1 Introdução A Revolução Industrial no século XVIII propiciou a mecanização dos sistemas de produção. Este marco impulsionou a burguesia industrial a buscar alternativas, a fim de que melhorasse a produção de mercadorias por meio de uma aceleração rápida da economia emergente vinculada ao escoamento dos transportes. Assim, podemos destacar que esses avanços, junto ao crescimento populacional, trouxeram maior demanda de produtos e consumo para as cidades. Se por um lado tivemos este movimento econômico ascendente, por outro lado observa-se consequentemente o êxodo rural. Desta maneira, a população migrou para as cidades em busca de serviços, que por sua vez propiciaram um crescimento desordenado das cidades. Considerando este aspecto, ressalta-se a cidade de Alfenas, localizada no sul do estado de Minas Gerais, a qual conservou alguns traçados antigos que passaram pela rugosidade de antigas estradas principais e que nos dias atuais incorpora o processo de modernização do capitalismo. Esta realidade do município vem atrelada às dificuldades de mobilidade urbana e do espaço viário principalmente no centro por vias tradicionais, como consequência do crescimento populacional, mencionado anteriormente. Como objetivos gerais do trabalho, nos propomos identificar os problemas relacionados à mobilidade, à acessibilidade e à sustentabilidade urbana no município de Alfenas-MG e, a partir deste diagnóstico, apontar algumas proposições para a melhoria do trânsito. Como objetivos específicos procuramos: analisar as percepções da população residente do município de Alfenas-MG com relação ao trânsito urbano; refletir a temática do trânsito urbano do município de Alfenas-MG visando discutir estratégias para os problemas levantados, particularmente, no trânsito no centro da cidade. A cidade de Alfenas, está localizada no sudoeste do estado de Minas Gerais (Brasil) com população de 73.774 habitantes, distribuídos em uma área de 850 Km², e densidade de 89,6 habitantes/km2, com latitude de 21°25'9.21"S e longitude :45°56'55.66". 2 Segundo o (IBGE, 2010), existe ainda uma dinâmica populacional flutuante devido às universidades, indústrias, comércios e um pólo regional de saúde, dados estes que implicam no aumento de mais 20% no total da população. A população universitária possui grande importância para a economia do município no período letivo. Além dessa geração econômica, existe a população rural nos períodos temporários das principais safras agrícolas: café e cana-de-açúcar. Alfenas pode ser considerada uma cidade de médio porte pelo número de serviços e comércios, além de um pólo regional de saúde atraindo com essas características muitas cidades em seu entorno. Assim, neste estudo especifico sobre a cidade de Alfenas, há considerações a serem feitas. Com este propósito, foi pensado o presente trabalho de pesquisa, objetivando analisar especificamente a dinâmica de mobilidade urbana associado ao aumento do trânsito nas principais vias no centro de Alfenas-MG, fato este justificado pelo crescente aumento dos veículos que nos últimos cinco anos intensificaram-se pela acessibilidade ao financiamento pelos moradores da cidade de Alfenas e região do entorno. Além disso, o presente estudo também tem como objetivo apresentar algumas propostas de melhorias, a partir dos problemas apontados pelos moradores entrevistados. Metodologia O presente trabalho foi realizado com a elaboração de uma revisão bibliográfica, artigos científicos, livros, teses, mapeamento de ruas de maiores fluxos, seguidos de visitas de campo, realizados no período de 17 à 20 de outubro de 2011, para observar a percepção dos moradores de Alfenas-MG em relação ao trânsito. Para isto, foi utilizada a identificação de ruas que compõem a área central: as ruas e avenidas Lincon Westin, conhecida como antiga estrada Córrego da Pedra Branca, pela qual deu início ao processo de urbanização da cidade com o primeiro nome de Vila Formosa, João Paulino da 3 Costa, Artur Bernardes, João Luíz Alves, Afonso Pena, Coronel Laurindo Ribeiro, Emílio da Silveira, Francisco Mariano, Dr. Marcial Júnior, Governador Valadares, São José, João Paulino Damasceno, Coronel Pedro Corrêa , Juscelino Barbosa, Gabriel Monteiro da Silva (localização da Unifal), João Pinheiro (localização do Colégio Sagrado Coração de Jesus) . Os materiais cartográficos disponíveis sobre a área de estudo foram carta topográfica na escala 1:50.000 e mapas temáticos adquiridos junto à Secretaria Municipal de Planejamento em Alfenas-MG, associados ao uso de ferramentas como Google earth e fotografias aéreas. Foram realizados levantamentos quantitativos para estipular uma média sobre o número de carros financiados e vendidos de 2005 a 2011, estacionamentos no centro, ponto de táxi e linhas de ônibus, prédios, praças e canteiros de acesso ao centro e frotas de veículos total comparados com número de habitantes para análise de dados qualitativos. Além disso, foi elaborado 42 questionários fechados para analisar a percepção dos moradores sobre o trânsito pelo método de amostragem estratificada aleatória simples aplicados na praça Getúlio Vargas, como requisito a entrevista somente poderia ser com moradores de Alfenas-MG. Para a ocorrência de análise de dados foi elaborado numa planilha de Excel a transcrição dos questionários e após, gerado em inserção de gráficos para analisar os resultados. Além dos questionários a parte, foi entrevistada uma arquiteta urbanista e uma engenheira do tráfego através de um diálogo informal sobre o plano diretor da cidade e perspectivas de um planejamento futuro. O presente estudo seguiu como referencial metodológico a pesquisa quanti-qualitativa (GUTIERREZ, 1986), sendo o cenário de estudo, a cidade de Alfenas-MG. A partir do cenário selecionado, iniciou-se a primeira etapa do estudo através de levantamento bibliográfico, discussão teórica e análise documental, a qual conduziu ao conhecimento da história do município e de suas características geográficas e de urbanização. No segundo momento metodológico, procedeu-se a coleta de dados utilizando a aplicação de questionários estruturados junto à população residente do município e profissionais que atuam na prefeitura da cidade em estudo. 4 Os dados foram analisados após a tabulação destes em planilha de Excel onde foram concluídas as informações para reflexão do tema, a fim de atender os objetivos da pesquisa. Acessibilidade, Mobilidade e Sustentabilidade A mobilidade é o nome que se dá ao deslocamento de pessoas, bens e serviços. Os primeiros tipos de mobilidade foram a pé, cavalos, carroças e barcos, após a Revolução Industrial, surgem os veículos, trens, navios e aviões, alterando o conceito de mobilidade dentro do espaço urbano. A liberdade proporcionada pelos veículos, como proposto no trabalho, é de tamanha importância que não se podem mais realizar vários serviços sem a presença deles, assim como atividades humanas dentro da cidade, sendo isto essencial para o desenvolvimento urbano essa mobilidade encontrada, mas de forma sustentável. Assim como diz (SANTOS, 2009, p.7 ): No que tange a melhoria de qualidade de vida, ela corresponde à crescente satisfação das necessidades tanto básicas quanto nãobásicas, tanto materiais quanto imateriais de uma parcela cada vez maior da população. Significa que a qualidade de vida depende de uma justiça social em equilíbrio de diferentes classes sociais. Quando da