Química Orgânica I (prática) 1 Custódia Fonseca [email protected] Gab: C2 2.24 2 Calendarização Semana 1 De Sumário Teoria Química versus Prática Laboratorial: Boas práticas laboratoriais Técnicas laboratoriais: Extracção por solventes; Identificação de substâncias por cromatografia em camada fina Modelação molecular e estereoquímica 2 Introdução à reactividade dos compostos orgânicos: Halogenação de hidrocarbonetos; substituição nucleofílica 3 Hidrocarbonetos insaturados: Isomerização; extracção do limoneno 4 Álcoois e éteres: Desidratação de um álcool 5 Caracterização de compostos orgânicos: elucidação estrutural; oficina de interpretação de espectros de RMN Avaliação A prática vale 30 % da nota final: 20% Preparação prévia da aula prática 60% Desempenho laboratorial 20% Respostas feitas no final da aula 3 Normas de segurança 4 No laboratório 1- Normas gerais 1.1. Ter sempre presente que o laboratório é um local de risco potencial. Agir com segurança, sem pressa. 1.2. Conhecer a localização de saídas de emergência, extintores de incêndio, caixa de primeiros socorros e restante equipamento de protecção (chuveiros e torneiras lava-olhos, cobertores anti-fogo, etc.), e aprender a utiliza-los. 1.3. Não fumar, comer ou beber no laboratório. 1.4. Utilizar bata (de preferência de algodão) e outro equipamento de protecção pessoal adequado ao trabalho realizado (óculos, luvas, avental, máscara). 1.5. Não pipetar com a boca: usar pompetes ou controlador de pipetas. 1.6. Tomar precauções no caso de utilização de fontes de aquecimento: Não aquecer recipientes fechados, utilizar pinças ou luvas apropriadas para manuseamento de material aquecido, não deixar uma chama acesa ou uma placa quente sem um aviso, não tocar numa placa de aquecimento para determinar se está, ou não, quente. 1.7. Não utilizar uma chama ou placa de aquecimento perto de solventes orgânicos ou reagentes inflamáveis. 1.8. Não inalar vapores de solventes ou pós químicos. Todas as reacções químicas e operações de purificação de solventes e reagentes devem ser efectuadas num nicho de fumos (“hotte”). Confirmar que este equipamento está operacional antes de iniciar o trabalho. 1.9. Ao trabalhar com ácidos ou bases concentrados, solventes orgânicos, ou ao utilizar luz ultravioleta, usar óculos de protecção. 1.10.Conservar as bancadas arrumadas e limpas e o chão seco e limpo. Limpar imediatamente qualquer derrame de líquidos ou sólidos, evitando o contacto com a pele ou com o vestuário. Informar os colegas de laboratório de potenciais riscos de queda em locais de chão húmido. 1.11.Em caso de quebra de material de vidro, utilizar equipamento de recolha de material cortante adequado. 1.12.Não obstruir os locais destinados à circulação no laboratório. 5 1.13.Manter a bancada e nicho de fumos (“hotte”) livre de material desnecessário. 1.14.Trabalhar sempre acompanhado por outra pessoa. 1.15.Antes de manusear qualquer reagente, ler atentamente o rótulo, tomando conhecimento de potenciais riscos e cuidados a ter na sua utilização. Em caso de falta de informação, considerar qualquer composto como tóxico. 1.16.Antes de utilizar qualquer equipamento, obter informações acerca do procedimento operacional correcto, lendo o manual ou consultando normas de utilização elaboradas pelo técnico ou docente responsável. Esta informação deverá ser colocada junto do aparelho num local facilmente acessível ao utilizador. 1.17.Não manusear aparelhos eléctricos com as mãos húmidas. 1.18.Em caso de detecção de mau funcionamento de um aparelho, informar imediatamente o técnico ou o docente responsável pela sua manutenção. 1.19.Lavar as mãos com frequência durante o trabalho laboratorial. Proteger as feridas expostas. Lavar sempre as mãos antes de deixar o laboratório. 1.20.Não utilizar frigoríficos e arcas congeladoras para outro fim que não seja o de armazenamento de produtos químicos. 1.21.Recolher os materiais de desperdício, líquidos ou sólidos, de acordo com o solicitado pelas normas do laboratório. 1.22.Ao abandonar o laboratório, confirmar que o equipamento e reagentes utilizados estão devidamente arrumados, as torneiras de abastecimento de água e de gás fechadas e os aparelhos eléctricos desligados. 1.23.Os responsáveis dos laboratórios onde sejam manuseados compostos de elevada perigosidade (radioactivos, carcinogénicos, mutagénicos ou perigosos para o ambiente) devem informar a Comissão de Segurança sobre os cuidados tidos com a lavagem ou descarte do material contaminado, a eliminação de resíduos e o doseamento da exposição por parte dos operadores, se aplicável. 1.24.Todos os acidentes devem ser comunicados de imediato ao técnico ou docente responsável pelo laboratório e objecto de um relatório à Comissão de Segurança do DQB. 6 Normas de segurança pessoal 2.1. Todas as pessoas que trabalham no laboratório são consideradas responsáveis pela sua própria segurança e pela segurança de outros que trabalhem na sua proximidade. 2.2. Usar sempre bata no laboratório. De preferência, esta deve ser de algodão pois este material tem maior capacidade de absorção e é mais resistente a substâncias químicas do que o nylon. A bata deve ser justa e mantida em boas condições de higiene. 2.3. O calçado utilizado deve ser fechado e de sola anti-derrapante. 2.4. Não utilizar anéis. Proteger o cabelo comprido, prendendo-o convenientemente. 2.5 Os óculos de protecção devem ser utilizados sempre que se realizem experiências que envolvam risco de salpicos com reagentes corrosivos e tóxicos. O uso de lentes de contacto é desaconselhado, tendo em conta que o material de que são feitas permite a absorção de vapores de compostos químicos, tais como solventes orgânicos, provocando irritações oculares. Ainda, na eventualidade de um contacto acidental dos olhos com um reagente irritante, o reflexo de fechar os olhos impede a remoção atempada das lentes de contacto. 2.6. A escolha de luvas de protecção adequadas ao tipo de reagentes manuseados é de extrema importância. As luvas descartáveis (como por exemplo as de látex) podem ser utilizadas na pesagem ou manuseamento de produtos sólidos, evitando que estes sejam adsorvidos pela pele, além de oferecerem protecção contra soluções aquosas em geral. Por outro lado, o manuseamento de ácidos ou bases fortes, bem como de solventes orgânicos, deve ser efectuada utilizando luvas adequadas (consultar tabela anexa). 2.7. A utilização de máscaras anti-poeira pode evitar a inalação de partículas sólidas mas não de gases ou vapores tóxicos. Neste caso, deve recorrerse à utilização de máscaras respiratórias com o filtro apropriado, verificando-se as condições de validade do mesmo. 2.8. Em caso de gravidez, não trabalhar no laboratório. 7 Manuseamento de compostos químicos 3.1. Considerar todos os reagentes como potencialmente perigosos, manuseando-os cuidadosamente. 3.2. Evitar o contacto de reagentes com a pele ou com a roupa. Mesmo que um reagente seja inofensivo, este não deverá ser cheirado ou provado. 3.3. Tomar sempre em consideração os símbolos de aviso de perigo existentes nos rótulos dos produtos químicos comerciais, consultando a respectiva tabela de descodificação antes de iniciar a sua utilização. 3.4. Procurar toda a informação relevante para o manuseamento de um dado reagente, nomeadamente quanto ao equipamento de protecção adequado, procedimento de eliminação de desperdícios e armazenamento. 3.5. Compostos orgânicos de síntese devem ser manuseados com especiais precauções, tendo em conta que se desconhecem os seus riscos potenciais para a saúde. 3.6. Ter em conta que alguns compostos e substâncias químicas podem ser inflamáveis, corrosivos, reactivos ou tóxicos quando misturados com outros materiais. 3.7. Produtos químicos tóxicos, voláteis ou que emitam vapores tóxicos devem ser mantidos e manuseados em nicho de fumos (“hotte”). 3.8. Não abandonar recipientes que contenham líquidos ou sólidos destapados na bancada. 