Laboratório de Estrutura da Matéria II Condutividade elétrica e efeito Hall PRINCÍPIO E OBJETIVOS A condutividade elétrica e o efeito Hall são investigados em função da temperatura e do campo magnético aplicado em metais e semicondutores puros e dopados (tipo n e tipo p). A magnitude do gap de energia no semicondutor e o coeficiente Hall são obtidos experimentalmente e comparados com valores esperados. TÓPICOS RELACIONADOS Condutividade elétrica, metais, semicondutores, dopagem, condução intrínseca e extrínseca, bandas de energia, gap de energia, efeito Hall, magneto-resistência, livre caminho médio. EQUIPAMENTO Placas de circuito impresso contendo tira de cobre e amostras retangulares do semicondutor Ge (puro, tipo n e tipo p), com conexões elétricas e termopar (Cu/CuNi) embutidos; multímetros, década de resistências; gaussímetro equipado com sonda Hall transversal; eletroímã contendo bobinas, núcleos em U e barras planas; fontes de potência (tensão AC e DC); suportes e cabos de conexão. TAREFAS EXPERIMENTAIS Condutividade elétrica em Ge puro e Cu 1. Medir a resistência elétrica de uma amostra de cobre e outra de Ge (puro) em função da temperatura. 2. A partir da variação da condutividade elétrica do Ge com a temperatura determinar o gap de energia do Ge. 3. A partir da variação da resistência elétrica do Cu com a temperatura determinar o coeficiente de temperatura da resistividade do Cu. Efeito Hall em Ge tipo n (n-Ge) 4. Medir a tensão Hall em uma amostra de n-Ge à temperatura ambiente e sob campo magnético constante em função da corrente elétrica através da placa. 5. Medir a resistência elétrica da amostra à temperatura ambiente em função do campo magnético aplicado. 6. Medir a tensão Hall à temperatura ambiente e com corrente elétrica constante em função do campo magnético aplicado. 7. Determinar o coeficiente Hall do n-Ge e obter o sinal dos portadores de carga. 1 Efeito Hall em Ge tipo p (p-Ge) 8. Repetir os itens 4-7 para o p-Ge. PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO AULA 01 Condutividade elétrica do Ge puro e do Cu: 1. O arranjo experimental para esta etapa encontra-se esquematizado na Fig. 1 e as conexões elétricas estão mostradas na Fig. 2. Fig. 1: Arranjo experimental para realização das medidas de condutividade elétrica. Fig. 2: Conexões elétricas para realização das medidas de condutividade elétrica. 2. A amostra retangular de Ge (com dimensões 20 × 10 × 1 mm3) é conectada à saída de tensão contínua da fonte de tensão através de um resistor de proteção, cujo valor é ajustado utilizando a 2 década de resistências. A tensão aplicada e a corrente através da placa são medidas com multímetros digitais. Observe a corrente máxima de 30 mA suportada pela amostra e ajuste o valor da resistência de proteção e os controles de tensão/corrente da fonte para manter a corrente abaixo desse valor. 3. Na parte traseira da placa de circuito impresso encontra-se o enrolamento responsável pelo aquecimento da amostra, o qual é alimentado pela tensão (AC) da fonte de tensão. Aumente progressivamente a voltagem de aquecimento para permitir um lento aquecimento da amostra, iniciando por exemplo com 2 V e elevando-a paulatinamente até 6 V. 4. A temperatura da amostra é monitorada através do milivoltímetro analógico conectado ao termopar de Cu/CuNi. A temperatura máxima de 175ºC não pode ser excedida em hipótese alguma. A leitura da tensão no termopar (Vterm) pode ser convertida em temperatura (T) através da expressão: T = Vterm / α + Tamb , onde Tamb é a temperatura ambiente e α = 40 µV/K é uma constante característica do termopar. 5. Para evitar aquecimento excessivo da amostra, desligue a voltagem de aquecimento assim que a temperatura registrada pelo termopar atinja a faixa próxima a 150-170ºC (tensão Vterm em torno de 56 mV). 6. Registre os valores de tensão e corrente através da amostra juntamente com a tensão no termopar (ou diretamente a temperatura). As medidas devem ser efetuadas tanto durante o aquecimento (controlado) quanto durante o resfriamento (livre) da amostra e podem ser repetidas algumas vezes para obtenção de valores médios. 