UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Ano 42 Viçosa (MG), Maio/Junho - 2014 Número 1.457 Maio/Junho - 2014 1 PUBLICAÇÃO DA DIVISÃO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL www.ufv.br Máquina desenvolvida na UFV pode revolucionar cafeicultura mundial Internacionalização crescente Aplicação de exames de proficiência, disciplinas em inglês, convênios de cotutela e interação crescente com universidades estrangei- ras são alguns dos fatores que vêm impulsionando o processo de internacionalização da UFV. Página 4 Acordos e convênios ampliam atuação da UFV O Brasil, que lidera a produção e o comércio do grão de café no mundo, poderá assumir a vanguarda tecnológica na colheita do produto. Um equipamento desenvolvido por uma equipe do La- boratório de Mecanização Agrícola permite a realização desse procedimento em terrenos com inclinação de até 50%. Página 7 85ª Semana do Fazendeiro O Parque Tecnológico de Viçosa, vinculado à UFV, receberá um investimento de R$ 15 milhões para a instalação do Centro Tecnológico de Biossegurança e Quarentena Vegetal. Já ao Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da Univer- sidade serão repassados recursos para elaboração de Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial. A medida irá beneficiar 33 cidades da microrregião do Vale do Piranga e da Zona da Mata Norte de Minas Gerais. Página 9 Estão abertas as inscrições para a 85ª Semana do Fazendeiro, que acontecerá de 26 de julho a 1º de agosto, no campus Viçosa da UFV. Este ano o evento terá como tema Agricultura, Clima e Meio Ambiente. As inscrições poderão ser realizadas pela internet até 11 de julho e na secretaria do evento, no dia 27 de julho, das 8h às 16h. A participação de pessoas sem vínculo com o meio rural será condicionada à existência de vagas e acontecerá apenas no dia 27 de julho, na secretaria da 85ª Semana do Fazendeiro. Mais informações estão no site: www.semanadofazendeiro.ufv.br Semana do Produtor Rural Também poderão ser realizadas, até 11 de julho, as inscrições para a 45ª Semana do Produtor Rural do campus Florestal . O evento acontecerá entre 21 e 25 de julho, com os objetivos de oferecer qualificação para produtores rurais e melhorar a qualidade de vida e de produtividade dos participantes. Os interessados devem se inscrever por meio do site: eventos.caf.ufv.br/spr, pelo telefone (31) 35362267 ou pessoalmente, na Diretoria de Extensão e Cultura do campus. 2 Maio/Junho - 2014 Marco Civil da Internet A ntes de falar do Marco Civil da Internet, é importante lembrar que a liberdade sempre foi um conceito básico na transformação do projeto de rede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos tal como a conhecemos hoje. Todos os documentos de especificação e desenvolvimento dos protocolos de comunicação, que formam a base de funcionamento da rede mundial de computadores, sempre estiveram disponíveis para consulta pública e contribuições. O Marco Civil é um projeto de lei com objetivo de consolidar direitos, deveres e princípios para o desenvolvimento e a utilização da Internet no Brasil. Assim, ele vem para definir condições mínimas e essenciais para que a Internet siga baseada no uso livre e aberto. A proposição foi uma iniciativa da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, que estabeleceu um processo aberto, colaborativo e inédito para a formulação de um Marco Civil brasileiro, em 2009. Porém, desde 2003, a comunidade de software livre no Brasil vinha discutindo a necessidade de medidas como essa. O objetivo era evitar o risco de outras iniciativas que, travestidas de ações contra crimes cibernéticos e pirataria, eram, na verdade, tentativas de grandes corporações transnacionais de controlar as informações que circulam na rede, como foram o PIPA (Project IP Action) ou a SOPA (Stop Online Piracy Act). O Marco Civil ganhou repercussão nacional e internacional, colocando o Brasil em posição de destaque pela elaboração de um marco regulatório que definiu os princípios-chave da Internet, livre e aberta, e as regras de proteção ao usuário. Isso foi reafirmado por notáveis no contexto da Internet, como os pi- oneiros Tim Berners-Lee e Steve Crocker. O que estava em jogo? Grandes corporações tentavam modificar a proposta original do Marco Civil para permitir um controle maior sobre a rede e, consequentemente, manter ou aumentar o seu poder econômico. Empresas de telecomunicações (provedores de acesso) gostariam de ter controle sobre o tipo de informação enviada/recebida por usuários, criando tarifas diferenciadas para quem quisesse ter, por exemplo, o serviço de vídeo. Com o Marco Civil, os provedores não podem fazer nenhuma restrição em função do tipo de informação trafegada. Outro ponto que tentaram modificar foi o de penalizar criminalmente o provedor de serviço de páginas Web pelo conteúdo colocado no ar por seus usuários. O Marco Civil definiu a inimputabilidade da rede, ou seja, se uma pessoa produzir um conteúdo ofensivo - ou mesmo ilegal - a alguém, essa pessoa é que deverá ser punida (após o devido processo legal), e não a empresa dona do servidor onde a página foi hospedada. Enfim, o Marco Civil brasileiro foi um avanço no sentido de manutenção da liberdade da Internet e, certamente, servirá de modelo para outros países. A aprovação dele é fruto do trabalho de várias pessoas, mas é importante destacar a atuação decisiva do nosso colega Virgílio Augusto Fernandes de Almeida, professor titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG e atual secretário de Politica de Informática no Ministério da Ciência e Tecnologia. Ter alguém da área na coordenação do trabalho de bastidores, certamente, foi de fundamental importância. Carlos de Castro Goulart Professor - Departamento de Informática UFV UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Excelência em fortificação de alimentos A UFV inaugurou o Laboratório de Excelência em Fortificação de Alimentos. O espaço funciona no Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA) do campus Viçosa e está equipado para o eficiente controle de qualidade do arroz fortificado. Essa eficiência é fundamental para quem tem a responsabilidade de monitorar o selo de qualidade de parte do arroz submetido ao processo de fortificação no Brasil. A UFV recebeu essa atribuição a partir do repasse, sem custos, da tecnologia do arroz fortificado pela PATH – instituição sem fins lucrativos que atua em mais de 70 países na área de saúde pública. Os objetivos pretendidos com o laboratório são promover avanços e ampliar os projetos nas áreas de fortificação de alimentos e de combate à fome oculta. Por isso, segundo o professor José Benício Paes Chaves, chefe do DTA e coordenador do projeto de fortificação, o espaço tem um perfil multidisciplinar, para possibilitar a atuação conjunta de diferentes cursos da UFV - da graduação ao doutorado - das áreas de Tecnologia de Alimentos, Nutrição e Saúde, Agronomia, Solos e Economia Doméstica. De acordo com o professor, daqui para frente as ações caminha- rão no sentido de ampliar as atividades do laboratório para atender à demanda de empresas que estão buscando a tecnologia da fortificação do arroz. Em um nível mais amplo, institucional, a equipe envolvida com o projeto está trabalhando para a construção, no campus Viçosa, do Instituto de Estudos e Pesquisas em JORNAL DA UFV PUBLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Registro no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca de Viçosa sob o nº 04, livro B, nº 1, fls. 3/3v REITORA Nilda de Fátima Ferreira Soares VICE-REITOR Demetrius David da Silva COORDENADORA DE Fortificação de Alimentos e Combate à Fome Oculta, que terá o objetivo de levar educação alimentar e nutricional para as comunidades. Por isso, conforme o professor, são necessários profissionais de outras áreas e departamentos, além dos de Tecnologia de Alimentos, para que possam auxiliar em ações que façam o alimento fortificado chegar, de fato, ao consumidor. COMUNICAÇÃO SOCIAL (CCS) Kátia Fraga DIVISÃO DE JORNALISMO/CCS JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA Adriana Passos (Reg. Prof. 3400-MTb-MG) REDAÇÃO Professor titular como promoção Adriana Passos, Izabel Morais, Marcel Ângelo, Léa Medeiros e Sabrina Areias FOTOGRAFIA Daniel Sotto Maior O Conselho Universitário (Consu) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFV decidiram que o título de professor titular deixará de ser concedido por meio de concurso, passando a integrar a carreira do docente, como uma promoção. Ela somente será concedida, no entanto, se o professor atender aos seguintes requisitos: possuir o título de doutor, for aprovado em processo de avaliação de desempenho e ter a aprovação de memorial, que deverá considerar as carreiras de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica, bem como produção profissional relevante. Além disso, é necessário que o professor tenha 24 meses no último nível D-IV (EBBT) ou Associado IV (magistério superior). Vale lembrar que os processos de promoção à classe E serão avaliados por uma banca composta por 75% de professores de outras instituições de ensino superior. Até então, a promoção para professor titular na UFV só acontecia quando havia vaga disponível, disputada em concurso do qual tam- bém podiam participar docentes de outras instituições. O último concurso aconteceu no final da década de 1990. Em função disso, hoje a Universidade conta com apenas 58 professores titulares dos 1.183 efetivos. “Com a nova regulamentação, estamos tratando de uma promoção que está dentro da carreira do professor e contempla apenas os docentes da