JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
Abril de 2015
Ano XXIV, número 254
PAS ORAL
Arquidiocese de Mariana
www.arqmariana.com.br
[email protected]
Marcelo Martins
PADRE ANTÔNIO
ROMARIA
Arquivo DACOM
Abril/2015
editorial
Marcelo Martins
Quem cuida de quem cuida?
2
JORNAL PAS ORAL
arquidiocese
O
XXV Encontro dos Presbíteros e Diáconos da Arquidiocese de Mariana (2 a 5 de março) trouxe como tema
a “Pastoral Presbiteral: À luz da mística do cuidado”.
Há muito, os presbíteros têm pensado seu cuidado para poderem cuidar do rebanho e do Reino que apregoam e defendem.
Este Reino é desafiado com o aumento da violência, as constantes crises na área econômica, social e política, além do descrédito
de muitas instituições. A corrupção estende-se de canto a canto
do país e o cenário mundial exige postura de fraternidade perante a fome, miséria e exclusão social, além da intransigência de
regimes e grupos radicais que preconizam o caos.
Ser presbítero, hoje, perpassa por uma aventura intrépida
que enfrenta o medo, a insegurança, o individualismo e a falta
de sentido para quem já não acredita no novo, no religioso, no
espiritual e na possível utopia do bem comum, da paz e da justiça social. No decorrer da história, muitas imagens estabeleceram o tipo e jeito do presbítero. Em tempos idos houve o mártir,
o profeta, o padre-pai, o pastor-sacerdote, o religioso. Hoje se
acrescenta o discípulo-missionário, como pede o documento de
Aparecida e o próprio presbítero como o homem da comunhão,
do diálogo, da luta, da defesa da vida e do cuidado. Cuidar de
quem? Quem cuida de quem cuida? Como é o cuidado mútuo
entre os que devem liderar e servir as comunidades? Existem
muitas perguntas sobre este cuidado-serviço, como uma pastoral que é ação transformadora na realidade encontrada.
Percebe-se uma linguagem mais apropriada e embasada nos
documentos e reflexões que a Igreja tem feito e recolhido nos últimos anos. Há presbíteros animadores, dedicados em suas atividades laboriosas e complexas. Nem sempre são compreendidos
em sua missão, identidade e pessoalidade. Há a mística da simplicidade, da partilha e da intimidade da causa que abraçam. Em
certas ocasiões, ainda pode haver a visão anacrônica do “padre
anjo, super-homem” que vive na esfera além da matéria ou do
imaginário. O Papa Francisco diz que o “padre é vitrine e chama
tanto a atenção como a queda de um avião”, quando cai nos erros
humanos ou da perseguição maliciosa de quem já não respeita o
ser presbiteral ou eclesiástico.
Não há unanimidade sobre o padre ideal que se quer no
mundo pós-moderno, mas se pode averiguar a presença sempre
edificante do presbítero que se exige para as realidades atuais.
No meio do povo, com o povo e a seu serviço, mas antes fortalecido pela comunidade presbiteral onde ele encontra sua primeira forma de ser, conviver e operar em favor da vida. São belos os
testemunhos de presbíteros (expressão antiga da Igreja) que se
desdobram nas missões dentro e fora dos limites diocesanos. Há
uma consciência mais missionária da Igreja e dos próprios presbíteros em terras distantes da Amazônia e da África, alimentando esperança e vida dos marginalizados e abandonados da sorte
de viver. Aqui se faz pastoral social nas romarias, no campo e na
cidade, contando com a organização do povo.
A Pastoral Presbiteral tem em sua essência o cuidar de si,
deixar-se cuidar pelo
outro e cuidar do outro presbítero. Um
cuidadoso acompanhamento existencial,
pessoal, humano-afetivo, tendo em vista
a unidade e a vida do
povo de Deus, é essencial nesta pastoral.
Passos foram dados.
Agora é caminhar
acreditando na graça
e no esforço humano
que vença a timidez,
o fechamento e o isolamento.
Páscoa:
Festa da Vida
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
A
festa da Páscoa é uma celebração que fala de vida e libertação. Páscoa quer dizer passagem. Nas suas origens, essa festa era
celebrada pelos nômades pastores, na
primeira lua-cheia da primavera, para
comemorar a passagem dos rebanhos
para os novos bastos que brotaram com
a chegada da nova estação, depois dos
rigores do inverno. Nessa ocasião, eles
ofereciam um cordeiro em sacrifício,
pois acreditavam que o sangue daquela vítima retornaria nas novas crias do
rebanho. Mais tarde, numa civilização
sedentária, os agricultores, por ocasião
da colheita do trigo, passaram também
a realizar um ritual com pães ázimos,
em agradecimento às divindades, a fim
de que não lhes faltasse o alimento.
O povo de Israel adotou esses antigos ritos como expressão e memória
de sua libertação. A festa da Páscoa
ganhou um novo sentido: Passou a
ser celebrada como memorial da ação
libertadora de Deus. O cordeiro imolado, os pães ázimos, as ervas amargas
e o vinho tornam-se símbolos da libertação da escravidão do Egito e da posse
da Terra Prometida. A festa da Páscoa
torna-se assim expressão de vida em
liberdade.
Os cristãos compreenderam que a
paixão, morte e ressurreição de Jesus
são a realização plena e definitiva daquilo que era prefigurado nos sinais da
Páscoa judaica. “Cristo, nossa Páscoa,
foi imolado. É ele o verdadeiro Cordeiro,
que tirou o pecado do mundo; morrendo destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida”, proclamamos na Sagrada
Liturgia. O Apóstolo Paulo nos convida: “Celebremos, pois, a festa, não com
o velho fermento, nem com fermento de
maldade ou de perversidade, mas com
os pães ázimos de pureza e verdade”
(1Cor 5, 8). Este convite do Apóstolo
deve nos estimular a viver nossa vocação cristã e a testemunhar para o mundo nossa experiência de fé.
A celebração litúrgica da ressurreição de Cristo só será autêntica se ecoar em nossa vida de cristãos e ressoar,
Assine o PASTORAL
Faça seu depósito identificado
em nome da Arquidiocese de
Mariana, na Caixa Econômica
Federal ou Casas Lotéricas,
Agência: 1701 - Conta: 583-3
Operação: 003 e envie email
com seus dados e confirmação
de depósito para
[email protected]
Valor da assinatura: R$ 25,00
anual (12 exemplares)
com força libertadora, na história da
humanidade. A Campanha da Fraternidade deste ano nos recorda o
compromisso cristão em colaborar
na construção de uma nova sociedade. À luz do mistério pascal, enxergamos melhor os desafios que a sociedade atual enfrenta. A Igreja, como
servidora da humanidade, deseja
proclamar a mensagem libertadora
de Jesus e colaborar para a construção de um mundo novo no qual se
realize o grande êxodo da escravização para a liberdade, da opressão
para o reconhecimento da dignidade
humana, da exclusão para a igualdade, da discriminação para a fraternidade, do desrespeito aos direitos das
pessoas para a justiça social. Para os
que creem, Páscoa é passagem das
trevas para a luz, do pecado para a
graça, da morte para a vida.
Diante dos sinais de morte presentes em nossa história, a celebração da
Páscoa deve nos levar a reassumir,
com renovado vigor, o compromisso
com a paz, a vivência do amor fraterno e o empenho em lutar por uma
sociedade justa e solidária, de acordo com o projeto de Deus, revelado
em Cristo Jesus. O Senhor da Vida
vence todas as forças que violentam,
oprimem, escravizam e matam. Por
sua ressurreição, Jesus se manifesta
como o Senhor da História. A certeza da ressurreição de Cristo não se
fundamenta em uma evidência matemática, nem numa realidade captada pelos sentidos ou verificada em
laboratório. É uma descoberta que se
faz na experiência da fé, vivida na comunidade eclesial. A luz do Senhor
ressuscitado ilumina nossa mente e
nosso coração e provoca uma mudança radical em nossa vida pessoal e social. A certeza da ressurreição
nos permite superar as incertezas,
tristezas, dores, angústias, sofrimentos, decepções e morte. Jesus ressuscitado garante paz duradoura, felicidade verdadeira e vida em plenitude.
Páscoa é festa da Vida!
PAS ORAL
Expediente
Periódico mensal, fundado em fevereiro de 1991, em Mariana/MG
Endereço: Rua Dom Silvério, 51 Centro. CEP 35420-000 Mariana/MG. Fone: (31) 3557 3167.
Email: [email protected]
Diretor: Pe. Wander Torres Costa.
Jornalista: Marcelo Martins - MG 06241JP
Conselho Editorial: Edina da Silva, Ester Trindade, Pe. Geraldo
Martins Dias, Pe. José Geraldo de Oliveira, Pe. José Maria
Coelho da Silva, Pe. Paulo Barbosa, Pe. Wander Torres, Carlos
Heitor Fideles.
Produção: Editora Dom Viçoso. Rua Cônego Amando, 131 São
José. CEP 35420-000 - Mariana MG. Fone: (31) 3557 1233.
Email: edv@graficadomvicoso.com.br
Tiragem: 2.000 exemplares.
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
entrevista
3
Vamos todos em Romaria
Arquivo DACOM
Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras completa 25 anos e promete
movimentar a cidade de Urucânia no dia
1º de maio. Vinte e cinco anos de lutas e
de resistência. Vinte e cinco anos
de alegrias e esperanças.
Para falar destes “encontros” e também
dos “desencontros”, o Jornal Pastoral
entrevistou quatro padres que
participaram e participam desta jornada.
Uma entrevista “coletiva” com os padres
Antônio Claret, João do Carmo,
João Batista e José Geraldo Vidal onde o
destaque é o caminho que se segue
em romaria.
Pastoral: A primeira pergunta não poderia
ser outra. Depois de 25 anos de lutas, quais são
os avanços?
grupos de reflexão e os trabalhos de base na Igreja,
tudo aquilo que favorece a vida e deixa o povo animado.
Antônio Claret: Eu penso que o avanço central é o fato da Romaria ser um ponto de aglutinação
dos segmentos que buscam unir a fé com a vida e
transformar isso em luta pra poder mudar a sociedade. Ela é um ponto de aglutinação de forças. Tem
dois avanços práticos que podemos citar. Primeiro
em Granada que existe uma barragem antiga. A Romaria aconteceu lá e se criou todo um processo de
debate. Daí o Movimento dos Atingidos por Barragens reuniu as famílias e o pessoal se animou com
o debate da Romaria, fez um acampamento e hoje
está quase certa a conquista de mais de 300 famílias.
