UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da Supervisão Escolar no ambiente educacional. Por: Marilze Josele dos Santos Orientador Prof. Mary Sue Pereira Niterói 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da Supervisão Escolar no ambiente educacional. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão Escolar Por: . Marilze Josele dos Santos 3 AGRADECIMENTOS A minha mãe companheiro, Pedro, que e meu namorado me amigo e Anderson apoiaram e me ajudaram na conclusão deste curso. A professora Mary Sue que me ajudou na conclusão desta monografia. 4 DEDICATÓRIA As minhas amigas do curso de Administração e Supervisão Escolar, em especial Edna, Sandra, Rosane, Elaine, Patrícia e Ana Lúcia que contribuíram e me enriqueceram com as suas vivências educacionais. 5 RESUMO Este trabalho aborda questões referentes à Supervisão escolar, objetivando enfocar sua trajetória histórica no processo educacional e sua prática na ambiente educacional. Propusemos a falar um breve histórico sobre a Supervisão Escolar no Brasil e suas transformações nos dias atuais. Realizamos reflexões a práxis da Supervisão escolar consequentemente a uma visão deste Supervisor no ambiente o qual daria a sua ação diante de sua equipe pedagógica e demais funcionários, devendo esta ação como um elemento construtor na prática docente, mediando teoria e prática no contexto escolar . Portanto, a função supervisora pode ser exercida por qualquer sujeito que esteja preparado teoricamente e praticamente para lidar com os desafios do trabalho pedagógico. A escola de hoje não prioriza um espaço específico no qual existem hierarquicamente o administrador e um supervisor, mas dinamiza um ambiente democrático o qual permite a reflexão e a busca de opiniões coletivas com o envolvimento de todos. O supervisor escolar tem com o caráter de articulador do trabalho coletivo e logo podemos observar a mobilização dos demais segmentos da escola para a construção do projeto político –pedagógico .Logo, pensamos que o projeto político pedagógico da escola faz- se- a de uma construção coletiva dos integrantes da comunidade escolar constituindo-se um olhar para a ação pedagógica. 6 METODOLOGIA A metodologia usada para a pesquisa se dará através de uma pesquisa bibliográficas. Os principais autores que enriqueceram este trabalho foram : Mary Rangel, Celestino Alves Silva Junior, entre outros. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I - A História da Supervisão Educacional no Brasil. CAPÍTULO II -Reflexão sobre a práxis do supervisor educacional no 8 10 19 ambiente escolar. CAPÍTULO III – A ação da supervisão educacional. 26 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 38 ÍNDICE 39 8 INTRODUÇÃO A função Supervisor Educacional é intervir na qualidade do trabalho pedagógico e articular toda a comunidade escolar com um objetivo único a melhoraria do ensino. Detalhando o fazer do Supervisor Educacional, podemos considerar que seu trabalho inclui: Podemos falar que o seu trabalho prioriza as necessidades da escola e dos alunos; interação com o grupo de trabalho;criar um vínculo de confiança com os outros profissionais; promover a reflexão sobre a situação escolar. Seu papel não é o mais de fiscalizador, mas o agente de mudanças que participa do fazer pedagógico no ambiente escolar, buscando as transformações necessárias no contexto educacional. O supervisor Educacional, hoje, enfrenta condições de trabalho distintas, o que a organização deste segmento afirmou se distancia bastante daquilo que ele encontra nas escolas . Participar do fazer pedagógico é central. Desde a Reforma Francisco Campos – Decreto Lei 19.090 de 18/04/1931 a Supervisão Educacional foi concebida com a finalidade de controlar as atividades pedagógicas bem como melhorar a qualidade do ensino por meio de treinamento de recursos humanos, ajudando a fundamentar o trabalho dos inspetores e concentrando – se área pedagógica da Educação (RANGEL,1997) . O ponto de partida para o presente trabalho, perpassará pelo o momento do histórico da Supervisão Escolar, o qual faremos a abordagem histórica.Encontraremos autores que discutam realidade ao longo do tempo. Faremos uma reflexão sobre a sua práxis no ambiente escolar, pois, encontramos algumas divergentes diante da atuação do profissional da supervisão escolar perante o professor que exerce a sua função em sala de aula .Também reflexão de como o supervisor educacional deverá propor em 9 seu ambiente educacional e fecharemos falando de conceitos e objetivos da Supervisão Escolar no ambiente escolar.A forma de como agir, e seu olhar com o grupo. O trabalho do Supervisor deve estar centrado na ação do professor, implicando um comprometimento. Compreender que o objeto do Supervisor é a produção do professor afasta a supervisão da atuação linear, hierarquizada e burocrática, orientando-a para a contribuição de desempenho docente mais qualificado. Assim, o Supervisor torna-se um parceiro político- pedagógico do professor num processo de reconstrução permanente de suas práticas. 10 CAPÍTULO l HiSTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL A Supervisão Educacional no Brasil ganha um novo enfoque a partir da década de 1930 no contexto pós Segunda Guerra, no Governo Getulio Vargas.Com ideologia populista há uma centralização das decisões nas diferentes instância administrativas. A área educacional é atingida por essa centralização.A criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, pelo Decreto nº19402, de novembro de 1930, que trata de reogarnizar a estrutura do ensino no país, propicia articular o sistema nacional ( AGUIAR, 1991, p.15). O governo passa a substituir as importações com base na expansão industrial que exige mão de obra qualificada o que ocasiona uma demanda por uma escola universal.A partir dessa necessidade o governo promove a educação centralizada, tomando todas as decisões em relação à educação em todos os sistemas educacionais. As primeiras medidas centralizadoras consistem em organizar o ensino secundário no país, equiparando os colégios secundários ao Colégio Pedro II e a normatização da Inspeção Federal, criando a careira de inspetor,estruturado o sistma de inspeção.A União passa intervir também no Ensino Primário, estabelecendo diretrizes a serem cumpridas pelo sistemas de ensino. As evidências dessa nova postura são traduzidas pela própria Constituição de 1934, que determina em seu artigo 150 a competência da União: “fixar o Plano Nacional de Educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados: e 11 coordenador e fiscalizar a sua execução, em todo o território supletiva, onde deficiência nacional, se faça de exercer ação necessário iniciativas por ou recursos.”