Leia estas instruções: 1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso. 2 Este Caderno contém 50 questões de Clínica Médica. 3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua . 4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta. 5 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha. 6 Os rascunhos e as marcações feitas neste Caderno não serão considerados para efeito de avaliação. 7 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher a Folha de Respostas. 8 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade. 9 Ao retirar-se definitivamente da sala, devolva ao fiscal a Folha de Resposta s. 10 Retirando-se antes de decorrerem três horas do início da prova , devolva também este Caderno; caso contrário poderá levá-lo. As s i nat ur a d o Can di dat o : ______________________________________________________ UFRN Residência Médica 2016 Clínica Médica 01 a 50 01. Considere o eletrocardiograma a seguir. Esse eletrocardiograma será provavelmente encontrado no caso de um paciente cujas características são: A) Homem de 73 anos, com sopro abdominal e hipertensão resistente, ultrassonografia com doppler de artéria renal sugerindo estenose de artérias renais hemodinamicamente significativa, após introdução de Enalapril, há 2 semanas. B) Mulher de 68 anos, com hipertensão resistente, relação aldosterona plasmática/atividade de renina acima de 30 e aldosterona bem aumentada e sem supressão com teste de sobrecarga salina após introdução de espironolactona de 25 mg. C) Homem de 65 anos, com dor retroesternal de forte intensidade, com ir radiação para dorso e assimetria de pulso em membros superiores e radiografia de tórax mostrando alargamento de mediastino. D) Mulher de 55 anos, em pós operatório de cirurgia de joelho, evoluindo com dor torácica ventilatório dependente de forte intensida de, associada à dispneia e hipoxemia. 02. Mulher de 67 anos, hipertensa, dislipidêmica e diabética, em uso de Hidroclorotiazida, Atenolol, Atorvastatina, Metformina e Glibenclamida, chega ao pronto-socorro com quadro de dor epigástrica associada a náuseas, vômitos e sudorese, com início há 40 minutos. Ao exame físico: PA 160x96 mmHg, FC 60 bpm, auscultas cardíaca e pulmonar sem alterações. Hemograma, função renal, eletrólitos e coagulogram a não apresentam alterações significativas e a Troponina I foi negativa na primeira coleta. O resultado do eletrocardiograma está reproduzido na imagem a seguir: UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 1 Foram administrados AAS 200 mg macerado e nitrato sublingual, com melhora da dor. Em relação a esse caso, o tratamento medicamentoso mais adequado nesse momento é: A) Clopidogrel 300 mg, Fondaparinux 2,5 mg 1x dia, suspender Metformina. B) Clopidogrel 75 mg, Enoxaparina 1mg/Kg SC de 12 /12h, suspender metformima e glibenclamida. C) Ticagrelor 180 mg, Fondaparinux 2,5 mg 1x ao dia, suspender metformina e glibenclamida. D) Ticagrelor 90 mg, Enoxaparina 1 mg /Kg SC 12/12h, suspender Metformina. 03. Paciente de 17 anos apresenta queixa de dispneia aos esforços habituais há quatro meses e um episódio de síncope sem sintomas premonitórios durante esforço físico , na última semana. Ao exame físico, apresenta ritmo cardíaco regular com sopro sistólico em borda esternal esquerda 2+/6+ que aumenta durante a manobra de Valsalva e diminui com a posição de cócoras. Nesse caso, a hipótese diagnóstica mais provável é A) Miocardiopatia hipertrófica. B) Comunicação interventricular. C) Estenose aórtica. D) Estenose pulmonar. 04. A escabiose é uma doença causada pelo Sarcoptes scabiei, transmitida pelo contato com pessoas ou animais infectados. Sobre essa doença, é correto afirmar: A) As áreas extensoras do corpo, como joelhos e cotovelos, são geralmente acometidas. B) A acropustulose infantil é um importante diagnóstico diferencial quando a escabiose acomete crianças. C) Se não tratada, a infecção costuma curar -se espontaneamente após alguns meses. D) Nas pessoas infectadas pela primeira vez, a sensibilização ocorre após 48 horas do contato. 2 UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 05. A tuberculose cutânea é uma doença de variável quadro clínico, dependendo do estado imunológico do paciente. A micobactéria pode atingir a pele por via sanguínea, linfática ou inoculação direta. Sobre essa doença, é correto afirmar: A) A tuberculose cutânea primária não costuma ulcerar. B) O escrofuloderma ocorre mais frequentemente na região parotídea, submandibular e supraclavicular. C) O lúpus vulgar é uma forma de lúpus eritematoso cutâneo que tem diagnóstico diferencial com a tuberculose cutânea. D) A tuberculose cutânea nunca decorre da imunização com a vacina BCG. 06. A dermatite de contato é causada pelo contato com substâncias irritantes ou sensibilizantes que resulta em um quadro de inflamação na pele, podendo ser agudo , subagudo ou crônico. Em relação à dermatite de contato, é correto afirmar: A) O níquel é a principal substância causadora de dermatite de contato alérgica. B) A dermatite de contato por irritantes primários costuma ocorrer predominantemente na face. C) A dermatite de contato alérgica pode ser desencadeada já no primeiro contato com a substância química. D) Sabões, detergentes, ácidos e bases são exemplos de substâncias causadoras de dermatite de contato alérgica. 