i 21022013 Periodicidade: Diária Temática: Saúde Classe: Informação Geral Dimensão: 365 Âmbito: Nacional Imagem: S/Cor Tiragem: 80000 Página (s): 14 100 REMÉDIOS SEM CONTRA INDICAÇÕES Não há excesso que não tenha remédio A disponibilização de remédios não sujeitos a receita médica deve ser feito através das farmácias e promover estilos de vida saudáveis camento sem a obrigatoriedade de pro mover a adopção de qualquer outro comportamento já é suficientemente condenável Contudo sugerir que isso passe a ser a regra e não a exceção é evidentemente irresponsável para quem opera no domínio da saúde Ema Paulino O facilitismo é um mal de que padece quem pode e a quem lhe é permitido É uma atitude que consiste em facili tar a execução de algo que habitual mente exige esforço empenho ou dis ciplina Ou seja tudo aquilo que nos pedem agora enquanto país castigado pelos excessos de várias vidas ou gover Mas não é necessário recorrer a anún cios para banalizar medicamentos e promover determinadas práticas No final do mês de Janeiro um estudo da IMS Health veio divulgar uma quebra acentuada na venda das pílulas anti concepcionais Em 2012 venderam se menos dois milhões de embalagens do que em 2007 Nessa ocasião especia listas apontaram como principais razões para esta quebra o aumento das pílu las oferecidas nas consultas de planea nos No entanto as mensagens conti nuam a ser contraditórias e parece que ninguém irá culpabilizar aqueles que se decidem pela via dos excessos mento familiar nos centros de saúde partida de que o resultado ou o desti em idade fértil No entanto importa especialmente se lhes é garantido à no será igual aos de quem regrada mente toma decisões avisadas pru dentes e equilibradas Uma publicidade a um medicamen to que não está sujeito a receita médi ca divulgada através de mupis estrate gicamente colocados na via pública vem garantir que a vários níveis não há excesso que não tenha remédio Mas passar a mensagem de que qual quer excesso pode ser contrariado com a simples toma de determinado medi a opção por outros métodos contracep tivos como os dispositivos intrauteri nos ou os implantes subcutâneos e a diminuição do número de mulheres analisar estes números face aos dados de vendas da pílula do dia seguinte nenhuma explicação para este fenó meno Uma tentativa de explicação sur giu na pessoa do presidente à altura da Sociedade Portuguesa de Ginecolo gia e Obstetrícia José Martinez Olivei ra que arriscou afirmar que existiria uma nova postura social que poderia estar associada ao facto de as pessoas já não usarem os métodos de contra cepção regulares Será relevante analisar quanto desta postura social é determinada pelas opções políticas de liberalizar a venda da pílula do dia seguinte que hoje é dis ponibilizada em locais de venda de medi camentos não sujeitos a receita médi ca e portanto sem a devida supervi são de um profissional de saúde Há que reequacionar a sua disponibiliza ção através das farmácias num mode lo não sujeito a receita médica mas que pressuponha a intervenção ao nível da educação para a saúde e da promoção de estilos de vida saudáveis Alguns dirão que o que não tem remé dio remediado está Mas quem ousa rá dizer que não vale a pena apostar te Chamados a comentar este aumen na educação sexual da nossa popula ção jovem Ou que não se pode exi gir que quando se fala em medica mentos independentemente de serem ou não sujeitos a receita médica se deve promover o seu uso racional e não a sua banalização Eu a esses diria que para grandes males grandes to em 2010 os mesmos ou outros especialistas diziam não encontrar Farmacêutica Escreve à quinta feira Na realidade em 2010 as vendas da pílula do dia seguinte aumentaram 21 Se as razões apontadas para a dimi nuição da venda da pílula fossem os únicos factores que contribuem para a mesma igual tendência se iria obser var nas vendas da pílula do dia seguin remédios