Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 O PASSADO NO PRESENTE DO AMANUENSE BELMIRO Helane Santos Souza (Mestranda/UFS) INTRODUÇÃO O amanuense Belmiro, primeira obra publicada de Cyro dos Anjos,narra em primeira pessoa em uma espécie de diário a vida de um amanuense, o servidor público chamado Belmiro. Na prosa é relatada a vida de seus amigos e sua família, assim como os pensamentos e impressões da personagem principal a respeito destes, bem como as memórias do seu passado. Sendo assim, a obra traz uma oscilação entre o passado rural do narrador- personagem na cidadezinha Vila Caraíbas, representado em maior parte sempre pelas suas irmãs, e o presente urbano de Belo Horizonte, representado pelos seus colegas. O romance também aborda de forma bastante complexa as questões da alma, do interior do ser humano em uma análise bem estruturada e inovadora. Cyro dos Anjos embute no amanuense muitos elementos de sua vida, o que poderia supor uma análise autobiográfica. Porém, o escritor reconhece a liberdade do seu personagem, o tímido Belmiro Borba, ainda que exista um subsidio da vida do autor inserido nessa obra. O amanuense Belmiro mescla em seu bojo autobiografia, passado e presente predominante; sendo assim, a memória sempre permeia esse livro ligando-se ao presente que se dá em formato de diário. O diário predomina dentro da narrativa, mas a memória corrobora para estruturá-la, assim o romance concretiza-se. Dessa forma, o presente artigo intenta vocar as memórias existentes no livro de Cyro dos Anjos, através da apresentação do conceito desta, verificando a maneira como o autor insere o passado no presente, na vida do protagonista da estória e ratificando a relação entre memória e Literatura. SOBRE O AMANUNENSE BELMIRO A obra de Cyro dos Anjos, O amanuense Belmiro foi publicado em 1937, desse modo foi classificada dentro da fase de 1930, embora contenha uma abordagem mais intimista, no que difere dessa corrente. Essa fase da literatura brasileira tem como predomínio em suas peculiaridades o regionalismo, as questões sociais e ideológicas da Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 1 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 realidade do Brasil. Por conta disso o romance em questão parece destoar um pouco das temáticas de sua época, pois envereda pelo caminho de uma literatura voltada para uma temática psicológica, assim como possui uma linguagem mais técnica de acordo com a crítica. Por assim dizer, a narrativa apresenta algo novo, diferindo das outras obras desse período, uma vez que nela os problemas sociais, o regionalismo, por exemplo, foram substituídos por algo de cunho mais sentimental e intimista. Por sair do horizonte das outras obras do romance de trinta, é possível verificar em relação à obra uma espécie de excitação pela quebra da linearidade desta estética com os paradigmas da época. Contudo, a obra de Cyro no geral obteve uma boa recepção por parte da crítica, tanto pela o conteúdo da narrativa, quanto pela sua linguagem rebuscada: “a impressão de acabamento, de segurança, de equilíbrio, de realização quase perfeita, revelam o artista profundamente consciente das técnicas e dos meios de seu oficio” (CANDIDO, 1945, p.16). Esta citação deixa expressa a aceitação por parte da crítica ao escritor, que de modo geral foi bem recebido, apesar de diferir dos outros autores de sua época. Numa perspectiva voltada para alma do homem, Cyro dos Anjos nos apresenta em primeira pessoa a vida de um homem dividido e impotente, Belmiro. Em uma análise, na qual o eu lírico aparece expelindo seus sentimentos em formato de diário pode-se perceber a existência de um ser fragmentado entre a razão e a emoção, entre a vontade e a impotência, entre o interior e exterior, entre o mundo urbano e o rural. A personagem é sempre mostrada de forma fracionada, esse fato já pode ser demonstrado na própria estrutura do romance, visto que apesar de ter no diário sua formação predominante, as memórias sempre surgem na obra. “[...] o escritor mineiro narra, em primeira pessoa, menos a vida que as suas ressonâncias na alma de homens voltados para si mesmos, refratários à ação, flutuantes entre o desejo e a inércia, entre o projeto veleitário e a melancolia da impotência.O diário é a estrutura latente desse tipo de narração.” (BOSI, 1994, p.418) Quando na obra