PRÁTICAS DE GESTÃO PARA MINIMIZAÇÃO DO RISCO OPERACIONAL NO SICOOB BLUCREDI
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PRÁTICAS DE GESTÃO PARA MINIMIZAÇÃO DO RISCO OPERACIONAL NO
SICOOB BLUCREDI
Gisele Cristina da Silva Borchardt1
Hélio da Silva2
Resumo
A gestão de riscos, através da utilização de modelos internos como ferramentas de decisão,
possibilita as cooperativas um maior controle sobre as perdas potenciais, assegurando uma
melhora no desempenho e minimizando a probabilidade de perdas financeiras. Este estudo
teve como objetivo identificar quais as práticas de gestão para minimizar o risco operacional
no Sicoob Blucredi. Buscou-se evidenciar as práticas para minimização do risco operacional,
avaliar no Sicoob Blucredi as práticas de prevenção das fraudes internas e, avaliar na mesma
instituição como se trabalha para minimizar os erros operacionais. A metodologia utilizada foi
um estudo de caso com uma abordagem qualitativo-descritiva. Os dados foram coletados
utilizando-se de pesquisas bibliográficas, documentais e entrevista semiestruturada com o
ACIR – Agente de controles internos e riscos da entidade estudada. Identificou-se que a
cooperativa utiliza a LVC como ferramenta para orientar as áreas e agências de forma que as
situações de risco já identificadas sejam tratadas com segurança; que a cooperativa não trata
da prevenção de fraudes de forma exclusiva, mas de forma geral, considerando as 571
questões apresentadas pela LVC; e que a cooperativa possui uma estrutura de controles
internos que considera as práticas para minimizar os erros operacionais utiliza a prática da
Resolução CMN nº 3380/2006.
Palavra-chave: Risco operacional, fraude e erro.
1
INTRODUÇÃO
O risco operacional pode ser definido como a incerteza quanto aos retornos de uma
instituição, caso suas medidas de controle não sejam capazes de resistir às perdas decorrentes
de falhas humanas, fraudes, sistemas inadequados de trabalho, utilização indevida de
produtos, danos à infraestrutura de apoio organizacional ou condições variáveis do mercado,
dentre outros.
A gestão de risco operacional dentro de uma organização trabalha para diminuir a
possibilidade de ocorrências e os impactos decorrentes das perdas operacionais. A eficácia e a
credibilidade da gestão podem depender do comprometimento da alta administração com os
1
Aluna do MBA Executivo em Gestão de Cooperativas – Turma 2012. Convênio FURB/INPG. Trabalho final
de conclusão de curso. [email protected].
2
Mestre em Ciências Contábeis (FGV/TJ). Professor do Departamento de contabilidade: Furb: Blumenau, SC.
[email protected]
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controles internos. O comprometimento pode ser necessário para assegurar que os objetivos
sejam priorizados e que os mecanismos necessários sejam viabilizados, dificultando assim
perdas operacionais.
Neste sentido a resolução 3.380/ 2006 do BACEM dispõe sobre a implementação de
uma estrutura de gerenciamento do risco operacional. E independente do método de alocação
de capital escolhido pela instituição financeira é exigido à adoção de melhores práticas para
minimizar o risco operacional, estrutura esta exigida pelo acordo de Basileia. (BACEN,
2006).
As cooperativas de crédito são instituições financeiras que fazem parte do sistema
financeiro nacional e são regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil. Neste
sentido o Sicoob Central implantou em 2006, e vem aprimorando a estrutura de gestão do
risco operacional, onde as cooperativas singulares filiadas ao sistema aderiram a estrutura
proposta.
O presente estudo trabalha neste contexto e busca responder a seguinte pergunta de
pesquisa: como as práticas de gestão para minimização do risco operacional são tratadas na
cooperativa de crédito do Sicoob Blucredi?
O objetivo geral do presente tema é o de mostrar como as práticas de gestão para
minimizar o risco operacional são tratadas na cooperativa de crédito Sicoob Blucredi.
Considerando o objetivo geral de mostrar como as práticas de gestão para minimizar o
risco operacional são tratadas na cooperativa pesquisada, determinou-se os seguintes objetivos
específicos: a) evidenciar as práticas para minimização do risco operacional; b) avaliar no
Sicoob Blucredi as práticas de prevenção das fraudes internas; c) avaliar na mesma instituição
como trabalha para minimização dos erros operacionais.
Este artigo se justifica pela importância da gestão do risco operacional como ferramenta
para minimização de perdas nas cooperativas em geral e também no crédito Sicoob Blucredi.
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica trata da apresentação dos conceitos básicos que definem uma
Cooperativa de crédito, dos riscos inerentes às cooperativas e instituições financeiras, do risco
operacional, fatores de risco e dois eventos decorrentes que são: fraudes internas, e erros
operacionais, buscando contextualizar o tema e apoiar a ferramenta de pesquisa.
2.1
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
A lei n° 5.764/ 1971, no art. 4º, define as regras nacional do cooperativismo: “As
cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza
civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se
das demais sociedades.”