7. Repita os procedimentos acima trocando a placa contento a amostra de Ge pela placa contendo a tira de Cu (espessura de 35 µm). Observe a corrente máxima permitida nesse caso (1 A) e utilize resistências de proteção apropriadas para limitar a corrente a um valor conveniente para as escalas dos multímetros empregados. AULA 02 Efeito Hall no n-Ge: 8. O arranjo experimental para esta etapa encontra-se esquematizado na Fig. 3 e as conexões elétricas estão mostradas na Fig. 4. Mantenha inicialmente a fonte de tensão desligada e, como todos os procedimentos a seguir serão efetuados à temperatura ambiente, não conecte os cabos de alimentação ao enrolamento de aquecimento localizado atrás da placa de circuito impresso. 9. Introduza a placa contento a amostra de n-Ge (com dimensões 20 × 10 × 1 mm3) cuidadosamente entre as faces do eletroímã inicialmente sem campo aplicado. Mantenha as bobinas do eletroímã sem corrente (desconecte um dos cabos) e remova as peças magnéticas planas que completam o circuito magnético do eletroímã para evitar campos residuais devidos à remanência dessas peças. 3 10. A corrente de controle (contínua) através da amostra é fornecida através de uma fonte de tensão DC, conectada à placa através de um resistor de proteção, cujo valor é ajustado utilizando a década de resistências. Observe a corrente máxima de 50 mA suportada pela amostra e ajuste o valor da resistência de proteção e os controles de tensão/corrente da fonte para manter a corrente abaixo desse valor. Fig. 3: Arranjo experimental para realização das medidas envolvendo efeito Hall. Fig. 4: Conexões elétricas para realização das medidas envolvendo efeito Hall. Ajuste do circuito de compensação da tensão Hall: 11. Conecte os cabos que levam a corrente de controle à amostra na placa de circuito impresso entre os pontos A e C, de modo que o circuito de compensação da tensão Hall (localizado na parte traseira da placa de circuito impresso, entre os pontos B e C) esteja em operação. O diagrama esquemático desse circuito encontra-se na Fig. 5. 4 12. A existência de ddp’s residuais não relacionadas ao efeito Hall (ocasionadas por exemplo por efeitos termoelétricos ou pela existência de pequenos desvios ao longo da direção da corrente de controle dos dois pontos onde é medida a tensão Hall) pode ser compensada com ajuste do potenciômetro indicado na Fig. 5. Para tanto a corrente de controle deve ser estabelecida entre os pontos A e C sem campo magnético aplicado e o potenciômetro deve ser ajustado de modo que o voltímetro que mede a tensão Hall indique uma leitura nula. Fig. 5: Circuito de compensação da tensão Hall e circuito estabilizador de corrente. Medida da tensão Hall em função da corrente de controle: 13. A corrente de controle é conectada agora através dos pontos A e B indicados na placa de circuito impresso. Nessa situação o circuito estabilizador de corrente e o circuito de compensação da voltagem Hall (localizados na parte traseira da placa de circuito impresso, entre os pontos B e C) encontram-se inoperantes. Ajuste a corrente de controle utilizando os controles da fonte de tensão DC. 14. O campo magnético é gerado pelo eletroímã, sendo as bobinas conectadas em série à saída DC da fonte. Ajuste o controle de tensão no máximo e monitore a corrente através das bobinas (e portanto o campo magnético) com o controle de corrente. Dessa forma, a fonte atua como uma fonte de corrente constante e portanto o campo magnético é pouco afetado por variações na resistência elétrica das bobinas devido ao aquecimento dos enrolamentos. 