ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL – ZCAS • Definida como uma persistente banda de nebulosidade e precipitação com orientação noroeste-sudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul (Kodama 1992, 1993; Satyamurti et al, 1998; Liebmann et al, 2001; Carvalho et al, 2002a, 2004). • Principal sistema de grande escala responsável pelo regime de chuvas sobre as Regiões Sul e Sudeste do Brasil durante os meses de primavera e verão. Temperatura de brilho média obtida pelo satélite GOES-12: de 01/01 a 08/01 e de 27/01 a 02/02 de 2006. Fonte: Seabra et al, 2006. ZCAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS • Forte indício de confluência entre o ar da Alta Subtropical do Atlântico Sul e o ar oriundo de latitudes mais altas. • Convergência de umidade na baixa troposfera. • Presença de um cavado a leste da Cordilheira dos Andes, orientado na direção noroeste-sudeste em 850 hPa. • Transporte de umidade em baixos níveis, manutenção da convecção pela convergência de umidade na baixa e na média troposfera e alto contraste de umidade (Kodama, 1992). A A Média do vento (m/s) e da divergência de umidade específica (g/kg/dia; tons de cinza) em 850mb e da PNMM (mb) da reanálise do NCEP/NCAR para o período de 16 a 30/01/2003 e de 01 a 30/01/2003. Fonte: Chaves e Satyamurty, 2006. ZCAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS • Presença de um cavado a leste da Cordilheira dos Andes, associado a movimentos ascendentes orientado na direção noroeste-sudeste em 500 hPa, incentivando a divergência em níveis superiores. • Permanência de uma banda de nebulosidade por no mínimo 4 dias estendendo-se do sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul (para não confundir com a entrada de um sistema frontal). Campo médio de linha de corrente e omega no nível de 500mb: média de 01/01 a 08/01 de 2006. Fonte: Seabra et al, 2006. ZCAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS • Presença da Alta da Bolívia em altos níveis e um cavado sobre a Região Nordeste do Brasil ou em determinadas situações um vórtice ciclônico e uma faixa de vorticidade anticiclônica em altos níveis (Ferreira et al, 2004). • Divergência em níveis superiores. Campo médio de linha de corrente e divergência do vento no nível de 200mb: média de 01/01 a 08/01 de 2006. Fonte: Seabra et al, 2006. ZCAS – INFLUÊNCIAS LOCAIS: CONVECÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA • Associado à intensa fonte de calor e umidade da Amazônia. • Há um consenso quanto ao papel da convecção na região Amazônica. • Em um estudo observacional das Zonas de Convergência Sub-Tropicais, Kodama (1993) mostrou que essa zonas aparecem somente quando duas condições de grande escala são satisfeitas: • o escoamento de ar quente e úmido, em baixos níveis, em direção às altas latitudes; • um jato sub-tropical (JST) em altos níveis fluindo em latitudes subtropicais. -> o estabelecimento desse padrão de circulação está claramente associado à atividade convectiva na Amazônia e Brasil central, que intensifica o JST em altos níveis (Hurrel e Vincent, 1991). Em baixos níveis a convecção também contribui com a intensificação da Baixa do Chaco, que fortalece a convergência de ar úmido sobre a região. ZCAS – INFLUÊNCIAS LOCAIS: CORDILHEIRA DOS ANDES • Figueroa et al (1994) mostraram, por experimentos numéricos, que o posicionamento adequado da ZCAS depende da inclusão da topografia nas simulações. • Entretanto, simulações sem a inclusão da topografia conseguem reproduzir um padrão de divergência (convergência) alongada em altos (baixos) níveis, com orientação semelhante à da ZCAS (Figueroa et al, 1994; Gandu e Geisler, 1991; Kalnay et al, 1986). • Assim, embora os Andes não tenham um papel preponderante na gênese da