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ano
XXXIX
-
nº
374
-
SETEMBRO
2015
-
R$
12,00
Dedicada à Redução de Custos, Aumento de Produtividade e Manutenção Industrial na Mina e na Planta
Dedicated to Cost Reduction, Productivity, Industrial Maintenance at the Mine and Plant
Cobre
Avanco planeja start up de Rio Verde
até março em Carajás
Ferro
ArcelorMittal prioriza
abastecer siderúrgicas
próprias
Fosfato
Projeto Patrocínio
prossegue ao
licenciamento em MG
Automação:
Garpenberg tornou-se a mina
mais integrada do mercado
ANO XXXIX - Nº 374 - Setembro 2015
04.Editorial
Índia quer se tornar a nova China em produção industrial. E o Brasil?
O futuro, o Brasil e a Mineração
Avanco planeja start-up de Rio Verde até março
ArcelorMittal prioriza abastecer siderúrgicas próprias
Empresa japonesa planeja processar rejeito de Serra Pelada
AngloGold Ashanti implanta novo modelo de slot com furos longos
Serra Grande estende vida útil dos motores diesel a 20 mil horas
Método de análise dispensa o uso de ácido
Projeto Patrocínio dá continuidade ao licenciamento em Minas Gerais
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Sistema Minas-Rio economiza 95% de energia no processo de filtragem
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Garpenberg deve sua sobrevida à descoberta imprevista de novo depósito
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06.Coluna do Mendo
10.Cobre
16.Minério de Ferro
20.Ouro
21.Desmonte
23.Lavra
24.Pelotização
25.Fosfato
Transporte
26. Projeto modular otimiza custos em 25%
27. Maior britador de rolos de alta pressão mostra eficiência energética
27. Esteira transportadora substituirá ferrovia em mina peruana
29.Processo
30.Automação
35.Lubrificação
Exposibram
36. Indústria prevê a retomada da mineração no horizonte
38. Hexagon Mining foca no ciclo de vida da mina
39. Com Britanite, Enaex pretende atingir novos mercados
40. Converter manutenções reativas em intervenções planejadas
40. Roletes que geram energia
41. IMIC exibe britador com sistema de suspensão
42. Pöyry reforça conceito da “mina ao porto”
43. Canadá apresenta novas tecnologias
44. Bentley lança software de movimentação de materiais
45. Câmera da Bosch monitora de fendas profundas
45. Georadar reforça serviços de geofísica
46. Dassault foca em softwares para otimizar a mineração
46. JactoClean exibe soluções de limpeza
47. NLMK exibe novidade em chapas de aço
47. Mobil apresenta conceito de produtividade avançada
47. NSK expõe programa que estende vida útil dos rolamentos
48. KSB exibe bomba nacionalizada para serviços pesados
48. Quimatic Tapmatic inova com borracha reparadora a frio
49. Saint-Gobain Canalização lança tubos para polpa
49. Ourominas traz solução para o mercado de ouro
49. Cabo nacional Wirex para uso em máquinas móveis
50. Graco apresenta sistema de gerenciamento de fluidos
50. ThyssenKrupp foca em sistemas mais eficientes
51. Arvos traz equipamentos da Raymond Bartlett Snow
51. Bomba anfíbia trabalha dentro e fora d’água
51. Erkat traz linha de fresadoras
52. Manipulador de pneu 75% mais eficiente
52. Iluminação LED consome 60% menos
53. EPI para proteção respiratória
53. Astec exibe britador de mandíbulas Telsmith
53. Sew Eurodrive – flexibilidade na aplicação
54. Aumund exibe linha para transporte e estocagem
Créditos da capa: Imagem em
destaque: obras da unidade da
54. Henfel se junta ao grupo Ringfeder
Avanco em Carajás (PA). Foto de
55.Manutenção
fundo: A imagem, da mina de
Carajás, foi obtida em julho de 2009
pelo satélite EO-1 da NASA. Fonte:
Earth Observatory.
A influência dos lubrificantes de alta tecnologia
Avançam as obras na ferrovia de Carajás para escoar produção de S11D
56.Minério de Ferro II
57. Clipping
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Setembro 2015 | 3
Sumário
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Foto: Ford
Fábrica da Ford na cidade indiana de Sanand,
no estado de Gujarat
Foto: Web
O
Fotos: Web
A Foxconn, fabricante de smartphones e eletrônicos,
planeja abrir uma dezena de plantas na Índia até 2020
Índia tem problemas parecidos com o Brasil, com o
agravante de ter mais de um bilhão de habitantes para
alimentar, transportar, educar, medicar...
Fotos: Web
Editorial
Fotos: Web
Índia tem mantido uma taxa de crescimento
médio anual do PIB em torno de 7%
Venerar o elefante é uma tradição na Índia. Acredita-se
que o animal atrai bons fluidos e funciona como um
amuleto de proteção
4 | Setembro 2015
Índia quer se tornar a
nova China em produção
industrial. E o Brasil?
primeiro ministro Narendra Modi, que desbancou o Partido do Congresso que
dominava a política indiana desde sua independência, prometeu mudar a Índia
na sua campanha eleitoral — e ao que parece, às vezes até por vias tortas, está
avançando com as reformas que precisam vencer sólidos corporativismos, burocracia
secular e oligopólios entranhados no país.
A compra de terras na Índia enfrenta uma floresta de burocracia inclusive a nível de governo local, com toda a tradição de erguer dificuldades e negociar facilidades. A poluição
em algumas regiões supera os índices notórios das cidades chinesas. As melhorias na
infraestrutura de ferrovias, rodovias, portos e energia elétrica têm avançado a velocidade
de elefante — um dos símbolos nacionais. Um exemplo dessa obsolescência é o fato de
a maior parte das fábricas no país usa geradores próprios.
O Parlamento indiano obstruiu a reforma da legislação trabalhista, dos direitos de propriedade sobre a terra e uma simplificação dos impostos estaduais. Os próprios governos
estaduais precisam reformar estas duas legislações. Uma regulamentação para facilitar a
conversão de terras agrícolas em industriais também empacou, com feroz oposição dos
agricultores. Recorrer à justiça hoje para solucionar uma disputa, seja cível ou comercial,
equivale a postergar sem prazo a resolução.
Mesmo com todos esses entraves, o tamanho do mercado doméstico indiano de mais
de um bilhão de habitantes e o nível salarial relativamente mais baixo tem atraído novos
empreendimentos industriais. A GM oficializou um programa de investir US$ 1 bilhão no
país para produzir modelos para o mercado local, além de duplicar sua fábrica na região
de Pune. Ali também está sendo erguida uma planta da CNH Industrial para colheitadeiras
agrícolas. A Ford inaugurou uma linha de montagem de carros e a Mercedes adicionou
uma linha para ônibus na sua fábrica de caminhões.
A Corning opera uma planta automatizada para produzir fibras ópticas em Pune. A Foxconn, principal produtor global terceirizado de smartphones e eletrônicos similares, que
acaba de comprar uma fábrica da Microsoft, anunciou planos para abrir uma dezena de
plantas na Índia no prazo de até 2020, gerando 50 mil postos de trabalho. A maioria dos
fabricantes de equipamentos rodoviários — a chamada linha Amarela — tem plantas
industriais na Índia.
Este gigante asiático tem problemas parecidos com o Brasil, com o agravante de ter mais
de um bilhão de habitantes para alimentar, transportar, educar, medicar, etc. Se a Índia
tem mantido uma taxa de crescimento médio anual do PIB em torno de 7%, existe algo
profundamente errado em nosso modelo de gestão da economia — cujas falhas ficaram
escancaradas na crise atual.
Acreditamos que o modelo do governo centralizado como tal em Brasília se esgotou. É
urgente que os principais Estados, do norte ao sul, se articulem com os 100 maiores municípios brasileiros, para estruturar um programa de retomada econômica, com geração
de novos empregos, em conjunto com as federações das indústrias locais e os empreendedores privados, dando prioridade às vocações regionais, as fronteiras econômicas
florescentes e as obras de melhoria da infraestrutura a serem reiniciadas. Os Estados e a
iniciativa devem manter um dialogo objetivo com os órgãos ambientais, de modo que as
licenças tenham prazo para serem emitidas, considerando o interesse maior do Pais. A
mineração está naturalmente incluída aqui; ela precisa diversificar sua pauta de produção
mineral e buscar agregar valor em produtos transformados. Apontar o dedo e criticar já
não basta, nem esperar pelos próximos governantes a serem eleitos — o País precisa de
propostas objetivas de retomada econômica já.
O futuro, o Brasil
e a Mineração
Coluna do Mendo
José Mendo Mizael de Souza*
[email protected]
“I
nteressa-me o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto da minha vida”, afirmou Woody Allen: concordo com ele em número, gênero e grau.
Assim, nada mais gratificante do que a oportunidade que o 16º Congresso Brasileiro
de Mineração e Exposibram 2015 me ofereceram de, ao atender convite dos Universitários de
todo Brasil presentes no 8º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas - Eneminas, proferir palestra - como já o havia feito nos encontros anteriores. A palestra foi intitulada
“O Engenheiro de Minas hoje, amanhã e depois de amanhã”.
Como destaquei para eles na ocasião, nós da Indústria de Produção Mineral temos o privilégio de nos dedicar a uma atividade essencial à concretização da Qualidade de Vida, conforme
aspirada hoje pela humanidade, eis que, como lhes apresentei em um dos slides, conceituo a
Mineração como sendo “A atividade que propicia aos seres humanos, mediante seus produtos, saciarem suas fomes biológicas, psicológicas, sociais e espirituais e concretizarem seus
sonhos - José Mendo Mizael de Souza”.
Em seguida, apresentei-lhes a afirmativa da U.S. National Academy of Sciences de que “Nos
Estados Unidos, todo ano, cerca de 11,3 t de novos minerais devem ser proporcionadas, por
habitante, para se fabricar itens de uso diário de cada pessoa”.
Mostrei-lhes que Stephen Kesler nos alertou no sentido de que “considerando uma estimativa
média de 9 bilhões para a população global em 2050 e assumindo que cada pessoa adicional
irá demandar um pouco menos que os atuais habitantes demandam, esse aumento da população poderia levar a um aumento de 25% da demanda por minerais, até 2050”.
Ao concluir, lembrei-lhes que, em um mundo em constante mutação, com verdadeira explosão da Inovação e da Tecnologia, três itens deverão estar sempre presentes no futuro: Agricultura (alimentos), Mineração (materiais) e Conhecimento.
E destaco, aqui e agora, as palavras de Laszlo Bock, 42 anos, Vice-Presidente Sênior de Operações de Pessoas do Google (desde 2006), segundo a Folha, para quem “são quatro coisas
que procuramos na hora de contratar: (i) habilidade cognitiva geral; (ii) liderança emergente;
(iii) “Googleness”, ou seja, ter consciência, fazer o que diz que faria, ter preocupação com o
ambiente e humildade intelectual para admitir quando está errado e (iv) expertise”.
O futuro está aí. Vamos encará-lo com otimismo e fé, lembrando sempre do historiador Leo
Vilani que, segundo outro historiador, Eric Hobsbawm, em seu livro “Era dos Extremos - o
breve Século XX: 1914 - 1991”, ao se voltar para o Século XX, afirmou que “Nosso Século
XX demonstra que a vitória dos ideais de justiça e igualdade é sempre efêmera, mas também
que, se conseguirmos manter a liberdade, sempre é possível recomeçar [...]. Não há por que
desesperar, mesmo nas situações mais desesperadas”, ou seja, o futuro, o Brasil e a Mineração estão esperando por nós e contando conosco!
*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto.
Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin - Centro de Estudos Avançados em
Mineração. Vice-Presidente da ACMinas - Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho
Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação
do Instituto Brasileiro de Mineração - bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem - Centro
de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
6 | Setembro 2015
Avanco planeja start-up
de Rio Verde até março
Empreendimento, vizinho ao megaprojeto S11D, em Carajás (PA), possui minério de cobre de alta qualidade
e se beneficia de uma região dotada de infraestrutura, instalações de fabricantes de equipamentos e serviços
disso, a unidade terá fácil acesso à infraestrutura local, composta por estradas
pavimentadas, ferrovias e o Porto Vila
do Conde, de onde a empresa pretende
exportar o concentrado por contêineres
e a granel.
A região, principalmente a cidade Parauapebas, possui oficinas de muitos fabricantes de equipamentos e serviços de
engenharia para mineração, como Metso,
ABB e ThyssenKrupp. No município, também se encontram pequenas e médias
empresas que foram criadas nas últimas
décadas e ganharam espaço por meio dos
programas de desenvolvimento de fornecedores, promovidos pelas mineradoras
que atuam na região e pela Fiepa – Federação das Indústrias do Pará.
“As reservas da Avanco envolvem um
minério de excelente qualidade, com
Unidade de cobre da Avanco irá produzir 45 mil t por ano
10 | Setembro 2015
alto teor de cobre e baixos índices de
impurezas. A ideia é iniciar a operação
até março, mas podemos antecipar o
start-up em função da boa evolução das
obras”, afirma Luís Azevedo, diretor executivo da Avanco, que conversou com
exclusividade com a revista Minérios
& Minerales.
De acordo com Azevedo, outra vantagem do empreendimento refere-se à
equipe operacional, formada por colaboradores com grande experiência no setor
mineral. “Todo o projeto de engenharia
está sendo desenvolvido pelos nossos
profissionais, com o auxílio de empresas
locais”, ressalta.
O diretor conta que a empresa possui
um bom relacionamento com a vizinha
Vale, mantendo um diálogo aberto e troca de informações em relação a serviços,
Foto: Avanco
Cobre
C
om o bom andamento das obras
do projeto de cobre Rio Verde,
localizado em Curionópolis, no
Pará, a australiana Avanco Resources
pretende iniciar a operação da planta
de beneficiamento até o início de março
de 2016. A unidade, que recebeu investimentos de US$ 60 milhões e irá produzir 45 mil t de concentrado de cobre
por ano (12 mil t de cobre contido), tem
a vantagem de estar perto do projeto de
ferro S11 D da Vale, em Canaã dos Carajás, na mesma região, e considerado
o maior empreendimento minerário em
curso do mundo.
A jazida do projeto, denominada Antas
North, possui um teor de cobre entre
2,5% e 3%, sendo quatro vezes superior ao do depósito de Sossego, que fica
cerca de 100 km e pertence à Vale. Além
Cobre
Foto: Metso
Mineradora optou pela compra de alguns equipamentos
recondicionados, como um moinho de bolas, fabricado pela Metso
máquinas e equipamentos oferecidos na
região. A Vale mineradora está presente
na região desde 1978 quando teve início
as obras do Projeto Carajás. “A forte presença da Vale na região é uma vantagem
em relação à oferta de empresas e prestadoras de serviço à mineração. Por meio
de Nelcindo Gonsález (diretor de Metais
Básicos da Vale) temos mantido um bom
relacionamento”, comenta.
As obras de terraplanagem, montagem
elétrica e construção civil estão sendo
realizadas pelas empresas IRF, MCM e
Compacta, respectivamente. Além disso,
a mineradora contrata serviços com muitas empresas locais, como LUK, Interativa, Minas Pará, JD Barreto, EJ Serviços,
Equatorial e L Morgado.
A Avanco fechou um contrato (Carta
de Intenção) com a Maca Mineração e
Construção Civil para realizar a operação e o gerenciamento da mina. Azevedo explica que a escolha da empresa,
que possui extenso know-how na área
minerária, se deve à geografia da mina,
que possui um formato de funil, o que
dificulta o acesso e a movimentação dos
equipamentos. A Maca trará uma escavadeira Liebherr R910, sete caminhões
de transporte Volvo AF40 e 2 perfuratrizes CAT 5150.
“Após uma otimização do desenho do
pit, realizamos uma mudança na configuração da frota. Teremos caminhões articulados de seis rodas capazes de enfrentar
12 | Setembro 2015
rampas íngremes. Isto permite uma redução do estéril na extração, com uma ligeira melhoria em toneladas de minério”,
ressalta Azevedo.
O depósito do projeto Rio Verde abrange
recursos de 2,649 milhões t de minérios,
com teor de 3.19% de cobre e 0,66 g/t
de ouro, totalizando 84.518 t de cobre
e 56.277 onças de ouro. As pesquisas
exploratórias, concluídas em maio de
2014, contemplaram 89 furos, totalizando 14.800 m. O desmonte será feito com
explosivos e a empresa está definindo a
contratação de uma empresa especializada na atividade, como a Orica e Britanite,
que possuem forte presença na região.
Atualmente, cerca de 300 pessoas trabalham na construção da unidade, podendo esse número aumentar até o fim
do ano. Em julho, a Compacta instalou
os pilares das estruturas que irão receber o moinho, o sistema de flotação e os
filtros. Em setembro, o avanço das obras
era de 35%, com a conclusão dos alojamentos, repartições administrativas,
refeitório e ambulatório.
A Avanco, listada na bolsa australiana ASX (AVB), tem como controladores
majoritários as empresas Glencore, Blackrock World Mining Trust, Appian Natural Resources e Greenstone Resources.
Juntas, as quatro companhias possuem
participação de cerca de 56% na empresa. A mineradora foi criada em 2007 e
possui escritórios em Perth, na Austrá-
lia, no Rio de Janeiro e em Parauapebas,
no Brasil.
Investimentos do projeto
(em milhões de US$)
Construção da planta
25,0
Infraestrutura de mina
7,4
Mina a céu aberto
5,0
Construção do reservatório de rejeitos
3,4
Custos de engenharia
5,0
Contingenciamento
7,0
Custo com mão de obra
7,0
Total
60,0
Máquinas e equipamentos
Diante da oportunidade de bons negócios e cumprir o Capex de US$ 60
milhões previsto para o projeto, a
empresa optou, após estudos e avaliações, pela compra de alguns equipamentos recondicionados, como o
moinho de bolas 12x24 (1,3 MW),
fabricado pela Metso, e as células de
flotação da empresa Outokumpu. Os
galpões da unidade também foram adquiridos no mercado secundário.
Luís Azevedo ressalta que esses equipamentos estão em boas condições e foram
revisados pelos fabricantes. A unidade,
que tem layout parecido à planta de
cobre da Vale em Sossego, inclui uma
cava simples a céu aberto, área para es-
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Foto: Avanco
tocagem e homogeneização de minério
bruto, planta de britagem em dois estágios, circuito fechado de moagem, três
estágios de flotação, sistema de desaguamento e filtragem e instalações para
o manuseio de rejeitos.
“Se optássemos por um moinho novo
teríamos que gastar até cinco vezes mais,
além de esperar dois anos para recebê-lo.
Tivemos vantagem ainda em adquiri-los
antes do início das obras, com um prazo
maior de negociação”´, comenta.
Já os equipamentos novos referem-se a um filtro de prensa vertical de alta
pressão da Metso (modelo VPA 154020) e um britador Simplex. O filtro,
que foi entregue no início deste ano e
que está em fase de montagem, possui
capacidade para processar cerca de 90
mil t de concentrado por ano.
Para Ricardo Takeda, gerente de Vendas da Metso, o diferencial da empresa
foi oferecer uma solução de filtragem
robusta que atendesse às necessidades
da planta. “A Avanco é, sem dúvidas,
um cliente muito importante e promis-
Da esquerda para direita: Scott Turow, diretor Financeiro,
Anthony Polglase, CEO, Wayne Philips, diretor de Operações,
José Mauro, engenheiro Chefe, e Luis Azevedo, diretor Executivo
sor, pois está iniciando suas operações
no Brasil”, afirma Takeda.
O gerente ressalta a estrutura que a
Metso possui para dar suporte ao novo
projeto: uma fábrica de serviços e um
centro de distribuição localizados a
cerca de 15 km da planta da Avanco.
“Além disso, temos vasta experiência
Setembro 2015 | 13
Cobre
Foto: Avanco
As obras de terraplanagem, montagem elétrica
e construção civil estão sendo realizadas por IRF,
MCM e Compacta, respectivamente
em operações de processamento de cobre, o que nos torna aptos a contribuir
ao desenvolvimento e o sucesso deste
projeto”, comenta.
Entre as características do filtro de
prensa fornecido, Takeda destaca a
construção robusta, adequada para
atividades de mineração; a precisão na
fabricação das placas das câmaras de
filtragem usinadas de polipropileno; a
facilidade e rapidez na troca de tecidos
do filtro (operação que pode ser realizada em minutos); poucas peças móveis
que garantem a baixa manutenção e alta
Marco regulatório preocupa
Com o novo marco regulatório da mineração, lançado em 2013 e que ainda será votado
pelo Congresso, o governo pretende atrair novos investimentos e garantir o crescimento da
indústria de mineração. No entanto, especialistas alertam que um excessivo intervencionismo
estatal pode não ser adequado para o desenvolvimento do setor mineral.
“O governo segue com uma insistência em aumentar a CFEM. Atualmente está em 2% e
a ideia é dobrar para 4%. Tendo um País que explora de forma dominante ferro, bauxita e
ouro, aumentar o valor de impostos é um estímulo zero aos novos investimentos no setor de
mineração”, ressalta Luis Azevedo, da Avanco.
Sobre isso, o governo afirma que os royalties da mineração no Brasil são um dos mais
baixos do mundo. Além disso, a legislação dos royalties é dúbia e tem provocado muitas
ações na justiça, segundo os seus críticos.
Durante a 16a Exposibram, Exposição Internacional de Mineração realizada em setembro
em Belo Horizonte (MG), Fernando Coura, diretor-presidente do Ibram, salientou que deve
haver um combate à oneração excessiva no setor, defendendo a reforma tributária. “Temos
que aproveitar o momento de crise para que se reduza a carga tributária na mineração”, ressaltou. “As alíquotas fixadas por lei têm que vir de forma escalonada, para não matarmos a
pequena e média mineração”. Segundo Coura, as inovações tecnológicas representam uma
saída para a conquista de espaços no mercado internacional.
O projeto de lei não altera a distribuição dos valores arrecadados — continua 65% para os
municípios onde a exploração é feita, 23% para os Estados e 12% para a União. O Pará é o
segundo maior arrecadador da CFEM, com cerca de 30%, ficando atrás de Minas Gerais, que
detém aproximadamente 50% de toda a arrecadação.
14 | Setembro 2015
disponibilidade; e um sistema de controle por CLP (controlador lógico programável), para operação de filtragem
automática e inteligente.
Fase II: Projeto Pedra Branca
Em paralelo, a empresa júnior trabalha
com a fase II do projeto de cobre. Denominado Pedra Branca, o depósito está
localizado em Carajás (PA) e dista cerca
de 50 km de Rio Verde. Em agosto, a
empresa enviou o estudo de viabilidade
econômica do empreendimento para o
Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM).
Segundo informações da empresa,
Pedra Branca contém um volume de
cobre três vezes maior que Rio Verde,
com teor médio de 2,45% e cut-off de
0,9%. As reservas indicadas e inferidas
somam 18,5 milhões t com 2.45% de
cobre e 0,61g/t de ouro, para 454.000 t
de cobre e 363.000 onças de ouro. Na
região, a empresa possui 28 licenças de
exploração, que abrangem uma área de
172.000 ha.
A companhia estima um custo de US$
200 milhões para implementar uma
unidade com capacidade anual de 30
mil t de cobre e 25 mil onças de ouro.
A previsão para início das operações é
2018 e a vida útil da mina é de 12 anos,
podendo ser estendida com a aquisição
de áreas adjacentes ao projeto.
