I Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2010
A APRENDIZAGEM DE QUÍMICA ORGÂNICA NO ENSINO
SUPERIOR TECNOLÓGICO
Séfura Maria Assis Moura1
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Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Ceará – IFCE/Campus Limoeiro do NorteCE, [email protected]
A disciplina de Química Orgânica é uma disciplina básica, obrigatória dos cursos de
Tecnologia em Alimentos e Tecnologia em Agronegócio do IFCE- Campus Limoeiro
do Norte, e o que se observa é uma dificuldade dos alunos quanto a compreensão
de uma grande parte dos conteúdos abordados. No primeiro semestre de 2009,
onde se observou uma situação mais crítica, aproximadamente 50% da turma de
Tecnologia em Alimentos precisou fazer a Avaliação Final, avaliação feita quando o
aluno apresenta durante o semestre uma nota inferior a 3. Temas como orbitais
híbridos, propriedades físicas e químicas dos compostos orgânicos, nomenclatura
dos compostos orgânicos e isomeria são assuntos ministrados na disciplina, e que
devem ser anteriormente abordados no ensino médio. A reflexão quanto a falta de
uma boa base dos conteúdos, que deve ser adquirida inicialmente no ensino médio
resulta neste trabalho que foi desenvolvido procurando-se identificar quais as
principais dificuldades dos alunos na aprendizagem da disciplina de Química
Orgânica. As dificuldades foram detectadas, logo no início do semestre letivo de
2009, através dos questionamentos dos alunos, resolução de exercícios e resultados
das primeiras avaliações. Assim, durante o semestre, resolveu-se aplicar algumas
listas de exercícios contemplando os conteúdos abordados em diferentes níveis de
dificuldades e foram realizadas algumas conversas informais para identificação das
principais deficiências dos alunos. Constatou-se que os assuntos abordados com
maior ênfase no ensino médio foram cadeias carbônicas, funções orgânicas e
nomenclatura, sendo que isomeria e reações dos compostos orgânicos foram
apontados como temas não vistos pela grande maioria. Quando questionados
quanto a realização de aulas experimentais ou ainda quanto ao uso de algum tipo de
recurso áudio-visual para abordagem dos conteúdos, cerca
de 80% dos
entrevistados comentou que nenhum tipo de experimento foi utilizado e
aproximadamente 90% que não se utilizou nenhum tipo de recurso áudio-visual na
realização da aulas. A isomeria é apontada pelos estudantes da área como um dos
assuntos em que há maiores dificuldades no aprendizado. Podemos observar,
porém, que este conteúdo relevante da Química Orgânica não é devidamente
explorado no ensino médio, apesar de ser um assunto presente em todos os livros
didáticos. Alguns trabalhos de pesquisa em ensino de química destacam a
importância de recursos visuais, como os modelos moleculares, para o estudo da
Química Orgânica, e principalmente da estereoquímica, destacando que a utilização
destes métodos facilitam a visualização dos compostos e melhor compreensão. Para
melhoria do aprendizado, os alunos também acreditam na importância de aulas
experimentais em local apropriado, como um laboratório, que não existe em muitas
escolas de ensino médio, recurso também bastante citado por pesquisadores da
área. Em função do exposto, tornou-se clara a necessidade de uma investigação
mais profunda quanto ao ensino de Química Orgânica para o público das escolas de
nível médio, principalmente as escolas públicas, principal clientela da Instituição, a
fim de se estabelecer nas salas de aulas metodologias para uma melhoria do
ensino-aprendizagem na área, tornando os conteúdos mais atraentes e
compreensíveis, refletindo numa aprendizagem mais eficiente no ensino superior
tecnológico.
URI, 02-04 de setembro de 2010.
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a aprendizagem de química orgânica no ensino superior tecnológico