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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
ISSN-0066-782X
Volume 99, N° 2, Supl. 1, agosto 2012
RESUMO DAS COMUNICAÇÕES
XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE
MINEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC/MG
BELO HORIZONTE - MG
REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948
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Volume 99, Nº 2, Agosto 2012
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APOIO
Resumo das Comunicações
XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE
MINEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC/MG
BELO HORIZONTE - MG
TEMAS LIVRES - 05 e 06/07/2012
APRESENTAÇÃO ORAL
26366
26626
Relação entre características do apêndice atrial esquerdo e formação de
trombos, nos pacientes com fibrilação atrial.
Índice tornozelo braquial na estratificação de risco para doença arterial coronariana em pacientes ambulatoriais
GLENDA S P TEIXEIRA, MARIA G C GONTIJO, FRANCISCO B M JÚNIOR,
BÁRBARA A. L. M. VRANDECIC, CESAR P SALES, MARTA V SILVA e OZANAM
C OLIVEIRA
QUINTÃO, TÂNIA M G, LOPES, FERNANDA R S, PEREIRA, MARCELLE F, RIBEIRO, DÉBORA M, FALEIRO, GABRIEL P L e NACIF, VINICIUS B
BIOCOR INSTITUTO, NOVA LIMA, MG, BRASIL.
Faculdade de Medicina de Barbacena, Barbacena, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO–A disfunção do apêndice atrial esquerdo (AAE) causada pela
fibrilação atrial, pode predispor à formação de contraste espontâneo, trombose
local e embolização sistêmica. O objetivo deste estudo se baseia na avaliação do
AAE nos pacientes com fibrilação atrial (FA) e correlacionar suas características
com a formação de contraste espontâneo e trombo local. METODOLOGIA–Estudo transversal, sendo observados dados do AAE visualizado pelo cotransesofágico e do átrio esquerdo pelo ecotranstorácico. Selecionados pacientes com
fibrilação atrial que realizaram ecocardiograma transesofágico no Biocor Instituto,
do período de abril de 2011 á outubro de 2011. Total: 46 pacientes. RESULTADO–
Dois grupos avaliados: pacientes sem trombo (87% da amostra –40 pacientes)
e pacientes com trombo (13% -6 pacientes). Predominância nos pacientes com
trombo do gênero feminino (66,6%) e média de idade de 61anos. Dos pacientes
sem trombo 42,5% estavam em uso de anticoagulante. Nos com trombo, 50%
usavam anticoagulante e, em todos estes, o anticoagulante em uso era a varfarina e os valores de tempo de protrombina estavam entre 2 e 3(P=1,00). Freqüência do apêndice atrial esquerdo nos pacientes sem trombo foi de 374, e nos
pacientes com trombo de 409, P=0,37. Não ocorreu significância estatística nas
diferenças entre as médias observadas nas variáveis acima. Porém, a velocidade
de esvaziamento do AAE esteve muito perto do limiar de significância estatística
(P=0,06),com valores maiores para o grupo sem trombo. A mediana da velocidade nos pacientes sem trombo foi de 39 cm/s; e nos com trombo de 21 cm/s. Outro
dado relevante seria a avaliação da presença de contrate espontâneo no átrio esquerdo e/ou apêndice atrial esquerdo, que apresentou-se em 100% dos pacientes
com trombo e em 25% dos sem trombo (com significância estatística,P=0,001).
CONCLUSÃO-Devemos dar maior relevância ao estudo da velocidade de esvaziamento do apêndice atrial esquerdo e a presença de contraste espontâneo, que
são variáveis que possuem maior relêvancia estatística e respaldo na literatura.
Tornando a avaliação do apêndice atrial esquerdo, sua estrutura, função e disfunção com uma parte integral importante da rotina clínica do examinador que
realiza o transesofágico.
Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica se dá como antecessor de futuros eventos cérebro e cardiovasculares. O Índice Tornozelo Braquial (ITB) com
valor abaixo de 0,90 é considerado um preditor precoce de doença arterial coronariana (DAC) e determina risco cardoivascular elevado.
Obejtivo: Detectar possível relação entre os valores alterados de ITB e a coexistência de fatores de risco já reconhecidos para o desenvolvimento DAC.
Método: Corte transversal de 579 pacientes entre 30 e 70 anos que compareceu
para consulta médica no Núcleo de Atendimento ao Hipertenso do Hospital Universitário de Barbacena, no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2011.
Fatores de risco para DAC foram levantados em entrevista com questionário específico e medidas do ITB foram tomadas através de um Doppler de mesa portátil
e de um manguito de pressão. Foi considerado como alterado o valor de ITB menor ou igual a 0,90. Os dois grupos de ITB alterado e normal foram comparados
quanto à freqüência dos fatores de risco em cada um deles. A análise estatística
utilizou Software Stata, vs 9.2 e nível de significância de 5% foi o adotado.
Resultados: Dos 579 indivíduos avaliados, 30 (5,2%) apresentaram ITB alterado, sendo 19 (63,3%) do sexo feminino, com média de idade de 54,9±10,5 anos
(p=0,03). Dentre o grupo de ITB alterado, as médias das pressões arteriais sistólicas nos membros superior e inferior foram de 142,8±30,5 mmHg (p<0,001) e
118,8±24,7 mmHg (p<0,001), respectivamente, enquanto a média da pressão arterial diastólica no membro superior foi de 88,5±17,4 mmHg (p=0,006). Ainda neste grupo, havia 24 (80%) hipertensos (p=0,026), 13 (43,3%) diabéticos (p<0,001),
21 (70%) portadores de níveis de HDL alterados (p<0,001) e 18 (62,1%) portadores de níveis de LDL alterados (p=0,001), além de 20 (66,7%) indivíduos
acometidos por evento cardiovascular prévio (p<0,001). Os dois grupos foram
comparados também segundo as freqüências de sexo, cor da pele, tabagismo,
atividade física e escolaridade.
Conclusão: O estudo revelou que baixos valores de ITB se relacionam estreitamente com os fatores de risco para DAC. Este índice constitui uma ferramenta
importante na predição de risco cardiovascular com a vantagem de ser um procedimento barato, rápido e não invasivo.
28143
28144
Preditores de morte cardíaca em pacientes com fibrilação atrial, conforme variáveis clínicas, laboratoriais e escores de estratificação de embolia e sangramento.
Sobrevida livre de eventos cardiovasculares de pacientes com insuficiência
cardíaca segundo a duração do complexo QRS.
ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, PLÍNIO HENRIQUE VAZ MOURÃO,
ROBERT MOREIRA GANDRA e TÚLIO RAMOS CAVALCANTI
ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, NADYA MENDES KAZZAZ, ROSÁLIA MORAIS TORRES e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
O quadro de fibrilação atrial (FA) está associado a vários eventos cardiovasculares, como internação, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e outros
eventos tromboembólicos (TE), duplicando a taxa de mortalidade. Além disto, o
uso de dicumarínico pode também resultar em óbito devido às complicações hemorrágicas, sendo imperativa a estratificação de risco destes pacientes. Objetivo:
verificar por meio da análise univariada e multivariada as variáveis relacionadas à
morte cardíaca em pacientes (pts) com FA. Métodos: estudo observacional, prospectivo, longitudinal em uma única instituição, com 272 pts com FA. Os pts foram
submetidos ao método clínico, cálculo dos escores de TE, de sangramento (pelo
HAS BLED), da faixa terapêutica de anticoagulação (FTA) e ao ecocardiograma.
Resultados: a idade média dos pts foi de 58,6 anos e 148 eram mulheres. As
médias dos escores foram: CHADS2 1,75; CHA2DS2-VASc 2,94. A proporção de
pts com HAS BLED ≥ 3 foi de 14% e de pts com FTA < 60% foi de 73% (média de
FTA de 43,4%). Estavam sob uso de dicumarínido 56,6% dos pts. O diâmetro do
átrio esquerdo apresentou uma média de 50,5 mm e a fração de ejeção de 51,7%
(entre 12% e 85%). Cento e um pts apresentavam disfunção ventricular. A apresentação da FA foi permanente em 151 pts, persistente em 40 e paroxística em
81. Apresentaram TE 57 pts e hemorragia 38 pts. Durante o tempo de seguimento
de 12,4 meses, houve uma mortalidade cardíaca de 8,8%. Pela análise univariada (teste de Mann-Whitney ou qui-quadrado), os níveis pressóricos baixos, o
diâmetro do átrio esquerdo aumentado, a fração de ejeção diminuída, a cardiopatia dilatada (p=0,00 para estas 4 variáveis), a apresentação da FA permanente
(0,03), o HAS BLED mais elevado (p=0,02) e a ocorrência de hemorragia (p=0,00)
estiveram associados àquela evolução. Na análise multivariada por stepwise, somente a cardiopatia dilatada e a hemorragia associaram-se à mortalidade cardíaca (p=0,00 e 0,01). Conclusões: a idade, o sexo, os escores de TE não estiveram
associados à morte cardíaca, assim como o FTA. Os preditores independentes
de morte cardíaca foram a presença de cardiopatia dilatada e de hemorragia.
A medida da duração do QRS (QRSd) é de fácil execução e baixo custo, sendo
utilizada como um marcador elétrico da ativação mecânica ventricular. Cerca de
um terço dos pacientes (pts) com insuficiência cardíaca (IC) apresentam essa
dissincronia intraventricular, a qual reduz o desempenho cardíaco. Portanto, estudos que analisem a correlação entre a QRSd naqueles pacientes e sua evolução
são de suma importância, constituindo esse o objetivo principal deste trabalho.
Métodos: Foram estudados 78 pts consecutivos com IC estáveis, sob tratamento, sendo 52 homens, com idade média de 47,2 anos. Os pts foram submetidos
à avaliação clínica, à realização de eletrocardiograma (ECG) convencional (50
mm/s, 2 N), de alta resolução e ao ecocardiograma e foram acompanhados durante 26,5 meses. A interpretação dos exames complementares foi feita por dois
observadores independentes. Resultados: O tempo de diagnóstico da IC foi de
59,6 meses e a classe funcional prévia foi de 3,3 e atual de 1,7. As médias das
variáveis foram: índice de massa corporal 24,9 kg/m², pressão arterial 111,6/106,4
mmHg e frequência cardíaca 77,6 bpm. As principais etiologias da IC foram a
idiopática (29,4%), chagásica (21,7%) e isquêmica (19,2%). As médias da fração
de ejeção (FE) foram de 37,4% e 37,0% pelos métodos de Teicholz e Simpson,
respectivamente. A QRSd média foi 104,0 ms (74 a 208 ms), com teste de concordância Kappa de 0,69 (ECG) e de 0,86 (pelo de alta resolução). Foi aplicado
o coeficiente de Pearson entre QRSd e diâmetros do átrio esquerdo e ventrículo
esquerdo, ( p=0,00) e a FE (p=0,01). Vinte e um pts apresentaram eventos (piora
IC, transplante, fibrilação atrial, terapia de ressincronização cardíaca e óbito de
causa cardíaca). Por meio da curva de operação característica, considerando-se
a variável estável a ocorrência de eventos, foi obtida a área abaixo da curva de
0,69 para QRSd, p=0,01. Foi feita a curva de Kaplan-Meier para aquela variável
estável, observando-se uma razão de chance de 3,5 para pts com QRSd > 100
ms e p=0,03. Conclusões: A QRSd foi um preditor de eventos cardiovasculares
em pts com IC estáveis, sendo essa medida correlacionada com o aumento das
câmaras cardíacas esquerdas.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
1
28145
28288
Influência da idade na variabilidade da frequência cardíaca antes e durante o
teste de inclinação em pacientes com síncope neuromediada.
Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST: características clínicas, angiográficas e evolução intra-hospitalar dos pacientes
ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, ROBERT MOREIRA GANDRA, PLÍNIO HENRIQUE VAZ MOURÃO e TÚLIO RAMOS CAVALCANTI
BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, GUILHERME ABREU NASCIMENTO,
WALTER RABELO, MARCOS ANTONIO MARINO e ROBERTO LUIZ MARINO
Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
A síncope neuromediada (SN) pode ocorrer independente da faixa etária, sendo
sua fisiopatologia heterogênea. Observa-se um predomínio da regulação simpática após os 50 anos de idade. O estudo do sistema nervoso autônomo neste
quadro pode contribuir para melhor entendimento de sua fisiopatologia e para sua
abordagem individualizada. Objetivo: analisar a influência da idade na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) no domínio da frequência em pacientes (pts)
com SN. Métodos: foram estudados 141 pts (80 do sexo feminino), encaminhados para realização de teste de inclinação. Os pts foram submetidos à avaliação
clínica e ao monitoramento digital pelo sistema Holter para obtenção da VFC
pela transformação de Fourier antes (na posição supina) e durante o teste de
inclinação a 70º. Resultados: a idade média de 44,9 anos (10 a 87 anos), com 4,3
episódios de SN, durante tempo médio de evolução de 42,3 meses. Sessenta e
dois pts (43,9%) haviam apresentado trauma e 95 pts (67,3%) quadro de pródromos. Houve diminuição do componente de alta frequência (AF) (916 versus (vs)
394 ms2, p=0,00, teste de Wilcoxon)) e aumento da relação BF/AF (BF: baixa frequência) (1,9 vs 14,9, p=0,00) com a inclinação. A resposta foi positiva (vasovagal
e hipotensão postural) em 77 pts. Comparando os pts < 35 anos de idade e ≥ 35
anos, houve diferença quanto ao quadro de pródromos (79% vs 62%, p=0,01, quiquadrado), trauma (30% vs 52%), aos AF e BF antes (1413 vs 619; 1220 vs 548
ms2, respectivamente, p=0,00, teste de Mann-Whitney), AF e BF/AF durante a
inclinação (481 vs 337; 29 vs 5,7; p=0,00). Não houve diferença quanto ao sexo e
à resposta positiva ao teste. A resposta vasovagal predominou nos pts < 35 anos
de idade (50,9% vs 20,4%, p=0,00). Sintomas durante o teste de inclinação ocorreram em 59,6% pts < 35 anos e em 29,8% daqueles ≥ 35 anos (p=0,00, razão de
chance de 3,46). Conclusões: pts mais jovens apresentaram maior frequência de
pródromos na história clínica e de sintomas durante o teste, ativação simpáticovagal à inclinação e predomínio da resposta vasovagal. O número de pts jovens
com trauma foi menor. O sexo e a resposta, se positiva ou negativa, não foram
distintos segundo a idade.
Fundamento: As características angiográficas dos pacientes com infarto sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) reforçam medidas mais agressivas independentemente do escore de risco.
Objetivo: Analisar e descrever as características clínicas basais, dados angiográficos da artéria relacionada ao infarto (ARI) e as complicações clínicas ocorridas
na evolução intra-hospitalar em pacientes com IAMSSST submetidos à intervenção coronariana percutânea (ICP).
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de 81 pacientes (pcts) com IAMSSST e
ARI identificada.Analisados dados clínicos e angiográficos, incluindo localização
da ARI, TIMI fluxo pré e pós- procedimento, grau de estenose arterial, ventriculografia e tipo de stent implantado.
Resultados: Os 81 pcts analisados realizaram ICP. A média de idade foi de 66,94
anos. Observamos um grau elevado de estenose superior a 90% ou de oclusão
total da ARI em 66,7% dos casos e TIMI fluxo de grau reduzido ( graus 0,1 e 2) em
53,1%. A lesão da artéria circunflexa (CX) predominou em 42,5%, seguida pela
descendente anterior (DA) em 30% e pela coronária direita (CD) em 27,5%. Em
88,23% das vezes em que a CX esteve acometida predominaram as lesões mais
graves (superior a 90% ou oclusão). A disfunção ventricular moderada ou grave
foi encontrada em 42 pcts (54,54%). Doze pcts (14,81%) apresentaram complicação intra-hospitalar. A Insuficiência cardíaca ocorreu em seis casos (7,40%),
seguida da angina IIIC de Braunwald e do sangramento com necessidade de hemotransfusão com dois casos cada(2,46%). Um caso evoluiu com óbito (1,23%).
Conclusão: Em nossa análise, os pacientes com IAMSSST apresentaram elevado número de oclusões e lesões graves, > 90%(66,7%) e elevado grau de TIMI
fluxo reduzido (graus 0, 1 e 2): 53, 1%. Obtivemos elevado índice de sucesso na
recanalização da ARI (96,29%).
28447
28478
Análise da concordância entre as solicitações e as autorizações para os
procedimentos de angioplastia coronariana e cirurgia de revascularização
miocárdica em um ambulatório de referência e regulação
Prevalência de bloqueio de ramo esquerdo esforço-induzido ao teste ergométrico
JOSE PEDRO JORGE FILHO, PEDRO AUGUSTO TEIXEIRA JORGE e ANA
LAURA VORCARO DE TOLEDO
Secretaria Municipal de Saúde, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: Solicitações de revascularização coronariana (RC) são um dos
procedimentos mais freqüentes em um ambulatório de cardiologia OBJETIVO:
Analisar a concordância das indicações de RC encaminhadas para segunda opinião em um ambulatório de referência cuja equipe se baseia ao máximo nas diretrizes atuais de RC MÉTODO: Estudo retrospectivo, baseado em banco de dados
e análise de registros médicos. Análise descritiva 624 pacientes foram atendidos
em 2010 com solicitação eletiva de Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea (ACTP) ou de Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRVM). As variáveis selecionadas foram : sexo, idade, sintomas, teste funcional e cateterismo
(CAT) e parecer final da equipe médica. Feita análise descritiva da distribuição
destas variáveis em relação a ACTP e CRVM. O teste de concordância Kappa foi
aplicado RESULTADOS: Dos 624 pacientes, 371 (59,4%) tiveram solicitação
de ACTP e 253 (40,5%) de CRVM. Houve predominância do sexo masculino
(68,3%) com média de idade de 62 anos. Angina típica foi relatada por 54,5%
dos pacientes, sendo mais prevalente nos pacientes com indicação de CRVM
(62,5%). A angina atípica predominou entre os pacientes com indicação de ACTP
(25,3%). Considerando o resultado do CAT, 79,2% dos casos encaminhados
para ACTP apresentavam compatibilidade entre os dados clínicos/complementares e a indicação do procedimento. Para CRVM esta proporção foi de 84,6%. Do
total de pacientes, houve concordância entre a indicação dos médicos assistentes
e avaliação dos médicos reguladores em 87,6% dos candidatos a ACTP e 90,5%
para CRVM. Aplicando o teste de concordância Kappa, o valor obtido foi de 0,80
CONCLUSÕES: Houve razoável concordância entre a indicação inicial pelos médicos assistentes e o parecer final da equipe do ambulatório de referência, o que
pode sugerir que as indicações estão em concordância com as diretrizes
2
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
MAIRA FERNANDES DE ALMEIDA, LILIAN MARZULLO DE CARVALHO BRAMANTE, GABRIELA HINKELMANN BERBERT, BRUNO GARCIA PEIXOTO PIRES DA SILVA, WILLTERSON CARLOS BANDEIRA, ALINE COSTA MENDES
DE PAIVA, CAMILLE MENDONÇA BARROSO, ADALBERTO MASSAKI IKEGAMI e JOSE MARCOS GIRARDI
Hospital Universitário, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG,
BRASIL.
Introdução: Bloqueio de ramo esquerdo esforço-induzido (BRE-EI) é achado eletrocardiográfico raro e preditor independente de eventos. Autores relatam prevalência média de 0,3% (Tabela 1), porém são poucos os estudos na população brasileira. Objetiva-se avaliar sua prevalência, características clínicas, parâmetros
metabólicos, hemodinâmicos em pacientes demandados ao Setor de Ergometria
em um Serviço de Cardiologia. Métodos: Coorte transversal retrospectivo de testes ergométricos realizados entre janeiro/2010 a janeiro/2012. BRE-EI definido
como aquele documentado somente durante o teste, utilizando-se critérios clássicos para o diagnóstico eletrocardiográfico. Análise de idade, sexo, peso, estatura, índice de massa corporal, presença de diabetes, tabagismo, coronariopatia;
duração do exame, frequência cardíaca (FC) repouso, FC pico, pressão arterial
sistólica (PS) pico, equivalente metabólico (MET), duplo produto (DP), VO2 máximo. Análise Estatística: Para análise estatística descritiva foi utilizado o programa
Microsoft Office Excel® 14ª versão. Dados apresentados como média ± SEM.
Resultados: 2130 testes, 5/0,23% com BRE-EI; 48-75 anos (57,8±4,7), 3 (60%)
gênero feminino, peso 58-76 kg (71,40±3,4), estatura 146-172 cm (160,8±4,7), índice de massa corporal 25,7-31,2 (27,6±1,0), diabetes 2/40%, tabagismo 2/40%,
coronariopatia 1/20%. Duração de 2,46-9,24 minutos (5,7±1,5), FC repouso 7098 bpm (86,2±5,3), FC pico 142-174 bpm (158,0±5,7), PS pico 130-210 mmHg
(174,0±13,6); METs: 4,06-9,95 (6,9±1,2), DP 17.040-34.230 (27.178±2873), VO2
Max 14.20-34.84 ml/Kg min (24.1±4,1). Conclusões: BRE-EI é ocorrência rara;
prevalência no presente estudo é intermediária entre outros relatos; características clínicas, parâmetros metabólicos e hemodinâmicos são próximos à literatura.
Tabela 1: Prevalência de BRE-EI na literatura.
28748
28757
Análise do custo-efetividade das estratégias para o diagnóstico de síncope
de causa desconhecida com teste de inclinação positivo. Estudo comparativo após 15 anos
Estratégias para redução do tempo porta-balão no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST.
ANDRE OLIVEIRA NESIO, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA, CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, LUCIANA SILVEIRA R BRITO, ROBERTO LUIZ MARINO e MITERMAYER REIS BRITO
HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Fundamento: Pacientes(ptes) c/síncope de etiologia desconhecida(SED) geralmente submetem a onerosas e extensas investigações e na s/grande maioria
inconclusivas. O teste de inclinação( TI) tem demonstrado ser um método diagnóstico útil no manuseio de pacientes com SED. Métodos: Analise do custo
efetividade dos testes prévios realizados para o diagnóstico de SED em ptes c/
síncope reproduzida no TI (TI positivo) em 1997, comparados c/o mesmo estudo,
15 anos após, ambos encaminhados p/ o nosso serviço. Resultados: Foram
comparados e avaliados os testes p/o diagnóstico de SED em 119 ptes submetidos ao TI em 1997 e 127 ptes em 2012. No grupo I(G I - 1997) foram incluídos
ptes com TI positivo (TI +)(Ia- 61 ptes ) e TI negativo (TI-)(Ib-58 ptes), e no grupo
II- (G II-2012)- TI+(IIa -55 ptes, TI –(IIb -72 ptes). GI - Ia:EN + EEG + TCC = 65%,
Ib = 67%; GII - IIa = 34%, IIb = 15%. GI - Ia: EC + ECG + ECO + HT/EFF = 30%,
Ib = 28%; GII - IIa = 46%, IIb = 67%. GI - Ia: EC + ECG = 5%, Ib = 4%; GII - IIa
= 20%, IIb = 18%. EN=Exame Neurológico, EC=Exame Cardiológico, HT=Holter,
TCC=Tomografia Cerebral Computadorizada,EEF= Estudo Eletro Fisiológico,
EEG = Eletroencefalógrama. Não houve diferença estatística significativa entre os 2 grupos em relação ao sexo, idade, cardiopatias associadas, e uso de
medicamentos. A média de tempo entre o episodio de sincope e a realização
dos testes diagnostico, incluindo o TI, foram de 20 dias e o custo médio estimado – R$4.500,00 -1997. Baseado na reprodução da sincope no TI, o custo e
o consumo de tempo total p/a pesquisa do diagnostico de SED foram reduzidos
significativamente entre os 2 grupos (exames solicitados, neurológicos reduziram
269%-p<0.001 e exame cardiológico e ECG aumentaram 422%-p<0.001), porém
os exames c/ propedêutica cardiológica extensa aumentaram 194%- p<0.001.
Conclusões: 1) O TI quando usado adequadamente na abordagem algorítmica
p/SED pode reduzir os custos e o consumo de tempo significativamente. 2) A
comparação entre os 2 grupos mostra uma abordagem atual mais direcionada p/
a história clínica de SED e menos p/ exames neurológicos extensa, porém ainda
c/ propedêutica cardiológica extensa.
MOREIRA, M V F, BEDETI, A C M, BRITO, A L, MELO, R A, ALVES, E E, CRUZ, F
D N, RABELLO, R R, FILHO, A L, FILHO, U L e ESTEVES, M A B
Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Fundamento : A reperfusão da artéria é fundamental em casos de infarto e, para
tanto, a literatura recomenda tempo porta-balão (TPB) < 90 min. Objetivo: Avaliar
as estratégias adotadas para redução do TPB. Delineamento: Estudo retrospectivo realizado, no período de mar/2008 a nov/2011, no Hospital Vera Cruz, Belo
Horizonte, MG, Brasil. Pacientes: Incluíram-se todos os pacientes que, apresentando IAM CSST, foram tratados com angioplastia primária no período do estudo.
Análises estatísticas: Foram realizadas analises usando-se o software R de domínio público.Métodos: Estratégias institucionais de três ações multidisciplinares
no atendimento do paciente com IAM. A primeira ação, realizada em ago/2008,
foi a adoção de código padronizado (código 4), via telefone, por toda a equipe
mobilizada no atendimento (secretários, enfermeiros e médicos).A segunda ação,
levada à prática em mar/2009, consistiu em melhorias no acolhimento do paciente
pela enfermagem no pronto-socorro, viabilizando a realização rápida de ECG. Por
fim, a terceira ação, implementada em jul/2010, concretizou-se com a contratação
de médico emergencista (médico com experiência em urgências clínicas). Resultados: Foram realizadas 156 angioplastias primárias, das quais se excluíram 20
casos (13 pacientes transferidos de outras instituições e 7 pacientes que já se
encontravam internados). O TPB antes da implementação das medidas era de
144,8 min, com apenas 2 (0,14%) casos com tempo menor que 90 min. A adoção
do “código 4” reduziu, em sete meses, o TPB para 109,3 min, com 45% dos casos
abaixo de 90 min. O acolhimento pela enfermagem reduziu, em 15 meses de
acompanhamento, o TPB para 95,2 min, com 54% dos casos abaixo de 90 min.
A atuação do médico emergencista reduziu, em 16 meses de acompanhamento,
o TPB para 78,2 min, com 72% dos casos abaixo de 90 min. A implementação
das três ações permitiu a redução do TPB em 33% (97,2 min). Conclusões: As
medidas adotadas permitiram redução significativa do TPB. Os resultados atuais
estão muito próximos ao preconizado pela literatura (75% dosTBP < 90 min). A
manutenção e a revisão sistemática das estratégias em questão concorrerão para
que as taxas preconizadas sejam atingidas.
28761
28763
A gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica e o risco cardiovascular
Fatores determinantes da capacidade funcional na estenose mitral reumática
CLARA GONTIJO CAMELO, ANA CRISTINA LOPES ALBRICKER, TERESA
CRISTINA DE ABREU FERRARI, CLAUDIA COUTO, ANA LUISA BITTENCOURT
COELHO, JULIA N M GONZAGA, FELIPE LOPES e LUCAS GOMES
FERNANDA RODRIGUES DE ALMEIDA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, MARIA CLARA NOMAN DE ALENCAR, GUILHERME CANABRAVA RODRIGUES SILVA, FERNANDO VIEIRA BRANDAO, LAURA ALVES DE SOUZA
DIAS, TÁSSIA DE OLIVEIRA MEINBERG CUNHA, MARIANA CAMPOS PALMA
e RAFAELA DRUMOND ARAÚJO
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Ambulatório Jenny Faria,
Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução:Doença hepática gordurosa não-alcoólica(DHGNA)é comum no mundo ocidental.Apresenta-se como espectro clínico-histopatológico que abrange
esteatose simples (ES);esteatohepatite com e sem fibrose e cirrose. Associase frequentemente à síndrome metabólica(SM)e possivelmente também a doença cardiovascular.O objetivo deste estudo é comparar o risco cardiovascular
pelo escore de Framingham entre os pacientes com ES e esteatohepatite nãoalcoólica(EHNA). Metodologia: Estudo transversal realizado entre agosto/2010
dezembro/2011. Incluiu 60 pacientes com DHGNA e SM,idade ≥25 anos,nos
quais foram afastadas:outras hepatopatias associadas,cirurgia prévia de by pass
gástrico ou jejuno-ileal,uso nos últimos 6 meses de drogas que podem causar
esteatose hepática,infarto agudo do miocárdio e/ou acidente vascular encefálico prévios,contato com petroquímicos nos últimos 6 meses.ES foi diagnosticado com base na presença de esteatose hepática à ultrassonografia e/ou biópsia
hepática;e,para o diagnóstico de EHNA, requereu-se confirmação histológica.As
biópsias foram indicadas segundo critério clínico.Estimou-se o risco cardiovascular pela escala de Framingham e comparou-se o escore encontrado com a
apresentação clínico-histopatológica da DHGNA.O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição. Resultado:Dos 60 pacientes,17(28,3%)apresentavam
EHNA e os demais 43(71,6%),ES.Neste grupo,encontrou-se 22 pacientes(51,2%)
com baixo risco cardiovascular;5(11,6%)com risco intermediário;e 16(37,2%) com
alto risco.Naqueles com EHNA,13(76,5%)tiveram classificação de alto risco de
eventos cardiovasculares;um(5,9%),risco intermediário;e 3(17,6%) pacientes,
baixo risco.A proporção de pacientes que apresentaram alto risco cardiovascular
pelo escore de Framingham foi significativamente superior no grupo com EHNA
em relação ao grupo com ES(p=0,023). Conclusão: Observada associação entre
a gravidade da DHGNA e risco cardiovascular determinado pelo escore de Framingham.Sugere-se que o risco cardiovascular seja avaliado em pacientes com
SM e DHGNA, particularmente naqueles com EHNA.
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: A estenose mitral reumática é decorrente de uma resposta imune tardia à faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A. A
incidência da doença reumática vem diminuindo desde o início do século XIX nos
países desenvolvidos, mas continua sendo grande causa de morbimortalidade
na população jovem em países em desenvolvimento. Os primeiros sintomas da
estenose mitral são desencadeados pelo esforço físico, gravidez, estresse emocional ou fibrilação atrial. Os guidelines existentes até o momento não falam sobre
a importância da avaliação da capacidade funcional desses pacientes. Objetivo:
O nosso estudo teve como objetivo principal determinar os fatores determinantes
da capacidade funcional na estenose mitral reumática. Método: Trata-se de um
estudo observacional transversal, aonde foram selecionados 31 pacientes com
estenose mitral reumática e idade média 42±11,9. A maioria da população era
composta de mulheres (25 mulheres e 6 homens). O estudo foi realizado no período de maio de 2010 a abril de 2011. Os pacientes se encontravam em NYHA
I, II e III. Foram correlacionadas variáveis do ecodopplercardiograma convencional que indicam gravidade na estenose mitral. São elas: área valvar pelo PHT e
planimetria, gradientes médio e máximo e velocidade da regurgitação tricúspide
com o slope de VCO2 que reflete a eficiência ventilatória durante o esforço e se
correlaciona com a capacidade funcional. Resultado: O slope de VCO2 estava alterado em 19 pacientes e variou em média de 37,9±8,43. Na análise multivariada,
o slope de VCO2 se correlacionou melhor com a gravidade da hipertensão pulmonar (p<0,001) do que com a função atrial esquerda, gradientes transvalvares e
área valvar. A pressão sistólica da artéria pulmonar se correlacionou com a função
atrial esquerda, mas não com o volume atrial. A classificação funcional de Weber
se correlacionou com o slope de VCO2, não houve diferença entre a eficiência
ventilatória avaliada pelo slope de VCO2 entre as classes A e B de Weber, mas
houve grande diferença entre as classes A e C.Conclusão: O slope de VCO2 se
relacionou com a gravidade da doença mitral, quanto maior o seu valor pior o
desempenho durante o esforço e pior a classe funcional do paciente.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
3
28773
28801
Papel da ecocardiografia no diagnóstico diferencial das cardiomiopatias
infiltrativas
Influência da imersão aquática em dois níveis de profundidade sobre a modulação autonômica cardíaca de adultos jovens fisicamente ativos
JOSE LUIZ BARROS PENA, CAMILA ALMEIDA DA MATA, FRANCISCO ANTÔNIO NOVAIS SANTOS, RODRIGO ABBUD ATTUX, ALEXANDRE FERREIRA,
JOYCE DIAS VIANA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, RAFAEL AVELAR
FONSECA CARDOSO e FÁBIO ÁVILA TÓFANI
JONATHAN LOPES MOREIRA, WALKIRIA LUIZA SILVA DE SOUZA, RAISA DO
COUTO VAZ, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA e RAFAEL LEITE ALVES
Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, , BRASIL - Clínica Baeta Vianna, Belo
Horizonte, , BRASIL.
Introdução: As Cardiomiopatias Infiltrativas (CI) estão relacionadas ao depósito
de substâncias anormais nas paredes do coração, modificando o enchimento
ventricular. Algumas CI aumentam a espessura do ventrículo, enquanto outras
dilatam as câmaras e adelgaçam as paredes. Nosso objetivo é apresentar uma
série de pacientes e discutir os diagnósticos diferenciais desta condição.
Metodologia: Selecionamos 40 pacientes com comprovada CI: 21 tinham amiloidose, 6 hemocromatose, 5 doença de Fabry, e 2 casos de cada das seguintes doenças: ataxia de Freidreich, oxalose cardíaca, sarcoidose e mucopolissacaridose.
A maioria foi avaliada pelo Doppler tecidual e índices de deformação miocárdica
(IDM) - strain/strain rate baseados no Doppler e speckle tracking bidimensional.
Resultados: Todos tinham disfunção distólica em diferentes estágios. Aqueles
com amiloidose tinham aumento do átrio esquerdo, marcada redução do strain
sistólico, global e regional, geralmente < -10%, e 85% tinham função longitudinal preservada na região apical. Na ataxia de Freidreich, reduções discretas dos
IDM foram identificadas. Os casos de doença de Fabry tinham proeminência do
músculo papilar e aparência binária das bordas do endocárdio. SR mostrou um
sinal de pico duplo, em parede lateral indicando substituição fibrosa. Os casos de
oxalose cardíaca mostraram endocárdio com muito brilho e pontos de reflexão
(speckle). Casos de mucopolissacaridose mostraram hipertrofia septal assimétrica com hiperecogenicidade. Quatro casos de hemocromatose apresentaram
ventrículo esquerdo (VE) dilatado com disfunção sistólica e dois disfunção diastólica. Os casos de sarcoidose apresentaram VE com aneurisma apical, com componente fibrótico e espessamento do septo interventricular.
Conclusão: Cada tipo de CI afeta o coração diferenciadamente, produzindo dados morfológicos e funcionais distintos. Novas tecnologias, como IDM parecem
promissores para a diferenciação etiológica. O conhecimento destas características ecocardiográficas permitirá aos ecocardiografistas diferenciar as diferentes
entidades, favorecendo o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
28802
4
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG,
BRASIL.
Introdução: A imersão em água pode interferir na modulação autonômica cardíaca1,2, a qual pode ser avaliada pela análise da variabilidade da frequência
cardíaca (VFC). No entanto, pouco se conhece sobre a influência de diferentes
níveis de imersão sobre a VFC em repouso. Objetivo: Verificar o comportamento
da VFC de adultos jovens fisicamente ativos durante repouso, em relação a dois
níveis de profundidade de imersão em água, comparados ao solo. Metodologia:
Jovens saudáveis foram analisados, em dois níveis de imersão em água (posição
1 na crista ilíaca e posição 2 no processo xifóide), com intervalo de 24 hs entre
as avaliações. A temperatura ambiente e da água foram controladas. A VFC foi
constantemente registrada por cardiofrequencímetro, sendo considerados os dados dos domínios do tempo (rMSSD e pNN50) e da frequência (BF, AF e BF/AF)
nos seguintes momentos: 10 min de repouso sentado em solo, 15 min de imersão
em água e nos 15 min de recuperação em solo. Para análise estatística utilizouse Teste T pareado considerando significativo p<0,05 Resultados: avaliou-se 10
homens, idade 22,6 ± 2,1 anos, Índice de Massa Corporal 25,2 ± 3,68 %, classificados como ativos pelo IPAQ. Na VFC no domínio do tempo, observou-se um
aumento nos índices do solo para a água, sendo significativo apenas na posição
2 para ambos os índices, rMSSD (51,7 ± 25,8 vs 84,8 ± 44,2, p=0,001) e pNN50
(11,7± 8,0 vs 16,2 ± 9,3, p=0,044). Da água para o solo durante a recuperação
não se observou diferença significativa em qualquer das posições. Em relação
ao domínio da frequência não houve diferença significativa na razão BF/AF em
ambas as posições, na comparação entre o solo e imersão e dessa para a recuperação. Entretanto em relação aos componentes BF e AF, notou-se na posição
2 um aumento significativo do solo para a imersão, no BF (2494,7± 1940,9 vs
3750,1 ± 2077, p=0,002) e no AF (1134,1 ± 952,2 vs 2721,7 ± 2536,0, p=0,015).
Conclusão: os resultados sugerem que quanto mais imerso o corpo dos indivíduos jovens saudáveis fisicamente ativos, maior a influência sobre a VFC tanto no
domínio do tempo quanto da frequência.
28811
Associação da hipertensão arterial com fatores de risco cardiovascular em
pacientes do norte de Minas Gerais
Efeitos do hormônio tireoidiano e do exercício físico no coração de ratos.
