JORNAL PAS ORAL Abril/2015 Abril de 2015 Ano XXIV, número 254 PAS ORAL Arquidiocese de Mariana www.arqmariana.com.br [email protected] Marcelo Martins PADRE ANTÔNIO ROMARIA Arquivo DACOM Abril/2015 editorial Marcelo Martins Quem cuida de quem cuida? 2 JORNAL PAS ORAL arquidiocese O XXV Encontro dos Presbíteros e Diáconos da Arquidiocese de Mariana (2 a 5 de março) trouxe como tema a “Pastoral Presbiteral: À luz da mística do cuidado”. Há muito, os presbíteros têm pensado seu cuidado para poderem cuidar do rebanho e do Reino que apregoam e defendem. Este Reino é desafiado com o aumento da violência, as constantes crises na área econômica, social e política, além do descrédito de muitas instituições. A corrupção estende-se de canto a canto do país e o cenário mundial exige postura de fraternidade perante a fome, miséria e exclusão social, além da intransigência de regimes e grupos radicais que preconizam o caos. Ser presbítero, hoje, perpassa por uma aventura intrépida que enfrenta o medo, a insegurança, o individualismo e a falta de sentido para quem já não acredita no novo, no religioso, no espiritual e na possível utopia do bem comum, da paz e da justiça social. No decorrer da história, muitas imagens estabeleceram o tipo e jeito do presbítero. Em tempos idos houve o mártir, o profeta, o padre-pai, o pastor-sacerdote, o religioso. Hoje se acrescenta o discípulo-missionário, como pede o documento de Aparecida e o próprio presbítero como o homem da comunhão, do diálogo, da luta, da defesa da vida e do cuidado. Cuidar de quem? Quem cuida de quem cuida? Como é o cuidado mútuo entre os que devem liderar e servir as comunidades? Existem muitas perguntas sobre este cuidado-serviço, como uma pastoral que é ação transformadora na realidade encontrada. Percebe-se uma linguagem mais apropriada e embasada nos documentos e reflexões que a Igreja tem feito e recolhido nos últimos anos. Há presbíteros animadores, dedicados em suas atividades laboriosas e complexas. Nem sempre são compreendidos em sua missão, identidade e pessoalidade. Há a mística da simplicidade, da partilha e da intimidade da causa que abraçam. Em certas ocasiões, ainda pode haver a visão anacrônica do “padre anjo, super-homem” que vive na esfera além da matéria ou do imaginário. O Papa Francisco diz que o “padre é vitrine e chama tanto a atenção como a queda de um avião”, quando cai nos erros humanos ou da perseguição maliciosa de quem já não respeita o ser presbiteral ou eclesiástico. Não há unanimidade sobre o padre ideal que se quer no mundo pós-moderno, mas se pode averiguar a presença sempre edificante do presbítero que se exige para as realidades atuais. No meio do povo, com o povo e a seu serviço, mas antes fortalecido pela comunidade presbiteral onde ele encontra sua primeira forma de ser, conviver e operar em favor da vida. São belos os testemunhos de presbíteros (expressão antiga da Igreja) que se desdobram nas missões dentro e fora dos limites diocesanos. Há uma consciência mais missionária da Igreja e dos próprios presbíteros em terras distantes da Amazônia e da África, alimentando esperança e vida dos marginalizados e abandonados da sorte de viver. Aqui se faz pastoral social nas romarias, no campo e na cidade, contando com a organização do povo. A Pastoral Presbiteral tem em sua essência o cuidar de si, deixar-se cuidar pelo outro e cuidar do outro presbítero. Um cuidadoso acompanhamento existencial, pessoal, humano-afetivo, tendo em vista a unidade e a vida do povo de Deus, é essencial nesta pastoral. Passos foram dados. Agora é caminhar acreditando na graça e no esforço humano que vença a timidez, o fechamento e o isolamento. Páscoa: Festa da Vida Dom Geraldo Lyrio Rocha Arcebispo de Mariana A festa da Páscoa é uma celebração que fala de vida e libertação. Páscoa quer dizer passagem. Nas suas origens, essa festa era celebrada pelos nômades pastores, na primeira lua-cheia da primavera, para comemorar a passagem dos rebanhos para os novos bastos que brotaram com a chegada da nova estação, depois dos rigores do inverno. Nessa ocasião, eles ofereciam um cordeiro em sacrifício, pois acreditavam que o sangue daquela vítima retornaria nas novas crias do rebanho. Mais tarde, numa civilização sedentária, os agricultores, por ocasião da colheita do trigo, passaram também a realizar um ritual com pães ázimos, em agradecimento às divindades, a fim de que não lhes faltasse o alimento. O povo de Israel adotou esses antigos ritos como expressão e memória de sua libertação. A festa da Páscoa ganhou um novo sentido: Passou a ser celebrada como memorial da ação libertadora de Deus. O cordeiro imolado, os pães ázimos, as ervas amargas e o vinho tornam-se símbolos da libertação da escravidão do Egito e da posse da Terra Prometida. A festa da Páscoa torna-se assim expressão de vida em liberdade. Os cristãos compreenderam que a paixão, morte e ressurreição de Jesus são a realização plena e definitiva daquilo que era prefigurado nos sinais da Páscoa judaica. “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. É ele o verdadeiro Cordeiro, que tirou o pecado do mundo; morrendo destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida”, proclamamos na Sagrada Liturgia. O Apóstolo Paulo nos convida: “Celebremos, pois, a festa, não com o velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e verdade” (1Cor 5, 8). Este convite do Apóstolo deve nos estimular a viver nossa vocação cristã e a testemunhar para o mundo nossa experiência de fé. A celebração litúrgica da ressurreição de Cristo só será autêntica se ecoar em nossa vida de cristãos e ressoar, Assine o PASTORAL Faça seu depósito identificado em nome da Arquidiocese de Mariana, na Caixa Econômica Federal ou Casas Lotéricas, Agência: 1701 - Conta: 583-3 Operação: 003 e envie email com seus dados e confirmação de depósito para [email protected] Valor da assinatura: R$ 25,00 anual (12 exemplares) com força libertadora, na história da humanidade. A Campanha da Fraternidade deste ano nos recorda o compromisso cristão em colaborar na construção de uma nova sociedade. À luz do mistério pascal, enxergamos melhor os desafios que a sociedade atual enfrenta. A Igreja, como servidora da humanidade, deseja proclamar a mensagem libertadora de Jesus e colaborar para a construção de um mundo novo no qual se realize o grande êxodo da escravização para a liberdade, da opressão para o reconhecimento da dignidade humana, da exclusão para a igualdade, da discriminação para a fraternidade, do desrespeito aos direitos das pessoas para a justiça social. Para os que creem, Páscoa é passagem das trevas para a luz, do pecado para a graça, da morte para a vida. Diante dos sinais de morte presentes em nossa história, a celebração da Páscoa deve nos levar a reassumir, com renovado vigor, o compromisso com a paz, a vivência do amor fraterno e o empenho em lutar por uma sociedade justa e solidária, de acordo com o projeto de Deus, revelado em Cristo Jesus. O Senhor da Vida vence todas as forças que violentam, oprimem, escravizam e matam. Por sua ressurreição, Jesus se manifesta como o Senhor da História. A certeza da ressurreição de Cristo não se fundamenta em uma evidência matemática, nem numa realidade captada pelos sentidos ou verificada em laboratório. É uma descoberta que se faz na experiência da fé, vivida na comunidade eclesial. A luz do Senhor ressuscitado ilumina nossa mente e nosso coração e provoca uma mudança radical em nossa vida pessoal e social. A certeza da ressurreição nos permite superar as incertezas, tristezas, dores, angústias, sofrimentos, decepções e morte. Jesus ressuscitado garante paz duradoura, felicidade verdadeira e vida em plenitude. Páscoa é festa da Vida! PAS ORAL Expediente Periódico mensal, fundado em fevereiro de 1991, em Mariana/MG Endereço: Rua Dom Silvério, 51 Centro. CEP 35420-000 Mariana/MG. Fone: (31) 3557 3167. Email: [email protected] Diretor: Pe. Wander Torres Costa. Jornalista: Marcelo Martins - MG 06241JP Conselho Editorial: Edina da Silva, Ester Trindade, Pe. Geraldo Martins Dias, Pe. José Geraldo de Oliveira, Pe. José Maria Coelho da Silva, Pe. Paulo Barbosa, Pe. Wander Torres, Carlos Heitor Fideles. Produção: Editora Dom Viçoso. Rua Cônego Amando, 131 São José. CEP 35420-000 - Mariana MG. Fone: (31) 3557 1233. Email: edv@graficadomvicoso.com.br Tiragem: 2.000 exemplares. JORNAL PAS ORAL Abril/2015 entrevista 3 Vamos todos em Romaria Arquivo DACOM Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras completa 25 anos e promete movimentar a cidade de Urucânia no dia 1º de maio. Vinte e cinco anos de lutas e de resistência. Vinte e cinco anos de alegrias e esperanças. Para falar destes “encontros” e também dos “desencontros”, o Jornal Pastoral entrevistou quatro padres que participaram e participam desta jornada. Uma entrevista “coletiva” com os padres Antônio Claret, João do Carmo, João Batista e José Geraldo Vidal onde o destaque é o caminho que se segue em romaria. Pastoral: A primeira pergunta não poderia ser outra. Depois de 25 anos de lutas, quais são os avanços? grupos de reflexão e os trabalhos de base na Igreja, tudo aquilo que favorece a vida e deixa o povo animado. Antônio Claret: Eu penso que o avanço central é o fato da Romaria ser um ponto de aglutinação dos segmentos que buscam unir a fé com a vida e transformar isso em luta pra poder mudar a sociedade. Ela é um ponto de aglutinação de forças. Tem dois avanços práticos que podemos citar. Primeiro em Granada que existe uma barragem antiga. A