G
L
O
S
S
Á
R
I
O
DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
3a
e
d
i
ç
ã
o
Desertificação
Milhões de hectares
300
250
Desmatamento
200
Superpastejo
150
Cultivos
100
50
0
África
Ásia
Australásia
Europa
Re giões
América do Norte
América do Sul
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA
E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
1
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
2
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
BRENO MACHADO GRISI
GLOSSÁRIO DE
ECOLOGIA
E CIÊNCIAS
AMBIENTAIS
(3ª edição revisada e ampliada)
ILUSTRADO COM FOTOS, QUADROS, FIGURAS E
GRÁFICOS
JOÃO PESSOA
2007
3
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Breno Machado Grisi
Endereço eletrônico: [email protected]
Blog: http://brenogrisi-ecologiaemfoco.blogspot.com
Capa: no sentido horário começando com o (i) mapa resumido dos biomas
brasileiros (informação/divulgação do Ministério do Meio Ambiente); (ii)
pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa), pássaro da Mata Atlântica (foto de
documento sobre a Mata Atlântica, sem dados da publicação); (iii)
captação e armazenamento do dióxido de carbono (foto de documento
sobre iniciativa de estudos do IPCC – International Panel on Climate
Change,); (iv) gráfico representativo da desertificação mundial; (v)
carvoaria na amazônia, uma das causas do desflorestamento (foto
reproduzida de Collins, M. (ed.) (1990) The last rain forests. London,
Mitchell Beazley Publ., 200p.)
4
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HOMENAGEIO
os “Severinos, Josés, Marias”... das caatingas do Nordeste,
“botânicos”, “zoólogos”, “ecólogos” anônimos que puseram nomes em
todas as plantas e praticamente todos os animais desse bioma
brasileiro e sempre souberam usufruir dos limitados recursos da
Natureza ao seu alcance, mesmo sem ter um mínimo conhecimento
teórico hoje propiciado pela ecologia e ciências ambientais.
DEDICO
às crianças brasileiras cujos pais desprovidos de recursos, não poderão
lhes dar a oportunidade de se beneficiarem com os resultados práticos
da ciência e tecnologia
5
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
6
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“O objetivo da ciência não é o de abrir portas para a
sabedoria infinita, mas o de estabelecer limites para o erro
infinito”
Bertolt Brecht
7
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
8
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Agradecimentos:
a todos que tiveram oportunidade de testar os termos inseridos nas duas
primeiras edições e cujas sugestões estimularam-me na busca da melhoria do presente
trabalho. Agradeço em particular, aos Mestres que testando as edições anteriores “na
linha de frente” dos estudos em ecologia, ajudaram-me a entender que o objetivo final
de quem tenta contribuir para o conhecimento das ciências que lidam com o meio
ambiente, está sempre muito distante para ser alcançado.
9
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
10
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
apresentação
N
ão há nenhuma pretensão aqui de apresentar uma enciclopédia ou
dicionário tecnológico com todos os termos ecológicos. Neste
aspecto é interessante lembrar o que diz o “The New Fowler’s
Modern English Usage” (um clássico da língua inglesa) sobre o que seja
um GLOSSÁRIO, em oposição a um Dicionário e a um Vocabulário: “um
glossário é uma lista alfabética de palavras difíceis que são usadas num
assunto ou texto específico; é usualmente de comprimento modesto; nele é
selecionado o que se julga ser obscuro, enquanto num vocabulário, tudo é
julgado como obscuro; e um dicionário é um trabalho mais ambicioso,
embora tenha termos com semelhanças a de um glossário”. O objetivo
maior é definir claramente alguns dos termos mais comuns de ecologia e
ciências ambientais. São também focalizados termos que, embora de
emprego comum em outras ciências (geologia, botânica, oceanografia etc),
estão relacionados direta ou indiretamente com as características
ambientais do ser vivo, ou melhor dizendo, relacionados com as “ciências
ambientais”. A ecologia, que se originou como ciência no início do século
XX, comparada com outras disciplinas das ciências biológicas, como a
botânica e a zoologia, cujos estudos iniciaram-se com os gregos
(Aristóteles, 384 a 322 a.C., era um observador perspicaz da Natureza),
pode ser considerada como disciplina novíssima. Suponhamos que se cada
século vivido por nós do mundo ocidental correspondesse a 10 anos; a
botânica e a zoologia, por exemplo, estariam hoje com mais de “230 anos
de existência”, enquanto a ecologia estaria prestes a completar seu “1o
aninho de vida”. Daí a possível explicação à tendência de se introduzir
tantos termos, devido às novas descobertas e necessidade de definí-las ou
conceituá-las. A vivência ou confirmação dos fenômenos e processos
descritos como novos, fixarão os termos introduzidos, fazendo-os comuns
e desejavelmente, fáceis de serem entendidos.
Os termos aqui incluídos foram selecionados a partir de
conceituações feitas pelos autores de livros e artigos relacionados na
bibliografia consultada e apresentada no final do glossário. Neste aspecto,
não haveria como negar que a obra maior de referência aqui utilizada foi o
livro dos ecólogos M.Begon, C.R.Townsend e J.L.Harper (nas edições 2a,
11
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
do ano 1990 e 4a, de 2006), que constam da bibliografia. Muitos desses
termos foram modificados em sua definição, para facilitar seu
entendimento ou complementar sua conceituação, visando atender aqueles
que estudam ecologia ou que estão interessados no conhecimento das
ciências ambientais. Outra obra de consulta freqüente, constando da
Bibliografia, foi a de R.E. Ricklefs (“The economy of nature”), que em sua
quinta edição (2007) inclui uma nova seção de grande utilidade (“Data
Analysis Update”, ou Atualização de Análise de Dados).
Considero ser o presente trabalho, apenas mais uma obra simples de
referência, direcionada para principiantes, devendo ser complementada
com consultas a outras mais específicas, para os mais avançados e que
figuram na “Bibliografia Utilizada para o Glossário”. Hoje em dia, são
muitos os sites disponíveis na Internet e que podem ser de grande utilidade
para enriquecer conhecimento e elucidar dúvidas; devendo o leitor no
entanto, ser cuidadoso com relação às fontes de consulta. Este glossário,
mesmo em sua terceira edição, considero ser uma experiência incipiente,
devendo por isso ser melhorado e ampliado futuramente. Neste sentido,
solicitam-se aos consulentes em geral, críticas e sugestões.
12
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Aos consulentes
Quando determinado termo tiver sinônimos ou corresponder a termos similares,
com mesmo significado ecológico, estes figuram com um sinal de igualdade. Exemplo:
•
HABITAT
HABITAT = ECOTOPO = BIOTOPO
A definição é dada no termo mais comum: HABITAT.
• ACIDÓFILO (ACIDOFÍLICO, ACIDOFILIA)
ACIDOFÍLICO e ACIDOFILIA são termos derivados ou relacionados ao termo
ou verbete de entrada ACIDÓFILO.
Alguns termos estão definidos em outros, no qual foram necessariamente
inseridos. Exemplo:
• CARNÍVORO
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
No verbete CADEIA ALIMENTAR o termo carnívoro é definido.
Alguns outros termos são usualmente utilizados como denominações
compostas, mas o nome principal vem em primeiro lugar e o complemento vem logo
após vírgula:
• AUTOTRÓFICO, LAGO
Embora raros, aparecem verbetes (termos de entrada) em inglês, ou outra língua,
por serem às vezes mais conhecidos sob a denominação original; ou o termo em
português ainda não está bem definido ou não se consagrou seu uso. Estes são os casos,
por exemplo, de:
• “FITNESS”
O termo (sem equivalente preciso em português) é definido em “fitness”.
• “GUILD”
O termo (sem equivalente preciso em português) é definido em “guild”.
13
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
14
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
A
“a-” e “an-”
Prefixo de origem grega indicando “ausência; falta; sem”. Ex.: acromático (sem coloração;
despigmentado); anaeróbio (que vive na ausência de oxigênio). Alguns termos de entrada virão a seguir.
“ab-” e “ad-”
Prefixos latinos. “Ab-” significa “do lado oposto ou afastado do eixo”; referindo-se, por exemplo
em botânica, à face inferior da folha (abaxial). “Ad-” quer dizer “que se encontra do lado do eixo ou
próximo a ele”; referindo-se no caso botânico à face superior da folha (adaxial), lembrando a palavra
aderir.
ABALOS SÍSMICOS (EM REPRESAS)
Nas represas com grandes massas de água, geralmente ocupando áreas extensas, a alta pressão
hidrostática pode gerar acomodações das camadas do subsolo, gerando abalos sísmicos. A parte da
geofísica que estuda os terremotos e a propagação das ondas (elásticas) sísmicas é a Sismologia.
(Ver ESCALA DE RICHTER)
ABIOSSÉSTON
(Ver SÉSTON)
ABIÓTICO
Sem vida. Diz-se do meio ou do elemento (substância, composto...) desprovido de vida.
Fatores abióticos ou componentes abióticos de um ecossistema: são os fatores ambientais físicos
desse ecossistema (clima, por exemplo) ou químicos (inorgânicos como a água, o oxigênio e orgânicos,
como os ácidos húmicos etc).
(Ver BIÓTICO)
ABISSAL
(Ver ZONA ABISSAL; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ABISSOBENTÔNICO (ou ABISSOBÊNTICO ou ABISSALBENTÔNICO ou
ABISSALBÊNTICO)
(Ver ZONA ABISSOBENTÔNICA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
ABISSOPELÁGICO (ou ABISSALPELÁGICO)
(Ver ZONA ABISSOPELÁGICA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
ABROLHO
Denominação dada geralmente, a rochedo que aflora acima d’água, no mar, formando por vezes,
ilhas, como o do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia (a 70 km da costa), entre
Caravelas (sul da Bahia) e São Mateus (norte do Espírito Santo). O parque assenta-se sobre cinco
formações rochosas, constituindo-se nas ilhas de Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita,
dispostas em arco, denunciando, sua provável origem de borda de cratera vulcânica. De julho a
novembro as baleias jubarte ali procriam. Inúmeros são os peixes que habitam nos seus exuberantes
recifes de corais (parus, barracudas, badejos, garoupas, meros, enguias, arraias ...); e lá vivem também
golfinhos e aves marinhas (ver fotos que seguem do site ibama.gov.br: no sentido horário começando
com a vista aérea dos abrolhos, anêmona, ave marinha e peixe-pedra).
15
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver RECIFES)
“ABS − ALKYLBENZENE SULPHONATE”
O sulfonato de alquilbenzeno (sigla em inglês, “ABS”) é uma substância surfactante (tensoativa)
usada como detergente. Cinqüenta por cento dos detergentes (líquido ou em pó) comercializados nos
E.U.A. e europa ocidental contêm o “ABS”; sendo este muito procurado por ter eficiente propriedade de
limpeza e produção de espuma. Não é imediatamente biodegradável e é altamente tóxico aos organismos
aquáticos.
ABSCISÃO
Processo natural em que duas partes de um organismo se separam. Aplica-se este termo ao
processo de queda de partes de plantas (folhas, flores, frutos ...) por ação de substância estimuladora
(abscisina). O ácido abscísico (ABA, sigla em inglês) é também um potente inibidor de crescimento,
auxiliando a induzir e prolongar a dormência de gemas vegetativas. Além disso, o ABA é inibidor de
germinação de semente e exerce papel importante no fechamento de estômatos.
ABSENTEÍSMO
Refere-se ao comportamento de certos animais que nidificam a uma certa distância de sua área
de vivência (onde estão seus outros descendentes), levando alimento para os filhotes, dedicando-lhes um
mínimo de cuidado.
ABSORÇÃO
Movimento de íons e água para dentro da raiz da planta; se ocorre como resultado de processos
metabólicos da raiz (contra um gradiente) é dita ativa; e se é resultado de forças que “puxam” a água a
partir da corrente transpiratória gerada pelas folhas, é dita passiva.
ABUNDÂNCIA
Este termo é geralmente usado para designar uma estimativa grosseira de densidade, quando se
deseja informação superficial e mais rápida sobre determinada situação de uma planta ou animal (como
por exemplo na seguinte classificação: 1) muito raro; 2) raro; 3) ocasional; 4) abundante; 5) muito
abundante).
(Ver ABUNDÂNCIA RELATIVA; DENSIDADE; DENSIDADE ECOLÓGICA; e ESPÉCIE
RARA)
16
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ABUNDÂNCIA RELATIVA
Refere-se à abundância de um determinado organismo, relacionando-se com o tempo (ex.:
animais vistos por hora) ou como porcentagem (ex.: porcentagem de quadrados ou pontos de
amostragem ocupados por determinada espécie de planta ou animal fixo).
(Ver ABUNDÂNCIA; DENSIDADE; e DENSIDADE ECOLÓGICA)
AÇÃO BACTERIOSTÁTICA
(Ver ANTIBIOSE; e EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
AÇÃO DEPENDENTE / INDEPENDENTE DA DENSIDADE
(Ver DENSIDADE)
AÇÃO FUNGISTÁTICA
(Ver ANTIBIOSE; e EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
ACARICIDA
Diz-se da substância que mata ácaros e carrapatos (acarinos, da classe dos aracnídeos, do filo dos
artrópodes).
ACAROFITISMO
Simbiose ácaro-planta. A planta que serve como hospedeira de ácaro é um organismo acarófito.
ACASALAMENTO ou COPULAÇÃO EXTRA-PAR
(Ver EXOCRUZAMENTO)
“ACCESSIBILITÉ”
Termo importado do francês, usado em fitossociologia referindo-se às condições prevalecentes
num certo local e que podem influenciar na possibilidade de um propágulo ali se estabelecer.
ACEIRO
Remoção de parte de uma vegetação feita para evitar a propagação do fogo ou como trilha.
Qualquer remoção de vegetação em torno de construção, ao longo de cercas etc.
ACETIFICAÇÃO
Conversão por bactérias aeróbias, de etanol para ácido acético.
ACICULIFOLIADA
(Ver FLORESTA ACICULIFOLIADA)
ACIDENTAL (ou CASUAL)
Diz-se geralmente de uma espécie vegetal que normalmente não ocorre numa certa comunidade
ou habitat.
ÁCIDO ABSCÍSICO e ABSCISINA
(Ver ABSCISÃO)
ACIDOBIÔNTICO
(Ver ACIDÓFILO)
ACIDÓFILO (ACIDOFÍLICO, ACIDOFILIA)
ACIDÓFILO = ACIDOBIÔNTICO
Organismo que medra em ambiente ácido (em pH abaixo de 7). O oposto, ou seja, o organismo
que não consegue viver em tal pH é chamado de acidófobo (ou acidofóbico). Usa-se o termo acidotrófico
para designar aquele que se alimenta de substâncias ácidas (ou microrganismo que vive de substrato
ácido).
(Ver “alcali-”; e “-filia” / “-filo”)
ACIDÓFOBO
(Ver ACIDÓFILO)
ACIDÓLISE
Em ambientes (alguns deles frios) onde a decomposição da matéria orgânica não é total,
formam-se ácidos orgânicos que reduzem o pH das águas, tornando capaz a complexação do ferro e
alumínio, pondo-os em solução. Nestes ambientes com pH <5, ocorre a acidólise (ao invés de hidrólise),
constituindo-se no processo dominante de decomposição dos minerais primários no solo. As rochas que
sofrem acidólise total (ex. de reação com pH <3: KAlSi3O8 + 4H+ + 4H2O → 3H4SiO4 + Al3+ + K+)
geram solos constituídos praticamente apenas dos minerais primários mais insolúveis, tal como ocorre
nos espodossolos (alguns dos antigos podzólicos).
(Ver LATOLIZAÇÃO; e SILICATOS)
ACIDOTRÓFICO
(Ver ACIDÓFILO)
ACLIMAÇÃO (ou ACLIMATAÇÃO)
(Ver ADAPTAÇÃO)
ACLIMATAÇÃO (ou ACLIMAÇÃO)
(Ver ADAPTAÇÃO)
17
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ACLIVE CONTINENTAL
(Ver TALUDE (e TALUDE CONTINENTAL); e APÊNDICE IV − ZONAS DE
PROFUNDIDADE MARINHA)
ACONDICIONAMENTO DE NICHO
(Ver NICHO ECOLÓGICO)
ACREÇÃO
Um aglomerado ou deposição de material, ocorrendo geralmente no processo de sedimentação.
ACRIDOFAGIA
Hábito de comer gafanhotos (estes acrídeos são insetos ortópteros heterometabólicos).
Acridófago é aquele que come gafanhotos, como alguns seres humanos africanos.
ACRODENDRÓFILO
Que vive no topo de árvores.
(Ver “-cola”)
ACTINOMICETO
Denominação não-taxonômica dada a um tipo de bactéria filamentosa, apresentando certas
características que a põem entre a bactéria e o fungo verdadeiro.
ACTINORRIZA
Tipo de actinomiceto (bactérias filamentosas do gênero Frankia) que vive em simbiose com
raízes de certas plantas, como a Casuarina.
ACTÓFILO (ACTOFILIA)
Organismo que vive sobre rochas costeiras.
AÇUDE
Reservatório de água, natural ou feito pelo homem a partir de represamento de um rio ou
condução de água vinda de outro local. Serve de abastecimento d’água (manancial) e para irrigação.
ACUMULAÇÃO (ou GRAU DE ACUMULAÇÃO)
(Ver GRAU DE ACUMULAÇÃO)
ADAPTAÇÃO
ADAPTAÇÃO = ADAPTAÇÃO ECOLÓGICA
Capacidade que tem determinado ser vivo (ou determinado elemento constituinte morfológico
ou fisiológico do organismo do ser vivo) de ajustar-se a um ambiente, devendo-se entender que “ajustarse” é uma conseqüência do passado.
A adaptação envolve mudança genética, ao passo que a aclimatação geralmente não envolve. Às
plantas de clima frio, do hemisfério norte por exemplo, atribui-se uma reação de robustecimento (termo
usado entre os horticultores, do inglês “hardening” = robustecimento, endurecimento), em que os
vegetais, inaptos a lidarem com a friagem no verão, já em outubro (no outono) adquirem tolerância ao
abaixamento da temperatura. Tal tolerância ao resfriamento, depende do estádio de desenvolvimento da
planta. A adaptação vai além da mera tolerância às flutuações ambientais; estende-se à participação ativa
na periodicidade (Ver RELÓGIO BIOLÓGICO) como um meio para coordenar e regular funções vitais.
A figura seguinte mostra a adaptação morfológica de folhas do carvalho negro (Quercus nigra)
à luz (COLINVAUX, 1986).
A
B
C
D
E
Obs.:
1) A: folha de plântula de Q. nigra. B: Folha de um ramo à sombra, próximo do solo. C, D e E:
folhas, progressivamente, para o alto da árvore.
2) Os círculos desenhados nas folhas realçam a superfície do limbo, importante na absorção da
luz, comparada com os lobos da folha; estes se acentuam à medida que as folhas reduzem a superfície do
limbo, ou seja, à medida em que elas vão estar em maior contato com a luz (no topo das árvores). Em
muitos ecossistemas observa-se uma redução da intensidade clorofílica nas folhas de sombra (do estrato
inferior) para as de sol (do estrato superior) (na figura, de A para E, reduzindo a intensidade da cor
verde).
(Ver FATOR LIMITANTE)
18
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ADAPTAÇÃO ECOLÓGICA
(Ver ADAPTAÇÃO)
ADELFOFAGIA
Diz-se geralmente de larvas que se alimentam de outras larvas ou de ovos de animais que lhes
são relacionados taxonomicamente (às vezes da mesma espécie).
ADELFOPARASITA
Um organismo que parasita um hospedeiro que se lhe relaciona taxonomicamente, em oposição
ao aloparasita.
ADESÃO
Atração molecular que mantém duas substâncias dissimilares, juntas, como a que ocorre entre a
água e partículas minerais do solo.
(Ver ADSORÇÃO; e COESÃO)
ADIABÁTICO
Aplica-se este termo, por exemplo, a uma massa de ar que se eleva, reduzindo-se sua pressão e
se expandindo adiabaticamente na atmosfera, ou seja, sem perda nem ganho de temperatura. E em assim
sendo, sua temperatura cairá ao tempo em que se expande para ocupar maior volume.
ADITIVOS ALIMENTARES
Substâncias, naturais ou sintéticas, adicionadas aos alimentos processados, com diversos
propósitos (conservar, complementar com vitaminas ou aminoácidos, melhorar o sabor, cor ou textura ou
alterar outras características, como o pH; ou evitar sua oxidação (antioxidantes) ou que não adquira
umidade (antiumectantes) ou que a adquira (umectantes). Tais aditivos são submetidos à rigorosa análise
toxicológica, antes de se permitir seu uso na indústria alimentícia.
ADSORÇÃO
Ligação, geralmente temporária, de íons ou compostos à superfície de sólidos.
(Ver ADESÃO; e COESÃO)
ADUBAÇÃO ORGÂNICA
Uso de material orgânico (partes de plantas, dejetos animais etc) para fertilizar um solo,
fornecendo a um cultivo, os nutrientes necessários a uma boa produtividade.
(Ver COMPOSTAGEM; e FERTILIZANTE)
ADUBAÇÃO VERDE
Procedimento recomendado na agroecologia e hoje bastante utilizado na prática agrícola em
geral, de incorporar ao solo matéria orgânica proveniente de um cultivo (geralmente os remanescentes
deixados após a colheita do produto agrícola desejado), com a finalidade de melhorar as condições
nutricionais e edáficas do solo; ao tempo em que se evita sua erosão e degradação de suas propriedades.
Utiliza-se esta expressão também quando se deseja referir-se ao enriquecimento em nitrogênio
que as leguminosas proporcionam ao solo, pela simbiose de suas raízes com bactérias fixadoras de
nitrogênio atmosférico.
AERÓBIO
Organismo que respira aerobiamente.
(Ver RESPIRAÇÃO AERÓBIA)
AEROSSOL
Pequena partícula (< 0,001 mm) sólida ou líquida, em suspensão no ar ou gás. Exemplo:
aerossóis marinhos, que são partículas contendo sais marinhos, que conduzidas pelo vento, atingem a
grandes distâncias da costa.
AFITAL
(Ver ZONA AFITAL)
AFLATOXINAS
Substâncias tóxicas, cancerígenas, produzidas por fungos (Aspergillus flavus) que proliferam em
grãos de amendoim, trigo ou milho, mal armazenados. Alguns invertebrados marinhos (ostras,
mexilhões) também podem concentrar aflatoxinas em suas carnes.
AFÓTICO
(Ver ZONA AFÓTICA)
AGENTE LARANJA
(Ver DIOXINAS)
AGENTE POLUIDOR
(Ver POLUENTE)
AGREGAÇÃO
Agrupamento de indivíduos de uma mesma população, ou de várias populações, em resposta às
diferenças de habitat ou em resposta às mudanças diárias ou estacionais, ou como resultado de processos
reprodutivos ou como resultado de atrações sociais (nos animais superiores). Em algumas populações
19
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(inclusive a de seres humanos) ocorre uma agregação num determinado local do seu habitat escolhido
como área de dormida. Ao aumento de densidade de predador em locais (ou manchas de habitat da presa)
onde se concentre maior número de presa, dá-se o nome de resposta de agregação.
No processo de agregação vale considerar o “egoísmo dentro da manada” (tradução literal do
inglês “selfish herd”, sem equivalência precisa em português); segundo W.D.Hamilton, em algumas
populações animais com certa organização racional, os novos indivíduos são admitidos no grupo
ocupando inicialmente a borda, ou seja, o “território perigoso”. Em certas agregações, a periferia é mais
suscetível ao ataque de predadores.
AGRESTE
Ecossistema de transição entre a mata úmida e a caatinga, no estado da Paraíba, possuindo
portanto espécies vegetais comuns desses ecossistemas. Alguns autores subdividem o agreste em
sublitorâneo e da borborema. No primeiro ocorrem: marmeleiro, Crotalum sp; juazeiro, Zizyphus
joazeiro; além de bromeliáceas e cactáceas, como o facheiro, Cereus jamacaru. No agreste da borborema
ocorrem: catingueira, Caesalpinia pyramidalis; umbuzeiro, Spondias tuberosa; baraúna, Schinopsis
brasiliensis; angico, Anadenanthera macrocarpa; e o pau d’arco Tabebuia sp, além de outras.
AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA
Uso de energia (energia solar, de tração animal e do próprio homem) visando uma produção
agrícola apenas suficiente para gerar alimento e recursos para o sustento do próprio agricultor e sua
família. Raramente há produção de excedente para a comercialização ou para armazenar, como
suprimento para “tempos mais difíceis”.
AGRICULTURA ITINERANTE
Tipo de sistema agrícola (“shifting cultivation”, em inglês), primitivo, adotado historicamente
nos ecossistemas de floresta tropical, em que o ser humano derruba trecho da floresta, queimando-o
como preparo da terra para o cultivo de subsistência, obtendo durante poucos anos (4 a 6 ) alimento e
posteriormente, abandonando essa área que se tornou improdutiva. Passa então a ocupar novo trecho de
floresta e assim por diante. A área inicial abandonada, onde se estabeleceu vegetação secundária, após
cerca de 20 anos, poderá ser novamente utilizada para o cultivo. Na amazônia os indígenas ainda
praticam a agricultura itinerante, plantando milho, mandioca etc, assim como muitos agricultores ditos
civilizados usam este sistema, também conhecido por “slash-and-burn” (em inglês; sendo também usada
a expressão “clear cutting”). As queimas de pastagens, principalmente em Rondônia, feita para controlar
as “ervas daninhas” que nelas proliferam, são também consideradas como sério problema ecológico.
AGROCLIMATOLOGIA
O estudo do clima em relação à produtividade de plantas e animais de importância na
agropecuária.
(Ver BIOCLIMATOLOGIA)
AGROECOLOGIA
Aplicação de princípios ecológicos nas ciências agronômicas.
(Ver BIOAGRONOMIA)
AGROECOSSISTEMA
(Ver AGROSSISTEMA)
AGROFLORESTA
O sistema agroflorestal baseia-se na reconstituição do complexo sistema florestal original, nele
inserindo-se algum tipo de cultivo ou diferentes tipos de cultivo, de maneira a manter o sistema
economicamente produtivo, preservando a biodiversidade e as características, o mais próximo possível,
do sistema original natural. A combinação deste sistema com diversidade de atividades antrópicas
(agrícola, agroflorestal, extrativista, pesca e caça) é que pode se constituir em garantia de sucesso
ecológico e econômico na obtenção de melhor qualidade de vida ambiental, estando aqui inserido o ser
humano. Tem sido agora comum encontrar-se na amazônia, por exemplo, o plantio de árvores frutíferas
nativas, entre parcelas de plantio de mandioca. No nordeste brasileiro, procedimento similar é encontrado
na caatinga. Nas fotos que seguem (do site: www.biosferadacaatinga.org.br; autor: Pieter Vranckx) vê-se
sistema agroflorestal na caatinga, em período chuvoso (à esquerda, com cultivos de banana, milho,
mandioca, palma ...) e em período seco (à direita, com cultivo de palma, Opuntia sp).
20
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
AGROINDÚSTRIA
Atividade industrial baseada no beneficiamento de produto obtido da agricultura e/ou pecuária.
Exemplos: usina de cana-de-açúcar, destilarias de álcool, óleos vegetais, laticínios, frigoríficos e
matadouros, fecularias, curtumes, sucos e conservas, bebidas, têxteis.
(Ver ECOLOGIA INDUSTRIAL)
AGRONOMIA
Conjunto de ciências e princípios aplicados à agricultura.
(Ver AGROECOLOGIA)
AGROSSISTEMA
AGROSSISTEMA = AGROECOSSISTEMA = ECOSSISTEMA AGRÍCOLA
Sistema ecológico introduzido e manipulado pelo homem, constituído por seres vivos
(componente biótico) em interação com o ambiente (componente abiótico). No caso específico de cultivo
introduzido em floresta, dá-se o nome de agrofloresta.
(Ver AGROFLORESTA; AQÜICULTURA; e ECOSSISTEMA)
AGROSTOLOGIA
Estudo das gramíneas.
AGROTÓXICO
(Ver PESTICIDA)
ÁGUA BRUTA
Água, geralmente para abastecimento, antes de receber qualquer tratamento.
ÁGUA CAPILAR
Água existente nos poros do solo, aderindo às partículas como uma película e que sob a
influência de “forças capilares” (decorrentes de um gradiente de potencial de água) disponibiliza-se à
absorção pelas raízes das plantas e pela microbiota.
ÁGUA DE PERCOLAÇÃO
ÁGUA DE PERCOLAÇÃO = ÁGUA INTERSTICIAL
Água, geralmente de precipitação pluvial, que penetra no solo, ou seja, nos seus espaços ou
interstícios. As raízes de muitas plantas se beneficiam somente dessa água.
ÁGUA DURA
(Ver DUREZA DA ÁGUA)
ÁGUA HIGROSCÓPICA
Vapor d’água adsorvido às partículas do solo.
ÁGUA INTERSTICIAL
(Ver ÁGUA DE PERCOLAÇÃO)
ÁGUA MOLE
(Ver DUREZA DA ÁGUA)
ÁGUA POTÁVEL
Água de boa qualidade, adequada para o consumo humano, satisfazendo aos padrões de
potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde.
A Resolução CONAMA nº 20, de 18/06/86 estabelece nove classes para as águas doces,
salobras e salinas do Território Nacional. Quanto às águas doces há as seguintes classes e respectivas
destinações:
I-Classe especial destinada: a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples
desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
21
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
II-Classe 1 destinada: a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado; b) à
proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e
mergulho); d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e) à criação natural e/ou intensiva
(aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
III-Classe 2 destinada: a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) à
proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e
mergulho); d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e) à criação natural e/ou intensiva
(aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
IV-Classe 3 destinada: a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) à
irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à dessedentação de animais.
V-Classe 4 destinada: a) à navegação; b) à harmonia paisagística; c) aos usos menos exigentes.
Para as águas de Classe Especial, os coliformes totais deverão estar ausentes em qualquer
amostra.
No quadro que segue estão representados os valores das principais fontes de água da Terra
(COLINVAUX, 1986).
RESERVATÓRIO
Oceanos
Gelo glacial
Lençol freático
Água retida no solo
Água doce dos lagos
Mares em terra e lagos salgados
Rios e riachos
Atmosfera (nuvens e vapor no ar)
VOLUME DE ÁGUA (X 106 km3)
1322,0
29,2
8,4
0,067
0,125
0,104
0,001
0,013
TOTAL (%)
97,21
2,15
0,62
0,005
0,009
0,008
0,0001
0,001
ÁGUA RESIDUÁRIA
Água de despejo, contendo resíduo com potencialidade para poluir.
ÁGUA SUBTERRÂNEA
(Ver LENÇOL FREÁTICO)
AGUDO (EFEITO AGUDO / DOENÇA AGUDA)
Efeito / doença que ocorre em curto espaço de tempo, por exposição à determinada substância
tóxica / agente causador de doença, podendo ocorrer morte ou recuperação rápida. No caso de doença,
citam-se como exemplos, a febre tifóide e o sarampo.
(Ver CRÔNICO)
AIA (AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL)
(Ver IMPACTO AMBIENTAL)
ALBEDO
Relação entre a energia (solar ou eletromagnética) incidente e a refletida. É de importância
ecológica, uma vez que participa do fluxo energético. Como exemplo de seus valores, geralmente
representados em porcentagem, um solo arenoso tem um albedo de 25 a 30 e uma floresta de 5 a 10.
“alcali-”
“alcali-” = “basi-”
Prefixo de origem árabe, significando “soda”, ou seja, qualquer substância de sabor cáustico ou
acre e que tem sido utilizado para indicar meio ou ambiente alcalino ou básico (com pH acima de 7). Se
um organismo tem afinidade por este meio ou ambiente, ele é dito alcalófilo (ou alcalifílico) ou ainda
basófilo (ou basofílico); e se não o tolera é dito alcalófobo ou basófobo. Planta incapaz de tolerar solo
alcalino ou básico é dita basífuga.
(Ver ACIDÓFILO)
ALDEÍDOS
Compostos orgânicos que contêm o grupo -CHO ligado a hidrocarbono. Certos aldeídos
poluentes têm cheiro desagradável, como os derivados da exaustão do diesel, irritando nariz e olhos.
Alguns são venenosos.
ALDRIN
(Ver ORGANOCLORADO)
ALELO
Um ou outro gene, de um mesmo par de cromossomos, chamados de homólogos, responsáveis
por uma mesma característica hereditária.
(Ver EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG)
22
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ALELOPATIA
Termo geralmente usado para indicar a inibição do desenvolvimento de uma população, através
de substâncias químicas inibidoras produzidas por plantas. Um exemplo é o ácido úsmico, produzido por
liquens, que inibe plântulas de coníferas e que tem efeito antibiótico sobre fungos.
(Ver ANTIBIOSE)
ALELOQUÍMICOS
São produtos ditos semioquímicos, que viabilizam mudança comportamental em indivíduos de
outra espécie.
(Ver FEROMÔNIOS; e PESTICIDA)
ALGICIDA
Agente químico que mata alga.
ALGÍVORO (ALGIVORIA)
Organismo que se alimenta de algas.
ALGOLOGIA
(Ver “fico-”)
ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS
(Ver TRANSGÊNICOS)
ALISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
ALITIZAÇÃO
(Ver SILICATOS)
ALLEE
(Ver PRINCÍPIO DE ALLEE)
ALLEN
(Ver REGRAS ECOGEOGRÁFICAS)
“alo-”
Prefixo significando “outro”. Há inúmeros termos com este prefixo, como por exemplo:
alocórico, alomônio, aloquímico, aloparasita, alóctone etc.
ALOCAÇÃO REPRODUTIVA
(Ver ESFORÇO REPRODUTIVO)
ALOCÓRICO (ALÓCORE)
Ocorrendo em duas ou mais comunidades dentro de uma determinada região geográfica.
(Ver “-coria”)
ALÓCTONE
ALÓCTONE = INVASOR
Organismo alóctone, também chamado de “invasor”, é aquele que se origina em outro local e é
transportado para determinado ambiente na forma vegetativa ou de esporo. Animais que foram
inadvertidamente introduzidos pelo ser humano em ambientes que lhes são estranhos, são também
alcunhados de “invasores”.
As “plantas invasoras” de cultivos, assim chamadas pelos ecólogos e conhecidas na linguagem
agronômica como “ervas daninhas”, são em muitos casos, organismos alóctones.
(Ver AUTÓCTONE)
ALOGAMIA
(Ver EXOCRUZAMENTO)
ALOMETRIA
Estudo das mudanças de proporções das partes de um organismo no decorrer do seu
crescimento. A “lei alométrica” tem sido aplicada com sucesso nos aspectos relacionados ao
metabolismo, problemas de dose-resposta, diferenças raciais e história evolutiva.
(Ver RELAÇÃO ALOMÉTRICA)
ALOMÔNIO
(Ver FEROMÔNIO)
ALOPARASITA
Um organismo que parasita um hospedeiro que não se lhe relaciona taxonomicamente, em
oposição ao adelfoparasita.
(Ver ADELFOPARASITA)
ALOPATRIA
Caso em que duas espécies, intimamente relacionadas, descendentes de um ancestral comum
(portanto, do mesmo gênero), embora vivendo geograficamente separadas, apresentam convergência de
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
caractéres, isto é, têm características (morfológicas, fisiológicas, ecológicas ou de comportamento)
similares.
O isolamento geográfico (ou uma barreira topográfica ou espacial qualquer) pode resultar numa
especiação alopátrica.
(Ver SIMPATRIA)
ALOQUÍMICO
Um composto secundário produzido por plantas, como parte de seu mecanismo de defesa contra
herbívoros; age como uma toxina ou como um redutor de digestibilidade.
ALOTRÓFICO, LAGO
(Ver AUTOTRÓFICO, LAGO)
ALPINO (ou ALPESTRE) e SUBALPINO
Os organismos que vivem em altitudes elevadas (a 1000 m ou mais de altitude) são geralmente
denominados de alpinos ou alpestres. O termo subalpino, em fitogeografia, refere-se às plantas que vivem
no alto das montanhas; dá-se a essa comunidade vegetal também o nome de orófila (fala-se que orófito é
um vegetal da montanha).
ALQUILBENZENO
(Ver “ABS − ALKYLBENZENE SULPHONATE”)
ALTRUÍSMO e EGOÍSMO (ou MALEVOLÊNCIA)
Alguns autores usam estas expressões (em inglês respectivamente, “altruism” e “selfishness” ou
“spitefulness”) nos estudos sobre interações sociais entre certas espécies (como em insetos sociais). No
altruísmo a espécie recipiente recebe o benefício da espécie doadora. Esta última terá seu “fitness”
reduzido. No egoísmo o “fitness” do doador aumenta.
(Ver JOGO DO FALCÃO-POMBO)
“ALTWASSER”
(Ver MEANDROS)
ALUVIÃO
Deposição de material, nas margens ou várzeas de rios, proveniente do próprio rio.
Os solos de aluvião são geralmente, férteis e produtivos.
Uma vegetação que ocorra em áreas sob influência dos cursos d’água, lagoas e assemelhados,
geralmente arbustiva ou herbácea, é dita vegetação aluvial.
(Ver ELUVIÃO)
AMBIENTALISMO DA EMANCIPAÇÃO
Talvez seja esta expressão a mais adequada para traduzir a expressão norte-americana
“emancipatory environmentalism” ou ecologia do bem-estar humano; é uma aproximação de caráter mais
ambientalista, holística, para o planejamento econômico, professado pelo ecólogo norte-americano Barry
Commoner e pelo economista alemão Ernst Friedrich Schumacher. Estes, enfatizaram a necessidade de se
introduzir processos produtivos que trabalhassem com a Natureza e não contra ela, priorizando o uso de
produtos orgânicos e os recicláveis.
AMBIENTALISTA
(Ver ECOLOGISMO; e ECOFEMINISMO)
AMBIENTE
(Ver MEIO AMBIENTE)
AMEAÇADO DE EXTINÇÃO
Alguns autores aplicam este termo para espécies que, embora não estejam ainda sob risco de
extinção, poderão estar se não forem adotadas medidas urgentes para sua proteção.
(Ver ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO; e “IUCN”)
AMENSALISMO
Tipo de interação ecológica na qual uma das populações é inibida e a outra não é afetada. Ex.:
uma população pode produzir toxina que inibirá outra população, mas a população produtora não é
afetada diretamente pela supressão da população competidora.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA)
AMETABÓLICO (ou AMETÁBOLO)
Diz-se do inseto que se desenvolve sem metamorfose, ou seja, a larva ao eclodir do ovo já tem a
forma do imago ou adulto (ex.: pulga, piolho).
(Ver HOLOMETABÓLICO; e HEMIMETABÓLICO)
AMONIFICAÇÃO
Processo de formação de amônia, que no solo, ocorre a partir da degradação de aminoácidos
realizada por bactérias específicas, como as dos gêneros Pseudomonas, Clostridium e Penicillium. Na
água, o gás de amônia tem alta solubilidade, formando-se íons NH4+ e íons OH- a partir das seguintes
reações: NH4OH ↔ NH4 + OH- ou NH3 + H2O ↔ NH4 + OH-. Quando uma substância que forneça íon
24
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
de hidrogênio é adicionada a uma solução de amônia, há liberação de íon de amônia, pela reação: NH3 +
H+ → NH4+.
(Ver NITRIFICAÇÃO; e DESNITRIFICAÇÃO)
AMPLITUDE ECOLÓGICA
AMPLITUDE ECOLÓGICA = LIMITE DE TOLERÂNCIA = TOLERÂNCIA AMBIENTAL
Amplitude de condições ambientais, nas quais um organismo pode viver e prosperar.
O termo “tolerância” será melhor usado quando se desejar referir-se aos extremos dentro dos
quais um organismo pode sobreviver.
(Ver LEI DA TOLERÂNCIA)
ANABOLISMO
Fase inicial do metabolismo, onde ocorre síntese de substâncias que se constituirão na estrutura
celular de um organismo. É uma fase de assimilação, construtiva.
(Ver CATABOLISMO; e METABOLISMO)
ANÁDROMO
ANÁDROMO = PIRACEMA
Organismo, geralmente peixe, que sobe o rio em direção às cabeceiras, para a desova. Algumas
espécies realizam a piracema todos os anos, de outubro a maio. Denomina-se catádromo o peixe que
desce o rio, em direção ao mar, para a desova. Os termos potamódromo e oceanódromo dizem respeito
aos organismos que só se movimentam (ou migram) nos rios e nos oceanos, respectivamente.
(Ver DEFESO)
ANAERÓBIO
Organismo que respira anerobiamente.
(Ver RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA)
ANÁLISE DE VIABILIDADE DE POPULAÇÃO
A análise de viabilidade de uma população, conhecida originalmente em inglês como “PVA −
Population Viability Analysis”, é uma estimativa das probabilidades de extinção de uma população, a
partir de análises do processo de extinção que incorporam ameaças, identificáveis, à sobrevivência de
uma população.
Utiliza-se nesta análise um modelo de simulação para computador denominado de VORTEX.
Este é uma ferramenta que explora a viabilidade de populações sujeitas a inúmeros fatores que as põem
em risco (perda de habitat, super-captura, competição ou predação por espécies introduzidas, etc.). Neste
programa são simulados: processos de nascimento e morte, de transmissão de genes através de gerações,
em que se procura verificar ao acaso o número de filhotes que cada fêmea gera anualmente e qual dos
dois alelos de um locus gênico é transmitido de cada um dos pais para cada descendente.
Um exemplo de sua aplicação pode ser visto no trabalho de um dos seus pioneiros em usá-lo:
“Lacy, R.C. (1993). VORTEX: a computer simulation model for population viability analysis. Wildlife
Research, 20(1): 45-65”. Este autor afirma que o VORTEX é particularmente recomendado para
investigar espécies animais com baixa fecundidade e longo período de vida, como mamíferos, aves e
répteis.
ANÁLISE DE VULNERABILIDADE DE UMA POPULAÇÃO
Análise geralmente feita sobre populações ou espécies sob risco de extinção, quanto às suas
chances de se extinguirem. Melhor metodologia é aplicada num programa para computação (VORTEX)
e que analisa a viabilidade de populações sujeitas às interações determinísticas e processos ao acaso;
sendo este aspecto tratado no termo ANÁLISE DE VIABILIDADE DE POPULAÇÃO.
(Ver ANÁLISE DE VIABILIDADE DE POPULAÇÃO; e ESPÉCIE EM VIA DE
EXTINÇÃO)
ANÁLISE DO FATOR CHAVE
Estimativa do número de indivíduos de uma espécie presentes numa área em determinado tempo
da “estatística vital da população” em que são computadas as condições anteriormente presentes,
adicionadas principalmente dos processos de nascimento, menos mortes ocorridas, mais imigrantes e
menos emigrantes. Daí se inferem as mudanças ocorridas no tamanho da população.
ANÁLOGOS
(Ver ESTRUTURAS ANÁLOGAS e ESTRUTURAS HOMÓLOGAS)
ANDROCÓRICO (ANDROCORE)
Dispersão pela ação humana.
(Ver “-coria”)
ANELAMENTO
Remoção dos tecidos vegetais do câmbio e floema de uma árvore (ou arbusto), causada muitas
vezes pelo pastejo de caprinos ou por esquilos, coelhos e outros roedores, provocando morte da planta,
uma vez que o fluxo de carboidratos entre as folhas e as raízes é interrompido.
25
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ANEMOCORIA
(Ver “-coria”)
ANEMOFILIA
(Ver “-filia” / “-filo”)
ANILHAMENTO
Tipo de marcação usada para identificar um animal em estudo. Muito útil, por exemplo, para
estudo de aves migratórias, em que se coloca um anel numa das patas, contendo informações (numéricas)
de sua origem.
“ANIMALIA”
(Ver REINO)
ANÓXICO
Sem oxigênio.
ANTAGONISMO
ANTAGONISMO = INTERFERÊNCIA
Termo que reúne as categorias de interação ecológica: “competição, comensalismo, parasitismo
e predação (ou predatismo)” e em que uma das espécies em interação se beneficia.
Aplica-se o termo antagonismo mútuo ou ainda predação recíproca ao caso em que indivíduos
de duas espécies diferentes competem entre si, como as do exemplo clássico descrito, que vivem
preferencialmente em farinha de trigo (os coleópteros Tribolium confusum e T. castaneum; adultos e
larvas destas espécies, predam ovos e pupas, reciprocamente.
Antagonismo, em termos gerais, é oposto a sinergismo.
(Ver COEFICIENTE DE INTERFERÊNCIA; e SINERGISMO)
ANTAGONISMO MÚTUO
Refere-se à ação negativa recíproca, geralmente entre duas espécies, na competição
interespecífica ou na predação mútua.
(Ver ANTAGONISMO; e PREDAÇÃO MÚTUA)
ANTAGONISTAS
(Ver ANTAGONISMO; e RECURSOS ANTAGONISTAS)
ANTIBIOSE
Produção de substância, por determinado indivíduo ou população, danosa a outro indivíduo ou
outra população com a qual compete.
A antibiose diz respeito tanto a organismos superiores quanto a microrganismos; neste último
caso cita-se como exemplo clássico a ação da penicilina, produzida pelo mofo (que ocorre no pão) e
inibidora do desenvolvimento de bactérias (ação bacteriostática). Se a substância impedir
desenvolvimento de fungo, a ação é fungistática.
(Ver ALELOPATIA; e EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
ANTIMICROBIANOS
(Ver EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
ANTRÓPICO
Relativo ao ser humano. Quando por exemplo, nos referimos ao “meio antrópico”, queremos
dizer tudo que diz respeito ao homem, ou seja, os fatores sociais, econômicos e culturais, em interação
com o ambiente em que ele vive.
ANTROPOCÊNTRICO
Considerando o homem como o ser mais importante do Universo, interpretando tudo em função
de sua existência.
(Ver ECOCÊNTRICO)
ANTROPOGÊNICO
Refere-se à antropogenia ou antropogênese, ou seja, que diz respeito à origem e
desenvolvimento da espécie humana. Há circunstâncias em que se usa este termo para indicar algo “de
origem humana ou causado pelo homem” (ver EXTINÇÃO ANTROPOGÊNICA).
(Ver ANTRÓPICO)
ANTRÓPICO
Relativo ao homem, em termos daquilo que lhe pertence e relativo às suas ações e modificações
que ele causa à Natureza.
(Ver EXTINÇÃO ANTROPOGÊNICA)
APA
(Ver ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL)
APARTE
(Ver “CULL”)
26
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APOSEMATISMO
Embora pouco usado, este termo diz respeito a uma reação importante no reino animal, que é o
fato de algumas espécies realçarem cores, às vezes berrantes e brilhantes, que servem de advertência para
possíveis predadores. Alguns destes animais são extremamente venenosos (rãs da amazônia) e outros têm
sabor apenas desagradável.
(Ver CAMUFLAGEM; CRÍPTICO; DEFESA QUÍMICA; MIMETISMO; e MIMETISMO
MÜLLERIANO (ou de MÜLLER))
“APOSTA, CERCANDO UMA ou “APOSTANDO DOS DOIS LADOS”
(Ver “BET HEDGING”)
APTIDÃO
(Ver “FITNESS”)
AQUECIMENTO GLOBAL
(Ver EFEITO ESTUFA)
AQÜICULTURA
Cultivo de organismos aquáticos, de água salgada ou doce (de ostras, ostreicultura; peixes,
piscicultura; camarões, caranguejos e siris, carcinicultura etc). Ao cultivo de organismos marinhos dá-se
o nome de maricultura.
AQÜÍFERA(O)
Denomina-se aqüífera a rocha permeável à água, retendo-a ou permitindo sua passagem para o
lençol freático
ARAUCÁRIA
(Ver FLORESTA ACICULIFOLIADA)
ARBORICIDA
Um agente químico que mata árvore.
(Ver BIOCIDA)
ARCHAEA
(Ver ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL; e DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
ÁREA BASAL
Área seccional transversal de árvores, comumente medida à altura do peito (Ver D.A.P. −
DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO) ou cobertura de uma determinada área ocupada por gramíneas.
Para calcular esta área, mede-se o perímetro da árvore à altura do peito; a área basal da
circunferência assim delimitada é deduzida a partir das fórmulas: r = P / 2.π, onde r é o raio e P o
perímetro medido. Logo, a área basal, delimitada pela circunferência traçada à altura do peito, será: Área
= π.r2.
A área basal é o melhor indicador da densidade de uma vegetação. A visão de uma determinada
área em que se efetuou a medição de área basal seria semelhante à de uma “vista aérea” de um trecho da
mata, como se as árvores (com mais de 10 cm de perímetro) tivessem sido cortadas (a 1,30 m do solo);
conforme esquematizada a seguir uma área de 400 m2 (20 m X 20 m).
Alguns exemplos de valores de área basal da região central da amazônia (LONGMAN & JENÍK, 1987)
são apresentados no quadro seguinte:
ALTURA MÉDIA DA COPA (m)
NÚMERO DE INDIVÍDUOS/ha
ÁRVORES
PALMEIRAS
35,4 - 23,7
50
0
25,9 - 16,7
315
0
14,5 - 8,4
760
15
5,9 - 3,6
2765
155
3 - 1,7
5265
805
Obs.: (segundo LONGMAN & JENÍK, 1987)
27
ÁREA BASAL
(m2/ha)
7,1
14,6
5
2
1
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
1) Para efeito de comparação, uma floresta natural nas montanhas da Europa central tem uma
área basal total de árvores entre 40 e 50 m2/ha.
2) Cálculos de área basal (e de classes de diâmetro de árvores) de diferentes estudos, podem não
ser comparáveis.
ÁREA DE DORMIDA
(Ver AGREGAÇÃO)
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA)
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. Área, constituída por terras
públicas ou privadas, contendo ecossistema que se deseje proteger de interferência humana e que para
isso é disciplinado o uso do solo.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO (ARIE)
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. Área em geral de pequena
extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que
abriga exemplares raros da biota regional. Entre outras atividades não predatórias, é permitido o
exercício do pastejo equilibrado e a colheita limitada de produtos naturais, desde que devidamente
controlados pelos órgãos supervisores e fiscalizadores, sendo no entanto proibidas quaisquer atividades
que possam por em risco a conservação dos ecossistemas, a proteção especial à espécie de biota
localmente rara e a harmonia da paisagem.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA
(Ver ECOTONO)
ÁREAS ESPECIAIS
Denominação dada pelo IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, às
Unidades de Conservação.
(Ver UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO
A definição de regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização
sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do
Meio Ambiente, são regulamentadas no Decreto no 5.092, de 21/05/2004. A avaliação e identificação
dessas áreas e as ações prioritárias far-se-ão considerando-se os seguintes conjuntos de biomas:
I – Amazônia; II – Cerrado e Pantanal; III – Caatinga; IV – Mata Atlântica e Campos Sulinos; e
V – Zona Costeira e Marinha. Detalhes da instituição e aplicações de tal decreto podem ser vistos em
PAZ et al. (2006).
(Ver UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
AREIA
(Ver TEXTURA DO SOLO)
ARENA
(Ver TERRITORIALIDADE)
ARESTA CONTINENTAL
(Ver TALUDE (e TALUDE CONTINENTAL); e APÊNDICE IV − ZONAS DE
PROFUNDIDADE MARINHA)
ARGILA
É uma pequena partícula do solo (tamanho inferior a 2 μm), predominantemente coloidal e
cristalina, formada a partir de produtos solúveis de minerais primários, em cuja composição química
participa em sua maioria oxigênio (70 a 85% do volume) e mais íons de hidroxila, alumínio e sílica; em
alguns tipos de argila ocorrem também íons de ferro, zinco, magnésio e potássio. Sua estrutura constituise de planos com átomos de O sustentados por átomos de Al e Si, formando ligações iônicas, que assim
atuam como atrativos de átomos com cargas positivas e negativas. Citam-se os seguintes tipos (clássicos)
de argila: montmorilonita (nome derivado de cidade francesa, de onde foi pela primeira vez descrita),
tida como pegajosa, com relação camada de alumínio e sílica de 2 : 1, entre cujas camadas a água penetra
facilmente; ilita ou mica hidratada (nome derivado de Illinois, do levantamento de solos daquele lugar
nos E.U.A.) com estrutura similar à da montmorilonita, com relação também de 2 : 1, mas com íons de
potássio que tornam as camadas aderentes de maneira a dificultar a penetração de água; caolinita (nome
derivado do chinês “kao-ling”, que significa montanha elevada, de onde proveio esta fina argila usada na
fabricação da porcelana chinesa), com relação alumínio e sílica de 1 : 1, onde os íons de Al3+ não são
substituídos pelos de Si4+, ou os de Mg2+ não o são pelos de Al3+, daí sua CTC (seus sítios negativos) ser
28
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
baixa, com forte ligação do H ao O, sendo portanto resistente à penetração de água (não incha e por isso
é utilizada na confecção de potes de barro); vermiculita com estrutura similar a da ilita, com camadas
fracamente aderidas entre si por moléculas hidratadas de magnésio, facilmente hidratável, porém menos
do que a montmorilonita, mas com alta CTC, sendo por isso muito usada em plantas envasadas (como
nos estudos de MVA).
(Ver TEXTURA DO SOLO)
ARGILOMINERAIS
(Ver SILICATOS)
ARGISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
ARIDEZ
(Ver ÍNDICE DE ARIDEZ)
ÁRIDO (REGIÃO ou CLIMA)
(Ver DESERTO)
ÁRIDO-ATIVA, PLANTA
Planta que utiliza mecanismos fisiológicos de resistência à seca, tais como aumento na eficiência
de absorção (condução) e de economia (transpiração) de água.
ÁRIDO-PASSIVA, PLANTA
Planta que sobrevive nos períodos de seca graças à produção de estruturas resistentes, como
sementes e componentes morfo-anatômicos especiais.
ÁRIDO-TOLERANTE, PLANTA
Planta que resiste à seca sem danos citoplasmáticos.
ARIE
(Ver ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO)
ARQUEBACTÉRIAS
(Ver DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
ARQUIBÊNTICA (ou ARQUIBENTÔNICA ou ARQUIBENTAL)
(Ver ZONA ARQUIBÊNTICA)
ARREICA
(Ver REGIÃO ARREICA / ENDO... / EXO...)
ARRIBAÇÃO
ARRIBAÇÃO = ARRIBAÇÃ = AVE DE ARRIBAÇÃO = AVOANTE
Fenômeno ou ave, columbiforme, que migra para certos locais do nordeste brasileiro, para a
desova.
ARRIBADA, ALGAS DE
É muito comum nos locais adjacentes a bancos de algas, que algas foliares (Sargassum spp e
outras), fixas sobre rodolitos e sob ação de correntes mais fortes, se desloquem até as praias, produzindo o
fenômeno denominado de arribada.
Diz-se também arribada, quando se refere à migração das tartarugas, durante a baixa-mar, para a
desova.
(Ver ARRIBAÇÃO)
ARROIO
(Ver CÓRREGO)
ÁRVORE EMERGENTE
Numa vegetação, geralmente em ecossistema de floresta, dá-se este nome à arvore cuja copa
destaca-se acima das demais. Numa floresta tropical, como a da amazônia ou da mata atlântica, com
árvores em geral de 30 a 40 m de altura, tal tipo de árvore (algumas chegando aos 50 m), estando mais
exposta à radiação e ventos, certamente transpiram mais do que as outras árvores, podendo tender à
deciduidade.
ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL
Com o uso do seqüenciamento pelo rRNA (ácido ribonucleico ribossômico, o 16S ou o 18S) e a
partir de métodos de seqüenciamento macromoleculares relacionados, pesquisadores da biologia
molecular organizaram os seres vivos partindo de um ancestral comum (a “raiz da árvore”) e daí
ramificando-se em três grandes domínios: “archaea” e “bacteria” (procariotos) e “eukarya” (eucariotos).
As “archaea” são consideradas como os organismos mais primitivos, estando entre estes procariotos os
microrganismos hipertermofílicos, os metanogênicos e os halofílicos extremos. Nos “eukarya” figuram
desde os protozoários, como também os fungos, as plantas e os animais.
ASBESTO
Fibra natural, de amianto (silicato de magnésio, MgSiO4), utilizada na fabricação de diversos
artigos, tais como telhas, isolantes térmicos usados em construção, embreagem e freios de automóveis
29
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
etc. Suas fibras, microscópicas, se inaladas, causam (em alguns anos de contato direto) a asbestose
(doença pulmonar). Contatos curtos podem causar mesotelioma, uma forma fatal de câncer.
ASBESTOSE
(Ver ASBESTO; e SILICOSE)
ASCAREL
Grupo de substâncias orgânicas (bifenilas policloradas), conhecidas também como “PCBs −
Polichlorinated biphenyl”, resultado da mistura de compostos clorados em vários graus, de acordo com a
sua finalidade. Um deles, oleoso, é usado para dissipar calor em capacitores elétricos e transformadores.
É insolúvel em água e resistente à biodegradação, acumulando-se ao longo da cadeia alimentar, sendo
altamente tóxico e podendo causar problemas (por ingestão ou contato) gástricos, danos renais e
hepáticos, defeitos congênitos, bronquite, aborto, lesões na pele e tumores.
ASSEMBLÉIA
Um ajuntamento de organismos sociais objetivando uma atividade em grupo (de insetos, peixes
...).
ASSIMILAÇÃO
ASSIMILAÇÃO = ENERGIA METABOLIZADA
No caso dos autótrofos (produtores primários) a “assimilação” corresponde à produtividade
primária bruta. Nos heterótrofos (consumidores) refere-se à energia metabolizada, ou seja: ingestão de
alimentos - egestão = assimilação; é portanto, a “produção dos consumidores”; ou em outras palavras,
esta assimilação pode ser dada pela relação alimento absorvido : alimento ingerido. Em ecologia usa-se a
expressão eficiência de produção que é a porcentagem da energia assimilada (An) que é incorporada
como nova quantidade de biomassa (Pn), ou: EP = Pn/An X 100. Alguns autores preferem distinguir a
eficiência de produção bruta, como sendo a porcentagem de alimento ingerido por um organismo e que é
usado no seu crescimento e reprodução e a eficiência de produção líquida, que é a porcentagem de
alimento assimilado por um organismo e que é usado com o mesmo propósito; tal eficiência é também
conhecida como coeficiente de eficiência de assimilação.
(Ver TAXA DE ASSIMILAÇÃO LÍQUIDA)
ASSOCIAÇÃO INTERESPECÍFICA
Refere-se às diferentes espécies que vivem muito próximas ou que geralmente ocorrem juntas.
ASSOCIAÇÃO VEGETAL
É um tipo de comunidade vegetal, de composição definida, apresentando uma fisionomia
uniforme e crescendo em condições de habitat uniforme. Caracteriza-se pela presença de um ou mais
dominantes que lhes são peculiares.
Alguns autores acham conveniente atribuir nomes às diversas associações vegetais, de acordo
com os seus dominantes peculiares, como por exemplo, a associação Caesalpinia - Zizyphus - Schinopsis
brasiliensis (espécies vegetais da caatinga, ocorrendo as duas últimas em “baixadas” e a primeira,
próxima a córregos e rios e que muitas vezes são encontradas formando tais associações características).
É comum usar-se o sufixo “-etum” para designar uma associação, combinado ao nome genérico da
espécie dominante. Ex.: “avicennietum”, comunidade de manguezal dominada por planta do gênero
Avicennia.
Ao índice da freqüência de co-ocorrência de duas espécies dá-se o nome de coeficiente de
associação, que é calculado como o número de amostras no qual ambas as espécies ocorrem, dividido
pelo número de amostras no qual poderia se esperar que ocorressem por acaso.
(Ver CONSOCIAÇÃO)
ASSOCIES
Um estádio intermediário e não-estável no desenvolvimento de uma associação; referindo-se
também a um estádio numa sucessão ecológica.
ASSOREAMENTO
Deposição geomórfica, nos sedimentos de rios, lagos etc.
ATERRAMENTO DE SEDIMENTO
(Ver SEDIMENTAÇÃO)
ATERRO SANITÁRIO
Disposição do lixo de uma cidade, numa depressão ampla, em camadas sucessivas, cada uma
recoberta por solo e depois compactada.
O “chorume” resultante da decomposição no aterro sanitário, poderá atingir o lençol freático e
por isso, embora pareça uma solução econômica, poderá ser um problema ecológico.
ATMOSFERA
ATMOSFERA = ATMOSFERA TERRESTRE = HOMOSFERA
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Conjunto de várias camadas externas ao nosso planeta e que atinge os 1.000 km de altitude. Sua
composição química é homogênea, daí também ser conhecida como homosfera. Seus componentes de
destaque são (por volume, em %):
Componente químico
Quantidade (%)
Nitrogênio (N2)
78,08
Oxigênio (O2)
20,84
Argônio (A)
0,93
Dióxido de carbono (CO2)
0,033*
Neônio (Ne)
0,0018
Hélio (He)
0,0005
Criptônio (Kr)
0,0001
Xenônio (Xe)
0,00009
Hidrogênio (H)
0,00005
Monóxido de dinitrogênio (N 2O)
0,00005
Metano (CH4)
0,00002
* Obs.: em 1880 a quantidade estimada era 0,028 % e em 1968 era
0,031 %, tendo ocorrido um aumento de 60 % da era pre-industrial para a
industrial. Em 2004 foram registrados 379 ppm de CO2.
A atmosfera subdivide-se nas seguintes camadas:
Troposfera (0 - 10 km de altitude); mais espessa no equador do que nos polos.
Tropopausa (com 3 km ou mais).
Estratosfera (15 - 30 km).
Estratopausa (30 - 40 km).
Mesosfera (40 - 80 km).
Mesopausa (80 - 90 km).
Segue-se a termosfera ou heterosfera, com composição química variável (com camadas de N2,
O, He e H), chegando a atingir os 10.000 km de altitude.
(Ver OZONOSFERA)
ATOL
Refere-se a um tipo de recife, com tendência circular, formado geralmente em torno de uma
laguna. O Atol das Rocas, a 200 km da costa do Rio Grande do Norte, originou-se provavelmente de
vulcão truncado pela erosão marinha, por aglomeração de algas calcárias.
(Ver ABROLHO)
ATRAZINA
(Ver ORGANOCLORADO)
ATRIBUTOS DA POPULAÇÃO
ATRIBUTOS DA POPULAÇÃO = PROPRIEDADES DO GRUPO POPULACIONAL
Referem-se àquelas características inerentes à população e não ao indivíduo da população, tais
como a natalidade, longevidade, mortalidade, potencial biótico enfim. São como se fossem “padrões”,
devendo-se no entanto considerar-se o “fitness” do indivíduo.
(Ver “FITNESS”)
“AUFWUCHS”
(Ver PERIFITON)
AUDITORIA AMBIENTAL
Avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva da performance de um
empreendimento, do manejo e dos equipamentos em relação ao impacto sobre o ambiente, objetivando
facilitar o manejo e o controle das práticas ambientais e estimar a obediência às exigências
regulamentares.
AULÓFITA
Planta não-parasita que vive dentro de uma cavidade existente em outra planta.
AUSTRALIANA, REGIÃO
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
AUTOCORIA
(Ver “CORIA”)
AUTÓCTONE
AUTÓCTONE = INDÍGENO
Organismo originado em determinado local e que em certo estádio de desenvolvimento da
comunidade ele cresce, multiplica-se, contribuindo assim para o metabolismo da comunidade.
(Ver ALÓCTONE)
31
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
AUTODEPURAÇÃO
Purificação natural de um sistema aquático, mormente efetuado a partir de atividade microbiana
(bactérias, fungos, protozoários, algas), dependendo de diversos fatores ambientais, sendo a oxigenação
um dos mais importantes.
AUTOÉCIO
(Ver o sufixo “-ÉCIO”)
AUTOECOLOGIA
AUTOECOLOGIA = AUTECOLOGIA
Uma das subdivisões da ecologia, que estuda o organismo individual ou indivíduos de
determinada espécie em relação ao ambiente.
(Ver SINECOLOGIA)
AUTOLIMITAÇÃO
Quando a densidade de predadores aumenta, em determinado local, mesmo que o suprimento de
alimento (presas) exista em abundância, chegar-se-á a um ponto em que algum outro tipo de recurso
poderá faltar, como local para nidificação, local seguro de refúgio ou para dormida etc. Embora o modelo
de Lotka-Volterra considere que um grande número de presas seja sempre suficiente para manter sempre
um grande número de predadores, o mais provável é que em certo nível de densidade populacional, um
mecanismo, como por exemplo, o de “interferência mútua”, estabeleça limites ao seu crescimento.
AUTOPARASITA
(Ver HPERPARASITA)
AUTOPELÁGICO
(Ver PELÁGICO)
AUTORRALEAMENTO
(Ver LEI DA POTÊNCIA DOS TRÊS MEIOS)
AUTORREGULAÇÃO (ou AUTO REGULAÇÃO)
AUTORREGULAÇÃO = REGULAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO
Refere-se à tendência de uma população em diminuir de tamanho quando atinge um nível
particularmente mais alto e de aumentar de tamanho quando abaixo desse nível. A autorregulação pode
ocorrer como resultado de um ou mais processos “dependentes da densidade” agindo sobre as taxas de
natalidade (e/ou imigração) e/ou de mortalidade (e/ou emigração).
AUTOTRÓFICO, LAGO
Um lago onde praticamente toda a matéria orgânica nele existente é originária do próprio lago;
em oposição, fala-se em lago alotrófico, que recebe matéria orgânica das áreas circundantes.
(Ver DISTRÓFICO; EUTRÓFICO; e OLIGOTRÓFICO)
AUTÓTROFO
Organismo que obtém energia da luz (fotoautótrofo) ou da oxidação de compostos inorgânicos
ou íons (quimioautótrofo) e adquire carbono parcial ou totalmente do CO2. Algumas algas
fotossintetizadoras requerem um ou mais fatores de crescimento, embora sua fonte principal de carbono
continue sendo CO2 e são denominadas fotoauxótrofos.
(Ver HETERÓTROFO)
AUXOTROFIA
Diz-se da dependência dos organismos a um ou mais nutrientes, como por exemplo a
aminoácidos e vitaminas. Alguns autores especificam que esta dependência não existe no “tipo
selvagem” de, por exemplo, microrganismo (conhecido como protótrofo, ou seja, que se nutre de uma
única fonte de alimento); também se aplica este termo às linhagens de microrganismos que não
conseguem sintetizar um ou mais fatores essenciais ao crescimento.
(Ver AUTÓTROFO)
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)
(Ver IMPACTO AMBIENTAL)
AVE DE ARRIBAÇÃO
(Ver ARRIBAÇÃO)
AVE MIGRATÓRIA
(Ver ARRIBAÇÃO)
AVOANTE
(ver ARRIBAÇÃO)
AXÊNICO
(Ver CULTURA AXÊNICA)
AZODRIN
(Ver ORGANOFOSFORADO)
32
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
B
BACHARACH
(Ver ESCALA DE BACHARACH)
“BACKGROUND”
Termo muito utilizado na língua inglesa para designar diversos efeitos, tais como: 1) Refere-se à
concentração de determinado poluente na ausência da fonte poluidora, que antes ali ocorria. 2) Diz
também respeito ao nível de radiação proveniente de fontes naturais ou de outras fontes além daquelas
que estejam sendo medidas e são usadas como dados de referência contra as quais sejam comparadas
para efeito de informação ao público. 3) Algumas vezes refere-se à concentração de determinada
substância a alguma distância da fonte e portanto, sem sua influência direta.
Em português aplica-se o termo equivalente “ruído de fundo” para designar possíveis
interferências nas medições, por exemplo, de material radioativo. Alguns autores usam o termo “ruído
ambiental” (do inglês “environmental ‘noise’”) referindo-se a “sinais estranhos” que tendem a mascarar
processos bióticos.
(Ver RADIAÇÃO DE FUNDO)
BACTÉRIA (e “BACTERIA”)
(Ver ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL; e DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
BACTERICIDA
Substância que elimina bactérias.
(Ver EFEITOS ANTIMICROBIANOS; e PESTICIDA)
BACTERIOCLOROFILA
Pigmento, quimicamente diferente da clorofila, que ocorre nas cianobactérias, tendo pico de
absorção de luz entre 800 nm e 890 nm, que é a faixa dos raios infravermelhos.
BACTERIOFAGIA
(Ver BACTERÍVORO; e FAGO)
BACTERIOLÍTICO
(Ver EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
BACTERIOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V − PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
BACTERIOSTASE
(Ver ANTIBIOSE)
BACTERIOSTÁTICO(A)
(Ver ANTIBIOSE; e EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
BACTERÍVORO
Organismo (como certos protozoários) que se alimenta de bactérias. Acredito ser esta
denominação mais apropriada para definir o organismo que se alimenta de bactérias do que bacteriófago,
que alguns autores (principalmente os de língua inglesa) aplicam ao fago.
(Ver FAGO; e “-voria”)
BAIXA-MAR
BAIXA-MAR = MARÉ BAIXA
Altura mínima da maré, correspondendo ao limite inferior do estirâncio.
(Ver APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
BAKER
(Ver REGRA DE BAKER)
33
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
BALANÇO DE CALOR
É um balanço do conteúdo energético ou teor de calor de um organismo (“heat budget”, em
inglês), que é geralmente expresso por uma equação que se refere à taxa de troca de calor desse
organismo (com o ambiente) em termos de ganhos e perdas (pela radiação, condução, convecção e
evaporação ou transpiração) somados ao calor interno que é gerado pela metabolização dos alimentos; ou
seja:
Troca do conteúdo de calor = metabolismo – evaporação ± radiação ± condução ±convecção.
Obs.: 1) o símbolo mais ou menos (±) é utilizado porque radiação, condução e convecção pode
acrescentar ou retirar calor do organismo em questão. 2) O balanceamento perfeito entre ganhos e perdas
determina que a troca de calor do organismo seja 0 (zero).
BALANÇO HÍDRICO
Balanço da entrada e saída de água num determinado compartimento ambiental (lago ou bacia
hidrográfica qualquer).
Refere-se este termo também, em ecofisiologia vegetal, ao balanço ou valores de economia de
água de uma planta, ou seja, sua capacidade de absorção de água, suas perdas pela transpiração; enfim
seus mecanismos de manutenção deste imprescindível componente da matéria viva.
BALANÇO NUTRICIONAL
Ganho e perda de nutrientes por comunidades. Estando as comunidades em equilíbrio dinâmico,
“a entrada (ou ganho) de nutrientes = a saída (ou perda)”. Quando a entrada é superior à saída há um
acúmulo de nutrientes, muitas vezes em forma de necromassa. As comunidades em sucessão ecológica
têm tipicamente a representação: entrada - saída = armazenamento. A figura seguinte (extraída de
BEGON et al., 1990) ilustra alguns componentes representativos do balanço nutricional de um
ecossistema terrestre e um aquático. Observar na figura que:
a) FBN = fixação biológica do nitrogênio (N2 atmosférico).
b) Os dois ecossistemas estão ligados pelo fluxo de água, que é uma importante “saída” de
nutrientes do ecossistema terrestre e uma importante “entrada” no ecossistema aquático.
emissão e absorção de
gases
precipitações úmida e seca
FBN
precipitações úmida e seca
fluxo de água
desnitrificação
FBN e desnitrificação
fluxo de água
p/ rios e
estuários
dissolução e
emissão de gases
perda por
aerossóis
água p/ o
lençol
freático
intemperização de
rocha e solo
fluxo de água do
lençol freático
perda p/ e
liberação
do
sedimento
BANCO DE GERMOPLASMA
Determinada área de um ecossistema preservada para fins de estoque de espécies vegetais e
animais.
Diz-se também de locais onde são preservadas sementes, ou sêmen, para fins futuros, de
multiplicação. Estes propágulos são colocados em recipientes herméticos e em baixa temperatura,
podendo ser armazenados por dezenas de anos. O CENARGEN – Centro Nacional de Recursos
Genéticos, da EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Brasília, vem realizando
trabalhos nesse sentido.