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Para Guimarães e Araújo (2001, p. 09) “cooperativa de crédito são aquelas criadas com
a finalidade de através da solidariedade financeira, prestar assistência creditícia e outros
serviços do tipo bancário aos seus associados.”.
Segundo Schardong (2003, p. 82), “A cooperativa de Crédito, enquanto espécie do
gênero cooperativa”, objetiva promover a captação de recursos financeiros para financiar as
atividades econômicas dos cooperados, a administração das suas poupanças e a prestação dos
serviços de natureza bancária por eles demandada.”
No contexto geral as cooperativas de crédito são associações de pessoas, que
buscam através de ajuda mútua, a melhor administração dos recursos financeiros. O objetivo
das cooperativas de crédito é de fornecer crédito e prestações de serviços de natureza bancária
a seus sócios com condições mais favoráveis.
Ao descrever a importância das cooperativas de crédito para a sociedade Meinen e Port
(2012) descrevem que, “como instrumentos de desenvolvimento local, as cooperativas de
crédito asseguram a reciclagem dos recursos nas próprias comunidades. Ou seja, o resultado
monetário do que se gera é reinventado ali mesmo, produzindo novas riquezas.”.
Conforme figura 01, os bancos cooperativos e as cooperativas de crédito inseridas no
sistema financeiro nacional:
Figura 1. Organograma do Sistema Financeiro Nacional
FONTE: Site cooperativismodecrédito.com. br
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As cooperativas de crédito têm autorização para funcionamento regulado pelo
Banco Central do Brasil, além disso, as cooperativas de crédito compõem o sistema financeiro
nacional com legislação própria, Lei 5.764/71 e a lei complementar 130/2009.
2.2
RISCOS
Segundo Bernstein (1997, p.8), “A palavra “risco” deriva do italiano antigo risicare,
que significa “ousar”. Nesse sentido, o risco é uma opção, e não um destino. É das ações que
ousamos tomar, que dependem de nosso grau de liberdade de opção, que a história do risco
trata. E essa história ajuda a definir o que é um ser humano.” A existência de instituições
financeiras remonta há séculos, e a opção de conceder operações de crédito ou outras que
comportem riscos, é uma opção do negócio banco. Porém, cabe ressaltar que a exposição a
riscos deve ser gerida com a máxima competência.
O risco pode ser uma condição que as organizações sejam financeiras ou não se
propõem a correr para alcançar seus objetivos, em alguns casos correr risco faz parte do
negócio.
Conceituam Sá e Sá (1995, p. 435) sobre o risco operacional e a necessidade da
proteção contra as perdas relacionadas:
RISCO – Ameaça de sinistro ou acidente que pode vir a alterar o valor dos bens,
créditos e provisões patrimoniais; ameaça à integridade dos valores patrimoniais;
probabilidade de perigo que existe na vida do patrimônio aziendal. Ameaça de
perda. Para proteger a empresa contra riscos criam-se fundos, reservas, provisões e
fazem-se seguros com as Companhias de tal fim.
Iudícibus, Marion e Pereira (2003), definem riscos e a sua mensuração, como a
possibilidade de perda financeira, relacionado ao retorno obtido, isto é, quanto maior o risco,
maior o retorno e quanto menor o risco, menor o retorno; e, financeiramente o risco é medido
pelo desvio-padrão em torno da média, ou esperança matemática do retorno.
Gitman (1997) mostra a importância de diferenciar os conceitos de risco e
incerteza. Risco aplica-se a resultados que, embora incertos, tenham probabilidades que
possam ser estimadas por dados estatísticos a partir da experiência. A incerteza está presente
quando o resultado não pode ser previsto, nem mesmo em sentido probabilístico. Na prática, a
incerteza está sempre presente, e qualquer análise deve testar suas suposições de risco.
Segundo o autor, dentre os riscos das atividades bancárias, destacam-se os riscos, de crédito,
de mercado, de liquidez e operacional, dentre outros.
2.2.1
Risco de crédito
As operações de crédito em uma instituição financeira estão sujeitas a algum nível de
risco, mesmo usando critérios para avaliação do cliente e a aprovação do crédito, não tem como
controlar o recebimento dos valores emprestados, ter garantias vinculadas ao contrato nem sempre
é um bom negócio para instituição uma vez que agregar bens móveis ou imóveis não é seu
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objetivo fim. Desta forma, a inadimplência por parte do tomador caracteriza-se como risco para a
instituição financeira.
Fernandes (2006, p. 54) conceitua: “Os riscos de crédito são responsáveis por boa parte do
spread praticado pelas IF, dada à possibilidade de prejuízo por falta de pagamento dos créditos ou
descumprimento das cláusulas contratuais.”.