ZCAS, aparentemente intensificam o escoamento em baixos níveis, auxiliando assim a alimentação da convergência com o ar úmido da região Amazônica. ZCAS – IDENTIFICANDO O EVENTO • Variáveis físicas utilizadas para estudar a ZCAS: • cobertura de nuvens; • temperatura de brilho; • radiação de onda longa (ROL); • precipitação; • ventos zonal e meridional, umidade relativa, omega entre outras. • Período de atuação da ZCAS: • DJF; • outubro à março. Porcentagem de eventos ZCAS compilados no período de 1995 e 2005 (48 eventos). Fonte: Ferraz e Ambrizzi, 2006. ZCAS – FORMATO • 18 episódios de ZCAS (9 no período de 2005/2006 e 9 de 2006/2007) registrados nos boletins climáticos mensais CLIMANÁLISE do CPTEC (Andrade e Marton, 2008). • As configurações espaciais da ZCAS variam durante o verão. Distribuição temporal dos tipos de ZCAS nos verões de 2005/2006 e 2006/2007. As letras O, C e M representam eventos oceânicos, continentais e mistos, respectivamente. Fonte: Andrade e Marton, 2008. Composição de anomalias de ROLE, agrupando os dois verões, para eventos ZCAS oceânicos, continentais e mistos. Fonte: Andrade e Marton, 2008. ZCAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS • Observações indicam evidente padrão de dipolo entre as anomalias de precipitação nas Regiões Sul e Sudeste devido à influência da ZCAS: períodos chuvosos na Região Sudeste (Sul) e de veranico na Região Sul (Sudeste) estão associados à permanência prolongada da ZCAS sobre a Região Sudeste (Sul). • O movimento subsidente de compensação associado à presença de uma fonte de calor depende do perfil vertical dessa fonte: fontes de calor com pico de aquecimento em níveis médios e altos (níveis mais baixos) estão relacionadas a uma subsidência preponderante no lado SW – polar (NE – equatorial) da fonte. Composição de anomalias de ROLE, agrupando os dois verões, para eventos ZCAS oceânicos, continentais e mistos. Fonte: Andrade e Marton, 2008. ZCAS – ÍNDICES • Para cada ponto de grade calculou-se a climatologia mensal considerando uma média de 30 anos -> considerou-se como um extremo de precipitação relacionado a ZCAS aquele que num conjunto de 7 dias consecutivos apresenta pelo menos um dos dias com precipitação ≥ 20% da climatologia (com soma dos 7 dias sendo > 40% da climatologia) e soma dos dois dias anteriores e dois dias posteriores a este máximo com um mínimo de 15% da climatologia e a soma dos 3 posteriores e anteriores a 10% da climatologia mensal, além disso, nenhum valor poderia ser nulo (Ferraz e Ambrizzi, 2006). Distribuição espacial dos eventos com maior coincidência de datas entre a ZCAS e um extremo selecionado pelo critério apresentado. Cinza claro representa toda a região de estudo e o cinza escuro mostra a região de coincidência. Fonte: Ferraz e Ambrizzi, 2006. Porcentagem de pontos de grade em que os eventos ZCAS ocorreram no período de 1995 e 2005 (48 eventos). Fonte: Ferraz e Ambrizzi, 2006. ZCAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS • A precipitação associada a ZCAS apresenta comportamento não uniforme ao longo de seu posicionamento, causando precipitação com diferentes características. Ou seja, um mesmo evento ZCAS pode influenciar de diferentes formas as áreas de atuação, dependendo do posicionamento da banda de nebulosidade associada a ZCAS. ZCAS – ÍNDICES • Identificação de regiões contínuas de OLR ≤ 200Wm-2 -> Análise de fatores através de séries temporais representadas pela matriz Mmxp, onde p é igual a 8 (Area, Ecc, OLRmin, %OLR, VarOLR, %Amazon, %Coastal, %Ocean) e o número de eventos m foi de 1750 no período de DJF de 1979-2000. Dois fatores com auto-valores > 1.0 foram analisados -> Factor 1 e 2 são usados como índices para caracterizar a ocorrência de ZCAS: intensa (factor1 ≤ 25th