CARTA ABERTA Para ampla divulgação no Encontro de Assessores de Comunicação das IFES. Tema Projeto de integração das Rádios e TVs Universitárias em uma rede de permuta e distribuição de programas, por intermédio da RNP em uma base rede P2P. Histórico No 1º Encontro dos representantes das IFES, vinculados aos projetos de assessoria de imprensa, rádios e TVs universitárias, realizado em outubro de 2003, em Ouro Preto, a UFPR colocou para discussão a idéia de usar a RNP e técnicas de compressão de vídeo (mpeg2 e/ou mpeg4) como base para a formação de uma rede de troca de programas entre as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) Com o apoio de representantes da UFF, da UNB, da UFMG e da TV Cultura, iniciamos as discussões e os estudos preliminares da possibilidade de criarmos uma alternativa – mais barata, viável e que atendesse as necessidades regionais das IFES – ao esquema de rede de televisão tradicional via satélite. No 2º Encontro das TVs e Rádios das IFES, realizado em Niterói, a UFPR, representada pelo Prof. Carlos Alberto Martins da Rocha e a UFF, representada por Lúcio Abbondati Jr., participaram de uma mesa-redonda, junto com um representante das Universidades Privadas (interessado em implantar uma rede de televisão universitária via satélite). Nesse momento ficou claro, tanto na fala do representante da UFF – sobre o funcionamento e possibilidades de uma rede Peer-to-Peer (P2P) –, como também na fala do representante da UFPR – sobre modelos de compactação, formas de acesso e democratização da informação –, que o modelo proposto pelas IFES, utilizando a RNP, é muito mais abrangente, dinâmico, democrático e principalmente mais econômico, atendendo ainda as necessidades regionais de cada uma das IFES, do que qualquer outra possibilidade de uma rede de televisão via satélite. Desta forma a UFPR, por meio do Departamento de Comunicação Social, compreende e está dedicada a implantar este sistema, que é a proposta da RedeIFES, não só como um instrumento de comunicação voltado a servir as Rádios e Tvs Universitárias, mas como um projeto de pesquisa em televisão digital, integração de mídias e outras interfaces de pesquisas que possam se alicerçar neste objeto de trabalho e estudo, no campo da Comunicação e aberto a colaborações de áreas afins. Resumo do projeto A popularização e os rápidos avanços tecnológicos da Internet possibilitam o alargamento dos horizontes para os estudos de uma nova rede de distribuição de programas para rádio e televisão. A tecnologia digital permite pensar uma rede nacional, fora dos moldes históricos da televisão analógica (base de transmissão em uma cabeça de rede – “head end”) e, conseqüentemente, com uma distribuição verticalizada (imposta) da programação para as demais emissoras ou repetidoras. Sendo assim o projeto de uma rede de emissoras de rádio e televisão universitárias (RedeIFES) com o tráfego para permuta dos programas via rede nacional de ensino e pesquisa (RNP) que interliga as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), abre perspectivas para uma nova forma de distribuição para os programas de televisão e rádio, compatível com os novos paradigmas inclusos no sistema de Televisão Digital adotado pelo Brasil, no segundo semestre de 2006. O projeto permite também a discussão das possibilidades de inclusão social através da estruturação de uma rede pública e não estatal de rádio e televisão. Este projeto tem como objetivo não só aprofundar os estudos sobre a convergência de mídias, em uma linha telemática (união das tecnologias da telecomunicação com as da informática), pensando um modelo de baixo custo de distribuição digital para as emissoras de rádio e televisão das IFES, mas inclusive aprimorar e qualificar as TVs das IFES, para que se tenha uma boa grade de programação em todo o país, com aquilo que se tem de melhor das TVs Universitárias das Instituições Federais de Ensino Superior. Considerando os atuais avanços tecnológicos da televisão digital, compressão de vídeo e a existência de uma rede nos moldes da RNP, que já interliga todas as IFES, abre-se a possibilidade de uma nova estrutura de disseminação do conhecimento e da informação, considerando um novo modelo de rede de televisão – um modelo democrático e descentralizado – onde cada participante optará por qual programa deseja transmitir ou permutar com as demais IFES. O sistema proposto consiste em um complexo de rede denominado Peer To Peer (com o nome abreviado para P2P). Este sistema é a descentralização do tráfego de informações. Um computador se interliga direto ao outro computador, sem a necessidade de utilizar um gigante servidor comum a todos, que armazenaria todas os arquivos, de todos os usuários ao mesmo tempo. Da forma proposta pela UFPR, cada uma das IFES poderá disponibilizar o que produz para as demais IFES. Ao mesmo tempo, cada uma das IFES poderá acessar o site principal da rede e escolher (em um “cardápio de programas”) o que deseja baixar (pegar) diretamente dos servidores das demais IFES, para então transmitir em seu próprio canal, em conformidade com suas