ocorre a menção ao passado da vida campestre do Borba, há um certo memorialismo da sua antiga vivência, porquanto ao passo que ocorre a nostalgia ao antigo, o cotidiano é demarcado e descrito fortemente no romance: “[...] a forma trata de desmentir as palavras, e os cadernos de Belmiro se constituem, desde o início, como um diário e em nenhum momento como livro de memórias” (BUENO, Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 2 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 2006, p.553). Diante disso, podemos afirmar que em caráter de registro do dia a dia é construída a obra de Cyro, somada a memorialismo, a discurso direto, elementos colaboradores para tornar a prosa bem organizada e estruturalmente diferente, uma vez que toda essa junção é contribuinte para a composição de um romance considerado complexo e bem feito. Para a crítica que se ocupou do livro, há pelo menos um grande elemento consensual: a identificação de um conflito central entre o passado e presente que, no caso de Belmiro Borba, remete a um outro conflito, entre o rural e o urbano. Esse conflito é dinâmico e, segundo o próprio Belmiro, incide sobre a narrativa à medida que vai afastando o passado e transformando o que era pra ser um livro de memórias em um diário. (Bueno, 2006, p.551) Em formato de diário, O amanuense Belmiro, apesar de apresentar fatos exteriores, volta-se para uma análise do interior do homem. Os relatos da vida dos seus companheiros, a descrição da forma de ser dos outros personagens da prosa e a narração do seu cotidiano familiar, são utilizados como pano de fundo, para uma análise mais intrínseca do pensamento de Belmiro. Embora haja alguns momentos cômicos, inseridos na obra, a predominância é a subjetividade do eu lírico narrador, que expõe seus sentimentos, seus pensamentos mais íntimos. Nessa aparição intimista, é possível percebermos um Borba contraditório, com uma identidade sempre calcada na dualidade, tal como: seu passado e seu presente. Sendo assim, analisaremos a seguir, o romance na expectativa de mostrar as memórias no presente do protagonista da narrativa de Cyro dos Anjos. MEMÓRIA E LITERATURA EM O AMANUENSE BELMIRO A Literatura embora não possua compromisso com a realidade está intimamente ligada com a mesma, pois “toda criação artística é produto de um tempo e de um lugar específico e corresponde a uma determinada atuação do homem em interação com seu universo” (GOBBI, 2004, p.37). Por assim dizer, a ficção tem sua gênese voltada para o mundo, visto que esta influência tem ligação direta com a arte literária. Com efeito, tanto as vivências passadas como o cotidiano possuem relevância para a construção de uma obra que faz parte da Literatura; dentro dessa perspectiva, as memórias são utilizadas na arte literária. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 3 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 Entende-se por memória a capacidade psíquica por meio da qual se consegue tanto reter quanto lembrar o passado, com isso pode-se afirmar que o passado pode ser manifestado assim como também pode ser silenciado. Esse termo também é concernente à lembrança de algo que já passou e por vezes esse passado é misturado com as imagens do presente. Desse modo, Ecléa Bosi disserta em Memória e sociedade: O passado conserva-se e, além de conservar-se, atua no presente, mas não de forma homogênea. De um lado, o corpo guarda esquemas de comportamento de que se vale muitas vezes automaticamente na sua ação sobre coisas: trata-se da memória, hábito, memórias dos mecanismos motores. De outro lado, ocorrem lembranças independentes de quaisquer hábitos: lembranças isoladas, singulares, que constituiriam autênticas ressurreições do passado.(BOSI,1994,p.48) Com isso, é possível afirmar que há duas formas de evocar o passado, mesclando-se ao seu cotidiano, no qual vem de fatos do cotidiano, despertando lembranças e o outro modo seria puramente as memórias unívocas de um passado, no qual somente ele é manifestado por algo ou fato acontecido. Em O amanuense Belmiro ocorrem essas duas formas do passado, pois o eu narrador tem a composição de sua personalidade dividida entre seu presente e passado e por vezes há uma mescla do mesmo. Vejamos nesta passagem do romance: Do Alpendre da casa, na velha cadeira austríaca, fiquei a olhar os transeuntes. A rua Erê não é atrativa neste particular, com sua reduzida fauna humana. Talvez seja isso que sempre me leva a passear o pensamento por outras ruas e por outros tempos. Eu fechava os olhos, e a Ladeira da Conceição surgia, diante de mim, com a nitidez de um acontecimento matinal. Vila Caraíbas e seus cortejos de doces fantasmas. Tão suave era a visão que a garganta se me apertava, e eu sentia os olhos se umedeceram comovidos. Que diria o Glicério, com sua suficiência? Rir-se-ia de mim: “Você é um homem errado, Belmiro!”