BANDO, ANDAR EM
(Ver “FLOCKING”)
34
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
BANHADO
Denominação comum no sul do
Brasil, das extensões de terra inundadas por
rios, semelhante às várzeas e propícias à
agricultura. Na foto ao lado vê-se o ratão-dobanhado (Myocastor coypus), um roedor
miocastorídeo, num trecho desse ecossistema
(foto do site www.wikipedia.org). Na
Natureza, o banhado garante a existência de
ecossistemas vizinhos, como as lagoas,
fornecendo-lhes água durante a seca e
retendo-a durante a cheia (ação de
tamponamento).
(Ver CAMPOS SULINOS; e PRADARIAS)
BARLAVENTO e SOTAVENTO
Em relação a um obstáculo, uma montanha por exemplo, barlavento é o lado de onde vem o
vento e sotavento é o lado da montanha protegido do vento.
(Ver SOMBRAS DE CHUVA)
“baro-”
Prefixo de origem grega significando “peso; gravidade” e que é usado no sentido de “pressão
atmosférica” como prefixo de muitos termos, como por exemplo: barômetro (aparelho que mede a
pressão atmosférica); e muitos outros termos, em que a um organismo ou a uma ação ou situação se
atribui a propriedade relacionada à pressão em geral ou atmosférica: barosensível (que não tolera pressão
hidrostática elevada; barocórico (cujo propágulo se dispersa graças a seu peso); barotropismo (orientação
em resposta a estímulo de pressão) e muitos outros.
BARÓFILO
Termo geralmente utilizado para indicar microrganismo que prefere viver sob alta pressão. É
conhecida uma espécie de bactéria, do gênero Spirillum, que cresce bem mais rápido sob pressão entre
300 e 600 atm, do que sob 1 atm. Observe que a unidade “atm” deve ser substituída por Pa (Pascal) (1
atm = 101.325 Pa = 0,1013MPa) (ver APÊNDICE II − SI − SISTEMA INTERNACIONAL DE
UNIDADES).
BARREIRA AMBIENTAL
(Ver BARREIRA ECOLÓGICA; e SIMPATRIA)
BARREIRA DE CHUVA
BARREIRA DE CHUVA = SOMBRA DE CHUVA
Interrupção de precipitação pluvial (ou de precipitação atmosférica) no lado de sotavento de
uma cadeia montanhosa ou serras. No estado da Paraíba, por exemplo, é sabido que a serra da Borborema
(em Campina Grande) constitui-se em barreira para a chuva que poderia cair nas microrregiões dos
carirís, deste Estado. Esta serra alonga-se paralelamente às microrregiões do brejo e litoral paraibanos.
BARREIRA ECOLÓGICA (ou BARREIRA AMBIENTAL)
Obstáculo, limite ou um impedimento qualquer (de origem natural ou antrópica) que impeça a
dispersão de população ou populações de organismos, isolando-os e assim, dificultando ou impedindo
suas interações com outros organismos.
(Ver SIMPATRIA)
BARREIRAS (SÉRIE ou FORMAÇÃO)
São assim chamados os terrenos da série Barreiras, formações terciárias, ocorrendo do Amapá
ao Rio de Janeiro, sendo bastante típica a falésia da ponta do Cabo Branco, no ponto mais oriental do
Brasil, em João Pessoa (PB). As barreiras são geralmente arenitos friáveis; há algumas que são argilosas.
BASES TROCÁVEIS
(Ver CÁTIONS TROCÁVEIS; e SATURAÇÃO DE BASES)
“basi-”
(Ver “alcali-”)
“BASKING RANGE”
(Ver FAIXA DE AQUECIMENTO AO SOL)
BASÓFILO (ou BASIFÍLICO)
(Ver “alcali-”)
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“bati-”
Prefixo de origem grega que significa “profundo”. Utilizado em diversos termos, referindo-se à
zona ou local de profundidade aquática, como em batimetria (medição do relevo no fundo de oceanos...
usando-se batímetro); batiplâncton (plâncton da região batipelágica ou seja, de grande profundidade
oceânica) etc.
(Ver APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
BATIPELÁGICO(A)
(Ver ZONA BATIPELÁGICA)
BATRACOTOXINAS
(Ver DEFESA QUÍMICA)
“BCF − BIOCONCENTRATION FACTOR”
(Ver FATOR DE BIOCONCENTRAÇÃO)
“benti-” (ou “bento-”)
Prefixo de origem grega significando “fundura; profundidade”. É usado em referência ao leito ou
sedimento de fundo de rio, lago e oceano. São muitos os termos em que se usa tal prefixo, como por
exemplo: bentófita (planta que vive no leito de um corpo de água ou rio); bentopleustófita (planta que
vive livremente no leito de um lago e que pode ser carregada pelas correntes de água); bentopotâmico
(que vive em leito de rio ou córrego); e muitos outros.
(Ver BENTOS)
BENTOPELÁGICO(A)
(Ver ZONA BENTOPELÁGICA; APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
BENTOS
Organismos aderidos ou em repouso sobre o fundo de habitats aquáticos ou vivendo nos
sedimentos de fundo.
(Ver “benti-”; NÉCTON; NEUSTON; PLÂNCTON; e PLEUSTON)
BERGER-PARKER
(Ver ÍNDICE DE BERGER-PARKER)
BERGMAN
(Ver REGRAS ECOGEOGRÁFICAS)
“BET HEDGING”
Em inglês significa literalmente “cercando uma aposta; ou apostando dos dois lados”. Refere-se,
no ciclo vital de um organismo, à redução do risco de mortalidade ou falha reprodutiva, pela adoção de
uma estratégia ou de estratégias simultâneas, ou diluindo tais riscos no tempo e no espaço. A reprodução
contínua, perene, ao invés de anual, seria um exemplo.
“BHC − BENZENE HEXACHLORIDE” (ou HEXACLORETO DE BENZENO)
(Ver ORGANOCLORADO)
BHOPAL, TRAGÉDIA DE
Cidade da Índia onde, em 1984, ocorreu o que talvez tenha sido o pior acidente industrial do
mundo. Cerca de 45 Mg (megagrama = tonelada) do gás isocianato de metila, altamente tóxico, usado na
fabricação de carbamato (pesticida) vazaram e pelo menos 2.500 pessoas morreram. Cerca de 20.000
pessoas sofreram de cegueira, infecções renais e hepáticas, esterilidade, tuberculose e outros problemas
sérios. A indústria de pesticidas responsável era americana, a Union Carbide.
BICADA, ORDEM DE (ou DOMINÂNCIA DE)
Do inglês “peck order” é a hierarquia de dominância existente principalmente entre as aves,
sendo um comportamento de ordem social (agressivo ou não) em que um indivíduo domina outro de
posição hierárquica inferior e assim por diante. Há geralmente um domínio físico, ou seja, uma ave de
maior posição dominante bica a que lhe está imediatamente abaixo e esta, por sua vez, bica outra ave que
vem abaixo nessa dita ordem (ou “rank”).
BIFENILAS POLICLORADAS (ou “PCBs” ou ASCAREL)
(Ver ASCAREL)
BÍFERO
Que floresce e frutifica duas vezes ao ano. Alguns autores também usam este termo para
significar “que produz duas safras por estação”.
BIOACUMULAÇÃO
(Ver BIOMAGNIFICAÇÃO)
BIOAGRONOMIA
Parte das ciências biológicas onde se estuda a aplicação de princípios biológicos e ecológicos,
visando a melhoria da produção das plantas de interesse econômico.
(Ver AGROECOLOGIA)
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
BIOCENOLOGIA (ou CENOBIOLOGIA)
Estudo qualitativo e quantitativo de biocenoses (ou comunidades).
BIOCENOSE
BIOCENOSE = COMUNIDADE
Termo usado por autores russos e europeus em geral, equivalente à comunidade. Refere-se ao
conjunto da fitocenose, zoocenose e ecotopo.
(Ver COMUNIDADE)
BIOCICLO
(Ver BIOSFERA)
BIOCIDA
Um agente químico tóxico ou letal para um organismo.
(Ver ECOCIDA)
BIOCLÁSTICO, GRANULADO
Constituído por fragmentos de material orgânico. Granulados bioclásticos marinhos, no Brasil,
são formados principalmente por algas calcárias. Os granulados bioclásticos marinhos são aqueles de
composição carbonática, constituídos por algas calcárias ou por fragmentos de conchas (coquinas e areias
carbonáticas).
BIOCLIMATOLOGIA
Estudo do clima, relacionado à flora e à fauna; geralmente dos seus efeitos sobre a biota.
“BIOCONCENTRATION FACTOR − BCF”
(Ver FATOR DE BIOCONCENTRAÇÃO)
BIOCONVERSÃO
Conversão de um substrato para um produto ou produtos, por ação enzimática ou celular.
Resume-se na conversão de substrato para biomassa celular.
BIÓCORO (ou BIOCÓRIO ou BIOCORE)
(Ver “-coria”)
BIODEGRADAÇÃO
Degradação de compostos orgânicos ou inorgânicos, determinada geralmente pela ação de
microrganismos.
Os compostos que sofrem mineralização microbiana são denominados de biodegradáveis e os
resistentes a esse fenômeno são chamados de recalcitrantes; e os não-biodegradáveis são os que não se
decompõem por processos naturais.
BIODEGRADÁVEL
(Ver BIODEGRADAÇÃO)
BIODETERIORAÇÃO
Deterioração ou estrago de um material, resultante de ação biológica, geralmente de atividade
microbiana.
(Ver DECOMPOSIÇÃO)
BIODIESEL
O biodiesel é um combustível alternativo ao diesel (este último obtido do petróleo), a ser usado
em veículos com motores do tipo diesel. É considerado como recurso natural renovável e biodegradável,
uma vez que é obtido de reação química de óleos (vegetais) ou gorduras (de animais) com um álcool e na
presença de um catalisador; sendo esta reação denominada de “transesterificação”. Os óleos de girassol,
soja e mamona vêm sendo apontados como as principais fontes de biodiesel.
Conforme revelado em New Scientist (13/07/06), pesquisadores da Universidade de Minnesota
(E.U.A.) observaram que o etanol reduziria em 12% a emissão de gases do efeito estufa, em comparação
com o petróleo; enquanto o biodiesel reduziria as emissões em até 41% em relação ao diesel comum. Mas
eles estimam que nos E.U.A. o biodiesel obtido de todo o milho e soja que lá são produzidos, cobriria
menos de 5% da demanda atual por combustível naquele país.
(Ver ZONEAMENTO)
BIODIGESTOR
Equipamento, geralmente de construção e manutenção simples, em que se criam condições para
que matéria orgânica em decomposição produza gases.
BIODIVERSIDADE
BIODIVERSIDADE = DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Variação do número de espécies em determinado ecossistema. Este é um importante
componente funcional dos ecossistemas. Alguns autores falam de três tipos de diversidade: alfa ou local
(variedade de números de espécies em área pequena, com habitat uniforme), gama ou regional (a
variedade observada em todos os habitats numa região) e beta (a diferença entre um habitat e o próximo).
37
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Alguns autores admitem que ocorre na biosfera um aumento significativo na biodiversidade em
função da variação climática, ou seja, a riqueza em espécies vai aumentando dos polos para os trópicos.
Tal “força extrínseca”, geraria um efeito cascata, ou seja, ocorreria um gradiente de riqueza em que a
biodiversidade dos herbívoros aumentaria e sobre eles aumentaria a pressão dos predadores, que por sua
vez teria sua biodiversidade aumentada e assim por diante, na cadeia alimentar.
Seria difícil este efeito cascata ser explicado no caso dos desertos tropicais e nas regiões de
altitude elevada (ambos com baixa biodiversidade).
(Ver “eMergia” SOLAR; HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO (DE CONNELL); e
POLÍTICA NACIONAL DA BIODIVERSIDADE)
BIOENERGÉTICA
(Ver ECOLOGIA ENERGÉTICA)
BIOESPELEOLOGIA (ou BIOESPEOLOGIA)
Estudo da vida nas grutas e cavernas.
BIÓFAGO
Organismo que se alimenta de outro organismo vivo.
Alguns autores utilizam este termo como sinônimo de fagótrofo ou macroconsumidor.
BIOGÁS
Resultante da digestão anaeróbia da matéria orgânica, como por exemplo, da água residuária
doméstica e de diversos resíduos de origem orgânica. Da sua composição típica participam o metano
(62%) e gás carbônico (38%). Pode ser utilizado para gerar calor (para cozinhar, aquecimento ...). Em
“Trigueiro,A. (2005) O mundo sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação.
São Paulo, Editora Globo, 302p.” é informado que o aterro Bandeirantes, em São Paulo, tem sobre ele a
maior usina de energia do mundo sobre aterro de lixo e é capaz de produzir 22 MW, energia suficiente
para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes.
BIOGEOCENOSE
(Ver ECOSSISTEMA)
BIOGEOCICLAGEM
BIOGEOCICLAGEM = GEOBIOCICLAGEM
Fenômeno comum nos sistemas ecológicos em que os elementos químicos, incluindo os
nutrientes, tendem a circular na biosfera, por caminhos característicos, passando dos organismos para o
ambiente e daí de volta para os organismos.
(Ver CICLO DE NUTRIENTES; NUTRIENTES; e TEORIA DA CICLAGEM MINERAL
DIRETA)
BIOGEOGRAFIA
Disciplina da geografia que trata da distribuição dos organismos. No caso das plantas, fala-se
em Fitogeografia e dos animais, Zoogeografia. Há também a Paleobiogeografia, que estuda a distribuição
geográfica da flora e fauna fósseis; a Neobiogeografia, que seria a Fito e a Zoogeografia modernas
(estuda a flora e a fauna atuais).
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
BIOGEOGRAFIA DE ILHAS
(Ver TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DE ILHAS)
BIOINDICADOR
(Ver INDICADOR ECOLÓGICO)
BIOLIXIVIAÇÃO
Lixiviação determinada pela ação, geralmente de microrganismos, sobre metais ou ligas
metálicas. O Thiobacillus,por exemplo, age sobre o sulfeto de cobre (CuS), oxidando-o na presença de
íon férrico (Fe+++), formando sulfato de ferro e liberando o cobre para o ambiente.
(Ver LIXIVIAÇÃO)
BIOLOGIA AMBIENTAL
(Ver ECOLOGIA)
BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Refere-se ao estudo das mudanças biológicas (anatômicas, morfológicas, fisiológicas etc.) que
ocorrem num organismo vivo durante o seu ciclo vital. Os organismos multicelulares exibem muitas
similaridades ao longo de suas gerações, passando por uma série de processos comuns a todos, em geral,
quais sejam: gametogêneses, fertilização, embriogêneses, diferenciação celular, diferenciação de tecidos,
organogêneses, maturação, crescimento, reprodução, senescência e morte.
BIOMA
BIOMA = ZONA MAIOR DE VIDA
É a maior unidade de comunidade terrestre com flora, fauna e clima próprios. É um termo
geralmente aplicado aos grandes ecossistemas terrestres (ver BIOMA OCEÂNICO).
38
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Alguns biomas brasileiros: floresta amazônica, caatinga, cerrado, mata atlântica e pantanal.
Fala-se ainda em biomas costeiros (ecossistemas de manguezais, dunas e restingas) e dos campos sulinos.
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH); e FORMAÇÃO VEGETAL)
(Ver outras denominações de BIOMA que seguem)
BIOMA DA COSTA ARENOSA
Bioma costeiro caracterizado por sedimentos com grânulos grosseiros, com “infauna”
relativamente pobre.
BIOMA DA COSTA LAMACENTA
Bioma da costa ou litoral caracterizado por sedimentos finos móveis, com “infauna” (biota
animal no interior de um sedimento) típica, relativamente rica.
BIOMA DA COSTA ROCHOSA
Bioma costeiro caracterizado por substratos sólidos estáveis, apresentando zonação típica de
organismos neles fixados.
BIOMA OCEÂNICO
Denomina-se assim o bioma em “oceano aberto” (“mar aberto”), distante das influências do
litoral ou costa; alguns o dividem nos sub-biomas “planctônico, nectônico e bentônico”.
BIOMAGNIFICAÇÃO
BIOMAGNIFICAÇÃO = MAGNIFICAÇÃO BIOLÓGICA = BIOACUMULAÇÃO
Fenômeno que ocorre com muitos poluentes lipofílicos e persistentes no ecossistema, em que
são absorvidos inicialmente por microrganismos procariotos e eucariotos e daí são transferidos para os
organismos do nível trófico seguinte e assim sucessivamente, sem sofrerem degradação nem excreção
significantes, o que os levam a uma concentração cada vez maior nos últimos elos da cadeia alimentar.
Tal concentração do poluente, no topo da cadeia alimentar (como por exemplo nas aves de rapina, nos
carnívoros em geral e grandes peixes predadores), pode alcançar níveis mais altos do que no ambiente,
por um fator de 104 a 106.
O quadro seguinte mostra as diversas concentrações de metilmercúrio em organismos de um
ecossistema de brejo à beira-mar (GOUDIE, 1990):
ORGANISMO
Sedimentos
Spartina
Equinodermas
Anelídeos
Bivalvos
Gastrópodes
Crustáceos
Musculatura de peixe
Fígado de peixe
Musculatura de mamífero
Musculatura de ave
Fígado de mamífero
Fígado de ave
PARTES POR MILHÃO (ppm)
< 0,001
< 0,001 - 0,002
0,01
0,13
0,15 - 0,26
0,25
0,28
1,04
1,57
2,2
3,0
4,3
8,2
BIOMASSA
BIOMASSA = PRODUTO EM PÉ (“STANDING CROP”)
Em ecologia, biomassa refere-se à quantidade de matéria orgânica viva presente num
determinado tempo e por unidade de área (da superfície terrestre) ou de volume (de água). A biomassa é
geralmente expressa em termos de matéria seca (g.m-2 ou kg.m-2 ou ainda em Mg.ha-1, no caso de
ecossistemas terrestres) (Mg = 1.000.000g = 1 tonelada).
O termo biomassa, que significa literalmente massa de matéria viva, também é aplicado para
designar quantidades de microrganismos produzidos comercialmente para uso como alimento para o ser
humano e como ração para animais.
A figura que segue ilustra as diferentes proporções de biomassa animal e microbiana num
39
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
hectare de um ecossistema de região temperada. Segundo os autores (PIMENTEL & PIMENTEL, 1979),
nesse ecossistema uma produção anual de fitomassa de 2.400 kg (peso seco) seria capaz de manter uma
zoomassa (animal) e uma microbiomassa (de microrganismos) de 200 kg (peso seco) / ano, assim
distribuídas (em porcentagem):
aves: 0,5
mamíferos: 1,5
outros animais:10
artrópodos: 20
oligoquetas:25
microbiota: 43
BIOMONITORAÇÃO (ou BIOMONITORIZAÇÃO ou BIOMONITORAMENTO)
O uso de organismos vivos como indicadores de condições ambientais, no caso de avaliação de
mudanças ou impacto de efluentes industriais, resíduos em geral e outros poluentes ou agentes de
degradação ambiental.
(Ver MONITORAMENTO)
BIONOMIA
(Ver ECOLOGIA)
BIORREMEDIAÇÃO
Este termo foi introduzido para caracterizar a limpeza de ambientes (solo e água) poluídos, a
partir do uso de microrganismos decompositores (ou degradadores).
A biotecnologia, através da engenharia genética, utiliza o potencial genético de microrganismos,
“criando novos” microrganismos (ou novas cepas ou linhagens) capazes de degradar certos compostos
específicos (recalcitrantes, xenobióticos), tais como o petróleo e derivados (óleo diesel, solventes ...).
Biorremediação é também um termo aplicado para indicar a recuperação ou regeneração de
solos degradados, usando-se plantas em simbiose com bactérias da FBN e fungos endomicorrízicos.
(Ver RECOMPOSIÇÃO)
BIOSFERA
BIOSFERA = ECOSFERA
Espaço do globo terrestre ocupado pelos seres vivos. Portanto, refere-se à toda superfície
terrestre (litosfera), às águas e sedimentos de ambientes aquáticos (hidrosfera) e à porção da atmosfera
habitada pelos organismos que voam (pássaros) ou que flutuam (bactérias).
Considera-se, em geral, que há vida desde cerca de 60 m abaixo do nível do mar até cerca de
60.000 m acima deste nível.
Alguns autores subdividem a biosfera em biociclos, quais sejam: epinociclo (o biociclo das
terras firmes, ou seja, os ecotopos continentais e insulares), limnociclo (o biociclo das águas doces ou
ecotopos dulciaquícolas) e o talassociclo (os biociclos ou ecotopos marinhos).
BIOSSÉSTON
(Ver SÉSTON)
BIOSSISTEMA
(Ver NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA MATÉRIA VIVA)
BIOTA
Todos os componentes vivos de um local ou sistema ecológico (ecossistema). Fala-se assim em
microbiota, ou microflora e microfauna (organismos com dimensões microscópicas); mesobiota,
geralmente referindo-se a organismos do solo (com menos de 50 mm ou 40 mm, até um tamanho visto
com uma pequena lupa de mão); e macrobiota (organismos com dimensões superiores a 40 mm ou 50
mm).
BIOTECNOLOGIA (e BIOTECNOLOGIA DO SOLO)
Uso de métodos e técnicas, fundamentadas nos conhecimentos da biologia molecular,
microbiologia, bioquímica e fisiologia, utilizando organismos ou qualquer de suas partes para obter ou
40
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
melhorar produtos, plantas e animais e/ou para desenvolver novos organismos (microrganismos, plantas,
animais) com ampla aplicação (indústria, agricultura, serviços) em benefício do ser humano.
Na “biotecnologia de solo” pretende-se com o estudo e a manipulação de microrganismos e seus
processos metabólicos, otimizar a produtividade agrícola e a qualidade do meio ambiente.
BIÓTICO
Que tem vida. Diz-se dos componentes vivos de um eco ou agrossistema (plantas, animais,
microrganismos). Componentes ou fatores bióticos de um eco ou agrossistema: todos os seres vivos
desses sistemas ecológicos.
(Ver ABIÓTICO; e BIOTA)
BIOTOPO
BIOTOPO (ou BIÓTOPO) = ECOTOPO (ou ECÓTOPO)
(Ver HABITAT)
BIOTRÓFICO
(Ver PARASITA BIOTRÓFICO)
BISSIALITIZAÇÃO
(Ver SILICATOS)
“BLOOM”
Denominação em inglês que poderia ser traduzida como “explosão” na densidade de
populações, atribuída geralmente aos animais ciliados e algas (presumivelmente em mutualismo),
ocorrendo em condições aquáticas favoráveis (correntes e nutrientes); registros de alta produtividade têm
sido feitos tanto em “bloom” de primavera como em de outono, em lagos temperados. Alguns autores
usam o termo, em inglês, “HAB – Harmful Algal Bloom” referindo-se a uma “explosão algal nociva”.
(Ver MARÉ VERMELHA)
BOLOR
BOLOR = MOFO
Aos fungos filamentosos, cujas hifas se entrelaçam formando micélio, formando ramificações
com conídios (esporos assexuados) nas extremidades, denominam-se bolor ou mofo. Os bolores do grupo
dos zigomicetos (gêneros Mucor e Rhizopus) são comuns sobre o pão “estragado”. Há outros gêneros que
se desenvolvem sobre o queijo e frutas muito maduras. Muitos deles têm por habitat o solo e material
vegetal em decomposição.
BORBOLETA
(Ver EFEITO BORBOLETA)
BOTULISMO
Toxina, considerada supertóxica (DL50 de 0,00001mg/kg de peso corpóreo), produzida pela
bactéria Clostridium botulinum que se desenvolve principalmente nas carnes em conserva.
“braqui-”
Prefixo de origem grega designando “curto; reduzido” e que ocorre em muitos termos, como
braquignatos (crustáceos decápodes ou caranguejos); braquicarpo (que tem fruto curto); braquicéfalo (que
tem o crânio um pouco alongado e ovóide); e muitos outros termos.
BREJO
BREJO = PALUDE = PALUSTRE = PÂNTANO = PAUL
Em termos gerais, o brejo é um local quase ou permanentemente alagado (Ver PÂNTANO).
No estado da Paraíba a zona do brejo é uma zona incrustada entre a borborema oriental e a
borborema central, com cerca de 1.105 km2. Esta zona beneficia-se das massas de ar úmidas provenientes
do atlântico. A mata do brejo ou mata latifoliada de altitude, ainda pode ser encontrada em vários locais a
500 ou 600 m de altitude, onde a precipitação pluvial, média anual, atinge os 1.400 mm. Na zona do
brejo estão os municípios de Areia, Bananeiras, Alagoa Nova, Borborema e outros.
BRILLOUIN
(Ver ÍNDICE DE BRILLOUIN)
BUMERANGUE ECOLÓGICO
(Ver EFEITO BUMERANGUE)
“BUTTERFLY EFFECT”
(Ver EFEITO BORBOLETA)
41
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
42
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
C
C3 (PLANTA C3)
Planta que, no processo de fotossíntese, forma como primeiro produto da fixação do CO2, o
ácido fosfoglicérico (PGA), que tem 3 átomos de C na sua molécula. A maioria das plantas é C3.
C4 (PLANTA C4)
Planta que, no processo fotossíntético, forma como primeiro produto da fixação do CO2, o ácido
málico ou aspártico, que tem quatro átomos de C na sua molécula. Gramíneas tropicais, como a cana-deaçúcar e o milho, são plantas C4. São consideradas como plantas de alta produtividade. Muitas “plantas
invasoras” ou “ervas daninhas” são também C4.
(Ver HATCH-SLACK, CICLO DE)
CAATINGA
Ecossistema típico da região nordeste do Brasil, com uma representação significativa de cerca
de 40.000 km2 dos 56.584,6 km2 no estado da Paraíba. Caracteriza-se pela adaptação das plantas ao clima
semi-árido (Bsh e Aw’, da classificação de Köppen), com espécies caducifólias, espinhosas, algumas
suculentas (cactáceas) e áfilas (sem folhas). Ver fotos que seguem (na foto à esquerda, com xique-xique
no primeiro plano, uma caatinga ainda no período não totalmente seco; e na direita durante plena seca):
Obs.: fotos obtidas do site: www.biosferadacaatinga.org.br.
Tipos de caatinga da Paraíba:
1) Carirís e curimataú: ocorrem após o agreste, no sentido leste-oeste; são em geral tipos
semelhantes, arbustivo-arbóreos, onde se destacam: mandacarú, Cereus jamacaru; xique-xique,
Pilosocereus gounellei; macambira, Bromelia laciniosa; catingueira, Caesalpinia pyramidalis; jurema,
Mimosa sp; e caroá, Neoglaziovia variegata. 2) Seridó: situada na região centro-norte da Paraíba, é uma
caatinga pobre em elementos vegetais, destacando-se o estrato herbáceo formado pelo capim panasco,
Aristida sp, aparecendo por vezes o xique-xique, a catingueira e a jurema.
3. Sertão: ocupa a região oeste do Estado, sendo de clima menos árido do que as anteriores, é
menos densa, arbustiva, destacando-se: faveleira, Cnidoscolus phyllacanthus; pereiro, Aspidosperma
pyrifolium; jurema preta, Mimosa hostilis; angico monjolo, Piptadenia zehntueri. Nas margens dos rios
ocorrem a oiticica, Licania rigida; carnaúba, Copernica cerifera.
CAATINGA AMAZÔNICA
(Ver CAMPINARANA)
43
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CAÇA PREDATÓRIA
Conseqüência maléfica à fauna silvestre, causada principalmente pelo exercício da caça
profissional e comércio de produtos e subprodutos desta atividade, que é proibida desde 1967 pela Lei nº
5.197, de 03/01/1967. A caça de subsistência e mais ainda a esportiva, são em geral predatórias,
principalmente quando realizadas sem nenhum critério ou controle e nos períodos críticos de redução da
produção agropecuária como por exemplo, como conseqüência de seca. A predação muitas vezes ocorre
com a “justificativa do homem do campo de eliminar pragas” (ou animais invasores) como morcegos,
gambás e roedores, que danificam seus cultivos e criações. A caça predatória destes animais causa
desequilíbrios ecológicos devido às funções benéficas que estes animais também realizam no
ecossistema.
(Ver PRAGA)
CADEIA ALIMENTAR
Série de organismos de um ecossistema, através dos quais a energia alimentar proveniente dos
produtores, que são as plantas clorofiladas, é transferida de um organismo para outro, numa seqüência de
organismos que ingerem e que são ingeridos.
A cadeia alimentar é, em geral, constituída pelos seguintes níveis tróficos: produtores primários;
consumidores de primeira ordem ou herbívoros, que devoram os produtores primários; em seguida vêm
os consumidores de segunda ordem ou carnívoros de primeira ordem, que se alimentam dos herbívoros;
seguem-se os consumidores de terceira ordem ou carnívoros de segunda ordem, que devoram os
consumidores de segunda ordem; e assim por diante.
Alguns autores dividem a cadeia alimentar em dois tipos principais:
a) Cadeia alimentar de pastejo (na qual se fundamenta o ecossistema marinho).
b) Cadeia alimentar de detritos (na qual se fundamenta o ecossistema terrestre). Um exemplo de
uma cadeia alimentar simples seria:
Capim ⇒ gafanhoto ⇒ sapo ⇒ cobra ⇒ carcará.
(Ver FLUXO DE ENERGIA; e TEIA ALIMENTAR)
CADUCIFOLIA
CADUCIFOLIA = DECÍDUA
Fenômeno que ocorre periodicamente em muitas plantas (geralmente adaptadas a ambiente com
escassez d’água), em que suas folhas caem. Em ambientes muito frios, onde geralmente neva, também
ocorre caducifolia.
Muitas plantas da caatinga, como a faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) e a jurema (Mimosa
sp) são caducifólias.
Considera-se uma comunidade vegetal como caducifólia ou decídua, quando 90% de seus
componentes (geralmente árvores) perdem as folhas. Uma vegetação, geralmente mata de regiões com
uma estação seca e com uma estação fria, que no seu coonjunto (e não suas árvores individualmente)
perde entre 20 e 50% de sua folhagem, no período desfavorável, diz-se chamar-se de semicaducifólia ou
semidecídua.
CALCÁRIO
Designação generalizada atribuída a compostos que contêm cálcio. Quimicamente a base é CaO,
podendo ser utilizado na agricultura, como corretivo de solo, muitas variedades neutralizadoras de pH
ácido, como os óxidos, hidróxidos e carbonatos de cálcio ou de cálcio e magnésio. São ricos em cálcio
também casca de ovos, conchas de ostras, ossos animais e carapaças de alguns animais.
“calci-”
Prefixo de origem latina, usado para indicar relação com cálcio, ou ainda com calcário e pedra
calcária e similares. O organismo que tem afinidade com o cálcio diz-se ser calcífilo (ou calcifílico) e o
oposto, calcífobo (ou calcífugo, que é incapaz de tolerar o cálcio). São muitos os termos usados com este
prefixo.
(Ver “alcali-”)
CALHAU
(Ver TEXTURA DO SOLO)
CALVIN-BENSON
(Ver CICLO DE CALVIN-BENSON)
CAMADA DE OZÔNIO
(Ver OZONOSFERA)
CAMBISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
CAMPANHA GAÚCHA
(Ver ESTEPE)
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CAMPINARANA
CAMPINARANA = CAATINGA AMAZÔNICA
Campinarana ou “falsa campina”, é uma mata relativamente baixa, com predominância de
árvores com troncos finos; sobre podzol hidromórfico ou regossolo de areia branca, ocorrendo
expressivamente no alto rio Negro. O humus acumulado no solo arenoso torna-o muito ácido. Quando há
excesso de chuva e em locais de solo raso, a água em excesso prejudica as plantas; e quando há sêca e em
locais com solo profundo, o solo arenoso não propicia a ascensão da água por capilaridade. E assim, a
vegetação tende a ser xerofítica mas a folhagem persiste. A temperatura média anual é 24oC (um pouco
superior a das matas circundantes) e a precipitação anual varia de 2.500 mm a 3.000 mm, com boa
distribuição no ano.
CAMPO CERRADO
(Ver CERRADO)
CAMPOS
Os campos ou “formações campestres” são ecossistemas com o solo coberto geralmente por
gramíneas, podendo haver trechos sem nenhuma cobertura vegetal e muito espaçadamente ocorrem
subarbustos e raramente arbustos.
São muitos os subtipos, destacando-se no Brasil os seguintes:
1) Campos meridionais: incluindo subtipos como os gerais, do planalto, da campanha e da
vacaria (SP, PR, SC, RS e MS). [Ver CAMPOS SULINOS].
2) Campos da hiléia: ocorrendo principalmente na região do baixo rio Amazonas. Os campos de
várzea também são aqui incluídos.
3) Campos serranos: tipo de ecossistema de altitude, em geral ocupando o alto das serras
(Bocaina, Itatiaia, Caparaó, Cipó, dos Órgãos etc), com cobertura vegetal baixa, descontínua, onde são
freqüentes plantas das famílias veloziácea, melastomatácea, eriocaulácea e outras.
CAMPOS SULINOS
Denominação abrangente dos
ecossistemas de campos que ocorrem do
sul do estado de São Paulo ao sul do Rio
Grande do Sul. Neste último, concentrase a maior extensão de campos sulinos,
estimado em mais de 130.000 km2 (ver
ao lado, foto, de autoria desconhecida, de
trecho de campo no Rio Grande do Sul).
(Ver PRADRIAS)
CAMPO SUJO
(Ver CERRADO)
CAMUFLAGEM
Um tipo de padrão de cor e forma que alguns animais ostentam, fazendo com que se
assemelhem com o ambiente em que vivem, passando portanto muitas vezes desapercebidos aos
possíveis predadores. O verde de alguns gafanhotos, à semelhança do bicho-pau (ou louva-a-Deus) com
gravetos ou ramos finos de plantas, assim como a transparência das medusas, à semelhança da água onde
vivem, são alguns exemplos. Este termo é mais adequado para definir este tipo de caracterização animal
do que mimetismo.
(Ver APOSEMATISMO; e MIMETISMO)
CANIBALISMO
Predação intraespecífica. Chama-se de canibalismo filial aquele realizado dentro da própria
família; e heterocanibalismo aquele realizado fora da própria família.
CAOS
Termo que alguns autores utilizam para definir mudanças caóticas numa população, ou seja,
flutuações, geralmente com altas taxas intrínsecas de crescimento, “governadas”por equações
diferenciais. Modelos matemáticos, nos estudos de competição intraespecífica, têm sido desenvolvidos
na expectativa de se entender o fenômeno do caos.
45
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CAPACIDADE DE CAMPO (DO SOLO)
Quantidade de água que permanece no solo quando este é saturado com água e o excesso é
drenado naturalmente; é geralmente expresso em porcentagem.
Tal capacidade pode ser estimada no campo, colocando-se solo em recipiente com orifícios no
fundo e saturando-se o solo com água. O recipiente é posto no próprio local de onde se retirou o solo.
Posteriormente mede-se a quantidade de água retida pela amostra de solo.
(Ver CAPACIDADE DE SATURAÇÃO (DO SOLO))
CAPACIDADE DE MANUTENÇÃO AMBIENTAL
(Ver CAPACIDADE DE SUPORTE; e CAPACIDADE DE SUPORTE CULTURAL)
CAPACIDADE DE SATURAÇÃO (DO SOLO)
Semelhante à capacidade de campo, é geralmente estimada no laboratório, sendo também dada
em porcentagem. Uma amostra de solo (25g, por exemplo) previamente seca em estufa (105°C) é
saturada com água (colocada por cima, quando a amostra é colocada num funil com algodão de vidro na
sua saída; ou adsorvida por baixo, quando a amostra é colocada num cadinho de Gooch) e daí mede-se a
quantidade de água retida após 2 horas de saturação.
CAPACIDADE DE SUPORTE (e CAPACIDADE DE SUPORTE CULTURAL)
CAPACIDADE DE SUPORTE = CAPACIDADE DE MANUTENÇÃO AMBIENTAL
Limite em que determinado ecossistema é capaz de suportar (ou manter) uma população ou
populações, em nível de equilíbrio, isto é, no ponto em que não há modificação significante no número
de indivíduos dessa população.
A capacidade de suporte cultural é uma expressão que foi introduzida pelo professor de ecologia
humana norte-americano Garrett Hardin, autor da obra “The Tragedy of the Commons” (1968). Este
ecólogo enfatiza que, além da necessidade de “pão e água para todos os passageiros da espaçonave
Terra”, um país qualquer “não deveria ter mais pessoas do que poderia ter para desfrutar diariamente de
um copo de vinho e um pedaço de bife no jantar”. Em outras palavras, nenhuma nação teria o direito de
exigir ou reivindicar de outro país que este sacrifique seus recursos (florestas, fontes de água naturais,
patrimônio paisagístico e outros bens naturais) em benefício de outros países (alguns esgotaram os seus
recursos de maneira inconseqüente). A qualidade de vida como resultado da capacidade cultural de um
povo se reduziria à pobreza e ruína ambiental se a prioridade fosse a capacidade de suporte (ambiental)
pura e simples.
CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA − CTC
(Ver CTC)
CAPOEIRA
Termo aplicado vulgarmente para designar uma vegetação secundária que se sucede a uma
primária, seja por queima desta ou desmatamento. Aos diferentes estádios de sua evolução, usam-se as
denominações (dependendo da densidade de vegetação): capoeira rala, densa ou grossa, ou capoeirão.
CAPTOR (ou DRENO)
(Ver FONTE E DRENO (ou CAPTOR))
CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE DIÓXIDO DE CARBONO
Programa do “IPCC − Intergovernmental Panel on Climate Change” (Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática) da “UNEP – United Nations Environment Programme” (programa das
Nações Unidas para o meio ambiente). Tem por finalidade, estudar meios para capturar e armazenar o
CO2, principalmente o gerado pelas indústrias e usinas produtoras de energia a partir de queima de
compostos de origem orgânica. A figura que segue, mostra algumas das possibilidades de armazenamento
do CO2. O esquema acima foi reproduzido do relatório especial do IPCC (2005) (ver na
BIBLIOGRAFIA, site do IPCC) e mostra alguns dos seus pontos essenciais.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
O processo como um todo, consta de captura, separação de outros subprodutos industriais,
transporte e armazenamento deste gás, a longo prazo, em locais isolados do contato com a atmosfera,
visando à mitigação da problemática do aquecimento global (efeito estufa). Também estão previstas nesse
estudo, outras iniciativas tais como eficiência na melhoria do uso de energia, mudança para alternativas
Visão geral das opções de armazenamento geológico:
1 Reservatórios já esgotados de petróleo e gás
2 Uso de CO2 na recuperação intensificada de
petróleo e gás
3 Formações salinas profundas: (a) no mar; (b) na
terra
4 Uso de CO2 na recuperação intensificada de metano
do lençol carbonífero
Gás ou petróleo produzido
CO2 injetado
CO2 armazenado
energéticas (energias renováveis e energia nuclear), assim como incremento na captura biológica de CO2
e redução de outros gases que contribuem para o efeito estufa.
CAPTURA-RECAPTURA
(Ver ÍNDICE DE LINCOLN (OU CAPTURA-MARCAÇÃO-RECAPTURA (MÉTODO DE))
CARBAMATO
Composto derivado do ácido carbâmico, com ação semelhante ao organofosforado e tido como
de menor toxicidade para os mamíferos, usado como agrotóxico ou pesticida. No entanto, o carbamato
“aldoxycarb” é altamente tóxico para mamíferos. O carbofuran (inseticida e nematicida) também é
altamente tóxico para mamíferos, pássaros e invertebrados aquáticos. Um outro carbamato, o carbaril,
embora considerado de toxicidade moderada para mamíferos, pássaros e peixes, é muito tóxico para
invertebrados aquáticos. Alguns carbamatos são extremamente tóxicos a insetos benéficos como abelhas
e vespas (produtores de mel e polinizadores).
(Ver TIOCARBAMATO)
CARBONO (NA BIOSFERA)
(Ver FONTE E DRENO; e INICIATIVA PARA MITIGAÇÃO DO CARBONO)
CARGA POLUIDORA
Quantidade de poluente lançado num corpo d’água. Uma alta carga poluidora expressa o
potencial (não quantificado) de poluição de um efluente para um ecossistema aquático. Quando se diz
que a carga poluidora é admissível, isto significa (não quantitativamente) que os poluentes não afetarão o
ecossistema aquático para onde é lançado o efluente.
CARNICEIRO
Embora signifique animal que se alimenta de carne, sem deixar de ser portanto, um carnívoro,
refere-se este termo àquele animal que se alimenta de outros animais mortos. Incluem-se neste caso os
animais de maior porte (urubus, hienas, alguns lobos ...), enquanto os pequenos (centopéias, coleópteros,
alguns helmintos, e alguns moluscos e crustáceos nos ecossistemas aquáticos) são designados como
detritívoros.
(Ver DETRITÍVOROS)
CARNÍVORO
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
47
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CARVÃO ATIVADO
Partículas de carvão, geralmente obtidas pela queima da celulose (sem ar), que são utilizadas
como filtro, devido à sua grande capacidade de adsorção.
CARVÃO MINERAL
Também conhecido como carvão de pedra. É uma forma fóssil de armazenamento do carbono,
provindo provavelmente da transformação da celulose dos vegetais (formando a hulha) que perde
hidrogênio e oxigênio, formando então um minério com alta concentração de carbono.
A “IEA – International Energy Agency” (Agência Internacional de Energia) estima que haja uma
reserva mundial de 3 trilhões de toneladas de carvão mineral (sólido) que somados à forma gaseificada
totalizariam 6 trilhões de toneladas. China e Índia são os detentores das maiores reservas do mundo. No
Brasil destaca-se o estado de Santa Catarina com grande reserva de carvão mineral betuminoso. Em
termos de conseqüências ambientais com o uso desta imensa fonte de energia, preocupa o seu altíssimo
potencial de contribuição à poluição atmosférica, a partir da tecnologia vigente, e os seus reflexos no
aquecimento global (ou efeito estufa).
(Ver “SYNFUEL”)
CASCALHO
(Ver TEXTURA DO SOLO)
“CASCATA TRÓFICA”
Este termo, utilizado por RICKLEFS (2007), refere-se a um trabalho original dos ecólogos N.
Hairston, F. Smith e L.Slobodkin, da Universidade de Michigan (E.U.A.) que em 1960 sugeriram que “a
Terra é verde porque os carnívoros reprimem as atividades dos herbívoros, que se consumissem
livremente, exterminariam a maioria da vegetação”. Este fenômeno, que mostra os efeitos indiretos das
interações consumidor-recurso disponível, ao longo dos diferentes níveis tróficos da comunidade, é o que
se chama de “cascata trófica”. E ainda: quando o nível mais alto da cadeia trófica é o determinante do
tamanho dos demais níveis que lhe estão abaixo, diz-se ocorrer um “contrôle de cima para baixo”; e
quando é o alimento o determinante, diz-se ocorrer um “contrôle de baixo para cima”.
CASMÓFITO
Vegetal que se desenvolve em fissuras e fendas de rochas.
(Ver CRIPTOBIÓTICO)
CASUAL
(Ver ACIDENTAL)
“CAT − CENTRE FOR ALTERNATIVE TECHNOLOGY”
(Ver TECNOLOGIA ALTERNATIVA)
CATABOLISMO
Fase que se segue ao anabolismo, em que a matéria orgânica (anteriormente assimilada) é
oxidada e degradada a componentes menores (mais simples). Dá-se o nome de catabólito (ou excreta) ao
produto resultante do catabolismo.
(Ver METABILISMO; EGESTA; EXCRETA; e REJEITO)
CATÁDROMO
(Ver ANÁDROMO; e DEFESO)
CATANDUVA (ou CATANDUBA)
Tipo de mato rasteiro, um tanto quanto áspero e espinhento, com certa semelhança a um campo
de cerrado.
CATÁSTROFE
Evento ou distúrbio tão pouco freqüente num ecossistema que as populações não guardam,
geneticamente, registros de sua ocorrência. Uma erupção vulcânica que ocorra inesperada e
fortuitamente, é uma catástrofe.
(Ver DESASTRE)
CÁTIONS TROCÁVEIS
CÁTIONS TROCÁVEIS = BASES TROCÁVEIS
Cátions que podem ser substituídos por outros e que em solução no solo formam bases, daí
também a denominação “bases trocáveis”. Os cátions adsorvidos resistem à remoção por lixiviação, mas
podem ser “trocados” por outros (competição pelos sítios negativos) de maior força de adsorção. Esta
força aumenta com a valência do cátion, ou seja, na seguinte ordem: Na < K = NH4 < Mg = Ca <
Al(OH)2 < H.
(Ver CTC; e SATURAÇÃO DE BASES)
CAVERNÍCOLA
(Ver “-cola”; e “troglo-”)
CAVIOMORFO(A)
(Ver ESPÉCIE CAVIOMORFA)
48
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CELULOLÍTICO
Diz-se do processo em que a enzima celulase decompõe a celulose.
(Ver ENZIMAS DO SOLO)
CELULOSE
Polímero de moléculas de glicose, componente fundamental da parede celular dos vegetais
clorofilados. O algodão é um exemplo de celulose quase pura. A celulose representa cerca de 1/3 de todo
o CO2 fixado pelas plantas.
CENO
Palavra grega, usada muitas vezes como prefixo, designando o sentido de “compartilhar”. Ex.:
cenose (uma assembléia de organismos com preferências ecológicas similares).
CENOBIOLOGIA
(Ver BIOCENOLOGIA)
CENSO
Em ecologia, assim como em demografia, o censo é uma tentativa de se contar todos os
membros constituintes de uma população.
CEPA
(Ver LINHAGEM)
CEROSIDADE DO SOLO
(Ver PERFIL DO SOLO; e TEXTURA DO SOLO)
CERRADÃO
(Ver CERRADO)
CERRADO
O cerrado é um tipo de “savana brasileira”, formado por um gradiente de densidade de
vegetação com estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo, que aumenta no sentido campo sujo de cerrado →
campo cerrado → cerrado → cerradão. A vegetação apresenta escleromorfismo oligotrófico, cujas
árvores apresentam aparência retorcida, com troncos de casca grossa. As raízes são na maioria,
profundas.
Estima-se que essa vegetação cobre área aproximada de 2 milhões de km2, estando seu núcleo
no Brasil central, nos estados de MT, MS, GO e MG; atinge também o sul do AM e os estados de SP e
PR. Na Paraíba alguns autores consideram os tabuleiros, arbustivos, como cerrado.
Segundo alguns autores, o gradiente do campo sujo de cerrado ao cerradão, depende
essencialmente de características do solo; o Al que é tóxico, por exemplo, diminui no solo à medida que
a densidade de vegetação aumenta; o fósforo (PO4), importante nutriente, aumenta do campo sujo para o
cerradão.
As fotos abaixo, de autoria do ecólogo Leopoldo Magno Coutinho, ilustram um cerrado, subtipo
campo sujo (à esquerda) e um cerrado, stricto sensu (à direita). Este autor foi um dos primeiros a
defender a hipótese de que o cerrado é um bioma cujas características e existência, são dependentes da
ação do fogo, estando este fator ecológico presente nesse bioma há milênios (COUTINHO, 1990).
As características (médias) da vegetação e do solo dos quatro tipos de cerrado acima
mencionados, estão representados no quadro que segue (GOODLAND & FERRI, 1979).
49
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CARACTERÍSTICA
CAMPO
SUJO
CAMPO
CERRADO
CERRADO
CERRADÃO
a) Vegetação:
1
3
19
46
• dossel (%)
3
4
6
9
• altura das árvores (m)
300
7.600
16.800
31.300
• área basal/ha (cm2)
849
1.408
2.253
3.215
• nº de árvores/há
31
36
43
55
• nº de espécies arbóreas
96
93
95
100
• nº total de espécies
b) Solo:
5,2
5,2
5,4
5,4
• pH
1,88
1,93
1,91
2,32
• C (%)
0,08
0,08
0,16
0,17
• K (meq/100mL)
0,07
0,07
0,08
0,10
• N (%)
0,024
0,036
0,044
0,067
• PO4 (%)
3,2
3,3
3,3
4,0
• M.O.S. (%)
58,2
52,6
38,1
34,6
• Saturação de Al (%)
CERTIFICAÇÃO DE MATERIAL DE FLORESTAS
Documento ou certificado concedido aos explotadores de recursos florestais. O “FSC – Forest
Stewardship Council” (literalmente, em inglês, Conselho de Procuradoria, ou Intendência, de Florestas) é
a primeira instituição credenciadora de certificadores na área florestal. É uma entidade nãogovernamental (sem fins lucrativos) internacional, sediada em Oaxaca, México, tendo sido fundada em
1993, com o objetivo de promover a conservação cuidando do credenciamento e monitoramento de
certificadores de florestas que estejam submetidas a práticas de bom manejo. O FSC recebe apoio do setor
ambientalista e pouco a pouco, também do setor empresarial e de governos de diferentes países.
CFC − CLOROFLUORCARBONO (ou CARBONO FLUORCLORADO)
Substância utilizada industrialmente, em aparelhos de ar condicionado e de refrigeração,
propelentes do tipo aerossol (em inseticidas, desodorizadores etc) e em processos de fabricação de
plásticos, à qual se atribui a indesejável ação destruidora da ozonosfera. Tais propelentes, até um certo
tempo muito usados, são conhecidos comercialmente como gás “freon” e os principais produzidos são o
CFC-11, CCl3F ou triclorofluormetano e o CFC-12 ou CCl2F2, diclorodifluormetano. O cloro da
molécula do CFC reage rapidamente com o ozônio, produzindo óxido de cloro e oxigênio molecular. Os
CFCs vêm sendo substituídos pelos HCFCs – hidroclorofluorcarbonos (com menos átomos de cloro do
que os CFCs) e pelos HFCs – hidrofluorcarbonos (que não contêm nem cloro nem bromo). Estes últimos,
embora menos impactante na ozonosfera, exerce efeito poderoso no efeito estufa, permanecendo na
atmosfera por mais tempo do que os CFCs e o CO2.
A Convenção de Genebra para a Proteção da Camada de Ozônio (1985) e o Protocolo de
Montreal (1987) constituíram-se nos primeiros acordos internacionais para reduzir o uso dos CFCs no
final do século XX e início do século XXI.
(Ver OZONOSFERA)
CHAPADA
Tipo de relevo, geralmente de altitude, com extensas áreas planas, muito comum no Brasil
Central. Ex.: chapada Diamantina. Esta é uma região de serras, situada no centro do estado da Bahia,
onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, Jacuípe e rio de Contas. A vegetação é
exuberante, exótica, com diversidade de espécies da caatinga e flora serrana, com destaque para as
veloziáceas, bromélias, orquídeas e sempre-vivas. As fotos a seguir são do site www.wikipedia.com, a da
esquerda mostrando vista geral e a da direita flora típica da chapada Diamantina.
50
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CHAPARRAL
Vegetação dominada por arbustos de
folhas endurecidas (esclerófilas), resistentes à
seca e por plantas lenhosas de crescimento lento,
ocorrendo nas regiões de clima do tipo
mediterrâneo (brando, inverno úmido e verão
seco), distribuindo-se amplamente, na Europa,
noroeste do México, em pequenas áreas na
Austrália, Chile e África do Sul.
Algumas espécies de plantas têm
sistema radicular profundo, que penetra através
de fissuras nas rochas, enquanto outras, com
raízes menos profundas, se utilizam apenas da
água que se precipita durante a estação das
chuvas, como a espécie típica do chaparral da
Califórnia, Salvia mellifera (a salvia preta). A
foto à direita (do site www.wikipedia.com) é de
uma vegetação montanhosa de chaparral, nas
montanhas Santa Ynez, em Santa Barbara,
Califórnia, E.U.A.
CHERNOBYL
Desastre de conseqüências imensuráveis, ocorrido em 26/04/1986 na antiga União Soviética, na
Estação de Energia Nuclear de Chernobyl (cidade a 104 km de Kiev, na Ucrânia). Estima-se que 100
milhões de Ci (unidades Curie; 1 Ci = 3,7X1010 Bq, becquerel) de material radioativo tenha emanado
afetando diretamente os seres vivos num raio de pelo menos 30 km da Estação. Estima-se também um
aumento na taxa de mortalidade de seres humanos de 0,05%, ou seja, mais 5.000 pessoas morrerão de
câncer (além dos 9,5 milhões que se esperam morrer dessa doença) ao longo dos 70 anos que se seguirão
a esse desastre. As conseqüências da precipitação radioativa do césio-137 far-se-ão sentir em diversas
regiões do planeta, mesmo naquelas supostamente distantes de Chernobyl, ao longo de dezenas de anos.
CHERNOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
CHERNOZEM (ou “TCHERNOZIOM”)
Termo que em russo significa “tcherno” = negrume e “ziom” = terra de grande extensão, ou
massapê preto, referindo-se a um tipo de solo da região central e sul da Rússia, muito rico em humus,
levemente alcalino, com aproximadamente 1 m de espessura e que é tido, para a agricultura, como o solo
mais fértil do mundo.
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
CHICAGO (DE MUDANÇA CLIMÁTICA), bolsa de
A “bolsa de Chicago, de Mudança Climática” (“CCX – Chicago Climate Exchange”) é um
empreendimento piloto de negociação internacional, em que empreendimentos os mais diversos (e
conseqüentemente os respectivos países onde estão instalados) poderão receber benefícios ao
implantarem programas de redução na emissão de gases do efeito estufa e de seu seqüestro, entre os anos
de 2003 e 2010. A unidade de medida das emissões é a tonelada métrica (ou megagrama) de dióxido de
carbono. Detalhes do sistema podem ser vistos no site da referida bolsa: www.chicagoclimatex.com).
51
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CHORUME
Líquido escuro, ácido e mal cheiroso, produzido pela decomposição do lixo amontoado em
aterro sanitário.
(Ver ATERRO SANITÁRIO)
CHUVA ÁCIDA
Chuva contendo compostos ácidos, sulfúrico e nítrico, originados dos poluentes primários
óxidos de enxofre e de nitrogênio, que existem na atmosfera como decorrência de atividades industriais,
queima de carvão mineral, queima de combustíveis fósseis (este em menor escala) etc. Estes ácidos
acidificam a água da chuva para pH abaixo de 5,0.
CHUVA OROGRÁFICA
(Ver SOMBRAS DE CHUVA)
CIANOBACTÉRIA
Denominação dada, recentemente, à antiga “alga verde-azul”. É um procarioto fixador de N2
atmosférico, incluído no reino Monera.
CIANETO
(Ver DEFESA QUÍMICA)
CIANOGÊNICO
Organismo vivo que produz ou libera o ácido cianídrico (HCN), que é tóxico. Na verdade, o
nome “cianogênio” refere-se mais especificamente ao gás C2N2, também tóxico e inflamável.
Concentrações variadas de cianeto constituem-se em “defesa química” de certas plantas, como
em samambaia (Pteridium aquilinum).
(Ver DEFESA QUÍMICA)
CICLO DE CALVIN-BENSON
É o ciclo de fixação do CO2, em que os vegetais clorofilados absorvem CO2 do ar, reagindo com
a ribulose difosfato (RDP ou RuDP), formando em seguida o ácido fosfoglicérico (PGA) e daí por diante
vai dando origem aos demais compostos essenciais (açúcares etc), inclusive à própria RDP. Há plantas
que formam inicialmente, ao invés do PGA (que tem 3 átomos de C - plantas C3), o ácido málico ou
aspártico (com 4 átomos de C - plantas C4). A energia utilizada neste ciclo é fornecida pelo ATP
(adenosina trifosfato) e NADPH2 (nicotinamida adenina difosfato, reduzido), sintetizados na fotossíntese
(nas fotofosforilações cíclica e acíclica).
(Ver C3; C4; e HATCH-SLACK, CICLO DE)
CICLO (ou CICLAGEM) DE NUTRIENTES
Refere-se ao caminho percorrido pelos nutrientes na Natureza.
A figura seguinte ilustra a circulação de nutrientes (1) idealizada, (2) em floresta decídua
temperada e (3) em floresta pluvial tropical, segundo TIVY & O’HARE (1986). Observar as proporções
de espessura (setas) e tamanho (círculos) no esquema, representando as respectivas concentrações de
nutrientes:
1
Entrada pela
chuva
Biomassa
Queda de
folhas...
Necromassa
Mineralização
2
Entrada por
intemperismo
B
Absorção
pelas plantas
N
3
Solo
B
N
Perda por
escorrimento
S
S
Perda por
lixiviação
A figura a seguir representa a ciclagem em floresta clímax da Nova Guiné (Nye, cit.p.
LONGMAN & JENÍK, 1987):
52
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Vegetação acima do solo:
P.S: 310.000 N 683
K 668 P 37
Ca 1.270
Mg 187
Queda de
folhas
N 91 P 5,1
K 28 Ca 95
Mg 19
Entrada pela
chuva:
N 6,5 P 0,5
K 7,3 Ca 3,6
Mg 1,3
Percolação foliar:
N 30
P 2,5
K 71
Ca 19
Mg 11
Necromassa
P.S.:6.460
N 91
K 11,5
P 9,8
Ca 96
Mg 14,5
Absorção
Solo
M.O.S. 415.000
N 19.200
K 403
P total 2.560 e P
solúvel 16 Ca 3.750
Mg 682
Sistema radicular
P.S.: 40.000
N 137 K 186
P 6,4 Ca 333
Mg 61
Lixiviação e percolação
(p/ o lençol freático)
Entrada pela chuva, queda de folhas e
percolação foliar, em kg.ha-1.ano-1
Demais valores, em
kg.ha-1
Pontilhados: sem
dados quantitativos
Ver também figura sobre concentração de nutrientes em floresta tropical e de região temperada,
no verbete NUTRIENTES.
(Ver BIOGEOCICLAGEM)
CICLO DE VIDA
Seqüência de estádios (ou fases) da vida de um organismo, a partir do desenvolvimento do
zigoto até a produção de zigotos descendentes (ou seja, de sua progênie).
CICLONE
Um ciclone tropical é um distúrbio atmosférico violento, nos oceanos tropicais que ocorre entre
as latitudes aproximadas de 5 e 30 graus, em ambos os hemisférios. No Atlântico e no Caribe os ciclones
são denominados de furacões e no Pacífico são conhecidos como tufões. Um ciclone tropical tem pressão
atmosférica muito baixa no seu calmo centro (o “olho”), circundado por uma estrutura de chuvas, nuvens
e ventos muito fortes. Devido à rotação da Terra, gira no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério
sul e no sentido contrário no hemisfério norte (de acordo com a força de Coriolis). Eles podem ter de 80 a
800 km de diâmetro e ventos acima de 180 km/h.
Quanto aos danos que podem causar, estima-se que ventos de 74 a 93 km/h desfolha e arranca
galhos de árvores; ventos de 111 a 130 km/h arrancam árvores com sistema radicular pouco profundo,
derrubam paredes finas e destelham tetos frágeis. Os ventos podem exercer uma pressão de 400 kg/m2,
fazendo objetos se tornarem verdadeiros “mísseis”.
Estudos sugerem que os furacões estão ficando mais fortes. O Katrina foi considerado o desastre
natural mais destrutivo que atingiu o sul dos Estados Unidos, no golfo do México, principalmente Nova
Orleans, no estado da Louisiana, em 29/08/2005, forçando milhares de pessoas a abandonarem a cidade e
matando aproximadamente mil pessoas, além de causar prejuízos de bilhões de dólares. A revista
americana Science (em 2005) divulgou que o número de furacões das Categorias 4 e 5 tem quase que
duplicado nos últimos 35 anos (18 por ano, a partir de 1990). O fato de que as tempestades tropicais
retiram energia da água oceânica para ganhar força, tem levado os cientistas a hipotetisar que o
53
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
aquecimento global e as águas mais quentes a ele associadas, poderiam levar a furacões mais fortes. Esta
hipótese, no entanto, requer comprovações mais seguras uma vez que o número total de furacões e sua
longevidade têm decrescido nos últimos 10 anos.
CICLOS DE LIMITES ESTÁVEIS
Na relação predador-presa há populações com tendência a retornar ao ciclo original, após certos
distúrbios.
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
As ciências ambientais podem ser consideradas como o conjunto das diversas ciências da
Natureza, ou ciências naturais, adicionadas daquelas que mesmo não estando inteiramente voltadas ao
conhecimento dos componentes e fenômenos naturais, contribuem direta ou indiretamente para isso.
Portanto, entre as ciências ambientais consideram-se além da ecologia, biologia, geologia, geografia,
climatologia, agronomia, (e diversas outras), incluem-se também a física (ambiental, principalmente),
química (ambiental, com bastante ênfase), sociologia, economia e diversas outras.
CIMENTAÇÃO DO SOLO
(Ver PERFIL DO SOLO)
CINTURÃO (ou CINTO) VERDE
Uma estreita faixa ou área de vegetação, geralmente circundando, completamente ou
parcialmente uma área urbanizada ou de origem antrópica.
CIÓFITO(A) / CIÓFILO(A)
CIÓFILO = ESCIÓFILO = PLANTA DE SOMBRA
Ciófita é uma planta que vive melhor à sombra. Ciófilo (ou esciófilo ou esciofílico e outros
termos similares; ver dicionário) é um organismo que gosta de viver à sombra ou em baixa intensidade de
luz. Opõe-se este termo a heliófilo.
CIRCALITORAL
(Ver ZONA CIRCALITORÂNEA)
“CITES − CONVENTION ON INTERNATIONAL TRADE IN ENDANGERED SPECIES”
(Ver “CONVENTION ON INTERNATIONAL TRADE IN ENDANGERED SPECIES −
CITES”)
CLAREIRA (e DINÂMICA DE CLAREIRA)
Espaço (ou “mancha”) gerado num ecossistema, aberto por ação natural (queda de árvore se for
numa floresta, vento forte, queima leve e restrita etc) ou por ação antrópica (derrubada ou queima de
pequeno trecho), descaracterizando o ambiente natural; podendo nas pastagens este fenômeno ocorrer
pela ação intensiva dos pastejadores (o gado) ou outro herbívoro. Nos sistemas aquáticos a ação da maré
(ondas fortes) poderá causar clareira nas algas, sobre os recifes.
Na figura que segue (reproduzida de LONGMAN & JENÍK, 1987) está representado o
andamento diário do Déficit de saturação do Vapor d’Água em quatro situações numa floresta tropical de
Costa Rica. Vê-se como uma clareira pode modificar o fator ambiental umidade.
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
Clareira
Dossel
Abertura
20
16
12
8
4
Estrato
inferior
0
Pressão (KPa)
DEFICIT DE SATURAÇÃO DE VAPOR
D'ÁGUA
Horas do dia
Estudos sobre dinâmica de clareira (do inglês “gap dynamics”) têm mostrado nos trópicos, que
tanto as plantas de sol quanto as de sombra são capazes de colonizarem clareiras, sugerindo que a
colonização depende mais do acaso de recrutamento do que das condições ambientais da clareira, embora
se saiba que as várias espécies de árvore possam se especializar para germinar nos mais diferentes locais,
segundo observaram Steve Hubbell e colaboradores no Panamá.
(Ver DISTÚRBIO; e HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO, DE CONNELL)
54
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CLASSIFICAÇÃO DE BIOMAS DE WHITTAKER
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH))
“CLEAR CUTTING”
(Ver AGRICULTURA ITINERANTE)
CLEPTOPARASITISMO
Forma de parasitismo encontrado em alguns organismos sociais, no qual uma fêmea de uma
espécie rouba a presa ou a reserva de alimento da fêmea de outra espécie para alimentar sua prole.
CLIMATOGRAMA
(Ver DIAGRAMA CLIMÁTICO)
CLIMATOPO
O conjunto das condições climáticas e atmosféricas em geral, de um determinado habitat ou
ecotopo, incluindo por exemplo: luz, temperatura do ar, oxigênio, dióxido de carbono, gases liberados
pelas indústrias etc.
CLÍMAX
(Ver COMUNIDADE CLÍMAX; e TEORIAS MONO E POLICLÍMAX)
CLÍMAX CLIMÁTICO
Uma comunidade cuja estrutura e composição foram estabelecidas pela ação macroclimática,
constitui-se num clímax climático.
(Ver CLÍMAX TRANSITÓRIO e CLÍMAX CÍCLICO)
CLÍMAX DE FOGO
Uma comunidade onde a ação freqüente do fogo selecionou espécies vegetais tolerantes a este
fator ecológico (muitas vezes de origem antrópica), constitui-se num clímax de fogo. Por conseqüência,
estabelecem-se nesse local, animais cujo alimento provém principalmente do rebrotamento das plantas
após a queima. Muitos autores atribuem esta característica aos cerrados.
CLÍMAX EDÁFICO
Em todas as situações em que o substrato edáfico (solo) apresente peculiaridades pronunciadas
que permitem o aparecimento e a manutenção de uma cobertura vegetal que a fazem diferir do clímax
climático circunvizinho, forma-se aí um clímax edáfico.
CLÍMAX TOPOGRÁFICO
Em locais onde um declive acentuado e sua posição geográfica permitem uma incidência de
radiação, vento etc, diferente da que ocorre numa condição topográfica normal (uma planície, por
exemplo), há a probabilidade de ali se estabelecer uma comunidade, chamada então de clímax
topográfico. Esta denominação é aplicada às situações em que surge um microclima marcante, em
decorrência de uma característica topográfica. Ela é muito comum nas encostas de montanhas.
CLÍMAX TRANSITÓRIO e CLÍMAX CÍCLICO
Alguns autores aplicam o termo clímax transitório à condição de máximo desenvolvimento de
um ecossistema como conseqüência da estacionalidade, como ocorre por exemplo nas lagoas temporárias
nas regiões semi-áridas, onde ocorrem etapas sucessivas que culminam com um máximo
desenvolvimento, degradando-se em seguida, com a chegada do período seco. O clímax cíclico é marcado
por algumas particularidades, como por exemplo, no caso em que uma espécie de planta X cujas sementes
só germinam e crescem sob uma planta Y, que por sua vez dependerá da existência da planta Z, e esta
dependerá da planta X. O tempo de vida da espécie dominante é que determinará a duração de cada
estádio.
CLÍMAX ZOÓTICO
Diz-se da comunidade onde um herbívoro dominante e a vegetação por ele “modelada” formam
um sistema de interação recíproca, dinâmica.
“-clino” ou “-clina”
Derivado do grego, geralmente como sufixo, refere-se a um determinado gradiente. Daí os
termos termoclino (gradiente de temperatura num sistema aquático, por exemplo); picnoclino (gradiente
de densidade, também num sistema aquático); cenoclino (uma seqüência de comunidades distribuídas ao
longo de um gradiente ambiental). O termo “continuum” confunde-se com clino(a) se usado no sentido
de gradiente de características ambientais e não exclusivamente como gradiente de adaptações dos
organismos de uma população ou de composição de comunidade. O “continuum index” (que poderia ser
traduzido do inglês como “índice de continuidade”) foi aplicado por J.T.Curtis e R.P.McIntosh, em
estudos no sudoeste de Wisconsin (E.U.A.), para definir os pontos finais de sucessão, num gradiente,
variando de locais secos dominados por carvalho (Fagaceae) e faia (Salicaceae) até locais úmidos
dominados por bordo (Aceraceae), pau-ferro e tília americana (Tiliaceae).
(Ver CLINOLIMNIO e TERMOCLINO)
55
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CLINOLIMNIO
Parte do hipolimnio de um lago no qual a taxa de aquecimento cai exponencialmente com a
profundidade (ver figura em EUTRÓFICO, LAGO).
CLONAGEM
Em biologia molecular a clonagem é considerada como um procedimento no qual uma
determinada seqüência de DNA, como um gene, é reproduzida em grandes quantidades a partir de sua
inserção num vetor adequado, introduzindo a molécula híbrida resultante numa célula que possa replicála, fazendo então esta célula crescer em meio de cultura apropriado. Assim sendo, um segmento de uma
cadeia de DNA ou gene, extraído de uma célula qualquer de um animal macho, por exemplo, seria
inserido num óvulo de uma fêmea desprovido de seu material genético, fazendo-o então crescer.
(Ver CLONE; e CLONAL, FLORESTA)
CLONAL, FLORESTA
Todo organismo derivado de multiplicação assexual ou vegetativa originado de um único
organismo parental (pai ou mãe), admite-se ser geneticamente idêntico ao organismo que lhe gerou e é
assim chamado de clone.
A floresta clonal, portanto, é uma floresta homogênea originada de um único indivíduo parental.
(Ver CLONAGEM)
CLONE
Em biologia molecular o clone é um indivíduo (unidade vetor ou hospedeiro) constituído por
uma única seqüência inserida de DNA, originada de uma única célula progenitora. Atribui-se esta
denominação também a uma assembéia de organismos derivados de reprodução assexual ou vegetativa e
que são provenientes de um só dos pais, admitindo-se assim que todos esses organismos são
geneticamente iguais.
É um tipo de linhagem ou cepa, originando-se de manipulação pela engenharia genética.
CLOROFLUORCARBONO
(Ver CFC)
Cmic : Corg
(Ver RELAÇÃO CARBONO DE MICRORGANISMOS : CARBONO ORGÂNICO TOTAL)
C:N
(Ver RELAÇÃO C : N)
CO2 (ou DIÓXIDO DE CARBONO)
(Ver EFEITO ESTUFA)
CO2 – CAPTURA E ARMAZENAMENTO
O “IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change” juntamente com o “UNEP – United
Nations Environment Programme”, através do Grupo III, de estudos sobre Mitigação da Mudança de
Clima (do IPCC), proveram um relatório (“Special Report on Carbon Capture and Storage (CCS) –
2005”, analisando a viabilidade técnica, ambiental, econômica e social para capturar e armazenar CO2.
Uma das propostas importantes é a do armazenamento geológico do CO2 emitido pelas atividades
humanas (principalmente industrial) nos vazios subterrâneos onde antes existia petróleo ou gás, além da
possibilidade de armazenamento em depósitos salinos profundos.
(Ver INICIATIVA PARA MITIGAÇÃO DO CARBONO)
CÓDIGO FLORESTAL
Diz respeito à lei de proteção às florestas e demais tipos de vegetação, conforme prevê seu
Artigo 1º: “As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas
de utilidades às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País,
exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta
Lei estabelecem”.
O “novo Código Florestal Brasileiro” foi instituído pela Lei nº 4.771, de 15/09/65. O Código
Florestal do Estado da Paraíba foi instituído pela Lei nº 6.002, de 29/12/94 (data de publicação no Diário
Oficial do Estado). Este código estadual tem o seu Art. 1º semelhante ao do Código Federal e seu Art. 2º
diz: “ A política florestal do Estado tem por fim o uso adequado e racional dos recursos florestais com
base nos conhecimentos ecológicos, visando à melhoria de qualidade de vida da população e à
compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a preservação do ambiente e do equilíbrio
ecológico”.
(Ver CONAMA; e LEGISLAÇÃO AMBIENTAL)
CO-DOMINANTE
Espécie que, juntamente com outra ou outras, domina numa comunidade.
(Ver DOMINANTE ECOLÓGICO)
COEFICIENTE DE ASSOCIAÇÃO
(Ver ASSOCIAÇÃO VEGETAL)
56
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
COEFICIENTE DE COMPETIÇÃO
É uma medida do grau em que indivíduos de uma espécie competidora utiliza o recurso de
outras espécies. Suponha-se que 10 indivíduos de uma espécie 2 tenha o mesmo efeito inibitório
(competindo entre si, ou seja intraespecificamente) de um único indivíduo da espécie 1. O efeito
competitivo total (intra e interespecífico) sobre a espécie 1 será então equivalente ao efeito de (N1 +
N2/10) indivíduos da espécie 1. Esta constante 1/10 é chamada de coeficiente de competição e é
representada por α12 (leia-se “alfa um-dois”) que em suma, mede o efeito competitivo per capita da
espécie 2 sobre a espécie 1.
COEFICIENTE DE COMUNIDADE
Termo utilizado por alguns ecólogos, significando na prática um “índice de similaridade”
existente entre amostras de duas comunidades, calculado pela fórmula simples: 2C / (A + B), em que C é
o número de amostras comuns às duas comunidades, A é o número de amostras de uma das comunidades
e B o da outra comunidade.
COEFICIENTE DE DIFERENÇA
Uma medição da diferença entre duas populações, calculada como a diferença entre as duas
médias, dividida pela soma de seus desvios padrões.
