Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2012, v. 14, n. 14, p. 01 – 13
DOMINÂNCIA, FORÇA UNILATERAL E DUPLO PRODUTO DE HOMENS
JOVENS ATIVOS PRATICANTES DE CICLISMO INDOOR
OCCHI, Ande rson Cesar
(A, D) ;
MELLO, Danielli Braga de
(B) ;
DANTAS, Estélio
Henrique Martin (A); LIMA, Jorge Roberto Perrout de (c) 1 .
RESUMO
Buscando cada vez mais uma melhora na qualidade de vida, fica visível a
preocupação das pessoas na tomada de atitudes a fim de modificarem alguns hábitos de vida,
dentre eles, incorporarem ao dia a dia a prática regular da atividade física. Desse modo,
percebe-se, nos últimos anos, um aumento expressivo da variedade de programas de
exercícios oferecidos pelas academias de ginástica, sendo o ciclismo indoor um deles. Esta
modalidade surgiu em meados de 1996 e, atualmente, vem sendo muito praticada em
academias de ginástica em todo mundo (FERRARI, 2004). O objetivo do presente estudo foi
observar a relação da dominância lateral, predominância de força muscular de membros
inferiores e duplo produto em homens jovens ativos praticantes de ciclismo indoor. A amostra
foi constituída por 10 sujeitos do sexo masculino (25,4 ± 2,17 anos, 79,22 ± 4,28 kg e 1,75 ±
0,04 cm), com vivência de no mínimo 6 meses em ciclismo indoor e divididos
randomicamente. Os testes foram realizados em dois dias diferentes, mantendo-se o mesmo
horário, temperatura ambiente e tipo do calçado utilizado na reprodução destes. O protocolo
idealizado ao estudo, consistiu em uma pedalada unilateral com a perna dominante no
primeiro dia, a uma cadência de 60 rpm e potência de 50 watts. No segundo dia de teste, a
perna que protagonizou o mesmo, foi a não dominante, sendo a carga de 50 watts e a cadência
de 60 rpm preservada. Utilizou-se a estatística descritiva (média e desvio padrão).
A estatística inferencial, através do teste de t de Student e o Anova para a
análise inter e intragrupos, além da aplicação do Post Hoc de Turkey. O nível de
significância foi de 95% (p ≤ 0,05). O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para
verificação da normalidade das amostras. A pesquisa foi do tipo descritiva correlacional
experimental. Verificou-se uma alta correlação da perna mais forte após teste de 1 RM
com a dominante. Já no que diz respeito à observação do duplo produto, foram
encontrados valores que demonstram haver diferença significativa entre a pedalada com
a perna dominante e o duplo-produto.
Palavras-chave: dominância, duplo-produto, ciclismo indoor.
ABSTRACT
Increasingly seeking a better quality of life, visible in the concern of people
taking action to modify some habits of life, including incorporating the everyday
practice of regular physical activity. Thus, it is noticed in recent years, a
1
A) Laboratório de Biociências da Motricidade Hu mana da Universidade Castelo Branco (LABIMH/ RJ),
Av. Salvador Allende, 6.700-Recreio/RJ, Brasil; B) Instituto de Capacitação Física do Exército. Av. João
Lu iz Alves, s/n Forte São João, Urca-RJ; C) Laboratório de Avaliação Motora da Faculdade de Educação
Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora, M G e; D) Faculdade Metodista Granbery .
significant increase in the variety of exercise programs offered by gyms, cycling
and "indoor" one of them. This method emerged in 1996 and currently has been
widely practiced in health clubs worldwide (FERRARI, 2004). The aim of this
study was to observe the relationship between handed ness, predominance of
lower limb muscle strength and double product in young men active
practitioners of indoor cycling. The sample consisted of 10 male subjects (25.4 ±
2.17 years, 79.22 ± 4.28 kg and 1.75 ± 0.04 cm), with experience of at least 6
months in indoor cycling and randomly assigned. The tests were performed on
two different days, keeping the same time, temperature and type of shoe used in
the reproduction of these. The protocol devised for the study consisted of a
unilateral pedaling with the dominant leg on the first day, a cadence of 60 rpm
and power of 50 watts. On the second day of testing, the same leg that starred in,
was not dominant, and the load of 50 watts and cadence of 60 rpm preserved.