Conheça a equipe do projeto
Tony Polglase – CEO - Com quase
40 anos de experiência em mineração
em 10 países diferentes, Polglase é formado em engenharia mecânica e elétrica,
com uma licenciatura em Metalurgia pela
Camborne School of Mines, do Reino
Unido. O engenheiro possui largo conhecimento em relação ao desenvolvimento
e operação de projetos de ouro, cobre,
chumbo, zinco e estanho. Participou do
comissionamento de mais de sete projetos de mineração. Possui passagens pelas empresas Iberian Resources, Ivernia
Corp, Rio Tinto, TVX e Ashanti Goldfields.
José Mauro Maciel – engenheiro
chefe - Com mais de 30 anos de experiência nas áreas de mineração e implantação de projetos, José Mauro Maciel
atuou na gestão da construção, operação
e manutenção de usinas de beneficiamento mineral, tendo trabalhado na Rio
Tinto e Kinross. Formado em Engenharia
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Mecânica pela PUC-MG, Mauro participa do projeto da Avanco desde o início,
em 2014. Com presença constante na
obra, o executivo e sua equipe atuam
para garantir a qualidade dos trabalhos.
Luís Azevedo – diretor executivo
- Formado em Geologia pela Universidade do Rio de Janeiro e Direito pela
PUC-RJ, Azevedo possui mais de 35
anos de experiência na indústria mineral, atuando nas áreas de desenvolvimento e de apoio jurídico e técnico especializado para empresas de recursos
minerais que operam no Brasil. Ocupou
cargos importantes nas empresas Western Mining Corporation, Barrick Gold e
Harsco. Em 2004, o executivo fundou
FFA Legal, no Rio de Janeiro, que fornece assessoria jurídica para empresas
de recursos naturais.
Wayne Phillips – diretor de Operações - Com carreira consolidada no
setor mineral, Wayne Phillips foi diretor
técnico da Kinross para América do Sul,
sendo um dos responsáveis pela implantação e expansão da unidade de ouro de
Paracatu. Formado em engenharia química, Wayne participou de comissionamentos de projetos importantes de ouro e
cobre, localizados no Brasil e no exterior.
Otávio Monteiro – gerente da
Planta - O engenheiro Otávio Monteiro tem longa atuação em projetos
de mineração e químicos. Monteiro
participou de projetos importantes no
Estado do Pará, sendo conhecedor das
legislações e políticas estaduais voltadas à indústria extrativista. Com bom
relacionamento em órgãos públicos e
autoridades portuárias, Monteiro ocupou uma série de cargos executivos,
incluindo gerente-geral de mineração.
Tim Wither – gerente de mina Tim Wither possui vasta experiência em
mineração, incluindo implantação de
projetos a céu aberto de cobre. O engenheiro tem mais de 15 anos dentro da
indústria mineral, onde ocupou cargos
importantes na Austrália e em outros
países. Whither traz seus conhecimentos relacionados com perfuração, desmonte e gerenciamento de mina.
Setembro 2015 | 15
Foto: Minérios & Minerales
ArcelorMittal prioriza
abastecer siderúrgicas próprias
Com o desaquecimento do mercado global de minério de ferro, a estratégia da companhia é atender a
demanda das suas siderúrgicas e buscar ganhos com sinergia e redução de custos entre as minas e usinas
D
iante da desvalorização do minério
de ferro, a divisão de mineração da
ArcelorMittal, a maior siderúrgica do
mundo, está priorizando atender a demanda
de matéria-prima das suas próprias usinas
e diminuir a comercialização da commodity
nos mercados doméstico e transoceânico. A
medida, implementada pelo escritório central em Londres e que se estende a todas as
unidades da empresa, envolve um plano de
sinergia entre as mineradoras e as siderúrgicas do grupo, que visa otimizar os ativos
minerários e reduzir custos.
De acordo com Aércio Januzzi, gerente
geral da ArcelorMittal Mineração Brasil, a
estratégia está relacionada à padronização
dos procedimentos operacionais das unidades, implementando práticas corporativas
nas áreas de produção, manutenção, procedimentos, logística e suprimentos. Januzzi
ressalta que as aquisições de materiais e
serviços, assim como as negociações das
taxas de frete para o escoamento da produção e recebimento de insumos, foram
16 | Setembro 2015
consolidadas pelo escritório de Belo Horizonte (MG), onde está localizada a sede da
empresa no País.
“Já existia essa orientação (vender minério de ferro para as usinas do grupo), mas
isso se intensificou em função do mercado.
Além disso, essa maior relação e sinergia
entre as empresas do grupo proporcionam
uma oportunidade de forte negociação de
preços com os fornecedores”, afirma.
Atualmente, as sete usinas da companhia
no País consomem cerca de 10 milhões t
de minério de ferro por ano. As duas minas, Serra Azul e Andrade, localizadas nas
Minas da ArcelorMittal no País atendem
cerca de 35% a demanda por minério de
ferro das siderúrgicas do grupo
Foto: Minérios & Minerales
Minério de Ferro
Busca por uma melhor eficiência
operacional é constante na Mina
Serra Azul, da ArcelorMittal
cidades mineiras de Itatiaiuçu e Bela Vista
de Minas, respectivamente, suprem cerca de
35% dessa demanda. Segundo Murilo Ramos de Matos, gerente de Logística, o principal entrave para um maior abastecimento
das indústrias é a logística, principalmente
em relação à usina de Tubarão, localizada
em Serra, no Espírito Santo.
“O frete (rodoviário e ferroviário) é extremamente oneroso no País. Sendo assim,
essa plataforma de compras é muito consubstanciada com a logística. Hoje, os custos para o escoamento do produto representam em torno de 55% a 60% do seu preço
final de venda”, afirma Matos.
Matos contou que a empresa conseguiu
uma redução de 22,5% no valor do frete com
a MRS, que opera a Malha Regional Sudeste
da antiga Rede Ferroviária Federal – a negociação iniciou-se em janeiro e se estendeu até
agosto. O gerente destacou ainda que o custo
ferroviário para atravessar os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro e chegar ao Complexo Portuário da Baía de Sepetiba supera o
valor do frete para China, que é cerca de US$
12 por tonelada e percorre mais de 16 mil km.
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Da esquerda para a direita (atrás): Murilo Ramos Matos, gerente de Logística,
Juliano Dalla Rosa, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho, Aércio Januzzi, gerente geral,
e Elton Carlos Souza, gerente de Beneficiamento. Na frente: Leonardo Xavier, gerente de Manutenção,
Giane Cássia Araújo, gerente de RH e Comunicação, Edgar de Souza, gerente de Apoio Administrativo, e
Germano Viana Coimbra, supervisor de Mina
Neste cenário, a mineradora intensificou
as ações de redução de custo, buscando
uma melhor eficiência produtiva nas minas
e nas plantas. “Todo o esforço que é feito
na área produtiva é válido, uma vez que as
margens são impactadas pelo alto custo logístico”, completa.
Segundo a gerência, o grande desafio é
dar continuidade à redução dos custos em
toda a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo,
elevar a qualidade do produto final a fim de
obter uma maior competitividade junto aos
clientes. Em 2014, a mina de Serra Azul,
visitada com exclusividade pela reportagem
da revista Minérios & Minerales, teve
uma produção de 1,8 milhão t de minério de
ferro, sendo 20% de lump ore (granulado) e
70% de sinter feed.
Setembro 2015 | 17
Mina de Serra Azul foi adquirida em 2008
Minério de Ferro
A ArcelorMittal adquiriu a mina de Serra Azul em 2008, após a implantação de uma Unidade
de Tratamento de minério fino feita pela London Mining. A empresa britânica havia comprado a área da Minas Itatiaiuçu, pertencente à família Tavares.
A mina tem capacidade produtiva de mais de 500 mil t/ano de minério de ferro granulado;
e de 3,3 milhões t/ano de sinter feed. Em Serra Azul, a ArcellorMittal tem como vizinhos a
Usiminas e a Minerita. A área licenciada abrange 620 hectares, com reservas estimadas em
mais de 1,2 bilhão t de recurso geológico potencial. A vida útil da mina supera os 100 anos.
As jazidas estão inseridas no Quadrilátero Ferrífero, que é a maior área produtora de minério de ferro no País. Especialistas estimam que a região, que corta os municípios de Brumadinho, Igarapé, Itatiaiuçu, Itaúna, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, possui reservas de
mais de 3 bilhões t de minério de ferro.
Já a Mina do Andrade, que completou 80 anos este ano, foi fundada em 1935 pela CSBM
(Companhia Siderúrgica Belgo Mineira) e retomada da Vale (que havia arrendado) pela ArcelorMittal em 2009. A mina se destaca por ser a única unidade do grupo a atingir a marca de
23 anos sem acidentes com perda de tempo. Situada em Bela Vista de Minas, no Vale do Aço,
a unidade atende à siderúrgica da empresa em Monlevade (MG) e, a partir de 2011, iniciou
suas vendas para o mercado doméstico. Em 2012, com a expansão da mina, a capacidade
passou de 1,5 milhão para 3,5 milhões t/ano de sinter feed. A lavra do minério de ferro é
realizada a céu aberto e o embarque para a usina é feito por ferrovia.
Centralização das compras
e estoque enxuto
De acordo com Edgar de Souza Júnior,
gerente de Apoio Administrativo, o programa de redução de custos abrange todas
as áreas da empresa, sendo um processo contínuo, ou seja, não tem prazo para
terminar. “Todos os fornecedores foram
convocados e deram a sua contribuição.
Revisamos os contratos de suprimentos,
serviços de transporte, refeitório, vigilância, materiais de limpeza, insumos industriais, entre outros”, afirma.
Os estoques mantidos pela empresa
também foram reduzidos a fim de diminuir
os custos e se aproximar do formato just-in-time. Para isso, a mineradora teve que
aprimorar o planejamento e o fluxo dos
pedidos. De dezembro de 2014 a agosto
deste ano, a companhia reduziu em 25%
o volume dos seus estoques, diminuindo
o armazenamento de peças, combustíveis,
materiais e lubrificantes.
“Tivemos que intensificar o follow up
(acompanhamento) com os fornecedores
para que pudéssemos trabalhar com mar-
Equipamentos da planta da mina Serra Azul
Equipamento
Tambor magnético WDRE
Modelo
WDRE 24” x 72”
Quantidade
Fornecedor
Capacidade
de alimentação
6
Inbras
72 - 85 t/h
Tambor magnético WDRE
WDRE 24” x 120”
6
Inbras
120 - 145 t/h
Tambor magnético WDRE
WDRE 24” x 120”
1
Steinert
121 - 145 t/h
Jigues
HJ-7/16H
2
Inbras
70 t/h
Espirais concentradoras
HC1 Triplas (6 voltas)
50
CPG
8 t/h
Concentrador magnético
de alta intensidade
WHC-200DHX
2
Inbrás
200 t/h
Hidrociclone
500 CVX-10
3
Weir
130 - 260 m³/h
Hidrociclone
250 CVX
2
Weir
40 - 100 m³/h
Hidrociclone
150 CVX-10
24
Weir
20 - 40 m³/h
Britador de mandíbulas
BMI-805
2
IMIC
110 t/h
Britador cônico
CH430:01
1
Sandivik
240 t/h
Espessador
E-Cat mod. 10M Ø
10,0m x 17,0m9
1
FLSMIDTH
1.200 m3/h
Classificador Espiral
78’’X42’’Wemco
1
Miningtech Saurer
-
18 | Setembro 2015
gem de segurança e reduzir o estoque sem
comprometer as demandas dos colegas da
manutenção e produção”, comenta.
A plataforma de compras, localizada em
Belo Horizonte, atende os contratos das
duas unidades minerárias e das sete usinas
siderúrgicas.
Primarização da manutenção
Como parte do processo de diminuição
dos gastos, a equipe de manutenção da
mina de Serra Azul passou a realizar alguns
serviços que antes eram terceirizados, como
os reparos das correias transportadoras e
reformas das caçambas dos caminhões.
“Com um rearranjo na equipe de manutenção, conseguimos fazer essas atividades
sem a necessidade de contratação externa.
Utilizamos melhor o conhecimento interno
entre nossos profissionais, aumentando a
produtividade e conseguimos reduzir custos“, afirma Leonardo Augusto Rocha Xavier, gerente de Manutenção.
Para um melhor gerenciamento e execução
das atividades de manutenção, a empresa
utiliza o programa SAP (desenvolvido pela
empresa alemã de mesmo nome que atua na
área de softwares de gestão empresarial).
Entre os itens mais trocados ou repostos
estão as correias transportadoras, materiais
de desgaste, componentes do trem de força
da frota móvel, lubrificantes e combustíveis.
No primeiro semestre, a empresa instalou
um sistema de abertura e fechamento da
boca do britador secundário. Com a tecnologia, fornecida pela Sandvik, foi possível aumentar o intervalo de troca da manta
de revestimento do britador em 30%. O
equipamento é constituído de sensores
inteligentes, que enviam informações para
um software gerido na sala de controle. O
sistema faz o processamento dos dados e
fornece parâmetros para a abertura e fechamento da entrada do britador, possibilitando
máxima carga de trabalho e um desgaste
uniforme do seu revestimento.
Desmonte é feito
por equipe própria
Após o planejamento de lavra, o processo
produtivo da Mina de Serra Azul se inicia
com a execução dos furos para desmonte.
Para esta atividade, a equipe dispõe de duas
perfuratrizes Sandvik, modelos DX 800, de
4”. A malha utilizada é de 2,5 x 3,5 m e as
bancadas possuem em torno de 10 m.
A própria equipe da ArcelorMittal faz o
desmonte, com a utilização de explosivo do
tipo granulado e emulsão. Por mês são con-
Foto: Minérios & Minerales
Diante do atual cenário, mineradora intensificou as
ações de redução de custo na mina e na planta
sumidos cerca de 8.000 kg de explosivos,
fornecidos pela Pirobrás Indústria. As detonações são diárias, de segunda a sábado.
Após o desmonte, escavadeiras Liebherr
954 C fazem o carregamento dos caminhões
– ao todo, são 13 caminhões, 11 Scania
8X4 P420 de 34 t e dois Randon 430M de
30 t. O material é depositado em uma pilha
pulmão, que fica aproximadamente a 1,2 km
de distância da mina.
Na sequência, uma das seis pás-carregadeiras da empresa, modelo 580 Liebherr,
alimenta o sistema de britagem (primária
e secundária), composto por um britador
cônico Sandvik CH430, de 240 t/h, e um
britador de mandíbulas IMIC BMI-805.
Complementam o circuito de tratamento,
dois conjuntos de peneiras, concentradores
e tambores magnéticos da Inbras e Steinert,
hidrociclones da Weir, um espessador da
FLSmidth e um classificador espiral da Miningtech Saurer.
O resultado do processo são dois produtos com granulometria distintas, o lump ore
e sinter feed. O rejeito da produção, formado
em sua maioria por argila e quartzo, é direcionado para o espessador para se recuperar
a água. A empresa reutiliza 74% da água da
unidade. A meta é atingir pelo menos 90%
nos próximos anos – a água nova é captada
em poços artesianos na área da planta.
SSMA - certificações
As Minas de Serra Azul e do Andrade possuem a certificação, nível 5 estrelas, da IRCA
(International Register of Certificated Auditors), consultoria independente sul-africana.
As unidades têm também a certificação OHSAS 18001:2007, pela auditoria de Gestão
de Saúde e Segurança do Trabalho.
“A segurança é prioridade máxima da
companhia, sendo o seu principal valor.
Além da preocupação com o bem estar
físico e mental dos nossos funcionários,
dentro e fora da empresa, um acidente
pode implicar na parada da produção e
em altos custos”, afirma Juliano Dalla
Rosa, gerente de Saúde e Segurança do
Trabalho.
Dalla Rosa afirma ainda, que a empresa
realiza constantemente treinamentos e cursos com os funcionários, com o intuito de
reforçar as boas práticas de saúde e segurança. Ele ressalta que foi feito um trabalho de
conscientização sobre a importância do uso e
conservação do EPIs. “Com esse programa,
conseguimos reduzir em 30% os gastos com
os materiais de proteção”, comemora.
Em 2015, a mineradora foi agraciada
pelo 170 Prêmio de Excelência da revista Minérios e Minerales pelo projeto
“Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente”, que objetiva estimular os estudantes
a desenvolver uma visão mais ampla
da questão ambiental e humana sobre a
natureza. Outro projeto premiado refere-se ao programa Anjo da Guarda, que
visa a implementação de mudanças de
comportamento e atitudes relacionadas à
segurança. Estes programas, assim como
as outras ações socioambientais da empresa, são desenvolvidas pela Fundação
ArcelorMittal Brasil, criada em 1988.
“Nossos programas, nas áreas de cultura,
saúde, educação, meio ambiente, beneficiam mais de 6 mil pessoas nas regiões em
que atuamos. Apesar do cenário adverso,
mantivemos todas essas ações para este
ano”, afirma Giane Araújo, Gerente de Recursos Humanos e Comunicação.
Setembro 2015 | 19
Foto: DNPM / Divulgação
Projeto visar recuperar minérios contidos no material retirado em Serra Pelada
Empresa japonesa planeja
processar rejeito de Serra Pelada
Ouro
Myabras e cooperativa da região firmaram contrato que tem como objetivo recuperar ouro
das pilhas de rejeitos, acumuladas durante décadas de exploração em Serra Pelada
A
pós a saída dos canadenses da Colossus, a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que detém os direitos
minerários em Serra Pelada, famosa área
mineral localizada em Curionópolis (PA),
fechou um acordo recente com a japonesa
Myabras (Mineração Yamato do Brasil). A
companhia pretende processar o material
secundário da mina, formado por lama da
cava e conhecido como “montoeira”.
A ideia é recuperar minérios como ouro,
platina e paládio contidos no material retirado durante as atividades de lavra manual,
iniciadas no final da década de 70. Segundo
a Myabras, haveria 23 toneladas de minérios, incluindo ouro, em pilhas em volta do
antigo garimpo de Serra Pelada. A empresa
se propôs também a criar um fundo para recuperação ambiental da região e ainda gerar
energia por meio de resíduos sólidos.
O governo do Pará manifestou apoio
ao novo projeto, mas se mostrou preocupado com a instabilidade na direção
da cooperativa. Durante a parceria com
a Colussus, ex-digirentes da Coomigasp
teriam desviados mais de R$ 50 milhões
20 | Setembro 2015
que deveriam ter sido distribuídos para os
garimpeiros. A estimativa é que a empresa
canadense, que declarou falência no início
de 2014, tenha investindo R$ 450 milhões
para reativar os trabalhos de lavra.
Após receber as licenças, previstas para
este ano, a Myabras se comprometeu em
apresentar, no prazo de trinta dias, um
plano diretor de serviços e lavras para a
recuperação de ouro e mercúrio em rejeitos de Serra Pelada, e em seguida, iniciar
as atividades de pesquisas e desenvolvimento mineral das áreas objeto do contrato de parceria. A licença tem validade
de um ano, podendo ser renovada.
Pelo contrato, a empresa arcará com todos
os custos em investimentos necessários
quanto às pesquisas e desenvolvimento mineral para o tratamento do material secundário, ficando a cooperativa isenta de qualquer ônus. A Myabras ficará com 49% do
volume de minérios recuperado das pilhas,
o restante (51%) se destinará à cooperativa.
“Formigueiro humano”
Serra Pelada, que já foi tema de filmes
como “Os Trapalhões na Serra Pelada”
(1982) e “Serra Pelada” (2013), ficou
conhecida na década de 80, na chamada
corrida do ouro. Com uma área de mais de
5 mil hectares, a região se tornou o maior
garimpo a céu aberto do mundo, com mais
de 40 mil garimpeiros, sendo chamada de
“formigueiro humano”. Segundo dados
do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), foram retiradas da mina
mais de 30 toneladas de ouro.
Ao final de 1984, a profundidade do cratera da cava já era de quase 200 m. A partir daí, a produção de ouro passou a diminuir e em 1990 somente 600 kg de ouro
foram extraídas. Esta cifra caiu para 13 kg
em 1991, ano em que através de portaria
ministerial, os direitos de lavra de Serra
Pelada foram repassados para a Vale. A
mineradora recebeu uma indenização de
R$ 59 milhões do Governo, pois tinha direitos sobre as jazidas de ouro, que foram
invadidas por milhares de garimpeiros.
O garimpo foi fechado em 1992 por
falta de segurança. Em 2002, o governo
aprovou um decreto que concedeu à Coomigasp o controle das atividades em uma
área próxima a Serra Pelada.
AngloGold Ashanti implanta novo
modelo de slot com furos longos
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Foto: R
eflex
A
pós testes bem sucedidos, a AngloGold Ashanti implantou um
novo modelo para a abertura de
slots (face livre inicial para facilitar a detonação dos demais furos) e controle de
perfuração na unidade Serra Grande, em
Crixás (GO). O distanciamento entre os
doze furos do processo de detonação aumentou de 2 para 15 m de comprimento, o
que possibilitou uma redução do tempo de
exposição do empregado na atividade de
carregamento dentro do slot e aumentou a
produtividade do método sublevel stoping
(extração de média e larga escala). De acordo com o engenheiro Rodrigo Fideles, Chefe de Produção da AngloGold Ashanti, para se realizar a liberação de um slot de 15
m eram necessários, em média, três dias. Já
o processo atual a liberação é feita em apenas
um dia. O novo método, aplicado nas minas
de Pequizão e Mina 3, deve se estender a todas as minas da unidade Serra Grande.
“Agora, o desmonte é realizado de uma
só vez, eliminando as perdas de tempo na
liberação dos realces de lavra e reduzindo
a exposição do homem dentro de slots.
Recentemente, teste realizado na mina de
Utilização do equipamento,
fabricado pela australiana Reflex,
visa identificar possíveis desvios
na direção e inclinação dos furos
corpo Pequizão alcançou a marca de 90%
de assertividade”, ressalta Fideles.
Segundo o engenheiro, anteriormente,
em função dos desvios acentuados e da
obstrução proveniente de detonações anteriores, vários furos eram impedidos de
serem carregados, o que retardava o processo de abertura dos slots e a liberação
das áreas de lavra para desmonte.
“A ação variava devido às condições de
cada desmonte. Em um slot de 15 m eram
necessários em média oito fogos. A quantidade de explosivos utilizada por metro é
a mesma. O que alterou é a necessidade
de refazer o carregamento e desmonte por
causa da ineficiência do avanço quando se
carregava de dois em 2 m, o que impactava
no consumo de explosivos”, explica.
Setembro 2015 | 21
Desmonte
Novo método de desmonte agiliza liberação das áreas de lavra
e diminui a exposição dos funcionários nas frentes
Foto: AngloGold Ashanti/Divulgação
Equipamento auxilia
na perfilagem dos furos
Lavra
Este ano, a AngloGold Ashanti passou a
utilizar o aparelho Reflex, com o objetivo
de identificar possíveis desvios na direção e inclinação dos furos. Os testes com
o equipamento, fabricado na Austrália,
empresa especializada em equipamentos
de perfilagens e direcionamento de furos
geológicos, começaram no final de 2013.
O aparelho, que foi essencial para a
otimização do novo processo de abertura de slots, é um equipamento digital e
magnético, que é usado para medições
de trajetórias de furos de sondagem. Sua
principal função é mapear a direção e inclinação dos furos, onde os levantamentos são executados em intervalos que podem variar de acordo com a metragem do
furo. Para este trabalho, o intervalo entre
as medições são leituras a cada 1 m.
“O Reflex auxilia na identificação do
comportamento de furos longos e permite
conhecermos os fatores que impactam em
parâmetros operacionais como recuperação de lavra e diluição”, destaca Fideles.
