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5º Encontro – 6 de Fevereiro de 2011
● 7 de Fev. – Oração de Ana, mãe de Samuel - I Sam 2, 1-10
Cântico 1 Sam 2, 1-10 Alegria dos humildes em Deus
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens
(Lc 1, 52-53).
1 Exulta o meu coração no Senhor, *
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos, *
porque me alegro com a vossa salvação.
2 Ninguém é santo como o Senhor, *
ninguém é forte como o nosso Deus.
3 Não multipliqueis palavras orgulhosas *
e a vossa boca não diga insolências.
O Senhor é um Deus de sabedoria, *
o que Ele faz está bem feito.
4 A arma dos fortes foi destruída *
e os fracos foram revestidos de força;
5 os que viviam na abundância andam em busca de pão *
e os que tinham fome foram saciados;
a mulher estéril deu à luz muitos filhos *
e a mãe fecunda deixou de conceber.
6 É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, *
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta;
7 é o Senhor quem despoja e enriquece, *
é o Senhor quem humilha e exalta.
8 Levanta do chão os que vivem prostrados, *
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes *
e destina-lhes um lugar de honra.
Ao Senhor pertencem as colunas da terra *
e sobre elas assentou o universo.
9 Ele vela os passos dos seus amigos, *
enquanto os ímpios desaparecem nas trevas.
O homem não triunfa pela própria força, *
os rivais do Senhor serão vencidos.
10 O Altíssimo fará soar o trovão nos céus, *
o Senhor julgará os confins da terra.
O Senhor dará força ao seu Rei *
e exaltará o poder do seu Ungido.
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● usado nas Laudes de Quarta-feira II e na Vig. Sagrado Coração de Jesus.
● Uma voz feminina orienta-nos hoje na oração de louvor ao Senhor da vida. Em I Sam 1, 10-17,
Ana, mulher de Elcana, orou cheia de angustia e desabafou o seu coração diante de Deus por causa
da sua esterilidade. No antigo Israel a mulher estéril era considerada como um ramo seco, uma
presença morta, também porque impedia que o marido tivesse uma continuidade na recordação das
gerações seguintes, algo que perpetuasse a sua memória.
● Mas Ana tinha posto a sua confiança no Deus da vida e rezara da seguinte forma: "Senhor dos
exércitos, se Vos dignardes olhar para a aflição da Vossa serva e Vos lembrardes de mim; se não Vos
esquecerdes da Vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos
os dias da minha vida" (I Sam 1, 11). E Deus ouviu o brado desta mulher humilhada, dando-lhe
precisamente Samuel: o ramo seco produziu um rebento vivo (cf. Is 11, 1); o que era impossível
aos olhos humanos tornou-se uma realidade naquela criança que iria ser consagrada ao Senhor.
Samuel será profeta em Israel e assinalará com a sua acção a passagem do povo hebraico para uma
nova forma de governo, a monárquica, que terá como protagonistas o desventurado rei Saul e o
glorioso rei David. Ana deixará atrás de si uma história de sofrimentos porque, como diz a
narração, o Senhor "tinha-a feito estéril" (1 Sm 1, 5).
● Quando nasceu o filho, Ana, mãe de Samuel, consagrou-o a Deus no templo e entoou o
"Magnificat do Antigo Testamento", o seu cântico de louvor, um hino de acção de graças porque o
Senhor a libertou do opróbrio da sua esterilidade.O Magnificat de Maria inspirou-se certamente
neste cântico de Ana com o qual tem grandes afinidades. Como Maria também Ana nos diz que a
alegria e a esperança dos humildes encontra-se em Deus.
Ana celebra a grandeza, o poder e a benignidade de Deus, único e todo-poderoso, que sabe todas as
coisas e julga as nossas acções (2-3), que levanta os fracos, confunde os soberbos e mostra a sorte
de uns e outros pelo que lhes dá (4-8d), e que governa com poder toda a terra (8e-10a). Por fim, faz
a profecia do juízo universal de Deus e do poder do seu ungido, isto é, o Messias (10b-d).
● A acção de graças de Ana é uma resposta cheia de esperança às perguntas do salmo 76 (77):
"Acaso se esgotou a misericórdia do Senhor? Ter-se-á Deus esquecido da sua bondade?" Não,
responde Ana com o seu cântico, o Senhor não Se esquece de ninguém, como não Se esqueceu de
mim, ao dar-me este menino, encanto do meu coração e dos meus olhos, após tantos anos de
esterilidade e amargura.
