Admissão do prematuro extremo: limites e desafios no cuidar
Autora: Denise Santana Silva dos Santos
INTRODUÇÃO: A admissão do prematuro extremo na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN) requer do enfermeiro conhecimento e habilidade
para atendê-lo integralmente, devido às peculiaridades inerentes à sua
condição de nascimento. O objeto deste estudo consistiu nas experiências
vivenciadas pelas enfermeiras no cuidado ao prematuro extremo na admissão
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Os objetivos foram
descrever os cuidados prestados na admissão do prematuro extremo na UTIN
e identificar os desafios vivenciados pelas enfermeiras durante a admissão.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório
fundamentado no cuidado humano. Foram entrevistadas 11 enfermeiras da
UTIN de um hospital público de Salvador, no período de 05 de maio a 05 de
julho de 2010. Para coleta de dados foram utilizadas a entrevista semiestruturada e a observação descritiva. A análise dos depoimentos foi
fundamentada na Análise de Conteúdo de Bardin, modalidade Temática.
RESULTADOS: Emergiram três categorias: expectativas de enfermeiras na
admissão do prematuro extremo, que obteve três subcategorias: fragilidade do
prematuro extremo, atendimento adequado na admissão e emoções que
permearam o momento da admissão. A segunda categoria o cuidar do
prematuro extremo na UTIN durante a admissão, obteve três subcategorias:
organização da unidade, cuidados prestados no momento da admissão e
assistência a família. A terceira categoria os desafios vivenciados pelas
enfermeiras na admissão do prematuro extremo com as seguintes
subcategorias: números de vagas insuficientes na UTIN, deficiência de
recursos humanos e escassez de recursos materiais e equipamentos. Os
resultados mostraram que as entrevistadas consideram o prematuro extremo
frágil sendo necessário um atendimento por profissionais competentes;
vivenciaram emoções de alegria, tristeza e surpresa que podem gerar-lhes
sofrimento psíquico. Afirmaram a relevância de informar à família o quadro
clínico do filho e as rotinas da unidade; descreveram os cuidados prestados ao
prematuro durante a admissão: termorregulação, monitorização, acesso
venoso, suporte ventilatório, cuidados com a pele, manipulação e o conforto.
Apontaram como desafios a falta de vagas, deficiência de recursos humanos e
materiais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que o cuidado ao recémnascido prematuro extremo deve ser dado por profissionais com conhecimento
específico sobre as suas peculiaridades, garantindo-lhe atendimento integral
para que possa desenvolver plenamente seus potenciais afetivo, cognitivo e
produtivo. Assim, sugere-se que outros estudos sobre o tema sejam realizados
com a finalidade de contribuir com a aquisição do conhecimento sobre a
admissão do prematuro extremo na UTIN e propiciar a criação de políticas
públicas para ampliar o número de leitos, de profissionais e de equipamentos
adequados à complexidade do atendimento a que se destinam.
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Admissão do prematuro extremo