(AGUIAR, 1991,p.17) O Ministério da Educação passa a ser responsável também pela coordenação e fiscalização quanto à observância das normas federais.Desta forma, devido às reformas advindas da Revolução de 1930, o Ministério da Educação também passa a assumir além das suas funções especificamente, outras, tais como: a) a de normatização abrangendo os diversos níveis e modalidade de ensino: b) a de integração e planejamento da educação no país; c)a de controle, supervisão e fiscalização para garantir a observância das diretrizes estabelecidas. Até aqui a função do Inspetor era a de verificar a adequação dos colégios secundários e de ensino superior aos modelos federais. Em decorrência do Decreto de nº 21241 de 14/04/32, a inspeção mantém seu caráter fiscalizador, embora se organize de forma racional.Fiscaliza o processo de equiparação de escolas;constitui os distritos de inspeção, define os requisitos necessários ao concurso para inspetor e estabelece prioridades de atendimento. A política centralizadora da União continua se fortalecendo no Estado Novo, instaurado de 1937 a 1945.Nesta época a diversidade das atividades do Ministério de Educação aumenta e vai exigir uma reestruturação que ocorre com a Lei 378 13/01/37. Segundo o Ministro Gustavo Capanera essa reestruturação possibilita a racionalização de serviços técnicos administrativos do ensino, define a ação própria e supletiva do Governo Federal de Educação, proporcionando uma maior projeção das atividades do Ministério sobre todo o 12 país.A educação é usada como veículo ideológico do novo regime, através da difusão de seus valores, num ideário reformista. A educação tem uma única orientação para todo o país como se todas as regiões tivessem as mesmas necessidades educacionais e não houvesse diferenças entre elas. Reafirma-se mais uma vez, o caráter centralizador, que vai refletir-se na promulgação de uma série de leis uniformes para todo o país e em medidas que as completam como , por exemplo, o Decreto Lei nº 4244 de 09/04/42 que dispões de forma detalhada sobre a estruturação do ensino secundário e traz uma nova conceituação de Inspeção, determinando que, além de enfocar aspectos administrativos, deveria assumir o caráter de Orientação Pedagógica.Neste período o país está dividido em oito regiões administrativas educacionais, tendo sido criadas em cada uma delas uma Delegacia Federal de Educação, congregando Delegados Federais da Educação, Inspetores de Ensino Técnicos de Educação.Tais regiões se constituíam em embriões dos serviços de Supervisão Escolar que posteriormente apareceram Diversas Portarias e Circulares passaram a regulamentar minuciosamente a inspeção. Apesar de acrescentar dimensões pedagógicas, continua o reforço no caráter eminentemente fiscalizador, atribuindo ao inspetor o poder de interferir nos julgamentos e condicionando sua presença à validação de todas as provas estabelecendo e relacionando os deveres do Inspetor,visando a estrita fiscalização do cumprimento da legislação. Segundo Anísio Teixeira (AGUIR, 1991,p.20) “o espírito formal e burocrático de uma falsa técnica administrativa, concebida como uma ciência autônoma de organização e de meios, não distinguiu serviços de controle e de fiscalização dos serviços de condução de atividades próprias e autônomas como as da educação em uma atividade estritamente controlada por leis e regulamentos e o Ministério da Educação em órgão de registro 13 fiscalização e controle formal do cumprimento das leis, regulamentos. A função desses órgãos é o de dizer se a educação é legal ou ilegal, conforme hajam sido ou não cumpridas as formalidades e os prazos fixados” Durante todo o Estado Novo, as atenções são dirigidas ao ensino secundário e como resultante de uma política elitista, o ensino primário encontrava-se falido já que o Estado não dispunha de recursos para expandilo. É face a essa situação do ensino primário que o Governo Central toma mais uma medida centralizadora,instituindo o Fundo Nacional de Ensino Primário(FNEP) pelo Decreto Lei nº 4958 de 14/11/42, cujo objetivo era o de ampliar e melhorar e melhorar as condições de desenvolvido do ensino primário no país.Esta medida foi complementada pelo convênio Nacional de Ensino Primário(ratificado pelo Decreto Lei nº5293 de 01/03/1943. A partir daí as concessões de auxílio federais para assistência técnica e ampliação de rede de ensino elementar dos Estados ficaram na dependência direta da decisão do MEC. Os recursos do FNEP possibilitaram a construção de prédios escolares e a expansão de rede elementar de ensino em todo o país, mas não possibilitou a melhoria nos seus padrões qualitativos.Assim, nos anos 50, a queda da qualidade no ensino primário passa a ser o tema central de discussões. Com a expansão do ensino primário houve a necessidade de “treinar” professores leigos. A Supervisão entrou em cena para treiná-los e manter uma rede supervisão nos estados e territórios promovendo, desta forma, o desempenho dos professores em exercício. Nesse contexto surge a supervisão escolar, não mais com a atribuição de Inspetor Escolar, com a função específica dentro do aparelho escolar.No período de 1960 a 1970, o Supervisor Escolar passa a ser uma espécie de “Orientador Pedagógico”, com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho pedagógico do professor em sala de aula. 14 Com o processo de modernização protagonizado pelo presidente Juscelino Kubistchek, a educação é vista como um investimento rentável que gera benefícios tanto sociais quanto individuais. Essa nova visão de “educação de investimento econômico e de concepção humanista implicava numa reorientação da formação do pessoal técnico-administrativo na área da educação” (AGUIAR,1991,p.28-29) visando a capacitar esse pessoal para modificar o sistema educacional em curto prazo, pois o mundo vive as conseqüências da chamada “guerra fria”deflagrada pelas grandes potências lideradas pelos Estados Unidos e Rússia, que duelam pela conquista da hegemonia econômico, política e ideológica. A consolidação do Bloco Socialista e sua expansão aos países orientais começa a representar um perigo crescente para os países capitalistas, simultaneamente atingidos pela perda de suas colônias. Diante disso os Estados Unidos passam a buscar estratégias capazes segundo sua ideologia, de garantir a ordem social e de preservar o mundo livre dos regimes consagrados como não democráticos. Assim,sob os argumentos de que a melhoria das condições sociais e econômicas, em qualquer parte do “mundo livre”, redundaria em benefício para os Estados Unidos e de que dever-se- ia oferecer aos países amigos da paz, os benefícios do seu cabedal de conhecimento de conhecimentos técnicos e ajudá-los a realizar suas aspirações por