Romaria aconteceu lá e se criou todo um processo de debate. Daí o Movimento dos Atingidos por Barragens reuniu as famílias e o pessoal se animou com o debate da Romaria, fez um acampamento e hoje está quase certa a conquista de mais de 300 famílias. Imagina o que é isso? São pessoas que vão para um reassentamento, vão pra estruturas que vão ser feitas ou refeitas em termos de estradas e pontes. Então é uma conquista bem grande que tem na sua origem uma participação da Romaria. Uma segunda coisa que podemos dizer é na área de educação. Duas romarias, em Viçosa e Piranga, debateram a questão da educação e hoje já está ganhando corpo um trabalho que chamamos de Escola Nacional de Energia Popular. Temos dois cursos planejados para este ano e também tem a ver com a Romaria. Certamente deve ter muito mais coisas por aí, mas me lembro bem destes dois. Pastoral: Como está o trabalho e qual é a expectativa para este ano? João Batista: A Romaria em si não tem como princípio o objetivo de encaminhamentos de situações mas sim de construir esta ligação da fé com a vida e do diálogo da Igreja com a sociedade, além de trazer para o debate estas questões que ficam no canto. Por exemplo, o debate sobre a água e os venenos como o agrotóxico. Ela tem procurado, nestes vinte cinco anos, mas principalmente quando começou a ser itinerante, aproximar-se de diversas realidades e trazer isso para o debate. Agora a gente acredita também que por onde ela passou ajudou a animar aquilo que já está acontecendo como os sindicatos que continuam na luta. Eu vejo várias iniciativas que a Romaria provoca como por exemplo os João do Carmo: Dentro da visão da Campanha da Fraternidade deste ano, que é “Igreja e Sociedade”, há uma retomada desta busca de colocar a Igreja dentro deste panorama sociopolítico que estamos vivendo. Principalmente quando a Romaria toma esta atitude de estar mais junto dos movimentos sociais com o apoio da Igreja. Isto proporcionou um ganho muito grande, principalmente neste debate de Igreja e Sociedade, trazendo para dentro das comunidades discussões como a questão da água. O apoio da Romaria é fundamental para colocar este debate na caminhada das comunidades e das pessoas. Pastoral: Qual a participação efetiva da Igreja neste trabalho? João do Carmo: O envolvimento da Igreja neste processo de transformação está sendo muito interessante. A CNBB defendendo uma profunda reforma política mostra que estamos vivendo um momento muito profundo e sério para, de fato, buscar uma mudança junto com a sociedade. Pastoral: A abertura e amplitude de temas atendidos pela Romaria são um caminho para fortalecer a mobilização? João Batista: A Romaria não é um evento, pois termina uma a gente já começa a outra sempre procurando refletir o momento e acompanhar esta situação, fazendo análise da conjuntura do momento, seja religiosa, social ou política. Então eu vejo que ela tem o objetivo de fazer um caminho como instrumento de libertação, entendimento da realidade e um processo em si mesmo. Não há um objetivo de se alcançar algo imedia- tamente. É a construção que vai acontecendo em meio à alegria do povo, conjugando o trabalho de várias pessoas que participam, não por uma causa imediata de atingido por algo, mas como apoio. Nós buscamos sobretudo ajudar os trabalhadores na sua valorização como pessoa humana, dignidade, gênero. Eu vejo a Romaria como um processo continuado de construção que acompanha o movimento. Pastoral: Como chamar este povo todo para participar? José Geraldo Vidal: A Romaria dos Trabalhadores é uma oportunidade muito boa para, este ano dentro da Campanha da Fraternidade, as comunidades organizarem caravanas e grupos para participarem. Estamos motivando todos a participarem da Romaria dos Trabalhadores no dia Primeiro de Maio, em Urucânia. Eu queria também destacar um ganho que a Romaria teve nos últimos anos. Ela foi uma iniciativa dos padres da Região Mariana Leste e quando a Romaria completou 15 anos surgiu a iniciativa de se fazer uma peregrinação em outras regiões da Arquidiocese e este foi um grande ganho para todos. Ela deixou de ser regional para ser uma Romaria conhecida em toda a Arquidiocese. Com isso foi possível aglutinar pessoas ligadas a movimentos diversos e de todas as regiões. Quando nós voltamos agora para Urucânia, para comemorar os 25 anos, a Romaria traz com ela o conhecimento e experiência da participação de mais pessoas, que não estavam dentro de algum movimento em defesa da vida, e aí a Arquidiocese toda acaba fazendo este convite e traz gente de todos os lugares, inclusive de outras dioceses. A Romaria traz uma responsabilidade muito grande no sentido de ter puxado várias bandeiras como a agricultura familiar, o combate ao uso excessivo de agrotóxicos. Ela teve um papel muito importante de motivação e mobilização. Eu vejo isso tudo como um grande diferencial e fico feliz em comemorar os vinte e cinco anos com esta carga histórica importante. aparecida 4 JORNAL PAS ORAL Abril/2015 notícias Arquidiocese promove Encontro de Comunicadores com dom Geraldo O DACOM (Departamento Arquidiocesano de Comunicação) vai promover no dia 9 de maio, no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, o Primeiro Encontro de Comunicadores com Dom Geraldo Lyrio Rocha. O objetivo do encontro é estreitar os laços de comunhão em favor de uma comunicação que tenha como diretrizes o bem comum, a verdade, a ética, a transparência e os valores humanos e cristãos. O encontro, que terá iní- cio às 8h30 e término previsto para 13h, é direcionado aos comunicadores que atuam na área de imprensa, rádio, secretarias municipais, televisão e comunicadores paroquiais das cidades que formam a Arquidiocese de Mariana. “Pedimos o apoio dos padres das mais diversas paróquias da Arquidiocese que nos auxiliem na divulgação e indicação dos nomes dos comunicadores paroquiais. É muito importante a participação das paróquias neste processo de ampliação e aprofundamento Encontro reúne 200 mulheres em Barbacena coordenação de pastoral Em clima de muita irmandade e sensibilidade social, foi promovido, no mês de março, em Barbacena, um grande Encontro de Mulheres que atuam nas comunidades das cinco regiões pastorais da Arquidiocese de Mariana. Com o tema “Mulher, presença forte na defesa da vida”, o evento cumpriu umas das propostas do V Fórum Social Pela Vida que sugeria um momento de encontro e de partilha de experiências das mulheres da Arquidiocese. Após muito debate e exposições, as 200 mulheres que participaram do encontro redigiram uma carta onde denunciam, entre outras coisas, todas as formas de violência contra a mulher, sejam elas física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. Na carta, elas também assumem compromissos como a divulgação e participação de iniciativas de denúncias e de lutas com vistas ao combate da violência contra a mulher. Além dos compromissos descritos na carta, as participantes darão sequência aos trabalhos e já preparam o II Encontro Arquidiocesano de Mulheres, que poderá acontecer nas Regiões Episcopais Norte ou Sul. O encontro contou com infraestrutura, animação e apoio da Paróquia de Santo Antônio por meio de paroquianos e famílias da região que ofereceram hospedagem solidária. da comunicação na Arquidiocese. Tanto a comunicação com o público em geral, quanto nossa comunicação interna”, afirma o diretor do DACOM, padre Paulo Barbosa que enviou carta sobre o encontro aos padres da Arquidiocese. As inscrições devem ser feitas até o dia 30 de abril pelo e-mail dacom.arqmariana@ yahoo.com.br ou pelo telefone 31-3557-3167. Grande presença de padres e fiéis marca envio do padre João do Carmo Aconteceu no dia 8 de março, no sítio Grampina, em Ervália, a 5ª Vivência Missionária e o Envio Missionário do padre João do Carmo para a diocese de Almenara. A Vivência Missionária ocorre uma vez por ano, oportunidade em que aqueles que estão em missão fora da arquidiocese podem partilhar a experiência, celebrar a vida, as alegrias e tristezas, sonhos e esperanças. Estiveram presentes cerca de quinhentas pessoas, de diversas cidades. Reunidos, os participantes fizeram oração, partilha das experiências missionárias, missa e caminhada. Ao final da missa, foi lida a mensagem de saudação de dom José Carlos Brandão Cabral, bispo da diocese de Almenara e outra mensagem dos leigos da Paróquia Santo Antônio de Santo Antônio do Jacinto, lugar em que o padre João exerce seu ministério desde o dia 22 de março. Padre João do Carmo se colocou à disposição da Arquidiocese de Mariana para ser enviado para a missão, sensibilizado com o apelo do bispo da Diocese de Almenara que em carta ao arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, expressava a carência de ministros ordenados para o pastoreio daquele povo. Solidários na dignidade do trabalho Este foi o tema da Campanha da Fraternidade de 1991 que motivou a primeira Romaria dos Trabalhadores, realizada em Urucânia, no dia 1º de maio daquele ano. Idealizada pela Forania de Ponte Nova, com a participação de sindicatos e movimentos populares, a Romaria nasceu do desejo de a Igreja mostrar-se solidária com as causas dos trabalhadores e trabalhadoras da região. Sentíamos a necessidade de uma atividade que, por um lado, alimentasse a fé e o entusiasmo dos trabalhadores e trabalhadoras, e, por outro, trouxesse a lume sua situação de sofrimento e dor, causada pelo sistema político-econômico e por patrões inescrupulosos que lhes negavam o direito e a dignidade. Motivou-nos, especialmente, o