A NATUREZA AMAZÔNICA COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO Maria Francisca Silva Bastos - [email protected] - Administradora, Mestre em Gestão de Empresas - Universidade Autónoma de Lisboa - UAL Portugal, Professora Universitária (FAMETRO), Doutoranda em Economia Empresarial pela Universidade Autónoma de Lisboa UAL - Portugal. Rute Holanda Lopes - [email protected] - Economista, Mestra em Desenvolvimento Regional (UFAM), Professora Universitária (FAMETRO), Doutoranda em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (UFAM), Bolsista (FAPEAM). Suelânia C. Gonzada de Figueiredo - [email protected] - Economista, Mestra em Desenvolvimento Regional (UFAM), Professora Universitária (FAMETRO), Coordenadora do Núcleo de Pesquisa (NOPE – FAMETRO). RESUMO O objetivo desta pesquisa foi investigar alternativas de geração de emprego e renda que possam ser criadas a partir dos diferenciais dos produtos regionais do Amazonas. A metodologia baseouse na pesquisa bibliográfica e documental, onde os principais dados foram obtidas por meio de fontes secundárias obtidas em documentos públicos e privados. A pesquisa também se utilizou de entrevistas com gestores públicos e de empresas regionais. Os produtos amazônicos proporcionam uma diversidade de alternativas que podem trazer ao mercado consumidor novidades como forma de criar novas tendências ou hábitos de consumo. O grande desafio na Amazônia é conciliar a preservação do meio ambiente com as necessárias e fundamentais atividades econômicas, tão importantes para a população local. Vários estudos mostram uma forte correlação entre a inovação, capacidade empreendedora e o desenvolvimento econômico, produtividade e desempenho organizacional. Do ponto de vista ambiental, a história tradicional está sendo renovada e deixando muito claro que o núcleo da chamada economia do ambiente é constituído por fluxos de investimentos, sobretudo, em capital humano bem como em tecnologia em processamento, sendo estes investimentos imprescindíveis para o futuro. Isso faz com que a região Amazônica passe a ser referência no mundo com seus produtos ou serviços e tendo as matérias-prima extraídas da própria natureza. INTRODUÇÃO A Região Amazônica tem uma vasta opção de novas oportunidades e novos mercados. A região oferece grandes vantagens no mercado competitivo pela sua imensa floresta que oferece as suas populações a chance de trabalho e renda com recursos extraídos da natureza que os cerca. Essa proporciona uma diversidade de alternativas em relação a produtos que podem conquistar o mercado nacional e internacional. Os novos produtos podem trazer ao mercado consumidor novidades como forma de criar novas tendências ou hábitos de consumo, por meio de produto. Se, por um lado, surgiram novos apelos com vistas à proteção da natureza, o que culminou na criação de inúmeros tipos unidades de conservação, na disseminação das práticas de uso múltiplo da floresta, manejo e certificação florestal. Por outro, aumentaram as inspirações de consumo dos recursos naturais, posto que, enquanto outros produtos foram sendo descobertos, os avanços tecnológicos e biotecnológicos maximizaram as potencialidades dos já conhecidos, alimentando a avidez do mercado que demanda cada vez mais por inovações. Um dos problemas recorrentes em produtos amazônicos é a base extrativa, pois suas matériasprimas são oriundas da floresta, o que lhes confere um apelo de mercado regional. Observa-se que no extrativismo a oferta geralmente não consegue atender a demanda crescente do mercado como aconteceu com o pau-rosa, a borracha, a madeira, entre outros e isto pode comprometer a atividade. Sachs (2010) afirma que para se construir uma estratégia de desenvolvimento é preciso um planejamento em processo interativo onde as iniciativas sejam harmonizadas, na busca de arranjos colaborativos e sinergias. Nem sempre a sustentabilidade biológica garante a sustentabilidade econômica e vice-versa. Em muitos casos a indústria precisa de uma oferta regular da matéria-prima regional. Nestes casos, muitas vezes a pesquisa científica leva ao processo de domesticação transformando a atividade extrativista em um monocultivo. De acordo com Homma, Matos e Menezes (2005) a domesticação torna-se inevitável quando o setor extrativo não consegue atender a demanda de um mercado