XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL GASTRÓPODES ASSOCIADOS A MACROALGAS DO CANAL DE CAPTAÇÃO DA USINA TERMOELÉTRICA DE PERNAMBUCO - TERMOPE, CABO DE SANTO AGOSTINHO – PERNAMBUCO, BRASIL. Everthon de Albuquerque Xavier1; Filipe Ramos Correia3; Múcio Luiz Banja Fernandes1,2; Rafael de Miranda Tavares4; Artur Fagner Tavares Rangel2,4; Juliana Marta Pereira Campos2,4; Andréa Karla Pereira da Silva1,2. 1 – Centro de Gestão de Tecnologia e Inovação, Recife – PE. ([email protected]) 2 – Universidade de Pernambuco, Recife – PE ([email protected]) 3 – Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE. 4 – Faculdade Frassinetti do Recife, Recife – PE INTRODUÇÃO A implantação de diversas indústrias na região portuária de Suape traz o desafio de adequar os processos produtivos para que os ambientes naturais sofram o menor impacto possível. Na perspectiva do desenvolvimento sustentável, esse é um aspecto importante na tomada de decisão quanto à instalação de empreendimentos que necessitam da captação de águas costeiras, como o caso da Usina Termoelétrica de Pernambuco - TERMOPE. Para instalação de um empreendimento desta magnitude, ocorrem muitas alteraçãoes no ambiente físico e biológico da área de influência, e o monitoramento da qualidade ambiental é uma importante ferramenta de gestão, pois propicia um indicador da performance ambiental da empresa. Segundo Goulart e Calisto (2003), devido à ação humana, o ambiente marinho vem sofrendo expressiva queda na qualidade da água e perda de biodiversidade aquática, e os macroinvertebrados bentônicos estão entre s principais organismo utilizados para monitoramento e avalição de impactos ambientais em ecossistemas aquáticos. Pois, esses indivíduos vivem parte ou todo seu ciclo de vida no fundo dos ambientes aquáticos ou associados aos substratos orgânicos ou inorgânicos, sendo assim, essas comunidades conseguem expressar as condições ecológicas do meio em que habitam (COSTA et al., 2006). Dentre as associações que podem ocorrer entre esses indivíduos bentônicos orgânicos, observa-se as interações no sistema fital, onde diversas espécies de invertebrados se associam às macroalgas, proporcionando um meio com condições únicas para a sobrevivência desses indivíduos (ALVES, 1991) Segundo Muniz et al. (2011), dentre os indivíduos que habitam o fital, o filo dos moluscos constituem um dos grupos dominantes da macrofauna vágil, sendo a classe Gastropoda a maior e mais variada do grupo dos moluscos e de acordo com Barnes et al. (2008) existem aproximadamente 75 mil espécies viventes. Desta forma, foi realizado um estudo dos moluscos da classe Gastropoda associados a macroalgas dentro e fora do canal de captação da TERMOPE, na região de Suape, litoral sul de Pernambuco, Nordeste do Brasil. OBJETIVO Esse trabalho buscou identificar as espécies de Gastropoda associadas ao fital e avaliar possíveis ações de impactos 1 XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL pelo sistema de captação de água da Termopeno canal de captação da TERMOPE. METODOLOGIA A TERMOPE é uma Usina Termoelétrica (UTE) localizada no município pernambucano de Ipojuca, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, a aproximadamente 55km da capital Recife. Dentro da mesma, existe um canal 5.200 metros de área, onde foram realizados os estudos. As coletas foram realizadas casualmente em dois dias de trabalho de campo com intervalo de um ano, em cinco pontos preestabelecidos. Para obtenção do material, foram utilizadas espátulas coletoras e sacos plásticos, devidamente etiquetados. O material foi encaminhado ao Laboratório de Zoologia da Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE), onde os indivíduos foram triados e identificados com ajuda de literatura especializada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontrados no total 177 indivíduos de 08 espécies na Coleta 1 e 57 de 06 espécies na Coleta 2. Durante o estudo gênero Cerithium, principalmente a espécie Cerithium atrratum, foram os gastrópodes mais representativos, com mais de 78% das amostras em ambas as coletas. Na Coleta 1, as outras espécies de gastrópodes identificadas foram Battilaria mínima, Colicera marcusi, Costoanachis pulchella, Costoanachis sertulariarum, Eulithidium affine, Eulithidium bellum e Neritina virgínea. Na Coleta 2, as especies identificadas foram Anachis catenata, Eulithidium affine, Leucozonia ocellata e Turbonilla sp. Destaca-se a presença de muitos dos indivíduos do gênero Cerithium, isso demonstra além da grande capacidade de adaptação desses animais às macroalgas e por se localizarem sempre próximo à areia (CUNHA & CASTRO, 2011; PEREIRA et al., 2009). CONCLUSÃO Com o estudo, foi possível constatar que apesar da redução no numero de espécies e abundancia de indivíduos, existe uma diversificada malacofauna de gastrópodes na região estudada, abrindo uma prerrogativa para criação de um programa de monitoramento ambiental a fim de subsidiar o gerenciamento ambiental na interface das atividades do Usina e sua área de influência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, M. S. 1991. Macrofauna do fital Halodule wrightii Aschers (Angiospermae - Potamogetonaceae) da praia de Jaguaribe – Ilha de Itamaracá, Pernambuco (Brasil). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. 316p. BARNES, R. S. K.; CALOW, P.; OLIVE, P. J. W. 1991. Os invertebrados: uma nova síntese. São Paulo: Atheneu. 495 p. COSTA, F. L. M., OLIVEIRA, A., CALLISTO, M. 2006. Inventory of benthic macroinvertebrates diversity in the Peti Environmental Station Reservoir of Minas Gerais, Brazil. Neotropical Biology and Conservation, 1 (1): 1723. CUNHA, A. M., CASTRO, J. W. A. 2011. Identificação taxonômica e parâmetros paleoambientais da malacofauna holocênica da planície costeira do rio Una, município de Cabo Frio, RJ.. In: XIII Congresso da Associação 2 XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL Brasileira de Estudos do Quaternário - III Encontro do Quaternário Sul-americano. Armação dos Búzios, RJ. Anais do XIII Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário - III Encontro do Quaternário Sulamericano. GOULART, M. & CALLISTO, M. 2003. Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista da FAPAM, ano 2, nº 1. MUNIZ, M. K. S.; LINO, L. M. A.; PINTO, S. L.; ALVES, M. S. 2011. 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