objetivo da Campanha da Fraternidade daquele ano: “Que a Igreja e as pessoas de boa vontade assumam a realidade do trabalho e do mundo do trabalho, com todas as suas dimensões de criação, progresso, conflito, divisões e solidariedade, como lugar teológico para a evangelização, o anúncio da Boa Nova no mundo de hoje e para a construção do Reino de Paz, Justiça e Amor”. A experiência se consolidou e, no próximo dia 1º de Maio, faremos memória dos 25 anos desta que é, na Arquidiocese de Mariana, a maior comemoração do Dia dos Trabalhadores/as. Confiada ao patrocínio do carpinteiro São José, a Romaria encontrou, no Santuário Nossa Senhora das Graças, em Urucânia, uma referência para os trabalhadores/as celebrarem sua fé, manifestarem sua indignação contra o sistema capitalista, que exclui e mata, e apresentarem suas reivindicações em vista de uma sociedade justa, solidária e fraterna. Em suas 25 edições, a Romaria rodou as cinco Regiões pastorais de nossa Arquidiocese e arrebanhou grande número de trabalhadores/as. Seus temas sempre procuraram aliar fé e vida no permanente esforço de encarnar a mensagem libertadora de Jesus Cristo. Eles apontam para o caminho oposto dos que buscam “um Cristo puramente espiritual, sem carne nem cruz” (EG 88) e mostram que “ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional” (EG 183). A crise atual pela qual passa o País torna mais necessária a Romaria como espaço de luta e defesa das conquistas sociais dos últimos anos. As medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, a inflação, o desemprego que bate à porta, a corrupção, são ameaças reais aos direitos dos trabalhadores/as. A Romaria ganha, neste contexto, novo sentido e novo vigor, por se constituir em eficaz instrumento de mobilização dos trabalhadores/as no compromisso de assegurar que nenhuma resposta à crise signifique retrocesso ao que se conquistou à custa de luta e dor nesses 30 anos de redemocratização do país. Participar da Romaria é uma excelente forma de viver a Campanha da Fraternidade deste ano que nos exorta a servir como Jesus serviu. Pe. Geraldo Martins Coordenador de Pastoral Correia de Almeida 11/01 a 18/01 Paróquia de Sant'Ana Antônio Carlos Abril/2015 18/01 a 25/01 Paróquia de São Sebastião Barbacena 25/01 a 01/02 Paróquia de Santo Antônio Ibertioga 01/02 a 08/02 Paróquia de Nossa Senhora das Dores Dores do Turvo 08/02 a 15/02 Paróquia de Nossa Senhora da Penha Barbacena 15/02 a 22/02 Paróquia de Santo Antônio Silverânea A paróquia de Sant´Ana, Arquidiocese. A da imagem 22/02 a 01/03 Paróquia Bom Jesus Cana visiVerde localizada na cidade de Catará toda a região até o dia 29 Tabuleiro randaí de junho de 2015, quando será 06/03receberá a 08/03 com muita Paróquia do Bom Pastor festa, no dia 5 de abril, a Imalevada à Região Episcopal MaBarbacena gem Peregrina de Nossa Serianade Oeste, dando sequência 08/03 a 15/03 Paróquia São José Operário nhora Aparecida, que chegou às visitas programadas até juBarbacena à Arquidiocese de Mariana Paróquia no nho de 15/03 a 22/03 de2017. São Manoel dia 14 de dezembro e segue as datas e locaisdopor ParóquiaVeja de Nossa Senhora Rosário com sua peregrinação às coonde a imagem passará nos Rio Pomba munidades da Região Sul Paróquia da próximos meses. 22/03 a 29/03 de São Pio X Barbacena Período Paróquia 29/03 a 05/04 SEMANA SANTA 14 a 21/12 Paróquia de Nossa Senhora da Piedade 05/04 a 08/04 Sant'Ana Barbacena Carandaí 21 a 28/12 Paróquia de Santa 09/04 a 11/04 Nossa Bárbara Senhora das Dores Santa Bárbara do Tugúrio Capela Nova 28/12 Paróquia de Nossa Senhora das Dores 12/04 a 04/01/2015 19/04 São José Senhora das Dores Ressaquinha 04/01 Paróquia de Sebastião 19/04 a 11/01 26/04 do São Divino Espírito Santo Correia de Almeida Barbacena 11/01 Paróquia de Sant'Ana 26/04 a 18/01 03/05 Nossa Senhora dos Remédios Antônio Carlos Remédios 18/01 Paróquia de SãoSenhora Sebastião 03/05 a 25/01 10/05 Nossa de Fátima Barbacena 25/01 Paróquia de Santo Antônio 10/05 a 01/02 17/05 Nossa Senhora do Desterro Ibertiogado Melo Desterro 01/02 Paróquia de Nossa Senhora das Dores 17/05 a 08/02 24/05 São José Dores do Turvo Alto Rio Doce 08/02 Paróquia de São Nossa Senhora da Penha 24/05 a 15/02 01/06 Caetano Barbacena Cipotânea 15/02 Paróquia de Santo 01/06 a 22/02 06/06 Nossa Antônio Senhora da Assunção Silverânea Barbacena 22/02 Paróquia Bom Jesus da Cana Verde 06/06 a 01/03 08/06 de São Pedro Tabuleiroa Barbacen 06/03 Paróquia do Bom Pastor 08/06 a 08/03 15/06 de Santo Antônio Barbacena Barbacena 08/03 Paróquia de São José Operário 15/06 a 15/03 22/06 Nossa Senhora do Rosário Barbacena Alfredo Vasconcelos 15/03 Paróquia de São Manoel 22/06 a 22/03 29/06 Nossa Senhora do Livramento Paróquia de Nossa Senhora do Rosário Oliveira Fortes Rio Pomba Paróquia de São Sebastião 22/03 a 29/03 Paróquia de São Pio X Paiva Barbacena 29/03 a 05/04 SEMANA SANTA 05/04 a 08/04 Paróquia de Sant'Ana Carandaí 09/04 a 11/04 Paróquia de Nossa Senhora das Dores A paróquia de Nossa SeCapela Nova nhora da Luz, em Conselhei12/04 a 19/04 Paróquia de São José ro Lafaiete, Região Oeste da Ressaquinha Arquidiocese, recebeu, no mês Paróquia do Divino Espírito Santo de19/04 março,aa 26/04 visita pastoral do ArBarbacena cebispo de Mariana, dom Geral26/04 a 03/05 Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios do Lyrio Rocha. O pároco, padre Remédios Rogério Pereira, os seminaristas a 10/05 Paróquia Nossa Senhora de Fátima da03/05 teologia que ali realizam seu Barbacena estágio pastoral, Allan Ferreira e 10/05 a 17/05 Paróquia Nossa Senhora do Desterro Rosemar Condé, e muitas lideDesterro do Melo ranças e fiéis leigos, receberam 17/05 a 24/05 Paróquia de São José com alegria a visita do pastor Alto Rio Doce neste que é um momento privi24/05 a 01/06 Paróquia de São Caetano legiado de contato do Arcebispo Cipotânea com o povo santo de Deus, con01/06 a 06/06 Paróquia de Nossa Senhora da Assunção fiado aos seus cuidados. Barbacena Dentro da programação da simples e acolhedor das comu- de encorajamento do arcebispo 06/06 a 08/06 Paróquia de São Pedro visita pastoral, dom Geraldo nidades rurais de Três Barras e e tirarem suas dúvidas sobre Barbacen a pode conhecer as comunidades São Gonçalo. diversos temas eclesiais numa 08/06 a 15/06 Paróquia de Santo Antônio da paróquia, além de celebrar Um dos encontros mais conversa informal com dom Barbacena os15/06 sacramentos da iniciação marcantes foi com a juventude Geraldo. A visita pastoral tama 22/06 Paróquia de Nossa Senhora do Rosário cristã, Crisma e 1ª Eucaristia. da paróquia. Muitos jovens saíbém contou com as reuniões do Alfredo Vasconcelos Dom Geraldo também pode ram das comunidades paradopoCAEP, CPP e visita à secretaria 22/06 a 29/06 Paróquia de Nossa Senhora Livramento experimentar a alegria do povo derem acompanhar as palavras paroquial. Oliveira Fortes Paróquia de São Sebastião Paiva Imagem de Aparecida segue em peregrinação pela Arquidiocese Dom Geraldo faz visita Pastoral à Paróquia de Nossa Senhora da Luz, em Conselheiro Lafaiete JORNAL PAS ORAL notícias 5 GIRO RÁPIDO Sínodo da Família A Arquidiocese de Mariana, por meio da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, juntamente com os coordenadores da Pastoral Familiar, disponibilizaram a todas as pastorais e movimentos da Arquidiocese de Mariana, documento de trabalho preparatório para o Sínodo que discutirá, de 4 a 25 de outubro, “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. O documento, chamado Lineamenta, traz orientações e um questionário, que deve ser respondido e enviado ao Centro Arquidiocesano de Pastoral até o dia 10 de abril. Segundo carta enviada às pastorais, padres e movimentos, as respostas serão remetidas à CNBB até o dia 15 de abril. “Nosso tempo é curto. (…) Precisamos que as respostas cheguem ao Centro de Pastoral até o dia 10 de abril para que sejam sintetizadas em um único relatório da Arquidiocese. Pedimos que leiam o documento e respondam as perguntas que julgarem possíveis. Se seu grupo não conseguir responder todas as perguntas, não há problema. O importante é tomar conhecimento do conteúdo do documento e responder ao questionário segundo suas possibilidades”, explica a carta. A proposta é que o questionário chegue ao maior número possível de pessoas para que se tenha um diagnóstico mais amplo possível do que a Arquidiocese pensa sobre o assunto. Tenha acesso à carta e ao questionário no site www. arqmariana.com.br Pastoral da Juventude A Pastoral da Juventude (PJ) de Ponte Nova promoveu no mês de março, formação sobre a Campanha da Fraternidade 2015, que tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir”, na paróquia São Sebastião, em Ponte Nova. O objetivo geral da Campanha deste ano é aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. O encontro foi assessorado pelo seminarista Daniel Fernandes Moreira, que apresentou os objetivos gerais e específicos da Campanha da Fraternidade e ainda a pedagogia do Ver-Julgar-Agir, “que ilumina e orienta a vivência da Campanha neste período de reflexão ligada ao tempo quaresmal e preparação para a grande festa da Páscoa da Ressurreição de Jesus”. Cerca de 50 pessoas participaram do encontro, entre eles os jovens da Pastoral da Juventude Salesiana (PJS) e da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP). Convivência e Partilha Com o intuito de fomentar a comunhão, o encontro e os laços de fraternidade entre os fiéis, foi realizado no dia 15 de março, o 1º Dia da Convivência e da Partilha, que contou com grande participação das comunidades urbanas da paróquia de Sant’Ana, em Abre Campo, localizada na Região Mariana Leste. “Foi um momento muito especial, onde pudemos conversar, partilhar alimentos, e ainda contamos com a apresentação da Banda de Música Santa Cecília”, relatou dona Ketrine Bastos. De acordo com o padre Eliseu, que idealizou a iniciativa junto com o Conselho de Pastoral, “a proposta é que todo terceiro domingo do mês, após a missa das 19h, tenha este momento para parar, conversar, encontrar e partilhar um pouco sobre a vida e a caminhada de fé de nossa paróquia. Desde já agradecemos a todos os paroquianos e equipes que nos ajudaram na realização desse importante momento”. 