ID: 49524114 7 02-09-2013 Tiragem: 14900 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 28,76 x 36,22 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 Chegou antes da primeira guerra do golfo DESDE O INÍCIO DOS ANOS 90 QUE O SARGENTO CLÁUDIO MAURÍCIO VEM EM MISSÕES À ILHA DOURADA Tripulante dos “Pumas” veio 100 vezes ao Porto Santo Foi a 9 de Janeiro de 1991 que Cláudio Maurício chegou ao Porto Santo pela primeira vez, seis dias antes do início da guerra do Golfo. Na altura em que o Pátria fazia as ligações interilhas e em que «só havia gasolina às quintas-feiras», brinca. Não havia nada e «tínhamos um Land Rover para nos transportar que abastecíamos em bidões levados pela NATO pelo aeroporto». Chegava a fazer oito comissões por ano até 1995. Cláudio Maurício é profissional da Força Aérea Portuguesa e já passou quatro anos e meio em serviço no Porto Santo. Em 100 missões que se prolongaram por mais de 23 anos, fez muitos amigos. Mas nenhum deles foi um golfinho. Fila das lambecas era fila para o credifone Cláudio Maurício chegou ao Porto Santo pela primeira vez há 22 anos. Já correu alguns riscos, para que outros vivam. aquisição dos aparelhos. Cláudio Maurício quer passar férias no Porto Santo. Como tripulante e militar da Força Aérea, terá forçosamente de sair da esquadra, mas essa lei da vida não o vai impedir de voltar para ver os amigos. Ao todo, passou por aqui quatro anos e meio, deu-se ao trabalho de somar e não esquece passagens pela Madeira em serviço como aquela em que pensou que Em 1999 salvou a vida a um gofinho no Rio Sado, tendo-o posto literalmente a voar. Amarrado a um cabo que Maurício controlou no helicóptero onde era operador. JM Cem vezes depois daquilo que chama «choque inicial» do primeiro destacamento, em Janeiro de 1991, Cláudio Maurício olha para os mais de 22 anos de viagens ao Porto Santo com um sorriso e um número incontável de amizades. A sua centésima missão no agora Aeródromo de Manobra nº3 foi assinalada há algumas semanas e durante o destacamento os colegas e amigos não quiseram deixar de marcar o momento, que foi presenciado pela esposa e pelo filho. O sargento, operador de sistemas, funciona como os olhos do piloto que, quando está no cockpit, não tem, por vezes, campo visual e é preciso guiar o recuperador-salvador. Quando não está no ar, Cláudio Maurício está na área da manutenção, que conhece desde 1990. Tem saudades do SA330 “Puma”, uma “grande escola de helicópteros“ em que passou muitos momentos e em que aprendeu muito. Mas não deixou de elogiar o EH101 e reconhece que os profissionais daquela esquadra estão tão bem preparados que hoje em dia desempenham as mais variadas funções em outros países, fruto da experiência adquirida aquando da Aquilo que hoje em dia se conhece como a fila das lambecas, os famosos sorvetes do Porto Santo era, quando Cláudio Maurício chegou à esquadra 751, a fila para o credifone. O homem que vende os sabores de fruta cremosos era quem tinha os milagrosos cartões de telefone para os turistas e quem trabalhava na ilha ligarem para casa a dar conta do andamento das férias ou do trabalho. não sairia com vida do vale da Ribeira da Janela, há muitos anos ou a mais recente, em Dezembro de 2012, numa evacuação médica a mais de 300 quilómetros da Madeira. Um dos motores do EH101 parou e estiveram para amarar se a situação não se resolvesse. A bordo, uma equipa da EMIR e um doente para trazer para o hospital do Funchal. 1 Cristina Costa e Silva JM JM Toda a gente o recebe bem na ilha onde só tem amigos Foi em 1995 que passou da área da manutenção para operador de sistemas a bordo dos SA330 “Pumas” e passou a fazer parte da tripulação de bordo e não da que ficava no chão a tratar de todas as coisas importantes para o voo. Já na altura, era no mesmo bar do centro do Porto Santo que praxavam quem fazia os primeiros destacamentos e não se livrava, o estreante, de pagar o almoço a toda a tripulação no dia da primeira missão a sério. Em todos estes anos no Porto Santo viu crescer a cidade, viu crescer pessoas e hoje, quando alguns dos seus colegas mais novos comentam que conhecem este ou aquela jovem, responde que conheceu os pais com aquela idade. Fez muitos amigos no Porto Santo durante 22 anos, fala com toda a gente e toda a gente o recebe bem. Passou vários Natais na ilha e o único sítio onde podia comer, nos primeiros anos de missões, era o restaurante do Aeroporto. Nos tempos do avião da LAR e nos tempos da passagem de tripulações no voo da sexta à noite da TAP, porque não eram rendidos nos aviões da Força Aérea Portuguesa, como hoje acontece com os C295. 1 Tira férias para não falhar aniversário do filho Hoje em dia, continua a não falhar um único aniversário do filho. Durante anos de destacamentos no Porto Santo ou na Terceira, nos Açores, sempre pediu férias em Setembro, justamente para não falhar a data. Na centésima comissão, o filho e a esposa não falharam a efeméride e estiveram alguns dias na ilha dourada, o que já aconteceu algumas vezes ao longo destes anos.