Universidade Paulista (Unip)
Prova 2-B de Comunicação e Expressão - CORREÇÃO
Curso: Pedagogia - 2º semestre de 2015
Docente responsável: Prof. Dr. Luís Henrique Marques
Orientações
1- A prova é individual e sem consulta.
2- Não se esqueça de colocar seu nome na folha de respostas.
3- A interpretação do enunciado das questões é tarefa do aluno.
4- As respostas devem ser redigidas na folha com pautas e apenas em caneta azul ou preta.
5- Não é necessário responder na ordem das questões; basta numerá-las.
6- Se possível, evite rasuras.
7- Ao entregar a folha com as respostas, devolva também esta folha de enunciados.
8- Desligue seu celular.
9- Esta prova vale 8,0 (2,0 pontos referem-se a atividades feitas em sala de aula)
Questões
1- Apresente duas características que diferenciam o artigo científico do artigo jornalístico. Expliqueas (vale 2,0).
Resposta: 1- Enquanto o artigo jornalístico é fruto de uma reflexão pessoal do seu autor
(jornalista ou especialista), o artigo científico é resultado de pesquisa; 2- Enquanto o artigo
jornalístico pode utilizar uma linguagem informal, o artigo científico deve utilizar uma linguagem
formal.
2- A propósito da resenha a seguir, responda:
a) Inspirado no texto, crie duas frases com duas diferentes figuras de palavras (vale 2,0):
Comparação: Sem os pais por perto, Mauro teve que enfrentar sozinho, como um goleiro, a
realidade ao seu redor.
Antonomásia: Durante o regime militar, o País do Futebol viveu a ilusão do progresso
econômico.
b) Apresente e explique dois procedimentos argumentativos utilizados no texto (vale 2,0):
1- Argumento (do tipo histórico): quando autor afirma que o filme é ambientado no período
crítico da ditadura militar no Brasil (durante o governo Médici), oferece um dado que tipifica o
quanto este era um contexto difícil politicamente, o que justifica a perseguição aos pais do
protagonista do filme que eram contra o regime em questão.
2- Argumento: o autor afirma que o personagem central permanece alheio ao contexto político
em que se passa a história, porque – e a esta o argumento que justifica a afirmação – tratase de um menino de apenas 12 anos.
c) Apresente e justifique três características do texto como pertencente ao gênero resenha (vale
2,0):
É uma resenha:
1- Porque sua temática trata de uma obra (filme), o que próprio desse tipo de texto.
2- Porque, além de apresentar o enredo do filme (o que corresponde à analise do filme), traz
um comentário sobre este.
3- Porque apresenta uma identificação geral da obra, evidenciando sua direção e atores
principais (ficha técnica).
O Brasil dos anos 1970 sob o olhar da inocência
Filme: O ano em que meus pais saíram de férias
Ficha técnica:
Direção: Cao Hamburguer, Caio Gullane e Fabiano Gullane
Com: Michel Joelsas, Caio Blat, Eduardo Moreira, Simone Spoladore, Paulo Autran, Germano Haiut
Produção: Gullane Filmes e Caos Produções Cinematográficas
Local e ano: São Paulo (Brasil), 2006 - Duração: 110 minutos
Os acontecimentos do filme estão ambientados no ano de 1970, ano em que o Brasil ganhou a Copa do
México e tornou-se tricampeão mundial de futebol. É também o período crítico do regime militar no Brasil (era o
governo de Emílio Garrastazu Médici). O personagem central do filme é o garoto Mauro (Michel Joelsas), de 12
anos, fascinado por futebol. Militantes de esquerda, seus pais (personagens de Eduardo Moreira e Simone
Spoladore) – sobretudo o pai, Daniel Stein – estão sendo perseguidos pela ditadura militar em razão de suas
posições políticas contrárias ao regime. Isso os obriga a “saírem de férias”, conforme compreende o menino
Mauro. Na realidade, eles estão fugindo dos militares.
Mauro é levado de Belo Horizonte para São Paulo para ser deixado com o avô (Paulo Autran), que vive no
bairro do Bom Retiro, junto a uma vizinhança de judeus (hoje, o bairro abriga, sobretudo, nordestinos, mas nos
anos 1960 ficou conhecido por ser reduto de estrangeiros, especialmente italianos e judeus). No entanto, ao
chegar à casa do avô, se dá conta de que ele havia acabado de falecer. O menino é acolhido, então, pelo vizinho
do avô, um judeu de nome Shlomo (Germano Haiut). O filme mostra, na sequência, a busca de Mauro em se
adaptar à nova vida, enquanto que, em paralelo e de forma sutil, narra o clima de tensão que o País vivia naquele
momento em contraste com a euforia dos brasileiros por conta da Copa.
Bem mais do que apresentar o retrato de uma época, o filme me parece mais com uma crônica que
privilegia o olhar inocente de uma criança em relação ao mundo ao seu redor. Trata, na verdade, do período de
transição de um garoto da infância para o momento em que se prepara para entrar na adolescência, quando ele
começa a se distanciar da fantasia (representada pelo universo do futebol) e encarar a realidade (representada
pela perseguição do regime militar).
A preferência do menino Mauro em ser goleiro parece servir como uma metáfora segundo a qual como
este jogador – que permanece isolado dos demais em boa parte do jogo – o garoto se encontra sozinho para
encarar uma realidade muito diferente da qual estava acostumado. O final do filme parece, enfim, atestar essa
inocência em que permanece imerso o protagonista, apesar do seu o entorno o ter desafiado. Apesar de
melancólico, me pareceu um final coerente: seria difícil esperar que um menino de 12 anos assumisse a
consciência política do que acontecia naquele Brasil de 1970.
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