Após a realização dos estudos, será
possível definir com o aparelho um padrão de desvio para cada mina, além de
possibilitar a adequação dos projetos de
perfuração e carregamento personalizado,
visando a aumentar a eficiência nas detonações.
O distanciamento entre os doze
furos do processo de detonação
aumentou de 2 para 15 m de
comprimento em Serra Grande
O modelo de slot utiliza uma linha de furos interconectados e que foram alargados
de 5” para 6”. Para assegurar a qualidade
na abertura de slot, em apenas uma etapa,
foram adotados testes com hastes tubos,
novos tipos de bits de diferentes diâmetros e realizada a perfilagem (método que
introduz um aparelho no interior dos buracos para medições das trajetórias) para
entender o perfil de desvio dos furos. Além
disso, foram realizados treinamentos com
os operadores do Simba (equipamento
utilizado para realização dos furos longos).
“Os resultados alcançados foram expressivos. Com hastes convencionais
os desvios medidos chegaram até 2,5 m
ao final dos furos, enquanto que, com a
utilização de haste guia, os desvios foram, em média, de 30 cm. A perspectiva
é de que este projeto seja implantado
22 | Setembro 2015
em todas as lavras ascendentes nas
minas subterrâneas da Serra Grande”,
comenta Fideles.
Os bits de 3”, hastes tubo guia, hastes T38
e alargadores de 6” foram fornecidos pela
Sandvik e Atlas Copco – esta última empresa também é a fabricante do Simba de mesa,
com perfuratriz COP 1838, modelo 1354.
“O principal objetivo deste projeto é a redução do tempo de exposição do homem
dentro de slots por ser uma atividade crítica e de alto risco. Como o processo ainda
é recente, não temos todos as vantagens
financeiras contabilizadas, mas é possível
observar ganhos expressivos com materiais
de perfuração e explosivos”, completa.
E 2014, a produção total da unidade
Serra Grande foi de 1,3 milhão t (ROM),
sendo 720 mil t provenientes da lavra por
sublevel stoping.
Sublevel stoping
O método sublevel stoping, que já foi
tema de palestra do Workshop de Redução
de Custo na Mina e na Planta, da revista
Minérios & Minerales, foi originado
por volta de 1900 em minas de ferro de
Michigan, nos Estados Unidos. Trata-se
de um processo utilizado para possibilitar
uma produção em alta escala, com o chamado long holes (furos longos).
Segundo Rodrigo Fideles, a inclinação
do corpo de minério é o principal fator
para escolha do método, preferencialmente deve ter inclinação superior a 600,
“Atualmente, a Serra Grande executa o
método trabalhando com corpos de baixa
inclinação (superior a 400)”, afirma.
O engenheiro destaca as vantagens do
processo com sendo a baixa diluição e
alta recuperação de lavra, larga escala de
detonações e alta produção são características positivas, além, é claro, da menor
exposição do homem durante a limpeza
do minério detonado, baixo custo de produção e melhor ventilação das galerias.
Serra Grande estende
vida útil dos motores diesel
a 20 mil horas
A
equipe de Manutenção da AngloGold Ashanti conseguiu elevar a vida útil, a produtividade e
a disponibilidade dos motores a diesel
dos caminhões AD30 de 12 mil para 20
mil horas, na unidade Serra Grande, em
Crixás (GO). O aumento foi possível
graças a adoção de técnicas de manutenção preditiva e preventiva, pessoal qualificado e otimização do uso de
componentes.
O método de lavra mais utilizado atualmente nas minas da unidade Serra Grande é o sublevel stopping que, em função
de ser muito mais produtivo, exige mais
da frota de equipamentos pesados que os
demais métodos. Desta forma, o estudo,
iniciado em 2011, visava reduzir a quebra prematura dos componentes e evitar
paradas prolongadas dos equipamentos.
Foram avaliados motores (Diesel C15) da
frota de caminhões AD30, modelo Cater-
pillar. “O trabalho permitiu o salto de uma
situação estimada de 29 trocas previstas
para 15 executadas e um acréscimo da
vida dos motores em 66%. Para se ter
ideia, já no segundo ano, alcançamos
14 mil horas de durabilidade de alguns
motores”, afirma Francisco Neto, chefe de
Planejamento de Manutenção. A economia obtida nos últimos quatro anos é de
R$ 2,6 milhões.
Ao longo do desenvolvimento do
projeto, foram utilizados o programa
de análise de óleo, o monitoramento do
desempenho e as inspeções durante a
desmontagem dos motores falhados/
substituídos por vida útil exaurida,
com a finalidade de detectar falhas prematuras. “Todas as falhas prematuras
verificadas têm a mesma causa: o desgaste nos cabeçotes e, em função desta
falha, tiveram o rompimento do bloco,
empeno da(s) biela(s) e quebra do eixo
balancim, dentre outros danos”, explica
Celso Arruda Gundim, supervisor de
Manutenção Mecânica.
A criação de uma ferramenta específica de gestão dos dados foi um dos
grandes diferenciais do projeto. Com a
introdução dessa ferramenta foi possível
receber mais variáveis como horas trabalhadas, pressão de lubrificação e análise de óleo, além de traduzir os dados
em previsão de troca do componente. “A
nova ferramenta colabora na projeção de
troca, compilando informações e transformando o resultado em uma data futura
estimada, com alto grau de assertividade e confiabilidade”, destaca Francisco
Neto. A iniciativa também contou com
a participação do fornecedor do equipamento (dealer Caterpillar) na capacitação dos envolvidos com o programa
de análises de óleo e na execução das
avaliações técnicas de desempenho.
Foto: AngloGold Ashanti
"Projeto aumentou em 66% a vida útil
dos motores", Francisco Neto, chefe de
Planejamento de Manutenção
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Setembro 2015 | 23
Lavra
Projeto para prolongamento da vida útil dos motores gerou uma economia
de R$ 2,6 milhões nos últimos quatro anos
Método de análise dispensa
o uso de ácido
Método desenvolvido pela Samarco para medir níveis de óxido de Ferro (FeO)
das pelotas de minério reduziu o custo das análises em 90% e eliminou o uso de ácido nos processos
das pelotas de minério, era necessária a
utilização de ácido em diferentes etapas
da análise química clássica, o que não
ocorre com a nova metodologia.
“A técnica desenvolvida utiliza as propriedades magnéticas da magnetita para
avaliar o FeO da pelota e do minério de
ferro. Ou seja, a análise que anteriormente
era por via úmida (química) passou a ser
física. Basicamente, utiliza-se o material
pulverizado da qual se deseja medir o
FeO. Este é inserido em recipiente com
massa e volume conhecidos, onde mede-se o índice de permeabilidade magnética. Ao final, o material é descartado. Uma
equação é utilizada para que o FeO seja
obtido a partir do índice medido”, explica.
Com a metodologia, a Samarco conseguiu reduzir o tempo das análises em
93%, uma vez que antes eram necessários 86 minutos para concluir os trabalhos. Agora, com a nova metodologia,
o teste é feito em apenas seis minutos.
Tem-se, portanto, ganhos no âmbito fi-
nanceiro, com a diminuição do custo das
análises em 90%. Há ainda o benefício
ambiental, provocado pela diminuição
de 85% na geração de resíduos ricos em
cromo – inevitáveis pela rota química.
De acordo com Heidy, os resultados obtidos com o novo procedimento permitiram ainda efeitos positivos no que tange a
saúde e a segurança dos empregados do
setor, que passaram a ter menos exposição ao ácido utilizado na análise clássica.
“Com o novo procedimento, diminuímos
os riscos relacionados ao manuseio de
ácidos, assim como de queimadura devido a utilização de chapa quente”, enfatiza.
A metodologia aplicada permitiu até
mesmo o reconhecimento técnico em
premiações do setor. Este ano, o projeto
foi vencedor do Prêmio Técnico de Reconhecimento da Vale, cuja premiação foi
realizada durante o Seminário de Redução
de Minério de Ferro, promovido pela Associação Brasileira de Mineração (ABM),
no mês de agosto.
O método, desenvolvido internamente, reduziu em 90% o
custo de análise e em 85% a geração de resíduo cromo
Foto: Samarco
Pelotização
U
ma nova técnica para medir os níveis de Óxido de Ferro (FeO) das
pelotas de minério produzidas pela
Samarco tem dado resultados positivos
para a empresa no que diz respeito a ganhos ambientais, financeiros e à segurança
de profissionais envolvidos. O método, desenvolvido pela Gerência de Engenharia de
Processo, Automação e Instrumentação,
em Ubu (ES), possibilitou a redução de
90% no custo de análise, a diminuição de
85% na geração de resíduo cromo (proveniente do ensaio químico), além de ganhos
em segurança do trabalho, pois agora os
empregados não precisam mais manipular
ácido para realização do teste.
O projeto, intitulado ‘Avaliação da influência das trincas no índice de permeabilidade magnética das pelotas para definição
de novo método de medição do FeO’, foi
implantado na Unidade de Ubu há cerca
de um ano. A técnica de processo, Heidy de Oliveira Simões, explica que para
medir os níveis de óxido de ferro (FeO)
24 | Setembro 2015
Projeto Patrocínio
dá continuidade
ao licenciamento
em Minas Gerais
Vale pretende produzir 1,6 milhão t de
minério de fosfato em Patrocínio, MG
Foto: SICME
Fosfato
A
Vale Fertilizantes está dando continuidade ao processo
de licenciamento de seu projeto em Patrocínio (MG). A
proposta é lavrar o minério de fosfato e fazer a expedição, via ferroviária, para unidade da empresa em Araxá, onde o
minério será tratado.
O licenciamento inclui a realização de uma Audiência Pública, prevista para 30 de setembro, na cidade de Patrocínio. A
implantação do projeto depende também de aprovação pelo
Conselho de Administração da Vale.
A expectativa de produção em Patrocínio é de 1,6 milhão tde
minério de fosfato no primeiro ano de atividade, chegando a 7
milhões t/ano nos anos seguintes.
Para a etapa de implantação, estima-se um contingente de
200 pessoas trabalhando no período de pico da obra. Já na
fase de operação serão abertos mais de 500 postos de trabalho.
Além disso, a expectativa da movimentação da economia gerada pela instalação da empresa deve contribuir para a criação
de empregos indiretos, voltados para suprimento de produtos e
serviços ligados à mineração.
Ao integrar e otimizar a utilização de dois ativos importantes
– a jazida mineral de Patrocínio e a usina já existente em Araxá
– a Vale Fertilizantes poderá continuar a atender ao mercado
com um produto de alta qualidade e a um custo mais competitivo. Desta forma, Patrocínio passará a integrar o sistema de
produção de fosfatados da Vale Fertilizantes, que inclui ainda
os municípios de Uberaba, Tapira e Araxá, em Minas Gerais, e
Catalão, em Goiás.
Setembro 2015 | 25
Projeto modular otimiza
custos em 25%
Disponível em módulos de 5 m, a tecnologia é 25% mais barata que os transportadores de correia convencionais
26 | Setembro 2015
pode ser transportado em caminhões
padrões (com largura de 2,4m, comprimento de 12m e altura máxima de
carga de 4,3m), sem a necessidade de
transporte especial ou uso de batedores
e contêineres.
“Esse é o primeiro transportador dobrável e modular do mercado”, destaca
o engenheiro. Segundo testes realizados
pela Metso, um caminhão padrão é capaz de suportar até quatro TCM’s completos, de 15m. Para finalizar a instalação na planta do cliente, basta o auxílio
de um guindaste para remover o transportador do caminhão e a fixação dos
itens restantes, tais como as proteções,
passadiços e apoios.
Além dos diferenciais já citados, o
transportador de correia modular exige o mínimo de fundações civis, o
que é viabilizado por uma característica construtiva do equipamento: uma
base maior. “Desde que o cliente faça
a compactação correta do solo, basta fazer uma chumbação no solo para
ventos laterais. O TCM está pronto para
uso”, finaliza Custódio.
Foto: Metso
Transporte
A
Metso, fornecedora global de
possível identificar os tamanhos mais
tecnologia e serviços para inutilizados na mineração de agregados.
dústrias de processos, lançou o
Com base nessas informações, a empreTCM, um novo transportador de correia
sa desenvolveu o projeto do TCM conmodular com estruturas padronizadas
siderando três larguras principais: 20,
em módulos de 5m de comprimento, que
24 e 30 polegadas. Para cada largura,
permitem versatilidade e flexibilidade na
foram desenvolvidos projetos com três
adequação de layouts. O equipamento
comprimentos – 15m, 20m e 25m – e
foi desenhado para todos os segmentos
aplicação de potências entre 7,5 HP e 25
da indústria, com o objetivo de atender a
HP. Após estabelecer as medidas princidemanda crescente do mercado por sopais, o próximo passo foi desenvolver o
luções mais versáteis, que reúnem alto
sistema de módulos, que foram fechados
desempenho, maior durabilidade, fácil
a cada cinco metros.
montagem e baixa manutenção. Com
Custódio explica que, para cada módulo,
menor variabilidade dos itens, manutené aplicado um sistema Poka Yoke, que imção mais simples e ajustes precisos, a
pede a montagem dos módulos de forma
nova solução da Metso é cerca de 25%
errada. Este conceito faz parte do Sistema
mais barata que as outras opções do
Automotivo de Produção e foi desenvolvimercado e é ideal para instalações de
do a partir do princípio de ‘não-custo’. “Foi
britagem e transportes de materiais.
desenvolvida, também, uma única peça
“O TCM vem para minimizar alguns
que permite a união entre os módulos e
problemas que tínhamos com os transsuas articulações”, complementa.
portadores convencionais. Como eles
Outra vantagem da solução é o sisteiam 100% desmontados para o cliente e,
ma de dobramento, que foi desenvolvido
na maioria das vezes, eram contratados
para permitir que todos os transportamontadores externos, surgiam complidores atinjam um comprimento final de
cações na hora da montagem”, explica
10m para transporte. Com isso, o TCM
o engenheiro de instalações da
Transportador possui módulos de 5 m de
Metso, Bruno Custódio. Ele
comprimento, o que facilita a adequação de projetos
conta que, hoje, todos os modelos do novo transportador saem
de fábrica com aproximadamente 80% de seus itens principais
montados e inspecionados pela
equipe de qualidade, o que garante a agilidade de montagem
em campo. Essa vantagem torna
o projeto apropriado também
para plantas móveis, que exigem a desmontagem rápida dos
transportadores.
Por meio de pesquisas realizadas pela equipe de engenheiros
da empresa, que considerou os
dados de utilização de transportadores de correia da base de
clientes entre 2010 e 2013, foi
Maior britador de rolos
de alta pressão mostra
eficiência energética
O modelo HRC 3000 está operando na mina de cobre da Freeport-McMoRan, em Morenci, Arizona
Foto: Freeport-McMoRan
E
ficiência energética é a chave para o
sucesso nas minas e pedreiras modernas. O maior potencial de economia de energia e custo se encontra no
processo de cominuição, no qual o minério
é triturado e britado em partículas menores.
O HRC 3000 é resultado de uma estreita
colaboração entre a Metso e a Freeport-McMoRan Inc. O objetivo foi desenvolver um
circuito de britagem HPGR de alta eficiência
para o concentrador Metcalf recém-construído na mina de cobre da Freeport-McMoRan
em Morenci, Arizona. Em cerca de quatro
anos, a equipe passou de um conceito de
projeto para o maior HPGR do mundo em
plena operação.
O HRC 3000 começou a operar na mina
de cobre da Freeport-McMoRan em maio de
​​
2014. A unidade instalada é a maior da categoria no mundo, permitindo menos linhas
de equipamentos, o que reduz a quantidade
de equipamentos auxiliares. Até a data, a
unidade operou por mais de 8.400 horas e
britou mais de 34 milhões t de minério de
Atividades na mina de Freeport-McMoRan em
Morenci, nos Estados Unidos, começaram em 1872
cobre pórfiro. A solução trouxe vários benefícios para a mina Morenci, incluindo um
aumento da eficiência energética estimado
em 13,5% em relação aos HPGRs tradicionais baseados em testes em escala piloto.
O HRC 3000 é o primeiro HPGR de grande
escala a incorporar características de projeto revolucionárias, segundo a Metso, como o projeto
de rolos flangeados e o Arch-frame patenteado.
Dependendo da aplicação, sua capacidade pode
ser superior a 5.400 tph de minério.
”Além de aumentar a eficiência energética
do equipamento, nosso objetivo principal
foi inovar e ultrapassar os limites existentes
para garantir uma solução valiosa para o
nosso cliente. Esse HPGR não é apenas
uma versão em maior escala do que existia no mercado; ele também apresenta soluções tecnológicas que superam algumas
preocupações inerentes tipicamente associadas com os HPGRs tradicionais, incluindo distorção e efeito de borda”, diz Victoria
Herman, gerente de Produto, Britadores de
Rolos de Alta Pressão HRC.
Esteira transportadora substituirá
ferrovia em mina peruana
O novo sistema combina um dos maiores equipamentos de britagem semimóveis
e esteira transportadora terrestre de acionamento sem engrenagem já construído
A
Industrial Solutions, unidade
especializada em engenharia e
construção de plantas da ThyssenKrupp, celebra um contrato com a
Southern Peru Copper Corporation para
fornecer um sistema de britagem primária e esteira transportadora terrestre.
O novo sistema será instalado na mina
de cobre Cuajone, no Peru, em operação
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desde 1976, para o transporte de minério da mina a céu aberto. Ele substituirá
o longo sistema de transporte ferroviário existente e deverá começar a operar
em 2016. O contrato de fornecimento da
ThyssenKrupp inclui engenharia, gestão
de compras e construção, bem como o
comissionamento do sistema completo
de britagem in-pit e transporte (IPCC)
para a unidade de processamento do minério de cobre da mina.
Como parte do novo pedido, a ThyssenKrupp fornece uma unidade semimóvel de britagem com descarga, transferência e dois transportadores terrestres,
com capacidade de 120.000 t de minério
triturado por dia transportadas para a
pilha de armazenamento de minério bruSetembro 2015 | 27
28 | Setembro 2015
cobrem os 7,5 km de distância até a pilha
de armazenamento de minério bruto.
A primeira das duas transportadoras
terrestres terá esteiras ST 6800 com uma
largura de 1,830 mm e funcionará a uma
velocidade de 6,2 m/s. Ela é acionada
por duas unidades sem engrenagem
Siemens de 6.000 kW. Essas unidades
transportadoras, as maiores deste tipo no
mundo, utilizam a tecnologia de Sistema
de Transmissão Integrada da Siemens
para fornecer um alto nível de disponibilidade (superior a 99%), eliminando
muitos dos componentes tradicionais da
unidade de transporte como redutores,
acoplamentos e rolamentos do motor e
os seus tempos e custos de manutenção.
Essa tecnologia não só aumenta significativamente a capacidade das esteiras
transportadoras terrestres para atender
as necessidades de capacidade cada vez
mais elevadas e aplicações de velocidades mais altas, mas também proporciona
uma redução do consumo total de ener-
gia e uma maior eficiência desses sistemas de transporte.
O Sistema de Acionamento Sem Engrenagens (Gearless Drive System) foi desenvolvido pela ThyssenKrupp em parceria com a
Siemens e foi instalado pela primeira vez em
1985 na mina de carvão Prosper-Haniel na
Alemanha. Essa tecnologia tem sido comprovada por uma longa lista de projetos
concluídos com êxito, e com projetos de
pesquisa e desenvolvimento em curso.
Entre os projetos mais recentes de
acionamento sem engrenagens fornecidos pela ThyssenKrupp estão a esteira
transportadora dupla com acionamento
sem engrenagens de 3.800 kW para a
mina Antapaccay da Glencore no Peru,
cinco unidades de acionamento sem
engrenagens de 5.000 kW para um sistema de esteira transportadora terrestre
no Chile, e as esteiras transportadoras
terrestres movidas por quatro unidades
sem engrenagem de 4.400 kW para a
mina Las Bambas da MMG no Peru.
Sistema de britagem e esteira
transportadora terrestre para mina
de cobre de Cuajone, no Peru, é
similar ao fornecido para mina
Ministro Hales, da chilena Codelco
Foto: ThyssenKrupp
Transporte
to. O minério de cobre será alimentado
diretamente em uma unidade semimóvel
de britagem localizada na mina. Rampas
para caminhões feitas de módulos de
aço fornecem acesso aos caminhões da
mina (de carga útil de até 360 tm).
Christof Brewka, diretor da Unidade
Operacional de Mineração da ThyssenKrupp Industrial Solutions: “O novo
sistema de britagem e transporte reduzirá significativamente os custos operacionais e o consumo de energia, bem
como as emissões de CO2. É um bom
exemplo das nossas principais soluções
customizadas para o setor de mineração
que proporcionam valor agregado aos
nossos clientes e ao mesmo tempo ajudam a conservar os recursos naturais”.
Zlatan Azinovic, CEO da ThyssenKrupp Industrial Solutions (Peru): “Como
parte de nossa estratégia de crescimento
global, estamos reforçando ainda mais
a nossa presença na América do Sul.
Nosso centro de serviços no Peru nos
permite oferecer um atendimento melhor
e mais rápido aos nossos clientes locais
dos setores de mineração, minerais e
cimento. Recentemente também investimos em novos centros de serviços no
Brasil e no Chile”.
As principais áreas de serviços e operacionais da planta de britagem, incluindo a
infraestrutura elétrica, estarão fisicamente separadas e independentes da área de
carregamento dos caminhões, o que reduzirá significativamente os níveis de vibração, poeira e ruído. O design semimóvel é especialmente adequado para minas
sujeitas a frequentes atividades sísmicas.
O reforçado triturador giratório de 63
“- 114” da ThyssenKrupp, com o seu
acionamento direto de 1.200 kW, recebe
o material através da moega de alimentação e reduz o minério bruto de cobre
ao tamanho especificado para o produto. O minério triturado é extraído do silo
de armazenagem localizado debaixo do
triturador por meio de uma reforçada esteira alimentadora de baixa
​​
velocidade. A
esteira transportadora ST 1800 de 2.800
mm de largura funciona a uma velocidade
nominal de 1,5 m/s e é movida por uma
unidade convencional de 800 kW e uma
unidade de acionamento de frequência
variável (VFD). A esteira transportadora
de 400 m de comprimento transporta o
minério triturado da esteira de descarga
da planta semimóvel de britagem até duas
esteiras transportadoras terrestres que
Sistema Minas-Rio
economiza 95% de energia
no processo de filtragem
Utilização de filtros cerâmicos permitiram a produção de pellet feed de maior qualidade e com menor custo
um processo adicional para promover a
melhoria do efluente gerado. Além disso,
obtemos uma umidade residual final de,
aproximadamente, 8%”, explica o diretor
de Operações do Sistema Minas-Rio, Rodrigo Vilela.
A tecnologia é usada desde o começo
da operação do Minas-Rio, iniciada no
segundo semestre de 2014, e oferece,
ainda, outros benefícios, como menor ruído e a geração de um efluente de melhor
qualidade. O processo de filtragem do minério de ferro do empreendimento ocorre
na planta de filtragem no Porto do Açu,
em São João da Barra, no Rio de Janeiro,
onde também está localizado o terminal
de minério de ferro por onde o pellet feed
é exportado.
O filtro de disco cerâmico é semelhante
ao filtro de disco a vácuo convencional,
mas com a diferença de o meio filtrante
ser feito de cerâmica porosa, que promove a retenção do pellet feed e a passagem
do filtrado por ação capilar, a qual cria um
nível de vácuo extremamente elevado. As
placas são produzidas em alumina sinterizada, com microporos uniformes, que
permitem que apenas o líquido atravesse
o leito.