We used descriptive statistics (mean and standard deviation).
The statistical inference, using the Student t test and ANOVA for analysis within
and between groups, and the application of post hoc Turkey. The significance
level was 95% (p ≤ 0.05). The Shapiro-Wilk test was used to verify the
normality of samples. The research was descriptive correlational experimental
type. There was a high correlation of the stronger leg after an MRI test with the
dominant. In what concerns the observation of the double product values were
found to show significant difference between the ride with the dominant leg and
double product.
Key words: dominance, double product, indoor cycling.
INTRODUÇÃO
O ciclismo, assim como outras modalidades esportivas, tem uma técnica própria
para execução de suas habilidades. As técnicas empregadas na habilidade de pedalar
buscam um movimento mais eficiente e seguro. A forma mais eficiente de se pedalar é
aquela na qual a musculatura exerce um torque no pedal a fim de impulsioná-lo para baixo
durante a fase de força e um torque para trazê-lo para cima na fase de recuperação (OCCHI
e DIAS, 2001). Com o surgimento e o crescimento de inovações no mercado de academias,
cada vez mais adeptos de ambos os sexos têm aderido à prática do ciclismo indoor. Um dos
motivos prováveis está na capacidade deste exercício em satisfazer uma necessidade nas
pessoas que se sentem atraídas por ele (DESCHAMPS, 2005).
O ciclismo indoor é uma atividade que surgiu nos Estados Unidos, no final da
década de 1920, com o ciclista sul-africano Jonathan Goldberg. Ele criou, na garagem
de sua casa, uma bicicleta estacionária, conhecida como “Yellow Beast” com o objetivo
de, devido a condições desfavoráveis de clima e temperatura da região em que vivia, dar
continuidade aos treinamentos de si próprio e de sua equipe, be m como de alunos
particulares (GOLDBERG, 1999). Na preparação física e técnica de JG e sua equipe
2
para o RAAM (Race Across American), eles necessitavam de mais tempo de treino e
que não fosse interferido pela distância ou outros fatores climáticos. A partir daí, JG, em
parceria com a empresa americana Schwinn, criou um modelo de bicicleta estacionária
que mais se aproximava dos modelos das bicicletas de competição de rua e montain
bikes (MB).
Frequentemente, são criadas novas técnicas a serem utilizadas durante as aulas
de ciclismo indoor com o objetivo de gerar novos estímulos, sejam eles fisiológicos ou
motivacionais. Muitas das vezes, essas inovações carecem de embasamento científico,
daí a incerteza na sua utilização, principalmente pelo motivo de, na maioria delas, haver
a combinação de dois ou mais fatores a serem observados, como por exemplo o
biomecânico, paralelo ao hemodinâmico.
Nos últimos anos, muitos estudos têm investigado as respostas fisiológicas e
biomecânicas a diferentes estímulos durante o ciclismo (BAUM e LI, 2003; COYLE et
al., 1988; COYLE et al., 1991). Entretanto, Sanderson e Black (2003) relatam que
poucos estudos têm investigado variáveis biomecânicas e fisiológicas de maneira
conjunta em ciclistas, quando submetidos a exercícios de alta intensidade ou até mesmo
em processo de fadiga neuromuscular.
Portanto o objetivo deste estudo foi verificar a relação de dominância, força
unilateral e duplo produto de homens jovens ativos, praticantes de ciclismo indoor.