Imagina o que é isso? São pessoas que vão para um
reassentamento, vão pra estruturas que vão ser feitas
ou refeitas em termos de estradas e pontes. Então é
uma conquista bem grande que tem na sua origem
uma participação da Romaria.
Uma segunda coisa que podemos dizer é na área
de educação. Duas romarias, em Viçosa e Piranga,
debateram a questão da educação e hoje já está ganhando corpo um trabalho que chamamos de Escola Nacional de Energia Popular. Temos dois cursos
planejados para este ano e também tem a ver com
a Romaria. Certamente deve ter muito mais coisas
por aí, mas me lembro bem destes dois.
Pastoral: Como está o trabalho e qual é a expectativa para este ano?
João Batista: A Romaria em si não tem como
princípio o objetivo de encaminhamentos de situações mas sim de construir esta ligação da fé com a
vida e do diálogo da Igreja com a sociedade, além
de trazer para o debate estas questões que ficam no
canto. Por exemplo, o debate sobre a água e os venenos como o agrotóxico. Ela tem procurado, nestes vinte cinco anos, mas principalmente quando
começou a ser itinerante, aproximar-se de diversas
realidades e trazer isso para o debate. Agora a gente
acredita também que por onde ela passou ajudou a
animar aquilo que já está acontecendo como os sindicatos que continuam na luta. Eu vejo várias iniciativas que a Romaria provoca como por exemplo os
João do Carmo: Dentro da visão da Campanha da Fraternidade deste ano, que é “Igreja e Sociedade”, há uma retomada desta busca de colocar a
Igreja dentro deste panorama sociopolítico que estamos vivendo. Principalmente quando a Romaria
toma esta atitude de estar mais junto dos movimentos sociais com o apoio da Igreja. Isto proporcionou
um ganho muito grande, principalmente neste debate de Igreja e Sociedade, trazendo para dentro das
comunidades discussões como a questão da água. O
apoio da Romaria é fundamental para colocar este
debate na caminhada das comunidades e das pessoas.
Pastoral: Qual a participação efetiva da Igreja
neste trabalho?
João do Carmo: O envolvimento da Igreja
neste processo de transformação está sendo muito
interessante. A CNBB defendendo uma profunda
reforma política mostra que estamos vivendo um
momento muito profundo e sério para, de fato, buscar uma mudança junto com a sociedade.
Pastoral: A abertura e amplitude de temas
atendidos pela Romaria são um caminho para
fortalecer a mobilização?
João Batista: A Romaria não é um evento, pois
termina uma a gente já começa a outra sempre procurando refletir o momento e acompanhar esta situação, fazendo análise da conjuntura do momento,
seja religiosa, social ou política. Então eu vejo que
ela tem o objetivo de fazer um caminho como instrumento de libertação, entendimento da realidade
e um processo em si mesmo.
Não há um objetivo de se alcançar algo imedia-
tamente. É a construção que vai acontecendo em
meio à alegria do povo, conjugando o trabalho de
várias pessoas que participam, não por uma causa
imediata de atingido por algo, mas como apoio. Nós
buscamos sobretudo ajudar os trabalhadores na sua
valorização como pessoa humana, dignidade, gênero. Eu vejo a Romaria como um processo continuado de construção que acompanha o movimento.
Pastoral: Como chamar este povo todo para
participar?
José Geraldo Vidal: A Romaria dos Trabalhadores é uma oportunidade muito boa para, este
ano dentro da Campanha da Fraternidade, as comunidades organizarem caravanas e grupos para participarem. Estamos motivando todos a participarem
da Romaria dos Trabalhadores no dia Primeiro de
Maio, em Urucânia.
Eu queria também destacar um ganho que a Romaria teve nos últimos anos. Ela foi uma iniciativa dos padres da Região Mariana Leste e quando a
Romaria completou 15 anos surgiu a iniciativa de
se fazer uma peregrinação em outras regiões da Arquidiocese e este foi um grande ganho para todos.
Ela deixou de ser regional para ser uma Romaria
conhecida em toda a Arquidiocese. Com isso foi
possível aglutinar pessoas ligadas a movimentos diversos e de todas as regiões.
Quando nós voltamos agora para Urucânia, para
comemorar os 25 anos, a Romaria traz com ela o conhecimento e experiência da participação de mais
pessoas, que não estavam dentro de algum movimento em defesa da vida, e aí a Arquidiocese toda
acaba fazendo este convite e traz gente de todos os
lugares, inclusive de outras dioceses.
A Romaria traz uma responsabilidade muito
grande no sentido de ter puxado várias bandeiras
como a agricultura familiar, o combate ao uso excessivo de agrotóxicos. Ela teve um papel muito importante de motivação e mobilização. Eu vejo isso
tudo como um grande diferencial e fico feliz em comemorar os vinte e cinco anos com esta carga histórica importante.
aparecida
4
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
notícias
Arquidiocese promove Encontro de
Comunicadores com dom Geraldo
O DACOM (Departamento Arquidiocesano de Comunicação) vai promover no dia
9 de maio, no Salão Paroquial
da Igreja de Nossa Senhora da
Conceição, em Congonhas, o
Primeiro Encontro de Comunicadores com Dom Geraldo
Lyrio Rocha. O objetivo do
encontro é estreitar os laços de
comunhão em favor de uma
comunicação que tenha como
diretrizes o bem comum, a
verdade, a ética, a transparência e os valores humanos e
cristãos.
O encontro, que terá iní-
cio às 8h30 e término previsto
para 13h, é direcionado aos
comunicadores que atuam na
área de imprensa, rádio, secretarias municipais, televisão e
comunicadores paroquiais das
cidades que formam a Arquidiocese de Mariana.
“Pedimos o apoio dos padres das mais diversas paróquias da Arquidiocese que nos
auxiliem na divulgação e indicação dos nomes dos comunicadores paroquiais. É muito
importante a participação das
paróquias neste processo de
ampliação e aprofundamento
Encontro reúne 200
mulheres em Barbacena
coordenação de pastoral
Em clima de muita irmandade e sensibilidade social, foi
promovido, no mês de março, em Barbacena, um grande Encontro de Mulheres que
atuam nas comunidades das
cinco regiões pastorais da Arquidiocese de Mariana.
Com o tema “Mulher, presença forte na defesa da vida”,
o evento cumpriu umas das
propostas do V Fórum Social
Pela Vida que sugeria um momento de encontro e de partilha de experiências das mulheres da Arquidiocese.
Após muito debate e exposições, as 200 mulheres que
participaram do encontro redigiram uma carta onde denunciam, entre outras coisas,
todas as formas de violência
contra a mulher, sejam elas
física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral.
Na carta, elas também assumem compromissos como
a divulgação e participação de
iniciativas de denúncias e de
lutas com vistas ao combate
da violência contra a mulher.
Além dos compromissos
descritos na carta, as participantes darão sequência aos
trabalhos e já preparam o II
Encontro Arquidiocesano de
Mulheres, que poderá acontecer nas Regiões Episcopais
Norte ou Sul.
O encontro contou com
infraestrutura, animação e
apoio da Paróquia de Santo
Antônio por meio de paroquianos e famílias da região
que ofereceram hospedagem
solidária.
da comunicação na Arquidiocese. Tanto a comunicação com o público em geral,
quanto nossa comunicação
interna”, afirma o diretor do
DACOM, padre Paulo Barbosa que enviou carta sobre o
encontro aos padres da Arquidiocese.
As inscrições devem ser
feitas até o dia 30 de abril pelo
e-mail dacom.arqmariana@
yahoo.com.br ou pelo telefone
31-3557-3167.
Grande presença de padres e fiéis
marca envio do padre João do Carmo
Aconteceu no dia 8 de março,
no sítio Grampina, em Ervália, a
5ª Vivência Missionária e o Envio
Missionário do padre João do Carmo para a diocese de Almenara.
A Vivência Missionária ocorre uma vez por ano, oportunidade em que aqueles que estão
em missão fora da arquidiocese
podem partilhar a experiência,
celebrar a vida, as alegrias e tristezas, sonhos e esperanças.
Estiveram presentes cerca de
quinhentas pessoas, de diversas
cidades.
Reunidos, os participantes
fizeram oração, partilha das experiências missionárias, missa e
caminhada. Ao final da missa, foi
lida a mensagem de saudação de
dom José Carlos Brandão Cabral,
bispo da diocese de Almenara e
outra mensagem dos leigos da
Paróquia Santo Antônio de Santo
Antônio do Jacinto, lugar em que
o padre João exerce seu ministério desde o dia 22 de março.
Padre João do Carmo se colocou à disposição da Arquidiocese de Mariana para ser enviado
para a missão, sensibilizado com
o apelo do bispo da Diocese de
Almenara que em carta ao arcebispo de Mariana, dom Geraldo
Lyrio Rocha, expressava a carência de ministros ordenados para
o pastoreio daquele povo.
Solidários na dignidade do trabalho
Este foi o tema da Campanha da Fraternidade de 1991 que motivou a primeira Romaria dos Trabalhadores, realizada em Urucânia,
no dia 1º de maio daquele ano. Idealizada pela
Forania de Ponte Nova, com a participação
de sindicatos e movimentos populares, a Romaria nasceu do desejo de a Igreja mostrar-se
solidária com as causas dos trabalhadores e
trabalhadoras da região.
Sentíamos a necessidade de uma atividade que, por um lado, alimentasse a fé e o entusiasmo dos trabalhadores e trabalhadoras,
e, por outro, trouxesse a lume sua situação de
sofrimento e dor, causada pelo sistema político-econômico e por patrões inescrupulosos
que lhes negavam o direito e a dignidade.
Motivou-nos, especialmente, o objetivo da
Campanha da Fraternidade daquele ano: “Que
a Igreja e as pessoas de boa vontade assumam
a realidade do trabalho e do mundo do trabalho, com todas as suas dimensões de criação,
progresso, conflito, divisões e solidariedade, como lugar
teológico para a evangelização, o anúncio da Boa Nova
no mundo de hoje e para a construção do Reino de Paz,
Justiça e Amor”.
