‘’VAMOS ENCARAR? (DESAFIOS DA NOSSA MICRORREGIÃO)
Sylvio Motta (Economista – ITEPA/UCPEL)
Todos sabemos que economicamente a nossa microrregião avançou pouco nos
últimos 40/50 anos. Por quase todo esse período – e em grande medida -- ficamos
indiferentes ao fato, acreditando que havia mesmo um arrefecimento geral do ritmo da
economia como um todo..., colocando culpa nas “crises”..., nas diferentes esferas de
governos que nunca olharam para a região como deviam ..., e usando outros tantos
argumentos que, ao nos darem conforto, justificavam nosso imobilismo. Parece que
finalmente, - e cansados de conviver com essa realidade incômoda -, o confronto
penoso com os fatos tem levado setores responsáveis da sociedade regional, com
frequência cada dia maior, a questionar: como reverter o quadro? como avançar mais,
e mais rapidamente, para recuperar tantas décadas perdidas? é possível fazê-lo?
onde residem nossos principais gargalos e dificuldades? E as nossas forças? Por
onde começar?
É significativo, e louvável, o fato de estarmos nos questionando, preocupados em
achar saídas. Mas, não basta querer achá-las. É preciso agir com senso de norte,
realismo e objetividade; procurar causas e consequências no lugar de justificativas e
desculpas. Fazer, se necessário, o “mea culpa”. A conquista de objetivos importantes
não se faz apenas com boas intenções. Faz-se, sobretudo, com decisões conscientes,
apoiadas em diagnósticos consistentes que tenham abrangência e profundidade
adequados. Numa versão metodológica simplificada o primeiro passo, sempre, é
identificar as variáveis intervenientes no processo (fazer o diagnóstico da situaçãoproblema). O segundo, avaliar e articular forças. O terceiro, agir.
Com relação ao diagnóstico, por certo muitos de nós, que vivemos o cotidiano da
região, temos convicções e contribuições próprias que ajudem a reavaliar (já foram
feitos vários) e/ou a (re)formatar, atualizando-o, o diagnóstico necessário. O tema é
amplo e controverso.
Não há como provocar sua discussão em um texto que
imperiosamente deve ser conciso.
Mas é possível avaliar forças em busca do convencimento de possibilidades. A região,
- o eixo Pelotas/Rio Grande em particular -, é flagrantemente dotada dos chamados
“fatores decisivos”, ou das “competências essenciais”, tidas como pré-requisito para
propósitos desenvolvimentistas. Quem são esses fatores na economia moderna? Sem
prejuízo de outros é possível citar: 1- Capital Intelectual (humano); 2- Capital social; 3Domínio do Conhecimento (ou acesso a ele); 4- Capacidade de Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (em produtos, processos, tecnologias, mercados); 5Acesso à Informação; 6- Posicionamento geo-locacional e infraestrutura (capital
logístico); 7- Patrimônio ambiental e ecológico 8.- Suporte institucional e organização
social; 9- Mercado; 10- Capital Financeiro. Qualquer região dotada do conjunto de tais
pré-requisitos é uma região pronta para alcançar desenvolvimento equilibrado,
substantivo, sustentável. E eles estão todos aí. Alguns até em abundância
comparativa. Parece mesmo que só nos tem faltado agir mais, e com mais
determinação. Quando o faremos com norte e foco? Este é mais um, entre os tantos
desafios que nos estão postos. Talvez o maior. Vamos unir forças e encarar? A
UCPEL é parceira.
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