07. Mulher de 50 anos notou aparecimento de nodulação cervical há 06 meses, e uma USG de tireoide confirmou nódulo hipoecoico de 2,5 cm no lobo direito, cujo resultado da PAAF foi classificada como Bethesda V. A paciente foi submetida à tireoidectomia total, e o anátomopatológico revelou carcinoma papilífero da tireoide clássico de 2,4 cm, unicêntrico, com invasão microscópica extratireoidiana e com metástases linfonodais (classificada como risco intermediário de recorrência), tendo sido também submetida a rad ioiodoterapia 100 mCi há 04 meses. Ela vem em uso de levotiroxina (LT4) 100 mcg/dia, cerca de 1 hora antes do café da manhã, sem queixas. O exame clínico revela: EGB, eupneica, ACV – RCR em 2T, sem sopros FC = 92 bpm; PA = 120x75; AP – normal; sem edema de MMII; sem tremores de extremidades ou linfonodos palpáveis. Exames realizados 4 meses após início da levotiroxina revelaram: TSH = 2,3 (VR = 0,4-4,0) e T4 livre = 1,0 (VR = 0,7-1,8). Em relação à reposição de hormônios tireoidianos para essa paciente , a conduta recomendada é: A) modificar o horário de LT4 para depois do café e reavaliar em 3 meses. B) manter a conduta atual e reavaliar em 3 meses. C) reduzir o tempo entre o uso de LT4 e o café e reavaliar em 3 meses. D) aumentar a dose de LT4 e reavaliar em 3 meses. 08. Homem de 63 anos, com história de HAS há cerca de 10 anos, vem à consulta com queixas de cefaleia, artralgia difusa e limitação do movimento articular, além de fraqueza muscular, fadiga e letargia. No exame físico, foram observados espessamento do couro cabeludo, protusão frontal, acentuação dos malares, aumento do nariz e das orelhas, macroglossia e prognatismo, além de aumento da oleosidade da pele e da largura dos dedos das mãos. Os resultados do hormônio do crescimento (GH) foi de 1,0 ng/ml (VR até 3 ng/ml) e do IGF -1 foi de 212 ng/ml (VR 75-212 ng/ml). O próximo passo na avaliação diagnóstica desse caso é A) dosagem de GH após administração de 10 mcg/kg de GHRH. B) dosagem de GH e IGF-1 em exame de urina de 24 horas. C) dosagem de GH após administração de 75g de Glicose Anidra. D) dosagem de GH e IGF-1 após exercício físico moderado. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 3 09. Mulher de 74 anos, com histór ia de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial há cerca de 20 anos, em uso de Metformina 500 mg 2 vezes ao dia, Repaglinida 1 mg antes das refeições e Losartan 50 mg/dia, vem à consulta com queixas de mal-estar, sudorese fria, palpitações e episódios de desorientação, usualmente no meio da manhã, principalmente nos dias em que não faz lanche nesse período, mas, algumas vezes, também antes de dormir. Refere, ainda, que esses sintomas diminuem quando se alimenta, de modo geral, ou quando toma um copo de leite com açúcar. A paciente nega episódios semelhantes aos esforços. No exame físico, destacam-se: IMC = 24,8 kg/m2, PA = 130x80, alteração do monofilamento em ambos os pés (perda da sensibilidade protetora ao teste do monofilamento em ambos os pés). Traz os seguintes exames: Glicemia de jejum = 105 mg/dl, Hemoglobina glicada = 6,8%, Creatinina = 0,8 mg/dl (VR = 0,5-1,2), TGO, TGP, Sódio e Potássio normais. A conduta recomendada para esse caso é A) trocar Metformina por Vildagliptina. B) trocar Repaglinida por Glimepirida. C) trocar Repaglinida por Vildagliptina. D) trocar Metformina por Glimepirida. 10. Em relação à ocorrência de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou de Esclerose Sistêmica, é correto afirmar: A) Na Esclerose Sistêmica, o comprometimento renal é muito frequente devido à presença de imunecomplexos circulantes. B) Na Esclerose Sistêmica, o complemento sérico é um marcador de atividade da doença. C) No Lúpus Eritematoso Sistêmico, a artrite geralmente não responde aos corticosteroides e é deformante. D) No Lúpus Eritematoso Sistêmico, o anticorpo anti -DNA tem valor prognóstico quanto ao envolvimento renal. 11. A Metformina é um fármaco usado no tratamento do diabete s mellitus. Em relação à Metformina, é correto afirmar: A) deve ser suspensa em pacientes com clerance de creatinina inferior a 50 ml/min ou creatinina sérica maior que 1,5 mg/dl. B) nunca deverá ser usada em pacientes portadores de diabete melito tipo 1. C) poderá ser usada em doses baixas a partir do segundo trim estre da gestação. D) reduz a hiperglicemia principalmente por aumentar a sensibilidade periférica à insulina e estimular a gliconeogênese hepática noturna. 12. Uma mulher de 84 anos é portadora de doença de Alzheimer diagnosticada há quatro anos e faz uso de Donepezila 10 mg 1x/dia. A filha relata que a paciente vem piorando seu déficit cognitivo há alguns meses. Tem dificuldade de encontrar palavras fáceis, está mais dependente, mais irritada durante o dia e não quer tomar banho pela manhã. A paciente dorme mal à noite, acordando algumas vezes para ir ao banheiro e, por vezes, fica chamando os familiares. Durante o dia, fica quase sempre sentada e isolada, pouco comunicativa e dorme pequenos cochilos à tarde. A paciente deixou de reconhecer os netos. Diante desse quadro, a melhor conduta médica é: A) substituir Donepezila por Rivastigmina em patch (adesivo) até atingir dose máxima e associar Quetiapina em baixa dose, à noite. B) associar Memantina em baixa dose, trocar Donepezila por Sertralina, recomendar higiene do sono e incentivo ao exercício com palavras cruzadas ao longo do dia. C) associar doses crescentes de Memantina até a dose máxima, recomendar banho de sol pela manhã e adaptação de medidas ocupacionais ao longo do dia. D) substituir Donepezila por Galantamina Levomepromazina em baixa dose, à noite. 