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra foi constituída por 10 sujeitos do sexo masculino (25,4 ± 2,17 anos,
79,22 ± 4,28 kg e 1,75 ± 0,04 cm), com vivência de no mínimo 6 meses em ciclismo
indoor e divididos randomicamente. Os testes foram realizados em dois dias diferentes,
mantendo-se o mesmo horário, temperatura ambiente e calçado utilizado na reprodução
destes. O protocolo idealizado ao estudo, consistiu-se de uma pedalada unilateral com a
perna dominante no primeiro dia, a uma cadência de 60 rpm e potência de 50 watts. No
segundo dia de teste, a perna que protagonizou o mesmo foi a não dominante, sendo a
carga de 50 watts e a cadência de 60 rpm preservada. Utilizou-se a estatística descritiva
(média e desvio padrão). A estatística inferencial, através do teste de t de Student e o
Anova, para a análise inter e intragrupos, além da aplicação do Post Hoc de Turkey. O
nível de significância foi de 95% (p≤0,05). O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para
3
verificação da normalidade das amostras. A pesquisa foi do tipo descritiva,
correlacional e experimental.
A coleta de dados foi dividida em quatro encontros:
1º encontro: Teste de 1 RM unilateral para detectar o membro inferior mais forte através
do protocolo de CLARKE (1973), e verificação do membro inferior dominante,
segundo TEIXEIRA, SILVA & CARVALHO (1998).
2º encontro: Procedimento de verificação antropométrica de estatura, peso, equalização
do IMC, aplicação do questionário de PAR-Q simples. As medidas de estatura (cm) e
massa corporal (kg) foram aferidas por uma balança (Filizola®, Brasil) com precisão de
100g e escala de 0 a 150 kg, a qual possuía um estadiômetro acoplado. Também neste
dia foi respondido o questionário Par-q para critério de exclusão/inclusão da amostra.
3º encontro: O teste foi realizado utilizando um cicloergômetro de frenagem mecânica,
modelo Biotec 2100 com carga pendular da marca CEFISE® (Brasil). Durante 6
momentos foram aferidas a PA e a FC do voluntário, sendo em um pré- momento 5
minutos antes do início do teste, 5 minutos após este ter começado, ao final do 10º
minuto, ao final do 15º minuto, ao final do 20º minuto, quando o teste se encerraria, e 5
minutos após o encerramento do mesmo com o voluntário já novamente em repouso. A
resistência foi constante em 50 watts e a velocidade idem a 60 rpm. A aferição da
pressão arterial se deu utilizando o esfigmomanômetro aneroide e estetoscópio (Kole®).
Já para a verificação de Frequência Cardíaca (FC), foi mantida a fita transmissora de
batimentos cardíacos para o relógio Polar® (Finlândia)S720i, sobre o peito, na altura do
tórax do voluntário, e o relógio apoiado sobre o painel da bicicleta em local visível
somente ao avaliador e de uma forma que não atrapalhasse a visão do painel da mesma,
onde o avaliado se referenciava para a manutenção da RPM.
4º encontro: Idem ao procedimento do 3º encontro, com a mudança da perna submetida
ao teste naquele dia.
A temperatura ficou climatizada a 26ºC (idealizada para reproduzir a realidade
da sala que é
normalmente climatizada a esta temperatura),
não
sendo
controlada/verificada a umidade relativa do ar. O uso de sapatilha de ciclismo, como
bermuda também apropriada para tal, foram exigidos no teste. A bicicleta foi adaptada
4
com um selim nas características das bicicletas de ciclismo indoor, bem como o pedal
de encaixe. Tudo para buscar a maior aproximação da realidade da modalidade.
RESULTADOS
Na tabela 1, foi apresentada a relação entre a perna dominante e a perna mais
forte, especificando em cada indivíduo os membros inferiores dominantes de cada
voluntário e também qual membro inferior, após os testes de dominância lateral e força,
respectivamente, aos quais os voluntários foram submetidos.
Tabela 1: Correlação entre dominância e perna mais forte.
Indivíduo
Perna dominante
Perna mais forte
1
direita
direita
2
esquerda
esquerda
3
esquerda
direita
4
direita
direita
5
direita
direita
6
direita
direita
7
direita
direita
8
direita
direita
9
direita
direita
10
esquerda
direita
Na tabela 1, verificou-se que em 80% dos casos a perna dominante na
lateralidade também foi a perna com a maior resposta de força no teste de mensuração.