SOUZA, L R, MARTINS, L V, MENDES, A J, MENDONÇA, F Q, CORDEIRO, G C,
MOURA, P H T, BRANDÃO, D T D, MORAIS, R M, PIMENTA, H B e CALDEIRA,
AP
FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA, ELMIRO SANTOS RESENDE, POLIANA
RODRIGUES ALVES, LEANDRO TEIXEIRA PARANHOS LOPES e ALEXANDRE
GONÇALVES
Universidade Estadual de montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO:Uma dificuldade que se encontra na redução da morbimortalidade
cardiovascular no hipertenso é o tratamento voltado exclusivamente no controle
dos níveis pressóricos. Estratégias modernas no manejo da hipertensão apontam
para uma avaliação global do paciente. Isto implica em investigar a presença de
fatores de risco cardiovascular (FRCV) adicionais. Os FRCV são definidos pelas
condições que elevam as chances de eventos cardiovasculares adversos, entre
os quais estão o tabagismo, diabetes, sedentarismo e história familiar de doença arterial coronariana (DAC). A associação desses fatores com a hipertensão é
muito freqüente. OBJETIVO: Avaliar os FRCV presentes no paciente hipertenso.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e exploratório. A seleção de pacientes foi realizada em municípios do norte de Minas Gerais de forma
aleatória, junto às equipes de saúde da família, também alocadas aleatoriamente
e com pesquisa na Ficha “B” (cadastro dos hipertensos) do Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB). Teve como critérios de inclusão: homem acima
de 45 anos ou mulher acima de 55 anos e ter diagnóstico de hipertensão arterial
sistêmica. Foram excluídos os pacientes com histórico de evento cardiovascular maior prévio (infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral). RESULTADOS E DISCUSSÃO:Dentre os resultados parciais da pesquisa, compôs-se uma
amostra de 291 hipertensos. Destes pacientes, 19 (6,5%) referiram ser tabagistas
e 61 (20,9%) referiram apresentar história familiar de DAC. 85 pacientes (29,2%)
referiram fazer atividade física regular, enquanto que o sedentarismo foi encontrado em 206 pacientes (70,7%). Diabetes e hipertensão associados foram encontradas em 67 pacientes (23%). Os dados obtidos são semelhantes a outros
trabalhos nacionais, excetuando-se a menor prevalência de tabagismo nesta
amostra pesquisada. CONCLUSÃO:Observou-se uma alta prevalência de FRCV
adicionais em hipertensos, o que reforça a necessidade de medidas educativas
de combate aos fatores modificáveis, como o sedentarismo; além de promover o
manejo apropriado dos fatores não modificáveis, como o tratamento do diabetes
e maior rigorosidade no rastreamento de DAC em portadores de história familiar
para a doença.
Fundamento: O hormônio tireoidiano (HT) e o exercício físico (EF) atuam produzindo elevaçãol do metabolismo orgânico e determinando maior consumo de
oxigênio tecidual. Esta demanda aumentada de oxigênio é suprida, em parte,
pela elevação da frequência e do débito cardíacos e da pressão arterial sistêmica,
com concomitantes modificações estruturais do coração. Objetivo: Verificar os
efeitos do HT , do EF e de sua associação, no coração de ratos. Método: Foram
utilizados 37 ratos Wistar, machos, adultos (>250g), distribuídos, aleatoriamente,
em quatro grupos: controle (C), hormônio (HT), exercício (E), hormônio e exercício (HTE). O grupo C não sofreu intervenção; o grupo HT recebeu, diariamente,
levotiroxina sódica, por gavagem, na dose de 20 μg/100g de peso corporal; o
grupo E realizou natação (EF) até a exaustão, cinco vezes por semana, com peso
adicional correspondente a 20% de cada peso corporal; no grupo HTE foi feita
a associação do HT e EF nas mesmas doses já descritas. A duração do experimento foi de seis semanas. Os grupos foram comparados quanto ao T4 sérico,
peso total do coração, peso do ventrículo esquerdo (VE), diâmetro transversal
dos cardiomiócitos e porcentagem de colágeno. Na comparação utilizou-se o teste t, Wilcoxon e ANOVA, complementada pelo teste de Tukey, ou Kruskall Wallis,
considerando-se significantes valores de p<0,05. Resultados: Os níveis de T4
foram mais elevados nos grupos que receberam HT. O peso total do coração foi
maior nos grupos HT e HTE, em comparação ao C e E. O peso do VE foi maior no
grupo HT, em comparação ao grupo E. O diâmetro transversal dos cardiomiócitos
foi maior nos grupos HT, HTE e E, em comparação ao C. O grupo HT apresentou
diâmetros celulares maiores em relação aos grupos C, HTE e E. A porcentagem
de colágeno foi maior no grupo HTE em comparação aos grupos C, HT e E. O
grupo E apresentou maior teor de colágeno do que o grupo HT. Conclusão: Os
grupos que receberam HT apresentaram hipertrofia cardíaca, com aumento do
peso do coração, do VE e maiores diâmetros transversais dos cardiomiócitos.
Tanto no HT quanto no E houve aumento dos diâmetros dos cardiomiócitos. O EF
aumentou o colágeno, principalmente quando associado ao HT.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
28814
28830
Pacientes com fibrilação atrial persistente e insuficiência cardíaca classe
IV, com e sem caquexia cardíaca, beneficiam-se da cardioversão a ritmo
sinusal?
Monitorização de cardiotoxidade em pacientes portadoras de câncer de
mama submetidas a quimioterapia com antraciclinas : Modelo de acompanhamento em ambulatório de cardio-oncologia
THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, EDUARDO BACK STERNICK, RICARDO
DE SOUZA ALVES FERREIRA, CLARA PRATES TEIXEIRA, NICOLLE LAUAR
PIMENTA, ANTONIO OSVALDO DE FREITAS JUNIOR e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
ARIANE VIEIRA SCARLATELLI MACEDO, MARCOS ALMEIDA MAGALHÃES
ANDRADE JUNIOR, RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA, LUCIANA PINHEIRO SALGADO e ENALDO MELO DE LIMA
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, PA, BRASIL.
A fibrilação atrial (FA) e a insuficiência cardíaca (IC) coexistem em ≈ 40% dos casos. A FA dobra a mortalidade da IC e a IC classe IV NYHA tem mortalidade ≈ 50%
ao ano. Objetivos - Avaliar a eficácia da cardioversão elétrica (CVE) e amiodarona
na reversão e manutenção do ritmo sinusal e na sobrevida de pacientes com IC
classe IV e FA < 1 ano de duração, na presença e ausência de caquexia cardíaca
(CC). Métodos - Critérios de inclusão: IC classe IV compensada; fração de ejeção
(FE) < 40%; FA persistente < 12 meses. Critérios de exclusão: freqüência cardíaca < 60 bpm; duração ignorada da FA; e átrio esquerdo > 60 mm. Foi estudo
prospectivo de coorte, cujos desfechos foram a manutenção do ritmo sinusal e a
sobrevida sem transplante cardíaco num seguimento de 12 meses. Após estabilização clínica, optimização medicamentosa para a IC e anticoagulação adequada,
os pacientes submeteram - se a impregnação com amiodarona e CVE. Resultados - Foram comparadas a manutenção do ritmo sinusal e a sobrevida em 3 grupos: G1 (com CC, 13 pacientes, 55 +/- 16 anos, duração FA 5,7 +/- 4,7 meses, FE
= 18,7 +/- 4,6%, ); G2 (sem CC, 33 pacientes, 61,2 +/- 10,2 anos, duração FA 7,2
+/- 4,3 meses, FE 31 +/- 7,5 %) e G2A (sem CC,10 pacientes, 62 +/- 10,4 anos,
duraçao FA 4,5 +/- 4,2 meses e FE 22,4 +/- 1,6%). Os 3 grupos são similares em
relação à idade e duração da FA. Os grupos 1 e 2 diferem na FE e, portanto não
podem ser comparados. Os grupos 1 e 2A são similares também na FE e foram
comparados. Foram realizadas curvas de Kaplan-Meyer para a comparação da
manutenção do ritmo sinusal, sobrevida e desfechos combinados nos grupos 1 e
2A. No grupo 1, houve 8 mortes, 3 transplantes cardíacos (censurados na curva
de sobrevida como mortos), 1 vivo e em ritmo sinusal e 1 vivo e em FA. No grupo
2A houve apenas 1 morte, nenhum transplante, 6 vivos e em RS e 3 vivos e em
FA. Conclusões - A CC, mas não a FE, foi capaz de identificar os pacientes que
não se benefiaram da CVE e amiodarona; A CC é um marcador de mal prognóstico na IC com FA; Os pacientes sem CC parecem beneficiar-se da cardioversão
a ritmo sinusal, a despeito da FE.
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte , MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO:A cardiotoxidade induzida pela quimioterapia é um problema clínico com grande impacto na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes com
câncer .A melhor abordagem para minimizar a cardiotoxidade é a detecção precoce do seu surgimento e o início do tratamento preventivo. Diante deste cenário
, se faz necessário a interação e o trabalho conjunto da cardiologia e oncologia.
OBJETIVO :Oferecer aos pacientes portadores de câncer de mama em tratamento com antraciclinas uma rotina de acompanhamento cardiológico que permita
prevenir , detectar e tratar a cardiotoxidade induzida por quimioterapia com antracíclicos MÉTODOS:Os pacientes portadores de câncer de mama em programação de tratamento com antraciclinas são encaminhados para avaliação cardiológica no ambulatório de cardio-oncologia .A avaliação cardiológica consiste
em anamnese, exame físico cardiovascular,eletrocardiograma , ecocardiograma
com strain bidimensional e dosagem de biomarcadores. RESULTADOS:Entre
fevereiro e Abril de 2012 , o ambulatório de cardio-oncologia atendeu 21 pacientes. Aplicamos nosso modelo de acompanhamento cardiológico em todos os
pacientes em tratamento com antraciclínas .Não detectamos disfunção ventricular induzida pela antraciclina em nenhum paciente. Até o momento, não houve
alteração eletrocardiográfica e de biomarcadores sanguíneos. Todos os pacientes serão acompanhados por, no mínimo, 5 anos após o término da quimioterapia. CONCLUSÃO :A criação do ambulatório de cardio-oncologia , no serviço
de oncologia do Hospital Mater Dei busca a interação entres as especialidades
cardiologia e oncologia , com objetivo de uniformizar definições e promover assitência de qualidade, através da criação de protocolos de cuidados como o aqui
apresentado, tendo em vista a alta prevalência de cardiotoxidade induzida por
antraciclinasnos pacientes em tratamento de câncer de mama.O nosso objetivo
final é, além de oferecer o suporte cardiológico integrado ao paciente em quimioterapia, é também promover e disseminar o conhecimento, cujo resultado final
deve ser a melhora no atendimento ao paciente oncológico.
28851
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Perfil clínico e epidemiológico de possíveis e potenciais doadores de órgãos para transplantes: estudo prospectivo
Estudo do perfil inflamatório de potenciais doadores de órgãos para transplantes através da análise de citocinas.
DAVID CÉSAR LOUZADA ALVARES MACEDO, ALESSANDRO FERNANDES
GUIMARAES, ARIEL JOSÉ VILLAR GONCALVES, SÍLVIO AMADEU DE ANDRADE, SIMONE LINO MELLO, ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA e
MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
ALESSANDRO FERNANDES GUIMARAES, ARIEL JOSÉ VILLAR GONCALVES, DAVID CÉSAR LOUZADA ALVARES MACEDO, SÍLVIO AMADEU DE ANDRADE, SIMONE LINO MELLO, ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA e
MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Poucos estudos analisaram o perfil clínico e a evolução hospitalar dos
doadores de órgãos. Tais características implicam na mortalidade precoce ou tardia do transplantado, bem como na quantidade de transplantes. Objetivos: Avaliar
o perfil clínico e epidemiológico de possíveis e potenciais doadores de múltiplos
órgãos para transplantes. Métodos e delineamento: Estudo observacional, transversal e prospectivo. No período de julho/2007 a julho/2008 foram avaliados 120
possíveis e potenciais doadores de múltiplos órgãos para transplantes internados
em um hospital referência em politraumatismo. Foi feito o levantamento de dados
clínicos e epidemiológicos por um único investigador, através de entrevista com
familiares, exame clínico, consulta de prontuários médicos e registro em ficha
clínica previamente elaborada para esse propósito. Resultados: Avaliou-se 120
pacientes(PTS), 74,16% sexo masculino, idade média 34,92 ± 15,80 anos e tempo de permanência hospitalar médio de 2,38 ± 1,53 dias. A principal causa de
morte encefálica (ME) foi o traumatismo crânio-encefálico (TCE) (80%), seguido de acidente vascular encefálico (18,3%). A recusa familiar ocorreu em 22%
dos casos. A noradrenalina foi utilizada em 110 (91,6%), dose média de 54,89
µg/min. A confirmação de morte encefálica foi concluída em apenas 65 (54,1%);
55 (45,83%) permaneceram com testes não conclusivos e destes 31 (25,83%)
tiveram parada cardíaca antes de completar os exames do protocolo de ME.
Comparando-se os possíveis (55 PTS) e os potenciais doadores (65 PTS), os
grupos foram semelhantes em relação ao sexo, idade, uso de aminas. Tornaramse doadores reais de órgãos 44 (36,6%) Houve associação entre sexo masculino
e menor comprometimento hemodinâmico (p=0,005).Conclusão: O perfil clínico
dos doadores foi: sexo masculino, jovem (34,9 anos), vítima de TCE, ausência de
co-morbidades, permanência hospitalar média de 2 dias e em uso de altas taxas
de inotrópicos venosos; metade dos PTS não completa o protocolo de ME, sendo
que um terço tem PC antes do término dos exames; em nosso meio, a negativa
familiar não parece ser fator relevante; os possíveis doadores não são aproveitados na sua plenitude e precisam de melhores cuidados.
Introdução: A morte encefálica (ME) induz uma resposta inflamatória sistêmica
maciça. A maioria dos transplantes de órgãos é advinda de doadores vítimas de
traumatismo crânio-encefálico (TCE). A possível relação entre o perfil clínico de
doadores de órgãos e as citocinas tem sido pouco explorada. Objetivo: Analisar
o perfil clínico dos potenciais doadores de múltiplos órgãos, com diagnóstico de
ME, internados em regime hospitalar de terapia intensiva e sua correlação com
os níveis de citocinas. Métodos e delineamento do estudo: Estudo observacional,
transversal e prospectivo. No período de julho de 2007 a julho de 2008 foram avaliados 40 potenciais doadores de múltiplos órgãos para transplantes, internados
em um hospital referência em politraumatismo. Imediatamente após o diagnóstico
de ME e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram coletados 2ml de sangue, que eram centrifugados (5.000 RPM) para separação do
plasma. As alíquotas de plasma foram estocadas em freezer com temperatura
– 80 C0 até o momento das análises. A mensuração das citocinas foi feita pela citometria de fluxo: IL-1β, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, TNF E IFNG (Cytometric
bead array BD CBA TM software). Análise estatística com programa SPSS versão
12.0. Resultados: Foram avaliados 40 pcts com diagnóstico de ME. A idade média foi de 31,92 ± 14,15 anos, 72,5% sexo masculino. A principal causa de ME
foi TCE (95%). Foram utilizados inotrópicos venosos em 95% e o tempo médio
de permanência hospitalar foi de 2,65 ± 1,57 dias. A doação efetiva de múltiplos
órgãos ocorreu em 77,5% dos pcts. Os níveis de IL (pg/ml) foram: IL-2 3.32, IL-4
2.63, IL-5 11.4, IL-10 25.99, INF 9.72 e TNF 2.32. Em 35% dos doadores a IL-6
foi superior a 5000 pg/ml. Não houve associação entre os níveis de IL e o sexo,
a idade, exames laboratoriais ou a efetivação da doação de órgãos. A correlação
de Pearson entre IL-6 e TNF foi 0.001 e entre IL-2 e IL-10TH2 foi de 0,002 e em
relação à INFG foi de 0,005. Conclusão: Os níveis de citocinas pró e antiinflamatórias encontravam-se elevados em pacientes com ME, entretanto, não houve
correlação com o perfil clínico e laboratorial dos doadores.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
5
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Relação entre capacidade funcional, função cardíaca e qualidade de vida na
cardiopatia chagásica.
Aumento da capacidade funcional está associado com os níveis séricos de
BDNF e modulação autonômica na cardiopatia chagásica.
HENRIQUE SILVEIRA COSTA, RAFAEL LEITE ALVES, STELA ALVES DA SILVA, SARAH MELO SILVA, MARCONI GOMES DA SILVA, MARIA DO CARMO
PEREIRA NUNES, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA e MANOEL OTÁVIO DA
COSTA ROCHA
MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, BRUNO R NASCIMENTO, HENRIQUE SILVEIRA COSTA, LIDIANE APARECIDA PEREIRA DE SOUSA, MARIA CLARA NOMAN DE ALENCAR, ANTONIO LUCIO
TEIXEIRA, MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA e ANTONIO LUIZ PINHO
RIBEIRO
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: O Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6’) é amplamente utilizado na análise da capacidade funcional (CF) em cardiopatas, no entanto tem
limitações por ser auto-controlado. Paralelamente, o Shuttle Walk Test (SWT)
também utilizado em cardiopatas, por impor um ritmo padronizado, exige um esforço maior e tem demonstrado melhor correlação com CF observada no teste
de esforço máximo. Entretanto, não foram encontrados estudos que utilizassem
o SWT em sujeitos com doença de Chagas. Objetivo: Avaliar a associação da
CF pela distancia percorrida nos TC6’ e SWT em sujeitos com doença de Chagas e analisar a relação da CF com disfunção sistólica, diastólica e qualidade de
vida. Metodologia: Indivíduos com cardiopatia chagásica (n=21; 48,6±7,9 anos;
81% homens), sedentários, sem comorbidades cardíacas e/ou sistêmicas foram
avaliados pelo TC6’ e SWT, ecocardiograma e questionário de qualidade de vida
Minnesota (QQVM). Cada teste foi aplicado por um avaliador, o qual desconhecia
resultado dos demais testes. Variáveis consideradas: fração de ejeção ventricular
esquerda, diâmetro diastólico ventricular esquerdo indexado, disfunção diastólica
e a medida da distância percorrida nos testes. Valores são expressos em mediana
e intervalo interquartílico e aplicaram-se os testes de Wilcoxon e de correlação de
Spearman. Resultados: Não se observou diferença significativa na CF avaliada
pelo TC6’ e SWT (526,5 vs 450,0 metros, p=0,768), entretanto a correlação foi
fraca e não significativa (r=0,246, p=0,283). Não se notou correlação significativa
dos dois testes com variáveis ecocardiográficas. Correlação inversa significativa
foi observada entre SWT e QQVM (r=-0,497, p=0,022). Conclusão: Apesar da CF
nos dois testes ter se apresentado semelhante, não mostrou correlação significativa, o que pode ser devido a diferenças metodológicas em relação ao nível de
esforço exigido pelos testes. O impacto da doença sobre a qualidade de vida foi
melhor notado pelo SWT.
Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG.
Introdução: Foi demonstrado que o treinamento aeróbio (TA) é eficaz em aumentar a neuroproteção pela elevação do fator neurotrófico derivado do cérebro
(BDNF) e modificar positivamente o equilíbrio autonômico. A disfunção autonômica é uma característica da cardiopatia chagásica (CCh). Foram investigados os
efeitos do TA em níveis de BDNF e também sua relação com a modulação autonômica na CCh. Design: série de casos de CCh tratados com TA. Métodos: Foram
recrutados 19 pacientes com CCh (48,5±8,7 anos, 52,6% do sexo masculino)
que não praticavam exercício físico regular. A avaliação dos níveis de BDNF, da
distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos (DC6’) e dos índices
da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) (SDNN, rMSSD) foi realizada antes
e após o TA (12 semanas). Resultados: Após o TA, observou-se melhoras na DC6’
(Δ mediana=83,5m, p=0,001), na freqüência cardíaca de repouso (Δ=-6,9±8,8 b/
min, p=0,002) e na resposta cronotrópica (Δ=7,4±9 b/min, p=0,002). O aumento
na DC6’ foi fortemente relacionada com o aumento dos níveis de BDNF (r=0,673,
p=0,002), com o BDNF pré-treinamento (r=-0,739, p<0,001) e com a resposta
cronotrópica (r=0,578, p=0,010). O aumento da BDNF foi relacionado com índices mais elevados da VFC pré-treinamento (SDNN, r=0,646, p=0,003; rMSSD,
r=0,672, p=0,002, respectivamente). Tanto os valores basais do índice SDNN e
a alteração nos níveis de BDNF foram altamente preditivos para o aumento de
pelo menos 50 metros da DC6’ após TA (AUROC de 0,84 e 0,91, respectivamente). Conclusões: Na CCh, o aumento da capacidade funcional foi associado com
baixos níveis basais de BDNF e com o aumento dos níveis de BDNF após TA. A
integridade do sistema nervoso autônomo pode desempenhar um papel na adequação da resposta do TA em pacientes com CCh.
Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG.
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28861
Fatores de risco cardiovascular em portadores de HIV/AIDS acompanhados
em serviço de Infectologia de Belo Horizonte-MG
Ambulatório multiprofissional pós síndrome coronariana aguda: implantação e perfil dos pacientes
CARLA STARLING HUBNER, RENATA ELIANE DE ÁVILA, FRANÇOIS DELIGNE, HOSANA RAMOS FERNANDES, MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE
CARVALHO, LEONARDO DE CAMPOS CORREA OLIVEIRA, VIVIANE CELESTINO DOS SANTOS e VANDACK NOBRE
SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA, ANA CAROLINA SPINELI MORAES,
BRUNA PEREIRA DOMINGOS, CLEIDINEY ALVES E SILVA, GABRIELA FREITAS PINHEIRO, GABRIELLA RODRIGUES COELHO, MÁRCIA VILAÇA TEIXEIRA e MONIQUE CANELHAS LAGE
Centro Universitário de Belo Horizonte-UniBH, Belo Horizonte, , BRASIL - CTRDIP Orestes Diniz UFMG/PBH, Belo Horizonte, , BRASIL - Centro de Pós-graduação da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, , BRASIL.
Hospital das Clínicas da UFMG , Belo Horizonte , MG, BRASIL.
Introdução: A mortalidade por doença cardiovascular em portadores da infecção
pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) aumentou progressivamente nos
últimos anos. Este fenômeno se deve a fatores tais como, maior sobrevida após o
início da terapia anti-retroviral de alta potência (TARV), ação inflamatória direta do
vírus e eventos adversos da TARV. Somam-se a estes fatores aqueles presentes
na população geral, como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial (HAS), obesidade, dislipidemias e história familiar. Objetivo: Descrever o perfil de risco cardiovascular em amostra consecutiva de portadores de infecção pelo HIV assistidos
em serviço de referência de Infectologia em Belo Horizonte, MG. Métodos: Estudo
descritivo, transversal, cujos dados foram coletados durante consulta ambulatorial de controle. Foram registrados idade, sexo, tempo de diagnóstico da infecção
pelo HIV, uso de TARV, variáveis de risco para doença arterial coronariana (DAC),
como HAS, tabagismo, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal,
dislipidemia, hiperglicemia. Resultados: Na amostra de 100 pacientes, a média de
idade foi de 46 anos, 61,6% homens. O tempo médio de diagnóstico de infecção
pelo HIV foi de 11 anos e 92% dos pacientes encontram-se em uso de TARV, com
tempo médio de exposição de 8 anos. Quanto ao risco cardiovascular, verificouse uma incidência de 29% de HAS, 35% de tabagismo, 13% de hipercolesterolemia e 18% de hipertrigliceridemia. Diabetes mellitus tipo II ou resistência periférica
à insulina esteve presente em 4 % dos casos. Sobrepeso e obesidade foram
verificados em 45% dos pacientes. A obesidade central-circunferência abdominal alterada-foi verificada em 25%. Conclusão: Na amostra estudada verificou-se
uma prevalência semelhante à da população geral em relação ao risco de DAC.
Entretanto, a média de idade foi inferior à faixa etária populacional na qual este
risco é mais evidente. Isto pode indicar que, em idade mais avançada, estes fatores se tornarão ainda mais prevalentes nesta população. Assim, pode-se estimar
um maior risco de DAC nestes pacientes, expostos não somente aos fatores de
risco habituais, como também aos efeitos adversos da TARV e à ação direta do
vírus na aterogênese.
6
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, BRASIL.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de morbimortalidade mundial. Inúmeros fatores contribuem para acelerar o processo degenerativo arterial envolvido nessa doença. Observando uma tendência mundial
no controle dos múltiplos fatores de risco e a inexistência de um atendimento
multiprofissional direcionado aos pacientes após uma Síndrome Coronariana
Aguda (SCA), foi criado o AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL PÓS UNIDADE CORONARIANA do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas
Gerais (HC-UFMG). Objetivo: O presente trabalho busca descrever a implantação
do ambulatório pela equipe de residentes multiprofissionais em Saúde Cardiovascular e traçar um perfil da população atendida. Método: Durante o período de
maio a agosto de 2011 foram avaliados e classificados os pacientes atendidos
quanto à presença de fatores de risco para DAC. Resultados: A implantação do
referido ambulatório se deu com a necessidade de acompanhar de forma multiprofissional os pacientes acometidos por DAC, sendo o público alvo aqueles com
internação recente na Unidade Coronariana do HC-UFMG devido agravamento
da doença (SCA). Os atendimentos são realizados por profissionais de Enfermagem, Fisioterapia e Fonoaudiologia integrantes do Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde Cardiovascular com o intuito de estabelecer medidas
de tratamento não farmacológico aos pacientes com perfil citado. No período
de Maio a Agosto de 2011 foram atendidos 37 pacientes dos quais, 73% eram
homens e 27% mulheres. A faixa etária variou de 35 a 76 anos, média de 55,6
anos. A hipertensão teve prevalência de 73% e diabéticos representaram 32%.
Na população estudada, 24% se declararam tabagistas e apenas oito pacientes
nunca haviam fumado. A prevalência de obesidade foi de 76%. O LDL colesterol
mostrou-se mais aumentado entre os homens do que entre as mulheres, 56% e
50% respectivamente. Conclusão: Uma vez que os pacientes atendidos apresentaram múltiplos fatores de risco passíveis de controle com uma abordagem
multiprofissional adequada, o acompanhamento multidisciplinar dos portadores
de doenças cardiovasculares é fundamental para alcançarmos uma redução na
morbi-mortalidade e nos gastos com saúde pública.
28874
Angiotomografia de coronárias na avaliação da ponte miocárdica
MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO
PEREIRA NUNES, MARCELA MASCARENHAS DE PAULA, LUIZA SAMARANE
GARRETO, MARINA OLIVEIRA CARVALHO, MARINA RANGEL MOREIRA BARROS ALVES e MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecologia Humana - FASEH, Vespasiano, MG, BRASIL.
Introdução: A ponte miocárdica (PM) é definida como um segmento de uma artéria coronária epicárdica que apresenta um curso intramural no miocárdio. Embora
a PM seja clinicamente silenciosa na maioria dos casos, tem sido associada com
isquemia do miocárdio, arritmias e morte súbita. A angiografia coronarina convencionail é o padrão ouro para a detecção da PM, mas é invasivo e pode não
ser suficientemente sensível comparativamente aos estudos de autópsia. Recentemente, a tomografia computadorizada multislice das coronárias (TMC) tornou
possível a detecção do curso das artérias coronárias, incluindo a PM.
Objetivo: Avaliar a prevalência de PM em pacientes com suspeita de doença arterial coronariana submetidos a TCM e avaliar o valor preditivo desse método a
médio prazo.
Métodos: Durante o período de 2008 a 2011, 498 pacientes consecutivos foram
examinados por TMC para o diagnóstico de doença coronária, sendo realizado
avaliação para presença de PM e acompanhados por um seguimento médio de
19 meses para a ocorrência de eventos cardiovasculares (morte, hospitalização e
/ ou revascularização do miocárdio).
Resultados: A idade média dos pacientes foi de 58,4 ± 12,5 anos, com sexo masculino de 74,3%. Entre os pacientes, 7,6% (38 pacientes) mostrou PM. As principais indicações foram angina pectoris em 45,8% e teste de estresse positivo
em 33,3%. 37,5% apresentaram doença aterosclerótica, sendo que apenas um
paciente apresentou estenose coronariana significativa. Durante o seguimento,
nenhum paciente mostrou eventos adversos.
Conclusão: A TMC representa uma técnica não invasiva com elevada acurácia
na avaliação anatômica das artérias coronárias, podendo ser particularmente útil
para avaliar a incidência, localização e morfologia da ponte miocárdica in vivo.
28876
Prevalência de coronariopatia aterosclerótica pela angiotomografia em pacientes com cintilografia miocárdica com déficit perfusional leve a moderado
MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO
PEREIRA NUNES, AQUILES DINIZ COELHO GONTIJO, CESAR FERNANDES
LOREDO, GEORGIA CORREIA DE QUEIROZ FACCIN, LEONARDO SCHIESS
SALES ANTUNES, PATRICIA SANTOS LOREDO TOFANI e MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecologia Humana - FASEH, Vespasiano, MG, BRASIL.
Introdução: Pacientes com cintilografia miocárdica apresentando déficit perfusional leve ou moderado para isquemia miocárdica geralmente representam uma
dificuldade no manejo destes pacientes, podendo levar à indicação para cateterismo cardíaco, exame de caráter invasivo e com morbimortalidade não desprezível.
A ocorrência de resultados positivos pode ser devida a várias situações clínicas,
além da coronariopatia aterosclerótica. A angiotomografia coronariana multislice
(ACM) representa método minimamente invasivo com elevada acurácia no diagnóstico de obstrução coronária. Objetivo: Avaliar a prevalência de coronariopatia
em pacientes com cintilografia miocárdica com déficit perfusional leve a moderado em pacientes submetidos à ACM, avaliando o valor preditivo deste método em
médio prazo. Material e Métodos: Durante o período de 2008 e 2011, 96 pacientes
consecutivos com cintilografia miocárdica positiva foram examinados pela ACM
para diagnóstico de DAC e acompanhados durante um seguimento médio de
19 meses para a ocorrência de eventos cardiovasculares (morte, internação e/
ou revascularização miocárdica). Resultados: A idade média dos pacientes foi
de 58,4±12,5 anos, sendo 74,3% do sexo masculino. Dos pacientes avaliados,
47,2% apresentaram coronárias normais, 22,5% obstrução leve e em 23,8% dos
pacientes o exame apresentou obstrução aterosclerótica moderada a significativa. Além disso, foram encontrados 4,8% de pacientes com origem anômala de
coronária e 4,8% de ponte miocárdica. Dos pacientes com ACM normal o valor
preditivo negativo para ocorrência de eventos adversos foi de 100%. Conclusão:
Pacientes com cintilografia com déficit perfusional leve a moderado apresentaram
ATM normal em quase metade dos pacientes, com presença de coronariopatia
moderada a significativa em cerca de 23,8%. O valor preditivo negativo da ATM
foi de 100% para eventos adversos em médio prazo. A ATM pode se mostrar útil
na avaliação da circulação coronariana em pacientes com cintilografia positiva.
28883
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Tratamento percutâneo de fistula arteriovenosa pulmonar (FAVP) congênita
(utilizando diversos materiais)
Fechamento percutâneo de CIA/FOP utilizando o ecocardiograma intracardíaco.
EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA
EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA
Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL
- Hospital LifeCenter, BH, MG, BRASIL.
Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL - Hospital Felicio Rocho, BH, , BRASIL Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.
Introdução: Fístula arteriovenosa pulmonar congênita é uma doença rara com
incidência de 2 por 100.000 habitantes. Os pacientes podem evoluir assintomáticos, com cianose intensa ou apresentarem embolia paradoxal. Objetivo: Apresentar seis casos FAVP tratadas por via percutânea utilizando; molas, Plug, Prótese
para oclusão de PCA e cola. Relato de casos: quatro pacientes (28, 34, 42 e 45
anos) eram assintomáticos quando apresentaram AVCI. O diagnóstico foi suspeitado em três pela passagem tardia de micro bolhas durante a realização do
ECO TE, em um durante o cateterismo cardíaco realizado com a intenção de
fechamento de forame oval, quando foi identificado ausência de SHUNT ao nível
do septo inter atrial, mas grande passagem de microbolhas para átrio esquerdo
quando a solução salina agitada foi injetada em ramos pulmonares. Duas crianças, de quatro e cinco anos apresentaram cianose intensa, após afastar outras
causas, o diagnóstico foi suspeitado e confirmado por angio tomografia do tórax.
Uma foi tratada inicialmente com implante de 14 molas de Gianturco com melhora
da saturação sistêmica de oxigênio de 66% para 88% (por permanecer shunt
residual). Ela apresentou piora da cianose recidiva das fístulas, sendo tratada
posteriormente com deposição de cola e ótimo resultado. A paciente tem se mantido assintomática com Sat 99% há sete anos. Outra criança de cinco anos com
cianose intensa e diagnóstico de fístula AV gigante com a câmara coletora maior
quer o átrio esquerdo, foi tratada com implante de uma prótese Amplatzer n 14/16
utilizada para oclusão de canal arterial grande com melhora da saturação de 82%
para 93% e tem se mantido estável por cinco anos. Discussão/ Conclusões: Pacientes com FAVP podem evoluir assintomáticos ou apresentarem complicações
graves como cianose intensa, embolia paradoxal e predisposição a abscesso
cerebral. O tratamento pode ser realizado por lobectomia ou até pneumectomia.
Atualmente, com a disponibilidade de vários tipos de materiais, o tratamento percutâneo pode ser realizado com sucesso na maioria dos casos. Entretanto, há
um grupo de pacientes em que as fístulas são múltiplas e difusas podendo ser
necessário o transplante pulmonar.
Introdução: O fechamento percutâneo da CIA OS e do FOP tem sido realizado
utilizando o ecocardiograma transesofágico (ECO TE) como padrão, durante o
procedimento. O emprego do ecocardiograma intracardíaco (ECO IC) permite a
realização do procedimento com anestesia local sendo realizado pelo mesmo
intervencionista. Objetivo: Descrever a experiência do serviço com esse procedimento em 47 pacientes consecutivos. Método: 688 pts foram submetidos a
oclusões de CIA/FOP desde 1999; a partir de abril de 2011 em 48 deles o procedimento foi guiado pelo ECO IC. O procedimento foi realizado com anestesia local
por punção da veia femoral direita em dois pontos em 44 pacientes e de ambas
as veias femorais em três pts. Resultado: 47 implantes foram realizados em 47
pacientes com idade de 4 a 80 anos (média 47), 47% do sexo feminino. Foram
ocluídas 20 CIAS com diâmetros entre 10 e 39 mm e 27 FOPs utilizando a prótese
Occlutech em todos eles. O procedimento foi realizado com sucesso em todos
eles e sem intercorrências de significado clínico. Todos pacientes receberam alta
hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Conclusão: A utilização do ECO
TE tem sido o procedimento padrão para a oclusão dos defeitos intracardíacos,
apresenta as desvantagens de: sedação ou anestesia geral para tolerância da
sonda, necessidade de outro profissional com interrupção da agenda de ECO. O
emprego do ECO IC permite que o exame seja feito pelo mesmo intervencionista,
com anestesia local associada ou não a leve sedação e sem o desconforto da
sonda esofágica. O ECO IC mostrou-se de fácil realização e apresenta a mesma
segurança do ECO TE.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
7
28886
Fechamento percutâneo das comunicações interatriais acima de 30 mm de
diâmetro.
EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA
Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL
- Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.
Introdução: O fechamento percutâneo da CIA OS tem sido realizado rotineiramente em todo o mundo como método de escolha, há mais de 10 anos com sucesso. CIAs grandes acima de 30mm são mais difíceis e freqüentemente requerem
cuidados técnicos especiais, sendo um desafio para o intervencionista. Objetivo:
Descrever a experiência do serviço no fechamento percutâneo de CIAs com essas características. Método: 64/469(13,6%) apresentavam CIA >30 mm. Idade
8 a 65 anos (m=34,6), 38/64(59%) feminino. A punção das veias femorais foi
utilizada em 63 e a punção transhepática em um paciente. Os procedimentos foram guiados pelo ECO trans torácico em um, ECO trans esofágico em 60 e o eco
intracardíaco em três pts respectivamente. Em três pacientes o emprego de um
balão e em dois a liberação parcial do disco esquerdo na veia pulmonar foram necessários para posicionar a prótese. Resultado: As próteses foram implantadas
com sucesso em todos pacientes; FA convertida com amiodarona venosa ocorreu
em três pts; dor torácica com melhora após 24 horas em dois; embolização da
prótese para VD retirada cirurgicamente em um paciente. Alta hospitalar 24
horas após o procedimento em 63 pts, exceto no paciente submetido à cirurgia.
O acompanhamento de 1 mês a 12 anos mostrou todos pacientes em classe
funcional I, com normalização ou diminuição significativa do VD. Conclusões: O
fechamento percutâneo da CIA OS grande apresenta maior dificuldade, mas pode
ser realizado com segurança e baixa morbidade, com a melhoria da experiência
do serviço. A oclusão percutânea dessas comunicações constitui-se o método de
escolha na maioria dos casos.
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TEMAS LIVRES - 05 e 06/07/2012
APRESENTAÇÃO PÔSTER
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28150
Análise das variáveis de impacto no tempo porta-balão
Benefícios da reabilitação cardíaca ambulatorial em pacientes pós infarto
agudo do miocárdio
HENRIQUE P M PENA, MÁRCIO V L BARROS, CARLOS E ORNELAS, ANTONIO C N FERREIRA, JOSE G CARNEIRO, ISABELLA M A R SOTER, MARIA
E C ANDRADE, ANDRE L PITANGA, SANDRO R CHAVES e MARCOS A M A
JUNIOR
BOTELHO, PATRICIA M, SANTOS, CHRISTIANA B C e BALDOINO, ALINE S
UNIJORGE, Salvador, BA, BRASIL.