uma vida melhor, o Governo Norte-Americano iniciou a partir da II Guerra Mundial um extenso programa de assistência técnica aos “países pouco desenvolvidos”,principalmente aqueles situados na América Latina. Assim a Supervisão Escolar nasceu pela criação do Programa de Assistência Brasileira Americana ao Ensino Elementar PABAEE instalado em Belo Horizonte –MG, em 1957.Em 1958,os professores foram a Indiana (EUA) para se especializarem, sendo que, posteriormente, foram criados em Belo Horizonte os cursos de formação de Supervisores que mais tarde seriam espalhados pelo Brasil. Os três objetivos básicos definidos para o PABAEE esclarecem realidade concreta da presença do supervisor no contexto educacional brasileiro em suas origens: 15 1)”introduzir e demonstrar, para os educadores brasileiros, métodos e técnicas utilizados na educação primária, promovendo a análise, aplicação e adaptação dos mesmos, a fim de atender às necessidades comunitárias em relação à educação, por meio de estímulo às iniciativa dos professores; 2) criar e adaptar material didático e equipamentos, com base na análise de recursos disponíveis no Brasil e em outros países, no campo da educação primária; 3) selecionar professores de competência profissional,eficácia no trabalho, e conhecimento da língua inglesa , a fim de serem enviados aos Estados Unidos para os cursos avançados, no campo da educação primária”. Refletindo sobre as origens da Supervisão, entendemos as razões de o supervisor ter se colocado como reprodutor do sistema, com perfil de fiscal do trabalho do professor, o que, conseqüentemente, também define as bases de sua formação tanto no nível do treinamento como habilitação universitária.Essas bases caracterizam uma visão tecnicista, com ênfase em métodos e processos, distanciando-se da visão dos valores mais amplos da educação. “A reforma do curso de superior Lei nº 5540/68 – ao instituir, dentre outras habilitações, a de Supervisor Escolar, pedagogia, consolidou Supervisão no na a graduação de presença da contexto educacional brasileiro,ampliou o seu campo de atuação para todo o ensino de 1º e 2º grau e pelo currículo proposto obrigatório, garantir a continuidade da formação conservadora a ser dada a tal profissional, dentro da visão 16 tecnicista da educação mais conforme ao modelo econômico vigente” (NOGUEIRA,1989,p.40) A reformulação do Curso de Pedagogia, resultante da Reforma Universitária tem o parecer nº 252/69 e na Resolução nº 02/69 instrumentos de regulamentação eficazes. Observa-se que o parecer 252/69 expressa a necessidade de uma elite planejar e controlar evidenciando a dicotomia entre decisões e ação: “O parecer 252/69 reflete as linhas mestras do movimento de 1964... pela determinação que faz, caracteriza o supervisor na linha economicista transposta do país hegemônico, (EUA) como agente responsável pelo controle da execução da ideologia do poder.” (SILVA,1987,p.63). Dentro deste contexto a educação passou a ser assunto de interesse econômico e de segurança e a supervisão escolar passa exercer, dentro do sistema educacional vigente na época(pós golpe militar 1964), nas diversas unidades escolares, a função controladora da “qualidade do ensino”. De acordo com o Parecer 252/69, a função do supervisor escolar é de formar professores melhores e mais eficientes, desde que aqueles promovam uma coordenação adequada; neste caso esta coordenação implica em um cumprimento das normas e diretrizes emanadas do poder central, por parte do supervisor (SILVA,1987,p61-64). A primeira vista pode nos parecer que a função da supervisão é a de solucionar os problemas educacionais brasileiros, mas depois percebemos que a supervisão foi implantada para atender às novas exigências político – ideológicas que garantirá a eficiência da tarefa educativa através do controle da produtividade docente (GADOTT,in ALVES,1985,p.24-25). Assim, a 17 supervisão passa a incorporar em sua concepção as teorias administrativas, tentando manter uma neutralidade para camuflar o fortalecimento da estrutura do poder. Desta forma, a Supervisão escolar foi imposta à educação brasileira como necessidade de : • Modernização; • Promover assistência técnica; • Garantir a qualidade do ensino; • Assegurar a hegemonia da classe dominante. Como concluir, a trajetória deste profissional tem sido , em períodos recentes, a de trabalhar a contradição existente entre as suas origens de reprodutor de sistema instituído e a definição de novos paradigmas vinculados a uma conotação de educação democrática, onde o pensar e o fazer são redefinidos, de forma essencial, no conceito de práxis pedagógica, que veremos a seguir, onde a ação educativa é também uma ação política. 1.1 A SUPERVISÃO HOJE Não tem como falar no campo da educação e da supervisão educacional, sem falar do contexto que perpassa no momento atual. Hoje o mundo passa por uma nova Revolução Industrial, onde as máquinas se modernizam, deixando de ser apenas manuais e passaram a ser intelectuais (computadores, tablets...), isto é, o que antes a máquina era uma extensão do corpo do homem, hoje também é seu pensamento.Essa modernização possibilitou o homem estar e, diversos lugares e fazendo diversas trabalhos sem sair de casa e sem gastar muito tempo.A vida se tornou mais rápida e mais cheia. 18 Essas mudanças, com certeza, influenciaram a vida escolar, pois a tecnologia rompeu as paredes das escolas e o único limite, no momento , é a circunferência do Planeta Terra. Além disso, rompeu-se com os limites dos livros e dos cadernos, consequentemente, do conhecimento uniforme. Hoje o professor não é mais considerado o único detentor de conhecimento, mas sim um mediador que possibilitará o aluno a desenvolver todas as suas potencialidades, enquanto estiver no ambiente escolar e fora dele. Ele ensinará o aluno a ter autonomia e a prazer de se conhecer. E tudo que é aprendido para a avaliar se torna agradável, pois, saberá o que é importante conhecer num mundo que amanhece de um jeito e anoitece de outro. Essa mudança constante que vem nos acercando , acontece também com o professor e o supervisor educacional ambos lidando com o ser importante que é seu aluno e aperfeiçoamento para acompanhar as inovações do mundo contemporâneo. Ao pararmos e analisarmos o momento atual em que estamos, parece que volta aos tempos primitivos, onde tem algo específico a se aprender, mas sim a sobreviver diariamente, adquirindo coisas novas para se adaptar ao mundo em que se vive: globalizado,informatizado e eletrônico. Porém tudo isso que falamos,não são todos que possuem essa visão crítica do mundo, muito menos essa concepção de educação. A sociedade o qual vivemos, apresentam grande discriminação diante das tecnologias . Muitos estão a favor e conhecem as invenções tecnológicas e dos últimos saberes, outros desconhecem ou são excluídos dos resultados das novas tecnologias. Muitos profissionais da educação estão presos às antigas concepções de ensino, em que o professor sabe tudo e ao aluno só cabe ficar em silêncio para aprender. Neste momento tão importante cabe o supervisor a intervir e mostrar ao seu professor novas construções o qual poderá adotar em sua sala de aula. Assim resgatando a autonomia e formando individuo sábios e com grande perspectiva na sua vida de crescimento. 