intensificação da urbanização, algumas áreas eram de antigo povoamento, servidas por infraestruturas antigas, representadas de necessidades do passado, e não respondendo, assim às vocações do presente (ibidem, p.7 ) Esta citação explica a realidade da cidade de Alfenas, pelo processo de urbanização e as rugosidades de vias antigas, que sofreram com o processo de modernização, como a adoção de pavimentação de ruas mais centrais, por motivo de custos de implantação, inicialmente paralelepípedos; hoje, superados pelo asfaltamento, mas por outro lado, é benéfico nos aspectos ambiental e histórico, este uso de pavimentação permite maior permeabilização da água no solo e a conservação da história da cidade. Portanto, o centro é mais valorizado por ser produzido e consumido, pois a estruturação interna se processa sob domínio de forças que representam interesses de consumo e 5 condições de vida das camadas de alta renda como diz Villaça, (2001, p. ): “Dominar o centro e o acesso a ele representa não só uma vantagem material concreta, mas também o domínio de toda simbologia”. Outro fator importante é considerar o meio ambiente, pois a qualidade de vida da população está ligada ao desenvolvimento econômico e à transformação da natureza, pois a aglomeração nos centros urbanos devido aos meios de transportes gera poluentes, levando os agentes públicos na gestão de cidades a implantarem áreas verdes, como praças e canteiros, uniformizando a cidade para um trânsito sustentável. “Trânsito sustentável são métodos de promover melhorias para a circulação e para a qualidade de vida da população.”( MELO, 2005 p.19) A sustentabilidade das cidades vai depender, segundo Buarque (1994), da nossa capacidade de reorganizar os nossos espaços, gerir novas formas de desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida e superar as desigualdades socioeconômicas, como condição para o crescimento econômico. A cidade sustentável é uma construção coletiva. O trânsito envolve muito mais que o deslocamento sobre vias, também envolve pessoas, comportamentos, instituições e, como tal, exige novas posturas comportamentais individuais, coletivas e institucionais. Neste sentido, a mobilidade urbana exige uma organização por parte do agente público, sendo o principal instrumento no âmbito municipal o Plano Diretor. Segundo (CASSILHA, 2009 p.52): O Plano Diretor é instrumento do Estatuto da Cidade, pode ser definido como conjunto de preceitos e regras orientadas da ação dos diversos agentes que além de construírem também utilizam o espaço com finalidade de não apenas resolver os problemas da cidade, mas ser instrumento com definições de estratégias para futuras intervenções. O Estatuto da Cidade de 2001 exige a regulação do uso da propriedade urbana em prol do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental, com base na utilização de mecanismos que procurem corrigir distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente, procurando o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a se evitar, por exemplo, a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes, a poluição e 6 a degradação ambiental. Além disso, a Lei exige uma preocupação com a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído. Portanto, é de uso obrigatório o uso do plano diretor, com população total de 73.774 mil habitantes (IBGE, 2010), pois como ressalta Marcelo Lopes de Souza (2001), sobre a importância deste na hierarquia urbana viária, considerando o espaço como base para essa dinâmica de mobilidade e pensando nas futuras intervenções. Com a política do rodoviarismo no governo de Juscelino Kubistcheck no final da década de 50, foram desativados trechos e linhas férreas considerados pouco lucrativos. Posteriormente, com o advento do neo- liberalismo, as estradas de ferro foram privatizadas a partir de 1990. Para um país com uma extensão territorial imensa como o Brasil, privilegiar a construção de rodovias associado à demanda automobilística era ganhar mais dinheiro com asfalto do que com trilho, é que carga era mais rentável do que passageiro, desta maneira o transporte rodoviário de cargas é o modal predominante para fazer o produto chegar na ponta do consumo. O automóvel e, um pouco mais tarde, os caminhões para carga pesada, introduziram exigências totalmente novas para a construção de estradas e rodovias, e o crescimento da produção da indústria automobilística obrigou quase todos os países a investirem uma parcela considerável do orçamento de obras públicas na melhoria e expansão dos sistemas rodoviários. A alta velocidade alcançada pelos automóveis obrigou os projetistas a aperfeiçoarem a qualidade dos materiais usados na pavimentação e a estabelecerem sinalização adequada e traçado mais seguro para as rodovias. Assim, as vias públicas devem estar dimensionadas de acordo com sua importância, função e utilização dentro da malha viária urbana, como afirma Villaça (2001, p. 237): “A partir do centro irradia-se o sistema viário principal da cidade. O crescimento da população nas cidades e a descentralização econômico-espacial desviaram atividades de comércio e serviços para outras partes das cidades em um processo de ocupação das áreas periféricas e, consequentemente, aumentando a necessidade e complexidade dos deslocamentos da população, tornando os meios de transportes em uma importante variável necessária para a qualidade de vida nas cidades. 7 O aumento da frota veicular, principalmente do automóvel, promove alterações na operação e gestão do sistema viário, que tem sido adequado ao uso mais eficiente do automóvel, em detrimento dos demais modos. Esse processo acentua ainda mais as desigualdades nas cidades, já que o automóvel, em geral, passa a ser o modo mais eficiente e ágil nos deslocamentos da população, assim como contribui para a intensificação dos impactos ambientais nas áreas urbanas, pois, o uso do transporte individual, principalmente de automóveis ou motocicletas, intensifica os níveis de poluição sonora e do ar. A dispersão das atividades nas cidades, os deslocamentos da população mais frequentes e longos, as políticas e ações públicas que privilegiam o uso do automóvel, fazem com que ocorra um processo de deterioração das condições de operação do transporte público, assim como tem-se reduzida a segurança nos deslocamentos a pé ou por bicicletas, que são os modos mais utilizados pela população de baixa renda residente nas periferias urbanas e também, os mais sustentáveis. Portanto as cidades, de maneira geral, constituem-se o cenário das contradições econômicas, sociais e políticas. Seu sistema viário é um espaço em constante disputa entre distintos atores, tais como: pedestres, condutores e usuários de automóveis, caminhões, ônibus, motos, entre outros. Logo, os principais problemas nas cidades, relacionados à mobilidade urbana são: congestionamentos, conflitos entre diferentes modos de transportes, redução na segurança para pedestres, eliminação de parte de áreas verdes visando ampliar espaços para circulação e estacionamentos de veículos, aumento no número de acidentes de trânsito e nos níveis de poluição sonora e do ar. Tais impactos comprometem de alguma forma a sustentabilidade urbana, a mobilidade, a acessibilidade, e o conforto espacial e ambiental, causando queda na qualidade de vida citadina. Os gestores dos sistemas de transportes devem sempre promover ações conjuntas com os