COEFICIENTE DE EFICIÊNCIA ECOLÓGICA
(Ver EFICIÊNCIA ECOLÓGICA; e CONSUMO, EFICIÊNCIA DE)
COEFICIENTE DE EFICIÊNCIA DE ASSIMILAÇÃO
(Ver ASSIMILAÇÃO)
COEFICIENTE DE EFICIÊNCIA FOTOSSINTÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE ENERGIA
É a proporção da energia absorvida, fixada por uma planta na forma de ligações químicas,
estimada pela conversão de CO2 para carboidrato, sendo expressa em porcentagem.
COEFICIENTE DE INTERFERÊNCIA
Medição (com represesentação gráfica) da taxa de consumo do alimento por um consumidor,
correlacionada com a sua densidade de população. O resultado é uma correlação negativa (a taxa
decresce com o aumento da densidade). Ex.: as fêmeas de uma certa espécie parasitóide aumentam sua
emigração (reduzem em número no hospedeiro) à medida que sua densidade populacional aumenta. Dáse o nome também a este processo de interferência mútua.
COEFICIENTE DE RELAÇÃO
(Ver IGUALDADE POR DESCENDÊNCIA)
COESÃO
Atração molecular que mantém duas substâncias similares, juntas. O aumento da temperatura
desfaz ou diminui a coesão.
(Ver ADESÃO)
CO-ESPECÍFICO
Pertencente à mesma espécie. E heteroespecífico é quando pertence a espécies diferentes.
COEXISTÊNCIA
Usa-se este termo para designar a existência simultânea, temporal e espacial, de espécies
competidoras, numa comunidade, como resultado de adaptações seletivas.
Quando uma espécie competidora dominante é a que mais sofre, pela ação brusca de um
distúrbio, por exemplo, estará se criando espaço e recursos para outras espécies, aumentando a
biodiversidade. A predação também propicia a coexistência de espécies entre as quais provavelmente
poderia ocorrer “exclusão competitiva” (este efeito da ação predatória ocorre porque a densidade de
algumas espécies reduzem-se para níveis em que a competição deixa de ser importante). A coexistência
oriunda deste processo é conhecida como coexistência mediada pelo explotador.
(Ver PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
COEXISTÊNCIA MEDIADA PELO EXPLOTADOR
(Ver COEXISTÊNCIA)
COEVOLUÇÃO
Processo em que duas espécies intimamente relacionadas ostentam modificações (ou
adaptações) que indicam evolução simultânea, ou seja, a coevolução conduz ambas as espécies a
especializações cada vez mais estreitamente relacionadas. É fácil entender e admitir a coevolução no
mutualismo planta-bactéria fixadora de N2 ou planta-polinizador (inseto, ave...), ou sementes de plantasaves dispersoras; mas a coevolução de presa-predador, ou planta-herbívoro, torna difícil sua admissão,
uma vez que as evidências (se existirem) são sutís (ou pouco prováveis).
COGUMELO
O cogumelo é um tipo de fungo também filamentoso, que se caracteriza principalmente por
formar grandes estruturas, os corpos frutíferos, que em algumas espécies consituem-se em parte
comestível. Em outras, esta parte é extremamente venenosa (gênero Amanita). Algumas espécies
57
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
constituem os chamados fungos ectomicorrízicos. Há cogumelos pertencentes aos grupos dos
ascomicetos e dos basidiomicetos. Muitos deles são fundamentais na decomposição da matéria orgânica
no solo.
(Ver BOLOR; DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS; e LEVEDURA)
COIVARA
(Ver ENCOIVARAMENTO)
“-cola” (SUFIXO)
Sufixo latino significando aquele que “habita”. Aquele ser que vive sobre árvore é arborícola; o
que vive na água é aqüícola; o habitante da caverna é cavernícola (ou troglóbio ou troglobionte); o que
vive sobre alga é algícola; o que vive na casca de árvore é cortícola; o que vive em palude ou local
pantanoso é paludícola; o que vive sobre ou dentro de planta é plantícola; etc.
COLIFORMES
Bactérias coliformes são bacilos Gram negativos que degradam a lactose, formando uma típica
colônia verde-metálica brilhante, utilizadas como indicadoras de potabilidade da água.
Os coliformes “totais” e os coliformes “fecais” medidos na água, diferem na sua incubação; os
primeiros são geralmente incubados a 35 ou 37 °C e os segundos a aproximadamente 43 °C.
De acordo com a resolução nº 20 do CONAMA − Conselho Nacional do Meio Ambiente,
publicada em 18/06/86, a água especial para abastecimento não deve conter coliformes totais. A água
excelente (chamada “3 estrelas”) para balneabilidade, pode ter um máximo de 250 coliformes fecais/100
mL ou 1.250 coliformes totais/100 mL de água. Usa-se atualmente a unidade decilitro (100 mL = 10dL).
(Ver ÁGUA POTÁVEL)
COLMATAGEM ou COLMATAÇÃO
Termo geralmente utilizado para designar um aterramento natural, em depressões.
COLÓIDE
Termo dado a partículas muito diminutas (entre 1 μm e 1 nm) que, quando suspensa em água,
dificilmente se difunde nesta, ou o faz muito lentamente, através de membrana semipermeável. Partículas
orgânicas formam, no solo, colóides, que participam na retenção de nutrientes nos grumos.
(Ver GRUMO (DO SOLO))
COLÔNIA
Termo de uso bastante amplo. Refere-se a qualquer grupo de organismos em convivência
próxima, assim como um grupo de uma sociedade integrada cujos membros se especializam em subunidades e também um grupo de organismos que acabaram de se estabelecer numa área; e ainda, em
microbiologia, um certo número de células ou de microrganismos de uma determinada espécie que se
desenvolvem agregadamente, havendo contato direto ou continuidade entre as células.
COLONIZAÇÃO
Processo em que espécies imigrantes se estabelecem em área anteriormente vazia.
(Ver COLÔNIA; e ESPÉCIE PIONEIRA)
COLORAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
(Ver APOSEMATISMO)
COLÚVIO / COLUVIAL
Detritos rochosos provenientes do intemperismo, que descem uma encosta, pela ação da
gravidade, depositando-se como camadas.
COMBUSTÍVEL FÓSSIL
Potencial energético, visto assim pelo ser humano civilizado, armazenado no subsolo a partir de
matéria orgânica (plantas e animais) decomposta ao longo dos vários períodos ou eras geológicas
(milhões de anos). Em termos ecológicos, além de potencial energético, é também um potencial de
poluição. Em resumo, representa interferência do homem na biogeociclagem, alterando o teor de diversos
componentes químicos (C, S, N etc) no ar, água e solo.
COMENSALISMO
Tipo de interação ecológica na qual uma das populações é beneficiada e a outra não é afetada.
Ex.: a rêmora e o tubarão.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA)
COMISSÃO INTERNACIONAL DE PESCA DA BALEIA
Em inglês, “International Whaling Commission”, intenciona regulamentar quotas para os países
que realizam captura e industrialização deste mamífero.
COMPARTIMENTO
Por conveniência, considera-se compartimento como sendo uma divisão ou parte de um
ecossistema que pode ser estudada quantitativamente. É um tipo de unidade de um ecossistema composta
de matéria e energia. Esta denominação substitui perfeitamente o anglicismo “pool”, que alguns ainda
insistem em usar.
58
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
COMPARTIMENTO DE CICLAGEM (ou “POOL” DE CICLAGEM)
COMPARTIMENTO DE CICLAGEM = COMPARTIMENTO DE TROCA
Parte de um ecossistema, bastante ativa, onde os nutrientes (ou elementos químicos e compostos
inorgânicos e orgânicos) movem-se rapidamente, passando do meio biótico para o abiótico e vice-versa,
no processo de biogeociclagem. No caso do ciclo do nitrogênio, representado no esquema do verbete
BIOGEOCICLAGEM, este compartimento seria, por exemplo, a parte relacionada à nitrificação.
(Ver COMPARTIMENTO DE RESERVA; e FONTE E DRENO)
COMPARTIMENTO DE RESERVA
Parte de um ecossistema, geralmente abiótica, podendo ser de grandes proporções, onde os
nutrientes (ou elementos químicos e compostos inorgânicos e orgânicos) movem-se lentamente, no
processo de biogeociclagem. No caso do ciclo do nitrogênio, representado no esquema do verbete
BIOGEOCICLAGEM, este compartimento seria, por exemplo, a parte relacionada ao armazenamento
deste elemento nos sedimentos.
(Ver COMPARTIMENTO DE CICLAGEM; e FONTE E DRENO)
COMPARTIMENTO DE TROCA
(Ver COMPARTIMENTO DE CICLAGEM)
COMPENSAÇÃO DE DENSIDADE
(Ver DEPENDÊNCIA DA DENSIDADE ;e PREDATISMO)
COMPENSAÇÃO DE LUZ
(Ver PONTO DE COMPENSAÇÃO)
COMPENSAÇÃO EXATA DEPENDENTE DA DENSIDADE
(Ver DEPENDÊNCIA DA DENSIDADE)
COMPETIÇÃO APARENTE
Quando indivíduos de uma só espécie predam duas diferentes espécies de presa (espécie 1 e
espécie 2), o aumento em abundância da espécie predadora, que se beneficia da espécie 1, afeta
indiretamente a espécie 2, que devido ao aumento dos predadores, sofrerá mais seus ataques, daí havendo
uma competição aparente entre as espécies de presa; ou ainda dizendo, diminuindo a espécie 1, o
predador atacará mais a espécie 2. Haverá a possibilidade de uma “convivência pacífica” entre as
espécies de presa, se por exemplo, a espécie 1 mudasse de habitat ou se houver uma diferenciação de
nicho. Este ato de “ser diferente” favorecerá a coexistência mas somente porque reduziu a “competição
aparente”.
COMPETIÇÃO ASSIMÉTRICA
Quando numa competição entre duas espécies (ou dois indivíduos da mesma espécie) uma delas
(ou um indivíduo) se prejudica mais do que a outra (ou o outro indivíduo).
COMPETIÇÃO EVOLUTIVA, EVITAÇÃO (ou ESCAPE) DA
(Ver FANTASMA DA COMPETIÇÃO PASSADA)
COMPETIÇÃO (INTERESPECÍFICA e INTRAESPECÍFICA)
Num sentido amplo, competição refere-se à interação entre dois organismos ou duas populações,
que disputam por determinado componente ambiental (nutriente, luz, espaço etc). Na competição pode
ocorrer que os indivíduos ou as populações envolvidas se inibam mutuamente ou que um dos
competidores afete o outro na luta por um suprimento escasso.
A competição interespecífica é a que ocorre entre dois ou mais indivíduos (ou populações) de
diferentes espécies. E a intraespecífica é a que ocorre entre dois ou mais indivíduos (ou populações) da
mesma espécie. Muitas inferências (incluindo um “sem-número” de termos e expressões) são feitas a
partir destes dois amplos processos ecológicos, fundamentais à homeostase e evolução dos ecossistemas.
Segue uma representação de competição, a partir de experimento clássico de Gause com
protozoários (Paramecium aurelia e P. caudatum) (COLINVAUX, 1986). Observar nesta figura:
1) Paramacium aurelia, seja cultivado isoladamente ou em população mista, persiste, enquanto
Paramecium caudatum tende a morrer (mais rapidamente quando em população mista).
2) Neste experimento Gause confirma a hipótese de Lotka-Volterra, a qual prevê que duas
espécies muito próximas não ocupam o mesmo nicho por muito tempo.
59
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Paramecium aurelia
isolado
população mista
VOLUME
150
50
120
isolado
P. caudatum
população
mista
40
2
6
10
14
18
DIAS
(Ver COEFICIENTE DE COMPETIÇÃO; COMPETIÇÃO APARENTE; COMPETIÇÃO POR
“CONTENDA” E POR “ADVERSIDADE EXTREMA”; e PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO
COMPETITIVA).
COMPETIÇÃO PASSADA
(Ver “FANTASMA DA COMPETIÇÃO PASSADA”)
COMPETIÇÃO POR “CONTENDA” E POR “ADVERSIDADE EXTREMA”
Expressões sem equivalentes precisos em português, que foram introduzidas em 1954 por
A.J.Nicholson, referindo-se ao que comumente ocorre na competição intraespecífica. A competição por
“contenda”, proveniente do inglês “contest competition”, é tida como aquela em que há um número
constante de vencedores ou sobreviventes. Na competição por “adversidade extrema”, também do inglês
“(pure) scramble competition” e sem equivalente corriqueiro em português, é considerada como uma
forma de “supercompensação de dependência da densidade”, em que os competidores são afetados de
maneira tão adversa que não deixa sobreviventes.
COMPETIÇÃO POR EXPLOTAÇÃO
Ocorre numa competição, quando cada indivíduo é afetado por um recurso que permanece, após
a explotação realizada pelos seus competidores, ou seja, um recurso remanescente (portanto, nãoabundante); isto quando o suprimento do recurso é limitado.
COMPETIÇÃO POR INTERFERÊNCIA
Competição entre dois organismos na qual um dos competidores exclui fisicamente o outro, da
parte do habitat onde o recurso é explotável.
COMPETITIVIDADE
Um dos atributos dos organismos necessários à colonização e sucessão, ou seja, habilidade em
superar a resistência ambiental atribuída aos organismos já presentes em determinado habitat.
COMPLEMENTARIDADE DE NICHO
Tendência em que duas espécies que ocupam posição similar num nicho com certa dimensão,
difiram com relação a outra dimensão de nicho. Observou-se por exemplo, que quando uma determinada
espécie de abelha foi suprimida de um local que competia com outra espécie, esta última prontamente
passou a explorar flores menos procuradas, que antes somente eram visitadas pela espécie suprimida. Isto
demonstra que as duas espécies, coexistindo no mesmo local, diferenciavam-se pela dieta alimentar. A
procura ou tendência em diferenciar-se quanto ao uso dos recursos é denominada de diferenciação de
nicho.
(Ver NICHO ECOLÓGICO)
COMPLEXO DO PANTANAL
É um sistema ecológico (ou bioma) formado por distintos ambientes, onde predomina a baixa
altitude (média de 100 m acima do nível do mar), com elevações esparsas, submetida esta planície às
cheias periódicas do rio Paraguai, na região centro-oeste (principalmente no Mato Grosso do Sul). Sua
diversidade ambiental emprestou-lhe o nome de “complexo”. No pantanal ocorre uma das maiores
concentrações faunísticas do mundo; nele destacam-se: o jacaré, Cayman c. yacare; a onça, Panthera
onca palustris (ver foto que segue); suçuarana, Felis concolor; jaguatirica, Felis pardalis; cervo-dopantanal, Blastocerus dichotomus; capivara, Hidrochaeris hidrochaeris; aves típicas, tuiuiú ou jaburu,
Jabiru mycteria (ave símbolo do pantanal; ver foto que segue) e o cabeça-seca, Mycteria americana.
Ocupa cerca de 200.000 km2. Forma uma espécie de delta interno devido à pouca declividade do
terreno (3 m / km) e com isso há deposição lenta de matéria orgânica no solo, fertilizando-o.
60
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Associações ou aglomerações vegetais típicas:
1) Paratudal (paratudo, Tabebuia caraiba).
2) Carandazal (carandá, Copernica alba e C. australis).
3) Buritizal (burití, Mauritia sp).
4) Tabual (tabua, Typha domingensis).
5) Pirizal (pirí, Cyperus giganteus), uma ciperácea aquática grande.
As fotos abaixo mostram: a superior da esquerda (do site www.wikipedia.com), lagoas formadas
após a retração das águas provenientes das cheias e os corixos, ou corixas do pantanal (parte inferior da
foto) que são canais de campos baixos por onde se escoa a água para os rios vizinhos. Na foto superior,
da direita, do site www.ecoa.org.br, jacarés; nas fotos inferiores, à esquerda a onça pintada no meio de
aguapés e outras plantas flutuantes (autor da foto: Duncan Chapman); e na foto da direita, ninho de
tuiuiú (ambas fotos obtidas do site www.ecoa.org.br).
O solo, aluvial, do Pantanal é rico, ocupando um terço da bacia do rio Paraguai superior. Os
ecossitemas do Pantanal são altamente dinâmicos, funcionando o ambiente como uma “esponja” em que
as cheias anuais transformam a paisagem por completo.
COMPORTAMENTO MIGRATÓRIO
(Ver MIGRAÇÃO e COMPORTAMENTO MIGRATÓRIO)
COMPOSTAGEM
Ajuntamento de resíduos orgânicos, podendo ser empilhados em camadas alternadas com solo
ou cinza ou calcário, umedecido e misturado periodicamente e que após certo período de decomposição
gera o produto final, o “composto”, que é usado como adubo orgânico. Alguns autores usam o termo
vermicompostagem para definir a transformação biológica do composto pela ação combinada dos
oligoquetas (minhocas) e da microbiota do seu trato digestivo, afirmando que este processo é mais rápido
do que a compostagem simples.
COMPOSTO
(Ver COMPOSTAGEM)
COMUNIDADE
COMUNIDADE = BIOCENOSE
Todas as populações que ocupam determinado local do meio ambiente. Plantas, animais,
bactérias e fungos que vivem num ambiente, interagindo entre si, com composição própria, estrutura,
relações ambientais, desenvolvimento e função.
61
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Referindo-se somente a diversas populações de plantas, fala-se em comunidade vegetal e a
diversas populações animais, fala-se em comunidade animal.
(Ver BIOCENOSE)
COMUNIDADE ABERTA e COMUNIDADE FECHADA
Em ecologia vegetal usa-se a primeira denominação para aquela comunidade que se mostra com
cobertura incompleta da área; é formada por tufos (ou agrupamentos) de plantas que não chegam a se
tocar (separados por distância inferior ao seu diâmetro); portanto, permitem imigrantes. A comunidade
fechada é uma associação ou assembléia de plantas que recobrem toda a área de habitat disponível,
impedindo assim, a entrada de imigrantes.
COMUNIDADE CLÍMAX
Forma estabilizada, da interação seres vivos-ambiente, em que esses componentes mantêm-se
em harmonia e equilíbrio. Neste estádio clímax a composição em espécies é mantida razoavelmente
constante no tempo. Tal estabilidade reflete uma situação dinâmica e nunca estática, de circunstâncias.
(Ver CLÍMAX CLIMÁTICO; CLÍMAX EDÁFICO; CLÍMAX DE FOGO; CLÍMAX
TOPOGRÁFICO; e CLÍMAX ZOÓTICO)
CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
O Conselho Nacional do Meio Ambiente foi instituído pela Lei nº 6.938, de 31/08/81,
integrando o SISNAMA − Sistema Nacional do Meio Ambiente, tendo por finalidade:
I) assessorar, estudar e propor a instâncias superiores do Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e recursos ambientais;
II) deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
É composto por mais de 70 membros, representando Ministérios, confederações de
trabalhadores, Presidentes da ABES − Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e do Meio
Ambiente, da FBCN − Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza e de associações civis de
defesa ambiental (representando as cinco regiões geográficas do país).
(Ver CÓDIGO FLORESTAL; e LEGISLAÇÃO AMBIENTAL)
CONCENTRAÇÃO LETAL (ou LC50)
Concentração de um produto químico que no meio (de cultura) ou ambiente, causa a morte de
pelo menos metade dos organismos ali existentes. Usa-se o símbolo LC50 (do inglês “lethal
concentration”) para indicar a morte de 50% dos indivíduos ou de parte da amostra.
CONCEPÇÃO HOLÍSTICA
(Ver HOLISMO (ou HOLÍSTICO); REDUCIONISMO; e SUPERORGANISMO)
CONCEPÇÃO “INDIVIDUALÍSTICA” (ou DO INDIVIDUALISMO)
(Ver HOLISMO (ou HOLÍSTICO); REDUCIONISMO; e SUPERORGANISMO)
CONECTIVIDADE
Termo usado para designar as interrelações entre diferentes componentes ou compartimentos de
um ecossistema.
Alguns autores usam o termo “teias de conectividade” quando se referem às relações que
retratam as ligações numa teia ou rede alimentar.
CONEXÃO
Uma possível tradução do inglês “connectance”, significando a relação de ligações “potenciais”
dentro de uma teia ou rede alimentar para as ligações que “realmente” existem.
(Ver CONECTIVIDADE)
CONIÓFILO
Que se desenvolve sobre substratos enriquecidos com poeira, contendo geralmente excreta. Dizse também de alguns liquens que medram bem, quando cobertos por poeira.
CONJETURA, HIPÓTESE, LEI e TEORIA
A conjetura não passa de uma especulação, semelhante a uma hipótese, mas que não se propõe a
ser testada. Hipótese, conceito restrito geralmente postulado como uma explicação potencial para um
fenômeno, para ser testado por experimentação ou observação. Lei, em ciência é um conceito com alto
grau de certeza (ou convicção), suficiente para se confiar em seu uso, visando a previsão de fenômenos.
Teoria, é um conceito amplo, baseado em observação extensiva, experimentação ou raciocínio e da qual
se espera responder por uma ampla variedade (ou gama) de fenômenos cobertos no seu âmbito.
CONJUGAÇÃO
(Ver TRANSFERÊNCIA DE DNA)
CONNELL
(Ver HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO (DE CONNELL))
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
(Ver CONAMA)
62
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CONSERVAÇÃO
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (ver “IUCN”), “conservação é o
manejo dos recursos do ambiente, com o propósito de obter-se a mais alta qualidade sustentável de vida
humana”.
Como a conservação é uma interação homem-Natureza, ela implica em atitudes inteligentes na
utilização dos ecossistemas terrestres e aquáticos e também de melhoria das condições ambientais sem
que esses ambientes percam sua originalidade.
(Ver PRESERVAÇÃO)
CONSOCIAÇÃO
Consociação vegetal em que há apenas uma espécie dominante.
Este termo, de uso pouco comum em Ecologia, não deve ser confundido com
CONSORCIAÇÃO, de uso generalizado em agronomia, em que um cultivo é associado a outro, numa
mesma área.
(Ver ASSOCIAÇÃO VEGETAL)
CONSOCIES
Etapa do desenvolvimento de uma consociação.
CONSORCIAÇÃO
(Ver CONSOCIAÇÃO)
“CONSORTIUM” (ou CONSÓRCIO)
Grupo de indivíduos de diferentes espécies, tipicamente de diferentes filos (ou “phyla”) vivendo
em associação íntima ou bastante próxima.
CONSTÂNCIA
Termo usado em ecologia vegetal para definir uma medição do padrão de distribuição de uma
planta, a partir do número de diferentes quadrados amostrados que contenham aquela determinada
espécie, expressa usualmente pela seguinte escala: r (menos de 1%), I (1 – 20%), II (21 – 40%), III (41 –
60%), IV (61 – 80%) e V (81 – 100%).
A constância é também um termo usado em estudos de dinâmica de ecossistema para definir a
inexistência de mudança num determinado parâmetro.
CONSUMIDOR
Organismo heterotrófico, ou seja, que não sendo capaz de produzir o próprio alimento o recebe
dos produtores primários.
O consumidor ocupa os níveis tróficos seguintes ao primeiro, que é formado pelos produtores.
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
CONSUMO, EFICIÊNCIA DE
Em ecologia energética o consumo é a ingestão total de alimento ou energia por um indivíduo ou
população heterotrófica ou ainda por uma unidade trófica, por unidade de tempo, podendo ser expressa
por: C = P + R + FU,onde C é o consumo, P a produção, R a respiração e FU (rejeitos, uma sigla usada
em ecologia energética). E a eficiência de consumo é a quantidade de energia transferida de um nível
trófico para o nível mais próximo, expresso em porcentagem.
CONTAGEM (DE MICRORGANISMOS, EM PLACAS)
Método amplamente utilizado para contar microrganismos viáveis, principalmente bactérias.
Como a maioria dos microrganismos carece de enzimas que utilizem o agar, este é adicionado de
nutrientes e é colocado em placas de Petri (placa ou recipiente achatado, de forma circular, de pequeno
volume, utilizada em laboratório para cultivar microrganismos). Uma pequena quantidade da diluição
desejada da amostra é espalhada sobre o agar na placa e esta é colocada sob temperatura ideal para o
crescimento microbiano, incubando-se durante um certo tempo. Formam-se então colônias, ou seja, cada
bactéria gera uma colônia. As colônias são contadas, desprezando-se aquelas placas com quantidade
muito reduzida ou excessivamente grande de colônias.
(Ver NÚMERO MAIS PROVÁVEL − NMP)
CONTAMINAÇÃO
Resultado do contato de organismos, geralmente o ser humano, com substâncias nocivas à
saúde, tais como substâncias tóxicas ou radioativas ou organismos patogênicos. A contaminação referese ao efeito do contato com poluentes, não devendo portanto, ser confundida com poluição.
“CONTINUUM” (e “CONTINUUM INDEX”)
(Ver “-clino” ou “-clina”)
CONTRACORRENTE (e CIRCULAÇÃO CONTRACORRENTE)
Em termos de ecossistema aquático, refere-se a contracorrente a uma corrente que flui junto a
outra corrente mas em sentido oposto.
Em fisiologia animal e de grande interesse na ecologia energética, a circulação contracorrente ou
ainda o multiplicador de contracorrente é encontrado em muitos organismos, como por exemplo: (i) em
63
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
mamíferos aquáticos, como nas barbatanas de golfinhos (as veias envolvem as artérias, onde estas
conduzem o sangue que vai se resfriando à medida que flui para as partes externas e as veias retornam o
sangue venoso que vai se aquecendo ao retornar); (ii) répteis e pássaros marinhos também dispõe de tal
mecanismo nas “glândulas de sal” (geralmente em pares nos pássaros, secretando cloreto de sódio
concentrado nos ductos nasais e que são excretados como gotas de sal), assim como (iii) peixes nas suas
guelras; (iv) camelos, dromedários e alguns outros animais de deserto dispõem de multiplicadores de
contracorrente atuando nas narinas (mantendo-as sempre umedecidas e resfriadas) e nos rins,
concentrando a urina; esta adaptação ocorre também (v) nos pingüins da Antártica, onde a contracorrente
atua de maneira fundamental na manutenção da temperatura nas patas e pés dessas aves.
CONTROLE AUTOCIDA
Forma de controle biológico em que se usa a própria praga para aumentar sua taxa de
“mortalidade” (no sentido de desaparecimento). A estirilização de insetos machos, por irradiação, tem
sido uma técnica usada nesse sentido. Sua efetividade dependerá de vários fatores, entre eles: fêmeas
com baixa freqüência de cruzamento, machos estirilizados com alta competividade com os demais
machos, reduzida probabilidade de imigração de machos férteis e fêmeas com ovos fertilizados ...
CONTROLE BIOLÓGICO
Utilização intencional dos inimigos naturais de um organismo indesejável ao homem, com a
finalidade de reduzir sua população para nível abaixo de dano econômico ou nível tolerável. Exemplo:
alguns fungos, como o Metarrhizium anisopliae, têm sido usados para controlar pragas em certos
cultivos, como a cigarrinha da cana-de-açúcar. A bactéria Bacillus thuringiensis produz toxina (δendotoxina) nociva a certas pragas (insetos).
(Ver MIP)
“CONVENCIONAL, PRUDÊNCIA”
A “prudência convencional” é um termo que poderia ser assim traduzido do inglês “coventional
wisdom” querendo dizer-se em estudos sobre complexidade e estabilidade de comunidades que: uma
crescente complexidade numa comunidade conduz a uma crescente estabilidade; significando isto que
com mais espécies há mais interações entre elas e conseqüentemente, em média, há maior força de
interações, sendo portanto a comunidade menos suscetível a mudanças, face a uma perturbação.
“CONVENTION OF INTERNATIONAL TRADE IN ENDANGERED SPECIES (OF WILD
FLORA AND FAUNA) - CITES”
Convenção sobre o comércio internacional de espécies da flora e da fauna, em via de extinção.
CONVERGÊNCIA DE CARACTÉRES
(Ver ALOPATRIA)
CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL, ZONA DE
Região da Terra na qual as correntes de superfície, de ar, vindas das regiões subtropicais dos
hemisférios norte e sul (latitudes de 30o), encontram-se próximo ao equador e se eleva sob a influência do
calor do sol. O ar trpical carregado de umidade ao elevar-se resfria na área de convergência e a umidade
em condensação forma nuvens e se precipita. Daí afirmar-se que os trópicos são mais úmidos, não porque
exista mais água nessas regiões do que nas outras, mas sim porque neles a água cicla mais rapidamente.
COORTE
Grupo de indivíduos (geralmente de animais) da mesma idade, recrutados numa população, no
mesmo tempo. Refere-se também a uma determinada classe de idade. Ainda é usado para referir-se a uma
categoria taxonômica.
COPÉPODES
Organismos da subclasse Crustacea, sendo a maioria das suas 6000 espécies marinhas de vida
livre minúsculas (de 0,5 mm a 10 mm de comprimento), embora muitas sejam parasitas e outras
simbiontes. Os de vida livre são os organismos mais abundantes no mar, servindo de alimento, na base da
cadeia alimentar, a inúmeras espécies de peixes; e até mesmo para mamíferos como a baleia.
COPIOTRÓFICO
Organismo que cresce somente na presença de alta concentração de nutrientes.
“COPPICING” (= PODA RASTEIRA)
Este termo em inglês pode ser traduzido como “poda rasteira”, ou seja, é um corte periódico
numa vegetação, geralmente arbórea cultivada, para estimular o múltiplo rebrotamento.
“copro-”
Prefixo de origem grega que se refere a “fezes; dejetos”.
COPRÓFAGO (ou MERDÍVORO)
Organismo que ingere dejetos (fezes), que se encontram muitas vezes enriquecidos pela
atividade de microrganismos, ditos coprofílicos. Muitos detritívoros são coprófagos.
64
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
COPRÓFILO
Organismo, geralmente “fungo coprofílico”, que vive em fezes de diversos tipos de animais (da
mesofauna do solo, assim como de pássaros e de animais maiores), enriquecendo-as com certos
nutrientes, úteis aos organismos coprófagos.
COPULAÇÃO ou ACASALAMENTO EXTRA-PAR
(Ver EXOCRUZAMENTO)
CORAL
Concreção calcária formada no mar,
a partir de pólipos. Nas costas do Brasil são
mais comuns os corais originados de
antozoários e hidrozoários (celenterados) que
constroem um “esqueleto” de matéria
orgânica ou carbonato de cálcio. Nos corais
são comuns ocorrerem as algas zooxantelas,
equinodermas, moluscos, protozoários.
A foto ao lado (do site
www.wikipedia.com) mostra estrêla-do-mar
de cor azul (Linckia laevigata) repousando
sobre coral Acropora, na Grande Barreira de
Recifes (de corais), da Austrália.
(VerATOL; e RECIFES)
“-coria”
Sufixo de origem grega que significa “dispersão; espaço”. É utilizado mais comumente para
indicar a forma de dispersão dos vegetais, como nos seguintes casos: anemocoria (dispersão pelo vento);
hidrocoria (pela água); zoocoria (pelos animais); autocoria (autodispersão ou por expulsão ou ainda por
produção de estolões); e muitas outras denominações.
No sentido de “espaço” alguns autores denominam de biócoro (ou biocório) ao conjunto de
condições inerentes a um “ecossistema”; sendo esta última denominação a mais usada e mais aceita.
Ainda alguns autores usam biócoro ou biocore quando se referem a um grupo de biotopos similares.
CORIOLIS
(Ver FORÇA DE CORIOLIS)
CORPO DE ÁGUA
Qualquer sistema aquático (rio, lago, reservatório, oceano) que receba efluentes líquidos (ou
água residuária), tratados ou não.
CORREDOR e CORREDOR ECOLÓGICO
Em termos geológicos o corredor é uma conexão contínua ligando massas de terra adjacentes e
existente há longo período geológico de tempo.
O corredor ecológico é uma concepção moderna relacionada a manejo e conservação de fauna.
Os corredores de mata, são uma idéia defendida por alguns conservacionistas, de que os remanescentes
de matas (ou relitos) devem se interligar a partir de “faixas” de mata, propiciando assim aos animais,
possibilidades de deslocamento. Teoricamente, isto ocorrendo, dará alternativas de habitats (alimento,
refúgio etc) para certos animais.
CÓRREGO
CÓRREGO = ARROIO = REGATO = RIBEIRO
Curso de água, estreito, pouco volumoso, de pequena extensão e às vezes intermitente.
CORRENTE DE BENGUELA
(Ver RESSURGÊNCIA)
CORRENTE DO PERU (ou CORRENTE DE HUMBOLDT)
(Ver HUMBOLDT, CORRENTE DE; e RESSURGÊNCIA)
65
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CORRENTE “EL NIÑO”
Assim chamada porque ocorre em dezembro, a cada dois a sete anos (“El Niño” significa em
espanhol menino Jesus), resulta dos ventos que sopram na direção do hemisfério sul, ao longo das costas
do Equador e do Peru, empurrando uma corrente marinha quente, juntando-se à Oscilação do Sul
(mudança de pressão atmosférica na superfície terrestre, proveniente da Indonésia, norte da Austrália e
sudeste do Pacífico), viabilizando maciça transformação do tempo, afetando imensas regiões da Terra. A
este efeito conjunto do “El Niño” com a Oscilação do Sul aplica-se a sigla ENOS. Seus efeitos fazem-se
sentir na Austrália, África e Indonésia, com a seca, tempestade de areia, queimadas; ou na India, que se
priva das chuvas de monção; no Peru e no Equador, assim como no sudeste e sul do Brasil, com as
grandes enchentes; e tufões no oeste do Pacífico. Tais acontecimentos registraram-se com bastante
intensidade nos anos 1982-83 e novamente em 1991-92. Os ventos alísios enfraquecidos, fazem com que
as águas quentes permaneçam próximas da América do Sul, impedindo a ressurgência.
As águas quentes não propiciam abundância de nutrientes, essenciais à cadeia alimentar
marinha, ocorrendo morte ou migração de peixes e aves próximas.
Pesquisadores norte-americanos e europeus, detectando um fenômeno que teria efeitos opostos
aos da corrente “El Niño”, ou seja, os ventos alísios aumentam levando as águas quentes superficiais para
a Ásia, onde ocorrem chuvas e no Brasil ocasionando fortes chuvas no norte e nordeste e estiagem no sul,
deram o nome a este fenômeno de “La Niña”. Esta caracteriza-se por chuvas pesadas em muitas regiões
dos trópicos, seca nas regiões temperadas-norte e uma intensa atividade de furacões no oceano atlântico
norte.
CORRENTEZA (LAMINAR e TURBULENTA)
Quando a movimentação da água dá-se paralelamente (à superfície) sem ocorrer mistura, a
correnteza é laminar; e quando as diversas partes do corpo de água se misturam, ela é turbulenta. Nos
rios e córregos naturais a correnteza dificilmente é laminar.
CORRETIVO DO SOLO
Qualquer composto adicionado ao solo (gesso, calcário...) com a finalidade de melhorar suas
propriedades (que não as de fertilidade), tais como pH, porosidade, densidade... visando o melhor
crescimento das plantas.
(Ver FERTILIZANTE)
CORTE SELETIVO
Corte de árvores, geralmente na fase intermediária de seu desenvolvimento, visando obter
madeira já em fase matura ou para eliminar árvore com algum tipo de problema (doença, por exemplo),
num ecossistema com indivíduos em idade não-uniforme (numa floresta natural, por exemplo). É um
processo que estimula o rebrotamento e o surgimento de novos indivíduos, mantendo assim o
ecossistema com desenvolvimento não-uniforme.
(Ver MANEJO SUSTENTADO)
CRENÓFILO
Que se desenvolve numa fonte natural ou próximo a ela.
CRESCIMENTO ALOMÉTRICO
(Ver ALOMETRIA)
CRESCIMENTO CRÍPTICO
Alguns microrganismos, mesmo na chamada fase estacionária de crescimento, continuam
metabolizando (alimentando-se das células microbianas mortas) e chegam até a crescer, daí esta
denominação.
(Ver CRESCIMENTO EXPONENCIAL; CRESCIMENTO LINEAR; e FASE
ESTACIONÁRIA DE CRESCIMENTO)
CRESCIMENTO EXPONENCIAL
Crescimento, de uma população por exemplo, onde ocorre aumento no número de seus
componentes, num percentual fixo do total e em determinado período de tempo, sendo graficamente
representado por uma curva em forma de J. Na prática, à maneira do aumento geométrico dos “grãos de
trigo no tabuleiro de xadrez”, se em 1994 a população humana mundial aumentou em 1,6% e se esta taxa
de crescimento continuar, a população duplicará em 44 anos, ou seja 70/1,6 ≅ 44 (obs.: aplica-se a regra
prática dos “70/percentual de crescimento = tempo para duplicação em anos”, conforme a fórmula
matemática básica de crescimento exponencial).
Como curiosidade estima-se que se uma bactéria (que pesa não mais do que um trilionésimo de
um grama, ou seja, 10-12 gramas) crescesse exponencialmente, com um tempo de geração de 20 min., em
48 horas produziria uma massa que pesaria 4.000 vezes mais do que o planeta Terra!). Certamente isto
não aconteceria porque haveria limite de nutrientes para o crescimento desta bactéria, que assim entra em
fase estacionária de crescimento.
66
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver CRESCIMENTO LINEAR; EQUAÇÃO LOGÍSTICA; FASE ESTACIONÁRIA DE
CRESCIMENTO; e TAXA DE CRESCIMENTO)
CRESCIMENTO LINEAR
Crescimento de uma população por exemplo, onde ocorre aumento no número de seus
componentes em quantidade fixa por cada unidade de tempo. Se a cada dia nascem três indivíduos numa
determinada população humana, em cinco dias a população cresceu em quinze indivíduos e em um mês
terá crescido em 90 indivíduos.
(Ver CRESCIMENTO EXPONENCIAL)
CRESCIMENTO ZERO
(Ver ISOCLINO ZERO)
CRIME AMBIENTAL
(Ver LEGISLAÇÃO AMBIENTAL)
CRIÓFILO (ou CRIOFÍLICO) / CRIOFILIA
Organismo que medra em temperaturas baixas. Alguns admitem ainda o termo criofilático, para
designar o organismo resistente a temperaturas baixas.
(Ver TERMÓFILO)
CRÍPTICO(A), ANIMAL / CARACTERÍSTICA
Refere-se ao fato de que alguns animais, especialmente devido à sua coloração, se integram ao
ambiente tornando-se difícil sua detecção por predadores e às vezes também por suas presas. Esta é
assim, uma “característica críptica”.
No sentido de parecer-se com o ambiente em que está, um termo mais usado é camuflagem.
(Ver APOSEMATISMO; CAMUFLAGEM; e MIMETISMO)
CRIPTOBIÓTICO / CRIPTOFAUNA / CRIPTOZÓICO
Que vive escondido, sob pedras, em fendas etc.
(Ver CASMÓFITO)
CRIPTODEPRESSÃO
Alguns lagos que têm a superfície acima do nível do mar, mantêm suas águas abaixo do nível
marinho, chamando-se esta parte “criptodepressão”.
CRÔNICO (EFEITO CRÔNICO / DOENÇA CRÔNICA)
Efeito/doença que ocorre em tempo longo, por exposição a determinada substância
tóxica/agente causador de doença, podendo progredir para uma condição pior ou desaparecer com a
idade do indivíduo afetado. No caso de doença, citam-se a malária (que periodicamente ressurge
violentamente no indivíduo contaminado), o câncer e doenças cardiovasculares, assim como a asma (que
pode desaparecer com o crescimento da criança).
(Ver AGUDO (EFEITO AGUDO / DOENÇA AGUDA))
“crono-”
Prefixo de origem grega significando “tempo”. Ex.: cronoclino (uma mudança gradual num
caráter ou grupo de caracteres ao longo de um período extenso de tempo geológico); cronofauna (uma
comunidade animal geograficamente restrita que mantém seu caráter básico ao longo de um período de
tempo geologicamente significativo); e outras denominações.
(Ver “-clino” ou “-clina”)
C–S–R, TRIÂNGULO
(Ver TRIÂNGULO C–S–R)
CTC - CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA
Diz respeito ao total de cátions trocáveis adsorvidos ao solo, expresso em centimolesc (+) por kg
de solo, argila ou colóide orgânico. O subscrito “c” significa a carga do íon. Os cátions adsorvidos
resistem à lixiviação, mas podem ser substituídos (trocados) por outros cátions da solução do solo por
efeito da competição (o grande número de íons positivos presentes leva à competição pelos sítios
negativos). A CTC refere-se à quantidade desses sítios negativos existentes no solo. Nos sítios (locais) de
troca catiônica, em solos com pH superior a 6 ou 7, os íons geralmente adsorvidos à argila ou colóide
orgânico são Ca2+, Mg2+ e K+; enquanto nos solos ácidos tais sítios são ocupados na maioria por íons de
Al(OH)2. Quantidades menores de outros íons, como os de Na+, NH4+ e Zn2+, ocorrem em alguns dos
sítios de troca.
Estima-se que 1% de humus ou matéria orgânica do solo (1g de humus/100g de solo) tem uma
CTC de 2 cmolc / kg de solo e que 1% de montmorilonita tem uma CTC de cerca de 1 cmolc
(100cmolc/kg para 100% de argila).
Na nomenclatura antiga usava-se para CTC a unidade meq ou miliequivalente/100g de solo, que
hoje deve ser representada por:
a) 1 meq/100g = 1 cmol (+) / kg de solo (ou 1 centimol)
b) “ “
“ = 10 mmol (+) / kg “ “ (ou 1 milimol)
67
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
c) “ “
“ = 10 mmol (1/2 Ca2+) / kg de solo (se for usado Ca).
(Ver SATURAÇÃO DE BASES)
“CULL” (APARTE)
Denominação em inglês de um processo de manejo em que se faz o aparte (se separa) dos
indivíduos de pouco valor (de uma manada, por exemplo), que estejam em condições físicas inferiores em
relação aos demais, ou que estejam doentes; alguns sendo sacrificados.
CULTIVAR − C.V. (ou CV)
Designação de variedade de planta de uma determinada espécie, obtida de cultivo, geralmente
em que foi feito melhoramento genético, visando por exemplo, maior produtividade, maior resistência à
praga ou à seca etc. Usa-se comumente a abreviatura c.v. para indicar a cultivar; ex.: Phaseolus vulgaris
c.v. carioca. O termo variedade refere-se à subespécie ou híbrido silvestre.
Há interesse especial em ecologia, sobre os estudos das variedades introduzidas pelo homem no
meio ambiente e suas interações com outras espécies e o meio abiótico, principalmente na época atual,
após a criação e disseminação dos transgênicos.
CULTIVO ITINERANTE
(Ver AGRICULTURA ITINERANTE)
CULTIVO MANIPULADO GENETICAMENTE
Na engenharia genética tem se procurado inserir num determinado cultivo um gene proveniente
de outro organismo, que possa conferir a este cultivo uma certa propriedade, como por exemplo, de
resistência à seca ou a uma praga. O gene δ-endotoxina, isolado da bactéria Bacillus thuringiensis
(utilizada em controle biológico), foi inserido em tabaco (planta do fumo), conferindo-lhe resistência
potencial à praga de lepidópteros.
(Ver ENGENHARIA GENÉTICA)
CULTIVO ROTACIONAL
CULTIVO ROTACIONAL = ROTAÇÃO DE CULTURAS
Alternância de diferentes tipos de cultivo, com a finalidade de reduzir ou repor nutrientes
consumidos por certos vegetais. Exemplo: algodão, milho e fumo são grandes consumidores de
nitrogênio, que poderá ser reposto ao solo com plantio de leguminosa.
CULTURA AXÊNICA
Refere-se à cultura pura , livre de organismos contaminantes. Termo comum em microbiologia.
CUPIM
(Ver TÉRMITAS)
CURVA DE SOBREVIVÊNCIA
Curva representativa do declínio, em número e ao longo do tempo, de um grupo de recémnascidos ou de indivíduos que acabaram de emergir, como no caso dos organismos modulares; é
interpretada também como uma representação gráfica da probabilidade desses descendentes de
sobreviverem nas idades subseqüentes.
(Ver TABELA DE FERTILIDADE; e TABELA DE VIDA)
68
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
D
DANO ECONÔMICO
DANO ECONÔMICO = NÍVEL DE INJÚRIA
Refere-se ao nível em que o controle de uma praga na agricultura está no limiar econômico, ou
seja, qualquer gasto adicional compromete o benefício (lucro). Usa-se a expressão limiar de ação de
controle, para designar a observação da combinação da densidade de praga e as densidades dos seus
“inimigos naturais” além da qual se faz necessário intervir, para evitar dano econômico.
D.A.P. − DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO
Diâmetro de secção transversal, geralmente efetuada em troncos de árvores, a 1,30 m do solo
(ou 1,35 m, segundo alguns autores), utilizado em cálculo de área basal, ou como um dado útil em
estimativa de biomassa vegetal, levantamento de densidade de vegetação, avaliação de cobertura vegetal
etc. Em vegetação arbustiva (na caatinga, por exemplo) mede-se o D.B. (diâmetro da base).
(Ver ÁREA BASAL)
DARLING, EFEITO DE
(Ver FRASER-DARLING, EFEITO DE)
DARWINISMO
Processo evolutivo que ocorre na Natureza na visão de Charles Darwin, que expressa a evolução
como ocorrendo através de seleção natural (ou a luta pela vida), onde os organismos agem
espontaneamente determinando variações dentro das populações e espécies e que resulta na sobrevivência
do mais apto.
(Ver NEO-DARWINISMO)
D.B. − DIÂMETRO DA BASE
(Ver D.A.P.)
DBO − DEMANDA BIOLÓGICA DE OXIGÊNIO
É o mesmo que Demanda Bioquímica de Oxigênio. É um índice biológico usado para monitorar
poluição aquática e que é obtido geralmente pelo seguinte procedimento: uma amostra de água é
colocada em frasco especial (capaz de excluir todo o ar da amostra) e deixada em incubação a 20 °C
durante 5 dias; a quantidade de O2 consumida (pelos microrganismos existentes na amostra, que oxidam
a matéria orgânica) é estimada a partir da medição da quantidade do oxigênio residual (por comparação
com amostra-controle).
Quando o valor de DBO é alto, isto significa que os microrganismos existentes estão em
quantidade elevada, consumindo (demandando) muito oxigênio, competindo pelo O2 com os organismos
maiores (peixes, por exemplo).
Costuma-se estimar também a DQO − Demanda Química de Oxigênio, que indica o carbono
orgânico total da amostra de água, medindo-se com dicromato ou permanganato, a quantidade do
reagente consumido durante a oxidação da matéria orgânica.
A figura que segue ilustra a curva de oxigênio (linha contínua) e a curva de demanda biológica
de oxigênio ou DBO (linha interrompida), ao longo de um rio e considerando um determinado ponto
onde ocorre despejo de uma certa atividade humana (segundo MILLER, 1990):
69
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ponto de descarga
Organismos
Concentração
zona límpida,
com organismos
de água normal
O2 dissolvido
zona de decomposição, com
peixes pouco
exigentes
zona de
recuperação
fungos, bactérias
anaeróbias...
zona
límpida
DBO
Tempo ou distância rio abaixo
DCE − DICLOROETANO
Composto obtido na indústria do cloro, utilizado como solvente de óleos, graxas, gordura,
gomas, resinas e principalmente borracha. Seu vapor, presumivelmente carcinogênico, gera problemas
respiratórios, problemas nos olhos, no sistema nervoso central, danos ao fígado e rins.
DDD
(Ver ORGANOCLORADO)
DDE
(Ver ORGANOCLORADO)
DDT
(Ver ORGANOCLORADO)
DE
(Ver DOSE EFETIVA)
DECIBEL (db)
Unidade não-absoluta de medida do som, baseada na razão logarítmica da intensidade do som
(I) para um nível de referência (Io) estabelecido arbitrariamente como a pressão sonora (mínima audível
ao ser humano) de 0,0002 microbars (ou dinas/cm2 ou uma energia de cerca de 10-6 watts).
Inicialmente obtém-se o bel:
bel = log10 I/Io, e depois o decibel:
db = 10 log10 I/Io.
Portanto, 10, 20 e 100 db significam respectivamente 10, 100 e 1010 vezes o limite mínimo. Em
geral, 90 db podem ser considerados como nível crítico de dano para o ouvido humano.
DECÍDUA
(Ver CADUCIFOLIA)
DECLÍNO PROGRESSIVO (NA DENSIDADE POPULACIONAL)
(Ver LEI DA POTÊNCIA DOS TRÊS MEIOS (-3/2))
DECOMPOSIÇÃO
DECOMPOSIÇÃO = PUTREFAÇÃO
Processo de desintegração da estrutura da matéria orgânica em que moléculas orgânicas
complexas se transformam em substâncias simples (dióxido de carbono, água e componentes minerais)
atingindo, no solo, um estado final de humus. Juntamente com essas substâncias simples, muitas das
quais são nutrientes inorgânicos, são liberadas substâncias orgânicas que poderão fornecer energia ou
inibir ou estimular outros componentes bióticos do ecossistema.
Há uma tendência atual para se considerar a decomposição como mais importante para o
ecossistema do que os próprios decompositores, uma vez que, em certos ecossistemas, os animais
demonstraram ser mais importantes do que bactérias e fungos no processo de decomposição da matéria
orgânica. É importante também observar os efeitos das ações físicas no processo da decomposição.
DECOMPOSITOR
DECOMPOSITOR = MICROCONSUMIDOR = OSMÓTROFO = REDUTOR = SAPRÓBIO =
SAPROBIONTE = SAPRÓFAGO = SAPRÓFILO = SAPRÓTROFO = SAPROXENO
Organismo heterotrófico, principalmente bactérias e fungos, que degradam os compostos
complexos dos protoplasmas mortos, absorvendo alguns produtos da decomposição e liberando
nutrientes inorgânicos que serão utilizados pelos produtores. Saprófito ou saprofítico refere-se aos
vegetais (plantas) que retiram seus alimentos da matéria orgânica em decomposição. Nos ecossistemas
70
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
aquáticos citam-se os organismos saprobiontes (resistem a águas poluídas), saprófilos (estão geralmente
presentes em tais águas) e saproxenos (não se encontram nessas águas).
(Ver DECOMPOSIÇÃO)
“DEET – N,N-DIETHYL-META-TOLUAMIDE”
Composto usado nos repelentes (de insetos), muito utilizados nos E.U.A., principalmente nas
regiões de grande infestação, tais como no Alaska e nos “Everglades”, na Flórida. Há indicações de que
este composto causa danos neurológicos em ratos e por isso é recomendado que o produto repelente não
contenha mais do que 30% de “DEET” e que seu uso não seja nunca combinado a protetor solar, uma vez
que este composto reduz a ação do protetor em cerca de 30%.
DEFENSIVO AGRÍCOLA
(Ver PESTICIDA)
DEFESA ECONÔMICA
(Ver POSSIBILIDADE DE DEFESA ECONÔMICA)
DEFESA (EM PLANTAS)
Muitos vegetais, durante o processo evolutivo, desenvolveram estruturas e alguns, compostos
químicos que tornaram possível defender-se do ataque de herbívoros. As estruturas são facilmente
notadas, como por exemplo os espinhos em certas plantas da caatinga (bromélias, foto da esquerda) e em
cactos (foto da direita). Nestes últimos, os espinhos são folhas modificadas, que além de protegerem o
cacto contra predadores, reduzem a superfície de transpiração da planta:
Obs.: ambas as fotos do site www.biosferadacaatinga.org.br: a da esquerda, de Tadeu Jankosviki;
e a da direita de Roberto Linsker.
(Ver DEFESA QUÍMICA)
DEFESA NATURAL
(Ver DEFESA QUÍMICA)
DEFESA QUÍMICA
Produção de substâncias químicas (muitas delas são metabólitos secundários) por certos
organismos e que desempenham nestes a função de “defesa” contra possíveis predadores ou
competidores. Muitas plantas são ricas em tais substâncias, como alcalóides, terpenóides, taninos,
flavonóides, glicosídeos, cianeto, ácido oxálico etc.
Entre os animais valem ser destacados: um gastrópodo marinho que produz ácido sulfúrico e um
“besouro bombardeiro” (Brachinus crepitans) que produz hidroquinona e peróxido de hidrogênio em seu
abdômen (que se misturam em câmara de explosão sob ação da enzima peroxidase, formando a quinona,
tóxica; o inseto a ejeta como um “spray” explosivo).
Sapos e rãs produzem batracotoxinas, epibatidinas (de efeito 200 vezes superior à ação da
morfina e similares) e pumiliotoxinas em sua pele, extremamente venenosas ao simples toque; espinhos
de muitas plantas produzem substâncias tóxicas variadas. Índios do oeste da Colômbia esfregam as
pontas de suas flechas e setas da zarabatana, na pele de rãs (Dendrobates auratus e Phyllobates
terribilis), usando-as para caçar com eficiência duradoura (de pelo menos 1 ano) (segundo artigoreportagem de M.W.Moffett, publicado em National Geographic, 1995, Vol.187, no 5, p.98-111).
Há substâncias que são mantidas pelo organismo (plantas) durante todo o seu tempo de vida,
constituindo-se na chamada defesa constitutiva. Entre estas há os taninos, resinas, óleos essencias em
folhas e ramos de algumas plantas, que se ligam facilmente às proteínas, tornando-as indigestas. Grande
parte de substâncias desse tipo, são incluídas no grupo dos metabólitos secundários. Há também os
alcalóides, nos quais algumas plantas são ricas, constituindo-se em substâncias tóxicas para os animais. E
há substâncias que são produzidas (por plantas) em resposta a danos causados por herbívoros ou outro
qualquer agente, constituindo-se na chamada defesa induzida.
(Ver CIANOGÊNICO)
71
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
DEFESO
Literalmente significa ato de proibição. É a ação de proteção às espécies da fauna, como por
exemplo aos da piracema, que consiste em fiscalizar a pesca no período em que ela acontece, ou seja, de
outubro a maio, proibindo-se a pesca predatória com o uso de redes, tarrafas, puçás, bombas etc, que
causariam grande apreensão de peixes e mortandade predatória. Neste período, de acordo com o
IBAMA, só se permite o uso de linha e anzol.
DEFICIT DE SATURAÇÃO DE VAPOR D’ÁGUA
É uma medida da quantidade de água que falta no ar em relação ao ar saturado.
(Ver CLAREIRA)
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
É a redução de um recurso natural renovável até um certo nível de produção sustentável, ou seja,
refere-se à explotação até uma taxa limite de reconstituição natural.
São bastante variadas as conotações da degradação ambiental, no geral. Do ponto de vista do
interesse de exploração de um recurso natural pelo ser humano, qualquer “ameaça” à continuidade de
explotação, pode se constituir em degradação. Na foto seguinte, da NASA (obtida pelo Landsat), vê-se a
capital da Mauritânia, Nouakchott, sendo ameaçada pela aproximação de dunas gigantescas, certamente
resultantes da devastação da vegetação dos arredores.
DEMANDA BIOLÓGICA (ou BIOQUÍMICA) DE OXIGÊNIO − DBO
(Ver DBO)
DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO − DQO
(Ver DBO)
DEMERSAL
Termo que se refere a ovos (de peixes) que não flutuando, tendem a depositar-se no fundo do
sistema aquático (mar ou lago).
“DENDRIUM”
Uma comunidade de orquídeas.
“dendro-”
Prefixo de origem grega significando “árvore”. Ex.: dendrocronologia (método de datação
usando contagem dos anéis de crescimento anual das árvores); dendroquímica (campo emergente da
química ambiental em que se analisa a composição química, especialmente minerais, dos anéis de
crescimento); dendroclimatologia (parte da climatologia que utiliza o conhecimento sobre os registros em
anéis de crescimento das árvores para quantificar os níveis de elevação do dióxido de carbono na
atmosfera, procurando entender o processo de aquecimento global); dendropirocronologia (utiliza tal
conhecimento dos anéis de crescimento para tentar reconstruir a história de incêndios florestais);
dendrícola (o mesmo que arborícola, que vive sobre árvore); dendrófago (que se alimenta de madeira).
DENDROTELMATOBIONTES
(Ver FITOTELMOS)
DENSIDADE
Refere-se ao número ou biomassa de indivíduos de uma espécie, por unidade de área ou volume,
respectivamente nos ecossistemas terrestre ou aquático. Há diversos aspectos ecológicos dependentes da
densidade (ação dependente da densidade) como por exemplo, a carência de nutrientes, cujos efeitos
poderão ser desastrosos no caso de alta densidade populacional; e há também os independentes (ação
independente da densidade) como por exemplo um desastre ou uma catástrofe, como o fogo ou temporal,
cujos efeitos sobre as populações não dependerão da densidade populacional. Entre os diversos aspectos
ecológicos relacionados à dependência e à independência da densidade, são também mencionados os
fatores de crescimento.
(Ver ABUNDÂNCIA; DEPENDÊNCIA OU DEPENDENTE DA DENSIDADE; DENSIDADE
ECOLÓGICA; e ÍNDICE DE DENSIDADE)
72
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
DENSIDADE APARENTE (DE UM SOLO)
Refere-se à densidade de um volume de solo, da maneira como ele existe naturalmente,
incluindo o ar (sua porosidade) e a matéria orgânica, mas excluindo a umidade. Sua estimativa pode ser
feita da seguinte maneira (MILLER & DONAHUE, 1990):
a) Um cilindro (com 5 cm de altura e 4,4 cm de diâmetro interno) é enterrado no solo e uma
amostra de solo é coletada, seca em estufa a 105°C; sem alterar a estrutura do solo, dando então como
resultado, 87,6 g.
b) O volume do cilindro é dado por: V = πr2h = 3,14 X 2,22 X 5 cm = 76 cm3.
c) Densidade aparente = massa do solo/volume do solo = 87,6 g/76 cm3 = 1,15 g/cm3.
DENSIDADE ECOLÓGICA
Termo usado por alguns autores para indicar o número ou biomassa de indivíduos de uma
espécie, por unidade de espaço de habitat, ou seja, de área ou volume que possa ser eventualmente
colonizado pela população da espécie em questão. Alguns autores chamam de intensidade de abundância
a este número de indivíduos por local habitável numa comunidade.
(Ver ABUNDÂNCIA; DENSIDADE; e ÍNDICE DE DENSIDADE)
DENSIDADE RELATIVA
Uma medida da densidade de uma espécie (representada por a) numa área ou comunidade,
relativa ao número total de indivíduos (Ntot) de todas as espécies dentro dessa área ou comunidade; sendo
usualmente expressa como porcentagem, usando-se a fórmula: Densidade relativa = 100Na/Ntot.
DEPENDÊNCIA (ou DEPENDENTE) DA DENSIDADE
Relação entre fatores, fenômenos ou processos, abióticos ou bióticos e a densidade populacional
de um determinado organismo. Assim sendo, há reações dessa população que dependerão da sua
densidade, no momento em que for atingida por um certo fenômeno ou processo. Reciprocamente, há
reações da população a certos fatores (abióticos ou bióticos) que independem da densidade. Se, por
exemplo, ocorrer uma certa escassez de alimento, a reação de uma população dependerá do número de
indivíduos que a compõem, constituindo-se assim uma dependência de densidade. Se por outro lado,
ocorrer por exemplo, um incêndio ou enchente, é bem possível que os efeitos destas catástrofes sobre as
populações independam da densidade (ver também FATORES “DEPENDENTE” e “INDEPENDENTE”
DA DENSIDADE).
Muitos processos ecológicos estão relacionados com a dependência da densidade, como o
crescimento populacional, a competição intra e interespecífica, relações presa-predador e parasitahospedeiro e até mesmo tamanho de indivíduos numa população. Quando um aumento na densidade
inicial de uma população é exatamente contrabalançado pelo aumento da mortalidade e/ou redução na
taxa de natalidade e/ou taxa de crescimento, diz-se ocorrer uma compensação exata dependente da
densidade. Por outro lado, quando uma dependência da densidade de população é tão intensa que
aumentos na densidade inicial conduzem a reduções na densidade final, ela é denominada de
supercompensação da dependência da densidade. Por sua vez, quando aumentos na taxa de mortalidade
ou reduções na de natalidade ou na taxa de crescimento ocorrem na dependência da densidade em
magnitude inferior aos aumentos na densidade inicial e de maneira que aumentos nesta densidade inicial
ainda conduzem a aumentos ainda menores na densidade final, denomina-se este processo de
subcompensação da dependência da densidade.
DEPENDÊNCIA INVERSA DA DENSIDADE
Refere-se à mudança na influência de um fator ambiental (denominado “fator dependente inverso
da densidade”) que afeta a densidade de população que, quando muda, pode ocorrer uma das seguintes
tendências: (i) estímulo ao crescimento da população (reduzindo a mortalidade ou aumentando a
fecundidade) quando a densidade de população aumenta; (ii) ou retardamento ao crescimento da
população (aumentando a mortalidade ou reduzindo a fecundidade) quando a densidade de população
diminui.
Há três possíveis explicações para este “desvio da equação logística”: (i) refere-se inicialmente
ao “efeito Allee”, no qual a capacidade de indivíduos encontrarem seu par reprodutivo é intensificada
com o aumento da população; (ii) poderá estar relacionada ao aumento da diversidade e conseqüente
diminuição da incidência de mutações deletérias; (iii) ou seria devido ao aumento da capacidade da
população (no caso de animais) de predar populações de presas.
DEPRESSÃO DA PROCRIAÇÃO CONSANGÜÍNEA
Perda do “vigor híbrido” entre os membros de uma prole, que cruzam entre si, resultando na
expressão gênica de caractéres deletérios, gerando assim alta homozigosidade (reduzindo portanto, a
heterozigosidade).
(Ver HOMOZIGOSIDADE)
73
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
DERIVA GENÉTICA (ou DESVIO GENÉTICO)
Mudança na freqüência do alelo, devido mais às variações aleatórias, do que evolutivas, na
fecundidade e mortalidade de uma população.
(Ver ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO; e VARIABILIDADE GENÉTICA)
DESASTRE
Evento ou distúrbio que ocorre freqüentemente num ecossistema, afetando a vida de populações
de maneira a exercer pressão seletiva, sendo registrado no processo evolutivo. O fogo no cerrado e a seca
na região nordeste do Brasil, podem ser definidos como desastres. Alguns acidentes, por suas
repercussões negativas, são classificados como desastres, como alguns aqui referenciados, como os de
Bhopal e Chernobyl.
(Ver CATÁSTROFE)
DESENCADEADOR (ou LIBERADOR)
Em inglês, “releaser”, significando literalmente, desencadeador ou liberador, sendo então um
estímulo que serve para iniciar uma atividade instintiva.
(Ver “IMPRINTING”)
DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO
(Ver DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL = DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO =
ECODESENVOLVIMENTO
Pode ser definido como: “melhoria da qualidade de vida humana, dentro da capacidade de
suporte dos ecossistemas”. Poderia ainda ser: “desenvolvimento visando às necessidades do presente,
sem comprometer a disponibilidade de recursos que as gerações futuras necessitarão”. Ou:
“desenvolvimento sócio-econômico, respeitando e procurando manter as características da Natureza,
sendo portanto, baseado em princípios ecológicos, para exploração dos seus recursos; esperando-se com
isso, que sejam evitados o desperdício e a degradação ambiental”.
Alguns autores fazem distinções entre três tipos de desenvolvimento sustentável: o ecológico, o
econômico e o social. É bem possível que esta seja uma “ordem crescente de dependência”. O MMA −
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, do governo federal, criou
uma Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável − CPDS.
(Ver MANEJO SUSTENTADO)
DESERTIFICAÇÃO
Processo de origem climática e/ou antrópica, que converte um determinado local sob cobertura
vegetal natural ou sob cultivo, em terra onde a produtividade agroecológica é insignificante. São muitas
as causas da desertificação, podendo ocorrer como conseqüência climática, combinada com outros
agentes, tais como superpastejo ou superexplotação, erosão, queimas repetidas etc.
É bem possível que os carirís paraibanos, principalmente o ocidental, onde estão os municípios
de Taperoá (ao norte), São José dos Cordeiros, Serra Branca, Ouro Velho, Sumé, Prata, Congo,
Monteiro, Camalaú, São João do Tigre e São Sebastião do Umbuzeiro (ao sul) seja hoje uma
microrregião em processo de desertificação. Nesta microrregião a precipitação pluvial em 1993 foi
inferior a 50 mm (no Saara chove 200 mm/ano e no deserto de Atacama, no Chile, chove 75 mm/ano);
além disso, a atividade humana mais comum é a olaria (caieiras e cerâmicas).
(Ver SAHEL)
DESERTO
Termo aplicado à região onde a precipitação pluvial é geralmente inferior a 250 mm/ano, sendo
menor do que a evaporação potencial, não proporcionando condições para o estabelecimento de uma
biota significantemente densa. O bioma de deserto ocorre em extremos de temperatura, como o de alta
temperatura no deserto do Saara, no norte da África e o de baixa temperatura no deserto de Gobi, na
Mongólia. Regiões onde ocorrem precipitações abaixo dessa magnitude e muito irregulares (ano ou anos
sem chuva) determinando escassez crítica de água ao meio biótico, são ditas regiões áridas; e aquelas
onde a precipitação é em torno desse nível, com distribuição irregular (às vezes a chuva cai num período
muito curto do ano) são denominadas de semi-áridas.
As fotos que seguem, dos arquivos do “Greenpeace International”, site www.greenpeace.org,
mostram efeitos da desertificação na Mongólia central:
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
a primeira foto, a da esquerda, mostra local onde antes existia água e a da direita, filhote morto, de
camela que não produzia leite (por falta de pastagem).
As fotos seguintes, também do Greenpeace, mostram: a da esquerda, tempestade de areia muito freqüente
na Mongólia, atingindo por vezes, o Japão; e a da direita, cabra montanhesa protegida com roupa para
evitar que companheiras devorem seus pêlos, em desespero de fome por falta de pastagem.
(Ver DESERTIFICAÇÃO; e APÊNDICE VI – OS MAIORES DESERTOS DO MUNDO)
DESERTO SUBTROPICAL
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH))
DESFLORESTAMENTO
(Ver DESMATAMENTO)
DESIDROGENASE
(Ver ENZIMAS DO SOLO)
DESLOCAMENTO DE CARACTÉRES
Processo pelo qual um caráter morfológico de uma espécie muda com a seleção natural,
originando-se da presença, no mesmo ambiente, de uma ou mais espécies similares ecologica ou
reprodutivamente.
DESMATAMENTO
Processo, de origem antrópica, de remoção de uma cobertura vegetal natural (geralmente uma
mata ou floresta), por corte e abate das plantas, para diversas finalidades (expansão urbana, agricultura,
utilização de madeira etc).
DESNITRIFICAÇÃO
Processo de degradação do nitrato, que ocorre no solo e em ecossistemas aquáticos, geralmente
em condições anaeróbias, em que bactérias desnitrificantes (Pseudomonas desnitrificans, é um exemplo)
formam principalmente óxido nitroso (N2O) e nitrogênio molecular (N2).
DESPEJO INDUSTRIAL
(Ver EFLUENTE)
DESVIO GENÉTICO
(Ver DERIVA GENÉTICA)
DETERMINISMO
Baseia-se na teoria de que o resultado de qualquer processo é estritamente predeterminado por
causas antecedentes definidas e leis naturais, implicando assim na idéia de que pode ser previsível.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
DETERMINÍSTICO
(Ver ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
DETRITÍVORO
Organismo que se alimenta de detritos orgânicos, exercendo importante papel ecológico no ciclo
da matéria, desintegrando a matéria orgânica a partículas que se tornam mais suscetíveis à decomposição.
Exemplos de detritívoros: centopéias, alguns helmintos e coleópteros (nos ecossistemas terrestres) e
moluscos e alguns crustáceos (nos ecossistemas aquáticos).
(Ver CARNICEIRO; e DECOMPOSITOR)
DETRITO ORGÂNICO
Partícula de matéria orgânica originária do processo de desintegração de organismos mortos ou
de suas partes.
“dia-”
Prefixo de origem grega significando “através; durante; por”. Alguns verbetes com este prefixo
são apresentados a seguir.
DIAGEOTROPISMO
DIAGEOTROPISMO = GEODIATROPISMO
Orientação em ângulo reto à direção da gravidade. No que se refere à planta ou animal aderido a
uma superfície, o diageotropismo resulta num crescimento paralelo à superfície do solo.
DIAGRAMA CLIMÁTICO
Representação gráfica do clima de uma região, feita a partir dos dados (médias) de temperatura
e precipitação, coletados num longo período de tempo e representados nos doze meses do ano. O
diagrama climático, proposto pelo biogeógrafo e ecólogo alemão Heinrich Walter, dá uma idéia global
do clima. Quando se representam os dados de precipitação e temperatura de um período de um (1) ano,
dá-se o nome de climatograma. A figura que segue é um diagrama climático representativo do clima de
Pirassununga (SP), numa região de cerrado (GRISI, 1978).
38,4
30,0
19,8oC
Pirassununga (584m)
[27]
1.301,6mm
300
100
80
30
60
20
40
10
20
Precipitação (mm)
Temperatura (oC)
200
7,0
-3,3
J
A
S
O
N
D
J
F
M
A
M
J
MESES DO ANO
Obs.:
1) No alto da figura vêem-se a partir da esquerda: cidade (altitude, de 584m), [nº de anos dos
dados coletados, ou seja, 27], temperatura média anual (19,8oC) e precipitação pluvial média anual
(1.301,6mm).
2) À esquerda na ordenada, a partir de cima: temperatura máxima registrada no período dos 27
anos de coleta dos dados (38,4oC), média das máximas (30,0oC); seguem-se os valores de temperatura
(entre 10 e 30oC) e embaixo a média das mínimas (7,0oC) e finalmente a mínima registrada no período
dos 27 anos (-3,3oC).
3) À direita, na ordenada os valores de precipitação (entre 20 e 300 mm).
4) Embaixo, na abscissa: os meses do ano; como o diagrama climático refere-se a uma região no
hemisfério sul, os meses mais quentes (e mais chuvosos) são colocados no meio do gráfico.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
5) Observar no gráfico, que no período de julho a setembro a curva de precipitação ficou abaixo
da curva de temperatura, daí a representação, da respectiva área, por pontilhado. No período em que a
precipitação for superior a 100 mm (de outubro a março), a respectiva área é representada em negrito.
DIAHELIOTROPISMO
Resposta de uma planta inteira ou de uma de suas partes, orientadas em ângulo reto à direção da
luz solar incidente.
DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO
(Ver D.A.P.)
DIAPAUSA
Uma pausa ou interrupção em decorrência de período estacional, como a que ocorre na
hibernação.
Fenômeno, comum em vários insetos (holometabólicos), em que há uma parada no seu
desenvolvimento, causada por mudança num fator ecológico (luminosidade, temperatura, alimento ...),
com posterior retomada do processo. Há insetos que põem ovos em um fruto e a larva desenvolve-se à
medida que o fruto cresce; permanece então em diapausa, como pupa e somente dá continuidade ao
desenvolvimento na próxima safra desse fruto.
(Ver DORMÊNCIA)
DIÁSPORA
(Ver PROPÁGULO)
DIAZINON
(Ver ORGANOFOSFORADO)
DICLOROETANO
(Ver DCE)
DIELDRIN
(Ver ORGANOCLORADO)
DIFERENCIAÇÃO DE NICHO
(Ver COMPLEMENTARIDADE DE NICHO)
DIFERENTE e DIVERSO
Diferente: organismo que difere de outro por ter uma ou mais características dissimilares,
tornando certo indivíduo (ou certa ocorrência) distinto de outro (ou outra). Diverso: é aquele organismo
que apresenta uma faixa ou variação de diferenças. No caso do ser humano, por exemplo, pessoas têm
interesses e habilidades diversas.
DIMÍTICOS
(Ver HOLOMÍTICOS)
DINÂMICA DE MANCHAS
Do inglês “patch dynamics”, em que se considera uma comunidade como um mosaico de
manchas (ou sítios) nas quais ocorrem interações bióticas e distúrbios abióticos.