A experiência se consolidou e, no próximo dia 1º de
Maio, faremos memória dos 25 anos desta que é, na Arquidiocese de Mariana, a maior comemoração do Dia
dos Trabalhadores/as. Confiada ao patrocínio do carpinteiro São José, a Romaria encontrou, no Santuário
Nossa Senhora das Graças, em Urucânia, uma referência para os trabalhadores/as celebrarem sua fé, manifestarem sua indignação contra o sistema capitalista, que
exclui e mata, e apresentarem suas reivindicações em
vista de uma sociedade justa, solidária e fraterna.
Em suas 25 edições, a Romaria rodou as cinco Regiões pastorais de nossa Arquidiocese e arrebanhou
grande número de trabalhadores/as. Seus temas sempre procuraram aliar fé e vida no permanente esforço
de encarnar a mensagem libertadora de Jesus Cristo.
Eles apontam para o caminho oposto dos que buscam
“um Cristo puramente espiritual, sem carne nem cruz”
(EG 88) e mostram que “ninguém pode exigir-nos que
releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional” (EG 183).
A crise atual pela qual passa o País torna mais necessária a Romaria como espaço de luta e defesa das
conquistas sociais dos últimos anos. As medidas de
ajuste fiscal adotadas pelo governo, a inflação, o desemprego que bate à porta, a corrupção, são ameaças
reais aos direitos dos trabalhadores/as.
A Romaria ganha, neste contexto, novo sentido e
novo vigor, por se constituir em eficaz instrumento
de mobilização dos trabalhadores/as no compromisso
de assegurar que nenhuma resposta à crise signifique
retrocesso ao que se conquistou à custa de luta e dor
nesses 30 anos de redemocratização do país. Participar da Romaria é uma excelente forma de viver a
Campanha da Fraternidade deste ano que nos exorta
a servir como Jesus serviu.
Pe. Geraldo Martins
Coordenador de Pastoral
Correia de Almeida
11/01 a 18/01
Paróquia de Sant'Ana
Antônio Carlos
Abril/2015
18/01 a 25/01
Paróquia de São Sebastião
Barbacena
25/01 a 01/02
Paróquia de Santo Antônio
Ibertioga
01/02 a 08/02
Paróquia de Nossa Senhora das Dores
Dores do Turvo
08/02 a 15/02
Paróquia de Nossa Senhora da Penha
Barbacena
15/02 a 22/02
Paróquia de Santo Antônio
Silverânea
A
paróquia
de
Sant´Ana,
Arquidiocese.
A da
imagem
22/02 a 01/03
Paróquia
Bom Jesus
Cana visiVerde
localizada na cidade de Catará
toda
a
região
até
o dia 29
Tabuleiro
randaí
de junho
de 2015,
quando será
06/03receberá
a 08/03 com muita
Paróquia
do Bom
Pastor
festa, no dia 5 de abril, a Imalevada à Região Episcopal MaBarbacena
gem
Peregrina
de
Nossa
Serianade
Oeste,
dando
sequência
08/03 a 15/03
Paróquia
São José
Operário
nhora Aparecida, que chegou
às
visitas
programadas
até juBarbacena
à Arquidiocese
de Mariana Paróquia
no nho de
15/03 a 22/03
de2017.
São Manoel
dia 14 de dezembro e segue
as datas
e locaisdopor
ParóquiaVeja
de Nossa
Senhora
Rosário
com sua peregrinação às coonde
a
imagem
passará
nos
Rio Pomba
munidades
da Região Sul Paróquia
da próximos
meses.
22/03 a 29/03
de São
Pio X
Barbacena
Período
Paróquia
29/03 a 05/04
SEMANA SANTA
14
a 21/12
Paróquia de Nossa
Senhora da Piedade
05/04
a 08/04
Sant'Ana
Barbacena
Carandaí
21
a 28/12
Paróquia de Santa
09/04
a 11/04
Nossa Bárbara
Senhora das Dores
Santa
Bárbara
do
Tugúrio
Capela Nova
28/12
Paróquia de Nossa
Senhora das Dores
12/04 a 04/01/2015
19/04
São José
Senhora
das Dores
Ressaquinha
04/01
Paróquia de
Sebastião
19/04 a 11/01
26/04
do São
Divino
Espírito Santo
Correia
de
Almeida
Barbacena
11/01
Paróquia de Sant'Ana
26/04 a 18/01
03/05
Nossa Senhora dos Remédios
Antônio
Carlos
Remédios
18/01
Paróquia de
SãoSenhora
Sebastião
03/05 a 25/01
10/05
Nossa
de Fátima
Barbacena
25/01
Paróquia de
Santo
Antônio
10/05 a 01/02
17/05
Nossa
Senhora
do Desterro
Ibertiogado Melo
Desterro
01/02
Paróquia de Nossa
Senhora das Dores
17/05 a 08/02
24/05
São José
Dores
do
Turvo
Alto Rio Doce
08/02
Paróquia de São
Nossa
Senhora da Penha
24/05 a 15/02
01/06
Caetano
Barbacena
Cipotânea
15/02
Paróquia de Santo
01/06 a 22/02
06/06
Nossa Antônio
Senhora da Assunção
Silverânea
Barbacena
22/02
Paróquia Bom
Jesus
da Cana Verde
06/06 a 01/03
08/06
de São
Pedro
Tabuleiroa
Barbacen
06/03
Paróquia do
Bom Pastor
08/06 a 08/03
15/06
de Santo
Antônio
Barbacena
Barbacena
08/03
Paróquia de São
José
Operário
15/06 a 15/03
22/06
Nossa
Senhora
do Rosário
Barbacena
Alfredo Vasconcelos
15/03
Paróquia de São
Manoel
22/06 a 22/03
29/06
Nossa
Senhora do Livramento
Paróquia
de Nossa Senhora do Rosário
Oliveira Fortes
Rio
Pomba
Paróquia
de São Sebastião
22/03 a 29/03
Paróquia
de São Pio X
Paiva
Barbacena
29/03 a 05/04
SEMANA SANTA
05/04 a 08/04
Paróquia de Sant'Ana
Carandaí
09/04
a
11/04
Paróquia
de Nossa Senhora das Dores
A paróquia de Nossa SeCapela Nova
nhora da Luz, em Conselhei12/04
a
19/04
Paróquia
de São José
ro Lafaiete, Região Oeste da
Ressaquinha
Arquidiocese, recebeu, no mês
Paróquia do Divino Espírito Santo
de19/04
março,aa 26/04
visita pastoral do ArBarbacena
cebispo de Mariana, dom Geral26/04
a
03/05
Paróquia
de Nossa Senhora dos Remédios
do Lyrio Rocha. O pároco, padre
Remédios
Rogério Pereira, os seminaristas
a 10/05
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
da03/05
teologia
que ali realizam seu
Barbacena
estágio pastoral, Allan Ferreira e
10/05 a 17/05
Paróquia Nossa Senhora do Desterro
Rosemar Condé, e muitas lideDesterro do Melo
ranças e fiéis leigos, receberam
17/05 a 24/05
Paróquia de São José
com alegria a visita do pastor
Alto Rio Doce
neste que é um momento privi24/05 a 01/06
Paróquia de São Caetano
legiado de contato do Arcebispo
Cipotânea
com o povo santo de Deus, con01/06 a 06/06
Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
fiado aos seus cuidados.
Barbacena
Dentro da programação da simples e acolhedor das comu- de encorajamento do arcebispo
06/06 a 08/06
Paróquia de São Pedro
visita pastoral, dom Geraldo nidades rurais de Três Barras e e tirarem suas dúvidas sobre
Barbacen a
pode conhecer as comunidades São Gonçalo.
diversos temas eclesiais numa
08/06 a 15/06
Paróquia de Santo Antônio
da paróquia, além de celebrar
Um dos encontros mais conversa informal com dom
Barbacena
os15/06
sacramentos
da
iniciação
marcantes
foi com
a juventude
Geraldo. A visita pastoral tama 22/06
Paróquia de Nossa
Senhora
do Rosário
cristã, Crisma e 1ª Eucaristia.
da
paróquia.
Muitos
jovens
saíbém contou com as reuniões do
Alfredo Vasconcelos
Dom
Geraldo
também
pode
ram das
comunidades
paradopoCAEP, CPP e visita à secretaria
22/06 a 29/06
Paróquia
de Nossa
Senhora
Livramento
experimentar a alegria do povo
derem
acompanhar
as
palavras
paroquial.
Oliveira Fortes
Paróquia de São Sebastião
Paiva
Imagem de Aparecida segue em
peregrinação pela Arquidiocese
Dom Geraldo faz visita Pastoral à Paróquia de
Nossa Senhora da Luz, em Conselheiro Lafaiete
JORNAL PAS ORAL
notícias
5
GIRO RÁPIDO
Sínodo da Família
A Arquidiocese de Mariana, por meio da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, juntamente com os
coordenadores da Pastoral Familiar, disponibilizaram
a todas as pastorais e movimentos da Arquidiocese de
Mariana, documento de trabalho preparatório para o
Sínodo que discutirá, de 4 a 25 de outubro, “A vocação e
a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. O documento, chamado Lineamenta, traz orientações e um questionário, que deve ser respondido e
enviado ao Centro Arquidiocesano de Pastoral até o dia
10 de abril.
Segundo carta enviada às pastorais, padres e movimentos, as respostas serão remetidas à CNBB até o dia
15 de abril. “Nosso tempo é curto. (…) Precisamos que
as respostas cheguem ao Centro de Pastoral até o dia 10
de abril para que sejam sintetizadas em um único relatório da Arquidiocese. Pedimos que leiam o documento
e respondam as perguntas que julgarem possíveis. Se
seu grupo não conseguir responder todas as perguntas,
não há problema. O importante é tomar conhecimento
do conteúdo do documento e responder ao questionário segundo suas possibilidades”, explica a carta.
A proposta é que o questionário chegue ao maior
número possível de pessoas para que se tenha um diagnóstico mais amplo possível do que a Arquidiocese
pensa sobre o assunto.
Tenha acesso à carta e ao questionário no site www.
arqmariana.com.br
Pastoral da Juventude
A Pastoral da Juventude (PJ) de Ponte Nova promoveu no mês de março, formação sobre a Campanha da
Fraternidade 2015, que tem como tema “Fraternidade:
Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir”, na paróquia São Sebastião, em Ponte Nova.