Somos convidados a não perder a esperança cristã, mesmo que os silêncios de Deus sejam
prolongados. Num repente, Ele levanta do chão os que vivem prostrados, retira da miséria os
indigentes, vela os passos dos seus amigos, como cantará Maria no seu Magnificat, inspirando-se
neste cântico de Ana: Deus pôs os olhos na sua serva, manifestou nela o poder do seu braço,
exaltou-a porque viu a sua humildade.
A esperança é «uma âncora segura e firme da alma» (Heb 6, 19), é o desejo confiante de alcançar a
vida eterna, recebendo, durante a caminhada, todas as ajudas necessárias. A esperança segreda-nos
que, pela misericórdia de Deus, mesmo uma vida destruída, como a do ladrão arrependido, pode ser
regenerada num momento.
● Neste hino de agradecimento encontramos um tema que dominará também o Magnificat de Maria
e é a transformação do destino realizada por Deus. Os fortes são humilhados, os fracos "revestidos
de vigor"; os saciados vão desesperadamente à procura de alimento e os famintos sentam-se para
um banquete sumptuoso; o pobre é arrancado da poeira e recebe "um trono de glória" (cf. vv. 4.8).
É fácil sentir nesta antiga oração a orientação das sete acções que Maria vê realizar na história por
Deus Salvador: "Exerceu a força com o Seu braço e aniquilou os que se elevavam no seu próprio
conceito. Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos
e aos ricos despediu-os com as mãos vazias. Tomou a Seu cuidado Israel, Seu servo" (Lc 1, 51-54).
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É uma profissão de fé pronunciada pelas duas mães em relação ao Senhor da história, que se
manifesta em defesa dos últimos, dos pobres e infelizes, dos ofendidos e dos humilhados.
Inspira confiança no Senhor, pois quem n'Ele confia, ainda que seja invadido por adversários mais
poderosos, no final é salvo e triunfa porque, ao seu lado, o Senhor quebra o arco dos fortes (cf. 1
Sam 2, 4). Ninguém é santo como o Senhor, que é a fonte de toda a santidade. Ninguém é forte
como o nosso Deus, que pode, com a força do seu braço, destruir a arma dos fortes e revestir os
fracos de força, fazer com que a mulher estéril seja mãe, como fez com Ana.
● Outro tema que sobressai neste cântico: "A estéril foi mãe de sete filhos e a mulher que tinha
muitos filhos deixou de conceber" (1 Sm 2, 5). O Senhor que inverte os destinos é também aquele
que está na origem da vida e da morte. O seio estéril de Ana era semelhante a um túmulo; e não
obstante Deus fez germinar nele a vida, porque ele "tem nas Suas mãos a alma de todo o ser
vivente, e o sopro de vida de todos os homens" (Job 12, 10). Em continuidade, canta-se logo a
seguir: "O Senhor é que dá a morte e a vida, leva à habitação dos mortos e tira dela" (1 Sm 2, 6).
A esperança já não diz respeito apenas à vida do menino que nasce, mas também à que Deus pode
fazer desabrochar depois da morte. Desta forma, abre-se um horizonte quase "pascal" de
ressurreição. Isaías cantará: "Os vossos mortos reviverão, os seus cadáveres ressuscitarão,
despertarão jubilosos os que jazem no sepulcro! Porque o vosso orvalho é um orvalho de luz, e a
terra das sombras dará à luz" (Is 26, 19).
ORAÇÃO
Senhor, Deus de sabedoria, fazei que nos momentos de tristeza nos sintamos seguros debaixo das
vossas asas e não esqueçamos que Vós levantais do chão os que vivem prostrados e retirais da
miséria os indigentes, e assim os nossos corações hão-de alegrar-se com a vossa salvação. Por
Nosso Senhor.
Referências bibliográficas:
- Saltério Litúrgico, Secretariado Nacional de Liturgia, Gráfica de Coimbra
- Juan Manuel Martín-Moreno, s.j., A Bíblia escola de oração, Edições A.O., 2007, pp. 19-22 e 207
- Joao Paulo II, audiência de quarta-feira, 20 de março de 2002
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2002/documents/hf_jpii_aud_20020320_po.html
- http://www.franciscanos.org/oracion/cantico32.htm
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1 Cântico 1 Sam 2, 1-10 Alegria dos humildes