19 CAPÍTULO II REFLEXÃO SOBRE A PRÁXIS DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NO AMBIENTE ESCOLAR. Muitos questionamentos vêm sendo falado a respeito da práxis do Supervisor Educacional no ambiente educacional, pois, mediante crescente insatisfação da sua ação no contexto escolar. A sua forma dominante de atuação e o autoritarismo, leva-se em consideração a constante marginalização da maior parte da população do processo educacional, tornando-se necessário investigar os motivos de tal insatisfação do papel da supervisão nesse processo. Segundo Sergiovanni (1987, p.9) , muitos educadores acham que a supervisão é desnecessária na escola e as funções exercidas pelo profissional acabam se constituindo em obstáculo para eficiência da mesma. As explicações para tal postura podem ser variadas:autoritarismo, submissão, ênfase no controle, abuso de regulamentação administrativa, burocratização exagerada etc. Uma linha de solução para tornar a supervisão necessária seria a supervisão esclarecida, termo dado por Sergiovanni (1987) . “(...) o principal esforço de qualquer ato de supervisão é a mudança de algum aspecto do conceito do eu da pessoa, do seu comportamento, do conjunto de atitudes ou de 20 relação com a escola e dentro da escola como organização (Sergiovanni, 1987, p.12)” Significa, portanto, a ênfase na promoção e no crescimento profissional das pessoas para atingir os fins objetivos pelo processo de educação.Sendo assim, quando os administradores e outros profissionais decidem comporta-se numa atitude supervisora, adotam a perspectiva de agente de mudança. Tal perspectiva é importante já que algumas práticas vêm promovendo mudanças positivas nas variáveis de sucesso organizacional. Podemos dizer que a práxis da supervisão não se deu conforme a vontade do professor pois a função do supervisor era controlada, assim para a sociedade controlada e uma educação controlada, teríamos um supervisor controlador que, também seria controlado. Neste caso, a existência do supervisor está relacionada ao controle que esse deveria exercer em sua função. Segundo Celetino Alves: “foi lhe ‘sugerido’” que ‘’controle’’é sempre atributo dos que decidem, e foi – lhe dito que decidir é atributo privativo dos que detêm o poder, não importando quais os meios de se obter o poder; foi-lhe dito ainda que o poder é inamovível,impertubável e sábio e finalmente ensinaram-lhe que a melhhor maneira de servir aos homens é induzi-los a submeteram –se ao poder que determina (ALVES,1998,P.93). suas vidas” 21 Essas são as lições de autoritarismo que a supervisão e o supervisor receberam logo após o seu nascimento. A supervisão, de acordo com José Leão Marinho (1990), foi vítima de modismo que frequentemente caracteriza a Educação Brasileira. Nos anos 80, a Supervisão foi atacada por esse modismo quando quiseram provar através de livros, artigos e seminários a ineficiência da mesma. Para isso, utilizou-se os erros de alguns supervisores, como se estes fossem a marca registrada do trabalho da Supervisão. A partir desse modismo, surgiram várias críticas à Supervisão.Essas críticas foram reunidas em dois grupos: o primeiro formado por aqueles que admitiam a necessidade da mesma, elaborando uma análise crítica de sua prática e o segundo formando por aqueles que supunham que o grande número de críticas feitas ao supervisor não visavam ao seu aprimoramento, mas sim, tentavam justificar o motivo pelo qual a função do supervisor deveria ser extinta. Portanto, havia o grupo que defendia sua permanência e aquele que não a considerava necessária na escola. O grupo a favor a extinção do supervisor achava que a função do supervisor, na escola, era explorar o professor, desvalorizando seu saber e sua prática.Segundo essas críticas a Supervisão era a conseqüência da divisão social do trabalho na escola e não como necessidade ao propósito do complexo processo educativo. Neste caso, a Supervisão é vista como representante do sistema capitalista, sendo, os supervisores, encarregados, na escola, de manter e reproduzir os valores, as políticas e as normas dos sistemas. A partir dessa visão, conclui-se que o aparecimento da Supervisão na escola teria sido parte de um plano que visaria parcelar a produção pedagógica ou o processo ensino-aprendizagem, que sempre estivera a cargo do professor, de forma que o docente não só perdesse a visão do todo, como a possibilidade de gerir esse todo e, assim, pudesse ser controlado por alguém estranho ao processo, no caso, o Supervisor. No II Encontro Nacional dos Supervisores de Educação (1990), Leão Marinho fez a seguinte colocação: 22 “É a divisão social do trabalho manifestando-se também na área da Educação como “natural”,”raciona”, é a própria racionalidade capitalista da qual Taylorismo é a encarnação e a expressão que, em nome de uma crescente eficiência na expressão das tarefas, de uma maior racionalização do trabalho, fragmenta o seu processo, separando radicalmente, de um lado:os que sabem planejam e decidem e, do outro, os que fazem e executam. A decorrência lógica dessa divisão entre trabalho intelectual e manual dirigentes e dirigidos, competentes e incompetentes especialistas(técnicos) e não especialistas( simples professor) é uma degradação, uma proletarização crescente da força de trabalho especializada, considerada desqualificada ou não semi- desqualificada”. Esse autor, assim como muitos outros, confundem divisão social do trabalho com a divisão manufatureira do trabalho, olhando-o parcelado ou pormenorizado. O que precisa ser percebido é que a existência as Supervisão e do Supervisor são decorrência do uso, na escola, da divisão manufatureira do trabalho.Leão Marinho diz que a divisão social do trabalho está presente em todas as sociedades,dividindo-se entre ocupações, de acordo com os ramos existentes na sociedade, enquanto a manufatureira dividirá, não as funções, mas os indivíduos. A Supervisão,portanto, deve localizar-se não na divisão do trabalho parcelado, pormenorizando, mas na divisão social do trabalho, onde o mesmo 23 elabore tanto quanto o professor e outros profissionais em atividade na Unidade Escolar, elaborando uma produção específica, própria e necessária ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. É necessário a busca de uma ação transformadora, meta de todos na unidade escolar, onde se pratique e vivencie uma educação renovadora e democrática. Uma ação no qual o Supervisor tem como um dos seus objetivos a promover harmonia do grupo, de modo que nada fuja do controle, que trabalha com a igualdade no contexto heterogêneo dentro de um clima de respeito ao outro. O trabalho do Supervisor deve estar centrado na ação do professor, implicando um comprometimento. Compreender que o objeto do Supervisor é a produção do professor, afasta a supervisão da atuação linear, hierarquizada e burocrática, orientando-se para contribuição de um desempenho docente mais qualificado. Assim, o Supervisor torna-se um parceiro político-pedagógico do professor num processo de reconstrução permanente de suas práticas. 