Introdução: O intervalo de tempo entre a oclusão da artéria coronária e a reperfusão do miocárdio está diretamente associado ao prognóstico do paciente
(pt) vítima de Infarto Agudo do Miocárdio com Supra ST (IAMCSST). O Tempo
Porta-Balão (TPB) é indicador que mede o intervalo de tempo da entrada do pt
no Hospital à abertura da artéria. As diretrizes internacionais recomendam, como
meta, o TPB≤90 minutos. Objetivo: Estratificar o TPB e identificar as variáveis
que tiveram impacto neste indicador, e, a partir desta análise, estabelecer planos
de ação específicos. Materiais e métodos: Análise consecutiva de pts admitidos
no Hospital com IAMSST, de jan10 a fev12. Mensurado o TPB e analisado as
variáveis: Classificação de Risco, Clínica responsável pelo atendimento inicial,
Apresentação Clínica Típica ou Atípica,Tempo Porta-ECG, Tempo de acionamento à chegada do hemodinamicista (acionam-hem), Tempo admissão hemodinâmica (porta-hem) e tempo da abertura da artéria. Todos os casos foram discutidos
em reunião clínica e as variáveis analisadas pelo Comitê TBP. Resultados: 47 pts
foram admitidos no Hospital com IAMCSST, sendo 35 (74,5%) do sexo masculino, com idade média 64,6 ± 13,7 anos. O TPB apresentou mediana (interquartil)
de 85 (73-133) min, com 63,8% dos pts com TPB≤90. Dentre as variáveis avaliadas, correlacionou-se com o TPB≤90: a clínica responsável pelo atendimento
(p=0,007), classificação de risco (p=0,002) e apresentação clínica (p=0,005). O
tempo porta-ecg (p=0,023), porta-hem (p=0,000), acionam-hem (p=0,007) e tempo de abertura da artéria (p=0,004) também mostraram diferença significativa em
relação ao TPB≤90. Conclusão: 63,8% dos pts admitidos com IAMCSST apresentaram TPB≤90. A clínica responsável, classificação de risco e a sintomatologia
inicial mostraram-se fatores determinantes na variação do TPB, bem como os
tempos parciais: Porta-ECG, Porta-hem, acionam-hem e tempo de abertura da
artéria. O reconhecimento destas variáveis e de seu real impacto no TPB propicia
planos de ação direcionados, fundamentais à melhoria da qualidade assistencial
a pts com IAMCSST.
Existem efeitos deletérios que acometem pacientes após um Infarto agudo do
miocárdio, sendo a capacidade física e funcional as principais causas de incapacidade em realizar as atividades laborais e pessoais, além de fatores psicológicos que influenciam em uma má qualidade de vida. Assim, um programa de
Reabilitação Cardíaca Ambulatorial abrange atividades com exercícios aeróbicos
e resistidos proporcionando à reversão ou controle do sedentarismo. A inserção
dos pacientes nesse tipo de programa tem sido proposta como uma intervenção
segura e eficaz para prevenção dos fatores de riscos associados com o desenvolvimento da doença, e nesse contexto, essa revisão descreve os benefícios
advindos da prática regular de exercício físico em pacientes cardiopatas. O levantamento bibliográfico realizado utilizou como descritores: reabilitação cardíaca, infarto agudo do miocárdio, exercício aeróbico e exercício resistido, sendo
estes pesquisados nas bases de dados LILACS, PUBMED, SCIELO, SCIENCE
DIRECT E GOOGLE ACADÊMICO. Obteve-se um total de 98 estudos no período
de 2002 a 2012, relacionando o Infarto agudo do miocárdio com a Reabilitação
Cardíaca, sendo excluídos artigos de revisão, reabilitação hospitalar ou a outra
doença cardiovascular e que estivesse fora do período proposto. Ao final, 27 artigos foram utilizados para o desenvolvimento do estudo. Há comprovação cientifica que exercícios aeróbicos promovem aumento do VO2 de pico, traduzindo-se
em aumento da capacidade de suportar esforços prolongados, além de redução
do colesterol total, LDL-colesterol e níveis séricos de glicose. Os exercícios aeróbicos de alta intensidade são considerados superiores quando comparados a
exercícios de moderada intensidade em relação à melhora na capacidade funcional. Os exercícios resistidos foram inseridos recentemente em protocolos de reabilitação cardíaca, sendo esta forma de tratamento bem aceita pela comprovação
da sua eficácia. A literatura demonstra que exercícios resistidos foram capazes
de incrementar o tempo de exercício aeróbico e aumento de força muscular dos
membros inferiores, demonstrando consequente melhora da capacidade física.
Dessa forma, pacientes que realizam o exercício aeróbico e resistido tendem a
manter os benefícios alcançados durante a reabilitação cardíaca por mais tempo.
Visto que a capacidade de realizar exercícios associa-se como preditor de mortalidade, substancia-se a importância da inclusão de pacientes pós infarto agudo do
miocárdio em programas de reabilitação cardíaca ambulatorial.
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Re-confecção de anastomose sistêmico-pulmonar em paciente adulta com
cardiopatia congênita cianogênica complexa
Cardiopatia congênita do adulto: perfil clínico e ambulatorial. Aracaju/SE,
Brasil.
ANDERSON FERREIRA LEITE, IGOR FERREIRA DE SALES e EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA
FERNANDA N FARO, FERNANDA M S SOUTO, GEODETE B COSTA, GUSTAVO B A FARO e INGRID A S OLIVEIRA
Hospital das Clínicas / UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Infantil
João Paulo II / FHEMIG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE, BRASIL.
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade Ciências Médicas
Minas Gerais - Feluma, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Anomalias cardíacas congênitas complexas podem não ser passíveis
de correção cirúrgica curativa, sendo realizados procedimentos paliativos. A sobrevida após tais intervenções tem sido cada vez maior, havendo grande número
de adultos com cardiopatia congênita.
Objetivo: Relatar a eficácia de uma reintervenção paliativa em cardiopatia congênita complexa.
Relato de caso: Paciente do sexo feminino com cardiopatia congênita cianogênica complexa grave diagnosticada na adolescência. Apresentava dextrocardia,
dupla via de entrada do ventrículo esquerdo, dupla via de saída do ventrículo direito, grande comunicação interventricular, estenose pulmonar grave e hipoplasia
do tronco e ramos pulmonares. Realizado shunt de Blalock-Taussig modificado
com prótese de politetrafluoretileno (PTFE), como procedimento paliativo, aos
11 anos. Intercorreu com oclusão aguda do shunt, optando-se por confecção de
anastomose com prótese de PTFE entre aorta ascendente e ramo direito da artéria pulmonar. Permaneceu assintomática por mais de uma década, com gestação
sem complicação no período. Aos 23 anos, reiniciou dispnéia a mínimos esforços,
hipoxemia grave, cianose e policitemia. Ecocardiograma e estudo hemodinâmico
revelaram cardiopatia complexa com disfunção biventricular e obstrução grave
das conexões sistêmico-pulmonares previamente realizadas. Realizada nova
anastomose com prótese de PTFE entre parede anterior da aorta e ramo direito
da artéria pulmonar. Evoluiu com melhora clínica progressiva, remissão da dispnéia, hipoxemia leve e reversão marcante da cianose e policitemia.
Conclusões: O primeiro shunt de Blalock-Taussig foi realizado em 1945 e até hoje
é o procedimento paliativo de eleição para aumento do fluxo sanguíneo pulmonar
em cardiopatias congênitas cianogênicas complicadas. A confecção de anastomoses sistêmico-pulmonares se aprimorou, alcançando desfechos excelentes,
como neste caso em que a paciente sobrevive com qualidade de vida após várias
intervenções e complicações relacionadas.
FUNDAMENTO Experiências de serviços em adultos com cardiopatias congênitas não têm sido relatadas no nosso meio. OBJETIVO Descrever o perfil clínico
básico de adultos com cardiopatias congênitas atendidos ambulatorialmente em
centro terciário. MÉTODOS Foram revistos prontuários de 65 pacientes atendidos
durante o ano de 2011. A amostra foi dividida em um grupo com tratamento clínico
(Grupo 1) e outro submetido a intervenção terapêutica invasiva prévia, cirúrgica
ou percutânea (Grupo 2). Anotaram-se dados relativos a idade, gênero, procedência, diagnóstico principal, diagnósticos secundários e classe funcional. Nos
pacientes com mais de uma lesão, o diagnóstico principal coube ao da cardiopatia hemodinamicamente mais importante. RESULTADOS Grupo 1 (tratamento
clínico): 13 pacientes, 61,5% mulheres, 46,1% entre 15 e 30 anos de idade. As
cardiopatias mais freqüentes foram comunicação interventricular (CIV) (30,7%) e
estenose pulmonar valvar (15,4%). Os diagnósticos secundários predominantes
foram hipertensão arterial sistêmica (23%), arritmia (23%) e obesidade (15,4%).
Quanto à classe funcional, 61,5% dos pacientes encontravam-se na CF I, 23,1%
na CF II e 15,4% na CF III. Grupo 2 (tratamento invasivo): 52 pacientes, 51,9%
mulheres, 61,5% entre 15 e 30 anos de idade. As cardiopatias mais freqüentes
foram CIV (21,2%), tetralogia de Fallot (21,2%) e defeito do septo atrioventricular
(DSAV) (13,5%). Do total de pacientes operados, 63,5% tinham menos de 5 anos
na primeira cirurgia e 11,5% realizaram mais de um procedimento cirúrgico. Os
diagnósticos secundários predominantes foram obesidade (15,4%), hipertensão
arterial sistêmica e arritmia (9,6% cada). Quanto à classe funcional, 73,1% dos
pacientes encontravam-se na CF I, 23,1% na CF II e 3,8% na CF III. CONCLUSÃO Predominaram pacientes tratados de maneira invasiva e com idade menor
que 30 anos. A CIV e a estenose pulmonar predominaram no grupo com tratamento clínico, enquanto que CIV, tetralogia de Fallot e DSAV predominaram no
grupo com tratamento invasivo, sendo também registrada grande diversidade de
outras cardiopatias congênitas. Hipertensão arterial, arritmia e obesidade foram
relevantes nos dois grupos. A grande maioria dos pacientes encontrava-se na CF
I. A maioria dos pacientes operados realizou a primeira cirurgia ainda na infância.
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28368
Disfagia grave associada a aneurisma de aorta ascendente: relato de caso.
Estudo anatomopatológico de cardiopatias com hipofluxo pulmonar
ANDERSON FERREIRA LEITE, MARIANA DE BRAGA LIMA CARVALHO, PEDRO AMOEDO FERNANDES, JOANA CHAVES MAIA, RENATA FELICIO BRAGA e GUILHERME GROSSI LOPES CANÇADO
GOMES, ROBERT A, LEMOS, FERNANDO H T, PEIXOTO, ERIKA F, VIEGAS,
ANA C e GOMES, OTONI M
Hospital das Clinicas Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG,
BRASIL - Laboratório de Imunologia e Genética de Parasitas, ICB, UFMG, Belo
Horizonte, MG, BRASIL.
Fundamentos: A incidência estimada de aneurisma de aorta torácica varia de 6 a
10 casos/100.000 pacientes/ano. Cerca de metade dos pacientes é assintomática ao diagnóstico. Os sintomas refletem conseqüências vasculares ou efeito de
massa local. O objetivo do trabalho foi ilustrar o reconhecimento e encaminhamento em tempo hábil para tratamento cirúrgico da doença. Métodos: Relato de
caso através da coleta de dados retrospectivamente do prontuário. Resultados:
Paciente de 68 anos, feminino, admitida com disfagia progressiva havia 12 meses
e perda ponderal de 10 Kg/ 6 meses. Além de dispnéia aos esforços habituais.
Relato de dor torácica intermitente relacionada à ingestão de alimentos. Sabidamente hipertensa e portadora de anemia ferropriva. Ao exame consciente, hipocorada, emagrecida. Perfusão capilar preservada, pulsos radiais e pediosos grau
II bilateralmente. Pressão arterial 140/ 60 mmHg, freqüência cardíaca 92 bpm,
respiratória 36 irpm. Ritmo regular em 2 tempos, Sopro meso-diastólico em Foco
aórtico acessório; Sons respiratórios normais com crepitações inspiratórias bibasais. Exames: Raio X de Tórax = cardiomegalia e arco aórtico dilatado e tortuoso;
Ecocardiograma = Fração ejeção 54%, Aorta ascendente 68 cm, Insuficiência
aótica grave, ventrículo esquerdo com acinesia inferior; Tomografia computadorizada de tórax = dilatação de aorta importante comprimindo esôfago adjacente; Cineangiocoronariografia = Aneurisma de aorta torácica sem dissecção com lesão
30% em artéria descendente anterior. Paciente foi submetida à nutrição enteral e
após 15 dias realizado reparo aórtico composto com tubo valvado de Dacron com
sucesso. Conclusão: Este caso reforça a necessidade do manejo clínico adequado e encaminhamento para abordagem cirúrgica quando indicado. A educação
continuada contribui para estabelecimento de fluxo rápido e eficaz de tratamento.
FM-UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: Doenças cardiovasculares são causas de morbimortalidade elevada e tem sua importância subestimada devido a falhas na sua identificação
precoce na infância e adolescência. As cardiopatias congênitas ocorrem em cerca
de 1% dos nascidos vivos a termo e sua incidência é ampliada em prematuros,
e podem ser divididas conforme sua influência sobre o fluxo sanguíneo pulmonar, para efeito terapêutico. Dentre estas, as cardiopatias com hipofluxo pulmonar (CCHP), alvo deste trabalho, podem ser classificadas como cianogênicas ou
acianogênicas. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo foi realizado a partir
de dados de livros-texto e artigos de periódicos. RESULTADOS: Descrevem-se
as principais CCHP conforme a expressão clínica de cianose. Dentre as que não
exibem cianose, a estenose de valva tricúspide e a estenose de valva pulmonar
são as mais relevantes. A estenose tricúspide cursa com obstrução do fluxo de
sangue do átrio direito (AD) para o ventrículo direito (VD) acarretando hipotrofia
do VD e hipertrofia do AD. Já o estreitamento presente na estenose de valva pulmonar provoca resistência ao fluxo de sangue do VD para as artérias pulmonares,
e é defeito congênito raro em adultos. Considerando as cardiopatias cianogênicas
com hipofluxo, apresentamos a tetralogia de Fallot, as atresias de valva tricúspide
e pulmonar e a anomalia de Ebstein. Tetralogia de Fallot é um conjunto de malformações estruturais congênitas que cursa com comunicação interventricular, estenose de valva pulmonar, dextroposição da aorta e hipertrofia de VD. Na atresia
de valva tricúspide é não há comunicação entre AD e VD ocorrendo hipoplasia de
VD. A atresia de valva pulmonar caracteriza-se obstrução do fluxo sanguíneo do
coração para os pulmões, que é restabelecido através de outras malformações
como a persistência do ducto arterioso, cursando com hipoplasia de VD. A anomalia de Ebstein decorre da baixa implantação da valva tricúspide, levando a um
aumento do AD. CONCLUSÃO: Considerando os dados obtidos sobre o impacto
das malformações cardíacas no estabelecimento e curso das cardiopatias é crucial a realização de exames pré-natais e pediátricos para diagnóstico precoce,
orientação familiar e eventual correção cirúrgica nesses casos.
28456
28459
Regressão de placa aterosclerótica coronariana avaliada pela angiotomografia.
Efusão pleural secundária ao implante de dispositivo cardíaco implantável
BERNARDO CAETANO VILLELA, DANIEL CORDEIRO QUINTELLA, JOAO
JORGE MOOJEN DA SILVEIRA, GABRIEL CORDEIRO CAMARGO, PATRICIA
BELFORT RIZZI, RICARDO BARBOSA CARNEIRO, TAMARA ROTHSTEIN, RONALDO DE SOUZA LEAO LIMA e ILAN GOTTLIEB
RODRIGO KAMIMURA DE CASTRO, OLANE MARQUEZ DE OLIVEIRA,
CLAYTON POVOA CASSIANO, RENATO KAMIMURA DE CASTRO e GIOVANI
LUIZ DE SANTI
Centro DIagnóstico por Imagem, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.
Introdução: Estudos recentes com estatinas demonstraram que a redução de
ateromatose coronariana detectada por ultrassom intravascular está relacionada
a melhor desfecho clínico.História Clínica: Paciente de 39 anos, médico, sem
fatores de risco e assintomático realizou angiotomografia coronariana (angioTCC)
por indicação própria para check up, que evidenciou única placa ateromatosa
excêntrica com obstrução de 40% no terço proximal da artéria descendente anterior com remodelamento positivo. O escore de cálcio foi zero. Após 18 meses
de mudança intensa do estilo de vida e uso de estatina, o paciente realizou nova
angioTCC que demonstrou redução em 17% do índice de remodelamento, em
19% do grau de estenose luminal pelo diâmetro e em 27% pela área. Houve ainda
aumento de 45% na área do lúmen arterial no ponto mais estenótico.Discussão: A
angioTCC é capaz de avaliar de forma não invasiva e de forma objetiva a morfometria de placas ateroscleróticas em casos selecionados. Conclusão: Esse caso
ilustra sucesso terapêutico na redução de placa aterosclerótica na DA proximal
visto por angioTCC. A possibilidade de individualização terapêutica baseada na
medida objetiva da carga aterosclerótica deve ser investigada.
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Hospital Universitario, universidade uberaba, uberaba, MG, BRASIL.
FUNDAMENTO: A ocorrência de efusão pleural após o implante de dispositivo
cardíaco eletrônico implantável (DCEI) tem sido descrita; entretanto, há poucos
relatos sobre a natureza e as características bioquímicas do líquido pleural.
OBJETIVO: Demonstrar complicação pulmonar, pouco frequente, relacionada ao
implante de DCEI. DELINEAMENTO: O tema livre em questão descreve um relato
de caso. PACIENTE: Paciente do gênero masculino, 64 anos, antecedente de
Miocardiopatia Chagásica, formas dilatada e arritmogênica; história de ter iniciado
quadro de dispnéia de repouso, tosse seca e picos febris esporádicos nos últimos
30 dias, após implante de cardiodesfibrilador implantável. Ao exame físico apresentava-se: BEG, mucosas coradas e hidratadas, afebril, ausência de turgência
jugular. Ausculta pulmonar evidenciava FR = 20 irpm, murmúrio vesicular diminuído na base do hemitórax esquerdo, macicez à percusão. Ausculta cardíaca com
RCR a 2T, FC = 90 spm, ausência de sopros, PA = 110x70 mmHg. Membros sem
edemas e boa perfusão periférica. MÉTODOS: Mediante uma radiografia de tórax
realizada na admissão que evidenciava derrame pleural à esquerda; foram solicitados os seguintes exames, para a complementação do diagnóstico: tomografia
computadorizada de tórax, Doppler-ecocardiograma, toracocentese diagnóstica e
hemocultura. RESULTADOS: A tomografia computadorizada de tórax apresentava efusão pleural de moderado volume à esquerda associada à atelectasia passiva da base pulmonar esquerda. O Doppler-ecocardiograma mostrava ausência
de derrame pericárdico e desempenho sistólico do ventrículo esquerdo deprimido
de grau discreto com hipocinesia restrita ao segmento ínfero-posterior. A análise
do líquido pleural revelava natureza exsudativa com padrão hemorrágico, exame
onco-citológico negativo, BAAR negativo, bacterioscopia e cultura negativa. Hemocultura negativa. CONCLUSÕES: O diagnóstico diferencial de complicação
pulmonar relacionada ao procedimento deve ser considerado na presença de
efusão pleural, de natureza exsudativa e padrão hemorrágico, no contexto do
pós-operatório recente do implante de DCEI.
28461
28516
Cisto pericárdico volumoso em atleta
A importância da anamnese na dor torácica
IGOR FERREIRA DE SALES, e ANDERSON FERREIRA LEITE
HERIVELTON JOSE DE SOUZA ALVES, JULIANA OLIVEIRA CAMPOS DOSD
SANTOS, JAIME OLIVEIRA AGUIAR, GIOVANI DE ALMEIDA DIAS, SERGIO
MUNIZ RIOS FILHO, VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, DEBORAH EULALIO
SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e GUILHERME HONORIO
MOREIRA
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
FUNDAMENTO:Os tumores e cistos do pericárdio são raros e essencialmente congênitos.Tem incidência estimada em 1:100.000, sendo responsáveis por
cerca de 6-7% de todas as massas mediastinais descritas. Relatamos o caso
de um paciente de 40 anos com quadro de insuficiência cardíaca direita devido
a compressão por grande cisto pericárdico.DELINEAMENTO: Relato de caso e
revisão da literatura.CASO: Apresentamos o caso de um homem de 40 anos,
previamente hígido, fisiculturista que há três meses da admissão apresentou
quadro de dispnéia aos pequenos esforços, tosse seca e edema de membros inferiores.Apresentou-se à consulta cardiológica ambulatorial sendo solicitado ecocardiograma transtorácico. O exame mostrou estrutura mal delimitada levando a
compressão extrínseca das câmaras cardíacas direitas e evidente espessamento
difuso do pericárdio com sinais repercussão hemodinâmica e fração de ejeção do
ventrículo esquerdo ( FEVE) de 45% .Realizou-se tomografia computadorizada
de tórax que evidenciou estrutura calcificada compressiva entre o esterno e o
ventrículo direito(figura 2).O paciente foi submetido a toracotomia para excisão
da massa mediastinal que tinha o aspecto cístico, parede fibrosa, dimensões de
(10 x 3 x 0,3 cm). sendo preenchido por liquido fibrino-hemorrágico. A sua análise histológica confirmou a presença de cisto pericárdico. O paciente recebeu
alta hospitalar cinco dias após a cirurgia permanecendo em acompanhamento
ambulatorial clínico e ecográfico. .Em um seguimento ambulatorial de 2 meses o
paciente apresentou remissão completa dos sintomas de insuficência ventricular
direita e o ecocardiograma transesofágico pós-operatório mostrou um pericárdio
ainda espessado mas com melhora da funda função ventricular (FEVE 64%).
CONCLUSÂO:A singularidade desse caso está no fato de um paciente jovem e
atleta, apresentar uma causa rara, bem documentada e reversívelde insuficiência
cardiaca direita (cisto pericárdico gigante) com melhora completa após a cirurgia.
28517
Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
Vila da Serra, Nova Lima, MG, BRASIL.
As doenças pericárdicas constituem causa freqüente de consulta e de admissão
hospitalar. Em muitos casos a etiologia da doença pericárdica pode permanecer
indefinida, sendo idiopática (provavel origem viral) em muitos casos.
Relato de caso de um paciente 44 anos, obeso, dislipidêmico, que procurou o
pronto atendimento em sua cidade origem com sintomas dor toracica ventilatoriodependente, duracao superior a 30 minuntos e alteracoes ao ECG com supra
desnivelamento do segmento ST com concavidade inferior em D1, aVL e V2. Melhora parcial dos sintomas com uso isordil, D dimero negativo e ezimas cardiacas
sem alteracoes. O paciente foi colocado em protocolo de síndrome coronariana
aguda (SCA) e submetido à trombólise com estreptoquinase, evoluindo com hipotensão, desconforto respiratório e dor persistente, sendo transferido para unidade
de terapia intensiva (UTI), necessitando de drogas vasoativas. Foi submetido à
cineangiocoronariografia que demonstrou ausência de lesão coronariana significativa, a ecocardiográfia transtorácica mostrou espessamento do pericárdio difuso e derrame discreto. Durante sua internação no CTI, informou estado gripal que
antecedeu em 30 dias o inicio da dor torácica e que esta apresentava irradiação
para a região escapular esquerda e melhorava com inclinação tórax para frente.
O paciente foi tratado com anti-inflamatório e evoluiu com melhora clinica.
Este caso ilustra a importância do manejo clínico do paciente com dor
torácica,incluindo a coleta minuciosa da história clínica e indicação criteriosa de
tratamentos ou procedimentos invasivos, evitando expor o paciente a complicações desnecessárias.
28518
Tromboembolismo pulmonar maciço trombolisado
Abordagem clínica da endocardite associada à prótese biológica mitral e
cabo de MP-CDI/ressincronizador: uma proposta não invasiva
ISAAC HERMES SAMPAIO, LUANA LORENA MOREIRA, THEODORO DE MORAES SEIXAS NETO, PRISCYLLA LIMA VISCONE, INGRID MAGALHÃES DE
MATOS, CYNTHIA UCHOA VILHENA, LAIS LIMA DE CASTRO, JOAO PAULO
DE CASTRO BARBOSA, JOSE MARIA PEIXOTO e DEBORAH EULALIO SANTOS NASCIMENTO
SILVEIRA, F R, MONICE, T M, 01385189630 e SOUSA, K S
Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Geral do Barreiro, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Tromboembolismo pulmonar (TEP) tem altos índices de prevalência no mundo. A
embolia pulmonar varia de êmbolos assintomáticos descobertos incidentalmente
a embolia maciça que pode ocorrer rapidamente de forma imprevisível e está
associada à alta morbimortalidade. Alguns registros indicam que a mortalidade
hospitalar, para pacientes com TEP maciço, ultrapassa 30%. Esta patologia tem
como principal causa de óbito a disfunção do ventrículo direito (VD). A anticoagulação, o uso de trombolíticos e a embolectomia pulmonar representam opções
terapêuticas consolidadas para diferentes cenários clínicos de TEP e podem reduzir significativamente o risco de morte.
Este relato descreve o caso de um paciente jovem, 27 anos, previamente hígido, diagnóstico inicial de bronquite, e posteriormente de TEP agudo maciço. O
quadro iniciou uma semana antes da sua admissão, com dispnéia súbita acompanhada de lipotímia de esforço, evoluiu com piora da dispnéia, grave hipoxemia,
instabilidade hemodinâmica, necessitou de suporte ventilatório, gasometria arterial com acidose metabólica grave, radiografia de tórax, ECG e ecocardiografia
mostraram alterações características de TEP maciço. Foi realizada terapia trombolítica no décimo dia de evolução dos sintomas. O paciente apresentou melhora
hemodinâmica importante nas 3 horas seguintes a trombólise.
Esta abordagem terapêutica é capaz de promover a rápida lise do trombo, melhorar o desempenho do VD, evitar a recorrência de novos episódios e diminuir o
risco de evolução para hipertensão arterial pulmonar crônica.
O presente relato de caso visa ressaltar a importância da realização do diagnóstico de TEP agudo maciço precoce, além da utilização adequada da terapia
trobolítica para a reversão completa do quadro, principalmente em casos como
este que envolveu grave repercussão hemodinâmica.
Hospital Semper, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Sabe-se que a endocardite infecciosa bacteriana possui trabalhoso
tratamento, tendo em vista o seu foco séptico de difícil acesso. Isso se torna
mais evidente em paciente com proteses mecanicas cardíacas. Soma-se tal situação às recomendações da literatura de troca dos dispositivos cardíacos. Este
trabalho visa reportar os resultados de uma conduta conservadora em abordadagem para endocardite infecciosa por Enterococcus sp. associada à vegetações
em bioprotese mitral e eletrodos de MP-CDI/ressincronizador. Metodos: AMER,
67 anos, Natural e residente em BH, Aposentada. Portadora de gastrite atrófica
e Cardiomiopatia Isquêmica com IAM prévio, bem como prótrese biólogica em
posição mitral e MP-CDI/BIV. Com historia pregressa de valvopatia reumática
adquirida aos 16anos, duas valvoplastias mitrais, implante de bioprótese mitral,
angioplastia coronária em DA por IAM, PCR com BAVT seguido de implante de
MP- dupla câmara há aproximadamente 10 anos, evoluindo com piora funcional da ICC, queda da FEVE de 55% para 27%, TVMS no holter e TVS indutivel no estudo eletrofisiológico, sendo indicado há 1 ano o implante de CDI/BIV
com melhora funcional e aumento da FEVE para 49%. Apresentando no final
de nov/2012 calafrios, febre baixa ao final do dia, sudorese noturna, cefaléia,
diarréia e emagrecimento de 2Kg; fazendo uso de Amoxicilina+ Clavulanato por
14dias. Os exames complementares incluíram hemocultura com Enterococcus
sp. multissensível e ecocardiograma transesofágico com vegetações em prótese
biológica mitral e cabo de MP-CDI/BIV, firmando o diagnóstico de endocardite
bacteriana. Optou-se tratamento clinico, ponderando-se os riscos e benefícios
dos tratamentos disponíveis. Recebeu 6 semanas de Teicoplamina+ 2 semanas
de Gentamicina. Resultados: Hemoculturas negativas em 3 amostras e ausência
de vegetações ao ETE, classe I NYHA. Apresenta-se assintomática, sob seguimento ambulatorial periódico. Conclusões: Embora não se possa afirmar a cura
da paciente, é inegável a melhora clínica, incluindo a funcional, com negativação
de hemoculturas em 3 amostras e ausência das vegetações ao ETE. Entretanto,
é lógico ser fundamental o acompanhamento intrínseco da paciente, visto a real
possibilidade de recorrência do quadro.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
11
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28661
Análise de interações medicamentosas em prescrições hospitalares de idosos internados em serviço de cardiologia.
Sindrome da veia cava superior em paciente portador de linfoma B difuso
de celulas gigantes - diagnostico sugerido através da ecocardiografia transesofágica
BERBERT, GABRIELA H, GIRARDI, JOSE M, SILVA, BRUNO G P P, PAIVA, ALINE C M, BANDEIRA, WILLTERSON C, ALMEIDA, MAIRA F, LUPATINI, EVANDRO O e ANDRADE, FELIPE C
Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, BRASIL - Serviço de
Cardiologia - HU UFJF, Juiz de Fora, MG, BRASIL.
Introdução: A combinação simultânea de medicamentos na prática clínica é comumente utilizada para melhorar a eficácia terapêutica ou reduzir efeitos adversos dos agentes farmacológicos. Entretanto, há o risco de interações medicamentosas que podem resultar em aumento ou redução da eficácia terapêutica,
podendo culminar em efeitos indesejáveis ou mesmo tóxicos. Objetivo: Análise
das interações medicamentosas nas prescrições hospitalares de cardiopatas acima de 70 anos de idade. Metodologia: Estudo transversal de coorte retrospectiva.
Foi utilizada a base de dados Micromedex® 2.0 para análise de interações medicamentosas nas prescrições médicas um dia antes da alta hospitalar, a partir
de uma amostragem consecutiva não aleatória, constituída de 20 indivíduos cardiopatas acima de 70 anos de idade, no período de janeiro a dezembro de 2011.
Análise Estatística: Para análise estatística descritiva foi utilizado o programa Microsoft Office Excel® 14ª versão. Resultados: De 59 pacientes internados no período, 20 (34%) apresentaram idade variando de 70 a 98 anos (média 81,1). Destes, 13 (65%) eram do sexo feminino. As causas mais comuns das internações
hospitalares foram: fibrilação atrial em 8 (40%) e insuficiência cardíaca congestiva em 6 (30%). Os fármacos mais frequentemente prescritos foram: furosemida
(14/20 - 70%), captopril (9/20 - 45%), varfarina (9/20 - 45%), heparina (8/20 - 40%)
e amiodarona (6/20 - 30%). O número de medicamentos prescritos por paciente
variou de 5 a 14 (9,65). Foram encontradas interações em 19 das 20 prescrições,
sendo essas classificadas em maiores (18 ocorrências), moderadas (52 ocorrências) e menores (1 ocorrência). Não houve nenhuma interação contra-indicada.
Entre as maiores prevaleceram amiodarona e varfarina, enoxaparina e varfarina;
moderadas, captopril e furosemida, losartan e espironolactona, heparina e varfarina. Conclusões: Interações medicamentosas são frequentes nas prescrições
hospitalares. Embora nem todas possuam valor clínico, a difusão do conhecimento acerca das interações medicamentosas deve ser ampla e multiprofissional, no
sentido de reduzir os eventos adversos e promover o uso racional de medicamentos, conduzindo assim, à melhoria contínua da assistência ao paciente.
Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
O Linfoma B Difuso de Células Gigantes ocupa o primeiro lugar em frequência
das neoplasias linfoides (NL) chegando a totalizar cerca de 30% dos Linfomas
Não Hodkings (LNH) diagnosticados.
A avaliação do paciente com LNH inclui anamnese e exame físico. Mais de dois
terços dos pacientes se apresentam com linfadenopatia e sintomas B (febre, sudorese noturna e emagrecimento). Estes últimos quando são observados (cerca
de 40%) sugerem doença agressiva. Aproximadamente 20% dos pacientes têm
massa mediastinal e cerca de 3% a 8% podem cursar com Síndrome de Veia
Cava Superior (SVCS).
A SVCS, por definição, é a expressão clínica da obstrução ao fluxo sanguíneo na
VCS. A síndrome clínica tem uma gradação nas manifestações que é correlata ao
grau de obstrução da veia no mediastino. A dispneia, a pletora facial e o edema
cervicofacial são os sintomas mais frequentes e até 60% dos pacientes chegam
aos consultórios com estas queixas.
Trata-se de relato de paciente admitido no setor de Ecocardiografia da Instituição
com quadro de dispneia, pletora facial e edema cervicofacial nos últimos 3 meses
prévios ao exame. Ecocardiograma Transtorácico (ETT) sugeriu a existência de
possível mixoma atrial, motivo pelo qual, foi sugerido realização de Ecocardiografia transesofágica para extensão de propedêutica.
Durante realização do exame, foi visualizada massa hipoecogênica, de textura
heterogênea que invadia todo o assoalho do atrio direito (AD) e aderido parcialmente ao septo interatrial, acometendo principalmente a entrada da veia cava superior causando restrição ao enchimento do AD. Observava-se ainda massa com
características semelhantes invadindo todo o assoalho do atrio esquerdo (AE),
levando a restrição ao enchimento do AE, principalmente da veia pulmonar superior direita a qual apresentava-se achatada com fluxo de velocidades aumentada.
Extensão da propedeutica revelou existência de linfoma B Difuso de Células
Gigantes em espaco retropericardico. O paciente foi então encaminhado para
teraputica especifica.
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28752
Comunicação interventricular ocluida com aspecto serpinginoso - diagnóstico ecocardiografico em exame de rotina
Insuficiência aórtica aguda traumática com tratamento cirúrgico expectante
BRUNO NUNES RIBEIRO,
DIOGO ANTÔNIO GOMES TIAGO, BIANCA SOUZA DE RESENDE, NATALIA
GOMES TIAGO, DÉBORA GONÇALVES DA SILVA, MARCUS VINICIUS FREITAS MOREIRA e FABIANA BASTOS REZENDE
Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Trata-se de paciente RJO, 16 anos de idade, que havia procurado o Laboratorio
de Ecocardiografia da Instituição para exame de ecocardiografia transtorácica
rotineira. Estava em processo seletivo para admissão em time de futebol, ocasião
em que foi solicitado exames pré-admissionais.
O exame revelou a existência de descontinuidade parcial ao nivel do terço médio
da parede inferior do septo interventricular, com fluxo de velocidades baixo, que
desaparecia em sistole e sem sinais de comunicação com outras cavidades cardiacas. Destacava-se seu aspecto serpingiforme.
Apesar de tratar-se de uma das cardiopatias congênitas mais comumente diagnosticadas, o aspecto morfologico apresentado pela referida lesão pode fazer
diagnóstico diferencial com outras patologias mais raras como diverticulo miocardico, implante anomalo de coronaria entre outros.
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BRUNO NUNES RIBEIRO, DARLAM KNEIPP JÚNIOR, EDUARDO VERVLOET
MOYSES e ALEXANDRE ANDRADE LEITE
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Hospital João XXIII, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Trauma cardíaco é encontrado em aproximadamente 30% dos pacientes paciente politraumatizados. Algumas estruturas cardíacas podem ser afetadas por trauma torácico não penetrante, mas insuficiência valvar aórtica grave
por ruptura das cúspides valvares associada à dissecção aórtica é uma complicação rara neste trauma.
Objetivo: Relatar o caso de insuficiência valvar aórtica e dissecção aórtica concomitante após trauma torácico fechado.
Método: Coleta de dados pela anamnese, exame físico, métodos complementares e análise de prontuário.
Apresentação do caso: FAA, masculino, negro, 22 anos, motociclista, admitido
devido a trauma motociclístico. Encontrava-se em glasgow 15, com pneumotórax
esquerdo drenado, monoplegia do membro superior esquerdo por lesão de plexo
braquial esquerdo, sopro diastólico foco aórtico 3+ e foco mitral 2+, ruído de abertura valva aórtica, pressão arterial divergente, fraturas expostas de joelho e membro inferior esquerdo submetido a fixação externa. Evoluiu com edema agudo de
pulmão com melhora após nitroglicerina, furosemida, dobutamina e ventilação
não invasiva. Realizado ecocardiograma transesofágico (ECO-TE): função biventricular normal, valva aórtica tricúspide com prolapso do folheto coronariano direito para dentro do VE e falha de coaptação valvar durante a diástole, insuficiência
aórtica importante, flap imóvel na raiz da aorta com diâmetro normal sugestivo de
dissecção tipo A de Stanford. Negou uso de drogas injetáveis, co-morbidades e
internações prévias. Intercorreu com pneumonia nosocomial, artrite séptica e osteomielite em joelho esquerdo desbridada e enxertada. Alta clinicamente estável
após sessenta dias de internação hospitalar, com hemoculturas negativas, sendo
encaminhado para troca valvar em uso de captopril e propranolol.
Discussão: A insuficiência aórtica aguda traumática é rara e de difícil identificação
e cursa com insuficiência cardíaca aguda e choque cardiogênico. O ECO-TE é
fundamental no diagnóstico da lesão valvar. É fundamental registrar a evolução
subaguda com correção cirúrgica eletiva.
