileira como alguns de seus principais
objetivos. As atividades do Centro estarão voltadas para o aprimoramento e a formulação de novas tecnologias e metodologias de
detecção e erradicação de pragas
exóticas indesejáveis, que representam uma ameaça constante ao
agronegócio nacional.
O Centro trará, ainda, contribuições para medidas de controle
de pragas quarentenárias, subsidiando os programas governamentais para a proteção da agricultura nacional e o desenvolvimento de
tecnologias inovadoras para o setor, em parceria com as empresas.
Com o CTBQV, conforme explica
o professor Demetrius, haverá mais
agilidade no desenvolvimento de
pesquisas e soluções tecnológicas,
“permitindo que o país se consolide, cada vez mais, na posição de
celeiro agrícola mundial, além de
garantir maior proteção das lavouras e da biodiversidade nacional,
que é a maior do planeta”.
De acordo com a diretora exe-
cutiva do CenTev, a infraestrutura do CTBQV atenderá aos mais
rigorosos padrões fitossanitários
e contará com instalações de biossegurança de nível 3. A área
total construída será de aproximadamente três mil metros quadrados, mais de dois mil deles destinados a laboratórios e casas de
vegetação, com alta tecnologia de
proteção. Dessa forma, o CTBQV
permitirá a realização de ativida-
des tecnológicas que antes só poderiam ser realizadas no exterior. Em sua avaliação, a instalação do Centro no tecnoPARQ
constituirá vetor de atração de
unidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de empresas demandantes dos serviços oferecidos, contribuindo para o desenvolvimento do parque tecnológico, consequentemente de Viçosa e região.
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Maio/Junho - 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Conhecimento aliado ao
desenvolvimento nacional
A construção de um sistema de energia solar requer em média um investimento de R$ 3 mil. O aquecedor criado
pela ONG, com tubos de PVC e materiais descartáveis, não chega a R$ 500
C
onciliar a graduação com
melhorias sociais é o que
estudantes da UFV que
integram a organização não governamental Engenheiros Sem
Fronteiras (ESF) buscam fazer.
O movimento, que surgiu na
França, na década de 1980, chegou ao Brasil a partir da iniciativa do então estudante da UFV,
Thiago Bedette. Após um intercâmbio em Nova Iorque, ele veio
decidido a implantar uma sede no
Brasil, em 2010, e envolveu alunos das engenharias de Produção,
Ambiental e Civil da Universidade. Desde então, a ONG não
parou. Tornou-se referência para
outros estudantes e, atualmente,
o que começou na UFV se espalhou e alcançou mais de 200 participantes em 15 cidades.
O diretor nacional dos ESF,
com sede na UFV, é o estudante
do 8º período de Engenharia de
Produção Micael Jardim. Ele começou como trainee há dois anos
e foi eleito entre os próprios
membros da ONG. Aprender ajudando é um dos lemas do ESF.
“O trabalho voluntário é uma das
poucas oportunidades de construir algo de valor e se sentir bem.
Somos privilegiados por ter a
oportunidade de estudar na UFV
e auxiliar as pessoas por meio do
conhecimento; é uma forma de
ajudá-las enquanto aprendemos”,
afirma Micael.
O grupo realiza ações divididas em projetos de saneamento
básico, educação e serviços ambientais. Um dos principais projetos do Núcleo ESF Viçosa é o
desenvolvimento de um aquecedor solar de baixo custo feito a
partir de materiais descartáveis
como garrafas pets e caixas de
leite. Em 2013, esses aquecedores foram instalados em duas residências de famílias de baixa
renda de Viçosa, que conseguiram reduzir em 40% os gastos
nas contas de energia. A ideia
agora é difundir esse sistema e
implantá-lo em outras residências e escolas.
Entre as iniciativas também se
destaca o desenvolvimento da cadeia produtiva do açaí de Juçara
em Rosário da Limeira (MG).
Antes da ação do ESF-Viçosa, os
produtores cortavam a palmeira,
extraiam o palmito, mas não
aproveitavam o fruto. Para solucionar a questão, foi desenvolvido um equipamento, com o auxílio dos estudantes de Engenha-
ria Mecânica e de Engenharia
Florestal da UFV, que possibilitou a extração do fruto. Com a
ajuda de estudantes voluntários
da Bioquímica, o açaí começou
a ser utilizado na fabricação de
sorvetes e geleias que chegaram
a ser consumidos na última edição da Semana do Fazendeiro.