Segundo Brito (2003), o risco de crédito se caracteriza pela perda da totalidade do
principal acrescido dos juros contratuais. O risco de não recebimento dá-se pelo não
cumprimento da obrigação de pagar, por parte do devedor. Para o autor, o risco de crédito
pode ser definido como prejuízo que o usuário final sofrerá se a contraparte não liquidar seu
vinculo financeiro no vencimento do contrato. Cita que na atividade bancária, esse tipo de
risco apresenta-se de forma intensa, uma vez que nas transações bancárias, o direito de
receber sempre é de uma das partes e, portanto, está presente nas operações intermediadas,
efetuadas pelas instituições financeiras, bem como no risco de mercado.
Desta forma, o risco de crédito é um tema muito importante para as instituições
financeiras uma vez que o crédito gira em torno dos seus principais objetivos.
2.2.2
Risco de mercado
A resolução 3.464/2007 Art. 2º do BACEN define risco de mercado como: A
possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de
posições detidas por uma instituição financeira. Parágrafo único. A definição de que trata o
caput inclui os riscos das operações sujeitas à variação cambial, das taxas de juros, dos preços
de ações e dos preços de mercadorias (commodities). .
Para Marshall (2002, p.425), risco de mercado: “É o risco da flutuação adversa do
valor de ajuste diário de mercado de um portfólio financeiro (seja dentro ou fora do balanço
patrimonial) durante o período necessário para liquidar o portfólio”. Os riscos de mercado
consideram o risco de taxas de juros, de capital, de câmbio e de commodity.
Os autores Crouhy, Galai e Mark (2004) definem como: “risco de mercado” é o risco
de mudanças nos preços e taxas do mercado financeiro reduzam o valor de um título ou de
uma carteira. Em atividades de negociação, o risco surge de posições abertas (sem hedging) e
de correlações imperfeitas entre posições de mercado destinadas a se compensarem entre si.
O risco de mercado pode ser uma ameaça para as instituições financeiras, pois nem
sempre possuem o domínio ou conseguem prever fatores externos relevantes à economia seja
regionalizada ou até mesmo global.
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2.2.3
Risco de liquidez
O risco de liquidez é a capacidade que a instituição financeira tem honrar seus
compromissos financeiros perante seus clientes ou associados. Saunders (2000, p.327),
conceitua como:
[...] o risco de liquidez resulta de duas causas, uma associada aos passivos e outra
associada aos ativos, a primeira verifica-se sempre que os titulares de passivos de
uma instituição financeira, como depositantes ou segurados, tomam a iniciativa de
converter seus direitos financeiros em dinheiro imediatamente, desta forma a
instituição vê-se obrigado a captar fundos adicionais ou liquidar ativos para cobrir as
retiradas, o ativo mais liquido de todo o caixa, as instituições usam este para pagar
diretamente os titulares de direitos que desejam fazer retiradas.
De acordo com Brito (2007, p. 177): [...] a liquidez será controlada por meio da
limitação do montante de recursos, oriundos de qualquer mercado ou fonte, em qualquer
moeda e em uma determinada data, que poderão ser levantados com lastro em qualquer
instrumento.
2.3
RISCO OPERACIONAL
Segundo Oliveira (2004), os riscos de mercado, de crédito e de liquidez já estão
adequadamente controlados na maioria das instituições financeiras. No entanto, a gestão do
risco operacional, que está associada à deficiência de processos, controles e sistemas, e ainda
falhas humanas, fraudes e desvio de dinheiro são muito incipientes, passando a ser a grande
preocupação do sistema financeiro internacional.
Para Cruz (2003), o termo risco operacional foi mencionado, pela primeira vez,
provavelmente após a falência do Banco Barings, em 1995, por causa de desastrosa operação
com derivativos.
De acordo com Marshall (2002), dos quatro tipos de riscos enfrentados pelas empresas
e para os quais estas alocam capital, a gestão de riscos operacionais é a menos adiantada; no
entanto, exige uma abordagem mais geral. Segundo o autor, a abordagem utilizada na gestão
do risco:
[...] sugere uma estrutura potencial na qual integra todas as demais exposições. Em
grande parte, o risco operacional oferece uma bandeira útil atrás da qual gerentes
podem se comunicar e fazer cumprir uma perspectiva mais consistente e inclusiva
relativamente a todos os riscos em toda a organização. (MARSHALL, 2002, p.20)
Conforme Brito (2003), os riscos operacionais diferenciam-se dos financeiros
primeiramente pela dificuldade de mensuração e visualização de seu impacto no bottom line
da instituição. Para o autor, ao se impingir necessidade de alocação de capital para essa classe
de riscos, a preocupação acaba então fazendo parte do universo do sênior management, uma
vez que tal risco migra do não mensurável para o financeiro, integrando então o universo dos
outros riscos, de crédito e de mercado.
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Segundo Mendonça (2007), o risco operacional é uma categoria de risco que possui
estreita relação com os eventos de baixa frequência e alta severidade. Tais eventos podem
comprometer a solvência de uma instituição financeira e contribuir para delinear a curva de
distribuição de perdas.