crescente, o extrativismo só conseguirá sobreviver enquanto o mercado for pequeno ou o estoque natural for suficiente. Ignorar isto seria negligenciar as evidências históricas amazônicas, nacionais e mundiais. Em contrapartida, o crescimento pela busca de produtos orgânicos, ecologicamente corretos aparece como opção de consumo para produtos extrativos e amazônicos. Todo o cenário ecológico-econômico que levou ao questionamento por soluções que atendesse ao interesse dos dois lados, levou os consumidores a optarem por produtos ecológicos. E este é o principal incentivo às indústrias a dedicarem parte de seus produtos a esse nicho. Leff (2000) ressalta que o imperativo de orientar um desenvolvimento sustentável sobre as bases da racionalidade ecológica está impulsionando a “ambientalização” das ciências. Neste cenário, o papel da inovação engloba várias medidas, dentre elas estão: o melhor aproveitamento dos recursos existentes, a substituição do uso de recursos não-renováveis por recursos renováveis e a mudança de processos produtivos poluentes por processos que não agridam o meio ambiente. É importante classificar os tipos de inovação para poder avaliar quais serão os impactos causados no interior das firmas, dos mercados, no ambiente e na sociedade. Schumpeter (1983) destaca como exemplos de inovações: a) a introdução de um novo produto; b) a descoberta de um novo método de produção; c) a abertura de um novo mercado, no país ou no exterior; d) a descoberta de uma nova fonte de oferta de matéria-prima; e, e) uma nova organização de qualquer indústria, como novo monopólio, ou fragmentação de uma posição de monopólio. Podemos observar que no caso de produtos amazônicos a inovação engloba todas as classificações shumpterianas, uma vez que são produtos novos, bem aceitos no mercado nacional e internacional, que utilizam novas tecnologias ou novas aplicações das existentes a partir de matérias-primas inovadoras ou pouco conhecidas pelos consumidores finais. Quanto às mudanças que devem ocorrer em relação ao uso dos recursos ambientais, principalmente das formas de extração da natureza, Braun (2005) afirma que os novos paradigmas são caminhos alternativos diferentes daqueles que estão em vigência na sociedade moderna, serão necessárias mudanças na forma de perceber as situações, de pensar, de agir e de aceitar novas perspectivas, para as quais a visão de Mundo deve ser mais abrangente. No caso Amazônico, a produção deverá atender a sazonalidade e a capacidade produtiva de forma a respeitar a natureza, seus ciclos, sua capacidade de suporte e de resiliência dentro de um mercado global que precisa de soluções urgentes para atender uma demanda contínua. Nesta mesma linha de pensamento, Freitas (2004) cita que a depreciação intensiva da natureza, a emblematização da ecologia, a rápida disseminação e a facilidade de acesso ao conhecimento científico acumulado impulsionou e acelerou a emergência das inovações tecnológicas, exigindo o constante aprimoramento intelectual do indivíduo, das comunidades e dos povos. Para Easterly (2004), há um jogo de alianças estabelecido pela complementaridade entre a tecnologia e a capacitação, pois as pessoas tendem a adquirir alta capacitação, onde há alta tecnologia e investiriam em nova tecnologia onde há alta capacitação. Com relação à região Amazônica Porto-Gonçalves (2006) ressalta que a diversidade cultural e a diversidade biológica não podem ser preservadas prescindindo a da contribuição das populações tradicionais, visto que o legado de riqueza de diversidade biológica que a humanidade hoje dispõe tem as diferentes culturas como parte se sua contribuição, que abrange a domesticação de plantas como a batata e o tomate, múltiplos hábitos alimentares e saberes quanto ao uso de chás e remédios com os quais nos curamos. Abrantes (2002) completa afirmando que a cultura, o conhecimento popular de uso das plantas medicinais amazônicas, a capacidade científica instalada e o conhecimento científico da biodiversidade encontrados nas universidades e centros de pesquisa da região representam fatores importantes para a potencialidade regional e contribuirão para a exploração econômica dos recursos naturais existentes. A Amazônia é conhecida mundialmente por ser uma floresta tropical rica em biodiversidade. Neste sentido, Porto-Gonçalves (2006) destaca que o Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo contando com um número estimado entre 10 e 20% do número total de espécies, e a floresta tropical úmida que cobre 7% do planeta e estima-se que contém cerca de 50% da biodiversidade mundial, cita ainda que os especialistas costumam citar que em 1(um) km2 da floresta amazônica existem mais espécies vivas do que em toda a zona temperada do planeta. Almeida et al (2006) define de maneira simples Biodiversidade como a variedade total de vida no Planeta, incluindo todos os genes, espécies e ecossistemas de uma região. Abrantes (2002) cita que consoante ao Art., 2o da Convenção sobre Diversidade Biológica a diversidade biológica é conceituada como “a variabilidade dos organismos vivos de toda origem, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Cada elemento dentro de suas intenções e ambições faz o seu diferencial de vida. A natureza proporcionando a população da região uma nova opção de melhoria, por meio do trabalho como alternativa de renda com sustentabilidade e consciência. Atendendo assim, a demanda de novos mercados, sendo referência e trazendo divisas para o Estado do Amazonas. Friedmann (1994), ressalta, sobretudo, a importância da análise territorial em micro e média escala. A problemática levantada pelo autor em relação à proposta de um desenvolvimento alternativo visa privilegiar o levantamento de dados e pesquisas que contemplem as relações culturais e sociais. Estas servirão de base para a comunidade local se reconhecer e se auto-gerir. Percebendo esta necessidade, os institutos de pesquisas, as universidades e as próprias empresas empenham-se em Pesquisa & Desenvolvimento de novos produtos na busca por oferecer as opções de substitutos comercializáveis. Neste sentido, Abrantes (2002) cita que a transferência para o setor produtivo de tecnologias geradas em centros de pesquisa, universidades, institutos e em outras empresas é de fundamental importância para o aumento da competitividade nas indústrias que buscam novos mercados e para sua própria sobrevivência no mercado nacional e internacional, bem como para as populações que acessam esses recursos, industrializando produtos naturais da biodiversidade amazônica. Objetivo Investigar alternativas de geração de emprego e renda que possam ser criadas a partir dos diferenciais dos produtos regionais do Amazonas. Metodologia A metodologia baseou-se na pesquisa bibliográfica e documental, onde os principais dados foram obtidas por meio dados de fontes secundárias obtidas em documentos públicos e privados. Bêrni (2002) afirma que a pesquisa bibliográfica pode ser definida como um elenco de etapas coerentes utilizadas para levantar o mais exaustivamente possível a produção intelectual relativa a certo tema. Ela demarca o que deve fazer o pesquisador para certificar-se de que está montando uma visão atual e abrangente do tema estudado. Desta forma, a consulta bibliográfica serviu como norteadora dos principais conceitos abordados e da atualidade do tema ao buscar autores que pudessem contextualizar o objetivo proposto. Quanto a pesquisa documental, Vergara (2000) ressalta que este tipo de investigação utiliza documentos de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas. Neste caso, a pesquisa documental trouxe informações específicas sobre a região e alguns produtos aqui citado, incluiu a visita a órgãos como s SEPROR – Secretária de Produção do Estado do Amazonas, ao Sebrae e a algumas empresas que atuam na produção e comercialização de produtos regionais. A pesquisa também se utilizou de entrevistas com gestores públicos e de empresas regionais que identificaram os principais produtos e apontaram os seus diferenciais para o mercado consumidor, com ênfase no público estrangeiro. RESULTADOS E DISCUSSÕES NO CONTEXTO AMAZÔNICO A região norte é muito rica em alternativas de inovação, crescimento e melhoria. Existe um privilégio muito grande por parte da população, pois a natureza oferece as populações matériaprima na qual ele pode extrair com a responsabilidade ambiental devida elementos que se tornem a base produtiva local. O motor recente da história inclui um novo significado a esta região como também um novo papel aos agentes interessados na gestão de novos mercados. Há novos e velhos significados para essa