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Displasia arritmogênica do ventriculo direito e a importância da ecocardiografia no diagnóstico: relato de caso
Origem anômala da artéria coronária esquerda no tronco da pulmonar (Síndrome de Bland-White-Garland) em adulto jovem com fração de ejeção preservada: relato de caso
MOREIRA, M V F, ALVES, E E, ESPÍNDOLA, L N, MOREIRA, C M, JÚNIOR, G
M A, NEVENSCHWANDER, F C, ESTEVES, M A B e NEUENSCHWANDER, F E
Hospital Vera Cruz, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Fundamento: Displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) é uma causa
significativa de arritmias ventriculares em adultos jovens. Seu diagnóstico é difícil
porque a maioria dos pacientes é assintomática, e a morte súbita é muitas vezes
a primeira manifestação da doença. Um importante componente do exame para o
diagnóstico é a imagem não invasiva do ventrículo direito (VD). Objetivo: Relatar o
caso de um adulto jovem com taquicardia ventricular com repercussão hemodinâmica, submetido a cardioversão elétrica e a posterior implante de cardiodesfilbrilador,
em que o Ecocardiograma exerceu papel fundamental no diagnóstico e na conduta.
Materiais e métodos: Dados obtidos junto ao paciente e através da revisão do prontuário médico. Resultados (Apresentação do caso): A.R.S, 18 anos, masculino, estudante, admitido na unidade de emergência de hospital terciário com quadro clínico
de dor precordial em aperto de início súbito após atividade física. O jovem relatou
episódio prévio de desconforto precordial uma semana antes. Historia prévia de dois
episódios de síncope. Negou tabagismo, uso de drogas ilícitas, história familiar para
doença cardiovascular e morte súbita na família. Ao exame: hipotenso (PA 80 x 60
mmHg), taquicárdico e taquipnéico, pulsos periféricos filiformes. ECG evidenciando
taquicardia ventricular com padrão de BRE. Submetido a cardioversão elétrica com
sucesso. ECO: AE: 37, AO 29, DSVE 31, DDVE 48, SIV 10, PP 10, FEVE 65%. VE
com dimensões normais, movimentação anômala do septo interventricular secundária a sobrecarga ventricular direita e função sistólica global e segmentar preservada
em repouso. FEVE estimada em 65%. Moderada dilatação de câmaras direitas, com
VD exibindo importante hipocontratilidade parietal difusa. Observada imagem com
aspecto hiperrefringente e formato arredondado (massa), aderida em sua porção
apical, medindo cerca de 2,2 x 1,6 cm, sugestiva de trombo. VD com paredes afiladas e com aspecto hiperrefringente, com trabeculações grosseiras em sua porção médio-apical (displasia arritmogênica do VD). Função diastólica normal do VE.
Regurgitações mitral e tricúspide leves. PSAP: 33 mmHg. Iniciada anticoagulação
sistêmica, sendo encaminhado a hospital cardiológico para implante de CDI, tendo
alta clinicamente estável. Discussão: O diagnóstico de DAVD baseia-se na demonstração de anomalias estruturais, funcionais e eletrofisiológicas que são causadas
por alterações histológicas subjacentes. Os avanços técnicos em Ecocardiografia
têm melhorado a capacidade de imagem do VD com medidas precisas de volume
e função sistólica, solidificando sua importância nas mais diversas cardiopatias. No
caso em questão, a Ecocardiografia exerceu papel fundamental na identificação das
alterações estruturais do VD e no diagnóstico de DAVD, permitindo o manejo clínico
correto do paciente.
MOREIRA, M V F, OLIVEIRA, E C, ALVES, E E, ESPÍNDOLA, L N, RABELLO, R
R, ESTEVES, M A B, FILHO, A L e FILHO, U L
Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Fundamento: A origem anômala da artéria coronária esquerda
da artéria pulmonar (OACEP -síndrome de Bland-White-Garland) é uma anomalia
rara, correspondendo a aproximadamente 0,5% de todas as cardiopatias congênitas. Aproximadamente 85% dos pacientes apresentam sintomas de IC no período de 1-2 meses de vida, com elevada mortalidade no primeiro ano chegando a
80-90% se não realizada a correção cirúrgica.
Objetivo: Relatar um caso de OACEP em adulto jovem com FEVE preservada.
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 20 anos, apresentava há 6
meses do diagnóstico dor precordial em pontada, de moderada intensidade, relacionada a esforços físicos, acompanhada de dispnéia e palpitações. Sem fatores
de risco para doença aterosclerótica coronariana e sem antecedentes familiares
de cardiopatia. Exame físico dentro dos limites da normalidade. ECG RS, FC
de 82bpm . ECO FEVE preservada. Cintilografia miocardica: comprometimento
misto (isquemia e fibrose ) de parede anterior de VE. Cateterismo cardíaco: a manometria de câmaras direitas e esquerdas estavam normais. A artéria coronária
direita era de grande calibre, tortuosa e por meio de ramos colaterais enchia de
forma retrógrada a artéria coronária esquerda, que se mostrava bem desenvolvida e estava conectada ao tronco pulmonar. A injeção de contraste no seio de
Valsalva esquerdo não demonstrou nenhuma artéria originando-se desse local.
A ventriculografia esquerda evidenciando boa performance ventricular. Submetida a tratamento cirúrgico com sucesso e no follow up de 2 anos encontra-se
assintomática.
Discussão: A OACEP é uma anomalia rara, grave com alta mortalidade no primeiro ano de vida, caso a correção não seja feita. Poucos pacientes atingem a idade
a adulta sem correção cirúrgica(5 %.). O caso apresentado chama a atenção para
ode diagnóstico de OACEP em adultos com isquemia miocárdica com FEVE preservada. As explicações para essa evolução são: Grande rede de colaterais entre
a coronorária direita e esquerda, orifício de conexão entre a TCE e a TP estreito
diminuindo o roubo de fluxo. A paciente foi submetida a reimplante do óstio da CE
em aorta com sucesso.
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28756
Características de pacientes com assistolia durante teste de inclinação ortostática
Perfil clínico das intervenções coronarianas percutâneas na pratica clinica
do mundo real
CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e
MITERMAYER REIS BRITO
MOREIRA, M V F, CAMPOS, H A B, SANTOS, M L L, DIOGO A G TIAGO, ALVES,
E E, ESTEVES, M A B, RABELLO, R R, FILHO, A L e FILHO, U L
Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte , MG, BRASIL.
Introdução : O Teste de Inclinação é um método útil para diagnostico de sincope
neurocardiogênica, definindo respostas fisiopatológicas diferentes dentre elas a
cardioinibitoria por assistolia. Objetivo: caracterizar pacientes com assistolia durante realização de Teste de Inclinação. Métodos: foram analisados os resultados
de teste de inclinação de 1101 pacientes atendidos para realização de Teste de
Inclinação para investigação de sincope ou pré sincope no período de Agosto de
2005 a Abril de 2012. O protocolo do exame foi composto de fase não sensilibilizada com inclinação a 70º e seguida de fase sensilizada com 1.25mg nitrato de
isossorbida na mesma inclinação por 15minutos adicionais caso não houvesse
positivação ( hipotensão arterial e/ ou bradicardia )na primeira fase . Assistolia
foi definida como presença de pausa > 3.0 segundos. Resultados. Foram obtidos resultados de assistolia em 42 dos 1101 pacientes (3.2%) atendidos para
realização de Teste de Inclinação . A idade variou de 14 a 72 anos, sendo 59.5
% < 30 anos de idade e 27 ptes do sexo feminino ( 64.3%) . Todos pacientes
tinham prodromos e gatilhos identificáveis para o evento sincopal, 04 ptes (9.5
%) estavam em uso de anticonvulsivante como tratamento prévio de sincope , 02
(4.8 %) tiveram trauma em conseqüência ao evento sincopal. Ocorreram 73.8%
de respostas na fase sensibilizada., as pausas variaram de 3.2 a 42 s .Conclusão
: A ocorrência de assistolia durante o teste de inclinação foi mais frequente em
jovens , no sexo feminino , após sensilização com nitrato e a identificação de prodromos e gatilhos foi totalidade nos eventos sincopais o que pode ter contribuído
para a baixa ocorrência de traumas
Introdução: O emprego da intervenção coronariana percutânea (ICP) para tratar
doença coronariana arterial isquêmica expandiu-se de forma expressiva nas ultimas décadas. O conhecimento do perfil destes pacientes permite-nos intervir de
maneira mais eficaz junto a população.
Objetivo: Descrever o perfil clínico e a morbi-mortalidade hospitalar de pacientes
atendidos em um em centro de referência em cardiologia de Belo Horizonte tratados por meio de ICP.
Métodos: Estudo de coorte, retrospectivo, com o objetivo de avaliar o perfil clinico
e angiográfico, incidência de complicações e desfechos hospitalares de pacientes
consecutivos tratados entre janeiro de 2010 a setembro de 2011. Os dados foram
armazenados em banco de dados informatizado ( Excel ®).As intervenções foram
realizadas seguindo normas e padrões técnicos vigentes. Na análise estatística,
os dados numéricos foram expostos pela média e os dados categóricos por números absolutos e proporções.
Resultados: Incluímos nessa analise 665 pacientes submetidos 754 intervenções
percutâneas. Os dados mostraram predominância de DAC no sexo masculino
(63,9%). A média de idade variou de 67,1 anos (± 10,8). A maioria (78,4%) apresentava Hipertensão arterial e 31,8% eram diabéticos, dos quais mais de um
quarto utilizavam insulina (29,2%). Importante parcela (36%) foi submetida a revascularização. Em relação à situação clínica, 36% dos pacientes apresentaram
diagnóstico de angina estável, 42 % síndrome coronariana aguda sem supra de
ST, 12 pacientes com IAM com supra de ST, 10 % como equivalente anginoso.
Em termos de desfechos tivemos 2% de óbitos.
Discussão: No presente relato, fizemos um levantamento retrospectivo de dados
sobre a ICP em um hospital privado com tradição cardiológica. Os achados na
população estudada são muito semelhantes aos encontrados em levantamentos
anteriores, incluindo pacientes com uma ampla gama de perfis clínico, demonstrando a prática clínica variada da cardiologia intervencionista.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
13
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Estratégias para redução da incidência de pseudoaneurisma de artéria femoral após procedimentos intervencionistas.
Relato de caso: síncope em atleta jovem por hipersensibilidade mista do
seio carotídeo
MOREIRA, M V F, CRUZ, F D N, TERAYAMA, N T, ALVES, E E, CAMPOS, H A B,
RABELLO, R R, ESTEVES, M A B, FILHO, U L e FILHO, A L
CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e
MITERMAYER REIS BRITO
Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte , MG, BRASIL.
HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Fundamento: A incidência de pseudoaneurismas (PSA) tem sido proporcional ao
número de procedimentos intervencionistas, variando de 0,02 a 2%. Objetivo:
Avaliar a eficácia do método de compressão manual para a diminuição da incidência de pseudoaneurismas em pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Matérias e métodos : Estudo retrospectivo de todos os
pacientes submetidos a cineangiocoronariografia e a angioplastia por via femoral.
realizado, de janeiro de 2008 a dezembro de 2011, em centro de referência em
cardiologia de Belo Horizonte. Os dados foram coletados por meio de revisão
de prontuários e de entrevistas via telefone (questionário estruturado institucional). O método de compressão manual foi revisado com as equipes médica e
de enfermagem. Em todos os pacientes foi realizada compressão manual por,
no mínimo, 20 minutos. Em pacientes com suspeita de PSA foi realizado duplex
arterial. Foram mantidas as condutas em relação à dose de heparina e ao diâmetro e ao tempo de retirada do introdutor. Foram realizados 7.065 procedimentos
diagnósticos e terapêuticos. Verificou-se uma taxa extremamente baixa de P`SA
— 12 (0,2%) —, com redução progressiva de sua incidência nos três primeiros
anos da análise — 0,34% em 2008, no total de 1.539 procedimentos; 0,16% em
2009, no total de 1.871; e 0,10% em 2010, no total de 1.825 — e um pequeno
aumento no último ano — 0,11%, no total de 1.830. Utilizaram-se introdutores de
6F em 4.910 (69,5%) dos procedimentos diagnósticos e 7F em 2.155 (30,5%) dos
procedimentos terapêuticos. Em relação à terapêutica dos PSA, 5 foram tratados
com compressão manual; 5, por via cirúrgica; 1, com fechamento espontâneo; e
1, por infusão de trombina guiada por duplex. Conclusões: O uso da compressão
manual levou a uma diminuição da incidência de pseudoaneurismas, no período
avaliado. A compressão deve ser longa, eficaz e realizada por pessoa treinada. A
prevenção é a melhor conduta para a redução das complicações decorrentes de
procedimentos intervencionistas.
Objetivo : ressaltar a importância da anamnese direcionada para o evento sincopal, com ênfase na modalidade esportiva
Material e métodos : coleta de historia clinica , exame físico e de dados referentes
a exames complementares em laboratório de Tilt Test
Relato de caso : R.B.M. 32 anos , sexo masculino, atleta de ciclismo , sem co
morbidades , historia negativa para morte súbita e coronariopatia, sem uso atual
de medicamentos. Há 03 meses, relato de 03 pré sincopes e 02 episódios de sincope durante treinamento de ciclismo, associados a movimento brusco cervical
em direção posterior para checar distância de competidores . Paciente possuía
monitorização por frequencímetro durante atividade esportiva e evento pré sincopal .Exame clinico sem anormalidades cardiovasculares, eletrocardiograma sem
anormalidades exceto bradicardia sinusal , Ecocardiograma sem cardiopatia
estrutural e Teste cardiopulmonar sem anormalidades. Tilt Test com respostas
normais nas fases passiva e sensilibilizada com inclinação a 70º. Apesar da faixa
etária, foi realizada compressão dso seio carotídeos em posição inclinada, devido a informação do gatilho do evento sincopal ser movimento cervical brusco
durante pratica esportiva. Durante compressão seio carotídeo direito , houve
reprodução de sincope associada a resposta mista , com relato do paciente de
semelhança com evento sincopal experimentado durante competição.
Conclusão: detalhes da modalidade esportiva e dos movimentos realizados durante a sua prática tem importância na coleta de dados durante anamnese de
sincope, devendo ser considerada a compressão do seio carotídeo em grupos
específicos além daqueles com idade > 40 anos ( Classe I / nível de recomendação B – Guidelines Syncope – 2009) que é a faixa etária recomendável pelas
diretrizes para pesquisa de hiperssensilidade dos seios carotídeos.
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Caracteristicas e resultados de teste de inclinação ortostática em população encaminhada para esclarecimento de sincope e pré sincope
Correção cirúrgica de aneurisma dissecante crônico da aorta ascendente
CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e
MITERMAYER REIS BRITO
ESTEVÃO TAVARES DE FIGUEIREDO, FREDERICO TOLEDO CAMPO
DALL`ORTO, MAURICIO DE CASTRO GOMES, RICARDO REINALDO BERGO,
ADMILSON DA SILVA SANTOS, THIAGO PINTO BREGUÊZ e JOSÉ TASCA
HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Resumo : Síncope e pré sincope são sintomas relativamente comuns na população geral , tendo diferentes etiologias que influenciam o seu prognóstico
O Teste de Inclinação Ortostátia (TIO) é ferramenta útil na investigação dos
eventos sincopais Objetivo: Analisar as características clinicas de população
encaminhada ao TIO para esclarecimento sintomático Material e métodos: Entre
o período de Agosto de 2005 a Agosto de 2011, foram avaliados 927 pacientes
(ptes )submetidos ao TIO , dentre os quais, 600 (64.7%) pacientes eram do sexo
feminino , com idade variando de 14 a 98 anos Resultados: Dos pacientes encaminhados ao TIO , 34.7% tinham acima de 60 anos de idade, 96.5% relataram
gatilho identificável para evento sincopal, 17,7% tiveram trauma resultante da
queda e que foi mais freqüente em 114 ptes acima de 50 anos (69.5%), Relato de
propedêutica anterior ao TIO sendo mais frequente do tipo cardiológica ( 06 tipos
diferentes de exames ) sendo 89% submetidos a ECG e 63% ao Ecocardiograma
.Nos exames de TIO positivos, o tipo mais comum de resposta foi a mista em 173
ptes (18.7%) seguida da vasodepressora (12.7%). A sensibilização foi realizada
em 92% dos ptes . Conclusão: Na população estudada, observamos que o TIO
teve sua maior população de ptes do sexo feminino e acima de 60 anos de idade,
sendo a população idosa mais exposta a trauma. Foi necessária sensibilização
para positivação da resposta sincopal na maioria dos casos. A propedêutica cardiológica prévia ao TIO ainda é rotineira e extensa nos casos estudados.
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Hospital do Coração de Poços de Caldas, Poços de Caldas, MG, BRASIL.
Os aneurismas da aorta torácica ascendente, em sua maioria, resultam de uma
degeneração medial cística, condição acelerada pela hipertensão e pelo envelhecimento. Pelo menos metade dos pacientes com aneurismas da aorta torácica é
assintomática no momento do diagnóstico. Supõe-se que a dissecção aórtica comece com a formação de uma laceração na íntima aórtica que expõe diretamente
uma camada medial lesada subjacente à força de impulso do sangue intraluminal.
Descrevemos o caso de um aneurisma dissecante crônico da aorta ascendente,
com dimensões consideráveis, que foi abordado cirurgicamente através do procedimento de Bentall, com a utilização do anel endovascular de Castro Bernardes.
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Revascularização miocárdica em paciente com origem anômala de coronária esquerda
Pacientes portadores de infarto agudo do miocárdio: o papel educativo do
enfermeiro
ESTEVÃO TAVARES DE FIGUEIREDO, FREDERICO TOLEDO CAMPO
DALL`ORTO, THIAGO PINTO BREGUÊZ, RICARDO REINALDO BERGO, ADMILSON DA SILVA SANTOS, MAURICIO DE CASTRO GOMES e JOSÉ TASCA
VIVIANE DE CARVALHO MELO, e ANA PAULA ALVES DE OLIVEIRA DOS ANJOS
Hospital do Coração de Poços de Caldas, Poços de Caldas, MG, BRASIL.
A anomalia congênita das artérias coronárias pode ser benigna ou potencialmente grave, causando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita. A maior razão
para uma apropriada identificação das anomalias coronarianas é a de determinar
suas propensões em desenvolver uma isquemia miocárdica fixa ou dinâmica e
morte. Relatamos o caso de um paciente de 74 anos, sexo feminino, com o diagnóstico de angina instável de alto risco, submetida à cineangiocoronariografia
precoce, que evidenciou tronco único de coronárias em seio coronariano direito
(variante pré-pulmonar), além de lesões ateroscleróticas graves. Procedeu-se à
revascularização cirúrgica do miocárdio com sucesso.
28777
Instituto Metodista Izabela Hendrix, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO
A doença das artérias coronárias tornou-se a maior causa isolada de mortalidade
em países do mundo inteiro. A importância das artérias coronárias se deve ao fato
de ser a única fonte de suprimento sanguíneo do miocárdio.
OBJETIVO
Assim sendo, este estudo tem como objetivo, identificar por meio do levantamento bibliográfico, o papel do enfermeiro no cuidado ao paciente portador de Infarto
Agudo do Miocárdio e de modo específico propiciar aos profissionais a aquisição
de conhecimento para um atendimento humanizado.
METODOLOGIA
Para atender o objetivo, foram utilizadas fontes bibliográficas, buscando sempre
selecionar artigos que trouxessem o tema em questão.
RESULTADO E DISCUSSÕES
O enfermeiro tem um papel fundamental no processo de cuidado ao portador de
Infarto Agudo do Miocárdio. Além dos cuidados assistênciais, o enfermeiro tem a
função de educador, promovendo assim, ao próprio paciente a possibilidade de
auto cuidado e de identificar os possíveis sinais e sintomas, e conseqüentemente
procurar uma instituição de saúde caso seja necessário. O papel de educador
implica também em mudança nos hábitos alimentares melhorando a qualidade
de vida.
CONCLUSÃO
Conclui-se com este estudo que o enfermeiro tem um papel fundamental tanto
na assistência como no educar, promovendo assim mudanças na qualidade de
vida deste individuo e principalmente treinar sua equipe para um atendimento
humanizado, atendendo as necessidades do paciente.
28778
Bloqueio atrioventricular total induzido por angina de Prinzmetal
Efeito do treinamento físico aeróbio sobre modulação autonômica cardíaca durante esforço em mulheres hipertensas no período pós-menopausa
JOANA CHAVES MAIA, PEDRO AMOEDO FERNANDES, GUILHERME GROSSI
LOPES CANÇADO, ANDERSON FERREIRA LEITE, MARIANA DE BRAGA LIMA
CARVALHO e RENATA FELICIO BRAGA
ALVES, R L, COSTA, H S, BRITTO, R R e LIMA, M M O
Hospital da Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
MG, BRASIL.
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HA) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial. Pode ser
observada uma elevação da atividade nervosa simpática periférica em mulheres
hipertensas no período pós-menopausa e para a avaliação não invasiva do balanço do sistema nervoso autônomo (SNA) pode-se utilizar o estudo da variabilidade
da freqüência cardíaca (VFC).Objetivo: Investigar o comportamento da modulação autonômica cardíaca durante o esforço em resposta a um programa de
treinamento físico aeróbio em mulheres hipertensas no período pós-menopausa.
Método:10 mulheres hipertensas na pós-menopausa participaram de um programa de 12 semanas de treinamento físico aeróbio de intensidade moderada e
tiveram a VFC avaliada durante o teste de caminhada de 6 minutos (TC6’) nos períodos pré e pós-intervenção. Utilizou-se o test t Student para medidas pareadas
ou Wilcoxon na dependência da distribuição normal das variáveis avaliadas pelo
teste de Kolmogorov-Smirnov, considerando significativo p< 0,05. Resultados: Foi
observada redução dos índices rMSSD (89,27± 44,0 vs 64,62 ± 36,7; p = 0,014),
pNN50 (3,94 ± 4,05 vs 1,93 ± 3,51; p = 0,028) e no domínio da freqüência redução
do índice BF (1063,59 ± 716,97 vs 802,08 ± 649,3; p = 0,022). Também foram observadas uma tendência a redução da variável AF (1912,62 ± 2041,97 vs 1138,49
± 1405,08; p = 0,059) bem como aumento da relação BF/AF (108,92 ± 119,87
vs 159,50 ± 211,77; p = 0,059). A frequência cardíaca pico atingida durante o
TC6’ variou de 111.9±11,35 bpm para 120,90±11,91 bpm, (p= 0,006). Em relação
à avaliação da capacidade funcional, observou-se um aumento significativo na
distância média percorrida durante o TC6’ (511,07±42,0 vs 556,10±43,19 metros;
p = 0,009). Conclusão: A redução dos índices no domínio do tempo associados
à tendência ao aumento da relação BF/AF, avaliados durante esforço, sugerem
que o treinamento físico aeróbio de intensidade moderada, leva a um ajustamento do balanço simpatovagal a favor de um predomínio simpático, possivelmente
resultando em melhora da reserva cronotrópica e/ou reduzindo a incompetência
cronotrópica, que por sua vez possibilitaram um melhor desempenho no TC6’.
Introdução: A angina de Prinzmetal ou angina variante se caracteriza por episódios de dor torácica associados à elevação transitória do segmento ST. Ocorre devido a espasmo, na maioria das vezes focal, de uma artéria coronariana
epicárdica, levando a isquemia miocárdica. O vasoespasmo pode acorrer em
coronárias sem estenose ou em regiões adjacentes a placas ateromatosas. Métodos: Foi realizada coleta de dados a partir de atendimento realizado no Hospital das Clínicas/MG em fevereiro de 2012. Resultados: Paciente de 60 anos,
sexo masculino, apresentou dor torácica típica em repouso iniciada às 08h00min.
ECG realizado após 35 minutos da dor evidenciou bloqueio atrioventricular total
e elevação do segmento ST em derivações de parede inferior. Foi medicado com
nitroglicerina sublingual, com resolução da dor e remissão completa do supradesnivelamento de ST, com retorno ao ritmo sinusal. Encaminhado ao Hospital das
Clínicas, marcadores de lesão miocárdica foram negativos e não recorreu dor
torácica ou distúrbios do ritmo cardíaco, com terapêutica otimizada com bloqueadores de canal de cálcio. Cineangiocoronariografia não evidenciou obstrução coronariana significativa. Conclusões: Os pacientes com angina variante possuem
menos fatores de risco cardiovascular do que aqueles com angina instável. O
paciente relatado possui como fatores de risco hipertensão arterial bem controlada e ex-tabagismo. Em até 25% dos casos de angina variante, além do supradesnivelamento de ST, também ocorrem diferentes tipos de arritmias. As arritmias
ventriculares, como taquicardia ventricular, estão mais associadas com elevação
de ST em derivações de parede anterior, e as bradiarritmias, com elevação de
ST de parede inferior, como o descrito no caso. Há relatos de casos na literatura
com necessidade de implante de marcapasso definitivo, cardiodesfibrilador e até
stens em coronárias sem obstrução ateromatosa. Essas alternativas podem ser
indicadas em casos específicos, quando há refratariedade ao tratamento clínico
otimizado, com persistência de angina e arritmias. No caso descrito, houve pronta
resolução dos sintomas com o uso de nitroglicerina sublingual, sem recorrência
com o uso de diltiazem em dose otimizada.
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
15
28780
Modulação autonômica cardíaca e capacidade funcional em indivíduos com
diabetes
Correção da coarctação da aorta no adulto
ALVES, R L, FERNANDES, A S N, FERRAZ, S C, SILVA, E, CORREA, C L e
NOVAIS, L D
RENATO A SALGADO, BÁRBARA C A MARINO, FILIPE M CABRAL, LUIS E D
COUTO, RONALD SOUZA, SAULO R O LEITE, HELDER P FREITAS, SERGIO
L MURTA, WALTER RABELO e ROBERTO L MARINO
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG,
BRASIL.
Hospital Madre Teresa, , , BRASIL.
Introdução:A neuropatia autonômica cardiovascular é uma forma comum de disfunção autonômica encontrada em pacientes com Diabetes Mellitus (DM), provocando anormalidades no controle da freqüência cardíaca e dinâmica vascular.
Objetivo: avaliar a modulação autonômica através da variabilidade da freqüência
cardíaca (VFC), durante testes autonômicos cardiovasculares e sua implicação
sobre a capacidade funcional em indivíduos com DM do tipo 1 e 2 (DM1 e DM2).
Método:15 indivíduos com DM, observando-se critérios de inclusão/exclusão, foram alocados em dois grupos (DM2 n=10 e DM1 n=5) e outros 12 obedecendo
aos mesmos critérios à exceção do DM, foram distribuídos em 2 grupos controles pareados por idade em relação ao grupo experimental, cada um com 6
indivíduos. Foram registrados os intervalos de ondas R-R durante a realização
dos testes autonômicos cardiovasculares: manobra de valsalva, handgrip e teste
de arritmia sinusal respiratória (ASR), considerando-se índices no domínio do
tempo: rMSSD e pNN50; e da freqüência: BF, AF e BF/AF. A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de Paschoal, que propõe uma graduação desta, pela
distância percorrida em cicloergômetro. Resultados: A média de idade dos grupos
foi de 17,6±1,94 no grupo DM1 e de 21.17±3,19 no seu controle (p<0,057); e
de 73.86±13.93 no grupo DM2 e 73.67±19.12 no seu controle (p<0,981). A glicemia capilar foi significativamente maior nos grupos com DM comparados aos
seus respectivos controles (p<0,05). Apenas os valores do índice pNN50 para
o grupo com DM1, em todos os testes realizados, foram menores em relação
ao controle, a saber:ASR (4,2±5,78vs.18,72±9,47;p<0.0154); manobra de valsalva (5,94±7,25vs.17,82±9,32; p<0.0456) e handgrip (2,08±1,82 vs.9,78±4,94;
p<0.0095). Nenhuma diferença estatística foi encontrada quando comparado grupo DM2 e controle. A distância percorrida no teste de Paschoal foi similar entre
os grupos de indivíduos com DM e seus controles. Conclusão:A variável pNN50
foi menor nos indivíduoscom DM1, sugerindo redução da atividade parassimpática nos mesmos,quando comparados ao grupo controle, porém sem alteração
da capacidade funcional, avaliada em nível submáximo, pelo teste de Paschoal.
Introdução: A maioria dos pacientes(pcts) com coarctação de aorta(CoA) não corrigida na infância ou adolescência morrem antes de 50 anos por complicações
diversas.Apresentamos um caso de CoA diagnosticada na vida adulta com tratamento endovascular.Relato de caso:Pct feminina,34 anos,hipertensa(HAS) desde
os 22 anos em tratamento farmacológico com resultado insatisfatório e CoA diagnosticada aos 34 anos.Sinais semiológicos, radiológicos, ecocardiográficos(ECO)
e eletrocardiográficos de CoA ístmica. Pressão arterial sistólica em MMSS de
180 mmHg e em MMII de 100mHg.ECO com FEVE 71%, hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo(HVE), valva aórtica normal e CoA pós subclávia
esquerda, com gradiente de 90 mmHg. Angiotomografia confirmou os achados
e revelou extensa rede de colaterais.Optado pelo tratamento endovascular e utilizada prótese auto-expansível recoberta. No pós-operatório, desapareceu o gradiente pressórico entre membros, mas manteve HAS leve com necessidade de
anti-hipertensivos .Discussão: CoA diagnosticada tardiamente e sem tratamento
apresenta impacto negativo na sobrevida se comparada com pacientes tratados
na infância .Adultos com CoA apresentam comorbidades como HVE e arritmia,
além de extensa rede de colaterais que dificultam a abordagem cirúrgica pelo
aumento do risco de sangramento peri-operatório. Dessa forma, a correção endovascular com stent tem se mostrado uma terapêutica alternativa importante
com resultados e desfechos similares ao tratamento cirúrgico convencional. O
uso de stents recobertos tem sido incentivado para evitar complicações vasculares. A incidência de re-coarctação após implante de stent é menor do que após
angioplastia com balão isolado. O resultado do controle pressórico após correção
da CoA apresenta controvérsias,pois apesar de se obter desaparecimento do
gradiente não implica necessariamente normalização da HAS como no presente caso. Esses pcts devem, portanto, serem acompanhados com rigor a nível
ambulatorial.Conclusão:Esse caso mostra a preferência do nosso serviço pelo
tratamento endovascular para CoA em adultos. A permanência da HAS mesmo
com o desaparecimento do gradiente recomenda a necessidade de permanente
controle ambulatorial.
28784
28785
Papel da ecocardiografia no diagnóstico da agenesia do pericárdio
Mudança do estilo de vida em paciente de baixo risco cardiovascular
RODRIGO ABBUD ATTUX, CAMILA ALMEIDA DA MATA, ALEXANDRE FERREIRA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, NICOLLE LAUAR PIMENTA,
RUDOLF MOREIRA PFEILSTICKER, MARIA CLAUDIA VITOR BRITO MOURA
e JOSE LUIZ BARROS PENA
JAIME OLIVEIRA AGUIAR, GIOVANI DE ALMEIDA DIAS, HERIVELTON JOSE
DE SOUZA ALVES, JULIANA OLIVEIRA CAMPOS DOSD SANTOS, SERGIO
MUNIZ RIOS FILHO, VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, DEBORAH EULALIO
SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e GUILHERME HONORIO
MOREIRA
Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, , BRASIL.
Fundamentação: A agenesia congênita do pericárdio (AP) é anomalia rara e, na
grande maioria das vezes, cursa com apresentação assintomática. A maioria dos
casos acomete apenas parcialmente o coração esquerdo (70%). Há predominância do sexo masculino (3:1). Cerca de 30% dos pacientes podem ter outros
defeitos congênitos, tais como defeitos do septo interatrial, valva aórtica bivalvular, persistência do canal arterial e Tetralogia de Fallot. Apesar do grande avanço
dos métodos de imagem, o diagnóstico da AP é feito em necropsias ou durante
cirurgia torácica na maior parte dos casos. Parte dos defeitos parciais podem
tornar-se sintomáticos devido à herniação das cavidades cardíacas ou torção das
grandes artérias, sendo causa inclusive de morte súbita. Objetivo: Demonstrar
o papel da ecocardiografia no diagnóstico da agenesia do pericárdio.Relato de
caso: Sexo masculino, 13 anos, procurou atendimento médico para avaliação de
dispnéia durante atividades físicas. Raios X de tórax evidenciou deslocamento
da silhueta cardíaca para a esquerda com borda esquerda sobrepondo a coluna, traquéia normoposicionada e vasculatura pulmonar normal. EcoDoppler demonstrou situs solitus com deslocamento do coração durante a sístole, resultante
da rotação cardíaca, dilatação do ventrículo direito, mobilidade exarcebada da
parede posterior do VE, movimentação paradoxal do septo interventricular. Não
detectamos alterações nos diferentes aparelhos valvares e não verificamos fluxos
anormais ao Doppler. Tomografia computadorizada do tórax evidenciou proeminência da artéria pulmonar esquerda e interposição do pulmão na janela aorto- pulmonar, confirmando o diagnóstico. Conclusão: Os defeitos congênitos do
pericárdio são incomuns. Nos defeitos parciais, grande maioria dos casos, o ECG
e exame físico em geral são normais. A ecocardiografia pela sua disponibilidade
e natureza não- invasiva pode ser a ferramenta diagnóstica inicial, demonstrando
grande sensibilidade neste raro diagnóstico. Ela permite ainda diagnosticar com
grande acuidade possíveis defeitos congênitos associados.
16
28781
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
Vila da Serra, Nova Lima, MG, BRASIL.
A dislipidemia é um dos principais fatores envolvidos na doença aterosclerótica,
na maioria dos casos as dislipidemias são secundárias a drogas, doença ou estilo
de vida. É uma doença silenciosa que deve ser ativamente pesquisada e feita a
correta estratificação de risco que segue o escore de Framinghan, estimando a
porcentagem e o risco cardiovascular em um período de 10 anos, sendo um bom
indicador para identificar os indivíduos de baixo risco.
Trata-se de um relato de caso de uma paciente de 40 anos, branca, previamente
hígida, índice de massa corpórea 22,4Kg/m² atividade física regular, nega tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas aos finais de semana, encaminhada para a
cardiologia pelo seu ginecologista que, após evidenciar em exames laboratoriais
a presença de dislipidemia (LDL 197; HDL 54; VLDL 39; Triglicerídeos 197mg/
dl), seu risco cardiovascular era baixo ( <10%), foi então optado por medidas não
farmacológicas, e iniciado a mudança de estilo de vida (MEV), intensificando atividade física do tipo aeróbica, restrição alimentar de gorduras. Após 3 meses da
MEV e, sem o uso de hipolipemiantes, a paciente retorna a consulta com níveis
adequados dos colesteróis (LDL 100; HDL 65; VLDL 15. Triglicerídeos 130 mg/dl).
O relato de caso em questão ressalta que o sucesso das medidas não farmacológicas para o controle da dislipidemia é possível, principalmente naqueles pacientes de baixo risco cardiovascular em que a mudança do estilo de vida mostrou-se
eficaz.
28787
28789
Abordagem do idoso com insuficiência cardíaca e insuficiência renal
Como os índices de deformação e torsão miocárdicas podem auxiliar no
diagnóstico e prognóstico da cardiomiopatia hipertrófica – relato de caso
HELDER SANTOS OLIVEIA, CAROLINE NABACK DUCLOU, CYNTHIA UCHOA
VILHENA, JOAO PAULO DE CASTRO BARBOSA, LAIS LIMA NASCIMENTO,
DEBORAH EULALIO SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e ANNA
ROSALYNA ALVES CAZÉ SILVA
RAFAEL AVELAR FONSECA CARDOSO, CAMILA ALMEIDA DA MATA, ALEXANDRE FERREIRA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, RODRIGO ABBUD
ATTUX, RICARDO DE SOUZA ALVES FERREIRA, MARIA DA CONSOLAÇÃO
VIEIRA MOREIRA e JOSE LUIZ BARROS PENA
Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital
Geral do Barreiro, Belo Hosrizonte, MG, BRASIL.
Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Trata-se de um relato de caso, de um paciente idoso internado devido a quadro
de insuficiência cardíaca descompensada, com diagnóstico prévio, apenas, de
hipertensão arterial sistêmica
M.F.C., masculino, 82 anos, leucodérmico, chegou ao pronto socorro, apresentando dispnéia de repouso, ortopnéia e apresentava ao exame clínico taquicardico, com turgência jugular, crepitações pulmonares, edema de membros inferiores, exames laboratoriais que mostraram peptideo natriuretico atrial elevado,
sendo internado com diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC) descompensada.
Realizado ecocardiograma transtorácico que evidenciou função sistólica preservada, sem deficit segmentar, com alteração do relaxamento diastolico. Foi iniciado carvedilol 3,125mg BID, losartana (BRA) 50mg BID, captopril (IECA) 12,5 mg
BID, furosemida 40mg e espironolactona 25mg MID, para tratamento da IC, com
melhora importante de seus sintomas. Após quatro dias do inicio do tratamento
evoluiu com edema agudo de pulmão necessitando ser encaminhado à unidade
de terapia (UTI) intensiva para suporte terapêutico, quando foi verificado piora
da função renal. Optou-se por suspender o IECA e a espironolactona, além de
reduzir a dose do BRA, com estas medidas obteve-se melhora da função renal,
estando compensado clinicamente.
O caso relatado proporciona a discussão da terapêutica de uma situação complexa do idoso portador de IC, cuja função renal nem sempre é conhecida e das
possíveis complicações verificadas quando da associação de um IECA a um
BRA, o que já foi demonstrado em estudos clínicos previamente publicados.
Evidenciando a importância de técnica apurada e o bom senso clínico que possa
equilibrar o tratamento da IC sem trazer prejuízos a função renal.
