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Reportagem
Liderança
no Feminino:
o poder dos saltos altos
Margaret Thatcher, Dilma Rousseff ou Angela Merkel são nomes que, no cenário
político internacional deram e dão que falar. Mas, fora desta esfera, as mulheres são,
cada vez mais, um sexo forte. A apresentadora de TV Oprah Winfrey, a presidente da
Petrobrás, Maria das Graças Silva Foster, ou a estonteante Beyoncé são três exemplos
de que o poder feminino está na moda. Em Portugal, Joana Vasconcelos, Paula Rego,
Maria de Lurdes Pintassilgo, Amália Rodrigues, Maria de Lurdes Sá Teixeira, Maria
Celeste Hagatong são nomes que, entre muitos e muitos outros, não precisam de
apresentações. A revista DentalPro foi conhecer outros grandes exemplos.
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mútuo pela dedicação profissional é cada vez
mais, segundo Célia Alves, uma caraterística
indispensável. A mulher assume hoje uma
carreira e “ambos têm de ser grandes para se
estimularem, apoiarem e ajudarem mutuamente”. O ritmo profissional anda, acima de
tudo, ao ritmo da vida pessoal e “para uma
mulher é óbvio que esses ritmos são mais difíceis de manter, sobretudo quando a maternidade surge”, afirmou Célia Alves, mãe de uma
menina há menos de um ano. Também Ana
Galvão não abdica do tempo passado com a
filha de dois anos. E como se consegue gerir,
com qualidade, agendas tão apertadas? “A
chave está no bom trabalho de equipa, dentro
e fora de portas”, garantiu. É, de facto, de
grandes mulheres que estamos a falar. De
mulheres que se destacam, que marcam a
diferença e que têm contribuído para um
mundo bem mais sorridente. Madalena Coelho Penha, mesmo não se considerando uma
grande mulher, soube lutar pelos seus sonhos
e persegui-los com toda a sua garra. E o reconhecimento chegou quando menos esperava.
Madalena Penha, médica dentista coordenadora do projeto Dentista do Bem no Porto, foi
eleita a Melhor Dentista Internacional, num
evento promovido pela TdB para homenagear
os destaques da maior rede de voluntariado
especializado do Mundo, presente em 12 países. “Foi um grande orgulho. Não que eu não
soubesse que não tinha dado de mim e vestido a camisola, mas não fui a única e este
prémio poderia ter parado às mãos de qualquer colega. Foi gratificante”, partilhou a
especialista que ainda hoje continua a estar
fascinada pelas descobertas, mudanças e evoluções caraterísticas do mundo da Medicina
Dentária. “O sorriso” descreve, por completo,
esta eterna paixão.
Sucesso é…
Sucesso no trabalho? “É construir uma carreira baseada em conhecimentos sólidos
sobre o mercado em que atuamos, conquistar
o respeito e a confiança de todos com os >>
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“O homem certo para gerir uma empresa é
uma mulher”. Este poderia ser um ditado já
enraizado na sociedade portuguesa. Mas não.
É apenas o título do livro de Rosália Amorim.
Hoje, o papel social, dito tradicional, da
mulher, como mãe, esposa e dona de casa,
ainda está presente nas classes mais conservadoras. Mas começou a surgir uma nova
geração, que tem derrubado de vez esse estereótipo. O poder usa saia e dispensa a gravata.
Se no cenário internacional, quando são divulgadas as listas das mulheres mais poderosas
do Mundo, a ausência de um nome português
é quase uma garantia, cá dentro, nós conhecemos bem os nossos exemplos. A revista
DentalPro, qual Revista Forbes, tomou a liberdade de fazer a “sua lista” mas, aqui todas
têm o mesmo mérito, e são reconhecidas por
isso mesmo, por serem verdadeiros exemplos
na área em que atuam, por serem nomes que
ficam registados na memória de cada um. Ana
Galvão (responsável da Delegação de Portugal
da BTI-Biotechnology Institute), Célia Alves
(periodontologista na Clínica de Medicina
Dentária Dr. Manuel Neves), Cristina Baptista
(diretora clínica da Construímos Sorrisos),
Eunice Carrilho (sócia gerente da Carrilho &
Palmeirão Lda), Madalena Penha (coordenadora da TdB – Turma do Bem, no Porto) e, por
fim mas não menos importante, Marta Monteiro (diretora de Divisão Médica da Lasermaq
– Equipamentos Laser).