O objetivo geral da Campanha deste ano é aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre
a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para
a edificação do Reino de Deus.
O encontro foi assessorado pelo seminarista Daniel
Fernandes Moreira, que apresentou os objetivos gerais
e específicos da Campanha da Fraternidade e ainda a
pedagogia do Ver-Julgar-Agir, “que ilumina e orienta a
vivência da Campanha neste período de reflexão ligada
ao tempo quaresmal e preparação para a grande festa da
Páscoa da Ressurreição de Jesus”.
Cerca de 50 pessoas participaram do encontro, entre
eles os jovens da Pastoral da Juventude Salesiana (PJS) e
da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP).
Convivência e Partilha
Com o intuito de fomentar a comunhão, o encontro
e os laços de fraternidade entre os fiéis, foi realizado no
dia 15 de março, o 1º Dia da Convivência e da Partilha,
que contou com grande participação das comunidades
urbanas da paróquia de Sant’Ana, em Abre Campo, localizada na Região Mariana Leste. “Foi um momento
muito especial, onde pudemos conversar, partilhar alimentos, e ainda contamos com a apresentação da Banda
de Música Santa Cecília”, relatou dona Ketrine Bastos.
De acordo com o padre Eliseu, que idealizou a iniciativa junto com o Conselho de Pastoral, “a proposta
é que todo terceiro domingo do mês, após a missa das
19h, tenha este momento para parar, conversar, encontrar e partilhar um pouco sobre a vida e a caminhada de
fé de nossa paróquia. Desde já agradecemos a todos os
paroquianos e equipes que nos ajudaram na realização
desse importante momento”.
6
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
comunhão e participação
Marcelo Martins
CARTA DO XXV ENCONTRO DE
PRESBÍTEROS E DIÁCONOS
DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA
N
Inspirados no tema “Pastoral Presbiteral: o ministério ordenado, à luz da mística do cuidado”,
mais de 160 padres e diáconos de todas as cinco
regiões da Arquidiocese de Mariana estiveram reunidos entre os dias 2 e 5 de março, em Cachoeira
do Campo (Ouro Preto/MG), no XXV Encontro de
Presbíteros e Diáconos. Um momento de reflexão
e convivência. Um momento de fortalecimento de
laços e oração, voltados para a mística do cuidado
consigo mesmo e com o outro. “O encontro pode
ser resumido na palavra cuidado. Cuidado de si
mesmo, cuidado dos irmãos e cuidado do rebanho.
Nós temos que cuidar bem de nós mesmos, cuidar
bem dos padres e dos diáconos. Temos que cuidar,
cada um cuidando também de si mesmo e uns dos
outros, porque só assim nós cuidaremos bem do
povo de Deus que nos é confiado. Se a gente não
cuida de si mesmo, como é que vai cuidar dos outros. Então, esta foi a mola mestra que movimentou
todo o encontro”, explicou o arcebispo de Mariana,
dom Geraldo Lyrio Rocha.
Para o padre Marcelo Santiago, representante
dos presbíteros e um dos organizadores do encontro, a mística do cuidado foi ampliada em Cachoeira do Campo. “Cresce sempre mais esta consciência
da mística do cuidado que concretamente quer ser
o cuidado do presbítero e do diácono consigo mesmo, cuidado com o outro e sobretudo o cuidado
com o povo, pois nós somos ordenados para servir
ao povo de Deus unidos a Jesus Cristo, como pastores, para cumprir esta missão que Deus nos confiou
como Igreja. Nós avançamos nessa consciência e
agora nessa organização e articulação de uma Pastoral Presbiteral mais consistente que possa viabilizar com expressões e iniciativas que fomentem um
espírito de mais fraternidade e comunhão presbiteral”, afirmou padre Marcelo.
O encontro teve ainda a participação do padre
Márcio Sampaio, da congregação Missionários de
Nossa Senhora da África, que contou a todos sobre sua experiência no continente africano. “Este
foi um momento de extrema importância pra mim.
Um momento de rever amigos e de muito aprendizado com a experiência da Arquidiocese de Mariana. Também pude partilhar o trabalho de missão
que faço. Trouxe a eles um pouco da nossa vida no
Congo com uma realidade difícil e desafiante, com
uma vida simples mas vivida no meio do povo, sem
apego material”, disse padre Márcio.
Para o diácono José Apolinário dos Santos o
momento foi muito especial. “Este é um momento
de muita união entre diáconos e padres e de apren-
dizado vivido através da convivência entre nós. O
diaconato é um desafio mas são muito valorizados
na Arquidiocese de Mariana. Estou com dezessete anos de trabalhos e nunca tive um momento de
tristeza para exercer este diacólio. A gente vai crescendo na medida que vamos sendo valorizados no
nosso trabalho e isso acontece em toda a Arquidiocese. Esta é uma conquista para a Igreja e a Arquidiocese de Mariana valoriza muito este ministério.
O diaconato é uma experiência muito positiva pois
é um chamado que Deus faz e vale muito a pena
viver esta experiência”.
assessoria
O encontro contou com a assessoria do padre
Jésus Benedito dos Santos, da Arquidiocese de Pouso Alegre. Com dois livros escritos sobre a Pastoral Presbiteral, padre Jésus ressaltou a importância
do momento vivido em Cachoeira do Campo para
ampliar e aprofundar a convivência fraterna entre
os presbíteros e diáconos. Segundo ele “um encontro deste deve gerar mais união, mais fraternidade,
mais diálogo entre os presbíteros. Quando falamos
deste encontro, falamos também em servir melhor
o povo de Deus. Como a Pastoral Presbiteral trabalha a mística do cuidado, trabalha tanto o padre
cuidando bem de si quanto cuidando bem do povo.
Se temos um padre feliz e bem na sua vocação, naturalmente este padre será melhor pastor e melhor
no seu dia-a-dia, no seu trabalho”.
Definições
Ao final do XXV Encontro de Presbíteros e Diáconos foi redigida uma carta onde, entre outros
temas, destaca-se decisões práticas como a construção de uma casa de acolhida para os presbíteros. “Comprometemo-nos a: criar uma casa para
acolhida, abrigo, convivência e partilha de vida dos
presbíteros; fomentar a pastoral presbiteral a partir das Regiões Pastorais; oferecer mais espaços de
formação permanente do clero”, afirmam os participantes em carta enviada a todas as comunidades da
Arquidiocese de Mariana.
“Lançamos, também, ao final do encontro uma
carta, em nome do bispo e dos presbíteros saudando a vida consagrada na Arquidiocese de Mariana.
Leigos e leigas, religiosos e consagrados leigos que
expressam o testemunho da fé tanto pela sua presença quanto pelo apoio com os vários carismas
que assumem sempre na construção do Reino de
Deus entre nós”, explica o padre Marcelo Moreira
Santiago.
“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho”
(At 20,28)
ós, presbíteros e diáconos da Arquidiocese
de Mariana, reunidos com nosso arcebispo
Dom Geraldo Lyrio Rocha, de 2 a 5 de março de 2015, na Casa “Retiro das Rosas”, em Cachoeira do Campo, em nosso XXV Encontro Anual, dirigimo-nos aos irmãos e irmãs de nossa Arquidiocese, presentes nas mais diversas comunidades e
atuando nos mais variados serviços, partilhando o
fruto de nossas reflexões.
Em clima de fraternidade, celebramos o Jubileu
de Prata de nosso Encontro e o Jubileu de Ouro
do Concílio Ecumênico Vaticano II, inspirados no
tema “Pastoral Presbiteral: o ministério ordenado, à
luz da mística do cuidado”. Assessorados pelo Pe.
Jésus Benedito dos Santos, aprofundamos nossa reflexão, em vista da importância do cuidado
que se deve ter com a pessoa do presbítero cuja
missão é dedicar-se integralmente ao serviço do
rebanho.
Reafirmamos nossa alegria e gratidão por pertencer ao Clero desta Arquidiocese, onde nos encontramos e nos sentimos todos irmãos: bispo,
padres e diáconos. Move-nos o propósito de servir
melhor às nossas comunidades eclesiais e nos tornarmos cada vez mais corresponsáveis uns pelos
outros na vida e no exercício de nosso ministério
ordenado.
Comoveu-nos a partilha dos irmãos presbíteros
enviados para a missão fora de nossa Arquidiocese, bem como o testemunho do padre Márcio
Sampaio de Paula, da Congregação Missionários
de Nossa Senhora da África, há dez anos no continente africano, nosso convidado especial. Tomados da mais profunda sensibilidade, a generosidade de nosso clero manifestou-se com uma coleta
espontânea, ofertada ao convidado para minorar
as dificuldades que enfrenta na missão.
Renovamos o compromisso de servir, à luz do
Concílio Vaticano II, exercendo nossa tríplice missão
de Sacerdotes, santificando o povo de Deus; Pastores, cuidando do rebanho; Profetas, promovendo a
vida e enfrentando com coragem o poder do mal.
Inspirados no exemplo de Jesus Cristo, queremos
ser uma “Igreja em saída” (EG. 24), que vai ao encontro dos afastados, que escuta e se aproxima das suas
situações de fragilidade, partilhando suas alegrias e
esperanças, suas tristezas e angústias (GS. 1).
Para concretizar esse propósito, assumimos o
compromisso de fortalecer as iniciativas já existentes no cultivo da fraternidade entre nós e de
nos unir em torno da implantação e implementação da Pastoral Presbiteral. Comprometemo-nos
a: criar uma casa para acolhida, abrigo, convivência e partilha de vida dos presbíteros; fomentar a
pastoral presbiteral a partir das Regiões Pastorais;
oferecer mais espaços de formação permanente
do clero.
Ajudando-nos, mutuamente, presbíteros e diáconos, buscaremos o nosso crescimento humano,
espiritual e pastoral, para sermos sinais de Deus,
tornando seu cuidado palpável na vida de cada um.
Suplicamos a bênção e a intercessão de Nossa
Senhora da Assunção e do seu esposo São José,
padroeiros de nossa Arquidiocese, para podermos
realizar entre nós a vontade de Jesus: “Que eles sejam um para que o mundo creia” (Jo. 17,21)
Cachoeira do Campo, 5 de março de 2015
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
profecia
R
eunidos em Cachoeira do Campo para o 25º encontro anual de
presbíteros e diáconos da Arquidiocese de Mariana, juntamente
com o nosso Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, neste Ano da Vida
Consagrada proclamado pelo Papa Francisco, queremos nos dirigir, com
gratidão e estima, às pessoas consagradas que atuam na Arquidiocese de
Mariana.