instituição, sem limite de vagas”, explica a reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Segundo ela, a nova regulamentação beneficiará àqueles que aguardam há tanto tempo pela participação em um processo para professor titular. A UFV tem atualmente 172 professores que poderão pleitear a promoção. Vale lembrar que a decisão dos conselhos está de acordo com o que estabelece a Portaria nº 982, do Ministério da Educação, no que diz respeito às carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBBT), que envolve professores do Coluni – Colégio de Aplicação e da Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf). DESIGNER GRÁFICO Márcio Jacob IMPRESSÃO Editora UFV Divisão Gráfica Universitária DIRETOR Clóvis Andrade Neves DIVISÃO DE GRÁFICA UNIVERSITÁRIA José Paulo de Freitas Divisão de Jornalismo Vila Giannetti, Casa 41 Campus Universitário CEP 36570-000 - Viçosa - MG Telefax (31) 3899-2877 E-mail: [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Maio/Junho - 2014 3 Expansão traz pequenas mudanças no perfil de alunos N os últimos anos, a UFV experimentou um crescimento significativo no contexto da expansão da rede pública federal. Em 1995, ela oferecia 24 cursos de graduação em um único campus. Hoje, são 68 em três campi (Viçosa, Florestal e Rio Paranaíba). Juntamente com essa expansão aconteceram mudanças na forma de seleção dos estudantes ingressantes na Universidade. A instituição aderiu ao Sistema Integrado de Seleção Universitária (Sisu) em 2012 e, no ano seguinte, iniciou o processo de implementação da Lei das Cotas. Essas questões vão ao encontro do que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE) para o período 2011-2020 - aprovado pelo Congresso Nacional, em junho, e que aguarda sanção da presidenta Dilma Rousseff. Ele prevê, em sua meta 12, “Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta”. Para alcançar esta meta, diversas estratégias foram previstas pelo governo federal. A de maior impacto para as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) foi o aumento de vagas. Na UFV, elas saltaram de 1.500, em 1995, para 3.380 em 2014. A expansão mais recente ocorreu com a criação do curso de Licenciatura em Educação do Campo, organizado sob o regime de alternância, que oferece 120 vagas. “ As vagas saltaram de 1.500, em 1995, para 3.380 em 2014. ” Embora essas mudanças sejam recentes e, portanto, ainda não resultem em dados para uma análise mais ampla, elas já indicam alguns aspectos. Um deles é que a implementação da Lei de Cotas elevou o número de ingressantes com renda familiar de até cinco salários mínimos na UFV. O pró-reitor de Ensino, Vicente de Ações internas De acordo com o professor Vicente Lelis, a UFV está atenta aos dados relacionados ao perfil dos estudantes, ao desempenho deles, à evasão, à retenção, à diplomação e à inserção no mercado de trabalho. É a partir dessas análises que a Universidade procura adotar medidas para a manutenção da qualidade do seu ensino. Afinal, destaca o pró-reitor, “a missão precípua da UFV é formar profissionais nas várias áreas do conhecimento, com alta qualificação técnica, além de contribuir para o avanço da ciência e servir à sociedade”. Dentre as ações empreendidas com esse propósito, está, por exemplo, o Programa de Tutoria, criado em 2000, com o objetivo de diminuir os índices de reprovação nas “disciplinas de massa”. Trata-se de um importante apoio Paula Lelis, considera que a introdução das cotas tornou o processo de seleção para ingresso na Universidade mais próximo do atendimento ao preceito constitucional de isonomia. Também houve, segundo ele, em 2013, um ligeiro crescimento no número de pretos e pardos ingressantes pelo fato de a UFV ter disponibilizado, conforme determina a Lei de Cotas, 20% de suas vagas para as escolas públicas e dessas, de acordo com dados do IBGE, 56% para pretos, pardos e índios. Esse aumento se dá em comparação aos anos de 2011 e 2012, antes da adoção da Lei. Outro aspecto que também vem sendo analisado pela UFV diz respeito à origem geográfica de seus ingressantes. O pró-reitor conta que havia, com o Sisu, uma expectativa de mudanças na área de recrutamento de cada instituição de educação superior e na elevação da migração de estudantes entre os estados e as regiões. Na UFV, contudo, mesmo após a adesão ao Sistema, tem-se mantido o percentual histórico (75%) de estudantes de Minas Gerais. Os dados indicam que, apesar do maior número de estudantes originários de Viçosa e de municí- pios circunvizinhos, ainda é grande a quantidade de alunos provenientes de outras cidades do estado, principalmente de Belo Horizonte. Com relação ao tipo de estabelecimento de ensino médio frequentando pelos estudantes que entram na UFV, historicamente se observa que 50% são provenientes de escolas públicas. Há uma grande concentração deles em alguns cursos, chegando a mais de 80%. Em outros, especialmente naqueles com maior relação candidatos por vaga, o percentual de estudantes que fizeram o ensino médio em estabelecimentos privados é bem mais elevado. pedagógico aos estudantes, no qual não se trabalha apenas os conteúdos das disciplinas, mas também os hábitos de estudo e a especificidade da vivência acadêmica. Nas diversas avaliações do Programa, os indicadores mostram melhoria significativa no rendimento dos alunos. Em 2011, foi criada a Tutoria Especial, dirigida a estudantes que foram reprovados em uma disciplina, mas que obtiveram rendimento acima de 40 pontos. Outra ação, que está em processo de elaboração, por determinação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, é o Programa Primeiro Ano, que deverá ser implementado, a partir do segundo semestre de 2014, com o objetivo de apoiar academicamente o estudante no momento de sua entrada na Universidade. “ Historicamente 50% dos estudantes são provenientes de escolas públicas. ” O pró-reitor acredita que, com a Lei das Cotas, ao se aplicar o percentual de 50% para reserva de vagas de estudantes egressos de escolas públicas - o que ocorrerá a partir de 2016 -, tenderá a haver paridade entre os cursos. O aumento de vagas, no âmbito do Ensino Superior Federal Público, ocorreu com maior oferta nos cursos já existentes; com a criação de novos cursos, de campi (desconcentração da educação superior pública federal e melhor ocupação do território nacional e interiorização do ensino superior), de universidades e de Institutos Federais de Educação. Paralelamente, ocorreu a revitalização do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a criação do Programa Universidade para Todos (Prouni), para ocupação de vagas nas Instituições Privadas de Ensino Superior. As matrículas em instituições públicas federais, em 1980, eram pouco mais de 300 mil. De 1999 a 2002, ocorreu um pequeno incremento, quando as universidades federais criaram novos cursos e aumentaram as vagas naqueles já existentes. Entretanto, a partir de 2007, o aumento das matrículas foi significativo, chegando a atingir mais de 1 milhão na educação superior da rede pública federal, em 2011, tendência de crescimento que se manteve no ano seguinte, quando foram registradas 1.087.413 matrículas na graduação. Além do crescimento na oferta de vagas no ensino superior federal ocorreu paralelamente um grande crescimento no ensino privado. No período em que a rede federal teve um aumento de pouco mais de 700 mil estudantes matriculados, a rede privada passou a ter aproximadamente 5 milhões. Aliado ao aumento de vagas nas Ifes, outras metas foram propostas e com elas ações. Vale ressaltar a meta de aumento de índice de conclusão dos cursos, o que significa diminuir a evasão e a retenção. Destaca-se também a melhoria da assistência estudantil, a criação de iniciativas voltadas para a formação docente da Educação Básica, como o Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (Pibid), o Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI) e projetos como o Prodocência e o Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (Life). 4 Maio/Junho - 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Arte: Márcio Jacob Internacionalização crescente A notícia, divulgada em março, de que a UFV é a segunda Universidade em Minas Gerais com mais bolsas concedidas dentro do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e a 15ª no Brasil reflete o incentivo que a instituição vem dando ao seu processo de internacionalização. As mais de mil bolsas concedidas a estudantes de graduação e pós-graduação estão relacionadas, por exemplo, ao fato de a UFV custear a aplicação do exame de proficiência em inglês, o TOEFL, o mais difundido e aceito por universidades no CsF. No início do programa, o alto custo (mais de US$ 200) do TOEFL IBT era uma das maiores dificuldades para os estudantes. Além disso, nenhum local em Viçosa, Florestal ou Rio Paranaíba oferecia esse exame, exigindo, assim, deslocamentos para outras cidades. Em 2013, a Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI) assumiu o papel de centro aplicador do exame TOEFL ITP, sem custo para os estudantes. O governo federal pagou pelas aqui- sições dos testes e a reitoria tem arcado com os custos locais da aplicação (nos três campi). Até o final de junho, serão aplicados mais de sete mil exames na UFV. Outra boa notícia recebida pela UFV foi a sua aprovação no primeiro edital do programa 100,000 Strong in the Americas (“100 mil Unidos nas Américas”), oferecido pelo governo americano com o objetivo de aumentar o fluxo de intercâmbio entre estudantes dos Estados Unidos e de outros países da América. A Universidade foi uma das três instituições selecionadas no Brasil para receber