(ANJOS, 2001, p.26) Neste fragmento a personagem principal está na rua onde mora, a rua Erê, e a partir da mesma, que faz parte do seu cotidiano, ou seja, do seu presente, ele evoca o seu passado. Belmiro traz à lembrança sua cidadezinha natal, Vila Caraíbas; sendo assim, houve uma junção em primeiro momento, do cotidiano com suas memórias. No segundo momento, essas lembranças são isoladas e por um instante elas se referem somente ao tempo vivido em Vila Caraíbas. No terceiro ato, ele volta ao momento Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 4 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 presente, quando lembra da opinião do seu amigo Glicério, que faz parte do seu cotidiano a respeito do seu sentimentalismo. As memórias também podem ter caráter individual e coletivo. As memórias individuais são aquelas que somente o indivíduo singular poderá fazer o reconhecimento dela, pois elas pertencem somente à pessoa. Esse tipo de lembrança é muito difícil de evocar; destarte, de acordo com Halbwachs ,a memória, por mais individual que possa ser, somente é construída em sociedade (HALBWACHS, 2003). As recordações individuais, para se efetivarem, necessitam do referente do outro, posto que elas existem por causa das diferentes influências da memória coletiva. Essas lembranças geralmente são as mais comuns, e como o próprio nome já sugere é um fenômeno coletivo e de cunho social criado de forma grupal. Assim como a individual, a construção dessa memória vai depender da influência do coletivo e deve ser mais intensa, pois a representamos para nós em companhia. Os filósofos mostraram que a sensação das circunstâncias de cada um de nós lembrarmos (e que não são as mesmas, embora relacionadas aos mesmos eventos), conseguimos pensar, nos recordar em comum, os fatos passados assumem importância maior e acreditamos revivêlos com maior intensidade, porque não estamos mais sós ao representá-los para nós.(HALBWACHS, 2003, p.30) Dessa forma, podemos constatar os conceitos dessas memórias em O amanuense Belmiro, a partir da relação que o mesmo possui com suas irmãs. Elas vieram de Vilas Caraíbas para morar com o amanuense e na visão dele representam a vida rural. Belmiro, através destas, evoca a memória de forma mais precisa, pois para ele a presença delas cria o clima da fazenda, ratificando a memória coletiva como mais intensa, pois possui mais alguém para representação. Assim, no trecho que será exposto posteriormente o protagonista da estória faz essa afirmação: [...] Quando o Borba morreu (a velha Maia partiu bem antes) e a fazenda foi a praça, recebi-as como herança. Emília não tinha, então, os cabelos grisalhos, e Francisquinha andava pelos trinta. Que custo trazê-las em viagem a cavalo e, depois, no comboio da Central!Vieram iludidas, pensando que iam para São Paulo, ficar na companhia de tio Firmino. Custaram a habituar-se a mim e ao meu modo de vida. Tanto tempo andei afastado delas, que lhes pareci um estranho. Ainda assim, tão distantes de mim, encheram minha vida, e Emília é, nesta casa, uma presença vigorosa e viril, que restabelece a atmosfera moral da fazenda. (ANJOS, 2001, p.26) Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 5 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 O passado é mais intenso na vida da personagem principal com a presença de quem também compartilhou do mesmo, no caso suas irmãs servindo como referência para evocaras lembranças de um tempo que para Belmiro foi repleto de encantamento. Torna-se nítido no romance de Cyro em voga o enraizamento do tempo que se foi; este é constantemente marcado pela recordação descrita de forma doce e poética em toda a narrativa, mesclando-se com seu cotidiano: “Esse passado mágico, toda velha Minas que vem cercar o pobre amanuense, - placenta de quem não se desliga e que o condiciona, - funde-se