gestores responsáveis pelo uso e ocupação do solo, uma vez que essa adequação cria condições mais adequadas para a expansão ordenada da cidade, além de facilitar o deslocamento da população na área urbana e favorecer a descentralização das atividades econômicas, visando assim uma redução nos níveis de poluição no meio ambiente urbano, essas 8 ações devem estar sempre associadas nos princípios de sustentabilidade das cidades. Neste sentido, a finalidade do planejamento e da gestão urbanos é contribuir para a mudança social positiva, e o planejamento é uma estratégia de desenvolvimento sócio-espacial, que consta uma melhoria da qualidade de vida e aumento da justiça social. Segundo Souza (2001, p. 47), “A mudança social positiva precisa contemplar não apenas as relações sociais, mas igualmente a espacialidade.” Os planos diretores das cidades médias, centrados no uso e ocupação do solo não reconhecem as questões da mobilidade urbana e do abastecimento urbano. A sociedade percebe, de forma cada vez mais clara, que as causas básicas do caos urbano estão na ausência de políticas públicas de planejamento urbano, particularmente no tocante a logística da mobilidade e abastecimento urbano. Contudo, o espaço urbano modificado pelo crescimento acelerado da migração do rural para o urbano propiciou novas configurações da paisagem urbana. Logo surgiu a necessidade de áreas verdes como obrigatoriedade de uma hierarquia urbana viária, que valorizasse a qualidade de vida da população. Entre essas reais necessidades, há a emergente busca pela arborização, a fim de reduzir os poluentes gerados pelos meios de transporte, bem como a redução da poluição sonora que contribuem para piorar o trânsito como no centro de Alfenas-MG. A cidade que quiser resolver o problema da locomoção de seus habitantes com automóveis ampliará cada vez mais as áreas centrais de circulação e estacionamento, até o extremo em que não existirão mais edifícios; aí deixará também a cidade. (MARQUES, 2003, p. 12 apud CASSILHA , 2009, p. 102) As transformações pelas quais as cidades passaram devem ser enfrentadas com ações que minimizem seus efeitos negativos. Contudo, as proposições devem ser absorvidas por toda uma melhor qualidade de vida urbana. a comunidade na procura de 9 A acessibilidade e a mobilidade urbana também influenciam na apropriação do solo urbano, determinando a valorização ou a decadência de algumas áreas das cidades. Em algumas cidades têm surgido alternativas para driblar os congestionamentos. A mais utilizada atualmente é o transporte em duas rodas, mais precisamente o feito por motocicletas. Pela ausência de um maior disciplinamento, isso vem ocasionando grandes transtornos e acidentes nas vias públicas. As cidades cada vez mais necessitam buscar alternativas para locomoção da população, aliando o planejamento dos transportes ao planejamento urbano e às alternativas de uso e ocupação do solo, assim como a acessibilidade às áreas rurais e aos outros centros. Planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, não existirá então alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos da circunstância. Negar o planejamento, é aceitá-lo seja ele qual for (MATUS,1996, tomo I, p.14 apud SOUZA, 2001 p.47) Um desafio que se coloca de imediato, é um esforço de imaginação do futuro, pois a construção de cenários não de vê ser entendida como um mero aperfeiçoamento de técnicas tradicionais de previsão, mas sim como uma ruptura qualitativa, epistemológica, em relação a tentativa de prever o futuro. [...] se o trânsito estiver bom, vou chegar no trabalho e fazer primeiro isso, depois aquilo, depois aquilo outro, antes de entrar em sala para dar minha aula; se o trânsito estiver ruim e eu perder tempo, irei direto para a aula, e farei, depois, isso e aquilo, deixando aquilo outro, provavelmente para amanhã [...]” (SOUZA, 2001, p. 48) Como aborda Souza 2001: trata-se, portanto, de uma abordagem realista do desafio de realização de prognósticos. 10 História Figura 1: Mapa de localização da cidade de Alfenas- MG, 2011. Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 A região onde se localiza o município de Alfenas, no sul do estado de Minas Gerais, encontra-se nos vales dos Rios Sapucaí, Machado e Verde, sendo historicamente povoada por tribos indígenas, das tradições Tupi-guarani e Sapucaí. A princípio, foi no século XIX que surgiram os primeiros colonizadores, assim devido a decadência da mineração, foi preciso novos projetos como a ocupação da área em busca de terrenos propícios ao desenvolvimento de atividades agropastoris. Em 15 de outubro de 1869, o povoado de Villa Formosa, passou a chamar-se Alfenas. (SENNA, 1909 p. 179, apud PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS-MG: acesso, 2011) O café, introduzido nas lavouras do sul de Minas em 1833, fizeram de Alfenas, até 1887, um local de destaque quantidade e qualidade que produzia. Além do café cultivavam outros cereais, e também a cana. Criava-se gado e porcos, em grande parte para exportação. A produção do município, à época, era escoada por um sistema de transporte que integrava as hidrovias às ferrovias. 11 Historicamente, o século XIX foi o marco para o surgimento do município de Alfenas, o seu povoamento iniciou com a construção de uma Capela em homenagem a São José e Nossa Senhora das Dores conhecida na época atual como igreja Matriz, como menciona (MATNER, 1950, p. 90, apud PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS-MG): Em termos de pavimentação, inicialmente as principais ruas da cidade eram delineadas com passeios de cimento de um metro e vinte de largura, houve a transformação deste espaço urbano apoiado na construção veloz da infraestrutura e no impulso modernizante do regime republicano A história de Alfenas revela um constante diálogo entre a tradição e a busca pela modernidade: o antigo e o novo conviveram juntos durante vários anos, apontando para uma necessidade sempre presente na região de se apropriar das raízes culturais, sem, entretanto, afetar o crescimento e desenvolvimento da cidade Alfenas. (LEITURA TÉCNICA DE ALFENAS, 2006) Nos últimos anos do século XVIII, imigrantes europeus e negros africanos de diversas nações povoaram esta paisagem, pouco ou quase nada modificada pela ação dos índios, com os quais disputaram a posse e o direito de uso fruto do território. A partir do contato, os índios foram paulatinamente eliminados da paisagem local, por aculturação, extermínio ou fuga. As terras passaram a ser divididas em grandes glebas, doadas em sesmarias onde se fixavam as famílias colonizadoras, que, com seus escravos e animais domésticos, iniciaram a construção da infraestrutura para a efetiva ocupação do território. Neste processo, abriam caminhos, formavam arraiais e criavam vilas, inserindo-se no sistema da administração colonial. 