Para Cruz (2003), o termo risco operacional foi mencionado, pela primeira vez,
provavelmente após a falência do Banco Barings, em 1995, por causa de desastrosa operação
com derivativos. A partir de 1997, o risco operacional tem evoluído consideravelmente, mas
ainda é comum o registro de risco operacional como risco de crédito ou de mercado.
O Comitê de Basiléia (2003), apud Pereira (2006), define o risco operacional como o
risco de perda resultante de uma falha ou de um inadequado processo interno de controle,
podendo ser gerado pelo homem, pelo sistema, ou por eventos externos. Devido ao fato de
cada banco possuir um tamanho, um grau de complexidade, uma natureza e uma cultura
organizacional diferente em suas atividades, na prática, o termo “risco operacional” possui
vários significados.
Crouhy (2001), utilizando-se da definição do Comitê da Basiléia, segregou o risco
operacional em duas categorias: as de natureza interna e as de natureza externa à organização.
A primeira está associada à deficiência nos controles internos, principalmente decorrentes de
falhas em pessoas, tecnologia e processos. A segunda está associada a eventos não
controláveis, mas gerenciáveis, como, por exemplo, o risco de escolher uma determinada
estratégia não condizente com os fatores ambientais.
Para o BACEN, conforme Resolução 3.380/2006, riscos operacionais comportam a
possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falhas, deficiências ou inadequação de
processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Em resumo, estão
relacionados a erros, falhas e fraudes. (BACEN, 2006).
A necessidade de conhecer e compreender os fatores que levam aos riscos, conhecer a
origem dos fatores apenas mostra a real dimensão da dificuldade que a organização terá que
enfrentar. Tais fatores são; fatores internos, fatores externos e fatores acidentais. Carvalho
(2003).
2.3.1
Fraudes
Segundo Sá e Hoog (2009) Fraude, ato doloso, é totalmente diferente do erro, ato
culposo. O ato intencional, visando o proveito em causa própria ou de grupos é denominado
crime doloso, e, normalmente, o criminoso procura esconde-lo, fato que gera mais trabalho,
astúcia, requerendo perspicácia e técnica para coibi-lo.
Gil (1999, p.19) afirma que a rapidez das mudanças, o curto ciclo de vida dos negócios
e de seus produtos e serviços associados, o constante aguçar dos desejos, e, o intenso apelo ao
uso e consumo, e também, a enorme disponibilidade e variedade de bens tangíveis e
intangíveis em nossa sociedade, desafiam o equilíbrio de pessoas físicas e jurídicas, tornandoMBA EXECUTIVO – GESTÃO EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO, Convênio FURB/INPG. BLUMENAU (SC) – MARÇO 2013
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as passiveis de cometer atos agressivos como fraudes, pirataria e conivência contra o
patrimônio tangível e intangível de pessoas e organizações.
Sá e Hoog (2009) dizem que a fraude é um ato vicioso e, causas como cobrir perdas
em jogo, gastos com mulheres e aumentar o padrão de vida, estão diretamente ligados a ela.
Dessa forma, as pessoas que cometem fraude, se encaixam em um dos perfis descritos como:
Possui vício de jogo; Frequenta casas de diversões de alto padrão ou possui parceiro ou
parceira sob sua dependência financeira; Adquire bens de valor superior às suas
possibilidades; Promove reuniões sociais dispendiosas ou leva uma vida social incompatível a
sua função e realidade financeira.
A Figura abaixo mostra as principais fontes de fraudes conforme (SÁ e HOOG, 2009):
Figura 2- Fonte de fraudes
Fonte: Sá e Hoog (2009).
2.3.2
Fraudes internas
Uma pesquisa realizada em 2011 pela KPMG uma empresa líder na prestação de
serviços profissionais em auditoria, impostos e consultoria de gestão estratégica. Com base
em dados apurados em 348 investigações de fraudes promovidas pela consultoria para clientes
de 69 países apurou que:
a) Otípico fraudador empresarial é homem, tem entre 36 e 45 anos, pratica desvios contra
seu próprio empregador, trabalha na área de finanças ou em setor ligado a ela, ocupa
posição gerencial sênior, é empregado há mais de dez anos na companhia e age em
conluio com outros fraudadores.
b) Uma das mais importantes apurações da pesquisa está relacionada ao aumento
percebido no percentual de casos em que os fraudadores aproveitaram fragilidades nos
sistemas de controles internos das empresas para praticar desvios. Os casos dessa
natureza eram 49% do total em 2007, tendo evoluído para 74% em 2011. De acordo
com a análise, muito dessa evolução se deve aos cortes de custos adotados pelas
corporações em razão da recente crise internacional.