Especificações técnicas
Os filtros cerâmicos utilizados na operação do Sistema Minas-Rio possuem as
seguintes especificações:
- Área de filtragem: 144 m²
- Comprimento: 8,750 mm
- Largura: 5,900 mm
- Altura: 4,780 mm
- Peso: 34 ton
- Volume: 35 m³
- Energia instalada: 110 KW
- Energia média utilizada: 70 KW
Foto: Anglo American
Além da economia de energia, tecnologia finlandesa oferece
menor ruído e geração de efluente de melhor qualidade
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Setembro 2015 | 29
Processo
O
Sistema Minas-Rio, da Anglo
American, é o primeiro a utilizar
no País a tecnologia finlandesa
de filtros cerâmicos. Ao todo são 12 filtros, cada um com 180 placas, que devido
ao seu efeito capilar – propriedade física
que os fluidos têm de subir ou descer
em tubos extremamente finos e molhar
um material específico – oferecem um
diferencial significativo para o processo
de filtragem do minério de ferro: uma
economia de 95% de energia elétrica em
relação ao método convencional.
“Nós fizemos vários estudos para identificar a opção que entregaria a melhor
produção de pellet feed com um menor
custo, e os filtros cerâmicos se mostraram mais vantajosos que as outras tecnologias existentes. Seu custo de instalação é menor, reduzimos o consumo de
energia elétrica e não precisamos criar
Garpenberg deve sua
sobrevida à descoberta
imprevista de novo depósito
John Chadwick examina a tecnologia da “mina mais integrada do mundo”
e para onde essa tendência pode levar as operações
Matéria publicada originalmente na edição de agosto 2015 da revista International Mining
Como parte do projeto de expansão, a
Boliden contratou a ABB para implantar
tecnologias de seu conceito “Internet
das coisas, serviços e pessoas”
30 | Setembro 2015
depósito mais rico e de maior dimensão
na história da Boliden, contendo recursos de zinco, cobre, ouro e prata.
Como resultado, em 2011, a Boliden
se comprometeu em investir US$ 580
milhões para expandir e modernizar a
mina, efetivamente construindo uma
nova instalação com base em Lappberget. Como parte do projeto de expansão,
Boliden contratou a ABB para implantar
tecnologias de seu conceito “Internet das
coisas, serviços e pessoas” (loTSP – Internet of Things, Services and People),
proporcionando benefícios de produtivi-
dade para o processamento mineral do
novo concentrador e para as operações
da nova seção subterrânea.
A plataforma de automação 8ooxA em Garpenberg não só controla as áreas da planta,
guinchos e a eletricidade que corre pelos
transformadores de alta tensão da mina,
mas também coordena as sub-operações,
uma vez vistos como tarefas separadas.
“É um alto nível de automação,” explica
o CEO da Boliden, Lennart Evrell. “Depois que os caminhões despejam o minério nos britadores, este é processado
sem tocar em mãos humanas: do guin-
Foto: Boliden
Automação
A
mineração dos depósitos em
Garpenberg, nas proximidades
de Hedemora, no centro da Suécia, teve início no século 13. Ainda
recentemente, pareceu que a mina fosse
fechar; seus recursos de minério estiveram perto de se esgotarem e as sondagens não estavam encontrando nada. No
entanto, um geólogo desobedeceu uma
diretiva corporativa para encerrar com o
programa de exploração e permitiu que
mais um furo fosse feito. A jazida de Lappberget, a mais profunda entre as então
lavradas, foi a descoberta resultante – o
Foto: Boliden
A mineração em Garpenberg, na
Suécia, teve início no século 13
cho até a superfície e através da planta,
24 horas por dia”.
Isso transformou Garpenberg “na
mina mais integrada e avançada do
mundo” e que “está rendendo resultados impressionantes”.
Depois que Boliden e ABB concluíram
o projeto em meados de 2014, a tone-
lagem de minério moído de Garpenberg
subiu quase 60%, para 2,22 milhões t e
a mina atingirá sua capacidade da meta
de 2,5 milhões t/ano até o final de 2015.
Os custos por tonelada foram reduzidos
e tem havido conquistas ambientais
significativas com a diminuição do
consumo de energia, uso de água e de
ruído – para os 500 habitantes que vivem nas proximidades.
O controle do sistema 8ooxA é o “cérebro” por trás da Garpenberg automatizada. Seus operadores e engenheiros,
situados em 33 diferentes locais da unidade, estão conectados aos funcionários
no chão da mina e planta, equipados
com tablet através de uma rede de comunicação com e sem fio, instalada na
planta e em parte da mina subterrânea
que se estende além de 1.000 m abaixo
da superfície.
Adaptado para atender as rigorosas
necessidades de mineração, o sistema
8ooxA controla e coleta dados de mais
de 400 motores elétricos da unidade,
280 acionadores de velocidade variáveis e dois guinchos (para o pessoal
e minérios) no novo poço de 1.200 m​​
para a extração do corpo de minério de
Lappberget.
O sistema integra todas as funções
críticas, tais como a gestão da água, de
britadores, de correias transportadoras,
carregamento de skip, concentrador e
estações de bombeamento. Ele também
controla o sistema SmartVentilation ga-
Foto: Boliden
Depois da automação, realizada em 2014, a tonelagem
de minério moído de Garpenberg subiu quase 60%
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Setembro 2015 | 31
Foto: Boliden
Automação
O controle do sistema 8ooxA da ABB é o
“cérebro” da automação da mina Garpenberg
rantindo que os ventiladores funcionem
às velocidades necessárias para limpar o
ar, após uma detonação ou simplesmente uma fumaça persistente de um veículo
de diesel subterrâneo.
Quando os sensores dos equipamentos
coletam algum feedback que exceda os
parâmetros normais, por exemplo, especialistas da ABB a centenas de quilômetros de distância podem fornecer orientação para ajudar a mineradora tomar
decisões de manutenção pró-ativas, ao
invés de esperar até que algo dê errado.
O resultado é que a companhia economiza tempo, dinheiro e a necessidade
de manter especialistas de alto custo na
própria mina.
Os níveis de automação são inéditos
e há controle o abaixo e acima do solo
para otimizar o desempenho como nunca antes. ABB diz que seu conceito de
“Mineração ao Próximo Nível” é próprio para enfrentar os desafios atuais,
incluindo os preços dos metais voláteis, o aumento dos custos de energia,
legislações mais rigorosas, maiores
exigências de segurança e escassez da
força de trabalho.
“As soluções de energia e automação
32 | Setembro 2015
abrangentes para a mineração no século
21 são uma poderosa demonstração de
como a Internet das Coisas, Serviços e
Pessoas estão mudando fundamentalmente a indústria de mineração”, disse
Peter Terwiesch, presidente da divisão
de Automação de Processos da ABB.
“Minas como Garpenberg enfrentam
regulamentações ambientais, custos
de trabalho e energia maiores e forte
demanda da população e dos trabalhadores em relação à segurança”, diz
Hans Jonsson, gerente geral da Boliden
Garpenberg.
Mais seguro, mais rápido
ABB forneceu uma solução abrangente
para tanto os guinchos de produção e
de serviço. Os sistemas são totalmente integrados na plataforma de controle
da mina, o que significa que ambos os
guinchos de mina podem ser operadas
e supervisionadas a partir de uma única
sala de controle.
O guincho de produção normalmente
opera no modo automático - a caçamba
é preenchida por uma correia transportadora subterrânea em que uma tonelagem
de minério sob medida tenha sido colo-
cada automaticamente. Na superfície, o
minério é descarregado e o sistema tem
uma capacidade para transportar 416 t/h
de minério a uma velocidade de 17 m/s.
A caçamba detém 28,5 t e completa 14,5
viagens a cada hora.
A ABB fornece suporte remoto 24 horas para os guinchos em Garpenberg,
através do Serviço de Monitoramento
do Desempenho de Içamento da empresa (HPMS).
Ventilação sob demanda
O SmartVentilation é uma solução
VOD (Ventilation on Demand), desenvolvida em conjunto com a Boliden,
que fornece ventilação controlada para
entregar ar fresco apenas onde e quando for necessário. Ele minimiza o consumo de energia por meio do uso da
funcionalidade sob demanda. Isso gera
30-50% de economia de energia em
comparação com um sistema clássico.
O sistema também melhora a segurança
através de funções incorporadas que,
em caso de incêndio, por exemplo, impedem a propagação da fumaça através
da mina e permitem uma exaustão dos
gases perigosos mais rapidamente.
Foto: Boliden
O sistema 8ooxA controla e
coleta dados de mais de 400
motores elétricos da unidade,
280 acionadores de velocidade
variáveis e dois guinchos
A instalação do primeiro SmartVentilation na mineradora foi em 2009, com
cerca de 70 ventiladores. Uma atualização e expansão do sistema foram
realizadas em 2013 para o aumento da
produção para 2,5 milhões t/ano. Hoje,
o sistema supervisiona e controla todos
os 120 ventiladores, portas e sensores
de qualidade do ar. O sistema controla desde o fornecimento de ar fresco,
aquecimento, distribuição no interior, e
exaustão do ar viciado da mina.
Tal como acontece com grande parte
desta automação em Garpenberg, a atenção aos detalhes é importante. Por exemwww.revistaminerios.com.br
plo, quando qualquer porta de ventilação
recebe um sinal para abrir, o ventilador
local fechará por um breve período para
reduzir o diferencial de pressão.
O sistema SmartVentilation controla
cinco ventiladores de superfície que
operam em três eixos, com uma potência instalada de cerca de 2,5 MW.
O Minevent 1 (dois ventiladores) fornece 330 m³/s. Minevent 2 (os outros
três principais ventiladores) oferece
297 m3/s, mas que está sendo expandido para 420 m³/s. Os ventiladores de
reforço e auxiliares subterrâneos totalizam juntos aproximadamente 6 MW
do potencial de consumo de energia.
Todos os ventiladores estão equipados
com controladores de frequência variável (VFDs – Variable Frequency Drives)
para o controle de velocidade contínua.
O próprio VFD é uma importante tecnologia de economia de energia. Seu
controle automático é ditado por movimentos dos veículos, jateamentos e
outras atividades que impacta no fluxo
de ar fresco no interior da mina.
Os resultados falam por si:
Melhor qualidade do ar e utilização de
infraestrutura através da funcionalidade
sob demanda.
- Consumo médio de energia de 30%
da potência instalada nominal (~ 2,5
MW).
Controlar a ventilação subterrânea
desta forma também pode ajudar numa
eliminação mais rápida de gases de detonação, o que significa menos tempo de
inatividade. O uso eficiente do sistema de
ventilação também pode postergar novos
investimentos em infraestrutura, devido à
expansão da mina.
A ventilação é de longe o maior consumidor de energia subterrânea. Um
estudo realizado pela Natural Resources
do Canada, em 2005, nomeado “Aferição
do Consumo de Energia das Minas Subterrâneas Canadenses”, mostrou que
o consumo total médio das dez minas
analisadas foi de 90,4 kWh/t de minério
içado. Destes, 44,3 kW foram consumidos na ventilação. Com 49%, está muito
a frente de outros componentes; 10% de
içamento, 9% de perfuração e 7% de remoção e transporte.
Os motores elétricos são a causa de um
enorme desperdício de energia, de modo
que o controle reforçado dos mesmos
apenas nas aplicações de ventilação e de
içamento em Garpenberg gera uma importante contribuição.
O SmartVentilation está totalmente integrado no Sistema 8ooxA e altamente
modularizado:
Fácil de manter e expandir, reduz custos
e melhora a disponibilidade
- As ferramentas de engenharia padrão do sistema 8ooxA tornam-o mais
fácil para se adaptar às necessidades
específicas
- Dados amplos de todo o sistema de
operação segura são divulgados para
os controladores locais para garantir o
controle adequado em situações de não-rede
Setembro 2015 | 33
Foto: Boliden
- Investimento pode ser feito por fases.
Além disso, o SmartVentilation pode
usar informações de qualquer sistema de
rastreamento de localização global para
gerar cálculos de demanda de ventilação. Isto pode ser utilizado ao invés de,
ou em combinação com o rastreamento
do veículo.
Controle de processo
A Garpenberg possui duas estações de
britagem subterrâneas a 700 m e 1.087 m
abaixo do nível do solo, equipadas com
britadores de mandíbula Morgardshammar (velhas, mas ainda muito eficazes,
sendo a mais antiga fabricada em 1958).
A ABB forneceu novos motores e acionamentos para as estações de britagem,
todos integrados ao sistema de controle
8ooxA.
Uma vez içado, o minério vai para o circuito de moagem – um moinho autógeno
e um moinho de bolas, ambos recondicionados pela Outotec. Sistemas de acionamento de moinho é um componente
crítico e a ABB forneceu dois sistemas de
acionamento de moinho de engrenagem
de anel. A solução de velocidade variável
é de fácil manutenção e permite uma operação otimizada.
No downstream, a ABB também forneceu
sistemas de acionamento para as células
Moagem e flotação serão
otimizados através do uso
de dados em tempo real para
detectar mudanças de teor
Foto: Boliden
Automação
A ABB também forneceu
sistemas de acionamento
para as células de flotação,
bombas e espessadores
34 | Setembro 2015
de flotação, bombas e espessadores, bem
como o sistema de controle geral da planta (8ooxA). Controle de processo avançado (APC – Advanced Process Control) na
moagem e flotação é essencial para maximizar a produção de plantas e reduzir o
consumo de reagente químico, bem como
para evitar paradas não planejadas da
planta. O novo concentrador da unidade
possui disponibilidade de 95%.
ABB e Boliden têm um longo histórico
de colaboração bem-sucedida no campo
da tecnologia de automação. Em 2009,
as empresas concordaram em colaborar
em um projeto para alcançar a aplicação
do Model Predictive Control (MPC) para
um circuito de flotação completo. Os objetivos eram duplos; em primeiro lugar
a estabilização do processo, apesar das
perturbações externas, tais como as variações da qualidade de minério. Em segundo lugar, o teor de zinco deveria ser
maximizado, através da recuperação e do
grau de concentrado.
A ABB entregou sua solução de controle de processo avançada para otimizar o
processo de flotação de zinco, de modo
a atingir uma melhor recuperação do
minério em determinado grau. A solução
incrementou o rendimento e deu consistência à qualidade de zinco.
Olhando para o futuro, Terwiesch prevê que o processo seja “otimizado de
acordo com as propriedades de minério”. Moagem e flotação serão otimizados através do uso de dados em tempo
real para detectar mudanças de teor à
medida que o minério é extraído da lavra subterrânea.
A planta pode reagir à variabilidade em
tempo real. O sistema de controle alerta
a planta de processo e ajustes preditivos
são feitos aos circuitos de moagem e na
flotação, de acordo com as propriedades
de minério. “O resultado é maior recuperação e menor consumo de energia”.
Ele também destaca a capacidade de
metas de produção ser otimizada para as
condições de mercado, com “pontos de
ajuste de processo refinados para maximizar retornos financeiros”. Convergência de sistemas de TI e sistemas de controle de processo fornecem informações
de vendas e índices de preços globais.
Isso permite que os sistemas de controle
refinem pontos de ajuste de processo e
maximizem o retorno financeiro para os
preços de material de alimentação e produtos atuais.
Superando expectativas
em eficiência energética
Por Irajá Ribeiro Jr.*
www.revistaminerios.com.br
Conquistando a eficiência
energética
O case da Gerdau é apenas um dos sucessos que contabilizamos. De maneira
geral, a economia conseguida depende
muito da carga solicitada pelo equipamento. Quanto maior a carga, maiores
serão os ganhos. Em nosso histórico,
temos casos de redução de consumo de
3% até 15%. Na média, normalmente,
obtemos resultados em torno de 6% e,
para sermos conservadores, informamos
aos nossos clientes que a expectativa é de
4% na redução média de consumo.
A partir da nossa experiência – adquirida com os mais de 140 cases de eficiência energética – pudemos gerar como
referência que cada 1.000 litros de óleo
sintético Klüber consumido proporciona
uma economia de 1.000 MWh por ano.
Genericamente, esta solução pode ser
empregada em todo tipo e porte de indústria onde exista um grande número
de equipamentos como esse (redutores
e compressores de ar). Percebemos que,
nas indústrias de bens primários (Siderurgia, Mineração, Cimento, Celulose e
Papel, Petroquímica e outras), o consumo energético é significativo, pois, usualmente, nestes tipos de unidade fabris
estão instalados equipamentos de grande porte e, com isso, são as que têm os
maiores potenciais de redução.
Outros fatores que contribuem para a
economia energética são o índice de viscosidade – que mantém a presença do filme
lubrificante, impedindo o contato metal-metal e diminuindo o desgaste – e com a
aditivação diferenciada, juntas, asseguram
a performance dele a longo prazo.
É importante registrar que não há um
limite rígido de volume de carga. Mas,
como também prestamos o serviço de
medição para comprovar os ganhos, podemos adotar como referência que, em redutores ou conjunto de equipamentos em
que a soma da potência nominal instalada
sejam maiores que 50 KW, os ganhos já
são percebidos pela planta e justificam o
investimento inicial.
Recentemente, recebemos a comprovação do sucesso do case. A Gerdau acaba
de solicitar a aplicação em mais três equipamentos: uma bomba, uma trefiladeira e
uma redutora de ponte rolante. Lubrificação
– com altura superior a 10 m – é trabalhosa e, demanda, pelo menos, 6 horas de
serviço, considerando que deve ser feita
nova montagem no local. A implementação
deve ser gradativa; na prática, não há como
trocar todo o lubrificante de uma planta de
uma só vez. Portanto este procedimento
deve seguir um cronograma, sendo ele
substituído à medida que sua vida útil nos
equipamentos vai chegando ao fim.
(*) Irajá Ribeiro Jr., gerente de Mercado – Sustentabilidade e Eficiência Energética da Klüber Lubrication.
Lubrificante sintético gerou uma economia
de 5% no consumo de energia da torre
de resfriamento da Gerdau
Foto: Klüber Lubrication
P
ara medir o percentual de economia gerado e verificar quais são
os benefícios mecânicos que o
óleo sintético oferece quando comparado
com o óleo mineral, a Klüber Lubrication
realizou um projeto piloto na Gerdau. Este
experimento se deu entre setembro e dezembro de 2014, em um redutor da torre
de resfriamento, na usina de Pindamonhangaba, em São Paulo.
O projeto consistiu na utilização do lubrificante sintético Klüber Lubrication, de base
Poliglicol, e no acompanhamento do desempenho do produto, durante três meses.
Passado esse período, foi verificado que a
utilização desse lubrificante proporcionou
uma economia média de 5%, ou cerca de
R$ 3.000,00 por ano, em cada equipamento,
considerando a redução anual de consumo
de aproximadamente 20 MWh.
Para a comparação e aferição da efetividade do projeto, tomamos como base o
fato de que na Gerdau a troca de óleo mineral ocorria a cada 12 meses, em média.
Com o uso do novo lubrificante sintético
Klüber Lubrication, que tem uma vida útil
cinco vezes maior, o período de substituição passou a ser a cada 60 meses. Além
disso, há um ganho energético anual de
80%, em razão do menor atrito das peças
– nossos lubrificantes têm coeficientes
de atrito 50% menores se comparados a
um convencional. Essa economia faz com
que, em até um ano, todo o investimento
feito no produto seja recuperado.
Registramos também que o cliente consegue o benefício da redução de mão de
obra – pois não precisa mais realizar a
troca a cada ano e, sim, a cada cinco anos
– , e gera menos descarte de óleo usado
– já que, com período entre trocas maior,
uma quantidade cinco vezes menor de
óleo será descartada – e, principalmente,
diminui problemas mecânicos – menor
coeficiente de atrito é igual à redução de
desgaste das peças e menos problemas
com a oxidação do óleo –, com isto, aumentaram os índices de confiabilidade e
da disponibilidade do equipamento.
A troca de óleo nesse tipo de maquinário
Setembro 2015 | 35
Indústria prevê a retomada
da mineração no horizonte
E
ntre os dias 14 e 17 de setembro, cerca de 60 mil pessoas prestigiaram, em Belo Horizonte (MG), a 16a edição
da Exposição Internacional de Mineração e o Congresso
Brasileiro de Mineração (Exposibram), organizada pelo Instituto
Brasileiro de Mineração (Ibram). Este ano, em meio ao ciclo de
baixa dos preços das commodities minerais atrelado à desaceleração da atividade econômica do País, as empresas focaram
em tecnologias que visam a aumentar a produtividade e reduzir
custos, não deixando de priorizar as questões de segurança e
ambiental. Ao todo, 500 expositores participaram do evento, que
contou com a presença de delegações de 25 países.
Durante a solenidade de abertura, José Fernando Coura, presidente do Ibram, disse que o momento é de buscar novas oportunidades de negócio e de inovação técnica para o setor mineral.
Coura ressaltou que a indústria de mineração faz investimento
pensando no médio e longo prazo, e que os ciclos de alta e baixa
estão intrínsecos à história de desenvolvimento da indústria. De
acordo com dados do Ibram, o setor receberá, de 2014 a 2018,
aportes da ordem de US$ 53,6 bilhões.
“É com inovação que faremos frente à atual crise e é com otimismo que temos que nos planejar para gerarmos oportunidades
para a indústria da mineração. Cada segmento relacionado ao
setor mineral tem que encarar esse desafio de superação de frente, com a mente aberta para vislumbrar, via propostas inovadoras,
os caminhos que nos levarão novamente a um ciclo virtuoso nos
negócios”, afirmou Coura.
Segundo o executivo, a mineração movimenta por ano cerca
de US$ 38 bilhões, e cerca de 1,2 bilhão de toneladas de bens
minerais no Brasil. Durante a abertura, Coura entregou uma placa
comemorativa ao filho do empresário Antônio Ermírio de Moraes,
Luís Ermírio de Moraes, em homenagem à trajetória na indústria
mineral do seu pai, que faleceu em 2014. Também foram home36 | Setembro 2015
nageados, este ano, os engenheiros Francisco Moacyr de Vasconcellos e de Rinaldo Campos Soares, por suas importantes
contribuições para o desenvolvimento da mineração brasileira.
Congresso: “Mineração no mundo da inovação”
Com o tema “Mineração no mundo da inovação”, o Ibram realizou o 160 Congresso Brasileiro de Mineração. Durante quatro dias,
especialistas do País e do exterior debateram temáticas que envolvem sustentabilidade, inovações e desenvolvimento da indústria
Foto: Minérios & Minerales
Exposibram
Com a previsão de novos investimentos da indústria mineral, feira mostrou tecnologias de eficiência produtiva.
Ações de desenvolvimento, projetos e a desburocratização do setor ditaram o ritmo do Congresso
Apesar da crise econômica,
organizadores preveem
retomada do crescimento do
setor nos próximos anos
Foto: Ibram / Evandro Fiuza
mineral por meio de palestras,
workshops e talk-show.
“O clima é de otimismo com
o futuro. Inovação e sustentabilidade são temas transversais,
são mantras na moderna gestão
dos empreendimentos de mineração, no Brasil e nas demais
nações competitivas neste setor”, afirmou Fernando Coura.
