UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DECA/CT/UFPB - Curso: <vários> - Semestre: 2015.1 DISCIPLINA: Ciências do Ambiente – Turma 05 Professor: Adriano Rolim da Paz www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz CURSO: <vários> SEMESTRE: 2015.1 DISCIPLINA: Turma 05 Ciências do Ambiente PROFESSOR: Adriano Rolim da Paz INTRODUÇÃO PROFESSOR-ALUNOS • ALUNOS AULA 1: ♦ Apresentação da disciplina ♦ Introdução à temática ♦ Ecologia e Meio Ambiente ♦ Matéria e Energia ♦ Fluxo de energia/matéria nos ecos. ♦ Cadeia Alimentar ♦ Biomagnificação INTRODUÇÃO À TEMÁTICA Importância do conhecimento das Ciências Ambientais para o estudante e futuro profissional curso/semestre visão mais completa atividade relacionada a meio ambiente? (trabalho, estágio, PIBIC) solução de problemas adaptadas às condições locais não repetição de padrões atualização com tendência atual formação diferenciada ampliação do leque de atuação OBJETIVOS DA DISCIPLINA Objetivo geral Introduzir o estudo das Ciências do Ambiente aos alunos da engenharia e cursos correlatos Estudar a ecologia numa ótica geral, focando os valores e os problemas da poluição ambiental que ameaçam a flora, fauna e a população humana Entender a importância de considerar aspectos ambientais na atuação profissional Despertar nos estudantes a consciência ambiental e sustentável quanto ao uso dos recursos naturais ESTRUTURA DA DISCIPLINA • horário Quinta-feira, 15h-18h • carga horária 45 horas-aula (3 créditos) • sala CTJ-102 • didática Aulas teóricas com discussão Leituras de texto base e extras Avaliações individuais ESTRUTURA DA DISCIPLINA • comunicação professor-alunos http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz/ [email protected] PROGRAMA DA DISCIPLINA Unidade 1 – Ecologia Geral Apresentação da Disciplina • A importância da Ciência Ambiental na Engenharia • ementa • Meio Ambiente, poluição e atividades humanas • Aspectos ecológicos e conservação do meio ambiente (solo, água e ar) • Controle da poluição • Dimensão do problema brasileiro • Educação sanitária e ambiental • Legislação brasileira • Avaliação de Impacto Ambiental PROGRAMA DA DISCIPLINA • Introdução à Ecologia • Biosfera, Necessidades Básicas dos Seres Vivos • Fatores Ecológicos: bióticos, abióticos e fatores limitantes • Ecossistemas e seus componentes • Biomas • Desequilíbrio nos ecossistemas • Ciclos Biogeoquímicos PROGRAMA DA DISCIPLINA Unidade 3 – Desenvolvimento Sustentável Unidade 2 – Degradação do Meio Ambiente • Desenvolvimento • Crescimento populacional limitações • Introdução à poluição • Desenvolvimento econômico x conservação ambiental • Tipos de poluição • A educação sanitária e ambiental como base para o • Poluição da água, solo, sonora, ar, visual, desenvolvimento eletromagnética • Agenda 21; objetivos do Milênio (ODM) • Resíduos sólidos • Serviços Ambientais sustentável: os recursos • Energia e o Meio Ambiente PROGRAMA DA DISCIPLINA ESTRUTURA DA DISCIPLINA Unidade 4 – Gestão do Meio Ambiente: • avaliações: duas 2 provas individuais • Introdução à legislação ambiental brasileira Média aritmética das duas notas para obter média final. • Política Nacional de Meio Ambiente • Política Nacional de Recursos Hídricos • Política Nacional dos Resíduos Sólidos • registro de presença Máximo de 25% de faltas (11 horas-aula ou 3 dias de aula) • Leis de Crimes Ambientais • Tipos e classificação dos impactos ambientais • Avaliação de Impacto Ambiental Sobre participação em sala de aula • disciplina • questionamentos • discussões e ESTRUTURA DA DISCIPLINA ESTRUTURA DA DISCIPLINA Programação das avaliações Sobre provas Prova 1 – 07 de maio de 2015 • sem consulta Prova 2 – 02 de julho de 2015 • individual Prova de Reposição: 16 de julho de 2015 Exame Final: 23 de julho de 2015 Bibliografia básica – • perguntas dissertativas • conteúdo: slides, textos-base e material extra Bibliografia