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c) 87% dos fraudadores envolvidos nos casos investigados eram homens. Essa
predominância de ações masculinas pode se dever, conforme avaliação da pesquisa, à
sub-representação feminina em posições de gestão das empresas. A maior parte dos
envolvidos em fraudes (41%) tinha de 36 a 45 anos; seguidos por aqueles com idade
entre 46 e 55 anos (35%); e por profissionais de 26 a 35 anos (12%).
d) Mais de um terço dos envolvidos em fraudes (35%) atuava em cargos de nível
gerencial sênior. Outros 29% ocupavam posições de gerência, enquanto 18% estavam
nos segmentos de direção (nível superior de administração) e outros 18%, no staff
(corpo funcional de base da empresa). Em relação à área de atuação, 32% trabalhavam
no setor de finanças; 26%, na presidência; e 25%, no de operações e vendas. Até pelo
perfil ocupacional dos fraudadores, é interessante perceber que a maior parte deles
(33%) trabalhava há mais de dez anos na empresa; outros 29% tinham de três a cinco
anos de dedicação; enquanto 27% atuavam há mais de seis e a menos de dez anos.
e) Entre os 348 casos estudados internacionalmente, o valor médio do prejuízo
provocado pelas fraudes foi de US$ 1,1 milhão, em 2011. Na América do Sul, no
entanto, esse patamar ficou em US$ 800 mil. Ao final, o estudo conclui que as fraudes
estão em alta, e os sistemas de defesa das empresas, em baixa.
A pesquisa da KPMG ponta que 55% das companhias consultadas as fraudes tendem a
se agravar no futuro, e o principal motivo segundo 62% dos empresários ouvidos, é a perda de
valores sociais e morais das pessoas. Para os empresários a impunidade e a insuficiência de
sistemas de controle são os maiores estímulos para fraudadores.
2.3.3
Erro operacional
O erro operacional também ou falhas humanas acontecem durante a execução dos
processos determinados pela instituição. São fatores que podem ser mapeados através da
avaliação do conhecimento do executor, no caso o funcionário responsável pela rotina.
As perdas causadas por falhas humanas dentro de uma instituição financeira podem ter
grandes proporções uma vez seu negócio é lidar com o dinheiro de clientes ou associados.
Treinamento e fornecimento das informações necessárias para cumprimentos das descrições
do cargo nem sempre são suficientes considerando que, os erros não acontecem de forma
intencional e podem ser causados por vários outros fatores. Alguns autores definem o erro
operacional como:
A definição erro segundo Houaiss (2001, p. 171) é “1) engano; 2) incorreção; 3) falha;
4) pecado – errôneo”. Para Brito (2007), risco humano está associado à tomada de decisão no
processo, tendo duas principais causas dos erros de julgamento: a autoconfiança excessiva e o
estresse com sinais característicos de irritabilidade constante.
Em
relação à diferenciação do erro e da fraude, segundo Serpa (2002, p. 57): “É
preciso fazer distinção entre fraude e erro, em contabilidade. Fraude é uma ação premeditada
para lesar alguém. O erro é uma ação involuntária, sem o intuito de causar dano. Embora
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possam ocorrer sobre os mesmos fatos e documentos (balanços, balancetes, livros comerciais
etc.) são de características diferentes.”
3
METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho caracteriza-se pelo estudo de caso, onde se estuda
sobre o tema especificamente no Sicoob Blucredi, que segundo os autores Bruyne, Herman e
Schutheete (1977) apud Beuren (2006) afirmam que o estudo de caso justifica sua
importância por reunir informações numerosas e detalhadas com vista em apreender a
totalidade de uma situação. Os autores citam que a riqueza das informações detalhadas auxilia
num maior conhecimento e numa possível resolução de problemas relacionados ao assunto
estudado. No estudo de caso do Sicoob Blucredi optou-se por uma abordagem qualitativadescritiva.
Segundo Richardson (1999) apud Beuren (2006) “os estudos que empregam uma
metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar
a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por
grupos sociais.”
Os dados foram coletados utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental com
documentos oficiais e manuais da entidade estudada. Também buscou-se dados a partir de
uma entrevista realizada com o ACIR – Agente de Controles Internos e Riscos do Sicoob
Blucredi, a partir de roteiro pré-definido com base levantada na revisão bibliográfica.
Conforme roteiro utilizado que é mostrado a seguir:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
4
Qual o objetivo do gerenciamento do risco operacional no Sicoob Blucredi?
Como a cooperativa definiu a estrutura do gerenciamento de risco?
Qual é o papel do ACIR no Sicoob Blucredi e qual o motivo de sua instituição?
Como está estruturado o gerenciamento do risco operacional e qual a ferramenta
utilizada?
A cooperativa utiliza apenas o sistema do Sicoob Central, denominado como
SCIR?
De que forma é utilizada a LVC?
A LVC é a única ferramenta/ mecanismo utilizado para minimizar o risco
operacional?
A cooperativa objetiva implantar outras atividades ou procedimentos que
possibilitem detectar o risco operacional?
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
O Sicoob é o maior Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, reunindo mais de
dois milhões de associados em todo Pais. Em 15 anos de história o sistema é formado por 576
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cooperativas singulares, 15 cooperativas centrais, uma confederação (Sicoob confederação),
um banco (Bancoob) e um fundo garantidor (FGS).