12 Figura 2 : Capela São José e Dores, 1917 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 O estudo da história do município de Alfenas, apresentado a seguir, pretende ser uma contribuição para um melhor entendimento da dinâmica da ocupação, e como sua arquitetura foi se estruturando ao longo do tempo. Os conquistadores, logo que chegaram, puseram mãos à obra, cultivando a terra, construindo suas moradas, seus engenhos, seus templos e empreendendo comércio: traziam consigo uma nova mentalidade, que transpunha para terras do Brasil o processo de colonização idealizado no continente europeu. Na primeira metade do século XVIII, já haviam penetrado e iniciado a ocupação do sul da região de Minas Gerais, gerando núcleos com características proto-urbanas, dotados de arruamentos, casas de morada, igrejas, praças, vendas prédios da administração pública. Assim, nas últimas décadas do século XVIII e primeiras do século XIX, muitas famílias migraram, buscando nos vales férteis, banhados pelas volumosas águas dos rios da região, uma alternativa econômica, e as atividades agropastoris acenavam naquele momento, como ramo promissor, fato ocorrido após a queda da mineração. O início do povoamento da localidade foi com a construção de uma Capela em homenagem a São José e Nossa Senhora das Dores, conforme cita Pinto (1887) “ Sua capela foi edificada com os esforços de João Martins Alfenas e José Martins Alfenas." 13 Ao seu redor surgiu o arraial. E, por ato da Regência, de 14 de julho de 1832, foi criada a freguesia, com o título de São José de Alfenas. A cidade tem duas grandes praças principais - a Municipal, toda arborizada e circundada de largos passeios de cimento república, e a da República que lhe fica fronteira, em uma distância aproximada de 300 metros ou pouco mais. Ligam-se estas duas praças por duas ruas - a do Cônego José Carlos, um benemérito de Alfenas, e a do Comércio. As principais ruas da cidade têm passeios de cimento de um metro e vinte de largura, mais ou menos. Nos dois largos e nos quatro arrabaldes se distribuem as 642 casas, que formam a cidade. Em todos eles há uma intensiva plantação de cafeeiro, que fornecem um dos melhores, ou talvez, o melhor café de Minas. Alfenas tem um cafeeiro celebre, que em tempos deu oito alqueires de café, o que foi consignado no arquivo da municipalidade. Figura 3 : Praça Getúlio Vargas, 1950 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 Para Alfenas, o século XX trouxe consigo grandes avanços em relação aos transportes e às comunicações: ainda na primeira década houve a integração do município à Rede Ferroviária Sul Mineira, através da construção de um ramal e de uma Estação Ferroviária; na mesma década, inauguram-se os serviços de telefonia. O município era servido pela E. F. Rede Sul Mineira, com as seguintes estações: Alfenas (na sede), Fama, Gaspar Lopes, Harmonia e Areado. (FRADE, 1917, p. 86 apud PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS, 2011) 14 A Estação Ferroviária, que contava com um barracão e com um prédio projetado por Paulo Frontin, localizava-se na atual Praça Amália Engel. A partir de 1914, duas linhas de navegação fluvial estavam integradas à rede ferroviária: a Navegação Fluvial do Rio Sapucaí e a Viação Fluvial do Rio Sapucaí. Ambas serviam os municípios de Alfenas, Dores da Boa Esperança, Campos Gerais, Carmo do Rio Claro e parte de Guapé, ligando o porto de Fama (que então era distrito de Paraguaçu) ao Porto Carrito e Porto Belo, em Carmo do Rio Claro. Elas estavam "encravadas" entre o Sul e o Oeste de Minas. Elas faziam em dias diferentes a ligação dos portos indicados (LIMA, 1934, p. 213). Quanto à urbanização, em 1950, o aspecto da cidade, com sua topografia plana, é o de uma cidade moderna, com avenidas e ruas largas, grande parte calçada com paralelepípedos. (MATZNER,1950 p.90) . Novas edificações compõem o moderno cenário: o prédio da Prefeitura, o moderníssimo Cine Teatro Alfenas, a Escola de Odontologia e Farmácia, o Grupo Escolar Coronel José Bento, o Prédio do Clube XV de Novembro, as praças mudaram de nome e os habitantes se renovavam. Assim, o sempre crescente número de estudantes de ambos os sexos que, preferindo o clima de Alfenas a outros centros, aqui afluem constantemente, fazendo de Alfenas uma cidade quase universitária: cabendo ao Dr. João Leão de Faria, fundando o então Ginásio S. José de Alfenas, a Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas e a Escola de Comércio (MATZNER, 1950 p. 91). Em termos econômicos, atualmente a cidade é sustentada pela atividade industrial e comercial, com significativa participação agropastoril e grande centro produtor de café, além de outras monoculturas. Com relação à pecuária, esta é bastante desenvolvida, sendo apoiada por iniciativas da agroindústria, principalmente do setor de gêneros alimentícios e laticínios. Ainda complementando as atividades agrícolas e pecuárias, o desenvolvimento econômico da cidade tem encontrado, por meio da criação e ampliação de seu Parque Industrial, suporte na atividade industrial (PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS, 2006). Já o setor de serviços, especialmente em razão da implantação de novos cursos superiores, por parte da UNIFAL (Universidade Federal de 15 Alfenas) e da UNIFENAS (Universidade José do Rosário Velano), e de uma unidade regional de saúde, apresenta-se em desenvolvimento, precisando adequar-se para o futuro planejamento urbano da cidade. Figura 4 : Centro de Alfenas-MG, 2011 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 Neste contexto, é válido destacar a questão das relações humanas, como é possível planejar uma cidade considerada média conservando traços antigos, mas ao mesmo tempo atender a demanda da aglomeração e conservando o meio ambiente? É importante destacar que há um desafio de planejamento urbano para o futuro, necessitando reflexões da realidade atual para buscar soluções frente aos problemas apresentados e que se colocam no dizer de Souza (2001, p. 27): “[...] reflexão prévia sobre a realidade do quadro atual e seu prognóstico” Organização urbana dos usos e ocupação do solo O município de Alfenas não possui legislação de Uso e Ocupação do solo urbano e o Código de Obras e edificações está desatualizado. Esta lacuna de legislação nesta área afeta a qualidade ambiental do espaço construído, pois as pessoas constroem suas edificações de forma a ocuparem grande área 16 do terreno, sem controle dos requisitos mínimos quanto ao aproveitamento do solo. Nesse sentido, ocorre a impermeabilização do solo, o aumento do escoamento superficial de águas pluviais, o aumento ou diminuição drástica da temperatura de determinados locais da cidade, alterando o micro clima e o comprometimento da iluminação e insolação desses edifícios. Na área central, onde estão localizados os prédios mais altos, existem corredores de ventilação e barreiras de iluminação natural. O centro possui o maior número de edificações usadas para o comércio e prestação de serviço ao compararmos com toda cidade. Essa concentração faz com que a região do cento fique caracterizada como predominantemente comercial. Assim como o centro da cidade, as principais vias de ligação entre bairros com o centro, enfim, as vias mais movimentadas da cidade são também são predominantemente comerciais. A predominância se dá á partir do momento que essas regiões provem de usos residenciais juntos com usos comerciais. Existe uma região da cidade estritamente industrial localizada na periferia, onde tem normas internas de edificação de caráter industrial. Outra região da cidade que possui uma norma particular de restrição quanto ao tipo de uso e a quantidade de ocupação é o bairro residencial que funciona como condomínio fechado que é o Jardim da Colina. A concentração de equipamentos e serviços na área central causa aglomeração dos mesmos. Alguns usos que são pólos geradores de tráfego são implementados sem controle, o que é agravado pela falta de exigência