3.9. Armazenar separadamente líquidos e sólidos, mantendo também solventes separados de ácidos fortes. 3.10. Etiquetar compostos sintéticos e soluções mantidas na bancada, mencionando claramente o conteúdo do recipiente, pessoa responsável, data de preparação, bem como qualquer outra informação relevante ao seu manuseamento. 3.11. Não utilizar fontes de chama ou de calor intenso próximo de produtos químicos inflamáveis. 3.12. Utilizar contentores próprios para a eliminação de desperdícios, sólidos ou líquidos. O sistema de eliminação de esgotos não está equipado para a remoção de material tóxico ou volátil. 8 Eliminação de desperdícios 4.1. Quem produz o desperdício é o responsável pela sua eliminação em segurança, tanto pessoal como de outros que frequentem o laboratório, salvo quando se designe uma pessoa para se encarregar dessa função. 4.2. Separar desperdícios orgânicos e inorgânicos. Solventes halogenados devem ser separados de solventes não-halogenados e armazenados em contentores de material resistente à corrosão. 4.3. Sólidos orgânicos e sólidos inorgânicos, como sílica gel, devem ser eliminados separadamente e colocados em contentores especializados para o efeito. 4.4. Em virtude da sua toxicidade, metais pesados tais como mercúrio ou crómio devem ser colocados em contentores especialmente designados para o seu armazenamento em condições de segurança anti-derrame. 4.5. Ácidos e bases podem ser eliminados pela canalização de esgotos desde que previamente neutralizados. 4.6. Em caso de dúvida, confirmar com o técnico ou docente responsável pelo laboratório qual o procedimento mais adequado para a eliminação de reagentes. Em nenhuma circunstância utilizar o sistema de esgotos para eliminar reagentes sem se certificar de que é seguro faze-lo dessa forma. 4.7. Em caso de quebra de material de vidro, os desperdícios devem ser descontaminados antes de serem colocados no contentor de reciclagem deste material, o qual deve ser rígido e à prova de perfuração. Em caso de acidente 5.1. Todos os acidentes devem ser comunicados de imediato ao técnico ou docente responsável pelo laboratório e objecto de um relatório à Comissão de Segurança do DQB. 5.2.Golpes ligeiros: Fazer sangrar o golpe durante alguns segundos. 9 Remover estilhaços. Lavar com água corrente. Desinfectar e proteger com um penso. 5.3. Salpicos e queimaduras químicas superficiais: Lavar abundantemente a área afectada com água corrente usando chuveiro de emergência. O uso de sabão facilita a remoção de contaminantes químicos. Remover o vestuário contaminado. É aconselhável a consulta de um médico especialista da área afectada. 5.4. Salpicos químicos nos olhos: Lavar com soro fisiológico ou água utilizando um esguicho próprio (frasco ou lavador), mantendo as pálpebras afastadas, de forma a que o jacto de água seja preferencialmente dirigido na linha tangente ao globo ocular. Consultar um médico oftalmologista. 5.5. Inalação de substâncias tóxicas: Afastar o acidentado do local contaminado, aliviando-lhe o vestuário no pescoço e no peito. No caso de inconsciência, deitar o acidentado com a face virada para baixo, mantendo-o aquecido. Na eventualidade de paragem respiratória, tentar a reanimação com respiração boca-a-boca, excepto no caso de contaminação por venenos. Providenciar o transporte rápido do acidentado para o hospital. 5.6. Ingestão de reagentes (sólidos/líquidos): Se a contaminação for apenas bucal, bochechar com água, sem ingerir. Em caso de ingestão, beber água ou leite em abundância e deslocar-se rapidamente a um hospital, providenciando todos os dados acerca da natureza da substância ingerida. 10 5.7. Queimaduras superficiais: Aliviar a dor mergulhando a área afectada em água ou gelo. Aplicar pomada própria ou linimento e proteger com gaze esterilizada. 5.8. Circuitos eléctricos: Desligar a corrente/quadro de electricidade antes de socorrer o acidentado. Em caso de incêndio 6.1. Não entrar em pânico. 6.2. Accionar o sistema de alarme. 6.3. Evacuar o laboratório. No caso de haver pessoas acidentadas, proceder ao seu socorro imediato utilizando o chuveiro de emergência ou, eventualmente, fazendo rolar o acidentado pelo chão. 6.4. Desligar o gás e a electricidade. 6.5. Atacar o fogo com extintores ou com cobertores de incêndio. 6.6. Não utilizar água para apagar um fogo que envolva equipamento eléctrico (risco de electrocussão). 6.7. Ter atenção à localização de botijas de gás comprimido. Uma vez que estas podem explodir, evacuar o edifício e avisar os bombeiros da sua presença e localização. 6.8. Se não conseguir fazer nada, saia da sala e peça ajuda. 11 Tabela de especificidade de luvas de protecção Tipo Uso Borracha butílica Bom para cetonas e ésteres, ruim para os demais solventes Latex Bom para ácidos e bases diluídas, péssimo para solventes orgânicos Neopreno Bom para ácidos e bases, peróxidos, hidrocarbonetos, álcoois, fenóis. Ruim para solventes halogenados e aromáticos PVC Bom para ácidos e bases, ruim para a maioria dos solventes orgânicos PVA Bom para solventes aromáticos e halogenados. Ruim para soluções aquosas Nitrilo Bom para uma grande variedade de solventes orgânicos e ácidos e bases Viton Excepcional resistência a solventes aromáticos e halogenados Vinil Excelente para ácidos, bases e álcoois. Ruim para acetona 12 Símbolos de perigo e seu significado Perigo: Por contacto, destroem o tecido vivo bem como utensílios. Exemplos: Bromo, ácido sulfúrico. Cuidado: Não respirar os vapores e evitar o contacto com a pele, olhos e vestuário. Perigo: São substâncias que podem explodir sob determinadas condições. Exemplos: Permanganato de potássio, peróxido de sódio. Cuidado: Evitar qualquer contacto com substâncias combustíveis. Perigo: Podem desenvolver uma acção irritante sobre a pele, olhos e órgãos da respiração. Exemplos: Solução de amoníaco, cloreto de benzilo. Cuidado: Não respirar os vapores e evitar o contacto com a boca e olhos. Perigo: A inalação, ingestão ou absorção através da pele provoca, na maior parte das vezes lesões muito graves ou mesmo a morte. Exemplos: Trióxido de arsénio, cloreto de mercúrio (II). Cuidado: Evitar qualquer contacto com o corpo humano e no caso de indisposição chamar o médico. Perigo: Absorvidas pelo corpo, estas substâncias provocam lesões pouco graves. Exemplos: Piridina, tricloroetileno. Cuidado: Evitar qualquer contacto com o corpo humano, inclusive inalação de vapor e no caso de indisposição chamar o médico. Perigo: Facilmente inflamáveis, sensíveis à humidade ou água Exemplos: Propano, acetona, hidreto de boro e sódio. Cuidado: Manter afastado de fontes de calor. 13 Material de laboratório 14 Como se faz um filtro de pregas: 15 Lista de Riscos R 1 Explosivo no estado seco. R 2 Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição. R 3 Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição. R 4 Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis. R 5 Perigo de explosão sob a acção do calor. R 6 Perigo de explosão com ou sem contacto com o ar. R 7 Pode provocar incêndio. R 8 Favorece a inflamação de matérias combustíveis. R 9 Pode explodir quando misturado com matérias combustíveis. R10 Inflamável. R 11 Facilmente inflamável. R12 Extremamente inflamável. R 14 Reage violentamente em contacto com a água. R15 Em contacto com a água liberta gases extremamente inflamáveis. R 16 Explosivo quando misturado com substâncias comburentes. R 17 Espontaneamente inflamável ao ar. R 18 Pode formar mistura vapor - ar explosivo/inflamável durante a utilização. R19 Pode formar peróxidos explosivos. R 20 Nocivo por inalação. R 21 Nocivo em contacto com a pele. R 22 Nocivo por ingestão. R 23 Tóxico por inalação. R 24 Tóxico em contacto com a pele. 16 R 25 Tóxico por ingestão. R 26 Muito tóxico por inalação. R 27 Muito tóxico em contacto com a pele. R 28 Muito tóxico por ingestão. R 29 Em contacto com a água liberta gases tóxicos. R 30 Pode-se tornar facilmente inflamável durante o uso. R 31 Em contacto com ácidos liberta gases tóxicos. R 32 Em contacto com ácidos liberta gases muito tóxicos. R 33 Perigo de efeitos cumulativos. R 34 Provoca queimaduras. R 35 Provoca queimaduras graves. R 36 Irritante para os olhos R 37 Irritante para as vias respiratórias. R 38 Irritante para a pele. R 39 Perigos de efeitos irreversíveis muito graves. R 40 Possibilidades de efeitos irreversíveis. R 41 Risco de graves lesões oculares. R 42 Por causar sensibilização por inalação R 43 Pode causar sensibilização em contacto com a pele. R 44 Risco de explosão se aquecido em ambiente fechado. R 45 Pode causar cancro. R 46 Pode causar alterações genéticas hereditárias. R 48 Riscos de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada. R 49 Pode causar cancro por inalação. R 50 Muito tóxico para os organismos aquáticos. R 51 Tóxico para os organismos aquáticos. 