15. A magnitude do campo magnético é medida com o gaussímetro, cuja leitura deve ser previamente ajustada para zero na ausência de corrente elétrica e sem as peças magnéticas planas colocadas sobre o núcleo em forma de U do eletroímã. A sonda Hall deve ser posicionada entre os pólos do eletroímã, o mais próximo possível da amostra analisada, tomando o cuidado de evitar qualquer tensão mecânica sobre ela. 16. As bobinas devem estar conectadas em série e de forma que os campos magnéticos por elas gerados se somem na porção entre elas (onde é posicionada a placa). Teste as duas formas de conexão possíveis entre as bobinas e verifique qual é a conexão correta, observando o valor do campo magnético para uma dada corrente fixa e utilizando a regra da mão direita para compreender o resultado. 5 17. Fixe o campo magnético em um valor constante (300 mT por exemplo) e meça a tensão Hall (VH) em função da corrente de controle (IC) através da amostra de n-Ge. Faça medidas em ambas as direções de corrente e varie-a entre 0 e 50 mA, registrando em torno de 10 pontos para cada direção. 18. Faça um desenho esquemático (similar à Fig. 6) contendo o sentido da corrente de controle, a direção do campo magnético aplicado e a polaridade da tensão Hall medida, de modo que seja possível determinar o sinal dos portadores de carga. Medida da resistência elétrica em função do campo magnético: 19. Conecte agora os cabos que conduzem a corrente de controle entre os pontos A e C na placa de circuito impresso contendo a amostra de n-Ge, de modo que o circuito estabilizador de corrente embutido na placa passa a operar. Fixe a corrente através da placa em um valor em torno de 30 mA. 20. Meça a tensão entre os pontos A e B inicialmente sem campo aplicado (e sem as peças magnéticas planas) e a seguir em função do campo magnético aplicado. Registre em torno de 10-15 pares de valores tensão e corrente até o máximo valor possível do campo. (Com essas medidas será possível determinar a magneto-resistência da amostra, ou seja, a variação relativa na resistência elétrica devida à presença do campo magnético.) Medida da tensão Hall em função do campo magnético: 21. Repita o procedimento de verificação da compensação da tensão Hall (itens 11 e 12). 22. Com os cabos que conduzem a corrente de controle entre os pontos A e C na placa de circuito impresso contendo a amostra de n-Ge, meça a tensão Hall em função do campo magnético aplicado para ambas as direções do campo. Registre no mínimo 10 pontos para cada direção e utilize toda a faixa de variação do campo magnético disponível. AULA 03 Efeito Hall no p-Ge: 23. Repita os passos 8-22 para a amostra de p-Ge. CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS EM LABORATÓRIO 1. Não permita jamais que a temperatura da amostra analisada ultrapasse 175ºC. 2. Observe atentamente os limites máximo de corrente para cada amostra analisada. 3. Manipule sempre cuidadosamente as placas de circuito impresso contendo as amostras a serem analisadas, evitando tocar na superfície das amostras e não submetendo as placas a qualquer tipo de tensão mecânica. 4. Da mesma forma, manipule com cuidado a sonda Hall, evitando qualquer tensão mecânica sobre ela. 6 5. Observe com cuidado a ligação do capacitor ao circuito retificador, visto que o capacitor eletrolítico possui uma polaridade definida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1. A condutividade elétrica σ de um metal com n elétrons por unidade de volume pode ser calculada, no modelo de elétrons livres, pela seguinte expressão: σ= ne 2 τ , m (1) onde e e m são respectivamente a carga e a massa do elétron e τ é um parâmetro denominado tempo médio de colisão, o qual é característico de cada material e depende fundamentalmente da temperatura e da presença de defeitos e impurezas. 2. A variação com a temperatura da resistividade elétrica (ρ) de metais (igual ao inverso da condutividade elétrica) é usualmente descrita pela seguinte expressão de origem empírica: ρ = ρ 0 [1 + α(T − T0 )] , (2) onde α é denominado de coeficiente de temperatura da resistividade, T0 é uma temperatura de referência arbitrária e ρ0 é a resistividade nessa temperatura. A relação acima é uma aproximação linear válida geralmente em faixas limitadas de variação de temperatura dependendo do material. 