uma verba que será empregada, conforme determina o edital, em projetos de capacitação para melhor realização desses intercâmbios. Um dos projetos está relacionado ao oferecimento de disciplinas em inglês, o que, na opinião do diretor da DRI, Vladimir Di Iorio, será “a grande revolução na internacionalização da UFV”. Segundo ele, em 2013, um encontro da Associação de Assessorias de Instituições de Ensino Superior Brasileiras para Assuntos Internacionais (Faubai) já indicava que, para as universidades brasileiras darem um salto real com relação à internacionalização, elas teriam que oferecer um conjunto de disciplinas em inglês. A percepção é de que essa ação as tornará mais atraentes para os estrangeiros e representará um ganho para os estudantes brasileiros. Vladimir reconhece que é um passo difícil, mas que precisa ser dado para o efetivo processo de internacionalização. Embora já ocorra uma ou Núcleos de Língua Uma das ações implementadas pelo governo para incentivar a participação dos estudantes de universidades federais no Programa Ciência sem Fronteiras foi a criação do Inglês sem Fronteiras (IsF). Seu objetivo é ampliar o conhecimento em língua inglesa por meio do oferecimento de cursos presenciais e a distância e da aplicação de testes de proficiência. Para os presenciais, foram criados Núcleos de Língua (NucliIsF) em cada universidade. Na UFV, o Nucli é coordenado pela professora do Departamento de Letras (DLA), Ana Maria Ferreira Barcelos. Ela divide o trabalho com a também professora do DLA Maria da Conceição Aparecida Pereira Zolnier, responsável pela coordenação pedagógica do Núcleo. São oito professores à frente de 24 cursos, atualmente frequentados por cerca de 360 alunos. Segundo Ana Maria, o objetivo é preparar para o TOEFL ITP, que envolve habilidades orais, escrita e leitura. Os cursos não são sequenciais e têm carga horária que varia de 32 a 64 horas. Embora gratuitos, cabe ao aluno adquirir o material. A professora destaca que o papel do IsF, no processo de internacionalização, vai além dos cursos oferecidos. O programa mantém parcerias com empresas e fundações, como a Fulbright, de intercâmbio educacional e cultural do governo dos Estados Unidos. Dentre outras iniciativas, ela oferece o Programa English Teaching Assistants, por meio do qual a UFV recebeu, pela primeira vez, em fevereiro, duas estudantes norte-americanas: Margaret Palmer e Krystall Lobban. Elas ficarão, até novembro, auxiliando no curso de Letras e participando de encontros e de palestras sobre a cultura americana e a língua inglesa. Para Ana Maria, essa experiência permite que os estudantes ampliem o conhecimento de inglês e conheçam a cultura e a vida nas Krystall Lobban (esq.) e Margaret Palmer estão auxiliando a professora Ana Maria Barcelos (centro) universidades norte-americanas. A contrapartida também acontece. A professora conta que, também por meio do programa FLTA da Fulbright, diversos alunos e ex-alunos do DLA estão dando aulas de português em universidades estrangeiras. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA outra experiência na UFV em nível de pós-graduação, a ideia é ampliar o número de disciplinas ofertadas em inglês, inclusive na graduação. E isso deverá ocorrer a partir de agosto. Há departamentos, segundo Vladimir, já criando disciplinas ou adequando-as para a língua. E para que isso aconteça de maneira ainda mais eficiente, os professores da UFV com um nível de proficiência desenvolvido passarão por cursos que discutirão metodologia e formas de abordar os conteúdos para turmas que podem conter diferentes nacionalidades. “Não se trata de um curso de inglês, mas sim de preparação de material”, ressalta. Vladimir conta que as disciplinas em inglês não serão obrigatórias, pelo menos na graduação: “a oportunidade vai ser dada para quem quiser”. Mas, sem dúvida, em sua avaliação, será uma maneira de preparar os estudantes para as aulas em universidades estrangeiras das quais participarão, seja por meio de programas de pós-graduação, seja pelo Ciência sem Fronteiras. A capacitação dos professores está prevista no edital do 100,000 Strong in the Americas, que também trata da ampliação da oferta de disciplinas de português para estrangeiros – que já existem na Universidade e são oferecidas pelo Departamento de Letras - e o fortalecimento do programa “Embaixadores da UFV”. Nele, alunos de graduação e pós-graduação participam, por exemplo, da recepção de visitantes estrangeiros e da integração de estudantes de outros países na vida acadêmica da Universidade. Uma ação importante que também diz respeito ao amadurecimento do processo de internacionalização é a emissão do histórico escolar em inglês. Os estudantes da UFV que saírem para intercâmbio já podem imprimir seu histórico em inglês diretamente do sistema Sapiens. Conforme Vladimir, a UFV é uma das primeiras universidades do Brasil que dá essa possibilidade ao seu aluno de graduação. Em breve, o estudante de pós também contará com esse benefício. Pós-graduação A internacionalização também tem se expandido na pósgraduação. Nos últimos dois anos, a UFV conseguiu utilizar mais de 90% das cotas disponíveis para o Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior. Além disso, tem sido crescente o fortalecimento de parcerias. Os convênios de cotutela, por exemplo, saíram do plano do desejo para se realizarem concretamente e não somente em acordos individuais. Em maio, a UFV assinou uma importante parceria com a Universidade de Queensland (Austrália) que envolve o programa de pós-graduação da Zootecnia (leia quadro ao lado). A cotutela também vem sendo acordada com universidades norte-americanas e europeias. Com a Wageningen University (Holanda), trabalhos conjuntos na área de ciência animal estão permitindo a participação de alunos em doutorado-sanduíche, com tese também defendida em regime de cotutela. Nessa área, está sendo proposta ainda uma linha de pesquisa com a Wageningen University, com abertura conjunta, ainda este ano, de um edital para Minas Gerais com suporte financeiro da Fapemig e do governo holandês. Também na Europa, há cotutelas acontecendo com universidades na França (Ciência de Alimentos), Itália (Medicina Veterinária) e na Bélgica (Entomologia). Os acordos com universidades francesa e italiana merecem destaque pelo fato de estudantes matriculados lá já estarem vindo para a UFV fazer seus doutorados sanduíches. Segundo a coordenadora técnica da DRI, Simone Guimarães, a UFV tem sido bastante procurada pelas universidades estrangeiras. Este fato é decorrente, em sua opinião, não apenas do programa Ciências sem Fronteiras, mas também das visitas que a reitora Nilda Soares e sua equipe têm feito a universidades e empresas do exterior. Além disso, há o fato de a UFV estar no ranking das 100 melhores universidades nas áreas de agrárias e florestais, o que possibilitou maior conhecimento e reconhecimento de seu trabalho. A professora Simone ressalta que o projeto de internacionalização da UFV não consiste apenas em enviar estudantes para o exterior. O trabalho tem sido realizado para criar e manter parcerias. E destaca: “nós estamos buscando instituições com que Maio/Junho - 2014 possamos trabalhar em longo prazo, estabelecendo relações de pesquisa. A visão é de uma parceria consolidada. Queremos trabalhar em pé de igualdade; enviar e receber estudantes e professores. Temos muitas áreas interessantes dentro da UFV que estão pari passu com as universidades estrangeiras.” One Health Um exemplo de parceria que vem possibilitando essa troca de maneira crescente vem do programa One Health, uma cooperação internacional entre UFV, University of Washington e Washington State University, cujo protocolo está às vésperas de ser assinado. Em torno de uma abordagem que associa a saúde humana às saúdes animal e ambiental, profissionais e estudantes já estão participando de treinamentos na UFV e naquelas instituições norte-americanas. Segundo o coordenador do programa de pós-graduação da Medicina Veterinária da UFV e das atividades do One Health, professor Luís Augusto Nero, por enquanto, as ações são individuais, mas, com a cooperação interinstitucional, elas integrarão um projeto formalizado, que prevê metas, intercâmbios mais sistemáticos e amplos, além de acordos de dupla titulação. O professor conta que o One Health, cujo foco é a cadeia produtiva dos alimentos - da produção primária ao mercado - tem a participação de quatro programas de pós-graduação da UFV (Veterinária, Microbiologia Agrícola, Tecnologia de Alimentos e Nutrição), além do Departamento de Medicina e Enfermagem. Os programas foram escolhidos pela identificação com o tema e pelo fato de todos terem uma atuação bastante consolidada na Universidade, além de inserção internacional. Em sua opinião, experiências dessa natureza trazem, além de crescimento pessoal, um novo ponto de vista para a pesquisa. “O reflexo é a interação entre os grupos de pesquisadores e a elaboração de projetos mais ambiciosos, relevantes e abrangentes. O intercâmbio de pesquisadores dá a eles uma visão diferente e complementar, além de uma oportunidade de avançarem e ampliarem o campo de atuação”. 