17 R 52 Nocivo para os organismos aquáticos. R 53 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático. R 54 Tóxico para a flora. R 55 Tóxico para a fauna. R 56 Tóxico para os organismos do solo. R 57 Tóxico para as abelhas. R 58 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente. R 59 Perigoso para a camada de ozono. R 60 Pode comprometer a fertilidade. R 61 Risco durante a gravidez com efeitos adversos na descendência. R 62 Possíveis riscos de comprometer a fertilidade. R 63 Possíveis riscos durante a gravidez de efeitos indesejáveis na descendência. R 64 Pode causar danos nas crianças alimentadas com leite materno. R14/15 Reage violentamente com a água libertando gases extremamente inflamáveis. R 15/29 Em contacto com a água liberta gases tóxicos e extremamente inflamáveis. R 20/21 Nocivo por inalação e em contacto com a a pele. R 20/22 Nocivo por inalação e ingestão. R 20/21/22 Nocivo por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 21/22 Nocivo em contacto coma a pele e por ingestão. R 23/24 Tóxico por inalação e em contacto com a pele. R 23/25 Tóxico por inalação e ingestão. R 23/24/25 Tóxico por inalação, em contacto coma pele e por ingestão. R 24/25 Tóxico em contacto com a pele e por ingestão. 18 R 26/27 Muito tóxico por inalação e em contacto com a pele. R 26/28 Muito tóxico por inalação e ingestão. R 26/27/28 Muito tóxico por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 27/28 Muito tóxico em contacto com a pele e por ingestão. R 36/37 Irritante para os olhos e vias respiratórias. R 36/38 Irritante para os olhos e pele. R 36/37/38 Irritante para os olhos, vias respiratórias e pele. R 37/38 Irritante para as vias respiratórias e pele. R 39/23 Tóxico: perigo efeitos irreversíveis muito graves por inalação. R 39/24 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves em contacto com a pele. R 39/25 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por ingestão. R 39/23/24 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação e em contacto com a pele. R 39/23/25 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação e ingestão. R 39/24/25 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves em contacto com a pele e por ingestão. R 39/23/24/25 Tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 39/26 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação. R 39/27 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação. R 39/28 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por ingestão. R 39/26/27 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação e em contacto com a pele. R 39/26/28 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação e ingestão. 19 R 39/27/28 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves em contacto com a pele e por ingestão. R39/26/27/28 Muito tóxico: perigo de efeitos irreversíveis muito graves por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 40/20 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis por inalação. R 40/21 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis em contacto com a pele. R 40/22 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis por ingestão. R 40/20/21 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis por inalação e em contacto com a pele. R 40/20/22 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis por inalação e ingestão. R 40/21/22 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis em contacto com a pele e por ingestão. R 40/20/21/22 Nocivo: possibilidade de efeitos irreversíveis por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 42/43 Pode causar sensibilização por inalação e em contacto com a pele. R 48/20 Nocivo: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação. R 48/21 Nocivo: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada em contacto com a pele. R 48/22 Nocivo: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por ingestão. R 48/20/21 Nocivo: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação e em contacto com a pele. R 48/20/22 Nocivo: risco de efeitos para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação e ingestão. R 48/21/22 Nocivo: risco de efeitos para a saúde em caso de exposição prolongada em contacto com a pele e por ingestão. 20 R 48/20/21/22 Nocivo: risco de efeitos para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 48/23 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação. R 48/24 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada em contacto com a pele. R 48/25 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por ingestão. R 48/23/24 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação e em contacto com a pele. R 48/23/25 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação e ingestão. R 48/24/25 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada em contacto com a pele e por ingestão. R 48/23/24/25 Tóxico: risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada por inalação, em contacto com a pele e por ingestão. R 50/53 Muito tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático. R 51/53 Tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático. R 52/53 Nocivo para os organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático. 21 Lista de procedimentos de segurança Conselhos de prudência relativos a substâncias e preparações perigosas. S 1 Guardar fechado à chave. S 2 Manter fora do alcance das crianças. S 3 Guardar em lugar fresco. S 4 Manter fora de qualquer zona de habitação. S 5 Manter sob…(liquido apropriado a especificar pelo produtor). S 6 Manter sob…(gás inerte a especificar pelo produtor). S 7 Manter o recipiente bem fechado. S 8 Manter o recipiente ao abrigo da humidade. S9 Manter o recipiente num local bem ventilado. S12 Não fechar o recipiente hermeticamente. S13 Manter afastado de alimentos e bebidas, incluindo os dos animais. S14 Manter ao abrigo de… (matérias incompatíveis pelo produtor). S15 Manter afastado do calor. S16 Manter afastado de qualquer chama ou fonte de ignição –não fumar. S17 Manter afastado de matérias combustíveis. S18 Manipular e abrir o recipiente com prudência. S20 Não comer nem beber durante a utilização. S21 Não fumar durante a utilização. S22 Não respirar as poeiras. S23 Não respirar os gases/vapores/fumos/aerossóis S24 Evitar o contacto com a pele. 22 S25 Evitar o contacto com os olhos. S26 Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com água e consultar um especialista. S27 Retirar imediatamente todo o vestuário contaminado. S28 Após contacto coma pele, lavar imediata e abundantemente com …(produtos adequados a indicar pelo produtor). S29 Não deixar os resíduos no esgoto. S30 Nunca adicionar água a este produto. S33 Evitar acumulação de cargas electrostáticas. S35 Não se desfaz deste produto e do seu recipiente sem tomar as precauções de segurança devidas. S36 Usar vestuário de protecção adequado. S37 Usar luvas adequadas. S38 Em caso de ventilação insuficiente, usar equipamento respiratório adequado. S39 Usar um equipamento protector para a vista/face. S40 Para limpeza do chão e objectos contaminados por este produto, utilizar…(a especificar pelo produtor). S41 Em caso de incêndio e/ou explosão não respirar os fumos. S42 Durante as fumigações/pulverizações usar equipamento adequado [termo(s) adequado(s) a indicar pelo produtor]. S43 Em caso de incêndio, utilizar…(meios de extinção a especificar pelo produtor. Se a água aumentar os riscos, acrescentar “Nunca utilizar água”). S45 Em casos de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico (se possível mostrar-lhe o rótulo). S46 Em caso de acidente ou de indisposição, consultar imediatamente o médico e mostrar-lhe a embalagem ou o rótulo. 