básica – Sobre ecologia e meio ambiente • Miller Jr, G.T. Ciência Ambiental – tradução da 11ª Edição Americana. São Paulo: Cengage Learning, 501 p., 2008. Sobre Impacto Ambiental • Mota, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, 4ª edição, 2006. Sobre ciclo hidrológico • Paz, A.R. Hidrologia Aplicada. Apostila da Disciplina Hidrologia Aplicada, UERGS Caxias do Sul (RS), 138 p., 2004. [disponível na página da disciplina] • Collischonn, W.; Tassi, R. Introduzindo a Hidrologia, Apostila da disciplina Hidrologia, UFRGS, Porto Alegre (RS), 151 p., 2008. [disponível na página da disciplina] Complementar: • Artigos técnico-científicos e reportagens indicados ao longo da disciplina. Sobre poluição da água, autodepuração e eutrofização • Von Sperling, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: Editora UFMG, V.1, 3ª ed., 452 p. 2005. Sobre solos • Lepsch, I.F. Formação e Conservação de Solos. São Paulo: Oficina de Textos, 178 p., 2002. Sobre gestão de resíduos sólidos • Valle, C.E. Qualidade Ambiental IS014000. São Paulo: SENAC, 5ª ed., 195 p., 2004. Página eletrônica http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz Página eletrônica http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz O que é MEIO AMBIENTE? O MEIO AMBIENTE Do ponto de vista ecológico: Cond. químicas Salinidade Oxigênio dissolvido pH ... Seres Condições físicas vivos Luz Temperatura Pressão ... reúne limitações e possibilidades para desenvolvimento de cada espécie heterogêneo (espacial e temporalmente) Cond. biológicas em contínua modificação Relações com outros seres vivos ... (Araújo, 1997) Espécies – populações - comunidades - ecossistemas espécie: Organismos que podem se reproduzir, originando descendentes férteis. população: Conjunto de organismos da mesma espécie que divide o mesmo hábitat Espécies – populações - comunidades - ecossistemas Ecossistema • elementos bióticos + abióticos • comunidade interagindo entre si e com o meio físico de matéria e energia Diversidade genética comunidade: Conjunto de populações no mesmo hábitat Energia para os seres vivos Lei da Conservação da Matéria • Quando ocorre alguma reação física ou química, nenhum átomo é criado ou destruído • Nunca se cria nem se elimina matéria, apenas é possível transformá-la de uma forma em outra matéria tipo A transformação matéria B + matéria C quant. = constante E qual relação disso com processos industriais ou de produção? • manter constituição interna (organismo) • aquecer-se • crescer • locomover-se Todo e qualquer fenômeno na natureza precisa de energia para ocorrer! Fonte de energia para a Biosfera: Sol Balanço de radiação solar • iluminação Albedo da Terra (30% refletido e dispersado) • aquecimento • energia para síntese de alimentos 4% Radiação solar incidente 6% 20% Fonte: NASA atmosfera • distribuição e reciclagem de elementos químicos Incidência e intensidade da radiação solar: Topo da atmosfera nuvens superfície da Terra 19% absorvido pela atmosfera e nuvens Direta e difusa explicam grande parte da distribuição espacial das formas de vida na Terra 51% absorvidos na superfície Fonte: adaptado de Ahrens, C. D. 2000. Essentials of Meteorology. 1ª Lei da Termodinâmica Qualidade de energia • ou lei da conservação da energia • capacidade de realizar trabalho útil Energia de alta qualidade Energia de baixa qualidade • concentrada • dispersa • grande capacidade de realizar trabalho útil • pouca capacidade de gerar trabalho útil • Ex.: eletricidade, energia química no carvão e na gasolina, luz solar, etc. • Ex.: calor disperso no oceano 2ª Lei da Termodinâmica • quando a energia muda de uma forma para a outra, alguma quantidade de energia útil sempre se degrada em energia de baixa qualidade, mais dispersa e menos útil • quantidade se conserva (1ª Lei), mas qualidade se deteriora • a energia do Universo é constante • energia pode ser convertida de um tipo a outro, mas não pode ser criada nem destruída • não podemos obter mais energia de um sistema do que o fornecido transformação energia B + energia A energia C quantidade = cte da energia Fluxo de energia na natureza Energia química (fotoss.) Energia solar Calor Energia química (alim.) Calor Calor Energia mec. (mover, trab., viver) Calor • transformação aumenta entropia energia A transformação energia B + energia C qualidade da energia Fonte: Miller, G.T. Ciência Ambiental. 2007 energia solar Aproveitamento da energia Fotossíntese Conversão de energia luminosa em química na matéria orgânica Respiração Energia química usada para produzir trabalho nas células do organismo Exemplos de conversão de energia Ao dirigir um carro, somente 20% a 25% da energia química de alta qualidade disponível na gasolina são convertidos em energia mecânica e elétrica. Lâmpadas elétricas incandescentes: Da energia elétrica fornecida, cerca de 5% transforma-se em energia útil e 95% em calor de baixa qualidade que flui no ambiente. Os 75% a 80% restantes são degradados em calor de baixa qualidade. Energia degradada irradiada para o espaço na forma de calor Fonte: Miller, G.T. Ciência Ambiental. 2007 O que sustenta a vida na Terra? 1 Três fatores Fluxo unidirecional de energia de alta qualidade (concentrada e capaz de realizar trabalho útil) O que sustenta a vida na Terra? 2 Três fatores Ciclo da matéria através de partes da Biosfera Quantidade fixa de suprimento de nutrientes Reciclagem contínua Sol Materiais Seres vivos Interações alimentares Calor retornado ao espaço 3 Gravidade Permite à Terra reter sua atmosfera Dispersão no meio ambiente Possibilita ciclos da matéria Movimento dos elementos químicos entre ar, água, solo e organismos Estrutura de funcionamento dos ecossistemas Estrutura de funcionamento dos ecossistemas OxIgênio (O2) • fluxo de energia • reciclagem de matéria SOL Produtor sobrevivência de qualquer organismo depende Dióxido de carbono (CO2) fluxo de matéria e energia Cons. secundário Cons. primário Precipitação Queda de folhas e ramos Produtores Decomp. do solo Água nutrientes minerais solúveis Fonte: Miller, 2007 Ecossistema: principais componentes estruturais Seres vivos: produzem ou consomem alimentos • autótrofos – produtores – fotossíntese ou quimiossíntese Compostos químicos (CO2, O2, N2, minerais) Calor Calor Energia solar Calor • heterótrofos – consumidores Produtores (plantas) Decompositores bactéria, fungos Seres heterótrofos • decompositores • detritívoros • demais consumidores Legenda Fluxo de matéria Fluxo de energia Calor Consumidores (herbívoros, carnívoros) Calor Fonte: Miller, 2007 Teia alimentar na região Antártica Cadeia alimentar • • sequência de organismos níveis tróficos Organismo B Organismo A se alimenta de Humanos Baleia assassina Foca-carang. Focaleopardo Pinguins de Adélia Petrel Organismo C Organismo D Elefante-marinho Pinguimimperador Peixes Teia alimentar Organismo R serve de Organismo P alimento para Cachalote Baleia azul Lula Zooplâncton carnívoro Organismo S Camarão Organismo T Zooplâncton herbívoro Fitoplâncton Fonte: Miller, 2007 Cadeia alimentar – fluxo de energia 1º nível trófico Produtores (plantas) 2º nível trófico Consum. primários (herbívoros) Calor Fluxo de energia no ecossistema 3º nível trófico 4º nível trófico Consum. secundários (carnívoros) Consum. terciários (carnívoros) Calor • biomassa - peso seco da matéria orgânica Calor - armazena energia química Energia solar Calor Calor Calor Calor Detritívoros (decompositores e consumidores de detritos) Calor Fonte: Miller, 2007 flui ao longo da cadeia alimentar Calor Fluxo de energia no ecossistema Calor Consum. terciários Decompositores Calor 10 Energia disponível em cada nível trófico Consum. secundários 1.000 Consum. primários (zooplâncton) 10.000 (em quilocal.) • eficiência ecológica: - percentual de energia transferida na forma de biomassa de um nível trófico para o outro - ocorre diminuição da energia disponível em cada nível trófico que se sucede na cadeia alimentar Calor 100 Fluxo de energia no ecossistema Calor - comumente, eficiência ecológica varia de 2 a 40%; valor médio de referência é 10% Produtores (fitoplâncton) Fonte: Miller, 2007 Fluxo de energia no ecossistema Fluxo de energia no ecossistema - tamanho das cadeias alimentares Em uma cadeia alimentar: Quantidade de níveis tróficos Perda cumulativa de energia Quanto maior a quantidade de níveis tróficos, maior a perda acumulada de energia. Eficiência ecológica e perdas energéticas Qual a relação disso com o tamanho das cadeias alimentares? (com a quantidade de níveis tróficos nas cadeias) Crescimento populacional x capacidade de suporte - quantidade de carnívoros de topo das cadeias - vulnerabilidade dos carnívoros de topo das cadeias - capacidade da Terra x hábitos alimentares humanos Potencial biótico • capacidade que possuem os organismos de reproduzir-se sob condições ótimas Resistência ambiental Tamanho da população (N) Capacidade de suporte (K) Taxa intrínseca de aumento • taxa de crescimento de uma população sob condição de recursos ilimitados (ou seja, é a taxa de crescimento máxima possível) Potencial biótico • situação comum: crescimento com taxa inferior Crescimento exponencial (≤ taxa intrínseca de crescimento) Tempo (t) Resistência ambiental • conjunto de fatores que atuam para limitar crescimento da população Fonte: adaptado deMiller, 2007 Ecossistemas Limite inferior de tolerância Fatores limitantes Princípio dos fatores limitantes • “o excesso ou a falta de um fator abiótico pode limitar ou impedir o crescimento de uma população, ainda que todos os outros fatores estejam na faixa de tolerância ideal ou próximos a ela” Abundância de organismos Poucos Ausência organismos de organ. Tamanho da população Poucos Ausência de organismos organismos • luz • água • nutrientes • competidores • predadores •... Limite superior de tolerância Zone da Zone de intolerância deficiência fisiológica Baixa Faixa ideal Zone de Zone da deficiência intolerância fisiológica Temperatura Alta Fonte: Miller, 2007 Na revista científica Journal of Marine Systems foram publicados os resultados de um estudo que inventariou a quantidade de peixes herbívoros presentes em um lago da Austrália e quantificou várias características físico-químicas ao longo do lago. Uma das análises dos pesquisadores foi a elaboração do gráfico abaixo, relacionando a quantidade de peixes herbívoros por hectare com a visibilidade média da água em cada ponto monitorado. Potencial biótico Estabelecem a capacidade de suporte Quant. peixes herbívoros por hectare Resistência ambiental • número de indivíduos de uma espécie que pode ser sustentado indefinidamente em um determinado espaço Visibilidade média (m) da água Qual a relação desses resultados com o conceito de fatores limitantes? Mais alguns conceitos relativos à ecologia de populações Espécies nativas x exóticas Exemplo: mexilhão dourado Material Furnas-Eletrobrás Disponível em: http://www.furnas.com.br/docs.asp?doc=arcs/pdf/omexilhaodourado.pdf Fonte: ieapm.mar.mil.br Bioacumulação de Mercúrio em Quatro Espécies de Peixes Tropicais Oriundos de Ecossistemas Estuarinos do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Ana Paula de Castro Rodrigues; Rodrigo Guerra Carvalheira; Ricardo Gonçalves Cesar; Edison Dausacker Bidone; Zuleica Carmen Castilhos & Nádia Regina Pereira Almosny. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, v. 33-1, p. 54-62, 2010. BIOMAGNIFICAÇÃO OU BIOACUMULAÇÃO Ex: DDT (estuário em N. York) Aumento de quase 10 milhões de vezes na concentração! DDT em aves 25 ppm DDT em gr. peixes 2 ppm DDT em peq. peixes 0.5 ppm DDT no zoopl. 0.04 ppm DDT = Dicloro-Difenil-Tricloroetano (pesticida) DDT na água 0.000003 ppm Fonte: Miller, 2007