É neste contexto que o Sicoob Blucredi (Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de
Associados dos Vales do Itajaí e Itapocú e do Litoral Norte de Santa Catarina) está inserido.
A Blucredi foi constituída como Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo em 24 de
março de 2000, por uns grupos de 55 servidores públicos municipais que enxergaram a
necessidade e a oportunidade de oferecer produtos e serviços financeiros para um público
pouco valorizado pelos bancos, em 09/2010 se tornou uma cooperativa de livre admissão.
Hoje a cooperativa possui uma estrutura de 31 agências, 04 extensões de atendimento
e mais de 300 funcionários, no mês de fevereiro a cooperativa fechou com quadro social de
34.346 sócios.
4.1 GESTÃO DE RISCOS
Para o ACIR o gerenciamento do risco operacional no Sicoob Blucredi objetiva
garantir à aderência as normas vigentes e minimizar o risco operacional, por meio de adoção
de boas práticas de gestão de risco, na forma instruída na resolução CMN n° 3.380/2006.
O ACIR relata que, conforme preceitua o artigo 11 da resolução CMN n° 3.721/2009,
o Sicoob Blucredi aderiu à estrutura única de gestão do risco operacional do Sicoob,
centralizada na Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob Ltda (Sicoob
Confederação).
O Sicoob Central possui a autonomia de propor para as cooperativas singulares os
métodos mais adequados de monitoramento e avaliação dos níveis de riscos, além disso,
monitora o seu funcionamento e seu desempenho financeiro.
O ACIR descreve que as cooperativas singulares que compões o sistema Sicoob, e
adotam sua estrutura única de gestão do risco operacional instituem em sua estrutura de
controles internos o ACIR – Agente de Controles Internos e Riscos que assume a
responsabilidade pela gerencia do risco.
Conforme relato do ACIR o processo de gerenciamento do risco operacional está
estruturado com base no preenchimento de Listas de Verificação de Conformidade (LVC),
baseadas na metodologia Controll Self Assessment (CSA), processo por meio do qual, sob a
responsabilidade da Diretoria Executiva e a coordenação do ACIR - Agente de Controles
Internos e Riscos, são identificadas situações de risco que são avaliadas quanto ao impacto e à
probabilidade de ocorrência, de forma padronizada.
Ao acessar a Lista de Verificação de Conformidades o ACIR responde como sim, não
ou não se aplica questões relacionadas a ações efetuadas em processos de várias áreas da
cooperativa, que, se não tratadas corretamente podem expor a cooperativa a riscos, para
questões negativas é necessário que o ACIR defina um plano de ação com responsáveis e data
de regularização. É através das respostas dadas na LVC que o Sicoob Central, através de
formulas matemáticas calcula a Matriz de Risco da cooperativa.
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Para as situações de risco identificadas são estabelecidos planos de ação, com a
aprovação da Diretoria Executiva, que são registrados em sistema próprio para
acompanhamento do ACIR.
Da mesma forma, as perdas operacionais têm as causas e as ações de mitigação
identificadas, sendo que as informações são registradas no SCIR (Sistema de controles
internos e riscos), e o acompanhamento também é feito pelo ACIR.
O ACIR firma que o Sicoob Blucredi, além de utilizar o SCIR, do Sicoob Central,
como ferramenta para minimizar o risco operacional, desenvolveu um sistema próprio,
utilizado para acompanhamento de metas, produtos e gestão do risco operacional, onde além
das 191 questões impostas para as agências e as áreas na LVC do Sicoob Central a
cooperativa desenvolveu junto às áreas de apoio organizacional mais 380 questões práticas
que se adequam ao dia-a-dia da cooperativa, sendo assim, entre gerentes de agências e das
áreas de apoio organizacional são respondidas 571 questões.
Conforme o ACIR, num período semestral os gerentes das 31 agências e das áreas do
apoio organizacional do Sicoob Blucredi acessam o sistema próprio da cooperativa e
respondem a LVC interna, através deste levantamento de informações o ACIR possui dados
concretos da cooperativa para responder a LVC do Sicoob Central.
Com o intuito de que os controles sejam efetivos e para se certificar de que as
respostas das agências estão de acordo com sua realidade o Sicoob Blucredi adotou dentro de
sua estrutura de controles internos, o método aplicado pelo Sicoob Central, onde, de forma
aleatória o ACIR solicita através de ofício para as agências, evidências de questões
respondidas de forma positiva no formulário da LVC interna.