28790
Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a mais comum das doenças
cardiovasculares genéticas. Caracteriza-se por hipertrofia das paredes do VE, na
maioria das vezes assimétrica, na ausência de etiologia identificável. É a principal causa de morte súbita em jovens, relacionada a fibrose intersticial, que leva
ao desenvolvimento de arritmias malignas graves. A Ecocardiografia nas últimas
décadas vem tendo um papel importante no diagnóstico e na quantificação da
gravidade da CMH através de suas modalidades convencionais. Os índices de
deformação miocárdica (strain e strain rate), obtidos através do Doppler tecidual
ou análise bidimensional através do speckle tracking (ST) fornecem informações
importantes a respeito da doença. A medição do deslocamento dos pontos no
sentido circunferencial pelo ST, permite estimar a rotação (em graus) e a taxa de
rotação (em graus por segundo). A diferença entre a rotação, ao nível da base da
cavidade (eixo curto, valva mitral) e ao nível do ápice (eixo curto apical), resulta
na chamada torsão apical ou twist, importante parâmetro de função ventricular
sistólica e diastólica.
Relato de Caso: Sexo masculino, 13 anos, com diagnóstico de CMH desde os
9 anos. Queixa-se de dispnéia aos médios esforços e palpitações em repouso.
EcoDoppler demonstrou septo interventricular medindo 34 mm em segmento basal, função sistólica radial do VE preservada (fração de ejeção = 71%), disfunção
diastólica grau III com sinais indiretos de aumento da pressão diastólica final do
VE, gradiente de pico em repouso de 63 mm Hg, insuficiência mitral de grau
discreto a moderado. Há redução do strain sistólico regional e global, que atingiu -3%, alteração no strain rate-modo-M, sugerindo desarranjo de fibras. O twist
mediu 4,080 e o untwist -0,33. A torsão mediu 0,650/cm. Ressonância magnética
demonstrou múltiplas áreas de fibrose em VE e VD.
Conclusão: Os índices de deformação miocárdica permitem diagnóstico da função sistólica radial, longitudinal e circunferencial. A redução dos índices de torsão
e twist sugerem acometimento fibrótico intenso. Tais achados parecem ser independentes do gradiente e grau de disfunção diastólica.
28791
Miocardiopatia por quimioterápico: relato de caso
Perfil epidemiológico e principais diagnósticos de enfermagem em pacientes hipertensos acompanhados em nível ambulatorial
CASSIO MENEZES NOGUEIRA, BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, JOSÉ
FERNANDO PORTUGAL HORTA, SERGIO LAGES MURTA, SUSANA DRUMOND PERES, WALTER RABELO e ROBERTO LUIZ MARINO
SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA, ALESSANDRA ROCHA LUZ, CLEIDINEY ALVES E SILVA, GABRIELA FREITAS PINHEIRO e MAYARA SOUZA
VIANNA
Hospital Madre Teresa, , , BRASIL.
Hospital das Clínicas da UFMG , Belo Horizonte , MG, BRASIL.
Introdução: Avanços na terapia oncológica resultam na melhora da qualidade de vida e no aumento da sobrevida dos pacientes (pcts) tratados com
quimioterápicos(QTX). Doenças cardiovasculares nos pcts com câncer são
eventos frequentes pela maior exposição a fatores de risco cardiovasculares e à
QTX com potencial de cardiotoxicidade.Apresentamos um caso de miocardiopatia por quimioterápico(MQ).Relato de caso:Pct de 75 anos,feminina, admitida em
nosso serviço em fevereiro de 2012 com dispnéia classe IV nos últimos meses.
Passado de Linfoma não-Hodgkin tratado com antraciclicos (doxorrubucina) até
maio 2011 com critério de cura.Ecocardiograma (ECO) em janeiro de 2012 sem
comprometimento da função ventricular(FEVE).Apresentava sinais de insuficiência cardíaca(ICC) descompensada. ECO de 06/02/2012: VE com importante
dilatação e FEVE de 34%, VD com hipocontratilidade moderada.Excluídas outras
causas de piora da FEVE,e feito diagnóstico de MQ.Pct recebeu alta após otimização terapêutica em classe II NYHA. Discussão: A cardiotoxicidade por QTX
pode se apresentar de forma aguda, subaguda ou crônica e se manifestar em
qualquer momento após o seu uso,mesmo tardiamente. Sua manifestação tardia
mais típica é a disfunção ventricular diastólica ou sistólica que pode levar a ICC
e a morte cardiovascular. Os efeitos cardiotóxicos são cumulativos e têm relação
com a dose, a velocidade de infusão,e no caso da antraciclinas são irreversíveis.
Métodos complementares de imagem, marcadores de necrose e biópsia podem
ser utilizados para identificar lesão no miocárdio.O ECO é considerado exame de
escolha na avaliação inicial, no monitoramento durante o tratamento e na fase
de seguimento.Avaliação da função do miocárdio deve ser feita antes do início
do tratamento para se excluir cardiopatia preexistente e no seguimento aos 3,6
e 12 meses, e repetido a cada dois anos. Conclusão::A cardiotoxicidade é uma
das complicações mais significativas do tratamento do câncer, responsável por
considerável morbimortalidade. Sua identificação precoce,aliado ao diagnóstico
correto e a terapêutica eficaz para ICC reduz o risco de mortalidade e melhora a
qualidade de vida do pct.
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresenta alta prevalência
mundial, no Brasil nos últimos 20 anos, atingiu percentuais entre 22,3% a 43,9%.
A detecção, o tratamento e o controle da HAS são fundamentais para a redução
dos eventos cardiovasculares. Nessa perspectiva, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), apresenta-se como um processo importante a ser
utilizado, sendo os diagnósticos de enfermagem (DE) elementos fundamentais
na realização da mesma. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico e levantar
os principais DE da população atendida no Ambulatório de Hipertensão e Agravos Cardiovasculares do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas
Gerais. Metodologia: Estudo observacional e de delineamento transversal, desenvolvido com 33 pacientes, de ambos os sexos e diferentes faixas etárias, em
acompanhamento no referido ambulatório. A coleta de dados ocorreu nos meses
de fevereiro e março de 2012, através de questionário estruturado, elaborado
especificamente para esta finalidade. Resultados: Dos 33 pacientes atendidos,
76% (25) eram do sexo feminino, 43% (14) eram negros, 46% (15) tinham entre
51 e 69 anos. Quanto à ocupação 49% (16) eram “do lar” e 27% (9) eram aposentados. O nível de escolaridade prevalente, 58% (19), foi o ensino fundamental
incompleto. 91% (30) da amostra a referiram história familiar positiva para doença
arterial coronariana, sendo o Infarto agudo do Miocárdio (IAM) citado por 70%
(23) dos pacientes. Em relação às complicações da mesma, o Acidente Vascular
Encefálico foi lembrado por 82% (27) dos pacientes, seguidos de IAM 76% (25).
Acerca dos diagnósticos de enfermagem, foram identificados um total de 31, os
quais estão distribuídos em 12 dos 13 domínios instituído pela Associação Norte
Americana de Diagnósticos de Enfermagem – Internacional (NANDA-I), sendo
ausente diagnósticos referentes ao domínio Crescimento/Desenvolvimento. Os
DE de maior prevalência foram: Conhecimento deficiente (55%); Estilo de vida
sedentário (52%); Ansiedade (52%); Conclusões: Conhecendo o perfil epidemiológico, bem como as necessidades de saúde da população atendida, está sendo
possível elaborar ações de prevenção, promoção e tratamento mais eficazes. A
SAE favorece a adequada elaboração de DE, os quais representam por sua vez;
uma linguagem que norteia as ações de enfermagem, permite a elaboração de
metas e prescrições concisas contribuindo para a redução dos agravos à saúde
secundários à hipertensão arterial.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
17
28796
Uma nova mutação para a síndrome de QT longo congênito
Variabilidade da frequência cardíaca após reabilitação cardiovascular: relato de caso.
THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, MONALINE DE LIMA MEDEIROS, MARGARIDA MARIA DA COSTA SMITH MAIA, NICOLLE LAUAR PIMENTA, ALINE BRAGA RODRIGUES, CLARA PRATES TEIXEIRA, BRUNO MARQUES ZYNGIER e
MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
MAYARA SIMOES, MATHEUS GARCIA GOMES, APARECIDA MARIA CATAI,
FERNANDO SEIJI DA SILVA e LUCIANA DUARTE NOVAIS
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Laboratório Genetika, Curitiba, PR, BRASIL.
A síndrome de QT longo congênito (SQTLc) é uma rara doença genética causada por mutações em genes que codificam proteínas constituintes dos canais
iônicos envolvidos nos potenciais de ação dos miócitos. São descritos 12 tipos
de SQTLc, cada um com diferentes mutações . Objetivo - Relatar caso em que se
identificaram novas mutações para a SQTLc. Resultados - Paciente (PT) ACS, 25
anos, masc., atleta, com 4 síncopes com perdas de consciência por 2 a 3 minutos, quedas, cianose, respiração agônica e espasticidade muscular generalizada.
Todos os episódios ocorreram 1 a 2 minutos após término de partida de futebol.
Foram realizados os seguintes exames: Exame cardiológico normal; ECGs com
ritmo sinusal e supradesnível ascendente de ST em V1 a V3; Ecocardiograma
com hipertrofia do VE, que normalizou após 3 meses de suspensão das atividades esportivas; Teste de inclinação negativo; Teste provocativo de Síndrome de
Brugada negativo; Ressonância magnética cardíaca normal; Teste ergométrico
normal e sem arritmias esforço-induzidas; 2 ECGs dentre os vários realizados
que mostraram QTc de 0,52 segs. e ondas T minus-plus de V4 a V6; e Holter-24
H. sem arritmias. Após atenolól 50 mg MID, todos os ECGs mostraram QTc normais e o PT não mais apresentou síncopes. As atividades esportivas competitivas
foram abolidas. O estudo genético mostrou variante heterozigótica no exon 41 do
gene ANK2 (relacionado à SQTLc 4) e também no exon 50 do gene CACNA1C
(SQTLc 8) e 2 polimorfismos no gene SCN5A. Todos estes defeitos genéticos
provocam aumento de cargas positivas (cálcio para os genes ANK2 e CACNA1C
e sódio para o gene SCN5A) no interior da membrana celular durante a diástole,
aumentando o PRE das células e o intervalo QT. As 2 primeiras mutações ainda
não haviam sido descritas. Os polimorfismos do gene SCN5A são descritos como
arritmogênicos. A expressão fenotípica do defeito genético é altamente variável
pois poucos foram os ECGs com QTc prolongados. A sobrecarga citosólica de
cálcio provocada pelo defeito genético acentua-se no stress adrenérgico e pode
provocar arritmias ventriculares por pós-potenciais tardios. Conclusão - Trata-se
de SQTLc tipo 4 com novas mutações ainda não descritas ou novo tipo ainda não
relatado de canalopatia.
28799
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.
INTRODUÇÃO: Infarto do Miocárdio (IM) é a principal causa isolada de morte
no país. Pós IM ocorre prejuízo do controle autonômico cardíaco, podendo ser
avaliado por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A reabilitação
cardíaca (RCV) é parte integrante da terapêutica do IM, e pode melhorar o quadro
clínico do paciente. O objetivo do trabalho foi de comparar a frequência cardíaca
(FC) e sua variabilidade pré e pós RCV de um paciente com IM. MÉTODOS: Foi
selecionado um paciente, sexo masculino, 61 anos, com IM anterior, e foi realizado a coleta da VFC, utilizando um cardiofrequencímetro da marca POLAR, modelo RS800CX nas posições supino e em pé (10 minutos cada posição) em respiração espontânea, em dois momentos: 4 dias e após um ano do IM. Nesse período
de um ano pós IM o paciente foi submetido a RCV, com 3 sessões semanais, 60
minutos por sessão. A RCV constou de prática de treinamento físico aeróbio, a
70% da capacidade funcional (baseado no teste ergométrico clínico), utilizandose a fórmula de Karvonen para o cálculo da FC de treinamento [FCT=FCrepouso
+ X% (FCmáxima-FCrepouso)] e de resistência muscular periférica, associados
a alongamentos. Além disso foi feito o acompanhamento clínico, nutricional e de
enfermagem. Para a análise da VFC foram utilizados os índices no domínio do
tempo (RMSSD) e da freqüência (BF, AF e BF/AF). RESULTADOS: Os valores de
FC pós RCV (supino: 70bpm; em pé: 74bpm) foram menores que no pré RCV (supino: 84bpm; em pé: 85bpm). Os valores de RMSSD aumentaram pós RCV em
todas as posições avaliadas [supino: 10,7ms (pré) e 23,2ms (pós); em pé:11,2ms
(pré) e 20,1ms (pós)]. Os valores de BF e AF também aumentaram pós RCV, em
todas as posições avaliadas: BF [supino: 17, 4 (pré) e 363,1 (pós); em pé: 12,3
(pré) e 251, 4 (pós)] AF: [supino: 13,3 (pré) e 184,9 (pós); em pé: 17,6 (pré) e
124,1 (pós)]. A razão BF/AF no pré-RCV (supino: 1,3; em pé: 0,7) foi menor que
no pós-RCV (supino: 2,0; em pé: 2,0). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que
a reabilitação cardiovascular é efetiva para a redução dos valores de frequência
cardíaca de repouso e aumento da VFC, evidenciando a melhora da modulação
autonômica do coração. Apoio financeiro: Funepu (processo nº 928/2010).
28804
Embolização percutânea de grande fístula arteriovenosa pulmonar de alto
débito
Avaliação da terapia antihipertensiva na atenção primária a saúde
THALLES O GOMES, BRUNO R NASCIMENTO, JAMIL A SAAD, ARI MANDIL,
EDUARDO B FALQUETO, EDUARDO K M WASHIZU, JULIO C BOGRES, GUILHERME R S ATHAYDE e LUCAS L JUNQUEIRA
SOUZA, L R, MENDES, A J, MARTINS, L V, MORAIS, R M, BRANDÃO, D T D,
CORDEIRO, G C, MOURA, P H T, MENDONÇA, F Q, PIMENTA, H B e CALDEIRA, A P
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas
UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.
Introdução Fístula arteriovenosa pulmonar (FAVP) é uma rara anormalidade vascular caracterizada por comunicação direta entre artéria e veia, representando
shunt extracardíaco da direita para a esquerda. A maioria é congênita, enquanto
as formas adquiridas são secundárias a trauma, cirurgia, cirrose, carcinomas, estenose mitral e amiloidose. As conseqüências dependem do calibre dos vasos,
podendo causar fadiga, dispnéia, cianose, hemoptise e complicações como abscesso cerebral e acidente vascular encefálico. Caso clínico Paciente de 59 anos,
com antecedente de comissurotomia mitral, evoluindo com dispnéia, cianose e
hipoxemia, tornando-se usuária de oxigênio (O2) domiciliar. Ecocardiograma evidenciou estenose mitral e hipertensão pulmonar moderadas. Gasometria mostrou
pressão arterial de O2 (PO2) de 55mmHg e saturação arterial de O2 (SO2) de
86% em ar ambiente. Realizada tomografia computadorizada de tórax, visualizando presença de vasos sanguíneos dilatados e tortuosos formando enovelado no
lobo inferior do pulmão direito, nutridos por artéria interlobar e drenando para veia
pulmonar inferior. Paciente foi submetida a arteriografia pulmonar que evidenciou
imagem sugestiva de grande FAVP em lobo inferior direito, com alto débito, e
ectasia dos vasos. Optou-se pela embolização percutânea da FAVP. Antes do
procedimento, a paciente apresentava SO2 de 85%. Através de punção de veia
femoral progrediu-se cateter, sendo posicionado no 1/3 médio da FAVP e plug
vascular para proteção distal. Liberada primeira mola de Gianturco, que migrou
para o átrio esquerdo. Realizada, a seguir, a liberação de onze molas, ancoradas
ao plug vascular. Após embolização, observou-se oclusão completa da FAVP e
elevação da SO2 para 95%. Foi realizada punção transeptal e retirada da mola
migrada para o átrio esquerdo. Um ano após a embolização da FAVP, a paciente
encontra-se assintomática, sem uso de O2. Gasometria mostra PO2: 103mmHg e
SO2: 97%. Ecocardiograma: fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 57%, estenose mitral moderada, insuficiência mitral discreta e pressão sistólica da artéria
pulmonar de 42mmHg. Conclusão As opções de tratamento das FAVPs incluem
embolização percutânea e excisão cirúrgica. A embolização com molas tornouse tratamento de escolha, embora complicações como embolização paradoxal
possa ocorrer, principalmente em grandes fístulas. Portanto a escolha precisa do
material para fechamento e tratamento de complicações é importante para reduzir
o insucesso do procedimento
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28797
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco
para doenças cardiovasculares. Quando necessário está indicado a aplicação de
fármacos anti-hipertensivos, sendo disponíveis diversas opções para uso clínico.
OBJETIVO: Traçar um perfil da terapêutica medicamentosa anti-hipertensiva no
norte de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, exploratório
e descritivo. A seleção foi feita aleatoriamente em municípios do norte de Minas
Gerais, junto às equipes de Saúde da Família, alocadas de modo aleatório, a partir da Ficha “B” (cadastro dos hipertensos) do Sistema de Informações da Atenção
Básica (SIAB). Além do diagnóstico de HAS, foi critério de inclusão, para homens, ter no mínimo 45 anos e, mulheres, 55 anos. Excluídos aqueles com relato
de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Os dados referentes aos
medicamentos utilizados foram coletados em entrevistas com os participantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Compôs-se uma amostra de 291 hipertensos.
As classes de drogas mais utilizadas foram os diuréticos tiazídicos (55,6%) e
os inibidores da enzima conversora da angiotensina – IECA (52,5%), seguidos
por betabloquadores (29,2%), bloqueadores dos canais de cálcio – BCC(21,6%)
e pelos bloqueadores dos receptores de angiotensina – BRA(15,1%). Os diuréticos de alça, os diuréticos poupadores de potássio e os agonistas alfa-2 de
ação central vieram a seguir (9,2%, 5,1% e 4,4%, respectivamente). Os vasodilatadores de ação direta foram inexpressivos na amostra (menos de 0,5% dos
pacientes). Verificou-se ainda que 30,9% dos entrevistados usavam monoterapia;
42,9%, terapia dupla; 17,5%, terapia tripla; e 8,6% usavam quatro ou mais antihipertensivos. O predomínio da terapia com dois ou mais medicamentos (69%)
concorda com estudos importantes, para os quais, em cerca de dois terços dos
pacientes, a monoterapia não é suficiente para atingir os níveis pressóricos desejados. Porém, discorda de evidências norteamericanas que apontam a monoterapia como capaz de controlar os níveis pressóricos em 50% dos pacientes.
CONCLUSÃO: O fato de diuréticos tiazídicos, IECA e betabloqueadores terem
aparecido como as drogas mais utilizadas é condizente com estudos maiores,
nacionais e internacionais.
28805
28806
Cardiomiopatia não isquêmica fibrótica: uma nova causa de morte súbita
cardíaca em atletas.
Relato de caso: paciente com febre reumática apresentando cardite indolente.
THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, CARLOS HENRIQUE FIGUEIREDO FONTES, EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, HAROLDO CHRISTO ALEIXO, LUIZ
GUSTAVO ZAGATI HERNANDES, DANIEL PINHEIRO CRUZ e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
BERNARDO COUTO FERREIRA, ROMERO ANTÔNIO SAYD CABRAL, BÁRBARA CAROLINA VIERA NOGUEIRA e MARISTELA MARCIA MENEGHIN
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO A Febre Reumática (FR) é uma complicação não supurativa da
faringoamidalite causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (EBGA) e
ocorre principalmente em crianças e adultos jovens geneticamente predispostas.
Não existe nenhum sinal patognomônico ou exame específico, sendo o padrão
ouro os Critérios de Jones (CJ), que necessita para o diagnóstico do primeiro
episódio dois critérios maiores ou um maior e dois menores mais a evidência
de infecção estreptocócica anterior. MÉTODOS Foram analisados o prontuário,
exames da paciente. Revisão da literatura realizada por meio da Diretriz Brasileira
para o Diagnóstico, Tratamento e Prevenção da Febre Reumática. RESULTADO
Paciente feminino, 14 anos,procurou o médico devido à artralgia assimétrica e migratóra em grandes articulações, sendo prescrito antiinflamatorio não hormonal,
havendo melhora dos sintomas. Após o término da medicação, houve recidiva
dos sintomas, levando a mesma a outro médico, que notou sopro sistólico (3+/6+)
em foco mitral. Segundo os pais, não havia doença pregressa e a paciente tinha
ido ao pediatra há 5 meses, devido à amigdalite. Como não havia relato de sopro,
foi solicitado ecocardiograma, que evidenciou vegetação e regurgitação moderada em valva mitral e discreto aumento das câmaras esquerdas, sugerindo cardite
moderada. Devido à suspeita de FR, optou-se pela hospitalizada para inicio do
tratamento com antibiótico. No 10º dia de internação, paciente apresentou quadro súbito de desvio de comissura labial, disartria, ptose palpebral e anisocoria.
Tomografia de crânio mostrou captação anelares com acentuado edema vasogênico periférico em região fronto temporal direita, comprimindo levemente o ventrículo lateral direito, sugerindo êmbolo séptico cerebral. Após 6 dias, paciente foi
submetida à cirurgia de troca de valva mitral e implante de marcapasso definitivo,
sem intercorrência. Paciente evoluiu bem, com melhora do quadro neurológico
e cardíaco. CONCLUSÃO: Há uma grande dificuldade na escolha e execução
correta do tratamento das faringoamigdalites nos pacientes assintomáticos ou oligossintomáticas. A cardite, que é um dos critérios maiores dos CJ, quando surge
de forma indolente não precisa dos outros critérios para diagnóstico.
A morte súbita em atletas é fenômeno raro porém catastrófico. Geralmente ocorre
em atletas com cardiopatias não previamente diagnosticadas e o mecanismo usual é a taquicardia (TV) ou fibrilação ventricular (FV). Objetivo - Relatar uma nova
causa de morte súbita ocorrida em atleta durante corrida em esteira ergométrica.
Métodos e resultados - M.D.A., 46 anos, masc., atleta, que sofreu parada cardiorespiratória (PCR) durante esteira ergométrica na academia. Antes do exercício,
consumira grande quantidade de Redbull, café e chocolate. Um médico no local
utilizou um desfibrilador externo automático (DEA) que aplicou 2 choques, após
os quais o PT recuperou-se sem seqüelas. Um teste ergométrico 2 meses antes
não mostrara nenhuma anormalidade. No CTI, foi submetido aos seguintes exames: ECG basal normal; dosagem de eletrólitos, enzimas cardíacas e hormônios
tiroideanos normais; cineangiocoronariografia normal; ecocardiograma normal;
sorologia para T. cruzi negativa; Holter 24-horas com extrassístoles ventriculares
freqüentes e com morfologia de BCRD (origem no VE); teste provocativo para
síndrome de Brugada negativo; e estudo eletrofisiológico normal. A ressonância
magnética cardíaca (RNM) mostrou extensa lâmina de fibrose na região anteroseptal do VE e leve edema de fibras cardíacas. Os registos do DEA, obtidos 2
meses após, revelaram no 1o choque uma TV sustentada e no 2o uma FV. O 1o
evento foi revertido com choque bifásico de 200 J. e o 2o com choque de 300
J. O PT foi medicado com carvedilól e enalapril e foi submetido a implante de
cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). Após 1 ano, o PT evolui bem e sem
choques do CDI. Conclusões - Os registros do DEA comprovaram que a TV e a
FV foram o mecanismo da PCR; Após extensa propedêutica, apenas a RNM foi
capaz de definir a etiologia da PCR, a cardiomiopatia não isquêmica fibrótica, entidade de natureza idiopática, recentemente descrita, cuja fibrose constitui o substrato orgânico da reentrada. Possivelmente, a presença de um substrato fibrótico,
aliado a consumo de substâncias estimulantes e stress físico e emocional, culminaram na ocorrência da TV/FV. Não fosse a RNM, o diagnóstico etiológico teria
sido erroneamente a fibrilação ventricular idiopática.
28808
Faculdade de Medicina de Barbacena-FUNJOB, Barbacena, MG, BRASIL.
28809
Relato de caso: cardiomiopatia induzida por estresse (Takotsubo)
Retirada de stent não expandido do tronco de coronária esquerda através
de técnica percutânea.
ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO
B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S
JUNIOR
ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO
B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S
JUNIOR
Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: A Cardiomiopatia induzida por estresse é uma caracterizada por angina, iniciada por um estresse emocional ou físico intenso, associado a alterações ao ECG e MNM, mimetizando um IAM. A anormalidade mais comum é a
hipocinesia medial e apical do VE, associado a hipercinesia na parede basal.
Essa síndrome foi descoberta recentemente e não existem muitos dados sobre
sua prevalência, estima-se em torno de 1-2% dos casos suspeitos de SCA. A
fisiopatologia é controversa, acredita-se que possa ocorrer disfunção ou espasmo microvascular, induzido pela liberação de catecolaminas ou uma toxicidade
direta das catecolaminas no músculo cardíaco, resultando em atordoamento miocárdico. Não existe um consenso quanto aos critérios diagnósticos, em 2004,
desenvolveram alguns critérios: anomalia transitória da contratilidade segmentar;
ausência de DAC significativa; alterações ECG de novo ou elevação de MNM; ausência de feocromocitoma ou miocardite. Objetivo: Relatar caso de paciente com
cardiomiopatia de estresse, sendo esta uma síndrome pouco descrita. Relato de
Caso: Paciente M.M.O., sexo feminino, 76 anos, portadora de HAS, DM, doença
de Chagas (megaesôfago). Iniciou em nov/2011 com quadro de dor precordial,
após um quadro de estresse emocional. Atendida no PA do IPSEMG, realizou
ECG onde não evidenciou-se alterações agudas, porém houve alterações da
troponina: 1,77. Transferida para a UCO do hospital Luxemburgo, alocada em
protocolo de SCA, matenve-se assintomática. Realizou cateterismo que evidenciou artérias coronárias isentas de ateromatose significativa e VE com hipocinesia
grave da parede apical. ECO evidenciou hipocinesia grave dos segmentos médio
e apical das paredes inferior, ínfero-septal e antero-septal, FE40%. Recebeu alta
assintomática e realizou acompanhamento ambulatorial, sendo realizado, dois
meses depois, novo ECO que evidenciou VE com função sistólica global preservada, sem alterações segmentares, FE66%.Conclusão: A cardiomiopatia induzida por estresse é uma síndrome com dignóstico recente e prevalencia em torno
de 1-2% dos casos de SCA, que deve ser suspeitada sempre que estamos diante
de um quadro de SCA, sem DAC.
Introdução: A angioplastia tem se tornado um método cada vez mais seguro no
tratamento da doença coronariana obstrutiva. As complicações graves têm se
tornado cada vez menos frequentes. Uma complicação rara é o deslocamento do
stent não expandido do seu sistema de liberação dentro da coronária. Isto torna
o stent um corpo estranho na artéria aumentando assim o risco de trombose
aguda e consequentemente de IAM. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar
a retirada de um stent não expandido do tronco da coronária esquerda através
de técnica percutânea. Relato do caso: Paciente JAS sexo masculino, 55 anos,
HAS e coronariopata. História de angioplastia em 2007, com implante de setenta
em DA e CX. Permaneceu assintomático até 2011 quando apresentou episódios
de angina e foi submetido a propedêutica não invasiva e posterior coronariografia
onde evidenciaram nova estenose grave na artéria circunflexa. Ao ser submetido
a ATC seletiva com implante de stent farmacológico 2.75 x 14 mm, a endoprótese se desprendeu do sistema de entrega e ficou alojada no tronco da coronária
esquerda. Diante do grande risco de trombose optamos pela retirada por técnica
percutânea. A possibilidade de retirada por cirurgia a céu aberto permanecia. Técnica de retirada: Para retirada da prótese, ultrapassamos o lúmen do stent não
expandido com um guia 0,014 (PT -2 moderado suporte BSC). Conseguimos
penetrar na endoprótese sem desloca-la, com balão de baixíssimo perfil de medidas 1.5 x 15mm (Apex - BSC). Após abertura parcial da luz do stent, trocamos
o balão para outro com medidas 2.0 x 15 mm. Procedemos então o pull-back de
todo o material, monitorado por fluroscopia até a artéria femoral comum direita
onde uma arteriotomia completou a retirada. Paciente evoluiu sem intercorrências tendo alta hospitalar em 03 dias. Conclusão: A técnica percutânea deve ser
considerada para retirada de stents inadvertidamente soltos do seu sistema de
entrega. É necessário esmero técnico para não deslocar a prótese no sentido distal do leito coronariano ou mesmo outro território vascular nobre. Uma vez bem
sucedida, esta técnica evita toracotomia + anestesia geral dentre outros traumas.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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28810
Embolizaçao seletiva de artéria renal na hematúria de grande monta.
Síndrome de Poland (SP) e dextrocardia – relato de caso
ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO
B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S
JUNIOR
EDUARDO GIBSON PARAISO, e CHRISTIANE MARIZE GARCIA ROCHA
Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO : A SP é uma anomalia congênita que afeta 1 em cada 100.000
nascidos vivos (NV). Sua de etiologia é incerta. São implicados fatores genéticos,
embriogênicos e ambientais. Pacientes apresentam músculo peitoral maior não
inserido no esterno, aplasia dos músculos torácicos, defeitos em cartilagens e
costelas, braquissindactilia e dextrocardia. A associação de SP e dextrocardia
é incomum.
RELATO DE CASO: Paciente 11 anos, sexo masculino, diagnóstico prévio de SP,
sem sintomas cardiológicos e sem casos semelhantes na família. Apresenta hipoplasia torácica à esquerda, assimetria dos membros superiores com hipoplasia
do antebraço esquerdo, e braquidactilia. Aréola e mamilo esquerdo hipoplásico e
mais elevado em relação ao direito. Presença de dextrocardia. Ao exame sem sinais de malformação intra-cardíaca. Toda documentação foi autorizada pela mãe
e pelo paciente para o relato deste caso.
Discussão: SP é anomalia congênita rara caracterizada por hipoplasia ou ausência da mama ou do mamilo, de tecido subcutâneo, ausência da porção costosternal do músculo peitoral maior e do peitoral menor , aplasia ou deformidade das
cartilagens costais e deformidades ipsilaterais de mão. As manifestações clínicas
da SP são variáveis, nem todas as características existem no mesmo indivíduo.
Os defeitos associados são variáveis. No Situs inversus totalis (SIT) há transposição das vísceras abdominais e torácicas. Na dextrocardia isolada (situs solitus)
tanto as vísceras abdominais e átrios estão em posição normal. O situs solitus radiograficamente o botão aórtico e a bolha de ar gástrica estão no lado esquerdo.
Incidência isolada de dextrocardia varia de 1:30.000 a 1:36.000 NV. Casos isolados de dextrocardia e SP com manifestações à esquerda são raros. Dextrocardia
com alteração à esquerda foi relatada em apenas um caso de uma série de 144.
Em pacientes com dextrocardia isolada, a incidência de cardiopatia congênita
foi de 98%. Na dextrocardia com SIT essa taxa é de 5%. Anomalias congênitas
cardiovasculares não foram relatadas na SP com dextrocardia. Dextrocardia e
SP estão associadas sempre com defeitos de costelas, enquanto os defeitos de
costelas são relatados em apenas 15% de pacientes com SP do lado direito.
CONCLUSÃO: Dextrocardia pode ser parte da SP à esquerda.
Introdução: A hematúria é classificada em microscópica – quando há duas ou
mais hemácias por campo – ou macroscópica, quando há sangramento aparente.
Várias condições podem ser responsáveis, como tumores, cálculos, infecções,
trauma, lesões iatrogênicas, coagulopatias, endometriose e malformações arteriovenosas. A embolização é uma excelente opção terapêutica para a preservação do órgão, quando somente a nefrectomia seria a opção. Objetivo: Relatar o
tratamento percutâneo da hematúria de grande monta por embolização superseletiva da artéria renal com micromolas e segmento através de EAS após 9
meses. Material: Paciente MTF sexo feminino, 48a, sem comorbidades, com história prévia de hematúria ( 3 episódios/01 ano), com resolução espontânea e sem
repercussão hemodinâmica. Apresentando quadro de sangramento significativo
com evolução de três dias. No segundo dia evoluiu com sinais de instabilidade
hemodinâmica e procurou serviço médico. Submetida a cistoscopia e ureteroscopia sem identificação do local de sangramento. Intercorreu no terceiro dia com
queda importante de hemoglobina ( 9.2 - 4,3), hipotensão, taquicardia, sendo
encaminhada a hemodinâmica para arteriografia renal de urgência. Evidenciada
hipervascularização no 1/3 superior do rim direito, com aspecto de sangramento
ativo. Optado pela imediata embolização superseletiva da artéria renal direita
através de micromolas. Após a embolização paciente foi encaminhada ao centro
de terapia intensiva onde recebeu hemotranfusão de hemácias. Seguimento imediato mostrou interrupção total da hematúria. Evoluiu com melhora dos sintomas,
estabilidade hemodinâmica e recebeu alta em 48h. Encontra-se em propedêutica diagnóstica e seguimento terapêutico. Após 9 meses não foram evidenciados
novos episódios de hematúria macro ou microscópica. Conclusão: O tratamento
percutâneo com embolização seletiva de artéria renal é uma excelente opção
terapêutica na hematúria de grande monta. Como outra vantagem temos a preservação do órgão e de sua função, principalmente nos casos em que a nefrectomia seria a opção.
UNIBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
28815
28821
Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito: 1a manifestação aos 77
anos de idade.
Tratamento endovascular dissecção aguda de aorta tóraco abdominal, tipo
B, associado à aneurisma de ilíacas
THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, MARCELO GUIMARÃES DA FONSECA,
EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, LUIZ GUSTAVO ZAGATI HERNANDES e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
RICARDO DE SOUZA ALVES FERREIRA, LUIZ GUSTAVO ZAGATI HERNANDES, DANIEL PINHEIRO CRUZ, NICOLLE LAUAR PIMENTA, EDUARDO KEI
MARQUESINI WASHIZU, CHARLES SIMÃO FILHO, MARCELO GUIMARÃES
DA FONSECA e ANTONIO OSVALDO DE FREITAS JUNIOR
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
A cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CARVD) é uma rara doença
genética, autossômica dominante,com mutações em genes que codificam proteínas dos desmossomos responsáveis pela coesão entre os miócitos. O defeito
genético leva a perda da coesão celular, apoptose, fibrose e aneurismas ventriculares. O defeito se expressa em regiões epi e mesocárdicas do ventrículo
direito (VD), poupando o endocárdio, septo IV e ventrículo esquerdo. A patologia
é altamente arritmogênica e tem risco de morte súbita. Objetivo - Relatar caso de
CARVD cuja manifestação inicial se deu de forma não usual aos 77 anos. Resultado - Paciente N.F.F., 77 anos, masc., sem história familiar de morte súbita, portador de fibrilação atrial intermitente há 5 anos, hipertenso leve e assintomático.
Ecocardiograma prévio sem anormalidades significativas. Suspendera há alguns
meses a propafenona, mas persistia em uso de beta-bloqueadores e varfarina.
No dia 01/03/2012, apresentou palpitação com síncope e trauma craniano. Foi
atendido em serviço de urgência e liberado. No mesmo dia, apresentou nova palpitação e síncope, sendo levado em respiração agônica e hipotensão arterial ao
nosso serviço de urgência. Foi detectado taquicardia ventricular sustentada com
freqüência de 214 bpm. Foi prontamente submetido a cardioversão elétrica com
recuperação hemodinâmica e estabilização clínica. Foram realizados os seguintes exames: exames laboratoriais e enzimas cardíacas normais; Ecocardiograma
(FE normal e pequena dilatação do ápex do VD); cateterismo cardíaco (lesão
moderada no 1/3 médio da DA); e ressonância magnética cardíaca (RNM) que
mostrou vários aneurismas no ápex e via de saída do VD, e fibrose extensa no
epi e mesocárdio das mesmas regiões, configurando o diagnóstico de CARVD.
O paciente foi submetido a implante de cardioversor-desfibrilador implantável e,
posteriormente, a angioplastia com stent na DA. Recebeu alta em boas condições. Conclusão - A CARVD é doença altamente arritmogênica, com risco de morte súbita e cuja manifestação arrítmica inicial pode ocorrer em pacientes idosos
e sem história familiar prévia. A RNM foi o único exame capaz de diagnosticar a
doença e demonstrar a fibrose como substrato orgânico da arritmia apresentada.
20
28813
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Introdução: Dissecção de aorta é definido como delaminação das suas paredes produzidas pela infiltração de uma coluna de sangue que percorre espaço
virtual(falsa luz)entre a camada adventícia e a íntima. Aneurisma é definido por
uma dilatação localizada na artéria acima de 50% de seu diâmetro,sendo principal causa a aterosclerose. O objetivo deste trabalho é mostrar opção terapêutica através do tratamento endovascular com menor risco de morbimortalidade.
Métodos: Paciente de 60 anos,sexo masculino,dislipidêmico,tabagista e hipertenso. Procurou pronto socorro,com quadro de dor súbita de forte intensidade(a
evacuação),em região torácica com irradiação para região abdominal,associado
a sensação de sufocamento. Ao exame: RCR 2t FC81bpm PA180x90mmhg, não
apresentava pulsos assimétricos e nem diferença de pressão. Ultrassonografia
abdome: aneurisma de aorta abdominal com extensão ramo ilíaco direito. Angio
tomografia torax e abdome: dissecção de aorta toraco abdominal,tipo b, dilatação aorta abdominal distal de 41.2mm,ilíaca comum direita 56.7mm-com trombo
mural,ilíaca interna direita 29.7mm. Optado por tratamento endovascular com
implante de endoprótese aorta torácica descendente e em ilíaca comum direita.