conquista. Os empreendimentos tornam-se potencialmente, mais fluídos e ubíquos como decorrência da produção de produtos com insumos regionais, uma vez que a Amazônia está inserida no debate da sustentabilidade e da preservação ambiental. Vários estudos mostram uma forte correlação entre a inovação, capacidade empreendedora e o desenvolvimento econômico, produtividade e desempenho organizacional. Assim, torna-se imperativo que a gestão de novos mercados no Amazonas, no século XXI, esteja preparada para renovar seus produtos, serviços e processos, competências e desenhos organizacionais de forma contínua, a fim de garantir sua adaptabilidade e consequente sobrevivência no mercado por meio do desenvolvimento de uma competência–chave: o empreendedorismo comunitário e corporativo inovador. Apesar de a inovação indicar um caminho seguro para obter vantagem competitiva sustentável e defender posições estratégicas no mercado, o seu sucesso não é garantido, necessitando que os gestores conheçam e compreendam a dinâmica dos processos da gestão da inovação dentro de suas organizações e realidades específicas. Como estamos falando de novos mercados prospecção para produtos de nossa região, a O turismo ecológico é mais um segmento de empreendimento que está dando certo no Estado do Amazonas. O turismo na região é muito diversificado gerando emprego e renda para a população local. Fazendo da natureza um aliado potencial de modificação de todo um cenário que é naturalmente oferecido e que se bem cuidado, conservado, preservado, respeitado pode trazer retornos financeiros fabulosos. E a sustentabilidade do empreendimento dependerá unicamente da forma como será cuidado todo esse recurso oferecido pela natureza. O turismo gera empregos, diversifica, consolida economicamente as regiões economicamente débeis, conserva o meio ambiente, valoriza a cultura local, como também contribui para a recuperação de patrimônios históricos já esquecidos. Para Dias (2012), a manutenção dos atrativos turísticos naturais demanda enorme esforço de vários atores – turistas, residentes, cientistas, organizações não governamentais, governos, agências de fomento etc. – devem contribuir para um permanente monitoramento dos ecossistemas visitados. De todas as modalidades turísticas, o ecoturismo foi o que mais cresceu nos últimos anos. Do ponto de vista mercadológico, este é um segmento que tem crescido consideravelmente ao longo dos últimos anos, cujo faturamento, a nível mundial, está estimado em 260 bilhões de dólares. Nesse montante, o valor representa 70 milhões de dólares. A Organização Mundial do Turismo – OMT, estima que 10% das pessoas que viajam pelo mundo procuram o turismo ecológico, o que faz com que as estimativas do órgão alcance uma média de meio milhão de turistas/ano. O turismo “civiliza” lugares semi-isolados, totalmente desabitados ou com baixa população. Essa civilização resume-se na ocupação por pousadas, bares, restaurantes e um comércio variado para a comercialização dos produtos típicos locais. O açaí é um fruto extraído da selva amazônica é fonte de trabalho e renda para os ribeirinhos, índios e empreendedores. Esse é comercializado na região, no sudeste do país e exportado para os Estados Unidos gerando empregos no interior do estado a partir de cooperativas, como a do município de Codajás que possui o selo SIPA e está apta ao mercado internacional. As mais recentes pesquisas mostram o novo organograma do aproveitamento do fruto do açaizeiro. O caroço corresponde a 85% do peso total, do qual a borra é utilizada na produção de cosméticos; as fibras em móveis, placas acústicas, xaxim, compensados, indústria automobilística, entre outros; os caroços limpos na industrialização de produtos A4, como na torrefação de café, panificação, extração de óleo comestível, fitoterápicos e ração animal, além de uso na geração de vapor, carvão vegetal e adubo orgânico. A polpa representa 15% e é aproveitada, de forma tradicional, no consumo alimentar, sorvetes e outros produtos derivados (Tinoco, 2005). Já os 85% que corresponde ao caroço, utiliza-se de diversas formas, como por exemplo: na queima em caldeira (geração de vapor), na geração de energia elétrica, na compostagem de adubo orgânico e na fabricação de bijuterias. A área cosmética na Amazônia recebeu um grande impulso nos