Nas tabelas 2 e 3, respectivamente, observou-se que o resultado da aferição da
pressão arterial sistólica nos dois testes, com o membro dominante (PAS D) e o não
dominante (PAS N).
5
Tabela 2: Pressão Arterial Sistólica DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
PAS PRÉ D
134,0000
122,0000
142,0000
6,41179
PAS 5’ D
155,8000
135,0000
184,0000
15,42581
PAS 10’ D
168,2000
142,0000
192,0000
15,09820
PAS 15’ D
170,0000
142,0000
198,0000
13,43296
PAS 20’ D
173,2000
160,0000
182,0000
7,02060
PAS PÓS D
132,400
122,0000
144,0000
7,74884
Dados: PAS: Pressão arterial sistólica; n= 10.
Tabela 3: Pressão Arterial Sistólica NÃO DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
PAS PRÉ N
130,20
120,00
152,00
9,998
PAS 5’N
157,50
142,00
179,00
13,575
PAS 10’ N
158,40
130,00
178,00
15,167
PAS 15’ N
156,60
134,00
172,00
12,791
PAS 20’ N
153,40
132,00
180,00
15,175
PAS PÓS N
125,40
100,00
142,00
11,664
Dados: PAS: Pressão arterial sistólica; n= 10.
Nestas tabelas, verificou-se que houve diferença entre a pressão arterial
sistólica nas pedaladas unilaterais com o membro dominante, alcançando valores mais
altos que o não dominante. O gráfico 1, a seguir, buscou demonstrar este aspecto:
6
190
*
180
170
PAS (mmHg)
160
150
140
130
120
Dominante
Não Dominante
110
Pré
5 min
10min
15 min
20 min
Pós
Gráfico I. Pressão arterial sistólica medida durante o teste.
Diferença significativa (p<0,05)
Nas tabelas 4 e 5, respectivamente, destacou-se o resultado da aferição da
frequência cardíaca (FC) nos dois testes com o membro dominante (FC D) e o não
dominante (FC N).
Tabela 4: Frequência Cardíaca DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
FC PRÉ D
68,0000
50,0000
83,0000
9,45163
FC 5’D
123,900
99,0000
139,0000
14,15352
FC 10’ D
129,1000
97,0000
146,0000
17,01274
FC 15’D
133,2000
98,0000
160,0000
20,19791
FC 20’ D
134,3000
98,0000
163,0000
21,21870
FC PÓS D
91,1000
74,0000
104,0000
8,53034
Dados: FC: frequência cardíaca; n= 10.
7
Tabela 5: Frequência Cardíaca NÃO DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
FC PRÉ N
68,0000
63,0000
73,0000
3,49603
FC 5’N
120,000
100,0000
130,0000
9,63789
FC 10’ N
128,9000
103,0000
142,0000
12,15136
FC 15’N
127,4000
103,0000
140,0000
12,997744
FC 20’ N
125,3000
106,0000
141,0000
11,02573
FC PÓS N
89,0000
81,0000
100,0000
6,53197
Dados: FC: frequência cardíaca; n= 10.
Nestas tabelas, verificou-se que não houve diferença entre a frequência
cardíaca nas pedaladas unilaterais com o membro dominante e o não dominante. O
gráfico 2 abaixo demonstrou isto:
160
150
140
130
FC (bpm)
120
110
100
90
80
70
Dominante
Não Dominante
60
50
Pré
5 min
10 min
15 min
20 min
Pós
Gráfico II. Frequência cardíaca medida durante o teste.
8
Nas tabelas 6 e 7, respectivamente, observou-se o resultado do duplo produto
(DP) nos dois testes com o membro dominante (PAS D) e o não dominante (PAS N).