no presente citadino. Oposição falaciosa que alimenta as quimeras de Belmiro” (CANDIDO, 1946, p.3). O amanuense Belmiro é uma obra diarística, na qual as memórias da personagem principal são recorrentes e apresenta-se de maneira mais poética que os fatos do dia a dia. Sendo assim, há a possibilidade de indagação. Por que para Belmiro o passado tem tanta relevância em detrimento ao presente? Para esse questionamento pode-se arriscar dizer que para o protagonista da narrativa de Cyro é através das memórias que o mesmo tenta encontrar uma explicação para sua existência e assim adentra no seu interior: “Minha vida parou, e desde muito me volto para o passado, perseguindo imagens fugitivas de um tempo que se foi. Procurando-o procurarei a mim próprio” (ANJOS, 2001, p.32). O trecho descrito acima ressalta a importância do passado para Belmiro, visto que é através deste que ele procura entender a si mesmo, adentrando no seu interior, investigando as causas que faz a sua vida ser estática. Ademais, o protagonista da narrativa procura no passado a reintegração para sua fragmentação, porquanto sua personalidade desdobra-se em ambivalência, necessitando de investigação, pois ele próprio não conhece a si mesmo. [..] Não é possível ser-se tudo ao mesmo tempo. E se sentimos que a verdade e a contradição foram semeadas em todos os campos como poderemos definirmos.[...] o que injusto é quererem extorquir de nós uma definição, quando nós a procuramos, em vão, sem a encontrarmos. (ANJOS, 2001, p. 112) Pode-se destacar que o tempo que se foi para o amanuense tem bastante relevância e é sempre lembrado com lirismo poético. Não obstante, a obra de Cyro não tem formato de memórias e sim, de diário, no qual o presente é interrompido pelo passado, fundindo-se um ao outro.Para a personagem principal, suas memórias são Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 6 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 imprescindíveis para preencher seu momento presente; desse modo, ele não consegue desviar-se de evocar seu passado, pois os constituintes do mesmo funcionam como uma espécie de refúgio, alimentando sua alma para viver o seu presente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em O amanuense Belmiro, o autor constrói uma obra em formato de diário, contudo volta-se bastante para as memórias. Em um romance repleto de questões sentimentais, possuindo um caráter bem intimista, o eu lírico narrador desnuda-se ao expor a sua alma, ora narrando seu cotidiano, juntamente com sua família e seus amigos, ora voltando-se para as lembranças de um passado, visto pela personagem de forma poética. Fato é que tanto o presente quanto o passado são contemplados no livro de Cyro dos Anjos, fundindo-se por vezes um ao outro. Dessa maneira, as lembranças para Belmiro funcionam como um apoio para ele viver o presente, mas preservando a fantasia encontrada nas memórias, bem como através dessas procura se descobrir, uma vez que o eu narrador é detentor de várias personalidades, não conseguindo achar uma definição para si mesmo. Todavia, é importante destacar que apesar das recordações adentrarem a obra, o presente acaba impondo-se, transformando o que poderia ser um livro de memórias em um diário, no qual a personagem consegue deixar seus sentimentos expostos. Portanto, com a constante presença do passado e do presente na narrativa, confirma-se a ideia da Literatura como um processo de interação entre o escritor e seu mundo. Nesse caso, o universo de Belmiro permeia entre o momento e o tempo que se foi. Assim, ainda que o romance possua organização para destacar o cotidiano de Belmiro, as memórias em suas várias esferas tendem a surgir no romance, servindo como subsídio para sustentar Belmiro no seu presente estático e vista pelo mesmo com doçura. Dessa forma, O amanuense Belmiro realiza-se com o passado inserto no presente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS, Cyro. O amanuense Belmiro. Belo Horizonte, Garnier, 2001. BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo, Cultrix, 1994. Apoio FAPITEC/CAPES | POSGRAP | PPGL | CECH 7 Anais Eletrônicos do VI ENPOLE VI Encontro de Pós-Graduação em Letras | ISSN: 2176-4956 Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, 19 e 20 de Janeiro de 2015 BOSI. Ecléa. 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