5 Acordo de dupla titulação com Universidade de Queensland A UFV assinou, com a University of Queensland (UQ), da Austrália, um memorando para oferecimento de grau de doutoramento conjunto (joint PHD degree) nos programas de pós-graduação em Zootecnia. O convênio foi assinado pela reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Em termos práticos, ele significa que, nos diplomas dos alunos brasileiros e australianos matriculados no doutorado conjunto, constará a efetivação do curso realizado em ambas as universidades. O acordo da dupla diplomação terá duração de cinco anos – com possibilidade de renovação - e começará a funcionar, na prática, a partir da matrícula na UQ da doutoranda em Zootecnia da UFV Aline Camporez Crispim Soares, que viajará para a Austrália em setembro. Sua pesquisa é sobre melhoramento e genética dos animais domésticos. Para a reitora, a parceria com a UQ é mais um passo importante para o fortalecimento da internacionalização da pós-graduação da UFV. A coordenadora técnica da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRI), professora Simone Guimarães, destaca que essa é uma iniciativa pioneira na área de Zootecnia no Brasil e que deverá render treinamento de alta qualidade. Para que o aluno faça jus ao doutorado conjunto, é necessário que atenda aos requisitos exigidos pelas duas universidades. Vale destacar que tanto a UFV quanto a UQ não cobrarão matrículas e outras taxas para os doutorandos selecionados. Simone Guimarães conta que a UFV tem vários acordos de cotutela individuais assinados entre cursos de pós-graduação e universidades estrangeiras. A diferença deste é que ele envolve um programa, no caso o de Zootecnia, como um todo. Essas iniciativas ainda são bastante raras no Brasil, em especial na modalidade joint PHD degree. Isso demonstra, em sua avaliação, que mais uma vez, a UFV está na fronteira do ensino de pós-graduação no país. “Fomos não somente a primeira universidade do Brasil a defender a primeira dissertação de mestrado, em 1961, mas também uma das primeiras a fechar acordos oficiais de doutoramento conjunto com universidades estrangeiras”, disse. Para o coordenador da pós-graduação em Zootecnia, Odilon Gomes Pereira, acordos dessa natureza contribuem para o fortalecimento da internacionalização do programa que é considerado de excelência e, portanto, de nível internacional, segundo critérios da Capes. Adriana Passos 6 Maio/Junho - 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Em debate... Nanotecnologia Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, disse que “a nanociência é a base da nova revolução industrial”. Em sua opinião, “o desenvolvimento da economia mundial sempre esteve ancorado na tecnologia e, agora, é a vez da biotecnologia e da nanotecnologia”. Este conhecimento, segundo Plentz, será fundamental para a competitividade das empresas no mundo e esta é uma grande oportunidade para o Brasil. Ele lembrou que a aplicação da nanotecnologia no mundo dos negócios depende muito do que vem sendo feito pela nanociência em universidades como a UFV. “O futuro está na convergência tecnológica da nanobiotecnologia com os sistemas de informação e as universidades precisam estar atentas às demandas para formação de pesquisadores nestas áreas.” Em Viçosa, já são muitas as equipes que trabalham com essas pesquisas, sobretudo nos departamentos de Física, Química, Engenharia de Alimentos e Engenharia Florestal. A maioria busca desenvolver ou testar novos materiais para incorporação em produtos, como em embalagens que conservam ou indicam a contaminação de alimentos; em cosméticos e fertilizantes que agem com precisão na pele ou no solo; em sensores (nanosensor) para identificação de cocaína e até em um método para recuperação de íons de metais pesados presentes em dejetos de lixo eletrônico. Vale ressaltar que a UFV faz parte do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), que integra 26 instituições de pesquisa brasileiras que usam as ferramentas da nanociência. Como os equipamentos para este tipo de pesquisa são muito caros, o MCTI criou o SisNano para promover integração entre os grupos de instituições e empresas interessadas em utilizá-los, garantindo estrutura e acesso para utilização multidisciplinar. “Queremos transformar conhecimento em produtos para movimentar a economia nacional. Por isso, estamos investindo nesta área”, disse Flávio Plentz. Na UFV, o SisNano está sob responsabilidade do professor do Departamento de Física Sukarno Ferreira, que coordenou o Seminário. Léa Medeiros Com um início de ano em que o mundo se assustou com o frio intenso nos países da América do Norte e com o calor excessivo e chuvas que inundaram os países do norte da América do Sul não é mais possível desacreditar que as mudanças climáticas são uma realidade mundial. No Brasil, enquanto as enchentes do rio Madeira inundaram Roraima, Acre e Amapá, o Sudeste sofre com uma seca inédita, que afeta metropólis como São Paulo e Rio de Janeiro em plena estação chuvosa. “Eventos extremos como os deste ano serão muito mais comuns e intensos a partir de agora”, disse o secretário nacional de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, na aber- como sempre houve no Brasil, por exemplo, não serão mais óbvios. “Essas premissas não são mais válidas. A agricultura tem que levar em consideração que o clima não é mais estacionário. O clima não será só mais quente, será também mais instável, com ondas de calor, frio, chuvas e secas intensas de forma imprevisível e a agricultura tem que se desenvolver levando em conta uma nova variabilidade climática”, disse Carlos Nobre. As palestras com dados científicos coletados em todo o mundo também deixaram claro que as mudanças climáticas vão afetar também a volubilidade dos preços agrícolas, influenciados todos os mercados mundiais, sobretudo de países fortemente dependentes do agronegócio como o Brasil. E Foto: Adalberto Marques/ Integração Nacional O futuro já chegou! Produtos e processos que usam a nanotecnologia estão no mercado fazendo parte não apenas do nosso cotidiano, mas de uma economia mundial cada vez mais promissora. Países que não investem em pesquisas nesta área, segundo especialistas, já estão perdendo espaço no mercado, que exige cada vez mais tecnologias de precisão. Para discutir essas questões, a UFV promoveu, em março, o I Seminário de Nanotecnologia, que reuniu pesquisadores das universidades federais de Viçosa, Lavras (Ufla) e São João Del Rei (UFSJ). Além do intercâmbio de informações, o evento propiciou também o estreitamento das relações com o Instituto Ibero-Americano de Nanotecnologia (INL), sediado na cidade de Braga, em Portugal. O Instituto foi representado no Seminário pelos seus diretores, Jose Rivas e Paulo Freitas. Um dos objetivos do INL é promover a integração internacional para pesquisas em nanotecnologia aplicada, principalmente nas áreas de medicina e saúde, alimentos, nanoeletrônica e nanomanipulação. A nanociência é o estudo de manipulação da matéria em uma escala atômica e molecular. Um nanômetro equivale a um bilionésimo do metro. A nanotecnologia é capaz de sintetizar, manipular, construir e modificar sistemas já conhecidos em escalas nanométricas, criando novas e inusitadas utilizações. É por meio desse conhecimento que a indústria farmacêutica já é capaz de produzir drogas que levam os componentes ativos diretamente ao local onde precisam atuar. Na agricultura, as técnicas são capazes de liberar fertilizantes ou defensivos exatamente onde devem estar, sem exageros. Na informática, criam chips ainda mais inteligentes e baterias com maior durabilidade. Na palestra de abertura do Seminário, o coordenador geral de Mudanças climáticas A enchente do rio Madeira é um exemplo das alterações climáticas no Brasil tura do I Seminário Internacional sobre Sustentabilidade da Agricultura na Grande Escala, realizado, em março, no campus Viçosa da UFV. Este foi o primeiro evento realizado no Brasil para discutir os avanços científicos que permitem um desenvolvimento sustentável da agricultura de grande escala no país. O Seminário tratou da sustentabilidade ambiental e econômica da agricultura no contexto complexo das mudanças climáticas e reuniu estudantes e pesquisadores de várias instituições e países em diversas palestras e debates sobre o tema. Especialistas brasileiros e americanos confirmaram que a agricultura mundial não pode mais contar com climas definidos como aconteceu até agora. Invernos secos e verões chuvosos com pequenas variações só conhecimento científico será capaz de subsidiar planejamentos e ações públicas capazes de intensificar a produtividade sem expandir fronteiras ou desgastar ainda mais recursos naturais como água e solo. Para prever o que acontecerá ao clima no planeta, os cientistas usam modelos matemáticos complexos com muitas variáveis capazes de simular possíveis cenários de consequências do aquecimento global na agricultura. Segundo o professor Marcos Heil Costa, coordenador do Seminário e líder do grupo de pesquisas de Interação Biosfera Atmosfera da UFV, que trabalha com desenvolvimento destes modelos, a agricultura do futuro próximo será muito diferente do que é atualmente. A população mundial deverá crescer de sete para 10 bilhões de pessoas, demandando, cada vez mais, alimentos, combustíveis fosseis, fibras e energia. Os eventos climáticos extremos deverão afetar a produtividade agrícola e consequentemente o preço dos alimentos e a distribuição de renda. “Estudos demonstram que não é tão simples prever aumento de oferta de alimentos para uma população crescente porque as mudanças no clima vão interferir nas projeções de segurança alimentar”, disse o professor Heil. Ainda segundo o professor Marcos Heil, o conhecimento científico tem que caminhar junto com políticas públicas para mitigar a emissão de gases causadores do efeito estufa, estimular a agricultura sustentável, aumentar a eficiência agrícola com tecnologia apropriada e reduzir o desperdício de alimentos. Estas são também as metas que vários países, incluindo o Brasil, traçaram