VIA LÁCTEA XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas”. Olavo Bilac. QUESTÃO 10 C5 H17 No soneto XIII, que faz parte de Via Láctea, composição de Olavo Bilac, nota-se a presença de um discurso entre dois interlocutores. Quanto ao papel que a Literatura pode exercer na construção dos valores humanos, é correto afirmar que, nesse soneto: a) o primeiro locutor induz o segundo a observar toda a Via Láctea da janela, pois, dessa forma, entenderá as estrelas. b) um dos locutores aconselha o outro a amar, pois, só assim, ele poderá desligarse do mundo que o cerca. c) o segundo locutor fica intrigado com o amor que o primeiro tem pelas estrelas, por isso resolve também as admirar. d) ouvir e entender estrelas, segundo o primeiro locutor, é uma capacidade possível àqueles que amam. e) o primeiro locutor convence o segundo de que a única forma de se tornar uma pessoa melhor é amando as estrelas que compõem a Via Látea. QUESTÃO 11 C6 H20 Observe a tabela a seguir. Ela faz referência às influências que a língua portuguesa sofreu para que se chegasse ao estágio em que hoje se encontra. QUESTÃO 11 C5 H17 Quando se observam os exemplos e algumas das línguas que contribuíram para a formação da Língua Portuguesa que hoje se usa no Brasil, é fácil dizer que todo esse patrimônio linguístico advém: a) da imposição de vocábulos do idioma inglês ao povo brasileiro. b) da mistura de palavras de origem latina feita pelos falantes brasileiros. c) do valor que o povo brasileiro dá aos dialetos de origem africana. d) da influência socioeconômica e política que o Brasil sofreu no século XX. e) da incorporação de vários vocábulos, originados de diferentes regiões do planeta. As questões de números 31 e 32 referem-se ao poema abaixo. CIDADE GRANDE Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete. Carlos Drummond de Andrade. QUESTÃO 31 C5 H16 Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a: a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindolhes vida. QUESTÃO 36 Leia. UM TRIBUTO À MULHER A mulher conquistou interessantes vitórias, no decorrer dos séculos XX e XXI, inclusive uma data comemorativa (8 de março – Dia Internacional da Mulher). Portanto, aproveito a oportunidade para prestar as minhas congratulações por esta data valorosa e relembrar a toda população feminina, que é fundamental pensar em sua saúde integral, especialmente na prevenção, detecção precoce, diagnóstico e tratamento do câncer de mama, cuja frequência vem aumentando, em níveis preocupantes. A mama constitui um símbolo de feminilidade e sexualidade, de valor inquestionável ao longo dos séculos, conforme nos ensina os Compêndios Médicos e de História da Medicina. [...] QUESTÃO 36 C6 H19 O texto anterior é parte de um artigo de opinião, de autoria do médico Paulo César Alves Carneiro, publicado no jornal Diário de Nordeste, quando das comemorações do Dia Internacional da Mulher. Quanto às funções da linguagem, esse texto, devido à relação que se pode fazer com o contexto, apresenta a função: a) fática, pois abre comunicação entre o articulista e a sociedade feminina. b) referencial, por exigir de quem o lê conhecimentos prévios sobre o tema tratado. c) emotiva, já que explora, de forma sentimental, a realidade de algumas mulheres. d) metalinguística, pois se utiliza da linguagem para explorar a própria linguagem. e) conativa, já que se dirige somente ao público feminino em todo o texto. QUESTÃO 37 Leia. Ali naquela casa de muitas janelas e bandeiras coloridas vivia Rosalina. Casa de gente de casta, segundo eles antigamente. Ainda conserva a imponência e o porte senhorial, o ar solarengo que o tempo de todo não comeu. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas, o reboco caído em alguns trechos como grandes placas de ferida, mostra mesmo as pedras e os tijolos e as taipas de sua carne e ossos, feitos para durar toda a vida; vidros quebrados nas vidraças, resultado do ataque da meninada nos dias de reinação, quando vinham provocar Rosalina (não de propósito e ruindade, mas sem-que-fazer de menino), escondida detrás das cortinas e reposteiros; nos peitoris das sacadas de ferro rendilhado, formando flores estilizadas, setas, volutas, esses e gregas, faltam muitas das pinhas de cristal facetado cor-devinho que arrematavam nas cantoneiras a leveza daqueles balcões. DOURADO, Autran. Ópera dos mortos. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1975, p. 1-2. QUESTÃO 37 C6 H18 A composição de cada gênero textual depende de uma estrutura intrínseca, a qual se apoia em elementos linguísticos que determinam as sequências textuais que o compõem. Essas estruturas podem ser percebidas quando se analisam os tempos verbais, os elementos de coesão textual e a escolha vocabular. De posse dessas informações, podese afirmar que, no fragmento de texto retirado de Ópera dos Mortos, de Autran Dourado, predomina uma sequência textual: a) narrativa, ao utilizar-se de tempo verbal no pretérito imperfeito do indicativo na intenção de defender um ponto de vista. b) expositiva, quando faz referência ao passado de Rosalina e quando mostra o passado intimista da personagem. c) descritiva, por explorar elementos que valorizam aspectos sensoriais e por evidenciar “um retrato” espacial. d) injuntiva, já que o narrador se comporta de forma imperativa, ordenando a personagem central a buscar o passado. e) argumentativa, uma vez que o narrador defende, por meio de argumentos convincentes, o retorno do passado.