“Atrás de um grande homem, existe sempre
uma grande mulher”. Há muito que as posições se inverteram. Ninguém tem estado
atrás de ninguém, mas sim ao lado. E ao lado
de Eunice Carrilho tem estado desde o início
da sua carreira o marido. Juntos trabalham
em total reciprocidade. Também Cristina Baptista, mentora do Projeto Smile Dance, que
relembra que podemos e devemos promover a
alegria, é defensora de uma nova versão deste
ditado. “O homem e a mulher sabem cooperar
e usar as diferenças para se apoiarem em vez
de competirem para mostrarem que um é
melhor do que o outro”, garantiu. O respeito
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quais lidamos no dia a dia e poder ser bem
remunerado por fazer aquilo que gostamos”.
Na vida? “É sentir que equilibramos todos os
quadrantes da nossa vida sem nunca sair de
um trilho baseado na verticalidade e no bom
senso”. Esta é a definição que nos foi deixada
por Ana Galvão que, com raízes numa
família empreendedora, desde cedo
assumiu responsabilidades e apostou na construção de uma carreira “sólida, ascendente e dinâmica”. E a Medicina Dentária
tem correspondido às suas
aspirações, estando rendida à
“criatividade, inovação, eficiência e eficácia sempre postas
à prova”. A necessidade de
estar em permanente atualiza-
ção e de estudar áreas paralelas são outras
das mais valias que a responsável da delegação Portugal da BTI já não dispensa. Sempre
teve um espírito empreendedor e quando surgiu a oportunidade de liderar a divisão médica
da Lasermaq, durante um jantar no Porto
Olímpico de Barcelona, Marta Monteiro soube
que aquele seria o seu momento. O sucesso,
na sua perspetiva, tem sido isso mesmo:
“fazer bem e sermos reconhecidos por fazermos o nosso trabalho”. Apesar de tudo, Marta
Monteiro, em alguns momentos da sua carreira, sentiu que existiam algumas dúvidas
sobre a sua capacidade de desempenhar um
bom trabalho, atendendo ao facto de ser
mulher. Chamem-lhe preconceito ou pura
guerra de sexos. A verdade é que Marta Monteiro tem mostrado que “as mulheres têm a
capacidade de gerir vários ‘dossiers’ em simultâneo” e isso marca a diferença no mundo dos
negócios.
Profissional, mãe,
esposa, amiga, filha
Tantos papéis e um único sujeito. É possível
conciliar tantas responsabilidades? Há
momentos em que se deseja que o dia tenha
mais do que 24 horas, mas, não sendo isso
atingível, não há impossíveis. Ser mãe, profissional, esposa, amiga e filha são papéis inteiramente compatíveis. Mas, Marta Monteiro
acredita que “a maternidade ainda é encarada
por muitos gestores, homens ou mulheres,
como uma limitação ao crescimento profissional; mas é possível gerir todos os papéis e
gerir a nossa carreira no feminino”, afiançou.
Ter três filhos para Eunice Carrilho é uma
grande responsabilidade. Mas a felicidade e o
equilíbrio que lhe dão serão sempre a chave
do seu sucesso profissional. Ser mãe será
sempre a grande prioridade. Ser mãe não significa necessariamente “morrer para o
mundo”. Aliás, “se eu fosse mãe e tivesse largado o meu sonho, seria uma mãe frustrada,
infeliz e, garantidamente, iria passar essa
mensagem para os meus filhos”, descreveu
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Liderança no Feminino
vs Liderança no Masculino
Houve uma mudança no atual modelo de
‘corporate governance’ graças ao aumento do
número de mulheres em posições de liderança nas empresas. As conclusões são de um
estudo apresentado em parceria pela Boyden
e a ESSEC Business School, baseado numa
entrevista feita a 50 mulheres em cargos de
alta direção em organizações internacionais.
Acredita-se que a “receita” para um gestor
bem sucedido, seja homem ou mulher, é: unir
o carisma, liderança, imparcialidade, capacidade de tomar decisões do homem à capacidade de estabelecer relações, empatia, abertura à opinião de terceiros, organização e
conhecimento da mulher. Assim nascerá, com
grandes probabilidades, um executivo de
sucesso. Existem, efetivamente, distinções
muito notórias entre uma liderança no masculino e uma liderança no feminino. “A
mulher é por norma mais abrangente nas
suas tarefas e possui uma organização programada e com regras de forma a poder ‘segurar
todas as pontas’. O homem é por norma um
ser mais restrito no sentido em que se organiza para uma coisa de cada vez, para liderar
uma área de cada vez”, definiu Célia Alves. A
diferença, de um modo mais lato, está para
Eunice Carrilho ao nível das caraterísticas
intrínsecas a cada um dos sexos. Não estamos
a falar de “profissionalismo, determinação ou
perfecionismo”, mas sim de “inteligência
emocional”. Mais do que um líder homem ou
mulher, ele deve inspirar a sua equipa. Cristina Baptista sente que, ao longo dos últimos
21 anos, tem sido uma referência e nada tem
a ver com o diploma académico que possui.