Coura também cobrou do
poder público medidas efetivas para combater a burocra“A burocracia e as leis e
regras anacrônicas dificultam,
cia e modernizar regras, como
emperram, inibem a atividade
o licenciamento ambiental e
minerária e sua necessária
o novo marco regulatório da
expansão”, Fernando Coura,
mineração. “A burocracia e as
presidente do Ibram
leis e regras anacrônicas dificultam, emperram, inibem a atividade minerária e sua necessária
expansão. Não é exagero dizer que este País está deixando esvair
pelo enorme ralo da burocracia seu enorme e invejável potencial
mineral, ao não se registrar ações com mais velocidade e racionalidade para que o setor mineral consiga evoluir”, frisou.
Desburocratização dos licenciamentos ambientais foi um dos assuntos abordados no talk-show do congresso, que teve a participação de Murilo Ferreira, presidente da Vale, Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais e o Olavo Machado Júnior, presidente da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Sobre
este tema, os três foram unânimes em afirmar que é preciso modernizar e dar agilidade às regras de licenciamento, pois Minas Gerais e
outros estados têm perdido oportunidades por causa da burocracia.
Terras-raras e fertilizantes
Outros painéis de destaque foram “Terras raras e minerais estratégicos: da potencialidade para a efetividade” e “Fertilizantes:
novos projetos buscam superar a dependência do Brasil”. Segundo os especialistas, o desenvolvimento da mineração de terras-raras esbarra na escassez de tecnologias de beneficiamento,
assim como a falta de uma cadeia produtiva, que agregue valor
aos insumos. Já em fertilizantes, alguns projetos em andamento
visam a diminuir a dependência do País de produtos importados, que representa mais de 90% do consumo interno. Durante
as palestras, players do setor e representantes acadêmicos e de
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institutos tecnológicos falaram sobre os projetos em andamento,
tecnologias e aspectos de mercado para esses minerais.
Em terras raras, Tadeu Carneiro, presidente da CBMM, maior
produtora mundial de nióbio, destacou que a empresa investiu R$
70 milhões no desenvolvimento de tecnologia de concentração de
óxidos extraídos de terras raras e montou uma planta industrial
piloto que já produz materiais com até 99,9% de pureza. No final
de 2014, a empresa e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
firmaram uma parceria para desenvolver tecnologia de produção
de neodímio, usado em motores elétricos e turbinas eólicas.
Também presentes na plenária sobre terras-raras, os especialistas Orestes Alarcon, da Universidade Federal de Santa Catarina,
e João Batista Ferreira Neto, gerente de projetos do IPT, ressaltaram que o Brasil possui uma das maiores jazidas de terras-raras
do mundo, mas é preciso um plano estratégico para investir na
exploração e, sobretudo, na verticalização da cadeia, com a produção de itens de maior valor agregado.
Os óxidos de terras raras são aplicados na fabricação de componentes de motores elétricos de baixo consumo, veículos elétricos, geradores eólicos, lâmpadas com tecnologia led e equipamentos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores.
Segundo Carneiro, o mesmo material extraído da mina de Araxá, que possui 4% de teor de nióbio, também oferece 4% de
terras raras. “Temos as reservas e a tecnologia da produção dos
óxidos. Agora é preciso vontade e interesse político no desenvolvimento de uma cadeia de alta tecnologia no Brasil”, afirmou.
Em potássio, matéria-prima para a fabricação de fertilizantes,
Matt Simpson, CEO da Brazil Potash, detalhou o projeto da empresa em Autazes, no Amazonas. Nele, a companhia pretende
produzir, a partir de 2019, 2,2 milhões t por ano de cloreto de potássio (KCl). O projeto envolve investimentos de US$ 1,8 bilhão.
A Bemisa, por meio do seu presidente Augusto Lopes, apresentou o projeto Jauru, em Mirassol D’Oeste (MT), que envolve
a extração de P2O5 para a produção do fertilizante SSP (super
fosfato simples). A companhia já realizou testes em uma área de
25 mil m2 e anunciou recursos de 400 milhões t de minerais, com
teor médio de 5% de P205.
Segundo Lopes, a atratividade do projeto, que até o momento
recebeu aportes de R$ 500 milhões, refere-se à utilização do processo de lixiviação ao invés de flotação, que é economicamente
mais competitivo. Além disso, a localidade do projeto, dentro de
um estado altamente consumidor de fertilizantes (Mato Grosso),
é uma vantagem estratégica.
Setembro 2015 | 37
Hexagon Mining foca
no ciclo de vida da mina
Exposibram
C
om o objetivo de prover uma solução integrada para todo o ciclo
de vida da mina, a Hexagon Mine
apresentou, durante a Exposibram, suas
soluções de design, planejamento, pesquisa, segurança e operação para a mina e
planta. A empresa, que foi criada este ano,
sendo uma subsidiária da sueca Hexagon,
possui um amplo portfólio de produtos,
que foi conquistado nos últimos anos com
a aquisição da brasileira Devex, a americana MineSight e as suíças Leica Mining
Geosystems e SafeMine.
“Com a desvalorização dos preços das Hexagon Mining destacou as soluções Smart-Mine UG, Leica
commoditites minerais e o aumento da Fleet Management System (FMS), SafeMine e MineSigth (foto)
escassez de minérios de alta qualidade, as
UG, desenvolvido pela Devex, empresa adquirida em 2013, é
soluções integradas da Hexagon Mining possibilitam uma revoltado, especificamente, para as operações de minas subterrâdução dos custos e aumento da produtividade. Nesse sentido,
neas. A tecnologia permite controlar, em tempo real e por meio
temos um compromisso com o ciclo de vida da mina, desde a
de desenhos em 3D, todos os ativos e desempenho da mina. O
sua abertura até o seu fechamento”, afirma Rogrido Marinho
software é utilizado por grandes mineradoras, como AngloGold
Passos, gerente-geral da Hexagon Mining, que tem experiência
Ashanti, Yamana Gold e Samarco.
de mais de dez anos frente à área de desenvolvimento, impleJá o SafeMine agrega os sistemas anticolisão e antifadiga, que
mentação e gerenciamento de projetos para a indústria de mifunciona por meio de câmeras ultrassensíveis que analisam as
neração da Devex.
expressões (olhos e rosto) dos operadores, com o objetivo de
Marinho ressalta que a empresa já nasce líder de mercado,
detectar níveis de fadiga, classificados em leve, médio e alto. O
com um alcance nos cinco continentes e mais de 700 clientes.
diferencial, segundo Marinho, é a análise das expressões e não
Segundo ele, o diferencial da companhia será fornecer um pasomente o piscar dos olhos. Além disso, o sistema pode ser concote completo, com tecnologias de ponta, que se complemenciliado com a tecnologia anticolisão, aumentando os níveis de
tam entre si.
segurança das atividades de mina. O SafeMine está instalado
“Queremos consolidar a liderança das marcas da empresa no
em cerca de 20.000 veículos, utilizados em mais de 45 minas de
mercado interno e expandir em novos produtos, como as solusuperfície a nível mundial.
ções da Leica Mining Geosystems, por exemplo. O inverso tamO Leica Fleet Management System refere-se à um sistema de
bém se aplica: já conseguimos implantar tecnologias da Devex,
gerenciamento e controle de frotas. Independentemente do moque são desenvolvidas no País, em minas na Tanzânia, México e
delo e fabricante do veículo, o sistema permite integrar os três
Chile”, ressalta Marinho.
níveis principais de operação da mina: FMS, orientação HP e
O executivo afirma que Hexagon Mining seguirá com a sua escontrole autônomo. O software de análise gera um relatório em
tratégia de crescimento baseado em aquisições – o objetivo é
tempo real e direciona as ferramentas necessárias para um concrescer 25% com a compra de outras empresas. Somado a isso,
trole eficaz dos recursos e equipamentos.
a companhia irá investir 18% do seu faturamento em P&D (PesCom sede em Tucson, no Arizona (EUA), a Hexagon Mining
quisa e Desenvolvimento), visando à criação de novas soluções
possui mais de 30 escritórios em cinco continentes e faturamenpara o setor de mineração. “Este percentual é quase o dobro do
to anual de US$ 140 milhões. No Brasil, o escritório central está
que a Hexagon investe em P&D, que é 10%. Além disso, estamos
localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, e será presidido
sempre analisando o mercado para possíveis oportunidades de
pelo experiente Hélio Samora. Já a Hexagon, líder mundial no
aquisição”, comenta.
fornecimento de sistemas de metrologia, design e soluções de
Durante a Exposibram, a empresa destacou as soluções Smartvisualização, foi fundada em 1982. Atualmente, a empresa posMine UG, Leica Fleet Management System (FMS), SafeMine e Misui 14.000 funcionários, em 40 países, e faturamento de € 2,4
neSigth. Esta última refere-se a uma plataforma de software para a
bilhões. Nos últimos dez anos, a companhia adquiriu 115 emmodelagem e o planejamento de mina, que fornece soluções intepresas em diversos países, como Leica Geosystems, Intergraph,
gradas para a exploração, o projeto, a programação e a produção.
NovAtel e Sisgraph.
Também bastante conhecido pelo setor mineral, o SmartMine
38 | Setembro 2015
Foto: MineSight
Divisão recém-criada do grupo sueco, a empresa, detentora de tecnologias consolidadas na indústria
mineral, planeja fornecer soluções completas, que abranjam todas as etapas produtivas da mineração
Com Britanite, Enaex pretende atingir
novos mercados
Líder do setor de explosivos no Chile, Enaex, maior produtora de nitrato de amônio da América Latina,
quer aumentar sua participação na indústria global de mineração
A
pós a conclusão do processo de
compra da Britanite, a Enaex, líder no mercado de explosivos e
desmonte de rochas na América Latina,
ganha alcance e esperar expandir a sua
atuação para outros continentes. A Britanite, que possui nove filiais no Brasil
e um faturamento médio anual de US$
150 milhões, produz cerca de 120 mil t
de explosivos por ano, tendo uma participação de 45% no mercado interno e
exportações para 16 países.
A Enaex, que passou a ter 100% do controle da empresa brasileira, é uma das maiores produtoras de
nitrato de amônio do mundo, principal matéria-prima para a fabricação de explosivos. Além disso, possui operações em vários
países da América Latina e escritórios no Japão, Austrália e Nova
Zelândia.
“Temos um relacionamento de longa data com a Enaex, cerca
de 20 anos. Estamos muito otimistas em um novo ciclo de crescimento. Hoje, a nossa situação é melhor que anteriormente”,
afirmou Antônio Luiz Cyrino de Sá, CEO da Britanite.
Cyrino destaca a integração da operação da empresa como diferencial. “Temos expertise na prestação de serviços e produção de
explosivos para desmonte de rochas. Integramos a produção de
matérias-primas, com tecnologias de ponta na aplicação e detonação, assim como profissionais altamente capacitadas. Isso nos
consolida na posição de líder de mercado no Brasil”, ressalta.
Antes da aquisição, a Enaex dividia o controle da Britanite com
a brasileira CR Almeida e a peruana Exsa – cada empresa detinha
33,3% de participação. Outra empresa pertencente ao grupo chileno é a Davey Bickford, fabricante de detonadores eletrônicos.
“Coincidentemente, nós tínhamos um contrato de fornecimento
dos produtos da Bickford no Brasil. Agora com a integração das
empresas, a estratégia da Enaex é consolidar a nossa liderança
na América do Sul e ganhar novos mercados no cenário global”,
comenta Cyrino.
Com sede em Quatro Barras, na Região Metropolitana de
Curitiba (PR), a Britanite tem filiais espalhadas em 12 estados brasileiros e é uma das maiores empresas de serviços de
desmonte de rocha e produção de explosivos. Somente para
atender o Sistema Norte da Vale, a empresa possui três fábricas de explosivos, localizadas dentro das próprias unidades da
mineradora.
Durante a Exposibram, a Britanite apresentou o E-Blasting, primeiro portal de compras de explosivos e sistemas de gestão do
mundo. Nele, os clientes podem customizar suas demandas, com
acesso a tabela de preços, solicitações de compra, catálogo de
www.revistaminerios.com.br
Foto: Enaex
produtos, escolha de frete, informações financeiras, entre outros.
“A ferramenta é muito útil para as pequenas e médias mineradoras que querem agilizar as suas atividades”, comenta Cyrino.
Dentro do portal, as mineradoras tem acesso à ferramenta
de rastreabilidade: e-Tracking. Com ela, é possível controlar a
solicitação do produto, a separação nos paióis da empresa e a
retirada por leitura de código. “O e-Tracking proporciona uma
agilidade e facilidade na operação, oferecendo uma rastreabilidade efetiva da operação. É possível programar as atividades
na mina, com a previsão antecipada da chegada de materiais”,
afirma Frank Tavares de Oliveira, diretor executivo de TI, durante
plenária no Congresso da Exposibram.
Em complemento ao e-commerce, a empresa lançou a versão
mobile do portal para sistemas operacionais Android, IOS e Blackberry 10. Além de disponibilizar informações sobre produtos e
acessórios de detonação, o aplicativo é capaz de executar complexos cálculos técnicos.
Britanite possui cerca de 45% do mercado
de explosivos e serviços de detonação no País
Foto: Chris Shannon
Venda on line de explosivos
A chilena Enaex, que passou a ter 100% do
controle da Britanite, é uma das maiores
produtoras de nitrato de amônio do mundo
Setembro 2015 | 39
Converter manutenções reativas
em intervenções planejadas
Nova área da GE visa a participar do setor em ascensão – Internet Industrial,
com soluções que melhorem a eficiência, produtividade e a gestão de serviços e ativos industriais
Exposibram
Foto: GE
C
om o objetivo de proporcionar um aumento da eficiência e produtividade em operações industriais, a General
Eletric, por meio da sua divisão Industrial Internet, apresentou a solução Mine Performance, que contempla a plataforma
Predix de monitoramento preditivo de equipamentos.
A tecnologia foi desenvolvida para ajudar as plantas de mineração a evitar falhas inesperadas de equipamentos móveis de mina
e fixos de planta, reduzir custos de manutenção e perdas de produção por restrições de disponibilidade.
De acordo com Bernardo Soares Torres, gerente regional para
América Latina de Mine Performance da GE, o diferencial da
empresa refere-se ao conhecimento profundo de equipamentos
e processos industriais, acumulados em mais de um século de
história da empresa, aliado à capacidade de desenvolvimento
voltada para Big Data e Analítica Preditiva.
“A GE fez investimentos significativos nos últimos anos para desenvolver novas tecnologias de Industrial Internet e está obtendo
resultados relevantes com estas soluções para aumento de eficiência e produtividade em operações industriais”, afirma Torres.
Durante a Exposibram, Torres detalhou o funcionamento da plataforma, expondo que o Predix pode alavancar os dados e infraestrutura existentes para prover avisos antecipados de potenciais problemas
relacionados aos equipamentos e ao processo, permitindo que as
equipes da planta foquem em prevenir falhas, e não apenas em reagir.
“Nossa combinação de soluções para monitoramento preditivo de
equipamentos e otimização de desempenho é única na indústria. Ela
permite que manutenções reativas sejam convertidas em intervenções planejadas e que se extraia melhor desempenho dos equipamentos e processos”, ressalta.
Para reforçar a estratégia da empresa na área, a matriz anunciou, no
A GE fez investimentos nos últimos anos para
desenvolver novas tecnologias de Industrial Internet
dia 14 de setembro, a criação da área GE Digital, divisão de soluções
da Internet das Coisas. O novo negócio passou a integrar a GE Software
Center, centro de desenvolvimento de TI da companhia, localizado em
San Ramon, na Califórnia (EUA). O novo segmento será liderado por
Bill Ruh, que foi vice-presidente e diretor global de tecnologia da GE.
Segundo Jeffrey Immelt, Chairman and CEO of GE, a empresa almeja se tornar uma das dez maiores empresas de softwares industriais até 2020. Immelt está liderando um conjunto de
projetos que agregam a agilidade de uma start-up, somado ao
aproveitamento da inteligência industrial da GE, para oferecer
melhores resultados para os clientes.
“Com este alinhamento, apoiado por um investimento sustentado, vamos acelerar nossos esforços para construir a força digital da
GE no campo da Internet Industrial. Estamos construindo a cartilha
para o novo mundo da indústria digital, aproveitando nossas capacidades horizontais, incluindo Predix, design de software, criação
e gestão de produtos”, afirmou Immelt.
Roletes que geram energia
A
Imepel, maior fabricante de rolos para transportadores contínuos do Brasil, apresentou um modelo de rolete que possibilita a geração de energia elétrica durante a sua operação.
O equipamento, utilizado em correias transportadoras, possui um
sistema gerador em seu interior que transforma a energia mecânica
cinética gerada pelo movimento das correias em energia elétrica.
“É uma energia captada da movimentação das correias, que é
intrínseco às atividades da mineradora. Em muitas unidades, esses equipamentos têm quilômetros de extensão. Portanto é uma
possibilidade de gerar energia para iluminar áreas adjacentes aos
equipamentos, pátios, sinalizações, etc”, afirma Cristiano de Souza
Marcello, Coordenador de Marketing e Vendas Externas da Imepel.
40 | Setembro 2015
A empresa apresentou também um equipamento que facilita a
troca dos rolos em correias transportadoras, assim como roletes
com chips, que fornecem informações em relação a data e hora de
instalação e fabricação, características técnicas, tempo de uso etc.
Além dos roletes, a empresa, fundada em 1996 em Criciúma (SC),
atua na fabricação de suportes e tambores. Atualmente a matriz da
empresa está instalada em Siderópolis (SC), em uma área total de 25
mil m2, sendo mais de 5 mil m2 de área construída e uma capacidade
produtiva em torno de 40.000 roletes para correias transportadoras.
Recentemente, a empresa desenvolveu rolos para substituir
os tambores da Mina de Timbopeba, pertencente à Vale e localizada em Ouro Preto (MG). A mudança se deu após os en-
Foto: Minérios & Minerales
genheiros e técnicos da empresa realizarem um estudo devido
às constantes paradas para troca dos rolamentos dos mancais,
prejudicados principalmente pela umidade excessiva. O objetivo era diminuir os impactos das paradas não programadas na
produtividade da área. A solução para o problema foi desenvolvida pelos profissionais da Imepel e deu tão certo que a mudança
também foi implantada nas unidades Mina de Alegria e Mina de
Brucutu, ambas da Vale e localizadas nos munícipios mineiros de Mariana e São Gonçalo do Rio Abaixo, respectivamente.
Antes da mudança, os rolamentos dos tambores eram trocados
frequentemente, tendo vida útil considerada muito baixa, algo em
torno de 30 dias. Além disso, as paradas frequentes refletiam significativamente na produtividade da área. Para solucionar o problema, engenheiros e técnicos da empresa foram ao local com o
objetivo de discutir a possibilidade de adaptação ou fabricação
de um rolo que pudesse substituir tais tambores.
De acordo com José Ronaldo Mendonça, técnico responsável
pelo projeto, foram coletados os dados e características técnicas
do equipamento e avaliadas as condições para desenvolver soluções adequadas. “Após a análise, a Imepel dimensionou um rolo
de retorno plano com revestimento de borracha, para a substituição do tambor. Então foram fabricadas cinco unidades em caráter
de teste para verificar a viabilidade de aplicação e a durabilidade
dos elementos em comparação ao tambor”, explica.
Rolete da Imepel possibilita a geração de
energia elétrica durante a sua operação
C
om mais de 40 anos de atuação na fabricação de equipamentos e instalações de beneficiamento, a IMIC se destaca
pelo fornecimento de britadores, de variadas capacidades,
paras os setores de mineração, agregados, siderurgia, cimenteiro
e construção civil. Durante a Exposibram, a empresa expôs os britadores cônicos BCI-200H e BCI-400H, além do britador de mandíbulas BMI-1514.
Os britadores cônicos da linha H possuem proteções para
as partes girantes, painel elétrico, correia de acionamento e
circuito hidráulico completo. Seu conjunto de transmissão
utiliza bucha de bronze que permite suportar cargas elevadas, aumentando a durabilidade do conjunto e diminuindo
o custo de manutenção. Além disso, a máquina tem um sistema de cilindro posicionador, que possibilita a regulagem
de abertura de forma automática, auxiliando também na liberação de corpos não britáveis durante o processamento
de material.
De acordo com o engenheiro Denner Fontella, gerente comercial da empresa, a feira foi importante pare reforçar a marca perante o mercado. Durante o evento, a empresa fechou a venda de
dois britadores de Mandíbulas BMI 1514 e um britador cônico
BCI 300S, além de iniciar outras propostas de vendas.
“O objetivo da IMIC é fornecer equipamentos que não demandem reparos em um curto período de tempo. O BCI-400H, por
exemplo, possui um sistema de suspensão automática, sendo
necessários quatro minutos para suspendê-lo. Este é o grande
diferencial do equipamento” afirma Fontella.
Os britadores cônicos suportam até seis câmaras de britagem,
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Foto: IMIC
IMIC exibe britador com sistema de suspensão
IMIC fechou a venda de dois britadores de
mandíbulas e um cônico durante a feira
podendo o revestimento ser de material grosso, extra grosso,
médio ou fino. O seu sistema de abertura e fechamento hidráulico facilita, em casos de queda de energia, o descarregamento
do material existente na máquina. O BCI-400H, com capacidade de 223 a 500 m3/h (dependendo do revestimento), está
equipado com um motor WEG (de quatros polos), com potência
de 250 a 400 cv. O equipamento pesa 27,8 t, tem 3,8 m de altura
e 3,1 m de largura. Já o modelo BCI-200 H tem capacidade de
Setembro 2015 | 41
78 a 173 m3/h, seu peso é de 10 t e o motor WEG com potência
máxima de 200 cv.
O britador de mandíbulas BMI-1514, com capacidade de 608
a 810 m3/h, está equipado com motor Weg de potência máxima
de 300 cv. A máquina é utilizada em britagens primárias possibilitando a fragmentação de materiais de grandes dimensões. Seu
mancal é feito em estrutura reforçada bipartida, o que evita sobrecarga na carcaça do equipamento. Segundo técnicos da empresa,
o formato bipartido facilita a retirada do queixo do britador para
inspeções e manutenção. Os rolamentos dos britadores são das
fabricantes FAG e/ou SKF.
“A grande demanda em empresas para equipamentos de britagem é a simplicidade de manutenção destes equipamentos,
que agilizam as atividades de reparo, identificação e troca”,
completa Fontella.
Recentemente, a empresa foi a responsável pelo projeto de engenharia, fornecimento e montagem dos equipamentos de alimentação, transporte e peneiramento da unidade de Queimados,
pertencente à Petra Agregados. A planta instalada tem capacidade
de 1.200 t/h de agregados.
Pelo formato turn key, a empresa instalou os equipamentos do projeto da mina Baratinha, localizada em Antônio Dias
(MG) e pertencente à Bamisa. Na nova unidade, que possui
capacidade produtiva de 500 t/h, a IMIC forneceu todos os
equipamentos do processo, inclusive o separador magnético,
modelo SMI 3200.
Localizado em Sarzedo, na Grande Belo Horizonte (MG), o
complexo industrial da IMIC possui mais de 60 mil m² de área
construída. Além de britadores, a companhia atua no fornecimento e instalação de alimentadores e calhas vibratórias, redutores
de velocidade, separadores magnéticos, tambores desagregadores e transportadores de correia. Em serviços, a empresa faz
a reforma e o aluguel de equipamentos, gestão e operação em
processo de beneficiamento e projetos turn key. Mensalmente,
são reformados mais de 15 equipamentos de beneficiamento, de
diferentes marcas.