nas conferências promovidas pela ONU sobre mudanças climáticas. Embora muitos países têm sido criticados por não cumprirem as metas de reduzir a emissão de gases do efeito estufa, os palestrantes do evento se mostraram otimistas em relação a algumas políticas públicas adotadas pelo Brasil nos últimos anos. Dentre elas, a queda do desmatamento na Amazônia e o Plano Nacional de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Para Eduardo Assad, ex-secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, a pesquisa científica no Brasil é competente para produzir cenários e para adaptar os sistemas de produção às novas características climáticas que estão acontecendo. “Falta transferir tecnologia para o campo”, disse. Todos os palestrantes do evento comentaram a necessidade de o Brasil investir na recuperação de solos e pastagens, na integração da lavoura com a pecuária, na melhoria da eficiência energética e na educação para o consumo responsável. Como disse Carlos Nobre, “os olhos do mundo estão voltados para o Brasil em função do nosso grande estoque potencial agrícola. Nós temos condições de liderar ações, políticas e produção do conhecimento. Esse é o nosso desafio”. Léa Medeiros UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Maio/Junho - 2014 7 PESQUISA Colhedora pode revolucionar cafeicultura mundial Resultado de mais um ano de trabalho a colhedora é guiada por controle remoto Uma máquina desenvolvida por pesquisadores da UFV pode revolucionar a cafeicultura mundial – atividade que movimenta bilhões de dólares por ano e representa, historicamente, um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil. O país, que lidera a produção e o comércio do grão em todo o planeta, poderá agora assumir a vanguarda tecnológica na colheita do café, por meio de um equipamento -guiado por controle remoto - que permite a realização desse procedimento em áreas com inclinação de até 50%. A expectativa é de que a invenção traga significativos avanços na área de cultivo, já que as colhedoras convencionais não podem ser utilizadas em plantações cuja de- clividade seja superior a 10%. Tal limitação inviabiliza a colheita mecanizada em regiões de montanha, a exemplo de Minas Gerais, onde o procedimento é predominantemente manual. Além de ser menos eficiente e, por conseguinte, mais caro, colher o café à mão vem deixando de ser uma opção devido à indisponibilidade de mão de obra – que tem migrado para outros segmentos da economia, como a construção civil. O protótipo da nova colhedora, já em escala industrial, é o resultado de um ano e dois meses de trabalho de uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Mecanização Agrícola, vinculado ao Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. A concepção tomou forma a partir das pesquisas orientadas pelo professor Mauri Martins Teixeira e elaboradas pelo então estudante de doutorado em Engenharia Agrícola, Marcos Vinícius Morais de Oliveira, atualmente professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Outro participante da iniciativa é o engenheiro agrícola Gustavo Vieira Veloso, hoje cursando doutorado na UFV. Com 12 motores elétricos, o equipamento tem particularidades que possibilitam sua ação inovadora. Uma delas é um sistema de acionamento independente nas quatro rodas, que favorece sua locomoção na lavoura e permite que a máquina gire em torno de seu próprio eixo. Para efeito de ilustração, é como se um carro fosse estacionar e, em vez de fazer as manobras mais conhecidas, parasse ao lado da vaga, girasse as rodas 90 graus em direção ao local onde pretende ficar e estacionasse. Como explica o professor Mauri, “o espaço demandado para fazer curvas, por exemplo, passa a ser bem menor, dispensando a área de manobra e favorecendo a ampliação do terreno para cultivo”. Outra vantagem da colhedora de café é ter um chassi que permite a articulação da sua estrutura superior, já que os equipamentos convencionais têm um sistema hidráulico de compensação da inclinação. Mas um dos maiores destaques está no alto da máquina, onde fica o mecanismo de articulação, que, conforme o nome, permite sua articulação, propiciando a colheita em terrenos com declividade em torno de 50%, mantendo os derriçadores sempre a uma mesma altura do solo. Com isso, a colheita é feita em toda a planta, independentemente da inclinação. “Vamos fazer alguns testes, mas acreditamos que seja possível a utilização da máquina em áreas com até 80% de inclinação”, afirma o professor Mauri. Outro diferencial que chama a ria de Minas Gerais (Epamig), sob a orientação dos pesquisadores Madelaine Venzon e Arne Janssen. A pesquisa foi realizada na Zona da Mata mineira, uma região tradicionalmente cafeeira e com muitos agricultores familiares cultivando café agroecológico em sistemas agroflorestais. Nesses sistemas, o café já é consorciado com diversas espécies florestais, inclusive o Ingá. Maíra conta que, entre os agricultores, é comum dizer que o Ingá é um “bom companheiro” para o café. Onde a árvore cresce, as pragas diminuem. O mérito da pesquisa foi identificar o porquê. O Ingá é uma árvore de crescimento muito rápido e possui nectários não somente nas flores, mas também nas folhas da planta. O néctar é abundante durante todo o ano justamente para defender a planta de potenciais herbívoros. O que a tese de Maíra descobriu é que esses nectários também podem proteger plantas vizinhas, como o café. É que as formigas, vespas e parasitoides - inimigos naturais das pragas conhecidas como bicho-mineiro e broca-do-café também são atraídos pelo néctar extrafloral. Com alimento abundante por perto, os inimigos naturais permanecem na área. Como eles também se alimentam das pragas que atormentam a vida e os lucros dos cafeicultores, a população delas diminui, preservando a qualidade dos cafeeiros. “O controle biológico conservativo é uma estratégia interessante para aumentar o controle natural de pragas e reduzir o uso de agrotóxicos na agricultura. É possível manipular o ambiente para aumentar a sobrevivência e o desempenho dos inimigos naturais, fazendo um controle ecológico das pragas”, explica a pesquisadora Madelaine Vezon. Na agroecologia, um inseto só é reconhecido como praga quando a população dele cresce demais e prejudica as plantas da região, mas atenção na invenção é seu acionamento a distância, controlado remotamente, tornando sua operação mais segura. “Uma possibilidade bem viável é a instalação de câmeras, fazendo com que a máquina seja operada de uma sala de controle”, observa o professor Mauri, que destaca, também, o papel da UFV no contexto das tecnologias voltadas ao campo. “Com um volume de recursos modesto, mas com empenho e criatividade da equipe, foi possível dar origem a esse equipamento. Mais uma vez, a Universidade demonstra sua capacidade de trazer benefícios à sociedade brasileira por meio da pesquisa”. Marcel Ângelo A máquina tomou forma a partir das pesquisas orientadas pelo professor Mauri (esq.), e elaboradas pelo então estudante de doutorado Marcos Vinícius (centro). Outro participante da iniciativa é o engenheiro agrícola Gustavo Vieira Veloso, doutorando na UFV E por falar em café... A natureza já sabia, os agricultores intuíam e, agora, a ciência descreveu: plantar determinadas árvores nativas associadas aos cafezais reduz a incidência de pragas. Menos pragas, menos agrotóxicos, mais sustentabilidade ambiental e mais lucros para os pequenos agricultores que produzem café orgânico, um produto cada vez mais desejável no mercado mundial. Agora, uma tese de doutorado, que está sendo produ- zida no Departamento de Entomologia da UFV, descobriu porque o Ingá, uma árvore nativa em todo o continente americano, auxilia no controle de pragas comuns nos cafeeiros. A tese de Maíra Queiroz Rezende está sendo desenvolvida por meio de uma parceria entre a UFV, o Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata mineira, a Universidade de Amsterdam e a Empresa de Pesquisa Agropecuá- o bicho-mineiro e a broca são velhos inimigos do café, não apenas no Brasil. Por isso, os resultados da pesquisa podem ser interessantes até mesmo para reduzir o consumo de agrotóxicos em plantios convencionais. “Nós não estamos sugerindo o plantio apenas do Ingá entre as fileiras de café. Há outras plantas com nectários extraflorais que também são comuns no Brasil, como o Fedegoso, que poderiam cumprir a mesma função”, explica Maíra. A pesquisa ainda está em fase de conclusão e pode sugerir, inclusive, a melhor forma de plantio da árvore para mais eficiência no controle natural de pragas. A pesquisa contou com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig/Programa Pesquisador Mineiro), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Léa Medeiros 8 Maio/Junho - 2014 PESQUISA TECNOLOGIA Foto:André Berlinck Pesquisa propõe intervenções para conservação de peixes de água doce Tecnologias da UFV contribuem para educação em Minas Gerais O O resultado do estudo coordenado pelo professor Jorge Dergam vai orientar na seleção de matrizes para fins de repovoamento U ma equipe de pesquisadores da UFV, liderada pelo professor do Programa de PósGraduação em Biologia Animal, Jorge Dergam, vem desenvolvendo pesquisas em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), buscando a conservação de peixes migratórios de água doce. Os estudos envolvem a caracterização genética das espécies e, associados a dados de comportamento e ecologia, orientam quanto às intervenções necessárias para garantir a preservação de populações saudáveis nas bacias hidrográficas estudadas. Juntamente com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e