2.1 O AMBIENTE ESCOLAR O documento produzido pela Comissão Internacional sobre a educação para o Século XXI da UNESCO, sinaliza na direção de uma nova concepção de educação, e consequentemente a função social da escola tem sido muito questionada e discutida. Neste documento a educação é concebida a partir de princípios que constituem os “quatros pilares da educação” são eles:aprender a conhecer,aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. (UNESCO,1999) Segundo Penin e Vieira(2002) os quatros pilares são assim concebidos. Aprender a conhecer significa não tanto a aquisição de um vasto repertório de saberes, mas o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento.Supõe aprender a aprender, exercitando os processos e 24 habilidades cognitivas: atenção, memória e pensamento mais complexo( comparação, análise, argumentação, avaliação, crítica). Aprender a fazer exprime a aquisição não somente de uma qualificação profissional, mas de competências que tornem a pessoa apta a enfrentar variadas situações e trabalhar em equipe. Aprender a fazer envolve, assim o âmbito das diferentes experiências sociais e de trabalho. Aprender a conviver significa tanto a direção da descoberta progressiva do outro e da interdependência quanto a participação em projetos comuns.Num mundo em que as diferenças entre povos e países tornam-se mais visíveis e sensíveis, educar para convivência é uma exigência inadiável e caminho para enfrentar as questões postas pela diversidade e pelo multiculturalismo. Aprender a ser quer dizer contribuir para o desenvolvimento total da pessoa: espírito e estético,responsabilidade corpo, pessoal, inteligência, capacidade sensibilidade, para sentido comunicar-se, espiritualidade. Significa também a pessoa aprender a elaborar pensamento autônomos e críticos e formular seus próprios juízos de valor, não negligenciando nenhuma de suas potencialidades individuais. São grandes os desafios da escola.Uma escola que deve proporcionar um ambiente prazeroso , onde devemos prepará-los as novas gerações para a competitividade do mercado, compatibilizando uma formação técnico profissional. 2.2 O PROFESSOR Muitos pesquisadores e especialistas da área de educação de todo o mundo concluíram que somente será atingido um melhor aproveitamento pelos alunos, quando todos os profissionais envolvidos com a educação mantiveramse em contínuo e regular processo de aprendizado. Ou seja, a máxima é aprender sempre. E o lugar apropriado para essa ação é o próprio local de trabalho. 25 Como diz Paulo Freire ensinar exige consciência do inacabamento e não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Fala-se hoje, com insistência, no professor pesquisador. O que pode ser mais interessante para o professor do que refletir sobre suas atividades, buscar e aprender sobre conhecimentos de suas áreas de interesse...imaginar...construir...criar...refletir sobre esses assuntos junto com outros professores e seus alunos? A continuidade da formação é indispensável para a formação profissional no atual contexto educacional, e que sua formação se constrói durante toda carreira profissional, desde que seu exercício seja comprometido com a profissão articulando os saberes e as práticas docentes visando à melhoria do ensino e da aprendizagem de seus alunos. A formação continuada se justifica neste contexto de aceleradas mudanças em que o educador precisa utilizar seus conhecimentos, adquirir novas posturas no ato de educar e construir novos paradigmas. É preciso constante aperfeiçoamento teórico e prático, de conteúdos, atitudes e procedimentos, em que o educador colabora como agente educativo. É preciso respeitar os professores como pessoas, seres incompletos e eternos aprendizes, que a partir de uma formação contextualizada buscam transforma-se, entender o grupo no qual estão inseridos e ressignificar as suas práticas pedagógicas. Assim, o objetivo central da formação continuada é desenvolver o educador pesquisador.Um profissional que esteja sempre refletindo diante de sua prática cotidiana e que busque compreender os processos de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos e que vai construindo autonomia na interpretação da realidade e dos saberes atuais no fazer pedagógico. 26 CAPÍTULO III A AÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL Pensar a ação supervisora é também pensar a maneira como se vê, pois é essencialmente,uma identificação, uma atribuição de identidade. Várias formas que se fazem a ação do supervisor como as sua expressões: supervisão,supervisão educacional,supervisão escolar,supervisão pedagógica,orientação pedagógica,coordenação pedagógica, coordenação de turno,coordenação de área ou disciplina. Torna-se como critério a designação nominal - pensando-se em relação às atividades do supervisor que participa da equipe docente da escola – é possível, sem discriminar as demais designações, eleger a supervisão educacional pelo critério de equilíbrio entre a abrangência e a especificidade da ação. Na supervisão, o prefixo “super”une-se à “visão” para designar o ato de “ver” o que geral, que se constitui pela articulação das atividades específicas da escola. Para possibilitar a visão geral, ampla, é preciso “ver sobre”,e é este o sentido de “super”, superior,não em termos de hierarquia, mas em termos de perspectiva, de ângulo de visão, para que o supervisor possa “olhar”o conjunto de elementos e seus elos articuladores. Supervisão educacional situa, mais amplamente, no que diz respeito às questões e serviços da educação, ação supervisora. O educacional, portanto, extrapola as atividades da escola para alcançar, em nível macro, os aspectos estruturais, sistemáticos, da educação. Todo serviço pedagógico é educativo, a supervisão educacional traz, em si, uma conotação abrangente, que envolve os serviços das infâncias intermediárias e centrais do sistema e da política da educação. 