Em primeiro lugar, damos graças a Deus pelo dom de sua vocação e
dedicado serviço prestado às nossas comunidades eclesiais e a sociedade
em geral. Reconhecemos o seu testemunho profético na vivência dos
conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade, sobretudo por
meio da vida comunitária, incentivando-nos para o grande “projeto de
comunhão” querido por Deus para toda a humanidade. A vida consagrada
aponta para o absoluto de Deus, para a radicalidade da vida fraterna e para a
meta definitiva da existência humana na plenitude do Reino de Deus.
O seu testemunho alegre de consagração nos convida a redescobrir a
verdade e a beleza do Evangelho de Jesus, confirmando que há mais alegria
em dar do que em receber (cf. At 20,35), conforme a lição do lava-pés (Jo
13, 1-17) daquele que veio para servir (cf. Mc 10,45). A vida consagrada
testemunha a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus, desapegados
dos bens materiais, confiantes na Providência Divina, atentos e acolhedores
diante da Palavra de Deus e com os afetos integrados e ordenados para amar
e servir a Deus na pessoa dos irmãos e irmãs, especialmente dos mais pobres
e sofredores.
A vida consagrada encarna a radicalidade do espírito das bemaventuranças (Mt 5,1-12) e confessa o Deus de amor que é Pai, Filho e
Espírito Santo, tendo na Virgem Maria o modelo e a inspiração para toda a
consagração à Trindade Santa. A vida consagrada é dom do Espírito Santo
à Igreja e deve ser sempre um apelo para uma Igreja pobre a serviço dos
pobres, conforme o sonho do Papa Francisco.
Assim se expressou Dom Geraldo na missa de abertura do Ano da Vida
Consagrada na Catedral de Mariana no dia 1º de fevereiro de 2015: “A
Arquidiocese de Mariana não poderia deixar de acolher a palavra do Papa
Francisco que estabeleceu o ano de 2015 como um ano dedicado à Vida
Consagrada. É uma riqueza para toda a Igreja e nossa Arquidiocese tem uma
presença extraordinária de religiosos e religiosas em muitas obras, colégios,
hospitais e serviços pastorais. Uma presença que enriquece muito a nossa
Igreja, de consagrados a Deus em uma forma de vida que busca levar a graça
do batismo a uma vivência de forma mais radical. Assim, em nossa Catedral
de Mariana, celebramos missa com presença de pessoas que vieram de todas
as partes da Arquidiocese”.
Que este Ano da Vida Consagrada seja para todos nós ocasião de
render graças a Deus, fonte de todo bem e vocação, de aprofundamento
da consciência do caráter profético da vida consagrada e de crescimento
na fidelidade e docilidade ao que o Espírito diz à Igreja na concretude dos
desafios de nosso tempo, para que seja servidora da vida e da esperança,
testemunhando o amor misericordioso de Deus para com todos,
particularmente para com os que mais sofrem. Que Deus abençoe a todas as
pessoas consagradas!
Arcebispo, Presbíteros e Diáconos da Arquidiocese de Mariana
Cachoeira do Campo, 5 março de 2015
Marcelo Martins
O encontro contou com a participação de dom Geraldo e 160 padres e diáconos de toda a Arquidiocese
O
termo Presbítero é pouco usado por nós. O Presbítero é o Padre. O Segundo Testamento fala muito do Presbítero como um homem maduro na fé,
experiente e capaz de servir à comunidade com dedicação.
Falando de Presbíteros, S. Pedro (1Pd 5,1-3) disse: “Faço
uma admoestação aos presbíteros que estão entre vocês,
eu que sou presbítero como eles (...): cuidem do rebanho
de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas de
livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por
causa de lucro sujo, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho”. Para S. Francisco de Assis, o presbítero deve ser um homem pobre. Para S. Domingos deve ser
também um pregador da Palavra de Deus. A Igreja espera
que o presbítero (Padre) seja um homem de Deus no meio
do povo e um homem do povo a serviço de Deus. Serve a
Deus quem serve o próximo (cf.Hb 5,1; Mt 25,40).
Nos primeiros séculos da Igreja o presbítero era
escolhido pelo povo e constituído para servir a comunidade. Deus chamava através da escolha da comunidade. Ordena-se o presbítero para ser sacerdote (aquele
que santifica os fieis pelos sacramentos), profeta (aquele
que anuncia a Palavra e denuncia as injustiças), e rei/pastor (aquele que serve o povo). O presbítero deve cuidar do
povo.
Muito nos alegra os presbíteros que se preocupam com
as ovelhas mais sofridas, como pastor que deixa as 99 e vai
atrás de uma que se perdeu (cf. Lc 15, 3-7). Quantos presbíteros vivem com as ovelhas de rua! Quantos presbíteros
estão junto aos pescadores, aos que moram em palafitas!
Quantos vivemcom o povo e como o povo nas favelas, nos
cortiços! Quantos enfrentam os lobos para defender as
ovelhas! Muitos destes são perseguidos e mortos tal qual
Jesus, dando a vida pelas ovelhas! Quantos, como S. Paulo,
partem para países distantes e enfrentam tantas dificuldades para anunciar a Boa Nova “até os confins da terra”!
Estes podem dizer como S. Paulo: “faço tudo para todos,
para ganhar o maior número possível”. Estes presbíteros
honram Cristo e sua Igreja.
Por outro lado, muito nos entristece, quando presbíteros são contaminados pelo pernicioso vírus dos tempos
atuais. Confundem o poder de curar com algumas celebrações mais sensacionalistas do que culto sagrado. Toda
celebração eucarística é curativa, pois ali se partilha a Palavra que “nos guarda para a Vida Eterna” e o “Pão que desceu do céu.” Jesus fugia de honrarias. Também nós, presbíteros, devemos fugir das honrarias, da fama e do poder,
da vida de luxo e da riqueza. Devemos primar pela sobriedade na compra dos objetos litúrgicos, evitando a tentação
do consumismo e do exibicionismo. Não podemos esquecer nossa opção pelos pobres, a exemplo de nosso mestre
Jesus, que nasceu e viveu pobre e exerceu seu ministério
na Galileia, uma região muito pobre (cf. Mc 1,14; Jo 1,46).
Alerte-nos a palavra do profeta Ezequiel: “Ai dos pastores
de Israel que são pastores de si mesmos!” (Ez 34,2)
Há mais de cem anos o Papa Leão XIII despertou a
Igreja para a dimensão social, com a carta intitulada “Coisas Novas”. Quantos continuam “gemendo e chorando” na
miséria e na desesperança! Muita genter eclama dos padres de hoje, mas os padres cresceram numa família. A
família constrói a base sobre a qual se forma um padre. Se
queremos padres santos, precisamos de famílias santas. E
família santa se faz no seguimento de Jesus Cristo.
Pe. Luiz Faustino dos Santos
Barão de Cocais / MG
O Presbítero
CARTA ÀS PESSOAS
DE VIDA CONSAGRADA
7
8
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
igreja no brasil e no mundo
Papa anuncia Ano CNBB e OAB apresentam
Santo da Misericórdia Manifesto em defesa
Um Jubileu extraordinário, um Ano
Santo da Misericórdia: foi o anúncio
que o Papa Francisco fez na tarde do
dia 13 de março, na Basílica Vaticana,
durante a homilia da celebração penitencial com a qual o Pontífice abriu
a iniciativa “24h para o Senhor”. Um
anúncio acolhido com o aplauso dos
presentes.
“Decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia
de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos
como o vosso Pai” (cf. Lc 6,36). Este
Ano Santo – explicou o Papa – terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de
novembro de 2016, Domingo de Nosso
Senhor Jesus Cristo Rei do universo e
rosto vivo da misericórdia do Pai.”
Durante a homilia Francisco ressal-
tou a riqueza da misericórdia de Deus
evidenciando “com quanto amor Jesus
olha para nós, com quanto amor cura
o nosso coração pecador”.
Francisco vê o Jubileu extraordinário como uma oportunidade mediante
a qual “a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha
da misericórdia”.
Confio a organização deste Jubileu
ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, a fim de
que possa animá-lo como uma nova
etapa do caminho da Igreja em sua
missão de levar a toda pessoa o Evangelho da misericórdia. Estou certo de
que toda a Igreja poderá encontrar
neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de
Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolação a todo homem e
toda mulher de nosso tempo.
L´Osservatore Romano
Dom Oscar Romero será
beatificado em maio
Foi anunciado em março, na capital
salvadorenha, o dia 23 de maio como
data da beatificação de dom Oscar Arnulfo Romero. A data foi confirmada
por dom Vicenzo Paglia, presidente do
Pontifício Conselho para a Família e
postulador da causa de beatificação.
Dom Paglia declarou que agora
acredita que a demora no reconhecimento do martírio de dom Oscar Romero, assassinado em 24 de março de
1980, confirma os desígnios de Deus.
“Romero deveria ser beatificado sob
o pontificado do primeiro Papa latino
americano. Hoje consigo entender em
profundidade o porquê de tantos atrasos: Deus esperava pelo Papa Francisco. Deus escreveu esta página com as
linhas tortas dos opositores”, disse o
arcebispo.
Assassinato
Dom Oscar Romero foi assassinado quando celebrava missa, em 24 de
março 1980, por um atirador de elite
do exército salvadorenho. Sua morte
provocou uma onda de protestos em
todo o mundo e pressões internacionais por reformas em El Salvador.
Com informações
da Rádio Vaticano
da Democracia
A Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram o Manifesto em
Defesa da Democracia. O lançamento
aconteceu na sede da CNBB, em Brasília, com a presença dos presidentes das
respectivas entidades – o arcebispo de
Aparecida (SP), cardeal Raymundo
Damasceno Assis, e o advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho. Participaram do lançamento autoridades
civis e políticas, sacerdotes, religiosos
e representantes de entidades e organismos.
O Manifesto é uma iniciativa da
Rede de instituições que compõem a
Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, para a
mobilização em torno do Projeto de
Lei de Iniciativa Popular e da defesa
do Projeto de Lei (PL) 6316/2013, em
tramitação na Câmara dos Deputados.