Paciente evoluiu no pós operatório imediato com isquemia medular plexiforme
com parapresia ,incontinência fecal e retenção urinária,com posterior melhora.
Recebeu alta deambulando e com controle esfincteriano normal, retenção urinária com sondagem vesical intermitente. Discussão: A indicação de implante de
endoprótese é definida por critérios clínicos e anatômicos. As principais complicações do tratamento por endoprótese incluem: acidente vascular cerebral 7%,
paraplegia ou paraparesia 3%, insuficiência renal aguda 5%, lesão arterial grave
4%, insuficiência respiratória 12% e infarto do miocárdio 2%. Pós procedimento:
“endoleak” persistente, migração da endoprótese, ruptura da aorta, lesões vasculares periféricas e alterações no segmento reparado pela prótese. Conclusão:
O tratamento endovascular das doenças da aorta e ilíacas representa uma nova
alternativa à cirurgia convencional, menos invasiva, principalmente para paciente
de alto risco. A experiência clínica é limitada.
28822
28824
A importância da criação de rede de cuidado para o tratamento do IAM com supra
de ST e a experiência da Unidade Coronariana do Hospital das Clínicas / UFMG
Comparação entre duas técnicas de pesquisa na base PubMed para tratamento de trombose de prótese valvar.
LUISA C.C.BRANT, ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO, KARINA P M P MARTINS,
BRUNO R NASCIMENTO, LUIZ RICARDO DE ATAIDE CASTRO, RAPHAEL
MARTINS BEBIANO, GLÁUCIA CRISTINA DA SILVA, JORGE BEZERRA CAVALCANTI SETTE e LUCAS LODI JUNQUEIRA
FÁBIO MORATO CASTILHO, ANDREA LAENDER MENDONCA, ANTONIO LUIZ
PINHO RIBEIRO, FIDEL MANUEL CACERES LORIGA e MARCOS ROBERTO
DE SOUSA
Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, , BRASIL.
Univerdade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Universidad
de Ciencias Medicas de la Habana, Havana, XX, BRASIL.
Introdução: O infarto com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) é uma
importante causa de mortalidade no Brasil e seu tratamento depende do rápido
diagnóstico e seleção da estratégia de reperfusão. Essa pode ser química, com
trombolíticos, ou mecânica, por angioplastia primária (ICPP). Em hospitais sem
serviço de Hemodinâmica, duas estratégias de reperfusão são possíveis: transferência para ICPP ou trombólise. Apesar da ICPP reduzir eventos cardiovasculares, esta vantagem pode ser perdida a depender do tempo de transferência. Para
permitir acesso aos pacientes do SUS à melhor estratégia de reperfusão, um fluxo
para pacientes que deram entrada em unidade de emergência em Belo Horizonte (BH) com IAMCSST foi criado pela organização governamental municipal, com
o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a participação
de hospital universitário de BH com Unidade Coronariana (UCO-HC) e serviço de
Hemodinâmica. Afim de facilitar o diagnóstico do IAMCSST, além de treinamentos
nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), foram instalados ECG digital nestas
para transmissão à UCO-HC. Caso o IAMCSST fosse confirmado, o paciente era
encaminhado à Hemodinâmica. Métodos: Registro dos pacientes que deram entrada na UCO-HC de março/2010 a janeiro/2011, após a criação de rede de cuidado
para os pacientes com IAMCSST em BH. As variáveis categóricas foram expressas como frequências. Resultados: Entre os 680 pacientes internados na UCO-HC
(média=62/mês), 71% receberam diagnóstico de IAMCSST, 26,5% IAMSSST ou
angina instável e 2,5% receberam outros diagnósticos. A maioria destes pacientes
foi encaminhada de UPAs (62%), seguidos de serviços de urgências de BH (25%),
outros municípios (10%) e demanda espontânea (3%). Desses pacientes, 62% não
receberam reperfusão. Entre os que receberam, 66% foram submetidos à ICPP e
34% à trombólise. A mortalidade média foi de 5,6%, em acordo com as diretrizes
atuais. Conclusões: A criação de rede de cuidado para IAMCSST é um desafio para
nosso município. A experiência inicial da UCO-HC, com resultados preliminares
satisfatórios, aponta para viabilidade da implementação dessa rede em BH, medida
de grande impacto populacional dentro da realidade do Brasil.
Introdução: a base de acesso gratuito PubMed (www.pubmed.gov) inclui a base MEDLINE
e fornece ferramentas de pesquisa úteis para revisões sistemáticas (RS). A busca pode ser
feita através da associação de palavras textuais com descritores MeSH (“Medical Subject Headings”: cabeçalhos de assuntos médicos) (J Med Libr Assoc. 2004;92 (3):349-53), enquanto
outros autores sugerem o uso da ferramenta “related articles” (RA) (artigos relacionados)
disponível na base PubMed (Laryngoscope. 2006;116(2):336-40). Objetivo: como fase inicial
para uma RS sobre o tratamento de trombose de prótese valvar, nosso objetivo é comparar
duas estratégias de pesquisa. Métodos: dois revisores independentes, cada revisor fez duas
buscas; um revisor utilizou a associação de palavras textuais com descritores MeSH, sendo
uma busca feita principalmente com descritores MeSH e a segunda com maior quantidade de
palavras textuais; enquanto o outro escolheu estudos (ET) que representassem bem o tema
de interesse e utilizou a ferramenta RA, sendo que a primeira busca utilizou os 20 primeiros
artigos apontados pela ferramenta RA em cada artigo principal e a segunda busca estendeu
a pesquisa para os 50 primeiros artigos. O “padrão ouro” para comparar as estratégias foi
o total de artigos encontrados pelas duas estratégias combinadas. Os critérios de inclusão
foram definidos a priori: ET comparando as terapias trombolítica e cirúrgica por todos os tipos
de delineamento, publicados em língua inglesa, portuguesa ou espanhola; também incluídos
todos os ET contendo mais de 10 pacientes com trombose de prótese valvar submetidos à
terapia trombolítica e/ou cirúrgica, desde que tivessem dados suficientes para se extrair a taxa
de efeito benéfico e as taxas de eventos adversos. As dúvidas de cada revisor, separadamente, foram esclarecidas por consenso com outros 3 pesquisadores. Resultados: no total, foram
encontrados 88 ET. A estratégia por descritores encontrou 28 ET (32% do total), enquanto a
ferramenta RA resultou em 84 ET (95% do total). Havia 24 ET em comum nas duas estratégias. Conclusão: A estratégia RA mostrou-se superior, encontrando 60 ET não detectados
pela estratégia por DM. A estratégia por DM encontrou 4 ET não detectados pela outra, o que,
apesar de representar um percentual pequeno, pode ser relevante para o resultado final de
uma MA. Isto mostra a importância de dois revisores independentes e as limitações da pesquisa bibliográfica em situações clínicas específicas que não se tratam de grandes síndromes
com descritores MeSH estabelecidos (BMC Med Res Methodol. 201128;11:12).
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Epidemiologia da insuficiência cardíaca no Estado de Minas Gerais entre
2008 e 2010
Prevalência da hipertensão arterial no Estado de Minas Gerais entre 2008
e 2010
FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, RENATO AFONSO SALGADO, RONALD DE
SOUZA, FILIPE MENDONÇA CABRAL e ROBERTO LUIZ MARINO
FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, ROBERTO LUIZ MARINO, IARA SANTOS
AZEVEDO, MARIA CLARA REIS SARI, MARIA ELISA ALMEIDA, MARILIA S
ANTONIETTO, BEATRIZ UBALDO FELICIO e LUCAS ZSCHABER ANACLETO
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG,
BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é o estágio final das doenças cardiovasculares, representa impacto profundo na qualidade de vida e nos custos
destinados a saúde. Nos países desenvolvidos, estima-se que 2% de todo o gasto com saúde sejam dispendidos com IC. Em Minas Gerais entre 2008 e 2010, a
IC representou 26,48% das internações, 30,0% dos óbitos das doenças cardiovasculares; 3,45% e 6,75% de todas as causas, respectivamente. OBJETIVOS:
Comparar as variáveis internação, óbito, taxa de mortalidade, média de permanência hospitalar e valor médio pago por internação entre os gêneros. Análise estratificada pela idade. MATERIAS E MÉTODOS: Utilizando dados de uma escala
nacional de base populacional de registro (DATASUS), foram analisadas as variáveis idade e gênero com base no termo insuficiência cardíaca. RESULTADOS:
As internações por IC no Estado de Minas Gerais são mais prevalentes a partir
dos 30-39 anos com pico na 7ª década de vida e queda em seguida. Os homens
são mais internados que as mulheres em todo o período. Os óbitos são mais
frequentes a partir dos 30 aos 39 anos, com pico aos 70-79 anos para homens e
permanecem ascendentes proporcionalmente à idade entre as mulheres. A taxa
de mortalidade é maior entre a figura masculina, mas as curvas são paralelas e
se igualam nos extremos das idades, menor de 1 ano e acima de 60 anos. A partir
dos 70 anos, a taxa de mortalidade é maior entre elas. A média de permanência
hospitalar é de 6-8 dias, similar entre os gêneros e há decréscimo com o avanço da idade. O valor médio pago por internação diminui proporcionalmente com
a idade, mas alcança média de R$ 1.000,00. DISCUSSÃO: Os homens sofrem
mais internações e mais óbitos, uma vez que apresentam maiores fatores de risco
cardiovascular; por outro lado, as mulheres apresentam o fator estrogênico até os
50 anos de idade, em média, e zelam mais por sua saúde. CONCLUSÃO: Dados
sobre IC no Estado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e
no mundo. Campanhas educativas que alertam a população são constantemente
realizadas e controle dos fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica,
diabetes mellitus e dislipidemia são essenciais.
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG,
BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é prevalente em todo o
mundo e no Brasil. Estima-se que 30% dos brasileiros sejam hipertensos e que
35,8% dos homens e 30% das mulheres densenvolvem a doença. Em Minas
Gerais nos anos de 2008 a 2010, a HAS representou 5% das internações, 0,9%
dos óbitos das doenças cardiovasculares; 0,67% e 0,21% de todas as causas,
respectivamente. OBJETIVOS: Comparar as variáveis internação, óbito, taxa
de mortalidade, média de permanência hospitalar e valor médio pago por internação entre os gêneros. Análise estratificada pela idade. MATERIAS E MÉTODOS: Utilizando dados de uma escala nacional de base populacional de registro
(DATASUS), foram analisadas as variáveis idade e gênero com base no termo
hipertensão arterial. RESULTADOS: As internações por HAS em Minas Gerais
são mais prevalentes a partir da adolescência (15-19 anos) com pico na 5ª década de vida e queda em seguida. As mulheres sofrem mais internações que os
homens em todo o período. Os óbitos são frequentes a partir dos 30-39 anos,
com pico aos 60-69 anos para homens e se mantêm altos entre as mulheres,
proporcionalmente à idade. A taxa de mortalidade é maior entre homens, mas as
curvas são paralelas, com maiores valores nos extremos das idades, menor de
1 ano e acima de 70 anos. A média de permanência hospitalar é maior entre as
mulheres até os 20 anos, a partir de então, a média entre os gêneros se iguala e
permanece em torno de 3 a 4 dias. O valor médio pago por internação permanece
próximo aos R$300,00. DISCUSSÃO: As mulheres sofrem mais internações e
mais óbitos, uma vez que são maioria da população, mas os homens apresentam
taxa de mortalidade maior. Possíveis hipóteses são que as mulheres frequentam
mais os consultórios médicos, cuidam mais da própria saúde; eles não visitam
médicos e usam mais drogas lícitas. CONCLUSÃO: Dados sobre HAS no Estado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e no mundo.
Campanhas educativas e drogas anti-hipertensivas são distribuídas na farmácia
popular são essenciais.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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Epidemiologia do infarto agudo do miocárdio no Estado de Minas Gerais
entre 2008 e 2010
Embolia pulmonar e grande trombo móvel em átrio direito e em artéria pulmonar
FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, ROBERTO LUIZ MARINO, LUIS AUGUSTO
LINDEMBERG BALTAZAR e EBERTHE FERNANDO MEDEIROS DIAS
ANDRE L PITANGA, HENRIQUE P M PENA, ELISSON F OLIVEIRA, MÁRCIO
V L BARROS, JÚLIO T NUNES, RODRIGO C SOARES, PATRICIA T FELIPE,
FELIPE A R MARQUES, CINTYA C B MANGIA e MARCOS A M A JUNIOR
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG,
BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma emergência médica
com vários fatores de risco e o impacto no indivíduo e sociedade são enormes.
Em Minas Gerais entre 2008 e 2010, o IAM representou 6,24% das internações,
10,3% dos óbitos das doenças cardiovasculares; 0,81% e 2,31% de todas as
causas, respectivamente. OBJETIVOS: Comparar as variáveis internação, óbito, taxa de mortalidade, média de permanência hospitalar e valor médio pago
por internação entre os gêneros. Análise estratificada pela idade. MATERIAS E
MÉTODOS: Utilizando dados de uma escala nacional de base populacional de
registro (DATASUS), foram analisadas as variáveis idade e gênero com base no
termo infarto agudo do miocárdio. RESULTADOS: As internações por IAM no Estado de Minas Gerais são mais prevalentes a partir dos 30-39 anos com pico na
5ª década de vida e queda em seguida. Os homens são mais internados que as
mulheres em todo o período. Os óbitos são mais frequentes a partir dos 30 aos
39 anos, com pico aos 60-69 anos para homens e 70-79 anos entre as mulheres,
com descenso em ambos os gêneros. A taxa de mortalidade é maior entre a figura
feminina, mas as curvas são paralelas, com maiores valores nos extremos das
idades, menor de 1 ano e acima de 80 anos. A média de permanência hospitalar
é maior entre os homens praticamente em todo a faixa etária até a 3ª década de
vida, momento que a média entre os gêneros se iguala e permanece em torno de
7 a 8 dias. O valor médio pago por internação aumenta proporcionalmente com
a idade, mas alcança máximo de R$ 3.000,00. DISCUSSÃO: Os homens sofrem
mais internações e mais óbitos, uma vez que apresentam maiores fatores de
risco cardiovascular, mas as mulheres apresentam taxa de mortalidade maior.
Possíveis hipóteses para esses fatos são que elas apresentam coração mais frágil, como sugerido em diretrizes norte-americanas. CONCLUSÃO: Dados sobre
IAM no Estado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e no
mundo. Campanhas educativas que alertam a população são constantemente
realizadas e controle dos fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica,
diabetes mellitus e dislipidemia são essenciais. Rápido diagnóstico e tratamento
podem diminuir sensivelmente a morbimortalidade do IAM.
Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) permanece como uma entidade pouco diagnosticada e com alta mortalidade. A detecção ecocardiográfica de
trombo móvel nas câmaras cardíacas direitas permite identificar um grupo de
pacientes de alto risco, com elevada mortalidade (29% a 100%). O fibrinolítico é
terapêutica reservada à paciente com falência de VD. Relatamos um caso de TEP
que documentamos imagens de grandes trombos móveis em átrio direito e em artéria pulmonar, com resolução completa após tratamento com heparina. Relato de
caso: Paciente masculino, 79 anos, atendido no Pronto Socorro do Hospital, com
história de dispnéia e dor torácica, 10 dias de evolução, no 7º dia de tratamento
antibiótico devido à hipótese diagnóstica de pneumonia. Apresentava persistência
da dispnéia e dor torácica, além de empastamento de panturrilha, sendo então
internado. Propedêutica: dímero – D 9881. Ultrassonografia Doppler de membro
inferior direito: imagem compatível com trombo em veias femoral comum, femoral superficial e profunda, poplítea, tibial posterior e anterior e fibulares. Ecocardiograma: grande massa (6cm) ecogênica pediculada, aderida à parede livre do
átrio direito, próximo à emergência da veia cava inferior, movimentando-se livre
e amplamente, em direção ao ventrículo direito, ultrapassando a valva tricúspide,
Presença de outra massa ecogênica móvel, 1,08 cm, junto à emergência da artéria pulmonar direita. Dilatação de VD e sinais de hipertensão pulmonar (PSAP:55
mmhg). Ressonância magnética confirmou hipótese diagnóstica de trombo intraatrial. Tratamento instituído: Heparina de baixo peso molecular. Evolução:
cursou com estabilidade hemodinâmica e melhora da dispnéia. Ecocardiograma
controle, após 2 dias, não mostrou presença de trombo intracardiaco ou intravascular, pressão arterial pulmonar e diâmetro de VD normalizados. Conclusão: Demonstramos, neste caso, imagens de trombo intracardíaco e em artéria pulmonar
que ilustram muito bem o potencial de gravidade da doença Embolia Pulmonar.
A evolução clínica satisfatória associado ao Ecocardiograma controle (regressão
da hipertensão pulmonar e desaparecimento do trombo) deram segurança à continuidade do plano terapêutico proposto.
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Uso de balão eluído com paclitaxel na reestenose de stent convencional em
paciente HIV positivo em tratamento anti-retroviral.
Impacto do consumo de álcool na qualidade de vida de jovens universitários
e sua relação com gênero
VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, IGOR FIGUEIREDO DE MORAIS, HENRIQUE
HORTA PETRILLO, JOAO CARLOS BELO LISBOA DIAS, MARCO TÚLIO VILLAÇA CASTAGNA e TARCÍSIO SIMÃO OLIVEIRA
ANA PAULA LOPES, CAMILA CRISTINE SANTOS MARTINS, RAISA DO COUTO VAZ, WALKIRIA LUIZA SILVA DE SOUZA, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA,
DANIELA MARIA SILVA VIANA, MARCO FABRÍCIO DIAS PEIXOTO, PAULO
MESSIAS OLIVEIRA FILHO e JULIANA
Hospital Vila da Serra, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: O balão eluído com fármaco tem se mostrado uma ferramenta promissora no tratamento de reestenose intra-stent.
Relato do Caso: E.A.C., masculino, 43 anos, HIV positivo em uso de anti-retrovirais, hipertenso e dislipidêmico, admitido em Abril de 2010 na hemodinâmica para
realização de cineangiocoronariografia devido a síndrome coronariana aguda
sem supradesnivelamento de segmento ST (SCA SSST). Ao cateterismo, descendente anterior (DA) mostrou lesão grave em 1\3 médio, tratada com stent
convencional.
Em Agosto de 2010, evolui com precordialgia típica, admitido como novo quadro
de SCA. Cateterismo demonstrou reestenose grave da borda proximal do stent,
sendo tratado com angioplastia com balão eluído com paclitaxel associada a técnica de “Kissing Balloon” em ramo diagonal com sucesso.
Em Janeiro de 2011, apresentou dor retroesternal associada à dispneia aos pequenos esforços. Submetido a novo cateterismo que evidenciou DA com reestenose intra-stent discreta (<20%). O primeiro diagonal, de moderado calibre, e
demais coronárias encontravam-se isentas de lesões significativas. O paciente
encontra-se assintomático e estável desde então.
Discussão: Considerando o tratamento atual da doença arterial coronária com
a utilização dos stents, convencionais ou farmacológicos, assim como o desafio
no controle da reestenose pós-procedimento, procuramos documentar a eficácia
de uma recente tecnologia, os balões farmacológicos, para pacientes com risco
aumentado de tal evento, como portadores de SIDA, visto que o uso de antiretrovirais pode estar associado a progressão de lesão coronária.
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Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais - Feluma, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Universdade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG,
BRASIL.
O uso inadequado de álcool é importante fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV) bem como um grave problema de saúde pública. Apesar de sua
aceitação social, seu uso entre universitários pode influenciar também aspectos
em sua qualidade de vida (STEMPLIUK, 2005). Devido à grande relevância e
prevalência das DCV, esforços têm sido empreendidos no sentido de evitá-las,
refletindo na determinação e controle precoce dos fatores de risco (FORJAZ et
al 2002; METKUS et al, 2010). A identificação do impacto do consumo de álcool
nesta amostra é fundamental na adoção de estratégias de prevenção e combate
aos problemas relacionados ao mesmo. Objetivo: avaliar o impacto do consumo de álcool na qualidade de vida de jovens universitários e sua associação
com gênero. Metodologia: Um estudo transversal avaliou jovens universitários
por meio dos questionários AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) e
SF-36, ambos validados no Brasil (BABOR, 2003; CICONELLI, 1999). Na analise
estatística utilizou-se os testes de correlação de Spearman, sendo significativo
p<0,05. Resultados: A amostra contou com 127 universitários (52 % mulheres).
Na amostra geral não se observou relação significativa entre consumo de álcool
e qualidade de vida. Entretanto, após estratificação por gênero notou-se nos homens uma correlação inversa e significativa entre alguns componentes do SF-36
e o AUDIT, quais sejam: estado geral de saúde (r=-0,299, p=0,033), capacidade
funcional (r=-0,307, p=0,028) e aspecto físico (r=-0,366, p=0,008). Nos demais
domínios, exceto pelo aspecto dor, apesar de correlação inversa, a mesma não
foi significativa. Conclusões: Em um grupo de jovens universitários, uma maior
dependência no consumo de álcool foi relacionada a uma baixa qualidade de vida
nos domínios físicos e estado geral de saúde, no gênero masculino. Sendo assim,
a elaboração de estratégias e controle de caráter preventivo para esta população
são necessários. Financiamento/Apoio: FAPEMIG/PRPPG-UFVJM
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Choque séptico secundário a endocardite de valva mitral nativa em gestante
portadora de estenose mitral (EM) grave: relato de caso
Prevalência de hipertensão arterial aliada à análise do escore de risco de Framingham
em pacientes da estratégia de saúde da família de uma cidade interior do estado do RJ
ANA JÚLIA FURBINO DIAS BICALHO, LUISA C.C.BRANT, MARCOS R SOUSA,
CHRISTIANO G ARAUJO, GUILHERME J G S PIMENTA, THALES C A A REIS e
VINICIUS P B OLIVEIRA
DANIELA DE MELLO PEREIRA, NATHALIA DE OLIVEIRA BOTELHO, NADIA
APARECIDA CARNEIRO, DEBORA FERREIRA LAURIANO, GABRIEL ANTONIO
BULLEJOS, CHRISTIAN BRANCO BOECHAT, GABRIELA DIAS DE SOUZA e
ALINE RIBAS DE LIMA
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL
- Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular HC-UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA, Volta Redonda, RJ, BRASIL.
Introdução: A estenose mitral (EM) é a valvopatia mais freqüente na gravidez e está
associada a complicações cardíacas em 5 a 30% das pacientes, sendo o edema
agudo de pulmão a principal causa de mortalidade. Na presença de EM, 86% das
gestantes apresentam piora da congestão pulmonar (CP) no 2º e 3º trimestre de
gestação. Infecções podem contribuir para descompensação cardíaca. Relatamos
um caso de gestante portadora de EM grave e endocardite de valva mitral internada
em UTI do HC/UFMG devido a choque séptico e descompensação cardíaca. Relato
de Caso: Gestante de 31 anos, com idade gestacional de 20 semanas, procurou
atendimento em Mariana/MG em 31/03/2012 devido a tosse e dispneia. No mesmo
dia, evoluiu com insuficiência respiratória, foi intubada e encaminhada à Maternidade Odete Valadares, sendo admitida com febre, taquicardia, CP e sopro diastólico
mitral III/VI. Apresentou instabilidade hemodinâmica e parâmetros de Swan-Ganz
mostraram choque misto (cardiogênico e distributivo), sendo iniciados antibióticos
venosos e aminas vasoativas. Foi transferida para HC/UFMG em 04/04, sedada,
intubada, taquicárdica e em uso de noradrenalina. Os batimentos cardíacos fetais
foram considerados normais. Ecocardiografia transtorácica evidenciou EM grave
(área valvar 1,17cm2, gradiente médio AE-VE 14mmHg), vegetação de 8 mm,
FEVE 72%, PSAP 108 mmHg. Hemoculturas coletadas já em uso de antibióticos
foram negativas. Em 05/04, com a estabilidade da pressão arterial, optou-se pelo
controle da frequência cardíaca(FC) através de β-bloqueador e da CP através de
furosemida. Em 06/04, a paciente encontrava-se estável, com FC ≤ 100 bpm e foi
extubada. Em 11/04, recebeu alta da UTI com proposta de terminar o tratamento clínico para endocardite e aguardar o evoluir da gestação para possibilitar a
viabilidade fetal. Conclusões:A gestação é um estado hiperdinâmico caracterizado
por aumento de volume sanguíneo, FC e débito cardíaco, o que pode acarretar à
gestante cardiopata episódios de descompensação cardíaca, mais frequentes nas
portadoras de lesões estenóticas. Este quadro pode ser exacerbado por infecções,
como a endocardite. A identificação da EM permite o uso de estratégias essenciais
para a melhora hemodinâmica como o controle da FC e CP
Introdução: Estudos epidemiológicos sobre a hipertensão arterial sistêmica (HAS)
permitem conhecer sua distribuição, determinar a dinâmica de risco e controle na
sociedade. Este estudo objetiva determinar a prevalência de HAS e estabelecer o
risco de infarto do miocárdio e angina pectoris em dez anos nos pacientes de uma
Estratégia de Saúde da Família(ESF) no município de Volta Redonda analisando
faixa etária, sexo, pressão arterial, razão entre o colesterol total e fração HDL,
tabagismo e diabetes mellitus. Métodos: Foram selecionados 100 pacientes (67
mulheres e 33 homens) na ESF São Geraldo em Volta Redonda, sul do estado
do Rio de Janeiro, obedecendo aos critérios de inclusão: hipertensos atendidos
na ESF São Geraldo entre primeiro de agosto e nove de setembro de 2011; foram
excluídos pacientes que não possuíam exame laboratorial recente. Trata-se de
um estudo transversal descritivo e analítico, com amostra de conveniência. Foi
utilizado um questionário contendo os dados necessários para o escore de risco
de Framingham. Resultados: Quanto ao último valor de PA aferido, 47% dos pacientes foram classificados como hipertensão estágio 1, 13% como hipertensão
estágio 2 e 6% como hipertensão estágio 3. Do total, 35% possuem diabetes
mellitus e 15% são tabagistas. Quanto à análise do escore de Framingham, 45%
das mulheres foram classificadas como baixo risco (escore menor que 10%), 45%
foram classificados como risco intermediário (entre 10 e 20%) e 10% classificadas
como alto risco (maior que 20%). Dentre os homens, 15% são de baixo risco, 37%
de risco intermediário e 48% são de alto risco para doenças cardiovasculares.
Conclusões: A prevalência de HAS e de seus fatores de risco é um dado de grande valia para orientar o planejamento das políticas de saúde. O cálculo do risco
do escore de Framingham permitiu uma análise da perspectiva à longo prazo
dos eventos cardiovasculares nessa população, com destaque para a população
masculina em que 48% possui alto risco. Os índices de HAS encontrados neste
estudo (66%) são superiores a média nacional (30%). Tais dados são alarmantes
e direcionam para a implementação e reforço de medidas preventivas e terapêuticas na comunidade.
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Produção de cartilha infantil para prevenção de doenças cardiovasculares
Folders educativos para prevenção de doenças cardiovasculares
MARINA DE OLIVEIRA RAMALHO TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO,
MARIANA OLIVEIRA FERREIRA, FLAVIA EUZEBIO DOMINGUES, JOSE REINALDO
DE OLIVEIRA JUNIOR, SAMUEL HENRIQUE VIEIRA OLIVEIRA, GUSTAVO ANTONIO
OLIVEIRA, SARAH FUMIAN MILWARD DE AZEVEDO e LUCIANA MOREIRA LIMA
JOSE REINALDO DE OLIVEIRA JUNIOR, SAMUEL HENRIQUE VIEIRA OLIVEIRA,
GUSTAVO ANTONIO OLIVEIRA, VALERIA CRISTINA DE FARIA, MARINA DE OLIVEIRA RAMALHO TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO, FLAVIA EUZEBIO DOMINGUES, MARIANA OLIVEIRA FERREIRA e LUCIANA MOREIRA LIMA
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.
Introdução: A cartilha visa utilizar-se da influência da educação infantil no remodelamento dos hábitos familiares a fim de prevenir as doenças cardiovasculares
(DCV), visto que essas representam a principal causa de morbimortalidade na
população brasileira. O objetivo deste estudo foi a produção de uma cartilha a ser
utilizada na educação em saúde cardiovascular das crianças, buscando aventar
ações de educação no intuito de promover o empoderamento da população infantil nas questões relativas à saúde e cidadania. Métodos: Trata-se de um estudo
qualitativo com a metodologia ativa da problematização. Foi constatada a necessidade de diferenciar a abordagem de adultos e crianças quanto à prevenção
de DCV. Foi produzido um roteiro direcionado ao público infantil, em seguida a
problematização indicou que a melhor forma de despertar o interesse dessa faixa
etária seria buscar um método interativo de aprendizagem, o qual seria por meio
de desenhos manuais, baseados no roteiro inicial, possibilitando que os mesmos
pudessem ser coloridos pelas crianças. A validação do material será realizada
utilizando-se um estudo com a opinião de 40 crianças, que receberão a cartilha e
as explicações dos pesquisadores, em seguida poderão interagir com o material,
colorindo e levando para casa. Posteriormente os pesquisadores aplicarão um
questionário estruturado, com consentimento do responsável pela criança. Resultados: As cartilhas educativas que serão utilizadas inicialmente já estão em fase
de impressão, para sua posterior validação. O método aplicado na produção do
material contribuiu para o raciocínio científico e criativo dos pesquisadores, para
o aprendizado do trabalho em equipe e para a integração entre as diferentes interfaces da prevenção das DCV. Conclusões: Depreende-se, deste trabalho, que
a cartilha poderá atuar na interface educação/saúde buscando formar uma cultura
de prevenção de DCV no núcleo familiar. A versão final do material depende da
sua validação, através da qual será avaliada a necessidade de alterações no
roteiro, nos desenhos e até na metodologia, visando atingir o público alvo, uma
vez que abordagem da prevenção das DCV para crianças e adultos deve ser
realizada de maneira diferenciada.
Introdução: A elaboração de estratégias que visem minimizar os fatores de risco cardiovascular é importante para a prevenção das doenças cardiovasculares
(DCV). A conscientização é uma etapa decisiva à adesão individual de hábitos
de vida mais saudáveis. O objetivo deste estudo foi descrever a produção e utilização de folders educativos que podem auxiliar na educação em saúde para
prevenção de DCV. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com a elaboração
de materiais educativos destinados à população em geral. O folder foi eleito como
modelo para sua confecção. Preocupou-se, principalmente, em criar meios informativos de fácil compreensão pela população leiga, que fossem capazes de esclarecer as dúvidas a respeito dos principais fatores de risco cardiovascular. Para
isto utilizou-se de várias imagens, frases curtas e linguagem simples. Atentou-se,
ainda, para que o leitor pudesse formar um raciocínio a cerca do desenvolvimento
das DCV. Para validação dos modelos produzidos os mesmos foram submetidos
à avaliação por indivíduos de faixas etárias e escolaridades diversas. Buscouse reconhecer os graus de entendimento e de interesse produzidos aplicandose questionário apropriado após a leitura. A confecção dos folders foi realizada
de forma que todos apresentassem uma parte que o paciente poderia interagir
com o mesmo, anotando informações sobre hábitos alimentares, resultado do
perfil lipídico, frequência de exercícios físicos, entre outras. Resultados: Foram
elaborados quatro folders com os títulos: “Doenças Cardiovasculares: é possível
evitá-las?”, “Tenho aumento de colesterol no sangue. E agora?”, “Entendendo as
dislipidemias” e “De olho no sedentarismo”. O uso destes materiais no aconselhamento da prevenção de DCV facilitou o trabalho da equipe, uma vez que os
pacientes conseguiram entender melhor o que foi explicado pelos pesquisadores.
Conclusão: A interação dos pacientes com os folders além de auxiliar na compreensão dos objetivos do estudo e facilitar o trabalho da equipe envolvida com
a educação em saúde para prevenção de DCV, também evitou que os indivíduos
descartassem os materiais educativos, uma vez que os mesmos apresentavam
informações pessoais anotadas pelo próprio paciente.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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Toxicidade pulmonar pela amiodarona
Miocardiopatia periparto
DANILO TEIXEIRA RASSI, THAISSA BRANDAO FONSECA, DANIEL DELALIBERA EVANGELISTA, LOIDE CUNHA DE FARIA, MARCONY MARTINS MAXIMO, AFONSO CELSO ALVES DE SOUZA, FABRÍCIO HENRIQUE ALMEIDA E
SILVA e ANTONIO MALAN CAVALCANTI LIMA
DANILO TEIXEIRA RASSI, DANIEL DELALIBERA EVANGELISTA, MARCONY
MARTINS MAXIMO, LOIDE CUNHA DE FARIA, THAISSA BRANDAO FONSECA, AFONSO CELSO ALVES DE SOUZA, FABRÍCIO HENRIQUE ALMEIDA E
SILVA e ANTONIO MALAN CAVALCANTI LIMA
Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, , BRASIL.
Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, GO, BRASIL.
Introdução- A amiodarona é muito utilizada para tratamento de arritmias cardíacas, porém a mesma está associada a vários efeitos colaterais. A toxicidade
pulmonar relacionada a amiodarona foi primeiramente descrita em 1980, sendo
sua incidência estimada de 5 a 10%. A pneumopatia por essa droga constitui-se
em um importante diagnóstico diferencial entre os pacientes que se apresentam
com dispneia quando estão em uso desta medicação. A dose total acumulada é
mais importante que a dose diária e seu quadro clínico é geralmente insidioso. O
tratamento consiste em suspensão da amiodarona e substituição da mesma por
outro antiarrítmico. Descrição de caso clínico com imagens, sugestivas de toxicidade pulmonar induzida pela amiodarona. Discussão- O mecanismo da toxicidade pulmonar induzida por amiodarona ainda é desconhecido, porém existem duas
hipóteses sugeridas: resposta imuno-mediada e efeito tóxico direto. O quadro
clínico na maioria das vezes é insidioso, caracterizado por tosse não produtiva,
dispneia progressiva, perda de peso e algumas vezes febre baixa. Esse tipo de
apresentação ocorre geralmente após 2 meses do início da terapia com doses
superiores a 400mg , e está relacionada a infiltrado pulmonar intersticial. Existe
outra forma de apresentação mais aguda que ocorre após semanas do início da
droga. Nessa forma a dispneia, febre e tosse são mais importantes e o infiltrado
pulmonar é de padrão alveolar. No exame físico são encontrados estertores finos
bilaterais. Fazem parte do diagnóstico diferencial insuficiência cardíaca congestiva, pneumonia e tromboembolismo pulmonar. O diagnóstico é baseado no quadro
clínico e radiológico, associado ao exame anatomopatológico obtido por biópsia
transbrônquica. O tratamento consiste em suspensão da droga e substituição da
mesma por outro antiarrítmico. Em casos severos a corticoterapia traz bons resultados e deve ser associada quando apenas a suspensão da amiodarona não é
suficiente. Conclusão- Os potenciais efeitos colaterais da amiodarona devem ser
lembrados durante a prescrição da mesma para pacientes com arritmia cardíaca.
Introdução
A miocardiopatia periparto é uma doença rara e de etiologia ainda desconhecida,
porém com vários fatores de risco conhecidos. Sua evolução está associada à
progressão da insuficiência cardíaca (ICC), sendo seu tratamento o mesmo que a
terapia padrão para ICC. O prognóstico é bastante variável, estando relacionado
a apresentação clínica inicial, ao grau de disfunção ventricular dentro de seis
meses e da instituição precoce e resposta à terapêutica.
Discussão
A sua incidência varia entre 1/1.300 e 1/15.000, sendo uma causa rara de insuficiência cardíaca. Várias causas têm sido propostas, como miocardite, má resposta adaptativa ao estresse hemodinâmico da gravidez, resposta imunológica
materna a um antígeno fetal, tocólise e deficiência de selênio. Fatores de risco
incluem idade materna avançada, multiparidade, raça negra, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, gravidez gemelar, tocólise prolongada e terapia prolongada com beta-adrenérgicos. Os critérios diagnósticos são: insuficiência cardíaca
iniciada no último mês de gravidez ou nos primeiros cinco meses de pós-parto,
ausência de causa determinável de insuficiência cardíaca. E critérios ecocardiográficos. Peculiaridades do tratamento: administrar digoxina, diurético de alça,
restrição de sódio e agentes redutores da pós-carga (hidralazina e nitratos), anticoagulação com heparina pelo alto risco de trombose venosa e pulmonar. Descrição de relato de caso com exames.
Conclusão
Seu diagnóstico é considerado um desafio clínico, uma vez que a instituição
precoce de terapêutica eficaz, conduz a uma recuperação da função ventricular
esquerda, conferindo bom prognóstico. Gestações futuras são contra-indicadas
em casos de disfunção ventricular persistente, sabendo-se que a taxa de recorrência é de cerca de 85% e a de mortalidade em torno de 60%.
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Avaliação de lesões coronarianas intermediárias pelo ultra-som intracoronário: relato de caso
Miocardiopatia hipertrófica e via anômala anteroseptal
JOAO CARLOS BELO LISBOA DIAS, JOSEPH FABIANO G SANTOS, MARCO
TÚLIO VILLAÇA CASTAGNA, LUCIANO LOMBARDI DE LUCCA, RENE DE ALCANTARA MIRANDA, HENRIQUE HORTA PETRILLO, FABIANO AMARAL FULGÊNIO DA CUNHA, IGOR FIGUEIREDO DE MORAIS, VINICIUS XAVIER DE
OLIVEIRA e TARCÍSIO SIMÃO OLIVEIRA
TIAGO DAL BO, BEATRIZ E G QUIRINO, GUSTAVO F WERNER, KLEISSON A P
MAIA, ESTEVÃO LANNA F, MATHEUS SIGILIANO C, PAULO CESAR FERREIRA S e JULIANA V SCATOLINO
INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE MINAS GERAIS, NOVA LIMA, MG, BRASIL CENTRO DE ESTUDOS CLÍNICOS EM MEDICINA-CEM, NOVA LIMA, MG, BRASIL.
Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a doença genética de maior prevalência,
afetando 0,2% da população geral. É caracterizada por sintomas de disfunção
diastólica, resposta vascular anormal, e isquêmia miocárdica. Ao ecocardiograma (ECO-TT) pode ser visualizado hipertrofia miocárdica e septal assimétrica.
Esses pacientes podem evoluir com síncope, tromboembolismo, endocardite e
até morte súbita por arritmia ventricular. O tratamento consiste em medidas farmacológicas (IECa, ß-bloqueador, ablação septal percutânea com álcool, cardiodesfibrilador implantável [CDI]).
RELATO DE CASO: Adolescente, 14 anos, com relato de sopro cardíaco na infância por forame oval patente que evoluiu com fechamento espontâneo. Evoluindo há 25 dias com cansaço e sinais congestivos, inicialmente tratados como
bronquite e peneumonia. Procurou assistência médica em hospital particular,
sendo constatado ritmo irregular. Realizado ECG onde foi evidênciado fibrilação
atrial (FA), sendo transferido para unidade coronariana desta instituição no dia
22/05/11, onde foi inciado medidas anticongestivas e controle da frequência cardíaca. Submetido a ECO-TT que apresentou cardiomiopatia hipertrófica concêntrica com leve predomínio septal e fração de ejeção de 41%. Optado por anticoagulação e cardioversão elétrica (CVE) após ECO-TE. No dia 29/05 foi submetido
à CVE intercorrendo com taquicardia ventricular sustentada (TVS) e instabilidade
hemodinâmica, sendo prontamente revertida. Realizado estudo eletrofisiológico
(EEF) em 09/06, apresentando via anômala anteroseptal e TVS a estimulção,
sequido de ablação da via. No dia 16/06 submetido a implantado de CDI e alta
hospitalar em 26/06 com losatan, espironolactona, carvedilol, amiodarona e sem
marevam devido hematoma em sítio de CDI.
CONCLUSÂO: A via anômala pode estar presente em 1 a 2% dos casos de CMH,
devendo apresentar avaliações individualizadas para realização de EEF.
Paciente S. M. S. S., 56 anos, 70Kg, 1.65cm, coronariopata, hipertensa, dislipidêmica, admitida em um serviço de hemodinâmica privado de Nova Lima-MG no dia
27/04/2011 para realização cineangiocoronariografia, devido a angina recorrente
apesar de tratamento clínico e Teste ergométrico prévio positivo para isquemia.
Apresentou ao exame: coronária direita com lesão discreta no terço médio (2030%), tronco de coronária esquerda (TCE) com lesão de 40% em terço médio
e função contrátil preservada. Sugerido melhora do tratamento clínico. No dia
01/07 retorna apresentando angina típica recorrente na última semana refratária
ao tratamento clínico. ECG com retificação de ST em V5 e V6, sem supra ou infra
desnivelamento. Melhora da dor com nitrato e morfina. Ecocardiograma, com
fração de ejeção de 63%, ventrículo esquerdo (VE) com hipertrofia miocárdica
concêntrica leve, função sistólica preservada em repouso e disfunção diastólica
do VE grau I. Troponina negativa. Durante a internação paciente apresentou episódio recorrentes de dor torácica e um episódio de síncope. Realizado ultrasom
intra-coronariano que mostrou: estenose luminal de 68% de TCE que se estende
até o terço proximal de DA, correspondendo a 59% de estenose nesta, com remodelamento negativo. Realizado no dia 20/07 implante de stent farmacológico, na
lesão com ótimo resultado angiográfico e ultrassonográfico. No dia 26/07 recebe
alta hospitalar assintomática com proposta de controle ambulatorial. Discussão:
De acordo Daniel et al a angiografia coronariana, apesar de bom método diagnóstico, possui diversas limitações, entre elas, tratar de maneira bidimensional o
estudo de um vaso tridimensional, o que dificulta a determinação anatômica da
lesão. Além de haver dificuldade em precisar a gravidade da lesão, uma vez que
calcificações, excentricidades, angulações interferem negativamente nessa avaliação. Com isso, a avaliação e conduta a ser tomada nessas lesões intermediárias ainda não está bem elucidada, pois seu significado hemodinâmico continua
relacionando-se com a interpretação do observador.
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Hospital Life Center, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
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Caracterização da variabilidade da frequência cardíaca de homens e mulheres de meia idade
Pericardite aguda, como manifestação isolada da infecção pelo vírus Epstein-Barr, simulando infarto agudo do miocárdio - relato de caso
MATHEUS GARCIA GOMES, MAYARA SIMOES, FERNANDO SEIJI DA SILVA,
APARECIDA MARIA CATAI e LUCIANA DUARTE NOVAIS
ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, ROBERTO DRUMOND FERREIRA DE MELO,
GUSTAVO FONSECA WERNER, BEATRIZ EUGENIA GOMES QUIRINO, KLEISSON ANTÔNIO PONTES MAIA e EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.
INTRODUÇÃO: A modulação autonômica da frequência cardíaca (FC) é influenciada por vários fatores fisiológicos, entre eles, o gênero. Sabe-se que as mulheres apresentam menor risco cardiovascular, comparadas aos homens até a
fase do climatério. Porém, a partir dessa fase o risco cardiovascular se iguala.
O objetivo do trabalho foi de caracterizar e comparar o controle autonômico da
frequência cardíaca de homens e de mulheres de meia idade, em diferentes
posições, em repouso. MÉTODOS: Foram estudados 6 homens (GM - 49anos,
80,3kg, 1,8m e 26,2kg/m2) e 6 mulheres(GF - 48anos, 64,5kg, 1,6m e 26,5kg/
m2), durante a coleta da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), utilizando
um cardiofrequencímetro da marca POLAR, modelo RS800CX, nas posições supino e sentado, durante respiração espontânea, por 10 minutos em cada posição.
Para análise dos dados foi utilizado estatística paramétrica. Os resultados estão
expressos em média e desvio padrão. RESULTADOS: Os valores de FC e os
índices da VFC no GM, nas posições supina e sentada, foram respectivamente:
FC: 70,8bpm e 74,0bpm; RMSSD: 19,1ms e 27,2ms; pNN50:1,5% e 2,9%; BF:
361ms2 e 1068ms2; AF: 149ms2 e 275ms2; BF/AF: 3,2 e 4,4. Para o GF, os
valores de FC e os índices da VFC, nas posições supina e sentada, foram respectivamente: FC: 74,7bpm e 81,5bpm; RMSSD: 28,9ms e 27,9ms; pNN50:3,4%
e 2,6%; BF: 908ms2 e 1251ms2; AF: 338ms2 e 315ms2; BF/AF: 3,5 e 4,3. Na
comparação intra-grupo não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes quando comparado os valores de FC e sua variabilidade entre as posições supina e sentada; da mesma forma, na comparação intergrupos também
não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. CONCLUSÃO:
Os voluntários não mostraram modificação no balanço autonômico durante a mudança postural de supino para sentado, sugerindo que essa manobra pode não
ter sido provocativa o suficiente para induzir alterações nos índices de VFC dos
grupos estudados.
Apoio financeiro: FUNEPU (processo nº 928/2010) e CNPq (processo nº
557752/2009-4)
HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
FUNDAMENTOS: Infeções pelo vírus Epstein-Barr (EBV) frequentemente resultam em mononucleose infecciosa, cujos sintomas clássicos são dor de garganta,
linfadenomegalias e febre. Manifestações cardíacas clinicamente significativas
são incomuns. As pericardites agudas têm as viroses como etiologia em 30-50%
dos casos. Normalmente há pródromos de febre, mialgia, mal-estar e a manifestação típica é de dor torácica retroesternal, frequentemente pleurítica, com
supra-desnivelamento difuso de ST ao ECG. Alguns pacientes não manifestam
estes pródromos e apresentam dor torácica e eletrocardiograma sugestivos de
infarto agudo do miocárdio (IAM). A pericardite, como manifestação isolada da
infecção pelo EBV é pouco relatada na literatura. Apresentamos um caso de
pericardite por EBV, que simulou IAM e apresentou boa evolução. RELATO DO
CASO: Homem, 42 anos, previamente assintomático, sem co-morbidaddes. Quadro súbito de dor retroesternal, intensa e em aperto, durante atividade física, de
duração prolongada. Afebril, eupnéico, PA = 120/80 FC= 76 Auscultas cardíaca
e pulmonar normais. ECG: Rítmo sinusal, supra-ST, de 1,5 mm, em D1, avL,
V4-V6. Não alterou marcadores de necrose miocárdica. Observado linfocitose
discreta. Levado ao cateterismo, que evidenciou coronárias isentas de ateromatose significativa. Ressonância nuclear magnética cardíaca (RNMC) evidenciou
sinais de pericardite aguda, sem envolvimento miocárdico, e função ventricular
normal. Iniciado Ibuprofeno. Sorologias revelaram infecção aguda pelo EBV (IgM
e monoteste positivos) e demais sorologias negativas. Não manifestou linfadeno ou visceromegalia clínica ou ultrassonográfica. Evoluiu com melhora clínica e
eletrocardiográfica progressivas. Recebeu alta em boas condições clínicas e encontra-se estável, sem complicações, seis meses após o quadro. CONCLUSÃO:
RNMC e sorologia foram importantes para o diagnóstico desta rara manifestação
isolada de infecção pelo EBV.
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Dissecção aguda da aorta do tipo a tratada conservadoramente, com boa
evolução - relato de caso
Comparação da frequência cardíaca e sua variabilidade em diferentes posições
RAQUEL LEÃO SILVA, ISABELA VIANA DE PAIVA, GUSTAVO FONSECA WERNER, BEATRIZ EUGENIA GOMES QUIRINO, KLEISSON ANTÔNIO PONTES
MAIA, RICARDO LUIZ ALVES SANTIAGO e ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO
MATHEUS GARCIA GOMES, MAYARA SIMOES, ANA CAROLINA NOCITI LOPES FERNANDES, GABRIELA AGUIAR MESQUITA GALDINO, FERNANDO
SEIJI DA SILVA, APARECIDA MARIA CATAI e LUCIANA DUARTE NOVAIS
HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.
FUNDAMENTOS: A dissecção aguda da aorta é uma emergência médica. Incidência anual: 3/100.000, 65% homens, idade média 63 anos. Mortalidade: 21%
em 24h, 37% em 48 h, 49% em 4 dias e 74% em 2 semanas.75% associam-se
a hipertensão arterial e aterosclerose; manipulação cirúrgica prévia e canulação
da aorta ascendente são causas menos comuns. Classifica-se, anatomicamente,
em Tipo A (comprometimento da aorta ascendente); Tipo B (aorta descendente).
O quadro clínico manifesta-se por dor torácica intensa, de início súbito, caracterizada como lancinante; é retroesternal nas dissecções Tipo A e dorsal ou lombar
nas dissecções Tipo B; em até 10% dos casos não há dor. O Ecocardiograma
transtorácico (ECOTT) permite o diagnóstico das dissecções do Tipo A, mas tem
baixa sensibilidade. A angiotomografia (AngTC) da aorta tem sensibilidade de
83-98% e especificidade 87-100%. O tratamento da dissecção do Tipo A é a cirurgia de emergência na maioria dos casos; no Tipo B geralmente é coservador.O
EuroSCORE é um importante índice preditor da mortalidade em cirurgia cardíaca,
e ajuda na definição da indicação do tratamento. RELATO DO CASO: Mulher, 75
anos, hipertensa, diabética, coronariopata (cirurgia de revascularização do miocárdio há 5 anos). Iniciou com intensa dor em aperto, retroesternal, irradiando-se
à região cervical e tórax posterior, contínua, duração de 18 horas. FC: 66. PA:
150/110. Exame clínico sem outras alterações importantes. ECG sem alterações
isquêmicas. Marcadores de necrose miocárdica negativos.Rx tórax: aorta alongada e mediastino alargado. Eco TT sugeriu dissecção da aorta, confirmada à AngTC (Tipo A). Mortalidade prevista ao EuroSCORE, à admissão: 39%. Optou-se
pelo tratamento conservador (nitroprussiato de sódio e betabloqueador). Evoluiu
assintomática, com establidade clínica, recebendo alta hospitalr após 14 dias e
encontra-se estável, sem novos eventos, após 1 ano. CONCLUSÃO: Este caso
mostrou uma rara decisão de se tratar conservadoramente a dissecção aguda da
aorta ascendente, baseado no do EUROSCORE, e que apresentou boa evolução.
INTRODUÇÃO: A mudança da posição supina para sentada ocasiona modificações das variáveis cardiovasculares devido aos desvios hidrostáticos e respostas
reflexas adaptativas, causadas pelo deslocamento de sangue das extremidades
superiores para as inferiores, diminuição do volume sistólico, aumento da FC
para manutenção do débito cardíaco e da pressão arterial sistêmica, ativação
dos mecanoceptores arteriais e cardiopulmonares e integração de informações
periféricas e centrais. Ainda tem sido observado variações na modulação vagosimpática, envolvendo a ativação das vias eferentes simpáticas e menor atuação
da eferência parassimpática para o coração. O objetivo do trabalho foi comparar
a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) entre as posições supino e sentado
em jovens saudáveis. MÉTODOS: Foram avaliados 8 jovens (20,5anos, 63,9kg,
1,7m, 22,9kg/m2). Durante coleta da VFC, utilizando um cardiofrequencímetro da
marca POLAR, modelo RS800CX, nas posições supino e sentado (10 minutos
cada posição) em respiração espontânea). Para análise da VFC foi utilizado índices no domínio do tempo (RMSSD e pNN50) e da freqüência (baixa frequênciaBF, alta frequência-AF e a razão BF/AF). Foi utilizado estatística paramétrica,
com nível de significância de 5%. RESULTADOS:Os valores de FC e os índices
de VFC estão apresentados na tabela abaixo. Foram encontradas reduções significativas nos índices RMSSD e pNN50, indicando uma redução da modulação
parassimpática na passagem da posição supina para sentada. As demais variáveis apresentam o mesmo padrão de alteração, apesar das diferenças não terem
atingido significância estatística. CONCLUSÃO: Ocorre alteração da variabilidade
da FC durante mudança de posição, tendo sido evidenciado uma redução da modulação parassimpática na posição sentada. Apoio Financeiro: CNPq (processo
nº 557752/2009-4) e FUNEPU (processo nº 928/2010)
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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28860
Miocardiopatia chagásica descompensada como possível Síndrome de Reconstituição Imune em paciente com SIDA
Síndrome de hiperperfusão após angioplastia de carótida- relato de caso
CARLA STARLING HUBNER, RENATA ELIANE DE ÁVILA, RENATA LANNA MACIEL, VIVIANE CRUZ DIAS, FRANÇOIS DELIGNE, HOSANA RAMOS FERNANDES, LEONARDO DE CAMPOS CORREA OLIVEIRA, MARCELO AUGUSTO
ANTUNES DE CARVALHO e VIVIANE CELESTINO DOS SANTOS
ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, ISABELA V PAIVA, RAQUEL
L SILVA, ROBERTO D F MELO, CARLOS B A S FILHO e RICARDO S QUADROS
Centro Universitário de Belo Horizonte -UniBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL CTR-DIP Orestes Diniz UFMG/PBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de
Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Em pacientes portadores de infecção pelo HIV, diversas infecções
oportunistas podem se manifestar como Síndrome de Reconstituição Imune
(SRI), associada ao início da terapia anti-retroviral (TARV) com resposta imunovirológica. Entretanto, pouco é conhecido sobre a descompensação da miocardiopatia chagásica como SRI. Relatamos o caso de uma paciente, previamente
assintomática, que apresentou sinais de insuficiência cardíaca chagásica após
início dos anti-retrovirais. Relato de caso: Mulher, 50 anos, portadora de hipotireoidismo controlado e infecção pelo HIV diagnosticada em 2003, sem outras
comorbidades, em acompanhamento ambulatorial regular. Manteve-se assintomática até abril de 2008, quando iniciou quadro de astenia, hiporexia e emagrecimento. Em agosto do mesmo ano, evoluiu com piora clinica e imunológica.
Foi iniciada TARV (Zidovudina/Lamivudina/Efavirenz), com boa tolerância. Após
três meses, a paciente encontrava-se assintomática e exames revelaram elevação significativa dos níveis de linfócitos T CD4+ e indetecção da carga viral. Em
Fevereiro de 2009, retornou para consulta, após internação hospitalar devido a
sintomas de insuficiência cardíaca. Na ocasião, a propedêutica revelou sorologia
positiva para Doença de Chagas e Ecocardiograma mostrou disfunção cardíaca
acentuada (Fração de ejeção do ventrículo esquerdo: 25%). A paciente encontrava-se em classe funcional (CF) III e, após otimização do tratamento, evoluiu
para CF II. Discussão: Formas de reagudização da Doença de Chagas na infecção pelo HIV têm sido descritas principalmente com o comprometimento do
sistema nervoso central. A reativação da miocardite também pode ser vista em
graus avançados de imunossupressão, a maioria com níveis de linfócitos T CD4+
inferiores a 200 células/mm3. Ao contrário da descrição habitual da literatura, no
caso relatado a descompensação ocorreu após a reconstituição imunovirológica
o que traz como possibilidade a ocorrência de SRI.
28863
Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e PósGraduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
FUNDAMENTOS: a doença arterial carotideana é responsável por 20% dos eventos cerebrovasculares. Angioplastia, com implante de stent, é uma alternativa de
tratamento. Dentre suas complicações, a síndrome de hiperperfusão com hemorragia intracraniana é a mais grave, com incidência de 0,3% a 1,2%, e mortalidade
de 37% a 80%. Os fatores de riscos são: estenose crítica na artéria carótida interna, doença grave na carótida interna contralateral, hipertensão e acidente vascular cerebral. A hipótese mais difundida é que o hiperfluxo de carótida resulta de
alterações da autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral. A apresentação clínica
consiste em: cefaléia pulsátil ipsilateral de localização facial, temporal ou retroorbital, vômitos, déficits focais e convulsões. A prevenção inclui monitorização
cuidadosa da pressão arterial e seu controle com beta-bloqueadores. MÉTODOS:
relata-se caso de síndrome de hiperperfusão pós angioplastia de carótida com má
evolução. RELATO DE CASO: homem, 71 anos, hipertenso, ex-tabagista. Admitido com disartria e desvio da comissura labial e hemiparesia no dimidio direito,
com 7 horas do início dos sintomas. Ao Exame: pupilas isocóricas, fotorreativas,
nível de consciência normal, PA: 130/80mmHg, FC:82 bpm, sopro carotídeo bilateral, sem outras alterações. Tomografia de encéfalo (TC): sem sinais de isquemia
ou hemorragia agudas Angio-Ressonância cervical e cerebral: compatível com
isquemia aguda, na região fronto-têmporo-parietal esquerda, oclusão total da carótida interna direita e estenose grave da carótida interna esquerda. Submetido a
angioplastia com implante de stent na carótida interna esquerda, com bom resultado angiográfico. Duas horas após o procedimento, intercorreu com rebaixamento do sensório. Nova TC de encéfalo: sangramento parenquimatoso, fronto-temporo-pariental esquerdo, desvio da linha média e hidrocefalia moderada. Evoluiu
para coma aperceptivo e arreativo; constatado morte encefálica. CONCLUSÃO: A
síndrome de hiperperfusão é uma complicação grave da revascularização percutânea de carótida. A identificação dos pacientes de risco e o controle agressivo da
hipertensão podem minimizar o impacto dessa intercorrência
28865
Pancreatite aguda como causa de elevação do segmento ST, simulando infarto agudo do miocárdio – relato de dois casos.
Importância do teste de esforço no diagnóstico da síndrome do QT longo
ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, ISABELA V PAIVA, RAQUEL
L SILVA, TIAGO DAL BO, ISAAC H SAMPAIO e CHRISTIANO G ARAUJO
ANDERSON FERREIRA LEITE, IGOR FERREIRA DE SALES, RENATA FELICIO
BRAGA, REYNALDO DE CASTRO MIRANDA, TEREZA AUGUSTA GRILLO e
ANDRÉ ASSIS LOPES DO CARMO
Hospital LIfecenter, Belo Horizonte, , BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, , BRASIL.
INTRODUÇÃO: O supradesnivelamento do segmento ST (supra-ST) secundário
a pancreatite aguda foi descrito pela primeira vez em 1934 por Drummond; a
fisiopatologia é incerta . Sabe-se que outras patologias inflamatórias e infecciosas também podem alterar o segmento ST, e o conhecimento destas é de suma
importância, para se evitar tratamento errôneo de suposta alteração isquêmica.
MÉTODOS: Relatam-se 2 casos de pancreatite e supra ST, simulando IAM. RELATO DE CASOS: foram registrados 2 casos, ambos do sexo masculino : caso
1: 58 anos, tabagista, etilista, hipertenso. Apresentou dor tóraco-epigástrica, náuseas e sudorese. Exame físico sem alterações significativas. Eletrocardiograma
(ECG) apresentou supra-ST de V2 a V4, 2-3mm . Iniciado protocolo de SCA e
estreptoquinase. Evoluiu com resolução do supra-ST, mas manteve dor tóracoepigástrica. Novo ECG revelou recorrência do supra nas mesmas derivações. Foi
encaminhado a angioplastia de resgate. Cineangiocoronariografia mostrou ateromatose coronariana difusa leve a moderada. Manteve dor epigástrica; marcadores de necrose miocárdica (MNM) sem alterações, ecocardiograma transtorácico
(ECO-TT) sem alterações segmentares. Observou-se elevações de amilase e
lipase. Ultrassonografia e tomografia abdominal confirmaram pancreatite edematosa. Evoluiu com melhora progressiva. Caso 2: 63 anos, hipertenso , obeso,
história familiar de SCA. Iniciou quadro de dor epigástrica, associada a náuseas,
de 3 horas de duração. Exame físico de alterações significativas. ECG evidenciou alteração dinâmica com supra ST de V1 a V4 de 2 mm. Iniciado protocolo
de SCA, com redução parcial da dor e redução quase completa do supra ST.
Manteve dor tóraco-epigástrica. ECO-TT não mostrou alterações significativas;
submetido a cineangiocoronariografia sem alterações e não houve elevação dos
MNM. Persistiu com dor na região epigástrica irradiando para hipocôndrio direito.
Ultrassonografia abdominal evidenciou colecistolitíase e sinais de pancreatite.
Observou-se elevação de enzimas pancreáticas. Evoluiu com melhora do quadro clínico e laboratorial. CONCLUSÂO: Estes casos ressaltam a importância do
diagnóstico diferencial das patologias associadas a alterações no segmento ST
para devida propedêutica.
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Hospital das Clínicas / UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: A síndrome do QT longo (SQTL) representa um grupo diverso de
alterações na repolarização miocárdica caracterizado pelo prolongamento do
intervalo QT no eletrocardiograma. Associa-se a risco aumentado de arritmias
ameaçadoras da vida, em especial taquicardia ventricular polimórfica. Existem
formas adquiridas e congênitas. Estas se relacionam com mutações de genes
que codificam canais iônicos de cardiomiócitos.
Objetivo: Relatar o caso de uma criança com síncope recorrente em que se fez
diagnóstico de SQTL com auxílio do teste de esforço.
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 10 anos, previamente hígido. Procurou atendimento médico com relato de três episódios de síncope durante esforço
físico. Sem comorbidades ou uso de medicamentos. História familiar de morte
súbita negativa. Exame físico e eletrocardiograma de repouso sem alterações.
Ecocardiograma não demonstrou cardiopatia estrutural. Realizado teste ergométrico que foi interrompido após 11 minutos por cansaço físico e não demonstrou
arritmias; todavia o intervalo QT corrigido se elevou de 470 ms pré-esforço para
600 ms no terceiro minuto de recuperação. Os achados permitiram firmar o diagnóstico de SQTL e foi iniciado propranolol na dose de 3,0 mg/Kg/dia com boa
tolerância. Paciente permanece assintomático, sem recorrência de síncope, em
acompanhamento de dois anos. Feito screening familiar e identificado alargamento do intervalo QT em mãe e irmão.
Conclusões: O diagnóstico de SQTL constitui um desafio. Em alguns casos, o
eletrocardiograma de repouso não revela prolongamento do intervalo QT (SQTL
“oculta”), sendo o teste de esforço uma ferramenta fundamental. O alargamento
do intervalo QT geralmente se dá nos primeiros minutos da fase de recuperação.
Este caso, portanto, corrobora a importância do teste ergométrico na propedêutica de síncope relacionada ao esforço num paciente jovem sem cardiopatia estrutural.
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Tratamento percutâneo de pseudoaneurisma de artéria ilíaca externa: relato
de caso
Síndrome coronariana aguda recidivante em paciente HIV positivo - relato
de caso
GUILHERME RAFAEL SANT`ANNA ATHAYDE, THALLES OLIVEIRA GOMES,
JULIO CESAR BOGRES, EDUARDO KEI MARQUESINI WASHIZU, EDUARDO
BELISÁRIO FALQUETO, BRUNO R NASCIMENTO, ARI MANDIL e JAMIL ABDALLA SAAD
GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, INGRID M MATOS, ISABELA V PAIVA, KLEISSON A P MAIA, BEATRIZ E G QUIRINO, PRISCYLLA L VISCONE e
ESTEVÃO L FIGUEIREDO
Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da
UFMG, Belo Horizonte, PA, BRASIL.
Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e PósGraduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Cerca de 10% dos pacientes submetidos a transplante renal têm algum tipo de
complicação, destacando-se a formação de fístulas arteriovenosas e a de pseudoaneurismas que acomete menos de 1% dos pacientes. Eles se formam no
sítio da anastomose ou na própria artéria renal do enxerto. Devido a sua raridade
são poucos os dados na literatura acerca de sua etiopatogênese, orientações
de manejo e prognóstico.Homem, 35, doença renal crônica estadio V desde
2009. Em julho de 2011 foi submetido a transplante renal, evoluindo com um
pós operatório complicado e perda do enxerto. Em setembro evoluiu com dor em
flanco direito, instabilidade hemodinâmica e queda de hemoglobina.Realizado US
de fossa ilíaca direita (FID) que mostrou volumoso hematoma retroperitonial e
dilatação vascular na topografia de artéria ilíaca externa direita (AIED).Encaminhado para avaliação, apresentava dor e massa volumosa em FID com orifício
central drenando secreção serossanguinolenta. Realizada angiotomografia (TC)
de abdome que mostrou formação ovalada medindo 11,6 x 11,1 cm relacionada
anteriormente a AIED e sugestiva de pseudoaneurisma. Encaminhado em caráter
de urgência ao laboratório de Hemodinâmica. Realizada angiografia de membro
inferior direito via femoral que confirmou a presença de pseudoaneurisma gigante
em AIED. Realizado implante direto de stent graft Fluency 10 x 60 mm seguido de
pós dilatação com balão Advance 10 x 40 mm em AIED. Angiografia de controle
mostrou interrupção no enchimento do pseudoaneurisma. Não houve intercorrências no procedimento.Teve evolução hospitalar satisfatória. Realizado duplex
scan e TC de controle que evidenciaram stent graft pérvio e pseudoaneurisma
trombosado sem sinais de endoleak. Encontra-se atualmente assintomático.Os
pseudoaneurismas de artéria ilíaca no pós transplante, apesar de raros, resultam
em altas taxas de nefrectomia. As técnicas endovasculares, menos invasivas,
oferecem uma nova opção terapêutica
FUNDAMENTOS: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode
levar a diferentes tipos de cardiopatias, que ocorrem devido à doença ou associadas às terapias antirretrovirais, mesmo em pacientes sem fatores de risco
tradicionais para insuficiência coronariana. Alguns estudos relataram aumento de
trombose e reestenose intra-stent. Relata-se o caso de um paciente HIV positivo,
com doença aterosclerótica grave, recidivante. RELATO DO CASO: Homem, 76
anos, portador do HIV há 30 anos, em uso de terapia antirretroviral, sem fatores
de risco para doença coroanriana. Apresentou infarto agudo do miocárdio (IAM)
em dezembro de 2011, quando realizou angioplastia primária, com implante de
stent convencional em ramo obtuso marginal (OM). Observada lesão importante
na coronária direita (CD), que foi tratada com implante de stent não-farmacológico
em janeiro 2012. Passou a usar atenolol, clopidogrel, atorvastatina e AAS. Este
último foi suspenso após um mês, devido a episódio de hemorragia digestiva alta
grave, secundária a úlcera gástrica. Admitido no pronto atendimento do Hospital
em abril de 2012 com queixa de dor epigástrica, em queimação, com irradiação
retroesternal, em repouso, semelhante à do IAM anterior. Exame físico sem alterações significativas. Eletrocardiograma sem alterações isquêmicas. Ecodopplercardiograma: fração de ejeção normal, sem déficit segmentar. Optado pela realização de cintilografia miocárdica que mostrou acentuada hipoperfusão estresse
induzida em segmentos médio e basal da parede lateral do ventrículo esquerdo.
Submetido a cineangiocoronariografia (CATE) que demonstrou stent em 1/3 proximal em ramo obtuso marginal ocluído em seu terço proximal, com opacificação
distal por circulação colateral e stent em terço proximal de CD com discreto grau
de hiperplasia neointimal. Após o resultado do CATE, foi optado por tratamento
clínico, recebendo alta em boas condições clínicas. CONCLUSÃO: À medida que
ocorre a melhora da longevidade em pacientes com HIV, a doença cardiovascular
predominará como uma causa de morbidade e mortalidade e emergirá como área
vital da pesquisa, devendo ser reconhecida e tratada precocemente.
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Infarto agudo do miocárdio e coronárias angiograficamente normais - relato
de caso
Estudo comparativo entre dois métodos de avaliação pré-operatória (ASA x
SOCESP), em cirurgias não cardíacas, para pacientes cardiopatas.
GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, ISABELA V PAIVA, INGRID M MATOS, PRISCYLLA L VISCONE, BEATRIZ E G QUIRINO, KLEISSON A P MAIA e
ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO
JOSE GERALDO FERREIRA GONCALVES, e MARCELO AUGUSTO ANTUNES
DE CARVALHO
Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e PósGraduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
FUNDAMENTOS: A maioria dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) resultam de aterosclerose coronariana. Porém, pode ocorrer em pacientes com
artérias coronárias angiograficamente normais, em torno de 5 % dos casos.
Os pacientes tendem a ser jovens e com poucos fatores de riscos coronariano.
Geralmente não possuem história de angina antes do IAM . As características
clínicas, laboratoriais e eletrocardiográficas são indistinguíveis daqueles com doença coronariana obstrutiva. A maioria desses casos é causada por espasmo
e/ou trombose da artéria coronária. A etiologia não está clara. O prognóstico é
mais promissor do que os pacientes com doença arterial coronariana obstrutiva.
Relata-se caso de paciente que sofreu IAM com coronárias angiograficamente
normais, confirmado com ressonância nuclear magnética (RNM). RELATO DO
CASO: Mulher, 49 anos, hipertensa, em uso de hidroclorotiazida, apresentou dor
retroesternal de forte intensidade, contínua, em aperto, iniciada ao repouso e sudorese fria. Exame físico sem alterações significativas. Eletrocardiograma sem
sinais de isquemia aguda. Apresentou elevação de marcadores de lesão miocárdica Iniciado tratamento para síndroma coronariana aguda. Ecodopplercardiograma mostrou hipocinesia médio apical das paredes anterior, lateral e septal.
Submetida a cineangiocoronariografia (CATE): coronárias isentas de ateromatose
significativa, ventrículo esquerdo (VE) com hipocinesia leve ínfero-septo-apical.
Recebeu tratamento medicamentoso: AAS, clopidogrel, diltiazem, atorvastatina
até melhor esclarecimento do caso. Realizada RNM cardíaca que evidenciou déficit contrátil segmentar de VE, caracterizado por acinesia do segmento médio
anterolateral e hipocinesia dos segmentos médio ínferolateral e apical lateral, notando realce tardio subendocárdico transmural no segmento médio anterolateral,
compatível com alteração isquêmica sem viabilidade e comprometimento de 50%
nos segmentos médio ínferolateral e apical lateral. CONCLUSÃO: Demonstrou-se
um caso pouco comum de IAM, confirmado com RNM , em que não há doença
aterosclerótica associada. Após a recuperação inicial, é incomum a ocorrência de
reinfarto, insuficiência cardíaca e morte.
Universidade Federal do Triangulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL.
Os fatores de risco mais importantes para morbidade e mortalidade cardiovasculares são a isquemia miocárdica e o infarto não-fatal na primeira semana após a
intervenção. Tivemos por objetivo comparar dois métodos de avaliação pré-operatória: American Society of Anesthesiologists (ASA) e Sociedade de Cardiologia
do Estado de São Paulo (SOCESP) para verificar se um dos métodos se mostra
mais útil para prever complicações intra e pós operatória. O trabalho foi realizado
nas enfermarias do Hospital de Clínicas da UFTM, em cento e três (103) pacientes que foram submetidos a cirurgias não cardíacas e que possuem cardiopatia.
Os pacientes foram avaliados, utilizando-se a escala ASA e a escala proposta
por Caramelli e Pinho (SOCESP). Os indivíduos foram submetidos aos seguintes
exames pré-operatórios: Laboratoriais: Hemograma, glicemia, uréia, creatinina,
sódio, potássio, perfil de coagulação, transaminases; Eletrocardiograma de repouso de 12 derivações; Radiografia de tórax em posição póstero-anterior. Os
pacientes foram seguidos pelo cardiologista até o momento da alta hospitalar.
Os seguintes fatores inerentes ao procedimento cirúrgico foram avaliados: Procedimento programado, tempo de internação, tipo de anestesia, tipo de cirurgia,
tempo de cirurgia, volume estimado de perda sanguínea; Complicações: se presentes (indução anestésica, no ato cirúrgico, no pós-operatório imediato, no pósoperatório tardio); Descrição das complicações: Eventos cardiovasculares; Eventos não cardiovasculares; Evolução das complicações. Análise Estatística: foi
feita inicialmente uma análise descritiva das diferentes pontuações entre os dois
métodos de avaliações pré-operatória (ASA X SOCESP), através de confecções
de tabelas e gráficos. Posteriormente, foi realizado o teste de concordância com
o cálculo de coeficiente KAPPA. A análise dos dados obtidos revelou significância
estatística, demonstrando maior sensibilidade da escala Socesp e maior especificidade da escala ASA. Assim, pode-se concluir que é aconselhável a adoção
rotineira da escala Socesp na avaliação pré-operatória de pacientes cardiopatas.
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Anemia e síndrome coronariana aguda - relato de caso
Atresia da tricúspide: uma cardiopatia congênita
ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, ISABELA
V PAIVA e ROBERTO D F MELO
CAPANEMA, K G, RODRIGUES, R M C, CHAVES, G M, TILLI, J S, CARVALHO,
L R e GOMES, M I B
Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e PósGraduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – F, Juiz de Fora,
MG, BRASIL.
FUNDAMENTOS: A anemia é causa de dor torácica devido a redução no transporte de oxigênio e aumento na demanda. Deve ser sempre lembrada como causa de dor torácica e associação com doença aterosclerótica.RELATO DO CASO:
Mulher, 47 anos, hipertensa, em uso de losartan, metoprolol, hidroclorotiazida,
com passado de anemia de longa data de etiologia não conhecida. Relatava início do quadro de precordialgia há 6 meses, sempre em repouso e de intensidade e frequências progressivas, com irradiação para membro superior esquerdo
e região cervical, associado dispnéia. Piora do quadro aos esforços . Já havia
realizado cintilografia miocárdica: isquemia transitória em terço apical da parede ântero-septal do ventrículo esquerdo (VE) em grau moderado e em pequena
extensão. Não realizou cineangiocoronariografia (CATE) devido à anemia importante (Hb 7,4mg/dl). Admitida devido dor torácica em queimação, em repouso,
com irradiação para membro superior esquerdo (MSE) , associada a dispnéia.
Ao exame físico apresentava-se hipocorada, sem alterações significativas. Eletrocardiograma (ECG) sem sinais de isquemia aguda. Marcadores de necrose
miocárdica negativos. Ecodopplercardiograma sem alterações segmentares. Hemoglobina (Hg) inicial de 6,8 mg/dl, recebendo transfusão de hemácias. Atingiu
níveis de Hg próximos a 10,00 mg/dl e permaneceu assintomática. Após esforço
leve, apresentou recidiva da dor torácica, com irradiação para MSE, semelhante
ás anteriores. Submetida a cineangiocoronariografia que não apresentou lesões
obstrutivas graves. Após reposição de ferro e mantida Hg em torno de 12, não
apresentou novos episódios de dor torácica, recebendo alta hospitalar em boas
condições clínicas. CONCLUSÃO: A angina de demanda, secundária, deve ser
sempre investigada no quadros de síndrome coronariana aguda, principalmente
se existe história de anemia. Tem as mesmas características da doença aterosclerótica. A correção dos níveis de hemoglobina é importante para controle da dor
torácica , no tratamento da patologia.