4 até atingir dose máxima e associar UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 13. Uma mulher de 37 anos é levada ao hospital por apresentar déficit mo tor em dimidio direito, de início há duas horas. A paciente estava em casa tratando um quadro de febre, pequenas equimoses e dor no corpo, há dois dias, como se fosse um quadro viral. Na admissão, a tomografia de crânio evidenciava área isquêmica com peque na transformação hemorrágica em região de cápsula interna esquerda e os exames laboratoriais mostravam: Hb 8.2 g/dl, 3 3 leucograma 12.700/mm com 3% de bastões, plaquetas 14.000/mm , DHL 2800 mg/dl (VR até 400), Cr 2.7 mg/dl, Ur 105 mg/dl, presença de esquizó citos no sangue periférico, pH venoso 7.39, K 4.2 mEq/L, TGO 98 mg/dl e TGP 85 mg/dl. A paciente não tinha antecedentes mórbidos. A neurocirurgia não indicou intervenção imediata. A paciente estava hemodinamicamente estável, sem drogas vasoativas, apresent ando diurese e sem sangramento evidente. Porém, foi admitida na UTI por estar sonolenta (Glasgow 13) . A melhor conduta para essa paciente é: A) fazer hemodiálise e imunoglobulina humana IV. B) pulsar com metilprednisolona enquanto se aguarda a dosagem da atividade da ADAMTS-13. C) transfundir plaquetas e fazer esplenectomia. D) iniciar plasmaférese e acompanhar evolução do quadro com dosagem diária do DHL . 14. A trombose venosa profunda (TVP) é uma doença bastante prevalente em determinados quadros de imobilização prolongada ou em situações de aumento da viscosidade sanguínea. Apesar de ser comum, é uma doença de fácil prevenção com medicações de uso oral. Em relação à prevenção e ao tratamento da trombose venosa profunda (TVP) , é correto afirmar: A) No pós-operatório de artroplastia de quadril, a Rivaroxabana deverá ser administrada na dose de 10 mg/dia até a segunda semana após a cirurgia. B) A anticoagulação oral poderá ser feita com 30 mg/dia de Rivaroxabana nos primeiros 21 dias e, em seguida, continuada com 20mg/dia nos casos confirmados de TVP. C) Em gestantes com alto risco de TVP, a Varfarina é indicada a partir do segundo semestre da gestação, até o periparto, mantendo RNI entre 2,0 e 3,0. D) Em pacientes com quadro demencial avançado, acamado s por síndrome de imobilidade, é recomendado o uso da Varfarina, por Gastrostomia ou via oral, para prevenir TVP, mantendo RNI entre 1,5 e 2,5. 15. Uma mulher de 84 anos, internada há nove dias para tratar uma pneumonia com ceftriaxona e levofloxacina, passa a evoluir com febre, hipotensão, leucocitose, piora da função renal e diarreia liquida com vários episódios ao dia. A pesquisa para a toxina do clostridium difficile é positiva. O tratamento de primeira linha para essa paciente é A) Clindamicina 600 mg endovenosa de 6/6 horas. B) Metronidazol 500 mg endovenoso de 8/8 horas. C) Metronidazol 500 mg via enteral de 8/8 horas. D) Vancomicina 500 mg via enteral de 6/6 horas. 16. Um homem de 89 anos, portador de demência por doença de Alzheimer há trê s anos (estágio leve), é levado ao médico por estar evoluindo com desorientação temporal e espacial total, confusão mental, agitação que se alterna com sonolência diurna e insônia noturna há quatro dias, além de recusar líquidos e alimentos sólidos. A famí lia refere urina mais concentrada e de odor mais intenso, mas nega febre. O paciente sofreu uma queda da própria altura há quatro semanas, caindo sentado ao chão, sem perder a consciência. Faz uso de Donepezila 10 mg/dia, Losartan 50 mg/dia e Ácido Acetils alicílico 81 mg/dia. Um dia antes da consulta, realizou exames laboratoriais que mostravam leucometria e sumário de urina normais com PCR 10 mg/dl (normal até 8 mg/dl). Ao exame físico, apresentava -se eupneico, com pulmões limpos, abdome inocente, ritmo cardíaco regular, FC 84 bpm e PA 120x70 mmHg. A melhor abordagem para esse paciente é A) fazer ultrassonografia do abdome para descartar pielonefrite ou cistite silenciosa. B) colher urocultura e iniciar ciprofloxacina empírica. C) iniciar haloperidol em gotas à noite e aumentar hidratação via oral. D) fazer tomografia de crânio para descartar hematoma subdural crônico. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 5 17. Paciente de 32 anos, sexo masculino, é admitido no pronto -socorro por febre não aferida e dores no corpo. Refere que as dores são predominantemente em membros inferiores e iniciaram progressivamente há 05 dias, acompanhadas de astenia. A febre e as dores não têm regularidade quanto ao horário de ocorrência e não cedem com analgésicos comuns. Ao exame físico, havia palidez 2+/4+, traube ocupado, hematomas em várias partes do corpo e algumas petéquias. Frequência cardíaca 100bmp, tensão arterial 110/70 mmHg, frequência o respiratória 22 rpm, temperatura 38 C. Hemograma revelava: Hemoglobina 8,0 g/dL 3 Leucócitos 1.200 /mm 3 Plaquetas 53.000 /mm VCM 90 fL 3 Neutrófilos 300 /mm Linfócitos 800 /mm 3 A principal hipótese diagnóstica e a conduta para esse paciente são: A) Leucemia aguda. Deve-se solicitar TP, TTPa, fibrinogênio, iniciar antibiótico e solicitar urgentemente parecer do hematologista. B) Anemia aplástica. Deve-se tratar neutropenia febril e evitar transfusões. C) Sepse grave com CIVD. Deve-se iniciar tratamento recomendado pelo Sepsis survival. D) Dengue hemorrágica. Deve-se realizar hidratação vigorosa, não havendo necessidade de administração de antibiótico. 18. Os linfomas/leucemias são doenças de amplo espectro de apresentação, fato que pode confundi-los com outras doenças e retardar o diagnóstico. Sobre os linfomas e as leucemias, é correto afirmar: A) Síndrome de Richter é a expressão usada para designar linfomas de alto grau que leucemizam. B) o sarcoma granulocítico é mais frequente na leucemia promielocítica aguda. C) o linfoma linfoblástico é a forma tumoral (linfomatosa) da leucemia linfoide aguda. D) o linfoma folicular (baixo grau), quando leucemizado, recebe o nome de leucemia linfocítica crônica. 