percentile), fraca (factor 1 ≥ 75th percentile), oceânica (factor 2 ≤ 25th percentile) e continental (factor 2 ≥ 75th percentile) (Carvalho et al, 2004). Exemplo de OLR≤200Wm-2 obtido com o algoritmo MASCOTTE (Carvalho et al, 2004). ZCAS – ÍNDICES • Factor 1: intensidade -> scores negativos (positivos) -> atividade convectiva intensa (fraca) e grande (pequena) extensão. • Factor 2: formato da convecção profunda na ZCAS -> scores negativos (positivos) -> aspecto oceânico (continental) da OLR200. • A correlação negativa entre Area e %Coastal indica que OLR200 extensas tem uma grande fração de sua área fora do domínio Coastal. • OLRmin e %OLRmin tem sinais opostos à Area indicando que quanto maior OLR200 menor OLRmin. Isto implica que uma região com baixos OLRmin não cobrem uma grande fração da OLR200, aumentando VarOLR. ZCAS – FORMATO: ZCAS OCEÂNICA • Lags -2 e -1: precedida por uma propagação de distúrbios de latitudes médias. • Supressão da atividade convectiva ao norte da atividade convectiva máxima. • Padrão de gangorra (Nogués-Paegle e Mo, 1997). Lag-composites de anomalias de OLR para a ZCAS oceânica. Cinza escuro (claro) indica anomalias negativas (positivas) de OLR. Chuva média diária. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – FORMATO: ZCAS CONTINENTAL • Lags -2 e -1: supressão da convecção observada ao norte da propagação dos distúrbios transientes deslocada mais ao sul comparada com a categoria oceânica. • Lag 0: supressão aumenta sobre o Oceano Atlântico a medida que a convecção aumento sobre o continente. • Lags 1 e 2: as anomalias negativas sobre o continente tornam-se mais alongada a medida que a convecção decai. Configuração oposta à categoria oceânica. Lag-composites de anomalias de OLR para a ZCAS continental. Cinza escuro (claro) indica anomalias negativas (positivas) de OLR. Chuva média diária. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – INTENSIDADE: ZCAS INTENSA • Lags -2 e -1: precedida por uma propagação de distúrbios sinóticos (frentes frias) provenientes de latitudes médias. • Lag 0: a convecção é intensificada a partir da Amazônia em direção ao Oceano Atlântico. • Lags 1 e 2: enfraquecimento da atividade convectiva; orientação noroestesudeste; característica estacionária da ZCAS. Lag-composites de anomalias de OLR para a ZCAS intensa. Cinza escuro (claro) indica anomalias negativas (positivas) de OLR. Chuva média diária. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – INTENSIDADE: ZCAS FRACA • Lags -2 e -1: a supressão da atividade convectiva sobre a América do Sul tropical não parece ser resultante da propagação de distúrbios transientes. • Lags 0, 1 e 2: extensão das anomalias positivas de OLR com máximos localizados sobre o leste do Brasil e anomalias negativas sobre o sul do Brasil e Uruguai. Lag-composites de anomalias de OLR para a ZCAS fraca. Cinza escuro (claro) indica anomalias negativas (positivas) de OLR. Chuva média diária. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – INFLUÊNCIAS: DIVERSAS ESCALAS TEMPORAIS E ESPACIAIS • Escala convectiva: fornece o aquecimento da atmosfera via liberação de calor latente. Esse sistema possui um ciclo diurno de convecção que está associado ao ciclo solar. Em geral, o que se observa é que durante as primeiras horas do dia a convecção é menos desenvolvida e à medida que o aquecimento diurno ocorre, as nuvens convectivas se desenvolvem. Geralmente, o máximo de convecção é observado no final da tarde/começo da noite. • Escala sinótica: as frentes frias provenientes de latitudes mais altas podem interferir no período de atividade desse sistema. • Escala intrasazonal: a oscilação de Madden-Julian (OMJ), cujo período é de 3060 dias, também pode interferir na persistência da ZCAS. • Escala interanual: a freqüência das ZCAS parece ser modulada pela fase do ENSO (fase quente, fria e neutra). • Interação entre a escala convectiva e a dinâmica que permite o abaixamento da pressão contribuindo para a manutenção e intensificação da convergência de massa e vapor d’água que sustenta a própria convecção. ZCAS – PERSISTÊNCIA • Eventos intensos e fracos -> distribuição de freqüência similar. • O número total de eventos oceânicos e continentais é praticamente o mesmo. • Aproximadamente 70% dos episódios intensos e fracos (79% para oceânico e continental) ocorreram com persistência ≤ 4 dias. Distribuição de frequência das diferentes categorias de ZCAS em função da persistência (dias): intensa e fraca, oceânica e continental. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – PERSISTÊNCIA • Para persistência ≥ 4 dias a freqüência dos eventos intensos e das ZCAS oceânicas diminuem de dezembro a fevereiro. • A ZCAS continental com persistência ≥ 4 dias é mais freqüente em Janeiro. • Eventos fracos são bem distribuídos durante DJF para todas as persistências. Variabilidade subsazonal das diferentes categorias de ZCAS separadas de acordo com a persistência (dias): intensa e fraca, oceânica e continental. Fonte: Carvalho et al, 2004 ZCAS – EXEMPLO • Evento de forte ZCAS ocorrido entre os dias 16 e 30 de janeiro de 2003. • A Climanálise considera o ocorrência de dois episódios de ZCAS, entre os dias 13/01 e 19/01 e de 25/01 a 01/02. • O mês de janeiro de 2003 foi caracterizado pelo enfraquecimento do evento ENSO, com anomalias de TSM abaixo de zero na costa oeste da América do Sul. • No Oceano Atlântico Sul a TSM apresentou valores acima de 27°C, com desvios acima de 2°C em relação à média climatológica. Anomalia de TSM em janeiro de 2003 (°C). Fonte: Chaves e Satyamurty, 2006. ZCAS – EXEMPLO • Este episódio de ZCAS apresentou grande variabilidade espacial: na fase inicial esteve sobre o sul do Nordeste; na fase final se deslocou para a Região Sudeste. • No campo da média mensal de ROL a atividade convectiva associada à porção atlântica da ZCIT não se manifesta, indicando enfraquecimento deste sistema sobre o Atlântico Tropical durante este período. A desintensificação da ZCIT neste período pode estar associada com a intensificação da ZCAS, através da subsidência na região equatorial do Atlântico. Média de ROL (Wm-2) para 01 a 31/01/2003, 16 a 20/01/2003 e 26 a 30/01/2003. Fonte: Chaves e Satyamurty, 2006. ZCAS – EXEMPLO • Observa-se na baixa troposfera escoamento da Amazônia em direção ao Oceano Atlântico Sul, passando sobre o sul do NEB e norte da região Sudeste do Brasil. Este padrão de escoamento é observado durante todo o mês também, porém na segunda metade este se torna mais intenso. • A alta subtropical do Atlântico Sul durante este mês encontra-se situada no lado leste da bacia em 0°W 37°S e apresenta-se mais intensificada na segunda metade do mês. • É interessante observar um cavado no litoral leste da região Sudeste do Brasil e forte convergência de umidade ao longo da região da ZCAS. A A Média do vento (m/s) e da divergência de umidade específica (g/kg/dia; tons de cinza) em 850mb e da PNMM (mb) da reanálise do NCEP/NCAR para o período de 16 a 30/01/2003 e de 01 a 30/01/2003. Fonte: Chaves e Satyamurty, 2006. ZCAS – EXEMPLO • No campo da diferença entre a média das anomalias de TSM para o período de 16 a 30/01/2003 e o período de 01 a 15/02/2003, nota-se valores negativos de anomalias de TSM na região de ZCAS -> as anomalias de TSM são de menor intensidade durante o período do evento em relação à primeira quinzena de fevereiro de 2003 -> durante o episódio de ZCAS as águas superficiais na região deste sistema são mais frias que depois deste episódio, indicando que um evento de forte ZCAS pode ter efeito de enfraquecimento das anomalias de TSM no Atlântico oeste e sudoeste. Diferença entre a média das anomalias de TSM (°C) do período de 16 a 30/01/2003 e 01 a 15/02/2003. Fonte: Chaves e Satyamurty, 2006. ZCAS – INFLUÊNCIAS LOCAIS: TSM • Existe um alinhamento da ZCAS com uma região de forte gradiente de TSM, o que torna possível a influência das configurações de TSM na ZCAS. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL: FREQUÊNCIA • As diversas categorias de ZCAS ocorrem todo ano, mas não com a mesma freqüência. Variabilidade anual das diferentes categorias de ZCAS (intensa e fraca, oceânica e continental) com persistência ≥2 dias. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL: FREQUÊNCIA • Em anos de EN não foi registrado nenhum verão com mais de 3 eventos ZCAS. • Anos normais e de LN apresentam verões com mais de 3 ocorrências de ZCAS. • Tendência de ocorrência de 3 eventos ZCAS em anos normais e de EN. Histograma de frequência de episódios de ZCAS em DJF de 1980 a 2000, em anos de El Niño, La Niña e normal. Fonte: Ferreira et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL: ANOS DE EL NIÑO • Não se observa uma ocorrência simultânea entre a ZCIT e a ZCAS. • A atividade convectiva sobre o continente sofre um ligeiro deslocamento para oeste e é menos intensa, exceto pelos núcleos mais ativos. Jones e Horel (1990) propuseram que o EN possivelmente contribua para que a AB e a atividade convectiva se desloquem para oeste em relação às suas posições médias. Campo da média trimestral da composição total de ROLE (Wm-2) para os meses de DJF no período de 1980 a 2000. Fonte: Ferreira et al, 2004. Campo de composição mensal de ROLE (Wm-2) em anos de El Niño para o período de 1980 a 2000: (a) dezembro, (b) janeiro, (c) fevereiro, e (d) média trimestral. Fonte: Ferreira et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL: ANOS DE EL NIÑO • Quadro (1994) sugere que em anos de EN há uma desintensificação da convecção ao longo da banda de nebulosidade. • Sobre o oceano na região da ZCAS, observou-se um setor cuja atividade convectiva é mais intensa, possivelmente associada a passagem de transientes que são modulados pela circulação do EN. Campo da média trimestral da composição total de ROLE (Wm-2) para os meses de DJF no período de 1980 a 2000. Fonte: Ferreira et al, 2004. Campo de composição mensal de ROLE (Wm-2) em anos de El Niño para o período de 1980 a 2000: (a) dezembro, (b) janeiro, (c) fevereiro, e (d) média trimestral. Fonte: Ferreira et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL: ANOS DE LA NIÑA • Nota-se a ocorrência simultânea de ZCIT e da ZCAS de forma mais evidente. • Intensificação da convecção com núcleos inferiores a 190 Wm-2. • Não são verificado núcleos mais intensos na banda de convecção sobre o oceano, como no caso da composição em anos de EN. Campo da média trimestral da composição total de ROLE (Wm-2) para os meses de DJF no período de 1980 a 2000. Fonte: Ferreira et al, 2004. Campo de composição mensal de ROLE (Wm-2) em anos de La Niña para o período de 1980 a 2000: (a) dezembro, (b) janeiro, (c) fevereiro, e (d) média trimestral. Fonte: Ferreira et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTERANUAL • A freqüência das ZCAS oceânica e continental parece ser modulada pela fase do ENSO, sendo mais evidente para longas persistências: fase quente (fria e neutra) parece favorecer a ocorrência de ZCAS oceânica (continental). • Para eventos oceânicos (continentais) com persistência ≥ 4 dias: ~50% ocorrem durante a fase quente (fases fria e neutra) enquanto ~25% (~8%) ocorrem durante as fases fria e neutra (fase quente). Frequência relativa das ZCAS oceânica e continental que foram observadas em seis anos de fase quente, fria e neutra