6 JORNAL PAS ORAL Abril/2015 comunhão e participação Marcelo Martins CARTA DO XXV ENCONTRO DE PRESBÍTEROS E DIÁCONOS DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA N Inspirados no tema “Pastoral Presbiteral: o ministério ordenado, à luz da mística do cuidado”, mais de 160 padres e diáconos de todas as cinco regiões da Arquidiocese de Mariana estiveram reunidos entre os dias 2 e 5 de março, em Cachoeira do Campo (Ouro Preto/MG), no XXV Encontro de Presbíteros e Diáconos. Um momento de reflexão e convivência. Um momento de fortalecimento de laços e oração, voltados para a mística do cuidado consigo mesmo e com o outro. “O encontro pode ser resumido na palavra cuidado. Cuidado de si mesmo, cuidado dos irmãos e cuidado do rebanho. Nós temos que cuidar bem de nós mesmos, cuidar bem dos padres e dos diáconos. Temos que cuidar, cada um cuidando também de si mesmo e uns dos outros, porque só assim nós cuidaremos bem do povo de Deus que nos é confiado. Se a gente não cuida de si mesmo, como é que vai cuidar dos outros. Então, esta foi a mola mestra que movimentou todo o encontro”, explicou o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha. Para o padre Marcelo Santiago, representante dos presbíteros e um dos organizadores do encontro, a mística do cuidado foi ampliada em Cachoeira do Campo. “Cresce sempre mais esta consciência da mística do cuidado que concretamente quer ser o cuidado do presbítero e do diácono consigo mesmo, cuidado com o outro e sobretudo o cuidado com o povo, pois nós somos ordenados para servir ao povo de Deus unidos a Jesus Cristo, como pastores, para cumprir esta missão que Deus nos confiou como Igreja. Nós avançamos nessa consciência e agora nessa organização e articulação de uma Pastoral Presbiteral mais consistente que possa viabilizar com expressões e iniciativas que fomentem um espírito de mais fraternidade e comunhão presbiteral”, afirmou padre Marcelo. O encontro teve ainda a participação do padre Márcio Sampaio, da congregação Missionários de Nossa Senhora da África, que contou a todos sobre sua experiência no continente africano. “Este foi um momento de extrema importância pra mim. Um momento de rever amigos e de muito aprendizado com a experiência da Arquidiocese de Mariana. Também pude partilhar o trabalho de missão que faço. Trouxe a eles um pouco da nossa vida no Congo com uma realidade difícil e desafiante, com uma vida simples mas vivida no meio do povo, sem apego material”, disse padre Márcio. Para o diácono José Apolinário dos Santos o momento foi muito especial. “Este é um momento de muita união entre diáconos e padres e de apren- dizado vivido através da convivência entre nós. O diaconato é um desafio mas são muito valorizados na Arquidiocese de Mariana. Estou com dezessete anos de trabalhos e nunca tive um momento de tristeza para exercer este diacólio. A gente vai crescendo na medida que vamos sendo valorizados no nosso trabalho e isso acontece em toda a Arquidiocese. Esta é uma conquista para a Igreja e a Arquidiocese de Mariana valoriza muito este ministério. O diaconato é uma experiência muito positiva pois é um chamado que Deus faz e vale muito a pena viver esta experiência”. assessoria O encontro contou com a assessoria do padre Jésus Benedito dos Santos, da Arquidiocese de Pouso Alegre. Com dois livros escritos sobre a Pastoral Presbiteral, padre Jésus ressaltou a importância do momento vivido em Cachoeira do Campo para ampliar e aprofundar a convivência fraterna entre os presbíteros e diáconos. Segundo ele “um encontro deste deve gerar mais união, mais fraternidade, mais diálogo entre os presbíteros. Quando falamos deste encontro, falamos também em servir melhor o povo de Deus. Como a Pastoral Presbiteral trabalha a mística do cuidado, trabalha tanto o padre cuidando bem de si quanto cuidando bem do povo. Se temos um padre feliz e bem na sua vocação, naturalmente este padre será melhor pastor e melhor no seu dia-a-dia, no seu trabalho”. Definições Ao final do XXV Encontro de Presbíteros e Diáconos foi redigida uma carta onde, entre outros temas, destaca-se decisões práticas como a construção de uma casa de acolhida para os presbíteros. “Comprometemo-nos a: criar uma casa para acolhida, abrigo, convivência e partilha de vida dos presbíteros; fomentar a pastoral presbiteral a partir das Regiões Pastorais; oferecer mais espaços de formação permanente do clero”, afirmam os participantes em carta enviada a todas as comunidades da Arquidiocese de Mariana. “Lançamos, também, ao final do encontro uma carta, em nome do bispo e dos presbíteros saudando a vida consagrada na Arquidiocese de Mariana. Leigos e leigas, religiosos e consagrados leigos que expressam o testemunho da fé tanto pela sua presença quanto pelo apoio com os vários carismas que assumem sempre na construção do Reino de Deus entre nós”, explica o padre Marcelo Moreira Santiago. “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho” (At 20,28) ós, presbíteros e diáconos da Arquidiocese de Mariana, reunidos com nosso arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, de 2 a 5 de março de 2015, na Casa “Retiro das Rosas”, em Cachoeira do Campo, em nosso XXV Encontro Anual, dirigimo-nos aos irmãos e irmãs de nossa Arquidiocese, presentes nas mais diversas comunidades e atuando nos mais variados serviços, partilhando o fruto de nossas reflexões. Em clima de fraternidade, celebramos o Jubileu de Prata de nosso Encontro e o Jubileu de Ouro do Concílio Ecumênico Vaticano II, inspirados no tema “Pastoral Presbiteral: o ministério ordenado, à luz da mística do cuidado”. Assessorados pelo Pe. Jésus Benedito dos Santos, aprofundamos nossa reflexão, em vista da importância do cuidado que se deve ter com a pessoa do presbítero cuja missão é dedicar-se integralmente ao serviço do rebanho. Reafirmamos nossa alegria e gratidão por pertencer ao Clero desta Arquidiocese, onde nos encontramos e nos sentimos todos irmãos: bispo, padres e diáconos. Move-nos o propósito de servir melhor às nossas comunidades eclesiais e nos tornarmos cada vez mais corresponsáveis uns pelos outros na vida e no exercício de nosso ministério ordenado. Comoveu-nos a partilha dos irmãos presbíteros enviados para a missão fora de nossa Arquidiocese, bem como o testemunho do padre Márcio Sampaio de Paula, da Congregação Missionários de Nossa Senhora da África, há dez anos no continente africano, nosso convidado especial. Tomados da mais profunda sensibilidade, a generosidade de nosso clero manifestou-se com uma coleta espontânea, ofertada ao convidado para minorar as dificuldades que enfrenta na missão. Renovamos o compromisso de servir, à luz do Concílio Vaticano II, exercendo nossa tríplice missão de Sacerdotes, santificando o povo de Deus; Pastores, cuidando do rebanho; Profetas, promovendo a vida e enfrentando com coragem o poder do mal. Inspirados no exemplo de Jesus Cristo, queremos ser uma “Igreja em saída” (EG. 24), que vai ao encontro dos afastados, que escuta e se aproxima das suas situações de fragilidade, partilhando suas alegrias e esperanças, suas tristezas e angústias (GS. 1). Para concretizar esse propósito, assumimos o compromisso de fortalecer as iniciativas já existentes no cultivo da fraternidade entre nós e de nos unir em torno da implantação e implementação da Pastoral Presbiteral. Comprometemo-nos a: criar uma casa para acolhida, abrigo, convivência e partilha de vida dos presbíteros; fomentar a pastoral presbiteral a partir das Regiões Pastorais; oferecer mais espaços de formação permanente do clero. Ajudando-nos, mutuamente, presbíteros e diáconos, buscaremos o nosso crescimento humano, espiritual e pastoral, para sermos sinais de Deus, tornando seu cuidado palpável na vida de cada um. Suplicamos a bênção e a intercessão de Nossa Senhora da Assunção e do seu esposo São José, padroeiros de nossa Arquidiocese, para podermos realizar entre nós a vontade de Jesus: “Que eles sejam um para que o mundo creia” (Jo. 17,21) Cachoeira do Campo, 5 de março de 2015 JORNAL PAS ORAL Abril/2015 profecia R eunidos em Cachoeira do Campo para o 25º encontro anual de presbíteros e diáconos da Arquidiocese de Mariana, juntamente com o nosso Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, neste Ano da Vida Consagrada proclamado pelo Papa Francisco, queremos nos dirigir, com gratidão e estima, às pessoas consagradas que atuam na Arquidiocese de Mariana. Em primeiro lugar, damos graças a Deus pelo dom de sua vocação e dedicado serviço prestado às nossas comunidades eclesiais e a sociedade em geral. Reconhecemos o seu testemunho profético na vivência dos conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade, sobretudo por meio da vida comunitária, incentivando-nos para o grande “projeto de comunhão” querido por Deus para toda a humanidade. A vida consagrada aponta