de estacionamento para determinados usos impactantes (residencial, comércio, serviço e institucional). O uso e a ocupação do solo urbano em Alfenas, sem restrições, afeta a qualidade de vida da população e também pode desvalorizar propriedades vizinhas a usos incômodos. Transporte e Acessibilidade No transporte coletivo as principais indicações são a falta de horários mais adequados, que nos finais de semana e feriados o transporte é muito 17 demorado, falta horários após a meia noite, que todas as linhas passem na antiga rodoviária, que todos os bairros sejam atendidos, que os ônibus sejam adequados a idosos e portadores de necessidades especiais, que possa haver integração entre as linhas, que o valor seja cobrado de acordo distância de percurso da linha e também o custo do transporte coletivo foi considerado alto por todos os grupos. Alguns pontos foram identificados com problemas de fluxo muito rápido de veículos, principalmente no Pôr do Sol, Morada do Sol, Pinheirinho e Santos Reis, sugestão de redutores de velocidade e semáforos; a pavimentação também foi criticada mostrando muitas deficiências; problemas com trafego de caminhões devido à localização de fábricas e da balança; as calçadas foram diagnosticadas como um problema pela sua irregularidade. Para o rural foi diagnosticado que as estradas precisam ser melhoradas e se possível asfaltar dentro das comunidades, também na saída para a cidade de Fama foi sugerido o asfalto para diminuir a poeira no bairro Santos Reis, ainda no rural a comunidade de São Tomé diz sentir a falta de transporte (LEITURA COMUNITÁRIA Alfenas, 2011) Desenho Urbano A produção de uma cidade não deve ser entendida apenas pela distribuição de edifícios ao longo de um território, criando funcionalidade e condições de desenvolvimento econômico. O desenho urbano deve ser também o resultado da produção voluntária do espaço, pelo qual todos os indivíduos relacionados com ele, deixam sua marca e contribuição com os métodos e regras impostas pelos governantes (CASSILLA, 2009, p.107). Segundo a classificação de modelos de cidades propostas por Lynch (1981 apud VILLAÇA,2001 p., Alfenas é classificada como modelo de um centro definido, onde ocorrem as principais atividades da cidade, e a partir dele, irradiam as linhas para onde se desenvolve a cidade. Ao longo desses eixos podem ocorrer alguns subcentros, agrupando então outras atividades 18 como exemplo as universidades encontradas atualmente em Alfenas-MG, criando uma forma nucleada de ocupação pela especulação imobiliária para a acessibilidade local, sendo um modelo racional de cidade, bastante ocorrido espontaneamente, quando as cidades cresciam com certo ordenamento no sentido exterior. À medida que vai crescendo, esse modelo de cidade desenvolve vias concêntricas, formando cruzamentos. É um modelo que funciona bem para cidades de médio porte, pois com o tempo pode sobrecarregar o centro devido aos grandes fluxos nesse sentido, fato este evidente no centro de Alfenas-MG. Figura. 5 MAPA TEMÁTICO Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 A Figura 1 demonstra onde estão localizadas as vias principais de acesso ao centro com segmento retilíneo de norte ao sul, onde em cor lilás 19 está a via principal de acesso ao centro, a Av. João Paulino da Costa, e destacado em azul a Av. Governador Valadares e, ao entorno, os bairros em destaque, como Jd. Aeroporto, representando a classe média-alta da cidade afastada do centro pela valorização especulativa, em busca de maior privacidade e silêncio, pois como o centro é voltado ao comércio e serviços tem-se uma aglomeração urbana maior. Do outro lado da cidade, encontra-se o Distrito Industrial (gerador econômico) e a nova expansão urbana, como também a expansão da Universidade Federal de Alfenas. A cidade tende ao modelo axial, como referido, sentido norte ao sul, alongado e com pontos distribuídos ao longo do território, típicos em cidades médias, cuja forma de ocupação se sucedeu espontaneamente e não planejada. Conforme o modelo abaixo: Figura 6. Configuração atual da cidade de Alfenas,MG Dados: Google Maps, 2011 Custos da urbanização A forma do desenho urbano está intimamente ligada ao suporte natural do município, ou seja, seu relevo e meio natural. Esse é um dos fatores que irão determinar as formas de ocupação do território. 20 Pode-se dizer então que as decisões passam por pensamentos funcionais, econômicos, estéticos e salubres. O espaço urbano contempla também as redes de infraestrutura, associando a forma, a função e a estrutura urbana e como parte dela temos o sistema viário composto pela rede de circulação, devendo incluir todos os meios de locomoção: veículos, bicicletas e pedestres. A composição urbana tem como função organizar a cidade e para isso divide-se em setores menores chamados de bairros. Essa divisão tem dois princípios fundamentais: prover identidade aos locais e facilitar a realização e implantação de projetos municipais. A estrutura de um bairro é definida pela rede viária que a permeia, ligando todos os pontos deste com as demais partes da cidade, com hierarquia definida. O desenho dessa rede favorece os deslocamentos tanto de pedestres quanto veículos. Para que sejam atendidas as funções dessas vias, a custo razoável, é importante que se escolha os melhores locais de implantação. Numa cidade como Alfenas-MG, como sua ocupação se deu de forma não planejada, a primeira medida de planejamento utilizado é caracterizar o espaço fazendo um levantamento de estudo prévio antes de decisões, a fim de prevenir impactos ambientais por qualquer motivo de estruturação central sem afetar moradores e comércios locais. 3.5 Vias de maiores fluxos As vias de maiores fluxos estão em vermelho no mapa e caracterizam as principais vias de acesso ao centro, onde se encontram os maiores congestionamentos; são classificadas como vias arteriais. Para isto, foi utilizada a identificação de ruas que compõem a área central: as ruas e avenidas Lincon Westin, conhecida como antiga estrada Córrego da Pedra Branca, pela qual deu início o processo de urbanização da cidade, com o primeiro nome de Vila Formosa, João Paulino da Costa, Artur Bernardes, João Luíz Alves, Afonso Pena, Coronel Laurindo Ribeiro, Emílio da Silveira, Francisco Mariano, Dr. Marcial Júnior, Governador Valadares, São José, João Paulino Damasceno, Coronel Pedro Corrêa, Juscelino Barbosa, 21 Gabriel Monteiro da Silva (localização da Unifal), João Pinheiro (localização do Colégio Sagrado Coração de Jesus). Figura 7: Mapa Vário de Alfenas-MG Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 22 Fatores que contribuíram no aumento do trânsito central, 2011 Dados coletados em mapeamento realizado setembro/2011 Média de carros financiados anual (2005-2011) 201 Média de carros vendidos anual (2005-2011) 314 Estacionamentos no centro 4 Ponto de táxi distribuídos 10 Linhas de ônibus 18 Prédios 14 Praças 16 Canteiros 17 Vias de acesso ao centro 10 Frota Total : 32.777 O número de carros tem aumentado anualmente em cinco anos, devido a esse número associado aos demais veículos considerados flutuantes, o número de estacionamentos no centro é insatisfatório, somado ao valor do número de prédios, consequentemente, isso tem um aumento e poucas vagas para estacionamento em edifícios, refletindo na ocupação de vagas no centro associados aos números citados anteriormente. Portanto, reflete numa aglomeração central maior, com 10 pontos de táxis e 18 linhas de ônibus, demonstra intensa mobilidade e fluxo maior acrescido dentro desses itens. Analisando o cenário, o número de vias não é compatível ao número do trânsito local, embora a cidade seja bem arborizada pelo número de praças e canteiros, apresenta-se uma atenção mais voltada à espacialidade de vias, como ponto principal na estruturação da cidade. 