DINÂMICA DE POPULAÇÃO (ou DE POPULAÇÕES)
(Ver ECOLOGIA DE POPULAÇÕES)
DINAMICAMENTE FRÁGIL
(Ver ESTABILIDADE)
DINAMICAMENTE ROBUSTA
(Ver ESTABILIDADE)
DIÓICA(O)
Originalmente chamava-se “espécie dioécia”. Diz-se da espécie que tem espécime (ou indivíduo)
com flor masculina e espécime com flor feminina.
(Ver MONÓICA; e TRIÓICA)
DIÓXIDO DE CARBONO (ou CO2)
(Ver CAPTURA E ARMAZENAMENTODE DIÓXIDO DE CARBONO; e EFEITO ESTUFA)
DIOXINAS
Grupo de mais de 100 compostos de hidrocarbonetos clorados, formados sob ação de alta
temperatura, combinando cloro e hidrocarbonetos. É um subproduto gerado, por exemplo, da fabricação
de preservativo de madeira (“PCP − Pentachlorophenol”) e de herbicidas (o silvex, 2,4-D e 2,4,5-T). O
agente laranja, utilizado como desfolhante pelos americanos no Vietnã, é uma mistura meio-a-meio
desses dois herbicidas. A dioxina TCDD (Tetraclorodibenzodioxina) é uma das substâncias mais tóxicas
(teratogênica) já fabricada pelo homem (LD50 ou DL50 de 0,001 mg/kg de peso corpóreo).
Algumas dioxinas são usadas no processo de branqueamento do papel, devendo por isso seu uso
ser banido da fabricação de filtros (ou coadores), embalagens cartonadas de alimentos, fraldas
descartáveis, absorventes higiênicos e outros produtos.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“diplo-”
Prefixo de origem grega significando “duplo, duas vezes”.
(Ver “haplo-”)
DIREITO AMBIENTAL
Parte do direito que, além do conjunto das normas da legislação ambiental, considera as
jurisprudências e outros instrumentos da ciência jurídica aplicados ao meio ambiente. É mais abrangente
do que o direito ecológico, referindo-se este mais especificamente ao conjunto de técnicas, regras e
instrumentos jurídicos, baseados em princípios apropriados, visando à sistematização de comportamento
humano relacionado aos ecossistemas.
DIREITO ECOLÓGICO
(Ver DIREITO AMBIENTAL)
DISCLÍMAX
DISCLÍMAX = SUBCLÍMAX ANTROPOGÊNICO
Comunidade estável que não é tida como clímax climático, edáfico ou topográfico, mantida por
contínuos distúrbios causados pelo homem ou pelos seus animais domésticos.
Este termo, segundo alguns autores, é apropriado quando se refere ao clímax de fogo ou ao
zoótico.
(Ver CLÍMAX CLIMÁTICO; CLÍMAX EDÁFICO; CLÍMAX DE FOGO; CLÍMAX
TOPOGRÁFICO; CLÍMAX ZOÓTICO; e COMUNIDADE CLÍMAX)
DISPERSÃO
Termo, de uso geral, que implica por exemplo, na diluição e redução da concentração de
poluentes na água ou no ar. No caso de dispersão clonal, significa o movimento ou crescimento à parte,
de um organismo modular, que se destaca de sua “fonte de origem”.
DISPERSÃO CLONAL
(Ver DISPERSÃO)
DISPERSÃO DA POPULAÇÃO
Movimento de indivíduos ou de seus propágulos (sementes, esporos, larvas etc) para dentro ou
para fora da população ou da área ocupada pela população.
São mencionadas três formas de dispersão:
a) Migração: deslocamento periódico e com retorno. Nos animais o deslocamento dá-se
comumente em massas e com o propósito de procriar.
b) Emigração: deslocamento para uma outra região.
c) Imigração: deslocamento definitivo proveniente de outra região.
(Ver ÍNDICE DE DISPERSÃO)
DISSIMILARIDADE
(Ver ÍNDICE DE SIMILARIDADE)
DISTÂNCIA DE DISPERSÃO
(Ver VIZINHANÇA, TAMANHO DE)
DISTRIBUIÇÃO
(Ver PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO)
DISTRIBUIÇÃO BICÊNTRICA
Ocorre quando determinada espécie habita regiões distintas, isoladas. Registra-se esta
distribuição em planta, cujos propágulos encontraram condições ambientais com especificidade às suas
necessidades (ex.: temperatura, característica peculiar de solo, como presença de calcário ...). Há também
a hipótese de que a distribuição atual seja um relito de população que antes se distribuía de maneira mais
ampla. Alguns autores usam o termo distribuição policêntrica referindo-se à população, espécie ou táxon
que ocorre em diversas áreas geográficas amplamente separadas.
DISTRIBUIÇÃO CONTAGIOSA (ou POR CONTÁGIO)
Padrão de distribuição no qual valores, observações ou indivíduos estão mais agregados ou
aglomerados do que numa distribuição aleatória, indicando que a presença de um indivíduo ou valor
aumenta a probabilidade de um outro ocorrer mais próximo.
DISTRIBUIÇÃO DISJUNTA
Distribuição geográfica de uma espécie ou outro taxon, cujos componentes estão amplamente
separados.
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA
Forma de representação de uma população, distinguindo os indivíduos por faixa de idade, ou
seja, indivíduos recém-nascidos (ou filhotes), jovens, adultos e velhos (por exemplo). A distribuição
etária é um dado importante nos estudos de dinâmica de populações, indicando o que poderá ser esperado
no futuro; exemplo: uma população com grande número de jovens tende a crescer rápido, enquanto uma
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
população com grande número de indivíduos velhos estará em declínio e o meio termo indica um
equilíbrio.
DISTRIBUIÇÃO LIVRE IDEAL (ou “IDEALIZADA”)
Alguns autores (S.D.Fretwell, H.L.Lucas e G.A.Parker) propuseram que, em termos
comportamentais, se um consumidor forrageia (consome) de maneira otimística, o processo de
redistribuição continuará, até que a disponibilidade de recursos de todas as subáreas ou manchas
(diversos sítios) do local explorado se tornem iguais. Os consumidores “idealizam” seu julgamento do
que seja disponível (ou “proveitoso”, em termos de recursos a serem por eles explorados) e daí são livres
para se mobilizarem nas diversas subáreas.
(Ver EFICIÊNCIA DE PROCURA; e FORRAGEADOR ÓTIMO)
DISTRIBUIÇÃO POLICÊNTRICA
(Ver DISTRIBUIÇÃO BICÊNTRICA)
DISTRIBUIÇÃO POR IGUAL (ou EQÜITATIVA)
Considera-se uma distribuição (por igual ou eqüitativa) dos indivíduos de uma população, de
maneira que a distância entre eles é maior do que se a distribuição fosse ao acaso. Para alguns
consumidores, as pressões de competição e interferências, são superiores às atrações de manchas (sítios)
com mais recursos, daí evitam agregações.
DISTRÓFICO, LAGO
Lago rico em matéria orgânica, dissolvida, húmica, dando-lhe aparência marrom escura ou
preta, embora transparente, com pH 4,0 a 5,5.
(Ver AUTOTRÓFICO; EUTRÓFICO; e OLIGOTRÓFICO)
DISTÚRBIO
DISTÚRBIO = PERTURBAÇÃO
Interrupção, brusca ou não, de um processo, ação ou condição que seja tida como normal. Em
termos ecológicos refere-se a um evento pouco usual ou pouco freqüente que possa atingir um
ecossistema, eliminando alguns indivíduos e abrindo espaço para nova colonização pelas mesmas
espécies ou não. Fala-se então em distúrbio ou perturbação estocástica, que é um evento fortuito,
aleatório, como o fogo (ou incêndio), tempestade violenta, terremoto, furacão etc.
(Ver CATÁSTROFE; CLAREIRA (e DINÂMICA DE CLAREIRA); DESASTRE; e
HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO (DE CONNELL))
DIVERGÊNCIA DE CARACTÉRES
(Ver SIMPATRIA)
DIVERSIDADE
(Ver BIODIVERSIDADE; e ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ESPÉCIES)
DIVERSIDADE ALFA, GAMA e BETA
(Ver BIODIVERSIDADE)
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
(Ver BIODIVERSIDADE)
DIVERSIDADE GENÉTICA
(Ver VARIABILIDADE GENÉTICA)
DIVERSO
(Ver DIFERENTE)
DL
(Ver DOSE LETAL)
DNA, MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE
(Ver TRANSFERÊNCIA DE DNA)
DOADOR
(Ver MODELO CONTROLADO-PELO-DOADOR)
DOENÇA e ECOLOGIA DA DOENÇA
Doença é um mal que acomete um organismo (planta ou animal, geralmente chamado de
hospedeiro) e que é causado por um agente (denominado patógeno) microbiano (vírus, bactéria, fungo,
protozoário) ou por outro organismo, que pode ser um parasita (helminto, por exemplo). Ecologia da
doença: designação que alguns autores dão à interação do comportamento e ecologia de hospedeiros com
a biologia do patógeno ou patógenos, no que diz respeito aos impactos da doença sobre as populações de
tais hospedeiros. Em termos epidemiológicos, o cerne da questão reside no “teorema do limiar”
(“threshold theorem”, em inglês), ou seja, se a densidade de hospedeiros suscetíveis estiver abaixo de um
valor crítico, em média, a transmissão de uma doença não ocorrerá o rápido bastante para causar aumento
no número de indivíduos infectados. A taxa reprodutiva de uma doença precisa ser maior do que 1 para
que ocorra uma epidemia, sendo esta taxa definida como um número médio de novas infecções geradas
por indivíduo infectado. Em epidemiologia sabe-se que tal teorema, no entanto, não tem validade para as
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
doenças sexualmente transmissíveis, cuja disseminação é muito menos dependente da densidade de
hospedeiros.
(Ver AGUDO; e PRAGA)
DOMIN
(Ver ESCALA DE DOMIN)
DOMINÂNCIA
(Ver ÍNDICE DE DOMINÂNCIA)
DOMINÂNCIA DE BICADA
(Ver BICADA, ORDEM DE (OU DOMINÂNCIA DE))
DOMINÂNCIA ECOLÓGICA
(Ver DOMINANTE ECOLÓGICO)
DOMINÂNCIA RELATIVA
Em ecologia vegetal é uma medida da importância relativa de uma espécie num habitat,
calculada como área basal expressa como porcentagem da área basal total (de todas as espécies).
DOMINANTE ALFA
O indivíduo da mais alta categoria (ou do mais alto “rank”) numa hierarquia de dominância.
DOMINANTE ECOLÓGICO
Espécie vegetal que, numa comunidade, exerce forte influência sobre o fluxo de energia,
afetando o ambiente mais do que as demais espécies.
Embora o termo seja de uso comum entre os fitoecólogos, alguns autores afirmam que animais
(usualmente predadores) também podem exercer dominância em comunidades, daí a denominação de
espécie-chave; alguns autores chamam de dominante alfa.
(Ver ÍNDICE DE DOMINÂNCIA)
DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS
Em termos taxionômicos (ou taxonômicos) o domínio é o nível mais elevado da classificação
biológica. Os microrganismos estão organizados taxionomicamente em três domínios: “bacteria”, que
juntamente com as “archaea” são os representantes dos procariotos e as “eukarya” que se constituem nos
eucariotos. Entre as bactérias estão as cianobactérias, as púrpuras, as não-sulfurosas verdes etc. Entre as
arquebactérias estão aquelas, consideradas mais primitivas, que vivem em ambientes extremos (de
temperatura, de sal ...); e entre as eucárias, situam-se tanto microrganismos como os vegetais e animais.
Portanto, observe-se que os microrganismos estão presentes nos três domínios.
(Ver ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL; e TAXON)
DORMÊNCIA
DORMÊNCIA = LATÊNCIA
Parada temporária do desenvolvimento / crescimento, como o que ocorre nas sementes das
plantas. Alguns autores consideram dois tipos de dormência: previsível (refere-se à diapausa de alguns
animais) e conseqüencial (que ocorre em resposta às condições adversas).
(Ver DIAPAUSA; e HIBERNAÇÃO)
DOSE EFETIVA (ou ED50)
É a dose efetiva necessária para produzir uma determinada resposta em metade da população de
organismos testes. A sigla provém do inglês “effective dose”. É raro encontrar-se a sigla DE.
DOSE LETAL (ou LD50)
Dose de uma determinada substância (radioativa ou não) capaz de causar morte. A dose letal
LD50 (do inglês “lethal dose”) é aquela capaz de matar 50% dos animais submetidos ao teste com a
substância em questão, sendo geralmente expressa em mg/kg de peso corpóreo (peso fresco). A dose letal
mínima é a suficiente para matar 100% da população teste. É raro encontrar-se a sigla DL.
DOSSEL
Refere-se à folhagem das árvores, ou seja, ao estrato mais elevado num ecossistema de floresta.
(Ver SINÚSIA)
DQO − DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO
(Ver DBO)
DRENO (ou CAPTOR)
(Ver FONTE E DRENO (ou CAPTOR))
DRILOSFERA
Diz respeito em particular, à “esfera de ação dos oligoquetas” (minhocas) no solo.
(Ver COMPOSTAGEM)
DULCIAQUÍCOLA
Que vive na água doce.
(Ver “-cola”)
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
DUNA (ou VEGETAÇÃO DE DUNA)
Ecossistema típico de praia, formado por plantas herbáceas, halófitas, psamófitas, algumas
formando estolões e que limita o ponto atingido pela preamar. Plantas típicas: pinheirinho-do-mar,
Remirea maritima; Iresine portulacoides (uma Amarantaceae); pé-de-cabra, Ipomea pes-caprae;
Paspalum maritimum (uma Gramineae); maria-leite, Euphorbia sp; guajirú, Chrisobalanus icaco
(formando arbustos, com fruto comestível, adstringente), entre outras.
As características de um solo de duna, comparadas com as de um solo de mangue podem ser
vistas no quadro no verbete MANGUE.
DUREZA DA ÁGUA
Dá-se este nome à formação de carbonatos ou bicarbonatos, podendo recombinar-se com
sulfatos e cloretos, a partir dos teores de Ca e Mg da água. No Brasil, de acordo com o sistema dos
E.U.A., o grau 1 de dureza é dado por 1 mg de CaCO3/litro de água.
“DY”
Sedimento orgânico, de origem alóctone, ocorrendo geralmente em ambientes aquáticos
distróficos. A matéria orgânica é, na maioria das vezes, originada de plantas terrestres.
(Ver “GYTTJA”)
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
E
ECDISE
Eliminação (ou muda) do exoesqueleto em certos animais como artrópodos (insetos, crustáceos
...) e répteis.
ECESE
Processo de adaptação de um organismo a seu novo lugar (novo habitat) e que se segue à
migração.
“-écio”
Usado geralmente como um sufixo, referindo-se a habitat; deriva do grego “oikos”(= casa). Ex.:
autoécio (parasita que passa todo seu ciclo de vida dentro do mesmo hospedeiro individual); opõe-se a
heteroécio (parasita que ocupa dois ou mais diferentes hospedeiros nos diferentes estádios de seu ciclo
vital).
ECOCÊNTRICO
Interpretando a biota como um todo, como a parte mais importante do Universo, estando o ser
humano (e as espécies de seu interesse direto ou indireto) nela inserido como um dos seus componentes.
(Ver ANTROPOCÊNTRICO)
ECOCIDA
Qualquer substância tóxica que penetra e mata um sistema biológico inteiro.
(Ver BIOCIDA)
ECOCLINO
Adaptação genética gradativa que corresponde a um certo gradiente ambiental.
ECODESENVOLVIMENTO
(Ver DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)
ECOENERGÉTICA
(Ver ECOLOGIA ENERGÉTICA)
ECOFEMINISMO
Termo introduzido pela francesa Françoise d’Eaubonne em 1974, preconizando a síntese do
ambientalismo e feminismo, buscando o fim de todas as formas de opressão e de dominações, seja por
raça, gênero ou classe social.
(Ver ECOLOGISMO)
ECOFENÓTIPO
(Ver ECOTIPO)
ECOFISIOLOGIA (VEGETAL e ANIMAL)
Estudo dos processos fisiológicos de um organismo em relação às condições ambientais do
habitat em que ele vive. É uma subdivisão da ecologia.
ECOLOCAÇÃO
Percepção de objetos (ou obstáculos) e comunicação de certos animais (golfinhos, baleias,
morcegos), emitindo sons de alta freqüência, orientando-os no ambiente em que vivem.
ECOLOGIA
ECOLOGIA = BIOLOGIA AMBIENTAL = BIONOMIA
Estudo da relação de um organismo ou de grupos de organismos, com o ambiente em que vivem,
ou estudo das relações que os organismos mantêm entre si. A ecologia pode ser sucintamente definida
como o estudo da estrutura e função da Natureza. O ecólogo é o cientista que estuda tais relações dos
seres vivos. O termo ecologia (do grego “oikos” = casa e “logos” = estudo) foi proposto pelo zoólogo
alemão Ernst Haeckel, em 1869 e não deve ser confundido com ecologismo.
83
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
As duas grandes divisões da ecologia são a ecologia vegetal e a animal. Entre outras subdivisões
da ecologia destaca-se a ecologia humana (ou etnoecologia), que estuda as relações da sociedade humana
com o seu ambiente natural, aplicando métodos de estudo e princípios ecológicos.
Como ciência propriamente dita, penso ser importante repetir a afirmação do geneticista e
evolucionista T.H.Dobzhansky: nada na biologia faz sentido, exceto à luz da evolução e que foi
reproduzido e complementado por BEGON et al. (1990): nada na evolução faz sentido, exceto à luz da
ecologia.
(Ver ECOLOGISMO)
ECOLOGIA AGRÁRIA
(Ver AGROECOLOGIA)
ECOLOGIA ANIMAL
ECOLOGIA ANIMAL = ZOOECOLOGIA
Estudo da relação dos animais com o ambiente em que vivem e da relação que os mesmos
mantêm entre si.
ECOLOGIA DE PAISAGENS (ou DE PAISAGEM)
Estudo dos ecossistemas, que se constituem num conjunto heterogêneo de paisagens, no que diz
respeito às causas e conseqüências de sua heterogeneidade espacial. Trata das interações entre as manchas
de paisagens e seus comportamentos e funcionamentos, ou seja, da dinâmica das paisagens como um
todo. A paisagem pode ser estudada em qualquer escala, dos murunduns formados num campo de cerrado
às manchas do bioma savana formadas em diversas regiões do globo.
ECOLOGIA DE POPULAÇÃO (ou DE POPULAÇÕES)
Parte da ecologia que estuda as variações, no tempo e espaço, do tamanho e densidade das
populações e os fatores que causam tais variações. Atualmente, os ecólogos que lidam com a dinâmica de
populações, como alguns autores preferem chamar a ecologia de populações, consideram como fatores
essenciais que regulam o tamanho das populações, os fatores dependentes e os independentes da
densidade de população. No seu conjunto, a ecologia de populações e a dinâmica de todas as espécies são
resultantes complexos da estrutura genética, história de vida dos indivíduos, flutuações da capacidade de
suporte dos ambientes, das influências dos fatores dependentes e independentes da densidade
populacional, da distribuição espacial dos indivíduos, assim como dos padrões de seus movimentos, que
determinarão a estrutura das metapopulações.
ECOLOGIA ENERGÉTICA
ECOLOGIA ENERGÉTICA = ECOENERGÉTICA = ECOLOGIA TRÓFICA
Parte da ecologia que estuda o fluxo energético, ou seja, a absorção da radiação solar pelos
produtores primários, sua transformação em energia química e a sua passagem através dos vários níveis
tróficos do ecossistema. Estudando o aspecto trofo-dinâmico da ecologia, em 1942, R.L.Lindemann
estabeleceu os fundamentos da ecologia energética.
O estudo das transformações da energia nos organismos é denominado de bioenergética, um
ramo da biologia muito próximo da bioquímica.
ECOLOGIA HUMANA
ECOLOGIA HUMANA = ETNOECOLOGIA
Estudo da relação do ser humano (considerando-se geralmente seus agrupamentos, raças ou
etnias etc) com o ambiente em que vivem. O chamado “conhecimento etnoecológico” pode ser entendido
como um conhecimento espontâneo, referenciado culturalmente por quaisquer membros da sociedade
humana, compreendido e transmitido através de interações sociais e que objetivam a resolução de
situações da rotina diária.
(Ver “etno-”)
ECOLOGIA INDUSTRIAL
Estudo multidisciplinar dos sistemas industrial e econômico e suas ligações com os sistemas
naturais. Na ecologia industrial há incorporação de pesquisas realizadas sobre materiais retirados da
Natureza, suprimentos de energia, técnicas de manipulação de tais materiais e resíduos após seu
beneficiamento, além de envolver profissionais de inúmeras áreas relacionadas à produção (mineração,
agricultura, engenharia florestal, pesca ...). Além da própria ecologia, utiliza conhecimentos das ciências
básicas: físicas, químicas e biológicas. Demanda ainda conhecimentos de diversas outras áreas, como
geologia, ciências sociais, economia, direito e administração.
De acordo com a “McGraw-Hill Concise Encyclopedia of Science and Technology (2004)” os
cinco conceitos-chave da ecologia industrial são (em resumo):
(i) Delineamento de produtos, processos, infraestrutura, equipamento, serviços e sistemas de
tecnologia que possam ser facilmente adaptados a inovações ambientalmente favoráveis com o mínimo de
desperdício. (ii) Minimização de desperdícios de materiais e de consumo de energia em todas as
atividades. (iii) Uso de alternativas menos tóxicas, o máximo possível, em particular quando os materiais
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
residuais sejam dispersos no ambiente (um pequeno exemplo: a adição de chumbo à gasolina). (iv)
Delineamento de produtos, infraestrutura, equipamento e sistemas de tecnologia para preservar a utilidade
implícita de materiais e energia no processo inicial de manufaturamento. Há aqui preferência pelos
processos que estendam a vida do produto e dêem suporte à reciclagem de componentes, mais do que os
materiais em si. (v) Delineamento de produtos físicos em todas as escalas não apenas para realizar sua
função intencionada mas também para ser usado para criar outros produtos úteis no final de sua vida
corrente.
(Ver AGROINDÚSTRIA)
ECOLOGIA MICROBIANA
ECOLOGIA MICROBIANA = MICROBIOLOGIA AMBIENTAL
Parte da ecologia e também da biologia, que estuda os microrganismos no seu ambiente e os
processos bioquímicos por eles desenvolvidos sob a ação dos fatores ambientais abióticos e bióticos.
ECOLOGIA TRÓFICA
(Ver ECOLOGIA ENERGÉTICA)
ECOLOGIA VEGETAL
ECOLOGIA VEGETAL = FITOECOLOGIA
Estudo das relações das plantas com o ambiente em que vivem e das relações que as mesmas
mantêm entre si.
ECOLOGISMO
ECOLOGISMO = AMBIENTALISMO = MOVIMENTO ECOLOGISTA
Termo introduzido por Dominique Simonnet, em 1979, significando sumariamente, um
movimento ideológico aparelhado com dupla visão, composta de um elemento político autônomo e de um
movimento social que conduz a sociedade a valorizar seus desejos culturais e a Natureza e não somente a
propriedade e os meios de produção do “Homo economicus” moderno, ou simplesmente, trabalhadorconsumidor. É uma doutrina que enfatiza características comportamentais humanas.
O movimento ecologista identifica-se com o naturalismo contemporâneo, procurando
harmonizar a sociedade com a Natureza, a coletividade com o indivíduo e o homem com o seu corpo.
O adepto do ecologismo, ou seja, o ecologista ou ambientalista, distingue-se claramente do
ecólogo, cientista que estuda ecologia.
(Ver ECOFEMINISMO)
ECOLOGISTA
(Ver ECOLOGISMO)
ECÓLOGO
(Ver ECOLOGIA)
ECOPROTERANDRIA
Maturação de flores com estames (flores masculinas) antes de flores com pistilos (flores
femininas).
ECOPROTEROGINIA
Maturação de flores com pistilos (flores femininas) antes de flores com estames (flores
masculinas).
ECOQUÍMICA
Parte da ecologia que estuda as interações entre organismos feitas pela produção de substâncias
químicas. A alelopatia e a antibiose, por exemplo, são estudadas na ecoquímica.
ECOSFERA
(Ver BIOSFERA)
ECOSSISTEMA
ECOSSISTEMA = BIOGEOCENOSE = GEOBIOCENOSE
É um sistema ecológico natural constituído por seres vivos (componente biótico) em interação
com o ambiente (componente abiótico), onde existe claramente um fluxo de energia que conduz a uma
estrutura trófica, uma diversidade biológica e uma ciclagem de matéria, com uma interdependência entre
os seus componentes.
ECOSSISTEMA AGRÍCOLA
(Ver AGROSSISTEMA)
ECOTIPO
ECOTIPO = RAÇA ECOLÓGICA
População de indivíduos que desenvolveram características de adaptação às condições de um
certo local, tornando-se distintos dos demais indivíduos da espécie que geralmente distribui-se em ampla
faixa geográfica.
Termo menos usado, com significado semelhante, é ecofenótipo, indivíduo que exibe adaptações
não-genéticas num determinado habitat.
85
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ECOTONO (ou ECÓTONO)
ECOTONO = ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA
Zona de transição entre duas ou mais diferentes comunidades em que há presença de organismos
dessas comunidades que se limitam.
A transição no ecotono pode ser abrupta ou gradual e nela muitas vezes ocorrem certas espécies
que são típicas de zona de transição, ou seja, que provêm de outros ecossistemas (ver figura no termo
EFEITO DE BORDA).
O termo “área de tensão ecológica” vem sendo adotado pelo IBGE e pelo IBAMA.
(Ver EFEITO DE BORDA)
ECOTOPO (ou ECÓTOPO)
ECOTOPO (ou ECÓTOPO) = BIOTOPO (ou BIÓTOPO)
(Ver HABITAT)
ECOTOXICOLOGIA
Estudo dos efeitos de substâncias tóxicas, assim como de poluentes e outros agentes estressantes,
na estrutura e função dos ecossistemas.
ECOTURISMO
ECOTURISMO = TURISMO ECOLÓGICO
Denominação dada a um tipo de turismo em que se prioriza a beleza natural e a boa qualidade
ambiental como maiores atrações para aqueles que visitam determinado local. O turista procura esse lugar
tanto para lazer como para conhecer suas características ecológicas, as mais diversas.
Outra definição: “o ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma
consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações
envolvidas”. Nesta definição estão implícitas modificações do ambiente visando sua preparação ou
adequação ao turismo, respeitando-se o princípio do desenvolvimento sustentável.
ECTENDOMICORRIZA (ou ECTOENDOMICORRIZA)
(Ver ECTOMICORRIZA)
ECTOCRINO
ECTOCRINO = EXOCRINO = HORMÔNIO AMBIENTAL
Substância (hormônio, antibiótico etc) produzida por um organismo e que poderá exercer ação
no ambiente (externo) sobre outros organismos. A penicilina, produzida por um fungo, é um exemplo de
ação inibitória sobre outros organismos. As vitaminas, tiamina e biotina, atuam como estimuladores.
ECTOMICORRIZA
ECTOMICORRIZA = FUNGO ECTOMICORRÍZICO
Tipo de fungo micorrízico cujas hifas penetram na parte mais externa do córtex da raiz de certas
plantas (como o pinheiro, da família Pinaceae), ocupando os espaços intercelulares, formando a rede de
Hartig). Às vezes é possível visualizar a ectomicorriza, recobrindo as raízes com seu manto de micélio
aveludado esbranquiçado.
Os especialistas preferem hoje chamar FUNGO ECTOMICORRÍZICO e não simplesmente
ectomicorriza.
(Ver ENDOMICORRIZA)
ECTORRIZOSFERA
(Ver RIZOSFERA)
ECTOTERMIA
ECTOTERMIA = PECILOTERMIA
Uso do calor ambiental por certos animais, proveniente principalmente da radiação solar, para
regular a temperatura do corpo. Corresponde à antiga denominação de animais de “sangue frio”.
Calcula-se que os animais ectotérmicos (répteis e anfíbios) têm uma eficiência de produção
(relação caloria ingerida : caloria usada para crescimento e reprodução) de 43,6%, superior aos animais
endotermos (aves e mamíferos), que é de 1,4%.
86
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
O gráfico que segue é uma representação do consumo de O2 de mamífero e de réptil (ambos
pesando igualmente 1 kg), à medida que desenvolvem uma certa velocidade (segundo COLINVAUX,
1986).
60
O2 (mL/min.)
50
40
Mamífero
30
20
Réptil
10
1
2
Velocidade (km/h)
3
4
5
(Ver ENDOTERMIA)
ED50
(Ver DOSE EFETIVA)
EDÁFICO
Relativo a solo, suas características nutricionais e conseqüente influência sobre os seres vivos,
particularmente as plantas.
EDAFOTOPO
O conjunto das condições físicas e químicas do solo de um determinado habitat ou ecotopo,
incluindo, por exemplo: umidade, temperatura, pH, oxigênio , nutrientes etc.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Adoção de procedimentos e atitudes fundamentadas no conhecimento de conceitos e fatos da
Natureza, objetivando uma melhor qualidade de vida, em harmonia com os componentes do meio
ambiente. É um processo de aprendizagem relacionado à interação do ser humano com o ambiente
natural.
(Ver AMBIENTALISMO DA EMANCIPAÇÃO)
EFEITO AGUDO
(Ver AGUDO)
EFEITOS ANTIMICROBIANOS
Quando um agente antimicrobiano (agente químico) é adicionado a uma cultura de bactérias em
crescimento exponencial, três tipos de efeitos podem ocorrer:
1) Efeito bacteriostático: o crescimento é inibido, mas não há morte de células.
2) Efeito bactericida: o agente mata a célula, mas não ocorre sua lise ou ruptura.
3) Efeito bacteriolítico: há morte de células por lise, como por exemplo, no caso da ação de
antibiótico.
As figuras que seguem ilustram os três efeitos. A seta indica o tempo ou ponto em que o agente
foi adicionado à cultura:
1
Log no de células
2
Tempo
87
3
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver ANTIBIOSE)
EFEITO BORBOLETA (“BUTTERFLY EFFECT”)
Sistemas caóticos podem ser extremamente sensíveis, mesmo a distúrbios pequenos,
significando que se se pudesse iniciar um sistema repetidamente e efetuar uma pequena mudança em
alguma variável, esta pequena mudança cresceria a limites imprevisíveis no comportamento geral do
sistema. A designação “efeito borboleta” é uma alusão à possibilidade de que o simples bater das asas de
uma borboleta poderá iniciar uma “cascata de mudanças altamente imprevisíveis numa floresta inteira ou
até mesmo em todo o planeta”.
Em termos práticos isto significa que se alguém gerar um modelo perfeito de um sistema, este
modelo poderá prever somente o futuro qualitativo do sistema e que ao menor erro de medida ou de
aproximação, poderá levar tal previsão a desviar-se do futuro real.
(Ver EFEITO BUMERANGUE)
EFEITO BUMERANGUE
EFEITO BUMERANGUE = BUMERANGUE ECOLÓGICO
Conseqüência “imprevista” de uma modificação ambiental que anula o ganho esperado do
projeto, ou seja, que “cria mais problemas do que soluções”.
A situação “imprevista” provavelmente poderia ser evitada se avaliações corretas do impacto da
modificação ambiental, fossem feitas a priori.
São exemplos clássicos os represamentos dos rios Nilo e Zambesi (represas de Assuã e Zambesi,
respectivamente), que apresentam problemas para as populações humanas circunvizinhas (abalos
sísmicos, proliferação da mosca Tsé-tsé), inviabilizando a implantação de atividade humana prevista no
projeto inicial.
Há casos de entusiasmos por modificações ambientais drásticas, visando conquistar espaços e
supostos benefícios para a sociedade e que se transformaram em “pesadelo ambiental”. Everglades na
Flórida (E.U.A.) é uma região, em parte pantanosa (“wetland”), formada por um rio de movimento lento
das águas, ao longo de uns 80 km. Metade de sua área foi transformada com vistas ao desenvolvimento e
projetos de irrigação (com 2.250 km de canais, além de diques, estações de bombeamento, vertedouros),
tendo se criado um parque nacional com 20% da área natural. Este parque está sucumbindo ao projeto,
que lhe privou de água, causando vários problemas à flora e fauna local. A previsão para “devolver” à
Natureza o que foi suprimido de Everglades já foi estimada em 2 bilhões de dólares.
Mais recentemente (em 29 de agosto de 2005) o furacão Katrina (de categoria 5, o mais alto da
escala) causou enorme devastação no estado da Louisiana (E.U.A.), particularmente na cidade de Nova
Orleans. A rede em malhas de pântanos (“marshes”, em inglês) que antigamente caracterizava as costas
do estado de Louisiana, no sul dos Estados Unidos, servia de escudo para a cidade de Nova Orleans. Mas
o “progresso”, como todos parece almejar, retirou esta defesa natural, tornando esta cidade e arredores,
vulneráveis às ações dos impactos de furacões, muito comuns na região. Defensores da preservação das
áreas de pântanos e charcos (as “wetlands”, como são denominadas em inglês) são favoráveis a um plano
que restaure completamente tais áreas naturais. O rio Mississippi (o mais longo rio dos Estados Unidos),
que carreia entre 40 e 50% de toda a água que drena boa parte daquele país, tem depositado ao longo dos
últimos 7.000 anos, sedimentos na sua bacia de drenagem, formando o que hoje constitui o estado da
Lousiana. Atualmente, os mais de 3.200 km de muro de proteção que margeiam o rio e o lago
Pontchartrain no norte da cidade, contribuem para evitar que ele continue depositando sua alta carga de
sedimento, que certamente muito ajudaria na redução da força dos impactos provenientes de furacões,
enchentes etc. Mas, vários trechos desses muros de proteção se romperam e diversas partes da cidade
ficaram a 6 m de profundidade de água.
(Ver EFEITO BORBOLETA)
EFEITO CASCATA
(Ver BIODIVERSIDADE)
EFEITO DE BORDA
Tendência para aumentar a variedade e a densidade de espécies animais e vegetais num ecotono.
Assim sendo, poderão ocorrer espécies animais e vegetais que não são encontradas nas
comunidades que se limitam formando o ecotono. A figura que segue ilustra esta situação.
88
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Comunidade B
Comunidade A
Espécie da Comun. A
Espécie da Comun. B
Espécie invasora
Ecotono
A exceção a esta regra de aumento da biodiversidade por conseqüência do efeito de borda foi
observada na amazônia, onde na borda da floresta em contato com pastagem não ocorre tal aumento.
(Ver ECOTONO)
EFEITO DE DARLING
(Ver FRASER-DARLING, EFEITO DE)
EFEITO ESTUFA
EFEITO ESTUFA = AQUECIMENTO GLOBAL
Conseqüência de aumento de temperatura na biosfera, causada, segundo alguns pesquisadores,
pelo contínuo acréscimo de CO2 e outros gases (ver parágrafo que segue) na atmosfera (pelas atividades
industriais, desmatamento, veículos automotores etc). Estes gases, à semelhança de uma lâmina de vidro
(como o teto de uma estufa ou casa de vegetação) deixam passar a radiação solar (ondas curtas de grande
penetração), mas impedem o retorno ao espaço da radiação infravermelha (ondas longas, de baixa
penetração) refletida pela Terra.
A “bolsa de Chicago, de mudança climática” para efeitos de negociação, considera como “gases
do efeito estufa” os seis seguintes tipos: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O),
hidrofluorocarbonos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).
Calcula-se que a duplicação da concentração de CO2 no ar aumentaria a temperatura média
global entre 1,5 e 5,5°C, o que poderia acarretar alterações climáticas significantes. O reflexo disto
poderia ser catastrófico, como por exemplo o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento
do nível dos oceanos, que poderia inundar muitas cidades litorâneas.
Na figura seguinte está representado o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, segundo
dados coletados em Mauna Loa (Havaí). As oscilações são conseqüências das variações estacionais:
Concentração de CO2
(ppm)
350
340
330
320
310
1958
62
66
70
74
Observação: em 2004 foram registrados 379 ppm de CO2.
78
82
86
90
No quadro seguinte estão representados os principais gases que participam do efeito estufa (segundo
MILLER, 1990).
89
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PARTICIPAÇÃO
E ORIGEM
Contribuição (%)
Fontes
Permanência
Eficiência
Incremento anual
(%)
CO2
CFCs
57
25
Queima de
Vazamento em ar
combustível
condicionado e
fóssil (80%);
refrigeradores;
desflorestamento
evaporação na
(20%)
indústria de solventes;
produção de espumas
plásticas e aerossóis
propelentes
200 a 400 anos
22 a 111 anos
--15 mil vezes mais do
que o CO2
4
5
CH4
N2O
12
Decomposição em
manguezais,
arrozais; do
estômago dos
ruminantes
6
Degradação de
fertilizantes
nitrogenados no
solo; dejetos
animais; queima
de biomassa
11 anos
25 vezes mais do
que o CO2
1
150 anos
230 vezes mais
do que o CO2
0,2
(Ver PROTOCOLO DE QUIOTO (ou KYOTO))
EFEITO GARGALO (DE GARRAFA)
(Ver POPULAÇÃO EM GARGALO)
EFÊMERO
Organismo com um ciclo de vida curto. Há plantas cujas sementes germinam, crescem para
produzir novas sementes e depois morrem, num período de um (1) ano.
EFETIVIDADE
Capacidade, geralmente de um microrganismo, de metabolizar ou de manter-se ativo em
determinado processo, importante para o seu desenvolvimento. Exemplo: uma bactéria fixadora de N2
atmosférico, em simbiose com determinada planta, poderá ser eficiente na formação de nódulo, mas se
desprovida da enzima nitrogenase ou da ferredoxina reduzida, ela é inefetiva e portanto, incapaz de
participar da fixação simbiótica.
(Ver EFICIÊNCIA)
EFICIÊNCIA
Capacidade, geralmente de um microrganismo, de crescer rapidamente, usando os recursos do
ambiente e multiplicando-se mais rápido do que os microrganismos vizinhos.
(Ver EFETIVIDADE)
EFICIÊNCIA DE ASSIMILAÇÃO
(Ver ASSIMILAÇÃO)
EFICIÊNCIA DE CONSUMO
(Ver CONSUMO, EFICIÊNCIA DE)
EFICIÊNCIA DE PRODUÇÃO (BRUTA e LÍQUIDA)
(Ver ASSIMILAÇÃO)
EFICIÊNCIA DE PROCURA
Alguns ecólogos utilizam esta expressão para definir comportamento de “forrageador
especialista”, que investe energia e tempo à procura de presa proveitosa (que lhe renda mais energia e lhe
apeteça). O forrageador especialista tem tendência a ser uma espécie monofágica ou estenofágica.
(Ver FORRAGEAMENTO (TEORIA, ESTRATÉGIAS ...))
EFICIÊNCIA ECOLÓGICA
Razões de fluxo de energia que se estabelecem entre os vários pontos da cadeia alimentar. É
geralmente dado em porcentagem. Exemplo (dentro do mesmo nível trófico): diz-se que a eficiência
ecológica de crescimento de um organismo é de 20%, ou seja, a razão Pt : It (produção de biomassa num
certo nível trófico : energia absorvida neste mesmo nível trófico, ambos expressos em Kcal) é igual a essa
porcentagem. Sempre que possível, a eficiência ecológica deve ser expressa em energia, representando-se
o numerador e o denominador na mesma unidade.
Também são estabelecidas razões de fluxo de energia entre diferentes níveis tróficos; entre dois
níveis tróficos sucessivos, a denominação dada por alguns autores é de coeficiente de eficiência
ecológica.
EFICIÊNCIA FOTOSSINTÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE ENERGIA
(Ver COEFICIENTE DE EFICIÊNCIA FOTOSSINTÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE
ENERGIA)
EFLORESCÊNCIAS DO SOLO
(Ver PERFIL DO SOLO)
90
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
EFLUENTE
Descarga de dejetos domésticos ou de resíduo industrial ou de qualquer outra atividade urbana.
EGESTA
Este nome significa qualquer substância desnecessária eliminada pelo organismo. Em ecologia
refere-se tanto à parte do alimento que foi consumida e que é expelida (ou evacuada) como matéria fecal,
sendo então um dos componentes do(s) rejeito(s), quanto à parte regurgitada e que portanto não foi
absorvida.
(Ver EXCRETA; e REJEITO)
EGOÍSMO
(Ver ALTRUÍSMO e EGOÍSMO (ou MALEVOLÊNCIA))
EGOÍSMO DENTRO DA MANADA
(Ver AGREGAÇÃO)
EIA (ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL)
Ver esquema das fases do EIA, no verbete IMPACTO AMBIENTAL.
(Ver IMPACTO AMBIENTAL)
ELASTICIDADE
(Ver ESTABILIDADE)
“EL NIÑO”
(Ver CORRENTE “EL NIÑO)
ELTON
(Ver PIRÂMIDE ECOLÓGICA)
ELUVIÃO
Depósito, no próprio local, de material proveniente da desintegração da rocha matriz. Opõe-se ao
termo “aluvião”.
(Ver ALUVIÃO)
ELUVIAÇÃO
Em pedologia refere-se ao movimento de soluções ou colóides em suspensão para as camadas
inferiores, quando as chuvas excedem a evaporação.
(Ver ILUVIAÇÃO)
“eMergia” SOLAR
Este termo, “eMergia” solar, foi sugerido por ODUM (1996) para valorar a biodiversidade,
equivalendo à energia solar utilizada direta ou indiretamente para ser gerado na Natureza um serviço ou
produto, utilizando como unidade o “solar emjoule (sej)” (em inglês). Segundo ODUM (1996) a energia
impulsionadora da formação de novas espécies na Natureza é a energia solar, cuja incidência no planeta
totaliza 9,44 X 1024 sej/ano. O resultado final desse processo (desenvolvido ao longo de 3 bilhões de
anos) é estimado em 5 milhões de espécies (ou 5 X 106) atualmente conhecidas.
O autor atribuiu um valor monetário macroeconômico que denominou de EM$, estabelecendo
sua equivalência com a energia solar de: EM$ 1 = 1,5 X 1012 sej; donde então 1 sej = 6,7 X 10-13 EM$.
Num período de tempo de 3 bilhões de anos a energia acumulada na biodiversidade atual seria: 9,44 X
1024 sej/ano X 3 X 109 anos = 2,83 X 1034 sej. O acúmulo de energia por espécie seria: 2,83 X 1034 sej / 5
X 106 espécies = 5,7 X 1027 sej / espécie. Logo, o valor monetário energético por espécie seria:
6,7 X 10-13 EM$/sej X 5,7 X 1027 sej / espécie = 3,8 X 1015 EM$ / espécie. E o valor monetário energético
da biodiversidade atual seria: 3,8 X 1015 EM$ / espécie X 5,0 X 106 espécies = 1,9 X 1022 EM$.
ODUM (1996) comparou este valor da biodiversidade atual, que estimou ser EM$ 1,9 X 1022
com o valor da infra-estrutura mundial criada pelo homem (pontes, estradas, cidades etc) que ele estimou
ser de EM$ 6,3 X 1014 e comparou também com o valor da informação cultural e tecnológica gerada pela
humanidade, que ele estimou ser de EM$ 6,3 X 1016; estes dois patrimônios da humanidade (o material e
o cultural) teriam um tempo de reposição de, respectivamente 100 anos e 4.000 anos, frente aos 3 bilhões
de anos de criação da biodiversidade pela Natureza.
A análise eMergética já vem sendo aplicada no Brasil em estudos de viabilidade de instalação de
grandes projetos, como o de usinas hidrelétricas [Ver trabalho de Sinisgalli,P.A.A.; Sousa Jr.,W.C.de &
Torres,A. (2006) Megadiversidade, 2 (1-2)].
EMIGRAÇÃO
(Ver DISPERSÃO DA POPULAÇÃO)
ENCOIVARAMENTO
Ato de juntar o resto da madeira e outras partes das plantas, não-queimadas (resultante da
queimada feita para preparar o solo para plantio) e queimá-las novamente. Ao ajuntamento dá-se o nome
de coivara.
91
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ENCOSTA
Declive (acentuado ou suave) nos flancos de morro, colina ou serra. As encostas são geralmente
locais onde a permanência da vegetação original é fundamental para evitar a erosão sendo portanto,
imprescindível à sustentação do solo.
(Ver VERTENTE)
ENDEMISMO
Inerente a uma determinada área isolada, diferindo do que ocorre em outras áreas, adjacentes ou
não. Espécies endêmicas são aquelas originadas de determinado ecossistema ou área isolada.
ENDOBIONTE
ENDOBIONTE = ENDOSSIMBIONTE
Organismo que vive no interior das células de um organismo hospedeiro, em íntima relação
mutualística, sem causar-lhe dano aparente.
(Ver MUTUALISMO)
ENDOGAMIA
ENDOGAMIA = “INBREEDING” (e “INBREEDING DEPRESSION”)
Cruzamento, ou reprodução consangüínea, também conhecido como endocruzamento, que é
geralmente muito comum em animais que vivem agregados, em grupos ou bandos, formando
subpopulações. Ao cruzamento, geralmente num teste em animal, deste animal (heterozigoto) com um de
seus próprios genitores (homozigoto recessivo), dá-se o nome de retrocruzamento, com recombinação
gênica entre os descendentes propiciando a homozigosidade. Tem sido registrada, no caso de prática da
endogamia (na introdução ou re-introdução de casal de animais para povoar reservas ecológicas),
degenerescência no “fitness” como resultado de expressão no fenótipo, de alelos recessivos deletérios (em
inglês, conhecido como “inbreeding depression”).
(Ver EXOCRUZAMENTO)
ENDOPEDON
Termo aplicado no diagnóstico dos horizontes minerais de solos formados abaixo da superfície.
(Ver EPIPEDON)
ENDOMICORRIZA
ENDOMICORRIZA = FUNGO ENDOMICORRÍZICO
Tipo de micorriza ou fungo endomicorrízico cujas hifas penetram no córtex da raiz de muitas
plantas, chegando próximo ao cilindro central. Ocupam os espaços intercelulares e penetram nas células
onde algumas endomicorrizas (do tipo MVA - micorriza vesicular-arbuscular) formam enovelamentos
intracelulares (pelotões), vesículas (estruturas armazenadoras) e arbúsculos (estruturas por onde elas
realizam as trocas nutricionais com a planta).
Atualmente alguns autores preferem chamar estes organismos de FUNGOS
ENDOMICORRÍZICOS, como uma denominação genérica, inclusive em substituição ao termo MVA,
uma vez que alguns destes fungos não formam vesículas.
ENDORREICA
(Ver REGIÃO ARREICA / ENDO ... / EXO ...)
ENDORRIZOSFERA
(Ver RIZOSFERA)
ENDOSSIMBIONTE
(Ver ENDOBIONTE)
ENDOTERMIA
ENDOTERMIA = HOMEOTERMIA = HOMOTERMIA
Uso do calor gerado pelo próprio metabolismo para regular a temperatura do corpo (aves e
mamíferos); são os chamados animais de “sangue quente”.
Ver gráfico representativo de consumo de O2 por mamífero (endotérmico) e por réptil
(ectotérmico), no verbete ECTOTERMIA.
(Ver ECTOTERMIA)
ENDRIN
(Ver ORGANOCLORADO)
ENERGIA
Seu conceito clássico, “uma força capaz de desenvolver trabalho” está, para os pouco entendidos
em física e em ciências ambientais, muito distante do significado profundo e da importância vital deste
fator à manutenção da biosfera do nosso planeta, como um todo. Ela existe sob muitas formas: luz, calor,
eletricidade, energia química armazenada nas ligações químicas dos combustíveis fósseis (petróleo,
carvão mineral), açúcar, ATP e inúmeros outros compostos e também sob a forma de energia nuclear
emitida dos radioisótopos. Sob muitos diversos aspectos a energia é tratada nas ciências em geral e em
92
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
particular nas ciências ambientais é de grande interesse o estudo dos recursos energéticos renováveis e
não-renováveis.
A seguir está reproduzido um gráfico da “UNEP” que representa o consumo total e per capita de
energia em várias regiões do mundo no ano de 1995:
350
300
Consumo de
Energia per
capita (Gj)
250
200
150
Consumo total
de Energia (Pj)
100
50
0
Mundo
Ásia e
Pacífico
América
Latina e
Caribe
Ásia
Ocidental
Obs.: Gj = gigajoule ou 10 9 e Pj = petajoule ou 1015
(Ver FLUXO DE ENERGIA; e ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO)
ENERGIA DE ATIVAÇÃO
Energia mínima necessária para ativar átomos ou moléculas num nível tal que lhes permitam um
rearranjo, que conduz determinada substância a uma transformação química ou transporte físico.
Esta conceituação é importante quando se deseja entender a ação das enzimas, como por
exemplo, naquelas responsáveis pela decomposição da matéria orgânica.
(Ver ENZIMAS DO SOLO)
ENERGIA DE MANUTENÇÃO
A energia que é usada pela célula ou organismo que não seja crescimento.
ENERGIA METABOLIZADA
(Ver ASSIMILAÇÃO)
ENGENHARIA AMBIENTAL
Sub-área da engenharia que trata dos problemas ambientais de forma integrada, nas suas
dimensões ecológica, social, econômica e tecnológica, visando ao desenvolvimento sustentável. Dedica
especial atenção para as tecnologias de manejo integrado, incluindo o re-uso, a reciclagem e a
recuperação. Suas principais especialidades são o manejo do contrôle da qualidade do ar, suprimento de
água, descarte da água residuária, manejo da água proveniente de intempéries, e manejo de resíduos
sólido e perigoso.
ENGENHARIA FLORESTAL
(Ver SILVICULTURA)
ENGENHARIA GENÉTICA
É uma parte da biotecnologia que, utilizando conhecimentos da biologia molecular (e/ou
genética molecular) pesquisa sobre técnicas de manipulação gênica de organismos, efetuando
transformações que permitam a tais organismos perpetuá-las nas gerações subseqüentes. Tem aplicações
muito amplas, como por exemplo, implantando-se segmentos de DNA em cromossomos bacterianos,
tornando-os capazes de promover produção de hormônios (em alta escala). Os estudos de clonagem em
plantas cultivadas criam perspectivas promissoras para aumento da produção agrícola.
Em termos agroecológicos é muito importante investigar as reações dos organismos obtidos de
processos da engenharia genética, no ambiente natural, incluindo as interações desses organismos
modificados com os autóctones.
(Ver TRANSGÊNICOS)
ENOS
(Ver CORRENTE “EL NIÑO”)
ENTOMOFILIA
(Ver “-filia” / “-filo”)
ENTORNO
Neologismo, adotado pelo IBAMA, IBGE ... e hoje utilizado por muitos pesquisadores,
resultante da fusão de “ em + torno”, significando a área ao redor de um determinado local, ou seja, a
93
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
circunvizinhança. O (já) clássico “dicionário do Aurélio” incorporou este termo à nossa língua (no
Brasil). O novo dicionário Houaiss mostra vários usos deste termo, incluindo, na área de arquitetura o
“espaço ou área adjacente a um bem em processo de tombamento”. Não confundir com a 1ª pessoa do
presente do indicativo do verbo entornar ou derramar.
ENTREMARÉS
(Ver ESTIRÂNCIO; EULITORAL; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
ENZIMAS (DO SOLO)
As enzimas do solo são na maioria, proteínas produzidas por microrganismos que, reduzindo a
energia de ativação dos compostos orgânicos, promovem sua decomposição, ou seja, sua degradação para
substâncias mais simples. São catalizadoras de reações.
São inúmeras as enzimas do solo, podendo-se citar como exemplo, as seguintes e suas principais
funções:
a) Celulase: decompõe a celulose. Bactérias produtoras de celulase (gêneros): Pseudomonas,
Chromobacterium, Bacillus, Clostridium, Streptomyces, Cytophaga e outras. Fungos (gêneros):
Trichoderma, Chaetomium, Penicillium, Aspergillus, Fusarium e outros.
b) Hemicelulase: decompõe a hemicelulose. Bactérias produtoras (gêneros): Erwinia,
Clostridium, Pseudomonas e Bacillus. Alguns fungos responsáveis pela murcha e decomposição de
vegetais produzem vários tipos de hemicelulases (como a protopectinase, que decompõe a pectina dos
frutos).
c) Quitinase: decompõe a quitina. O exoesqueleto de alguns animais (artrópodos
principalmente), assim como a parede celular de fungos, são formados pela quitina. Algumas bactérias e
actinomicetos produzem quitinase, como as dos gêneros Streptomyces, Pseudomonas, Bacillus e
Clostridium.
d) Protease: decompõe a proteína em peptídios e aminoácidos.
e) Fosfatase: decompõe ésteres fosfatados, liberando fosfato.
f) Urease: decompõe a uréia, formando compostos de N e liberando CO2.
Ocorrem nos solos enzimas “controladas por propriedades inatas da célula” (enzimas
constitutivas) e aquelas “impostas à célula pelas condições ambientais” (enzimas induzidas ou
adaptativas) [Ver DEFESA QUÍMICA]. Entre as do primeiro tipo citam-se a desidrogenase e a urease,
encontradas no sistema vivo, ativo. Entre as do segundo tipo cita-se, por exemplo, a celulase, que é
produzida na presença de celulose.
As enzimas do solo podem se “desnaturar” (inativar-se permanentemente) quando submetidas à
alta temperatura ou alta concentração de sais solúveis.
EPIBATIDINAS
(Ver DEFESA QUÍMICA)
EPIBIONTE
Epífita ou epizoíto, ou seja, organismo que vive sobre planta ou animal.
EPÍFITA
Planta, bactéria ou fungo que vive na superfície de plantas.
(Ver EPIBIONTE)
EPIFITON
(Ver PERIFITON)
EPILIMNIO
Camada (ou zona) de profundidade aquática com temperatura homogênea, geralmente à
superfície e com água circulante quente.
Ver figura no verbete EUTRÓFICO.
(Ver METALIMNIO; e HIPOLIMNIO)
EPINÉCTON
Organismos aderidos a formas natantes ativas (nectônica) mas que não são capazes de
movimentos independentes contra a correnteza.
EPINEUSTON
(Ver NEUSTON)
EPINOCICLO
(Ver BIOSFERA)
EPIPEDON
Termo aplicado no diagnóstico dos horizontes minerais de solos formados na superfície.
(Ver ENDOPEDON)
EPIPEDON ANTROPOGÊNICO
(Ver TERRA PRETA DOS ÍNDIOS)
94
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Taxa de aumento da
população
EPIPELÁGICO
(Ver ZONA EPIPELÁGICA; PELÁGICO; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
EPIPLÂNCTON
Organismos planctônicos que vivem nos 200 m superficiais, da zona pelágica.
EPIPLEUSTON
Organismos que se movimentam na película superficial de um corpo de água, mantendo parte ou
todo seu corpo acima da água.
(Ver PLEUSTON)
EPIZOÍTO
Animal, um protozoário por exemplo, que vive nas porções mais externas de outro animal.
(Ver EPIBIONTE)
EPIZOÓCORO
Que se dispersa aderente à superfície de animais.
(Ver “-coria”)
EPIZOÓTICO
Relativo à doença epidêmica em animais.
EQUAÇÃO LOGÍSTICA
Foi introduzida por P.F.Verhuslt em 1838. Numa hipótese de que determinada população de uma
espécie, vivendo num ambiente fechado com abundânica de alimento, teria “alta fecundidade”, “tempo
curto de geração” e “alta taxa intrínseca de crescimento”. A população teria crescimento exponencial ou
geométrico, mas depois viria a superpopulação e a competição alteraria essa condição de prosperidade.
Seria alcançada uma situação em que o número de mortes balancearia o de nascimentos.
Matematicamente a equação representativa dessa situação seria: dN/dt = rN (K-N)/K, onde: r = taxa
intrínseca de aumento; N = número de indivíduos de uma população, num tempo t; K = número de
indivíduos capazes de viver no ambiente, quando a população está em equilíbrio (capacidade de suporte).
O gráfico representativo dessa hipótese seria uma parábola (segundo COLINVAUX, 1986):
Tempo
RICKLEFS (2007) representa a equação logística por:
r = r0 (1 – N/K), onde r0 representa a taxa de crescimento exponencial intrínseco de uma
população quando o seu tamanho ainda é pequeno (próximo a 0) e K é a capacidade de suporte do
ambiente dessa população. Nesta concepção, a taxa de crescimento r diminui quando N aumenta. A
equação diferencial que descreve o crescimento restrito de uma população é então dada por:
dN/dt = r0N(1 – N/K), ou em palavras:
[taxa de crescimento de uma população] = [taxa de crescimento intrínseco, com N próximo a 0]
X [tamanho da população] X [redução na taxa de crescimento devido ao adensamento populacional].
EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG
Princípio, ou lei, emitido pelo inglês G.H.Hardy e pelo alemão W.Weinberg, em genética de
populações, no qual é afirmado que a proporção de diferentes alelos no patrimônio genético de uma
população, permanece constante ao longo do tempo e das diversas gerações, contanto que ocorram: deriva
genética, ausências de seleção natural e mutação e em panmixia (sem preferência sexual entre seus
integrantes).
EQUILÍBRIO DE UMA POPULAÇÃO
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO)
EQUILÍBRIO DINÂMICO
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO)
EQUILÍBRIO ESTÁVEL
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO)
95
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
EQUILÍBRIO INSTÁVEL
Condição de um ecossistema (componente biótico ou abiótico) em que há deslocamentos
(mudanças) pequenas, que conduzem a modificações maiores.
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO)
EQUILÍBRIOS MÚLTIPOS ou ESTADOS ESTÁVEIS MÚLTIPLOS
A primeira expressão, utilizada por BEGON et al. (2006), que também denominaram de “estados
estáveis alternativos”, diz respeito à relação predador-presa, em que o isoclino zero do predador cruza
com o isoclino zero da presa três vezes. RICKLEFS (2007), usando a segunda expressão, reporta que este
modelo de estados estáveis múltiplos, descreve mudanças no recrutamento e predação das populações de
presas como uma função do aumento na densidade de presas. Assim sendo, as curvas de predação e
recrutamento, produzem três pontos de equilíbrio. A curva de predação lembra o tipo III [Ver
PREDATISMO]. Este conhecimento tem aplicações práticas muito úteis no estudo de manejo e contrôle
de pragas.
EQUIVALÊNCIA ECOLÓGICA
Similaridade de nichos ecológicos (ou mesmo nicho ecológico) ocupados por organismos de
diferentes regiões geográficas. As espécies que ocupam nichos ecológicos equivalentes tendem a um
relacionamento taxonômico íntimo em regiões contíguas.
EQUIVALENTE ECOLÓGICO
(Ver EQUIVALÊNCIA ECOLÓGICA)
“eremo-”
Prefixo de origem grega significando “deserto (solidão)”. É às vezes usado em muitas
designações: eremologia (estudo dos desertos); eremófilo ou eremobionte (que vive no deserto);
eremófito (vegetal do deserto).
EROSÃO
Desgaste ou arrastamento do solo, geralmente da superfície, por agentes climáticos (água da
chuva, vento...) ou geológicos (ver figura em ESCOAMENTO).
(Ver BIOLIXIVIAÇÃO; LIXIVIAÇÃO; e “RUNOFF”).
ERVA DANINHA
(Ver ALÓCTONE)
ESCALA DE ABUNDÂNCIA DE HANSON
Uma escala destinada à estimativa de abundância de uma espécie vegetal compreendendo seis
categorias: ausente (0), escassa (1-4 plantas.m-2), infreqüente (5-14 plantas.m-2), freqüente (15-29
plantas.m-2), abundante (30-99 plantas.m-2) e muito abundante (mais de 100 plantas.m-2).
ESCALA DE BACHARACH
É uma escala usada para medir densidade de fumaça, indicando nível de poluição atmosférica.
ESCALA DE DOMIN
Escala que se utiliza para estimar cobertura vegetal e abundância de uma espécie de planta,
compreendendo as seguintes 11 categorias: + (indivíduo único); 1 (muito poucos indivíduos); 2
(esparsamente distribuídos, com menos de 1% de cobertura); 3 (freqüente, porém com menos de 4% de
cobertura); deste ponto em diante os valores da escala e os percentuais de cobertura são 4 (4-10%); 5 (1125%); 6 (26-33%); 7 (34-50%); 8 (51-75%); 9 (76-90%); e 11 (91-100%).
ESCALA DE RICHTER
Uma escala logaritmica desenvolvida em 1935, por Beno Gutenberg e Charles Francis Richter,
destinada à medição da energia liberada como conseqüência de movimentos ou abalos sísmicos
(terremotos do sul da Califórnia, E.U.A.). Um abalo de valor 6,0 é 10 vezes superior a um de 5,0 e um de
7,0 é 100 vezes superior ao de 5,0 ... e assim por diante. O maior terremoto já registrado não excedeu o
valor de 9 na escala.
ESCALA DE TEMPO GEOLÓGICO
(Ver TEMPO GEOLÓGICO)
ESCAPE (ou EVITAÇÃO) DA COMPETIÇÃO EVOLUTIVA
(Ver FANTASMA DA COMPETIÇÃO PASSADA)
ESCAPE-DO-INIMIGO, HIPÓTESE DE
Traduzido da expressão em inglês “escape-from-enemy hypothesis”, este termo refere-se ao fato
de que organismos introduzidos em áreas diferentes das do seu habitat natural, melhoram sua
performance de sobrevivência no seu novo habitat. Geralmente são apontados os seguintes fatores para tal
sucesso: (i) redução da competição, (ii) melhores condições ambientais (mais alimento, por exemplo) e
(iii) ausência de inimigos (predadores, parasitas, patógenos). Assim, tem-se descrito que plantas
introduzidas tendem a sofrer menos danos causados por insetos. O pardal da Europa, no seu habitat de
origem, por exemplo, sofre duas vezes mais com seus ectoparasitas do que o pardal que foi introduzido na
América do Norte.
96
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ESCATOLOGIA
Refere-se ao conhecimento sobre fezes de animais.
(Ver “copro-”)
ESCIÓFITO
(Ver CIÓFITO(A) / CIÓFILO(A))
ESCLEROFILIA, ÍNDICE DE
Índice proposto por A.R.Loveless, em 1961, relacionando nas plantas esclerófilas: porcentagem
de fibra crua : porcentagem de proteína crua.
ESCLEROMORFISMO OLIGOTRÓFICO
Diz-se do fenômeno típico das plantas do cerrado, onde elas apresentam-se com estruturas
endurecidas ou esclerosadas (troncos com casca grossa, folhas coriáceas...) devido à pobreza em
nutrientes do solo. Este é ácido, profundo, com teores altos de Al e Mg, baixo em fósforo. As plantas
teriam limitações de crescimento embora possam armazenar carboidratos nessas referidas estruturas.
(Ver OLIGOTRÓFICO, LAGO)
ESCOAMENTO
ESCOAMENTO = “RUNOFF”
Água de precipitação pluvial que escorre sobre a superfície do solo e que em solo íngreme causa
intensa erosão.
A intensidade dos problemas da água que cai sobre um solo, em que uma de suas conseqüências
é a água de escoamento, varia conforme a existência de cobertura vegetal e a topografia. Num declive,
por exemplo, a existência de uma cobertura vegetal significativa, proporcionará a retenção da água de
escoamento e sua penetração no solo; assim sendo, além de evitar a formação de ravinas e
conseqüentemente a erosão, possibilita a realimentação do lençol freático.
A figura que segue ilustra duas diferentes situações relacionadas à retenção de água no solo (com
infiltração para o lençol freático, por percolação) e escoamento no solo em declive, conforme haja
cobertura vegetal (representação da esquerda) ou sem cobertura vegetal. A espessura das setas representa
a quantidade proporcional de água (observar a espessura das setas representando o escoamento nas duas
situações):
Transpiração
ENTRADA
EvapoENTRADA
transpiração
total
Evaporação
Escoamento
Escoamento
Erosão
Infiltração, para o
lençol freático
Infiltração, para o
lençol freático
ESFORÇO REPRODUTIVO
ESFORÇO REPRODUTIVO = ALOCAÇÃO REPRODUTIVA
Diz respeito à concentração em energia que um organismo realiza, metabolicamente, visando o
processo de reprodução. Em alguns organismos a avaliação do deslocamento de energia para a
reprodução pode ser feita com base em medições da relação “peso das gônadas : peso córporeo”, ou
“peso das sementes : peso da planta” ou “volume dos ovos de uma ninhada : volume do corpo do
animal”. É uma aproximação válida, em que pese a imprecisão da avaliação.
ESGOTO
Refere-se, em geral, a todo tipo de água servida (usada). Há denominações específicas quando o esgoto se
refere a despejo industrial (ou efluente) ou a despejo doméstico (esgoto sanitário).
(Ver EFLUENTE)
97
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ESPAÇO DE FUGA
Espaço que muitos animais necessitam para fugir à perseguição feita por um competidor (da
mesma espécie ou não) ou por um predador. Este espaço é importante para a sobrevivência deste animal
em muitas circunstâncias, sendo por isso que num cativeiro ao qual seja ele submetido, deve considerar-se
esta característica comportamental.
ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA
A especiação, ou formação de nova espécie, ocorre quando o fluxo de genes dentro de um
reservatório (ou “pool”) comum é interrompido por um mecanismo de isolamento que, se acontece pela
separação geográfica de populações descendentes de um ancestral comum dá-se-lhe o nome de
especiação alopátrica.
(Ver ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA; e ALOPATRIA)
ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA
A especiação, ou formação de nova espécie, ocorre quando o fluxo de genes dentro de um
compartimento (ou “pool”) comum é interrompido por um mecanismo de isolamento que, se acontece
ecologica ou geneticamente numa mesma área dá-se-lhe o nome de especiação simpátrica.
(Ver ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA; e SIMPATRIA)
ESPÉCIE
Indivíduo ou representante específico de uma população. Em termos filogenéticos, a espécie é a
menor unidade taxionômica (ou taxonômica), que evoluiu de um ancestral comum. Identifica-se
nominalmente pela composição das denominações “genérica” (nome do gênero) e “específica” (nome da
espécie). Ex.: Phaseolus vulgaris (feijoeiro comum). No ambiente, em geral, é fácil individualizar a
espécie, como no caso de um animal, a onça-pintada por exemplo, Panthera onca. Há animais
identificados por apenas um nome, como a caravela (Physalis caravela) que é, na realidade, uma colônia
de indivíduos com alto grau de polimorfismo (indivíduos polipóides e medusóides), alguns especializados
na alimentação e outros na “defesa” (nematocistos contendo toxina), além do saco flutuador.
(Ver sp (ESPÉCIE))
ESPÉCIE CAVIOMORFA
Refere-se principalmente às espécies animais pertencentes aos cavídeos, roedores como o preá, a
cotia .... Atribui-se a esses animais, em muitos ecossistemas, a importante função de dispersão de plantas,
uma vez que enterram as sementes para consumí-las posteriormente e algumas delas são esquecidas por
eles. Esta função também é exercida por outros animais, como a graviúna, ave da floresta aciculifoliada
que realiza o mesmo trabalho utilizando sementes da araucária.
ESPÉCIE-CHAVE
(Ver DOMINANTE ECOLÓGICO)
ESPÉCIE COM “BAIXO RISCO”
Nos critérios propostos pela “IUCN” para espécies ameaçadas, um taxon é dito de “baixo risco”
quando ele não se enquadra entre as categorias: “em perigo crítico”, “em perigo”, “vulnerável” ou como
“dependente da conservação”; e que também não seja incluído no critério de dados insuficientes.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE “COMERCIALMENTE AMEAÇADA”
Dentre as categorias da “IUCN” para espécies ameaçadas, refere-se aos taxa que, embora não
estejam presentemente ameaçados de extinção, estão ameaçados por serem comercializados; a menos que
suas explorações sejam regulamentadas e eles se tornem sob controle. É uma designação que tem sido
somente usada para espécies de peixes marinhos comercializados.
(Ver “IUCN”)
ESÉCIE COM “DADOS INSUFICIENTES”
Dentre os critérios da “IUCN” para espécies ameaçadas, um taxon é tido como tipo “dados
insuficientes” (sigla em inglês “DD – data deficient”) quando a informação requerida para se fazer uma
avaliação, ou direta ou indireta do risco de extinção, é inadequada.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE “DEPENDENTE DA CONSERVAÇÃO”
Dentre os critérios propostos pela “IUCN” para as espécies ameaçadas, um taxon é considerado
como “dependente da conservação” (sigla em inglês “CD – conservation dependent”) se se conseguir se
evitar incluí-lo neste status de “ameaçado” como resultado de um programa continuado de conservação
para o taxon específico ou habitat também específico.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE “EM PERIGO”
Este termo, que em inglês é “endangered”, inclui-se tanto dentre as categorias da “IUCN”, com a
sigla (E), quanto dentre os critérios da “IUCN”, com a sigla em inglês (EN); nestes critérios, a espécie
98
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“em perigo” é aquela que se saiba estar em risco muito alto de extinção no ambiente silvestre, num futuro
próximo (comparar com “ESPÉCIE EM PERIGO CRÍTICO”).
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE EM “PERIGO CRÍTICO”
Correspondendo à expressão em inglês “critically endangered – CE” proposto como um dos
critérios da “IUCN”, para designar um taxon que se saiba estar em risco extremamente alto de extinção
no ambiente silvestre, em futuro imediato.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE EM “VIA DE EXTINÇÃO”
ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO = RISCO DE EXTINÇÃO
Espécie da flora e da fauna, silvestres, de valor estético, científico, cultural, econômico e/ou
recreativo, protegida contra a exploração. Há uma convenção internacional a este respeito. Considera-se
geralmente, no caso dos animais, que uma espécie está em via de extinção quando não mais do que 30
indivíduos representantes desta espécie tenham sido localizados (avistados ou registrados) (ver ESPÉCIE
EXTINTA, nas categorias da “IUCN”; ver também outras designações da “IUCN” nos vários termos
iniciados por ESPÉCIE ...).
Há muitos fatores ou “forças” que podem levar uma espécie à extinção, podendo eles serem
classificados, em geral, como determinístico ou estocástico. Um poluente em concentração letal, por
exemplo, seria um fator determinístico de ação direta. O fator estocástico (que pode ser analisado
estatisticamente mas não pode ser previsto com precisão), segundo M.E.Gilpin e M.E.Soulé, poderia
subdividir-se em cinco tipos: 1) ambiental (variabilidade nas condições e recursos, como densidade de
predadores, patógenos, presas, competidores etc); 2) catastrófico (enchentes, queimadas, erupções
vulcânicas etc); 3 demográfico (variações, além das normais, nas taxas de natalidade e mortalidade...); 4)
genético (tendência das pequenas populações terem altos níveis de homozigosidade, ou baixos de
heterozigosidade; a freqüência de genes de uma população é determinada pela deriva genética, ou seja,
aleatoriamente, mais pela chance do que por vantagens evolutivas adquiridas); 5) e de fragmentação (há
uma tendência da maioria das populações em se fragmentarem em subpopulações, onde os indivíduos de
uma mesma subpopulação se cruzam mais com os seus companheiros do que com os membros de outra
ou outras subpopulações).
A análise de vulnerabilidade de uma população, embora careça da estimativa de tamanho
mínimo de uma população viável, ela objetiva compreender como a vulnerabilidade de uma determinada
população varia com o tamanho desta população. Na verdade, a viabilidade varia continuamente com o
tamanho da população, devendo haver um limiar (ou patamar) abaixo do qual a população corre risco e
acima do qual ela é considerada viável; resta saber julgar com exatidão qual o nível de risco de extinção
“aceitável”.
(Ver ANÁLISE DE VIABILIDADE DE POPULAÇÃO; e “IUCN”)
ESPÉCIE “EXTINTA”
Termo usado pela “IUCN”, tanto dentre as categorias (sigla em inglês Ex), designando o taxon,
entre as espécies ameaçadas que não tenha sido vista no ambiente silvestre nos últimos 50 anos, como
dentre os critérios (EX), designando o taxon, entre as espécies ameaçadas, quando não há dúvida razoável
de que seu último indivíduo representante tenha morrido.
