Sessão Diplomas, 2 de Junho de 2012 Intervenção do Senhor Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção Senhor Presidente da Associação Académica Senhor Presidente da Associação de Antigos Alunos Senhores Reitores que me precederam Senhores Membros do Conselho Geral Senhores Vice-Reitores e Pró-Reitores Senhor Provedor do Estudante Senhor Fiscal Único da Universidade de Aveiro Senhores Administradores da UA e para os SAS Senhor Vice-Reitor da Universidade da Beira Interior Ilustre Representante do Governador Civil de Aveiro Senhor Vereador da Câmara Municipal de Aveiro Ilustre Representante da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros Excelência Reverendíssima D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro Autoridades Militares, Civis e Académicas Senhores Convidados Estimados Diplomados e suas Famílias Prezados Colegas, Funcionários e Estudantes Minhas Senhoras e Meus Senhores Este é um momento de festa e de celebração, uma cerimónia que consagra um percurso de trabalho, de dúvidas e de exaltações, de, certamente, muitos sonhos: de quem o percorreu e de quem ajudou no caminho; de quem foi persistente e de quem foi solidário na marcha. As minhas palavras iniciais têm, por isso e muito justamente, que ser dirigidas aos diplomados, às suas famílias e aos amigos mais chegados. Este instante é vosso, esta festa é-vos dedicada, muitos parabéns e um bom dia para todos! Uma nota forte, também, de apreço para quantos, de dentro e de fora da instituição, se dispuseram a acompanhar-nos neste ato, aumentando-lhe a dignidade e reforçando a sua carga simbólica. A qualidade e a amplidão do leque de convidados são, elas próprias, demonstradoras do papel da Universidade de Aveiro, da sua ligação à região que a rodeia e do carinho que merecemos por parte dos nossos parceiros. Um grande bem-hajam! A formação de jovens é a mais nobre das missões da universidade, é a sua pedra de toque. Formar com sentido, dotando os diplomados com capacidade para aplicar o conhecimento, para o reproduzir e desenvolver em contextos próprios; e preparandoos para que o façam com compromisso ético, com preocupações sociais, como parte integral de uma vida vivida de acordo com elevados padrões de cidadania. Formar o profissional e educar a pessoa são objetivos que dia a dia prosseguimos com gosto, com entusiasmo, com dedicação. Para os professores desta casa este é, portanto, também um dia muito especial e eu aproveito para lhes prestar a minha homenagem. Há ainda muito a fazer em matéria de formação superior em Portugal; estamos ainda longe das metas que a União Europeia se propôs para 2020. Há, assim, que aumentar o esforço de graduação, não diminuí-lo. Há que trazer o máximo de jovens para o ensino superior, como garantia de mais e melhores oportunidades para eles e de uma sociedade com melhor futuro. São perigosos os discursos que põem a tónica no “formar para o desemprego” e acentuam, apenas, a necessidade de racionalizar. Nunca devemos esquecer as sábias palavras de Winston Churchill: “se acham que a educação é cara experimentem a ignorância”! 2 É por isso que a Universidade de Aveiro se tem empenhado, de há muitos anos a esta parte, num programa de apoio social aos seus estudantes, com dinheiro próprio, que possa constituir complemento às bolsas do Estado. Trata-se de um programa que engloba várias ações e cujo fundo será, no próximo ano, reforçado. Temos, igualmente, investido na capacidade de alojamento que hoje já cobre 8% da população estudantil. Porque não queremos que nenhum aluno abandone a UA por razões de ordem económica; nem um só! Mas não estamos, obviamente, nem desatentos nem despreocupados no que respeita à empregabilidade dos nossos diplomados. Por isso, temo-nos aplicado no aumento quer de estágios quer de teses e projetos realizados fora da Universidade, particularmente em contexto industrial. Para tal, vimos prosseguindo e aprofundando uma política de parcerias com empresas e outras instituições; o nosso Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais tem-se revelado um instrumento precioso neste domínio. A Escola Doutoral e o Gabinete Universidade-Empresa não deixarão também de cumprir o seu papel na aproximação entre a UA e o tecido produtivo. Dessa proximidade têm resultado, em particular, desenhos de formações mais à medida das necessidades dos empregadores, uma prática que queremos ver expandida. A feira de emprego, que se realiza anualmente, consubstanciada no Fórum 3Es, do Emprego, das Empresas e do Empreendedorismo, que ainda há pouco tempo tomou forma neste mesmo local e teve a participação de mais de 30 empresas, é um elemento adicional, importante, na promoção do emprego. Complementarmente, tem-se a Universidade de Aveiro empenhado em múltiplas iniciativas, curriculares e extracurriculares, de fomento de um espírito pró-ativo nos seus estudantes e de incentivo ao empreendedorismo, à incubação de ideias e à criação de empresas na nossa Incubadora em rede com a região. A diversidade da nossa oferta formativa – nos graus que a compõem, nas áreas disciplinares que abrange, nos modos como é ensinada e nos públicos a que se destina – permite ela própria um leque alargado de possibilidades, indutor de escolhas mais responsáveis, por parte dos jovens e das suas famílias; que tenha em atenção o perfil e os sonhos de cada candidato mas não descure os cenários potenciais de inserção 3 profissional. A UA tem-se empenhado, e vai continuar a fazê-lo, na recolha de indicadores de emprego para poder providenciar, em tempo próprio e com toda a transparência, as informações úteis em matéria de empregabilidade que permitam decisões mais conscientes e mais qualificadas por parte de quem nos quer dar a sua preferência. Mas o fomento mais estruturante do emprego é o que advém do