23 Outro grande gerador de trânsito de grande porte que tem intensificado mais o trânsito são caminhões de cargas pesadas que acessam o Distrito Industrial, com valor estimado de 30 caminhões por dia circulando no centro, contribuindo ainda mais no aumento, considerando a circulação inadequada deste, geram transtornos à população pelo barulho e poluição no centro. Figura 8: Distribuição por tipo de transporte da frota total atualizada de Alfenas-MG, 2011 Fonte: Organização: Gisele Rodrigues, 2011 Rodovias de acesso à cidade Alfenas possui uma malha viária com duas estradas federais (BR- 491 e BR-369) e algumas estradas estaduais, que fazem a ligação da cidade com grandes centros e demais cidades da região. No geral, todas as rodovias atendem relativamente as necessidades do município, não havendo necessidade de criação de novas rodovias, mas reparos visando melhorar a infra-estrutura. As principais rodovias de Alfenas são a MG-179, que liga a Pouso Alegre e, indiretamente a São Paulo, por meio da rodovia Fernão Dias, a BR341, que a liga a Belo Horizonte. 24 Figura 9: Vias de Acesso, Alfenas-2011 Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 De acordo com a Leitura Técnica (2006), quanto ao sistema viário urbano, Alfenas conta hoje com um sistema deficiente, que precisa de intervenções e manutenções. O traçado ortogonal apresenta ruas estreitas, principalmente na área central, com larguras médias de 10 metros. Estas, no horário comercial, recebem grande fluxo de veículos leves, que ocupam boa parte com estacionamentos, dificultando assim o abastecimento de 25 mercadorias nas lojas e estabelecimentos, feito por veículos de grande porte, o que causa grande congestionamento no trânsito. A verticalização das áreas urbanas Normalmente, a ocupação urbana se dá muito mais por interesses econômicos e sociais do que por motivos físicos, fato confirmado pela ocupação de áreas de risco, como encostas de morros, áreas ribeirinhas sujeitas a enchentes entre outras. Independente dessa questão, os adensamentos populacionais e a intensificação do uso e ocupação do solo ocorrem em áreas onde há disponibilidade de infraestrutura. Nas zonas urbanas dos municípios, a terra já se apresenta quase que completamente edificada, a intensificação do uso e ocupação do solo só podem ocorrer com a construção de edifícios de vários andares, ou seja, com a verticalização o que causa uma série de impactos negativos na água, no solo e no ar. Ainda segundo Nucci (2001), o adensamento populacional leva à verticalização, dando origem a uma cidade sem valor artístico, monótona e insensível, além de levar à destruição do patrimônio histórico, artístico e cultural. Vale ressaltar, porém, que os impactos ambientais são tão sérios e até mais preocupantes do ponto de vista da qualidade de vida. O aumento do volume construído no sentido vertical diminui a circulação dos ventos podendo causar o aumento da temperatura local, ocorre a maior impermeabilização do solo, uma vez que os prédios ocupam com área construída a maior porcentagem do terreno, o que leva à diminuição da infiltração natural do terreno, aumentando a possibilidade de inundações, a cobertura vegetal diminui, reduzindo a fauna e aumentando o ruído e a poeira em suspensão. A qualidade ambiental, as necessidades dos moradores em relação ao espaço físico e o contato com a natureza são ignorados, em função da especulação imobiliária e dos interesses capitalistas. A crescente verticalização faz crescer também, a necessidade de espaços livres públicos para o lazer e o contato com a natureza. Esses espaços devem atender a todas as classes sociais e faixas etárias, com um 26 mínimo de áreas construídas possível com a intenção de minimizar os efeitos das chuvas e facilitar o escoamento das águas urbanas. A tendência da verticalização é ocasionar uma sobrecarga das infraestruturas urbanas, dentre estas, as vias públicas, como locais de estacionamento e do fluxo de veículos. Trânsito em Alfenas Figura 10: Frota Total do crescimento anual dos meios de transporte em Alfenas-MG Relação Anual (2005-2011) 35000 30000 25000 20000 Relação Anual (2005-2011) 15000 10000 5000 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: DENATRAN, Organização: Gisele Rodrigues, 2011 Cobertura Vegetal do Município A cobertura vegetal da região de Alfenas encontra-se bastante modificada em função da atividade agro-pecuária. A vegetação original da região caracterizava-se por formação florestal tropical, semi-decídua e floresta estacional semi-decídua. No entanto, ainda é possível identificar em alguns locais a existência de espécies remanescentes da mata natural, como: Eritrina, Pereira, Canela, Óleo Bálsamo, Óleo Copaíba, Sinamono, Adro, Mamica de Porca, Canela de 27 Sassafrás, Massaranduba, Jequitibá Rosa, Jacarandás, entre outras. Estas espécies podem ser encontradas no Parque Municipal, no Horto Florestal, em nascentes e matas ciliares de alguns córregos. De maneira geral, observa-se que em Alfenas, com o rápido processo de urbanização sofrido nas últimas décadas comprometeu a distribuição de áreas verdes, parques e praças no cenário urbano. Aliado a essas condicionantes, a ocorrência de espaços com pouca, às vezes inadequada ou mesmo nenhuma, proteção vegetal, compromete o conforto térmico nas vias para pedestres. São exemplos de vias com esse problema: os corredores de circulação da Avenida José Paulino da Costa, Avenida Presidente Kennedy, Avenida Lincoln Westin da Silveira e Avenida Jovino Fernandes Salles. A reversão desse quadro não está somente na arborização características de uso e ocupação do solo lindeiro e à presença dos equipamentos urbanos. Existem ainda, matas de eucaliptos localizadas na periferia, próximas aos bairros Santos Reis, Pinheirinho e Vista Grande, e próxima ao lixão. Resultados e Discussões A logística dos transportes e a circulação inadequada destes nas principais avenidas do centro, bem como a falta de lugares para estacionar veículos, têm causado incômodo em relação ao espaço adequado para mobilidade urbana, além do espaço ambiental, o qual deve ser preservado para recreação e lazer. Diante da realidade apresentada, o município ainda é considerado o núcleo urbano mais importante da região, beneficiado por uma malha rodoviária que favorece a concentração e a distribuição de bens e serviços para os municípios circunvizinhos (ALAGO, 2008). A cidade está expandindo com crescimento populacional anual de 3,6%, entre outros fatores a atração de contingentes, em função do número de serviços gerados, tais como a unidade de Saúde Alzira Vellano e tratamentos oferecidos na região. Por outro lado, encontra-se a expansão de universidades a exemplo da UNIFAL (Universidade Federal de Alfenas-MG) e UNIFENAS 28 (Universidade José do Rosário Velano) que, consequentemente, demanda um aumento populacional podendo ser fixa ou flutuante. Neste sentido, a tendência da cidade é a de verticalização pelo número de prédios o que aumenta maior demanda de transportes e estruturação do espaço público e viário principalmente no centro. Os resultados demonstram: Figura 11: Percepção dos moradores sobre o trânsito em (Alfenas-2011) Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 Percebe-se que o trânsito é bom ou ótimo para a maioria dos moradores do Centro pelo menor deslocamento do tempo x distância, mas com insatisfação relacionada ao número de carros estacionados nas ruas de suas casas com predomínio de barulho e poluição gerados, os demais encontramse insatisfeitos pela falta de espaço, principalmente para estacionar os carros e a falta de sinalização adequada pela distância de seus bairros ao longo do percurso, embora sejam favorecidos pelo silêncio e índice menor de poluição, no entanto, apresenta-se em maior proporção no geral o número de pessoas insatisfeitas com o trânsito. 