Ainda dentre os critérios da “IUCN” para espécies ameaçadas, um taxon é classificado como
“extinto no ambiente silvestre” (sigla em inglês “EW – extinct in the wild”) quando se sabe que ele tenha
sobrevivido em criadouros, em cativeiro, ou como populações naturalizadas fora dos seus limites
originais.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE “INDETERMINADA”
Uma das “categorias” da “IUCN”, cuja sigla em inglês é “I – indeterminate”, referente às
espécies ameaçadas, cujos taxa sabe-se estarem em perigo, vulnerável ou rara, mas sobre os quais os
dados são insuficientes para incluí-los numa das categorias apropriadas.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE “INSUFICIENTEMENTE CONHECIDA”
Dentre as categorias da “IUCN” para espécies ameaçadas, refere-se ao taxon (sigla em inglês “K
– insufficiently known”) que se suspeita estar em perigo, vulnerável ou rara, mas sobre o qual não há
dados suficientes para se formar um julgamento exato sobre se tal taxon está ameaçado ou não.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE OCASIONAL
Diz-se geralmente, da espécie que pode ser encontrada de tempo em tempo num certo habitat ou
comunidade; não sendo portanto, componente permanente da associação.
99
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ESPÉCIE PIONEIRA
Aquela que surge num local, anteriormente desprovido de vida e que assim poderá dar início a
um processo de colonização, muitas vezes seguido de um processo de sucessão. Entre muitas espécies
tidas como “mau competidoras” há muitas pioneiras eficientes.
(Ver COLONIZAÇÃO)
ESPÉCIE “RARA”
Na classificação das categorias de espécies ameaçadas de extinção da “IUCN”, o taxon “raro” é
aquele com pequenas populações mas que presentemente não estão “em risco” ou em “via de extinção”. É
denominada em inglês por “rare – R”.
Alguns autores não consideram que abundância seja uma questão de densidade de indivíduos de
uma espécie numa determinada área (dado este que eles preferem chamar de intensidade), mas sim é uma
questão de número de tamanho de áreas habitáveis (Ver DENSIDADE ECOLÓGICA). Esta relação de
indivíduos com área habitável, esses autores denominam de prevalência de abundância. De fato, o uso de
expressões como “espécie comum” ou “rara” em determinado ambiente, carece de qualificação adequada
ou precisa. Haveria muitas razões para usar o termo “espécie rara”, podendo-se destacar: a) sua faixa de
distribuição geográfica é estreita; b) sua faixa de habitat (específico) é estreita; c) suas populações locais
são pequenas e não-dominantes. As duas primeiras razões são ligadas à “prevalência” acima mencionada
e a última está ligada à “intensidade”.
(Ver “IUCN”)
ESPÉCIE VULNERÁVEL
Dentre as diversas categorias propostas pela “IUCN” para as espécies ameaçadas de extinção, a
espécie vulnerável é aquela cujo declínio por causa de destruição do seu habitat, distúrbio ou
superexplotação, torna-se-á em perigo de extinção se tais fatores continuarem. É representada pele sigla
em inglês “V – vulnerable”; e dentre os critérios da “IUCN” é representada pela sigla “VU – vulnerable”.
ESPÉCIME (ou INDIVÍDUO)
Indivíduo ou exemplar (unidade) representativo de uma espécie.
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
(Ver APÊNDICE III − ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO; e RADIAÇÃO
FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA − RFA)
ESPODOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
ESTABILIDADE
Segundo alguns autores, refere-se à capacidade de um sistema ecológico em manter-se em
condições relativamente constantes em termos de sua composição, sua biomassa e produtividade, com
pequenas flutuações em torno de uma média, e que seja capaz de retornar a esta situação a cada vez que
sofrer perturbações. Neste último aspecto, fala-se também em “resistência” de um ecossistema, que por
sua vez, dependerá da “elasticidade” (resiliência) ou taxa com que o ecossistema se recuperará dos
distúrbios que lhes são causados (naturais ou antrópicos).
Na estabilidade, há que se considerar dois aspectos de interesse ecológico: a) é importante
conhecê-la porque ela representa, em termos práticos, a sensibilidade de uma comunidade a distúrbios; b)
talvez de cunho mais fundamental, porém um tanto quanto teórico, a estabilidade representa o grau de
persistência da comunidade e suas chances de atingir o seu clímax e aí se manter. Neste último aspecto
consideram-se a estabilidade local, que é a tendência da comunidade retornar ao seu estado original após
pequena perturbação e estabilidade global, a mesma tendência sob efeito de grande perturbação. Alguns
autores mencionam ainda os termos dinamicamente frágil, quando a comunidade é estável dentro de uma
faixa muito restrita de condições ambientais e dinâmicamente robusta, quando tal faixa é ampla.
(Ver FRAGILIDADE; HOMEOSTASE; RESILIÊNCIA; e RESISTÊNCIA)
ESTABILIDADE GLOBAL
(Ver ESTABILIDADE)
ESTABILIDADE LOCAL
(Ver ESTABILIDADE)
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
Conjunto de instalações destinadas ao “tratamento” de: água (ETA); de esgotos domésticos
(ETE); de despejos industriais (ETDI) ou de efluentes industriais (ETEI).
ESTAÇÃO ECOLÓGICA
Categoria de unidade de conservação do Grupo I do SNUC. Área natural, representativa de um
ecossistema que se deseje preservar, mas que deve também ser utilizada para os processos de educação
ambiental e de pesquisa; esta, não devendo ultrapassar os 10% da área total e de acordo com o plano de
manejo da unidade.
100
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
ESTACIONAL
Termo mais adequado (da língua portuguêsa) do que “sazonal” (do francês “saison” ou do inglês
“season”), para indicar período ou influência da estação do ano. Fala-se por exemplo, no nordeste
brasileiro, nos períodos estacionais de chuva (inverno) e de seca (verão).
ESTÁDIOS SERAIS
Segmentos distintos (estádios), florística ou estruturalmente, de uma “sere”. Nem todas as
“seres”, no entanto, podem ser divididas em estádios. Alguns preferem usar a palavra “estágio”, em vez
de “estádio”.
(Ver SERE)
ESTADOS ESTÁVEIS ALTERNATIVOS
(Ver EQUILÍBRIOS MÚLTIPOS ou ESTADOS ESTÁVEIS MÚLTIPLOS)
ESTENO
Prefixo de origem grega usado para expressar o “estreito” (ou reduzido) grau de tolerância de um
ser vivo. Fala-se então em: estenotérmico (relativo à temperatura); estenohídrico (relativo à água);
estenofágico (relativo a alimento); estenoécio (relativo à seleção de habitat ou adaptação) etc, todos
significando uma limitada tolerância às respectivas características ambientais citadas.
(Ver “euri-”)
ESTEPE
Termo adotado por alguns fitogeógrafos (utilizado pelo IBGE) significando um “tipo de
vegetação” estacional-decidual, geralmente com plantas suculentas, como cactáceas. Fala-se neste caso
em “estepe do sertão semi-árido nordestino” e da “campanha gaúcha”, neste último caso dominando
gramíneas, tendo também compostas e leguminosas. É também utilizada a expressão “savana estépica”,
incluindo-se os campos de Roraima.
Este termo é aplicado originalmente às planícies sem árvores do sudeste da Europa e da Sibéria.
ESTIRÂNCIO
ESTIRÂNCIO = ENTREMARÉS = ZONA “INTERTIDAL” = LITORAL
É a zona delimitada pelas alta e baixa marés, ou seja, preamar e baixa-mar. Alguns a chamam de
eulitoral. É a primeira zona da plataforma continental, no sentido da costa para o mar. O termo
“intertidal” vem do inglês “tide” = maré.
Observação: as muitas subdivisões da faixa litorânea (do continente para dentro do mar) que
naturalmente devem existir devido à complexidade dos mais diversos contornos da costa, geraram um
elevado número de denominações que nem sempre coincidem nos trabalhos (obras) de muitos autores.
Grande parte dos “desencontros” surgem com relação aos limites (extensões ou dimensões) de tais zonas,
ou regiões e suas respectivas subdivisões.
(Ver APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ESTIVAÇÃO
(Ver HIBERNAÇÃO)
ESTOCÁSTICO
(Ver DISTÚRBIO; e ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
ESTOCÁSTICO
(Ver DISTÚRBIO)
ESTOLÃO
Caule subterrâneo, comum em plantas adaptadas a solos arenosos, que emite ramificações em
diversos pontos ao longo de sua extensão. O pinheirinho-do-mar (Remirea maritima), planta típica das
dunas de nosso litoral, forma estolões. Esta planta é importante na fixação das pequenas dunas.
ESTOLONÍFERA
Planta que forma estolões.
ESTRATÉGIA
Termo de caráter generalizado, significando qualquer padrão de comportamento ou história vital,
de um indivíduo ou de uma população, refletindo uma adaptação (às vezes uma aclimatação) que se
constitui em ganhos na eficiência de obtenção dos recursos.
(Ver ESTRATEGISTAS C, K e r; e TRIÂNGULO C−S−R)
ESTRATEGISTA C
No triângulo C – S – R, o estrategista C é uma espécie tipicamente de grande tamanho, com
crescimento rápido, tempo de vida relativamente longo, dispersão relativamente eficiente, destinando
apenas uma pequena proporção de sua energia metabólica para produção de descendentes ou propágulos,
sendo assim uma espécie competitiva.
101
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ESTRATEGISTAS K e r
Denominam-se estrategistas, as espécies que, numa situação de equilíbrio das condições
ambientais ou em condições adversas ou de superpopulações, adotam respectivamente, mecanismos
característicos que as tornam tipicamente espécies “em equilíbrio” (estrategistas K) ou “oportunistas e
fugitivas” (estrategistas r).
As letras K e r provêm da “equação logística” onde, numa população em determinada condição
ambiental, K é o número de indivíduos capazes de viver quando a população está em equilíbrio e r é a
taxa intrínseca de aumento desta população.
As espécies oportunistas e fugitivas predominam, por exemplo, entre as pioneiras que iniciam a
sucessão ecológica num local inóspito. As espécies em equilíbrio geralmente sucedem as pioneiras, numa
situação em que o local se tornou menos inóspito, com maior disponibilidade de nutrientes e menor
competição. Em alguns ambientes a alternância desses dois tipos de estrategistas é uma ocorrência
natural, constituindo-se no equilíbrio dinâmico (homeostase) de um ecossistema.
(Ver EQUAÇÃO LOGÍSTICA; e SELEÇÃO K)
ESTRATOSFERA
Porção da atmosfera da Terra, acima da troposfera, de 15 a 30 km. Segue-se a ela a estratopausa
(30 a 40 km).
(Ver OZONOSFERA)
ESTRATO VEGETATIVO
(Ver SINÚSIA)
ESTRESSE
Diferentemente de distúrbio, que é caracterizado por ser uma perturbação momentânea, o
estresse (do inglês “stress”) é geralmente interpretado como uma pressão, no nível de ação sobre um
ecossistema (ou comunidade ou população), de forma contínua, com tendência a ser prolongada, gerando
resposta dos seus componentes bióticos diferenciada da resposta ao distúrbio.
(Ver DISTÚRBIO)
ESTRUTURAS ANÁLOGAS e ESTRUTURAS HOMÓLOGAS
As estruturas análogas são órgãos de origens evolutivas diferentes, que executam o mesmo papel
nos diferentes organismos dos quais são partes integrantes. Ex.: a variedade de estruturas das plantas
trepadeiras (folhas, pecíolos, caules, raízes, gavinhas, transformadas em estruturas que habilitam as
plantas a treparem sobre diferentes suportes). As estruturas homólogas originam-se de um mesmo órgão,
que no processo evolutivo modificou-se, transformando-se em estruturas bastante diferentes e que
desempenham diferentes funções. Ex.: plantas que tiveram folhas modificadas em folíolo (subdivisão de
folha composta), pecíolo, peciólulo (pecíolo do folíolo das folhas compostas), estípulas (geralmente duas
pequenas projeções laminares na base de pecíolo).
ESTRUTURA DO SOLO
Arranjo ou combinação das partículas primárias do solo, originando partículas secundárias, que
se constituem nas suas unidades ou pedons.
(Ver PERFIL DO SOLO)
ESTUÁRIO
Ecossistema representado pela comunicação de um rio com o mar (flúvio-marinho), constituindo
assim um ambiente relativamente complexo, onde usualmente ocorrem mangues. Apresenta propriedades
inerentes aos sistemas dulciaqüícola e marinho, com certo gradiente de salinidade e propriedades
peculiares.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)
(Ver IMPACTO AMBIENTAL)
ETA
(Ver ESTAÇÃO DE TRATAMENTO)
ETDI
(Ver ESTAÇÃO DE TRATAMENTO)
ETE
(Ver ESTAÇÃO DE TRATAMENTO)
ETEI
(Ver ESTAÇÃO DE TRATAMENTO)
ETIOPIANA, REGIÃO
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
“etno-”
Prefixo de origem grega que se refere à “raça; povo; nação”. Exemplos: etnologia (estudo do
caráter, história e cultura das raças humanas; o mesmo que etnografia); etnobotânica (estudo do uso das
plantas pelas distintas raças humanas); etnoecologia (estudo da relação das raças humanas ou etnias ou
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
seus agrupamentos, com o ambiente em que vivem; o mesmo que ecologia humana); etnozoologia (estudo
do uso dos animais pelas raças humanas).
ETNOECOLOGIA
(Ver ECOLOGIA HUMANA)
ETOLOGIA
Estudo do comportamento (animal) ou das reações e conduta do organismo em relação ao
ambiente em que vive.
“eu-”
Prefixo de origem graga que se refere à “bem; bem feito; de fácil execução” e significados
similares. Como exemplo ver EUTRÓFICO e EUTROFIZAÇÃO.
EUSSOCIABILIDADE (ou EUSSOCIALIDADE)
Termo ainda não consagrado na língua portuguesa, referente ao comportamento (ou “instinto”)
social de animais como os térmitas (cupins) (Isoptera) e formigas, abelhas e vespas (Hymenoptera).
Segundo RICKLEFS (2007) este grau de sociabilidade caracteriza-se por (i) diversos adultos vivendo
juntos em grupos, (ii) com gerações em superposição, isto é, pais e filhos vivendo juntos, (iii) cooperação
na construção de ninhos e cuidados com a prole, e (iv) dominância reprodutiva por um ou uns poucos
indivíduos, com a presença de “castas”. Na organização de sociedades dos insetos, há dominância de uma
ou poucas fêmeas poedoras de ovos, a(s) “rainha(s)”. No caso de térmitas, a colônia é conduzida por um
par (rei e rainha) que produzem os “operários” por reprodução sexuada.
“-etum”
(Ver ASSOCIAÇÃO VEGETAL)
EUCARIOTO
Organismo cuja célula tem seu material genético num núcleo individualizado, provido de
membrana nuclear, como o são todos os seres vivos, com exceção dos procariotos.
(Ver DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
EUFÓTICO
(Ver ZONA EUFÓTICA)
“EUKARYA”
(Ver ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL; e DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
EULITORAL
Subregião do litoral submetida aos distúrbios (movimentos) das ondas do mar, mais conhecida
como entremarés. Dá-se também este nome à zona de margem de um lago, situada entre os níveis mais
elevados e mais baixos da água, em seus movimentos estacionais.
(Ver ESTIRÂNCIO; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
“euri-”
Prefixo de origem grega usado para expressar o “amplo” grau de tolerância (ou de utilização de
recurso) de um ser vivo.
Fala-se então em: euribático (relativo à pressão, da profundidade de água); euritérmico (relativo
à temperatura); eurihídrico (relativo à água); eurihígrico (relativo à umidade do ar); eurihalino (relativo à
salinidade); eurifágico (relativo a alimento); euriécio ou euritópico (relativo à seleção de habitat ou
adaptação); todos significando uma ampla tolerância às respectivas características ambientais citadas.
(Ver ESTENO)
EURIFÁGICO
EURIFÁGICO = PLEÓFAGO = PLEOTRÓFICO = PLURÍVORO = POLÍFAGO =
POLITRÓFICO
Que se alimenta de uma grande variedade de tipos de alimento.
(Ver “euri-”)
EUTRÓFICO, LAGO
Lago rico em nutrientes, orgânicos e inorgânicos, com alta produtividade primária. Na figura que
segue está representado um lago eutrófico com seus diversos habitats:
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Habitat pelagial
Epilimnio
Litoral
Metalimnio
Hipolimnio
Habitat bental
Profundal
Sedimento (lodo)
(Ver AUTOTRÓFICO, LAGO; DISTRÓFICO, LAGO; e OLIGOTRÓFICO, LAGO)
EUTROFIZAÇÃO
Introdução, pelo homem, de matéria orgânica em ambientes aquáticos naturais, em quantidade e
velocidade que não pode ser assimilada e reciclada, causando assim o seu acúmulo que poderá ser
deletério para o ecossistema. Este material orgânico poderá derivar diretamente de detritos atirados pelo
homem (detritos industriais, dejetos e lixos etc) ou indiretamente de erosão do solo, aumentada pelo
homem, ou ainda, como em decorrência de uso em excesso de fertilizantes nas áreas agricultáveis
circunvizinhas.
Como conseqüência da eutrofização ocorre freqüentemente grande proliferação de algas,
geralmente dominada por uma só espécie.
EVAPORAÇÃO (POTENCIAL)
A evaporação representa a passagem da água do estado líquido para o gasoso, de maneira
natural, sob a ação da temperatura e na dependência do estado de saturação do ar (sua umidade relativa).
(Ver PRECIPITAÇÃO PLUVIAL)
EVAPORÍMETRO DE PICHE
(Ver PICHE, EVAPORÍMETRO DE)
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Somatória da perda de água de um ecossistema pelos processos de evaporação (das superfícies
de água e solo) e de transpiração (das plantas principalmente e animais), em área (mm ou cm) por tempo
(dia). A evapotranspiração potencial é um índice da taxa máxima teórica na qual a água poderá evaporar
para a atmosfera (dada em mm/ano), considerando-se a radiação prevalecente, a média do déficit de
pressão de vapor no ar, a velocidade do vento e a temperatura.
A figura representada no termo ESCOAMENTO, mostra a proporção da evapotranspiração em
relação a outros processos relacionados ao fator ecológico água.
(Ver ESCOAMENTO; e PRECIPITAÇÃO PLUVIAL)
“EVERGLADES” (FLORIDA)
(Ver EFEITO BUMERANGUE)
EVITAÇÃO (ou ESCAPE) DA COMPETIÇÃO EVOLUTIVA
(Ver FANTASMA DA COMPETIÇÃO PASSADA)
EVOLUÇÃO
(Ver DARWINISMO; e NEO-DARWINISMO)
EXATIDÃO (e PRECISÃO)
A exatidão (correspondendo ao “accuracy” da língua inglesa) é, tanto em estatística como no uso
de aparelhos de medição, um grau com que se mede uma quantidade de maneira próxima ao valor
verdadeiro que está sendo medido. Difere de precisão (“precision”, em inglês) que é um grau de
“refinamento” com que uma medida é feita. Ex.: o valor 3,43 é uma medida “mais precisa” do que 3,4
mas não implica que seja “mais exata”.
EXCLUSÃO COMPETITIVA
(Ver PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
EXCRETA
Em ecologia energética é a parte da energia assimilada que é removida do corpo como secreção,
excreção ou sudação. É um dos componentes do rejeito. No processo do metabolismo é o mesmo que
catabólito.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver CATABOLISMO; EGESTA; e REJEITO)
EXOCRINO
(Ver ECTOCRINO)
EXOCRUZAMENTO
EXOCRUZAMENTO = ALOGAMIA = ACASALAMENTO ou COPULAÇÃO EXTRA-PAR
Acasalamento de indivíduos de uma população com membros de outra ou outras populações. Há
observações, por exemplo, de que fêmeas de chimpanzés (floresta de Taï, Costa do Marfim, África)
afastam-se do seu grupo (ou subpopulação), à noite, para cruzarem com machos de outros grupos. Este
comportamento é tido como muito importante à heterozigosidade, enriquecendo portanto, o patrimônio
genético da espécie e aumentando suas chances de reagir às possíveis variações ambientais indesejáveis.
O termo promiscuidade é usado por alguns autores para definir esta condição, em que um par
duradouro é impedido de se formar no acasalamento.
(Ver ENDOGAMIA; POLIGAMIA; e FLUXO GÊNICO)
EXORREICA
(Ver REGIÃO ARREICA / ENDO ... / EXO ...)
EXPANSÃO DE HABITAT
(Ver LIBERAÇÃO ECOLÓGICA)
EXPECTATIVA DE VIDA
Período de tempo médio que se espera um organismo sobreviver, dentro do padrão do seu ciclo
de vida.
(Ver ATRIBUTOS DA POPULAÇÃO)
EXPLOSÃO NA DENSIDADE DE POPULAÇÕES
(Ver “BLOOM”)
EXPLOTAÇÃO
Termo que significa, implicitamente, exploração de recursos naturais.
EXSUDATÍVORO
Tradução literal do inglês “exudativore” / “exudativorous” (a primeira forma é substantivo e a
segunda é adjetivo), ou seja, que se alimenta de gomas (resinas) e outros exsudatos vegetais (de árvores,
principalmente). O sagüi, que se alimenta da seiva de cupiúba (Tapirira guianensis), além de herbívoro e
frugívoro pode também ser denominado de exsudatívoro.
EXSUDATO
Líquido, contendo substâncias produzidas por um organismo e liberado para o meio externo. O
exsudato das raízes, por exemplo, é importante para os simbiontes e os organismos que vivem na
rizosfera.
EXTINÇÃO ANTROPOGÊNICA
Extinção de uma espécie (de organismo animal ou vegetal) causada por atividades humanas,
através de explotação direta da população desse organismo ou, indiretamente, por destruição de seu
habitat.
(Ver AMEAÇADO DE EXTINÇÃO; ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO; e TAXA DE
EXTINÇÃO)
EXTINÇÃO EM MASSA
Refere-se esta expressão à periodicidade de desaparecimento da vida na Terra, ao longo dos
vários períodos geológicos de tempo. Muitos pesquisadores acreditam que tenham ocorrido eventos
cataclísmicos, de origem astronômica, comuns a todas as extinções. Outros acham que cada evento de
extinção foi único em si. Os eventos cataclísmicos podem também ter sido vários, como por exemplo:
intensa atividade vulcânica, impacto de corpo celeste sobre a Terra, ou tendências graduais, como
mudanças no nível dos oceanos e na temperatura, salinidade ou nutrientes, flutuações nos níveis de O2 e
CO2, resfriamento, e radiação cósmica. Estas são possíveis causas das crises ocorridas nos períodos
Permiano-Triássico. A hipótese muito defendida, do impacto de um asteróide, teria causado grande
concentração de irídio (metal muito denso e quebradiço) na atmosfera, impossibilitando a penetração da
radiação solar, impedindo a fotossíntese. Outra hipótese, a do abundante xisto pirítico laminado (rico em
carbono orgânico) aliado à anoxia oceânica (carência em O2 dissolvido), teria causado a destruição da
vida nos oceanos. De qualquer forma, é preciso admitir-se que nem todos os grupos foram afetados da
mesma maneira pelas várias formas de extinção ocorridas.
(Ver TEMPO GEOLÓGICO)
EXTRATIVISTA
(Ver RESERVA EXTRATIVISTA)
EXTREMÓFILO (ou EXTREMOFÍLICO)
Diz-se do organismo, principalmente microrganismo, que vive sob condições ambientais
extremas, como nas fontes hidrotermais ou poças hipersalinas ou ricas em enxofre.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
106
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
F
FACIAÇÃO
Uma categoria na classificação de uma vegetação, ou seja, uma subdivisão de uma associação
que tem mais de uma, porém menos do que o número total de espécies dominantes, por causa de
diferenças locais nas condições climáticas.
(Ver FACIES)
FACIES
Aparência geral de um indivíduo, população ou comunidade. É considerado também como uma
categoria na classificação de uma vegetação.
Um termo mais comum e talvez mais apropriado para designar a aparência de uma comunidade
vegetal é fitofisionomia.
(Ver FACIAÇÃO; e FITOFISIONOMIA)
FACILITAÇÃO (EM SUCESSÃO)
(Ver SUCESSÃO AUTOGÊNICA)
“–fagia” (“–fago”)
Sufixo de origem grega, aplicado para designar a ação de “comer; alimentar-se de”, sendo
homólogo de “–voria” (e “–voro”); é usado de maneira ampla, preferencialmente em certos casos, como
por exemplo: antropófago (que se alimenta de carne humana); hematófago (que se alimenta de sangue);
carpófago (que se alimenta de fruto); rizófago (que se alimenta de raiz); e muitos outros (ver “–fago”, em
dicionário). Em muitos outros casos usa-se o sufixo latino “-voria”.
(Ver FAGO; e “-voria”)
FAGO
Refere-se a um virus que usualmente infecta e destrói bactéria. Alguns fagos têm se mostrado
úteis como vetores para a transferência de informação genética entre células.
(Ver BACTERÍVORO)
FAGÓTROFO
(Ver MACROCONSUMIDOR)
“FAIXA DE AQUECIMENTO AO SOL”
Seria uma tradução literal da expressão em inglês “basking range” , significando a faixa de
temperatura em que um réptil se expõe à luz direta do sol, ficando inativo porém alerta.
FALÉSIA
Termo geralmente utilizado para
designar as formas abruptas ou escarpadas
de relevo litorâneo. Na ponta do Cabo
Branco, em João Pessoa, há falésia típica
(formação Barreiras) próximo ao ponto mais
oriental do Brasil, o pontal dos Seixas.
A foto ao lado (de Breno Grisi,
tirada em abril de 2004), mostra a ponta do
Cabo Branco na praia do mesmo nome, em
João Pessoa.
(Ver BARREIRAS (SÉRIE ou
FORMAÇÃO))
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FALSA CAMPINA
(Ver CAMPINARANA)
FANTASMA DA COMPETIÇÃO PASSADA
Expressão cunhada por J.H.Connell (em 1980) desejando referir-se à “evitação (ou escape) da
competição evolutiva” em que uma diferenciação de nicho pode resultar não de competição atual, mas
sim de escape de uma situação de competição ocorrida no passado. São como que “marcas” deixadas no
comportamento, distribuição ou morfologia das espécies.
FASE ESTACIONÁRIA DE CRESCIMENTO
Termo geralmente utilizado para microrganismos, em que uma população “pára de crescer”, ou
seja, não ocorre aumento em número de indivíduos. As funções da célula microbiana nesta fase podem
continuar, com seu metabolismo energético e processos de síntese.
(Ver CRESCIMENTO CRÍPTICO; CRESCIMENTO EXPONENCIAL; e CRESCIMENTO
LINEAR)
FASE “LAG” e FASE “LOG” DE CRESCIMENTO
A fase lag é o período no qual, geralmente ocorre pouco ou nenhum crescimento de uma
população. A fase log ou fase de crescimento exponencial, é o período máximo de crescimento de uma
população.
(Ver CRESCIMENTO EXPONENCIAL)
FATOR CHAVE
(Ver ANÁLISE DO FATOR CHAVE)
FATOR DE BIOCONCENTRAÇÃO
Usado por alguns autores como uma medida do grau de concentração de um composto na
biomassa de organismos aquáticos, sendo calculado como uma relação da concentração desse composto
nos organismos, para sua concentração na água. Alguns autores usam a sigla em inglês: “BCF –
bioconcentration factor”.
FATORES “DEPENDENTE” e “INDEPENDENTE” DA DENSIDADE
Referem-se os fatores dependentes da densidade àqueles (fatores ecológicos) cujos efeitos
aumentam com o aumento da densidade de população, podendo assim tornarem-se os “controladores” que
influenciam na taxa de crescimento dessa população. Entre os diversos tipos de fatores, são de grande
importância os fatores limitantes ao suprimento de alimento e de habitats; além de predadores, parasitas e
doenças onde seus efeitos são sentidos mais fortemente em populações mais adensadas do que em
populações dispersas (ver também: DEPENDÊNCIA (ou DEPENDENTE) DA DENSIDADE.
Os fatores independentes da densidade, são aqueles que atuam fortemente sobre as taxas de
natalidade e mortalidade, independentemente do número de indivíduos da população, como por exemplo
os fatores abióticos temperatura, radiação, ventos, assim como também os eventos catastróficos, como
incêndio, furacões etc. Embora of fatores independentes da densidade possam influenciar na taxa de
crescimento exponencial de uma população, eles não regulam o tamanho dessa população.
FATOR ECOLÓGICO
Agente, de origem biótica ou abiótica, que pode atuar ou influenciar positiva ou negativamente
um ser vivo no seu habitat. Aos fatores “externos” ao organismo sobre o qual atuam (fatores físicos e
químicos do ambiente, e outros organismos) dá-se a denominação de fatores extrínsecos (OBS.: como
exemplo, às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo que influenciam sobre a biota local, dá-se
a denominação de “fator edáfico”). Um fator intrínseco (expressão pouco usada), refere-se aos inerentes à
constituição biológica e/ou populacional do organismo.
FATOR EXTRÍNSECO
(Ver FATOR ECOLÓGICO)
FATOR FUNDAMENTAL
Traduzido do inglês (“ultimate factor”) como sendo um fator ambiental ao qual o tempo
adequado de um evento biológico está basicamente associado.
(Ver FATOR IMEDIATO)
FATOR IMEDIATO
Assim traduzido do inglês (“proximate factor”) como sendo um fator ambiental que age como
um estímulo imediato a uma atividade biológica periódica.
(Ver FATOR FUNDAMENTAL)
FATOR INTRÍNSECO
(Ver FATOR ECOLÓGICO)
FATOR LIMITANTE
Fator ambiental (físico, químico ou biológico) que limita o crescimento ou a reprodução de um
indivíduo, população ou comunidade.
Pode-se dizer, por exemplo, que a água é o fator limitante ao desenvolvimento da caatinga.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
O ferro nos ecossistemas marinhos tem sido apontado como fator limitante da produtividade.
Experimentos realizados por J.H. Martin, em 1993 no Pacífico, nas costas da América do Sul, mostraram
que numa área de 64 km2 fertilizada com 450 kg de ferro solúvel (resultando num acréscimo de ferro 100
vezes superior ao natural), dentro de poucos dias as populações de fitoplâncton, medidas pelo teor de
clorofila nas águas de superfície, triplicaram. Este resultado animou os adeptos do uso deste processo para
aumentar a quantidade de fixadores de gás carbônico nos oceanos. No entanto, há observações de que as
populações de zooplâncton também aumentam, como conseqüência; e assim, o teor de gás carbônico na
água se renova proporcionalmente pela respiração.
(Ver LEI DO MÍNIMO)
FAUNA
Este termo refere-se ao conjunto de entidades animais que vivem numa certa área. Ele diz
respeito indistintamente, à distribuição ecológica dos animais e à lista taxonômica dos mesmos, não
havendo diferença como a que existe entre vegetação e flora.
FBN − FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO
(Ver FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO)
“FEEDBACK”
(Ver RETROALIMENTAÇÃO)
FEMTOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V − PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
FENOLOGIA
Estudo de eventos biológicos periódicos, tais como o crescimento, desenvolvimento e
reprodução de um organismo, geralmente em relação às estações do ano. Um estudo fenológico de plantas
pode ser feito a partir de observações sobre o lançamento (ou emissão) de folhas, flores e frutos; assim
como sobre a maturação de frutos, caducifolia etc.
FENÓTIPO
Uma característica visível ou mensurável de origem morfológica, anatômica, fisiológica ou
bioquímica que resulta da interação do genótipo de um organismo e seu ambiente.
(Ver GENÓTIPO)
FERAL
Organismo ou população cujo patrimônio genético esteve por certo tempo sob regime seletivo
artificial (quando sob condição domesticada ou de cativeiro) e que presentemente se encontra sob
influências seletivas de ambiente natural.
FERMENTAÇÃO
Processo também anaeróbio, onde um composto orgânico atua como aceptor de eletron
(oxidante). Na verdade, a fermentação é um processo metabólico em que a glicose (açúcar com seis
átomos de carbono) é desintegrado em ácido orgânico (ácido pirúvico ou sua forma ionizada, piruvato)
com três átomos de carbono, processo este acoplado à transferência de energia química para a formação
de ATP (adenosina trifosfato); servindo os compostos orgânicos tanto como doadores de eletrons
(oxidando-se) quanto como aceptores de eletrons (reduzindo-se).
Na fermentação da glicose, por exemplo, a seguinte reação ocorre:
C6H12O6 → 2CO2 + 2C2H5OH
gás carbônico
etanol
FEROMÔNIO
FEROMÔNIO = ALOMÔNIO
É um dos produtos semioquímicos secretado por um indivíduo de determinada espécie para
influenciar uma resposta fisiológica ou comportamental em outro(s) indivíduo(s). Os feromônios são
utilizados como sinais de alarme, atrativos sexuais, reconhecimento de sinais e localização, ou como
marcadores de trilhas, por indivíduos da mesma espécie.
As interações entre diferentes espécies são enquadradas na aleloquímica.
(Ver ALELOQUÍMICOS; ALELOPATIA; e ANTIBIOSE)
FERRALITIZAÇÃO
(Ver LATOLIZAÇÃO; e SILICATOS)
FERRALITO
(Ver LATOLIZAÇÃO)
FERRO (NOS ECOSSISTEMAS MARINHOS)
(Ver FATOR LIMITANTE)
FERTILIDADE
Biologicamente usa-se o termo “fértil”para indicar a capacidade de produzir descendentes
(filhotes, frutos, pólens ...), sendo então seus sinônimos “fecundo” e “profícuo”.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Em ecologia alguns autores o usam para indicar a capacidade de um habitat (local ou sítio) para
sustentar uma produção de biomassa. Além disso, alguns chamam de “fertilidade”, a performance
reprodutiva real de um organismo ou população que é medidada como o número real de descendentes
viáveis produzidos por unidade de tempo, ou seja, é uma “taxa de natalidade”.
Nos estudos sobre solo os pedólogos / edafólogos chamam de “fertilidade” a capacidade de um
solo ter condições nutricionais e estruturais que lhe permitam ser produtivo.
(Ver SOLO FÉRTIL)
FERTILIZANTE
Composto químico adicionado ao solo com o propósito de enriquecê-lo, em termos de nutrientes
para a planta. Uma formulação muito comum aplicada aos solos é o NPK (nitrogênio, fósforo e potássio),
que, por exemplo, na proporção 20 : 10 : 5, garante conter 20% de N, 10% de ácido fosfórico (P2O5)
disponível e 5% de potássio hidrossolúvel (K2O).
(Ver ADUBAÇÃO ORGÂNICA)
FERTILIZANTE ORGÂNICO
(Ver ADUBAÇÃO ORGÂNICA)
FERTIRRIGAÇÃO
Processo em que se aplica fertilizante na água utilizada para irrigação. A presença de nutrientes
na água de irrigação, como ocorre com o uso da vinhaça no plantio de cana-de-açúcar, justifica o uso
deste termo.
“fico–”
Prefixo de origem grega significando “alga”. Ficologia ou algologia é portanto, o estudo das
algas.
FICOBIONTE
No líquen ocorre um mutualismo entre um ficobionte (uma alga) e um micobionte (um fungo).
FICÓFAGO
Que se alimenta de algas.
(Ver MICÓFAGO)
FIDELIDADE (ou GRAU DE FIDELIDADE)
(Ver GRAU DE FIDELIDADE)
“-filia” / “-filo”
Sufixo de origem grega que significa “amigo; que gosta; que vive bem em”. É utilizado para
designar as várias formas de polinização dos vegetais, tais como anemofilia (polinização pelo vento),
hidrofilia (pela água) e, quando no caso dos animais, por designações específicas (ornitofilia, pelas aves;
entomofilia, pelos insetos ...).
O sufixo “-filo” é usado para indicar afinidade de um organismo, ou preferência, por
determinada característica. Alguns termos de entrada com estes prefixos são apresentados neste glossário.
Outros exemplos: halófilo (que vive em ambiente salino); psamófilo (que prefere viver em local
arenoso).
Na divisão taxionômica (ou taxonômica) ou sistemática, usa-se o termo Filo (de origem latina,
phyllum no singular e phylla no plural) referindo-se à principal subdivisão de Reino, compreendendo um
conjunto de Classes afins.
(Ver “-fóbico” / “fobo-”)
FILO
(Ver “-filia” / “-filo”)
FILOGÊNESE (FILOGENIA)
História evolutiva e linha de descendência de um taxon.
FILOGENÉTICO
Relativo à história evolutiva de um determinado grupo taxonômico.
(Ver ONTOGENÉTICO)
FILOSFERA
Diz-se da “esfera de influência das folhas” de uma planta. Alguns autores referem-se à zona de
interação das folhas com a atmosfera; ou ainda referem-se ao microhabitat de uma folha.
(Ver RIZOSFERA)
FILTRO BIOLÓGICO
Dispositivo colocado em sistema aquático, geralmente feito de cascalho, seixo, pedra britada ou
outro meio que permita a proliferação de microrganismos capazes de “fixar” certos poluentes ou
partículas indesejáveis que comprometam a boa qualidade da água. Algumas bactérias, resistentes por
exemplo, a metais pesados (do gênero Bacillus), têm sido usadas para purificar água residuária contendo
tais elementos.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FÍSICA AMBIENTAL
Utilização dos conhecimentos de física no estudo e compreensão da estrutura e principalmente
dos processos físicos que ocorrem nos ambientes naturais, sendo campo de grande interesse da ecologia.
A física da terra (ou geofísica) e a física do clima (radiação, temperatura, umidade, movimento do ar e da
água, etc.), por exemplo, provêem conhecimentos fundamentais à compreensão dos processos ecológicos.
FISIOGRÁFICO (FISIOGRAFIA)
Referente (ou que trata) das caracteríesticas geográficas da superfície da Terra.
FISIONOMIA DE UMA VEGETAÇÃO
(Ver FITOFISIONOMIA (DE UMA VEGETAÇÃO))
“FITNESS”
O “fitness” (palavra ainda sem equivalente preciso em português) de um organismo, ou o seu
“fitness” reprodutivo, diz respeito ao seu potencial genotípico, em relação aos outros componentes da
população, em deixar descendência viável; ou seja, é uma espécie de probabilidade em deixar
descendente ao longo de grandes períodos de tempo. Embora um indivíduo nasça e morra dentro de um
certo “padrão” da população à qual pertence, ele não possui uma natalidade e uma mortalidade
rigorosamente definidas.
Alguns autores admitem que o termo equivalente em português seja “aptidão”, que é uma
qualidade inata ou adquirida para exercer determinada atividade.
FITOALEXINA
Composto químico produzido por plantas em resposta a uma infecção e que impede crescimento
posterior do patógeno.
FITOCENOSE
FITOCENOSE = COMUNIDADE VEGETAL)
Termo que em ecologia vegetal é usado quando se deseja se referir a todos os estratos ou sinúsias
que se superpõem numa vegetação; ou simplesmente, quando se deseja referir-se à comunidade vegetal.
FITOECOLOGIA
(Ver ECOLOGIA VEGETAL)
FITÓFAGO
Animal que se alimenta de plantas, geralmente sugando sua seiva. Se a planta for de grande
tamanho (como a maioria das fanerógamas, plantas superiores), o animal é denominado de macrofitófago.
Se a planta for de pequeno tamanho (como a maioria das criptógamas, plantas inferiores), o animal é
denominado de microfitófago.
(Ver ZOÓFAGO)
FITOFISIONOMIA (DE UMA VEGETAÇÃO)
Refere-se à aparência de um certo tipo de vegetação, independentemente de sua composição
taxonômica, ou seja, refere-se à estruturação do ecossistema, em termos de seus estratos vegetativos.
(Ver SINÚSIA)
FITOGEOCENOSE
Refere-se à comunidade vegetal e o seu ambiente físico-químico e climático.
(Ver COMUNIDADE)
FITOGEOGRAFIA
(Ver BIOGEOGRAFIA)
FITOMASSA
FITOMASSA = PRODUTO EM PÉ (“STANDING CROP”) DOS VEGETAIS
É a biomassa dos vegetais (ou produtores primários). Ver valores de fitomassa de diversos tipos
de ecossistemas no verbete PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA.
(Ver BIOMASSA)
FITOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
FITORREMEDIAÇÃO
Uso de plantas que são capazes de acumular metais tóxicos (geralmente metais pesados) para
descontaminar solos poluídos.
FITOSSOCIOLOGIA
FITOSSOCIOLOGIA = SOCIOLOGIA DE PLANTA (ou VEGETAL)
Estudo da vegetação, em que se incluem organização, interdependência (entre seus componentes
vegetais), desenvolvimento, distribuição geográfica e classificação (tipos) de comunidades vegetais.
FITOTELMOS
FITOTELMOS = FITOTELMATA
111
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Referem-se aos microhabitats aquáticos, de acumulação de água em certas plantas, como nas
bainhas das folhas de bromeliáceas e de outras plantas similares. Fala-se também em
dendrotelmatobiontes como organismos que vivem nos ocos de troncos.
FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO − FBN
Processo biológico efetuado por bactérias (como as dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium)
que vivem, na sua maioria, em simbiose com raízes de plantas ou que vivem nos nódulos de colmos de
certas plantas (cana-de-açúcar, por exemplo) ou no próprio caule e que são capazes de fixar o N2
atmosférico. Entre as que vivem nos nódulos e caule, podemos citar a Acetobacter diazotrophicus (da
cana-de-açúcar) e Azorhizobium caulinodans, que nodulam raiz e caule de sesbânia (planta da África). Há
algumas bactérias que nodulam no caule de Aeschynomene indica (planta de solos alagados, cujo gênero
também ocorre no pantanal matogrossense), com característica interessante, além de fixadora de N2 é
fotossintetizante. As enzimas nitrogenase e hidrogenase são fundamentais à FBN.
Os dados que seguem, segundo SIQUEIRA et al. (1994), mostram as porcentagens de espécies
nodulíferas de leguminosas (subfamílias da família Fabaceae ou Leguminosae, da ordem Fabales)
florestais brasileiras:
Caesalpinioideae (22)
Mimosoideae (73)
Papilionoideae) (67).
(Ver FIXADORES DE NITROGÊNIO (DE VIDA LIVRE))
FIXADORES DE NITROGÊNIO (DE VIDA LIVRE)
Bactérias e cianobactérias, que fixam N2 atmosférico e que vivem livre no solo ou na água (nãosimbiontes). Cianobactérias como as do gênero Anabaena, em simbiose com a pteridófita Azolla sp vêm
sendo utilizadas como adubo verde em cultivo de arroz. Entre as bactérias há as do gênero Azotobacter,
Beijerinckia, Clostridium e outras.
FLAVONÓIDES
(Ver DEFESA QUÍMICA)
“FLOCKING”
Em inglês significa literalmente, “andar em bando” como resultado de atração social entre
indivíduos; alguns autores usam este termo, em inglês, quando se referem aos pássaros.
FLOCULAÇÃO
Processo que conduz à formação de agregados (flocos ou floculados) em suspensão num líquido.
(Ver FLOTAÇÃO)
FLORA
Este termo refere-se ao conjunto de entidades vegetais taxonômicas que se encontram numa certa
área.
(Ver VEGETAÇÃO)
FLORESTA ACICULIFOLIADA
FLORESTA ACICULIFOLIADA = MATA (ou FLORESTA) DE ARAUCÁRIA
É um ecossistema típico do sul do Brasil, mais especificamente do Paraná, atingindo também
RS, SC e SP, assim denominado pela árvore predominante, o pinheiro-do-Paraná ou Araucaria
angustifolia, com folhas em forma de agulha (acículo). Dos 20 milhões de hectares originalmente
cobertos pela Floresta de Araucária, restam, atualmente, cerca de 2% dessa área. Particularmente no
estado do Paraná; as serrarias e o uso industrial foram as principais responsáveis pelo desmatamento. As
fotos que seguem mostram, na seqüência superior: remanescentes de araucárias (à esquerda) e corte ilegal
de pinheiros (à direita); e na seqüência inferior acículos e cones (à esquerda) e a gralha azul (à direita),
pássaro que se alimenta dos cones e por isso são considerados por alguns como disseminadores da planta.
112
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Obs.: fotos do site do IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (www.ipef.br).
FLORESTA AMAZÔNICA
FLORESTA AMAZÔNICA = FLORESTA LATIFOLIADA EQUATORIAL
A floresta amazônica é uma região constituída por grandes extensões de florestas densas, com
grandes diversidade florística e fitomassa. Publicação recente sobre biodiversidade (ver CAPOBIANCO
et al., 2001, na BIBLIOGRAFIA utilizada para o glossário), relaciona, para uma área do bioma
amazônico de 4.105.401 km2, 23 ecorregiões na amazônia brasileira. As classes de vegetação
relacionadas nessa publicação e seus respectivos percentuais de área são:
1. Campinaranas (4,10%).
2. Florestas estacionais (4,67%).
3. Florestas ombrófilas abertas (25,48%).
4. Florestas ombrófilas densas (53,63%).
5. Formações pioneiras (florestas inundadas)
(1,87%).
6. Refúgios montanos (0,03%).
7. Savanas (6,07%).
8. Formações secundárias (1,93%).
As fotos abaixo mostram: a da esquerda (do site www.wikipedia.com) visão, por satélite, da foz
do rio Amazonas e a da direita, paisagem típica da floresta amazônica:
FLORESTA BOREAL
(Ver TAIGA)
FLORESTA DE CONÍFERAS DO NORTE
(Ver TAIGA)
FLORESTA DE GALERIA
(Ver MATA CILIAR)
FLORESTA LATIFOLIADA EQUATORIAL
(Ver FLORESTA AMAZÔNICA)
113
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FLORESTA LATIFOLIADA TROPICAL
Este ecossistema é um subtipo de floresta tropical com árvores de 25 a 30 m de altura, um pouco
mais para o interior em relação à mata atlântica, indo da região nordeste ao sul do Brasil.
Nessa floresta ainda ocorrem o pau d’alho, Gallesia gorarema; cedro branco, Cedrela fissilis;
peroba, Aspidosperma sp; e o palmito, Euterpe edulis, entre outras.
FLORESTA LATIFOLIADA TROPICAL ÚMIDA DA ENCOSTA
(Ver MATA ATLÂNTICA)
FLORESTA NACIONAL
Área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico
o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas nativas. A existência de populações humanas tradicionais é admitida
desde que ali habitassem quando de sua criação. A visitação é permitida, condicionada às normas.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
FLORESTA NEGRA
Floresta situada em região montanhosa, no sudoeste da Alemanha, onde ficam as nascentes dos
rios Danúbio e Neckar. Ocupa uma área de cerca de 6.000 km2, estendendo-se por 160 km em direção
nordeste. Árvores de carvalho e bétula ocupam os declives mais baixos, enquanto a maior parte de sua
extensão é coberta por pinheiros (que lhe comunicam a aparência interna escura, provindo daí sua
denominação), indo até os 1.200 m de altitude. Tem-se atribuído à chuva ácida boa parte da destruição
dessa floresta.
(Ver “WALDSTERBEN”)
FLORESTA PLUVIAL TROPICAL PERENIFÓLIA SUL-BAIANA
Também conhecida como “floresta latifoliada tropical”, por alguns autores.
(Ver FLORESTA LATIFOLIADA TROPICAL)
FLORESTAS TEMPERADAS: ESTACIONAL E PLUVIAL
Floresta estacional temperada: também conhecida como temperada decídua, ocorre na América
do Norte principalmente no leste dos Estados Unidos e sul do Canadá, além de se distribuir amplamente
na Europa e leste da Ásia. No hemisfério sul restringe-se à Nova Zelândia e sul do Chile. Nas maiores
latitudes a estação de crescimento alcança os 130 dias, ao passo que nas menores latitudes (mais próximo
do equador) ela chega aos 180 dias. O solo, podzolizado, recebe bastante água (a precipitação excede a
evaporação e a transpiração), tendendo à acidez, coberto por espessa camada de humus. Vegetação típica
deste tipo, com faia (“beech”, em inglês) (gên. Fagus, fam. Corylaceae) e bordo (“maple”, em inglês)
(gên. Acer, fam. Aceraceae) ocorre no estado de Nova York, E.U.A.
Floresta pluvial temperada: ocorre em
clima temperado mais quente, como o próximo à
costa no noroeste da América do Norte, assim como
no sul do Chile, Nova Zelândia e Tasmânia, com
chuvas abundantes de inverno e verões com
nevoeiro, propiciando o aparecimento de floresta
perenifólia com árvores muito altas. Na América do
Norte, na região costeira na direção sul, ocorrem
abetos (“Douglas fir”, em inglês), seis espécies de
coníferas perenifólias do gên. Pseudotsuga, fam.
Pinaceae e seqüóias (“redwood”, em inglês),
espécies do gên. Sequoia, fam. Taxodiaceae. A foto
ao lado ilustra um trecho desta floresta úmida, no
Parque Nacional Olympic, noroeste do estado de
Washington, nos E.U.A.
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de
WALTER, HEINRICH))
FLOTAÇÃO
Processo em que matéria orgânica é elevada à superfície, na forma de escuma (ou espuma),
utilizando-se para isso aeração ou aplicação de gás ou produto químico ou alta temperatura e também às
vezes, microrganismos; possibilitando assim a remoção de partículas indesejáveis junto com a escuma.
114
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FLUORCARBONO
(Ver CFC)
FLUTUAÇÕES DA POPULAÇÃO
Variações, ao longo do tempo, no tamanho de uma população.
FLUVIOMARINHO
Habitante do (ou relativo a) rio e mar.
FLUXO DE ENERGIA
Refere-se à radiação solar que atinge a superfície terrestre, sendo parte refletida, parte dissipada e
parte sendo absorvida pelos produtores primários que a transformarão em energia química e a
armazenarão. O trajeto dessa energia é unidirecional, em contraste com o trajeto cíclico da matéria (ver
ilustração que segue, segundo ODUM, 1971):
HERBÍVOROS
PRODUTORES
PRIMÁRIOS
Energia
total
EE
PPB
EÑU
EÑA
PPL
Calor
EÑU
EÑA
PS1
A
Energia
refletida
CARNÍVOROS
R
PS2
A
A
R
R
Transferência de. energia (kcal.m-2.dia-1): 3000(EI)...1500(EA)...15(PPL)...1,5(PS1)...0,3(PS2)
EE-entrada de energia
PPB-produtividade primária bruta
PPL-produtividade primária líquida
R-respiração
EÑU-energia não usada (armazenada)
EÑA-energia não assimilada (excretada)
A-assimilação
PS1-“produtividade”
secundária
PS2-“produtividade”
secundária
EI-energia incidente
EA-energia absorvida
FLUXO GÊNICO
Mudança na freqüência dos alelos, resultante de cruzamentos por emigração e imigração de
membros de uma espécie.
(Ver EXOCRUZAMENTO)
FNMA – FUNDO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Criado pela Lei no 7.797 de 10/07/1989, o FNMA tem por missão contribuir como agente
financiador e por meio da participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio
Ambiente. Seus recursos provêm do Tesouro Nacional, empréstimos com o BID – Banco Interamericano
de Desenvolvimento e de recursos oriundos de multas aplicadas através da Lei de Crimes Ambientais (Lei
no 9.605, de 12/02/1998). Seu Conselho Deliberativo é composto de organizações não-governamentais
(ONGs) que atuam na área de meio ambiente.
“-fóbico” / “fobo-”
Quando um organismo é “intolerante” a algo ou algum fator ou carece de afinidade, diz-se que
ele é -fóbico. Ex.: fotofóbico (que não tolera a luz); higrofóbico, (não tolera umidade); termofóbico (não
115
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
tolera calor). O prefixo fobo- algumas vezes é usado para denotar uma negação a um prefixo dito
operativo, como por exemplo em fobofototropismo que significa “fototropismo negativo”.
(Ver “-filia” / “-filo”)
“FOG”
(Ver “SMOG”)
FOGO
(Ver CLÍMAX DE FOGO)
FOLHEDO
(Ver NECROMASSA)
FONTE E DRENO (ou CAPTOR)
Referem-se estes termos respectivamente, ao componente ambiental de onde se origina um
nutriente (ou elemento químico participante da biogeociclagem) e ao componente que absorve ou fixa tal
nutriente (tirando-o momentaneamente do processo de ciclagem).
O carbono tem como fonte mais importante a fitomassa. O processo de respiração e a queima da
vegetação drenam este elemento, sendo posteriormente, no processo de biogeociclagem, captado pelos
vegetais dos ecossistemas terrestres e aquáticos, formando nestes últimos as rochas carbonatadas; o C é
desta maneira, fixado.
Como “drenos” importantes de carbono na Natureza, são destacadas as queimas de combustíveis
fósseis (5 X 1011 Mg) e de florestas (±2 X 1011 Mg). O gráfico que segue representa os logaritmos das
proporções “fontes” de carbono na biosfera, cujos valores absolutos estimados (em Mg de C) são
respectivamente: atmosfera = 7,6 X 1011; oceano = 2 X 1016 (total de carbonatos + compostos orgânicos
dissolvidos + partículas + compostos orgânicos do sedimento) e ambiente terrestre = 1,2 X 1013 (biota +
humus + combustíveis fósseis):
18
Atmosfera
16
14
12
Oceano
10
8
Amb. Terr.
6
4
2
0
“FOOTPRINT, ECOLOGICAL”
(Ver PEGADA ECOLÓGICA)
FORÇA DE CORIOLIS
Uma força deflectora resultante da rotação da Terra e que causa a um corpo de água ou de ar a
deflexionar para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul.
FORMAÇÃO BARREIRAS
(Ver BARREIRAS (SÉRIE ou FORMAÇÃO))
FORMAÇÃO VEGETAL
Refere-se a uma grande comunidade vegetal terrestre. Somente as plantas são consideradas numa
formação vegetal, diferindo assim de “bioma”, onde toda a biota é incluída.
(Ver BIOMA)
FORMAÇÕES CAMPESTRES
(Ver CAMPOS)
FORMAÇÕES LITORÂNEAS
(Ver DUNA; MANGUE; e RESTINGA)
FORMAS DE VIDA DE RAUNKIAER
Uma das mais comuns classificações de forma de vida vegetal, proposta por C. Raunkiaer, em
1934, baseada na posição do broto vegetativo (ou gema) e sua correspondente proteção, sob condições
adversas, em períodos frios ou secos. São seis as principais categorias:
116
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
1) Epífitas: plantas aéreas, sem raízes fixadas no solo.
2) Fanerófitas: plantas aéreas, com gemas vegetativas expostas em caules eretos. Subdividem-se
em cinco grupos: árvores, arbustos, plantas com caule suculento, plantas com caule herbáceo e lianas
(trepadeiras lenhosas).
3) Caméfitas: plantas de superfície, com gemas na superfície do solo.
4) Hemi-criptófitas: plantas em tufos, com gemas no próprio solo ou ligeiramente abaixo da
superfície do solo.
5) Criptófitas ou geófitas: plantas com gemas abaixo da superfície do solo, em bulbos ou
rizomas.
6) Terófitas: plantas anuais, com ciclo completo de vida num só período vegetativo, desde a fase
de semente; sobrevivem como sementes nas estações desfavoráveis.
FORMIGA-CORREIÇÃO
Formiga carnívora (Eciton burchelli) de ampla distribuição neotropical, 10 mm de comprimento,
que se destacam por formarem verdadeiros exércitos em expedição pela floresta, atacando e devorando
nos seus caminhos (± 10 m de largura), pequenos vertebrados (sapos, lagartos) e insetos (aranhas,
isópodes, milípedes, etc). As presas que conseguem fugir aos ataques destas formigas são, muitas delas,
apanhadas por pássaros que acompanham a trajetória das formigas-correição. Até mesmo aves de rapina
também as seguem, fazendo dos pássaros suas presas fáceis. Tais caminhos, quando beiram cursos
d’água, forçam as presas das formigas-correição a se jogarem na água, onde peixes os capturam.
FORRAGEADOR ÓTIMO
Seria aquela espécie que utiliza um certo balanceamento na sua dieta alimentar, procurando
maximizar sua ingestão de energia. Esta espécie tenderia a ser polifágica ou eurifágica.
FORRAGEAMENTO (TEORIA, ESTRATÉGIAS ...)
Em ecologia refere-se à ação de alimentar-se, dos animais. São várias as abordagens que são
feitas acerca deste tema, destacando-se a teoria do forrageamento com os seguintes aspectos:
a) Os animais têm um potencial para consumir uma faixa de alimentos bem mais ampla do que a
que eles atualmente consomem; isto foi conduzido pela seleção natural, que favoreceu o “fitness” animal.
b) Um alto “fitness” é alcançado a partir de uma alta taxa de absorção energética, ou seja,
absorção bruta de energia menos os custos energéticos para obtê-la.
Obviamente muitos outros fatores atuam nesse processo, a depender das condições locais onde
ele ocorra.
Forrageamento sensível a riscos: expressão utilizada por RICKLEFS (2007) em que considera
ser importante para um animal obter alimento, não somente observando a taxa com que ele o obtém, mas
também a segurança em obtê-lo, uma vez que esta é uma atividade que envolve riscos. Exemplificando
esta característica de comportamento animal, é descrito um experimento relizado por James F.Gilliam e
Douglas F.Fraser, em que uma certa espécie de peixe se arriscava a procurar presa (vermes em sedimento
de ecossistema de água doce) em área “perigosa” (infestada com predadores) somente quando a
densidade de presas disponíveis aumentava significativamente.
(Ver EFICIÊNCIA DE PROCURA)
FOSDRIN
(Ver ORGANOFOSFORADO)
FOSFATO
Composto de fósforo, de importância fundamental para a produtividade primária de ecossistemas
terrestres e aquáticos. Nos ecossistemas florestais por exemplo, os compostos de P resultam tanto da
desintegração de rochas quanto da entrada nesse sistema através da precipitação pluvial. Nos
ecossistemas aquáticos, como nos lagos por exemplo, esses compostos resultam da desintegração de
rochas e do solo, nas áreas circunvizinhas, como também da atividade humana (fertilizantes, efluentes
etc). Nos oceanos os fosfatos são trazidos pelos estuários e o processo de ressurgência também atua como
condutor destes compostos.
O guano é também importante fonte de fósforo.
(Ver GUANO)
FÓSFORO
(Ver FOSFATO)
FOSSA OCEÂNICA
(Ver APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
FÓSSIL
(Ver COMBUSTÍVEL FÓSSIL)
“foto-”
Prefixo de origem grega relativo à luz. São muitas as denominações com este prefixo. Ex.:
fotofílico (que se desenvolve bem em plena luz); fotofóbico (que não tolera luz); fotoplagiotropismo (que
117
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
se dirige à luz incidente em ângulo oblíquo); fotomicrografia (fotografia de material visto ao
microscópio); fotolítico (que se desintegra sob ação da luz); fotolitotrófico (relativo a organismo que
utiliza energia radiante e doadores de eletrons inorgânicos); fotoorganotrófico (relativo a organismo que
utiliza energia radiante e doadores de eletrons orgânicos); fototropismo (que se movimenta ou se orienta
para a luz (ver HELIOTROPISMO). Verbetes com este prefixo são vistos a seguir.
FOTOAUTÓTROFO
(Ver AUTÓTROFO)
FOTOAUXÓTROFO
(Ver AUTÓTROFO)
FOTOPERÍODO
Diz respeito ao período de luminosidade no dia. Germinação de sementes, comportamento de
plantas (floração, frutificação) e algumas reações de animais, dependem do fotoperíodo.
FOTORRESPIRAÇÃO
Processo que ocorre nos vegetais superiores (em muitas plantas tropicais) em que a enzima
ribulose difosfato (RuDP) carboxilase, na presença de O2 livre, cataliza uma reação onde há combinação
do O2 com a RuDP, formando-se uma molécula de ácido fosfoglicérico (PGA), útil à planta e
subprodutos, que no final se transformam em CO2. O nome fotorrespiração é porque a reação ocorre na
presença da luz. Este processo ocorre freqüentemente em plantas C3. Nas plantas C4 há um bloqueio na
ação dessa enzima, ocorrendo tal atividade na ausência de O2.
FOTOSSÍNTESE
Processo desenvolvido pelos vegetais clorofilados, em que a energia solar é fixada e
transformada em energia química, sendo portanto a energia luminosa convertida a ATP e NADPH2. Esta
energia é utilizada pelo vegetal na fixação do CO2 (ciclo de Calvin-Benson). A equação geral da
fotossíntese é:
energia
6CO2 + 12H2O
C6H12O6 + 6H2O + 1/2O2↑
clorofila
A energia e a clorofila são catalizadores que viabilizam a transformação dos compostos
inorgânicos em carboidrato. O oxigênio, subproduto da fotossíntese, provém da cisão da molécula de
água pela luz (ou fotólise).
Na figura que segue vêem-se os raios mais absorvidos pela clorofila e que têm maior ação
fotossintética:
7
Absorção
5
50
3
30
Taxa de fotossíntese,
em unidades relativas
70
1
10
400
500
600
Comprimento de onda, nm
700
(Ver CICLO DE CALVIN-BENSON)
FRÁGIL, DINAMICAMENTE
(Ver ESTABILIDADE)
FRAGILIDADE
Alguns autores admitem o conceito de fragilidade, que seria a facilidade com que um
ecossistema pode ser perturbado (ou degradado). Alguns apontam certas características ou circunstâncias
que tornariam um ecossistema frágil: a) aquele ecossistema com grande parte de sua energia e nutrientes
armazenados na biomassa; b) aquele estabelecido sobre solo instável; c) aquele limitado a uma ilha ou
fragmento de ambiente.
118
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver ESTABILIDADE)
FRAGMENTOS FLORESTAIS
(Ver RELITO)
FRANJA INFRALITORÂNEA (ou FRANJA DO INFRALITORAL)
Refere-se tanto à subdivisão da zona do sublitoral marinho, geralmente considerada como a parte
compreendida entre a profundidade da maré baixa até 100 m (habitada por algas “fotofílicas”), como
também se refere à zona de profundidade de um lago, sendo permanentemente coberta por vegetação
macroscópica enraizada, podendo ser subdividida numa zona superior (vegetação emergente), zona
mediana (vegetação flutuante) e zona inferior (vegetação submersa).
(Ver APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
FRASER-DARLING, EFEITO DE (ou EFEITO DE DARLING)
O estímulo à ação de acasalamento (cruzamento) de um par (casal) de animais, pela presença e
atividade de outros membros da espécie.
FREÁTICO
(Ver LENÇOL FREÁTICO)
FREON
(Ver CFC - CLOROFLUORCARBONO)
FREÓFITA
Termo pouco usado que indica planta cujo sistema radicular atinge e se beneficia do lençol
freático. Um exemplo: Andira humilis planta caméfita (ver FORMAS DE VIDA DE RAUNKIAER),
leguminosa de pequeno porte (“quase um subarbusto”), possui sistema radicular cuja raiz pivotante
alcança os 18 m de profundidade. Na caatinga a baraúna (Schinopsis brasiliensis) tem sistema radicular
que atinge o lençol freático cuja profundidade é de 20 m ou mais.
FREQÜÊNCIA
“Medida da chance” de se encontrar representante de determinada espécie numa certa área.
A freqüência fornece informações sobre a uniformidade de distribuição, sem necessariamente
indicar o número de indivíduos encontrados.
Na aplicação do método dos quadrados a freqüência é dada por:
F = nº de Q onde são encontrados Isp / no total de Q; onde: Q = quadrados e Isp = indivíduos de
determinada espécie.
A freqüência gênica diz respeito à proporção com que um determinado alelo de um gene, aparece
no patrimônio genético de uma população.
FREQÜÊNCIA RELATIVA
Uma medida da ocorrência de uma espécie, calculada como a relação da freqüência de uma dada
espécie para a soma dos valores de freqüência de todas as espécies presentes; sendo expressa usualmente
por porcentagem.
FUGITIVO (ou FUGITIVAS)
(Ver ESTRATEGISTAS K e r)
FUMAÇA
(Ver PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR)
FUNÇÕES DE INCIDÊNCIA
Estudando populações de pássaros que se estabelecem em ilhas do arquipélago de Bismarck,
J.M.Diamond (em 1975) observou espécies “superitinerantes”, com altas taxas de dispersão porém pobres
em termos de habilidade para co-existirem com outras espécies e espécies somente capazes de se
estabelecerem em ilhas grandes co-existindo com muitas outras espécies.
“FUNGI”
(Ver REINO)
FUNGICIDA
Substância que elimina fungos.
(Ver EFEITOS ANTIMICROBIANOS; e PESTICIDA)
FUNGIOLÍTICO
(Ver EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
FUNGISTASE
(Ver ANTIBIOSE)
FUNGISTÁTICO(A)
(Ver ANTIBIOSE e EFEITOS ANTIMICROBIANOS)
FUNGO
Grupo de microrganismos que se constituem num dos cinco reinos dos seres vivos ou num dos
três domínios dos microrganismos.
(Ver BOLOR; COGUMELO; DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS; e LEVEDURA)
119
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
FUNGO ECTENDOMICORRÍZICO
(Ver ECTENDOMICORRIZA)
FUNGO ECTOMICORRÍZICO
(Ver ECTOMICORRIZA)
FUNGO ENDOMICORRÍZICO
(Ver ENDOMICORRIZA)
FURACÃO
(Ver CICLONE; e EFEITO BUMERANGUE)
FUSTE
Refere-se à toda a porção do tronco de uma árvore de onde não se originam ramificações ou
galhos. Este termo é de uso mais comum na indústria madeireira.
120
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
G
GA – GESTÃO AMBIENTAL
Forma de controle, através de regulamentos, normatizações e medidas, visando administrar
determinado ambiente, no benefício da manutenção de uma boa qualidade de vida.
(Ver “ISO 14.000 − INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION”)
GAIA
(Ver HIPÓTESE GAIA)
“GAME THEORY” (= TEORIA DO JOGO)
Literalmente, teoria do jogo. Trata-se de uma estratégia comportamental, em que numa disputa
entre dois (ou mais) animais competidores, não existe uma estratégia definida por um dos competidores,
mas que sua reação depende, estatisticamente, do comportamento a ser adotado pelo oponente. Se, por
exemplo, uma aranha se depara com um contendor que se retira, este último terá como perda um custo
pequeno (a conquista momentânea do território), mas se os contendores se enfrentarem, o custo poderá
ser bem mais elevado (vencer ou perder; vida ou morte).
(Ver JOGO DO FALCÃO-POMBO)
GARGALO POPULACIONAL
(Ver POPULAÇÃO EM GARGALO)
GAUSE
(Ver PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
GENERALISTAS
(Ver ESTRATEGISTA C; e ESTRATEGISTAS K e r)
GENÉTICA POPULACIONAL (ou GENÉTICA DE POPULAÇÕES)
Parte da genética que estuda o compartimento gênico de uma população (ou de populações),
investigando a freqüência de genes (e genótipos), procurando conhecer suas mudanças e se estão em
equilíbrio ou em evolução.
GENOMA e GENÔMICA
Genoma refere-se ao conjunto mínimo de cromossomos não-homólogos encontrado numa célula
e que lhe possibilite funcionar. Aplica-se também este termo para designar o conjunto básico
(monoplóide) de uma determinada espécie; ou o número de cromossomos gaméticos (que é um número
haplóide).
A genômica é uma parte da biologia, mais especificamente da biologia ou genética molecular,
que trata da localização cromossômica de todos os genes que constituem o genoma ou patrimônio
genético de um organismo, procurando especificar precisamente a estrutura química de cada gene, que em
última análise servirá para entender sua função no organismo. No caso, por exemplo, do Projeto Genoma
Humano, este conhecimento será útil para se entender sobre a saúde e a doença do organismo humano.
(Ver METAGENÔMICA, ANÁLISE)
GENÓTIPO
Patrimônio genético de um indivíduo, que determina suas características estruturais e funcionais.
(Ver FENÓTIPO)
GEOBIOCENOSE
(Ver ECOSSISTEMA)
GEOBIOCICLAGEM
(Ver BIOGEOCICLAGEM)
121
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
GEOBIONTE
Termo pouco usado, que se refere aos organismos que passam toda sua vida no solo, como
muitos fungos, bactérias, protozoários, nematódeos e oligoquetas.
GEODIATROPISMO
(Ver DIAGEOTROPISMO)
GEOMAGNETISMO
Em termos ecológicos o geomagnetismo é um fenômeno atribuído à capacidade de que algumas
espécies migratórias utilizam (algumas aves e baleias, por exemplo) para se deslocarem a grandes
distâncias.
(Ver MIGRAÇÃO)
GEOPROCESSAMENTO e GEOPLANEJAMENTO
Em estudos sobre avaliação de ambientes (com os mais diversos propósitos), o
geoprocessamento é um conjunto de métodos e técnicas de processamento de dados referenciados
espacialmente (ou dados georreferenciados) procurando revelar relacionamentos entre os componentes
estruturais da Natureza, classificando-os, e acompanhar e avaliar a dinâmica dos componentes territoriais,
no tempo e no espaço. O geoplanejamento sucede o geoprocessamento, utilizando as informações por este
geradas, visando ao conhecimento integrado de um território, subsidiando a elaboração de plano de ação
para uma utilização racional dos recursos naturais, respeitando a manutenção de uma boa qualidade de
vida ambiental.
GEOSMINA
Substância produzida por estreptomicetos (gênero Streptomyces, de actinomiceto, uma bactéria
filamentosa) que é responsável pelo odor típico de “terra molhada”.
GERMOPLASMA
(Ver BANCO DE GERMOPLASMA)
GESTÃO AMBIENTAL
(Ver GA − GESTÃO AMBIENTAL)
GINODIOÉCIA
Alguns autores usam este termo para indicar a coexistência de hermafroditas e fêmeas na mesma
população. Ocorre em plantas hermafroditas onde genes conduzem à esterilização masculina, ficando o
sexo feminino ativo. Em muitos destes casos tais genes são transmitidos como herança citoplasmática,
através do óvulo.
(Ver DIÓICA; MONÓICA; e TRIÓICA)
GLEBA
São muitos os significados atribuídos a uma certa porção de terra como gleba. Eis alguns: terreno
apropriado para cultivo; terra plantada, lavoura, plantação; terreno que contém minério; em zona urbana,
terra não-urbanizada; terra em que se nasce (pátria); etc.
GLEISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
GLICOSÍDEOS
(Ver DEFESA QUÍMICA)
GLOGER
(Ver REGRAS ECOGEOGRÁFICAS)
GONDWANA
(Ver PANGÉIA (ou PANGAEA); e REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
“GPS – GLOBAL POSITIONING SYSTEM”
Também conhecido como “NAVSTAR - navigation system using time and ranging”, é um
sistema global de navegação de satélites, dos E.U.A., desenvolvido para fornecer dados precisos de
posicionamento e velocidade, assim como de sincronização de tempo global para viagens no ar, no mar e
na terra.
GRADIENTE
Refere-se a diversos aspectos ou fatores, tais como à taxa de mudança de uma variável com a
distância; um aumento ou diminuição regular de um fator, como por exemplo a temperatura; e a um
gradiente de um caráter.
(Ver “-clino” e “-clina”)
GRAU DE ACUMULAÇÃO (ou ACUMULAÇÃO)
É uma medição da concentração biológica de metais pesados ou de minerais, em plantas, dada
como uma “relação da concentração em plantas nos solos contaminados para a concentração em plantas
nos solos ditos normais”, expressa em porcentagem.
122
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
GRAU DE FIDELIDADE (ou FIDELIDADE)
Em fitossociologia é um termo usado para designar numa comunidade ou associação, o grau de
restrição de uma espécie vegetal a uma situação particular. Usa-se uma escala para estimar o grau de
fidelidade de uma planta: (5) exclusiva; (4) seletiva; (3) preferencial; (2) indiferente; (1) estranha.
GRUMO (DO SOLO)
Agregação de partículas do solo (parte mineral: areia, silte e argila) com a participação de
partículas orgânicas (colóides), microrganismos e água.
A figura seguinte ilustra tal arranjo (LYNCH, 1983):
bactéria
areia
hifa
argila
silte
-
Mn+
-
-
-
íon de metal
-
matéria orgânica
Obs.:
1) As hifas dos fungos circundam o conjunto de partículas, microrganismos, colóides, íons
metálicos e água.
2) As bactérias, juntamente com as partículas menores (colóides e argila), participam da
cimentação do grumo.
