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BIBLIOTECA
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LUCAS DO RIO
VERDE - MT
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APRESENTAÇÃO
O nosso
informativo "BACO-BACO" volta a circular1
novamen-ce. Nesta ediçaão traz o Projeto de Colonização'
"LUCAS DO RIO VERDE". Pica situado no município de Diamantino, na altura do KM 24'5 da Rodovia Cuiata-Santarém,
em Mato Grosso.
Queremos que os nossos leitores, ao lerem e refleti
o,lPorogeto Lucas" fiquem alertas quando o go-
rem sobre
verno fala
e afirma que está fazendo REPORMA AGRÁRIAo
Pois, este projeto foi mostrado em todo o Brasil como mo
delo de Reforma Agrária, pelo INCRA que e o coordenador
do mesmo.
Mostraremos o que vimos e escutamos na própria área
durante os três anos de existência
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- 01 -
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do projeto.
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INTRODUÇÃO
O grande projete de HZPOEMA. AGRÁRIA do governo, "ba
dalado aos quatro ventos, desde o início beneficia apenas a grances capitalistas, condenando à morte os peque
nos lavradorea que arriscam a vida em terras não coniiecidas.
Possuir uma gleba ds terra, na maioria das vezes '
adquirido de forma não muito legal, é um negocio alta mente rentável, quando dividido e vendido por altos pre
çoa aos colonos.
A colonização particular em Mato Grosso, que boje'
já tem mais de 60 projetos, conseguiu criar cidades da
noite para o dia a custa de desbravadores, que muitas '
vezes pereceram nas derrubadas da mata, morreram de malária, perderam sua produção por falta de estradas, sofreram pela aiasencia de atendimento de saúde, não tiveram escolas para seus filhos, além do clima e solo ad versos.
Por outro lado, a colonização oficial (feita pelo'
IITCRA) em bem menor número, é outra válvula de escape '
para os problemas fundiários que atingem o país. S são
exatamente estes projetos que se encontram em maior a bandono.
0 "LUCAS DO RIO VERDE" é um desses projetos.
Foi
criado com a finalidade exclusiva de receber os colo nos acampados em Ronda Alta - RS. Com mil promessas, '
213 famílias aceitaram vir para o Lucas em 1981. Hoje'
restam apenas 13 famílias neste projeto, e, já sem mui
za. esperança e nen promessas.
- 02 -
PRIMEIRAS VISITAS MA ÁREA
Quando da formação do Acampamento de ITatalino em '
Ronda Alta - RS (1980) pelos colonos sem terra, tinha '
que se aciiar um jeito de desmancb.ar esta organização.
0 Governo tentou de todo modo enfraquecê-lo. E, pa
ra tal, a melhor maneira era dividir. Depois de várias'
tentativas, conseguiu em parte seu objetivo: deslocar os
colonos para Mato Grosso. Uma comissão dos que aceitaran
transferência foram trazidos para o Lucas. Passagem de
avião paga. Muita conversa, enfim, tudo para que os col£
nos "se agradassem" de Mato Grosso, E e claro, voltaram
ao acampamento impressionados e dispostos a deixarem o
Rio Grande do Sul em troca de terras no norte.
Todavia, mais da metade dos acampados não acredita
ram no que ouviam dos seus companheiros e dos órgãos go
vemamentais. Formaram outra comissão, independente, e
rumaram para o Lucas. Eoi um "Deus nos acuda". Enfrentar
o estradão de Cuiaha até o Lucas do Rio Verde, já em si
era uma aventura. Chegando ao local, o pessoal do HTCRA
(Ferreira e Cia) não era funcionário comum não. Era jagm
ço mesmo. Até ameaça ^■e mo:i:"fce houve,
• A terra entãoi Aquele cerradão seco.Muito longe das
promessas ^'.ouvidas. "Prá cá não volto nem amarrado".
Mas, para 213 famílias que aceitaram a transferência, começava mais um capitulo da triste Historia, traçada conscientemente pelos órgãos oficiais (INCRA, Gover
no de estado. Governo Federal, Igreja ..»).
- 03 -
PRIMEIRAS PLANTAÇÕES E O FRACASSO
O ISCRA e EMATER-MT dividiram e planejaram a lavoura de tal modo que a ocupação se daria de
for*ma progressiva. Primeiro todos os colonos cultivariam
25 iia de arroz. E para isso previam um financiamento pelo Banco do Brasil com juros de 12^ ao ano e com
vendimento em 1989. So que dos 200 ha só poderia cult
var 100. 0 restante seria para a sererva (Florestal,'
Latifúndio ..,?)
Ja na primeira safra (81-82) a frustração foi »
muito grande. A produção dos dois-primeiros ha. preparados pelo 92 BEC (Batalhaão de Engenharia e Cosntrução do Exército) não cobriu a semente lançada na terra
Por outro lado, os 25 ha de arroz plantados em cada 1
te no final de 82 esperava-se uma produção de 1.000
sacas. Um ou outro que colheu mais foi 500 ou 600 sa
Jía.3, E teve quem chegou a colher apenas 150 sacas de
arroz em 23 ha de terra.
A preparação do solo com as correções foram fei
tas através de empréstimo do Banco do Brasil. E para'
preparar a terra os colonos tiveram que recorrer aos
atravessadores - fazendeiros da região que possuem ms
quinas agricolas, S foi aí, segundo depoimeni-o de vários colonos, que as dificuldades foram se agravando.
Os atravessadores pegaram o dinheiro diretamente
nc
B.B. E a maioria pagou um preço altíssimo por hectar*
preparado (Cr$ 29.500,00, quando o preço real era
de
17.000,00 ou 18.000,00), Na verdade tudo isso fazia '
parte de uma trama muito bem montada pelo INCRA, Ban- 04 -
co do Brasil, Pazendeiros ... Por exemplo não era per
mitido financiamBnto para maq-ulnas agrícolas» Com o
valor do financiamento, os colonos poderiam ter compiâ,
do o prórpio maquinario e ' terras no siü do país, como
mostra a matéria do Jornal "Zero Hora" de 26/08/82:
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Sò com o valor financiado de CrJ I.-M5.QOO.00 para preparação do soio. mala a quantia prevista de Cr$ 700 mil
para o custeio das lavouras. 03 agricultores que hoje se
encontram cm Lucas do Rio Verde. 10 Mato Grosso, poderiam adquirir 22 hectares de terra "dobrada" no Rio
Grande do Sui ou em Santa Catarlr.ô.. Os cálculos lorara
leitos pelos dirigentes sindicais, representantes cia CPTe
da Igreja Evangélica de Conflssio Luterana no Brasü
ilecib; que estiveram em Lucas do Rio Verde há pouco» >
dias.
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Somando-se os Cri 1..445.000.00 — já ílnanciaaos peio
Banco do Brasil, agência de Diamantino, para preparação da terra — ao valor previsto de CrJ 700 mil para o cultivo dos 25 hectares, os colonos teriam Cr$ 2.145.000.00.
Essa quantia financiada seria suficiente para que eies
comprassem 22 hectares de terra 'dobrada" ide morro»
em regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o
hectare esta custando cerca de Crt 100 mil. "St financiam o destacamento, enleirumento — amontoar as madeiras - a primeira gradagem da terra, o íomectmento e
o transporte de calcário ê do fosfato ate os lotes e ma;-i a
aplicação dos corretivos, porque nào dar credito aos agricultores para que comprem a terra onde estão interessado»?", foi a pergunta que se fizeram os representantej
gaúchos e catarinenses.
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Diante dos cálculos feitos na presença deies. muitos colonos lamentaram a situação a que foram "empurrados"
A nota de cr^ilto rural que assinaram o» vincula a uma
divida que deve ser liquidada ate 30 de junho aa ISJO com
taxa de juro de 12í~<,. Com este vaior linajiciaao. os colonos assinaram mais um contraio com um posseiro aa região — conhecido por Betlnho — para iast.-o tra&aihc-d»
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Ou-r- fator que agravou a situação foi a retira
da do subsídio para o crédito agrícola por parte do
Governo. 0 juro bancário passou de 12 para 35%. Isto sem falar das dificuldades que os colonos encontraram para encaminhar a questão dos empréstimos, uma
vez que tinham que viajar a cidade de Diamantino, a
200 KM de Lucas para resolver as transações com o BB.
Junto a tudo isso vem a dificuldade de trabalhar
o solo do cerrado e o clima que é bem diferente do do
- 6 -
.., "Como é que está a situação de vocês em Lucas do
Rio Verde?"
"A nossa situaçãã está começando a ficar precá ria. Nas minlias primeiras plantas fui bem. Eu plan tei 25 ha, e colhi 600 sacos. lias mesmo assim fiquei*
devendo 300 mil no "banco. Vou ter que plantar na pró
xima safra para pagar este atrazo. Não vai se fácil.
A gente depende tudo dos empreiteiros."
"Qual foi sua média de produção?"
"Minha média foi 30 sacos por hectare."
"0 Senhor foi um dos melhores então?"
"Não vou dizer de todos. Talvez ... Porque teve
gente que colheu 10, 8 e até 7 sacos por ha."
"Qual é o problema mais grave que vocês estão '
enfrentando e que teria que solucionar a curto prazd?
"É o negócio da lavoura. Financiamento prá má quina. Nos sem a máquina não faze.:
iada. Ba aposto
com quem for, que nós sem maquir 'í LG não agüentarão 2
anos."
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"E vocês já tentaram financiamento pra máquina?"
"Ja tentamo e não conseguimo."
"E a resposta do Banco"?
"É que nada feito, nego'cio de maquinário pro •
pessoal do Lucas não tem."
"Como e que tá a situação aí do Pessoal do Proje
to?"
"Pelas informações que eu di3oe, a.situação não'
tá fácil. Pelas informações que eu disse devido à ter
ra que não produz e os financiamentos bancários que*
é muito caro e o juro é muito alto.
... Financiamento sai direto pro explorador. E este a
no não vou plantar de novo."
"Quer dizer que o Senhor não plantou"?
"Não plantei e nem fiz safra esse ano. 30 plan tei um pouquinho pro gasto."
"Vou lhe repetir a pergonta: o Sr. não fes safra
desde que chegou"?
"Não fiz, não plantei»"
"E vive do que aqui"?
"Eu vivo de peão, trabalhando de peão. Quando ar
rumo serviço aí pro lucas, fazendo casa aí, quando ar
rumo serviço .,„"
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CPT DENUNCIA
...Ao lado deste problema, a comitiva da CPT constatou outro, também gravei a violência dirigida contra os colonos por parte de funcionários do próprio INCRA. 0 executor do projeto, José Ferreira, é
apontado como siviciador. Dois lavradores, que pediram anonimato por
recearem repressões mais graves, 'foram ameaçados de morte juntamente com suas famílias. Um deles, sofreu cortes na cabeça e no rosto,
acabando detido por Ferreira no banheiro da sede do INCRA. Tais fatos sao bastante comuns, implantando-se com isso um clima de terror
entre os colonos. (Nota a imprensa em 28 de junho de 1983 - CFT-MT).
Incra desmente a CPT:
não há violência
nos projetos
FRACASSO
Refutando a nota da CPT, Bartoloraeu Vasconcelos admitiu um
"certo fracasso" de produção na região de Lucas do Rio Verde, de', vido o atraso na preparação da terra e plantio. Frisou ainda rrue
a safra nan correspondeu. Como justificativa para a pouca produção, ele apontou o despreparo dos colonos, que se deslocam
de
sua terra natal, ja que nao sao nativos da região."Os colonos '
até abandonais a terra", afirmou.
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Em relação às agressões e arbitrariedades realizadas pelos
funcionários do INCRA, o coordenador ressaltou que o órgão está
apurando a veracidade dos fatos. Frisou que nosamicipiode Lucas
do Rio Verde existe até certo abuso dos colonos que andam armados
sendo necessário como aconteceu recentemente, a ingerência da Secretaria de Segurança Publica, para promover o desarmaaento.
Por outro lado, Bartoloraeu Vasconcelos disse que as denúncias estão versando somente sobre fatos envolvendo irregulárida
des dos funcionários do órgão. Segundo ele, "há pouco tempo atras
um colono matou um funcionário do INCRA, e ninguém protestou".
(Traascrito do jornal "Diário de Cuiabá" em 01 de julho de 1983)
- 12 -
INCRA ...
1NCRA
Desde o início o papel do ITíCRA e dos órgãos responsáveis pelo projeto tiveram atitudes autoritárias ,
castradoras e icentirosas em relação aos colonos
do
projeto.
Ficando cada vez mais evidente a forma militar
como
e tratado hoje o problema fundiário no país,
A manipulação dos políticos e órgãos governamentais e a própria repressão física, são bem expressas
pelos depoimentos dos colonos, que se segae:
Entrevista com colonos em Lucas do Rio Verde (julho/82).
- e quem é que entregou o título de ocupação
- de ocupação quem entregou foi o Júlio Campos, teve o Paulo Pitalu
ga, o Ze Humberto, foi em época de política.
- 0 Júlio Campos é o governador agora, e na época o que ele era?
- Nao,ele era candidato.
- e quem mais teve aí?
- 0 Beltrão, o Roberto Campos.
- Esteve aqui também o presidente do INCRA, o Paulo Yokota?
- É, isso mesmo, teve aqui também.
- Os grandes vem aí, mas é difícil eles resolver alguma coisa, largam a gente sempre na mesma, sempre na péssima, eu digo, se nós
for teimar de viver só de arroz e milho, nós morre de fome e não
vivemos, disso dou fé."
O pessoal tem muita inseg-arançar
Tem medo, não querem e peràer a terra, eles acliam que
por uma coisinlia a mais vãc perder a terra.
0 Incra "bota a turma muito na marra, qualquer coisinha
errada que o cara faz aqui, o IIICRA persegue o cara.
Porque o INCRA parece que não tem o mesmo respeito por
todo mundo aqui.
( Entrevista com colonos de Lucas
em julho/agosto - 82)
Esses depoimentos dão vm pouco da complexidade e
desmandos que "campearam" o projeto Lucas do Rio Verde.
0 aproveitamento dos políticos, os desmandos do HTCRA,
o total descaso com os colonos.
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OLTIMOS ACONTECIMENTOS NA ÁREA
Desde o mês de Novembro de 1983, os colonos trazidos de Ronda Alta, começaram a vender seus lotes. Poi '
como fogo em palha seca. Todas as famíias estavam pas sando fome e necessidades. Apoio do INCRA e da Igreja e
ra mínimo. Os primeiros que venderam foi por Cr$ 800.0CQ
00. Receberam 400.000,00 e os outros 400.000,00 vão receber em julho de 1984. Depois foi aumentando para ..o
1.000.000,00, 1.000.200,00, 1.000.800,00 e as últimas»
venderam (mis de março/84) por 24.000.000,00.
Hoje restam 5 famíias na "linha 11", 4 na "União",
3 na escola 4 do Setor 1, 1 na Escola 1 do Setor 1 e 2
na Escola 5 do Setor 5 e 3 do Setor 3. Ao todo restam'
18 famílias.
Como o executor do Projeto, (Tose Ferreira - INCRAera jagunço junto com o pai dele e estava fazendo muito
roubo, é considerado um mau executor. Em conseqüência '
foi deposto do cargo em abril de 1984 (depois do projeto falido). 0 interesse dele era vender os lotes de ter
ra que sobravam e quando percebeu que ia cair do cargo,
resolveudar ainda 120 lotes para familiares que já esta
vam inscritos no ETCRA e com 1,2 e até 3 anos de esperaMas, isto foi manobra de lóltima hora. Logo que José Per
reira caiu, foi nomeado oi engenheiro agrônomo Evangelis
ta Carneiro.
Mas, como dizia um colono:"se não mudar toda a e quipe de ladrões o problema continua".
Esteve uma, equipe do IHCRA (Brasília e Cuiabá) fazendo "uma vistoria e chamando para interrogatório
os
15 -
120 colonos que rece"beratn sexis lotes nestes dias. Eles tiveraa que assinar uma foliia pela gual se compro
metem a não traDalHar nos lotes até receberem outra '
ordem do mesmo HTCRA. Agora a tendicia e que o Pr.jeto'
se tome -um grande latifúndio. Ao todo são 214 mil alqueires de terra. A "Reforma Agrária" previa 80 alquei
res para cada família. Mas, tem muito "colono" com '
"lotes" de 1.000 ou mais alqueires.
!
'Aauele cerradão secoJ
Prá cá não volto nem amarrado"
_í."SL.-
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- 16 -
ALGUMAS REFLEXÕES FINAIS
Tudo não passa de uma .jogaaa multo bem ensaiada. '
Todos sabem de antemão o resultado. Mesmo assim, conti
nuam mentindo, fazendo propaganda suja, usando enfim o
povo para se manter onde estão. Se não conseguem com'
jogadas sujas, usam da polícia, do exército, das armas
para chegar onde pretendem.
Assim foi com os acampados' de Ronda Alta. Cerco
policial, Major Gurlo', acusações falsas, toda a deso nestIdade possível. Multo dinheiro público gasto para
não dar o braço a torcer.
No meio deste cerco e saraivadas de bala, mais da
metade do acampamento ficou firme. Os que foram "dobra
dos" também nos deixaram uma lição: o Governo do Rio '
Grande do Sul, de Mato Grosso, o INCRA ... nunca,
em
nenhum momento tiveram a,intenção de solucionar os pro
blemas dos trabalhadores sem terra. 0 objetivo sempre'
foi o de manter intactos os latifúndios roubados, a sa
grada propriedade privada dos poucos malditos.
Por mais que falem em solucionar os problemas com
a "maior Reforma Agrária do Mundo", suas-palavras não
passam de arrotos, podres e com cheiro de morte.
São
eles que planejam tudo. Criam leis, exterminam, matam.
0 "Lucas" é apenas um dos exemplos. Mato Grosso e
a Amazônia toda estão encharcados de sangue e de inj-us
tlças. A "colonização" tem muito a prestar conta.
Os
que hoje sofrem e choram a perda ds sua terrinha, dando lugar ao pasto para o boi ou simplesmente ao lati fúndio sem produção, hão de chegar lá. Farão a Reforma
Agrária. AÍ sim, será a maior do mundo. E esta criança
já está nascendo.
- 17 -
Os lavradores de todo Mato Grosso e do Brasil, estão acordando. Nova Brasilândia, IvinheEa, os Boias-Pri
a, são algumas luzes que se acendem. Estas não mais se
apagam. São luzes deste tipo que vão clarear o Brasil.
AÍ poderemos ver quem são os que negam a terra. Negam a
vida. Saberemos o que fazer com eles.
BAOO
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BACO
Boletim informativo conjunto;
Comissão Pastoral da Terra - Regional Mato G-rosso - GPT-M3
Centro de Documentação Terra e índio - CPTI
Associação de Solidariedade as Comunidades Carentes
de Mato Grosso. ASCCMT
Caixa Postal 642
78.000 - CUIABÁ - MT
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