Projeto do IPTU 2015 Há alguns dias, vem sendo discutido na Câmara de Vereadores de Pelotas o projeto de lei que definirá os valores pagos de IPTU por cada imóvel a partir de 2015. O projeto é defendido pelos Vereadores da base do governo, tanto em termos de justiça tributária, necessidade de arrecadação, quanto comparativamente em relação a municípios como Caxias do Sul, Canoas e Novo Hamburgo que arrecadam mais IPTU por habitante do que Pelotas. No debate interno da Aliança complexidade do projeto, surgiram questionamentos. Pelotas, devida várias posições à e A comparação com municípios de renda per capita muito maior traz à tona o fato de que sendo aprovada a proposta, Pelotas cobraria mais IPTU por habitante do que Caxias, Canoas e Novo Hamburgo. Este aumento substancial na arrecadação imediata, às vésperas do agravamento da crise em 2015, pode trazer reflexos de médio e longo prazo para atração de investimentos, piorando a ambiência dos empreendedores, a arrecadação futura e a geração de empregos. Por outro lado, há o reconhecimento de que distorções e defasagens deveriam ser corrigidas, porém, numa análise superficial, a proposta de nova planta de valores mobiliários parece estar muito acima dos valores reais de venda dos imóveis, representando valores de oferta sobre os quais não se realizam negócios. A família ou o comércio não conseguiriam vender o imóvel pelo preço avaliado, mas pagam o IPTU como se conseguissem. Outras situações que podem causar indignação são daquelas pessoas com renda moderada, que investiram em terrenos bem localizados e baratos, pois não dispõe de boa infraestrutura pública; famílias que fizeram um grande esforço, com orçamento apertado, endividamento e ajuda dos pais, para construir a casa dos sonhos contando com um IPTU que coubesse no bolso. Nestes casos, um aumento abrupto do IPTU pelo tamanho da casa, mudando as regras no meio do jogo, vai estourar o orçamento e, equivale dizer, que somente ricos têm direito a uma casa como aquela, fruto de trabalho e esforço. Já está se tornando uma opinião corrente que o Estado Brasileiro, de forma geral, pelos péssimos serviços públicos e infraestrutura oferecidos aos cidadãos, não teria moral para aumentar ainda mais os impostos. Não aumentar ainda mais os impostos. Provavelmente, seria esta a decisão da Aliança Pelotas se estivesse em suas mãos. Não está. A decisão será da Câmara de Vereadores de Pelotas nos próximos dias. Não tomar conhecimento e aguardar os acontecimentos também é uma decisão que deve ser respeitada. Atuar junto às Associações de bairros, COMPLAD (Conselho Municipal do Plano Diretor) ou mesmo através das entidades representativas de cada segmento seria uma forma legítima de se envolver em projeto de tal complexidade. A Aliança Pelotas, respeitando a autonomia de suas entidades, fará o possível para articular junto aos vereadores, as emendas propostas que melhorem o projeto. Rodrigo F. de Sousa Costa Coordenador da Aliança Pelotas