Introdução: A Atresia da Tricúspide (AT) é uma forma rara de cardiopatia congênita que acomete 1:25.000 recém nascidos, evoluindo para cianose e crises hipoxêmicas responsáveis por uma mortalidade de 90% nos pacientes não operados
até o primeiro ano de vida. Para reduzir essa prevalência são indicadas diferentes
cirurgias paliativas, contudo, existem poucos estudos que discutem suas indicações, benefícios e técnicas. Objetivos: comparar a anatomia cardíaca fisiológica
com a acometida pela AT e discutir suas diferentes cirurgias paliativas. Método:
revisão da literatura crítica nas bases de dados MEDLINE e SciELO e consulta
em livros-textos de cardiologia. Resultados: a AT consiste na agenesia completa
da válvula tricúspide com conseqüente ausência de comunicação direta entre
átrio e ventrículo direitos. Para corrigí-la propõe-se três principais cirurgias paliativas. A primeira, de Blalock-Taussig, é um shunt sistêmico pulmonar modificado,
indicado para recém-natos com grave hipoxemia. A cirurgia de Glenn-bidirecional,
por sua vez, consiste na anastomose término-lateral da veia cava superior com a
artéria pulmonar, sendo indicada para crianças com idade superior a três meses
e resistência vascular pulmonar normal, não provocando sobrecarga volumétrica
do ventrículo esquerdo - contudo produz fístulas arteriovenosas pulmonares em
cerca de 20 a 30% dos pacientes. Finalmente, tem-se a cirurgia de Fontan, uma
anastomose cavo-pulmonar que, a longo prazo, gera a eliminação da função pulsátil do ventrículo direito e institui um fluxo venoso lento pelas veias cavas à arvore arterial pulmonar, favorecendo complicações de natureza congestiva, elétrica e
tromboembólica. Conclusão: o conhecimento anatômico cardíaco é de suma importância para o diagnóstico precoce da AT, bem como a utilização das diferentes
técnicas cirúrgicas para a melhora do prognóstico dessa cardiopatia congênita.
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Tratamento cirúrgico em paciente portador da Síndrome de Lutembacher
com severa repercussão cardíaca
O papel da ressonância magnética cardíaca no diagnóstico da cardiomiopatia hipertrófica apical: relato de caso.
ANTONIO AUGUSTO RAMALHO MOTTA, MARIA ELEONORA PALACIO FORTES, RENATA VALLE MOTTA e AMANDIO BALDI TAVARES
TEIXEIRA, CLARA P, GUSMÃO, JOÃO B, FALQUETO, EDUARDO B, PIMENTA,
NICOLLE L e THIAGO DA ROCHA RODRIGUES
Hospital Albert Sabin, Juiz de Fora, MG, BRASIL.
Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: A Síndrome de Lutembacher é uma entidade rara, caracterizada pela
associação de comunicação interatrial tipo ostium secundum e lesão valvar mitral reumática (estenose). O resultado do tratamento cirúrgico relaciona-se com
o grau do comprometimento cardíaco. Objetivo: Analisar o resultado cirúrgico em
paciente com Síndrome de Lutembacher com severa repercussão cardíaca. Método: Paciente feminino, 65 anos, portadora de Síndrome de Lutembacher, sintomática e com ecocardiograma transesofágico evidenciando importante comprometimento cardíaco: significativo aumento biatrial com átrio esquerdo de 73 mm,
ventrículo direito hipocinético com diâmetro de 45 mm, estenose mitral reumática
calcificada com área valvar de 1,6 cm2 (planimetria), associada à insuficiência,
insuficiência tricúspide secundária e pressão sistólica pulmonar estimada em 59
mmHg; grande comunicação interatrial (CIA) tipo ostium secundum com fluxo AEAD. O ventrículo esquerdo encontrava-se preservado, com fração de ejeção de
67%. O estudo hemodinâmico foi compatível com o ecocardiograma. A cirurgia
foi realizada através de esternotomia mediana, com circulação extracorpórea e
hipotermia moderada. A substituição valvar mitral por bioprótese foi realizada por
via transseptal com ampliação da CIA, sendo utilizado na sua correção patch de
pericárdio bovino. A valva mitral apresentava fusão comissural, espessamento
e calcificação dos folhetos, com mobilidade diminuída e coaptação inadequada
dos folhetos. A CIA media aproximadamente 2,0 cm. Resultados: Decorridos 10
meses da cirurgia, a paciente encontra-se estável do ponto de vista cardiológico.
O ecocardiograma de controle evidenciou bioprótese normofuncionante, septo
interatrial íntegro e melhora dos parâmetros analisados: redução das câmaras
atriais com átrio esquerdo de 64 mm, ventrículo direito com diâmetro de 26 mm e
pressão sistólica pulmonar de 46,6 mmHg. Conclusão: O presente caso sugere
que o tempo de evolução da doença e o grau do comprometimento cardíaco
influenciam no resultado cirúrgico da Síndrome de Lutembacher. A precocidade
do tratamento cirúrgico minimiza o comprometimento cardíaco favorecendo o
prognóstico dos pacientes.
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a causa mais comum de morte
inesperada em atletas e crianças mais velhas.A distribuição classifica-se em: hipertrofia concêntrica septal, apical, da parede livre do ventrículo esquerdo (VE) e
do ventrículo direito. O septo interventricular é a região mais predominantemente
atingida e a forma apical é a mais associada ao risco de morte súbita. O Eletrocardiograma é o exame mais sensível solicitado rotineiramente para diagnóstico e está tipicamente alterado, antecedendo o aparecimento de hipertrofia ao
Ecocardiograma (ECO). Este é o primeiro exame de imagem indicado e fornece
dados sobre a morfologia cardíaca, função sistólica e diastólica do VE, grau de
obstrução da via de saída do VE e de insuficiência mitral. O critério diagnóstico
mais comum é a espessura da parede maior ou igual a 15 mm e deve ser considerado naqueles pacientes com VE não dilatado e hiperdinâmico que não possuem
outra desordem orgânica que explique a etiologia da hipertrofia. A Ressonância
Magnética Cardíaca (RMC) também é uma ferramenta extremamente útil para a
avaliação e estratificação de risco de pacientes com suspeita de CMH. Métodos:
Relatamos o caso de paciente masculino, 48 anos, assintomático, que apresentava alterações eletrocardiográficas sugestivas de hipertrofia e realizou o ECO que
não confirmou a hipótese diagnóstica. Apesar de tratar-se de paciente assintomático, prosseguiu-se a propedêutica devido a alterações eletrocardiográficas. A
RMC visualizou espessura miocárdica de 28 mm com realce tardio de padrão heterogêneo mesocárdico. Resultados: O ECO possui limitações para diagnóstico
da forma apical. Portanto, muitas vezes não é capaz de identificar tal cardiomiopatia. Conclusões: O caso relatado demonstra a limitação do ecocardiograma em
visualizar hipertrofia miocárdica apical e mostra que a RMC tem consolidado-se
como método diagnóstico para cardiomiopatias,em casos como este.
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O desafio do retransplante cardíaco: descrição do primeiro caso realizado
em Minas Gerais
Proposta de protocolo para assistência de enfermagem ao paciente adulto
hipertenso
CLÁUDIO LÉO GELAPE, CARLOS CAMILO SMITH FIGUEROA, RENATO
BRAULIO, PAULO HENRIQUE NOGUEIRA COSTA, SÍLVIO AMADEU DE ANDRADE, FÁBIO MORATO CASTILHO, THIAGO VINICIUS VILLAR BARROSO e
MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA
ALESSANDRA ROCHA LUZ, MAYARA SOUZA VIANNA, CLEIDINEY ALVES E SILVA, GABRIELA FREITAS PINHEIRO e SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerai, Belo Horizonte,
MG, BRASIL.
Introdução: No Brasil a incidência de doenças cardiovasculares teve um aumento
devido às transformações no modo de vida da população. É uma patologia de
fácil diagnóstico e possui tratamento eficaz, mas quando não controlada devidamente pode lesar órgãos vitais e demandará recursos e serviços mais sofisticados. Assim, a consulta de enfermagem permite acompanhar as mudanças
no estilo de vida destes pacientes visando à prevenção de complicações provenientes do descontrole do quadro hipertensivo. Este estudo tem como objetivo
elaborar um protocolo para assistência de enfermagem ao paciente adulto hipertenso devido à necessidade de sistematizar essa assistência. Método: Trata-se
de uma revisão de literatura, elaborada em três etapas. A primeira consiste em
pesquisa eletrônica através da Biblioteca Virtual em Saúde usando os descritores:
Assistência de enfermagem; Hipertensão; Protocolos clínicos. Foram incluídos os
estudos disponíveis na íntegra, idioma português, publicados entre os anos de
2001 a 2012, resultando em 18 estudos. Na segunda, a elaboração do protocolo,
utilizou diretrizes sobre hipertensão, livros e manuais do Ministério da Saúde. A
terceira foi a aplicação do protocolo em consultas de enfermagem em ambulatório e unidade de internação, como um pré teste. Resultados: O protocolo foi
elaborado e direcionado para a promoção, proteção, tratamento, recuperação e
reabilitação do individuo hipertenso. Os temas foram abordados de forma objetiva, direcionando para o cuidado do enfermeiro ao paciente hipertenso, tais como:
conceitos, tratamento, classificação e estratificação de riscos, discussão de casos e processo de enfermagem. O pré teste realizado apontou que o protocolo
apresenta, entre outros pontos positivos a facilidade para utilização e negativos a
serem modificados; a ausência de dados na ficha de anamnese e exame físico.
Conclusão: Apesar da necessidade de revisão, o protocolo possibilita ao enfermeiro sistematizar a assistência de enfermagem e desta forma qualificar a relação
profissional/usuário, bem como otimizar o serviço através do uso racional dos
recursos técnico-científicos disponíveis com possibilidades de uso em cenários
diversificados.
Introdução: O transplante cardíaco (TC) constitui modalidade terapêutica estabelecida para a Insuficiência Cardíaca terminal, com excelentes resultados. O Brasil
é um dos líderes mundiais em número de transplante de órgãos, sendo que Belo
Horizonte foi pioneira na realização do procedimento desde 1986, constituindose na atualidade, o segundo centro transplantador do Brasil. A doença vascular do
enxerto (DVE) constitui uma das principais complicações tardias do TC. Seu tratamento definitivo é o retransplante que é um procedimento de alto risco. Métodos:
Este estudo tem como objetivo relatar o primeiro caso de retransplante cardíaco
no estado de Minas Gerais. C.M.A.B, feminino, 54 anos, médica, foi submetida
com sucesso ao TC ortotópico em março de 2002 devido a cardiomiopatia dilatada idiopática. Evoluiu com DVE precoce e progressiva a partir de 2005. Nenhum
fator de risco para DVE foi identificado. Apesar do tratamento clínico otimizado
(tacrolimus, everolimus, pravastatina, diltiazem, aspirina, clopidogrel), a DVE progrediu com acometimento das artérias coronárias esquerdas e TCE. No decorrer
do periodo de 7 anos foi submetida a implante de nove “stents” farmacológicos.
Houve oclusão total da artéria descendente anterior e da artéria circunflexa, mas
com preservação da função ventricular esquerda. Nos últimos seis meses, evoluiu com limitações físicas importantes, dispneia aos mínimos esforços e edema
de membros inferiores, sendo incluída na lista de TC em novembro de 2010.Em
22 de abril de 2012, apresentou pré edema agudo de pulmão, apesar da função
ventricular preservada. Resultados: Em oito de maio de 2012, foi submetida ao retransplante cardíaco ortotópico pela técnica bicaval, com sucesso, com tempo de
circulação extracorpórea de 150 minutos e de isquemia do órgão de 155 minutos.
Ela foi extubada seis horas após a cirurgia e evolui bem, sem intercorrências até
o momento, e, com enxerto normofuncionante, evidenciado pela ecocardiografia.
Conclusão: Minas Gerais celebra o seu primeiro retransplante cardíaco realizado
com sucesso, sob os cuidados da equipe multiprofissional do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Universidade Federal de Mo=inas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
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Perfil dos pacientes admitidos com insuficiência cardíaca nos hospitais de
Montes Claros-MG
Relato de caso: neuropraxia bilateral do nervo frênico após cirurgia de revascularização do miocárdio
NOASSES NEIVA DIAMANTINO, MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA,
ADRIANA COSTA DIAMANTINO, LUCIANA C DIAMANTINO, GUSTAVO MONTEIRO SOARES e TAIZA DE C C DIAMANTINO
ELETO, LORENA S, OLIVEIRA, JÉSSICA C V, SILVA, LÍGIA R M, CAIRES, MATHEUS G e PEIXOTO, JOSE M
Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, Montes Claros, MG, BRASIL
- Hospital Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.
Introdução: Poucos estudos avaliaram a insuficiência cardíaca (IC) na infância e
adolescência. Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes (pts) hospitalizados com IC
na faixa etária de 0 a 19 anos. Métodos: Estudo descritivo observacional prospectivo. De 01/04/2008 a 31/03/2009, 4757 pts consecutivos de 0 a 19 anos, admitidos
em hospitais de Montes Claros, foram avaliados, sendo que 131 eram cardiopatas
e 75 apresentavam sinal e/ou sintoma de IC ou já se encontravam em tratamento
da IC. Foram analisados os diagnósticos, características sociodemográficas, comorbidades, medicamentos utilizados e desfechos (alta hospitalar, transferências,
rehospitalizações e óbitos), com estimativas da curva de sobrevida. Resultados:
75 pts foram admitidos com IC, 62,7% eram masculinos, 68% na faixa etária de 0
a 6 anos, 44% de cor branca e 68,7% provenientes da zona urbana. O SUS respondeu por 97,3% do custo destas hospitalizações e 58,5% tinham renda per capita ≤ ¼ de salário. À admissão 66,7% eram portadores de cardiopatia congênita,
73,6% se encontravam no estágio C e D da IC, 50% na classe funcional IV (NYHA/
ROSS) e 37,5% na classe III. A permanência hospitalar foi 12,3 dias, com taxa de
rehospitalização de 22,7%, mortalidade hospitalar 6,7%, mortalidade global 14,7%
em 18 meses de seguimento, com a curva de sobrevida de 89% ao final de 131
dias e 86% em 416 dias. A presença de IC aumentou em 6,3 vezes o risco de óbito
nos cardiopatas. Em 78,7% dos pts foi relatada a presença de sopros cardíacos,
seguido pela hepatomegalia (62,7%) e crepitações pulmonares (40,3%), sendo
que as bulhas acessórias foram infreqüentes. O ecodoplercardiograma realizado
em 85,3% dos pts mostrou a fração de ejeção do VE (FEVE) normal em 81,5%.
A furosemida foi prescrita em 72% dos casos, os IECAs, digitálicos e espironolactona em menos de 40%, a dobutamina em 20%, a prostaglandina em 16%, os
betabloquadores em 5,3%, o sildenafil em 4% e a indometacina em 1,3%. Conclusão: A maioria dos pts com IC era portadora de cardiopatia congênita com FEVE
preservada, em estágio evolutivo C e D e classe funcional III e IV. O sopro cardíaco
foi o sinal mais freqüente, sendo o sinal de alerta para as avaliações cardiológicas
e tratamentos precoces, os quais diferem dos utilizados nos adultos.
Universidade José do Rosário Vellano, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: A cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) é uma das mais
freqüentes cirurgias realizadas em todo o mundo, porém existem inúmeras complicações pós-operatórias que podem levar a seqüelas graves para os pacientes.
Na neuropraxia ocorre uma alteração da mielina sem degeneração ou perda da
continuidade do nervo. O comprometimento é motor, podendo ser unilateral ou
bilateral, e resulta em distúrbios respiratórios graves em função da paresia ou paralisia do nervo em questão. No caso de neuropraxia bilateral do nervo frênico encontram-se manifestações mais graves na dinâmica respiratória, pela cessação
completa da inervação do diafragma. Deve-se manter entubação prolongada até
que a função do nervo seja recuperada, o que ocorre, usualmente, em 2 meses.
Relato de caso: J.P, 61 anos, natural de Patos de Minas, dislipidêmico e diabético,
submetido à CRVM em setembro de 2011 após um infarto do miocárdio. No pós
operatório evoluiu com dificuldade para extubação levando a ventilação mecânica prolongada favorecendo o surgimento da infecção respiratória. Permaneceu
no CTI por dois meses necessitando de traqueostomia. O RX de tórax mostrou
elevação e hipomobilidade diafragmática bilateral, sendo feito diagnóstico de
neuropraxia do frênico bilateral. Desde então apresenta dispnéia aos pequenos
esforços com grave comprometimento funcional.
No atendimento ambulatorial na Unifenas-BH no dia 03/04/2012 mostrou-se dispnéico e impossibilitado para a realização do exame, devido a dispnéia de decúbito; apresentava acentuada redução da expansibilidade torácica ao exame físico.
Exames complementares de fevereiro de 2012: Rx tórax: Retificação das cúpulas
diafragmáticas com pequeno derrame pleural. Ecocoardiograma: Diâmetro cardíaco e fração de ejeção normal.
Conclusão: A incidência de paralisia do nervo frênico após CRVM foi estimada
em 10%, geralmente é unilateral e não causa sintomas limitantes. Este relato
apresenta um paciente com paralisia do nervo frênico bilateral após CRVM, com
evolução desfavorável e não habitualmente vista para este tipo de complicação.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
29
28881
O uso de tecnologias móveis no ensino de cardiologia
Principais causas de erros na interpretação dos testes de vassoreatividade
pulmonar
THIAGO ROBIS DE OLIVEIRA,
EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
Introdução: Dispositivos interativos de mídia, como smartphones e tablets, estão
se popularizando rapidamente, inclusive na medicina. A combinação de mobilidade, armazenamento, interface acessível e capacidades wireless fazem esses
dispositivos ideais para o uso por cardiologistas e médicos como um todo, em
treinamento ou não. Esse trabalho aborda o desenvolvimento de um aplicativo sobre ausculta cardíaca, usado com referência por diversos profissionais de saúde.
Método: Trata-se de um relato de experiência. O foco do desenvolvimento consistiu em estabelecer, em um aplicativo móvel para as plataformas iOS (iPhone/
iPad) e Android, com similaridade de interface e conteúdo, um guia prático sobre
ausculta cardíaca. O conteúdo abordado inclui: focos de ausculta, manobras auscultatórias e os 15 sons auscultatórios mais frequentemente encontrados, acompanhados de texto didático e imagem ilustrativa.
Resultado: O tema ausculta cardíaca foi escolhido devido aos constantes relatos
na literatura da baixa taxa de acertos, de até 30%, principalmente de médicos e/
ou acadêmicos em treinamento, na ausculta de sons cardíacos comuns. Diversas
são as formas propostas de melhorar a treinagem, incluindo uso de simuladores, aprendizado in loco com pacientes, dentre outras. Recentemente, o uso de
smartphones e tablets tem se aventado como ferramenta de ensino. O aplicativo
desenvolvido consiste, pois, em apresentar ao usuário de uma a três amostras,
curtas, de sons auscultatórios frequentemente presentes na prática clínica. Acompanhando as amostras sonoras, está disponível texto sintético sobre o som abordado, e uma imagem ilustrativa. Estratégias semelhantes, desenvolvidas para
computadores, alcançam taxa de melhor aprendizado, em relação à alunos não
expostos, de até 70%.
Conclusão: O aplicativo desenvolvido conseguiu alcançar sua proposta, de ser
uma plataforma móvel de aprendizado e aperfeiçoamento de médicos e alunos no
que tange à ausculta cardíaca. Tal experiência mimetiza resultados semelhantes
encontrados na literatura internacional, e corrobora o uso de dispositivos móveis
como importante ferramenta de educação continuada em medicina, especialmente em cardiologia.
28884
HC-UFMG, BH, , BRASIL - H. Life Center, BH, , BRASIL.
Introdução: Teste vasorreatividade pulmonar (TRP) está indicado em pacientes
com Hipertensão arterial pulmonar (HAP) com objetivo de orientar o melhor tratamento para o caso. TRP é um procedimento invasivo e cuidados devem serem
tomados para que o resultado seja confiável para evitar repetição do mesmo.
Entretanto, algumas vezes o procedimento necessita ser repetido, por estar incompleto ou em descordo com os outros dados do paciente. Objetivo: Mostrar as
principais causas de erros na interpretação do TRP. Método: 33/319(10,3%) dos
TRP realizados no serviço foram para esclarecer dúvidas em relação ao teste anterior. O resultados foram comparados com o teste anterior, analisando as causas
de erros na interpretação.Resultado: 12 pacientes com cardiopatias congênitas
em que havia duvida em relação à reversibilidade da HP, o resultado tinha mostrado aumento significativo de Qp/Qs, por não ter incluído da fórmula de calculo do
Fluxo o oxigênio dissolvido, quando usa Oxigênio durante o testes, principalmente a 100%, e/ou não ter considerado na interpretação as modificações da relação
entre as resistências sistêmica e pulmonar. Nove pacientes a pressão em átrio
esquerdo foi aceita baseada em pressão impactada em artéria pulmonar, com
uma curva intermediária entre a pressão media pulmonar e a pressão impactada,
com valor mais elevado que o real. Seis pacientes a PD2VE foi aceita como igual
à PAE sem uma curva clara, aceitando valores incorretos. Seis pacientes os valores foram analisados, com coleta das amostras de sangue para oximetria em
situações clínicas diferentes durante a realização TRP.
Conclusões: TRP é um procedimento invasivo, realizado geralmente em pacientes graves com objetivo de orientar o tratamento. A interpretação incorreta dos
testes direciona de forma errada o tratamento podendo causar conseqüências
graves como piora da classe funcional ou óbito. Todo médico solicitante TRP,
deveria conhecer essas possibilidades e não aceitá-lo em caso de dúvidas.
28888
Angiotomografia coronariana na predição de eventos cardíacos em pacientes com doença aterosclerótica coronariana não obstrutiva
Principais causas para a repetição dos testes de vasoreatividade
MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO
PEREIRA NUNES e MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA
EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AUGUSTO ALMEIDA BARBOSA
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecologia Humana - FASEH, Vespasiano, , BRASIL.
Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL
- Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.
Introdução: A angiotomografia coronariana multislice (ATCM) representa importante método propedêutico na avaliação das artérias coronárias com elevada
acurácia no diagnóstico de doença arterial coronariana (DAC), entretanto, poucos
estudos avaliaram seu papel na predição de eventos adversos, especialmente na
DAC não obstrutiva.
Objetivo: Avaliar o valor da ATCM na predição de eventos cardíacos em pacientes
com suspeita de DAC e aterosclerose coronária não obstrutiva.
Introdução: O teste de vasorreatividade pulmonar (TRP) está indicado em pacientes com Hipertensão arterial pulmonar (HAP) com objetivo de orientar o melhor
tratamento para o caso. TRP é um procedimento invasivo e cuidados devem ser
tomados para que o resultado seja confiável evitando a repetição do mesmo. Entretanto, algumas vezes o procedimento necessita ser repetido, por estar incompleto ou em desacordo com a história clínica e exame físico do paciente. Objetivo:
Mostrar as principais causas de erros na interpretação do TRP. Método: 33/319
(10,3%) dos TRP realizados no serviço tiveram como objetivo esclarecer dúvidas
em relação ao teste anterior. Os resultados foram comparados com o teste anterior, analisando as causas de erros na interpretação. Resultado: Nos 12 pacientes
com cardiopatias congênitas em que havia dúvida em relação à reversibilidade da
HP, o resultado havia mostrado aumento significativo de Qp/Qs, por não ter sido
incluído na fórmula de cálculo do fluxo, o oxigênio dissolvido (quando o oxigênio
havia sido usado durante os testes, principalmente na concentração de 100%)
e/ou não ter considerado na interpretação as modificações da relação entre as
resistências sistêmica e pulmonar. Em nove pacientes a pressão em átrio esquerdo foi aceita baseada em pressão impactada em artéria pulmonar, com uma
curva intermediária entre a pressão média pulmonar e a pressão impactada, com
valor mais elevado que o real. Em seis pacientes a PD2VE foi aceita como igual
à PAE sem uma curva clara, aceitando valores incorretos. Em seis pacientes, os
valores foram analisados, com coleta das amostras de sangue para oximetria
em situações clínicas diferentes durante a realização TRP.Conclusões: TRP é
um procedimento invasivo, realizado geralmente em pacientes graves, com objetivo de orientar o tratamento. A interpretação incorreta dos testes direciona de
forma errada o tratamento, podendo causar conseqüências graves como piora da
classe funcional ou óbito. Todo médico solicitante TRP, deveria conhecer essas
possibilidades e não aceitá-lo em caso de incoerências.
Metodologia: Durante o período de 2008 e 2011, 310 pacientes consecutivos foram examinados pela ATCM para diagnóstico de DAC, acompanhados durante
um seguimento médio de 19 meses para a ocorrência de eventos cardiovasculares adversos (morte, internação e/ou revascularização miocárdica), sendo comparados diversos fatores de risco incluindo DAC não obstrutiva à ATCM.
Resultados: Dos pacientes avaliados, 71,2% eram do sexo masculino, com idade
média de 56,8 ± 12,2 anos. Presença de DAC foi diagnosticada em 49,4% dos pacientes. Durante o período de seguimento houve 37 eventos, sendo 26 pacientes
revascularizados e 2 mortes. Após análise multivariada, a presença de aterosclerose não obstrutiva à ATCM apresentou valor preditivo significativo (Exp(B)=3,2;
p=0,004) em relação a diversos fatores de risco tradicionais analisados.
Conclusão: A presença de DAC não obstrutiva pela ATCM apresenta um impacto
prognóstico significativo a médio prazo sobre a predição de eventos cardíacos
adversos, independente e incremental a fatores de risco convencionais.
30
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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Endocardite infecciosa associada ao uso de marcapasso: um problema em
cardiologia.
Angiotomografia multislice das artérias coronarianas nas anomalias coronarianas: definição do trajeto anatômico e marcador na decisão terapêutica.
SARAH FUMIAN MILWARD DE AZEVEDO, MARINA DE OLIVEIRA RAMALHO
TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO, ANDRÉIA PATRÍCIA GOMES e
RODRIGO SIQUEIRA-BATISTA
PATRICIA TAVARES FELIPE, LUCIANA GONÇALVES MAIA, MARIA HELENA
ALBERNAZ SIQUEIRA, RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA, HENRIQUE PATRUS MUNDIM PENA, MARCOS ALMEIDA MAGALHÃES ANDRADE JUNIOR,
MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, JOSE GUILHERME CARNEIRO, ANTONIO CARLOS NEVES FERREIRA e ANDRE LIMA PITANGA
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.
Introdução: A endocardite infecciosa (EI) tem altos índices de morbimortalidade,
sendo a 4ª síndrome infecciosa que mais ameaça a vida. O prognóstico depende
do diagnóstico e tratamento efetivos. O aumento da indicação de marcapassos
resultou na elevação da incidência de EI associada a dispositivos intravasculares.
A afecção mantém-se como desafio para infectologistas e cardiologistas e deve
sempre ser lembrada como importante diagnóstico diferencial nos casos de febre em pacientes com marcapasso. Métodos: O resumo foi produzido a partir de
revisão da literatura com estratégia de busca previamente determinada. Os textos foram pesquisados na BVS, Scielo e Portal Periódico da Capes. Descritores
utilizados: “endocardite e marcapasso” e “pacemaker and endocarditis”. Obtevese 237 artigos, dos quais 25 foram selecionados. Agregaram-se informações
obtidas em consultas de livros de medicina interna. Resultados: O diagnóstico
da EI baseia-se nos critérios de Duke, os quais contemplam achados clínicos,
laboratoriais e ecocardiográficos. A EI associada ao uso de marcapasso usualmente apresenta-se como síndrome febril e/ou bacteremia por, principalmente,
bactérias Gram- positivas. Os padrões de envolvimento variam de acordo com o
agente etiológico, o número de procedimentos prévios associados ao dispositivo
e a coexistência de valvulopatia. Tem-se associado maior mortalidade a infecção
da válvula tricúspide, sendo descritos como fatores de risco mais prevalentes a
manipulação excessiva do marcapasso e o diabetes mellitus. Os agentes mais
frequentes isolados são Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis.
O melhor tratamento é realizado por meio da retirada do marcapasso, cabo e gerador associado à antibioticoterapia por 4-6 semanas. Conclusão: Estudos atuais
indicam que a EI associada a dispositivos é uma complicação a ser considerada
nos casos de febre e que o tratamento antibiótico endovenoso domiciliar pode
se tornar uma opção segura e eficaz, reduzindo o risco de novas complicações
infecciosas, o período de internação hospitalar e os custos com a manutenção
dos pacientes.
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - FUndação Lucas Machado,
Belo Horizonte, MG, BRASIL.
28894
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A incidência estimada de origem anômala das artérias coronárias (OAC) varia de 0,3%
a 1,5% da população geral. A OAC pode ser benigna ou potencialmente grave, causando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita. A cineangiocoronariografia (CATE)
foi durante muito tempo considerada o exame ideal para seu diagnóstico, embora
possa ser incapaz de diferenciar o trajeto da OAC que pode em alguns casos representar alto risco para o paciente. A angiotomografia multislice (ANGIOTC) apresenta
grande potencial para estudo anatômico e está indicado como classe I na avaliação
das OAC. Objetivo: A partir de dois relatos de caso será demonstrada a importância
da ANGIOTC na definição do trajeto anatômico e tratamento das OAC. Métodos: Relato de casos: 1o caso: RBG, 32 anos, com queixa dor precordial há 7 meses, sem
relação com esforço, procurou pronto socorro de sua cidade com episódio de dor
precordial de forte intensidade após libação alcóolica. Eletrocardiograma evidenciou
supradesnivelamento de ST de 2mm em DII, DIII, V4, V5 e V6. Realizada trombólise
com estreptoquinase, com melhora dos sintomas. Encaminhado a este serviço onde
evoluiu em KILLIP I, sem recorrência dos sintomas. Submetido a CATE que revelou
coronária única com origem no seio coronário direito, coronária direita sem lesões,
oclusão de ramos ventriculares posteriores em terço distal e ponte intramiocárdica
em terço médio do ramo descendente anterior (DA). ANGIOTC evidenciou ausência
de compressões extrínsecas ou luminal significativas sendo optado por tratamento
clínico. 2o caso: MACDP, 43 anos, com historia de dor precordial realizou cintilografia
miocardica que evidenciou alteração isquêmica em região apical do miocárdio. Teste
ergométrico com alteração isquêmica e baixa aptidão cardiorrespiratória. Submetida
a CATE que revelou OAC da DA. Realizada ANGIOTC para melhor visualização anatomica, sendo evidenciado o trajeto da DA entre tronco das arterias pulmonar e aorta
e optado por tratamento cirúrgico. Conclusão: A ANGIOTC das artérias coronarianas
demonstrou grande importância como complementação propedêutica para detectar a
origem e o curso das arterias coronárias, possibilitando melhor definição terapêutica.
Hipertensão arterial na atenção primária: um desafio no diagnóstico precoce
Bloqueio atrioventricular total induzido por cocaína na forma de crack
EVERTON DIAS JÚNIOR, ANA LUIZA VALLE, BRUNA SALGADO RABELO, CAMILA ABDALLA ANTUNES, HEIDER SILVA DUARTE, MARCOS ROBERTO DE
SOUSA e SILVANA DE ARAUJO SILVA
FELIPE, P T, MAIA, L G, BARBOSA, M P T, ORNELAS, C E, PENA, H P M, SOARES, R C, BATTISTI, F O, PITANGA, A L, FERREIRA, A C N e JUNIOR, M A M A
Faculdade de Medicina- UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Pós-Graduação
em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto da UFM, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta alta prevalência e taxas reduzidas
de controle. A Liga Acadêmica de Hipertensão da UFMG (LAH-UFMG) trabalha na
comunidade através de atividades sócio-educativas e de intervenções periódicas,
com o intuito de esclarecer melhor a população. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência da LAH-UFMG na atuação da prevenção primária, ressaltando os
dados estatísticos observados. Em campanhas de combate à HAS, a LAH-UFMG
afere a pressão arterial, esclarece dúvidas e fornece folhetos explicativos sobre
a prevenção da doença. A aferição ocorre pelo método indireto a partir de esfigmomanômetro aneróide e eletrônico certificado pelo INMETRO. A hipertensão foi
definida conforme as diretrizes quando maior ou igual a 140/90 mmHg (valor de
uma consulta aceito para estudos epidemiológicos de triagem) ou pelo diagnóstico
prévio e uso de medicação. De forma padronizada, a LAH-UFMG orienta quanto à
necessidade de avaliação médica, confirmação do diagnóstico, sobre a importância
da adesão ao tratamento, dos riscos das complicações da HAS, principalmente
nas parcelas consideradas pré-hipertensa, hipertensa não tratada e/ou descompensada. Nesses eventos, observou-se prevalência de HAS de 42% (71/169) das
pessoas atendidas. Destas, 53% (38/71) tinham 60 anos ou mais, 28% (20/71)
entre 50 e 60 anos, 11% (8/71) entre 40 e 50 anos e 10%(7/71) entre 30 e 40 anos.
Observou-se também que grande parte dos presentes procuram o atendimento
da LAH-UFMG, sugerindo que, apesar de muitas vezes negligenciada, a HAS é
motivo de preocupação. Inquéritos populacionais dos últimos 20 anos apontaram
uma prevalência acima de 30% no Brasil, concordante com nossos achados em
população atendida em eventos. Nossa amostragem tem o potencial de viés de que
as pessoas que medem a pressão nos eventos tendem a ser aquelas mais preocupadas com a pressão, com maior chance de diagnóstico prévio. A LAH-UFMG desenvolve o Programa Prevenção que tem como objetivos, além dos citados acima,
o de identificar populações de risco para o desenvolvimento da doença e de suas
complicações, e ainda, de promover ou facilitar o acesso dessas populações aos
serviços de saúde, como o Ambulatório de Prevenção.
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, , BRASIL - FUndação Lucas Machado, Belo
Horizonte, , BRASIL.
A cocaína é uma droga ilícita amplamente utilizada e o seu uso representa um
problema de saúde pública . Apresenta inúmeras complicaçoes cardiovasculares
incluindo morte súbita, infarto do miocárdio, arritmias, ruptura de aorta. A incidencia de seu uso aumentou drasticamente nos últimos 15 anos, devido principalmente à disponibilidade do crack, mistura impura da cocaina com bicarbonato.
Aproximadamente 5 a 10% dos pronto antendimentos nos Estados Unidos são
relacionados ao uso de cocaína. O objetivo deste relato de caso é demonstrar a
associação entre o consumo desta droga e a indução de bradiarritmias.
Paciente PSDM, sexo masculino, 51 anos, compareceu ao Pronto Socorro deste
Hospital, com história de síncope. Afirmava 1 episódio 2 dias antes de procurar
auxilio médico e novo episódio, com queda da própria altura e trauma crânio
encefálico. Portador de síndrome da imunodeficiência humana, usuário de crack,
tabagista (37 maços/ano). Negava uso continuo de medicamentos. Eletrocardiograma evidenciou Bloqueio atrioventricular total (BAVT). Levado ao CTI onde foi
implantado marcapasso provisório e realizado tomografia de crânio que evidenciou área de hipodensidade em região parietal, sem captação de contraste. Detectada alteração de troponina:0,27. Submetido a cineangiocoronariografia que
evidenciou hiposinesia apical discreta, sem alterações ateroscleróticas significativas. Evoluiu com escapes de bradicardia. Optado por implante de marcapasso definitivo (DDD MRI). Manteve acompanhamento da infectologia durante a
internação.
Conclusão: A induçao de BAVT pelo crack representa complicação pouco relatada
na literatura. Mais estudos devem ser realizados para desvendar os efeitos e
complicações do uso desta substancia.
Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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28897
Preveção da hipertensão arterial sistêmica: relação com sobrepeso
CAMILA ABDALLA ANTUNES, EVERTON DIAS JÚNIOR, HEIDER SILVA DUARTE, BRUNA SALGADO RABELO, MARCOS ROBERTO DE SOUSA, SILVANA
DE ARAUJO SILVA e FERNANDA ROCHA SILVA
Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Pós-graduação
UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) trata-se de uma das patologias com maior prevalência no mundo todo. No Brasil, estudos estimam que
acometa 35% da população acima de 40 anos. Essa patologia é importante fator
de risco para trombose e doença aterosclerórica, apresentando severas complicações cardíacas, renais, cerebrais e vasculares periféricas. É nesse contexto
que a Liga Acadêmica de Hipertensão da UFMG se insere, desenvolvendo campanhas de controle e combate à Hipertenção junto à população de Belo Horizonte. O objetivo desse trabalho é avaliar a relação entre Índice de Massa Corporal
(IMC) e valores pressóricos inadequados.Métodos: As atividades da liga se baseiam em aferição da pressão arterial, esclarecimento de dúvidas e distribuição
de panfletos explicativos. A campanha ocorre em locais públicos como restaurantes populares e praças, onde a população participa voluntariamente. A aferição
ocorre pelo método indireto a partir de esfigmomanômetro aneróide e eletrônico
certificado pelo INMETRO. Os participantes são orientados quanto à necessidade
de avaliação médica, confirmação do diagnóstico, sobre a importância da adesão
ao tratamento e dos riscos das complicações da HAS. Dados relativos à idade,
estatura, peso, diagnósticos prévios e uso de medicações são fornecidos pelo
participante.Resultados: O evento realizado no Restaurante Popular II de Belo
Horizonte, contou com a participação de 137 voluntários. A análise dos resultados
foi realizada da seguinte forma: Pressão arterial (PA) alterada foram aquelas com
valores iguais ou superiores a 140/90mmHg, e IMC alterado, os iguais ou superiores a 25Kg/m². Dessa forma, 46 pessoas (33,5%) apresentaram os dois parâmetros adequados, 39 (28,4%) estavam com a PA adequada, mas com IMC acima,
22 (16%) estavam com a PA alterada, mas IMC normal e 35 (25,5%) obtiveram
os dois ídices alterados.Conclusão: É possível notar que as duas patologias apresentam elevadas prevalências, sendo que 66,5% da amostra apresentavam pelo
menos uma delas e 25,5% apresentavam as duas. Sendo assim, estratégias de
prevenção, combate e diagnóstico precoce das mesmas tornam-se essenciais.
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Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32
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xxii congresso da sociedade mineira de cardiologia