ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ALDEIA DE PAIO PIRES Moção Aumento do Custo de Vida 1. Todos sabemos que a crise se instalou em Portugal e já ninguém, nem sequer a propaganda do Governo, consegue escondê-la ou, sequer escamoteá-la. 2. O Orçamento de Estado e os sucessivos Planos de Estabilidade e Crescimento são instrumentos de sobrevivência do capital financeiro, têm influência já não negada ou escondida das grandes organizações capitalistas internacionais que, de resto, o Governo interpreta com grande favorecimento e desfaçatez e desmerecendo o sentido de atentado de soberania nacional que constituem. 3. O ano de 2010 foi altamente gravoso e há unanimidade em afirmar que o ano de 2011 será ainda mais complicado, difícil e penoso para o povo português. 4. O que já está anunciado tem forte resistência do povo e gera um natural sentido de revolta. As lutas desenvolvem-se, a greve geral foi um estrondoso êxito, mas o Governo continua insensível, qual ditadura da necessidade, impondo o que é favorável ao grande capital: agora estão anunciadas mais 50 medidas, em jeito de "para inglês ver" e o povo aguentar, que em nada favorecerão a produção em Portugal, o crescimento económico, o desenvolvimento ou o combate ao desemprego, mas, seguramente favorecem os interesses manifestados pelos patrões relativamente aos despedimentos. 5. O custo de vida tem já expressões anunciados que colocarão as camadas mais desfavorecidas e os trabalhadores próximos do limiar de resistência em termos de qualidade de vida: Salários e pensões serão reduzidos; O IVA aumenta: As regalias e os direitos sociais diminuem; Os impostos aumentam; O gasóleo já aumentou 17%: O aumento do pão tem números inimagináveis: A energia eléctrica sobe quase 4% para os consumidores domésticos; O gás aumenta; A prestação da casa sobe em espiral: Os transportes públicos e o passe social sobem entre 3 e 4,5%; O calçado tem aumento significativo; Os bens de primeira necessidade estão na primeira linha dos aumentos. Este é o retrato, frio e duro, desta governação e dos seus apoiantes. Assim sendo, a Assembleia Freguesia da Aldeia de Paio Pires reunida a 29 de Dezembro, delibera: 1. Manifestar o seu mais veemente protesto por todos estes aumentos que tão fortemente vão afectar a vida dos mais desfavorecidos e elevar os índices de pobreza em Portugal: 2. Repudiar todas as políticas que deram origem ao quadro macroeconómico que desestabiliza Portugal, fere a sua economia, reduz a sua capacidade produtiva, não aproveita as riquezas nacionais, faz aumentar o desemprego e tão somente pretende que o grande capital se reproduza e se fortifique, absorvendo cerca de 60% da riqueza nacional; 3. Manifestar o mais elementar apoio e solidariedade a todos os que, sem culpa formada, (trabalhadores, reformados, micro, pequenos e médios empresários} estão a pagar os custos desta crise; 4. Exigir do Governo a tomada de medidas que interrompam este ciclo trágico para as condições de vida do Povo Português. 5. Considerar justas todas as formas de luta e protesto que, a nível dos trabalhadores e do povo, sejam desenvolvidas no sentido de eliminar as causas da pobreza e da exploração e coloquem a melhoria das suas condições de vida como questão central da acção política. Aprovada por maioria com uma abstenção e três votos contra Aldeia de Paio Pires 29 de Dezembro de 2010