27 A supervisão educacional tem sido objetivo de debates e críticas nos últimos anos, sobretudo quando se considera a situação do ensino em geral, os inúmeros fracassos e as frustradas tentativas de mudanças. Em muitos casos,entretando, em virtude de uma nova concepção de supervisão em desenvolvimento, o desejo de mudança expressa o amadurecimento do grupo que busca uma proposta de ação coerente com a realidade educacional envolvendo todos ou quase todos os membros da escola.Nesses casos, a supervisão torna-se força aglutinadora e impulsionadora do grupo, atuando como medidora do sistema, porém numa posição não mais de subordinação e aceitação irrestrita à autoridade, mas de intérprete da realidade escolar e de suas necessidades. A expressão “supervisão” é utilizada para designar uma ação com características próprias, não associadas ao desempenho de um cargo ou papel, podendo ser desenvolvida por qualquer agente educacional. “O supervisor/educador foi se dando conta de que a verdade não estava pronta e depositada em suas mãos para que ele a distribuísse aos professores que só poderiam conhece-la por seu intermediário; o supervisor/educador foi descobrindo, tal como Guimarães Rosa, que “mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende;o supervisor/educador foi percebendo, enfim, que sua tarefa não era transmitir uma mensagem pronta e acabada, mas reunir os educadores para que eles pudessem elaborar sua própria mensagem e com ela tentar mudar para melhor a vida de todos asa pessoas a quem a mensagem pudesse ser apresentada.” (SILVA,JR,1997,p.94) Como o objetivo de trabalho, o supervisor educacional deve assegurar a prática coletiva a estabelecer entre os educadores tendo a reflexão educativa 28 como meio. Assim, ele tornará o organizador dessa grande reflexão educativa da qual participará em igualdade de condições com os demais educacionais. A partir dessa prática coletiva onde será construído o projeto político – pedagógico é que o supervisor acompanhará todo o cotidiano escolar em seus vários aspectos como a relação professor-aluno, o planejamento, a execução do currículo, a avaliação, enfim, todo o processo de aprendizagem. Um dos objetivos essencial da supervisão educacional, está na preocupação de otimizar o planejamento, a aplicação e a avaliação coletiva do currículo escolar propondo ações que contribuem para a formação e atualização continuada do corpo docente, também , articular a atividade educacional nas diferentes formas de gestão educacional, isto é, na organização do trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas, sintetizando as atividades de ensino e gestão, caracterizados por categorias comuns como planejamento,execução e avaliação. O supervisor atua como mediador entre a organização escolar e o trabalho do professor tendo em vista a aprendizagem significativa, estimulando condições para a socialização do saber. Passa desenvolver um papel de organizador das condições pedagógicas,através da discussão da problemática social e do diálogo, desenvolvendo um espaço para a transformação e superação das mesmas, mediante intervenção curricular.A transformação da realidade da escola será construída dia-a-dia, através da reflexão conjunta dos profissionais da educação e do desenvolvimento de um trabalho integrado, em que o professor e o supervisor desenvolvem uma práxis consciente, ou , seja, resgatam a concepção de sua própria prática. Cabe ao supervisor a articulação do trabalho coletivo desenvolvido num clima democrático e participativo, realizando uma ação comprometida com a transformação social. A ação do supervisora se reveste de um caráter participativo voltado para o desenvolvimento da autonomia do indivíduo com vistas á compreensão de sua responsabilidade social.É o supervisor um mediador e estimulador da participação e envolvimento de todos na construção da proposta educativa. 29 3.1 O SUPERVISOR COM O OLHAR DE UMA GESTÃO PARTICIPATIVA Diante de tudo que já falamos sobre o processo educativo, tal como devemos agir em sala de aula, e tudo que propusemos a aprender sobre a supervisão educacional com seus objetivos e sua ações, vale-se lembrar a quão importante os supervisores educacionais ter em mente a importância de uma gestão participativa no ambiente educacional. Professores experientes com seus conteúdos,atividades, não procuram a unirse e compartilhar os seus saberes.Nele,cada área, cada disciplina, cada professor e cada especialista técnico-pedagógico assume uma parte do todo(que considera como seu)e passa a atuar somente nele, esquecendo das outras partes. Para que isso seja alterado, a instituição deve organizar de tal forma que construa uma prática que corresponde às necessidades do educando e da realidade no qual está inserido; que cada setor da instituição tenha a perspectiva global do processo educativo a ser desenvolvido; e que todos conheçam as particularidades e necessidades de cada setor para que haja compreensão da totalidade o qual haja parceria entre os envolvidos no processo educativo. Os limites que conduzem as relações escolares são construídas pela qualificação, consideração, respeito,parceria e colaboração e devem ter intenção de incluir todos os profissionais e não excluir como acontece nas relações sociais.E as relações no ambiente escolar se da através da comunicação, característica fundamental para se dar o processo de ensinoaprendizagem. Então, é através do diálogo que se constrói a integração dos profissionais para se alcançar os objetivos pedagógicos e instaurar a democracia. Paulo Freire(in LICINIO, 2000) relata que as práticas democráticas na escola, como forma de transformar a sociedade.Coloca a participação dos 30 educandos e dos profissionais como caminho para a liberdade, criação, sensocrítico e democracia.Ele diz: “É preciso e até urgente que a escola vá se tornando um espaço acolhedor e multiplicador de certos gostos democráticos como o de ouvir os outros, não por puro favor mas por dever, o de respeitá-los, o da tolerência, o do acatamento às decisões tomadas pela maioria a que não falte, contudo, o direito de exprimir sua contrariedade.”