29 Figura 12: Avaliação dos moradores sobre o espaço ideal das vias (Alfenas-2011) Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 Segundo os moradores em geral, o mais importante para cidade é um espaço público ou privado como estacionamento no centro, pois como não há espaços ruas de residências são utilizadas como paradas, visto que a adoção por área azul foi proibida pela legalização do município que funcionava como estacionamento rotativo,cabendo este trabalho a contratação de agentes de trânsito o que reflete no aumento do custo para as prefeituras, em segundo consideram as áreas verdes como muito mais importante sem modificar este para ampliar espaços no centro mesmo que cause o congestionamento, a terceira proposta seria o número de ruas asfaltadas para facilitar a rapidez do veículo em menor tempo sem gerar stress por parte dos motoristas atendendo a modernização mesmo sabendo do risco de aumento de acidentes, em quarto e quinto apresentam semelhança na proposta de número de vias ou seu deslocamento, sabendo-se que neste caso depende de uma política voltada e verbas pra infraestrutura da cidade. 30 Figura 13: Propostas apresentadas sobre melhorias no trânsito (Alfenas-2011) Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 Primeiramente, está em maior proporção o incômodo gerado pelo número de cargas que transitam no centro, sendo que este projeto já se encontra em execução segundo a arquiteta da Secretaria de Planejamento do município, todo o desvio de caminhões e sua logística deverá ser desviada pela Av. Lincon Westin, porém ainda desviam pela Av. Artur Bernardes e apontado como incômodo pelos moradores, em segundo os moradores apontam por maior disciplina de motos como a criação de radares de fiscalização de motos que ultrapassam carros, sendo uma das causas de colisão e violência do trânsito encontrados, porém não tem controle sobre isto devido a divisões de funções e maior remanejamento de agentes de trânsito o que traz mais custos à cidade pela legislação. Segundo a Guarda Municipal, terceiro uma solução para novas vias como viadutos ou uma rotatória principalmente no trevo, visto que o projeto está parado de acordo com a secretaria de planejamento da cidade, o projeto passa por um processo de reurbanização, que necessita de verbas do governo federal para sua construção e uma demanda do mercado imobiliário, mesmo tendo perda do traçado antigo tem que dinamizar a área por questões de necessidades e não estética ou conservação histórica, em quarta colocação apresenta a prioridade ao transporte público podendo ou não ter espaço exclusivo para a circulação, mas que acabam circulando com outros veículos, 31 pois o custo de implantação de um sistema especial torna-se caro para algumas cidades como Alfenas-MG, sabendo-se que a vantagem é o menor custo e acessível à população de baixa renda, além disso, diminui a necessidade de ampliação viária, como elimina grandes áreas para estacionamento, diminuindo acidentes de trânsito, por último, as ciclovias são menos indicadas, porém não tendo nenhum projeto referente ao uso destas, portanto, atende a uma legislação de proibição do trânsito de bicicletas em calçadas. Segundo a Guarda Municipal (2011), a falta de mobilidade vivida pelos motoristas no centro, em parte é provocada por veículos de grande porte pela falta de um desvio para se chegar a BR-369, que dá acesso a Belo Horizonte, por isso os motoristas são obrigados a passar pelo centro da cidade. Conforme relatos da pedagoga do trânsito, é seguido uma legislação vigente de profissionais especializados com sede em Belo Horizonte, atribuindo normas técnicas e diretrizes a serem seguidas pelo executor do projeto o engenheiro, após analisado pelo arquiteto. Pela lei municipal da cidade todo transporte de carga pesada que atenda a logística da cidade deve ser desviada pela avenida Lincon Westin, fato este, não seguido corretamente numa conversa informal realizada com alguns motoristas de cargas, poucos utilizam a via, por causa do estreitamento de vias.Outra parte, não utiliza a via porque aumentaria o tempo de percurso, foi percebido também o desconhecimento da via própria, neste caso, reforça ainda mais uma legislação de placas na cidade e consciência destes condutores em seguir. Todos esses problemas são característicos de cidades médias em crescimento, como Alfenas, que vêm adquirindo os problemas das grandes cidades. São cidades, onde as vias de circulação regionais são as principais responsáveis pela estruturação urbana, nota-se no mapa de estruturação urbana de Alfenas. Nos quais as indústrias direcionam o fluxo de trânsito, que por sua vez estrutura o crescimento da cidade, no sentido norte-sul, ou seja, longitudinalmente. Portanto, um crescimento orientado pelas principais rodovias, ruas e avenidas. 32 Ainda analisando a tabela e o mapa, podemos definir a direção do fluxo de trânsito, local: noroeste, em direção à BR-369 e sudeste em direção à BR491; regional: sudeste, em direção a Varginha , norte em direção a grande Belo Horizonte; nacional: São Paulo, Belo Horizonte; aeroportos, como o de Cumbica/SP, e também portos como o de Santos/SP, para fins de exportação de produtos produzidos em Alfenas/MG. As cargas urbanas é fundamental para a economia de uma cidade, até mesmo uma escala global. No momento atual, quando mudanças radicais vêm ocorrendo no ambiente industrial, com aumento significativo da competitividade e crescimento dos mercados, todos os diferenciais logísticos passam a ser importantes. Por isso, o desenvolvimento de um planejamento urbano que contemple esta variável e de uma legislação que organize suas atividades é o principal papel do poder público para minimizar estes problemas. São desafios do poder público o desenvolvimento de políticas voltadas para esta questão, determinando quais intervenções devem ser feitas, monitorando o desempenho dos sistemas de movimentação de veículos e de cargas e prevendo demandas futuras destes fluxos. O estudo feito sobre a qualidade de vida e a qualidade ambiental urbana na cidade de Alfenas com base nas características de trânsito e no processo de verticalização no centro na área urbana, deixa clara a necessidade da mudança na forma de organização e planejamento (ou desorganização e falta de planejamento) dessa área por parte do poder público É urgente uma tomada de posição do poder público no sentido de cumprir o seu papel de gestor urbano e conclamar os atores sociais envolvidos a participar do processo de planejamento urbano A deterioração da qualidade de vida e da qualidade ambiental urbana é visível e profunda: a maioria dos moradores das áreas que sofrem verticalização os quais foram entrevistados informalmente, mostrou-se incomodada com o aumento do número de vizinhos, do barulho constante, da falta de liberdade para estacionar seus carros em suas portas e garagens e do congestionamento, além da desvalorização de seus imóveis devido a perda de privacidade de seu interior construído e de suas áreas de lazer. 