3) Tanto as bactérias quanto as partículas de argila têm eletronegatividade, o que faz com que se
liguem facilmente aos íons metálicos positivos.
GRUPO, SELEÇÃO POR
(Ver SELEÇÃO POR GRUPO)
GUANO
Depósitos de dejetos provenientes de aves que vivem na costa do Peru e que se constituem em
significante compartimento de fósforo (8 a 12% de ácido fosfórico) e nitrogênio (11 a 16%); sendo assim,
muito importante na ciclagem destes elementos.
“GUILD”
Termo sem equivalente preciso em português (talvez “guilda”, mas sem significado preciso na
nossa língua) significa em ecologia, a exploração de recursos de um ambiente por um grupo de espécies
que não têm semelhança aparente entre si. Fala-se então, por exemplo, que na Austrália o cangurú e o
carneiro são do mesmo “guild”. Já o coelho e uma espécie que a ele se assemelha (o “bandicoot”, um
mamífero marsupial, Perameles nasuta) pertencem a “guilds” diferentes.
“GUSANO”
(Ver TEREDO)
“GYTTJA”
“GYTTJA” = SAPROPEL
(Ver “DY”)
123
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
124
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
H
“HAB – HARMFUL ALGAL BLOOM”
(Ver “BLOOM”)
HABITAT
HABITAT = BIOTOPO = ECOTOPO
Refere-se a um determinado espaço ou ambiente onde os fatores físicos e biológicos se
interagem, formando condições mínimas para a manutenção de um ou de muitos organismos.
Este termo é utilizado tanto de maneira restrita (o habitat de um organismo) como de maneira
muito ampla (o habitat de floresta).
HABITAT URBANO
(Ver “poleo-”)
HADAL
(Ver ZONA HADOPELÁGICA)
HADOPELÁGICO(A)
(Ver ZONA HADOPELÁGICA)
“halo-” / “hali-”
Prefixo de origem grega, relativo a sal e salgado. Ex.: halófita (planta que vive em habitat
salino); halofreatófita (planta que usa água de solo salino); halolímnico (organismo vivendo em água
doce, mas com afinidade por habitat marinho); halobionte / halobiôntico (organismo que vive em habitat
salino). Alguns verbetes seguem, com este prefixo.
HALOBIÓTICO
Organismo que vive no mar.
HALOCARBONOS
Qualquer composto no qual o hidrogênio de um hidrocarbono é substituído por halogênios,
totalmente ou em parte.
(Ver HIDROCARBONOS BROMADOS)
HALONS
(Ver HIDROCARBONOS BROMADOS)
HALOPLÂNCTON
Plâncton marinho.
(Ver APÊNDICE V − PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
HALOSERE
Diz-se da sere cuja vegetação se desenvolve em charco (ou brejo) salino.
(Ver HIDROSERE)
HANSON
(Ver ESCALA DE ABUNDÂNCIA DE HANSON)
“haplo-”
Prefixo de origem grega significando “simples; único”. Ex.: haplofase (fase do ciclo de vida de
um organismo em que os núcleos são haplóides; ao organismo que assim se caracteriza dá-se a
denominação de haplobionte; em oposição, ao organismo que exibe alternância de diplóide e haplóide dáse o nome de diplobionte); haplobionte é também o nome que se dá à planta que floresce uma vez por
estação e diplobionte àquela que floresce duas vezes na mesma estação.
HARDIN, GARRETT
(Ver CAPACIDADE DE SUPORTE (e CAPACIDADE DE SUPORTE CULTURAL))
125
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HARDY-WEINBERG, EQUILÍBRIO DE e LEI DE
Também conhecido como equilíbrio genético; refere-se à manutenção mais ou menos constante
da freqüência de alelos numa população através de gerações sucessivas. A lei de Hardy-Weinberg diz que
as freqüências tenderão a permanecer constantes de geração para geração e que os genótipos alcançarão
uma freqüência de equilíbrio numa geração de acasalamento aleatório e assim manterá tal freqüência,
demonstrando assim que a meiose e a recombinação não alterarão as freqüências dos genes.
HATCH-SLACK, CICLO DE
CICLO DE HATCH-SLACK = CICLO DE HATCH-SLACK-KORTSCHAK
No processo fotossintético atribui-se esta denominação à fase de fixação do CO2 em que este gás
ao penetrar nas células do mesófilo, combina-se logo com o fosfoenolpiruvato (“PEP −
phosphoenolpiruvate”, em inglês), formando duas moléculas de oxaloacetato, cada uma com quatro
átomos de carbono. As plantas com este ciclo são conhecidas como C4, sendo consideradas muito
produtivas. Acredita-se que sejam umas 2.000 angiospermas pertencentes a 18 famílias, além de uma
cianobactéria (Anacystis nidulans). Há muitas espécies anuais, monocotiledôneas, como cana-de-açúcar,
milho, milheto e várias gramíneas (Poaceae) que são C4. Há também plantas C4 das famílias Cyperaceae,
Portulaceae, Amaranthaceae, Chenopodiaceae e Euphorbiaceae.
HCFCs – hidroclorofluorcarbonos
(Ver CFC – CLOROFLUORCARBONO (ou CARBONO FLUORCLORADO))
“heli-”
Prefixo de origem grega significando “sol”. Ex.: heliófita (planta que vive melhor ao sol, sendo
por isso também chamada de planta de sol); heliófilo (que se desenvolve bem em condições de alta
luminosidade, como é o caso da planta pioneira embaúba, do gên. Cecropia; este termo opõe-se a ciófilo);
heliotropismo (que se movimenta ou se orienta para a luz do sol, como a planta girassol, Helianthus
annuus); heliófugo (com tendência a afastar-se ou fugir do sol); heliófobo (que tem aversão ou teme a
luz).
(Ver CIÓFITO(A) / CIÓFILO(A); e PLANTA DE SOL)
“helo-”
Prefixo de origem grega que se refere a “brejo; pântano; charco, paul”. Ex.: helóbio (que vive em
tais ambientes). Aos grandes ecossistemas caracterizados por tais condições ambientais, alguns autores
dão o nome de helobiomas.
“hemi-”
Prefixo de origem grega significando “metade”. Ex.: hemiparasita (termo geralmente aplicado à
planta que parasita parcialmente seu hospedeiro, tirando-lhe água e sais minerais mas não seus produtos
metabolizados); hemisaprófita (um organismo saprófita facultativo, sendo alternativamente ou parasita ou
autotrófico) hemiautófita (planta parasita que é capaz de fotossintetizar);; hemibiotrófico (fungo que
depende de um hospedeiro vivo durante parte do seu ciclo vital). Seguem-se alguns verbetes com este
prefixo.
HEMICELULOSE
Considerada como o segundo maior componente dos vegetais, é um polissacarídeo com estrutura
molecular diferente da celulose. É constituído por arranjos de pentoses (como a xilose e a arabinose),
hexoses (como a manose, glicose e galactose) e, freqüentemente, ácidos urônicos. Entre as hemiceluloses
citam-se as xilanas, mananas e galactanas.
HEMIMETABÓLICO (ou HEMIMETÁBOLO)
HEMIMETÁBOLO = PAUROMETÁBOLO
Diz-se do inseto sem metamorfose completa no seu desenvolvimento, mas que tem forma, ao
sair do ovo (chamada ninfa), muito semelhante a de adulto.
(Ver AMETABÓLICO)
HEMIPARASITA
Designação dada à planta que vive sobre outra (como epífita) sugando-lhe apenas a seiva bruta.
A erva-de-passarinho é um hemiparasita.
(Ver HOLOPARASITA)
HERBICIDA
Substância que elimina plantas “invasoras de cultivos” (termo preferido pelos ecólogos) ou
“ervas daninhas” (termo preferido pelos agrônomos). Entre vários herbicidas podem ser citados:
nitroanilinas, carbamatos, tiocarbamatos, triazinas, bipiridiliuns, glifosato... . Há herbicidas seletivos e
herbicidas não-seletivos; estes últimos matam todas as plantas com as quais entrem em contato.
(Ver PESTICIDA)
HERBÍVORO
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
126
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“hetero-”
Prefixo de origem grega que significa “diferente; outro”. Seguem-se alguns termos com este
prefixo.
HETEROCISTO
Células de paredes espessas, pobres em pigmentos fotossintetizantes, com importante papel de
fixadoras de nitrogênio nas cianofíceas (gêneros Nostoc, Anabaena e outras). A cianofícea Anabaena
azollae, por exemplo, vive em simbiose com a macrófita aquática do gênero Azolla fornecendo-lhe
nitrogênio e recebendo nutrientes e proteção desta planta aquática.
HETEROÉCIO
(Ver “-écio”)
HETEROESPECÍFICO
(Ver CO-ESPECÍFICO)
HETEROMETABÓLICO
Diz-se do inseto que tem metamorfose incompleta, sem o estádio de pupa.
HETEROSFERA
(Ver ATMOSFERA)
HETEROTERMIA
(Ver ECTOTERMIA)
HETERÓTROFO
HETERÓTROFO = ORGANÓTROFO
Organismo que obtém energia de compostos orgânicos, constituintes celulares e portanto,
sintetizados por outros organismos.
(Ver AUTÓTROFO; e QUIMIÓTROFO)
HETERÓTROFO-LITÓTROFO
(Ver MIXÓTROFO)
HETEROXÊNICO
(Ver “pleo-”)
HETEROZIGOSIDADE
Significa a expressão de um caráter a partir de um par de genes com alelos que determinam
manifestações diferentes. Assim, uma característica que tenha o genótipo Aa, o alelo dominante (e
respectiva característica) é o gene A, que se expressará no indivíduo. Em termos ecológicos, a
heterozigosidade (em oposição à homozigosidade) gera maior variabilidade genética.
(Ver HOMOZIGOSIDADE; e ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
HEXACLORETO DE BENZENO
(Ver ORGANOCLORADO)
HIBERNAÇÃO
HIBERNAÇÃO = ESTIVAÇÃO
Período de dormência, também chamado de latente ou quiescente (baixa atividade metabólica)
de certos animais, durante o inverno (estação fria).
“hidro-”
Prefixo de origem grega significando “água”.
(Ver “higro-”)
HIDROBIOLOGIA
Biologia dos organismos aquáticos.
HIDROCARBONETO CLORADO
(Ver ORGANOCLORADO)
HIDROCARBONOS BROMADOS
São assim denominados os diversos tipos ou grupos de compostos que contêm bromo (Br), como
os halons e os HBFCs − hidrobromofluorcarbonos (ambos utilizados em extintores de incêndio) e o
brometo de metila (um fumigante muito usado na agricultura). Esses compostos são considerados como
destruidores da camada de ozônio, sendo os halons, por exemplo, de poder destruidor de 3 a 10 vezes
superior ao dos CFCs. Os gases propano e butano, que também podem ser usados em aerossóis,
refrigeração, fabricação de espumas e como agentes de limpeza, são conhecidos como hidrocarbonos.
Aos compostos que contêm um ou mais halogênios ligado(s) ao carbono, dá-se o nome de
halocarbonos.
HIDROCORIA
(Ver “-coria”)
HIDROFILIA
(Ver “-filia”)
127
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HIDRÓFITA
Planta que vive num solo deficiente de oxigênio, pelo menos periodicamente, como resultado do
conteúdo excessivo de água.
HIDROGENASE
Enzima que, no processo de fixação do N2 atmosférico pelas bactérias (Rhizobium sp, por
exemplo), tem o papel fundamental de absorver H2 e usá-lo como redutor para fixar o nitrogênio. Há
linhagens de Rhizobium, no entanto, que não possuem hidrogenase. Aquelas que a possuem têm maior
eficiência na absorção de nitrogênio para a planta simbionte.
HIDROSERE
HIDROSERE = SUCESSÃO HIDRARCA
Diz-se da sere cuja sucessão se inicia em qualquer ambiente aquático (lago, charco, pântano...).
HIDROSFERA
Toda a “camada de água” da crosta do planeta Terra (corpos de água na superfície da Terra).
HIDROTERMAL
Refere-se este termo geralmente, a uma passagem ou corrente de água de profundidade oceânica,
sendo alguns locais ricos em enxofre, e que provém de fonte geotérmica. Estabelecem-se em tais
passagens hidrotermais, comunidades marinhas ricas, por vezes de grandes dimensões, como bivalvos
gigantes de concha branca, pogonóforos (vermes marinhos do fundo do oceano, do filo Pogonophora),
crustáceos, anelídeos e peixes; todos se beneficiando da riqueza nutricional de origem geotérmica, uma
vez que a fotossíntese não ocorre nesses locais. Neste ambiente rico em H2S, prolifera em abundância
“bactérias sulfurosas”, que realizando a quimioautotrofia, constituem-se na base da cadeia alimentar
dessas comunidades. Elas reduzem o SO4 a H2S. Pesquisas feitas nas costas do Peru e Chile revelaram a
existência de bactéria branca, do enxofre (Thioploca), localizadas entre 40 e 280 m de profundidade, que
re-oxidam o enxofre reduzido de volta para sulfato, usando nitrato (NO3-).
HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA
(Ver BICADA, ORDEM DE (ou DOMINÂNCIA DE))
HIFA
Filamento celular, típico de fungos e actinomicetos (bactérias filamentosas). Os filamentos
constituem o micélio dos fungos.
“higro-”
Prefixo de origem grega significando “úmido; molhado; encharcado”.
(Ver “hidro-”)
HIGRÓFITA
Vegetal terrestre, que prefere viver em ambientes úmidos.
“hiper-” e “hipo-”
Prefixos de origem grega. Hiper significando “mais do que (efeito ou quantidade); acima de;
posição mais elevada”; e hipo significando “sob ou posição abaixo; menos do que (efeito ou
quantidade)”. Seguem-se vários termos com estes prefixos.
HIPERHALINO
Quando aplicado para os ecossistemas aquáticos, este termo indica água muito salgada (200 g de
sais por litro), como a do mar Morto (Israel/Jordânia) e a do lago salgado de Utah (EUA).
(Ver “halo-”)
HIPERPARASITA
HIPERPARASITA = AUTOPARASITA
Parasita que vive no interior de um animal (ou sobre ele), que por sua vez é também um parasita.
Um bacteriófago é um hiperparasita.
HIPOLIMNIO
Camada (ou zona) de profundidade aquática com temperatura relativamente estável, geralmente
com água não-circulante fria, estendendo-se para o fundo, em seguimento ao metalimnio.
Ver figura no verbete EUTRÓFICO.
(Ver EPILIMNIO; e METALIMNIO)
HIPONEUSTON
(Ver NEUSTON)
HIPÓTESE
(Ver CONJETURA, HIPÓTESE, LEI e TEORIA)
HIPÓTESE ALTERNATIVA
(Ver HIPÓTESE NULA)
128
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HIPÓTESE DO COMPORTAMENTO POLIMÓRFICO (ou HIPÓTESE DO
POLIMORFISMO COMPORTAMENTAL GENÉTICO)
Hipótese que diz respeito à auto-regulação de uma população fundamentada no fato de que
indivíduos são (geneticamente) ou agressivos natos ou capazes de alto rendimento reprodutivo (alto
“fitness”). E em assim sendo, em baixa densidade populacional, a seleção natural favorece as espécies do
segundo tipo; em alta densidade, indivíduos genotipicamente agressivos são favorecidos de maneira que,
aqueles indivíduos com alto potencial reprodutivo são forçados a dispersar-se, levando ao declínio da
densidade populacional.
HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO, DE CONNELL
J.H. Connell propôs que a mais alta diversidade é mantida em níveis intermediários de distúrbio.
A diversidade como resultado de distúrbios aumenta, em função do tempo disponível para a invasão de
novas espécies. Em outras palavras, para que uma clareira se recupere faz-se necessário um intervalo de
tempo longo entre os distúrbios.
A figura que segue ilustra o andamento hipotético de ocupação de uma clareira ao longo do
tempo (segundo BEGON et al., 1990):
P
P
P1
m4
m3
m2
P4
P3
m5
m1
P2
c1
m1
c
c3
c
m2
P
c3
c1
c4
c3
P
c
c1
Obs.: a) a diversidade começa baixa, com apenas algumas plantas pioneiras (P);
b) em seguida vão aparecendo outras plantas, da situação mediana da sucessão (m), alcançando
um máximo de diversidade (círculo inferior à esquerda);
c) e finalmente a sucessão atinge o máximo desenvolvimento, onde as plantas do clímax (c)
determinam uma queda na diversidade pela exclusão competitiva.
(Ver CLAREIRA (e DINÂMICA DE CLAREIRA))
HIPÓTESE DO PADRÃO DE CLÍMAX
(Ver TEORIAS MONO E POLICLÍMAX)
HIPÓTESE GAIA
James Lovelock químico e inventor inglês, juntamente com a bióloga norteamericana Lynn
Margulis sugeriram este termo “Gaia” (ou Gea, literalmente significando “deusa da Terra”, em grego)
para enfatizar a forte influência biológica na formação da atmosfera terrestre. Exemplo: a amônia
produzida pelos microrganismos mantém, nos solos e sedimentos, um pH favorável a uma ampla
diversidade de vida. Entretanto, a hipótese Gaia carece de avaliação quantitativa e de maneira científica
de ser testada. Independentemente da validade da idéia de que a vida controla seu ambiente em seu
próprio benefício, o reconhecimento de que os componentes físicos, químicos e biológicos da Terra
interagem e alteram mutuamente seu destino coletivo (seja por acaso ou por desígnio de “alguém muito
superior”), é uma verdade hoje cientificamente comprovada, numa visão profunda do nosso sistema.
Segundo E. P.Odum, os organismos, principalmente os microrganismos, evoluíram junto com o
ambiente físico, formando um sistema complexo de controle, o qual mantém favoráveis à vida as
condições da Terra.
HIPÓTESE NULA
Em estatística refere-se à hipótese de que não existe diferença real ou associação entre duas
populações; ou seja, uma diferença observada é devida somente ao acaso. Se o cálculo de probabilidade
129
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
de uma diferença observada é igual ou menor do que um nível de significância escolhido, a hipótese nula
(H0) é rejeitada em favor da hipótese alternativa e assim, a diferença é considerada como significativa.
HISTÓRIA DE VIDA (ou HISTÓRIA VITAL)
(Ver TABELA DE VIDA (ou TABELA VITAL))
HOLISMO (ou HOLÍSTICO)
Na teoria filosófica aplicada às ciências ambientais, o holismo considera de maneira abrangente
todos os organismos (inclusive o homem) interagindo como um “todo”, sob leis físicas e biológicas bem
definidas. Nas ciências humanas, como por exemplo na psicobiologia, o holismo, com relação a alguns
sistemas, sustenta que o “todo tem algumas propriedades de que as partes carecem”. Segundo esta teoria,
o “todo” não pode ser analisado pela soma de suas partes, sem deixar resíduos.
Com relação à comunidade, alguns consideram-na como um superorganismo (“concepção
holística”), ao passo que outros admitem que a comunidade apenas reflete as interações de cada espécie
(“concepção individualística”), não expressando qualquer tipo de organização.
(Ver REDUCIONISMO; e SUPERORGANISMO)
“holo-”
Prefixo de origem grega significando “inteiro; completo”. São muitos os termos científicos e
técnicos, em que se utiliza este prefixo. A seguir são vistos alguns.
HOLOBÊNTICO
Organismo que vive no bentos (nas profundezas do mar) em todos os estádios do seu ciclo de
vida.
HOLOCENOSE
Sistema formado pela reunião de uma biocenose (comunidade) e seu biotopo (habitat).
HOLOFÍTICO(A) (ou HOLOTRÓFICO(A))
Organismo vegetal (planta) que transforma nutrientes inorgânicos em compostos orgânicos pela
fotossíntese e assim, não é parasita nem saprofítico(a). O termo holotrófico é usado por alguns autores ao
se referirem a um predador que utiliza sempre a mesma espécie de presa.
(Ver AUTÓTROFO)
HOLOMETABÓLICO (ou HOLOMETÁBOLO)
Diz-se do inseto que apresenta metamorfose completa, passando pelos estádios de ovo, larva,
pupa e imago ou adulto (ex.: borboleta).
(Ver AMETABÓLICO; e HEMIMETABÓLICO)
HOLOMÍTICOS, LAGOS
Os lagos ditos holomíticos são aqueles cuja circulação atinge toda a coluna d’água. Subdividemse em:
1) Dimíticos: com duas circulações ao ano; outono e primavera; são de clima temperado
(Europa, América do Norte, Japão).
2) Monomíticos: uma circulação ao ano; há os de clima quente e os de clima frio.
3) Oligomíticos: com pouca circulação; profundos, com queda de temperatura à noite.
4) Polimíticos: normalmente raros, com circulações freqüentes (ex.: grande parte dos lagos
amazônicos e maioria das lagoas costeiras de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul).
(Ver MEROMÍTICOS, LAGOS)
HOLOPARASITA
Parasita total. Planta que, carecendo de clorofila efetiva e necessária à fotossíntese, suga a seiva
elaborada de outra planta, matando-a. O cipó-chumbo é um holoparasita.
(Ver HEMIPARASITA)
HOLOPLANCTÔNICO
Organismo que vive todos os estádios de seu ciclo vital no plâncton, como flutuantes.
HOLOSAPRÓFITA(O) (ou HOLOSAPROFÍTICO(A))
Organismo, vegetal, saprófito (ou saprofítico) obrigatório. É comum também a grafia com dois
“ss”: holossaprófita.
(Ver DECOMPOSITOR)
HOLOTRÓFICO(A) (ou HOLOFÍTICO(A))
(Ver HOLOFÍTICO(A) ou HOLOTRÓFICO(A))
“homeo-” / “homo-”
Prefixo de origem grega significando “similar; o mesmo” (não confundir com a palavra homo de
origem latina e que se refere a “homem; ser humano”). Muitos termos científicos e técnicos utilizam a
forma “homeo-”. Alguns termos com esse prefixo de origem grega são vistos a seguir.
HOMEÓCRONO (ou HOMÓCRONO)
Que ocorre ao mesmo tempo ou idade em gerações sucessivas.
130
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HOMEOTERMIA
(Ver ENDOTERMIA)
HOMEOSTASE
Tendência dos sistemas ecológicos para resistirem a mudanças e permanecerem em estado de
equilíbrio (dinâmico).
HOMOÉCIO
Diz-se do parasita que ocupa o mesmo hospedeiro durante todo o seu ciclo de vida. É um
parasita com hospedeiro específico.
HOMÓLOGOS
(Ver ESTRUTURAS ANÁLOGAS e ESTRUTURAS HOMÓLOGAS)
HOMOSFERA
(Ver ATMOSFERA)
HOMOTERMIA
(Ver ENDOTERMIA)
HOMOZIGOSIDADE
Significa a expressão de um caráter a partir de um par de genes formado por alelos idênticos. Em
termos ecológicos, a homozigosidade é uma tendência dos indivíduos, em pequenas populações, de se
cruzarem uns com os outros, gerando reduzida variabilidade genética (baixa freqüência de genes).
(Ver HETEROZIGOSIDADE; e ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
HORIZONTE (DO SOLO)
Camada do solo que se distingue por sua composição química, estrutura das partículas
componentes, textura, cor e outras características físicas.
(Ver PERFIL DO SOLO)
HORMÔNIO AMBIENTAL
(Ver ECTOCRINO)
“HORN”
(Ver MATRIZ DE HORN)
HORTO FLORESTAL
Área pertencente ao Poder Público, destinada a: propagar os conhecimentos relativos à
silvicultura, mediante investigações e demonstrações práticas; organizar instruções sobre plantio,
replantio e tratos culturais mais adequados a cada essência florestal e a cada região; estudar as essências
nativas, manter sementeiras e fornecer mudas (criado pelo Decreto Federal nº 4.439, de 26/07/39).
“HOT SPOT”
Literalmente significa, em inglês, “uma mancha (lugar, ponto, local) que é quente”. São muito
diversos o uso desta expressão em ciência e tecnologia. Em biologia molecular, por exemplo, o “hot spot”
é uma região de um polinucleotídeo que sofre uma alta freqüência de mutação ou transposição. Em
ciências ambientais usa-se esta expressão quando se deseja se referir a uma área ou situação (ou
condição) que se apresenta com determinadas características “acentuadas ou elevadas”, de maneira que as
façam distintas das demais, similares. Fala-se então, por exemplo, em: “hot spot” biogeoquímico (locais
onde processos biogeoquímicos, com taxas de armazenamento e biogeociclagem, ocorrem de modo mais
acentuado do que em outras áreas similares); “hot spot” de espécies em risco de extinção (áreas em
condição tal que certas espécies que ali vivem estão em situação mais de risco do que a de outras áreas).
HUBBEL
(Ver TEORIA NEUTRA UNIFICADA (ou TEORIA DE HUBBEL))
HUMBOLDT, CORRENTE DE (ou CORRENTE DO PERU)
Corrente do sudeste do oceano Pacífico, com aproximadamente 900 km de largura, conduzindo
água fria proveniente da Antártica, provocando “fog” (nevoeiro) nas costas do Chile, Peru e Equador)
gerando aridez, exceto durante o fenômeno “El Niño”. O fenômeno de ressurgência (combinação dos
efeitos de ventos de superfície e rotação da Terra) conduz grande quantidade de nutrientes das
profundidades para próximo da superfície do mar, proporcionando grande riqueza planctônica nas águas
das costas desses países, tornando-os grandes produtores mundiais de peixes, como a enchova e o atum.
Aves piscívoras (alimentando-se das enchovas) produzem o guano, fezes ricas em fósforo e nitrogênio.
(Ver RESSURGÊNCIA)
HUMIFICAÇÃO
Transformação de matéria orgânica morta em humus (ou humo).
HUMO
(Ver HUMUS)
HUMUS (ou HUMO)
Mistura de matéria orgânica parcialmente decomposta, células microbianas e partículas de solo,
que se forma nas camadas superiores do solo. O humus é um colóide orgânico, amorfo, praticamente
131
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
insolúvel em água, de coloração escura (marrom ou preta). Considera-se o humus ser constituído, por
critério de solubilidade, em três componentes: ácidos fúlvico e húmico, e humina. Os dois primeiros se
solubilizam em solução diluída de hidróxido de sódio (NaOH), sendo que o ácido húmico se precipitará
se a solução for acidificada; e a humina é insolúvel nessa solução de NaOH. Ele é rico em carbono (50%),
nitrogênio (5%) e menores quantidades de oxigênio, enxofre, fósforo e outros elementos. Sua alta CTC
(capacidade de troca catiônica) supera a dos colóides da argila, sendo portanto, de grande importância
para manter a fertilidade e produtividade do solo.
Um esquema representativo do colóide humus-argila é apresentado a seguir (COLINVAUX,
1986):
Ca
Mg
Ca
Ca
Humus-argila
(carga negat.)
Ca
NH4
Mg H
H
NH4
K
K
Mg Mg H
Íons monovalentes:
H, K e NH4.
Íons divalentes:
Ca e Mg.
Obs.:
1) O complexo humus-argila (carga negativa) atrai os íons positivos da solução do solo.
2) Em solos ácidos (pH baixo) os prótons (H+) neutralizam a carga, que poderá ser reestabelecida
pela ação dos cátions.
3) Íons divalentes (Ca++ e Mg++) ligam-se fortemente, aumentando assim a retenção de nutrientes
no complexo humus-argila.
HUTCHINSON
(Ver NICHO ECOLÓGICO)
132
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
I
“IAPT – INTERNATIONAL ASSOCIATION OF PLANT TAXONOMY”
Associação Internacional de Taxonomia de Plantas.
IBAMA − INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVES
A Lei nº 7.735, de 22/02/89 extinguiu a SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente, a
SUDEPE - Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e criou o IBAMA. A Lei nº 7.732, de
14/02/89, extinguiu o IBDF - Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal.
O IBAMA, com sede principal em Brasília, é uma entidade autárquica, de regime especial, com
a finalidade de formular, coordenar, executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente e da
preservação, conservação e uso racional, fiscalização, controle e fomento dos recursos naturais
renováveis. Está ligado ao MMA - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal.
IBDF
(Ver IBAMA)
IBGE − FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
Órgão subordinado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da
República (com sede principal no Rio de Janeiro), fundado em 19 de março de 1953, que coordena o SEN
- Sistema Estatístico Nacional, executando o PGIEG - Plano Geral de Informações Estatísticas e
Geográficas, visando: obter informações de natureza estatística (demográfica, social e econômica),
geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental, estabelecidas como necessárias ao conhecimento da
realidade física, humana, social, econômica e territorial do Brasil. Vem publicando desde 1940 o Anuário
Estatístico do Brasil, com tabelas, mapas e textos, dando-nos uma visão geral do país, contendo
informações do IBGE e de outras entidades que integram o SEN.
“IBP − INTERNATIONAL BIOLOGICAL PROGRAMME”
Programa Internacional de Biologia, cujo objetivo principal é o estudo da base biológica da
produtividade e o bem-estar humano. A investigação prioritária, dominante, tem sido a ecologia
energética, tendo os estudos se dirigido especialmente para as produtividades terrestres e aquáticas, indo
da tundra ártica, florestas tropicais e desertos, aos sistemas de pastejo, áreas cultivadas, produção de
madeira e pesca.
(Ver “IGBP”)
IDER − INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ENERGIAS
RENOVÁVEIS
(Ver TECNOLOGIA ALTERNATIVA)
133
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
IGAPÓ
Floresta inundável da amazônia. A
água é permanente; no igapó do rio Negro por
exemplo, ela é ácida, talvez sendo por isto que
ali quase não se encontram caramujos e
mexilhões,
faltando
também
calcário
(importante para a formação das conchas). O
solo do igapó é arenoso e sua água rica em
ácidos húmicos. São freqüentes os arbustos,
cipós, plantas aquáticas, epífitas e musgos. As
árvores são adaptadas morfológica e
fisiológicamente às inundações, tendo raízes
respiratórias e sapopembas (ou sapopemas).
A diversidade de espécies vegetais é considerada intermediária entre a da várzea e a da terra
firme, com média de 130 espécies arbóreas por hectare. A foto acima mostra igapó típico da amazônia
(foto do site www.wikepedia.com).
(Ver IGARAPÉ)
IGARAPÉ
Córregos e pequenos rios amazônicos
formados em decorrência da alta taxa de
precipitação pluviométrica naquela região.
Igarapé é termo indígena que significa “caminho
de canoa”. São considerados cursos d’água de
primeira ou segunda ordem, braços estreitos de
rios ou canais, com pouca profundidade,
adentrando a mata, consituindo-se em importante
via de deslocamento de pessoas e material. A foto
ao lado mostra um igarapé do Amazonas,
segundo o site www.wikipedia.org.
(Ver IGAPÓ)
“IGBP− INTERNATIONAL GEOSPHERE BIOSPHERE PROGRAMME”
Programa Internacional da Geosfera e da Biosfera, cuja finalidade é descrever e entender os
processos físicos interativos que regulam o sistema da Terra como um todo, o ambiente único que
possibilita a vida, as mudanças que estão ocorrendo neste sistema e a maneira pela qual tais processos são
influenciados pelo homem.
(Ver “IBP”)
ÍGNEAS (ou MAGMÁTICAS), ROCHAS
(Ver ROCHAS)
IGUALDADE POR DESCENDÊNCIA
Este termo provém do inglês “identity by descent” e poderia ser traduzido como igualdade por
descendênica, referindo-se à probabilidade de que parentes próximos têm de herdar cópias do mesmo
gene, proveniente de um determinado ancestral. A essa probabilidade, dá-se também o nome de
coeficiente de relação; por exemplo, dois irmãos têm a probabilidade de 50% de herdarem cópias do
mesmo gene de um dos pais; e dois primos têm a probabilidade de 1 em 8 (ou 12,5%) de herdarem cópias
do mesmo gene de um dos avós, que são seus ancestrais mais próximos.
“ILHAS DE CALOR”
Nos centros urbanos, principalmente em ruas asfaltadas, por vezes estreitas, onde existam muitos
edifìcios acima de três andares (superior a 12 m de altura), a água da chuva que ali cair é conduzida muito
rapidamente para as galerias pluviais, sem evaporar lentamente (como num solo com vegetação) e
portanto, sem “roubar calor do ambiente”. Além disso, os edifícios formam barreira ao vento e aumentam
a radiação infravermelha (responsável pela elevação da temperatura); e os poluentes não se dispersam
com facilidade. Ver figura:
134
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Radiação
refletida
Radiação
incidente
Radiação
incidente
Obs.:
radiação forte
(calor intenso)
poluentes
Radiação
refletida
radiação fraca
(menos calor)
Observe-se na figura acima que os raios solares incidentes na rua com adensamento de edifícios
altos, refletem-se nos prédios e o próprio calor do asfalto (e dos motores de veículos que ali transitem)
emitem radiação infravermelha para o alto. Uma rua ampla, arborizada e ventilada, em contraste, permeia
a dispersão do calor e dos poluentes, com grande eficiência.
É importante ainda considerar que, em termos de “conforto ambiental e qualidade de vida”, o
local representado pela rua com edifícios, causa incômodos e malefícios à saúde das pessoas,
principalmente nos “extremos etários”, ou seja, das crianças e dos idosos.
ILUMINÂNCIA
Ou iluminamento, refere-se a um fluxo luminoso por unidade de área, incidindo
perpendicularmente sobre a superfície.
ILUVIAÇÃO
Em pedologia, refere-se à compactação da camada inferior de um solo (horizonte B), resultante
de deslocamento de material que provém da camada imediatamente superior (horizonte A).
(Ver ELUVIAÇÃO)
IMAGO
Fase adulta ou estádio reprodutor de um inseto.
(Ver HOLOMETABÓLICO (ou HOLOMETÁBOLO))
IMIGRAÇÃO
(Ver DISPERSÃO DA POPULAÇÃO)
IMOBILIZAÇÃO
Conversão de um elemento (nutrientes) inorgânico em complexo orgânico, como resultado da
assimilação desse elemento pelas células microbianas (do solo ou da água) e sua incorporação no
protoplasma. Esta é uma fase importante da biogeociclagem, em que determinado elemento químico fica
imobilizado e ainda não disponível para os produtores.
(Ver MINERALIZAÇÃO)
IMPACTO AMBIENTAL
Refere-se, genericamente, à ação induzida pelo homem e seu efeito sobre os ecossistemas, ou
ainda seu efeito e significância para a sociedade humana. “Ação, efeito e singnificância” são três
conceitos distintos em avaliação de impacto, sendo preferível limitar o termo “impacto” ao efeito de ação
induzida pelo ser humano.
Atualmente, no Brasil, na avaliação de impacto ambiental, há uma tendência em separá-la em
duas fases distintas. “Estudo de impacto ambiental” (EIA), onde é geralmente feito um diagnóstico das
condições naturais do ambiente e “Relatório de Impacto Ambiental” (RIMA), onde se faz uma análise
135
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
objetiva para identificar as ações do ser humano, medindo-se as condições de base do ambiente e
fazendo-se previsão de mudanças que tenham a probabilidade de ocorrer como resultado de tais ações.
A seguir é apresentado um esquema das diversas fases de um EIA, sugerido por WESTMAN
(1985):
AS FASES DO EIA
Pré-impacto
Definição dos ↓
objetivos do estudo
↓
Revisão das
Fase II
↓ dos impactos em potencial
Identificação
noções
↓
Determinação de quais impactos são significativos
↓
Fase III →Teste dos efeitos
das ações
Medição
das condições básicas→Teste dos efeitos das ações
↓
Previsão dos efeitos das ações
Estimativa das proba↓
bilidades das previsões
Resumo e análise dos achados
↓
Fase IV
Avaliação da significância dos achados
↓
Fase V
Modificação das ações propostas
↓
↓
Ações alternativas
Amenizações
↓
↓
Fase VI
Comunicação dos achados e recomendações
↓
Decisão sobre a ação proposta
↓
Pós-impacto
Fase I
Fase VII
Monitoramento dos efeitos da ação
↓
P
A
R
T
I
C
I
P
A
Ç
Ã
O
P
Ú
B
L
I
C
A
↑
Modificação posterior e amenização da ação
“IMPRINTING”
“Marca indelével”; algo de grande efeito sobre alguma coisa (ou ser vivo) que não poder ser
esquecido, mudado etc.
Em espécies de animais sociais refere-se a um padrão comportamental estável, quando o
organismo é exposto a um conjunto de estímulos por meio dos quais as amplas carateríesticas supraindividuais da espécie vêm a ser reconhecidas como um “padrão da espécie”; sendo subseqüentemente
usado como “desencadeador ou liberador”.
(Ver DESENCADEADOR (ou LIBERADOR))
“INBREEDING” (e “INBREEDING DEPRESSION”)
(Ver ENDOGAMIA)
INCIDÊNCIA
(Ver FUNÇÕES DE INCIDÊNCIA)
INDEPENDÊNCIA (ou INDEPENDENTE) DA DENSIDADE
(Ver DEPENDÊNCIA (ou DEPENDENTE) DA DENSIDADE)
INDICADOR ECOLÓGICO
INDICADOR ECOLÓGICO = BIOINDICADOR
Organismo que indica uma característica ou o tipo do ambiente físico em que vive.
Da mesma maneira que é possível saber que tipo de organismo vive em determinadas condições
ambientais físicas, o inverso também é possível ser estimado. Muitas espécies (“esteno”, por exemplo)
são indicadoras ecológicas; há plantas que acumulam determinados elementos químicos em quantidades
tais que indicam a possibilidade de exploração comercial desses elementos.
(Ver ECOTIPO)
136
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ÍNDICE DE ABUNDÂNCIA
Grau em que se expressa a dominância de uma ou mais espécies numa comunidade, baseando-se
no valor de importância de cada espécie; pode ser calculado pela seguinte fórmula:
c = Σ(ni/N)2, onde:
c = concentração de dominância;
ni = valor de importância para cada espécie (nº de indivíduos, biomassa, produção etc);
N = total dos valores de importância.
(Ver DOMINANTE ECOLÓGICO)
ÍNDICE DE AFINIDADE
(Ver ÍNDICE DE SIMILARIDADE)
ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR
Relação entre a área das folhas, projetada sobre uma unidade de área de superfície terrestre. Um
índice de valor 4, ou seja, a superfície foliar exposta à luz é quatro vezes superior à superfície do solo,
indica uma elevada produção líquida; mas um índice de 8 a 10 (encontrado em florestas clímaces) indica
uma elevada produção bruta (perda respiratória para manter grande quantidade de folhas).
ÍNDICE DE ARIDEZ (Ia)
Medida do suprimento efetivo de umidade, usado na classificação de tipos de solo ou de clima,
calculado pela relação do déficit de umidade (d) para a evapotranspiração potencial (PE), expresso em
porcentagem, ou seja Ia = 100 d/PE. Pode também ser calculado por Ia = 12P/T(T + 10), onde P é a
média da precipitação pluvial mensal em milímetros e T a temperatura média mensal em oC; valor
resultante menor do que 20 indica aumento de aridez e maior do que 20 indica aumento de
umedecimento.
(Ver ÍNDICE DE PALMER DE SEVERIDADE DE SECA)
ÍNDICE DE ASSOCIAÇÃO (ou COEFICIENTE DE ASSOCIAÇÃO)
(Ver ASSOCIAÇÃO VEGETAL)
ÍNDICE DE BERGER-PARKER
Índice que usa a abundância proporcional da espécie mais abundante num determinado habitat,
comunidade ou amostra, numa escala de 0 – 10, como medida da dominância. É também uma medida da
diversidade (d) de um habitat, comunidade ou amostra, calculada como: d = Nmax/Nt, onde Nmax é a
abundância da espécie dominante.
ÍNDICE DE BRILLOUIN
Índice da diversidade específica derivada de informação teórica:
D = 1/N X log2N!/(n1! N2! ... ns!), onde N é o número total de indivíduos observado numa
amostra e n1, n2 ... ns é o número de indivíduos das espécies 1, 2 ... s.
ÍNDICE DE DEFICIÊNCIA DE ÁGUA
É dado pelo valor de evapotranspiração, menos o de precipitação pluvial. Indica o quanto a água
disponível para o crescimento vegetal cai, abaixo do nível de transpiração de uma vegetação em
crescimento.
ÍNDICE DE DENSIDADE
Cálculo usado por alguns autores para quantificar a densidade de indivíduos de determinada
espécie e que é dado por:
d = número ou biomassa de indivíduos / área ou volume total da amostragem.
(Ver ABUNDÂNCIA, DENSIDADE e DENSIDADE ECOLÓGICA)
ÍNDICE DE DISPERSÃO
Uma medida da dispersão de uma população, baseada na relação variância : média; gera um
valor de 1 para um padrão ao acaso (aleatório), maior do que 1 para uma população agregada e menor do
que 1 para uma população uniforme.
ÍNDICE DE DISSIMILARIDADE
(Ver ÍNDICE DE SIMILARIDADE)
ÍNDICE DE DIVERSIDADE (DE ESPÉCIES)
Razão estabelecida entre o número de espécies e seus “valores de importância” (que tanto podem
ser número ou biomassa, como produtividade).
São muitas as fórmulas sugeridas para se calcular indices de diversidade de espécies. São
mostradas aqui, apenas algumas delas; mas antes vejamos o significado dos termos geralmente utilizados
nas fórmulas:
S = número de espécies, seja na “amostra” ou na “população”;
K = número de taxa (plural de taxon), seja na “amostra” ou na “população”;
N = número de indivíduos numa população ou comunidade;
Ni = número de indivíduos da espécie i de uma população ou comunidade;
n = número de indivíduos numa amostra de uma população;
137
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ni = número de indivíduos de uma espécie i de uma amostra de uma população;
Pi = a fração de uma amostra de indivíduos pertencentes à espécie i;
πi = a fração de uma população de indivíduos pertencentes à espécie i;
ln = logaritmo natural de um número.
a) Índice de H. A. Gleason (1922): D = S/ln N. b) Índice de R.Margalef (1958): D = S - 1 / ln
N. c) Índice de E.P.Menhinick (1964): D = S / √N. d) H.T.Odum (1960) D = S / 1.000 indivíduos.
e) Índice de E. H. Simpson (1949), levando em consideração os padrões de abundância ou biomassa de
uma comunidade e a riqueza em espécies; neste caso calcula-se para cada espécie, a proporção de
indivíduos ou biomassa que contribui para o total da amostragem, ou seja, a proporção é Pi, para
determinada espécie i:
1
Índice D= ----------------S
∑Pi2
onde:
i=1
f) Índice de Shannon-Wiener (posteriormente atualizado e denominado de Índice de C.E.
Shannon - W. Weaver, em 1949)):
S
Diversidade H = -∑ Pi ln Pi
i=1
Nos índices de Simpson e Shannon os valores dos índices dependem da biodiversidade (riqueza
em espécies) e da eqüidade com a qual os indivíduos são distribuídos dentro de cada espécie.
(Ver ÍNDICE DE EQÜIDADE)
ÍNDICE DE DOMINÂNCIA
Grau em que se expressa a dominância de uma ou mais espécies numa comunidade, baseando-se
no valor de importância de cada espécie; pode ser calculado pela seguinte fórmula:
c = Σ (ni/N)2, onde:
c = concentração de dominância;
ni = valor de importância para cada espécie (nº de indivíduos, biomassa, produção etc);
N = total dos valores de importância.
(Ver DOMINANTE ECOLÓGICO; e ÍNDICE DE BERGER-PARKER)
ÍNDICE DE EQÜIDADE
Este índice pode ser quantificado expressando-se o índice de Simpson, D (ver este índice no
verbete ÍNDICE DE DIVERSIDADE (DE ESPÉCIES)), como uma proporção do valor máximo possível
de D, admitindo-se que os indivíduos estejam completa e igualmente distribuídos pelas respectivas
espécies (Dmax = S). A fórmula do índice de eqüidade seria então:
D
1
1
E = ------- = -------- X ---Dmax
S
S
∑ Pi2
i=1
É também conhecido como o componente da diversidade de espécies que mede a abundância
relativa de espécies, calculado por:
J’ = H’ / logS, onde: S = no de espécies; H’ = índice de diversidade de Shannon-Weiner.
ÍNDICE DE LINCOLN (ou CAPTURA-MARCAÇÃO-RECAPTURA (MÉTODO DE))
Originalmente seu introdutor, Lincoln, denominou (em inglês) de “catch-mark-recatch”. Método
de estudo de uma população animal, em que uma ou mais amostras, é capturada, marcada, liberada e
depois reexaminada para observar a proporção de recaptura das amostras marcadas. De uma maneira
geral, a recaptura das amostras marcadas é alta nas populações pequenas e baixa nas grandes.
Neste índice o autor propôs que uma estimativa do tamanho N de uma população é obtida após
liberação e recaptura de animais marcados. O tamanho da população é calculado a partir do número de
animais marcados e [que foram] liberados (Nm), do número de animais capturados numa amostra (Ns)
após a liberação e do número de indivíduos marcados na amostra (Nms), usando a fórmula:
N = Nm X Ns / Nms
138
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver MARCAÇÃO-RECAPTURA, MÉTODO DE)
ÍNDICE DE MARGALEFF
Índice (com uma variável) da biodiversidade de uma amostra ou assembléia que é ponderado a
favor da riqueza de espécies. É representado por: SR = (S-1)logN, onde S é o número de espécies e N é o
número de indivíduos na amostra ou assembléia.
ÍNDICE DE PALMER DE SEVERIDADE DE SECA
Usado principalmente nos E.U.A. para comparar a quantidade de umidade no solo com a
umidade do ar mais próximo à superfície.
(Ver ÍNDICE DE ARIDEZ (Ia))
ÍNDICE DE SIMILARIDADE
Entre duas áreas de amostragem poderá haver um grau de similaridade entre o número de
espécies encontradas nas duas amostras, que pode ser calculado por:
S = 2C / (A + B), onde:
A = número de espécies da amostra A;
B=
“
“
“
“
“
B;
C=
“
“
“
comuns a ambas as amostras.
O índice de dissimilaridade é dado por: 1 - S, onde: S = índice de similaridade.
Este índice fornece o valor de dissimilaridade entre o número de espécies encontradas em duas
áreas de amostragem.
Alguns autores preferem o índice de afinidade, que é dado por: A = c/(a.b)1/2, com a, b e c tendo
as mesmas denominações da equação do índice de similaridade.
ÍNDICE DE UMIDADE (Ih)
Medida do suprimento efetivo de umidade, na classificação dos tipos de clima, calculado pela
relação do excedente de precipitação pluvial (S) e a carência ou necessidade (N), expresso em
porcentagem; (S) é o valor representativo do excesso de precipitação acima da evapotranspiração
potencial: Ih = 100(S/N).
Outros autores preferem utilizar a relação da evapotranspiração (EP) para a precipitação total (P)
expressa como porcentagem, sendo então positiva se a precipitação excede a evapotranspiração, e
negativa se EP for maior do que P. Fórmula:
Iu = 100(P-EP/EP).
ÍNDICE DE VERSATILIDADE
INDICE DE VERSATILIDADE = RELAÇÃO SENSIBILIDADE : RESISTÊNCIA
Utiliza-se tal índice ou relação como um biomonitor de metais pesados poluidores do solo. A
sensibilidade é considerada a inibição da atividade microbiana nos níveis extremamente baixos de
concentração do poluente e a resistência é dada pela capacidade do microrganismo crescer na presença
desse poluente. Considerando valores de “referência” (baixa concentração dos poluentes) e de “poluição”
(alta concentração), são dados como exemplo, os seguintes resultados: em solo argiloso uma relação de
0,53 : 0,24 e em solo arenoso de 1,50 : 0,19. Neste último portanto, as populações microbianas são mais
sensíveis (teoricamente, são mais “versáteis”, propiciando maior sucessão ecológica e maior reciclagem
do metal pesado).
INDÍGENO
(Ver AUTÓCTONE)
INDIVIDUALISMO
(Ver SUPERORGANISMO)
INDIVÍDUO
(Ver ESPÉCIME)
INEFETIVIDADE
(Ver EFETIVIDADE)
INEFICIÊNCIA
(Ver EFICIÊNCIA)
“INFAUNA”
(Ver BIOMA DA COSTA LAMACENTA)
INFECÇÃO
Em termos ecológicos refere-se à contaminação de um hospedeiro por um parasita, assim como
ao estabelecimento ou entrada de simbiontes microbianos na planta hospedeira (ex.: fungos endo, ectendo
e ectomicorrízicos, e bactérias fixadoras de nitrogênio, infectando plantas hospedeiras). Ao número de
parasitas por hospedeiro, denomina-se intensidade de infecção.
(Ver PREVALÊNCIA)
139
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Tamanho da população
INFLEXÃO, PONTO DE
Inflexão significa “mudança de direção ou desvio”. É o ponto numa curva de crescimento,
sigmóide, ou seja, em forma de S (numa equação logística), que separa a fase ascendente ou de aceleração
do crescimento, da fase descendente ou de desaceleração do crescimento.
K
Ponto de
inflexão
K/2
Tempo
Na equação logística ao se relacionar número de indivíduos de uma população ao tempo, o ponto
de inflexão é a metade (N = K/2) da capacidade de suporte (K).
(Ver EQUAÇÃO LOGÍSTICA)
“infra-”
Prefixo de origem grega significando “abaixo; inferior” (o oposto de “supra-”). Há vários termos
com este prefixo; além dos verbetes que seguem há: infrapopulação (em parasitologia refere-se a todos os
indivíduos de uma espécie de parasita ocorrendo num único espécime de hospedeiro); ritmo infrarradiano
(um ritmo biológico com um período menor do que 24 h).
(Ver “supra-”; “ultra-”; e RELÓGIO BIOLÓGICO)
INFRALITORAL
(Ver FRANJA INFRALITORÂNEA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
INFRAPELÁGICO(A)
(Ver ZONA MESOPELÁGICA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE
MARINHA)
INIBIÇÃO (EM SUCESSÃO)
(Ver SUCESSÃO AUTOGÊNICA)
INICIATIVA PARA MITIGAÇÃO DO CARBONO
Grande programa da “BP – Beyond Petroleum” (tradução do inglês: além do petróleo) (a antiga
“BP – British Petroleum”, multinacional britânica) juntamente com a Universidade de Princeton, E.U.A. ,
denominado de “CMI – Carbon Mitigation Initiative”, em inglês, cujo objetivo principal é estimular as
sociedades (de países desenvolvidos e de países em desenvolvimento) a desenvolverem alternativas
energéticas, visando baixar as emissões de CO2 para a atmosfera, evitando que os 7 bilhões anuais de
toneladas desse gás que são emitidos atualmente (2006) se elevem para os previstos 14 bilhões a serem
atingidos em 2055. O programa como um todo, além das propostas de redução da emissão desse poluente
atmosférico, é um grande conjunto de diversas iniciativas, incluindo o desenvolvimento de técnicas
visando a captura e o armazenamento do CO2.
(Ver na BIBLIOGRAFIA, o site da “BP – Beyond Petroleum”, onde são mostrados os diversos
projetos relacionados a esta problemática ambiental) (Ver “IPCC”)
(Ver CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE DIÓXIDO DE CARBONO)
INIMIGO NATURAL
(Ver CONTROLE BIOLÓGICO)
INOCULAÇÃO
Introdução de um organismo (benéfico ou maléfico) num outro organismo, feito, geralmente, de
maneira intencional. Fala-se portanto, que um patógeno humano pode ser inoculado num determinado
animal (ou no próprio homem) ou que uma bactéria fixadora de N2 ou uma endomicorriza é inoculada na
raiz de uma planta.
140
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Observe-se que é correto dizer que “uma bactéria é inoculada numa planta”, mas a recíproca,
segundo alguns autores, não é correta; ou seja, deve-se dizer que “uma planta é infectada por uma
bactéria” (e não “foi inoculada por uma bactéria”).
INSETICIDA
Substância que elimina insetos.
(Ver PESTICIDA)
INSETICIDA RACIONAL
Seria um inseticida com características tais que não exercesse efeito danoso (ou que fosse de
conseqüências limitadas) sobre outra espécie de inseto útil ou desejável.
(Ver PESTICIDA)
INTEMPERISMO
Conjunto de processos de origem atmosférica (física e química) e biológica, levando à
desintegração de rochas (liberação de minerais). Os chamados (cinco) fatores de controle do
intemperismo são basicamente: o material parental (rocha matriz ou rocha mãe), clima, biota, topografia e
tempo.
(Ver ACIDÓLISE; e SILICATOS)
INTENSIDADE DE ABUNDÂNCIA
(Ver DENSIDADE ECOLÓGICA)
INTENSIDADE DE INFECÇÃO
(Ver INFECÇÃO)
INTERAÇÃO ECOLÓGICA
Relação existente entre indivíduos (ou populações) de duas espécies de organismos, na qual um
dos grupos desses organismos poderá ou não afetar o outro grupo, de acordo com o tipo de interação
considerado.
Os vários tipos de interação estão representados no quadro que segue (ODUM, 1971):
TIPO DE INTERAÇÃO
1. Neutralismo
2. Competição
intraespecífica)
3. Amensalismo
(inter
ou
ESPÉCIE (OU
POPULAÇÃO)
A
B
0
0
-
0
4. Parasitismo
+
-
5. Predação
+
-
6. Comensalismo
7.
Protocooperação
(ou
simbiose)
8. Mutualismo (ou simbiose)
+
+
0
+
+
+
INTERPRETAÇÃO
Nenhuma espécie é afetada
Ambas as espécies se prejudicam
Espécie A é prejudicada e a espécie B não
é afetada
Espécie A (parasita) se beneficia e a B
(hospedeira) se prejudica)
Espécie A (predador) se beneficia e a B
(presa) se prejudica
Espécie A se beneficia e a B não é afetada
Ambas as espécies se beneficiam mas a
interação “não” é obrigatória
Ambas as espécies se beneficiam e a
interação “é” obrigatória
(Ver paramutualismo e parasimbiose, no verbete “para-”)
INTERESPECÍFICO
Relação entre indivíduos de espécies diferentes.
(Ver INTRAESPECÍFICO)
INTERFERÊNCIA
(Ver ANTAGONISMO; COEFICIENTE DE INTERFERÊNCIA; e COMPETIÇÃO POR
INTERFERÊNCIA)
INTERFERÊNCIA MÚTUA
(Ver COEFICIENTE DE INTERFERÊNCIA)
“INTERNATIONAL WHALING COMMISSION”
(Ver COMISSÃO INTERNACIONAL DE PESCA DA BALEIA)
INTRAESPECÍFICO
Relação entre indivíduos da mesma espécie.
(Ver INTERESPECÍFICO)
141
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
INVASOR
(Ver ALÓCTONE)
INVERSÃO DE TEMPERATURA (ou INVERSÃO TÉRMICA)
Normalmente a temperatura da atmosfera diminui proporcionalmente com o aumento da altitude;
em algumas cidades, durante uma inversão de temperatura, uma camada de ar quente poderá penetrar
entre duas camadas de ar frio e daí comprimir a camada fria subjacente, aprisionando os poluentes
acumulados no ar próximo à superfície desse local. A figura seguinte ilustra esta situação:
ar frio
A
l
t
i
t
u
d
e
camada de inversão
Concentração de
poluentes
Temperatura →
IONOSFERA
Região da atmosfera terrestre superior, iniciando-se a 90km acima da Terra.
“IPCC – INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE”
Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. Atividade desenvolvida pela “UNEP –
United Nations Environment Programme” (programa das Nações Unidas para o meio ambiente), cuja
finalidade principal é o desenvolvimento da informação científica, técnica e socio-econômica que sejam
relevantes à compreensão da mudança climática mundial. Seus relatórios estão disponíveis em várias
línguas.
(Ver na BIBLIOGRAFIA, site do IPCC)
“iso-”
Prefixo de origem grega significando “igual”. Exemplos: isograma (linha num mapa ligando
pontos de iguais valores numéricos relacionados a determinado parâmetro); isohalino (linha num gráfico
ou mapa unindo pontos de mesmos valores de salinidade); isoieta (linha num gráfico ou mapa conectando
pontos de mesmos valores de precipitação); isomorfismo (similaridade superficial entre indivíduos de
diferentes espécies ou raças); isófago (predadores ou parasitas que são seletivos quanto a alimento ou
hospedeiros, mas que não são restritos a um só tipo de alimento ou de espécie hospedeira); isoterma
(linha num gráfico ou mapa conectando pontos de mesmos valores de temperatura).
“ISO 14.000 - INTERNATIONAL STANDARDIZATION / STANDARDS ORGANIZATION”
Organização Internacional de Normalização, ligada à ONU - Organização das Nações Unidas,
fixa normas e procedimentos técnicos de âmbito internacional para Gestão Ambiental (GA), conhecida
como ISO 14.000. Os estudos para sua criação começaram em 1992, a partir de um comitê técnico do
qual participaram representantes de 40 países, inclusive o Brasil, contribuindo nesse trabalho o segmento
industrial e as organizações normativas governamentais e não-governamentais. A ISO 14.000 envolve o
sistema de gestão ambiental e sua auditoria, os aspectos ambientais na padronização dos produtos e a
avaliação do desempenho ambiental. Assim sendo, os responsáveis pela produção de bens de consumo
poderão melhorar seus produtos preocupando-se com seus efeitos sobre o ambiente, levando em conta os
impactos ambientais gerados em cada fase do ciclo da produção de tais bens, incluindo sua possível
reciclagem.
ISOCIANATO DE METILA
(Ver BHOPAL, TRAGÉDIA DE)
ISOCLINO
Linha representativa da população de uma espécie, que une pontos indicadores da mesma taxa de
aumento dessa população.
(Ver “-clino” e ISOCLINO ZERO)
ISOCLINO ZERO
ISOCLINO ZERO = CRESCIMENTO ZERO
142
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Linha representativa da população de uma espécie, em que não ocorre crescimento nem redução
no número de indivíduos, admitindo que não ocorra migração. Na equação de Lotka-Volterra o isoclino
zero é dado por dN/dt = 0.
(Ver “-clino” e ISOCLINO)
ISOLAMENTO
A combinação de diversos fatores, muitas vezes relacionada aos distúrbios que um habitat sofre,
pode conduzir ao isolamento de uma (ou mais) determinada espécie de animal ou planta. O isolamento
geográfico (ou “ilhamento”) por exemplo, é fator importante na especiação alopátrica. O isolamento
ecológico ou genético (ou ainda reprodutivo), atua na especiação simpátrica.
(Ver ALOPATRIA e SIMPATRIA)
ITEROPARIDADE
Repetição do ciclo reprodutivo, ou seja, o evento da reprodução acontece várias vezes ao longo
da vida de uma espécie, aumentando suas chances de sobrevivência.
(Ver SEMELPARIÇÃO)
ITINERANTE
(Ver AGRICULTURA ITINERANTE)
“IUCN − INTERNATIONAL UNION FOR THE CONSERVATION OF NATURE”
União Internacional para a Conservação da Natureza. Organismo não-governamental que se
dedica à conservação da flora e fauna mundiais. Publica lista de espécies que correm risco de extinção.
A “IUCN” desenvolveu categorias para uso em trabalhos de conservação referentes ao status de
espécies e subespécies de animais: (i) extinta, (ii) em perigo, (iii) vulnerável, (iv) rara, (v) indeterminada,
(vi) insuficientemente conhecida, (vii) ameaçada e (viii) comercialmente ameaçada. E propôs critérios
para avaliar o status de declínio, níveis populacionais e tamanhos de faixas que reflitam aumentos no
risco de extinção; tais critérios incluem: (a) extinta, (b) extinta silvestre, (c) criticamente em perigo, (d)
em perigo, (e) vulnerável, (f) dependente de conservação, (g) baixo risco, (h) dados insuficientes, e (i)
não-avaliada.
“IUCN RED LIST” (ou LISTA VERMELHA DA “IUCN”)
Uma lista de espécies e subespécies de animais ameaçados de extinção; e também daquelas que
se saiba ou que se pense que estejam extintas da vida silvestre. É uma lista compilada pela “WCMC –
World Conservation Monitoring Centre” (Centro Mundial de Monitoramento da Conservação).
143
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
144
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
J/K
JARDIM BOTÂNICO
Coleção de plantas (silvestres, ornamentais etc...) mantidas em local adequado à sua preservação
e expostas à visitação pública.
(Ver HORTO FLORESTAL; e UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
JARDIM ZOOLÓGICO
Qualquer coleção de animais silvestres, mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e
expostos à visitação pública.
(Ver UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
JOANESBURGO (ou JOHANNESBURG), ENCONTRO DE
O encontro mundial de Joanesburgo (África do Sul) iniciou sua jornada em Nova York e depois
Bali (Indonésia). Reuniu 104 chefes de Estado, entre 26/agosto e 4/setembro/2002, tendo reconhecido a
crescente pobreza e degradação ambiental mundial, procurou obter a participação dos países desenvolvidos
para subsidiar os países em desenvolvimento, nos diversos pontos essenciais seguintes: água e sanitarismo,
energia sustentável, saúde, agricultura e silvicultura sustentáveis, restauração da pesca e combate à redução
da biodiversidade e à desertificação. Gerou como documento principal um Plano de Implementação,
prevendo para cada um dos itens acima mencionados prazos de atendimento que se estenderão até o ano
2020.
JOGO DO FALCÃO-POMBO
Tradução literal do inglês (“hawk-dove game”), expressão esta ainda não convencionada em
português, refere-se em estudo de comportamento animal às diferentes reações do falcão, como predador
voraz que se comporta de maneira egoísta, não partilhando a presa com nenhum outro indivíduo da
espécie e do pombo, que contrariamente, divide o que consegue como alimento, com os demais membros
da população. No caso do falcão está implícito o custo da contenda (luta) pela conquista do alimento,
enquanto o pombo tem uma estratégia altruísta de caráter mais “social”.
(Ver ALTRUÍSMO e EGOÍSMO (ou MALEVOLÊNCIA))
JORDAN
(Ver REGRAS ECOGEOGRÁFICAS)
JUNDUS
(Ver RESTINGA)
JUSANTE
Situado rio abaixo, ou seja, considerando-se a corrente fluvial em direção à foz (oposto de
montante).
(Ver MONTANTE)
“KATRINA”
(Ver EFEITO BUMERANGUE)
K - ESTRATEGISTA
(Ver ESTRATEGISTAS K e r)
“KRILL”
Crustáceo (da ordem Euphausiacea) marinho, pelágico, de pequeno tamanho (3 cm). A espécie
mais comum da Antártica (com 6 cm de comprimento), a Euphausia superba, é alimento básico de
muitos animais de grande porte (baleias, focas comedoras-de-caranguejo, as focas-leopardo), além de
outros animais (lulas, peixes e aves). Uma baleia azul ingere de 2 a 3 Mg (megagramas) de “krill” a cada
vez que se alimenta. Num m3 de água há cerca de 63.000 espécimes desse crustáceo. Na fase jovem o
“krill” prefere as águas profundas (de 700 a 1500m) para se desenvolverem, por serem mais quentes.
145
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
KYOTO (ou QUIOTO)
(Ver PROTOCOLO DE QUIOTO)
146
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
L
LAGO
Sistema limnológico (água continental), em depressão natural do solo, de grande extensão.
(Ver APÊNDICE VII – OS MAIORES LAGOS DO MUNDO)
LAGOA
Sistema limnológico (água continental), em depressão natural do solo, de pequena extensão.
LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO
Lagoa feita para reter efluentes (industriais e domésticos ou urbanos), onde são degradados
naturalmente por processos anaeróbios e/ou aeróbios, antes de serem lançados nos rios ou de serem
utilizados para outras finalidades (a vinhaça, ou vinhoto, por exemplo, após esse processo tem sido
utilizado como adubo orgânico, pelas usinas de cana-de-açúcar, num processo chamado de
“fertirrigação”).
LAGO ALOTRÓFICO
(Ver ALOTRÓFICO, LAGO)
LAGO AUTOTRÓFICO
(Ver AUTOTRÓFICO, LAGO)
LAGOS DE FERRADURA, DE MEANDRO ou CRESCENTE
(Ver MEANDROS)
LAGUNA
Diz-se geralmente do represamento de água salgada num braço de mar pouco profundo, entre
bancos de areia ou de um rio que não consegue desembocar no mar, ou ainda, um ajuntamento de água no
interior de um recife ou coral.
(Ver MACEIÓ)
“LA NIÑA”
(Ver CORRENTE “EL NIÑO”)
LARVA
Nos insetos holometabólicos larva é o estádio imaturo entre o ovo e a pupa.
LATÊNCIA
(Ver DORMÊNCIA; e DIAPAUSA)
LATERIZAÇÃO
(Ver LATOLIZAÇÃO)
LATOLIZAÇÃO
LATOLIZAÇÃO = LATERIZAÇÃO = FERRALITIZAÇÃO
Processo de formação de muitos solos tropicais, como por exemplo os latossolos, onde nutrientes
e compostos de sílica são lixiviados (carregados), deixando um material intemperizado e rico em
compostos de ferro (daí também o nome ferralitização) e alumínio (daí o nome alitização). A laterita (ou
laterito ou ferralito), rocha ferruginosa, por vezes com aspecto poroso e terroso com alto teor de óxidos de
ferro e de alumínio, aflora em certas regiões do Brasil como nos chapadões do centro-oeste, na floresta
amazônica, na chapada do Araripe (CE) e no litoral paraibano, em João Pessoa, na ponta do Cabo Branco,
apresentando-se como concreções e arenitos ferruginosos.
(Ver SILICATOS)
LATOSSOLOS
LATOSSOLO = OXISOL
Solos (antes classificados de oxisols, de acordo com classsificação dos E.U.A.) típico de clima
tropical e subtropical, profundo (> 2 m), muito intemperizado, baixa fertilidade, com grande quantidade
147
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
de sesquióxidos de Fe e Al, ácido (pH < 5,0). Os latossolos apresentam, em geral, baixos teores de Ca e
Mg (inferior a 3 cmol/kg ou me/100g). Seus principais tipos são: Roxo, Amarelo, Vermelho-Amarelo,
Vermelho-Escuro, Latossolo Bruno, Vermelho-Escuro variação Una...
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
LAURASIA
(Ver PANGÉIA (ou PANGAEA); e REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
LC50
(Ver DOSE LETAL)
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Conjunto de regulamentos jurídicos dirigidos às atividades antrópicas que inteferem ou afetam a
qualidade do meio ambiente.
Com relação a crime ambiental, ato que degrade, danifique e que enfim comprometa a existência
e/ou a qualidade do patrimônio ambiental brasileiro, sendo seus responsáveis punidos conforme as leis
vigentes, é digno de nota a nova Lei 9.605/98, que deveria estar em vigor desde 1º de abril de 1999, mas
teve sua efetividade suspensa por medida provisória (1.170) por um período que poderá chegar a 10 anos.
Sua suspensão, permeará a ação degradadora de reincidentes, acobertando aqueles que adotam o princípio
de que “é mais econômico e rentável degradar, do que conservar”. A nova lei firmaria compromissos de
obediência às inúmeras leis e resoluções (do CONAMA) já existentes, em especial a Lei nº 6.938/81
(instituindo o SISNAMA e a Política Nacional do Meio Ambiente; Ver CONAMA), contribuindo com
maior eficácia no estabelecimento de sanções severas administrativas, civis e penais às pessoas físicas e
jurídicas que praticam ação lesiva ao nosso patrimônio ambiental. O Governo Federal, na gestão do
Exmo. Sr. Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, aceitou a “explicação” (“diferente de
justificativa”) de que inúmeros empreendimentos não teriam condições de atender às leis de proteção
ambiental, sendo então adiada a aplicação da nova lei, com o compromisso dos infratores de que
protocolariam nos órgãos ambientais de sua jurisdição, a intenção de ajuste de conduta.
(Ver CÓDIGO FLORESTAL; e CONAMA)
LEI
(Ver CONJETURA, HIPÓTESE, LEI e TEORIA)
LEI ALOMÉTRICA
(Ver ALOMETRIA)
LEI DA CONSTANTE DE EXTINÇÃO (ou LEI DE VAN VALEN)
Lei empírica estabelecendo que para qualquer grupo de organismos relacionados que
compartilhem condições ecológicas comuns, há uma constante de probabilidade de extinção de qualquer
taxon por unidade de tempo.
LEI DA POTÊNCIA DOS TRÊS MEIOS (-3/2)
Refere-se, segundo os ecólogos vegetais, à relação entre os logaritmos da biomassa (ou da média
de peso (w)) e a densidade de uma população de plantas (d), com uma inclinação de aproximadamente 3/2. A equação representativa é:
log w = logc - 3/2 log d
onde c é uma constante.
Segundo seus introdutores, esta lei aplica-se às populações que, em crescimento, sofrem
raleamento (declínio progressivo na densidade ou “self-thinning”, em inglês). Esta inclinação de -3/2 na
verdade indica que nesta população em crescimento e raleamento, a sua média de peso (ou biomassa)
aumenta mais rápido do que sua densidade diminui.
LEI DA TERMODINÂMICA
Sao duas as leis da termodinâmica que se aplicam a diversos processos ou fenômenos
ecológicos. A primeira diz respeito à conservação da energia, ou seja, a energia não é criada nem
destruída; ocorrem transformações de uma forma de energia para outra forma. A segunda refere-se à
transferência espontânea de energia de um corpo mais “quente” para um mais “frio”, referindo-se também
à eficiência, que não é de 100%, quando ela passa de uma forma para outra. Na transformação da energia
solar em energia química na cadeia alimentar e na transferência desta energia de um nível trófico para
outro, observa-se a aplicação destas duas leis.
(Ver FLUXO DE ENERGIA)
LEI DA TOLERÂNCIA
LEI DA TOLERÂNCIA = LEI DE SHELFORD
Todos os seres vivos têm um limite mínimo e um limite máximo ecológicos, entre os quais situase a sua faixa de tolerância às condições ambientais e onde se encontra também, o seu ótimo ecológico. O
gráfico que segue representa os limites de tolerância e ótimos ecológicos de organismos esteno e
euritérmicos.
148
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Desenvolvimento
Ótimo
ecológico
euritérmico
estenotérmico
10
estenotérmico
20
30
40
Temperatura, em oC
(Ver AMPLITUDE ECOLÓGICA)
LEI DE HARDY-WEINBERG
(Ver EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG)
LEI DE LIEBIG
(Ver LEI DO MÍNIMO)
LEI DE SHELFORD
(Ver LEI DA TOLERÂNCIA)
LEI DO MÍNIMO
LEI DO MÍNIMO = LEI DE LIEBIG
O crescimento de um organismo está sempre dependente do nutriente que se apresenta na
quantidade mínima disponível.
Em condições estáveis, os elementos que mais se aproximam do mínimo crítico necessitado pelo
organismo são os que tenderão a tornar-se os fatores limitantes ao crescimento desse organismo.
Recomenda-se que este conceito se restrinja aos elementos químicos (oxigênio, fósforo,
nitrogênio etc) necessários à fisiologia e reprodução dos organismos. Os outros fatores ambientais
(temperatura, luz) devem ser incluídos no conceito de tolerância.
(Ver FATOR LIMITANTE)
LEITO FLUVIAL
Canal natural por onde flui um rio, em períodos normais. Seu “leito maior” diz respeito ao canal
por onde ele flui nos períodos de cheia e o “leito menor” ao canal ocupado no período de águas baixas.
LENÇOL FREÁTICO
LENÇOL FREÁTICO = ÁGUA SUBTERRÂNEA
Acúmulo de água abaixo do solo propriamente dito (parte desintegrada) e geralmente sobre
camada de rocha subterrânea. Algumas plantas, como as do cerrado, lançam raízes que alcançam o lençol
freático, a mais de 15 m de profundidade.
LENTICELA
Tecido especial existente em algumas plantas, com estrutura e função apropriadas para a troca
gasosa entre a planta e o meio. Ocorre em raízes tabulares (sapopemas) de algumas plantas terrestres e
nas raízes de plantas do mangue.
LÊNTICO
Relativo às águas paradas (lagos, águas represadas em geral...). Os organismos que aí vivem são
chamados de lênticos.