(FREIRE, 1997,p.89) É preciso da participação de todos que é construído o projeto político pedagógico da escola. É na inclusão de todos que nasce o sentimento de “ser”e de “fazer”parte de alguma coisa, construído algo que lhe pertence . A motivação é o sentimento/sentido que trazem “motivos” para as ações. O supervisor, e neste caso particular, o coordenador pedagógico sendo um agente técnico-pedagógico da escola, ou seja, um formulador de questões e integrador do grupo, possui a especificidade para contribuir melhor organizar e dinamizar o trabalho escolar, onde atua através das relações democráticas. Ele organizará o trabalho em função: 1. Da complexidade da vida moderna que afeta a escola; 2. Dos conflitos sociais; 3. Do surgimento das tecnologias e sua influencia no trabalho da escola; 4. Da sociedade necessitar da formação de cidadãos; 5. Da dinâmica própria da escola que deve ser conhecida, compartilhada e compreendida por todos; 6. Dos currículos que devem ser interdisciplinados e contextualizados; 7. Da relação escola-sociedade 31 8. Da construção do conhecimento junto à construção de atitudes e valores e atitudes que formam os alunos, tanto profissionalmente como quanto pessoa. 3.2 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DA SUPERVISÃO Como agente de supervisão é possível atuar em três níveis diferentes, são eles:Nível macro ou central, nível intermediário e nível micro ou local. Em nível macro, o supervisor educacional atua diretamente na Secretaria de Educação dos sistemas seja ele municipal, estadual ou federal, onde realiza processos de avaliação institucional que permitam verificar a qualidade do ensino oferecido pelas escolas;formula propostas, a partir de indicadores, inclusive os resultantes de avaliações institucionais, para melhoria do processo ensino-aprendizagem; desenvolvimento de programas de educação continuada para o conjunto das escolas; aprimoramento da gestão pedagógica e administrativa, com especial atenção para a valorização dos agentes organizacionais e para a adequada utilização dos recursos financeiros e materiais disponíveis em cada escola, de modo a atender às necessidades pedagógicas e aos princípios éticos que norteiam o gerenciamento das verbas públicas;fortalecer canais de participação da comunidade. O supervisor em nível macro, também, participa de comissões sindicantes, visando apurar possíveis ilícitos administrativos e identificar os pontos possíveis de aperfeiçoamento ou de revisão encontrados nos processos de formulação e ou execução das diretrizes e procedimentos decorrentes das políticas educacionais. Outro nível possível de atuação é o intermediário, onde o supervisor é mediador entre a Secretaria de Educação e as unidades escolares. O supervisor intermediário é participante da definição de políticas públicas educacionais referentes à educação básica, atuando junto aos órgãos formuladores dessas políticas para assegurar diretrizes e procedimentos que 32 garantem o cumprimento dos princípios e objetivos da educação escolar estabelecidos constitucional e politicamente e favorecer, como mediadores, a construção da identidade escolar por meio de propostas pedagógicas de qualidade. Além disso, o supervisor em nível intermediário atua junto às unidades escolares, numa relação de parceria e companheirismo, como articulador e elemento de apoio à formulação de propostas pedagógicas das escolas, orientando, acompanhando e avaliando a sua execução, prevenindo falhas, redirecionando rumos, quando necessário . O supervisor intermediário também é responsável pelos aspectos normativos referentes a vida escolar dos alunos e ao cumprimento das orientações legais do respectivo sistema. O trabalho do supervisor em nível (local) de unidade escolar tem, entre outros objetivos, promover o fortalecimento da autonomia escolar levando os profissionais a realizar estudos e pesquisas, trocando experiências, aprendendo e ensinando em atitude participativa e de trabalho coletivo e compartilhando. O exercício dessas funções requer, do ponto de vista legal, licenciatura plena em pedagogia ou pós – graduação na área de educação e exige compromisso com a educação conhecimento e entendimento sobre a política educacional,liderança e sensibilidade no trato com pessoas, capacidade para trabalhar em equipe, competência técnica e ética profissional. É desejável ainda, experiência diversificada na docência e na gestão escolar. 3.3 A SUPERVISÃO X PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Pensando o Supervisor educacional como articulador do trabalho coletivo, que deve ser desenvolvido num clima democrático e participativo, 33 podemos observar e cativar os demais segmentos da escola para a construção do projeto político pedagógico. De modo geral, o projeto político – pedagógico é a organização do trabalho pedagógico como um todo, constituindo-se um norte para a ação pedagógica. Na visão de Veiga(1995), o projeto político é um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas variáveis à afetivação de sua intencionalidade. O projeto político pedagógico é uma construção coletiva dos integrantes da comunidade da escola, defenida pela visão dos educadores, em relação à legislação educacional vigente e á a sua realidade escolar. Participando do planejamento coletivo, o professor passa da condição de executor para a de sujeito do processo, isto é, “o surgimento de coletivos escolares em torno da reflexão sobre o projeto pedagógico propicia o surgimento de novos intelectuais, que por sua vez, poderão interferir nas relações de poder dentro e fora da escola.”(BASTOS E MACEDO) Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de escola, a concepção de homem e de sociedade que se pretende construir. Ultimamente temos observado uma correria enorme por parte das escolas e sistemas educacionais na busca da construção de seus projetos políticos – pedagógicos, com a necessidade de começar a construir a sua própria autonomia. Segundo Veiga(1995), o projeto político pedagógico da escola- democrática,pública e gratuita- deve estar fundamentada nos seguintes princípios: igualdade de condições para acesso e permanência na escola;qualidade para todos; gestão democrática, abrangendo as dimensões pedagógica, administrativa e financeira; liberdade a autonomia e valorização do magistério. Vários são os desafios presentes no cotidiano escolar e a diversidade de situações desafiadoras com as quais o supervisor de defronta no dia-a dia de suas funções.Para mudar essa realidade, é necessário identificar os desafios do cotidiano, que pede ser feito através da reflexão da própria ação e 34 a utilização de estratégias que possibilitem a problematização e a busca compartilhada de soluções. Existem várias denominações para a proposta pedagógica- projeto pedagógico, político pedagógico ou pedagógico curricular, plano de escola etc. A proposta pedagógica deve ser revista periodicamente( é mais comum isso acontecer de ano em ano), mas em alguns momentos a revisão é essencial. Por exemplo, quando ocorre mudança de grande parte do corpo docente ou de perfil da comunidade atendida. O tempo de elaboração varia, algumas equipes elaboram sua proposta em uma semana, outras levam de três a seis meses, e há aquelas que demoram