aumento da atividade, da criação de mais marcas, de mais serviços, de mais produtos com maior valor acrescentado. É por isso que não podemos ver o impacto da formação desligado do estado de desenvolvimento da região e do país, da natureza e do alcance das ações de empresas e outras instituições. É por isso que, em conjugação com a sua função formativa, a Universidade percebe a importância da criação de conhecimento novo e da sua utilização, se envolve a sério na transferência de tecnologia e nos licenciamentos para a indústria; e, percebe também, e nisso igualmente se aplica, a importância de uma parceria aprofundada com a região; que, aliás, fez desse todo, Universidade e Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, um exemplo e um caso de estudo a nível nacional. Uma parceria que não se esgota neste entorno geográfico mais próximo e tem em Oliveira de Azeméis, noutras cidades onde são lecionados Cursos de Especialização Tecnológica e ainda em muitas outras autarquias, expressão significativa de cooperação e serviço público. Esta realidade de trabalho em rede está, igualmente, traduzida na nossa relação com instituições congéneres. A par de abarcarmos, nós próprios, ensino universitário, politécnico e pós-secundário, temos, atualmente, quase três dezenas de cursos em parceria com outras universidades, nacionais e estrangeiras; e continuamos a trabalhar para ter ainda muitos mais. A nossa preocupação pela racionalização da rede de ensino superior, em que estamos a participar ativamente, não termina aqui, com estas colaborações, de qualquer modo, muito significativas. Na certeza, porém, que qualquer redução de custos deve atender ao território, à necessidade de coesão nacional e ao papel que as instituições de ensino superior, nesse âmbito, representam. A este propósito, oportuno é dizer que, hoje por hoje, são as universidades o sector da Administração Pública mais avaliado, mais escrutinado, mais auditado; por isso o mais 4 transparente e o que mais e melhores contas presta. Nenhum mal nisso; ainda bem que assim é! Mas que se reconheça que não são as Universidades que têm dívidas e pagamentos em atraso, e que não é delas que vem o défice das contas públicas. E não sendo as Universidades origem dos problemas financeiros com que nos debatemos, elas podem ser fonte de soluções para melhorias na gestão, no design, no marketing, na produção e exportação de bens transacionáveis e, por conseguinte, na criação da riqueza que os portugueses merecem. Mas voltemos à razão de ser desta cerimónia: no decurso de 2011 concluíram-se 7 Provas de Agregação; houve 139 Doutoramentos; foram atribuídos 4 Títulos de Especialista e registaram-se 9 conclusões de Cursos de Formação Avançada; foram obtidos 1045 graus de Mestre, dos quais 232 corresponderam a Mestrados Integrados, e terminadas 33 Formações Especializadas; 1565 estudantes concluíram com êxito a sua Licenciatura e 247 tiveram sucesso no respetivo Curso de Especialização Tecnológica. Estamos a falar de um total de graduações que soma 3045, um número que equivale ao do ano transato: tal é a dimensão do esforço que a UA vem fazendo e do seu contributo para uma sociedade mais qualificada e, daí, com superiores condições para assumir melhor o seu próprio futuro. Nesta sessão teremos ainda oportunidade de entregar as Bolsas de Mérito de iniciativa do Governo. Parabéns aos que as mereceram: é uma honra tê-los como estudantes na nossa casa, na Universidade de Aveiro! Antes de terminar quero fazer uma referência aos antigos alunos que a maioria de vós já hoje é. Muitas vezes tem sido por mim repetida a menção de serem os diplomados os nossos melhores embaixadores; porque é uma expressão justa! Embaixadores porque são o espelho do mérito da nossa formação na vertente científica mas também no desenvolvimento humano. Embaixadores porque podem, depois, promover oportunidades, de estágios e de inserção profissional, para colegas mais novos, e ajudá-los na respetiva adaptação ao ambiente de trabalho. Embaixadores porque esperamos deles que dinamizem projetos e parcerias connosco, que sejam porta-vozes e intensifiquem a relação entre a UA e o mundo exterior. Finalmente, pedimos-lhes que nos ajudem a ser melhores, dando-nos as suas perspetivas sobre quão adequada, 5 aos perfis profissionais antecipáveis, é a formação que ministramos e sugerindo alterações pertinentes no respetivo desenho curricular. A valorização da marca UA é também a valorização do vosso próprio diploma! Vem sendo feito um trabalho imenso que envolve, nomeadamente, o Gabinete do Antigo Aluno e a Associação dos Antigos Alunos da Universidade de Aveiro. Tem esta um novo Presidente que vivamente saúdo. Quero acreditar que não só se vai consolidar o programa de ampla colaboração que vem sendo seguido como, quiçá, possamos esperar um impulso novo, adicional. Sabemos todos que o cerne da questão está no aumento e atualização das bases de dados. Continuaremos uma ação de contactos telefónicos que permita essa melhoria. Ao mesmo tempo a política de descentralização, coordenada com os Departamentos e Escolas, irá permitir ganhos de proximidade e responsabilização que antevemos significativos. Mas apelo a todos para que se registem em SIGAAA.UA.PT e desafiem os colegas que conhecem a fazer o mesmo. Mantenham ou renovem o vínculo connosco porque vocês são essenciais ao projeto da UA! Termino reiterando os parabéns aos diplomados, desejando-lhes um futuro pessoal e profissional que concretize expectativas e os faça felizes. Obrigado por nos terem escolhido e voltem sempre. A todos, o meu obrigado pelo testemunho que, através da vossa presença, deram a favor da Universidade de Aveiro e da sua ação em prol do bem público e de um país melhor. Tenho dito. Manuel António Assunção, Reitor da Universidade de Aveiro 6