(Ver LÓTICO)
LEPTOCÚRTICA, TRANSMISSÃO
(Ver PARASITISMO)
LEVEDURA
Fungo unicelular que se reproduz assexuadamente por brotamento. O Saccharomyces cerevisae,
utilizado na fermentação do caldo de cana-de-açúcar (fabricação do álcool) e da cerveja, é uma levedura.
A maioria dos levedos são do grupo dos ascomicetos; têm por habitat o solo.
(Ver BOLOR; e DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
149
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
LIANA
Trepadeira lenhosa. Planta (ou cipó) que se desenvolve, tendo geralmente uma árvore por
suporte de sustentação. É portanto, uma epífita.
LIBERAÇÃO ECOLÓGICA
Processo ligado à expansão de habitat. Refere-se à observação de que em ilhas, normalmente há
menos espécies do que em áreas continentais comparáveis, embora essas espécies insulares tenham maior
densidade e se expandam em habitats que, no caso do continente, seriam preenchidos por outras espécies.
Esses fenômenos são, no conjunto, denominados de liberação ecológica.
LIEBIG
(Ver LEI DO MÍNIMO)
LIGNINA
Carboidrato complexo que se deposita na parede celular das plantas, constituindo
fundamentalmente a madeira das árvores e as fibras de muitas plantas. Cerca de 1/4 de toda a fitomassa
da biosfera é lignina.
LIGNÍVORO
LIGNÍVORO = XILÓFAGO
Ser que se alimenta de madeira; como o cupim.
LIGNOCELULOSE
Forte ligação de lignina e celulose, bastante resistente à decomposição microbiana. O bagaço de
cana-de-açúcar é rico em lignocelulose.
LIGNOLÍTICO (ou LIGNINOLÍTICO)
Diz-se do processo em que enzimas específicas decompõem a lignina.
(Ver ENZIMAS DO SOLO)
LIMIAR DE AÇÃO DE CONTROLE (DE PRAGA)
(Ver DANO ECONÔMICO)
LIMITANTE
(Ver FATOR LIMITANTE; e SIMILARIDADE LIMITANTE)
LIMITE DE SIMILARIDADE
Alguns ecólogos desenvolveram modelos que sugerem que existe um limite à similaridade entre
competidores que coexistem. Numa das fórmulas sugeridas para representação desse limite, a condição
que mostra tal limite é: d/w>1, onde d é a distância (num gráfico representativo da utilização de recursos,
como alimento, por exemplo) entre os picos de uso do recurso por cada espécie competidora e w é o
desvio padrão (ou grosseiramente, “largura relativa”) das curvas de uso do recurso. Esta representação
seria muito simplória para uma universalidade desse limite de similaridade, admitem os autores.
Um “ótimo de similaridade” também é uma expressão utilizada por alguns autores que
consideram ser este ponto importante, ou seja, é um nível de similaridade entre espécies competidoras
que, se em excesso ou carência, prejudicará o “fitness” de uma dessas espécies.
LIMITE DE TOLERÂNCIA
(Ver AMPLITUDE ECOLÓGICA)
LIMNÉTICO
(Ver ZONA LIMNÉTICA)
LIMNOCICLO
(Ver BIOSFERA)
LIMNOLOGIA
Literalmente, limnologia (do grego “limnos” = lago e “logos” = estudo) é o estudo dos lagos.
Genericamente a limnologia é o estudo dos ecossistemas não-marinhos, continentais ou epicontinentais,
geralmente dulciaqüícolas (de água doce).
O prefixo “limno” é aplicado a tudo que se refere a tais ambientes, como limnoplâncton,
organismo limnético etc.
LIMO
(Ver TEXTURA DO SOLO)
LINCOLN, ÍNDICE DE
(Ver ÍNDICE DE LINCOLN (ou CAPTURA-MARCAÇÃO-RECAPTURA (MÉTODO DE))
LINHAGEM
LINHAGEM = CEPA = CLONE
População, de células, proveniente (descendente) de uma mesma (única) célula.
Termo muito utilizado em microbiologia. Uma linhagem de bactéria isolada do solo, por
exemplo, gera numa cultura em placa de Petri, uma colônia de células com reações metabólicas idênticas.
(Ver CLONE; e CLONAGEM)
150
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
LIPOFÍLICO
Com afinidade por gordura. Que se acumula nos tecidos adiposos.
(Ver BIOMAGNIFICAÇÃO)
LIPOSSOLÚVEL
(Ver ORGANOCLORADO)
LÍQUEN
Associação mutualística entre alga e fungo. A alga fotossintetiza, produzindo carboidratos e
fixando N2; o fungo absorve água e supre a associação com nutrientes. Os líquens são populações
pioneiras em rochas e minerais, participando do intemperismo e do processo de sucessão ecológica.
Sua sensibilidade a poluentes atmosféricos permite seu uso como indicador ecológico nos locais
sujeitos à poluição industrial (do ar), provavelmente porque o SO2 inibe o processo fotossintético no
ficobionte. De alguns líquens extraem-se certos medicamentos.
LITORAL
(Ver ESTIRÂNCIO; e APÊNDICE IV– ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
LITOSFERA
Porção da crosta da Terra que compreende as camadas de rocha e solo. Junto com os corpos de
água forma a hidro-litosfera.
LITÓTROFO
(Ver QUIMIÓTROFO)
LITOSERE
Diz-se da “sere” cuja vegetação se desenvolve sobre rocha.
(Ver OXISERE; PSAMOSERE; e XEROSERE)
“LITTER”
(Ver NECROMASSA)
LIXÃO
Designação geral de local onde é depositado todo o lixo de uma cidade, geralmente “a céu
aberto”.
(Ver ATERRO SANITÁRIO)
LIXIVIAÇÃO
Um tipo de lavagem do solo ocasionada geralmente pela chuva. Neste processo os nutrientes
percolam no solo, indo para profundidades maiores, podendo ou não serem reutilizados pelas plantas.
O processo de lixiviação empobrece o solo, carregando nutrientes e microrganismos importantes
à vida das plantas.
(Ver BIOLIXIVIAÇÃO; EROSÃO; e “RUNOFF”)
LODO ATIVADO
Floculação que comumente ocorre em efluentes ou em água parada, onde o O2 dissolvido
permite a proliferação de bactérias como a zooglea e outros organismos, principalmente protozoários.
(Ver ZOOGLEA)
LOGÍSTICA
(Ver EQUAÇÃO LOGÍSTICA)
LÓTICO
Relativo às águas correntes (rios, riachos, córregos, corredeiras, cachoeiras...). Os organismos
que aí vivem são chamados de lóticos.
(Ver LÊNTICO)
LOTKA-VOLTERRA
(Ver MODELO DE LOTKA-VOLTERRA)
LUVISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
151
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
152
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
M
MAC
(Ver METABOLISMO ÁCIDO DAS CRASSULÁCEAS)
MaCARTHUR E WILSON
(Ver TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DE ILHAS)
MACEIÓ
Ajuntamento de água no litoral, causado pelas marés altas, adicionado de água de chuva.
(Ver LAGUNA)
MACROARTRÓPODO
Denominação dada a diversas espécies de animais, alguns deles vivendo na necromassa
acumulada sobre o solo, pertencentes a diversas ordens (Isopoda).
MACROBIOTA
(Ver BIOTA)
MACROCLIMA
O clima de uma região ampla, em oposição ao microclima. As condições climáticas de um
ecossistema ou de um bioma.
(Ver MICROCLIMA)
MACROCONSUMIDOR
Organismo heterotrófico, em especial um animal, que se alimenta de outros organismos, vivos.
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
MACROFAUNA
(Ver MESOFAUNA)
MACRÓFITAS (AQUÁTICAS)
Admitem-se estas plantas como, evolutivamente, retornadas do ambiente terrestre para o
aquático, apresentando portanto ainda, algumas características dos vegetais superiores terrestres (cutícula
fina, estômatos quase sempre não-funcionais). Mencionam-se os seguintes grupos ecológicos de
macrófitas (com alguns exemplos de gêneros): 1) Aquáticas submersas: enraizadas no sedimento e com
folhas acima da superfície da água (Typha, Pontederia...); 2) Aquáticas com folhas flutuantes: enraizadas
no sedimento e com folhas flutuando na superfície (Nymphaea, Victoria...); 3) Aquáticas submersas
enraizadas: raízes fixas no sedimento e folhas submersas (Elodea, Potamogeton...); 4) Aquáticas
submersas livres: rizóides pouco desenvolvidos, flutuantes submersas (em locais sem turbulência)
(Urticularia...); 5) Aquáticas flutuantes: flutuando na superfície da água (Eicchornia, Salvinia...).
MACROFITÓFAGO
(Ver FITÓFAGO)
MACRONUTRIENTES
(Ver NUTRIENTES)
MACROPARASITA
Parasita, macroscópico, que se desenvolve no hospedeiro, multiplicando-se através de estádios
infectivos que, após liberados do organismo do hospedeiro, infecta novo hospedeiro. Incluem-se aqui os
helmintos (ou vermes) que infestam o aparelho digestivo de animais, assim como pulgas, piolhos,
carrapatos e até mesmo fungos, que atacam animais. Há também os macroparasitas de plantas, como
certos fungos e plantas que parasitam outras plantas.
MAGNIFICAÇÃO BIOLÓGICA
(Ver BIOMAGNIFICAÇÃO)
153
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
MALATION
(Ver ORGANOFOSFORADO)
MALEVOLÊNCIA
(Ver ALTRUÍSMO e EGOÍSMO (ou MALEVOLÊNCIA))
MANANCIAL
Água (de rio, lago, nascente, lençol freático) utilizada para consumo humano.
MANCHAS (ou SÍTIOS)
(Ver REFÚGIOS)
MANEJO AMBIENTAL
Manipulação pelo homem, dos recursos naturais renováveis, aplicando princípios ecológicos e
respeitando as características florísticas, faunísticas, edáficas e de suas fontes de água, garantindo assim
sua perpetuidade.
À manipulação da parte viva, exclusivamente, dá-se o nome de “manejo biológico”.
MANEJO BIOLÓGICO
(Ver MANEJO AMBIENTAL)
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS
(Ver MIP)
MANEJO SUSTENTADO
MANEJO SUSTENTADO = MANEJO SUSTENTÁVEL
Refere-se, geralmente, ao sistema de exploração de madeira numa floresta natural, onde são
retiradas algumas árvores em “ponto ideal de abate” e esse trecho desbastado é deixado para que se
regenere naturalmente.
(Ver DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)
MANEJO SUSTENTÁVEL
(Ver MANEJO SUSTENTADO)
MANGUE
MANGUE = MANGUEZAL
A
denominação
mangue,
refere-se
especificamente a cada uma das árvores típicas do
ecossistema de manguezal que ocorre no litoral, restrito
ao alcance das marés alta e baixa, formado no estuário
de um rio, na conjunção deste com o mar. Porém, o
termo mangue tem sido usado indistintamente de
manguezal. Espécies vegetais típicas: manguevermelho, Rhizophora mangle, formando grandes raízes
escoras arqueadas (ver na foto ao lado) cujos frutos
apresentam viviparidade (a semente germina quando
ainda no fruto); mangue- branco, Laguncularia
racemosa, distinguindo-se pelos pecíolos vermelhos;
mangue- siriúba, Avicennia sp. As maiores “florestas de
mangue” ocorrem na Malásia, Índia, Brasil, Venezuela,
Nigéria e Senegal. No Brasil estima-se que os
manguezais ocupam cerca de 25.000 km2.
As características dos solos de mangue e duna
estão representadas comparativamente no quadro
seguinte (LAMBERTI, 1969):
CARACTERÍSTICA
Argila (%)
Limo (%)
Areia fina (%)
Areia grossa (%)
pH
C:N
C (g/100 g)
Ca
Mg
K
S (e.mg)
PO4
DUNA
----100
--7,3
8
0,08
0,68
0,71
0,41
2,8
0,09
154
MANGUE
18
35
42
--4,85
27,4
12,6
10,09
5,75
3,38
109,22
0,7
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
MANGUEZAL
(Ver MANGUE)
MANTA HÚMICA
(Ver NECROMASSA)
MARCAÇÃO-RECAPTURA, MÉTODO DE
Nesta denominação, está implícito no termo “recaptura” que o método poderia ser também
chamado de “captura-marcação-recaptura”. Este é um método utilizado para se estimar o tamanho de uma
população animal. Capturam-se alguns animais, que são marcados ou etiquetados e depois são soltos.
Após um determinado tempo (suficiente para que se recuperem de qualquer trauma sofrido com a
captura), são recapturados. Exemplo, de acordo com RICKLEFS (2007): 20 peixes são capturados num
pequeno lago com população de N peixes de certa espécie e são marcados (M) com etiquetas de fácil
visualização. A proporção de peixes marcados para não-marcados no lago é M/N. Após os peixes
marcados terem se dispersado na população, qualquer amostragem posterior feita, deve incluir indivíduos
marcados nessa proporção M/N. Suponhamos que após alguns dias, capturemos 50 peixes, tendo 6 deles a
etiqueta que neles colocamos. O número de recapturas, tido como x, na segunda amostragem, é o produto
do tamanho dessa amostra (n) vezes a proporção de indivíduos marcados, na população, ou seja: x =
nM/N. O rearranjo desta equação nos forneceria o elemento que falta, ou seja, o tamanho da população: N
= nM/x. No nosso exemplo seria então: N = 50(20)/6 = 167.
(Ver ÍNDICE DE LINCOLN (ou CAPTURA-MARCAÇÃO-RECAPTURA, MÉTODO DE)
MARÉ, POÇA
(Ver POÇA DE MARÉ)
MARÉ ALTA
(Ver PREAMAR)
MARÉ BAIXA
(Ver BAIXA-MAR)
MARÉ DE SIZÍGIA
Maré de grande amplitude, que se segue ao dia de lua cheia ou de lua nova.
MARÉ VERMELHA
Fenômeno causado esporadicamente no mar por dinoflagelados principalmente, cujas toxinas
conduzem à morte de peixes e outros animais. A denominação “paralisia por envenamento com
moluscos” refere-se à ingestão desse animal, que tenha sido contaminado pelas toxinas de dinoflagelados
associados à maré vermelha.
(Ver “BLOOM”)
MARGINAL
(Ver TEOREMA DO VALOR MARGINAL)
MARICULTURA
(Ver AQÜICULTURA)
MASSAPÊ
Tipo de solo, comum no recôncavo baiano e em alguns outros locais do litoral nordestino, de
constituição argilosa, ocorrendo calcário e acúmulo de matéria orgânica, bastante fértil e por isso muito
utilizado para o cultivo da cana-de-açúcar.
MATA
Designação genérica, dada a toda cobertura vegetal com predominância de árvores. Quando a
vegetação é homogênea (uma só espécie), fala-se especificamente o nome de seu componente dominante;
ex.: mata de eucalipto, mata de pinheiro etc. Em alguns ecossistemas utiliza-se este termo para definir sua
característica principal; ex.: mata de cipó, como a encontrada em área próxima do rio Tocantins, na
amazônia.
(Ver MATA ÚMIDA)
MATA ATLÂNTICA
MATA ATLÂNTICA = FLORESTA LATIFOLIADA TROPICAL ÚMIDA DA ENCOSTA
Ecossistema que ocupa as encostas voltadas para o mar, estendendo-se do litoral do Rio Grande
do Norte ao do Rio Grande do Sul, beneficiando-se das influências climáticas do oceano Atlântico, daí
seu nome. Segundo vários autores, é tão rica em espécies vegetais quanto a amazônica, embora suas
árvores sejam um pouco mais baixas (20 ou 30 m). Segundo informações da Fundação SOS Mata
Atlântica, em 1 ha dessa mata, no estado do Espírito Santo (Estação Biológica de Sta. Lúcia), foram
encontradas 476 espécies arbóreas, pertencentes a 178 gêneros e 66 famílias; sendo este o recorde de
biodiversidade de árvores de florestas do mundo.
As fotos que seguem (de documento sobre a Mata Atlântica, sem dados da publicação) ilustram
trecho de mata atlântica e animal típico, endêmico deste bioma, o guariba ou barbado (Alouatta fusca):
155
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Espécies vegetais típicas: jacarandá, Dalbergia nigra; peroba, Aspidosperma sp; jatobá,
Hymenaea sp; vinhático, Plathymenio reticulata; cupiúba, Tapirira guianensis; massaranduba, Manilkara
salzmanii e outras. Entre os animais, destacam-se as espécies dos seis gêneros de primatas originários da
mata atlântica (Callithrix, Leontopithecus, Callicebus, Cebus, Alouatta e Brachyteles).
MATACÃO
(Ver TEXTURA DO SOLO)
MATA CILIAR
MATA CILIAR = MATA DE GALERIA
Mata que margeia rio, riacho ou córrego, beneficiando-se da disponibilidade de água e nutrientes
que se acumulam nas margens. Reciprocamente, a mata ciliar beneficia o curso d’água que margeia,
protegendo as margens contra erosão, evitando assoreamento.
MATA DE ARAUCÁRIA
(Ver FLORESTA ACICULIFOLIADA)
MATA DE GALERIA
(Ver MATA CILIAR)
MATAS SERRANAS
Ecossistemas comumente encontrados em regiões onde se faz sentir o efeito da altitude,com
maior umidade e temperatura mais amena, apresentando, no estado da Paraíba, algumas espécies vegetais
da mata úmida e, em certos locais, espécies da caatinga. Exemplos: violeta, Dalbergia cearensis; pau
d’óleo, Copaifera nitida; paraíba ou simaruba, Simarouba amara, entre outras.
MATA ÚMIDA
Designação geral para os ecossistemas com vegetação densa, encontrados no litoral (mata
atlântica) e no brejo paraibano. Tem sido bastante destruída, cedendo hoje lugar a cultivos como o da
cana-de-açúcar.
Na mata úmida ocorriam em abundância: louro, Ocotea glomerata; jatobá, Hymenaea martiana;
sucupira, Bowdichia virgilioides; e o quase extinto pau-brasil, Caesalpinia echinata.
MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO
(Ver M.O.S.)
MATÉRIA SECA
Refere-se, geralmente, à matéria orgânica desprovida de água. É obtida por secagem do material
fresco, seco em estufa a 105°C.
MATO
Designação genérica, dada a praticamente qualquer tipo de área com cobertura vegetal natural.
Na região nordeste do Brasil tem certa conotação pejorativa, como por exemplo nas expressões “morar no
mato” (viver à parte do mundo civilizado), estar “coberto ou tomado pelo mato” (desprezado,
abandonado) ou “jogar no mato” (jogar no lixo, desejando-se descartar-se de algum objeto).
MATRIZ DE HORN
Matriz de probabilidades de reposição (“replacement”, em inglês) num ecossistema florestal,
proposta por H.S.Horn. O quadro que segue ilustra, simplificadamente, esta matriz, de acordo com
BEGON et al. (1990):
156
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
OCUPANTE ATUAL
Bétula cinza
0,05
0,01
0,0
0,0
OCUPANTE (50 ANOS EM DIANTE)
Goma-preta
Bordo vermelho
0,36
0,50
0,57
0,25
0,14
0,55
0,01
0,03
Faia
Bétula cinza
0,09
Goma-preta
0,17
Bordo vermelho
0,31
Faia
0,96
Obs.:
a) O bordo vermelho dominará rapidamente, enquanto a bétula cinza desaparecerá.
b) A faia aumentará vagarosamente, predominando posteriormente, enquanto goma-preta e bordo
vermelho persistirão com abundância baixa.
c) Em resumo, há 5% de chance de que um local presentemente ocupado por bétula cinza
permanecerá assim nos próximos 50 anos; 36% de chance de que goma-preta a substituirá, 50% de que
seja o bordo vermelho e apenas 9% de que seja faia.
MATRIZ DE INTERAÇÃO
Um método básico de avaliação de impacto ambiental em que se elabora uma matriz que
apresenta num dos eixos os fatores ambientais e no outro as ações referentes a um determinado projeto.
Na interseção das linhas e colunas são assinalados os prováveis impactos de cada ação. É uma visão do
conjunto dos impactos previstos.
MEANDROS
MEANDROS = “ALTWASSER” = LAGOS DE FERRADURA, DE MEANDRO ou
CRESCENTE = “OXBOW LAKES” = RIOS MEÂNDRICOS
São tidos como meandros as modificações de reestruturação dos leitos dos rios, em decorrência
principalmente da redução do seu fluxo. A diminuição da velocidade da água ou da declividade,
proporciona acúmulo de sedimento, podendo ocorrer erosão lateral com formação de vales e/ou várzeas.
As sinuosidades acentuadas de alguns rios, ou “meandros divagantes”, podem levar à formação de lagos
periféricos ou de lagos em forma de ferradura (ou de cangalho, conforme a tradução literal de “oxbow
lake”, expressão inglesa).
MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO
Conhecido também como MDL, foi concebido pelo Protocolo de Quioto (ou Kyoto) para
auxiliar no processo de redução de emissões de CO2 por parte dos países signatários (países do Anexo I).
Consiste na negociação num mercado mundial do CO2 retirado ou não-emitido por um país em
desenvolvimento. O MDL fundamenta-se em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e
conservação de energia ou reflorestamento.
(Ver PROTOCOLO DE QUIOTO (ou KYOTO))
MECANISMOS DE ISOLAMENTO (INTRÍNSECO e EXTRÍNSECO)
(Ver SIMPATRIA)
MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE DNA
(Ver TRANSFERÊNCIA DE DNA)
MEDIDAS CORRETIVAS
Medidas que devem ser tomadas para eliminar um agente causador de impacto (um poluente ou
um agente de degradação) num determinado ambiente. Elas são muito comuns nos relatórios de impacto
ambiental.
MEDIDAS MITIGADORAS
Medidas destinadas a amenizar impacto ambiental ou para prevení-lo.
“mega-”
Prefixo de origem grega significando “grande; maior do que o comum”. É representado
matematicamente pr 1 X 106, como por exemplo o megagrama (ou Mg) = 1.000.000 g = 1.000 kg ou 1
tonelada (métrica). O megagrama é portanto, a nova denominação da tonelada no sistema SI.
MEGAFAUNA
(Ver MESOFAUNA)
MEIA-VIDA
Refere-se especificamente à atividade de material radioativo, ou seja, um nuclídeo radioativo que
se reduz à metade num determinado tempo. O carbono radioativo ou C14 leva 5.740 anos para se reduzir à
metade, ou seja, nesse tempo metade dele se transforma em C12. Este elemento tem sido utilizado na
datação de fósseis.
MEIO AMBIENTE
Reunião do ambiente físico e seus componentes bióticos.
157
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
A expressão “meio ambiente” é considerada por alguns autores como dúbia e pleonástica e como
tal, inclui dimensões muito amplas com conotações econômicas, sócio-culturais e de segurança, inerentes
ao ambiente humano.
MELANISMO / MELANÍSTICO
Aumento na intensidade de pigmentação de cor negra ou escura, num organismo, grupo ou
população. A poluição industrial poderá gerar um aumento na freqüência de organismos melânicos em
habitats sujeitos às influências de tal atividade antrópica; chamando-se isso de melanismo industrial. O
termo melanístico é uma adjetivação de melanismo.
MERDÍVORO
(Ver COPRÓFAGO)
“mero-”
Prefixo de origem grega significando “parte; em parte; incompleto”. Ex.: meroneuston
(organismo que vive parte do seu ciclo vital no neuston); meroparasita (um parasita parcial ou facultativo
que pode viver na ausência do hospedeiro); meropelágico (que é membro temporário da comunidade
pelágica); meroplâncton (temporariamente da comunidade planctônica).
MEROMÍTICOS, LAGOS
São lagos cuja circulação não alcança toda a coluna d’água. Diz-se que o lago meromítico está
permanentemente estratificado devido à presença de um gradiente de densidade (picnoclino), resultante
da estratificação química.
(Ver HOLOMÍTICOS, LAGOS)
“meso-”
Prefixo de origem grega significando “meio; intermediário”. Há muitos verbetes neste glossário
que se iniciam por este sufixo. Além dos verbetes que figuram neste glossário, eis alguns outros
exemplos: metalófita (planta que medra em ambientes onde o substrato contém níves elevados de metais);
metatrófico (é um organismo que utiliza nutrientes orgânicos como fontes de carbono e nitrogênio);
metanímico (é o que pertence a um riacho (córrego) temporário); metabiose (é uma simbiose entre dois
organismos, um dos quais habita um ambiente preparado pelo outro).
MESOFAUNA
Mesofauna ou macrofauna é a fauna composta por organismos medindo entre 0,5 m e 2,5 m.
Com relação aos invertebrados do solo, alguns autores chamam de mesofauna ou macrofauna,
aqueles animais medindo entre 2 mm e 20 mm de largura do corpo e de megafauna, os animais com
largura superior a 20 mm.
MESÓFILO
Termo geralmente aplicado para definir microrganismos cuja temperatura ótima para seu
crescimento está entre 25°C e 37°C; muitos deles podem viver entre 0°C e 40°C. Usa-se também a
denominação mesofílico, significando o organismo que vive em condições ambientais moderadas.
Mesófilo é também, em ecologia vegetal, uma classe de tamanho de folhas (de 2025 a 18.225 mm2 de
área foliar) na classificação de Raunkiaer.
MESÓFITA
Planta que vive num habitat onde as condições de umidade e aeração permanecem entre os
extremos (de escassez ou de excesso).
MESOPELÁGICO
(Ver ZONA MESOPELÁGICA)
MESOSFERA
Camada da esfera do planeta Terra situada entre 40 e 80km de altitude. Segue-se a mesopausa
(80 a 90km).
MESOTRÓFICO, LAGO
Lago com características intermediárias entre o eutrófico e o oligotrófico.
(Ver EUTRÓFICO; e OLIGOTRÓFICO)
“meta-”
Prefixo de origem grega significando “médio”, mas na maioria das palavras a que antecede, ele
expressa noção de “compartilhar; ação em comum; seguir; questionar; mudar (de lugar, condição, ordem
ou natureza)”. Além dos termos que seguem, das áreas de ecologia e ciências ambientais, este prefixo tem
inúmeras outras ocorrências, como por exemplo: metafisiologia (sugerido por G.H. Lewes, significando
uma doutrina de vida e fenômenos vitais que se baseariam em princípios, fora de e mais elevados do que
os da fisiologia e do organismo material); metaquímica (a química do supersensível); metafísica (alguns
consideram uma analogia à alusão daquilo que transcende o físico); e muitos outros. Este prefixo não
deve ser confundido com o termo da química relacionado a compostos de carbono.
158
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
METABOLISMO
O conjunto de todas as reações químicas que ocorrem no interior de uma célula ou de um
organismo. Dá-se o nome de metabólito ao composto sintetizado no metabolismo.
(Ver ANABOLISMO; e CATABOLISMO)
METABOLISMO ÁCIDO DAS CRASSULÁCEAS – MAC
Plantas (das famílias Crassulaceae e Bromeliaceae), epífitas geralmente, que evitam abrir os
estômatos durante o dia para absorver o CO2 (quando a umidade do ar é baixa e a perda d’água seria
grande) e só o fazem durante a noite. O CO2 absorvido é transformado em malato (processo de
carboxilação, por ação de enzimas) e durante o dia, na presença de luz, ocorre a descarboxilação (também
por enzimas) liberando o CO2, podendo a planta assim continuar o processo fotossintético.
METABÓLITO
Substância produzida por um organismo a partir de processos metabólicos.
Fala-se em metabólito primário, produzido e utilizado pelo próprio organismo e em metabólito
secundário, produzido pelo organismo mas que não é por ele utilizado diretamente.
(Ver DEFESA QUÍMICA)
METAGENÔMICA, ANÁLISE
Sistema de análise introduzido em microbiologia na década de 1990, em que se efetua análise
genômica de uma população ou de comunidades de microrganismos existentes num determinado
compartimento do ambiente, por exemplo, no solo, evitando o processo de cultivo de microrganismos, em
que nem todo microrganismo pode ser cultivado. O termo análise “metagenômica” foi cunhado para
designar o sentido de análise de um conjunto de componentes similares mas não idênticos, de um certo
compartimento do ambiente. O processo da análise metagenômica envolve o isolamento de DNA de uma
amostra do ambiente (por exemplo, uma amostra de solo, como um todo) gerando DNA genômico
heterólogo, clonagem de DNA num vetor apropriado (Escherichia coli, DH10B), transformação dos
clones numa bactéria hospedeira e “screening” dos transformantes resultantes (como por exemplo, o
“screening” de marcadores filogenéticos ou “âncoras”, tais como o 16S rRNA e o recA.
Vários trabalhos com tal análise metagenômica funcional têm sido realizados para identificar
novos antibióticos e genes de resistência a antibióticos, além de transportadores e enzimas degradadoras.
A biblioteca de DNA de solo, obtida por exemplo nos E.U.A., conseguiu apenas 29 clones que
expressavam uma certa atividade (hemolítica) dos 25.000 clones isolados. Dificuldades e desafios ainda
são muitos, conforme descritos em revisão de HANDELSMAN (2004).
METAHEMOGLOBINEMIA
METAHEMOGLOBINEMIA = METEMOGLOBINEMIA
Problema causado geralmente em mamíferos (inclusive no ser humano e principalmente em
crianças) pela ingestão de nitratos, que no sangue, impedem a hemoglobina de absorver oxigênio,
asfixiando o indivíduo. Alta concentração de nitratos ou nitritos no alimento podem causar este problema.
(Ver NITROSAMINAS)
METALIMNIO
Camada ou zona de profundidade aquática, com temperatura rapidamente mutável; segue, em
direção ao fundo, ao hipolimnio (ver figura no verbete EUTRÓFICO).
METAL PESADO
Elemento químico, de peso atômico elevado, geralmente tóxico aos seres vivos e por isso
considerado poluente. Entre os principais elementos metálicos encontrados em muitos efluentes,
destacam-se: Sn, Pb, Hg, Cu, Cd, Cr, Co, As, Zn, Sb, Ce e Bi. Observe-se que o termo é muito amplo e
por isso são aqui incluídos o arsênio, assim como alguns também incluem o berilo (Be) e o selênio (Se),
que não são metais.
METAMÓRFICAS, ROCHAS
(Ver ROCHAS)
METANO (CH4)
Gás, inflamável, que participa ativamente do efeito estufa. Emana de diversas fontes, sendo as
principais: lodo, regiões pantanosas (mangues, brejos, arrozais ...), estômago dos ruminantes, flatulência
de diversos animais (incluindo-se o ser humano). Estima-se que somente dos arrozais emanam 20% de
metano do total mundial (que é estimado em ±520 Tg de CH4/ano.
(Ver EFEITO ESTUFA e RUMINANTES)
METANOGÊNESE
Processo de produção de metano (CH4) efetuado por grupo altamente especializado de bactérias
anaeróbias obrigatórias (metanógeno), usando CO2 como aceptor terminal de eletron, convertendo-o a
CH4, pela seguinte reação: 4H2 + CO2 → CH4 + 2H2O. Algumas outras substâncias também servem de
substrato a tais bactérias, como o metanol, formato, metilcarptan, acetato e metilaminas. O metano
emanado de sedimentos pantanosos é conhecido como “gás de pântano”.
159
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver METILÓTROFO; e METANÓTROFO)
METANÓGENO
(Ver METANOGÊNESE)
METANÓTROFO
Bactéria aeróbia, que vive no solo ou na água, oxidando o metano e compostos de carbono (mais
oxidados), possuidores de um só átomo de C. Possui uma enzima específica chamada
metanomonoxigenase.
(Ver METILÓTROFO)
METAPOPULAÇÕES
São populações que por processos de migração (e colonização em novas áreas) dividiram-se em
subpopulações, formando “mosaicos” de ocupação em determinada área. Algumas dessas subpopulações
mantêm certas interações entre si, tornando-se portanto, menos frágeis ou suscetíveis ao desaparecimento
do que aquelas que têm baixa taxa de migração.
METAZOOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
METEMOGLOBINEMIA
(Ver METAHEMOGLOBINEMIA)
METILMERCÚRIO
(Ver MINAMATA; POLUENTE SECUNDÁRIO; e SINERGISMO)
METILÓTROFO
Bactéria que utiliza como fonte de carbono, um composto orgânico cuja estrutura ostenta um só
átomo de carbono. Ex.: metano (CH4), metanol (CH3OH), metilamina (CH3NH2), dimetilamina
((CH3)2NH), formato (HCOO-), monóxido de carbono (CO) e outros.
Muitos metilótrofos são também metanótrofos.
(Ver METANÓTROFO)
MICELA
Unidade (em química e biologia) composta por moléculas complexas, formando colóide, que
pode mudar de tamanho sem alterar sua estrutura química. Os polissacarídios que constituem a celulose,
por exemplo, formam micelas na parede celular, arranjando-se em estruturas maiores, as microfibrilas (10
a 20 micelas).
MICÉLIO
Talo dos fungos, formado pelas hifas (filamentos).
MICOBIONTE
Fungo. No líquen ocorre um mutualismo entre um micobionte (um fungo) e um ficobionte (uma
alga).
MICÓFAGO
Que se alimenta de fungos.
(Ver FICÓFAGO)
MICOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
MICORRIZA
MICORRIZA = FUNGO MICORRÍZICO
Interação entre fungo e raiz de planta, formando um mutualismo (ou simbiose) benéfico a ambos
esses organismos. Esta simbiose diz-se ser uma micotrofia. O fungo micorrízico, ligando-se às raízes da
planta, aumenta a superfície de absorção desta, ajudando no seu desenvolvimento, ao tempo em que
recebe carboidratos da planta.
Em termos morfológico e anatômico as micorrizas são dos tipos: ectomicorrizas, endomicorrizas
e ectendomicorrizas (ou ectoendomicorrizas), além de outros subtipos: orquidáceas, ericáceas e
arbutáceas.
(Ver ECTOMICORRIZA; e ENDOMICORRIZA)
“micro-”
Prefixo de origem grega significando “pequeno; curto”. No sistema SI é 10-6 m (milionésima
parte do metro ou milésima parte do milímetro, cuja unidade é representada atualmente por μm (=
micrômetro). Muitos termos contêm este prefixo, apresentados neste glossário.
MICROAMBIENTE
(Ver MICROHABITAT)
MICROARTRÓPODO
Denominação dada a diversos animais, muitos deles vivendo na necromassa acumulada sobre o
solo, pertencentes a diversas ordens (Collembola, Acarina, Diplura, Thysanura, Protura, Symphyla,
160
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Pauropoda, Tardigrada...). Algumas espécies destas ordens, são componentes mais da meso e macrofauna
do que da microfauna.
MICROBACIA HIDROGRÁFICA
É conceituado como uma área compreendida entre um fundo de vale (rio, riacho, várzeas) e os
espigões (divisor de água) que delimitam os pontos dos quais toda a água das chuvas escorre para esse
fundo de vale. As microbacias se iniciam na nascente dos pequenos cursos d’água, ligando-se às outras
até constituirem a bacia hidrográfica de um rio de grande porte.
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL
(Ver ECOLOGIA MICROBIANA)
MICROBIOTA
(Ver BIOTA)
MICROBÍVORO
Animal que se alimenta de componentes da microbiota.
(Ver ZOÓFAGO)
MICROCLIMA
O clima de uma área muito pequena ou particularmente de uma parte pequena e definida de um
determinado habitat.
(Ver MACROCLIMA)
MICROCONSUMIDOR
(Ver DECOMPOSITOR)
MICROFAUNA
(Ver BIOTA)
MICROFITÓFAGO
(Ver FITÓFAGO)
MICROFLORA
(Ver BIOTA)
MICROHABITAT
MICROHABITAT = MICROAMBIENTE
Refere-se ao habitat diminuto no qual vive um organismo ou uma população. Alguns autores
reservam este termo quando desejam referir-se ao habitat microbiano e neste caso, chamam-no também
de microambiente. É muito comum dizer-se que os microrganismos exercem atividade diversa conforme
as diferenças de microhabitat existentes num ecossistema.
(Ver FITOTELMOS)
MICRONUTRIENTES
(Ver NUTRIENTES)
MICROPARASITA
Parasita, de dimensões minúsculas, que se multiplica dentro da célula do hospedeiro. Estão aqui
incluídas as bactérias, vírus e alguns protozoários. Há também os microparasitas de plantas (bactérias e
nematódeos, por exemplo).
(Ver MACROPARASITA)
MICRORGANISMO
(Ver DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
MICROTOPOGRAFIA
Refere-se às variações de altura ou irregularidades ou aspereza de um terreno (ou local) em
escala muito pequena, no nível de organismo.
MIGRAÇÃO e COMPORTAMENTO MIGRATÓRIO
Deslocamento periódico e com retorno, de alguns animais, feito geralmente com o propósito de
procriar. As espécies que migram e retornam diversas vezes durante o seu ciclo de vida, orientam-se não
somente pelo geomagnetismo e/ou “informação do sol e das estrelas, como também pelo aprendizado da
rota de migração”. Há evidências de que diversos insetos, peixes, uma espécie de salamandra, certas
espécies de bactérias e aves, são capazes de deduzir informação direcional a partir do fraco campo
magnético da Terra. As espécies que fazem somente uma viagem de retorno, têm grande capacidade de
percepção olfativa e/ou de memorização topográfica. Há indícios de que a enguia européia (Anguilla
anguilla) e a americana (A. rostrata) têm, por exemplo, sensibilidade olfativa a duas ou três moléculas do
álcool β-fenil etílico. Há também evidências de que o salmão (fase de ovo e juvenil na água doce e de
adulto no mar), retornando ao local anterior para a desova, relembra os odores ao longo desse trajeto.
Uma certa espécie de andorinha do Ártico (Sterna paradisaea) desloca-se do Ártico às geleiras
da Antártica, anualmente, num percurso de 16.100 km (ou o dobro de ida-e-volta), alimentando-se
durante essa viagem, ao contrário de outras espécies.
(Ver DISPERSÃO DA POPULAÇÃO)
161
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
MILIEQUIVALENTE / MILIEQUIVALÊNCIA
(Ver CTC - CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA)
MIMETISMO
Fenômeno, comum no reino animal, em que uma determinada espécie mimetiza (imita) um
organismo que possa parecer aos predadores não-palatável ou indesejável (venenosa, por exemplo).
Aplica-se também este termo para definir o fenômeno em que diversos animais tomam a cor dos objetos
do meio em que vivem, embora para esta característica o termo mais apropriado seja camuflagem.
(Ver APOSEMATISMO; CAMUFLAGEM; e CRÍPTICO)
MIMETISMO MÜLLERIANO (ou de MÜLLER)
Semelhança mútua entre duas ou mais espécies marcantemente não-palatáveis, que funciona
como defesa contra predadores.
(Ver APOSEMATISMO; CAMUFLAGEM; e CRÍPTICO)
MINAMATA (ou DOENÇA DE MINAMATA)
Minamata é uma cidade da costa oeste da ilha de Kyushu, no Japão, onde entre 1953 e 1956
ocorreram 43 mortes de pessoas e dezenas foram seriamente afetadas por um envenenamento com
metilmercúrio (C2H6Hg). Alguns ambientalistas estimam que centenas de pessoas, na verdade, morreram
em decorrência desse “acidente” ou desastre.
(Ver POLUENTE SECUNDÁRIO e SINERGISMO)
MINERALIZAÇÃO
Fase da biogeociclagem em que há conversão da forma orgânica de um elemento (nutriente) para
a forma inorgânica. Nesta fase da biogeociclagem, que segue à imobilização, o elemento é liberado para o
ambiente (solo ou água) após a morte das células microbianas.
(Ver IMOBILIZAÇÃO)
MIP − MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS
Ação integrada de agrotóxicos e controle biológico, combinando aspectos de natureza econômica
e princípios ecológicos, aplicada na defesa de lavouras e de pastagens destinadas a animais.
“mirmeco-”
Prefixo de origem grega significando “formiga”. Ex.: mirmecófago (organismo que se alimenta
de formigas, ou cupins; o nosso tamanduá-bandeira incorpora ao seu nome científico, este prefixo:
Myrmecophaga tridactyla); mirmecófilo (aquele que vive em associação com formigas, podendo
significar também aquele que vive parte do seu ciclo vital em ninhos de formiga ou de cupim; uma planta
mirmecófita é aquela que abriga formigas ou cupins em estruturas especializadas ou que mantém uma
interdependência com esses insetos, como por exemplo as formigas do gênero Azteca e a embaúba,
Cecropia spp)
“-mítico”
Sufixo de origem grega significando “circulação de água”. Ainda se encontra a grafia “míctico”.
(Ver HOLOMÍTICOS, LAGOS; e MEROMÍTICOS, LAGOS)
MITIGAÇÃO DO CARBONO
(Ver INICIATIVA PARA MITIGAÇÃO DO CARBONO)
MIXÓTROFO
Bactéria que é capaz de assimilar compostos orgânicos como fontes de carbono, obtendo
simultâneamente energia a partir da oxidação de compostos inorgânicos. É por isso também chamada de
heterótrofo-litótrofo.
MODELO BIOLÓGICO
Formulação, que representa um fenômeno do mundo real e por meio do qual podem ser feitas
previsões. Ex.: uma formulação matemática que represente mudanças numéricas que ocorram em
populações de insetos e que por meio desses números se possa prognosticar a que ponto atingirá a
população, no tempo; esta formulação poderá ser considerada como um útil modelo biológico.
MODELO CONTROLADO-PELO-DOADOR
Modelo sugerido por S.L.Pimm (em 1982), fundamentado nas observações sobre as relações
entre detritívoros e decompositores, em que é mostrado que o doador (a presa) controla a densidade do
receptor (o predador). A dinâmica deste modelo difere, em várias maneiras, do modelo de Lotka-Volterra
das interações predador-presa. No modelo controlado-pelo-doador, por exemplo, a dinâmica de interação
é particularmente estável e que esta, na verdade, aumenta com o aumento na diversidade de espécies e da
complexidade da teia alimentar (um contraste com o modelo de Lotka-Volterra).
MODELO DE LOTKA-VOLTERRA
Modelo desenvolvido a partir das conceituações de A.J.Lotka e V.Volterra. Refere-se à
competição interespecífica como uma extensão da equação logística, esclarecendo sobre os fatores que
determinam o efeito da interação competitiva.
A equação logística é representada por:
162
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
dN/dt = rN (K – N)/K, onde K = capacidade de suporte; N = tamanho da população; r = taxa
intrínseca de crescimento da população.
A base do modelo de Lotka-Volterra é a substituição do termo responsável pela incorporação da
competição intraespecífica (a expressão que está entre parênteses) por um termo que incorpore ambas as
competições (intra e interespecífica).
MODELOS NEUTROS
Tipo de modelos em que, à semelhança da comprovação da “hipótese nula” da estatística, os
dados sobre competição interespecífica (a mais usualmente testada) são rearranjados procurando-se
observar o que aconteceria na ausência desta interação competitiva. Portanto, se os dados reais mostram
uma diferença estatística significativa da hipótese nula, esta é então rejeitada e a ação do fenômeno sob
investigação é fortemente inferida (ou comprovada).
MODULAR
(Ver ORGANISMOS UNITÁRIO e MODULAR)
MOFO
(Ver BOLOR)
MONÇÃO
Vento periódico típico do sul e do sudeste da Ásia, soprando no verão do mar para o continente
(monção marítima) e no inverno soprando do continente para o mar (monção continental).
“MONERA”
(Ver REINO)
MONITORAMENTO (ou MONITORAÇÃO ou MONITORIZAÇÃO)
Acompanhamento das reações de certos fatores ecológicos, feito através de medições ou
observações contínuas dos parâmetros ambientais que indicam a dinâmica de tais fatores.
MONOCLÍMAX
(Ver TEORIAS MONO E POLICLÍMAX)
MONOCULTURA
Sistema de cultivo em que é utilizada uma só espécie vegetal, apresentando portanto
desvantagens, em termos ecológicos, por sua susceptibilidade a pragas, doenças e, em certos tipos, por
causar problemas ambientais. Sua homogeneidade poderá dificultar sua reação às condições adversas que
porventura surgirem.
MONÓFAGO (ou MONOFÁGICO)
Espécie de organismo que consome somente um tipo de alimento. É uma espécie estenofágica. O
monófago se assemelha ao oligófago ou oligofágico.
(Ver ESTENO; e OLIGÓFAGO)
MONOGAMIA
Formação de um par, no acasalamento de macho e fêmea, em que a união tem continuidade
durante várias gerações de proles. A monogamia é pouco comum entre os mamíferos, em que a fêmea
amamenta e cuida dos filhotes; é no entanto, muito comum entre aves nas quais em muitas espécies, tanto
o macho quanto a fêmea chocam os ovos e alimentam a prole.
(Ver POLIGAMIA)
MONÓICA(O)
Diz-se da espécie de planta que tem flor unissexual masculina e flor unissexual feminina num
mesmo espécime ou indivíduo. Originalmente chamava-se espécie “monoécia”. O sufixo deriva do grego
“oikos” (= casa).
(Ver DIÓICA; GINOÉCIA; e TRIÓICA)
MONOMÍTICO
Lago que apresenta um período único de circulação livre ou re-circulação, por ano, com
conseqüente rompimento do termoclino.
(Ver HOLOMÍTICOS)
MONOPLÓIDE
(Ver GENOMA)
MONOPROCRIAÇÃO
(Ver SEMELPARIÇÃO)
MONOSSIALITIZAÇÃO
(Ver SILICATOS)
MONTANTE
Situado rio acima, ou seja, considerando-se a corrente fluvial, é o ponto contrário à direção da
foz.
(Ver JUSANTE)
163
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
MONTREAL, PROTOCOLO DE
(Ver CFC − CLOROFLUORCARBONO (ou CARBONO FLUORCLORADO))
MONUMENTO NATURAL
Categoria de unidade de conservação do Grupo I do SNUC. Denominação dada a uma unidade
de conservação que tenha o propósito de conservar um objeto natural específico ou uma espécie
determinada da flora ou fauna, quer seja de interesse estético ou valor histórico ou científico, sendo
inviolável exceto para a realização de investigações científicas devidamente autorizadas, ou para
inspeções oficiais (de acordo com Decreto Federal nº 58.054, de 23/03/66).
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
MORBIDADE
(Ver TAXA DE MORBIDADE)
MORTALIDADE
(Ver TAXA DE MORTALIDADE)
M.O.S. (MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO)
Denominação que se refere à toda matéria orgânica existente no solo, incluindo tanto a
necromassa como as raízes vivas.
(Ver NECROMASSA)
MOVIMENTO ECOLOGISTA
(Ver ECOLOGISMO)
MUDANÇAS CAÓTICAS DE UMA POPULAÇÃO
(Ver CAOS)
MULTIFATORIAL
(Ver POLIGÊNICO)
MULTIGÊNICO
(Ver POLIGÊNICO)
MURCHA PERMANENTE
(Ver PONTO (ou COEFICIENTE) DE MURCHA PERMANENTE)
MURUNDUM (ou MURUNDU)
Monte de terra, comum em certos campos, com altura que pode alcançar os 3 m, contendo um ou
mais termiteiros.
MUTAÇÃO PLEOTRÓPICA
(Ver “pleo-”)
MUTUALISMO
MUTUALISMO = SIMBIOSE
Tipo de interação ecológica na qual ambas as populações se beneficiam e onde pelo menos uma
delas, em condições naturais, não sobreviveria sem a outra.
Diferencia-se da protocooperação porque é uma associação obrigatória, para a sobrevivência de
uma ou ambas as populações.
O adjetivo simbiótico qualifica a simbiose.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA)
MUTUALISMO FACULTATIVO
(Ver PROTOCOOPERAÇÃO)
MVA - MICORRIZA VESICULAR-ARBUSCULAR
(Ver ENDOMICORRIZA)
164
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
N
“nano-”
Prefixo de origem grega significando “anão; de excessiva pequenez”. Além da unidade
“nanômetro (nm)”, do sistema SI (1 X 10-9 m ou a milésima parte do micro), é usado em outros termos
(ver verbete NANOPLÂNCTON), como nanofóssil (um fóssil, geralmente alga, com tamanho próximo à
resolução do microscópio óptico); nanófilo (da classe de tamanhos de folha, de 25 a 225 mm2 de área de
superfície, segundo a classificação de Raunkiaer); nanotecnologia (que lida com dimensões e tolerâncias
de 0,1 a 100 nanômetros). O nanismo, é derivado que significa “nanico” ou ainda “que tem crescimento
restrito”.
NANOPLÂNCTON
(Ver PLÂNCTON)
NÃO-SIMBIONTES
(Ver FIXADORES DE NITROGÊNIO (DE VIDA LIVRE))
“-nastia”/ NÁSTICO
Este sufixo de origem grega, “-nastia”, refere-se ao “movimento” da planta ou de suas partes
(movimento nástico), resultando num crescimento maior dos tecidos do lado oposto ao do estímulo.
Alguns termos: epinastia (uma curvatura para baixo de uma parte da planta devido ao crescimento
diferenciado das superfíces superior e inferior); quimionastia (uma resposta a estímulo químico);
nictinastia (movimento de orientação de plantas durante a noite; fotoepinastia (uma curvatura da planta
para cima, induzida pela luz); seismonastia (movimento de crescimento de uma planta em resposta a um
choque não-direcionado ou a um estímulo de vibração mecânica). Nástico é a forma adjetiva.
NATALIDADE
(Ver TAXA DE NATALIDADE)
NATALIDADE ECOLÓGICA
Dá-se esta denominação à relação “ovos ou filhotes gerados por fêmea : filhotes sobreviventes”.
Este valor fornece uma idéia da eficiência de reprodução de uma população. Usa-se também o termo taxa
de fecundidade específica da idade, que é o número de ovos ou filhotes gerados por unidade de tempo,
por um indivíduo pertencente a uma certa classe de idade (ou idade específica x).
(Ver TAXA DE NATALIDADE; e TAXA DE MORTALIDADE)
NECRÓFAGO
Que se alimenta de matéria ou organismos mortos.
(Ver DECOMPOSITOR)
NECROMASSA
NECROMASSA = SERRAPILHEIRA = MANTA HÚMICA = FOLHEDO = “LITTER”
Matéria orgânica morta que geralmente se acumula na superfície do solo e no sedimento.
Este termo, em ecologia, substitui melhor as denominações “serrapilheira, manta húmica e
folhedo”, assim como substitui perfeitamente ao anglicismo “litter”. No entanto, alguns autores somente
utilizam o termo necromassa quando se referem à quantificação dos organismos mortos (massa total de
organismos mortos por área ou volume) num determinado período.
(Ver M.O.S.)
NECROTRÓFICO
(Ver PARASITA NECROTRÓFICO)
165
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
NÉCTON
Organismos natantes (peixes, anfíbios etc), capazes de se locomoverem espontaneamente (e
portanto, até, de “evitarem a captura”). O sufixo “-on” refere-se à comunidade.
(Ver BENTOS; NEUSTON; PLÂNCTON; e APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E
CATEGORIAS DE TAMANHO)
NEMATICIDA
Substância que elimina nematódeos.
NEMATÓDEOS (ou NEMATÓDIOS)
Um helminto da classe Nematoda, de corpo cilíndrico, alguns são microscópicos, de interesse
médico (parasita intestinal humano, como o Ascaris, Ancilostoma, Oxiurus), de interesse veterinário
(parasita de cavalos, cães, gatos etc) e agronômico (parasita de raízes de muitas plantas). Há nematódeos
no solo que são omnívoros (alimentam-se de necromassa) e outros são predadores (alimentam-se de
bactérias, fungos, algas).
NEOÁRTICA, REGIÃO
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
NEOBIOGEOGRAFIA
(Ver BIOGEOGRAFIA)
NEO-DARWINISMO
Teoria moderna da evolução, que combina a seleção natural e a genética de populações,
admitindo que o conceito de variação espontânea é explicado em termos da mutação e recombinação
genética. Chama-se também de “evolução neo-Darwiniana”.
NEO-LAMARCKISMO
A herança de caractéres adquiridos; ou a teoria de que os caractéres adquiridos pelos organismos
em resposta aos fatores ambientais, são assimilados no genoma e transmitidos aos descendentes.
Experimentos com microrganismos (bactérias) vieram “resssuscitar” o Lamarckismo, idéia já abandonada
desde o Darwinismo.
(Ver NEO-DARWINISMO)
NEOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
NEOTROPICAL, REGIÃO
Também conhecida como Reino Neogeano ou Região sul-americana, é uma das seis maiores
áreas do mundo definidas com base em suas características de vida animal. Estende-se do sul do deserto
Mexicano até a zona sub-antártica da América do Sul. Sua fauna típica é muito rica: llama, anta, veado,
porco, onça, suçuarana, gambás, inúmeros roedores e peixes, riquíssimas entomofauna e avifauna. A
flora, muito rica em plantas típicas (alguns exemplos: gramíneas, os ancestrais de flores ornamentais,
agaves, seringueira e muitas outras).
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
NEUSTON
Organismos, muitos deles microrganismos (algas, bactérias, fungos, protozoários) repousantes
ou flutuantes na superfície de habitats de água doce. Os organismos do neuston situados acima da película
superficial constituem o epineuston e os situados abaixo de tal película constituem o hiponeuston. O
sufixo “-on” refere-se à comunidade.
(Ver BENTOS; NÉCTON; PLÂNCTON; e APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E
CATEGORIAS DE TAMANHO)
NEUTRALISMO
Tipo de interação ecológica na qual nenhuma população é afetada. Talvez seja o tipo mais
comum de interação na Natureza. Exemplo: um pássaro e um esquilo (o nosso caxinguelê ou serelepe)
que vivam num mesmo habitat, utilizando inclusive a mesma árvore como fonte de alimento e ponto de
dormida, estão de uma certa maneira interagindo, mas sem influência direta de um sobre o outro.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA)
NICHO ECOLÓGICO
Termo que inclui não somente o lugar restrito em que vive um organismo, mas também inclui
sua função (posição trófica e posição com relação aos gradientes de vários fatores físicos, tais como
temperatura, pH, umidade) na comunidade da qual faz parte.
São muitas as definições de nicho (respeitados os aspectos da definição acima), sendo uma delas,
bastante elucidativa, a de A.MacFadyen: “um conjunto de condições ecológicas sob as quais uma espécie
pode explorar uma fonte de energia, que lhes seja suficiente para reproduzir e colonizar mais conjuntos
com tais condições”. G.E.Hutchinson propõe uma definição, baseada num modelo de um “hipervolume”,
onde uma figura tridimensional representando por exemplo os “eixos” das necessidades básicas de um
esquilo (temperatura, quantidade de alimento e densidade de ramificação de uma árvore) seria facilmente
166
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
interpretada (inclusive por uma figura tridimensional), mas o acréscimo de outras necessidades ou “eixos”
poderia ser entendida intuitivamente e representada matematicamente, embora não possa ser desenhada
numa figura.
Ao maior nicho ecológico que um organismo ou espécie possa ocupar, na ausência de
competição específica e predação, denomina-se nicho fundamental.
Em muitas espécies coexistentes, há uma tendência para que elas procurem preencher os espaços
(ou “vazios”) mais importantes das dimensões de nichos disponíveis; termo este conhecido por
“acondicionamento de nicho” (do inglês, “niche packing”).
(Ver COMPLEMENTARIDADE DE NICHO; e HABITAT)
NICHO FUNDAMENTAL
(Ver NICHO ECOLÓGICO)
NICHO INCLUSO
É um nicho que ocorre dentro de outro, maior, pertencente a uma espécie mais generalizada. A
espécie de nicho incluso sobrevive por ser altamente adaptada ou especializada e portanto, tendo
superioridade competitiva em determinada parte do nicho maior.
NINFA
Forma jovem de inseto hemimetabólico, com semelhança à de imago (ou adulto).
(Ver HEMIMETABÓLICO)
NINHO (ou NINHADA), PARASITISMO EM
(Ver PARASITISMO)
NITOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
NITRIFICAÇÃO
Processo de formação de nitrato que ocorre em solos arejados e ecossistemas aquáticos,
iniciando-se pela oxidação de amônia em nitrito (pelas bactérias dos gêneros Nitrosomonas,
Nitrosococcus, Nitrosolobus, Nitrosospira e Nitrosovibrio) sendo este então oxidado (pelas bactérias dos
gêneros Nitrobacter, único gênero do solo, Nitrospira e Nitrococcus, gêneros marinhos) formando nitrato.
(Ver AMONIFICAÇÃO; e DESNITRIFICAÇÃO)
NITROGENASE
(Ver FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO – FBN)
NITROGÊNIO
(Ver BIOGEOCICLAGEM; FIXADORES DE N2 DE VIDA LIVRE; e FIXAÇÃO
BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO − FBN)
NITROSAMINAS
Nitritos e nitratos, quando ingeridos (pelo ser humano, por exemplo) transformam-se no
organismo em compostos carcinogênicos conhecidos como nitrosaminas. Estes compostos de nitrogênio
são também comumente encontrados na água (de lençol freático, de rios, riachos, lagoas, açudes,
represas) que tenha recebido excesso de fertilizantes lixiviados de áreas cultivadas próximas.
NIVEAL
Relativo a ou próprio da neve ou que vive nela ou que nela, ou no inverno, floresce. Ex.:
niveoglacial (relativo ou pertencente à ação combinada de neve e gelo); nivícola (vivendo na neve ou em
habitat coberto por neve).
(Ver “-cola”)
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA MATÉRIA VIVA
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA MATÉRIA VIVA = BIOSSISTEMA
Espécie de espectro biológico em que os componentes bióticos são apresentados numa
seqüência, formando diferentes níveis de complexidade, ou seja: genes - células - tecidos - órgãos organismos - populações - comunidades. Esses componentes bióticos interagem e trocam matéria e
energia com o ambiente onde vivem, formando no final um ecossistema. A ecologia dedica-se ao estudo
do biossistema acima representado, iniciando no nível dos organismos.
NÍVEL DE EQUILÍBRIO
NÍVEL DE EQUILÍBRIO = EQUILÍBRIO DE UMA POPULAÇÃO
É um estado dinâmico de flutuação, em torno de uma média, no número de indivíduos de
determinada população.
Quanto ao equilíbrio de uma população, alguns autores fazem a seguinte distinção:
a) Equilíbrio dinâmico: condição de um ecossistema (componente biótico ou abiótico) que
permanece inalterado pela ação simultânea de forças opostas, com uma mesma intensidade.
b) Equilíbrio estável: condição de um ecossistema (componente biótico ou abiótico) que retorna
à condição estável, após sofrer deslocamentos (mudanças) daquela condição.
167
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
NÍVEL DE INJÚRIA
(Ver DANO ECONÔMICO)
NÍVEL TRÓFICO
Diz-se de um nível da cadeia alimentar, ocupado pelos organismos que obtêm sua energia
alimentar (proveniente inicialmente dos produtores primários) da mesma maneira, isto é, na mesma
gradação ou seqüência de organismos que ingerem e que são ingeridos.
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
NMP − NÚMERO MAIS PROVÁVEL
(Ver NÚMERO MAIS PROVÁVEL)
N,N-DIETIL-META-TOLUAMIDA
(Ver “DEET-N, N-DIETHYL-META-TOLUAMIDE”)
NÓDULOS E CONCREÇÕES MINERAIS DO SOLO
(Ver PERFIL DO SOLO)
NOOSFERA
Refere-se ao “mundo dominado pela mente humana” (do grego “noos” = mente). O homem em
evolução gradualmente estende sua influência para fora do planeta Terra e com isso amplia o conceito de
biosfera.
NORMA ISO 14.000
(Ver “ISO 14.000 - INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION”)
NOTÓFILA
Categoria de tamanho de folha (área de superfície entre 2025 e 4500 mm2) da classificação de
Raunkiaer.
NPK
(Ver FERTILIZANTE)
NUCÍFERO e NUCÍVORO
Que ostenta nozes e que se alimenta de nozes, respectivamente.
NÚMERO MAIS PROVÁVEL - NMP
Também conhecido como método da “diluição de extinção”, usado para a contagem de
microrganismos viáveis, é um método de diluição (em meio líquido, sem usar agar) em que são feitas
diluições sucessivas da amostra “até a extinção”. São feitas geralmente de 3 a 10 replicações por diluição.
Com base numa estatística da distribuição de Poisson (usando uma tabela ou programa especial de
computador), as replicações positivas e negativas, exatamente antes do ponto de extinção, são contadas,
obtendo-se a contagem dos viáveis. É um método, no entanto, laborioso e menos preciso do que o de
contagem em placas.
(Ver CONTAGEM (DE MICRORGANISMOS, EM PLACAS))
NUTRIENTES
Substâncias ou elementos químicos essenciais à manutenção dos seres vivos, ou seja, ao seu
crescimento e desenvolvimento, podendo ser requisitados em grandes ou pequenas quantidades (macro ou
micronutrientes) (Ver TROFO).
Na figura que segue vê-se a distribuição de nutrientes, principalmente de carbono, nas partes
abióticas e bióticas de ecossistemas florestais (LONGMAN & JENÍK, 1987):
FLORESTA TROPICAL
FLORESTA TEMPERADA
Solo
15%
Madeira
39%
Solo
49%
Madeira
75%
Folhas
4%
Necromassa
8%
168
Necromassa
4%
Folhas
6%
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
O
OCASIONAL, ESPÉCIE
(Ver ESPÉCIE OCASIONAL)
OCEANÓDROMO
(Ver ANÁDROMO)
“ofio-”
Prefixo de origem grega relativo a “cobra; serpente”. Ex.: ofiotoxicologia (trata do estudo dos
venenos de cobras); ofiófago (organismo que se alimenta de cobras).
“oligo-”
Prefixo de origem grega significando “pouco(s)”. Além dos termos inseridos neste glossário,
vejamos alguns exemplos: oligoaeróbio (organismo que se desenvolve em condições de baixa
concentração de oxigênio; oligonitrófilo (organismo que vive em habitat com baixo teor de nitrogênio);
oligosapróbio (organismo que medra em habitat poluído, porém com alta concentração de oxigênio,
baixos níveis de matéria orgânica dissolvida e baixo nível de decomposição orgânica, sendo então um
ambiente tipicamente com microbiota decompositora reduzida).
OLIGÓFAGO (ou OLIGOFÁGICO)
Que se alimenta de uma pequena variedade de tipos de alimento. Um termo mais apropriado para
esta condição é estenofágico, que significa uma estreita faixa de seleção de alimento. Oligófago se
assemelha ao monófago ou monofágico.
(Ver MONÓFAGO e POLÍFAGO)
OLIGOMÍTICOS
(Ver HOLOMÍTICOS)
OLIGOTRÓFICO, LAGO
Lago pobre em nutrientes inorgânicos e com baixas concentrações de algas e matéria orgânica.
Há também os lagos ultra-oligotróficos com extrema carência desses componentes.
(Ver AUTOTRÓFICO, LAGO; DISTRÓFICO, LAGO; e OLIGOTRÓFICO, LAGO)
OMBRÓFILA
OMBRÓFILA = VEGETAÇÃO PLUVIAL
Vegetação caracterizada por adaptações a ambiente de alta pluviosidade.
(Ver PLANTA DE SOMBRA)
OMNÍVORO
OMNÍVORO = PANTÓFAGO
Que utiliza como alimento, mais de um nível trófico, da cadeia alimentar, ou seja, alimenta-se de
plantas e de animais. Exemplos: o homem, porco, rato, raposa, barata...
ONG (ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL)
Formada geralmente a partir de pessoas que se dedicam a uma determinada causa, podendo tal
organização ser voltada para problemas ambientais.
ONTOGENÉTICO
Que acontece no transcorrer do crescimento de um indivíduo.
(Ver FILOGENÉTICO)
OPORTUNISTAS
(Ver ESTRATEGISTAS K e r)
ORDEM DE BICADA
(Ver BICADA, ORDEM DE)
169
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ORDEM DE GRANDEZA
Quando se deseja dizer que duas quantidades ou valores são da mesma ordem de grandeza, isto
significa que elas não diferem por um fator de 10. Três ordens de grandeza significam um fator de 1.000.
ORDENAÇÃO (ou ORDENAÇÃO POLAR)
Tratamento matemático (utilizando teorema de Pitágoras) que permite a representação gráfica de
comunidades, mostrando que semelhanças em composição de espécies e abundância relativa aparecerão
próximos num determinado eixo da representação, enquanto comunidades que difiram muito na
importância relativa do conjunto similar de espécies, aparecerão distanciados. A aparência da
representação poderia ser (modificado de WHITTAKER, 1975):
y
úmido
fértil
60
C
E
39
D
A
19
estéril
58
G
B
F
H
x
32
29
38
49
51
I
J
seco
23
Observações: as letras (de A a J) representam 10 tipos de ecossistemas de florestas da Polônia.
Cada amostra é uma média de várias, coletadas e representativas de cada ecossistema. Os ecossistemas A
e H representam os pontos terminais do eixo x e C e J os do eixo y. As amostras foram localizadas pela
similaridade relativa (coeficientes de comunidade) às amostras dos pontos terminais; as unidades de
distância ecológica marcadas nos eixos x e y (os traços nos eixos) são coeficientes de comunidade de
10%. As linhas oblíquas aos eixos, representam gradientes nas características de solo (umidade
decrescendo do quadrante esquerdo superior para o direito inferior e fertilidade do direito superior para o
esquerdo inferior); e os números são valores médios de espécies vegetais das amostragens obtidas.
(Ver COEFICIENTE DE COMUNIDADE)
ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO
(Ver TRANSGÊNICOS)
ORGANISMOS UNITÁRIO e MODULAR
Um organismo unitário é aquele cuja forma é altamente definida, determinada. Resulta
geralmente, da fusão de uma célula reprodutiva masculina (espermatozóide) com uma célula feminina
(óvulo), formando o ovo ou zigoto. O descendente é assim, facilmente reconhecido, sendo seu
desenvolvimento e forma, previsíveis. Um organismo unitário é, por exemplo, um cão, um gato, um
réptil, uma ave, o homem etc.
O organismo modular, no entanto, embora possa também surgir de processo reprodutivo
semelhante ao do indivíduo unitário, gera um descendente com número e forma de elementos
componentes, altamente variáveis. Um organismo modular é, por exemplo, uma árvore, uma esponja, um
coral, um briozoário, uma ascídea (ou tunicado), um fungo etc. Seu desenvolvimento e forma são
imprevisíveis, embora os indivíduos da mesma espécie (logicamente) se assemelhem. A modularidade
também ocorre em função dos estímulos ambientais (luminosidade, temperatura, substrato/alimento etc).
(Ver COLÔNIA)
ORGANOCLORADO
ORGANOCLORADO = HIDROCARBONETO OU HIDROCARBONO CLORADO
170
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Composto (ou conjunto de compostos) que entra na formulação de pesticidas, desenvolvido
durante a 2ª guerra mundial, objetivando o controle de insetos (pragas, vetores de doenças como a
malária, a do sono etc). O mais conhecido e usado tem sido o DDT-diclorodifeniltricloretano; há ainda o
DDD-diclorodifenildietano (menos tóxico); o DDE-diclorodifeniletano resulta da desintegração do DDT
e também é biologicamente ativo. Outros compostos deste grupo são o aldrin, endrin, dieldrin, atrazina e
o BHC (“benzene hexachloride”, sigla em inglês ou hexacloreto de benzeno).
Os organoclorados caracterizam-se, em termos ecológicos, pela sua susceptibilidade à
biomagnificação. São pouco hidrossolúveis, mas são muito lipossolúveis, como o aldrin (C12H8Cl6) e o
heptachlor (C10H5Cl7) um cupinicida, daí ser muito importante que a sua existência ou não em corpos
d’água (rios, represas e mananciais em geral) seja investigada não somente na própria água mas também
nos organismos que ali vivem. Atribui-se por exemplo ao DDT, sua atuação negativa no metabolismo do
cálcio, em aves, levando estes animais a porem ovos mal-formados, quebradiços, impedindo sua
reprodução. O DDT tem meia-vida de 10 anos no ambiente.
(Ver CARBAMATO; ORGANOFOSFORADO; e TIOCARBAMATO)
ORGANOFOSFORADO
Grupo de pesticidas (ou defensivos agrícolas), geralmente inseticidas, composto por um grupo
orgânico e um éster fosfórico; embora biodegradável na maioria (sua meia-vida é menor do que a dos
organoclorados), o organofosforado, apesar de ser mais tóxico para os insetos, é muito tóxico para o ser
humano e outros vertebrados, sendo carcinogênico. Todos estes compostos estão relacionados ao gás que
atua no sistema nervoso (inativando a enzima que atua sobre a acetilcolina, responsável pela transmissão
nervosa), desenvolvido durante a segunda guerra mundial. Exemplos de organofosforado: azodrin,
clorpirifos, diazinon, fention, fosdrin, malation, paration e trition.
(Ver PESTICIDA)
ORGANOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
ORGANÓTROFO (ou ORGANOTRÓFICO)
(Ver HETERÓTROFO)
ORIENTAL, REGIÃO
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
“ornito-”
Prefixo de origem grega significando “aves; pássaros”. Agluns exemplos: ornitofilia (termo
relativo a planta polinizada por aves); ornitocoprófilo (organismo que vive em habitat rico em fezes de
aves); ornitogênico (refere-se ao sedimento rico em fezes de aves).
ORVALHO
(Ver PONTO DE ORVALHO)
“oro-”
Prefixo de origem grega significando “montanha”. Alguns exemplos” orobático (que é
encontrado em, ou associado com região montanhosa); orobioma (bioma caracterizado por terreno
montanhoso); orográfico (que pertence a fatores do relevo, tais como montes, montanhas, platôs, vales e
encostas); orófito é um vegetal das montanhas.
(Ver ALPINO)
“orto- ”
Prefixo de orgigem grega significando “reto; direito”. Ex.: ortogênese (que se refere à evolução
que ocorre numa única direção ao longo de um período de tempo considerável; admite-se, usualmente,
que tal direcionamento seja determinado por um fator intrínseco ao organismo e não pelo processo de
seleção natural); ortoseleção (seleção natural agindo continuamente na mesma direção através de longo
período de tempo); ortotópico (alguns autores usam este termo para referir-se a indivíduo ou população
no seu habitat natural (obs.: “-tópico”deriva da palavra de origem grega “topo”, significando lugar).
OSCILAÇÃO DO SUL
(Ver CORRENTE “EL NIÑO”)
OSCILAÇÕES PAREADAS
(Ver PREDATISMO)
OSMORREGULAÇÃO
Regulação da concentração de sais nas células e fluidos corpóreos.
OSMÓTROFO
(Ver DECOMPOSITOR)
ÓTIMO DE SIMILARIDADE
(Ver LIMITE DE SIMILARIDADE)
ÓTIMO ECOLÓGICO
Desenvolvimento máximo atingido por um organismo ou população, no seu habitat.
171
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver LEI DA TOLERÂNCIA)
“OXBOW LAKES”
(Ver MEANDROS)
OXIDAÇÃO BIOLÓGICA
Processo de degradação da matéria orgânica, em compostos simples, pela ação de
microrganismos aeróbios. É também um processo metabólico típico de outros organismos aeróbios.
Este processo tem sido utilizado nas lagoas de estabilização.
(Ver DECOMPOSIÇÃO)
OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD)
Parâmetro medido na água, estimando a capacidade de um ecossistema aquático em assimilar
uma certa carga de poluição com ou sem posterior suprimento de oxigênio. Como regra geral, o sistema
aquático que contiver menos do que 5 mg de O2/L de água não será capaz de manter uma comunidade de
organismos em condições satisfatórias.
A solubilidade do oxigênio em água a 25°C, sob condições normais de pressão atmosférica, é de
3,5 mg/L.
OXISERE
Sere que se inicia em habitat ácido.
(Ver LITOSERE; PSAMOSERE; e XEROSERE)
OXISOL
(Ver LATOSSOLO)
OZONOSFERA
Camada de ozônio, geralmente situada na estratosfera (a mais ou menos 30 km de altitude) que
se constitui em importante filtro da radiação ultra-violeta. Medições feitas em Natal (RN) mostram que a
maior concentração de ozônio ocorre na troposfera (a mais ou menos 16 km), confirmando resultados
obtidos no Panamá, que também é uma região não muito distante do equador.