A leitura do Manifesto foi realizada
pelo presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis. “Ao lançar
este manifesto, fazemos votos de que o
Congresso Nacional, enquanto representante da vontade do povo brasileiro, possa levar a bom termo a esperada
reforma política, para o bem do nosso
país”, disse dom Damasceno.
MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA
Considerando as graves dificuldades político-sociais que afligem atualmente
o País, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – se veem no dever de vir a público expressar
– a exemplo do que já fizeram em ocasiões semelhantes anteriores – a convicção
de que acima das divergências políticas, naturais numa República, estão a ordem
constitucional e a normalidade democrática.
Aos três Poderes da República cabe relacionarem-se entre si, de maneira independente, porém harmônica e cooperativa, não se admitindo que dissensões
menores ou interesses particulares – de indivíduos ou de grupos – possam comprometer o exercício das atribuições constitucionais que a cada um deles compete exercer.
Submetidos que são tais Poderes ao primordial princípio democrático pelo
qual “todo poder emana do povo e em seu favor deve ser exercido”, cumpre-nos
lembrar que as decisões deles emanadas somente se legitimam se estiverem adequadas a esse princípio maior.
A inquestionável crise por que passam, no Brasil, as instituições da Democracia
Representativa, especialmente o processo eleitoral, decorrente este de persistentes vícios e distorções, tem produzido efeitos gravemente danosos ao próprio sistema representativo, à legitimidade dos pleitos e à credibilidade dos mandatários
eleitos para exercer a soberania popular.
Urge, portanto, para restaurar o prestígio de tais instituições, que se proceda,
entre outras inadiáveis mudanças, à proibição de financiamento empresarial nos
certames eleitorais, causa dos principais e reincidentes escândalos que têm abalado a Nação, afastando-se, assim, a censurável influência do poder econômico do
resultado das eleições, o que constitui uma prática inconstitucional, conforme os
votos já proferidos pela maioria dos Excelentíssimos Senhores Ministros integrantes do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650), ora em andamento naquela egrégia Corte.
Em vista do exposto, as entidades abaixo firmadas entendem inadiável a aprovação nas Casas do Congresso Nacional de uma Reforma Política Democrática que
estabeleça normas e procedimentos capazes de assegurar, de forma efetiva e sem
influências indevidas, a liberdade das decisões do eleitor.
Com este Manifesto, a CNBB e a OAB, unidas a inumeráveis organizações e
movimentos sociais integrantes da sociedade civil, conclamam o povo brasileiro
a acompanhar ativamente a tramitação, no Congresso Nacional, das proposições
que tratam da Reforma Política e a manter-se vigilante e atento aos acontecimentos políticos atuais para que não ocorra nenhum retrocesso em nossa Democracia,
tão arduamente conquistada.
Para tanto, é necessário que todos os cidadãos colaborem no esforço comum
de enfrentar os desafios, que só pode obter resultados válidos se forem respeitados os cânones constitucionais, sem que a Nação corra o risco de interromper a
normalidade da vida democrática.
Por fim, reivindicam as entidades subscritoras que, cada vez mais, seja admitida e estimulada a participação popular nas decisões que dizem respeito à construção do futuro da Pátria, obra comum que não pode dispensar a cooperação de
cada cidadão, de cada organização, dando-se, assim, plena eficácia ao conteúdo
do artigo 14 da Constituição da República.
Marcus Vinicius Furtado Coêlho - Presidente Nacional da OAB
Dom Raymundo Damasceno Assis - Presidente da CNBB
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
formação continuada
9
Vivendo o Tempo Pascal
D
ois grandes ciclos mobilizam o
Ano Litúrgico: o ciclo do Natal e ciclo da Páscoa. Entre eles
está oTempo Comum (contendo 33 ou
34 semanas), período em que a Igreja
celebra o mistério de nossa redenção,
recordando e revivendo a passagem
de Cristo na Terra. Neste tempo, celebramos também a festa da Santíssima
Trindade, fazemos memória de Maria
(Modelo da Igreja), dos Apóstolos, dos
(as) Mártires e Santos e Santas nossos
irmãos(ãs) e benfeitores(as).
Estamos celebrando o ciclo da Páscoa, ponto alto do Ano Litúrgico. Esse
ciclo teve início com o tempo quaresmal (por ser a festa mais importante
do ano, a Páscoa é preparada durante
44 dias, daí a palavra Quaresma), o encerramento será com a festa de Pentecostes término do Tempo Pascal (cinquenta dias).
No ciclo da Páscoa celebramos o
Mistério Pascal da vida de Jesus e o
momento culminante, a Paixão, Morte
e Ressurreição, remetendo-nos ao início da criação, quando Deus começou
a grande aventura da vida criando a
luz. O primeiro dia da nova criação,
do novo céu e da nova terra, da nova
história, é exatamente o dia da ressurreição de Jesus.
O ponto culminante do ciclo Pascal se dá no tríduo Pascal, cuja noite
de sábado, a mais importante do ano,
a noite da alegria verdadeira, em que
fazendo memória das ações maravilhosas de Deus na história, renovamos nossa consagração batismal, pela
qual somos conduzidos das trevas à
luz admirável de Cristo. Celebramos
o triunfo da vida sobre a morte: Jesus
ressuscitou, venceu a morte e trouxe
a salvação para todos nós, unindo de
novo o céu e a terra inteira.
A Páscoa hebraica, que celebrava
a libertação da escravidão Egípcia, é
agora substituída pela Páscoa da ressurreição, em que a humanidade é libertada por Cristo da morte e salva do
pecado (Cf. Ef1, 3-14; 1Cor 15, 3-57).
Ressuscitar significa tornar a viver.
Esta é a grande mensagem da Páscoa: o
Senhor ressuscitou (Mc 16, 1-8). Com
a ressurreição, nos libertou do pecado
e da morte e nos abriu caminho para o
Reino da Vida.
A partir da ressurreição de Jesus a
Páscoa passou a ter significado para
nós, por isso se tornou o “Dia de todos
os Dias”, o mais importante de todos,
porque nele Jesus derrotou a morte,
para sempre.“Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com
ele, pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre nem
a morte terá mais domínio sobre Ele.
Morto, Ele o foi uma vez por todas, pelo
pecado; porém, está Vivo, continua vivo
para Deus” (Rm 6, 8-10).
A ressurreição nos lembra que a
promessa se realizou: a luz venceu as
trevas. O fracasso se revelou vitória, o
inimigo que parecia vencer, cai derrotado. A maldade que fizeram com Jesus parecia tão grande que nada poderia superá-la, mas a bondade de Deus
foi maior, provando quem é que tem a
última e verdadeira palavra.
Para a discussão em grupos
1. Como foi a Vigília Pascal em sua Comunidade?
2. A acolhida aos neófitos ajudará a viver o Tempo Pascal como como intenso período Mistagógico?
3. Quais os frutos a Campanha da Fraternidade nos permite vislumbrar neste Tempo Pascal?
4. O Tempo Pascal se encerra com duas atividades: a novena de Pentecostes
e a Semana de Oração pela unidade dos cristãos(ãs). Como conjugar estas
duas atividades?
Sua ressurreição é a prova de que
a vida é mais forte! E assim podemos
cantar a vitória de Deus e daqueles que
se alinham do seu lado, ou melhor,
com quem Deus se alinha: aos que fazem a sua vontade, vivendo como filhos de Deus e irmãos entre si; aos que
promovem a vida com gestos de amor
e serviço aos irmãos e aos que constroem o reino, renunciando até a própria
vida se for preciso.
Páscoa significa Passagem: No
povo da antiga aliança, salvando os filhos dos Hebreus no Egito; em Cristo,
da morte para a vida; na atualidade,
do pecado para a vida da Graça e se
relacionando diretamente ao batismo,
porque, do mistério da morte e ressurreição de Jesus, nós participamos pelo
sacramento do batismo. Assim como
Jesus, morremos e ressuscitamos; com
Cristo morremos para o pecado e ressuscitamos para uma vida nova para
Deus (Cf. Rm6, 1-11).
A Igreja organizou o tempo de preparação para o batismo, dedicando a
quaresma à preparação intensiva para
os sacramentos de iniciação, que se
realizam durante a Vigília Pascal, em
que iluminados e profundamente atingidos pela luz do Cristo ressuscitado,
os catecúmenos renunciam ao pecado
e professam sua fé em Cristo, a seguir
são batizados, se aproximam para a
Crisma e a Eucaristia.
A ressurreição de Cristo foi princípio de renovação, de vida nova, para
toda a humanidade: uma primavera
espiritual. Os cinquenta dias do Tempo Pascal são marcados pela alegria
profunda dos nossos corações, que é fé
na ressurreição do Salvador e fidelidade renovada do nosso batismo, no qual
somos co-ressuscitados com Cristo.
Páscoa, porém, não é somente uma
festa, ela é um modo de viver. Um dia
passamos pelas águas do batismo, significando nossa participação na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por
isso, animados e guiados pelo espírito
santo que recebemos através do Cristo, somos chamados a viver a Páscoa
em todos os momentos e aspectos de
nossa vida.
Somos chamados a viver uma vida
Pascal. Procuremos fazer a passagem
da morte para a vida, em nossa existência individual e social. Procuremos
superar o egoísmo, os vícios, o ódio, a
indiferença pelos (as) irmãos(ãs), crescendo no amor, na dedicação, na doação de nossa vida.
Esta é a certeza que proclamamos:
fomos salvos pela Vida, Paixão, Morte
e Ressurreição de Cristo. Sua proposta é um projeto de vida e de sociedade
renovada. Um projeto que alcança sua
luminosidade na Páscoa.
Portanto, ao entrarmos na igreja,
vendo o Círio Pascal aceso, lembremo-nos do Cristo ressuscitado, luz que
renasce para guiar nossos passos. E assim, quando estivermos atravessando
as lutas da vida e até mesmo a morte,
lembremo-nos da vitória de Cristo e
reanimemos nossa esperança: Ele está
vivo e permanece vencedor do pecado
através dos séculos.
Que a celebração Pascal nos ajude
vencer as injustiças, a opressão, o sistema de vida baseado na ganância, no
luxo, na violência, no aumento do capital a qualquer custo. Procuremos construir com muita luta e esperança uma
sociedade justa e fraterna, baseada no
amor, na partilha, na solidariedade, no
respeito a cada pessoa humana.