Universidade Federal de Lavras (UFLA), a equipe da UFV participa de uma pesquisa na região de influência da Usina Hidrelétrica (UHE) de Três Marias. A partir de estudos sobre a dinâmica migratória e a genética populacional do curimatá-pacu (Prochilodus argenteus) e curimatá-pioa (Prochilodus costatus), o projeto visa à manutenção do estoque pesqueiro das populações nativas, determinando a necessidade ou não de um mecanismo de transposição de peixes na UHE. Segundo o professor Jorge Dergam, o consórcio de universidades foi formado para solucionar um evento de mortandade de peixes na região. Pela caracterização cromossômica de populações de curimatás a montante e a jusante do reservatório, é possível estimar o grau de fluxo gênico histórico entre as populações. Ele explica que se a população do lado de cima do reservatório for geneticamente igual à população do lado de baixo, a transposição será necessária, pois o fluxo gênico, importante mecanismo para UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA manutenção da biodiversidade, pode estar comprometido. A equipe da UFV também desenvolve um projeto com o apoio da Cemig e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), na bacia do Paraná. O Programa de Repovoamento de Peixes da Estação de Piscicultura de Volta Grande visa à melhoria das condições de sobrevivência dos peixes utilizados para estoque. A espécie estudada (Prochilodus lineatus), popularmente conhecida como curimatá, curimbatá e curimba, é endêmica da bacia do Paraná-Paraguai e do Prata, e representa uma grande biomassa. A pesquisa, coordenada pelo professor Jorge Dergam, vai avaliar a constituição genômica e os efeitos dos cromossomos B, característicos dessa espécie de curimbas. O coordenador do projeto explica que cromossomos B são elementos genômicos extras, que ocorrem em muitos organismos. De acordo com o professor, existe uma polêmica no meio científico sobre os benefícios dos cromossomos B. Embora conhecidos há bastante tempo, não é sabido se são elementos parasitas dos organismos ou se conferem vantagens genéticas. Assim, o objetivo do projeto é compreender se os cromossomos B ajudam ou atrapalham a sobrevivência dos peixes. Os pesquisadores vão identificar o genoma desses cromossomos e determinar se existem diferenças entre a expressão proteômica dos indivíduos que têm cromossomos B e daqueles que não têm. O resultado desse estudo vai orientar a Cemig na seleção de matrizes utilizadas para fins de repovoamento. Elaine Nascimento governo de Minas Gerais lançou, em junho, o Programa Ciência e Tecnologia na Educação, que prevê a produção e utilização de mais de 140 laboratórios virtuais para as universidades estaduais e de 50 para escolas da rede estadual de ensino. Os laboratórios estão sendo desenvolvidos pela Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (Cead) da UFV, com o apoio dos departamentos de Biologia Geral, Física, Letras, Matemática e Química. A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares participou da cerimônia, na qual o governador Alberto Pinto Coelho anunciou o lançamento. Durante o evento, ele lembrou que, “na sociedade do conhecimento, há um tripé fundamental para que possam ser oferecidos avanços para todos: a educação, a tecnologia e a inovação”. O objetivo do programa – uma iniciativa das secretarias de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e de Educação (SEE) - é investir na qualificação de professores e alunos, oferecendo ferramentas para capacitação e suporte tecnológico para atender às necessidades em sala de aula. Os laboratórios virtuais contemplam seis áreas de formação (biologia, física, química, matemática, informática e letras/Libras) e são ambientes eletrônicos para experimentação a distância. Incluem jogos educativos, simuladores de laboratórios e vídeos informativos. Serão beneficiados alunos e professores dos ensinos fundamental, médio e superior. Além da entrega dos laboratórios virtuais, disponíveis em pendcards, o governo de Minas distribuirá 2.900 tablets a professores da Universidade Estadual de Minas (Uemg) e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares destacou a honra que é para a UFV participar de um programa como esse, “que contribui para o avanço da educação em Minas e para a qualificação da rede de formação de professores”. Para o coordenador da Cead, professor Frederico José Vieira Passos, o grande diferencial dos laboratórios virtuais está na utilização das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). “São elas que tornam o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e envolvente para o aluno, não só por meio da interatividade, mas também pela utilização de recursos variados, como vídeos e animações, tornado o conteúdo mais facilmente compreensível”, explicou. Professor.com Além dos laboratórios virtuais, a Cead também está desenvolvendo com o governo do estado alguns cursos para o projeto professor.ponto.com. Seu objetivo é capacitar profissionalmente professores da rede pública de Minas Gerais na utilização de TICs na prática docente. Segundo o coordenador da Cead, por meio dele, os professores têm a oportunidade não só de atualizar seus conhecimentos, como também incorporar novas metodologias e instrumentos modernos para melhorar sua atuação e rendimento no dia a dia da escola. Desenvolvidos totalmente a distância, os nove cursos privilegiam o autoaprendizado, dos participantes, em uma metodologia colaborativa, com duração média de três semanas cada. O professor.ponto.com oferece conhecimentos básicos sobre informática, laboratórios virtuais, mídias interativas, linux, libreoffice, produção e uso de materiais didáticos, utilização da lousa interativa, metodologias ativas e alimentação escolar. Sabrina Areias Da esquerda para a direita, o reitor da UEMG, Dijon Moraes Júnior; o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues; a secretaria de Educação, Ana Lúcia Gazzola; a reitora da UFV, Nilda Soares, e o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Maio/Junho - 2014 9 Convênio entre UFV e Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior beneficia Zona da Mata A UFV, por meio da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), assinou um convênio com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) que prevê a elaboração de um Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial para as 33 cidades que integram as associações dos municípios da microrregião do Vale do Piranga (Amapi) e da Zona da Mata Norte de Minas Gerais (Amman). A elaboração do plano ficará a cargo do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFV (IPPDS). A cerimônia de assinatura aconteceu, em maio, em Belo Horizonte, no auditório do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), e contou com a presença do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos. Ele ressaltou a importância da iniciativa para retomar o crescimento de uma das regiões mais antigas de Minas Gerais, que viveu uma parte importante dos ciclos do ouro e do café, mas que hoje está em crescente processo de regressão econômica. O ministro considera que o convênio assinado pela UFV traz um diferencial para que dê certo: reú- O ministro Mauro Borges Lemos assinou o convênio com a reitora Nilda Soares ne todas as instituições importantes para um plano de desenvolvimento. Para ilustrar, destacou as presenças registradas na cerimônia: “Está aqui a Universidade Federal de Viçosa, que é a base do conhecimento para que se tenha um plano de desenvolvimento de alta qualidade. Mas, junto com ela, estão os prefeitos, que são a força política da região e sem os quais não se tem como implementar um plano de desenvolvimento. Estão aqui também as lideranças políticas – deputados federais e estaduais e vereadores - e os governos estadual e federal. O Ministério de Desenvol- vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) está presente, com a sua instituição, que é ABDI, que vai executar o projeto junto com a Universidade”. Enfim, segundo o ministro, o convênio reúne “todos os instrumentos críticos para que o plano não seja só uma carta de intenções, mas consiga ter efetividade com projetos industriais e rurais para a região”. Na avaliação da reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares, o Plano Estratégico representa uma perspectiva de retomada do caminho e da qualidade de vida da população dos 33 municípios envolvidos. Du- rante a cerimônia, ela afirmou que “a UFV estará nesse projeto com toda determinação e fará um trabalho muito sério que, com certeza, gerará resultados promissores”. A reitora lembrou a preocupação histórica da Universidade com o desenvolvimento de seu entorno revelado desde 1929, quando iniciou a Semana do Fazendeiro que, até hoje, leva aos agricultores caminhos e orientações para a produção agrícola. E é isso que a UFV pretende com o Plano de Desenvolvimento Estratégico: “achar caminhos, tecnologias e inovações para que os municípios possam encontrar o melhor na sua potencialidade e crescerem”. A reitora destacou o papel da UFV no cerrado, para o qual lançou diversas variedades de soja. Parafraseando a presidente Dilma Rousseff, na última reunião com reitores das universidades, a professora Nilda chamou a atenção para o fato de que cabe às instituições de ensino superior gerar as tecnologias e inovações e que é preciso que elas atuem em parceria com o sistema produtivo do país, com as empresas e os municípios. “É isso que a UFV faz há muitos anos”, disse. Além do ministro e da reitora, assinaram o convênio o diretor da ABDI, Otávio Silva Camargo; a diretora do IPPDS, Suely