para o absoluto de Deus, para a radicalidade da vida fraterna e para a meta definitiva da existência humana na plenitude do Reino de Deus. O seu testemunho alegre de consagração nos convida a redescobrir a verdade e a beleza do Evangelho de Jesus, confirmando que há mais alegria em dar do que em receber (cf. At 20,35), conforme a lição do lava-pés (Jo 13, 1-17) daquele que veio para servir (cf. Mc 10,45). A vida consagrada testemunha a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus, desapegados dos bens materiais, confiantes na Providência Divina, atentos e acolhedores diante da Palavra de Deus e com os afetos integrados e ordenados para amar e servir a Deus na pessoa dos irmãos e irmãs, especialmente dos mais pobres e sofredores. A vida consagrada encarna a radicalidade do espírito das bemaventuranças (Mt 5,1-12) e confessa o Deus de amor que é Pai, Filho e Espírito Santo, tendo na Virgem Maria o modelo e a inspiração para toda a consagração à Trindade Santa. A vida consagrada é dom do Espírito Santo à Igreja e deve ser sempre um apelo para uma Igreja pobre a serviço dos pobres, conforme o sonho do Papa Francisco. Assim se expressou Dom Geraldo na missa de abertura do Ano da Vida Consagrada na Catedral de Mariana no dia 1º de fevereiro de 2015: “A Arquidiocese de Mariana não poderia deixar de acolher a palavra do Papa Francisco que estabeleceu o ano de 2015 como um ano dedicado à Vida Consagrada. É uma riqueza para toda a Igreja e nossa Arquidiocese tem uma presença extraordinária de religiosos e religiosas em muitas obras, colégios, hospitais e serviços pastorais. Uma presença que enriquece muito a nossa Igreja, de consagrados a Deus em uma forma de vida que busca levar a graça do batismo a uma vivência de forma mais radical. Assim, em nossa Catedral de Mariana, celebramos missa com presença de pessoas que vieram de todas as partes da Arquidiocese”. Que este Ano da Vida Consagrada seja para todos nós ocasião de render graças a Deus, fonte de todo bem e vocação, de aprofundamento da consciência do caráter profético da vida consagrada e de crescimento na fidelidade e docilidade ao que o Espírito diz à Igreja na concretude dos desafios de nosso tempo, para que seja servidora da vida e da esperança, testemunhando o amor misericordioso de Deus para com todos, particularmente para com os que mais sofrem. Que Deus abençoe a todas as pessoas consagradas! Arcebispo, Presbíteros e Diáconos da Arquidiocese de Mariana Cachoeira do Campo, 5 março de 2015 Marcelo Martins O encontro contou com a participação de dom Geraldo e 160 padres e diáconos de toda a Arquidiocese O termo Presbítero é pouco usado por nós. O Presbítero é o Padre. O Segundo Testamento fala muito do Presbítero como um homem maduro na fé, experiente e capaz de servir à comunidade com dedicação. Falando de Presbíteros, S. Pedro (1Pd 5,1-3) disse: “Faço uma admoestação aos presbíteros que estão entre vocês, eu que sou presbítero como eles (...): cuidem do rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas de livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por causa de lucro sujo, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho”. Para S. Francisco de Assis, o presbítero deve ser um homem pobre. Para S. Domingos deve ser também um pregador da Palavra de Deus. A Igreja espera que o presbítero (Padre) seja um homem de Deus no meio do povo e um homem do povo a serviço de Deus. Serve a Deus quem serve o próximo (cf.Hb 5,1; Mt 25,40). Nos primeiros séculos da Igreja o presbítero era escolhido pelo povo e constituído para servir a comunidade. Deus chamava através da escolha da comunidade. Ordena-se o presbítero para ser sacerdote (aquele que santifica os fieis pelos sacramentos), profeta (aquele que anuncia a Palavra e denuncia as injustiças), e rei/pastor (aquele que serve o povo). O presbítero deve cuidar do povo. Muito nos alegra os presbíteros que se preocupam com as ovelhas mais sofridas, como pastor que deixa as 99 e vai atrás de uma que se perdeu (cf. Lc 15, 3-7). Quantos presbíteros vivem com as ovelhas de rua! Quantos presbíteros estão junto aos pescadores, aos que moram em palafitas! Quantos vivemcom o povo e como o povo nas favelas, nos cortiços! Quantos enfrentam os lobos para defender as ovelhas! Muitos destes são perseguidos e mortos tal qual Jesus, dando a vida pelas ovelhas! Quantos, como S. Paulo, partem para países distantes e enfrentam tantas dificuldades para anunciar a Boa Nova “até os confins da terra”! Estes podem dizer como S. Paulo: “faço tudo para todos, para ganhar o maior número possível”. Estes presbíteros honram Cristo e sua Igreja. Por outro lado, muito nos entristece, quando presbíteros são contaminados pelo pernicioso vírus dos tempos atuais. Confundem o poder de curar com algumas celebrações mais sensacionalistas do que culto sagrado. Toda celebração eucarística é curativa, pois ali se partilha a Palavra que “nos guarda para a Vida Eterna” e o “Pão que desceu do céu.” Jesus fugia de honrarias. Também nós, presbíteros, devemos fugir das honrarias, da fama e do poder, da vida de luxo e da riqueza. Devemos primar pela sobriedade na compra dos objetos litúrgicos, evitando a tentação do consumismo e do exibicionismo. Não podemos esquecer nossa opção pelos pobres, a exemplo de nosso mestre Jesus, que nasceu e viveu pobre e exerceu seu ministério na Galileia, uma região muito pobre (cf. Mc 1,14; Jo 1,46). Alerte-nos a palavra do profeta Ezequiel: “Ai dos pastores de Israel que são pastores de si mesmos!” (Ez 34,2) Há mais de cem anos o Papa Leão XIII despertou a Igreja para a dimensão social, com a carta intitulada “Coisas Novas”. Quantos continuam “gemendo e chorando” na miséria e na desesperança! Muita genter eclama dos padres de hoje, mas os padres cresceram numa família. A família constrói a base sobre a qual se forma um padre. Se queremos padres santos, precisamos de famílias santas. E família santa se faz no seguimento de Jesus Cristo. Pe. Luiz Faustino dos Santos Barão de Cocais / MG O Presbítero CARTA ÀS PESSOAS DE VIDA CONSAGRADA 7 8 JORNAL PAS ORAL Abril/2015 igreja no brasil e no mundo Papa anuncia Ano CNBB e OAB apresentam Santo da Misericórdia Manifesto em defesa Um Jubileu extraordinário, um Ano Santo da Misericórdia: foi o anúncio que o Papa Francisco fez na tarde do dia 13 de março, na Basílica Vaticana, durante a homilia da celebração penitencial com a qual o Pontífice abriu a iniciativa “24h para o Senhor”. Um anúncio acolhido com o aplauso dos presentes. “Decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos como o vosso Pai” (cf. Lc 6,36). Este Ano Santo – explicou o Papa – terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo e rosto vivo da misericórdia do Pai.” Durante a homilia Francisco ressal- tou a riqueza da misericórdia de Deus evidenciando “com quanto amor Jesus olha para nós, com quanto amor cura o nosso coração pecador”. Francisco vê o Jubileu extraordinário como uma oportunidade mediante a qual “a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia”. Confio a organização deste Jubileu ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, a fim de que possa animá-lo como uma nova etapa do caminho da Igreja em sua missão de levar a toda pessoa o Evangelho da misericórdia. Estou certo de que toda a Igreja poderá encontrar neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolação a todo homem e toda mulher de nosso tempo. L´Osservatore Romano Dom Oscar Romero será beatificado em maio Foi anunciado em março, na capital salvadorenha, o dia 23 de maio como data da beatificação de dom Oscar Arnulfo Romero. A data foi confirmada por dom Vicenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família e postulador da causa de beatificação. Dom Paglia declarou que agora acredita que a demora no reconhecimento do martírio de dom Oscar Romero, assassinado em 24 de março de 1980, confirma os desígnios de Deus. “Romero deveria ser beatificado sob o pontificado do primeiro Papa latino americano. Hoje consigo entender em profundidade o porquê de tantos atrasos: Deus esperava pelo Papa Francisco. Deus escreveu esta página com as linhas tortas dos opositores”, disse o arcebispo. Assassinato Dom Oscar Romero foi assassinado quando celebrava missa, em 24 de março 1980, por um atirador de elite do exército salvadorenho. Sua morte provocou uma onda de protestos em todo o mundo e pressões internacionais por reformas em El Salvador. Com informações da Rádio Vaticano da Democracia A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram o Manifesto em Defesa da Democracia. O lançamento aconteceu na sede da CNBB, em Brasília, com a presença dos presidentes das respectivas entidades – o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, e o advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Participaram do lançamento autoridades civis e políticas, sacerdotes, religiosos e representantes de entidades e organismos. O Manifesto é uma iniciativa da Rede de instituições que compõem a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, para a mobilização em torno do Projeto de Lei de Iniciativa Popular e da defesa do Projeto de Lei (PL) 6316/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados. A leitura do Manifesto foi realizada pelo presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis. “Ao lançar este manifesto, fazemos votos de que o Congresso Nacional, enquanto representante da vontade do povo brasileiro, possa levar a bom termo a esperada reforma política, para o bem do nosso