3. A condutividade elétrica de semicondutores pode ser descrita por uma expressão similar à Eq. 1, mas com a importante diferença de que pode haver mais de um tipo de portador de carga (elétrons e buracos), inclusive com diferentes massas efetivas. Além disso, a concentração de portadores n, ao invés de ser constante como nos metais, varia fortemente com a temperatura, devido à excitação térmica de portadores nas bandas de valência e/ou de condução. 4. Pode-se mostrar que a condutividade elétrica dos semicondutores apresenta em determinadas faixas de temperatura (em geral acima da temperatura ambiente) uma variação térmica da forma: σ = σ0e − E g / 2 kT , (3) onde σ0 é uma constante, T é a temperatura absoluta, k é a constante de Boltzmann e Eg é a largura da lacuna (ou gap) de energia entre a banda de valência e a banda de condução do semicondutor. Esse regime de condução é denominado de regime intrínseco e corresponde à excitação térmica de portadores de carga do próprio material, e não de elétrons devidos a impurezas. 5. A tensão Hall (VH) em uma placa retangular com espessura d conduzindo corrente elétrica i e submetida a um campo magnético B (perpendicular ao plano da placa) é dada pela expressão: VH = RH Bi Bi = , d dne (4) 7 onde RH = 1/ne é o denominado coeficiente Hall, a partir do qual pode-se obter a concentração de portadores (n) e o sinal da carga dos portadores. O esquema ilustrado na Fig. 6 indica como a polaridade da tensão Hall se relaciona com esse sinal. 6. A resistividade elétrica de metais e semicondutores não magnéticos é influenciada pela aplicação de um campo magnético, dando origem ao fenômeno de magneto-resistência. O livre caminho médio dos portadores de carga é reduzido pela aplicação do campo magnético, o que leva a uma magnetoresistência (variação fracional da resistência) positiva. Para campos magnéticos com intensidade moderada observa-se em geral uma dependência quadrática da magneto-resistência em relação à intensidade do campo magnético. Fig. 6: Ilustração do efeito Hall em uma amostra retangular. A polaridade indicada para a tensão Hall corresponde ao efeito Hall “normal”, ou seja, com portadores de carga negativos. QUESTÕES E CONCEITOS A SEREM PREVIAMENTE COMPREENDIDOS 1. Apresente claramente os conceitos de velocidade de deriva, livre caminho médio e tempo médio de colisão para elétrons livres em metais e deduza a Eq. 1. 2. Explique fisicamente por que a resistividade elétrica de metais aumenta com a temperatura, enquanto que a de semicondutores cai com o aquecimento do material. 3. Discuta o conceito de bandas de energia e esquematize como são as bandas de energia em metais, semicondutores e isolantes. 4. Explique como se pode obter o gap de energia em semicondutores com os dados obtidos nesta experiência. 5. Descreva detalhadamente o efeito Hall, explicando como se pode distinguir o sinal dos portadores de carga a partir desse efeito e obtendo a Eq. 4. 6. Explique detalhadamente como funciona a ponte de diodos mostrada na Fig. 4 e qual o papel do capacitor eletrolítico utilizado. Utilize argumentos numéricos para justificar o valor da capacitância empregada. 8 PROCEDIMENTOS E CÁLCULOS A SEREM EFETUADOS NO RELATÓRIO Condutividade elétrica do Ge puro e do Cu: 1. Organize em uma tabela os valores de tensão, corrente, condutividade elétrica e temperatura (com incertezas) para as medidas efetuadas com a amostra de Ge. (A condutividade elétrica da amostra é calculada a partir dos valores de tensão e corrente e das dimensões da amostra.) 2. Faça um gráfico de condutividade elétrica em função da temperatura absoluta (em escala linear). Discuta o comportamento observado. 3. Faça agora um gráfico de condutividade elétrica em função do inverso da temperatura absoluta (em K-1) em escala logarítmica (mono-log), de modo a linearizar a Eq. 3. 4. Obtenha por ajuste linear o valor de Eg (em eV) para o Ge e compare com valores de literatura. 