“Dei-lhes suporte para desenvolverem o seu
potencial, fui uma referência na busca dos
seus caminhos, quer profissional, quer como
o ser humano que são dentro do seu papel
profissional”, disse à DentalPro. Quando se
fala nestas aparentes diferenças entre uma
gestão no masculino e uma gestão no feminino, para Madalena Penha, o mundo não
pode, de modo algum, estar dividido em termos de oportunidades com base em diferenças fisiológicas. “Estamos em pleno século
XXI”. Mas, afinal, quem usa calças na empresa?
Se no passado seria impensável colocar esta
questão, hoje ela faz eco no seio de muitas
estruturas empresariais. Com organização,
responsabilidade, delicadeza, emoção, empatia ou conhecimento, a mulher fez-se ouvir.
Eternizada como grande defensora dos direitos das mulheres, Simone de Beauvoir dizia:
“não se nasce mulher: torna-se”. ●
O meu
trabalho é…
Ana Galvão: Desafiante
Célia Alves: Um aliciante desafio na construção
diária de sorrisos saudáveis e bonitos
Cristina Baptista: Construir
“sorrisos com alma”
Eunice Carrilho: Competência técnica e
aperfeiçoamento científico contribuindo para
a melhoria da qualidade de vida dos doentes
Madalena Penha: Apaixonante
Marta Monteiro: Emocionante
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Madalena Penha. Além de não se colocar de
lado o papel de mãe, há outras funções que
não podem ser descuradas: o de amiga, filha e
companheira. Mas tudo se consegue, “com
muita capacidade de gestão de tempo e de
organização de prioridades, com menos horas
de sono e com cedências umas vezes no sentido pessoal, outras no sentido profissional”,
afirmou Célia Alves. A maternidade é que não
está muito aberta a cedências. É aí que o
apoio da família surge como o grande pilar.
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Reportagem
?
O que significa
para si a
empresa pela
qual dá a cara
Eunice Carrilho: “É
uma segunda casa onde o
investimento na qualidade dos
serviços prestados é o primeiro
objetivo, implementação
da última tecnologia em
tratamentos diferenciados
sem nunca esquecer a
humanização na abordagem
dos doentes. Gerir a assistência,
a qualidade, os colaboradores
e o investimento/retorno”
Célia Alves: “A Clínica do Dr.
Cristina Baptista:
“Possibilita-me a mim e aos
meus colaboradores a realização
profissional, quer na área
clínica, quer na formação”
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DENTALpro nº 63
Manuel Neves é uma escola
onde me sinto constantemente
estimulada a aprender e
a melhorar. É uma equipa
de profissionais e amigos
extraordinários com quem é uma
honra trabalhar. A vertente de
formação que desenvolvemos é
uma parte importante do nosso dia
a dia e o contacto com os colegas
que escolhem os nossos cursos é
um desafio constante para a nossa
própria atualização e inovação”
Ana Galvão: “Os oito anos de
experiência que tenho nesta área
têm sido dedicados em exclusivo
à BTI e à sua consolidação no
mercado. Somos uma jovem
empresa, mas já atingimos
um lugar de destaque no
mercado e para tal contribuem
as estratégias contínuas de
melhoria efetiva, a todos os
níveis. Como uma empresa jovem
que é, naturalmente enfrenta
dificuldades inerentes à sua idade,
e ao mercado em geral, o que
me torna ainda mais apaixonada
pelo projeto, pois encontro,
diariamente, cada vez mais razões
para acreditar no seu sucesso”
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Marta Monteiro: “A Lasermaq é um projeto
bem sucedido e muito devido aos nossos
clientes. É curioso que sendo uma empresa
que comercializa equipamentos, temos um
índice de clientes que repetem a sua escolha na
Lasermaq, de mais de 80%. É o melhor índice de
satisfação com os nossos serviços/produtos”
Madalena Penha: “Qualquer empresa que lute por
minorias e que coloca em prática as ajudas possíveis
merece todo o meu respeito, por isso, a Turma do Bem
(TdB) significa que juntos somos capazes, e a prova é
bem visível. No fundo, a TdB prova que é possível
existirem muitas TdB's por aí, em vários setores e, essa
mensagem também é importante. Com esforço, alguns
apoios e voluntariado, podemos fazer muita coisa,
ajudar muitas pessoas e deixar de apontar sempre o
dedo ao Estado, ficando sentados à espera que algo
aconteça.”
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