19. Paciente com anemia falciforme é admitido no Pronto-socorro com dores articulares severas e febre. Ao exame, está com face de dor, hipocorado 2+/4+ e ictérico 2+/4+. Outros dados do exame revelam-se normais. O hemograma realizado em contador automático evidencia: Hemoglobina 6,0 g/dL Leucócitos 40.000 /mm3 Plaquetas 550.000 /mm3 VCM 100 fL Neutrófilos 8.000 /mm3 Linfócitos 25.000 /mm3 Em relação a esse quadro clínico, é correto afirmar: A) A leucocitose apresentada está mais provavelmente relacionada à contagem inadequada de eritroblastos. B) A leucocitose apresentada direciona para alguma infecção viral. C) O VCM elevado está mais provavelmente relacionado à deficiência de vitamina B12. D) O quadro é sugestivo de leucemia aguda. 6 UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 20. Um paciente de 63 anos de idade é internado na enfermaria da Cardiologia para investigação de febre persistente há 36 dias. Tem como antecedente mórbido uma insuficiência renal crônica em estágio 5, sendo submetido regularmente a hemodiálise. Por dificuldade de obtenção de fístula arteriovenosa e dificuldade de punção de veia central para implante do cateter de hemodiálise, foi inserido um cateter de longa permanência (permicath) em veia jugular, há 6 meses. Há relato de ótimo fluxo de sangue durante as sessões. Foram colhidos dois pares de hemocultura em veia periférica cujo resultado foi positivo para Candida. O ecocardiograma evidenciou vegetação de 1,6 cm em valva tricúspide. A abordagem desse paciente, durante a internação, deve incluir: A) retirada do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar eletiva. para tratamento de B) manutenção do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca apenas se apresentar instabilidade hemodinâmica, persistência da febre e evidência de embolização. C) manutenção do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para tratamento de endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar eletiva. D) retirada do cateter de hemodiálise, antifúngico endovenoso para endocardite infecciosa e cirurgia cardíaca de troca valvar de urgência. tratamento de 21. Uma adolescente, 17 anos, antes de ser transferida ao HUOL, deu entrada no pronto -socorro com quadro, iniciado há 03 dias, de dor em região precordial, com piora durante a inspiração. A revisão do prontuário revelou consultas no serviço de Reumatologia, na s quais há relato de fotossensibilidade, rash malar e artrite de mãos, tratada, à época, com corticoide em dose baixa e cloroquina. O estado geral da paciente durante a admissão hospitalar era grave, com fácies dolorosa, anasarca, descorada (2+/4+) e taqui pneica. A paciente apresentava murmúrios vesiculares reduzidos nas bases de ambos hemitórax; frequência respiratória de 26 ipm; ausência de turgência jugular; bulhas normofonéticas em dois tempos e atrito pericárdico; frequência cardíaca de 118 bpm; pressã o arterial de 180x124 mmHg; abdome com discreta hepatomegalia, sem outras massas e descompressão brusca negativa; edema s de face, de parede abdominal e de membros inferiores; artrite de interfalangianas proximais e de punhos, sem deformidades articulares. Os resultados dos exames apresentados demonstravam: FAN positivo (1:1280); anti-DNAds positivo (1:320); complementos (C3 e C4) baixos; creatinina sérica = 8.7 mg/dL; ureia plasmática = 380 mg/dL. Sumário de urina: densidade = 1010; proteínas 3+; hemácias mais de 50 por campo e leucócitos 35 por campo; cilindros granulosos. A melhor conduta para o caso em questão é: A) imediata biópsia renal, prévia pulsoterapia, uma vez que poderia determinar a agudização ou cronificação da função renal, evitando uso desne cessário de imunossupressores; implante de cateter de hemodiálise guiado por ultrassonografia e posterior hemodiálise, sem uso de heparina. B) implante de cateter de hemodiálise; hemodiálise em caráter de urgência, necessariamente sem uso de heparina; programar pulsoterapia com corticosteroide e associar imunossupressor, descartar vigência de quadro infeccioso; manter o paciente internado e, após alguns dias de evolução, programar biópsia renal. C) implante de cateter de hemodiálise em veia femoral; hemodiá lise por curto período, com uso de heparina fracionada em dose baixa (30 -50 UI/kg/sessão), seguida de pulsoterapia com corticosteroide endovenoso e ciclofosfamida e posterior programação de biópsia renal. D) hemodiálise em caráter de urgência após implante do cateter, com ou sem uso de heparina durante a sessão de hemodiálise (o uso será determinado por acidente de punção, ou não, durante implante do cateter); descartar processos infecciosos, iniciar pulsoterapia e programar biópsia renal futura. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 7 22. Um paciente de 26 anos de idade encontra-se internado na enfermaria da Nefrologia do HUOL devido a síndrome nefrótica. O paciente não apresenta antecedentes mórbidos conhecidos, nega uso de medicações, mas refer e comportamento promíscuo: tem múltiplas parceiras em situação de risco e, constantemente, não faz uso de preservativo. O paciente apresentou pesquisas de autoanticorpos negativas, glicemias normais e complementos normais. A opção que melhor relaciona a investigação sorológica para inf ecções crônicas e o padrão glomerular encontrado na histopatologia renal para esse caso clínico é A) VDRL positivo e glomerulonefrite membranoproliferativa . B) anti-HCV positivo e nefropatia membranosa . C) Hbsag positivo e doença de lesões mínimas . D) sorologias negativas e GESF. 23. A hidratação endovenosa constitui um dos pilares na abordagem do paciente criticamente enfermo. Expansão com soluções eletrolíticas tem papel estabelecido na prática clínica, sendo os fluídos mais utilizados no paciente com descompensação aguda. O uso de soluções coloidosmóticas vem sendo estudado na abordagem do paciente grave, baseado em princípios fisiopatológicos de reposição e manutenção do volume no espaço intravascular. Sobre esse tema, é correto afirmar: A) A solução de cloreto de sódio a 0,9% possui osmolaridade em torno de 300 mOsm/litro, e sua reposição excessiva está relacionada à acidose metabólica, à hipernatremia e à injúria renal aguda. B) A solução de Ringer Lactato apresenta menor concentração de sódio que o cloreto de sódio a 0,9%. Ocasiona menos acidose metabólica na reposição relacionada ao trauma, o que torna sua reposição excessiva livre da ocorrência de edema periférico. C) Soluções semissintéticas, em que há adição do radical hidroxietil em amido, t êm seu uso justificado em pacientes admitidos na UTI que já apresentam balanço hídrico acumulado positivo, sendo relacionados a melhor desfecho renal. D) Albumina humana a 20%, em dose de 0,5 a 1 g/kg/dia (fracionada de três a quatro horários), é utilizada, em associação com a Terlipressina, em pacientes cirróticos com ascite e hipoalbuminemia, para diagnóstico da IRA pré -renal associada ao hepatopata. 24. São medicações recomendadas para tratamento da nefrite lúpica classe III com crescentes celulares, durante a gravidez: A) Hidroxicloroquina e Azatioprina B) Ciclofosfamida e Metotrexato C) Hidroxicloroquina e Micofenolato de mofetil D) Azatioprina e Metrotrexato 25. Paciente do sexo masculino, 67 anos, deu entrada no serviço de emergência com queixas de náuseas, vômitos, astenia e inapetência. Há 3 dias, iniciou tratamento quimioterápico para carcinoma neuroendócrino pouco diferenciado com múltiplas metástases em fígado e pulmões. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, hipocorado e com diminuição do turgor e elasticidade cutâneos. Apresentou diurese de 300mL nas últimas 24 horas. Os exames laboratoriais apresentavam os seguintes resultados: hemoglobina 10,2 g/dL; hematócrito 29,7%; leucócitos 10.500/mm³; plaquetas 130.000/mm³; ureia 169 mg/dL (valor de referência 20-40 mg/dL); creatinina 2,3 mg/dL (valor de referência 0,5-1,2 mg/dL); fósforo 5,6mg/dL (valor de referência 2,5 – 4,5 mg/dL); ácido úrico 14,5mg/dL (valor de referência 2,5-7,0 mg/dL). A melhor abordagem terapêutica nesse caso é A) transfusão de hemácias e bicarbonato de sódio . B) diurético de alça e gluconato de cálcio . C) hidratação venosa e rasburicase. D) colchicina e sevelamer. 8 UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 26. Mulher de 62 anos, diabética e portadora de DPOC, em tratamento quimioterápico para neoplasia de mama com último ciclo há 9 dias, deu entrada no serviço de emergência com história de inapetência, prostração e piora do estado geral há 2 dias. Na admiss ão, apresentava-se desidratada e com temperatura axilar de 38,9 °C. Ao exame físico, evidenciaram-se eritema intenso e lesões ulcerativas com áreas de sangramento em lábios, língua e mucosa jugal, causando dor e dificuldade para deglutir. O hemograma apres entava os seguintes resultados: hemoglobina 10,5 g/dL, hematócrito 30,9%, leucócitos 500/ mm³, plaquetas: 100.000/ mm³. A conduta adequada do médico plantonista nesse caso é A) iniciar tratamento ambulatorial com Ciprofloxacino, Amoxicilina -clavulanato e laserterapia oral. B) iniciar tratamento com Aciclovir oral e fator estimulante de colônias de granulócitos. C) iniciar antibioticoterapia empírica com cobertura antipseudomonas e Vancomicina. D) iniciar tratamento com Ganciclovir e bochechos com bicarbon ato de sódio e Nistatina. 27. As neoplasias pulmonares são um importante problema de saúde pública. Sobre a avaliação diagnóstica dessas neoplasias, é correto afirmar: A) O carcinoma de células pequenas neuroendócrinos na imuno-histoquímica. apresenta positividade para marcadores B) O carcinoma escamoso é o subtipo histológico mais comum em não tabagistas e geralmente tem localização central. C) A radiografia de tórax é eficaz no rastreamento em populações de alto risco , com redução da mortalidade específica por câncer de pulmão. D) A secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIAD) está mais relacionada ao carcinoma de grandes células. 28. Paciente de 35 anos, pré-menopausada, foi submetida a mastectomia direita com biópsia de linfonodo sentinela cujo laudo anátomo-patológico foi carcinoma invasivo com 3,0cm, grau histológico III e biópsia de linfonodo sentinela negativa para metástase. Estudo imuno histoquímico revelou negatividade para receptores hormonais e positividade 3+ para Her -2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico). O tratamento adjuvante dessa paciente deve incluir A) Tamoxifeno. B) Análogo de GnRH. C) Trastuzumabe. D) Ácido zoledrônico. 29. Considere as seguintes afirmações sobre hipercalcemia relacionada à malignidade: I II III IV O diagnóstico deve ser feito através da dosagem do cálcio sérico total corrigido para o valor da creatinina sérica. A maioria dos casos está associada à secreção do peptídeo relacionado ao PTH (PTHrP). A base do tratamento de suporte é hidratação venosa e uso de bisfosfonatos. Diuréticos tiazídicos devem ser utilizados após hidratação vigorosa e restabelecimento da volemia. Das afirmações, estão corretas: A) II e III. B) I e IV. C) I e II. D) III e IV. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 9 30. O TEV/TEP é uma condição clínica muito comum e que pode ser fatal. Em relação à TEV/TEP aguda, considere as seguintes afirmativas: I II III IV O uso de Heparina de baixo peso molecular (HBPM) estaria indicado, no s casos de TEP sem alterações hemodinâmicas. O uso de trombolíticos estaria indicado para tratamento do TEP agudo grave, com alterações hemodinâmicas. Novos anticoagulantes orais, tais como a Rivoraxabana e a Dabigratana, podem ser usados no tratamento sequencial do TEP agudo, substituindo a warfarina. Apenas trombolíticos, seguidos de W arfarina, seriam úteis no tratamento do TEP agudo. Das afirmativas, estão corretas: A) II, III, IV. B) I, II, III. C) I, III, IV. D) I, II e IV. 31. Paciente de 28 anos, asmático desde criança, é atendido no pronto -socorro com crise aguda de asma e apresenta intensa dispneia, com roncos e sibilos e agitação leve. Seu pico de fluxo está em 50% do previsto e a gasometria arterial revela hipoxemia moderada e alcalose respiratória. Havia sido medicado com 3 inalações sequencias com B2 agonista e Ipratróprio, sem melhora. Nesse contexto, considere as seguintes afirmativas: I II III IV A alcalose respiratória se deve à hiperventilação respiratória. A hipoxemia deve ser corrigida com uso de oxigenoterapia. O paciente deve receber sedativos para agitação. A corticoterapia estaria indicada. Em relação a esse paciente, estão corretas as afirmativas: A) I, II e III. B) I, II e IV. C) I, III e IV. D) II, III e IV. 32. Paciente de 25 anos, em primeiro episódio psicótico, com história de 10 dias de diminuição da necessidade de sono, inquietação, irritabilidade, humor elevado, comportamento jocoso e cometendo indiscrições sexuais no trabalho, há dois dias, passou a ficar assustado, tendo sido encontrado na rodoviária, fugindo, segundo ele, dos oficiais da polícia federal que estavam atrás dele (história que não correspondia à realidade). Ao exame no pronto -socorro, vinha apresentando elação do hum or, hipermodulando, discurso grandioso, fala com fluxo e volume aumentados, referia ouvir vozes de pessoas que queriam lhe prender, acreditando que a polícia federal estava a sua procura. O exame físico não apresentou alteração aparente, e exames complementares afastaram a hipótese de intoxicação por substâncias, alteração de função tireoidiana, lesão cerebral (TC de crânio normal), alteração de hemograma, hidroeletrolítica, de função hepática ou de função renal. Diante desse quadro de primeiro episódio psicótico, a hipótese diagnóstica mais provável é de A) transtorno psicótico breve tipo paranoide. B) primeiro episódio de esquizofrenia paranoide. C) transtorno esquizofreniforme tipo paranoide. D) episódio maníaco com sintomas psicóticos. 10 UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 33. A síndrome de abstinência alcoólica é uma das alterações observadas em portadores de transtorno por uso de substâncias que podem ameaçar a vida, o que a coloca entre as emergências psiquiátricas que devem ser manejadas em ambiente de pronto -socorro clínico. Nos pacientes que apresentam essa alteração, é comum observarmos taquicardia, aumento da pressão arterial e sudorese, associados a tremores, inquietação, insônia, náuseas e vômitos, evoluindo, nos casos mais graves, para quadros alucinatórios e até convulsivos (delirium tremens). A conduta mais apropriada para o controle da abstinência alcoólica em pronto-socorro é A) administrar benzodiazepínicos de meia vida longa. B) administrar antipsicóticos de segunda geração. C) administrar antidepressivos inibidores seletivos. D) descartar qualquer abordagem farmacológica. 34. No tratamento dos transtornos de ansiedade, como no caso do transtorno de pânico, é comum lançar-se mão de benzodiazepínicos. Sobre esses fármacos, é correto afirmar: A) Apesar do uso corrente, não há evidência de eficácia dessas medicações no tratamento do transtorno de pânico. B) Apesar do uso corrente, são apenas sintomáticos, não se mostrando eficazes no controle dos sintomas a médio e longo prazos. C) Apesar de se mostrarem eficazes como adjuvantes no tratamento com ISRS, seu uso é proscrito devido ao risco de desenvolvimento de dependência. D) Apesar de se mostrarem eficazes em monoterapia, deve-se evitar seu uso por tempo prolongado, devido ao risco de desenvolviment o de dependência. 35. Paciente do sexo feminino, sem comorbidades conhecidas, apresenta, há 3 meses, cefaleia progressiva e crise convulsiva associadas a hemiparesia direita no dia da internação. Realizou angio-CT de crânio que evidenciou trombose venosa cerebral difusa com hemorragia frontal esquerda. Foi instituída terapêutica com heparina de baixo peso molecular, porém, com 1 semana, a paciente evoluiu com dor e edema em membro superior direito. O doppler venoso mostrou trombose venosa extensa e hoje a paciente apresenta quadro de dispneia súbita e dor torácica anterior, angio CT de torax com falha de enchimento em leito arterial pulmonar bilateral e ecocardiograma com função ventricular direita preservada. No caso, o adequado tratamento nesse momento é A) Varfarina 5 mg oral. B) Alteplase 100 mg EV em 02 horas. C) Heparina não fracionada 80 UI /Kg em bolus e manutenção 18 UI/Kg/H. D) implante de filtro veia cava inferior. 