últimos anos, principalmente alavancados pela aprovação do PPB 842 em 2008, a Suframa, que percebendo a oportunidade de mercado e visando colocar a Amazônia no centro da produção de matérias primas cosméticas no Brasil investiu no desenvolvimento desta indústria que já possui um pequeno pólo de produção dentro do Pólo Industrial de Manaus. A Amazônia já produz o óleo de andiroba, castanha, cupuaçu e buriti para a indústria cosmética. Devido a este novo mercado, muitos têm cultivado estas árvores na região. Localmente, a produção de óleos encontra-se distribuída por várias comunidades no interior do estado do Amazonas, representando incremento na renda de extrativistas coletores por meio de mini-usinas de beneficiamento. Problemas como qualidade, distribuição e perecibilidade devem ser solucionados, uma vez que a produção de matéria-prima para biocosméticos precisa ter características que atendem as especificações e padrões de qualidade de indústrias regionais, nacionais e internacionais. A indústria de biocosméticos vem despontando por meio de marcas regionais já estabelecidas no mercado (Pharmacos da Amazônia, Amazon Ervas e Pronatus) e ao atrair novas instalações de empresas nacionais que produzam localmente linhas cosméticas que possuam entre seus componentes essências ou princípios da biodiversidade local, permitindo o uso da marca “Amazônia”. As principais alternativas econômicas em relação a extração de óleos são a andiroba, o uricuri, a virola, o buriti, o babaçu, o murumuru e a copaíba. Estas espécies são abundantes em muitas comunidades ribeirinhas e contribuem para a conservação da floresta em pé, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades para incremento de renda e melhoria da qualidade de vida dos povos tradicionais do Amazonas. O interesse da indústria de biocosméticos está gerando um novo mercado regional que possibilita a inclusão social e melhoria na renda e nas condições de vida das populações da floresta a partir de investimentos em mini-usinas e melhorias nas condições de trabalho e de manejo das espécies produtoras de insumos naturais amazônicos. Desta forma a matéria-prima regional agrega valor favorecendo o produtor regional, e ganha qualidade o que o torna atraente para empresas regionais, nacionais e internacionais da indústria de biocosméticos. CONCLUSÕES O grande desafio na Amazônia é conciliar a preservação do meio ambiente com as necessárias e fundamentais atividades econômicas, tão importantes para a população local. Nesse sentido, a Embrapa está investindo no conhecimento e no uso dos recursos naturais, tornando possíveis e economicamente viáveis as atividades agroflorestais sustentáveis e de longo prazo. Este tipo de atividade econômica com preservação possibilita também a redução de explorações agrícolas predatórias e irracionais, que levam ao esgotamento do solo e ao fim da possibilidade de uso dessas terras. Com o cenário apresentado, no futuro, a gestão de novos mercados no Amazonas deverá passar por uma série de adaptações, seja na diversificação, melhor utilização dos recursos florestais assim como também canalizar investimentos em proteção ambiental/florestal. Neste contexto, apresenta-se a necessidade de maior integração quanto à reposição florestal. Do ponto de vista ambiental, a história tradicional está sendo renovada e deixando muito claro que o núcleo da chamada economia do ambiente é constituído por fluxos de investimentos, sobretudo, em capital humano bem como em tecnologia em processamento, sendo estes investimentos imprescindíveis para o futuro. Definições de mecanismos inovadores de incentivo e/ou subsídios financeiros poderiam ser reestruturados para iniciativas que valorizassem a importância ambiental, social e econômica. Isso faz com que a região Amazônica passe a ser referência no mundo com seus produtos ou serviços e tendo as matérias-prima extraídas da própria natureza. REFERÊNCIAS ABRANTES, J.S., Bio(sócio)diversidade e empreendedorismo ambiental na Amazônia. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. ALMEIDA, Josimar R., et al. Políticas e Planejamento Ambiental. 3 ed. Rio de Janeiro: Thex Ed., 2004. AMARAL FILHO, Jair. Desenvolvimento regional endógeno em um ambiente federalista. In: Planejamento e Políticas Públicas. 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