23 S47 Conservar a uma temperatura que não exceda …ºC (a especificar pelo produtor). S48 Manter húmido com… (material adequado a especificar pelo produtor). S49 Conservar unicamente no recipiente de origem. S50 Não misturar com…(a especificar pelo produtor). S51 Utilizar somente em locais bem ventilados. S52 Não utilizar em grandes superfícies nos locais habitados. S53 Evitar a exposição – obter instruções especificas antes de utilização. S56 Eliminar este produto e o seu recipiente, enviando-os para local autorizado para a recolha de resíduos perigosos ou especiais. S57 Utilizar um recipiente adequado para evitar a contaminação do ambiente. S59 Solicitar ao produtor/fornecedor informações relativas à sua recuperação/reciclagem. S60 Este produto e os seus recipiente devem ser eliminados como resíduos perigosos. S61 Evitar a libertação para o ambiente. Obter instruções específicas/fichas de segurança. S62 Em caso de ingestão, não provocar o vomito. Consultar imediatamente um médico e mostrar-lhe a embalagem ou o rótulo. S 1/2 Guardar fechado à chave e fora do alcance das crianças. S3/7 Conservar em recipiente bem fechado em lugar fresco. S 3/9/14 Conservar em lugar fresco e bem ventilado ao abrigo de…(matérias incompatíveis a indicar pelo produtor). S3/9/14/49 Conservar unicamente no recipiente de origem, em lugar fresco e bem ventilado ao abrigo de…(matérias incompatíveis a indicar pelo produtor). S 3/9/49 Conservar unicamente no recipiente de origem, em lugar fresco e bem ventilado. 24 S 3/14 Conservar em lugar fresco ao abrigo de…(matérias incompatíveis a indicar pelo produtor). S 7/8 Conservar o recipiente bem fechado e ao abrigo da humidade. S 7/9 Manter o recipiente bem fechado em local bem ventilado. S7/47 Manter o recipiente bem fechado e conservar a uma temperatura que não exceda…ºC (a especificar pelo produtor). S20/21 Não comer, beber ou fumar durante a utilização. S24/25 Evitar o contato com a pele e os olhos. S29/56 Não deitar os resíduos no esgoto, eliminar este produto e o seu recipiente, enviando-os para local autorizado para a recolha de resíduos perigosos ou especiais. S36/37 Usar vestuário de proteção e luvas adequadas. S 36/37/39 Usar vestuário de proteção, luvas e equipamento protetor para a vista/face adequados. S 36/39 Usar vestuário de proteção e equipamento protetor para a vista/face adequados. S 37/39 Usar luvas e equipamento protetor para a vista /face adequados. S47/49 Conservar unicamente no recipiente de origem a temperatura que não exceda…ºC (a especificar pelo produtor). 25 Como organizar um caderno de laboratório Caderno de laboratório: deve ser o diário das experiências, deve conter todos os detalhes de como a experiência correu. Folhas de informação: deve conter a caracterização e procedimento experimental para para a síntese de cada composto novo. Formato do caderno de laboratório 1- Começar uma nova experiência numa folha limpa do caderno de laboratório cujas folhas estão previamente numeradas. 2- Número da experiência deve ter as iniciais do nome do autor, a que caderno pertence e o número da página; se for caso disso usar várias alinhas para a mesma experiência; Exemplo CF_A_21b. 3- Data e hora a que se fez determinado procedimento. 4- Esquema da reacção indicando a transformação proposta. Coloca-se no topo da página. Se a reacção decorre como o esquema intacto, mas o produto desejado não é obtido, então faz-se uma cruz vermelha sobre o produto. Se outro produto for obtido então podemos juntá-lo com outra cor se assim quisermos. 5- Referências literárias 6- Quantidades: as quantidades de cada um dos ingredientes da reacção são listadas no princípio, juntamente com o peso molecular, número de moles. Ter o PM à mão poupa muito tempo quando passamos para outra reacção e quando se analisa o espectro de massa, etc. mas a real importância desta secção é que os valores que contêm podem ser ajustados durante a reacção de modo a melhorar o procedimento. 7- Procedimento: deve ser breve e sem obedecer a padrões de publicação e explicativo o suficiente para permitir a sua reprodução. 26 8- Monitorização da reacção: TLC, ter o cuidado de os colar no caderno e calcular o Rf dos compostos bem como as conclusões a tirar deles. Em alguns casos usar HPLC e GC. 9- Detalhes do modo de trabalhar e purificar o(s) produto(s). Para a cromatografia é importante incluir a quantidade e tipo de adsorvente e o sistema de solventes usado na eluição. Se o produto é purificado por cristalização, registar o solvente usado e o p.e. Se for a destilação registar o pe. e a pressão. 10- Referência cruzada com os espectros e informações dos livros; 11- Manter os espectros na forma original e fazê-los à medida que o trabalho evolui. Quando um composto significativo é sintetizado uma folha de informação deve ser criada para o registar. Esta folha deve conter: 1- Formula estrutural e molecular 2- Procedimento de preparação do composto, de preferência no estilo de publicação 3- Informação espectroscópica e cromatográfica suficiente caracterizar o composto. Os espectros devem estar anexos. 4- Referência cruzada dos espectros e as notas laboratoriais. 5- Referência literária se houver 27 para Semana I: Teoria Química versus Prática Laboratorial Técnicas usadas Extracção e agentes secantes A extracção é uma técnica usada para separar o composto de uma mistura. É frequente o uso da extracção para a separação de um composto presente num produto natural. Temos como exemplo remoção da cafeína do café. A extracção líquido/líquido envolve a distribuição de um composto, o soluto entre dois líquidos (solventes) imiscíveis (as fases). Num procedimento de extracção, uma solução aquosa (água) e o solvente orgânico imiscível (ex: diclorometano, ou éter etílico, ou acetato de etilo ou hexano) são agitados num funil de separação (ou também chamada ampola de decantação). O soluto distribui-se entre a fase aquosa e a fase orgânica de acordo com a sua solubilidade relativa. Sais orgânicos vão para a fase aquosa enquanto substâncias orgânicas dissolvem-se mais rapidamente na fase orgânica. Portanto duas ou três extracções da mistura aquosa é normalmente suficiente para transferir quantitativamente o composto orgânico não polar, como hidrocarbonetos ou halogenetos de carbono, para um solvente orgânico. A equação (1) permite calcular o K, que é o coeficiente de distribuição ou coeficiente de partilha. K= C1 g composto por mL solvente orgânico = g composto por mL solvente água C2 (1) K > 1,5 o composto pode ser separado da água. Uma serie de extracções usando pequenos volumes de solvente é mais eficiente que uma extracção usando um volume grande. (Explicação teórica, p 58, “Techniques in organic chemistry”) 29 Fig 1: Como usar a ampola de decantação para fazer uma extracção. 