Tabela 6: Resposta do Duplo Produto DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
DP PRÉ D
9122,70
6400,00
11786,00
1423,613
DP 5’ D
19302,60
13635,00
23368,00
2819,750
DP 10’ D
21757,00
14910,00
28032,00
3679,557
DP 15’ D
22745,40
13916,00
26880,00
4262,429
DP 20’ D
23313,90
16480,00
29014,00
4150,146
DP PÓS D
12062,90
9546,00
13520,00
1324,576
Dados: DP: Duplo produto; n=10.
Tabela 7: Resposta do Duplo Produto NÃO DOMINANTE
MÉDIA
MÍN
MÁX
DP
DP PRÉ N
8855,40
7560,00
10640,00
842,081
DP 5’ N
18953,60
14200,00
23270,00
2688,636
DP 10’ N
20476,60
13390,00
24288,00
3019,063
DP 15’ N
19988,00
14626,00
24080,00
2863,542
DP 20’ N
19266,20
1484,00
23940,00
2867,379
DP PÓS N
11180,20
8800,00
14200,00
1531,285
Dados: DP: Duplo produto; n=10.
Nestas tabelas, verificou-se que houve diferença entre o duplo produto nas
pedaladas unilaterais com o membro dominante e o não dominante. O gráfico 3, a
seguir, ilustra esta questão:
9
30000
28000
*
26000
*
24000
DP (mm/min)
22000
20000
18000
16000
14000
12000
10000
Dominante
Não Dominante
8000
6000
Pré
5 min
10 min
15 min
20 min
Pós
Gráfico III. Demonstração da equalização do duplo produto.
Diferença significativa (p<0,05)
DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos dados obtidos, constatou-se uma correlação em 80% de
coincidência entre a perna mais forte após ser submetida ao teste de 1RM, com a perna
dominante, ou seja, dos 10 indivíduos testados, somente 2 não responderam
concomitantemente com a perna mais forte também sendo a dominante.
Curiosamente percebeu-se que quando a perna direita era a dominante, sempre
a mais forte, manifestou-se sendo a mesma. Mas quando a dominante foi a esquerda, a
perna mais forte se alternou em direita e esquerda não havendo uma supremacia total.
Tais resultados encontrados aqui, se combinados com os resultados
hemodinâmicos encontrados, corroboram com SARGEANT e DAVIES (1977) que
mostram que a eficiência da perna dominante e não dominante são similares durante
uma carga constante estabelecida. A carga constante e as poucas variações de cadência
suportam um nível similar de força, sendo gerada em cada perna durante a pedalada
unilateral, assim o tempo de experiência com a modalidade que possa a vir gerar um
ganho sobre a ativação da força, a preferência lateral não pode ser associada com
melhor eficiência ( GABBARD e HART, 1996; TEIXEIRA e TEIXEIRA, 2008).
10
No que diz respeito ao duplo produto, foram encontrados valores que
demonstram haver diferença significativa entre a pedalada com a perna dominante e o
duplo produto. A perna dominante atingiu no 20º minuto seu pico do duplo produto com
valores aproximados de 23.313,90 em contra partida ao pico do membro dominante que
chegou a 20.476,60 no 10º minuto. Ambos os valores acompanharam a linha crescente
da frequência cardíaca na leitura dos dados.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 1997) para pessoas com
comprometimento cardiovascular, os valores máximos do duplo produto não devem
ultrapassar de 29.000, já em pessoas saudáveis sem comprometimentos cardiovasculares
esses valores podem chegar ate 40.000, números estes que se enquadram em nossos
resultados e voluntários.
O DP trata-se de uma variável cuja correlação com o consumo de oxigênio
miocárdico (MVO2) faz com que seja considerado o mais fidedigno indicador do
trabalho do coração durante esforços físicos contínuos de natureza aeróbia (GOBEL et
al.,1999). Isso não impede que o DP tenha valor na apreciação da sobrecarga imposta ao
músculo cardíaco (LEITE & FARINATTI, 2003).
11
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Dominância, força unilateral e duplo produto de homens jovens