de Fátima Ramos Silveira, e o diretor-científico da Funarbe, Raul Narciso Carvalho Guedes. Sobre o convênio De acordo com a coordenadora técnica do convênio, professora Suely de Fátima Ramos Silveira, diretora do IPPDS, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico Territorial “poderá ser o primeiro passo para uma reação efetiva da região, na medida em que pretende constituir um instrumento de política pública especialmente formulado, com o esforço intelectual e engajamento político suficientes”. Ela explica que as ações se dividirão em três fases: a definição do plano de trabalho; os estudos de avaliação de situação e da elaboração do diagnóstico prospetivo e de viabilização de implantação de agroindústrias – que serão desenvolvidos pelo IPPDS -, e a elaboração final do Plano. O projeto, que envolve cerca de R$ 400 mil a serem investidos em oito meses, será coordenado pelo prefeito de Ponte Nova, Paulo Augusto Malta Moreira, a quem caberá fazer a interlocução entre a UFV/ IPPDS, a ABDI e os municípios. Adriana Passos Acordo garante recursos para instalação do Centro de Biossegurança e Quarentena Vegetal O Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ), uma das unidades do Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa (CenTev) da UFV, receberá um investimento de R$ 15 milhões para a instalação do Centro Tecnológico de Biossegurança e Quarentena Vegetal (CTBQV). A notícia foi anunciada pelo secretário executivo do Ministério da Educação, professor Luiz Cláudio Costa, em reunião realizada, em maio, em Brasília. A liberação dos recursos é resultado do apoio institucional do Ministério da Educação (MEC), por meio do secretário Luiz Cláudio Costa, junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para ele, “o CTBQV é um projeto estratégico para o país e a UFV reúne todas as competências necessárias para a sua plena execução”. O empenho para a realização das obras, segundo o secretário, deverá acontecer até outubro deste ano. Durante o encontro ficou acor- dado que cada um dos ministérios empenhará R$ 5 milhões para a viabilização das obras da primeira fase de instalação do CTBQV. Os recursos para o desenvolvimento dos projetos executivos de engenharia do Centro, bem como do seu Plano de Negócios, foram viabilizados pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes). A notícia foi muito bem recebida pela UFV, representada na reunião pelo vice-reitor e presidente do Conselho de Administração do CenTev, Demetrius David da Silva, e pela diretora executiva do CenTev, Adriana Ferreira de Faria. Segundo eles, o projeto do CTBQV – coordenado pela Universidade por meio do CenTev vem sendo desenvolvido há mais de dois anos, em função de sua natureza complexa e do volume de recursos necessários para a sua viabilização. O vice-reitor ressalta que o Centro será um ambiente privilegiado de inovação, especializado no oferecimento de serviços, pesquisas e desenvolvimento de tec- nologias em sanidade vegetal. O espaço terá a proteção do agronegócio e da biodiversidade brasileira como alguns de seus principais objetivos. As atividades do Centro estarão voltadas para o aprimoramento e a formulação de novas tecnologias e metodologias de detecção e erradicação de pragas exóticas indesejáveis, que representam uma ameaça constante ao agronegócio nacional. O Centro trará, ainda, contribuições para medidas de controle de pragas quarentenárias, subsidiando os programas governamentais para a proteção da agricultura nacional e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o setor, em parceria com as empresas. Com o CTBQV, conforme explica o professor Demetrius, haverá mais agilidade no desenvolvimento de pesquisas e soluções tecnológicas, “permitindo que o país se consolide, cada vez mais, na posição de celeiro agrícola mundial, além de garantir maior proteção das lavouras e da biodiversidade nacional, que é a maior do planeta”. De acordo com a diretora exe- cutiva do CenTev, a infraestrutura do CTBQV atenderá aos mais rigorosos padrões fitossanitários e contará com instalações de biossegurança de nível 3. A área total construída será de aproximadamente três mil metros quadrados, mais de dois mil deles destinados a laboratórios e casas de vegetação, com alta tecnologia de proteção. Dessa forma, o CTBQV permitirá a realização de ativida- des tecnológicas que antes só poderiam ser realizadas no exterior. Em sua avaliação, a instalação do Centro no tecnoPARQ constituirá vetor de atração de unidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de empresas demandantes dos serviços oferecidos, contribuindo para o desenvolvimento do parque tecnológico, consequentemente de Viçosa e região. 10 Maio/Junho - 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Conhecimento aliado ao desenvolvimento nacional A construção de um sistema de energia solar requer em média um investimento de R$ 3 mil. O aquecedor criado pela ONG, com tubos de PVC e materiais descartáveis, não chega a R$ 500 C onciliar a graduação com melhorias sociais é o que estudantes da UFV que integram a organização não governamental Engenheiros Sem Fronteiras (ESF) buscam fazer. O movimento, que surgiu na França, na década de 1980, chegou ao Brasil a partir da iniciativa do então estudante da UFV, Thiago Bedette. Após um intercâmbio em Nova Iorque, ele veio decidido a implantar uma sede no Brasil, em 2010, e envolveu alunos das engenharias de Produção, Ambiental e Civil da Universidade. Desde então, a ONG não parou. Tornou-se referência para outros estudantes e, atualmente, o que começou na UFV se espalhou e alcançou mais de 200 participantes em 15 cidades. O diretor nacional dos ESF, com sede na UFV, é o estudante do 8º período de Engenharia de Produção Micael Jardim. Ele começou como trainee há dois anos e foi eleito entre os próprios membros da ONG. Aprender ajudando é um dos lemas do ESF. “O trabalho voluntário é uma das poucas oportunidades de construir algo de valor e se sentir bem. Somos privilegiados por ter a oportunidade de estudar na UFV e auxiliar as pessoas por meio do conhecimento; é uma forma de ajudá-las enquanto aprendemos”, afirma Micael. O grupo realiza ações divididas em projetos de saneamento básico, educação e serviços ambientais. Um dos principais projetos do Núcleo ESF Viçosa é o desenvolvimento de um aquecedor solar de baixo custo feito a partir de materiais descartáveis como garrafas pets e caixas de leite. Em 2013, esses aquecedores foram instalados em duas residências de famílias de baixa renda de Viçosa, que conseguiram reduzir em 40% os gastos nas contas de energia. A ideia agora é difundir esse sistema e implantá-lo em outras residências e escolas. Entre as iniciativas também se destaca o desenvolvimento da cadeia produtiva do açaí de Juçara em Rosário da Limeira (MG). Antes da ação do ESF-Viçosa, os produtores cortavam a palmeira, extraiam o palmito, mas não aproveitavam o fruto. Para solucionar a questão, foi desenvolvido um equipamento, com o auxílio dos estudantes de Engenha- ria Mecânica e de Engenharia Florestal da UFV, que possibilitou a extração do fruto. Com a ajuda de estudantes voluntários da Bioquímica, o açaí começou a ser utilizado na fabricação de sorvetes e geleias que chegaram a ser consumidos na última edição da Semana do Fazendeiro. Além das ações em andamento, a ONG acabou de realizar uma parceria com uma das principais empresas especializadas em treinamento, a Voitto, e, em abril, também foi firmada uma cooperação entre o ESF-Viçosa com a CH2M Hill, multinacional que realiza projetos na área de engenharia e está executando melhorias na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Com toda a sua eficiência na realização de projetos de desenvolvimento sustentável, a ONG de Viçosa passou a ser reconhecida pelo EWB-International (Engenheiros Sem Fronteiras Internacional) e foi selecionada no edital internacional promovido pelo Instituto Alcoa. Com essa aprovação, a empresa, que é líder global na produção de alumínio, destinará R$ 40 mil para financiamento de projetos do ESF. Mesmo com conquistas con- sideráveis, os voluntários querem ainda mais realizações. Como afirma o presidente do ESF, a meta é estar em todos os estados do Brasil até 2015. Atualmente, há núcleos em cinco estados: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará. Há previsão de mais um núcleo no Paraná. Vontade de avançar é o que não falta, só é preciso obter mais parcerias. “O desafio de qualquer ONG é o modelo de gestão, já que atuamos como instituição sem fins lucrativos. Precisamos de auxílio financeiro, de mais patrocínios das empresas”, declara Micael. Os interessados em conhecer os projetos e apoiar as ações do ESF devem acessar o site www.esf-brasil.org Estudantes e profissionais das comunidades acadêmica e viçosenses interessados em auxiliar e propor projetos podem participar das reuniões do ESF. Elas acontecem todas as terças-feiras, às 12h30, no Pavilhão de Aulas I do campus Viçosa da UFV. Sabrina Areias Um dos projetos de desenvolvimento sustentável é o do Sabão Ecológico. Ele incentiva a produção de um sabão biodegradável com óleos e gorduras usados em restaurante e bares. Além de evitar que os resíduos fiquem expostos, o projeto forma microempreendedores UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Maio/Junho - 2014 11 COMUNIDADE Restaurantes universitários em fase final de montagem estrutura, que destaca ainda a redução significativa do desperdício e de resíduos. “É uma construção sustentável por excelência”, avalia. Ele lembra que a UFV tem procurado sempre acompanhar o desenvolvimento da engenharia em suas obras. Embora