A
Pöyry, multinacional finlandesa de consultoria e serviços de engenharia, reforçou o conceito “da mina ao
porto” durante a Exposibram 2015. Durante o evento,
a empresa destacou seus serviços para o segmento de mineração, que abrangem desde a concepção e planejamento, os estudos de pré-viabilidade e exploração mineral até
a logística de embarque no porto, passando pelas análises
ambientais, estudos econômicos, projetos de beneficiamento e transformação mineral, logística, ferrovias, estradas e
até portos.
“Nosso profundo conhecimento do mercado e expertise
acumulados em diversos projetos de mineração, siderurgia,
metalurgia, fertilizantes, cimentos e agregados nos permitem oferecer o conceito ‘da mina ao porto’ aos nossos clientes”, afirma Marcelo Xavier, diretor de mineração e metalurgia da Pöyry, ao acrescentar que, desse modo, as empresas
podem contar com uma consultoria única para coordenar
todas as fases do projeto.
Xavier destaca que esta estratégia elimina problemas como
a necessidade de revisões das fases implementadas por diferentes fornecedores, situação que tem impactado mineradoras
em função de falhas, falta de integração entre as fases e, consequentemente, a necessidade de refazer etapas dos projetos.
Com sede em Belo Horizonte, a unidade de Mineração e
Metalurgia da Pöyry mantém um time formado por profissionais multidisciplinares que atendem as necessidades do
segmento no Brasil e em toda a América Latina. No País, são
clientes da Pöyry: Vale, CSN, Alcoa, Copelmi, Holcim, Gerdau, Vale Fertilizantes, Novelis, Yamana Gold, Magnesita,
entre outros. A companhia também atende clientes de mineração na Finlândia, Peru, Chile, Suécia, Indonésia, Tailândia
e Malásia. “Poder contar com a sinergia e integração dos
colaboradores de todas essas localidades nos permite ofe42 | Setembro 2015
Modelo de negócio da empresa visa
eliminar problemas como a necessidade
de revisões das fases implementadas por
diferentes fornecedores
Foto: Vale
Exposibram
Pöyry reforça conceito da “mina ao porto”
recer as melhores práticas nas propostas a nossos clientes,
tanto em projetos de novas minas quanto para expansão de
capacidade, melhoria de produtividade ou redução de custos operacionais”, completa Xavier.
Definido o projeto, a Pöyry também pode planejar toda a
instalação da mina e unidades de beneficiamento, analisar
os respectivos custos e gerenciar as obras em seu conjunto
(na modalidade EPCM – Engineering, Procurement, Construction Management).
A empresa conta ainda com uma área de consultoria habilitada a realizar estudos de mercado, de competitividade,
logística de distribuição de produtos, matérias-primas e
insumos, localização de empreendimentos, estimativas de
investimento, estudos de viabilidade técnica e econômica,
de sustentabilidade, avaliações econômicas e patrimoniais
de empresas.
Canadá apresenta novas tecnologias
www.revistaminerios.com.br
Setembro 2015 | 43
Foto: Motion Metrics
D
iante da desvalorização dos preços das com- Motion Metrics exibiu suas
modities minerais, as companhias do Canadá, tecnologias de detecção de quebra
dos dentes das escavadeiras e
presentes na Exposibram, destacaram os seus sistemas anticolisão
produtos e serviços voltados ao aumento da eficiência
produtividade e redução de custos. O País estava representado por dois pavilhões, o do Canadá e o do Governo
de Ontario.
“A indústria de equipamentos e serviços de mineração
de Ontário é conhecida em todo o mundo pelo fornecimento de tecnologias em produtividade, segurança, sustentabilidade e produtividade industrial. Essa expertise
pode ajudar a indústria de mineração brasileira a manter
e até mesmo aumentar a sua já forte reputação. Esperamos desenvolver os contatos que fizemos na Exposibram, retornando ao Brasil no futuro próximo”, afirmou
Noam Sugarman, especialista em comércio e investimentos do Ministério de Desenvolvimento e Minas do
Governo de Ontário, no Canadá.
A CME, fabricante de sistemas de britagem e perfuração, apresentou a sua máquina afiadora e recuperadora de bits de
mas maiores, como o deslocamento das partes para a unidade de
perfuratrizes. Segundo informações da empresa, o equipamento,
britagem. O equipamento, controlado por uma tela instalada dendenominado Robot Arm ESD II, pode aumentar a vida útil dos bits
tro da cabine da máquina, pode ainda identificar a aproximação
em até 40%. O equipamento foi implantado em um programa de
de pessoas e obstáculos, assim como analisar a fragmentação do
aumento da vida útil dos bits da unidade da Usiminas, em Minas
material colhido por meio de imagens.
Gerais. O projeto, contemplado pelo trabalho “Aumento da vida
“A quebra de um dente da caçamba pode implicar em um alto
útil dos bits DTH utilizados nas perfuratrizes T4BH”, foi um dos
custo para a mineradora. Caso o dente solto seja transportado
vencedores do 170 Prêmio de Excelência da Indústria Minerojunto com o minério para a planta, pode acarretar em uma parada
-metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales, reado britador ou até mesmo na contaminação do produto final”,
lizado em maio de 2015.
afirma Iman Masoum, gerente de projeto da MotionMetrics.
A Gridcom Enterprises destacou sua linha de resistores de grade
A Motion Metrics levou uma mini escavadeira para demonstrar o
de freio dinâmicos para caminhões de mineração diesel-elétricos
funcionamento do seu sistema de controle. Recentemente, a emfora-de-estrada, carregadeiras elétricas Le Tourneau e locomotivas
presa anunciou uma parceria com a Komatsu Brasil, que passou
diesel-elétricas, assim como os serviços de reparo desses equia oferecer as soluções de monitoramento em suas escavadeiras.
pamentos. “Sabe-se que nem sempre é necessário comprar um
A Sepro Mineral Systems apresentou sua linha de equipamentos
novo resistor, sendo uma reforma do equipamento mais econômivoltada ao processamento mineral, que envolve moinhos, britadoca. Nossa equipe tem expertise no serviço de reparo, atendendo
res, concentradores gravimétricos, separadores e filtros, entre ouas especificações e controle de qualidade das OEMs”, ressaltou
tros. A empresa atua também na fabricação de bombas industriais.
Radek Srubar, diretor de operações da empresa.
A SNL Metals & Mining divulgou os seus serviços de consultoria
A Gridcom possui, em estoque, resistores de frenagem complena área de mineração. Com uma extensa base de dados, a empresa
tos: modelo D, modelo B (Poly-Zi), modelo H e o novo modelo
auxilia na tomada de decisões nas áreas de exploração mineral,
EG Komatsu.
aquisição, desenvolvimento de projetos e análise de mercado.
Próxima as mineradoras de minério ferro do Canadá, a Metal
A Teledyne Optech detalhou os seus equipamentos e serviços
7 atua na fabricação de equipamentos para a indústria de pede mapeamento geológico, que envolvem os modais aéreo e
lotização de minério de ferro, como moinhos, transportadores,
terrestre. Com mais de 40 anos de experiência, o portfólio de
sistemas de combustão e esteiras rolantes.
produtos da empresa contempla também softwares de análises
“Com o apoio de nossa equipe de Pesquisa e Desenvolvimento,
que auxiliam na identificação e estudo de áreas. Durante a feira,
a Metal 7 atua na análise e otimização do processo de pelotizaa empresa destacou o sistema de monitoramento de cavidades
ção, a fim de oferecer um produto especificamente adaptado às
CMS V500. Equipado com scanner e câmeras de alta tecnolonecessidades da planta e às características do minério de ferro”,
gia, o aparelho permite analisar, em tempo real, as características
ressalta Mirka Boudreau, gerente de vendas da Metal 7.
das cavidades da mina de maneira segura e eficiente, coletando
A Motion Metrics exibiu suas tecnologias de detecção de quedados em relação ao volume, orientação e tamanhos das cavas.
bra dos dentes das escavadeiras e sistemas anticolisão. Com o
apoio de um conjunto de câmeras e sensores ultrassensíveis, os
Pavilhão Ontario
operadores e/ou gestores da sala de controle podem identificar
A Becker Varis, empresa especializada em comunicações para
possíveis quebras dos dentes das escavadeiras, evitando problemineração, expôs o Smartcom Leaky Feeder System, que é um
Foto: Becker Varis
Becker Varis expôs o Smartcom
Leaky Feeder, sistema de comunicação
projetado para minas subterrâneas ou
lugares confinados
A Symboticware marcou presença no evento com as suas soluções de hardware e software para a coleta, análise e sensores de
dados de performance de equipamentos, bem como comunicação em tempo real para gerenciamento de ativos no ambiente das
minas. Seu foco é a otimização da segurança, produtividade e
utilização de ativos de equipamentos móveis de mineração. Entre
os parceiros da Symboticware estão empresas como Caterpillar,
Toromont, Vale e Peregrine Diamonds.
A Threedify, empresa especializada em softwares, deu destaque
para as suas soluções em 3D para modelagem, planejamento
e otimização de operações de mineração. Entre seus produtos,
destacam-se: o FlowPit - otimizador de minas 4D ultrarrápido
e programador de vida útil; Stopemizer - otimizador de galerias;
QuickPit - utilizado para o projeto de minas a céu aberto; e o
iScheduler - programador interativo em 3D.
Bentley lança software que otimiza
movimentação de materiais
A
Bentley apresentou o software MineCycle Material Handesign são levados em conta de maneira dinâmica durante a criadling (Movimentação de Materiais). O programa é um
ção do layout da trajetória da esteira transportadora, para que o
aplicativo de desenho criado especificamente para a
projetista possa fazer rapidamente os ajustes finais.
movimentação de material pesado (BMH) que proporciona um
De acordo com informações da empresa, o resultado é um
ambiente de design automatizado, englobando disciplinas civis,
layout inteligente que ajuda a mineradora a ganhar tempo, pois
estruturais e mecânicas.
elimina as análises com estimativas e repetições indispensáveis
Segundo a empresa, o software permite que os EPCs e consulem fluxos de trabalho de desenho tradicional.
tores concluam designs preliminares 30% mais rapidamente e de melhor qualidade para a entrega de
estudos de viabilidade e propostas.
A empresa projetou e desenvolveu a tecnologia com a cooperação direta de líderes do setor,
como Hatch, PDC e GHD, para garantir a integração de funções, recursos e fluxos de trabalho
necessários para a criação de projetos conceituais de infraestrutura BMH, de maneira eficiente.
O programa oferece ferramentas de layout das
esteiras transportadoras baseadas em regras, entre
outras curva vertical, condições estritas de declive,
trajetória do equipamento, ângulos de depressão, Programa é um aplicativo de desenho criado especificamente
altura da carga e tonelagem. Esses parâmetros de para a movimentação de material pesado
44 | Setembro 2015
Foto: Bentley
Exposibram
sistema de comunicação projetado para minas subterrâneas ou
lugares confinados. A companhia destacou também o Smartsense Environmental Sensing System - equipamento de sensoriamento ambiental, que possibilita a detecção de gases; e o Smartblast Remote Blasting System - sistema remoto de detonação.
A Canun International, especializada no desenvolvimento e no
design de perfuratrizes de rocha pneumáticas para mineração,
pedreiras de granito e construção civil, apresentou a perfuratriz
de uso horizontal Jackleg. A empresa também oferece soluções
em reparo e suporte técnico, além dos equipamentos: Stoper,
usado para instalação de estacas de sustentação; Screen Pusher
para a instalação de telas de apoio no teto da mina; Sinker, britadeira, alto grau de penetração e pode ser customizada com uma
capa de redução de ruído; e Quarry, perfuratriz de grande alcance de penetração, principalmente usada em mármore e granito.
A Kovit Engineering oferece serviços de engenharia para otimização de minas. Seu foco é em áreas como reaterro de minas
(mine backfill) e tecnologia de aplicação de pastas, bem como
operações de gerenciamento de rejeitos. A empresa presta consultoria por meio de estudos conceituais e de escopo, estudos de
viabilidade, treinamento, assim como soluções para gestão de
aquisição, engenharia e construção. Entre seus clientes, encontram-se Vale, CaNickel e Fire River Gold Corporation.
A Maclean Engineering, empresa especializada em projeto, fabricação e comercialização de veículos utilitários e equipamentos
pesados para minas subterrâneas, atua na área de perfuração,
escoramento de teto, cavilhamento, concretagem, transporte de
fluxos de minérios e pessoas, entre outras.
A
Bosch apresentou, durante a Exposibram, soluções integradas em eficiência energética, segurança, mobilidade e
automação. Na feira, os visitantes puderam conhecer a
câmera térmica dual MIC-612, que foi especialmente desenvolvida para uso em áreas de mineração e realiza o monitoramento
de fendas, aspecto que ocorre em áreas geotécnicas.
O aparelho permite visão noturna de longo alcance e em ambientes com grande quantidade de pó. Com ele, é possível monitorar, mesmo em ambientes com pouca ou sem qualquer iluminação, o maciço rochoso, encostas e fendas em geral. Entre
os principais diferenciais da câmera estão: alto desempenho (24
horas por dia e 365 dias por ano), monitoramento 360º normal
e térmico, menor tempo de resposta na detecção de problemas,
baixa demanda de manutenção, e possível integração com diferentes plataformas de comunicação. Adicionalmente, a empresa destacou os seus sistemas de vídeo
para o controle de processos produtivos. A câmera MIC IP 7000 foi
desenvolvida para suportar condições extremas de uso, além de situações climáticas e de iluminação adversas como, por exemplo, ampla variação de temperatura -60 a +60 0C em até 100% de umidade.
A tecnologia gera ainda imagens de alta definição em qualquer
altura e local, além de ajustes contínuos e dinâmicos conforme
movimentos de objetos e pessoas, variações da intensidade da
luz e flutuações de contraluz e luz frontal. A MIC 7000 é uma
câmera PTZ de alta definição, livre de manutenção e com altos
padrões de proteção (IP68 e IK10), que agrega acessórios de
proteção e iluminação capazes de cobrir distâncias de até 175 m
em plena escuridão. A empresa apresentou ainda sua linha de equipamentos de medição, como as trenas a laser GLM30 que possibilita medições de até
30 m e a GLM250 indicada para trabalho em áreas externas com até
250 m, assim como a linha de detectores de calor, que tem como
principal objetivo identificar padrões ou mudanças de temperatura
em componentes revelando falhas e, dessa forma, assegurando a
continuidade operacional dos processos.
“Nos próximos anos, uns
dos maiores desafios dessa
indústria estarão ligados à
segurança no trabalho, melhoria da produtividade, redução
de custos operacionais, eficiência
energética e redução das emissões.
Além, é claro, da busca por mão de
obra especializada”, afirma Alberto
Abdu, gerente de desenvolvimento
de novos negócios da Bosch Brasil.
Foto: Bosch
Câmera da Bosch monitora
fendas profundas
Novas câmeras industriais
da Bosch permitem
monitoramento de fendas,
com visões noturnas, de
longo encalce e grande
quantidade de pó
Soluções Mining 4.0
A empresa pretende também atuar na área de Internet das Coisas. Por meio da interconectividade, a empresa está oferecendo
produtos e serviços de suas diferentes divisões de negócios e
trabalhando no desenvolvimento de soluções para o mercado
“Mining 4.0”, que visa ao gerenciamento automatizado, preditivo
e preventivo da operação.
“A interconectividade de objetos, dispositivos, serviços e maquinário por meio de um endereço IP, resulta na criação de redes
de produção inteligentes que podem funcionar de forma autônoma”, ressalta Abdu.
Um exemplo de solução é a conexão de máquinas e equipamentos que permitirá a análise dos dados dos sensores micromecânicos em tempo real. De acordo com informações da empresa, os
problemas poderão ser detectados previamente permitindo que
a máquina passe por manutenção de forma programada. Além
disso, essa conexão possibilita que os sensores monitorem as
condições dos equipamentos de forma automática, com o objetivo de identificar padrões que indiquem uma falha potencial
(manutenção preditiva).
Georadar reforça serviços de geofísica
C
om mais de 16 anos de atuação no mercado, a Georadar
destacou a sua plataforma integrada de soluções para
aquisição de dados geofísicos, monitoramento ambiental marítimo e terrestre, pesquisas e levantamentos marítimos,
diagnósticos ambientais e geotécnicos, remediação de solo e
aquíferos, análises laboratoriais, afretamento e apoio marítimo. A
empresa, que é referência brasileira no segmento de geosserviços e sísmica terrestre, utiliza equipamentos de última geração e
possui uma equipe de profissionais qualificada.
Em julho, a empresa fechou um contrato com a Vale Fertilizantes, para a realização de serviços de Sondagens, Ensaios
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Geotécnicos e Hidrogeológicos no Projeto Extensão Complexo Taquari-Vassouras (ECTV), a cerca de 40 km ao norte
de Aracaju, no Sergipe. Trata-se da única mina subterrânea
da Vale no Brasil, em operação desde 1992, produtora de
cloreto de potássio. A realização do projeto vai permitir um
conhecimento técnico e aprofundado da geologia e do potencial dos recursos.
O trabalho, que iniciou em agosto e irá durar cerca de sete meses, contará com uma equipe multidisciplinar de profissionais.
A empresa também está negociando com a Vale Fertilizantes a
realização de um projeto piloto de Geofísica.
Setembro 2015 | 45
Dassault foca em softwares
para otimizar a mineração
Exposibram
Foto: Dassault
A
Dassault Systèmes esteve presente na feira com seus
softwares para automação de processos e otimização
de projeto, como os programas Geovia Whittle, Geovia MineSched e Simulia ISight. Com estas soluções, os engenheiros podem avaliar e selecionar até 10.000 cenários,
de uma forma que lhes permite visualizar, entender e optar
pelo processo com melhor viabilidade econômica.
De acordo com a empresa, essas tecnologias vão ao encontro do atual cenário da indústria, que objetiva reduzir
custos e aumentar da rentabilidade. O Whittle atua na análise da viabilidade de empreendimentos minerários, fornecendo dados em relação aos parâmetros físicos, econômicos, estruturais e estratégicos do projeto. O MineSched
provê uma otimização das atividades da mina (subterrânea
e a céu aberto), aumentando a produtividade por meio da
organização das atividades. Já a Simulia refere-se a um sistema aberto para integração de design e modelos de simulação – criados com vários CAD, CAE e outros aplicativos
de software – para automatizar a execução de centenas ou
milhares de simulações.
A empresa destacou também as suas plataformas, desenvolvidas especialmente para o setor de mineração, Lean Mine
Construction e a Perfect Mine and Plant. Os programas, lançados no início de 2015, permitem as mineradoras desenvolverem e gerenciarem suas minas de forma mais eficiente.
Com o Lean Mine Construction, a mineradora obtém uma
melhor produtividade operacional por meio da simulação
Com soluções em 3D da Dassault, engenheiros podem
avaliar até 10.000 cenários de exploração mineral
4D e modelagem para identificar o layout correto da infraestrutura do site e a capacidade da planta de processamento,
antes que a construção seja iniciada. Já a Perfect Mine and
Plant foi desenvolvido para reduzir a variabilidade por meio
de uma programação otimizada e controle operacional.
“Tivemos boa conversas com os clientes sobre as soluções
que oferecemos, nossas ferramentas - Whittle e MineSched
- planejamentos e otimizações, além de uma introdução ao
InSite, que aborda questões-chave atuais; gerenciando os
custos de produção, de reconciliação e de agregação de dados.”, afirmou Iain McLean, vice-presidente regional das
Américas da Geovia, empresa do grupo Dassault.
JactoClean exibe soluções de limpeza
A
JactoClean expôs seus equipamentos para serviços
de limpeza de áreas produtivas e industriais, com
destaque para as lavadoras de alta pressão J15000H
ECO e de média pressão LAV500 Plus. A empresa participou da feira em parceria com a revenda VMC Tudo para
Pneus, de Belo Horizonte (MG).
Destinadas ao uso profissional e industrial, as lavadoras
J15000H ECO e LAV500 Plus podem ser utilizadas na lavagem de caminhões, carregadeiras, retroescavadeiras, tratores de esteira e outros equipamentos e máquinas mantidas
em ambientes internos ou externos. Lavam ainda veículos
de apoio usados na mineração, tais como picapes, ônibus,
etc., evitando a dispersão de resíduos de minerais que podem poluir a atmosfera.
De acordo com a empresa, o equipamento J15000H ECO
é a primeira lavadora de alta pressão com aquecimento de
água a etanol (álcool combustível) a conquistar a certificação e selo de conformidade de segurança do Inmetro (Ins46 | Setembro 2015
tituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Na
mineração, faz a lavagem de equipamentos antes das manutenções periódicas, pois a água quente possibilita desengraxar, desengordurar e diluir sujeiras incrustadas. Entre as
características técnicas, destacam-se o jato de alta pressão
com temperatura de até 120° C, bomba radial com pistões
de cerâmica, válvulas de aço inoxidável e o motor de indução com protetor térmico, disponível nas versões 3 CV Monofásico (220 V), 5 CV Trifásico (220 V) e 7,5 CV Trifásico
(220 V ou 380 V).
Já a lavadora de Média Pressão LAV500 Plus é ideal para
limpeza com menor pressão e maior volume de água, tendo
como diferencial a possibilidade de ser utilizada com água
de reuso. Também certificada pelo Inmetro, serve para a remoção de poeira fina, o equipamento sai de fábrica com toda
a parte elétrica instalada e possui bomba radial com pistões
de cerâmica, cabeçote de bronze, regulador de pressão; válvula de retenção e gatilho com jato regulável.
NLMK exibe novidade em chapas de aço
A
NLMK Group trouxe suas chapas antidesgaste Quard e seu aço de
alta resistência Quend. O primeiro é um aço resistente à abrasão
projetado para resistir ao desgaste em aplicações usadas em diversos setores, como o da mineração. Já o segundo refere-se a um alto limite
de escoamento em aços desenvolvidos para aplicação de baixo peso, que
exige alta capacidade de carregamento, com elevação ou transporte.
De acordo com informações da empresa, a durabilidade das chapas Quard e Quend as tornam ideais para máquinas de porte utilizadas em condições exigentes. Além disso, possuem propriedades
que permitem corte de alta precisão independentemente da técnica
usada; usinagem, fresagem, furação e escareamento são feitos sem
falhas; o raio de dobramento é reduzido para melhor desempenho;
e a soldagem é de maneira mais fácil com um resultado de qualidade, enquanto mantém altas propriedades mecânicas das chapas.
Segundo a empresa, essas características foram obtidas pela
combinação exclusiva de quatro fatores: planicidade, acabamento de superficial, tolerâncias de espessura e uma composição
química otimizada de baixa liga com nível de pureza de aço muito
acima do padrão. A NLMK é a única fabricante reconhecida e
especializada na fabricação de chapas, tanto finas quanto grossas
no setor de chapas de aço Q&T (temperadas e revenidas). As
chapas antidesgaste e estrutural estão disponíveis para pronta
entrega desde o estoque local da NLMK South America, no Brasil, em espessuras de 3 – 160 mm e largura de 1500 – 3100 mm.
Mobil apresenta conceito
de produtividade avançada
A
Mobil, referência em lubrificantes premium no Brasil, apresentou sua linha de produtos para indústria
de mineração, que é considerada estratégica para empresa em função da importância econômica e
robustez de máquinas e equipamento. Durante o evento, a companhia trouxe especialistas em lubrificação industrial que contaram como é possível aumentar a produtividade, trazer mais segurança para a
operação e obter maior cuidado ambiental.
“Mais do que apresentar nossas inovações sintéticas e de alta performance durante o evento, queremos contar aos visitantes nosso conceito de produtividade avançada e como estamos alinhados às
demandas das grandes empresas globais”, afirma Sérgio Campos, gerente de marketing da Mobil.
O executivo explica que mineradoras, fabricantes e montadoras de equipamentos para mineração buscam
mais do que lubrificação adequada e que atenda às exigências de seus equipamentos – elas priorizam aumento de produtividade, mais
segurança para a operação e maior cuidado ambiental.
“Nosso conceito de produtividade avançada abrange todas estas demandas, porque temos a preocupação com a sustentabilidade da
operação. Entendemos que a boa lubrificação é obtida por meio de produtos de alta performance, soluções e serviços robustos e, acima
de tudo, conhecimentos técnico para colocar tudo isso em prática”, conta o executivo.
NSK expõe programa que estende
vida útil dos rolamentos
A
NSK, multinacional japonesa presente no Brasil desde
1970, participou do evento com a sua linha de rolamentos autocompensadores de rolos, desenvolvidos especialmente para equipamentos vibratórios. Além disso, a empresa
destacou o AIP - Programa de Gerenciamento de Ativos. O programa é aplicado gratuitamente dentro do cliente e demonstra
quanto se pode economizar no processo, melhorando suas performances por meio da aplicação da metodologia. De 2012 até hoje, mais de 130 projetos foram implementados
e aprovados formalmente pelos clientes utilizando a metodologia do AIP, com uma redução de custo que supera os R$ 6 miwww.revistaminerios.com.br
lhões. De acordo com informações da empresa, a solução contempla diversas atividades técnicas que, quando implementadas
corretamente, aumentam o desempenho do rolamento aplicado
e, consequentemente, faz com que a máquina do cliente tenha
mais produtividade.
Na feira, a empresa destacou os rolamentos autocompensadores de rolos HPS, que proporcionam uma maior vida útil e maior
limite de rotação, com uma capacidade de carga dinâmica elevada em 25%. Outros produtos expostos foram os rolamentos de
rolos cilíndricos de alta capacidade de carga da série EW e EM,
rolamentos Série EW e rolamentos Série EM.
Setembro 2015 | 47
KSB exibe bomba nacionalizada
para serviços pesados
A
Exposibram
KSB Brasil exibiu a sua bomba LSA, recém nacionalizada, durante a Exposibram. Com início da produção da bomba LSA
na fábrica em Várzea Paulista (SP), a companhia visa a atender
operações com polpas com sólidos graúdos e em altas concentrações,
ampliando a cobertura de aplicações para o setor de mineração.
“Com a produção local, conseguiremos atender ao segmento
com nossos produtos nacionais todas as classes de serviços
para bombas de polpa - mistura de água com minérios, pois já
contamos com a KSB LCC, mais leve, para aplicações com polpas Classe 01, 02 e 03”, afirma Jardel Ribeiro, supervisor de
Vendas da Divisão de Mineração da KSB.
A bomba, que possui projeto concebido de sucção horizontal, tem corpo de carcaça simples e traz revestimento de sucção
substituível com rotor de quatro aletas, ou na opção de três aletas
para resíduos sólidos de tamanhos maiores. Sua parte mecânica
conta com eixo reforçado para prolongar a vida útil dos componentes do lado acionado e caixa de gaxetas e anel de alívio de
rotor para remoção segura e fácil. Mais pesada, a bomba LSA
é desenvolvida para atender bombeamento de polpa com maior
concentração e tamanho de
sólidos, isto é, aplicações extra
pesadas (Classe 04).
O equipamento traz carcaça projetada em ferro fundido
branco (GASITE WD28G), assim
como o rotor. O pedestal é feito em
aço carbono e o suporte de mancal em ferro fundido. Sua descarga varia entre 50 a 660 mm. Já a vazão vai de 20 a 13.600 m3/h; a
altura manométrica é de 90 m e a pressão de operação de até 16
bar, podendo ser estendida para altas pressões (até 50 Kgf/cm2)
como projeto especial (sob consulta). A LSA foi projetada para
suportar temperaturas de até 65º C.
Além desse segmento, a LSA também pode ser utilizada em
água e esgoto, lavagem de gases, dragagem e em indústrias
alimentícia, siderúrgica e química. Para a nacionalização desse
modelo, a empresa realizou a aquisição de ferramentas específicas para a sua montagem, seguindo os padrões de qualidade
exigidos pela matriz.
Quimatic Tapmatic inova
com borracha reparadora a frio
48 | Setembro 2015
Plasteel Diamantado e Plasteel Alta Resistência Química. O Plasteel
Diamantado possui esferas que garantem altíssima resistência à
abrasividade. O produto adere sobre qualquer superfície, inclusive
inox, e funciona como uma placa de sacrifício, permitindo ainda
retoques nas partes que sofrem desgaste por abrasão.
Já a Plasteel Alta Resistência Química é destinado para uso em
estruturas metálicas que sofrem com o ataque químico dos diversos produtos usados no processo da extração e beneficiamento do
minério. A solução é facilmente aplicada com trincha ou rolo próprio para epóxi e, além de garantir alta resistência química, resiste
à abrasividade leve por fluxo.
Quimatic Tapmatic lançou
a Plasteel Flex 80, borracha
reparadora a frio para
correias transportadoras
Foto: Minérios & Minerales
A
Quimatic Tapmatic lançou durante a feira a Plasteel Flex
80, borracha reparadora a frio, além de produtos para
manutenção preventiva e corretiva de equipamentos utilizados na mineração.
De acordo com a empresa, além de garantir recuperação total de
superfícies danificadas, os produtos também são indicados para
uso em equipamentos novos, formando uma camada de sacrifício
que aumenta a vida útil das superfícies sujeitas à abrasão, impacto
e corrosão por agentes químicos. Entre outras aplicações na mineração, o produto pode ser usado em esteiras e roscas transportadoras, chutes, caixas de contenção, ciclones, decks de peneiras
vibratórias, bombas e tanques de lixiviação.
“A manutenção com Plasteel adia a compra de novas máquinas
e equipamentos a um custo muito menor. Com auxílio de nossos
produtos, as mineradoras mantêm seu maquinário em perfeito estado e funcionamento, diminuem as paradas para manutenções e
garantem maior produtividade e competitividade”, Walter Strebinger, diretor da Quimatic Tapmatic
Segundo informações da empresa, o Plasteel Flex 80, composto
bicomponente à base de poliuretano, atua em reparos em esteiras
transportadoras das mineradoras de forma prática, econômica e
eficaz, destacando-se ainda por custar menos que opções importadas. Quanto maior o custo das correias de borracha utilizadas,
maior o benefício ao se optar pelo conserto no lugar de comprar
material de reposição. Outros destaques da linha de produtos são
Saint-Gobain Canalização lança tubos para polpa
A
Saint-Gobain Canalização, fabricante de sistemas em ferro fundido dúctil para transporte de fluidos, lançou no
mercado sua linha exclusiva de produtos para o transporte de polpa à indústria de mineração. A gama é composta de
tubos e conexões em ferro fundido dúctil, nos diâmetros 200 a
1200 mm, e ainda sob consulta os DNS 80 a 150.
“O mercado de Mineração é um dos mais promissores do Brasil,
com potencial para dobrar a produção em 20 anos. Por isso, estamos nos preparando para atender essa demanda com produtos
inovadores. Vamos disponibilizar tubos e conexões de ferro fundido dúctil para manuseio de rejeito”, afirma Marcelo Machado,
diretor comercial e de marketing da Saint-Gobain Canalização.
Segundo Machado, o diferencial da empresa está nos seus produtos que são fabricados em ferro fundido dúctil, material que proporciona maior durabilidade e elasticidade aos tubos e conexões.
Entre as vantagens dos tubos de ferro fundido dúctil, destaca-se o
revestimento interno, que é concebido e customizado para resistir
à abrasão específica de cada tipo de aplicação, polpa ou minério.
“A tubulação deve suportar não somente as pressões de bombeamento, mas também a abrasão e os impactos de intensidades
variadas e esforços cíclicos que podem levar à fadiga do produto. Se comparado às soluções utilizadas atualmente pelo mercado,
nossos produtos têm vida útil superior”, explica Marcelo.
Outro diferencial dos produtos da companhia, segundo o executivo, é o baixo custo da instalação, pois a montagem é fácil e
mais rápida, em comparação com outras soluções. Além disso, a
empresa fornece suporte técnico permanente, desde a concepção
do projeto até a finalização da obra. “Sistemas de canalização de
qualidade e resistentes são um dos maiores aliados das empresas
que pretendem otimizar seus custos e produção”, ressalta Marcelo.
Ourominas traz solução para o mercado de ouro
A
Ourominas, empresa que atua na comercialização de ouro, apresentou o conjunto de soluções às mineradoras que envolvem a análise do minério no local de extração, transporte, exportação do metal, além de apoio
nas áreas de finanças e tributação.
Segundo Maurício Gaioti, executivo de exportação da empresa, a ideia é agilizar os negócios das pequenas e médias mineradoras, assim como cooperativas, que queiram comercializar seus bens minerais de forma competitiva,
obter liquidez e reduzir custos.
“Nossa atividade de exportação de ouro e metais preciosos atua plenamente conforme padrões legais exigíveis,
nacionalmente e internacionalmente. Através de planejamento e visão de futuro, a empresa possui estrutura para organizar operações de logística e comércio exterior, oferecendo resultados sólidos aos seus parceiros”, afirma Gaioti.
Para análise e certificação do minério, a empresa possui laboratório próprio e equipe capacitada, que realiza
o trabalho na unidade da mineradora, reduzindo os custos de envio para os grandes centros urbanos e aumentando a segurança em função do metal não ser transportado. A empresa oferece ainda um estudo da melhor
opção logística para exportação, com análises sobre as operações e seguros para despacho do metal precioso.
Foto: Minérios & Minerales
Cabo nacional Wirex para uso em máquinas móveis
A
Wirex Cable, fabricante brasileira de condutores elétricos, lançou o cabo Wirex.Extreme B90UF FO
3,6/6 a 12/20 kV, desenvolvido para utilização e máquinas móveis de mineração e movimentação
de cargas. Fabricado no Brasil, o cabo faz a transmissão de dados por fibra óptica, possibilitando
o gerenciamento de máquinas e equipamentos por telemetria, como escavadeiras, perfuratrizes, carregadeiras e retomadoras.
O fio condutor tem uma cobertura que foi desenvolvida no laboratório da empresa e oferece proteção às condições
severas de flexão e desgaste por arraste ou torção. O revestimento, feito em elastômero a base de poliuretano, também possui características de resistência a óleos e graxas, solventes químicos, umidades, intempéries e raios UV.
O cabo não possui a tradicional blindagem metálica em malha de cobre, mas sim uma blindagem em fita
semicondutora enfaixada, além da camada extrudada sob isolação. O cabo é fornecido com ou sem fibra óptica
(mono ou multímodo) sob medida para a aplicação e necessidade definida pelo cliente.
Wirex apresentou cabo desenvolvido para máquinas móveis de mineração, com transmissão de dados por fibra óptica
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Setembro 2015 | 49
Graco apresenta sistema
de gerenciamento de fluidos
A
Foto: Graco
norte-americana Graco destacou o seu sistema de gerenciamento de fluidos para equipamentos de mineração. Denominado Matrix, o
sistema, que possui transmissão sem fio (wireless),
permite o gerenciamento de fluidos e o controle de
estoque. Com ele, é possível acompanhar as informações do dispensador em tempo real, monitorar os
registros de evento e o status do tanque, resultado
em um maior controle para cada enchimento e distribuição de fluido a granel.
A empresa apresentou ainda o controlador de
ar da bomba, que bloqueia o acesso ao tanque
de fluidos, mantendo as bombas inoperante caso
seja necessário, além dos monitores de tanque e
conduítes de comunicação.
ThyssenKrupp foca em sistemas
mais eficientes
C
om a presença de especialistas da matriz,
na Alemanha, a ThyssenKrupp, divisão Industrial Solutions, apresentou seus equipamentos para mineração, como moinhos, sistemas
de britagem móvel e semimóvel, recuperadoras,
transportadores de longa distância e sistemas de peneiramento, entre outros. A estratégia da empresa é
fornecer máquinas e equipamentos que aumentem a
eficiência das minas e diminuam custos.
A companhia destacou sua nova linha de britadores e peneiras, denominada Standard Machines e
destinada às mineradoras de pequeno e médio porte. As aplicações dos equipamentos foram detalhadas pelos porta-vozes da empresa durante palestra
no congresso do evento, assim como o Skip Conveyor, sistema patenteado de transporte de minério
baseado em um conjunto de caçambas tracionadas
por guinchos eletromecânicos, que operam a uma
inclinação de até 75 graus entre a base e o topo da
mina, reduzindo o uso de caminhões.
A companhia destacou ainda as recuperadoras
de rodas de caçambas bilabiais do tipo ponte, que
eliminam o tempo de intervenção no equipamento
e aumentam a sua disponibilidade operacional, já
que não precisa reverter a caçamba – um processo
que pode durar até seis horas.
50 | Setembro 2015
Foto: ThyssenKrupp
Exposibram
Sistema Matrix, que possui transmissão
wireless, permite o gerenciamento de
fluidos e o controle de estoque
ThyssenKrupp destacou as recuperadoras de
rodas de caçambas bilabiais do tipo ponte
Foto: Arvos
Arvos traz equipamentos
da Raymond Bartlett Snow
H
á mais de 130 anos no mercado, o grupo alemão Arvos, por meio
da sua empresa Raymond Barlett Snow, apresentou seus equipamentos de moagem, processamento térmico e aeroclassificação. A empresa, que tem fábrica em Vinhedo, no interior de São Paulo,
tem como estratégia a atuação desde a concepção e desenvolvimento até
a implantação e operação dos equipamentos e sistemas, realizando testes de planta piloto e participando do comissionamento das máquinas.
A companhia mantém um banco de dados da especificação original de todos os
equipamentos vendidos, por número de série e modelo, visando ter registros precisos para cada peça de equipamento, incluindo variações de design personalizado para aplicações específicas. O processo facilita as atividades de manutenção e
reposição de peças, por parte das equipes de pós-venda da empresa.
Raymond Barlett Snow, empresa do grupo alemão Arvos,
fabrica equipamentos robustos, como o moinho de bolas
comumente utilizado pela indústria de cimento
Bomba anfíbia trabalha dentro e fora d’água
A
Foto: Higra
Higra expôs na feira a sua linha de bombas anfíbias
e os aeradores, bem como suas soluções integradas para sistemas de bombeamento e tratamento de
efluentes. As bombas anfíbias foram desenvolvidas para operar tanto dentro quanto fora da água, podendo ser montadas
tanto em série como em paralelo, somando-se assim as vazões e/ou pressões. A característica anfíbia deve-se ao design
do equipamento, onde o fluxo da água é admitido pela sucção
axial flangeada, passando por um rotor centrífugo onde todo
o volume de fluido bombeado passa ao longo do motor garantindo uma troca térmica.
Durante o evento, a companhia apresentou o modelo de bomba
anfíbia de média tensão (4,16 KV) nas potências de 200 a 500 CV.
Higra fornece soluções integradas para sistemas
de bombeamento e tratamento de efluentes
Foto: Erkat
Erkat traz linha de fresadoras
Erkat exibiu sua extensa gama de fresadoras
para operações de corte de rochas
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A
alemã Erkat destacou a sua linha de fresadores, que
abrangem os modelos tambor, rotação, transversal, longitudinal e de corrente, e são acoplados em escavadeiras
para corte de rocha. Os implementos incluem trem de acionamento, acessórios de segurança e engrenagem de fixação da
fresadora rígida.
As fresadoras de tambor, que possuem pontas endurecidas
contra desgaste (Série ER 1500 – ER 5500), usam engrenagens
de dente reto extremamente grandes, impulsionadas por motores
hidráulicos de alto torque, com alta resistência ao desgaste. Um
sistema de fixação central permite um giro em 3600 sem precisar
ser desconectada da escavadeira.
Setembro 2015 | 51
Manipulador de pneu 75% mais eficiente
Foto: Hedweld
Manipulador compacto suporta pneus e rodas
de até 15.000kg, com tamanhos de R49 a R63
Iluminação LED consome 60% menos
A
norte-americana Dialight Corporation exibiu a sua linha de tecnologias de iluminação com LED para áreas industriais. Com
sistemas de iluminação econômicos, a empresa,
que tem 40 anos de mercado, pretende contribuir
para a redução do consumo de energia da indústria
de mineração, assim como otimizar as atividades
de manutenção.
Na feira, a empresa destacou o projetor LED
52000 Lumens IP66, que substitui os projetores
de lâmpadas a vapor metálico de 1000 watts. De
acordo com informações da companhia, o produto proporciona economia de energia de até 60% e
mais de 10 anos livres de manutenção, comparado
às tecnologias convencionais, podendo durar mais
de 15 anos em operação. A linha de iluminação
LED oferecida pela empresa, elimina a necessidade
de paradas programadas para a troca de lâmpadas,
facilita o acendimento e religamento de energia
sem degradação da vida útil do produto, além de
preservar as fontes de energia e diminuir os riscos
ambientais.
52 | Setembro 2015
Foto: Dialight
Exposibram
A
australiana Hedweld apresentou o manipulador de pneu Trilift TH 15000, que foi
desenvolvido para a remoção e instalação
de pneus de equipamentos de mineração de forma
segura. O manipulador compacto, movido a diesel/hidráulica e controlado remotamente, suporta
pneus e rodas de até 15.000kg, com tamanhos
radiais de R49 a R63.
A unidade possui uma plataforma elevada para
um trabalho seguro, manipula os pneus levantando-os para cima e para baixo e para direita e
para esquerda, com rotações nos sentidos horário e anti-horário e deslocamentos laterais. O
controle remoto de fácil operação tem comando
proporcional das válvulas hidráulicas, oferecendo ao operador uma precisão milimétrica
dos movimentos. Segundo informações da empresa, ao utilizar o controle remoto o operador
tem uma melhora da visibilidade e é removido
da zona de perigo.
Em um teste independente, o TH15000 provou
ser de 60 a 75% mais eficiente em custo, tempo
e funções recursos do que métodos tradicionais. Com o equipamento, reduz-se consideravelmente o dowtime do equipamento.
Novo LED 52000 da Dialight proporciona economia de
energia de até 60% e mais de 10 anos livres de manutenção
EPI para proteção respiratória
Foto: Minérios & Minerales
A
GVS, fornecedora de filtros para aplicações no setor automobilístico, médico,
farmacêutico e industrial, exibiu o Elipse, novo respirador semi facial para proteção respiratória contra vapores orgânicos, partículas e fumos metálicos. O filtro
do respirador flexível é plissado, encapsulado em um formato elíptico e se acomoda
em formato curvo, acompanhando o contorno na face. De acordo com a empresa, uma
extensa pesquisa de tipos de resinas foi necessária para permitir este formato curvo sem
perda da eficiência de filtragem.
Os materiais que compõe a peça facial e os filtros são hipoalergênicos, 100% livres de
silicone e látex. O elástico de fixação tem quatro pontos de ajuste e banda de conforto
na parte traseira da cabeça. O design compacto reduz drasticamente a possibilidade de
a máscara interferir nos outros EPI´s, como óculos de proteção, máscaras de solda e
protetores faciais. Uma válvula de exalação localizada estrategicamente na parte frontal
da peça facial proporciona saída eficaz do ar quente, aumentando o conforto térmico e
reduzindo a fadiga, se comparado às máscaras convencionais.
GVS trouxe o Elipse, novo respirador
semi facial para proteção respiratória
Astec exibe britador de mandíbulas Telsmith
A
Astec do Brasil, subsidiária da norte-americana e com fábrica
em Vespasiano (MG), destacou durante o evento a sua linha de
britadores de mandíbulas Telsmith, como o modelo H3450. A
carcaça do equipamento foi projetada utilizando a tecnologia de análise
por elementos finitos, de modo a reduzir peso e manter a confiabilidade
e robustez. As mandíbulas do britador são intercambiáveis e reversíveis, visando à máxima utilização. Além disso, o sistema de abanadeira
hidráulico reduz a necessidade de manutenção e paradas para ajuste.
De acordo com informações da empresa, o sistema de tensionamento do Hydra-Jaw reduz tempo de manutenção e operação,
eliminando a necessidade de ajuste de molas ou calços ao modi-
ficar a abertura do britador. Já o cilindro hidráulico é o principal
elemento do sistema de abanadeira hidráulica do britador. O cilindro incorpora um pistão reforçado para alta força de britagem
e uma haste superdimensionada para estabilidade e resistência.
Após eventual parada de emergência, o sistema de esvaziamento do britador permite retornar à operação em menos de 15
minutos. Por meio de botões do painel de controle, o sistema hidráulico brita qualquer material remanescente na câmara, evitando que materiais superdimensionados sigam o fluxo da planta.
A empresa possui equipamentos instalados em mais de 3,5 mil
unidades industriais ao redor do mundo.
Sew Eurodrive – flexibilidade na aplicação
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Segurança operacional e a facilidade
de manutenção são características dos
redutores da Sew Eurodrive
Foto: Minérios & Minerales
A
Sew Eurodrive destacou a sua linha de redutores planetários da Série XP. Os equipamentos apresentam graduações finas de torque, de
100.000 (modelo XP 07) até 3.000.000 MN2 (Nm) (modelo XP 25). O
número de acessórios pré-definidos oferece alto nível de flexibilidade para a
aplicação específica.
A segurança operacional e a facilidade de manutenção são características dos
redutores, especialmente no projeto da carcaça robusta, baixo nível de ruído
e sistemas de refrigeração. Desenhos em 2D e 3D e conjuntos pré-definidos
para sistemas de transportadores e elevador de canecas completam a série.
Além da Série XP, a empresa desenvolve redutores planetários especiais, redutores sem trocador de calor e com carcaças de chapa de aço. Os redutores de grande porte e planetários customizados destinados ao mercado de mineração são
fabricados no Brasil e contam com uma equipe técnica especializada, responsável
pelo atendimento, consultoria pré e pós-venda, acompanhamento e start up dos
equipamentos. Estes produtos são homologados junto ao BNDES para Finame.
Setembro 2015 | 53
C
Exposibram
om forte presença nas indústrias de mineração,
cimento, siderurgia, energia e portos, a alemã
Aumund apresentou suas linhas de equipamentos para transporte, recebimento, retomada e estocagem
de granéis sólidos, como transportadores metálicos,
elevadores de caneca, alimentadores de sapata e sistemas de descarga. A empresa destacou ainda os equipamentos móveis para manuseio da Samson, empresa
do grupo.
Para reforçar as suas tecnologias e apresentar cases
junto ao setor de mineração, a empresa realizou um seminário em Belo Horizonte (MG) na semana da Exposibram. No evento, engenheiros da empresa detalharam
as características e aplicações do alimentador rotativo
RDM, desenvolvido para descarregar granéis sólidos de
difícil manuseio de moegas retangulares, pilhas a céu
aberto e grandes silos cilíndricos, e da empilhadeira
Aumund destacou o alimentador rotativo RDM,
móvel Boom Feeder, projetada para receber material a
desenvolvido para descarregar granéis sólidos de
granel diretamente de caminhões basculantes ou pásdifícil manuseio, e a empilhadeira móvel Boom Feeder
-carregadeiras, oferecendo grande capacidade de recebimento.
A subsidiária brasileira da companhia foi fundada em 1975 em São Paulo (SP). No mundo, a empresa está presente em todos os
continentes, com filiais nos Estados Unidos, França, Polônia, China, Rússia e Emirados Árabes, entre outros.