30 Secagem da fase orgânica Na extracção, na separação de fase orgânica da fase aquosa existe sempre alguma água que fica na fase orgânica, em parte devido à solubilidade da água no solvente orgânico utilizado. Como resultado disto a fase orgânica necessita de ser seca. Usa-se para isso um agente secante que é um sal inorgânico anidro e que tem a capacidade de se ligar às moléculas de água, formando hidratos. nH2O + agente secante → agente secante.nH2O Agentes secantes Classe de Agentes secantes recomendados compostos Alcanos, haletos de MgSO4, CaCl2, CaSO4, H2SO4 alquilo Hidrocarbonetos e MgSO4, CaCl2, CaSO4 eteres Aldeídos, cetonas e MgSO4, CaSO4, Na2SO4, K2CO3 esteres Álcoois MgSO4, K2SO4, CaSO4 Aminas KOH, K2CO3 Compostos acidicos Na2SO4, MgSO4, CaSO4 Factores que condicionam a escolha de um agente secante: 1- Capacidade: refere-se ao número de moles de moléculas de água a que se liga de modo a formar um sal hidratado. Expressa-se pela quantidade de água/g de agente secante. 2- Eficiência: expressa-se pela quantidade de água deixada pelo agente secante para trás na fase orgânica; 3- Velocidade a que trabalha: quanto tempo o agente necessita de estar em contacto com a solução orgânica; 4- Inactividade química: não pode ser reactivo nem com o solvente orgânico nem com o composto orgânico nele dissolvido. 31 Cromatografia em camada fina A cromatografia em camada fina (TLC = thin layer chromatography), apareceu em 1950 e tornou-se uma técnica analítica muito utilizada. É simples, barata, rápida, eficiente e razoavelmente sensível e apenas requer umas miligramas de material. TLC é especialmente usada para: 1-determinar o número de componentes na mistura; 2- estabelecer se 2 componentes são ou não idênticos e 3-seguir uma reacção química. Na cromatografia em camada fina o suporte da fase estacionária pode ser de vidro, metal (folha de alumínio) ou plástico. A fase móvel é um líquido puro ou uma mistura de vários líquidos cuja composição depende da polaridade dos compostos a serem separados. Compostos não voláteis podem ser analisados por TLC, contudo compostos voláteis não o são, pois pode haver perda de amostra por evaporação. 32 Para fazer a analise por TLC é aplicada uma pequena quantidade da mistura a ser separada, em mancha, próximo da extremidade da placa (Fig 2). Fig 2: Aplicação da amostra na placa de TLC Esta é depois colocada numa câmara de eluição fechada, com a extremidade próxima do ponto de aplicação da amostra a ser imersa na fase móvel (também chamada por eluente ou solvente). Fig 3: Câmara de eluição. O eluente sobe por capilaridade na fase estacionária. À medida que o solvente sobe, a amostra é distribuída entre a fase móvel e fase estacionária que é sólida. A separação ocorre como resultado de muitos equilibrios que se estabelecem entre a fase móvel separar. e a fase estacionária e os compostos a Quanto mais fortemente o composto se liga ao adsorvente (fase estacionária) mais lentamente se move na placa de TLC. 33 O eluente desloca mais rapidamente compostos não polares. Substâncias polares movem-se mais lentamente. A placa de TLC é retirada da câmara de eluição quando a frente do solvente está a cerca de 1 cm da extremidade da placa. A sua posição é imediatamente marcada com lápis. Em seguida deixa-se secar evaporando o eluente. Existem vários métodos para visualizar as manchas: 1- se a placa for impregnada com o indicador fluorescente pode-se utilizar a radiação UV; 2colocar a placa dentro de uma câmara com sais de iodo forma-se um complexo de cor castanha com os compostos permitindo a sua detecção; 3- ou fazendo reagir com um reagente, cujo produto da reacção é um compostos colorido. Usando as mesmas condições experimentais para a analise cromatográfica por TLC, um dado composto move-se sempre a mesma distância relativamente à distância percorrida pela frente do eluente. Esta razão entre as distâncias é chamada por Rf (razão da frente) e é expressa através da fracção decimal: Rf = Distância percorrida pelo composto Distância percorrida pela frente do eluente Fig 4: Calculo do Rf O valor de Rf depende da sua estrutura e é uma característica física tal como por exemplo o ponto de fusão. Logo que o cromatograma esteja feito o valor de Rf deve ser calculado para cada substância e registadas as condições experimentais. A informação importante a registar é: 34 1- O adsorvente usado na placa de TLC, bem como a marca e o lote de fabricação; 2- o eluente 3- o método usado na visualização dos compostos; 4- o valor de Rf de cada substância. Fase estacionária ou adsorvente É usado normalmente um dos três tipos de adsorventes: 1- Sílica gel (SiO2.xH2O); 2- Oxido de aluminio (Al2O3) também chamado alumina; 3- Celulose As forças intermoleculares são as responsáveis por a ligação dos compostos ao adsorvente. Forças de Van der Waals fracas ligam compostos não polares ao adsorvente, mas moléculas polares podem adsorver por interacções dipolodipolo, ligações de hidrogénio e de coordenação à superfície fortemente polar dos óxidos de metal. A força de interacção varia com o composto, mas em termos gerais podemos dizer que: quanto mais polar é o composto maior é força de ligação à sílica gel ou alumina. A celulose é usada para a cromatografia de partição de compostos solúveis em água e de compostos orgânicos relativamente polares, como os açúcares, aminoácidos ou derivados dos ácidos nucleicos. A celulose adsorve cerca de 20% do seu peso em água; as substâncias separam-se por partição entre o eluente e as moléculas de água que estão ligadas por pontes de hidrogénio às partículas de celulose. A sílica gel e a alumina são preparadas a partir de pó finamente dividido e depois activado. A activação envolve aquecimento para remoção de moléculas de água adsorvidas. A sílica gel é acídica e separa moléculas acídicas e neutras que não são demasiado hidrofilicas. Existem formulações de óxido de alumínio acídico, básico ou neutro. A amostra é dissolvida num solvente orgânico volátil; uma solução de 1-2% funciona melhor. O solvente necessita ser de grande volatibilidade para que 35 possa evaporar quase imediatamente. A acetona e o diclorometano são os mais usualmente utilizados. Se estamos analisar um sólido, dissolve-se 10-20 mg em 1 mL de solvente. Para assegurar uma boa resolução cromatográfica, a câmara de desenvolvimento tem que estar saturada com os vapores do solvente de modo a prevenir a evaporação do solvente assim que ele atinge a placa de TLC. A escolha do eluente nem sempre é fácil, contudo em termos gerais, deve-se usar um solvente não polar para compostos não polares e um solvente polar para compostos polares. Polaridades relativas para eluentes para TLC e compostos orgânicos por classe de grupo funcional Solventes comuns Compostos orgânicos por grupo funcional Alcanos, cicloalcanos Alcanos Tolueno Alcenos Diclorometano Dienos conjugados, hidrocarbonetos aromáticos Éter etílico Éteres, halocarbonos Clorofórmio Aldeídos, cetonas, esteres Acetato de etilo Aminas Acetona Alcoois Etanol, metanol, acetonitrilo, água Ácidos carboxílicos 36 Extracção por solventes quimicamente activos A 30 mL de solução (ácido benzóico e clorobenzeno) em diclorometano adicionar 3 x 10 mL de hidróxido de sódio (2 M). Colectar as fases aquosas num Erlenmeyer (1) e guardar a fase orgânica em um outro (2). Acidificar com ácido clorídrico 2M a fase aquosa e adicionar 30 mL de éter. Separar as fases. Desprezar a fase aquosa (3). Secar a fase orgânica (4) com sulfato de magnésio. Filtrar e evaporar o solvente (isolamento do ácido benzóico). À fase orgânica (2) colectada num Erlenmeyer (2) que contém o composto neutro secar com sulfato de magnésio. Filtrar e evaporar o solvente (isolamento do composto neutro). Cromatografia em camada fina de princípios activos de um medicamento (caso analgésicos) Introdução Príncipio activo Ponto de fusão Nome comercial Ácido acetil salicílico, 1 135-136 ºC Aspirina Acetamidofenol, 2 169-170, 5ºC Tynelol, Panadol Ibuprofen, 3 75-77 ºC Brufen, Nuprin O OH O O CH3 H N HO 1 CH3 O CH3 H2C CH H3C CH3 OH O 3 2 Procedimento Soluções padrão de 1 - 2% P/V em acetona dos seguintes compostos: -Aspirina (ácido acetilsalicilico) 37 -Acetaminofeno = paracetamol (4-acetaminofenol) -Ibuprofeno (Ácido 4-sobutil- -metilfenilacético) Eluente: 0.5% ácido acético em acetato de etilo (V/V) Marcar com lápis placas de sílica gel com indicador de fluorescência F-254 com dimensões de 2.5 x 6.7 cm. Cortá-las cuidadosamente de modo a não causar danos na sílica. Preparar a câmara de eluição com cerca de 4-5 mL de eluente. Não esquecer de colocar o papel de filtro. Marcar com lápis os pontos de aplicação (devem distar do bordo inferior 1 cm) e aplicar as amostrar com capilares. Deixar secar entre cada aplicação. Colocar na câmara para eluição até o eluente distar cerca de 1cm do bordo superior. Tirar da câmara e deixar secar. Visualizar os resultados do cromatograma usando a lâmpada de ultravioleta (254 nm). Marcar com o lápis as manchas. Faça o desenho do seu cromatograma indicando o tamanho as manchas e se há arrastamento ou não. Calcular os Rfs. Bibliografia: J. R. Mohrig et al, Modern projects and experiments in organic chemistry, 2nd edition, W.H. Freeman and Company. Modelação molecular http://orgchem.colorado.edu/courses/3321manualSu07/MMstereofullLM21Su07.pdf http://orgchem.colorado.edu/courses/3321manualF07/MMconftsLM21F07.pdf 38 Estereoquímica: Estudo das propriedades ópticas do limoneno. Polarimetria Introdução: Peso molecular: 136,13 g/mol (C10H16) Densidade: 0,84 CH3 CH3 H C CH2 CH3 H2C C H CH3 (R)- Limoneno [α ]Tλ = (S)- Limoneno α obsev l×c l- comprimento percorrido pela luz na amostra em dm c- concentração da amostra (g.mL-1) %ee = [α ]observ × 100% [α ] puro Procedimento experimental Reagentes necessários: (R)-Limoneno, (S)-Limoneno, etanol Prepare 100 mL de soluções etanólicas de (R), (S)- limoneno a 0,01 g/mL. Determine a rotação de ambas as soluções de limoneno. Faça uma mistura de soluções na proporção de 3:1 de (R) e (S)limoneno respectivamente. Determine a rotação desta solução. Calcule 1. Calcule a concentração das soluções etanólicas de (R), (S)- limoneno nas soluções preparadas. [ ]puro = 123º (R); [ ]puro = -94º (S) 2. Determinar % ee na mistura dos dois enantiómeros. 3. Comparar as concentrações determinadas com as previstas. 39 Semana II: Procedimento geral em química orgânica 40 Reacção: hidrólise de um ester. Destilação Azeotrópica Método de trabalho em química orgânica: REACÇÃO ISOLAMENTO PURIFICAÇÃO CARACTERIZAÇÃO Reacção No decorrer de uma reacção pode ser necessário: 1- evitar a perda de reagentes voláteis; 2- manter a mistura atmosférica 3- adição de reagentes 4- evitar a saída de vapores nocivos. Várias montagens podem ser feitas para todas estas condições de reacção: 1- refluxar a mistura de reacção; 2- condições anidras de reacção; 3- adição de reagentes durante a reacção; 4- remoção de vapores nocivos Destas várias possibilidades apenas nos vamos debruçar sobre a primeira, ou seja o refluxar da mistura reaccional. 41 Refluxar a mistura reaccional significa “ferver” a solução enquanto continuamente se condensa o vapor por arrefecimento e retorno do líquido ao balão da reacção (Fig 5). Fig. 5: Montagem para refluxar a mistura reaccional Destilação É o método de separação de dois ou mais compostos líquidos com base na diferença de pontos de ebulição. Contrariamente às técnicas de separação de extracção líquido-líquido, sólido-líquido e recristalização, a destilação é uma separação líquido-gas na qual as diferenças de pressão de vapor são usadas para separar os materiais. Um liquido a qualquer temperatura exerce uma pressão no seu ambiente. Esta pressão, chamada pressão de vapor, resulta de moléculas que deixam a superfície do líquido tornando-se vapor. Moléculasliquido ↔ Moléculasvapor À medida que o líquido é aquecido, a sua energia cinética aumenta; o equilíbrio desloca-se para a direita e mais moléculas passam ao estado de vapor, aumentando assim a pressão de vapor. O ponto de ebulição de um liquido puro é definido como a temperatura no qual a pressão de vapor do liquido é exactamente igual à pressão atmosférica. À 42 pressão atmosférica de 1 atm (760 mmmHg) o ponto de ebulição é atingido quando a pressão de vapor é igual a 1 atm. Todos os compostos orgânicos estáveis e puros têm um ponto de ebulição característico a 1 atm. O ponto de ebulição reflecte a sua estrutura molecular, especialmente as interacções intermoleculares que mantêm as moléculas ligadas no estado líquido. Compostos polares têm pontos de ebulição superiores aos compostos apolares com o mesmo peso molecular. O aumento do peso molecular conduz ao aumento da área de superfície molecular o que conduz a pontos de ebulição mais elevados, apesar da polaridade se manter constante. Numa mistura de líquidos o ponto de ebulição depende da pressão de vapor dos seus componentes. As impurezas podem aumentar ou diminuir o ponto de ebulição da amostra, mas em qualquer dos casos a substância ferve durante um intervalo de vários graus a uma temperatura que não é pura. Considerando por exemplo uma mistura de pentano e hexano. O pentano e hexano são miscíveis e as forças de Van der Waals são as interacções intermoleculares existentes. A solução formada por estes compostos têm um ponto de ebulição situado entre o ponto de ebulição do pentano (36 ºC) e o ponto de ebulição do hexano (69 ºC). Se o pentano estivesse sozinho a pressão de vapor do líquido devia-se apenas a ele. Contudo o pentano é apenas uma fracção da solução, a pressão parcial exercida pelo pentano (P) é apenas uma fracção da pressão de vapor do pentano puro(Pº). A fracção é determinada pelo Xpentano, que é a fracção molar do pentano, o qual é a razão do número de moles do pentano em relação ao número total de moles do pentano e do hexano na solução. Fracção molar do pentano : X pen tan o = moles pen tan o moles pen tan o + moles hexano Pressão parcial do pentano : Ppen tan o = P º pen tan o X pen tan o (1) As mesmas expressões podem ser feitas para o hexano. A equação (1) é aplicação da Lei de Raoult. Usando a Lei de Dalton das pressões parciais, é possível calcular a pressão de vapor total da solução, o qual é a soma das pressões de vapor dos componentes individuais. 43 Ptotal=Ppentano+Phexano A figura abaixo mostra as curvas de pressão parcial para o pentano e hexano usando a Lei de Raoult , e a pressão total da solução usando a Lei de Dalton. Aplicando a Lei dos gases ideais à mistura de gases em equilíbrio com a solução de pentano e hexano temos a equação: Ppentano = PºpentanoYpentano Onde Ypentano é a fracção de moléculas de pentano no vapor acima da solução. A partir destas expressões pode ser deduzida uma expressão para determinar a pressão de vapor total Ptotal = Xpentano(Pºpentano-Pºhexano) + Pºhexano Ypen tan o = P º pen tan o X pen tan o X pen tan o (P º pen tan o −P º hexano ) + P º hexano Estes cálculos podem ser utilizados para construir um diagrama temperatura composição (diagrama de fase) como mostra a figura abaixo. 44 Seguindo a linha a tracejado, temos a composição inicial do liquido L1 para a composição do vapor V1 que tem a mesma composição que o liquido L2. O L1 indica um ponto de ebulição de 44º C para uma solução de 1:1 de pentano:hexano. A analise da composição do vapor revela que o pentano é 87% e o hexano é de 13%. Se este vapor V1 condensar o liquido recolhido é o L2. Este depois de vaporizado, o novo vapor (V2) será ainda mais rico em pentano que é o componente mais volátil. Repetindo o processo de evaporação e condensação várias vezes permite-nos obter o pentano puro. Este processo de repetições chama-se destilação fraccionada (Fig.6). Fig 6: Montagem de uma destilação fraccionada Na destilação simples, (Fig. 7) apenas ocorre uma ou duas vaporizações e condensações, corresponde aos pontos L1 e V1. O liquido condensado é chamado destilado ou condensado. Só separa efectivamente liquidos que tenham uma diferença de pontos de ebulição de 60-70º C. A destilação simples é usada em duas situações: 1- quando o último passo da purificação de um liquido envolve destilação de modo a obter o composto puro e determinar o seu ponto de ebulição; 2- quando a destilação simples é usada para remoção do solvente com baixo ponto de ebulição de um composto com ponto de ebulição elevado. 45 Fig 7: Montagem de uma destilação simples Destilação azeotrópica Os sistemas até aqui descritos são considerados como ideais ou seja seguem a lei de Raoult. Contudo a maioria das soluções liquidas desviam-se deste comportamento, facto que se deve às interacções intermoleculares (exemplo são as pontes de hidrogénio) no estado liquido. Na destilação de algumas soluções, formam-se misturas que destilam a pontos de ebulição constante e que já não podem ser mais purificadas por destilação: são chamadas azeotropes ou soluções azeotrópicas. Uma solução azeotropica bem conhecida é a formada por etanol/água (95,6% etanol e 4,4% água P/P)cujo ponto de ebulição é de 78,2 ºC. O seu vapor tem a mesma constituição, facto que pode ser visualizado no diagrama temperatura composição. 46 Fig. 8: Diagrama temperatura - composição de soluções de álcool/água à pressão de 1 atm. Recristalização Um composto orgânico puro é aquele que não lhe detectável impurezas. Uma forma de purificar materiais impuros é através da recristalização. A técnica da recristalização depende do aumento da solubilidade de um composto no solvente quente. A solução saturada a elevada temperatura normalmente tem mais soluto que o mesmo par soluto - solvente a baixa temperatura. Pelo que, o soluto precipita quando a solução saturada arrefece. A recristalização é o processo no qual o material cristalino se dissolve em solvente quente e depois retorna a sólido por cristalização no solvente arrefecido. Porque a concentração das impurezas no sólido que nos interessa é normalmente significativamente inferior à concentração da substância a ser purificada, assim que a mistura arrefece as impurezas mantêm-se em solução enquanto o produto em elevada concentração cristaliza. A formação do cristal do soluto a partir da solução é um processo selectivo. Quando o sólido cristaliza à velocidade adequada e em condições apropriadas de concentração e de solvente, o material cristalino é perfeitamente puro, porque somente moléculas de forma adequada “encaixam” na matriz do cristal. Na recristalização, a dissolução do sólido impuro no solvente quente apropriado destrói a matriz do cristal impuro, e a cristalização no solvente frio, 47 selectivamente produz um novo e mais puro matriz de cristal. O arrefecimento lento da solução saturada promove a formação de cristais puros, que são maiores. A formação rápida de cristais aprisiona as impurezas, porque o crescimento da matriz é tão rápido que simplesmente as impurezas são envolvidas pelas partículas de soluto à medida que o cristal se forma. O aspecto mais crucial do procedimento de recristalização é a escolha do solvente, porque o soluto deve ter a máxima solubilidade no solvente quente e a mínima solubilidade no solvente frio. A escolha do solvente baseia-se no processo de escolha e erro, a relação entre a estrutura molecular do solvente e a solubilidade do soluto pode ser descrita pela frase “semelhante dissolve semelhante”. Compostos não iónicos dissolvem-se em água quando se associam às suas moléculas de água através de ligações de hidrogénio. Os hidrocarbonetos e haletos de alquilo são virtualmente insolúveis em água, enquanto os ácidos carboxílicos, álcoois e aminas que facilmente formam ligações de hidrogénio são normalmente recristalizados a partir de soluções aquosas. A polaridade do solvente é um factor crucial e mede-se através da constante dieléctrica, ε. Quanto mais elevada é a constante dieléctrica mais polar é o solvente. Solventes usados na recristalização Solvente Formula Ponto Const. ebulição dieléctrica Éter etílico (C2H5)2O 34,6 4,3 Acetona (CH3)2CO 56 20,7 Éter petróleo 60-80 Clorofórmio CHCl3 61 4,8 Metanol CH3OH 65 32,6 Hexano C6H14 69 1,9 CH3COOC2H5 77 6,0 Etanol C2H5OH 78,5 24,3 Água H2O 100 80 C6H5CH3 110,6 2,4 CH3COOH 118 6,15 Acetato de etilo Tolueno Ácido acético 48 Halogenação de hidrocarbonetos http://orgchem.colorado.edu/courses/3321manualF07/HalogenationLM21F07.pdf Substituição nucleofílica (SN1): Síntese do cloreto de terc-butilo A substituição nucleofilica é talvez o mecanismos de reacção mais estudado em química orgânica. Nestas reacções o nucleófilo ( = amigo do núcleo) é usado para substituir o grupo abandonante (G-) do átomo de carbono do substrato orgânico. R-G + Nu- → R-Nu + GO nucleofilo é o fornecedor dos electrões na nova ligação ao carbono. O grupo abandonante quando deixa o substrato leva consigo os electrões da sua ligação ao substrato. O nucleofilo não precisa ser negativo mas precisa de ter pelo menos um par de electrões no átomo nucleofilico. Um exemplo tipico de substituição nucleofilica é a substituição de um anião iodeto do iodometano por um ião hidróxido. HO- + CH3-I → HO-CH3 + IExistem dois mecanismos limitantes para a substituição nucleofilica: por de substituição directa (SN2) e o por formação de um carbocatião (SN1). A notação SN2 significa que é uma reacção de substituição (S) induzida por um nucleofilo (N) sendo bimolecular no passo determinante da reacção. Semelhantemente temos a SN1 em que a substituição nucleofilica no passo determinante da reacção está apenas envolvida uma molécula e forma-se um intermediário que é o carbocatião. SN2 A substituição directa em SN2 ocorre em substratos primários e envolve o ataque por parte do nucleófilo em direcção oposta à saída do grupo abandonante num único passo concertado. 49 Como os nucleófilos efectivos temos os aniões hidróxido e alcóxido bem como bases fortes. Como bons grupos abandonantes temos os iões brometo e iodeto que formam ligações polarizáveis com o carbono, assim como outras bases fracas. Quanto mais fácil o grupo abandonante é removido maior é a velocidade da reacção SN2. CH3O- + CH3CH2-Br → CH3CH2-OCH3 + BrQualquer alteração do substrato que aumente o impedimento estéreo em volta do centro de reactivo torna o estado de transição da SN2 mais difícil tornando a reacção mais lenta. Um número maior de grupos alquilo ou um aumento da ramificação de um ou mais grupos R diminui a velocidade de reacção. R N R G R A reactividade da SN2 tem a seguinte ordem de dependência relativamente ao substrato: Metil > primário > secundário > terciário SN1 Em termos gerais a substituição nucleofílica tem a possibilidade da existência de dois mecanismos SN2 e SN1. Por exemplo haletos terciários são substratos pobres para uma reacção SN2 e é capaz de sofrer reacção por mecanismo SN1. Esta via tem a vantagem de o carbocatião terciário ser estável. Portanto a reacção do brometo de terc-butilo (2-bromo-2-metilpropano) com água ocorre via estado de transição unimolecular no passo determinante da velocidade. (CH3)3CBr (CH3)3C+ + H2O (CH3)3C+ + Br(CH3)3COH2+ -H+ (CH3)3COH Tal como na reacção que ocorre por mecanismo SN2, a reacção que ocorre por mecanismo SN1 a capacidade do grupo abandonante acomodar o par de electrões que leva com ele quando abandona o substrato influencia fortemente 50 a reacção. Outro factor importante é a estabilidade do carbocatião. A velocidade da reacção por mecanismo SN1 é consistente com a formação do carbocatião.: Terciário > secundário > primário > metil Na aula prática vamos fazer testes qualitativos para estudar a relação estrutura-reactividade em reacções SN2 e SN1. No caso da reacção com iodeto de sódio em acetona, como o iodeto é um excelente nucleófilo e a acetona um solvente com capacidade limitada para estabilizar o carbocatião, está favorecida a reacção por mecanismo SN2. As condições de reacção que favorecem a via SN1 são a solução de nitrato de prata em etanol. O etanol é um solvente polar que estabiliza as cargas em espécies como o carbocatião, sendo um nucleofilo pobre. O ião prata coordena com o ião haleto no substrato orgânico e aumenta a capacidade de quebrar a ligação C-X, formando-se o ião haleto e o carbocatião. Os compostos que sofrem reacção rápida com a solução etanólica de nitrato de prata são substratos que foram carbocatiões suficientemente estáveis. Introdução ao trabalho prático A partir de um álcool terciário é possível obter o derivado halogenado correspondente por substituição nucleofílica unimolecular (SN1). CH3 H3C C OH + HCl CH3 CH3 H3C C Cl + H2O CH3 Esquema 1 Procedimento Com um banho de água quente funda o álcool terc-butílico (p.f.