Conforme demonstração na figura 3, fluxograma da ferramenta para minimizar o risco
operacional pelo Sicoob Blucredi:
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PRÁTICAS DE GESTÃO PARA MINIMIZAÇÃO DO RISCO OPERACIONAL NO SICOOB BLUCREDI
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Figura 3 – Fluxograma LVC
FLUXO DA LVC NO SICOOB BLUCREDI
SICOOB CENTRAL
ACIR DO SICOOB BLUCREDI
AGÊNCIAS - APOIO ORGANIZACIONAL
DIRETORIA
Abre o períodopara
preenchimento da LVC
semestralmente no SCIR Sistema de controles internos e
riscos (Janeiro e Julho)
Abre no sistema próprio da
cooperativa o período de
preenchimento da lvc pelas
agências
Envia e-mail para o gerente
da agência informando que o
período da LVC está aberto
Entra no sistema e responde
como sim ou não ao
questionário no prazo de 5
dias úteis
Analisa as respostas das
agências e envia ofícios de
solicitação de evidências das
respostas positivas
Providência as evidências
solicitadas e envia para o ACI
Analisa as evidências
enviadas e emite parecer
Toma providências referente
as questões que apresentem
não conformidades
Emite solicitação de
comprovação e evidências de
questões respondidas
positivamente
Responde a LVC do Sicoob
Central
Recebe documentação e faz
análise
Providência documentação
das evidências solicitadas, e
colhe assinatura da diretoria
e envia para o Sicoob Central
Analisa os documentos e
assina
Emite a Matriz de risco da
cooperativa
Imprime os documentos
emitidos e envia para
diretoria
Analisa os documentos,
apresenta para o conselho
fiscal e concelho
administrativo
Faz auditoria interna na
cooperativa
Arquiva os documentos
Emite relatório de auditoria
Analisa relatório e
providência adequadações
nesessárias
Fonte: Elaborado pelo autor
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Quadro 1 – Questões LVC
FRAUDE INTERNA x ERRO OPERACIONAL
As informações cadastrais dos associados permanentes são mantidas com o nome do empregado incumbido da
atualização cadastral, o nome do gerente responsável pela conferência das informações prestadas e a data de início do
relacionamento com o cadastrado?
SIM
NÃO
N/A
O responsável, pelo cadastro, valida os dados fornecidos pelo associado aportando carimbo e assinatura?
Os cartões de autógrafos estão devidamente preenchidos e atualizados?
Os estornos de tarifas respeitam as regras etabelecidas pela cooperativa?
As contas correntes abertas são conferidas por outro atendente ou pelo gerente da agência?
É solicitada ao associado justificativa escrita de próprio punho ou boletim de ocorrência para sustação de cheque?
Existe controle de entrega e retirada de numerário dos caixas?
Os estornos e cancelamentos ocorridos no caixa são autorizados pelo Superior imediato?
As fitas do caixa possuem visto e identificação do funcionário responsável e de seu superior imediato?
São realizadas, pelo gerente da Agência, no mínimo duas conferências de caixa e lavrado o "Termo de Conferência de
Numerários" ?
O saldo de fechamento da tesouraria é composto somente por numerário?
O acesso a bateria de caixa está sendo permitido somente aos funcionários autorizados?
É realizada a troca diária de malotes entre os caixas?
As cédulas suspeitas retidas pelo caixa, são enviadas a área de suporte de caixa no mesmo dia de sua retenção e com o
formulário completamente preenchido?
Os estornos e o relatório de estorno de caixa são vistados, pelo gerente e pelo caixa, anexando os a blocagem?
As diferenças de caixa (menor ou maior) são contabilizadas no ato do fechamento do caixa?
Há normas que estabelecem critérios para o deferimento de crédito de forma a minimizar conflito de interesse?
(Resolução CMN 2.554, artigo 2º)
Os estornos de lançamentos são justificados e autorizados pela gerência ou superior imediato? (Resolução 53/2008)
As Notas Fiscais das despesas estão sendo enviadas à área contábil com a assinatura do responsável e sua descrição
dentro do prazo pré-estabelecido dos malotes? (Resolução 53/2008 e Circular 11/2010)
É solicitada Nota Fiscal na compra de materiais para a Agência ou contratação de serviço?
Todos os campos do contrato de abertura de conta de depósito (PF e PJ) estão preenchidos adequadamente
observando as determinações das Resoluções CMN 2.025/93 e 2.747/00 e Circulares Bacen 2.452/94 e 3.006/00?
A atualização cadastral do associado ocorre: I) nos prazos definidos conforme o perfil do cadastrado II) sempre que
qualquer fato ou circustância implique em mudança de dados cadastrais III) por iniciativa do cadastrado, motivada por
alterações nos dados cadastrais e são comprovadas por documentos?
A agência realiza operações e atividades somente com associados conforme determina o artigo 2º,§ 1º, da lei
Complementar 130 e artigo 35, incisos I,II e VI da resolução CMN 3.859/2010, excetos convênios?
É colhida assinatura dos sócios estabelecidos no contrato social no campo cartão de autógrafos?
Para inutilização de cheques é solicitado ao associado o documento físico (Cheque)?
O gerente da agência está atento quanto ao cumprimento das normas da cooperativa por parte dos colaboradores, em
relação aos quesitos que envolvem a abertura e manutenção de conta corrente?
São conferidas as assinaturas dos cheques superiores relacionados na compensação ou pagamento em caixa?
Está havendo a correta identificação do favorecimento do cheque no ato do pagamento, principalmente com relação ao
endosso?