Que o amor do Cristo ressuscitado
nos una, ainda mais, à fraternidade e
que este momento seja de intenso partilhar e oração. Feliz Páscoa, acompanhada de muita fé e esperança!
Pe. Luiz Cláudio Vieira
Pároco do Sagrado Coração de Jesus, em Mariana, MG
JORNAL PAS ORAL
10 liturgia
Abril/2015
ele está vivo! e caminha no meio de nós...
É
maio... Mês de Maria, mês das
mães, mês das noivas... Um
tempo bonito para se celebrar!
Para a liturgia, momento intenso e
profundamente simbólico na história
da salvação. Um ‘prato cheio’ para as
nossas equipes de celebração e para
toda a comunidade de fé.
Começamos o mês celebrando a
memória de São José Operário. Patrono de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Em nossa Arquidiocese,
a Romaria dos(as) Trabalhadores(as)
celebra sua 25ª edição. A concentração
acontece em Urucânia, mas o processo
e as celebrações se espalham por todo
o território da nossa Igreja Particular.
Vale a pena participar!
O mês é dedicado a Maria. Em
muitas comunidades acontecem as
coroações. Momento oportuno para
uma catequese marial. Despertar o
amor e a verdadeira piedade mariana. O pequeno livro preparado pela
Arquidiocese para ajudar na peregrinação da imagem de N. Sra. Aparecida, Caminhando com Maria, pode ser
uma ótima ferramenta. Rico em conteúdo e barato. Procurem divulgar e
favorecer o acesso de todos a ele.
Celebramos ainda Maria com os títulos de Fátima, tão popular em nosso
meio, Auxiliadora, tão sugestivo, e da
Visitação, bem de acordo com o nosso
projeto de evangelização.
5º domingo da Páscoa
No evangelho deste domingo, a expressão ‘permanecer’ aparece oito vezes. Parece que João, citando as palavras de Jesus, quer reforçar esta ideia:
ser cristão não significa uma ligação
superficial ou esporádica com Deus; ir
a ele de vez em quando. Mas algo muito mais profundo e permanente. É estar em plena e constante sintonia com
Jesus Cristo e seu projeto do Reino.
A imagem da videira e do tronco
nos lembra que as nossas raízes estão
na fé em Jesus Cristo. É dele que tiramos a seiva, a energia, o sustento da
fé, do compromisso e das boas obras
que praticamos. E, por meio dele, nos
ligamos, nos unimos aos irmãos e irmãs, num processo permanente de comunhão.
Quem não produz frutos, não é
capaz de fazer o bem, acaba prejudicando os outros ramos. Ocupa espaço
à toa. Quem produz frutos não deve se
assustar com a dor, os sofrimentos, as
provações, os obstáculos. São ‘podas’
que ajudam a crescer e dar mais frutos.
6º domingo da Páscoa
Na sequência do evangelho do 5º
Domingo, o texto da liturgia para hoje
traz uma das mensagens mais bonitas
de Jesus. “Não chamo vocês de servos,
mas de amigos (...) Não foram vocês que
me escolheram, mas eu que os escolhi”.
Ao mesmo tempo, traz a maior das
exigências de Jesus aos seus discípulos.
Parece que, ao longo da sua catequese, ele vai oferecendo um conjunto de
ensinamentos, conselhos, orientações,
propostas. De repente, ele para e, de
forma solene, diz: agora, “isto eu ordeno, isto eu mando: amem-se uns aos outros”. Não há como ser cristã(o), dizer
que tem fé em Jesus Cristo, que ama a
Deus, sem demonstrar isso de maneira bem concreta no amor ao próximo.
Esta é a verdadeira carteira de identidade de quem se torna cristão.
E uma forma de demonstrar amor é
não fazer distinção, não excluir e nem
discriminar ninguém, como Deus age
conosco. É o que afirma Pedro, na primeira leitura deste domingo.
Solenidade da Ascensão do Senhor
A Ascensão é um marco divisório na
história da Igreja. Marca a despedida de
Jesus e o começo da missão. Até aquele
momento, Jesus se revelou, anunciou o
Reino, curou, ofereceu o perdão e a graça,
abençoou. No momento em que volta ao
Pai, ele entrega à Igreja nascente, aos seus
discípulos e discípulas, a missão de continuar a sua obra. É como se ele dissesse:
“até aqui fui eu; agora é com vocês”.
A segunda leitura ajuda a compreender bem o que significa isso, quando
diz que a Igreja é o “corpo de Cristo”. E
é isso mesmo. Jesus continua presente
e atuante no meio de nós. Mas espírito
não é visto ou percebido pelos sentidos. Por isso, Jesus cria um outro corpo por meio do qual possa continuar
falando, visitando, tocando as pessoas.
Podemos dizer que, a partir da Ascensão, ele vai abençoar e tocar as pessoas
com nossas mãos, ouvir o clamor do
pobre com nossos ouvidos, ver cada
um com nossos olhos, visitar com nossos pés, amar a todos com nosso coração. Isso é uma grande honra. Mas
também um compromisso sério. Nós
somos o corpo que ele tem hoje para
continuar a obra da salvação.
Pelo fato da Ascensão marcar o
início da sua missão, a Igreja instituiu
também nessa data o “Dia das Comunicações Sociais”. Usando os meios de
comunicação, ela pode fazer chegar a
Boa Nova a todos os confins da terra.
E como esses meios são importantes
para a evangelização! A Igreja não
existe sem comunicação.
Solenidade de Pentecostes
Se a Ascensão de Jesus deveria marcar o início da missão, não foi bem isso
o que aconteceu. Com medo daqueles
que condenaram e crucificaram Jesus,
os primeiros discípulos não tiveram
coragem para enfrentar o mundo. Faltava-lhes o Espírito de fortaleza e ousadia. Mas Jesus, que conhecia muito
bem a limitação deles e a nossa fragilidade, já havia prometido o Consolador. E é esse momento bonito da vinda
do Espírito Santo que celebramos na
solenidade de Pentecostes.
Assim, podemos dizer que esta
festa marca o verdadeiro nascimento
da Igreja de Jesus Cristo e sua missão.
Animados pelo Espírito, os discípulos
se tornam apóstolos. Abrem as portas,
vão para o meio do povo, conseguem
falar a linguagem de todos e unir a diversidade de culturas e povos numa
só fé. É o Espírito que dá coesão aos
membros para que formem, de verdade, o corpo de Cristo.
Solenidade da Santíssima Trindade
O nosso Deus não é sozinho, isolado. É uma Comunidade de amor. “A
Santíssima Trindade é a melhor comunidade”, diz Leonardo Boff. Este é um
dos grandes mistérios da nossa fé. Temos um Deus que cria e cuida e, por
isso, o chamamos de Pai; mas também
que se encarna em nossa história e se
faz gente como nós, Deus caminhando
conosco, na pessoa de Jesus Cristo; um
Deus que se prolonga na história sendo a alma da Igreja e o princípio unificador: o Espírito Santo.
Começando o segundo período do
tempo comum, somos convidados a
mergulhar nesse mistério de amor. E
buscar nesse Deus trino a referência
e a força para formarmos comunidades vivas de fé. Paróquias que sejam de
fato ‘redes de comunidades’.
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
espiritualidade 11
CELEBRANDO O MÊS DE MAIO
1º de maio:
Preparar a Romaria nas comunidades e organizar caravanas para participar da grande celebração em Urucânia.
Nas celebrações, valorizar a presença e
participação dos(as) trabalhadores(as)
e suas lutas.
as mães, talvez apresentando as várias
gerações. Convidá-las para procissão
de entrada ou das ofertas. Nas preces,
um(a) filho(a) dedicar uma prece especial a elas. Na homilia, pode-se pedir também o testemunho de alguma
mãe que presta serviço à comunidade
ou que tenha passado por uma experiência que vale a pena partilhar.
No final, rezar com a assembleia o terceiro dia da novena de Pentecostes.
6º domingo da Páscoa (10/5)
leituras bíblicas: At 10,25-26.3435.44-48 / Sl 97 / 1Jo 4,7-10 / Jo
17,11b-19.
Afixar num mural à frente um coração grande, ou estampa do Sagrado
Coração de Jesus, com outros corações
pequenos em volta, representando as
comunidades ou grupos. Oferecer aos
fieis um cartãozinho em forma de coração com alguns dizeres como: “Eu
chamo você de amigo(a)”. “Não foi você
que me escolheu, mas eu que escolhi
você”. “Isto eu ordeno: amem-se uns aos
outros”.
Fazer uma acolhida especial para
ascensão do senhor (17/5)
leituras bíblicas: At 1,1-11 / Sl 46 / Ef
1,17-23 / Mc 16,15-20.
Usar a imagem do corpo, por meio
de alguma ilustração, para mostrar
como cada pessoa pode e deve ser
membro desse “corpo místico (misterioso) de Cristo”. Registrar nomes de
pessoas ou grupos e pastorais. Usar
também as sandálias ou algum outro
símbolo da missão. Pode-se também
valorizar e apresentar alguns meios de
comunicação. Na homilia, ou em outro momento da celebração, chamar a
atenção para a importância da família,
tema escolhido pelo Papa Francisco
para o Dia das Comunicações Sociais
deste ano.
Pentecostes(24/5)
leituras bíblicas: At 2,1-11 / Sl 103 /
1Cor 12,3b-7.12-13 / Jo 20,19-23.
Usar símbolos do Espírito Santo,
como fogo, línguas, pomba... Pode-se entrar com um cartaz que lembre
os sete dons do Espírito e afixá-lo em
lugar visível. Ou colocar em lugar bem
visível sete faixas com os dons. Em
algum momento, apresentar também
os frutos do Espírito Santo. Substituir
o ato penitencial pela aspersão. Chamar a atenção para a importância da
unidade na diversidade. Valorizar a
presença dos crismandos ou recém
crismados. Nas preces, pedir a Deus os
vários dons do Espírito.
No final da última missa de domingo, apagar solenemente o Círio Pascal,
encerrando assim o ciclo da Páscoa.
Não há um rito oficial. O presidente
explica o sentido do gesto. É uma forma de concluir solenemente o Tempo
Pascal. O Círio pode ser incensado.