33 A principal reclamação dos moradores das principais avenidas, eixos de ligação do centro, como as avenidas João Paulino da Costa, Artur Bernardes e São José, João Paulino Damasceno e Juscelino Barbosa também foi com relação ao congestionamento e a dificuldade de entrar e sair de suas casas. bem como outros pontos são visíveis o congestionamento de carros, a exemplo de alguns colégios como o Sagrado Coração de Jesus, Colégio Estadual Dr. Emílio da Silveira e E.M Antônio Vieira (Polivalente) Os próprios moradores apresentaram sugestões para resolver ou amenizar o problema como construção de vias expressas ligando o centro aos bairros distantes do centro e melhoria da qualidade de transportes públicos como alternativa ao uso do automóvel particular. Figura 14 : Qualidade da mobilidade urbana Alfenas-2011 (segundo os entrevistados) Mobilidade Urbana 16 14 12 10 8 6 Mobilidade Urbana 4 2 0 Qualidade Soluções para Respeito das calçadas diminuir o entre e ruas trânsito pedestre e condutor Campanhas Respeito aos educativas: assentos trânsito reservados Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 A figura 14 demonstra que os entrevistados apontam uma maior atenção voltada a campanhas educativas, como a prevenção de acidentes e violência no trânsito, em segundo, discutem a falta de respeito entre o pedestre e condutor partindo-se do princípio de consciência e educação pessoal ; terceiro ressaltam a busca por alternativas para diminuir o trânsito central; quarto a exigência de qualidade calçadas e ruas, e por último, em menor proporção está 34 o respeito ao uso preferencial, ou seja a maioria acredita que pela campanhas educativas e conscientização do cidadão resultará em melhorias de todos problemas apontados neste, em relação a mobilidade urbana. Considerações finais A mobilidade urbana resulta da interação dos deslocamentos de pessoas e bens, indo muito além do movimento de veículos ou do conjunto de serviços implantados para esses deslocamentos. Cidades mais compactas, com menores distâncias entre áreas residenciais, comerciais e a oferta de serviços básicos, podem ser uma solução a pequenas e médias cidades que enfrentam o já previsível problema do trânsito. O número de veículos no Brasil cresceu vertiginosamente nos últimos anos, em maior proporção do que o aumento populacional, e isso não se dá apenas nas grandes metrópoles. Mas como evitar o uso de carros se as cidades não são, em grande parte, organizadas para pequenos deslocamentos? As formas apresentadas pelas cidades refletem as organizações sociais, as estruturas políticas e econômicas e ainda o modo de vida dos seus habitantes. No mesmo sentido, a morfologia das cidades é desenhada e construída a partir de necessidades, de vontades e de decisões políticas e econômicas. Assim, a morfologia das cidades não é estática e sim, histórica, pois ela é constantemente transformada, visto que a cidade de Alfenas-MG não foi planejada, a cidade cresceu aceleradamente, o que dificulta ainda mais qualquer estruturação no centro, cabendo ao poder público medidas para atender uma demanda urbana que cresce proporcionalmente, e por conseqüência, os fluxos aumentam cada vez mais em horários de picos e mesmo em horários normais ainda tem-se controvérsias pela facilidade de acesso aos veículos, onde uma parte da população é flutuante que se desloca para tratamentos e serviços pelas regiões vizinhas e com a expansão das universidades aumenta mais essa concentração, bem como prédios, e sucessivamente o transporte. o número de 35 O que se vê na cidade é uma crescente verticalização sem necessidade e a falta de vagas para estacionamentos. Assim, prédios enormes são construídos ao lado de residências, promovendo a perda de privacidade dos moradores, causando o aumento do ruído pelo aumento do número de veículos e de pessoas no seu entorno. Neste caso, é importante refletir como a cidade estará daqui 30 ou 50 anos com essa expansão demográfica, pois o centro de Alfenas-MG não tem estrutura para suportar um aumento da demanda populacional, o que poderá gerar consequências futuras sobre o trânsito, pois segundo a arquiteta da Secretaria de Planejamento Urbano, Alfenas não foi planejada e ainda não segue o plano diretor, mesmo sabendo de seu uso obrigatório, portanto não tem o prognóstico da cidade. Pode-se então concluir que são necessários maiores disciplinas no trânsito, mobilizando os princípios da cidadania e da participação de toda população. 36 Referências Bibliográficas BRASIL. Lei Municipal nº 3.941 de 12 de dezembro de 2006. Plano Diretor do Município de ALFENAS. BRASIL. Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 18 jun. 2008. Departamento Nacional de Trânsito – Denatran (1998), Informe estatístico, Brasília. GUTIERREZ, G. L. A metodologia científica e o estudo das organizações. Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 26, n.1, p. 91-96, jan./mar., 1986. MELO, F. B. Proposição de medidas favorecedoras à acessibilidade e mobilidade de pedestres em áreas urbanas: estudo de caso: o centro de Fortaleza. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Ceará, PETRAN, 2005. MILANO, M.S. Arborização Urbana: Plano Diretor. In: Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, 2; Encontro Nacional sobre Arborização Urbana, 5. São Luís, 1994. Anais. São Luís/MA:Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994, p.207-215 Prefeitura Municipal de Alfenas – Plano Diretor. 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( ) Ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) Ruim ( )Péssimo 2) O que você considera mais importante numa rua para acessibilidade de veículos? ( ) O nº de ruas asfaltadas, pois facilita o acesso rápido deste; ( ) seria ideal para os deslocamento aumentar a largura das ruas no centro diminuindo a calçada; ( ) considerar mais as áreas verdes como mais importante para o controle ambiental como redução da poluição sonoro e hidrocarbonetos do que a espacialização, visto só como algo secundário; ( ) colocar mais estacionamentos nas cidades como alternativa de facilitar ruas principais de acesso ao centro, visto que isto, evita parada em frente a comércios, escolas e serviços melhorando a circulação de veículos; ( ) aumentar o números de vias para deslocamento de transporte de cargas Grandes desviando do centro; 3) O que é importante para o trânsito da cidade? ( ) Ciclovias por toda a cidade ( ) Prioridade ao transporte coletivo no sistema viário ( ) Maior disciplina para motos ( ) Desvio de grandes cargas do centro ( ) Construção de novas vias para livre deslocamentos, como viadutos e rotatórias. 38 4) o que é melhor para a mobilidade urbana em geral? ( ) Boa qualidade das calçadas e ruas ( ) Soluções para diminuir o trânsito da cidade ( ) Respeito ao pedestre e condutor ( ) Campanhas educativas: prevenção de acidentes e violência no trânsito ( ) Respeito aos assentos reservados a uso preferencial Dados: campo realizado entre 17 a 20 de Outubro de 2011