Além das ações em andamento, a ONG acabou de realizar
uma parceria com uma das principais empresas especializadas
em treinamento, a Voitto, e, em
abril, também foi firmada uma
cooperação entre o ESF-Viçosa
com a CH2M Hill, multinacional que realiza projetos na área
de engenharia e está executando
melhorias na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.
Com toda a sua eficiência na
realização de projetos de desenvolvimento sustentável, a ONG de
Viçosa passou a ser reconhecida
pelo EWB-International (Engenheiros Sem Fronteiras Internacional) e foi selecionada no edital
internacional promovido pelo Instituto Alcoa. Com essa aprovação,
a empresa, que é líder global na
produção de alumínio, destinará
R$ 40 mil para financiamento de
projetos do ESF.
Mesmo com conquistas con-
sideráveis, os voluntários querem
ainda mais realizações. Como
afirma o presidente do ESF, a
meta é estar em todos os estados
do Brasil até 2015. Atualmente,
há núcleos em cinco estados: Minas Gerais, São Paulo, Espírito
Santo, Rio Grande do Norte e
Ceará. Há previsão de mais um
núcleo no Paraná. Vontade de
avançar é o que não falta, só é
preciso obter mais parcerias. “O
desafio de qualquer ONG é o
modelo de gestão, já que atuamos como instituição sem fins lucrativos. Precisamos de auxílio
financeiro, de mais patrocínios
das empresas”, declara Micael.
Os interessados em conhecer os
projetos e apoiar as ações do
ESF devem acessar o site
www.esf-brasil.org
Estudantes e profissionais das
comunidades acadêmica e viçosenses interessados em auxiliar
e propor projetos podem participar das reuniões do ESF. Elas
acontecem todas as terças-feiras,
às 12h30, no Pavilhão de Aulas
I do campus Viçosa da UFV.
Sabrina Areias
Um dos projetos de desenvolvimento sustentável é o do Sabão Ecológico. Ele incentiva a produção de um
sabão biodegradável com óleos e gorduras usados em restaurante e bares. Além de evitar que os
resíduos fiquem expostos, o projeto forma microempreendedores
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Maio/Junho - 2014
11
COMUNIDADE
Restaurantes universitários em fase final de montagem
estrutura, que destaca ainda a
redução significativa do desperdício e de resíduos. “É uma
construção sustentável por excelência”, avalia. Ele lembra
que a UFV tem procurado sempre acompanhar o desenvolvimento da engenharia em suas
obras. Embora o concreto prémoldado não seja uma novidade no mercado, a pró-reitoria de
Administração considera que o
sistema atende à velocidade e
qualidade necessárias ao processo de expansão das universidades.
Melhorias e ampliação
do sistema viário
A obra do RU II utiliza tecnologia construtiva de concreto pré-moldado
A
montagem da estrutura
do novo restaurante universitário (RU II) do
campus Viçosa está em fase final.
Diferentemente de todas as outras
já realizadas na UFV, a obra do
RU II utiliza a tecnologia construtiva do concreto pré-moldado.
Em termos práticos, o uso desta
tecnologia contribui com a garantia de qualidade e de prazos, aliada à redução de custos. A explicação está na estrutura industrializada, uma vez que, vigas, pilares e lajes já vêm prontos da fábrica para serem apenas montados no local da obra.
A pró-reitora de Administração, Leiza Maria Granzinolli,
conta que essa tecnologia também está sendo empregada na
construção dos restaurantes
dos campi de Florestal e Rio Paranaíba. Nesse último, um espaço com cerca de três mil metros
quadrados, a etapa de fundações
e superestrutura já está pronta e
durou cerca de 90 dias. Ela explica que os três restaurantes fazem parte de um conjunto de
obras em concreto pré-moldado
que representa mais de 25 mil
metros quadrados, incluindo também edifícios de laboratórios,
com gabinetes e salas de aula.
Nos três campi foram adotados
projetos semelhantes, adequados,
contudo, às demandas específicas de cada unidade acadêmica
ou administrativa e à topografia
do terreno.
“Com a adoção do concreto
pré-moldado tem-se conseguido maiores vãos livres e melhor
aproveitamento do espaço interno dos edifícios”, afirma o professor e engenheiro civil José
Luiz Rangel Paes, assessor especial da Pró-reitoria de Administração (PAD) em Gestão da
Qualidade e Inovação em Infra-
Em Rio Paranaíba, o concreto pré-moldado também tem sido usado na construção
de prédios com laboratórios e sala de aulas
A primeira fase das obras envolve construção e recuperação de cerca de 10
quilômetros de vias com pavimentação asfáltica
Conforme prevê os planos de
Gestão e de Desenvolvimento
Institucional da UFV, várias
obras estão acontecendo no campus Viçosa para ampliação e
melhoria da infraestrutura de seu
sistema viário. As ações foram
divididas em três etapas. A primeira, ainda em curso, envolve
a construção e recuperação de
cerca de 10 quilômetros de vias
com pavimentação asfáltica, bem
como de calçadas.
A segunda e terceira etapas –
em fase de licitação - incluirão,
respectivamente, a sinalização viária do campus e a instalação da
rede de iluminação da recém-construída Avenida da Saúde, que liga
o Departamento de Medicina e
Enfermagem ao de Zootecnia.
Essa avenida, prevista no Plano de
Desenvolvimento Físico e Ambiental da UFV (PDFA), permitirá
a comunicação com áreas de ex-
pansão da Universidade e o rápido acesso de estudantes ao RU-II e
a um futuro polo de convivência
da UFV. A nova via também é uma
alternativa para a comunidade que
trabalha ou utiliza a Divisão de
Saúde e seu entorno.
A Avenida da Saúde e a via de
acesso ao edifício das Licenciaturas (próxima à agência dos Correios) representaram a construção
de cerca de um quilômetro de vias
com pavimentação asfáltica. Em
ambos os casos também foram realizados serviços de drenagem e
de construção de calçadas.
De acordo com a reitora Nilda
Soares, todas as ações de melhoria e ampliação da infraestrutura
têm como principais objetivos facilitar a mobilidade das comunidades acadêmica e viçosense, inclusive de pessoas com deficiência, e garantir melhores condições
de segurança.
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Maio/Junho - 2014
Aconteceu...
entre 28 e 30 de maio, no campus
Viçosa. O evento teve como
tema Conservação e Manejo de
Áreas Protegidas e recebeu cerca de 600 participantes de 14
estados do Brasil e do exterior.
Dos debates realizados surgiram
propostas que contribuirão com
as políticas públicas brasileiras
de conservação ambiental.
A TV Viçosa completou 22
anos e, para marcar mais um ano
no ar, a emissora realizou no dia 7
de junho, no gramado das Quatro
Pilastras do campus Viçosa, uma
programação especial para toda a
comunidade. O evento também
comemorou os 18 anos da Rádio
Universitária. Com muita dança e
música, as atrações culturais foram transmitidas ao vivo.
A coordenadora de Comunicação da UFV, Kátia Fraga, atribuiu
o sucesso da festividade ao empenho e organização dos profissionais e estagiários que participaram
das atividades, sob a coordenação
geral do chefe da Divisão de Rádio e Televisão, Jansen Cardoso.
Ela lembrou ainda que as atrações
sinalizam a programação da TV
Viçosa e da Rádio Universitária
que abre espaço para os talentos
locais, a cultura e os acontecimentos regionais.
A emissora está modernizando
sua forma de veiculação com uma
nova programação desde maio,
que está disponível na internet pelo
site www.rtv.ufv.br, e pode ser assistida no canal 13 (canal aberto)
ou no canal 3, pela TV a cabo.
Confira as principais informações
e horários da nova programação:
Na área - Comandado pelo
chefe da Divisão de Esportes e
Lazer, professor Próspero Paoli,
tendo um time reforçado pelo jor-
nalista Marcel Angelo e pelos estudantes do Curso de Comunicação Social da UFV, o programa
traz as notícias de esporte e lazer
da cidade e da região.
Horários: Segundas-feiras,
19h30, com reapresentação às terças-feiras, às 9h30.
Viçosa Notícia - Um momento destinado para notícias. Vai ao
ar em vários horários ao longo do
dia, de segunda a sexta-feira, com
flashes, informações jornalísticas
e entrevistas produzidas pela equipe de reportagem da TV Viçosa.
Destaque UFV – Apresentado pela jornalista Carolina Pires,
é exibido em forma de pílulas na
TV, com entrevistas curtas sobre
os principais acontecimentos da
Universidade.
Horários: Segundas, quartas
e sextas-feiras, às 12h30; terçasfeiras, às 20h, com reapresentação
às 13h50 do sábado.
Revista Viçosa - Programa jornalístico exibido todas as sextasfeiras, às 19h30, com as principais
informações que aconteceram em
Viçosa e região ao longo da semana. O programa é reapresentado às
15h do sábado.
Sala Especial – O programa
tradicional da TV Viçosa conta
com novo estúdio e passou a ser
F E D E R A L
D E
V I Ç O S A
Depois de 14 anos sem atividades, o Salão Universitário de
Expressão e Criatividade (Suec)
voltou a movimentar a cultura da
UFV. De 2 a 5 de junho, a comunidade pôde conferir os 68 trabalhos inscritos nas categorias Arte
Visual, Audiovisual, Dança, Literatura, Música e Teatro. A
premiação, em dinheiro, aconteceu na noite do dia 6 de junho.
Dentre os contemplados, o estudante do primeiro período do curso de Arquitetura e Urbanismo
André Teixeira da Costa se destacou duas vezes. Suas produções
Caixa Sinestésica e Percebendo
o Espaço Urbano: um estudo da
rua Gomes Barbosa conquistaram a primeira colocação na categoria Arte Visual e a terceira na
Audiovisual, respectivamente.
O evento foi promovido pela
Pró-reitoria de Extensão e Cultura.
apresentado pela jornalista Léa
Medeiros. A atração debate os temas marcantes da semana.
Horários: Quartas-feiras, às
19h30, com reapresentação às
quintas-feiras, às 9h30, e aos sábados, às 14h30.
Estúdio Acústico – O espaço
para músicos de Viçosa e cidades
vizinhas e outras atrações culturais e artísticas está garantido no
programa comandado por Thomas
Medeiros.
Horários: Quintas-feiras, às
19h30, com reapresentação às sextas-feiras, às 9h30.
Transmissão das Sessões da
Câmara Municipal de Viçosa,
toda terça-feira, às 19h, com repetição aos sábados, a partir das
15h30.
Nossa Terra, Nossas Canções
- Com Divino Amaral, a atração
traz música de raiz e balada sertaneja para a TV.
Horários: Quartas-feiras, às
9h30 e às 20h, e às quintas-feiras,
às 19h.
Zip-Zap - Apresentado por
Fernando Campos, o programa
exibe assuntos variados da cidade.
Horários: Segundas-feiras, às
19h, quartas-feiras, às 10h30 e às
19h, e aos sábados, às 14h.
36570-000 - VIÇOSA - MINAS GERAIS - BRASIL
Políticas referentes a áreas
protegidas e estratégias de conservação ambiental dos biomas
brasileiros foram alguns dos assuntos discutidos durante o III
Simpósio Nacional de Áreas Protegidas (III Snap), que aconteceu
Aniversário da TV Viçosa
U N I V E R S I D A D E
Três empresas residentes do
Parque Tecnológico de Viçosa
(tecnoPARQ), da UFV, foram
aprovadas no edital do Programa de Apoio à Inovação
Tecnológica em Microempresas
e Empresas de Pequeno Porte
(Tecnova Minas Gerais) da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais
(Fapemig). O edital contemplou
as empresas Patsos Indústria e
Comércio de Produtos Biotecnológicos, a Energética Eficiência e Sustentabilidade em Energia e a Ecosoluções Ambiental. Além delas, a graduada do
tecnoPARQ H3M Soluções
Ambientais e GIS também aprovou seu projeto Eliminação de
carcaças de frango por processo de compostagem em biodigestores aeróbios fechados descontínuos. Juntas elas irão receber
cerca de R$ 1,4 milhão.
A empresa Patsos Indústria e
Comércio de Produtos Biotecnológicos foi aprovada com o
projetoTestes de campo das vacinas de peptídeos recombinantes para o controle do carrapato Rhipicephalusmicroplus
e da babesioses bovina causada
por Babesiabovis. A Energética
Eficiência e Sustentabilidade em
Energia, por sua vez, teve a aprovação do projeto para desenvolvimento de reator de alto rendimento na secagem de bagaço de
cana por efeito joule. Já o projeto Desenvolvimento de processo industrial para produção de
fertilizante agrícola a partir da
biometanização da FORSU seguido de pirólise permitiu que a
Ecosoluções Ambiental fosse selecionada.
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E:\JORNAL DA UFV\Jornal da UFV