o concreto prémoldado não seja uma novidade no mercado, a pró-reitoria de Administração considera que o sistema atende à velocidade e qualidade necessárias ao processo de expansão das universidades. Melhorias e ampliação do sistema viário A obra do RU II utiliza tecnologia construtiva de concreto pré-moldado A montagem da estrutura do novo restaurante universitário (RU II) do campus Viçosa está em fase final. Diferentemente de todas as outras já realizadas na UFV, a obra do RU II utiliza a tecnologia construtiva do concreto pré-moldado. Em termos práticos, o uso desta tecnologia contribui com a garantia de qualidade e de prazos, aliada à redução de custos. A explicação está na estrutura industrializada, uma vez que, vigas, pilares e lajes já vêm prontos da fábrica para serem apenas montados no local da obra. A pró-reitora de Administração, Leiza Maria Granzinolli, conta que essa tecnologia também está sendo empregada na construção dos restaurantes dos campi de Florestal e Rio Paranaíba. Nesse último, um espaço com cerca de três mil metros quadrados, a etapa de fundações e superestrutura já está pronta e durou cerca de 90 dias. Ela explica que os três restaurantes fazem parte de um conjunto de obras em concreto pré-moldado que representa mais de 25 mil metros quadrados, incluindo também edifícios de laboratórios, com gabinetes e salas de aula. Nos três campi foram adotados projetos semelhantes, adequados, contudo, às demandas específicas de cada unidade acadêmica ou administrativa e à topografia do terreno. “Com a adoção do concreto pré-moldado tem-se conseguido maiores vãos livres e melhor aproveitamento do espaço interno dos edifícios”, afirma o professor e engenheiro civil José Luiz Rangel Paes, assessor especial da Pró-reitoria de Administração (PAD) em Gestão da Qualidade e Inovação em Infra- Em Rio Paranaíba, o concreto pré-moldado também tem sido usado na construção de prédios com laboratórios e sala de aulas A primeira fase das obras envolve construção e recuperação de cerca de 10 quilômetros de vias com pavimentação asfáltica Conforme prevê os planos de Gestão e de Desenvolvimento Institucional da UFV, várias obras estão acontecendo no campus Viçosa para ampliação e melhoria da infraestrutura de seu sistema viário. As ações foram divididas em três etapas. A primeira, ainda em curso, envolve a construção e recuperação de cerca de 10 quilômetros de vias com pavimentação asfáltica, bem como de calçadas. A segunda e terceira etapas – em fase de licitação - incluirão, respectivamente, a sinalização viária do campus e a instalação da rede de iluminação da recém-construída Avenida da Saúde, que liga o Departamento de Medicina e Enfermagem ao de Zootecnia. Essa avenida, prevista no Plano de Desenvolvimento Físico e Ambiental da UFV (PDFA), permitirá a comunicação com áreas de ex- pansão da Universidade e o rápido acesso de estudantes ao RU-II e a um futuro polo de convivência da UFV. A nova via também é uma alternativa para a comunidade que trabalha ou utiliza a Divisão de Saúde e seu entorno. A Avenida da Saúde e a via de acesso ao edifício das Licenciaturas (próxima à agência dos Correios) representaram a construção de cerca de um quilômetro de vias com pavimentação asfáltica. Em ambos os casos também foram realizados serviços de drenagem e de construção de calçadas. De acordo com a reitora Nilda Soares, todas as ações de melhoria e ampliação da infraestrutura têm como principais objetivos facilitar a mobilidade das comunidades acadêmica e viçosense, inclusive de pessoas com deficiência, e garantir melhores condições de segurança. 12 Maio/Junho - 2014 Aconteceu... entre 28 e 30 de maio, no campus Viçosa. O evento teve como tema Conservação e Manejo de Áreas Protegidas e recebeu cerca de 600 participantes de 14 estados do Brasil e do exterior. Dos debates realizados surgiram propostas que contribuirão com as políticas públicas brasileiras de conservação ambiental. A TV Viçosa completou 22 anos e, para marcar mais um ano no ar, a emissora realizou no dia 7 de junho, no gramado das Quatro Pilastras do campus Viçosa, uma programação especial para toda a comunidade. O evento também comemorou os 18 anos da Rádio Universitária. Com muita dança e música, as atrações culturais foram transmitidas ao vivo. A coordenadora de Comunicação da UFV, Kátia Fraga, atribuiu o sucesso da festividade ao empenho e organização dos profissionais e estagiários que participaram das atividades, sob a coordenação geral do chefe da Divisão de Rádio e Televisão, Jansen Cardoso. Ela lembrou ainda que as atrações sinalizam a programação da TV Viçosa e da Rádio Universitária que abre espaço para os talentos locais, a cultura e os acontecimentos regionais. A emissora está modernizando sua forma de veiculação com uma nova programação desde maio, que está disponível na internet pelo site www.rtv.ufv.br, e pode ser assistida no canal 13 (canal aberto) ou no canal 3, pela TV a cabo. Confira as principais informações e horários da nova programação: Na área - Comandado pelo chefe da Divisão de Esportes e Lazer, professor Próspero Paoli, tendo um time reforçado pelo jor- nalista Marcel Angelo e pelos estudantes do Curso de Comunicação Social da UFV, o programa traz as notícias de esporte e lazer da cidade e da região. Horários: Segundas-feiras, 19h30, com reapresentação às terças-feiras, às 9h30. Viçosa Notícia - Um momento destinado para notícias. Vai ao ar em vários horários ao longo do dia, de segunda a sexta-feira, com flashes, informações jornalísticas e entrevistas produzidas pela equipe de reportagem da TV Viçosa. Destaque UFV – Apresentado pela jornalista Carolina Pires, é exibido em forma de pílulas na TV, com entrevistas curtas sobre os principais acontecimentos da Universidade. Horários: Segundas, quartas e sextas-feiras, às 12h30; terçasfeiras, às 20h, com reapresentação às 13h50 do sábado. Revista Viçosa - Programa jornalístico exibido todas as sextasfeiras, às 19h30, com as principais informações que aconteceram em Viçosa e região ao longo da semana. O programa é reapresentado às 15h do sábado. Sala Especial – O programa tradicional da TV Viçosa conta com novo estúdio e passou a ser F E D E R A L D E V I Ç O S A Depois de 14 anos sem atividades, o Salão Universitário de Expressão e Criatividade (Suec) voltou a movimentar a cultura da UFV. De 2 a 5 de junho, a comunidade pôde conferir os 68 trabalhos inscritos nas categorias Arte Visual, Audiovisual, Dança, Literatura, Música e Teatro. A premiação, em dinheiro, aconteceu na noite do dia 6 de junho. Dentre os contemplados, o estudante do primeiro período do curso de Arquitetura e Urbanismo André Teixeira da Costa se destacou duas vezes. Suas produções Caixa Sinestésica e Percebendo o Espaço Urbano: um estudo da rua Gomes Barbosa conquistaram a primeira colocação na categoria Arte Visual e a terceira na Audiovisual, respectivamente. O evento foi promovido pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura. apresentado pela jornalista Léa Medeiros. A atração debate os temas marcantes da semana. Horários: Quartas-feiras, às 19h30, com reapresentação às quintas-feiras, às 9h30, e aos sábados, às 14h30. Estúdio Acústico – O espaço para músicos de Viçosa e cidades vizinhas e outras atrações culturais e artísticas está garantido no programa comandado por Thomas Medeiros. Horários: Quintas-feiras, às 19h30, com reapresentação às sextas-feiras, às 9h30. Transmissão das Sessões da Câmara Municipal de Viçosa, toda terça-feira, às 19h, com repetição aos sábados, a partir das 15h30. Nossa Terra, Nossas Canções - Com Divino Amaral, a atração traz música de raiz e balada sertaneja para a TV. Horários: Quartas-feiras, às 9h30 e às 20h, e às quintas-feiras, às 19h. Zip-Zap - Apresentado por Fernando Campos, o programa exibe assuntos variados da cidade. Horários: Segundas-feiras, às 19h, quartas-feiras, às 10h30 e às 19h, e aos sábados, às 14h. 36570-000 - VIÇOSA - MINAS GERAIS - BRASIL Políticas referentes a áreas protegidas e estratégias de conservação ambiental dos biomas brasileiros foram alguns dos assuntos discutidos durante o III Simpósio Nacional de Áreas Protegidas (III Snap), que aconteceu Aniversário da TV Viçosa U N I V E R S I D A D E Três empresas residentes do Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ), da UFV, foram aprovadas no edital do Programa de Apoio à Inovação Tecnológica em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Tecnova Minas Gerais) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O edital contemplou as empresas Patsos Indústria e Comércio de Produtos Biotecnológicos, a Energética Eficiência e Sustentabilidade em Energia e a Ecosoluções Ambiental. Além delas, a graduada do tecnoPARQ H3M Soluções Ambientais e GIS também aprovou seu projeto Eliminação de carcaças de frango por processo de compostagem em biodigestores aeróbios fechados descontínuos. Juntas elas irão receber cerca de R$ 1,4 milhão. A empresa Patsos Indústria e Comércio de Produtos Biotecnológicos foi aprovada com o projetoTestes de campo das vacinas de peptídeos recombinantes para o controle do carrapato Rhipicephalusmicroplus e da babesioses bovina causada por Babesiabovis. A Energética Eficiência e Sustentabilidade em Energia, por sua vez, teve a aprovação do projeto para desenvolvimento de reator de alto rendimento na secagem de bagaço de cana por efeito joule. Já o projeto Desenvolvimento de processo industrial para produção de fertilizante agrícola a partir da biometanização da FORSU seguido de pirólise permitiu que a Ecosoluções Ambiental fosse selecionada. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA