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PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRÃO
Número:
POP –
039/2014
Revisão:
09/10/2014
Folha:
1/10
Elaboração:
28/04/2014
Próxima
revalidação:
---------------
Título:
INVESTIGAÇÃO DE SURTO POR DOENÇAS DIARREICAS
AGUDAS (DDA) – SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA, SETOR DE
VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE E UNIDADES DE SAÚDE
Processo:
Rotina operacional
Elaboradores:
SMS-Resende/SVS/CDTI, SVE, VISA e VAS
Cargo do Elaborador:
Coordenação de Doenças Transmissíveis e
Imunopreveníveis Marco Antonio Lopes de Carvalho Netto
Aprovador(es):
Lúcia Helena Rocha de Albuquerque
Cargo do Aprovador(es):
Superintendência de Vigilância em Saúde
1. Parte Geral:
A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes
etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do
número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há
presença de muco e sangue.
Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é
autolimitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com
desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. Os
episódios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes
grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta. A diarreia aquosa é caracterizada pela perda
de grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na
consistência das fezes, podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratação. A
diarreia sanguinolenta (disenteria) é caracterizada pela presença de sangue nas fezes,
podendo haver presença de muco e pus, sugerindo inflamação ou infecção do intestino.
O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para
cada agente etiológico. Pode ser de modo direto através da ingestão de água e alimentos
contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de
banheiros, equipamentos hospitalares) ou pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de
animais para as pessoas.
Secretaria Municipal de Saúde
Superintendência de Vigilância em Saúde
Serviço de Vigilância Epidemiológica
Coordenação de Doenças Transmissíveis e Imunopreveníveis
R Augusto Xavier de Lima, n.º 251, Jardim Jalisco – Resende/RJ
Tel. (24) 3360-5018 / 3360-5019
[email protected]
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Os manipuladores de alimentos e os vetores, tais como as moscas, formigas e baratas,
podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, a
exemplo das escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de
transmissão.
A notificação ao Serviço de Vigilância Epidemiológica de casos isolados e esporádicos
de DDA deve ser realizada semanalmente na Ficha SINAN de notificação individual (ver em
anexo) e a notificação de surtos de DDA (dois ou mais casos com vínculo epidemiológico –
ver planilha em anexo) OU suspeita de Rotavírus, Cólera, Febre Tifoide, Infecção por
Escherichia coli Enterohemorrágica e Síndrome Hemolítico Urêmica é compulsória e imediata
(até 24 horas).
1.1. Objetivo:
Este POP estabelece, padroniza e define regras e fluxos que devem ser aplicados em
todas as Unidades Básicas de Saúde – UBS, de Estratégia de Saúde da Família – ESF, de ProntoAtendimento (Pronto-Atendimento Paraíso, UPA Cidade Alegria e Hospital Municipal de
Emergência Henrique Sérgio Grégori – HMEHSG) da SMS-Resende e Hospitalares públicas,
filantrópicas e privadas do Município de Resende, para o manejo de surtos por Doença
Diarreica Aguda (DDA).
1.2. Campo de aplicação:
Este POP aplica-se a todas as condutas que envolvam fluxo da notificação e manejo
clínico de casos de DDA. Em caso de dúvidas ou não conformidades, contatar:
Vigilância Epidemiológica para notificações de casos (tel.: 3360-5018/3360-5019/99864-8662 – Regina Azenha/99864-7497 –
Marco Netto);
Supervisão EACS/ESF para fluxo assistencial da Atenção Básica (tel.: 3360-4360/3381-4201/99212-6171 – Gabrielle
Guerra/99211-2543 – Andreza Rodrigues/99287-3999 – Danielle Menezes);
Hospital Municipal de Emergência (tel.: 3381-2080/3381-2053/99949-0130 – Ana Paula Moraes), UPA Cidade Alegria (tel.:
3383-0535/7835-7192 – Danilo Bandoli) e PA Paraíso (tel.: 3360-9571/99963-4145 – Madalena Batista) para fluxo assistencial
de Pronto-Atendimento/Emergência;
Laboratório Municipal (tel.: 3381-2009/99918-7169 – Alexandre Rocha/98137-4717 – Débora Camoleze), Laboratório do
Hospital Municipal de Emergência (tel.: 3381-8776/99999-4929 – Simone Amorim) e Laboratório da Santa Casa de Misericórdia
de Resende (tel.: 3355-1159/99968-6581 – Júnior) para fluxo laboratorial;
Vigilância Sanitária (tel.: 3360-5033/3360-5147/99864-8598/99991-3902 – Fernando Barbosa) para fiscalização das tecnologias
de alimentos de estabelecimentos;
Vigilância Ambiental em Saúde (tel.: 3360-4449/99864-7444 – Valéria Baracho) para monitoramento ambiental de água para
consumo humano;
Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – Sinitox/Centro de Informação e Assistência Toxicológica (tel.:
Disque-Intoxicação 0800-722-6001), para fornecer orientação sobre intoxicações e envenenamentos;
SANEAR (tel.: 3359.2834/3359.2822/3359.2936), para regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico;
Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (tel.: 3360-7502), para defesa e inspeção zoo e fitossanitária.
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2. Parte Específica:
2.1. Definição de caso suspeito de DDA – CID 10: A09:
Paciente com aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca
consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue.
Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é
autolimitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com
desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.
2.1.1. Surto de Doença Diarreica Aguda:
Aumento do número de casos de DDA acima do limite esperado para a população
envolvida, naquele período específico.
A ocorrência de, no mínimo, dois casos com o mesmo quadro clínico após ingestão do
mesmo alimento ou água da mesma origem caracteriza-se como surto de doença transmitida
por alimento. Para as doenças de transmissão por água e alimentos (DTAA) consideradas
raras (Cólera, Febre Tifoide, Botulismo, Poliomielite/PFA, SHU, infecção por ECEH) para a
população envolvida, a ocorrência de apenas um caso já é considerado como surto.
2.1.2. Caso suspeito de Rotavírus em situação de surto – CID 10: A08.0:
Criança menor de cinco anos, com suspeita diagnóstica de DDA, que resida no estado
de atendimento, independente do plano de tratamento utilizado e do estado vacinal contra o
rotavírus.
2.2. Surtos por Doenças Diarreicas Agudas (DDA):
A notificação de surtos de DDA, incluindo rotavírus, é compulsória e imediata. Esse é
caracterizado como “a ocorrência de casos ou óbitos de doença de origem desconhecida ou
alteração no padrão epidemiológico de doença, independentemente de constar na Lista
Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória”.

Em caso de surtos de DDA, casos de diarreia sanguinolenta, óbitos por DDA ou doenças
sob vigilância especial como febre tifoide, cólera e outras ou resultados laboratoriais
que apontaram para a presença de E. coli ou outras bactérias produtoras de toxina
tipo Shiga o SVE deve repassar a Área Técnica de Doenças Transmitidas por Água e
Alimentos/SES-RJ imediatamente (até 24 horas) pelos telefones: (21)2333-3881 /
(21)2333-3878 / (21)2333-3744 e e-mail: [email protected] E/OU ao Centro de
Informações estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS/SES-RJ no caso de suspeita
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de CÓLERA, POLIOMIELITE AGUDA E BOTULISMO pelos telefones: (21)2333-3993 /
(21)2333-3996 / (21)2333-3852 / (21)98596-6589 e e-mail: [email protected].

Notificar o surto no SINAN Net e indicar como síndrome diarreica.

Inserir os dados decorrentes da investigação do nesse sistema.

Quando o meio de transmissão for água e alimentos contaminados, utilizar a ficha
específica de surto de doenças transmitidas por alimentos (DTA) do SINAN.

Notificar no SINAN Net apenas os casos suspeitos de Rotavirus diagnosticados nas
unidades sentinelas. Em situação de surto desse agravo, notificar nesse sistema os
casos suspeitos em menores de cinco anos de idade, atendidos em qualquer unidade.

Quando ocorrer um surto de DDA, proceder a investigação epidemiológica conforme
orientações abaixo.

Fatores determinantes para ocorrência do surto de DTA:
Falha no controle da cadeia alimentar investigação
Contaminação (química, física e biológica)
INVESTIGAÇÃO
Identificar pontos críticos e avaliar as ações de controle e prevenção

Definição dos mecanismos de DTA:
 Infecções: são causadas pela ingestão de microorganismos patogênicos
invasivos, com capacidade de penetrar e invadir tecidos (ex: Salmonella spp,
Shigella spp, Yersinia enterocolitica e Campylobacter jejuni).
 Toxinfecções: são causadas por microrganismos toxigênicos, cujo quadro
clínico é provocado por toxinas liberadas quando estes se multiplicam,
esporulam ou sofrem lise na luz intestinal, e atuam nos mecanismos de
secreção/absorção
da
mucosa
do
intestino
(ex:
Escherichia
coli
enterotoxigênica, Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus, Clostridium
perfringens).
 Intoxicações: são provocadas pela ingestão de toxinas formadas em
decorrência da intensa proliferação do microorganismo patogênico no
alimento (ex: Staphylococcus aureus, Bacillus cereus – cepa emética e
Clostridium botulinum).
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 Intoxicações não bacterianas (toxinas naturais): são provocadas por outros
agentes não bacterianos, como nas intoxicações por metais pesados,
agrotóxicos, fungos silvestres, plantas e animais tóxicos (Ex: moluscos, peixes).

Investigar em conjunto com o Serviço de Vigilância Sanitária (VISA), Setor de Vigilância
Ambiental em Saúde (VAS), Agência de Saneamento do Município de Resende
(SANEAR), Águas das Agulhas Negras/Grupo Águas do Brasil (AAN), Agência de Meio
Ambiente de Resende (AMAR), Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP),
EMATER Resende, SINTOX, etc..
2.3. Investigação Epidemiológica do surto de DDA (Serviço de Vigilância Epidemiológica):

Objetivos:
 Coletar informações básicas necessárias ao controle do surto;
 Identificar fatores de risco associados ao surto;
 Descrever os principais sintomas da DDA;
 Identificar agentes etiológicos relacionados ao surto;
 Identificar o mecanismo de transmissão:
 Direto pessoa a pessoa;
 Fonte comum através da água; E
 Fonte comum através de alimentos.
 Propor medidas de controle e prevenção para evitar o aparecimento de novos
casos;
 Adotar mecanismos de comunicação com as áreas envolvidas e a comunidade
afetada, em parceria com a unidade de saúde de referência (ex: UBS/ESF),
VISA, VAS e outros setores, conforme âmbito da competência.

Etapas de investigação do surto:
 Conhecimento da ocorrência;
 Planejamento das ações;
 Investigação de campo:
 Utilizar formulário de inquérito coletivo de surto de DTA;
 Identificação dos comensais:
 Utilizar ficha individual de investigação de DTA;
 Definição de caso e alimentos suspeitos:
 Utilizar ficha de identificação de refeição suspeita;
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 Utilizar ficha de identificação de alimento suspeito;
 Coleta de amostras clínicas;
 Inspeção sanitária (realizada pela VISA);
 Coleta de amostras bromatológicas e toxicológicas (realizada pela VISA);
 Análise preliminar;
 Medidas de prevenção e controle imediatas;
 Processamento e análise dos dados:
 Utilizar registro do processamento de dados da investigação do surto
de DTA;
 Medidas de prevenção e controle posteriores;
 Acompanhamento do surto;
 Conclusões e recomendações;
 Divulgação dos resultados:
 Utilizar modelo de relatório de surto.

Doenças diarreica transmitida por alimentos (DTA):
 Executar em parceria com a VISA um inquérito entre os participantes da
refeição para identificar epidemiologicamente o alimento de risco. Identificar:
 hábitos alimentares;
 consumo de alimentos suspeitos ou refeições incrimináveis (risco
relativo) – ver quadro 1;
 tempo de doença clínica (período de incubação);
 existência de outros familiares ou comensais com a mesma
sintomatologia (taxa de ataque).
o Comensais: são as pessoas que participaram da mesma
refeição. Quase sempre os manipuladores de alimentos
também são comensais nos surtos.
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Quadro 1. Alguns alimentos associados a agentes etiológicos específicos

Alimentos associados
Agentes Etiológicos
Frutos de mar (mariscos e ostras) e pescados
Hepatite A e E, Vibrio sp., Salmonella sp., Salmonella typhi,
Aeromonas hydrophila, Plesiomonas shigueloides,
Diphyllobothrium latum
Carnes bovinas
Escherichia coli produtoras de toxina Shiga, ECEH, Brucella sp.,
Taenia saginata, Aeromonas hydrophila
Carnes suínas
Campylobacter sp., Yersinia enterocolitica, Taenia solium,
Trichinella spiralis, Brucella sp.,
Frango, ovos e derivados
Salmonella sp., Campylobacter sp.
Leite e derivados
Campylobacter sp., Salmonella typhi, Brucella sp., Streptococcus
pyogenes grupo G, Yersinia enterocolitica, Coxiella burnetti,
Mycobacterium tuberculosis
Maioneses e cremes
Toxina estafilocócica, Salmonella sp., Clostridium perfringens
Hortaliças e frutas cruas
Hepatite A e E, Giardia lamblia, Entamoeba hystolitica,
Salmonella typhi, Aeromonas hydrophila
Período de incubação:
 Cálculo da mediana para amostras de número (N) ímpar: Md = N + 1
2
 Cálculo da mediana para amostras de número (N) par: Md = N
2

Taxa de Ataque:
 Por refeição ou por alimento: identificação de alimento ou refeição suspeita
Taxa de Ataque (TA) = nº de Doentes X 100
nº de expostos
 O alimento que apresenta a taxa de ataque mais alta, para os que o ingeriram,
e mais baixa, para os que não o ingeriram, é provavelmente o responsável pelo
surto.

Risco Relativo:
 A maior razão entre as taxas de ataque implica em maior associação entre o
referido alimento e a doença,
RR = TA dos que comeram
TA dos que não comeram
 Significando que as pessoas que ingeriram este alimento apresentaram uma
probabilidade X vezes maior de apresentarem a doença do que os que não
ingeriram.
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
Recomendar medidas gerais para controle do surto e, paralelamente, coletar
amostras, preferencialmente as clínicas, para identificação laboratorial do agente
etiológico.
 No início de um surto, coletadas amostras de fezes para pesquisa de bactérias,
vírus e parasitos até identificar o agente etiológico envolvido. Posteriormente,
direcionar os exames para o agente identificado.

Surto por Rotavirus:
 Casos suspeitos em crianças menores de cinco anos de idade: diagnosticadas
somente nas unidades de saúde sentinela (MATER, HMEHSG, UPA Cidade
Alegria e Hospital Escolar da AMAN).
 Colher uma amostra de fezes para isolamento viral;
 Preencher a ficha SINAN de Rotavírus em duas vias;
 Enviar a amostra ao LACEN-RJ, acompanhada de uma via da ficha e
outra para digitar no SINAN Net e arquivar no SVE.
 Nesse sistema, devem ser notificados somente os casos das unidades
de saúde sentinelas.
 Todos os casos devem ser encerrados pelo critério laboratorial, com
exame realizado no LACEN-RJ.
 Surto por Rotavírus: qualquer unidade de atendimento do município deve
notificar um caso suspeito que se enquadre na definição de caso em situação
de surto de Rotavírus.
 Os primeiros casos suspeitos devem ter amostras coletadas e
analisadas pelo LACEN-RJ.
 Os casos secundários podem ser encerrados pelo critério clínicoepidemiológico somente após a confirmação laboratorial do surto de
Rotavírus.
2.4. Inspeção sanitária do surto de doenças transmitidas por alimentos – DTA (Serviço de
Vigilância Sanitária):

Realizar a investigação para os surtos de DTA, conforme especificações contidas no
Manual Integrado de Doenças Transmitidas por Alimentos (Ministério da Saúde).

Executar em parceria com o SVE um inquérito entre os participantes da refeição para
identificar epidemiologicamente o alimento de risco.
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
Inspeção sanitária dos estabelecimentos em área de alimentos:
 Identificar os fatores que contribuíram para que o alimento estivesse
contaminado. Coletar amostras dos alimentos o mais rápido possível para
corroborar com o encerramento do surto.
 Utilizar roteiro de inspeção dos estabelecimentos em área de alimentos.

Fatores de risco para contaminação dos alimentos:
 A sobrevivência e multiplicação de um agente etiológico nos alimentos
dependem de seus mecanismos de defesa e das condições do meio, expressas
principalmente pelos níveis de oxigenação, pH e temperatura, variável de
acordo com cada alimento.
 Em alimentos pouco ácidos, com pH > 4,5 (Ex.: leite, carnes, pescados e alguns
vegetais), observa-se o predomínio de bactérias esporuladas (Ex.: Clostridium
spp, Bacillus cereus), bactérias patogênicas aeróbias (Ex.: Salmonella spp) e
anaeróbias (Ex.: Clostridium spp).
 Nos alimentos ácidos como frutas e hortaliças, com pH entre 4,0 e 4,5,
predominam bactérias esporuladas, bolores e leveduras.
 Em alimentos muito ácidos, com pH < 4, como produtos derivados do leite,
frutas, sucos de frutas e refrigerantes, predominam bactérias lácticas,
bactérias acéticas, bolores e leveduras.

Coleta de amostras bromatológicas e toxicológicas de alimentos:
 O ideal é coletar as sobras dos alimentos consumidos. No entanto, quando não
houver essa possibilidade, coletar alimentos do mesmo lote ou matériasprimas utilizadas.
 Conduzir as análises para fins de avaliação do padrão de identidade e
qualidade de acordo com os requisitos legais, qualitativos e quantitativos.
 As análises laboratoriais relacionadas à investigação de surto de DTA não
necessitam estar associadas aos aspectos legais. Os agentes envolvidos no
surto podem não ter seus limites aceitáveis indicados nos padrões legais (Ex.:
Yersinia enterocolitica, Vibrio cholerae,Campylobacter spp, Aeromonas spp,
Plesiomonas spp, Shigella spp, vírus entéricos, parasitos, toxinas biológicas).
 Mesmo que alguns agentes estejam dentro dos valores indicados nos padrões
legais, a caracterização e o diagnóstico laboratorial de um surto estará
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também na dependência de outros fatores, como critérios clínicos e
epidemiológicos.
 Considerar os procedimentos de coleta da amostra, acondicionamento e
transporte na interpretação dos resultados laboratoriais obtidos.
 Mesmo quando respeitados os procedimentos adequados de coleta de
amostras, pode se obter resultados negativos pela distribuição não uniforme
do agente na amostra analisada.
 No caso de não confirmação laboratorial, avaliar outros dados observados
em um surto, como sintomas, com as considerações possíveis da causa do
não isolamento a partir das amostras biológicas, como:
 uso de antimicrobianos;
 inativação do agente por conservação e/ou transporte inadequado da
amostra; ou
 não utilização de metodologia específica para seu isolamento.

Sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle – APPCC:
 Realizar enfoque sistemático para identificar perigos e calcular riscos que
podem afetar a inocuidade dos alimentos, com a finalidade de estabelecer as
medidas de controle.
 Utilizar Árvore de decisão para identificação de pontos críticos de controle
(PCC).
 Utilizar planilha de análise dos perigos e PCC.
 Utilizar formulário padrão de APPCC.
2.3. Análise da água do surto de doenças transmitidas por água (Setor de Vigilância
Ambiental em Saúde):

Solicitar ao LACEN-RJ a realização de exame microbiológico (no sentido de identificar
o agente etiológico) e não somente a análise da potabilidade da água, exame de
rotina para o Vigiagua.
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11
Referências:
1.
Brasil. Lei Federal nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
2.
Ministério da Saúde. Portaria nº 1.271, de 06 de junho de 2014.
3.
________________. Alerta: Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU) – Surto de SHU causada por cepa rara de
E. coli O104 na Europa. Junho de 2011.
4.
________________. Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica de Febre Tifoide, 2010.
5.
________________. Guia de Bolso de Doenças Infecciosas e Parasitárias, 8ª edição revista, 2010.
6.
________________. Guia de Vigilância Epidemiológica, 7ª edição, 2009.
7.
________________. Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica da Cólera, 2008.
8.
________________. Manual Integrado de Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Alimentos,
sem data.
9.
Organização Pan-americana de Saúde. Actualización Epidemiológica: Cólera – 19 de octubre de 2013.
10.
Food
and
Drug
Administration.
FDA/CFSAN
Bad
Book:
Onset,
Duration,
and
s...http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/app2.html. Pesquisa em 16 de novembro de 2006.
11.
Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Síndrome Hemolítico-Urêmica: Normas e Instruções, 2002.
12.
____________________________________. Informe Net-DTA: Ciguatera, julho de 2001.
13.
____________________________________. Curso Básico De Vigilância Epidemiológica Das Doenças
Transmitidas Por Alimentos, 2000.
14.
Infectious Diseases Society of America. IDSA Guidelines: Practice Guidelines for the Management of
Infectious Diarrhea. Clinical Infectious Diseases; 32:331–50, 2001.
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