país”, disse dom Damasceno. MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA Considerando as graves dificuldades político-sociais que afligem atualmente o País, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – se veem no dever de vir a público expressar – a exemplo do que já fizeram em ocasiões semelhantes anteriores – a convicção de que acima das divergências políticas, naturais numa República, estão a ordem constitucional e a normalidade democrática. Aos três Poderes da República cabe relacionarem-se entre si, de maneira independente, porém harmônica e cooperativa, não se admitindo que dissensões menores ou interesses particulares – de indivíduos ou de grupos – possam comprometer o exercício das atribuições constitucionais que a cada um deles compete exercer. Submetidos que são tais Poderes ao primordial princípio democrático pelo qual “todo poder emana do povo e em seu favor deve ser exercido”, cumpre-nos lembrar que as decisões deles emanadas somente se legitimam se estiverem adequadas a esse princípio maior. A inquestionável crise por que passam, no Brasil, as instituições da Democracia Representativa, especialmente o processo eleitoral, decorrente este de persistentes vícios e distorções, tem produzido efeitos gravemente danosos ao próprio sistema representativo, à legitimidade dos pleitos e à credibilidade dos mandatários eleitos para exercer a soberania popular. Urge, portanto, para restaurar o prestígio de tais instituições, que se proceda, entre outras inadiáveis mudanças, à proibição de financiamento empresarial nos certames eleitorais, causa dos principais e reincidentes escândalos que têm abalado a Nação, afastando-se, assim, a censurável influência do poder econômico do resultado das eleições, o que constitui uma prática inconstitucional, conforme os votos já proferidos pela maioria dos Excelentíssimos Senhores Ministros integrantes do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650), ora em andamento naquela egrégia Corte. Em vista do exposto, as entidades abaixo firmadas entendem inadiável a aprovação nas Casas do Congresso Nacional de uma Reforma Política Democrática que estabeleça normas e procedimentos capazes de assegurar, de forma efetiva e sem influências indevidas, a liberdade das decisões do eleitor. Com este Manifesto, a CNBB e a OAB, unidas a inumeráveis organizações e movimentos sociais integrantes da sociedade civil, conclamam o povo brasileiro a acompanhar ativamente a tramitação, no Congresso Nacional, das proposições que tratam da Reforma Política e a manter-se vigilante e atento aos acontecimentos políticos atuais para que não ocorra nenhum retrocesso em nossa Democracia, tão arduamente conquistada. Para tanto, é necessário que todos os cidadãos colaborem no esforço comum de enfrentar os desafios, que só pode obter resultados válidos se forem respeitados os cânones constitucionais, sem que a Nação corra o risco de interromper a normalidade da vida democrática. Por fim, reivindicam as entidades subscritoras que, cada vez mais, seja admitida e estimulada a participação popular nas decisões que dizem respeito à construção do futuro da Pátria, obra comum que não pode dispensar a cooperação de cada cidadão, de cada organização, dando-se, assim, plena eficácia ao conteúdo do artigo 14 da Constituição da República. Marcus Vinicius Furtado Coêlho - Presidente Nacional da OAB Dom Raymundo Damasceno Assis - Presidente da CNBB JORNAL PAS ORAL Abril/2015 formação continuada 9 Vivendo o Tempo Pascal D ois grandes ciclos mobilizam o Ano Litúrgico: o ciclo do Natal e ciclo da Páscoa. Entre eles está oTempo Comum (contendo 33 ou 34 semanas), período em que a Igreja celebra o mistério de nossa redenção, recordando e revivendo a passagem de Cristo na Terra. Neste tempo, celebramos também a festa da Santíssima Trindade, fazemos memória de Maria (Modelo da Igreja), dos Apóstolos, dos (as) Mártires e Santos e Santas nossos irmãos(ãs) e benfeitores(as). Estamos celebrando o ciclo da Páscoa, ponto alto do Ano Litúrgico. Esse ciclo teve início com o tempo quaresmal (por ser a festa mais importante do ano, a Páscoa é preparada durante 44 dias, daí a palavra Quaresma), o encerramento será com a festa de Pentecostes término do Tempo Pascal (cinquenta dias). No ciclo da Páscoa celebramos o Mistério Pascal da vida de Jesus e o momento culminante, a Paixão, Morte e Ressurreição, remetendo-nos ao início da criação, quando Deus começou a grande aventura da vida criando a luz. O primeiro dia da nova criação, do novo céu e da nova terra, da nova história, é exatamente o dia da ressurreição de Jesus. O ponto culminante do ciclo Pascal se dá no tríduo Pascal, cuja noite de sábado, a mais importante do ano, a noite da alegria verdadeira, em que fazendo memória das ações maravilhosas de Deus na história, renovamos nossa consagração batismal, pela qual somos conduzidos das trevas à luz admirável de Cristo. Celebramos o triunfo da vida sobre a morte: Jesus ressuscitou, venceu a morte e trouxe a salvação para todos nós, unindo de novo o céu e a terra inteira. A Páscoa hebraica, que celebrava a libertação da escravidão Egípcia, é agora substituída pela Páscoa da ressurreição, em que a humanidade é libertada por Cristo da morte e salva do pecado (Cf. Ef1, 3-14; 1Cor 15, 3-57). Ressuscitar significa tornar a viver. Esta é a grande mensagem da Páscoa: o Senhor ressuscitou (Mc 16, 1-8). Com a ressurreição, nos libertou do pecado e da morte e nos abriu caminho para o Reino da Vida. A partir da ressurreição de Jesus a Páscoa passou a ter significado para nós, por isso se tornou o “Dia de todos os Dias”, o mais importante de todos, porque nele Jesus derrotou a morte, para sempre.“Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre nem a morte terá mais domínio sobre Ele. Morto, Ele o foi uma vez por todas, pelo pecado; porém, está Vivo, continua vivo para Deus” (Rm 6, 8-10). A ressurreição nos lembra que a promessa se realizou: a luz venceu as trevas. O fracasso se revelou vitória, o inimigo que parecia vencer, cai derrotado. A maldade que fizeram com Jesus parecia tão grande que nada poderia superá-la, mas a bondade de Deus foi maior, provando quem é que tem a última e verdadeira palavra. Para a discussão em grupos 1. Como foi a Vigília Pascal em sua Comunidade? 2. A acolhida aos neófitos ajudará a viver o Tempo Pascal como como intenso período Mistagógico? 3. Quais os frutos a Campanha da Fraternidade nos permite vislumbrar neste Tempo Pascal? 4. O Tempo Pascal se encerra com duas atividades: a novena de Pentecostes e a Semana de Oração pela unidade dos cristãos(ãs). Como conjugar estas duas atividades? Sua ressurreição é a prova de que a vida é mais forte! E assim podemos cantar a vitória de Deus e daqueles que se alinham do seu lado, ou melhor, com quem Deus se alinha: aos que fazem a sua vontade, vivendo como filhos de Deus e irmãos entre si; aos que promovem a vida com gestos de amor e serviço aos irmãos e aos que constroem o reino, renunciando até a própria vida se for preciso. Páscoa significa Passagem: No povo da antiga aliança, salvando os filhos dos Hebreus no Egito; em Cristo, da morte para a vida; na atualidade, do pecado para a vida da Graça e se relacionando diretamente ao batismo, porque, do mistério da morte e ressurreição de Jesus, nós participamos pelo sacramento do batismo. Assim como Jesus, morremos e ressuscitamos; com Cristo morremos para o pecado e ressuscitamos para uma vida nova para Deus (Cf. Rm6, 1-11). A Igreja organizou o tempo de preparação para o batismo, dedicando a quaresma à preparação intensiva para os sacramentos de iniciação, que se realizam durante a Vigília Pascal, em que iluminados e profundamente atingidos pela luz do Cristo ressuscitado, os catecúmenos renunciam ao pecado e professam sua fé em Cristo, a seguir são batizados, se aproximam para a Crisma e a Eucaristia. A ressurreição de Cristo foi princípio de renovação, de vida nova, para toda a humanidade: uma primavera espiritual. Os cinquenta dias do Tempo Pascal são marcados pela alegria profunda dos nossos corações, que é fé na ressurreição do Salvador e fidelidade renovada do nosso batismo, no qual somos co-ressuscitados com Cristo. Páscoa, porém, não é somente uma festa, ela é um modo de viver. Um dia passamos pelas águas do batismo, significando nossa participação na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por isso, animados e guiados pelo espírito santo que recebemos através do Cristo, somos chamados a viver a Páscoa em todos os momentos e aspectos de nossa vida. Somos chamados a viver uma vida Pascal. Procuremos fazer a passagem da morte para a vida, em nossa existência individual e social. Procuremos superar o egoísmo, os vícios, o ódio, a indiferença pelos (as) irmãos(ãs), crescendo no amor, na dedicação, na doação de nossa vida. Esta é a certeza que proclamamos: fomos salvos pela Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Sua proposta é um projeto de vida e de sociedade renovada. Um projeto que alcança sua luminosidade na Páscoa. Portanto, ao entrarmos na igreja, vendo o Círio Pascal aceso, lembremo-nos do Cristo ressuscitado, luz que renasce para guiar nossos passos. E assim, quando estivermos atravessando as lutas da vida e até mesmo a morte, lembremo-nos da vitória de Cristo e reanimemos nossa esperança: Ele está vivo e permanece vencedor do pecado através dos séculos. Que a celebração Pascal nos ajude vencer as injustiças, a opressão, o sistema de vida baseado na ganância, no luxo, na violência, no aumento do capital a qualquer custo. Procuremos construir com muita luta e esperança uma sociedade justa e fraterna, baseada no amor, na partilha, na solidariedade, no respeito a cada pessoa humana. Que o amor do Cristo ressuscitado nos una, ainda mais, à fraternidade e que este momento seja de intenso partilhar e oração. Feliz Páscoa, acompanhada de muita fé e esperança! Pe. Luiz Cláudio Vieira Pároco do Sagrado Coração de Jesus, em Mariana, MG JORNAL PAS ORAL 10 liturgia Abril/2015 ele está vivo! e caminha no meio de nós... É maio... Mês de Maria, mês das mães, mês das noivas... Um tempo bonito para se celebrar! Para a liturgia, momento intenso e profundamente simbólico na história da salvação. Um ‘prato cheio’ para as nossas equipes de celebração e para toda a comunidade de fé. Começamos o mês celebrando a memória de São José Operário. Patrono de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Em nossa Arquidiocese, a Romaria dos(as) Trabalhadores(as) celebra sua 25ª edição. A concentração acontece em Urucânia, mas o processo e as celebrações se espalham por todo o território da nossa Igreja Particular. Vale a pena participar! O mês é dedicado a Maria. Em muitas comunidades acontecem as coroações. Momento oportuno para uma catequese marial. Despertar o amor e a verdadeira piedade mariana. O pequeno livro preparado pela Arquidiocese para ajudar na peregrinação da imagem de N. Sra. Aparecida, Caminhando com Maria, pode ser uma ótima ferramenta. Rico em conteúdo e barato. Procurem divulgar e favorecer o acesso de todos a ele. Celebramos ainda Maria com os títulos de Fátima, tão popular em nosso meio, Auxiliadora, tão sugestivo, e da Visitação, bem de acordo com o nosso projeto de evangelização. 5º domingo da Páscoa No evangelho deste domingo, a expressão ‘permanecer’ aparece oito vezes. Parece que João, citando as palavras de Jesus, quer reforçar esta ideia: ser cristão não significa uma ligação superficial ou esporádica com Deus; ir a ele de vez em quando. Mas algo muito mais profundo e permanente. É estar em plena e constante sintonia com Jesus Cristo e seu projeto do Reino. A imagem da videira e do tronco nos lembra que as nossas raízes estão na fé em Jesus Cristo. É dele que tiramos a seiva, a energia, o sustento da fé, do compromisso e das boas obras que praticamos. E, por meio dele, nos ligamos, nos unimos aos irmãos e irmãs, num processo permanente de comunhão. Quem não produz frutos, não é capaz de fazer o bem, acaba prejudicando os outros ramos. Ocupa espaço à toa. Quem produz frutos não deve se assustar com a dor, os sofrimentos, as provações, os obstáculos. São ‘podas’ que ajudam a crescer e dar mais frutos. 6º domingo da Páscoa Na sequência do evangelho do 5º Domingo, o texto da liturgia para hoje traz uma das mensagens mais bonitas de Jesus. “Não chamo vocês de servos, mas de amigos (...) Não foram vocês que me escolheram, mas eu que os escolhi”. Ao mesmo tempo, traz a maior das exigências de Jesus aos seus discípulos. Parece que, ao longo da sua catequese, ele vai oferecendo um conjunto de ensinamentos, conselhos, orientações, propostas. De repente, ele para e, de forma solene, diz: agora, “isto eu ordeno, isto eu mando: amem-se uns aos outros”. Não há como ser cristã(o), dizer que tem fé em Jesus Cristo, que ama a Deus, sem demonstrar isso de maneira bem concreta no amor ao próximo. Esta é a verdadeira carteira de identidade de quem se torna cristão. E uma forma de demonstrar amor é não fazer distinção, não excluir e nem discriminar ninguém, como Deus age conosco. É o que afirma Pedro, na primeira leitura deste domingo. Solenidade da Ascensão do Senhor A Ascensão é um marco divisório na história da Igreja. Marca a despedida de Jesus e o começo da missão. Até aquele momento, Jesus se revelou, anunciou o Reino, curou, ofereceu o perdão e a graça, abençoou. No momento em que volta ao Pai, ele entrega à Igreja nascente, aos seus discípulos e discípulas, a missão de continuar a sua obra. É como se ele dissesse: “até aqui fui eu; agora é com vocês”. A segunda leitura ajuda a compreender bem o que significa isso, quando diz que a Igreja é o “corpo de Cristo”. E é isso mesmo. Jesus continua presente e atuante no meio de nós. Mas espírito não é visto ou percebido pelos sentidos. Por isso, Jesus cria um outro corpo por meio do qual possa continuar falando, visitando, tocando as pessoas. Podemos dizer que, a partir da Ascensão, ele vai abençoar e tocar as pessoas com nossas mãos, ouvir o clamor do pobre com nossos ouvidos, ver cada um com nossos olhos, visitar com nossos pés, amar a todos com nosso coração. Isso é uma grande honra. Mas também um compromisso sério. Nós somos o corpo que ele tem hoje para continuar a obra da salvação. Pelo fato da Ascensão marcar o início da sua missão, a Igreja instituiu também nessa data o “Dia das Comunicações Sociais”. Usando os meios de comunicação, ela pode fazer chegar a Boa Nova a todos os confins da terra. E como esses meios são importantes para a evangelização! A Igreja não existe sem comunicação. Solenidade de Pentecostes Se a Ascensão de Jesus deveria marcar o início da missão, não foi bem isso o que aconteceu. Com medo daqueles que condenaram e crucificaram Jesus, os primeiros discípulos não tiveram coragem para enfrentar o mundo. Faltava-lhes o Espírito de fortaleza e ousadia. Mas Jesus, que conhecia muito bem a limitação deles e a nossa fragilidade, já havia prometido o Consolador. E é esse momento bonito da vinda do Espírito Santo que celebramos na solenidade de Pentecostes. Assim, podemos dizer que esta festa marca o verdadeiro nascimento da Igreja de Jesus Cristo e sua missão. Animados pelo Espírito, os discípulos se tornam apóstolos. Abrem as portas, vão para o meio do povo, conseguem falar a linguagem de todos e unir a diversidade de culturas e povos numa só fé. É o Espírito que dá coesão aos membros para que formem, de verdade, o corpo de Cristo. Solenidade da Santíssima Trindade O nosso Deus não é sozinho, isolado. É uma Comunidade de amor. “A Santíssima Trindade é a melhor comunidade”, diz Leonardo Boff. Este é um dos grandes mistérios da nossa fé. Temos um Deus que cria e cuida e, por isso, o chamamos de Pai; mas também que se encarna em nossa história e se faz gente como nós, Deus caminhando conosco, na pessoa de Jesus Cristo; um Deus que se prolonga na história sendo a alma da Igreja e o princípio unificador: o Espírito Santo. Começando o segundo período do tempo comum, somos convidados a mergulhar nesse mistério de amor. E buscar nesse Deus trino a referência e a força para formarmos comunidades vivas de fé. Paróquias que sejam de fato ‘redes de comunidades’. JORNAL PAS ORAL Abril/2015 espiritualidade 11 CELEBRANDO O MÊS DE MAIO 1º de maio: Preparar a Romaria nas comunidades e organizar caravanas para participar da grande celebração em Urucânia. Nas celebrações, valorizar a presença e participação dos(as) trabalhadores(as) e suas lutas. as mães, talvez apresentando as várias gerações. Convidá-las para procissão de entrada ou das ofertas. Nas preces, um(a) filho(a) dedicar uma prece especial a elas. Na homilia, pode-se pedir também o testemunho de alguma mãe que presta serviço à comunidade ou que tenha passado por uma experiência que vale a pena partilhar. No final, rezar com a assembleia o terceiro dia da novena de Pentecostes. 6º domingo da Páscoa (10/5) leituras bíblicas: At 10,25-26.3435.44-48 / Sl 97 / 1Jo 4,7-10 / Jo 17,11b-19. Afixar num mural à frente um coração grande, ou estampa do Sagrado Coração de Jesus, com outros corações pequenos em volta, representando as comunidades ou grupos. Oferecer aos fieis um cartãozinho em forma de coração com alguns dizeres como: “Eu chamo você de amigo(a)”. “Não foi você que me escolheu, mas eu que escolhi você”. “Isto eu ordeno: amem-se uns aos outros”. Fazer uma acolhida especial para ascensão do senhor (17/5) leituras bíblicas: At 1,1-11 / Sl 46 / Ef 1,17-23 / Mc 16,15-20. Usar a imagem do corpo, por meio de alguma ilustração, para mostrar como cada pessoa pode e deve ser membro desse “corpo místico (misterioso) de Cristo”. Registrar nomes de pessoas ou grupos e pastorais. Usar também as sandálias ou algum outro símbolo da missão. Pode-se também valorizar e apresentar alguns meios de comunicação. Na homilia, ou em outro momento da celebração, chamar a atenção para a importância da família, tema escolhido pelo Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais deste ano. Pentecostes(24/5) leituras bíblicas: At 2,1-11 / Sl 103 / 1Cor 12,3b-7.12-13 / Jo 20,19-23. Usar símbolos do Espírito Santo, como fogo, línguas, pomba... Pode-se entrar com um cartaz que lembre os sete dons do Espírito e afixá-lo em lugar visível. Ou colocar em lugar bem visível sete faixas com os dons. Em algum momento, apresentar também os frutos do Espírito Santo. Substituir o ato penitencial pela aspersão. Chamar a atenção para a importância da unidade na diversidade. Valorizar a presença dos crismandos ou recém crismados. Nas preces, pedir a Deus os vários dons do Espírito. No final da última missa de domingo, apagar solenemente o Círio Pascal, encerrando assim o ciclo da Páscoa. Não há um rito oficial. O presidente explica o sentido do gesto. É uma forma de concluir solenemente o Tempo Pascal. O Círio pode ser incensado. Canta-se um refrão meditativo, como: “Ó Luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós”. O presidente explica que o Círio é apagado porque, a partir de agora, cada um(a) é que deverá ser a luz de Cristo em seus ambientes. Durante o período Pascal acolhemos o Cristo, Luz do mundo. Agora vamos irradiar essa luz e levar Jesus Cristo com nosso testemunho. “Vós sois a luz do mundo!” Trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem nos desafios enfrentados pela humanidade e, fato triste e desolador, causados pela própria humanidade. Mas nem todas as pessoas acreditam que seu trabalho é uma forma de servir a Deus e mesmo aquelas que acreditam não sabem como fazer isso de forma efetiva, que transmita no seu agir essa ação de amor e entrega, de compromisso e missão. A reflexão a respeito de “espiritualidade no mundo do trabalho” torna-se importante e necessária para que possamos, a partir da presença e atuação dos profissionais cristãos e das empresas com orientação cristã no mercado ajudar as pessoas a transformarem sua atividade profissional em uma fonte de realização pessoal e contribuição significa- tiva no reino de Deus, pois é importante sempre destacar que o trabalho não é apenas um meio de acesso aos bens da terra. Numa perspectiva de fé, o trabalho adquire um sentido mais profundo. É a colaboração do homem na obra da criação. O cristão pelo seu trabalho está a transformar o mundo, que com todas as suas riquezas ocultas e todas as suas energias Deus ofereceu ao homem. Está a prepará-lo, para que seja um lugar onde todos os homens possam levar uma vida digna de filhos de Deus. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10). Profundo mistério, que mais do que ser entendido, necessita ser vivido, pois aquele que ama cuida, transforma, melhora, dá um acabamento íntimo a todas as coisas; esforça-se para aplicar uma energia interna numa realidade externa. Busca fazer do jeito que acredita ser o melhor, o correto. “Trabalho é encontro de potencialidades interiores com as exteriores” (autor desconhecido); todo trabalho é obra da inteligência e das mãos. Presentes de Deus para nós. É um fazer decisivo para a dinâmica histórica da própria vida e da vida do outro. A primeira página da Bíblia, livro do Gênesis, apresenta-nos Deus não apenas como um trabalha- dor, que descansa após uma semana de trabalho, mas como o Criador de tudo e o Senhor soberano e providente, que tudo orienta para a sua obra prima, o ser humano, criado à sua «imagem e semelhança». A Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, expressa com clareza a dignidade do trabalho humano como dever e aperfeiçoamento do homem, como exercício benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, como serviço à comunidade, como prolongamento da obra do Criador e como contribuição ao plano da salvação (cf. GS 34). Assim, estar bem no mundo é amar o mundo. É procurar fazer o melhor, não somente para si, mas para alcançar a vida do outro. É deixar a marca do bem. Semear justiça e solidariedade. Não deixar que a chama da esperança desapareça. Outro documento importante para a espiritualidade do trabalho é a Encíclica “Laborem Exercens” que afirma que “o eixo do ensino social é o homem solidário e o seu trabalho. O trabalho “define” o homem, mostra o seu ser, sua natureza como pessoa aberta ao mundo pela inteligência e pela liberdade, mas dentro de uma comunidade de pessoas; deste modo se revela o ser do homem como imagem Espiritualidade no trabalho 5º domingo da Páscoa (3/5) leituras bíblicas: At 9,26-31 / Sl 21 / 1Jo 3,18-24 / Jo 15,1-8. Usar ramos de parreira durante a celebração. Para o ato penitencial pode-se usar um ramo seco ou murcho. Na apresentação dos dons, agentes de pastorais podem levar uvas ou frutos, como sinal de todo o trabalho pastoral e evangelizador realizado na e pela comunidade. No prefácio e santo, podem ser lembrados alguns trabalhos ou experiências pelos quais vale a pena cantar louvores a Deus. lembrete: na próxima sexta-feira, dia 15, daremos início à novena de preparação para a Festa de Pentecostes, juntamente com a Semana de Oração pela Unidade Cristã. A Arquidiocese está oferecendo um subsídio próprio, que poderá ser adquirido na Gráfica e Editora Dom Viçoso. Providenciar o material e convidar a comunidade para participar ativamente dessa novena. santíssima trindade(31/5) leituras bíblicas: Dt 4,32-34.39-40 / S 32 / Rm 8,14-17 / Mt 28,16-20 Colocar sobre o altar um candelabro com três velas acesas, ou trazer na procissão de entrada três velas acesas unidas na ponta, formando uma única chama (foto acima). Cantar o sinal da cruz. Realçar que as orações da missa quase sempre se dirigem ao Pai por meio de Cristo na unidade do Espírito. Dar ênfase à profissão de fé. Tanto na festa de Pentecostes, como da Santíssima Trindade, pode-se organizar alguma celebração com a presença de todas as comunidades da paróquia, para realçar o valor da unidade. Pe. José Antônio de Oliveira Cristiano Otoni / MG de Deus” (7). No dia dedicado aos trabalhadores, primeiro de maio, a Igreja celebra a memória de São José Operário, esposo de Maria, mãe de Jesus, como testemunho da dignidade do trabalho, caminho de santidade para o trabalhador, parceiro de Deus na criação e no serviço à vida. Momento de, em Comunidade, louvar a Deus pelas pessoas comprometidas com a justiça social, trabalhadores e empresários que atuam para a transformação das relações de trabalho; de fortalecer, em todos nós, o apreço pelas organizações dos trabalhadores e renovar o ânimo missionário da pastoral do mundo do trabalho e das demais atividades sociais, para uma nova presença evangelizadora no desafiador campo do trabalho e da economia. Oportunidade de sair às ruas, como membro integrante e ativo, e participar da Romaria dos Trabalhadores: Rezando... Cantando... Refletindo... Somando forças para que de fato o ser humano não exista de um modo estático diante de tudo o que é, mas no concreto fazer-se um instrumento, testemunhando o amor de Deus. Amém! Vera Maria Moraes Fontes Paróquia N. Sra da Assunção Barbacena/MG 12 JORNAL PAS ORAL Abril/2015 arte, fé e cultura Fotos: Marcelo Martins Logo na entrada, uma imagem de Nossa Senhora das Graças datada de 1940 e doada enquanto ele ainda estava em Santo Antônio do Grama mostra a fé que padre Antônio Ribeiro Pinto sempre teve na Virgem Maria. É assim na Casa de Padre Antônio, que no dia 9 de abril de 1968 foi batizada como Museu Padre Antônio Ribeiro, tudo demonstra fé e simplicidade. Localizado à rua Padre Antônio, 17, no Centro de Urucânia, a um quilômetro da Igreja Matriz, o local é de fácil acesso e foi totalmente reformado em 2013. “O forro estava podre e as janelas bem danificadas. Fizemos uma grande reforma mantendo as características originais. Hoje, a paróquia administra o local. Temos uma funcionária e procuramos manter tudo em ordem”, explica o padre Dário Chaves Pereira, pároco da paróquia de Nossa Senhora do Bom Sucesso. o museu Atualmente o Museu é frequentado por mais de 40 mil moradores e romeiros que passam por Urucânia todos os anos. Nele é possível encontrar objetos e móveis usados por padre Antônio além de cartas de todos os lugares do Brasil e de outros países. A multiplicidade de objetos do cotidiano do pároco que compõem o acervo do museu, onde toda e qualquer peça é considerada de valor, pode ser compreendida como exemplo de religiosidade e devoção. Lá estão guardados os objetos que pertenceram ao padre (foto ao lado), como paramentos, livros, vasilhames, móveis e fotografias. sifica com a chegada de padre Antônio Ribeiro Pinto, transferido de Santo Antônio do Grama em 1947. “Esse momento é carregado de significado para a vida de Urucânia, que se transforma rapidamente em um lugar de grande fluxo de romeiros em busca das bênçãos do padre e das graças de Nossa Senhora, sua santa de devoção. Algo fora de controle estava começando a ocorrer em Urucânia. Lugarejo pobre e desprovido de rede sanitária e água tratada, não tinha condições estruturais mínimas para receber a constante multidão de pessoas que buscavam as bênçãos do padre Antônio. Desde que ele chegou a Urucânia, o lugar se transformou num frenesi de fiéis, gente de todos os cantos, do Brasil e do exterior. As ruas do lugarejo eram diariamente tomadas por centenas de pessoas em busca de milagres para os males do corpo e da alma. A movimentação de veículos na região era tamanha, que a administração pública de Ponte Nova se viu obrigada a organizar o trânsito e motorizar a polícia, fato raro naqueles tempos, principalmente na região” (site: www.padreantonioribeiropinto.wordpress). Uma das características marcantes na vida de padre Antônio era a preocupação em atender sempre as necessidades espirituais e cotidianas como a fome e a miséria que se encontrava a população naquele momento. Em 22 de julho de 1963, padre Antônio morre em Ponte Nova, aos 84 anos, alterando definitivamente a trajetória de Urucânia, que passou a ser lembrada como última morada do sacerdote. histórico Nascido em 2 de abril de 1879, em Rio Piracibaca, Minas Gerais, padre Antônio era filho de escrava, dona Fábia Maria de Jesus, e no dia 9 de abril de 1912, contando trinta e três anos de idade, ordena-se padre. A história de Urucânia se confunde com as manifestações religiosas na região, que tem origem na devoção a Nossa Senhora das Graças e que se inten- Funcionamento A visitação na Casa de Padre Antônio e na Casa dos Milagres pode ser feita de quarta a domingo, de 8h às 16h30. A entrada é gratuita e grupos de visitantes devem respeitar o limite máximo de 40 pessoas por visitação. Em novembro é registrado o maior fluxo de visitantes ao Museu, época da Festa de Nossa Senhora das Graças.