Ranking ambiental
Brasil é o quarto país entre os que mais concentram
construções sustentáveis
Estadão Conteúdo
No ano em que a luta contra o desperdício ganhou o topo da agenda ambiental internacional, o
mercado brasileiro busca mais um degrau no ranking mundial de construções sustentáveis. Hoje, o
Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais concentram edificações feitas a partir de
critérios ambientalmente adequados. Os Estados Unidos reúnem o maior número de
empreendimentos em análise, seguidos pela China e pelos Emirados Árabes Unidos.
Mais de 720 projetos brasileiros aguardavam a certificação internacional, conferida pela organização
não governamental internacional chamada Green Building Council (GBC), responsável por estimular
as construções verdes no mundo. Pelo menos 99 edificações no país detêm o selo. A expectativa do
governo e da indústria de construção é chegar a 900 projetos para análise da organização até o final
do ano.
Caso consiga atingir a meta, o Brasil ocupará a terceira posição na lista dos países com mais
edificações ambientalmente projetadas. A construção civil é responsável por alto consumo de
recursos naturais e utiliza energia em larga escala, de acordo com números do Conselho
Internacional da Construção. Mais de 50% dos resíduos sólidos gerados por atividades humanas são
oriundos do setor.
"O conceito de construção sustentável está amadurecendo e se consolidando dentro da cadeia
produtiva da construção civil”, avaliou Wagner Soares, gerente de Meio Ambiente da Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Para alcançar esse status, engenheiros e arquitetos precisam observar uma série de pré-requisitos e
medidas, como a redução do consumo de energia e a prioridade às condições de luminosidade
natural e de lâmpadas de baixo consumo, além do uso de aparelhos eletrodomésticos mais
econômicos (indicados pelo selo Procel).
“A reforma ainda é um tanto complicada e o custo ainda não é muito baixo. Você tem um aumento
de 15%, em média, do custo da construção quando trabalha com sustentabilidade e isso coloca em
risco o valor do investimento”, destacou Soares. Pelas contas do GBC Brasil, esse gasto, que já foi
30% superior ao de obras convencionais, pode significar uma diferença de até 5%.
Wagner Soares destacou que existe uma tendência de barateamento dos gastos ao longo do tempo.
A expectativa é que as pessoas adotem, cada vez mais, sistemas ambientalmente sustentáveis.
Soares ponderou que o maior investimento ainda impede que esses projetos representem uma
realidade frequente no país.
O governo federal, por sua vez, desenvolve ações para estimular programas ambientalmente
sustentáveis. O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza cursos pela internet sobre procedimentos
que podem ser adotados para adequar prédios públicos a esses sistemas de sustentabilidade.
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida começou há dois anos, com a obrigatoriedade do
uso de energia solar em todos os novos empreendimentos destinados às famílias com renda máxima
de três salários mínimos. A etapa incluiu 2 milhões de residências, das quais 1,2 milhão para famílias
com renda máxima de três salários mínimos.
Técnicos do governo informaram que existem diversas linhas de financiamento para beneficiar esses
projetos. As principais instituições financeiras públicas – Banco do Brasil e Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - não apontaram qualquer crédito criado
especificamente para essa finalidade. Os projetos podem ser beneficiados por linhas de crédito que
já existiam. A Caixa Econômica Federal não deu informações sobre o assunto.
Fonte: www.atribuna.com.br
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