Canta-se um refrão meditativo, como:
“Ó Luz do Senhor que vem sobre a
terra, inunda meu ser, permanece em
nós”. O presidente explica que o Círio
é apagado porque, a partir de agora,
cada um(a) é que deverá ser a luz de
Cristo em seus ambientes. Durante o
período Pascal acolhemos o Cristo,
Luz do mundo. Agora vamos irradiar essa luz e levar Jesus Cristo com
nosso testemunho. “Vós sois a luz do
mundo!”
Trabalhar é cooperar
com Deus para colocar
ordem nos desafios enfrentados pela humanidade e, fato triste e desolador, causados pela
própria
humanidade.
Mas nem todas as pessoas acreditam que seu
trabalho é uma forma de
servir a Deus e mesmo
aquelas que acreditam
não sabem como fazer
isso de forma efetiva, que
transmita no seu agir
essa ação de amor e entrega, de compromisso e
missão.
A reflexão a respeito de “espiritualidade
no mundo do trabalho”
torna-se
importante
e necessária para que
possamos, a partir da
presença e atuação dos
profissionais cristãos e
das empresas com orientação cristã no mercado
ajudar as pessoas a transformarem sua atividade
profissional em uma fonte de realização pessoal
e contribuição significa-
tiva no reino de Deus, pois é importante sempre destacar que o trabalho
não é apenas um meio de acesso aos
bens da terra. Numa perspectiva de fé,
o trabalho adquire um sentido mais
profundo. É a colaboração do homem
na obra da criação. O cristão pelo seu
trabalho está a transformar o mundo,
que com todas as suas riquezas ocultas
e todas as suas energias Deus ofereceu
ao homem. Está a prepará-lo, para que
seja um lugar onde todos os homens
possam levar uma vida digna de filhos
de Deus. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”
(Jo 10).
Profundo mistério, que mais do
que ser entendido, necessita ser vivido,
pois aquele que ama cuida, transforma,
melhora, dá um acabamento íntimo a
todas as coisas; esforça-se para aplicar
uma energia interna numa realidade
externa. Busca fazer do jeito que acredita ser o melhor, o correto. “Trabalho
é encontro de potencialidades interiores com as exteriores” (autor desconhecido); todo trabalho é obra da inteligência e das mãos. Presentes de Deus
para nós. É um fazer decisivo para a
dinâmica histórica da própria vida e da
vida do outro. A primeira página da
Bíblia, livro do Gênesis, apresenta-nos
Deus não apenas como um trabalha-
dor, que descansa após uma semana de
trabalho, mas como o Criador de tudo
e o Senhor soberano e providente, que
tudo orienta para a sua obra prima, o
ser humano, criado à sua «imagem e
semelhança».
A Constituição Pastoral Gaudium
et Spes, do Concílio Vaticano II, expressa com clareza a dignidade do trabalho humano como dever e aperfeiçoamento do homem, como exercício
benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, como serviço à comunidade, como prolongamento da obra do
Criador e como contribuição ao plano
da salvação (cf. GS 34).
Assim, estar bem no mundo é amar
o mundo. É procurar fazer o melhor,
não somente para si, mas para alcançar
a vida do outro. É deixar a marca do
bem. Semear justiça e solidariedade.
Não deixar que a chama da esperança
desapareça. Outro documento importante para a espiritualidade do trabalho é a Encíclica “Laborem Exercens”
que afirma que “o eixo do ensino social
é o homem solidário e o seu trabalho.
O trabalho “define” o homem, mostra
o seu ser, sua natureza como pessoa
aberta ao mundo pela inteligência e
pela liberdade, mas dentro de uma comunidade de pessoas; deste modo se
revela o ser do homem como imagem
Espiritualidade no trabalho
5º domingo da Páscoa (3/5)
leituras bíblicas: At 9,26-31 / Sl 21 /
1Jo 3,18-24 / Jo 15,1-8.
Usar ramos de parreira durante a
celebração. Para o ato penitencial pode-se usar um ramo seco ou murcho.
Na apresentação dos dons, agentes de
pastorais podem levar uvas ou frutos,
como sinal de todo o trabalho pastoral
e evangelizador realizado na e pela comunidade. No prefácio e santo, podem
ser lembrados alguns trabalhos ou experiências pelos quais vale a pena cantar louvores a Deus.
lembrete: na próxima sexta-feira, dia
15, daremos início à novena de preparação para a Festa de Pentecostes, juntamente com a Semana de Oração pela
Unidade Cristã. A Arquidiocese está
oferecendo um subsídio próprio, que
poderá ser adquirido na Gráfica e Editora Dom Viçoso. Providenciar o material e convidar a comunidade para
participar ativamente dessa novena.
santíssima trindade(31/5)
leituras bíblicas: Dt 4,32-34.39-40 / S
32 / Rm 8,14-17 / Mt 28,16-20
Colocar sobre o altar um candelabro com três velas acesas, ou trazer na
procissão de entrada três velas acesas
unidas na ponta, formando uma única
chama (foto acima). Cantar o sinal da
cruz. Realçar que as orações da missa
quase sempre se dirigem ao Pai por
meio de Cristo na unidade do Espírito.
Dar ênfase à profissão de fé. Tanto na
festa de Pentecostes, como da Santíssima Trindade, pode-se organizar alguma celebração com a presença de todas as comunidades da paróquia, para
realçar o valor da unidade.
Pe. José Antônio de Oliveira
Cristiano Otoni / MG
de Deus” (7). No dia dedicado aos trabalhadores, primeiro de maio, a Igreja
celebra a memória de São José Operário, esposo de Maria, mãe de Jesus,
como testemunho da dignidade do
trabalho, caminho de santidade para o
trabalhador, parceiro de Deus na criação e no serviço à vida. Momento de,
em Comunidade, louvar a Deus pelas
pessoas comprometidas com a justiça
social, trabalhadores e empresários
que atuam para a transformação das
relações de trabalho; de fortalecer, em
todos nós, o apreço pelas organizações
dos trabalhadores e renovar o ânimo
missionário da pastoral do mundo do
trabalho e das demais atividades sociais, para uma nova presença evangelizadora no desafiador campo do trabalho e da economia.
Oportunidade de sair às ruas,
como membro integrante e ativo, e
participar da Romaria dos Trabalhadores: Rezando... Cantando... Refletindo... Somando forças para que de fato
o ser humano não exista de um modo
estático diante de tudo o que é, mas
no concreto fazer-se um instrumento, testemunhando o amor de Deus.
Amém!
Vera Maria Moraes Fontes
Paróquia N. Sra da Assunção
Barbacena/MG
12
JORNAL PAS ORAL
Abril/2015
arte, fé e cultura
Fotos: Marcelo Martins
Logo na entrada, uma imagem de Nossa Senhora
das Graças datada de 1940 e doada enquanto ele ainda estava em Santo Antônio do Grama mostra a fé
que padre Antônio Ribeiro Pinto sempre teve na Virgem Maria. É assim na Casa de Padre Antônio, que
no dia 9 de abril de 1968 foi batizada como Museu
Padre Antônio Ribeiro, tudo demonstra fé e simplicidade. Localizado à rua Padre Antônio, 17, no Centro de Urucânia, a um quilômetro da Igreja Matriz, o
local é de fácil acesso e foi totalmente reformado em
2013. “O forro estava podre e as janelas bem danificadas. Fizemos uma grande reforma mantendo as características originais. Hoje, a paróquia administra o
local. Temos uma funcionária e procuramos manter
tudo em ordem”, explica o padre Dário Chaves Pereira, pároco da paróquia de Nossa Senhora do Bom
Sucesso.
o museu
Atualmente o Museu é frequentado por mais de
40 mil moradores e romeiros que passam por Urucânia todos os anos. Nele é possível encontrar objetos e
móveis usados por padre Antônio além de cartas de
todos os lugares do Brasil e de outros países.
A multiplicidade de objetos do cotidiano do pároco que compõem o acervo do museu, onde toda e
qualquer peça é considerada de valor, pode ser compreendida como exemplo de religiosidade e devoção.
Lá estão guardados os objetos que pertenceram ao
padre (foto ao lado), como paramentos, livros, vasilhames, móveis e fotografias.
sifica com a chegada de padre Antônio Ribeiro Pinto,
transferido de Santo Antônio do Grama em 1947.
“Esse momento é carregado de significado para a
vida de Urucânia, que se transforma rapidamente em
um lugar de grande fluxo de romeiros em busca das
bênçãos do padre e das graças de Nossa Senhora, sua
santa de devoção.
Algo fora de controle estava começando a ocorrer
em Urucânia. Lugarejo pobre e desprovido de rede
sanitária e água tratada, não tinha condições estruturais mínimas para receber a constante multidão de
pessoas que buscavam as bênçãos do padre Antônio.
Desde que ele chegou a Urucânia, o lugar se transformou num frenesi de fiéis, gente de todos os cantos,
do Brasil e do exterior. As ruas do lugarejo eram diariamente tomadas por centenas de pessoas em busca
de milagres para os males do corpo e da alma. A movimentação de veículos na região era tamanha, que a
administração pública de Ponte Nova se viu obrigada
a organizar o trânsito e motorizar a polícia, fato raro
naqueles tempos, principalmente na região” (site:
www.padreantonioribeiropinto.wordpress).
Uma das características marcantes na vida de padre Antônio era a preocupação em atender sempre
as necessidades espirituais e cotidianas como a fome
e a miséria que se encontrava a população naquele
momento.
Em 22 de julho de 1963, padre Antônio morre em
Ponte Nova, aos 84 anos, alterando definitivamente
a trajetória de Urucânia, que passou a ser lembrada
como última morada do sacerdote.
histórico
Nascido em 2 de abril de 1879, em Rio Piracibaca, Minas Gerais, padre Antônio era filho de escrava,
dona Fábia Maria de Jesus, e no dia 9 de abril de 1912,
contando trinta e três anos de idade, ordena-se padre.
A história de Urucânia se confunde com as manifestações religiosas na região, que tem origem na
devoção a Nossa Senhora das Graças e que se inten-
Funcionamento
A visitação na Casa de Padre Antônio e na Casa
dos Milagres pode ser feita de quarta a domingo, de
8h às 16h30. A entrada é gratuita e grupos de visitantes devem respeitar o limite máximo de 40 pessoas
por visitação. Em novembro é registrado o maior fluxo de visitantes ao Museu, época da Festa de Nossa
Senhora das Graças.
Download

04/2015 - Arquidiocese de Mariana