necessidades regionais. Fases da pesquisa O Curso de Comunicação Social da UFPR vem se debruçando sobre a proposta de uma rede de distribuição descentralizada desde 2003. As pesquisas estão focadas utilizando softwares já existentes no mercado, evitando ao máximo possível o trabalho de arquitetura de um novo software, pois entende e, já constatou, que os programas já disponíveis conseguem atender as necessidades do projeto, tanto na questão de compactação de vídeo como na formação de redes P2P. Muitos avanços foram conseguidos (contando com apoios individualizados) na compactação de vídeo com qualidade, e agora neste segundo semestre de 2006 já está prevista a liberação de verba para aquisição de equipamentos específicos necessários na implantação da fase piloto de pesquisa de trânsito pela RNP, em formas diversas de compactação de vídeo, buscando a melhor relação de qualidade e trânsito. Com a tecnologia de compactação de vídeo sendo incrementada, a cada dia surgem novos modelos e formas de se comprimir uma hora de programação, não mais em fitas, mas em CDs comuns ou no máximo em um DVD. A primeira etapa do processo, na qual todas as IFES poderão então acessar uma programação piloto disponibilizada pela UFPR, prevista para estar em pleno funcionamento até o final deste semestre, servirá para determinarmos a melhor relação viável de qualidade e trânsito pela RNP. Ainda neste primeiro momento teremos apenas um servidor (na UFPR) distribuindo sinal para todas as IFES, com senhas de acesso, ou ainda, se possível, já com um software específico de P2P. A segunda etapa, com um custo de implantação extremamente baixo se comparado com o modelo via satélite, consiste na disseminação, nas demais IFES, do melhor modelo constatado neste primeiro teste realizado pela UFPR (do modelo de compactação e de rede P2P). Aqui, servidores já existentes nas IFES armazenarão alguns programas, com a compactação determinada pelo primeiro teste da RedeIFES. As IFES que já possuem rádio e/ou televisão universitárias, em hipótese, não terão nenhum custo com a aquisição de equipamentos. Caso contrário, esta etapa demandará um investimento de apenas, aproximadamente, 10 ou 15 mil reais (por IFES) na compra de computadores para efetuar as conversões do sinal de vídeo. Já teremos basicamente uma rede primária de distribuição de programas de TV usando software de rede P2P. A terceira etapa implementa e aprimora a RedeIFES efetivamente como uma rede de infovia para permuta de programas de rádio e televisão. Fomenta também a implantação de novas Rádios e TVs nas IFES que ainda não possuam uma infra-estrutura de produção, mas que podem a baixo custo implantar um sistema de geração em suas localidades, utilizando a programação das demais IFES, podendo contar com a consultoria da UFPR e demais IFES integrantes da RedeIFES. A quarta etapa consiste em gerar relatórios – que serão encaminhados para as respectivas IFES – sobre as atividades de trânsito na rede. Com esses relatórios, cada IFES poderá atrair possíveis verbas de apoio cultural, em conformidade com suas demandas internas. A quinta etapa implanta um sistema de qualidade máxima de compactação de vídeo aos produtos veiculados na rede. A sexta etapa implanta um sistema de velocidade máxima para o trânsito (permuta) dos programas pela RNP. Considerações preliminares Outra possibilidade deste produto é que ele permite gerar conhecimento e tecnologia para a disseminação de programas de Rádio e TV Universitária, que podem, posteriormente, ser adaptados para a exibição via Internet em esquema “real time”. A distribuição e a exibição de Rádio e TVs Universitárias reafirma o compromisso social com a disseminação do conhecimento de forma qualitativa, abrangente e gratuita, fortalecendo os pilares da pesquisa e da extensão. Além disso, em um futuro próximo, esta capacidade permite não só colocar o usuário na perspectiva de construção do seu próprio conhecimento como também do seu próprio e individual canal de televisão. O Departamento de Comunicação Social da UFPR está disposto a investir verba e tempo de pesquisa para implantar este sistema, pois acredita que um projeto de baixo custo pode gerar resultados com qualidade, bem como auxiliar o desenvolvimento das pesquisas em comunicação e contribuir para um sistema de informação democrático e plural, atendendo as necessidades regionais. Para maiores esclarecimentos coloco-me a disposição de todos e reitero, por meio desta, a vontade de trabalhar em conjunto com representantes das IFES e da Andifes para o sucesso de implantação da futura rede de comunicação – RedeIFES. Sendo assim, solicito desde já que seja prevista, no calendário de atividades da Andifes, em dezembro de 2006, uma reunião dos dirigentes das Rádios e TVs das IFES, logo após a UFPR disponibilizar e divulgar o site da primeira etapa da RedeIFES, para que possamos discutir e definir padrões e regras de uso comum. Prof. Carlos Alberto Martins da Rocha Idealizador e Pesquisador da RedeIFES, via RNP, em arquitetura P2P. Departamento de Comunicação Social Universidade Federal do Paraná.