36. Mulher de 46 anos, no 12º P.O. de gastroplastia, é admitida na unidade de terapia intensiva por melena e enterorragia associada a insuficiência respiratória tipo II, sendo iniciada ventilação não invasiva (VNI) por máscara facial. Uma endoscopia digestiva alta evidenciou laceração de sutura gastroduodenal com presença de fístula digestiva bloqueada. No momento, apresenta-se estável hemodinamicamente. No manejo dessa paciente, deve -se A) manter VNI com parâmetros de baixa frequência respiratória e alto volume corrente. B) proceder intubação orotraqueal e iniciar ventilação mecânica invasiva. C) trocar máscara facial por máscara laríngea e manter ventilação mecânica protetora. D) trocar máscara facial por máscara venturi com reservatório para ofertar oxigênio a 100%. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 11 37. Homem de 68 anos, hipertenso, procura atendimento com quadro de palpitações e dor torácica em queimação há 8 horas. O ECG mostra taquiarritmia (ver foto), sem reversão após a administração de Adenosina 6 mg e 12 mg. Então, inicia-se Amiodarona 1 mg/min em infusão contínua, porém , mantêm-se frequência cardíaca de 130 BPM e o desconforto torácico. A melhor conduta para esse caso é A) administrar Verapamil 5 mg endovenoso. B) proceder desfibrilação com 150 Joules bifásica. C) administrar Metoprolol 5 mg endovenoso. D) proceder cardioversão elétrica sincronizada com 200 Joules monofásico. 38. Homem de 56 anos, hipertenso, no pós-operatório imediato de cirurgia de revascularização do miocárdio, com função ventricular esquerda preservada no pré -operatório, evoluiu com acidose metabólica e elevação progressiva do lactato arterial. Os drenos torácicos apresentam débito habitual e diurese mantida em 1,5 ml/kg/hora e a radiografia de tórax apresenta infiltrado perihilar e relação PAO2/FIO2 de 230. No momento , o paciente inicia despertar da sedação e mantém estabilidade hemodinâmica sem uso de drogas vasoativas. A abordagem clínica correta para esse paciente é A) progredir desmame da ventilação mecânica e extubar. B) iniciar Milrinone 0,3 MCG/ kg / min para otimizar transporte de oxigên io tissular. C) proceder expansão volêmica com coloide. D) iniciar Azul de Metileno para reverter a acidose, pela inibição da enzima guanilil sintase. 12 UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 39. Uma jovem de 22 anos chega à UPA com febre alta e calafrios há 48 horas, associada á disúria. Relata histórico de dois episódios de cistite no último ano, para os quais tomou Norfloxacino. Nega queixas respiratórias ou gastrintestinais. Ao exame clínico, mostra -se toxemiada, desidratada, PA=90X60mmHg, FC=110bpm, FR=28inc/min, temperatura o axilar=39 C. Decide-se, então, interná-la. O diagnóstico mais provável e a conduta antimicrobiana mais adequada para essa paciente são, respectivamente : A) pielonefrite com sepse; iniciar Ciprofloxacino IV 400mg de 12 em 12 horas e passar para VO após o 7º dia, para completar 14 dias de tratamento. B) 3ª cistite em um ano; iniciar Ciprofloxacino IV 400mg de 12 em 12h por 7 dias, seguido por dose única dia, por 3 mese,s para evitar recidiva. C) 3ª ITU com uso prévio de antimicrobianos; aguardar os resultados das culturas de sangue e urina para orientar o antibiótico adequado. D) sepse de foco urinário; iniciar uma Cefalosporina de 3ª geração intravenosa após coleta de hemocultura e urocultura. 40. Homem de 38 anos, casado, trabalhador da construção civil, va i à UBS com queixas de furunculose há dois meses. Em casa, os dois filhos menores também têm problemas de pele. O paciente nega doenças de base e admite uso social de bebida alcoólica. O Anti -HIV resultou não reagente. Com base nesses dados, a opção que re presenta a recomendação mais adequada para o caso é A) Penicilina benzatina 1.200.000 UI, por ser de baixo custo e em dose única. B) Cefalexina 500mg VO 6/6h, pois cobre S. aureus, agente provável da infecção em questão. C) Linezolida 600mg VO 1xdia, porque cobre cepas sensíveis e resistentes de S. aureus. D) Cefalotina 1g VO 12/12h, por ser uma cefalosporina de 1ª geração com bom espectro para Gram positivos. 41. Homem de 40 anos, presidiário, vem à consulta referindo tosse com expec toração purulenta há 30 dias, acompanhada de sudorese noturna e emagrecimento. O paciente apresenta febre vespertina e notou, nos últimos dois dias, raios de sangue no escarro. Refere tabagismo (aproximadamente 10 cigarros por dia) há 20 anos e etilismo (a proximadamente 500mL de destilado por dia) há 10 anos. Nega doenças prévias, refere presença de outros detentos na mesma cela com sintomas semelhantes. A principal hipótese diagnóstica para o caso e os exames que devem ser solicitados para a sua correta investigação são, respectivamente: A) pneumonia bacteriana - bacterioscopia de escarro e cultura de escarro para bactérias. B) tuberculose pulmonar - baciloscopia de escarro e cultura de escarro para micobactérias. C) neoplasia de pulmão – tomografia computadorizada de tórax e broncoscopia. D) pneumonia fúngica – pesquisa direta e cultura para fungos no escarro. 