do ENSO. Fonte: Carvalho et al, 2004 ZCAS – INFLUÊNCIAS DAS OSCILAÇÕES INTRASAZONAIS • O regime de precipitação na América do Sul exibe consideráveis mudanças do ponto de vista temporal e espacial (Carvalho et al, 2002a, 2004). Enquanto a convecção na Amazônia apresenta variabilidades diurnas e sazonais, as variações intrasazonais são mais evidentes sobre a América do Sul tropical e subtropical (Carvalho et al, 2004), em especial para a Região Sudeste do Brasil e oceano adjacente, modulando a atividade convectiva nestas regiões. ZCAS – VARIABILIDADE INTRASAZONAL • Propagação típica para leste da MJO: a convecção que origina no leste da África intensifica sobre o Oceano Índico e propaga em direção ao Pacífico oeste (Hendon e Salby, 1994; Maloney e Hartmann, 1998; Jones, 2000). • Essa oscilação é um fenômeno caracterizado por anomalias de radiação de onda longa e precipitação, que se propagam com período entre 30-60 dias. Estas anomalias geram padrões de circulação nos trópicos que podem afetar a ZCAS, dependendo da fase desta oscilação. Composites da anomalia de OLR de 10-90 dias baseada na PC1 e PC2. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTRASAZONAL • Quando a atividade convectiva relacionada a OMJ é mais ativa no Pacífico Central / PC2- (Indonésia / PC2+), ela induz o aumento (supressão) da atividade convectiva relacionada a ZCAS. • A fase PC2- da OMJ modula a persistência da ZCAS intensa e ocorrência de precipitação extrema no Brasil. Composites da anomalia de OLR de 10-90 dias baseada na PC1 e PC2. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – VARIABILIDADE INTRASAZONAL Composites da anomalia de OLR de 10-90 dias baseada na PC1 e PC2. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – INFLUÊNCIAS REMOTAS: ZCPS • Estudos observacionais e numéricos indicam que esse sistema sofre influências tanto de fatores remotos quanto locais. • Quanto aos fatores remotos, Casarim e Kousky (1986) mostraram que a convecção na região centro-oeste do Pacífico, especificamente na ZCPS, implicava numa posterior intensificação da ZCAS, sugerindo um mecanismo de propagação do tipo oscilação de 30-60 dias. Campo médio de OLR para o mês de janeiro (período base de 1974 a novembro de 1983). Fonte: janowiak et al, 1985. ZCAS – VARIABILIDADE INTRASAZONAL • ZCAS intensa: conforme a persistência aumenta, a frequência dos eventos associados com PC2- aumenta; 50% dos eventos com persistência ≥4 dias ocorreram na fase PC2- da MJO. • ZCAS fraca: PC2+ e OTHERS tem praticamente o mesmo papel. • ZCAS continental: mesma distribuição na PC1+, PC1-, PC2+, PC2- e OTHERS. • ZCAS oceânica: OTHERS é o mais frequente. Distribuição de frequência em função da persistência e fase da MJO. Eventos que não aconteceram em nenhuma fase ativa da MJO estão incluídos na categoria OTHERS. Fonte: Carvalho et al, 2004. ZCAS – REFERÊNCIAS AMBRIZZI, T.; HOSKINS, B. J. Stationary Rossby-wave propagation in a baroclinic atmosphere. Quart. J. Roy. Meteor. Soc., 123, p. 919–928, 1997. ANDRADE, F. M.; MARTON, E. Caracterização espacial dos eventos de ZCAS nos verões de 2005/2006 e 2006/2007 In: XV Congresso Brasileiro de Meteorologia, São Paulo – SP. Anais do XV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2008. CARVALHO, L. M. V.; JONES, C.; LIEBMANN, B. Extreme Precipitation Events in Southeastern South America and Large-Scale Convective Patterns in the South Atlantic Convergence Zone. Journal of Climate, v. 15, p. 2377-2394, 2002a. CARVALHO, L. M. V.; JONES, C.; LIEBMANN, B. The South Atlantic Convergence Zone: persistence, intensity, form, extreme precipitation and relationships with intraseasonal activity. J. Climate, 17, p. 88-108, 2004. CASARIN, D. P.; KOUSKY, V. E. 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