5. Organize em uma tabela os valores de tensão, corrente, resistência elétrica e temperatura (com incertezas) para as medidas efetuadas com a amostra de Cu. (A resistência elétrica da amostra é calculada a partir dos valores de tensão e corrente.) 6. Faça um gráfico de resistência elétrica em função da temperatura absoluta (em escala linear). Discuta o comportamento observado. 7. Obtenha a partir desse gráfico por ajuste linear o valor do coeficiente de temperatura da resistividade (parâmetro α na Eq. 2), tomando T0 como a temperatura ambiente. Compare com valores de literatura. Efeito Hall no n-Ge: Medida da tensão Hall em função da corrente de controle: 8. Discuta o sinal dos portadores de carga do n-Ge a partir do esquema feito em laboratório (item 18) contendo o sentido da corrente de controle, a direção do campo magnético aplicado e a polaridade da tensão Hall medida. 9. Organize em uma tabela os valores de tensão Hall e corrente de controle (com incertezas), fornecendo o valor constante de campo magnético. 10. Monte um gráfico da tensão Hall em função da corrente de controle e obtenha por ajuste linear o coeficiente Hall (RH) da amostra de n-Ge (usando a Eq. 4). 11. Determine a partir de RH a concentração de portadores na amostra de n-Ge. Compare com valores típicos encontrados na literatura (para Ge puro e/ou dopado) e discuta o resultado encontrado. 9 Medida da resistência elétrica em função do campo magnético: 12. Organize em uma tabela os valores de resistência elétrica e campo magnético (com incertezas), fornecendo o valor constante da corrente de controle. Inclua nessa tabela uma coluna contendo a magneto-resistência (variação porcentual da resistência elétrica na presença do campo magnético). 13. Monte uma gráfico da magneto-resistência em função da intensidade do campo magnético e verifique se magneto-resistência varia com o quadrado da intensidade do campo magnético. Discuta o resultado obtido. Medida da tensão Hall em função do campo magnético: 14. Organize em uma tabela os valores de tensão Hall e intensidade do campo magnético (com incertezas), fornecendo o valor constante da corrente de controle. 15. Monte um gráfico da tensão Hall em função da intensidade do campo magnético e obtenha por ajuste linear o coeficiente Hall (RH) da amostra de n-Ge (usando a Eq. 4). 16. Determine a partir de RH a concentração de portadores na amostra de n-Ge. Compare com o valor encontrado no item 11 e com valores típicos encontrados na literatura (para Ge puro e/ou dopado). Discuta o resultado encontrado. Efeito Hall no p-Ge: 17. Discuta o sinal dos portadores de carga do p-Ge a partir do esquema feito em laboratório contendo o sentido da corrente de controle, a direção do campo magnético aplicado e a polaridade da tensão Hall medida. 18. Repita os passos 9-16 para a amostra de p-Ge. DISCUSSÕES ADICIONAIS 1. Em que consiste a dopagem de semicondutores? Qual o interesse em dopar um semicondutor? Dê exemplos de dopagem tipo p e tipo n em semicondutores típicos (como Ge ou Si) e calcule numericamente como varia a concentração de portadores de carga com a dopagem nesses exemplos. 2. Explique o significado físico dos “buracos” responsáveis pela condução elétrica em semicondutores do tipo p. 3. A fração de elétrons excitados através do gap de energia em semicondutores intrínsecos (não dopados) varia com a temperatura aproximadamente segundo o fator e − E g / 2 kT (o que justifica a variação térmica na condutividade elétrica expressa na Eq. 3). Estime quanto vale esse fator para os semicondutores Si (Eg ≅ 1,1 eV) e Ge (Eg ≅ 0,7 eV) e para o diamante (isolante, com Eg ≅ 5,5 eV), tanto à temperatura ambiente quanto a 150ºC. Comente o resultado encontrado. 4. Explique por que o efeito Hall é em geral mais facilmente medido em semicondutores dopados (como os utilizados nessa prática) do que em metais. Utilize valores numéricos razoáveis na Eq. 4 10 para comparar a magnitude do efeito em uma amostra de Ge dopado (p ou n) e em uma amostra de Cu, ambas com as mesmas dimensões e submetidas a condições experimentais (tensão aplicada, campo magnético, etc) similares. 5. A descoberta do efeito Hall quântico valeu o prêmio Nobel de 1985 ao físico alemão Klaus von Klitzing. Descreva brevemente em que consiste tal efeito, explique em que condições ele pode ser observado e esboce um gráfico que ilustre a natureza quântica do fenômeno. 6. Descreva como o efeito Hall é utilizado para construção de sensores de campo magnético. 7. Enquanto a magneto-resistência de metais e semicondutores corresponde a uma pequena variação relativa na resistividade elétrica na presença de um campo magnético, em alguns materiais com propriedades ferromagnéticas esse efeito pode ser bem mais intenso, dando origem a fenômenos conhecidos como magneto-resistência gigante (GMR) e magneto-resistência colossal (CMR). Comente sobre os materiais onde esses fenômenos são observados e aplicações dessas propriedades na fabricação de dispositivos de gravação e leitura (veja as referências 5 e 6). BIBLIOGRAFIA 1. D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, Fundamentos de Física, Vols. 3 e 4, LTC, 4a ed., Rio de Janeiro, 1993. 2. P. A. Tipler, Física, Vol. 2, LTC, 4a ed,. Rio de Janeiro, 2000. 3. R. Eisberg, R. Resnick, Física Quântica, Ed. Campus, Rio de Janeiro, 1979. 4. Laboratory Experiments in Physics, 5.3.01, 5.3.02 e 5.3.04, Phywe Systeme GmbH, Göttingen, 1999. 5. Sérgio M. Rezende, A Física dos Materiais e Dispositivos Eletrônicos. Ed. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1996. 6. J. López, P. N. Lisboa Filho, W. A. C. Passos, W. A. Ortiz, F. M. Araujo-Moreira, “Breve introdução à magneto-resistência colossal e outros efeitos correlacionados”, Rev. Bras. Ens. Fís., Vol. 22(3), p. 378, 2000. 7. N. W. Ashcroft, N. D. Mermin, Solid State Physics, Saunders College, Philadelphia, 1976. 8. P. H. Beeforth, H. J. Goldsmid, Physics of solid state devices, Pion Limited, London, 1970. Redação: Prof. Jair C. C. Freitas Colaboração: Monitores Danilo Oliveira de Souza e Alan Gomes Bossois. 11 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ Data: ____________ FOLHA DE DADOS AULA 01: Condutividade elétrica do Ge puro e do Cu: Germânio Puro – Dimensões: _____ x _____ x _____ (_____) 1ª Série 2ª Série 3ª Série V (__) I (__) Vterm (__) T (__) V (__) I (__) Vterm (__) T (__) V (__) I (__) Vterm (__) T (__) Temperatura Ambiente:_________ 12 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ V (__) Cu (espessura de 35 µm) 1ª Série 2ª Série i (__) Vterm (__) V (__) i (__) Vterm (__) V (__) Data: ____________ 3ª Série i (__) Vterm (__) Temperatura Ambiente:_________ 13 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ Data: ____________ AULA 02: Efeito Hall no n-Ge: Medida da tensão Hall em função da corrente de controle: Campo magnético: B=_____ (___) ic (__) VH (__) corrente invertida ic (__) VH (__) Medida da resistência elétrica em função do campo magnético: Corrente de controle ic = _____ (___) B (mT) Vc (V) 14 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ Data: ____________ Medida da tensão Hall em função do campo magnético: Corrente de controle B (__) VH (__) campo invertido B (__) VH (__) Esquema para a obtenção do sinal dos portadores de cargas: 15 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ Data: ____________ AULA 03: Efeito Hall no p-Ge: Medida da tensão Hall em função da corrente de controle: Campo magnético: B=_____ (___) ic (__) VH (__) corrente invertida ic (__) VH (__) Medida da resistência elétrica em função do campo magnético: Corrente de controle ic = _____ (___) B (mT) Vc (V) 16 Grupo ___: ___________________; ___________________;__________________ Data: ____________ Medida da tensão Hall em função do campo magnético: Corrente de controle B (__) VH (__) campo invertido B (__) VH (__) Esquema para a obtenção do sinal dos portadores de cargas: 17