Foto: Aumund
Aumund exibe linha para transporte e estocagem
Henfel se junta ao grupo Ringfeder
54 | Setembro 2015
Foto: Henfel
D
urante a feira, a Henfel anunciou a sua integração ao grupo
alemão VBG, sendo inserido na divisão Ringfeder Power
Transmission. A companhia, que iniciou suas atividades
em 1981 na cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo, conta com cerca de 130 colaboradores e fabrica produtos mecânicos
para transmissão de potência. Atualmente, atende os setores de
mineração, siderurgia, cimento, açúcar e etanol, entre outros.
Há algum tempo, Celso Cassiano, ex-acionista majoritário e
diretor da Henfel, vinha procurando por um parceiro que fosse
capaz de impulsionar o desenvolvimento da empresa. O que se
iniciou com uma discussão sobre a criação de uma parceria resultou no contrato de venda. Cassiano permanecerá à frente da
Henfel como CEO e espera que a companhia possa se alcançar
novos segmentos do mercado, como o de óleo e gás.
“Para mim, foi muito importante identificar um novo parceiro
que se concentrará no desenvolvimento sustentável da empresa e
que irá trabalhar para garantir que continuemos a ser um grande
gerador de empregos em Jaboticabal. A Ringfeder tem esse comprometimento e possui o conhecimento em outros segmentos
que estávamos procurando” afirma Cassiano.
A Ringfeder, com suas marcas Ringfeder, Tschan e Gerwah, é
uma das principais fabricantes em anéis de fixação, anéis de fricção e acoplamentos. Basicamente em todo sistema onde é instalado um anel de fixação, também é aplicado um acoplamento.
Segundo os porta-vozes da empresa, a sinergia resultante desta
Com a Ringfeder, Henfel ampliará o seu portfólio
de produtos e encalce a novos mercados
aliança agrega diversas competências ao grupo e é um passo
importante no sentido de se tornar um fornecedor completo para
a cadeia de transmissão de potência.
“Sem a fabricação local, seria muito difícil ganharmos espaço
no mercado brasileiro, mas agora seremos capazes de produzir
e distribuir nossos produtos para um mercado completamente
novo. Também com a aquisição, a Henfel ampliará a sua cesta de
produtos a serem ofertados aos clientes,” complementa Thomas
Moka, CEO da divisão Ringfeder.
A influência dos lubrificantes
de alta tecnologia
"O lubrificante que, apesar de não representar a
conta mais cara em uma empresa de mineração,
está presente em todos os processos
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quina. E o meio ambiente também sai ganhando. Se trocamos menos o lubrificante,
menor também é o descarte”, afirma.
Lubrificante amigo
do meio ambiente
A primeira palestra do Seminário foi ministrada por Edmilson Costa, consultor em
Geologia, Meio Ambiente e Mineração do
Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM),
que deu um panorama sobre as tendências
globais do setor. Logo depois o palestrante
foi o americano James Hannon, representante da ExxonMobil e especialista em óleos de turbina, hidráulicos e marinhos. Em
um dos seus painéis ele abordou como os
lubrificantes podem contribuir para a sustentabilidade da companhia mineradora
e ressaltou que é preciso procurar o óleo
certo para cumprir as metas ambientais.
Uma das linhas que ele destacou e que está
chegando no Brasil foi o Mobil SHC Hydraulic
EAL. “Combinando alta tecnologia e performance, conseguimos um produto diferenciado, amigável ao meio ambiente e que atende
aos novos critérios da regulamentação. Com
durabilidade comprovada e maior eficiência
energética, o SHC Hydraulic EAL é totalmente
biodegradado pela ação de micro-organismos
em menos de 20 dias”, afirma Hannon.
Economia comprovada
O Seminário Internacional de Mineração
Mobil 2015 contou com a exposição de
vários cases, que comprovaram como
um lubrificante de alta tecnologia pode
Foto: Mobil
B
elo Horizonte sediou no dia 7 de
outubro o Seminário Internacional de Mineração Mobil 2015.
Organizado pela marca americana, que é
uma das referências em óleos lubrificantes premium para indústria, o evento, que
já passou por México e Peru, abordou o
conceito de produtividade avançada no
segmento, além de segurança na operação e sustentabilidade.
Representantes de grupos mineradores
como Vale, CRH, VSB Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil, Intercement, e empresas que prestam serviço como Astec do Brasil e U&M Mineração, estiveram presentes
no dia, que contou com muita troca de conhecimento, experiências e palestras de experts no segmento. “Esta oportunidade abre
uma nova perspectiva para o lubrificante
que, apesar de não representar a conta mais
cara em uma empresa de mineração, está
presente em todos os processos, podendo
assim influenciar positiva ou negativamente
na produtividade e vida útil dos equipamentos”, destaca Fábio Afonso, gerente de Engenharia de Campo da Cosan Lubrificantes,
licenciada da Mobil no Brasil.
O especialista conta que as empresas do
setor estão cada vez mais atentas às novas
tecnologias que envolvem os lubrificantes.
“Se duplicamos o intervalo de troca do
produto, o equipamento não pára, aumentando a produção. Além disso, executando
a tarefa com menor frequência, o funcionário fica menos exposto a possíveis riscos,
diminuindo a interação entre homem e má-
contribuir significativamente na economia
de custos da mineradora.
Uma das provas de desempenhos apresentadas foi com o produto Mobil SHC
630, que proporciona redução no consumo de energia e aumento na produtividade. Operando em condição crítica, o
redutor do acionamento de um Moinho
de Bolas apresentava falhas constantes
de funcionamento, com paradas semanais
para manutenção devido à alta temperatura de operação, trocas frequentes da carga
do lubrificante mineral e perda de produtividade no processo de moagem.
Após avaliação das condições de lubrificação, foi recomendado o óleo 100% sintético
Mobil SHC 630, associado a melhorias de
blindagem das condições de operação do
redutor e programa de inspeção de engenharia por técnicos da Mobil. O resultado foi
a redução de 5,6% no consumo de energia
elétrica e ao evitar as paradas de produção
no acionamento do redutor, representou
uma economia de R$440 mil por ano.
Outro caso apresentando foi com o produto DTE 10 Excel 46. O teste foi realizado com escavadeiras Hitachi, no estado
de Pará. Com uma frota composta de 19
máquinas, houve a necessidade de um estudo para aumentar a vida útil das bombas
hidráulicas Kawasaki. Com objetivo de dar
maior produtividade e possibilitar uma redução nos custos operacionais, o estudo
tinha como objetivo apurar os fatores responsáveis por falhas nas bombas Kawasaki
com menos de 5 mil horas de trabalho.
A recomendação então foi o uso do Mobil
DTE 10 Excel 46 no sistema hidráulico das
escavadeiras Hitachi, associado ao programa
de inspeção Mobil, proporcionando melhor
proteção ao equipamento, estendendo a vida
útil das bombas hidráulicas. O resultado foi a
economia de R$ 2.7 milhões com a redução
dos custos de manutenção em bombas do
sistema hidráulico, consumo de lubrificantes
e filtros de óleo. Foi constatado também um
aumento de produtividade equivalente a 1,6
milhões t e uma redução do descarte de mais
de 19 mil litros de lubrificantes.
Setembro 2015 | 55
Manutenção
Mobil realizou seminário sobre o tema e seu reflexo em produtividade, segurança e meio ambiente
Avançam as obras na ferrovia de
Carajás para escoar produção de S11D
Minério de Ferro (II)
C
onstruir 100 km de estrada de ferro pelo sudeste do Pará gerando o
mínimo de impacto ambiental possível à Floresta Nacional é a tarefa complexa
que a Andrade Gutierrez enfrenta no projeto
do ramal S11D. A ferrovia faz parte do projeto Ferro Carajás, da Vale, de expansão na
produção do minério. Trata-se do maior
projeto de mineração hoje no mundo. Próxima à cidade de Canaã dos Carajás, está
sendo construída a usina, cuja infraestrutura
foi feita também pela empresa. O minério
de ferro processado será transportado pelo
ramal ferroviário para a linha municipal em
direção ao porto Ponta da Madeira, em São
Luiz do Maranhão.
O gerente do contrato do ramal, Eugênio
Barreto, conta que uma das maiores dificuldades enfrentadas no projeto está na
condição climática. A região tem um período de chuvas bem definido de dezembro
a março, e outro de seca, no restante do
ano. É durante esta “janela” de verão, de
abril a novembro, que os trabalhos devem
ser acelerados, para entrarem num ritmo
mais lento durante as chuvas. “Nossa
meta é concluir todas as obras de terraplanagem até novembro, para no ano que
vem nos concentrarmos exclusivamente
na montagem da superestrutura”, explica.
No momento, 58% da obra já foram concluídos. Em abril, a AG entrou na segunda
fase de mobilização para aproveitar o verão,
quando foram contratados cerca de 2 mil
colaboradores. Segundo Barreto, desde o
início do projeto foi feito um trabalho forte
de contratação de mão de obra nas comunidades, com a inclusão de mulheres, principalmente na função de sinaleiras. Programas de capacitação foram desenvolvidos,
formando um contingente de trabalhadores
que poderá ser realocado a projetos futuros.
“A empresa vem disponibilizando recursos
e dando uma ênfase grande na capacitação
dos funcionários que estão no projeto S11D
do Ramal”, explica.
Para o gerente de QMSS Leônidas Araújo
Fernandes, o projeto do Ramal, iniciado em
julho de 2013, constitui um caso de sucesso: “Fomos reconhecidos como benchmark em segurança. Atingimos o recorde da
56 | Setembro 2015
Foto: Andrade Gutierrez
Terraplanagem estará pronta até novembro, para que a superestrutura comece a ser montada no ano que vem
Estrada de ferro terá 100 km de extensão
empresa de 18 milhões homens/hora sem
acidente com afastamento”.
Segundo Fernandes, por se tratar de um
projeto que atravessa uma parte da Floresta Nacional (Flona), a sustentabilidade e
o meio ambiente devem ser tratados com
um rigor maior do que seria em uma obra
comum. “Trata-se de uma obra linear e itinerante, com 100 quilômetros de extensão
que passa por diversas comunidades. São
quatro túneis, quatro pontes e sete viadutos,
que estão sendo construídos de acordo com
todos os requisitos do cliente, de instalação
e legais. Não queremos, de modo algum,
gerar passivos ambientais”, relata.
De acordo com Fernandes, o domínio na
Floresta Nacional foi reduzido para que a
supressão vegetal fosse a mínima necessária. No projeto do cliente, constam pontes e pilares que permitem que os animais
trafeguem livremente, sem correr o risco de
ter que atravessar a ferrovia. “Foi uma obra
complexa, no qual a Vale participou ativamente. Ao fim desta demarcação, fomos
muito elogiados, tanto pela Vale, quanto
pelo Ibama, que nos fiscalizou de perto.
Conseguimos, dentro do prazo, cumprir todas as condicionantes”, ressalta.
Arqueologia
Diversos sítios arqueológicos foram localizados na época da licença de instalação. Junto com o cliente e com a empresa Ciência, a
AG fez a identificação, a segregação e o monitoramento diário, para que não houvesse
invasão dos locais. “Ajudamos a empresa a
fazer a identificação e o resgate. Foram encontrados aqui utensílios, peças de arqueologia extremamente interessantes, que foram
doadas para instituições de arqueologia a fim
de serem estudadas. Realizamos campanhas
para divulgar a importância da arqueologia
no nosso projeto”, diz Fernandes.
Na construção dos túneis, foram desenvolvidos circuitos fechados de água, que
resultaram em 80% de economia: o processo de escavação e acabamento de túneis
demanda muita água e com este sistema foi
possível reaproveitar tudo, evitando captar
nos mananciais existentes ou utilizar a água
de comunidades vizinhas.
Outras ações sustentáveis incluíram a utilização de um polímero na umectação do solo
e o processo de “pedraplanagem”. “Por aqui
há muitas vias que não são pavimentadas, o
que gera muita poeira e incômodo nas comunidades. O polímero substituiu o processo de umidificar as vias com água de carro
pipa. A durabilidade é maior e a economia
de água também, assim como há redução
no tráfego de caminhões”, explicou.
Já o recurso de “pedraplanagem” foi utilizado durante o período de chuvas, já que
a terraplanagem torna-se inviável. Por meio
desta técnica, os rejeitos de concreto são
utilizados na própria obra, em vez de serem
transportados para um centro da Vale. A
ação é sustentável, pois reduz a emissão de
gases com transporte e garante o reaproveitamento dos resíduos.
Durante a reforma dos fornos
foram gerados 1.100 empregos
A Anglo American concluiu, com quase dois meses de
antecedência, a reforma dos dois fornos elétricos em sua
operação de níquel no município de Barro Alto, em Goiás. A
reforma do primeiro forno iniciou em outubro de 2014 e foi
finalizada em abril de 2015 e na sequência, iniciada a operação desta linha. No último dia 16 de setembro, foi concluída
a reforma do segundo forno e produzido o primeiro metal da
segunda linha.
“Com a experiência e lições aprendidas que obtivemos na
reforma do primeiro forno, conseguimos realizar as atividades do segundo forno com ainda mais agilidade, eficiência
e com ótimo desempenho em segurança, sem acidente com
afastamento”, ressalta Ruben Fernandes, presidente dos negócios Níquel, Nióbio e Fosfatos da Anglo American. Ruben
aponta ainda alguns benefícios provenientes da reforma,
como uma operação ainda mais segura com melhoria significativa da estabilidade operacional e consequente aumento
da produtividade. O primeiro forno reformado já atingiu a capacidade nominal,
que é de 1,2 milhão t por ano, o equivalente a uma média de
produção de aproximadamente 18 mil t de níquel por forno por
ano nos primeiros dez anos. O segundo forno está em processo
de ramp-up.
Com 8 m de altura, 13 m de largura e 36 m de comprimento, os
fornos foram projetados para trabalhar com uma potência nominal de 81MW cada, devido à substituição total do revestimento
refratário e dos reparos eletromecânicos realizados.
Para a realização da reforma, foram gerados 1.100 empregos
indiretos no pico das obras e o registro total de horas-homem
trabalhadas foi de 1,6 milhão.
Além da unidade em Barro Alto, a Anglo American possui outra
operação de Níquel em Niquelândia, ambas no estado de Goiás.
No primeiro semestre de 2015, as duas operações produziram
juntas 13.000 t de níquel contido em ferroníquel e a previsão para
o ano é produzir entre 25 e 30 mil t.
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A Haver & Boecker anunciou um acordo de colaboração estratégica para o mercado da América Latina com a Hazemag Minerals. O
acordo consiste em oferecer para a área de processamento mineral
não só a venda dos equipamentos para britagem, moagem, secagem
e transporte, mas também um programa de pós-venda, no qual, o
cliente terá serviços de assistência técnica, peças de reposição, reforma e modernização de máquinas feitos pela Haver & Boecker.
De acordo com as empresas, esses serviços valem não somente
para os novos compradores, mas para os clientes que já possuem
máquinas da Hazemag Minerals. “Temos a certeza que ao oferecer
ao mercado o mais alto padrão em soluções técnicas para o processamento mineral, aliadas a um extenso e consolidado programa
de serviços, estamos atendendo os crescentes requisitos e necessidades vindos do mercado, reafirmando assim nossa tradição de
qualidade e visão de longo prazo de ambas as companhias”, afirma
Hossy Rohm, gerente de Divisão Hazemag na Haver & Boecker.
Ou seja, baseadas nas necessidades de seus clientes, as empresas decidiram se unir para oferecer uma solução completa na área
de britagem para os consumidores. “Os 40 anos de experiência e
a confiança dos clientes no trabalho da Haver e em sua qualidade,
permitem dar suporte aos clientes Hazemag Minerals”, revela Rohm.
“A Haver & Boecker tem todo um histórico de tradição. Essa
colaboração estratégica para oferecer manutenção e assistência
técnica vai ao encontro do que pensa a Hazemag Minerals, fazer
o atendimento de maneira exemplar”, finaliza o gerente.
Correias Mercúrio comemora
70 anos e expande atuação
para a América do Sul
A Correias Mercúrio – fabricante paulista de correias transportadoras – comemora 70 anos de atividade. Sua história teve início em 1945 a partir de um pequeno galpão na cidade de Jundiaí.
Atualmente, seguindo seu planejamento de longo prazo, celebra a
execução de um plano de expansão no Brasil e na América do Sul.
A empresa anunciou para 2016 a inauguração de uma nova
planta, com investimento de R$ 100 milhões, para consolidar sua
liderança no mercado nacional; e expande a atuação na América
do Sul com a inauguração de uma operação comercial no Chile. A
Mercúrio já conta com escritório próprio em Santiago, trabalhando
com equipe de profissionais locais e oferecendo suporte técnico
imediato para os clientes da região.
Além da nova fábrica, que será instalada no Distrito Industrial
de Marabá, no Estado do Pará, o ano de 2016 traz também a
inauguração do novo Centro de Distribuição e Logística, em Jundiaí, que vai agregar maior agilidade ao escoamento da produção
da unidade paulista. A previsão para o início das atividades da
unidade de logística é o primeiro semestre de 2016.
Com fabricação de mais de 16 mil t de correias transportadoras
ao ano, a fábrica de Jundiaí, que é a maior do Brasil em seu
setor, poderá também direcionar sua produção ao mercado internacional, uma vez que a unidade de Marabá passará a atuar na
demanda interna, com foco na região Norte do País.
Setembro 2015 | 57
Clipping
Aliança entre Hazemag
e Haver & Boecker
Foto: Anglo American
Reforma de fornos de Barro
Alto é concluída antes do prazo
Clipping
JCB produz sua milésima
escavadeira no Brasil
A JCB comemorou em setembro a fabricação da sua milésima escavadeira no Brasil. Os modelos que obedecem aos padrões mundiais de manufatura, com alto nível de qualidade, são voltados para o
segmento florestal, terraplanagem, agricultura, mineração e locação.
O diretor de vendas da JCB, Nei Hamilton, comenta que recentemente foi feito um upgrade em toda a linha de escavadeiras
produzidas no Brasil (modelos JS 200 / JS160), que conta com
um novo sistema elétrico/eletrônico, além do motor JCB 4 cilindros, que garante ainda mais eficiência devido à alta produtividade e ao baixo consumo de combustível. Além disso, os modelos
produzidos na fábrica da JCB no Brasil, inaugurada em 2012,
contam com o LiveLink: sistema de telemetria remoto que pode
ser acessado por smartphone, permitindo ao cliente JCB monitorar diversas funcionalidades de sua máquina, dando a máxima
produtividade e segurança de sua operação.
Outros aspectos da máquina como sua estrutura robusta, projetada para trabalhos severos, ciclos rápidos de operação, somados à facilidade de manutenção e ao conforto do operador, fazem
com que as escavadeiras JCB sejam um diferencial de mercado
no portfólio da empresa.
“Esse marco é só o começo. A JCB acredita no desenvolvimento do mercado brasileiro e enxerga espaço para crescimento no
país, seja na ampliação da gama de máquinas, tanto para o mercado interno quanto para exportação”, finaliza Hamilton.
Samarco recebe certificação
internacional por gestão de
ativos físicos
A Samarco é a primeira mineradora do Brasil a implantar e certificar seu sistema de gestão de ativos físicos. Esse reconhecimento foi obtido após auditoria de certificação realizada pela empresa
franco-brasileira Assetsman, que tem como base a norma internacional BSI PAS-55: 2008, que define os requisitos mínimos
para uma gestão de ativos otimizada.
A conquista demonstra que os ativos físicos da Samarco, ou
seja, as máquinas e equipamentos industriais, geram o máximo
retorno para a organização. Isso foi possível devido à coordenação entre as equipes de investimento, projeto, aquisição, operação, manutenção e descarte, que passaram a tomar decisões
considerando o custo envolvido em todas as etapas do ciclo de
vida de um equipamento.
Os objetivos definidos para o sistema preveem retorno entre R$
20 e R$ 50 milhões nos próximos cinco anos, desempenho que
reafirma o espírito inovador da Samarco e sua competitividade
no mercado mundial de minério de ferro. “Gerenciamos continuamente os ativos físicos da empresa a fim de garantir um equilíbrio entre custo, risco e desempenho. O resultado é obtido por
meio da coordenação entre os processos de aquisição, projeto,
operação, manutenção, reforma e descarte, que buscam compreender o efeito de suas ações ao longo de todo o ciclo de vida dos
ativos”, explica Sergio Mileipe, gerente de Manutenção e responsável pelo Sistema de Gestão de Ativos Físicos da Samarco.
58 | Setembro 2015
Escavadeiras SDLG com
financiamento pelo Finame PSI
A SDLG Financial Services já está operando com o Finame PSI
para as escavadeiras SDLG produzidas na fábrica brasileira de
Pederneiras, interior de São Paulo. As duas primeiras máquinas a
receber financiamento pelo Finame do BNDES já foram faturadas.
“Estamos cumprindo uma promessa feita aos nossos clientes em
agosto de 2013, quando iniciamos a produção das escavadeiras
no Brasil. Nós trabalhamos e investimos muito para nacionalizar
as máquinas e, posteriormente, aumentar o conteúdo local de
peças para viabilizar a homologação dos equipamentos no Finame do BNDES”, declara Enrique Ramirez, diretor-Comercial da
SDLG Latin America.
“O Finame PSI é atualmente a linha de financiamento para
equipamentos de construção que tem as taxas mais atrativas”,
afirma Alexander Boni, diretor Comercial da SDLG Financial
Services. Braço financeiro da SDLG, a SDLG Financial Services
oferece financiamentos dos produtos da linha, com modalidade e
condições específicas para todos os perfis de clientes. O Finame
PSI vem se somar à oferta da empresa, ampliando as opções para
o setor de máquinas.
Ramirez lembra que, inicialmente, a SDLG investiu cerca de
US$ 10 milhões para trazer a fabricação das escavadeiras para o
Brasil. Na sequência, a empresa ainda promoveu novos investimentos para nacionalizar outros componentes.
Os modelos de escavadeiras que podem ser adquiridos pelo
Finame são: LG6150E, LG6210E, LG6225E e LG6250E. “É um
grande avanço para a nossa marca e um importante benefício
para os clientes brasileiros”, diz Ramirez. “Nossa competitividade agora é maior”, observa.
Roletes com durabilidade maior
e custo de reposição 30% menor
A Brasil Peças, há mais de 35 anos no mercado, recentemente
contribuiu com uma solução para a MIB Mineração Ibirité, situada em Minas Gerais, cliente da empresa desde 2010. A mineradora vinha tendo problemas devido à curta duração de seus
roletes e respectivos suportes, precisando parar constantemente
a correia transportadora, e consequentemente sua produção para
a troca destes componentes.
Os roletes que estavam sendo utilizados não atendiam às necessidades do ambiente em que estavam sendo aplicados, apresentando pouca durabilidade, com intervalo de troca muito pequeno e os custos estavam onerando além do esperado.
A mina apresentava um ambiente extremamente agressivo e
úmido, fazendo com que a durabilidade dos roletes ficasse comprometida. Diante das questões levantadas, o desafio era desenvolver um produto com as características que atendessem às necessidades da mina, reduzindo os intervalos de troca dos roletes,
com isso diminuindo o custo com manutenção no maquinário.
Com todas as informações em mãos, foi iniciada a produção
e roletes especiais que atendessem as normas da ABNT, com
matéria-prima de alta qualidade, tubos ArcelorMittal norma 5590
e eixos com barras trefiladas Gerdau SAE 1045.
Ano XXXIX - Setembro 2015 - Nº 374
Minérios & Minerales
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