um ano para concluir os trabalhos, principalmente quando o projeto é elaborado pela a primeira vez. Para a construção do projeto será sugeridos algumas etapas de trabalho.Inicialmente é preciso fazer o diagnóstico da comunidade onde poderão ser realizadas entrevistas com os pais, visita às famílias e coleta de dados oficiais junto ao poder público ou as associações de moradores que ajudam a traçar esse perfil. Todos os sujeitos envolvidos na escola deverão participar e ser sensibilizados, para isso é fundamental realizar reuniões por segmentos(funcionários, pais) para explicar a importância da iniciativa e da participação de todos, assim como a distribuição de textos sobre o assunto antes de encontros, para que os participantes possam levar dúvidas e sugestões. É importante que as reuniões comecem sempre com uma atividade de integração, para descontrair e favorecer a participação. Para que todos possam ouvir e falar, é bom que o supervisor divida a equipe em grupo para discussão dos temas mais polêmicos, e resultados dessa etapa são levados para a grande reunião e o que for consenso vai para a proposta pedagógica. Na definição dos objetivos as metas deverão ser muito claras e definidas e devem ser contempladas, por série ou ciclo, estabelcendo – se os prazos em que cada uma deve ser atingida e o que cada um precisa fazer para sua viabilização. 35 Todos na escola precisam estar cientes dos termos desse grande acordo coletivo, e fazer reunião com a comunidade para apresentar os principais pontos dos documentos. Cada professor pode receber uma cópia ou consultar o exemplar. O importante é que as informações e as propostas circulem, sejam debatidas, utilizadas, criticadas e modificadas. Já no pensamento de Veiga(1995), o projeto político – pedagógico tem como estrutura sete elementos básicos: as finalidades da escola, estrutura organizacional, o currículo, o tempo escolar, o processo de decisão, as relações de trabalho e a avaliação. Ao pensarmos a necessidade de termos um projeto político pedagógico na escola, logo, afirmamos que se a escola é o fruto da sociedade, é conseqüência dos saberes construídos socialmente, culturalmente, subjetivamente pelas pessoas que estão fora e dentro da escola, como também podemos pensar em mudanças a partir daqueles que não estão diretamente ligados a esta realidade. Alunos, professores e comunidades não podem figurar apenas nos papeis e nas propostas, devem fazer parte do sistema de reformulação do pensar na importância de uma educação e na escola o qual se trabalha. 36 CONCLUSÃO: Com o trabalho realizado pude perceber a importância de ter um profissional apto a trabalhar como um supervisor educacional no ambiente escolar em fazer de sua prática pedagógico, ou melhor, seu cotidiano escolar, um campo investigativo como forma de aprimoramento do exercício e a incentivo ao estudo. O contexto, com sua organização, estrutura e funcionamento nos influência, fazendo com que possamos nos transformar ou resistir perante a realidade. Busquei neste trabalho a entender como se dá a prática de um supervisor educacional e conseqüentemente as suas ações no ambiente escolar mediante ao projeto político –pedagógico que permanentemente contribui para um funcionamento de um estabelecimento. Logo, diante de tantas descobertas pude perceber o quanto é importante a sua ação junto com a sua equipe pedagógica, seus funcionários que fazem parte no núcleo de sua escola e também a importância de ver a comunidade o qual a acerca a fazer parte desse processo. Penso que toda forma de exercer a Supervisão educacional pressupõe explícita e implicitamente uma visão da educação e de seu papel na sociedade. Percebemos, então, uma evolução da Supervisão e do próprio processo educativo. A Supervisão como prática educativa é uma prática social e como tal, deve estar comprometida com os movimentos de transformação da sociedade. O supervisor tem com um processo de promover a interação com o grupo de professores, logo sugere que todos estejam envolvidos na ação educativa e na própria elaboração de propostas a serem implementadas na escola. Assim a Supervisão cria recursos de aperfeiçoamento do currículo valendo-se da comunicação no sentido circular, promovendo o diagnóstico do 37 campo de trabalhado, acreditando nas pessoas e na habilidade do grupo em enfrentar problemas constatados, aceitando decisões coletivas, definido com o grupo as limitações do trabalho e nas alternativas para contornar ou enfrentar dificuldades. Logo, pensamos que cada escola tem suas limitações e devem ser separadas, a medida que dentro do ambiente, aconteçam movimentos que geram uma nova criação de identidade própria , através do seu projeto político pedagógico participativo . Quando há um engajamento dos profissionais para a construção do projeto político – pedagógico, percebemos que pela a ação do coletivo nas ações cotidiana, na reflexão coletiva e a busca de soluções, a escola caminha junta na busca de soluções de problemas, logo, ela acaba de construindo a sua autonomia. 38 BIBLIOGRAFIAS: AGUIAR,Márcia Ângela da Silva.Supervisão escolar e política. São Paulo, Cortez, 1991; ALVEZ,Nilda (cood.). Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola. São Paulo, Cortez 2º edição, 1985 BASTOS, João Baptista e Macedo, Elza, in SEMERARO, Giovanni (org.) Filosofia e Pólítica na formação do educador. S.P.:Idéias e letras,2006 GADOTTI,Moacir. Educação e compromisso. 5ª edição.Campinas, S.P. Papirus, 1995. GANDIN,Danilo e Gandim, Luis Armando. Temas para o projeto político pedagógico.Petrópolis, Vozes, 1999. PENIN,Sonia T.S.&VIEIRA,SofiaL. Refletindo sobre a função social da escola.In: VIEIRA, Sofia Lerche (org ).Gestão da escola:desafios a enfrentar.Rio de Janeiro;DP&A,2002 RANGEL,Mary ( org.) Supervisão Pedagógica princípios e práticas – Campinas S.P. Papirus,2001. SILVA JR, Celestino Alves. Prática e Supervisão educacional: uma reflexão crítica, Petrópolos, Vozes, 1987 SILVA JR, Celestino Alves da e Rangel, Mary ( orgs. ) Nove olhares sobre a supervisão . Campinas, SP:Papirus,1997. VEIGA,Ilma Passos A. Projeto político – pedagógico da escola, uma construção possível. Campinas ( SP) : Papirus, 1995. 39 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - A História da Supervisão Educacional no Brasil. 10 1.1 A Supervisão hoje. 17 CAPÍTULO II - Reflexão sobre a práxis do supervisor educacional no 19 ambiente escolar. 2.1- O ambiente escolar 23 2.2- O professor 24 CAPÍTULO III –A ação da supervisão educacional 26 3.1- O supervisor com o olhar de uma gestão participativa. 29 3.2- Níveis de atuação da supervisão. 31 3.3- Supervisão x projeto político – pedagógico. 32 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 38 ÍNDICE 39 40