42. A tuberculose é a principal infecção associada ao HIV/AIDS no Brasil. Com base nesse dado, o Ministério da Saúde recomenda que seja realizada i nvestigação para tuberculose latente em todos os pacientes infectados pelo HIV. Das opções a seguir, aquela que melhor representa as recomendações do Ministério da Saúde no Brasil quanto à investigação e o tratamento da tuberculose latente nesses pacientes é: A) solicitar prova tuberculínica (PPD) e baciloscopia de escarro; indicar tratamento com Rifampicina se PPD maior ou igual a 5mm e baciloscopia de escarro negativa. B) solicitar prova tuberculínica (PPD) e radiografia de tórax; indicar tratamento com Rifampicina se PPD maior ou igual a 10mm e radiografia de tórax normal. C) solicitar prova tuberculínica (PPD) e baciloscopia de escarro; indicar tratamento com Isoniazida se PPD maior ou igual a 10mm e baciloscopia de escarro negativa. D) solicitar prova tuberculínica (PPD) e radiografia de tórax; indicar tratamento com Isoniazida se PPD maior ou igual a 5mm e radiografia de tórax normal. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 13 43. Mulher de 30 anos, previamente hígida, refere dor em região lombar esquerda, sem irradiação, após carregar objetos pesados há 3 dias. Nega febre, emagrecimento ou qualquer outra queixa. O exame neurológico é normal. A conduta terapêutica no Pronto Atendime nto para essa paciente é: A) recomendar repouso relativo e prescrever esteroidais. analgésicos e/ou anti-inflamatórios não B) recomendar repouso por tempo prolongado e solicitar densitometria óssea para investigar osteoporose. C) realizar atendimento com analgesia e solicitar ressonância nuclear magnética para excluir osteoartrite da coluna com hérnia discal. D) realizar imediatamente raio-X simples de coluna lombar para excluir espondiloartrite ou fratura vertebral. 44. A osteoartrite de joelhos é uma patologia bastante prevalente. Em relação a essa patologia, é correto afirmar: A) o uso de bengalas favorece a hipotrofia da musculatura do quadríceps. B) o tratamento com infiltrações de corticosteroides retarda a evolução da doença. C) a dor ao iniciar o movimento (protocinética) é característica na anamnese. D) os anti-inflamatórios não hormonais devem ser usados de forma contínua. 45. Homem de 48 anos de idade, de descendência norte -europeia, apresenta ferritina sérica aumentada. Na suspeita de hemocrom atose hereditária, a conduta a ser tomada é A) solicitar biópsia hepática e concentração de ferro tecidual. B) solicitar o índice de saturação de transferrina. C) solicitar ressonância magnética com supressão de gordura. D) solicitar pesquisa de mutações C282Y e H63D. 46. Mulher, 60 anos de idade, portadora de cirrose hepática pelo vírus C da hepatite, apresenta se para consulta com quadro de icterícia, ascite importante e edema em membros inferiores. Não há sinais de encefalopatia. Exames laboratoriais revelam bilirrubina total de 3,5mg/dL; albumina de 2,5mg/dL; plaquetas de 90.000/mm³; INR de 1,9; creatinina de 1,4mg/dL. A classificação de Child-Pugh-Turcotte dessa paciente é A) B 9. C) C 12. B) C 15. D) B 7. 47. A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é uma das infecções mais frequentes no paciente cirrótico, estando associada à alta taxa de morbimortalidade. Acerca dessa patologia, analise as seguintes afirmativas. I II III IV V A infecção geralmente é polimicrobiana. A maioria dos pacientes apresenta-se oligossintomática. Leucocitose, hiperbilirrubinemia, hipoproteinemia e cultura do líquido ascítico positiva para bactérias e (ou) fungos são achados essenciais para o diagnóstico . Cirróticos com ou sem ascite que apresentam hemorragia digestiva podem desenvolver PBE. Profilaxia com Norfloxacina por tempo prolongado previne a recorrência da PBE, aumenta a sobrevida e reduz o número de internações hospitalares do cirrótico. Em relação à PBE, estão corretas apenas as afirmativas 14 A) I e II. C) III e IV. B) II e V. D) IV e V. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 48. A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. Em relação aos aspectos laboratoriais na forma hepatoesplênica da esquistossomose, é correto afirmar: A) na evolução clínica, observa-se aumento das transaminases, correspondendo à necrose hepatocelular. B) o alargamento do tempo de atividade de protrombina (TAP) é frequente na fase inicial, decorrente da deterioração da função hepática. C) a plaquetopenia é frequente, decorrente do hiperesplenismo, comum na hipertensão portal. D) o aumento da gama-GT e fosfatase alcalina é frequente, correspondendo ao aspec to colestático da doença. 49. Mulher, 25 anos, tem diagnóstico prévio de epilpesia mioclônica juvenil, uma forma de epilepsia generalizada. Faz uso de Lamotrigina 200mg/dia e está sem crises há dois anos. Chega ao consultório com exame de B-HCG positivo e US transvaginal confirmando gravidez. A recomendação para essa paciente deve ser: A) manter uso de Lamotrigina e não recomendar suplementação vitamínica. B) iniciar reposição de acido fólico e suspender uso de Lamotrigina. C) suspender uso de Lamotrigina e não recomendar suplementação vitamínica. D) iniciar reposição de acido fólico e manter uso de Lamotrigina. 50. Mulher, 24 anos, com obesidade, inicia quadro de cefaleia progressiva há 30 dias. A cefaleia é continua, de moderada intensidade, com vômito s frequentes. Nas últimas duas semanas, cursa com perda visual progressiva. Ao exame clínico, apresenta paresia de VI nervo bilateral e papiledema. A Ressonância Magnética de Crânio é normal. Uma punção lombar revelou liquor de aspecto normal, mas com pres são inicial de 83 cm H 2 0. A conduta correta para essa paciente é A) iniciar Acetazolamida e Topiramato. B) realizar pulsoterapia com Solumedrol e fenestração do nervo óptico. C) realizar implante de derivação ventrículo peritoneal e anticoagulação. D) iniciar Acetazolamida e implante de derivação lombo -peritoneal. UFRN Residência Médica 2016 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 15