=25,5ºC). Pese para um Erlenmeyer 3,0 g de álcool terc-butilico e adicione em seguida, 51 muito lentamente, no hotte, 10 mL de ácido clorídrico quimicamente puro ( Atenção!! Reacção exotérmica). Passe a mistura de reacção para uma ampola de decantação e sem tapar a ampola suavemente, dando ao líquido um movimento de rotação. Decorridos 5 min aproximadamente, tape a ampola e agite durante 5-6 min, abrindo a torneira após cada agitação. Deixe repousar até separação das fases. Elimine camada aquosa, e ao cloreto de terc-butilo, na ampola, adicione 4 mL de uma solução saturada de hydrogenocarbonato de sódio. Agite novamente a ampola, tendo cuidado com a pressão. Há libertação de gás. Elimine a camada aquosa, e ao cloreto de terc-butilo, na ampola, adicione 3 mL de água destilada. Elimine a camada aquosa, transfira o cloreto de terc-butilo para um Erlenmeyer e seque com Na2SO4 anidro granulado até à obtenção de um líquido transparente e claro. Filtre em funil de Buchner, transfira o líquido para um balão de fundo redondo préviamente pesado e destile. Calcule o rendimento. 52 Semana III: Hidrocarbonetos insaturados Isomerização http://orgchem.colorado.edu/courses/3361LMF07/TLCII61LMF07.pdf Extracção do limoneno http://itech.pjc.edu/tgrow/2210L/chm2210Lsteam.pdf) 54 Semana IV: Álcoois e éteres Desidratação do 2-metil-2-butanol Introdução: Quando um álcool é aquecido na presença de um ácido forte, o produto maioritário é um alceno ou uma mistura de alcenos. C C OH H+ C C calor + H2 O A eliminação de uma molécula de água a partir do álcool chama-se reacção de desidratação. As reacções de eliminação são uma das classes fundamentais dentro dos vários tipos de reacções químicas. Requerem a presença de um grupo abandonante que sai com os electrões da ligação, seguindo-se a perda de um segundo grupo (normalmente um protão), a partir do carbono adjacente. A presença do ácido é essencial dado que converte ROH em R-OH2+, tornando assim um mau grupo abandonante num bom grupo abandonante que é a água. Dado que os álcoois são bases fracas, ácidos fortes são necessários para os protonar. Usa-se então o ácido fosfórico ou ácido sulfúrico. Quando álcoois secundários e terciários são usados, a protonação e aquecimento são as forças condutoras para que ocorra perda de água, formando-se então um carbocatião. C C OH + H2SO4 HSO4- + C C O H H H C C + H2O A velocidade de formação do carbocatião por perda da molécula de água depende grandemente da estabilidade do carbocatião formado. Carbocatiões secundários e terciários são suficientemente estáveis para ser intermediários nas reacções. A estabilidade do carbocatião aumenta com o 56 aumento do número de substituintes alquilo e arilo, no átomo de carbono que tem a carga positiva. Em meios fortemente acidicos mesmo os carbocatiões terciários são instáveis . Reagem com os nucleófilos dando produtos de substituição (SN1), ou perdem um protão dando produtos de eliminação (E1). O termo E1 significa eliminação unimolecular. Diz-se unimolecular porque no passo determinante da reacção, que é perda de uma molécula de água a partir do álcool protonado. A perda do protão é rápida porque os carbocatiões são ácidos fortes. C C OH H+ rápido C C H O H H -H2O -H+ H C C lento rápido C C Os ácidos sulfúrico e fosfórico são escolhidos em vez do ácido clorídrico ou bromidrico como catalisadores na desidratação dos álcoois em parte porque as bases conjugadas dos ácidos sulfúrico e fosfórico são maus nucleofilos pelo que não há formação de elevadas quantidades de produtos de substituição. Todos os passos da reacção no mecanismo E1 são reversíveis. Esta reversibilidade significa que os alcenos podem formar álcoois a não ser que se use condições experimentais apropriadas. Para que a reacção seja completa destila-se o alceno a partir da mistura reaccional. Esta estratégia permite que o equilíbrio se desloque continuamente no sentido da formação do alceno. Questão: Será que a estabilidade dos produtos determina a sua proporção na desidratação do 2-metil-2-butanol por catálise ácida OH CH3 CH2 C CH3 CH3 2-Metil-2-butanol H2SO4 H3CH2C C CH3 CH2 2-Metil-1-buteno p.e. 31,1 ºC MW 70,1 d 0,650 g/mL 57 + H H3C C C H3C CH3 2-Metil-2-buteno p.e. 38,5 ºC MW 70,1 d 0.662 g/mL Procedimento Coloque 6,0 mL de 2-metil-2-butanol num balão de fundo redondo contendo uma barra magnética. Adicione lentamente 30 mL de ácido sulfúrico 6 M. Faça uma montagem para destilação fraccionada. Recolha todo o destilado com temperatura inferior a 45 ºC. Deixe o destilado arrefecer e só depois o pese. Calcule o rendimento. Determine a composição do produto por cromatografia gasosa, usando uma coluna não polar (ex. SE-30; OV-1; DB-1). Não use temperaturas superiores a 50 ºC. A preparação da amostra faz-se dissolvendo 2 gotas de produto em 0,5 mL de heptano, injecte 1 µL desta solução no GC. Os alcenos eluem em ordem decrescente do ponto de ebulição, com o pico do solvente a aparecer depois dos produtos. Interpretação dos dados obtidos Quais são as quantidades relativas de cada produto presente no destilado? Quais são os factores que controlam o curso da reacção? Explique a formação dos produtos e discuta a proporção observada entre eles. Testes qualitativos 1- Reacção com o bromo Coloque 3 gotas de produto num tubo de ensaio e adicione 1,0 mL de diclorometano. Adicione gota a gota 5 gotas de solução de bromo 5% em diclorometano. Agite o tubo entre cada adição. Registe as observações. Repita o teste agora com o 2-metil-2-butanol. 2- Reacção com o KMnO4 Coloque 3 gotas de produto num tubo de ensaio e adicione 2,0 mL de água. Adicione 1 gota de solução aquosa de permanganato 2% Agite o tubo entre cada adição. Registe as observações. Repita o teste agora com o 2-metil2-butanol. 58 Semana V: Caracterização de compostos 59 Cristalização de um ácido benzóico COOH Procedimento Coloque 0,5 g de ácido benzóico e 2-3 pedaços de porcelana num balão de fundo redondo ao qual se liga um condensador, adicione 10 mL de água destilada e aqueça o balão até a solução entrar em ebulição. Caso seja necessário adicione pequenas quantidades de solvente de modo a obter uma solubilização completa do ácido benzóico (atenção à possibilidade da existência de impurezas insolúveis). Filtre a solução para um Erlenmeyer com um funil e papel de filtro préviamente aquecidos de modo a evitar cristalização do ácido benzóico nas paredes do papel. Se necessário lave com uma pequena quantidade de solvente aquecido as paredes do papel de filtro. Tape o Erlenmeyer com um vidro de relógio e deixe arrefecer a solução à temperatura ambiente. Após o processo de cristalização estar completo recolha os cristais usando o processo de filtração por sucção, para tal deve usar um funil de Buchner e uma folha de papel de filtro que tape completamente os orificios do funil mas que não toque nas paredes deste. Deixe filtrar durante aproximadamente 10 min para que a secagem dos cristais seja o mais eficiente possível. Transfira os cristais para um vidro de relógio préviamente pesado e seque os cristais na estufa de vácuo (coloque uma folha de papel por cima dos cristais para os proteger do pó). Pese os cristais obtidos e determine o rendimento do processo de cristalisação. Para avaliar o grau de pureza do ácido benzóico recristalisado determine o ponto de fusão dos cristais antes e depois de recristalisados. Nota: Deve apresentar no fim do trabalho os cristais obtidos, os cálculos efectuado e os pontos de fusão. Elucidação estrutural UV/vis (caroteno); IV (cânfora; cinamaldeído); MS (GC-MS de uma mistura de compostos); Oficina de interpretação de espectros de RMN ANEXOS 61