Os cheques depositados e devolvidos aos correntistas/associados são protocolados? (Nome legível do titular do
cheque ou procuração/autorização).
É feita a ata de fragmentação dos cheques?
A Proposta de Crédito é: (I) preenchida pelo associado ou pela cooperativa e (II) assinada pelo associado proponente?
O instrumento jurídico é devidamente formalizado antes da liberação do crédito (inclusive com as assinaturas dos
cônjuges, como previsto no código civil, para os casos em que o associado/cliente figura como fiador, avalista ou
hipotecante, exceto nos casos de casamentos sob regime de separação total de bens, devidamente comprovado por
meio de certidão respectiva e registrado no cadastro do avalista ou do fiador)?
É seguido o check list para a liberação de emprestimos?
É preenchido check list para todas as liberações de crédito e cartões?
Fonte: Blucredi
O quadro apresenta algumas questões da LVC, não estão sendo demonstradas todas as
571 questões por se tratarem de perguntas que configurem procedimentos internos da
cooperativa. (Por definição do ACIR).
A tabela é apenas uma demonstração sendo que as questões são respondidas em
sistemas on-line do Sicoob Central pelo ACIR e do Sicoob Blucredi pelos gerentes das
agências e do apoio organizacional.
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As questões não estão separadas por categoria sendo fraude interna ou erro
operacional, pois, conforme explanado na fundamentação teórica deste artigo, a fraude é um
ato intencional e o erro acontece de forma involuntária com intervenção de vários fatores.
Sendo assim, o não cumprimento das questões apresentadas pode ocorrer perdas
decorrentes de fraudes ou erro operacional e cabe a análise dos fatos no momento da
constatação.
4.2 INSPETORIA
O ACIR relata que além da LVC, como ferramenta para minimização do risco
operacional, a cooperativa conta com a área de inspetoria que atua na verificação das
conformidades, a área realiza durante todo o ano inspeções nas agências seguindo um plano
de trabalho onde a LVC é usada como base de pesquisa, onde, diferente do ACIR que faz
análise apenas com base nas respostas das questões e das evidências que em alguns casos não
é possível identificar a veracidade, o inspetor (a) vai a campo e verifica em cada agência se as
normas da cooperativa estão sendo cumpridas pelos gerentes e funcionários.
As não conformidades encontradas pelo inspetor (a) são comunicadas através
de relatório para as agências que tem um prazo determinado para resposta. Os casos de não
conformidades detectados que necessitem de providências por parte da cooperativa, são
direcionados ao comitê de ética que delibera sobre o assunto.
4.3 PROCESSOS
Segundo o ACIR a cooperativa implantou no ano de 2013 a área de processos que,
com a gerência do ACIR tem a responsabilidade de mapear os processos dentro dos setores e
áreas da cooperativa.
O desenho dos processos através de fluxogramas das carteiras e das rotinas de cada
colaborador possibilita para o ACIR a identificação e mapeamento de situações de risco que
ainda não foram identificadas.
5
CONCLUSÃO
O presente estudo avaliou as práticas utilizadas pela cooperativa de crédito Sicoob
Blucredi para minimizar o risco operacional. A partir dos dados apresentados, pode-se
concluir que as práticas de gestão para minimização do risco operacional têm como principal
ferramenta a LVC – Lista de verificação de conformidades.
Em relação ao objetivo específico de evidenciar as práticas para minimização do risco
operacional, identificou-se que a cooperativa utiliza a LVC como ferramenta para orientar as
áreas e agências de forma que as situações de risco já identificadas sejam tratadas com
segurança. Onde, através de sua utilização os gerentes identifiquem se algumas das ações
questionadas pela LVC estão sendo descumpridas, com a identificação da não conformidade
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tanto pelo gerente tanto pelo ACIR possibilita o delineamento de ações para regularizar a
questão conforme normas vigentes, minimizando assim a possibilidade de perda financeira
decorrente do risco identificado.
Em relação aos objetivos de avaliar as práticas para prevenção de fraudes internas e os
erros operacionais concluiu-se que a cooperativa não trata da prevenção de forma exclusiva,
mas de forma geral as duas práticas são tratadas nas 571 questões apresentadas pela LVC,
onde ao cumprir todas as exigências relacionadas nas questões, os riscos de ocorrências de
fraudes e erro operacional estão sendo minimizados. Além da LVC, a cooperativa também
conta com a área de inspetoria que trabalha na identificação de erros e fraudes o que de certa
forma inibe a ação de funcionários mal intencionados uma vez que existe a possibilidade de
serem descobertos.
Considerando o objetivo geral de identificar as práticas para minimização do risco
operacional no Sicoob Blucredi conclui-se que a cooperativa possui uma estrutura de
controles internos, onde as praticas de gestão para minimizar o risco operacional foi
implantado através da forma instruída na resolução CMN nº 3.380/2006, e através da estrutura
única definida pelo Sicoob Central.
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gerenciamento do risco operacional. Resolução nº 3.380, 29 de junho de 2006.
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