A ozonosfera é formada a partir da cisão da molécula de O2, pela energia solar, na seguinte
reação fotoquímica:
O2
hv
↔
2O
+
oxigênio molecular
energia solar
átomos de oxigênio
em seguida o oxigênio combina-se com o O2 formando o ozônio:
O2 + O ↔
O3
ozônio
Há evidências de que alguns compostos, principalmente o clorofluorcarbono (CFC) e o metano
(CH4) contribuem para a destruição da ozonosfera.
(Ver CFC; e EFEITO ESTUFA)
172
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
P
PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO
Tipo de espaçamento dos indivíduos de uma população (plantas ou animais fixos), podendo ser
uniforme (A), aleatório (B) e agrupado ou agregado (C), conforme mostra a figura que segue:
A
B
C
(Ver DISTRIBUIÇÃO BICÊNTRICA; DISTRIBUIÇÃO CONTAGIOSA; DISTRIBUIÇÃO
DISJUNTA; DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA; DISTRIBUIÇÃO LIVRE IDEAL; e DISTRIBUIÇÃO POR
IGUAL)
PADRÃO DE QUALIDADE DE ÁGUA
(Ver ÁGUA POTÁVEL)
PAGÓFILO
Que se desenvolve em sopés de montanhas. Uma planta que medra em tais locais é denominada
de pagófita.
“PAH – POLYCYCLIC AROMATIC HYDROCARBON”
Qualquer componente de um amplo grupo de substâncias formadas a partir de combustão,
principalmente de carvão e de combustíveis de veículos, sendo em geral carcinogênico.
PAISAGEM
(Ver ECOLOGIA DE PAISAGENS (ou DE PAISAGEM))
“paleo-”
Prefixo grego significando “antigo; velho”. Ex.: paleogeografia (que estuda a distribuição
geográfica de fósseis da flora e da fauna); paleobiocenose ou paleocenose (assembléia ou conjunto de
organismos fósseis que existiram em passado geológico histórico como comunidade integrada;
paleobotânica (que estuda a vida das plantas em passado geológico); paleoclimatologia (estuda o clima
que ocorreu em períodos de passado geológico); paleoecologia (estuda a ecologia das comunidades
fósseis); paleopalinologia (estuda esporos fósseis, em geral).
PALEOÁRTICA, REGIÃO
(Ver REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS)
PALEOBIOGEOGRAFIA
(Ver BIOGEOGRAFIA)
PALINOLOGIA
Que estuda pólens e esporos. Palinologia refere-se em geral, a pólens vivos e fósseis, embora
alguns autores refiram-se aos estudos destes últimos como paleopalinologia.
PALMER
(Ver ÍNDICE DE PALMER DE SEVERIDADE DE SECA)
PALUDIAL
(Ver LACUSTRE)
PALUDOSO
(Ver PÂNTANO)
173
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PALUSTRE (ou PALUDIAL)
(Ver PÂNTANO)
PAMPA
No Brasil o pampa é uma pradaria em terreno com ondulações suaves e com trechos de mata
galeria, na parte sul do Rio Grande do Sul. Essa região estende-se à Argentina e Uruguai. Em termos
fitofisionômicos, a vegetação compõe-se de gramíneas e plantas rasteiras, com predominância de capim
mimoso em muitas áreas.
Estima-se que lá vivem mais de 300
espécies de aves (pica-paus, caturritas, anus
...), cerca de 90 espécies de mamíferos
terrestres (graxains ou guaraxains, veados,
tatus ...), constituindo-se numa rica
biodiversidade. A foto ao lado mostra o
Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous), no
cânion Fortaleza, Parque Nacional da Serra
Geral (foto de João Paulo Lucena, obtida
do site www.wikipedia.org).
(Ver CAMPOS SULINOS; e PRADARIAS)
“pan-”
Prefixo de origem grega significando “todos; completo; por inteiro”. Ex.: pandêmico (muito
amplamente distribuído), como uma doença ou enfermidade epidêmica.
PANGÉIA (ou PANGAEA)
Segundo alguns autores, refere-se a um único continente, ou um supercontinente, que supunha-se
existir há uns 240 milhões de anos passados, cercado por um oceano (pantalassa) e que fragmentou-se há
uns 200 milhões de anos, formando os continentes atuais. Há cerca de 144 milhões de anos, os
continentes do hemisfério norte, formando a Laurasia, teriam se separado dos continentes do hemisfério
sul, que se constituiram na Gondwana, que posteriormente se subdividiu, formando a oeste a África e a
América do Sul, a leste a Austrália e a Antártica, e a India, separando-se da África e derivou até colidir
com a Ásia, há uns 45 milhões de anos.
PAN-MIXIA (PAN-MÍTICO)
Nome dado aos cruzamentos que ocorrem ao acaso, numa população e de maneira irrestrita.
PAN
–
PEROXIACETILNITRATO
(e
“PHENYLACETONITRILE”
ou
FENILACETONITRILA)
O primeiro, o peroxiacetilnitrato, é um composto de nitrogênio, poluente atmosférico,
componente freqüente no “smog”. Atua negativamente nas plantas, bloqueando a fotossíntese. Surge pela
ação da luz solar sobre hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio provenientes de veículos e de fábricas. E o
segundo, a fenilacetonitrila (cuja sigla PAN é do nome em inglês) é uma substância que ocorre em
gafanhotos machos (servindo de advertência para os demais ficarem sabendo que estão se reproduzindo) e
que tem sido utilizado no contrôle biológico de pragas de gafanhotos, na Mauritânia e Marrocos, na
África.
(Ver PRAGA)
PANSPERMIA
Teoria em que se diz que a vida teve origem em qualquer outro lugar do Universo mas não no
planeta Terra.
PANTALASSA
(Ver PANGÉIA)
PANTANAL
(Ver COMPLEXO DO PANTANAL)
PÂNTANO
PÂNTANO = BREJO = PALUDE =
PALUSTRE = PAUL
174
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Ambiente encharcado, como brejos,
palustres ou paúis, charcos ... pouco profundo,
com solo lodoso, geralmente com vegetação
típica. Na língua inglesa denomina-se de
“wetland” a tais locais, que também são
conhecidos (com algumas características
específicas) como “marshes” ou “peatbogs” (a
foto ao lado, é de “marshland” de Indiana,
E.U.A.; do site www.wikipedia.com). As
“wetlands” vêm sendo utilizadas como zonas
de tratamento natural de águas residuárias. Em
termos ecológicos essas zonas são muito
importantes como “zona tampão” ou de
amortecimento de impactos, como por
exemplo, no caso dos “Everglades”, na Flórida
(E.U.A.).
(Ver EFEITO BUMERANGUE)
PANTÓFAGO
(Ver OMNÍVORO)
PANTRÓPICO (PANTROPICAL)
Que se estende principalmente pelos trópicos, e também pelas regiões subtropicais. Alguns
autores aplicam este termo aos vírus que podem infectar uma ampla gama de células.
Não confundir com “pantropismo”, que se refere a uma orientação de movimento sem direção
fixa.
“paqui-”
Prefixo de origem grega significando “espesso”. Ex.: paquiderme (de pele espessa, como os
elefantes, hipopótamos, antas ...).
“para-”
Prefixo de origem grega significando “ao lado de; pelo lado”, chegando em certos usos a
significar que alguma coisa (referente à palavra que lhe segue) está “irregular, faltando; imprópria;
errada”. Seu uso é muito amplo em ciências naturais (principalmente em anatomia, química e em outras
áreas de estudo). Um termo que ilustra tal amplitude de significados é parabiose, que pode ser definido
como (i) suspensão temporária de atividade fisiológica, (ii) utilização por insetos sociais, do mesmo ninho
por colônias de diferentes espécies, mantendo suas respectivas ninhadas separadamente (parabionte e
parabiótico também se aplicam a esta situação) e (iii) união anátomo-fisiológica, como em irmãos
siameses. Outros exemplos: paracelular (passando ou situado ao longo e entre células); paraheliotropismo
(movimento de folhas para evitar ou minimizar exposição ao sol); paramutualismo (simbiose facultativa
em que ambas as espécies se beneficiam; seria um sinônimo de protocooperação); parasimbiose (simbiose
que não beneficia nem prejudica os participantes da interação; é sinônimo de neutralismo) (ver
INTERAÇÃO ECOLÓGICA).
PARADIGMA
Termo usado inicialmente pelo físico Thomas Kuhn (em sua obra clássica “The structure of
scientific revolutions”) referindo-se a um conjunto de crenças científicas e metafísicas, constituindo-se
num arcabouço teórico dentro do qual as teorias científicas podem ser testadas, avaliadas e, se necessário,
revisadas.
PARÂMETRO
Denominação matemática utilizada para designar uma variável que é mantida constante enquanto
outras estão sendo investigadas. Embora assim definido, como uma denominação matemática, este termo
tem sido utilizado livremente em ecologia e ciências ambientais, quando se deseja referir-se à variável ou
fator ambiental.
PARAQUAT
Herbicida de contato (C12H14N2) com baixa persistência em certos solos e na água, sendo
extremamente tóxico para mamíferos e moderadamente tóxico para aves.
PARASITA
(Ver PARASITISMO)
PARASITA ACIDENTAL
(Ver PARASITISMO)
175
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PARASITA BIOTRÓFICO
Diz-se do parasita que se desenvolve somente sobre hospedeiro vivo.
(Ver PARASITA NECROTRÓFICO)
PARASITA NECROTRÓFICO
Diz-se do parasita que se desenvolve sobre organismos mortos, certamente porque sua fonte
principal de alimento somente ocorre na matéria orgânica morta.
(Ver PARASITA BIOTRÓFICO)
PARASITISMO
Tipo de interação ecológica na qual uma das populações afeta a outra, de quem depende para
manter-se.
No parasitismo, geralmente o indivíduo da população parasita é menor do que o indivíduo da
população hospedeira.
Muitas inferências são feitas desta interação, em termos de interesse ecológico, gerando diversas
expressões e termos específicos. No caso da transmissão de parasitas, por exemplo, as doenças em
vegetais transmitidas pelo vento, têm sua eficiência de infecção dependente da distância entre as plantas,
além de alguns fatores abióticos. Quando a transmissão não atinje grandes distâncias, resumindo-se ao
seu local de origem, diz-se ocorrer uma transmissão leptocúrtica (termo da estatística que significa
distribuição achatada, em oposição a uma distribuição normal). Outro aspecto importante diz respeito ao
patamar (ou limiar) de transmissão do parasita, que é a dependência à sua taxa reprodutiva básica.
Há animais (ovíparos), segundo registro feito inicialmente por R.B.Payne, em 1977, que
desenvolveram um tipo de parasitismo que poderia ser chamado de parasitismo em ninhada ou de
parasitismo de ninho, fortemente presente em espécies de pássaros que depositam seus ovos em ninhos de
outros pássaros que os chocam até a eclosão. Geralmente a fêmea coloca no ninho alheio um ovo, no
lugar de um da outra espécie que ela suprimiu. Há então, dois tipos de parasitismo em ninhada, o
“intraespecífico” (observado em espécie de pato, por exemplo) e “interespecífico” (ocorre, por exemplo,
na metade das espécies de cuco, um pássaro europeu e no peixe-gato).
Usa-se também o termo parasita acidental para designar o organismo que é encontrado em outro
organismo mas que este não é normalmente seu hospedeiro.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA; PARASITÓIDE; e PREDATISMO)
PARASITÓIDE
Alguns autores utilizam este termo quando desejam referir-se a um organismo que tem
comportamento entre parasita e predador. Para a maioria dos autores, refere-se este termo diretamente aos
insetos que põem seus ovos sobre determinados hospedeiros, sobre outros insetos ou raramente sobre
aranha ou outro animal, podendo matar ou não seu hospedeiro. Grande parte desses insetos pertencem à
ordem Hymenoptera e alguns à ordem Diptera.
PARATÊNICO, HOSPEDEIRO (e PARASITA)
Um hospedeiro paratênico é aquele que não é essencial para que um parasita complete seu ciclo
vital, mas que é utilizado como um habitat temporário ou como um meio para conseguir alcançar o
hospedeiro definitivo. Alguns autores referem-se a parasita paratênico àquele que utiliza tal habitat
temporário.
PARATION
(Ver ORGANOFOSFORADO)
“-paro”
Sufixo de origem latina significando “gerar; pôr (ovos); parir; produzir”. São muitos os termos
com este sufixo, como por exemplo: ovíparo (que põe ovos); ovovivíparo (que produz ovos no interior do
corpo materno e ainda dentro do corpo libera o rebento); vivíparo (que produz o filhote ou rebento que sai
do interior do corpo materno). Ainda com respeito à “produção”, são muitos os termos, como por ex.:
ramíparo (que produz ramificações); sudoríparo (que produz suor); veneníparo (que produz veneno); e
outros.
PARQUE NACIONAL
Categoria de unidade de conservação do Grupo I do SNUC. Também conhecido pela sigla
PARNA ou PN, tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividade de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a Natureza e de turismo
ecológico. Até meados de 2006 haviam sido criados 52 parques nacionais.
PARQUE (NACIONAL, ESTADUAL ou MUNICIPAL)
Área de propriedade governamental que contenha características naturais (aspectos
geomorfológicos, espécies de interesse científico ...) importantes, atraentes para o público e que devam
ser mantidas com sua aparência original.
176
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Segundo a Lei nº 4.711/65 que o instituiu, o parque tem por finalidade “resguardar atributos
excepcionais da Natureza, conciliando a proteção integral da flora, fauna e das belezas naturais, com a
utilização para objetivos educacionais, recreativos”.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
PARTÍCULA ALFA
(Ver RADIONUCLÍDEOS)
PARTÍCULA BETA
(Ver RADIONUCLÍDEOS)
PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR
Geralmente são consideradas como sendo menores do que “poeira”, tendo menos do que 1μm de
diâmetro. A fumaça, proveniente de queima de certos materiais sólidos (inclusive vegetação das
queimadas), está aqui nesta categoria de poluente atmosférico.
PASTAGENS TEMPERADAS
Pradarias e estepes em regiões de clima temperado e seco.
PASTEIO
(Ver PASTEJO)
PASTEJO (ou PASTEIO)
Refere-se, em ecologia, à atividade desenvolvida pelos herbívoros ou consumidores primários,
na cadeia alimentar.
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
PATRIMÔNIO GENÉTICO
(Ver GENÓTIPO)
PAUL
(Ver PÂNTANO)
PAUROMETÁBOLO
(Ver HEMIMETABÓLICO)
“PCB – POLYCHLORINATED BIPHENYLS”
(Ver ASCAREL)
“PCP – PENTACHLOROPHENOL”)
(Ver PENTACLOROFENOL)
“PCR – POLYMERASE CHAIN REACTION”
(Ver TERMÓFILO)
PECILOTERMIA (ou POIQUILOTERMIA)
(Ver ECTOTERMIA)
PEDÓFAGO
Que se alimenta de embriões ou de descendentes ainda muito jovens de outras espécies.
PEDOGÊNESE
Processo de formação dos solos. Ocorre como conseqüência de modificações causadas nas
rochas pelo intemperismo; seguindo-se uma reorganização dos minerais formadores do solo,
principalmente argilo-minerais e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio, nas chamadas camadas do manto de
alteração ou regolito. Na pedogênese exercem papel fundamental a flora e fauna local.
PEDON
O menor volume ou unidade, do que possa se chamar solo. É tridimensional, estendendo-se até a
profundidade das raízes, com área de 1 a 10 m2, permitindo o estudo dos seus horizontes e suas relações.
PEGADA ECOLÓGICA (“ECOLOGICAL FOOTPRINT”)
Expressão introduzida por M.Wackernagel e W.R.Rees, em 1996, referindo-se aos recursos
naturais e condições ambientais em geral, necessárias para manter uma população humana de maneira
sustentável, tal que disponha de áreas naturais para manter o consumo dessa população e para manejo dos
resíduos por ela gerados.
Como exemplo é bastante útil e elucidativo o estudo de G.F.Dias sobre a pegada ecológica (PE)
de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal. A PE (somatória de vários itens, como população, uso
de combustíveis fósseis, água, energia elétrica, madeira, papel, alimentos, resíduos sólidos) = 2,24 ha /
pessoa. Multiplicando-se este resultado pela população local, que é de 738.578 habitantes, resulta numa
PE = 1.654.414,7 ha de áreas naturais necessárias para suprir as demandas (consumo e absorção de
resíduos). Como a TED (terras ecoprodutivas disponíves) = 13.637 ha, o déficit ecológico (DE) = 13.637
/ 738.578 = 0,02-2,24 = -2,22. Este cálculo pode ser representado por: DE = TED – PE.
Segundo G.F.Dias alguns países apresentam os seguintes déficits ecológicos: Brasil (DE = 6,73,16 = 3,5); E.U.A. (DE = 6,7-10,3 = -3,6); Japão (DE = 0,9-4,3 = -3,4); Canadá (DE = 9,6-7,7 = 1,9);
177
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
India (DE = 0,5-0,8 = -0,35); Austrália (DE = 14,0-9,0 = 5,0); Peru (DE = 7,7-1,6 = 6,1); Argentina (DE
= 4,6-3,9 = 0,7).
PEGAJOSIDADE DO SOLO
(Ver TEXTURA DO SOLO)
PELÁGICO
Organismo pelágico é aquele que vive livre, em mar aberto, podendo ser componente do
plâncton, nécton ou neuston. Dá-se o nome de epipelágico (ou autopelágico) ao organismo que vive
continuamente na superfície do mar.
(Ver ZONA PELÁGICA)
PENTACLOROFENOL
Conhecido também pela designação inglesa “PCP–pentachlorophenol”, é um composto orgânico
altamente tóxico (C6HCl5O) que é usado como inseticida contra cupins e também como herbicida,
fungicida e moluscicida.
(Ver PESTICIDA)
PERCENTUAL DE SIMILARIDADE (ou SIMILARIDADE PERCENTUAL)
Uma medição da similaridade de comunidades, expressa como PS = 100-0,5∑(a-b), onde a e b
são os percentuais de valores de importância (como densidade) para determinadas espécies das amostras
A e B.
PERCOLAÇÃO
Movimento descendente de penetração da água no solo, geralmente lento, atingindo o lençol
freático.
(Ver PERCOLAÇÃO)
PERENIFOLIA
Fenômeno de preservação das folhas por plantas que estão adaptadas, geralmente, à escassez
d’água.
Na caatinga, o juazeiro, Zipyphus joazeiro e a baraúna, Schinopsis brasiliensis, são espécies
perenifólias.
PERFIL DO SOLO
Corte ou secção feita no solo com a finalidade de observar os horizontes de que ele é composto.
A grosso modo distinguem-se num perfil de solo os seguintes horizontes (sumariamente):
01: (zero) horizonte orgânico formado por partes de plantas, distinguíveis e de animais;
02: horizonte orgânico formado por partes de plantas e de animais em decomposição, sendo
difícil distinguir suas origens;
A1: horizonte superficial mineral, escuro, com húmus incorporado;
A2: horizonte mineral, menos escuro, podendo estar desestruturado pela perda de argila, Fe e Al,
e colóides e com concentração de quartzo e outros minerais;
B: horizonte mineral às vezes cimentado com Al, Fe e colóides orgânicos; pode subdividir-se em
B1 (transição com o horizonte A); B2 (concentração máxima de argila, Fe, Al e colóides), sendo o que
melhor tipifica o horizonte B; B3 (transição para C);
C: material não consolidado, proveniente da rocha matriz;
R: rocha matriz consolidada; substrato do solo.
No exame desse perfil são descritas pormenorizadamnte as características morfológicas dos
horizontes que o compõem. As mais importantes a serem observadas são:
1) Cor; 2) Textura; 3) Estrutura; 4) Porosidade; 5) Cerosidade (e possíveis revestimentos e
superfícies de fricção); 6) Consistência; 7) Cimentação; 8) Nódulos e concreções minerais; 9)
Eflorescências.
PERFIL ECOLÓGICO
Método de representação da distribuição de plantas (e em alguns casos também de animais fixos)
ao longo de uma linha, desde um ponto de vista vertical.
Este método dá uma idéia da densidade e fisionomia de uma vegetação.
A representação é feita geralmente, em papel milimetrado, no qual procura-se esquematizar o
mais fielmente possível, a forma e o porte dos vegetais, como pode ser visto na ilustração que segue:
178
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Floresta
28
24
20
16
12
8
4
m
Caatinga
0
2
4
6
8
10
12
14
0
2
4
6
8
10
12
m
(Ver TRANSECÇÃO DE FAIXA)
PERIFITON
Comunidade microbiótica aquática (algas, bactérias, fungos, animais), que juntamente com
detritos orgânicos e partículas inorgânicas, adere a um substrato. Chama-se epifiton a comunidade
formada por organismos aderidos às macrófitas (plantas) aquáticas. O sufixo “on” refere-se à
comunidade.
PERIODICIDADE
Ocorrência periódica ou rítmica de um evento.
(Ver FOTOPERÍODO)
PERÍODO DE SECA
Período estacional do ano em que não ocorrem as chuvas. No nordeste brasileiro tem conotação
mais ampla, referindo-se ao ciclo climático que castiga esta região, privando-a parcial ou totalmente das
chuvas, com sérias conseqüências para a agropecuária e o ser humano, caracterizando-a como região
semi-árida.
(Ver ÍNDICE DE PALMER DE SEVERIDADE DE SECA)
“PERMAFROST”
Solo com água, quase permanentemente congelada, estando sob a forma líquida em período
muito curto do ano, típico da região ártica, sobre o qual ocorre a tundra.
(Ver TUNDRA)
PERMEABILIDADE
Num organismo, em suas células e tecidos, é a condição de passagem de moléculas de fluidos
através de poros ou pequenos espaços. Em solos, a permeabilidade é medida como uma taxa de passagem
de água através de certa quantidade de solo contido num cilindro.
PEROXIACETILNITRATO
(Ver PAN)
PERSISTÊNCIA
Tempo em que determinada substância tóxica fica num ambiente ou em determinado
compartimento de um ecossistema.
PERTURBAÇÃO
(Ver DISTÚRBIO)
PESO FRESCO
Peso, de matéria orgânica provida de água.
(Ver MATÉRIA SECA)
PESTE
(Ver PRAGA)
PESTICIDA
PESTICIDA = PRAGUICIDA = DEFENSIVO AGRÍCOLA = BIOCIDA
É uma substância utilizada, geralmente na agricultura, para eliminar seres vivos danosos aos
cultivos. Alguns deles são específicos para grupos de animais ou fungos ou outros organismos e são
chamados de acordo com o organismo a ser exterminado: inseticida, fungicida, moluscicida (ou
moluscocida) etc.
179
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
De acordo com Carroll Williams, há pesticidas de: a) 1ª geração (substâncias extraídas de
plantas, como a rotenona; e os sais inorgânicos); b) 2ª geração (DDT e derivados; organofosforados); e c)
3ª geração (substâncias bioquímicas, os semioquímicos, como os aleloquímicos e feromônios).
Os compostos químicos utilizados na eliminação de plantas invasoras dos cultivos são
conhecidos como agrotóxicos.
(Ver CARBAMATO; ORGANOCLORADO; ORGANOFOSFORADO; e TIOCARBAMATO)
PETERSEN, MÉTODO DE
Método de marcação-e-recaptura objetivando avaliar o tamanho de uma população N, fechada e
que requeira um único período de marcação e também um único período de recaptura. Sua fórmula é: N =
CM/R, onde M é o número de indivíduos marcados na primeira amostragem, C é o número de indivíduos
capturados na segunda amostragem, e R o número de indivíduos marcados na segunda amostragem.
pH
Ponto de hidrogenização (do francês “pouvoir hydrogéne”: poder , força, do hidrogênio). Medida
da acidez ou basicidade (alcalinidade) de um meio líquido. É representado por uma escala de 0 a 14, que
pode ser:
a) o valor negativo do logaritmo de base 10 da sua concentração em íons de hidrogênio; equação
representativa: pH = -log[H+].
b) ou o logaritmo de base 10 da recíproca (do inverso) da sua concentração em íons de
hidrogênio; equação representativa: pH = log I / [H+].
Um solo, por exemplo, com pH 5 tem 10 vezes mais hidrogênio em solução do que uma solução
do solo com pH 6 (uma mudança de 10 vezes na concentração em [H+] é representada pela diferença de
pH de 1 unidade). O pH 7 é neutro e baixando até 0 o pH indica aumento de acidez; elevando-se de 7 até
14 indica aumento de basicidade ou alcalinidade.
O pH é de importância vital para os seres vivos terrestres e aquáticos. O aumento de acidez do
meio aquático, por exemplo, pode afetar indiretamente a biodiversidade de algumas maneiras, tais como:
a) perturbando diretamente a osmorregulação, a ação das enzimas e a troca gasosa nas superfícies
respiratórias dos organismos; b) ação indireta sobre os efeitos na concentração de possíveis metais
pesados e particularmente sobre o alumínio, interferindo na capacidade de troca catiônica do sedimento;
c) reduzindo, indiretamente, a disponibilidade de alimento para os animais (em pH baixo a microflora
fúngica reduz-se ou inexiste)
“PhAR–PHOTOSYNTHETICALLY ACTIVE RADIATION”
(Ver RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA – RFA)
PICADA
Passagem ou atalho aberto na mata, geralmente a golpes de facão, foice ou faca.
PICHE, EVAPORÍMETRO DE
Instrumento de confecção simples, em que um disco de papel do tipo mata-borrão, de cor verde
(à maneira de uma folha de planta) é colocado bloqueando a parte superior de uma pipeta (em mm3) e em
que esta é enchida com água e é posta com o topo para baixo. A água da pipeta em contato com o papel
mata-borrão vai umedecendo este papel e seu nível vai baixando na pipeta, ao longo de um dia de
medição. Esta redução é calculada em relação à área do disco, valor este que é então comparado com os
valores de transpiração de uma planta (que pode ser avaliada através de balanço hídrico).
PICNOCLINO
(Ver “-clino” ou “-clina”)
PIONEIRO(A)
(Ver ESPÉCIE PIONEIRA)
PIRACEMA
(Ver ANÁDROMO)
PIRÂMIDE ECOLÓGICA
Representação gráfica, lembrando a forma de uma pirâmide, da estrutura e função tróficas de um
ecossistema, na qual os produtores geralmente ocupam a base e os demais níveis tróficos lhe estão
sobrepostos sucessivamente.
Em geral são representados três tipos de pirâmide ecológica: de número, de biomassa e de
energia. Na figura que segue estão representadas uma pirâmide dita normal (à esquerda) e uma pirâmide
invertida (à direita):
180
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
zooplâncton
carnívoros
herbívoros
fitoplâncton
produtores
Na pirâmide de número conhecida como pirâmide de Elton ou Eltoniana (representada pela
primeira vez por C.Elton, da ecologia animal) o gráfico representativo de classe de tamanho de animais
(na ordenada, y) e de número de indivíduos desses diferentes tamanhos (na abscissa, x), resultam numa
forma piramidal. Segundo Elton, o tamanho de uma população é uma função de sua taxa de reprodução;
animais pequenos se reproduziriam em taxas mais elevadas (com longevidade menor) do que animais
grandes (com maior longevidade).
PIVOTAL, PLANTA
(Ver PLANTA-CHAVE)
PLAGIOTROPISMO
Resposta da planta pelo crescimento, orientado obliquamente à vertical.
PLANCTÓFITA
Um vegetal planctônico, ou seja, um indivíduo do fitoplâncton.
PLÂNCTON (ou PLANCTO)
Organismos diminutos que, em quantidade e qualidade variadas, vivem como flutuantes em
ecossistemas aquáticos. O sufixo “-on” refere-se à comunidade.
Aos organismos vegetais, produtores primários do plâncton, dá-se o nome de fitoplâncton. Aos
organismos animais, consumidores, dá-se o nome de zooplâncton. Alguns autores consideram ainda o
bacterioplâncton (bactérias), o nanoplâncton (microrganismos com tamanho de 5 a 60 μm) e abaixo desse
valor mínimo o ultraplâncton (ver APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE
TAMANHO).
Nos ambientes aquáticos profundos, acredita-se que o fitoplâncton exerça importância muito
maior do que a vegetação com raiz, dos ambientes terrestres, na produção de alimento básico para o
ecossistema.
(Ver BENTOS; NÉCTON; NEUSTON; e PLEUSTON)
PLANÍCIE ABISSAL
Uma zona um pouco inclinada, abaixo dos 4.000 m de profundidade oceânica.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
PLANÓFITA
Planta flutuante livre, de água doce; ou uma pleustófita grande ou uma planctófita pequena.
PLANOSPORO
Um esporo móvel.
PLANOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
PLANTA C3
(Ver C3)
PLANTA C4
(Ver C4)
“PLANTA CARNÍVORA”
(“PLANTA CARNÍVORA” = “PLANTA INSETÍVORA”)
Planta ou erva, sem caule ou tendo este muito curto, com folhas dispostas em roseta, que
secretam líquido viscoso, atuando na apreensão de pequenos invertebrados (geralmente insetos) e
digerindo-os, graças à ação de enzimas. Esta planta é da família Droseraceae, do gênero Drosera. Tais
plantas têm na nutrição mineral sua principal fonte de alimento.
PLANTA-CHAVE
PLANTA-CHAVE = PLANTA PIVOTAL
Refere-se a uma planta que desempenha importante papel na manutenção da fauna de um
ecossistema, geralmente de floresta tropical, frutificando na época de escassez geral de frutos, com
produção de grande safra. São citadas como exemplos de plantas-chave algumas palmeiras e figueiras.
PLANTA DE SOL
PLANTA DE SOL = HELIÓFILA
181
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
É uma planta de alto ponto de compensação, ou seja, que necessita de muita luz para iniciar a
fotossíntese. As árvores do estrato superior de uma floresta, por exemplo, são tidas como plantas de sol.
(Ver PLANTA DE SOMBRA)
PLANTA DE SOMBRA
PLANTA DE SOMBRA = UMBRÓFILA = CIÓFILA = ESCIÓFILA
Planta cujo ponto de compensação de luz é baixo, portanto, adaptada a viver em baixas
condições de luminosidade. Muitas plantas dos estratos inferiores de uma floresta, por exemplo
(subárvores, arbustos, subarbustos e herbáceas), são tidas como plantas de sombra.
Observação: não confundir o termo umbrófila com ombrófila.
(Ver CIÓFITO(A) / CIÓFILO(A); e PLANTA DE SOL)
“PLANTAE”
(Ver REINO)
PLANTA INVASORA
(Ver ALÓCTONE)
PLANTA PIVOTAL
(Ver PLANTA-CHAVE)
PLANTA RUDERAL
Planta que vive próxima às construções feitas pelo ser humano (estradas, ruas, casas, muros,
cercas ...) ou em terrenos baldios. Tem se usado este termo também para designar espécies de organismos
em geral, que vivem em tais condições.
(Ver “poleo-”)
PLASMÍDIO
Elemento genético extracromossômico, de forma circular, com autonomia de reprodução e que,
embora não exerça nenhum papel no crescimento da célula (célula microbiana, por exemplo), é
responsável por transmitir importantes características para outras células.
Em termos de ecologia microbiana, os plasmídios exercem ação muito importante, uma vez que
são responsáveis, por exemplo, em transmitir características de resistência a antibióticos e metais pesados;
além de outras características de adaptação dos microrganismos ao ambiente em que vivem. Alguns
plasmídios conduzem genes que controlam a produção de toxinas.
PLASTICIDADE (DE UM ORGANISMO)
É a capacidade de um organismo de variar morfológica, fisiológica ou comportamentalmente
como resultado das ações e/ou flutuações ambientais.
(Ver PLASTICIDADE FENOTÍPICA)
PLASTICIDADE DO SOLO
(Ver TEXTURA DO SOLO)
PLASTICIDADE FENOTÍPICA
Habilidade de um único genótipo expressar-se de diferentes maneiras em diferentes ambientes.
PLATAFORMA CONTINENTAL
Parte do litoral recoberta pelo mar, até 200 m de profundidade; é a parte submersa, adjacente ao
continente. Nos mapas, esta faixa, acompanhando as bordas dos continentes, é representada por uma
tonalidade mais clara da cor que representa o oceano.
(Ver SUBLITORAL; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
“pleo-” (e “pleio-”)
Prefixo de origem grega que (e sua outra forma “pleio-”), dentre alguns significados, é utilizado
para indicar “muitos; mais do que o número normal”. Vejamos alguns exemplos: pleomórfico (ou
polimórfico, que se apresenta em diferentes formas); pleotrópico (refere-se a um gene que tenha um efeito
fenotípico visivelmente independente); mutação pleotrópica (aquela que afeta a expressão de diversas
características); pleoxênico (e heteroxênico) (refere-se a um parasita que não tenha especificidade de
hospedeiro, ou a um parasita que tenha diversos hospedeiros durante seu ciclo de vida); pleogamia
(maturação e polinização de diferentes flores de um espécime vegetal em diferentes épocas ou período de
tempo); pleometrose (fundação de uma colônia de organismos sociais por mais do que uma fêmea
original).
PLEÓFAGO
PLEÓFAGO = EURIFÁGICO = PLEOTRÓFICO = PLURÍVORO = POLÍFAGO
Que se alimenta de uma grande variedade de tipos de alimento. Um termo mais apropriado para
esta condição é eurifágico, que significa uma ampla (larga) faixa de seleção de alimento.
(Ver “euri-”)
PLEOTRÓFICO
PLEOTRÓFICO = EURIFÁGICO = PLEÓFAGO = PLURÍVORO = POLÍFAGO =
POLITRÓFICO
182
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Que se alimenta de uma grande variedade de tipos de alimento. Um termo mais apropriado para
esta condição é eurifágico, que significa uma ampla (larga) faixa de seleção de alimento.
(Ver “euri-”)
PLEUSTÓFITA
Uma planta macroscópica, aquática, flutuante livre.
(Ver FITOPLÂNCTON; e PLANCTÓFITA)
PLEUSTON
Macrorganismos que nadam na superfície da água ou andam sobre a mesma, sendo
representados por plantas, insetos (inclusive suas larvas). O sufixo “-on” refere-se à comunidade. Este
termo é reservado para indicar o organismo que normalmente tem parte de sua estrutura mergulhada na
água e parte no ar, como as macrófitas aquáticas.
(Ver BENTOS; NÉCTON; NEUSTON; PLÂNCTON; e APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS
E CATEGORIAS DE TAMANHO)
PLINTOSSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
PLURÍVORO
PLURÍVORO = EURIFÁGICO = PLEÓFAGO = PLEOTRÓFICO = POLÍFAGO =
POLITRÓFICO
Que se alimenta de uma grande variedade de tipos de alimento. Um termo mais apropriado para
esta condição é eurifágico, que significa uma ampla (larga) faixa de seleção de alimento.
(Ver “euri-”)
PLUVIAL
Relativo à “chuva”. Alguns exemplos: pluviômetro (instrumento para medir quantidade de
chuva); pluviofluvial (que diz respeito à ação combinada da chuva e de riacho); pluvioterófita (planta
vascular que germina após chuva intensa e que rapidamente completa seu ciclo vital enquanto perdura a
umidade); pluviófilo (um organismo que vive em condições de chuva abundante); pluviófobo (um
organismo que não tolera condições de chuva abundante).
PMS – PRODUÇÃO MÁXIMA SUSTENTÁVEL
(Ver PRODUÇÃO MÁXIMA SUSTENTÁVEL)
PMV – POPULAÇÃO MÍNIMA VIÁVEL
(Ver POPULAÇÃO MÍNIMA VIÁVEL)
PNEUMATÓDIO
(Ver PNEUMATÓFORO)
PNEUMATÓFORO
Raiz aérea, de Avicennia sp (mangue-siriúba) por exemplo, que emerge do solo lodoso do
mangue, ostentando estrutura respiratória importante, a lenticela ou pneumatódio.
PNEUMOTRÓPICO
Organismo que tem afinidade por pulmões. Pentastomídeos (Pentastomida) podem estar aqui
classificados, parasitando trato respiratório de lagartos, lagartixas e cobras.
POÇA DE MARÉ
Pequena depressão, nas rochas ou na
areia, no litoral (zona entremarés) onde se
acumula água durante a maré baixa. As poças
de maré criam ambientes apropriados
(quando ocorrem sobre rochas) para a
permanência de larvas de animais aquáticos,
pequenos peixes, crustáceos, que se protegem
dos predadores nas suas reentrâncias.
(Ver foto ao lado, de Breno Grisi,
mostrando poças formadas entre as rochas
areno-ferruginosas no pontal dos Seixas, João
Pessoa, PB).
PODA RASTEIRA
(Ver “COPPICING”)
PODZOL
((Ver SPODOSOL)
183
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PODZOLIZAÇÃO
Aplica-se este termo à formação do podzol (tipo de solo conhecido atualmente por spodosol),
solo arenoso que ocorre em regiões úmidas (a maioria na América do Norte, Europa e Ásia), ácido, com
baixa CTC (exceto onde há acúmulo de humus), baixa porcentagem de saturação de bases, com deposição
de óxidos de ferro, alumínio e/ou colóides humificados em subhorizonte e é considerado naturalmente
infértil para a maioria dos cultivos.
(Ver LATOLIZAÇÃO; e SPODOSOL)
“poiquilo-” (ou “pecilo-”)
Prefixo de origem grega significando “vários; variável”.
POIQUILOTERMIA (ou PECILOTERMIA)
(Ver ECTOTERMIA)
POISSON, DISTRIBUIÇÃO DE
Na matemática a distribuição de Poisson é usada quando se deseja descrever ou testar uma
distribuição ou processo aleatório (ao acaso) e como um modelo de populações distribuídas ao acaso,
onde a presença de um indivíduo em qualquer ponto (da distribuição ou processo) não aumenta nem
diminui a probabilidade de um outro indivíduo (da população) ocorrer próximo e onde a variância é
aproximadamente igual à média.
“poleo-”
O prefixo de origem grega “poleo-“ significa “negociar; vender”, mas usa-se este termo para
designar o organismo que tem habitat urbano, sendo então poleófilo, aquele que prefere habitat urbano; o
oposto, que não tolera viver em zona urbana é poleófobo; usa-se também poleotolerante para designar
aquele que tolera essa zona. Alguns autores utilizam um índice de poleotolerância (escala qualitativa de
tolerância a ambiente urbano).
(Ver PLANTA RUDERAL)
POLIANDRIA
(Ver POLIGAMIA)
POLICLÍMAX
(Ver TEORIAS MONO E POLICLÍMAX)
POLÍFAGO
POLÍFAGO = EURIFÁGICO = PLEÓFAGO = PLEOTRÓFICO = PLURÍVORO =
POLITRÓFICO
Que se alimenta de uma grande variedade de tipos de alimento. Um termo mais apropriado para
esta condição é eurifágico, que significa uma ampla (larga) faixa de seleção de alimento.
(Ver “euri-”)
POLIFATORIAL
(Ver POLIGÊNICO)
POLIGAMIA
Refere-se ao indivíduo que se acasala com vários outros do sexo oposto. No caso do macho que
se acasala com várias fêmeas dá-se a denominação de poliginia; e no caso da fêmea que se acasala com
vários machos dá-se a denominação de poliandria.
(Ver MONOGAMIA)
POLIGÊNICO (POLIGENIA)
POLIGÊNICO = MULTIFATORIAL = MULTIGÊNICO = POLIFATORIAL
Refere-se a características controladas pela ação integrada de genes independentes múltiplos.
POLÍGONO DAS SECAS
Região semi-árida do nordeste brasileiro, de formato poligonal, periodicamente assolada por
longos períodos de estiagem, abrangendo os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais.
POLIMÍTICOS
(Ver HOLOMÍTICOS)
POLIMORFISMO
Coexistência de duas ou mais formas segregantes descontínuas, geneticamente determinadas,
numa população, onde a freqüência do tipo mais raro não é mantida por si só pela mutação. Refere-se este
conceito ao polimorfismo genético, dentre as várias denominações de polimorfismo (críptico, fenotípico,
pseudoestacional ou pseudosasonal, transitório ...). O polimorfismo transitório é bastante comum na
Natureza, onde as mudanças de condições ambientais num habitat possibilitam a substituição de uma
forma por outra.
(Ver TAUTOMORFISMO)
184
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
POLIMORFISMO COMPORTAMENTAL GENÉTICO
(Ver HIPÓTESE DO COMPORTAMENTO POLIMÓRFICO (ou HIPÓTESE DO
POLIMORFISMO COMPORTAMENTAL GENÉTICO))
POLINIZAÇÃO
Em geral, é a fertilização de plantas com sementes, as fanerógamas (ou espermatófitas:
angiospermas e gimnospermas). É a transferência de pólen do androceu de uma mesma flor (flor
hermafrodita, em reprodução autogâmica) ou de outra flor, para o gineceu da flor receptora.
(Ver MONÓICA; DIÓICA; e TRIÓICA)
POLÍTICA DOS TRÊS Rs
Reduzir, reutilizar e reciclar: em educação ambiental, princípio em que se procura sensibilizar e
conscientizar os cidadãos visando poupar, aproveitar e reaproveitar os recursos naturais disponíveis.
Procura-se hoje aplicar este princípio a uma gama muito grande de materiais utilizados no dia-a-dia das
mais diferentes sociedades humanas.
POLÍTICA NACIONAL DA BIODIVERSIDADE
O Decreto no 4.339, de 22/08/2002, instituiu princípios e diretrizes para a implementação da
Política Nacional da Biodiversidade. Durante a CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, e seguindo as orientações da Declaração do Rio e da Agenda 21,
o Brasil assumiu o compromisso na Convenção sobre Diversidade Biológica, de implementar a Política
Nacional da Biodiversidade, com a participação dos governos federal, distrital, estaduais e municipais, e
da sociedade civil (pormenores referentes aos princípios e diretrizes gerais desta Política são apresentados
em PAZ et al. (2006). Os componentes desta Política, considerados como eixos temáticos, são: I –
Conhecimento da biodiversidade; II – Conservação da biodiversidade; III – Utilização sustentável dos
componentes da biodiversidade; IV – Monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de impactos
sobre a biodiversidade; V – Acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados e
repartição de benefícios; VI – Educação, sensibilização pública, informação e divulgação sobre
biodiversidade; e VII – Fortalecimento jurídico e institucional para a gestão da biodiversidade.
POLITRÓFICO
POLITRÓFICO = POLÍFAGO = EURIFÁGICO = PLEÓFAGO = PLEOTRÓFICO =
PLURÍVORO
(Ver POLÍFAGO)
POLUENTE
POLUENTE = AGENTE POLUIDOR
Resíduo ou qualquer outro material proveniente da fabricação e uso ou da atividade do homem,
lançado por este na Natureza e que causa poluição.
POLUENTE PRIMÁRIO
Dá-se esta designação (complementar) ao agente poluidor que por si só, causa poluição. O
metano, que emana naturalmente de pântanos (gás de pântano), arrozais etc, é um poluente primário.
(Ver METANOGÊNESE; e POLUENTE SECUNDÁRIO)
POLUENTE SECUNDÁRIO
Designação (complementar) dada ao agente poluidor que se constitui como tal ao reagir com um
outro componente natural ou um outro poluente. O SO2 em contato com vapor d’água forma H2SO4
(ácido sulfúrico), que é altamente poluidor. O Hg (mercúrio) nas guelras dos peixes ou no interior de
ostras, forma o metilmercúrio, altamente tóxico nos sistemas aquáticos.
(Ver SINERGISMO)
POLUIÇÃO
Efeito acarretado pelo procedimento humano de lançar na Natureza, resíduos, dejetos ou
qualquer outro material que altere as condições naturais do ambiente, contaminando ou deteriorando
nossa fonte natural de recursos, do ar, terra ou água, sendo prejudicial ao próprio homem ou a qualquer
ser vivo desejável.
O termo poluição é aplicado hoje a uma vasta gama de conseqüências de procedimentos
humanos, mormente nos centros de grande atividade ou aglomeração, tais como excesso de efeitos
sonoros (poluição sonora ou auditiva), de efeitos visuais (poluição visual), poluição do ar, poluição
térmica (por geração indesejável de calor), poluição alimentar etc.
O quadro seguinte ilustra a poluição atmosférica em centros urbanos com diferentes densidades
de população (GOUDIE, 1990):
185
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CONCENTRAÇÃO
---------------------------------------μg / m3--------------------------------------------------------CLASSE DE
PARTÍCULAS EM
PARTÍCULAS DE SO2 PARTÍCULAS DE NO2
POPULAÇÃO
SUSPENSÃO (TOTAL)
Não-urbano
25
10
33
<10.000
57
35
116
10.000
81
18
64
25.000
87
14
63
50.000
118
29
127
100.000
95
26
114
400.000
100
28
127
700.000
101
29
146
1.000.000
134
69
163
3.000.000
120
85
153
A fotos que seguem, mostram Pequim: à esquerda em dia após a chuva e à direita em dia com
poluição atmosférica (do site www.wikipedia.com).
Estas outras duas fotos que seguem, mostram: a da esquerda, Nova York em dia com poluição do
ar elevada; e a da direita, dois edifícios em Bordeaux (França), onde o da esquerda foi construído com
material suscetível à aderência dos poluentes atmosféricos, em contraste com o edifício da direita (fotos
do site www.wikipedia.com).
PONTO DE COMPENSAÇÃO (DE LUZ ou FÓTICO)
Refere-se à luminosidade na qual o O2 produzido na fotossíntese compensa o O2 consumido na
respiração. Em ecologia aquática, a profundidade de compensação é aquela, na coluna de água, onde a
produtividade primária e o consumo pela respiração se igualam, não ocorrendo produtividade líquida.
PONTO DE INFLEXÃO
(Ver INFLEXÃO, PONTO DE)
186
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PONTO (ou COEFICIENTE) DE MURCHA PERMANENTE (DE UMA PLANTA)
Teor de água no solo que causa a murcha irreversível da planta, sendo que esta não se recupera
quando é colocada em ambiente saturado com vapor d’água. Estima-se ser tal ponto em torno de -1,5 Mpa
de potencial mátrico do solo. Este potencial é representado em termos de energia livre (e não de pressão),
significando portanto, um valor negativo, ou seja, faz-se necessário “trabalho” (ou força) para remover a
água do solo.
(Ver POTENCIAL DE ÁGUA DO SOLO)
PONTO DE ORVALHO
Temperatura em que o vapor de água se liquefaz.
“POOL”
(Ver COMPARTIMENTO DE CICLAGEM e DE RESERVA)
POPULAÇÃO
Grupo de organismos de uma mesma espécie, coexistindo ao mesmo tempo e no mesmo espaço,
e capazes, na maioria, de se intercruzarem, produzindo descendentes férteis.
POPULAÇÃO EFETIVA
(Ver TAMANHO DE POPULAÇÃO EFETIVA)
POPULAÇÃO EM GARGALO
POPULAÇÃO EM GARGALO = EFEITO GARGALO (DE GARRAFA) = GARGALO
POPULACIONAL
Originalmente o termo utilizado foi, em inglês, “bottleneck population”, querendo significar uma
redução brusca no tamanho de uma população com conseqüente redução no tamanho do compartimento
(“pool” em inglês) gênico ou da variabilidade genética total.
POPULAÇÃO LOCAL
Qualquer grupo de indivíduos, da mesma espécie, relativamente isolados, que se intercruzam.
Devido às trocas genéticas e à continuidade da população através do tempo, a população local, mais do
que o indivíduo, é a unidade básica da evolução.
POPULAÇÃO MÍNIMA VIÁVEL − PMV
É o número mínimo de indivíduos de uma população, que lhe possibilite evitar a vulnerabilidade
à extinção e continue com chances de aumentar, tão logo as condições ambientais lhe permitam.
(Ver ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO DE BASES
(Ver SATURAÇÃO DE BASES)
POROSIDADE (DO SOLO)
Porção, de um volume de solo, não ocupado por partículas sólidas (seja mineral ou orgânica).
Em condições normais de campo, os espaços entre tais partículas são ocupados por ar e água; é este o
espaço disponível para a penetração das raízes no solo. Fala-se em microporos (ou em microporosidade
do solo), geralmente no interior dos agregados, em que a água é retida por capilaridade; e fala-se em
macroporos (ou em macroporosidade do solo ou porosidade não-capilar), em que a água o atravessa por
gravidade e é então substituída por ar. A estimativa da porosidade pode ser feita da seguinte maneira
(MILLER & DONAHUE, 1990):
a) Uma amostra de solo é coletada com um cilindro (ver o utilizado no verbete DENSIDADE
APARENTE), perfazendo um volume de 73,6 cm3. A amostra, seca em estufa a 105°C, pesou 87,8 g. A
densidade de partícula “padrão” é 2,65 g/cm3 (ou 2650 kg/m3).
b) Obtém-se inicialmente a densidade aparente (ver o verbete DENSIDADE APARENTE), que
neste exemplo foi 1,19 g/cm3.
c) A porcentagem de poros é dada finalmente por:
= 100% - (densidade aparente/densidade de partículas) (100)
= 100% - (1,19/2,65) (100)
= 100% - 44,9%
= 55,1%; esta é a porcentagem de volume de poros do solo.
Um solo argiloso tem uma porcentagem em torno do valor dado neste exemplo. Um solo arenoso
teria entre 45 e 50%. O volume de poros é portanto inversamente proporcional ao diâmetro das partículas
sólidas do solo, ou seja, varia com a textura do solo. Raramente um solo apresenta porosidade inferior a
30% ou superior a 60%.
(Ver DENSIDADE APARENTE; e PERFIL DO SOLO)
POSCLÍMAX
Refere-se à modificação de uma vegetação, como conseqüência de alterações ou ligeiras
flutuações climáticas, refletindo tal modificação nas condições ambientais (climáticas) que se tornam
mais frias e/ou mais úmidas do que a média do ambiente antes da modificação.
187
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
POSSIBILIDADE DE DEFESA ECONÔMICA
A habilidade de um animal defender um território e que é medida como sendo os custos
biológicos de defesa, comparados aos benefícios obtidos. Quando os benefícios excedem os custos, diz-se
ser o território “defensável”.
POTAMO
Termo, de origem grega, utilizado como designação de rio e a tudo que a ele se refere.
Combinados a esta nomenclatura há então termos tais como potamoceno (ecossistema de rio) e muitos
outros (potamobento, potamoneuston, potamopleuston, potamopelagial, potamoquinal).
POTAMÓDROMO
(Ver ANÁDROMO)
POTÊNCIA DE TRÊS MEIOS
(Ver LEI DA POTÊNCIA DE TRÊS MEIOS)
POTENCIAL BIÓTICO
Diz-se da habilidade de uma determinada população em reproduzir numa certa taxa ou
velocidade, geralmente num ambiente sem limitação de recursos.
POTENCIAL DE ÁGUA (DA PLANTA)
O potencial de água da planta é o estado termodinâmico da água nas células vegetais, mais do
que a quantidade total de água que participa das reações bioquímicas da planta. O potencial de água, ψ, é
o trabalho necessário para elevar a água combinada ao potencial de água pura. É expressa em energia por
unidade de massa (J m-3), sendo convertida em potencial pela relação: 1 MJ m-3 = 1 Mpa. O potencial
osmótico, ψπ, sendo mais baixo do que o da água pura, ele é um valor negativo; e o potencial de pressão
ψP é geralmente positivo. Assim num certo estado de hidratação, o potencial da célula vegetal inteira é
dado por: ψcél = (-)ψπ + (+)ψP. Um potencial de água da célula vegetal (ψcél) negativo indica que a célula
está sob tensão. Um déficit de vapor de água no ar ou um meio hipertônico (solo salino, por exemplo),
pode fazer com que a água saia da célula e assim baixe seu potencial. Nas células do ser vivo há uma
tendência da água mover-se de pontos com potencial mais alto para pontos com potencial mais baixos.
Outros elementos importantes na questão do potencial de água das plantas é o potencial mátrico
(−)ψτ do protoplasma e da parede celular (geralmente é de valor negligível). Quando a célula, ou melhor o
protoplasma está saturado com água, devido à pressão de turgescência, a parede da célula se distende ao
máximo e assim impede a célula de absorver mais água. Os valores são então: ψcél = 0 e ψπ = ψP. (Ver
outros pormenores em LARCHER, 2001).
POTENCIAL DE ÁGUA (DO SOLO)
Quantidade de trabalho que uma porção infinitesimal de água pode desenvolver para se deslocar
do solo (maior concentração de sais ou nutrientes) para um local com água pura, em condição de pressão
atmosférica normal. É uma combinação dos efeitos da área de superfície das partículas do solo, dos
pequenos poros que adsorvem água (potencial mátrico), juntamente com os efeitos das substâncias
dissolvidas (potencial osmótico) e dos efeitos da pressão atmosférica (potencial de pressão).
A unidade de energia tradicionalmente utilizada para representar o potencial de água é o bar:
1 bar = 100 kPa (quilo Pascal) = 100 J/kg
1 kPa = 1J/kg = 0,009869 atm
Modernamente usa-se o Pascal.
Este potencial é representado em termos de energia livre (e não de pressão), significando
portanto, um valor negativo, ou seja, faz-se necessário “trabalho” (ou força) para remover a água do solo.
A figura que segue (MILLER & DONAHUE, 1990) mostra o aumento do valor negativo do potencial de
água que está fortemente ligada aos sais em dissolução no solo:
188
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
kPa
0
-33
-100
Condição do solo
Solo saturado
Capacidade de campo
Energia requerida
Pouca energia
Crescente
Potencial
mátrico
Alto (maior)
MPa
0
-0,03
-0,1
-0,2
-200
-400
-0,4
-600
-0,6
-0,8
-800
-1
-1200
-1,2
Ponto de murcha
Muita energia
-1600
Baixo (menor)
-1,6
Observações sobre a representação do potencial mátrico do solo:
1) Alto potencial (pequenos valores negativos) corresponde a um solo úmido (alto teor de água,
fracamente ligada às partículas do solo; disponível para os organismos, que requerem pouca energia para
usá-la).
2) Baixo potencial (grandes valores negativos) corresponde a um solo seco (baixo teor de água,
fortemente ligada às partículas do solo; pouco disponível para os organismos, que requerem muita energia
para usá-la).
POTENCIAL DE PRESSÃO (DO SOLO)
(Ver POTENCIAL DE ÁGUA (DO SOLO))
POTENCIAL MÁTRICO (DO SOLO)
(Ver POTENCIAL DE ÁGUA (DO SOLO))
POTENCIAL OSMÓTICO (DO SOLO)
(Ver POTENCIAL DE ÁGUA (DO SOLO))
POTENCIAL REDOX (ou POTENCIAL DE REDUÇÃO-OXIDAÇÃO)
Diz respeito às reações em que um composto orgânico sofre oxidação (adição de oxigênio ou
remoção de hidrogênio) ao tempo em que outro sofre redução (remoção de oxigênio ou adição de
hidrogênio). Nas reações biológicas, a transferência de eletron não é muito evidente, por causa da
ausência comum de íons e também porque os estados de oxidação do carbono não são comumente usados
em química orgânica. A maioria das reações biológicas de redox envolve a transferência de hidrogênio.
Nos inúmeros processos oxidativos que ocorrem nos seres vivos há sempre liberação de energia, que é
utilizada pelo organismo nos mais diferentes processos metabólicos vitais (transporte ativo, movimento
flagelar, ATPase para formar ATP etc). A reação geral pode ser dada por:
AH2 + B ↔ A + BH2
O agente oxidante B é o aceptor de hidrogênio. Esta reação é interpretada como de transferência
de 2 átomos de H, com seus 2 eletrons, de A para B, de maneira que A ao perder 2 eletrons, se oxida.
O potencial redox é atualmente expresso em Eh (anteriormente era Pε); assim: Pε = Eh
(volts)/0,059. Como exemplo, a oxidação do NO2 a NO3 no solo (na nitrificação) tem um potencial redox
de Eh = 0,42 volts. O potencial é negativo quando a substância redutora é mais forte; a oxidação do NH4 a
N2 é Eh = -0,35 volts.
PPB − PRODUÇÃO PRIMÁRIA BRUTA
(Ver PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA)
PPL − PRODUÇÃO PRIMÁRIA LÍQUIDA
(Ver PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA LÍQUIDA)
189
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
P:R
(Ver RAZÃO P : R)
PRADARIAS
Denominação generalizada para as formações (ou ecossistemas) campestres, onde há predomínio
de gramíneas (geralmente de uns poucos centímetros de altura até 2 m) e que ocorre em muitas regiões do
mundo (do norte do Canadá ao México), em alguns campos de várzea da amazônia e no planalto central
brasileiro.
(Ver CAMPOS SULINOS; e PAMPA)
PRAGA
PRAGA = PESTE
Organismo, geralmente um animal ou um microrganismo, com explosões de crescimento
populacional, que rapidamente atinge níveis de dano a um cultivo e indiretamente, ao ser humano.
Enquadram-se aqui, tanto gafanhotos, cochonilha, cigarrinhas (da cana-de-açúcar, por exemplo) e o
bicudo do algodão, como ratos, escorpiões e a ferrugem (fungo) que ataca o cafeeiro, o trigo, e a podridão
parda (fungo) do cacaueiro ou o mal-das-folhas (fungo) que ataca a seringueira.
Em termos ecológicos pode se afirmar que na maioria das vezes “não existem pragas, mas sim
conseqüências indesejáveis para o homem, pelo manejo inadequado dos componentes dos ecossistemas”,
causando desequilíbrios. A siriema, ave de apetite voraz que ocorria em abundância no nordeste
brasileiro, alimentava-se de gafanhotos; o desaparecimento da siriema propiciou a proliferação desse
inseto que freqüentemente ataca plantios de cana-de-açúcar, constituindo-se portanto, em organismo
indesejável, ou seja, uma “praga”.
Atribui-se à praga a característica de espécie estrategista r.
Nas fotos que seguem vêem-se, à esquerda, gafanhotos em campos da Mauritânia e à direita,
grande concentração de gafanhotos, da espécie Schistocerca gregaria, atacando vorazmente uma planta,
em campo, naquele país africano (fotos de G.Diana, do site www.fao.org, da FAO – Food and
Agricultural Organization). Cada gafanhoto é capaz de comer o equivalente ao seu próprio peso, todo dia.
Países como Mauritânia e Marrocos são freqüentemente sujeitos a ataques de gafanhotos. Em 1988
registrou-se deslocamento de gafanhotos do oeste da África até a India, atravessando o atlântico em 10
dias (suspeita-se que eles foram em navios e “navegando” sobre grandes quantidades de gafanhotos
mortos.
(Ver CAÇA PREDATÓRIA)
PRAGUICIDA
(Ver PESTICIDA)
PREAMAR
PREAMAR = MARÉ ALTA
Altura máxima da maré, correspondendo ao limite superior do estirâncio.
(Ver BAIXA-MAR; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
PRECIPITAÇÃO PLUVIAL
Fenômeno em que o vapor d’água da atmosfera (concentrado na forma de nuvens), pelo
abaixamento da temperatura, se condensa e se transforma em chuva. O termo precipitação atmosférica
envolve a passagem desse vapor para outras formas de precipitação, tais como, orvalho, neblina, neve,
granizo...
A precipitação pluviométrica diz respeito ao registro da quantidade de chuva que cai num
determinado local. É dada geralmente em mm/ano; ou seja, se num determinado local a precipitação
pluviométrica é de 1500 mm/ano, isto significa a média anual de chuva (obs.: 1 litro de chuva/m2 = 1
mm).
(Ver BARREIRA DE CHUVA)
190
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PRECISÃO
(Ver EXATIDÃO e PRECISÃO)
PRÉ-CLÍMAX
Refere-se à modificação de uma vegetação, como conseqüência de alterações ou ligeiras
flutuações climáticas, refletindo tal modificação nas condições ambientais (climáticas) que se tornam
mais secas e/ou mais quentes do que a média do ambiente antes da modificação. Considera-se
freqüentemente o pré-clímax como um estádio seral que precede o clímax climático.
PREDAÇÃO
(Ver PREDATISMO)
PREDAÇÃO RECÍPROCA
(Ver ANTAGONISMO)
PREDADOR
(Ver PREDATISMO)
PREDADOR-CHAVE
É o predador dominante, que tem, entre outros predadores duma cadeia alimentar numa
comunidade, a maior influência na estrutura dessa comunidade; mais do que poderia se esperar a partir de
sua abundância relativa. Sua supressão significaria o “desmoronamento da pirâmide alimentar”.
PREDATISMO
Tipo de interação ecológica na qual uma das populações afeta a outra, de quem depende para
manter-se.
No predatismo geralmente, o indivíduo predador é maior do que a presa.
Sendo esta interação um tipo de grande importância à manutenção da maioria dos ecossistemas,
com grande ênfase nos ecossistemas aquáticos (cadeia alimentar típica de pastejo), muitas são as
inferências sobre o predatismo e conseqüentemente muitas expressões e termos foram introduzidos em
ecologia. Há uma classificação taxonômica dos predadores (herbívoro alimentando-se de plantas,
carnívoro de 1ª ordem alimentando-se de herbívoros, carnívoro de 2ª ordem alimentando-se dos de 1ª
ordem e omnívoro consumindo qualquer desses tipos); e há uma classificação dita funcional
(pastejadores, predadores verdadeiros, parasitas e parasitóides). O entomólgo C.S.Holling introduziu o
termo resposta funcional quanto à relação predador-presa, classificando-a em três tipos: tipo I (a
população do predador cresce sempre proporcionalmente ao número de presas consumidas), tipo II (em
que no início o número de presas consumidas por predador aumenta rapidamente com o aumento da
densidade de população de presas, mas logo em seguida se nivelam) e o tipo III (com semelhanças ao tipo
II, em que há um limite no consumo de presas, sendo o número de predadores reprimido com o
decréscimo na densidade de presas).
Ao predador que ataca e mata de imediato, ou quase, suas presas (e muitas serão estas ao longo
de sua vida), dá-se o nome de predador verdadeiro.
Há diversas formas de predatismo ou predação, citando-se aqui por exemplo a predação
recíproca, em que duas espécies diferentes (de besouros do gênero Tribolium), em antagonismo mútuo
(como também é chamada), predam ovos e pulpas reciprocamente. Alguns autores utilizam o termo
compensação de densidade para designar o aumento no tamanho da população em resposta à redução no
número de populações competidoras (muito observado em ilhas).
A seguir é representado um esquema (teórico) das relações presa-predador (COLINVAUX,
1986):
Predador +
Presa +
Predador +
Presa -
Predador Presa +
Predador Presa -
Alguns autores denominam de oscilações pareadas às flutuações na abundância de predador e
presa, continuamente, conforme representado acima. Em RICKLEFS (2007) esta relação é denominada
de trajetória de população.
191
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver DEPENDÊNCIA DA DENSIDADE; INTERAÇÃO ECOLÓGICA; PARASITISMO; e
RETROALIMENTAÇÃO)
PREFERÊNCIA BALANCEADA
Refere-se à preferência por alimento, expressa pelos consumidores (herbívoros e carnívoros). Há
consumidores que têm “alternativas” quanto à fonte de alimentos, constituindo-se estes em recursos
complementares (seriam espécies eurifágicas). Há consumidores no entanto, que utilizam
predominantemente alimento de maior teor energético e conseqüentemente sentem menor necessidade em
adquirí-los (poderia isto ser chamado, como gostam alguns autores, de “energia ganha por unidade de
tempo utilizado”). Estas últimas espécies poderiam ser denominadas de estenofágicas.
(Ver “esteno-”; “euri-”; e UTILIZAÇÃO DIFERENCIADA DO RECURSO)
PRESA
(Ver PREDATISMO)
PRESSÃO SELETIVA
Determinado fator (ou “força”) agindo sobre uma população (ou populações), de maneira a
determinar que alguns indivíduos dessa população (ou dessas populações) gerem mais descendentes (ou
mais genes) do que outros, para as gerações subseqüentes. Dessa maneira, imprimem um certo
direcionamento ao processo evolutivo da espécie.
PRESERVAÇÃO (AMBIENTAL)
Ação de proteção e/ou isolamento de um ecossistema com a finalidade de que ele mantenha suas
características naturais, por constituir-se como patrimônio ecológico de valor.
(Ver CONSERVAÇÃO)
PREVALÊNCIA
Em parasitologia refere-se ao número de indivíduos de uma espécie hospedeira infectado com
um parasita, dividido pelo número de parasitas examinados. É usualmente expresso como porcentagem.
Fala-se assim em prevalência de infecção. Usa-se uma outra avaliação, quanto ao parasitismo,
denominada de intensidade de infecção.
(Ver INFECÇÃO)
PREVALÊNCIA (DE ABUNDÂNCIA)
(Ver ESPÉCIE RARA)
“PRIMAVERA SILENCIOSA”
Ou “Silent Spring”, em inglês, foi o livro escrito pela bióloga e escritora científica norteamericana Rachel Carson, em 1962, alertando a humanidade sobre as ameaças da poluição à vida na
biosfera.
PRINCÍPIO DA “DESVANTAGEM IMPOSTA AO COMPETIDOR” (= “HANDICAP
PRINCIPLE”)
Expressão sugerida pelo biólogo israelense Amotz Zahavi (segundo RICKLEFS, 2007),
denominada em inglês de “handicap principle” (ainda sem tradução exata e amplamente aceita em
português), podendo ser traduzida como “desvantagem imposta ao competidor”. Seria a maneira com que
um animal macho demonstraria à fêmea sua capacidade de superioridade em relação aos machos
competidores. Há por exemplo, caso em que uma espécie de pássaro carrega para o ninho até 2 kg de
pequenas pedras, como se demonstrando para os demais machos (principalmente para os “fracos”) que só
ele é capaz disso, sendo portanto, merecedor de uma chance para transmitir seus genes à prole que gerar
(com a concordância da fêmea que conquistar, é claro).
PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA
PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA = PRINCÍPIO DE GAUSE
Duas espécies não podem coexistir permanentemente no mesmo nicho ecológico; ou seja, há
uma tendência para que a competição leve as duas espécies intimamente relacionadas ou similares à
separação ecológica, passando a viverem em habitats diferentes ou passando a ocuparem nichos
diferentes.
PRINCÍPIO DAS PROPRIEDADES EMERGENTES
Alguns autores interpretam que um certo nível ecológico ou unidade ecológica não pode ser
entendida a partir do estudo exclusivo de seus componentes, devendo-se observar uma comunidade ou um
ecossistema como um “superorganismo” (com propriedades de plantas e animais, em conjunto), ou seja
por exemplo, quando num coral as algas e os animais celenterados evoluem conjuntamente, forma-se um
eficiente mecanismo de ciclagem de nutrientes (em água com baixo teor de nutrientes) mas com alta
produtividade. A biodiversidade e a produtividade do coral seriam propriedades emergentes somente
possíveis de serem caracterizadas no nível das comunidades desse recife de coral.
192
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PRINCÍPIO DE ALLEE
Embora a agregação possa aumentar a competição entre os indivíduos, por nutrientes ou espaço,
os indivíduos quando agrupados poderão reduzir sua taxa de mortalidade pela sua capacidade conjunta de
modificar as condições de microhabitat ou de microclima.
O grau de agregação, que resultará num ótimo de sobrevivência e crescimento da população,
varia com a espécie e as condições ambientais e por isso, tanto a subpopulação (ou ausência de
agregação) como a superpopulação, poderão ser limitantes.
O gráfico que segue mostra que a população da espécie A sobrevive melhor quando sua
densidade é baixa, ao passo que a da espécie B tem menor sobrevivência nos extremos de densidade, ou
seja, tanto a densidade baixa como a alta limita o crescimento populacional da espécie B:
A
B
Sobrevivência
Densidade
PRINCÍPIO DE GAUSE
(Ver PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA)
PRINCÍPIO DE HARDY-WEINBERG
(Ver EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG)
PROBIO
Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira. O
PROBIO é desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), objetivando promover parcerias
entre o Poder Público e a Sociedade Civil na conservação da diversidade biológica, utilização sustentável
de seus componentes e na repartição justa e eqüitativa dos benefícios dela decorrentes. Visa definir
metodologias, instrumentos e processos, estimular a cooperação internacional, promover pesquisas e
estudos, produção e disseminação de informações, capacitação de recursos humanos, aprimoramento
institucional e desenvolvimento de ações para a conservação da diversidade biológica e utilização
sustentável de seus componentes.
PROCARIOTO
Organismo (geralmente unicelular) cuja célula não possui núcleo individualizado. Exemplos:
bactérias (incluindo os actinomicetos) e cianobactérias.
(Ver ÁRVORE FILOGENÉTICA UNIVERSAL; DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS; e
EUCARIOTO)
PROCLÍMAX
Comunidade cuja manutenção caracteriza-se por repetidos distúrbios.
(Ver CLÍMAX TRANSITÓRIO e CLÍMAX CÍCLICO)
PROCRIAÇÃO CONSANGÜÍNEA
(Ver HOMOZIGOSIDADE; e DEPRESSÃO DA PROCRIAÇÃO CONSANGÜÍNEA)
PRODUÇÃO MÁXIMA SUSTENTÁVEL
Refere-se ao balanço entre a sub e a superexplotação, sendo portanto uma taxa máxima de uso de
uma determinada população (no pico de sua densidade maior), sempre, bem antes da capacidade de
suporte (K).
Há restrições a esta “teoria” que não considera aspectos importantes da dinâmica de população ,
como classes etárias, taxas diferenciais de crescimento, sobrevivência e reprodução.
PRODUTIVIDADE
PRODUTIVIDADE = TAXA DE PRODUÇÃO
Refere-se genericamente, ao peso de matéria seca produzida num dado período pelas plantas
clorofiladas, em crescimento, numa determinada área.
(Ver PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA)
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA
Refere-se à taxa com que a energia solar é armazenada pela atividade fotossintética dos
organismos produtores (principalmente as plantas clorofiladas) sob a forma de substâncias orgânicas, por
193
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
unidade de área (nos ecossistemas terrestres) ou de volume (nos ecossistemas aquáticos) e por unidade de
tempo.
Nos ecossistemas terrestres a produtividade primária é geralmente expressa em termos de
matéria seca (g.m-2.ano-1) ou de energia (kcal.m-2.ano-1).
No quadro que segue estão representados valores de produtividade primária líquida e fitomassa
de diversos ecossistemas:
ECOSSISTEMA
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA LÍQUIDA
Mat. seca, g m-2 ano-1 (média)
Floresta tropical
2000
Pântanos, brejos
2000
Estuários, recifes, algas em estratos
1800
Floresta temperada
1200
Savana tropical
900
Floresta boreal
800
Mata e vegetação arbustiva, em geral
700
Terra cultivada, em geral
650
Oceano
125
TOTAL CONTINENTAL
773
TOTAL MARINHO
152
A produtividade primária líquida (média mundial) dos ambientes terrestres é estimada em 7 X
1010 Mg de C/ano e dos oceanos é de 4 X 1010 Mg de C/ano (lembre-se que Mg (megagrama) = 1.000.000g
= 1 tonelada).
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA – PPB
É a taxa com que a energia solar é armazenada pela atividade fotossintética dos produtores,
incluindo a matéria orgânica utilizada na respiração desses produtores; ou seja: PPB = PPL + R.
(Ver PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA LÍQUIDA)
PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA LÍQUIDA - PPL
É a taxa com que a energia solar é armazenada pela atividade fotossintética dos produtores, em
excesso à matéria orgânica utilizada na respiração desses produtores; ou seja: PPL = PPB - R.
(Ver PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA BRUTA)
PRODUTIVIDADE SECUNDÁRIA
É a taxa com que a energia proveniente dos produtores é armazenada ao nível dos consumidores.
Neste caso o termo “produtividade” seria melhor substituído por “assimilação”, uma vez que os
consumidores recebem a matéria já produzida, com perdas respiratórias.
(Ver ASSIMILAÇÃO)
PRODUTO EM PÉ
(Ver BIOMASSA)
PRODUTOR
Organismo autotrófico (especialmente as plantas clorofiladas), ou seja, que é capaz de produzir
alimento pela fixação da energia solar e transformação de substâncias inorgânicas simples em compostos
orgânicos.
O produtor ocupa o primeiro nível trófico da cadeia alimentar.
PROFUNDIDADE CRÍTICA
Profundidade na qual a intensidade média de luz numa coluna de água iguala a intensidade de
compensação de luz.
(Ver PONTO DE COMPENSAÇÃO)
PROFUNDIDADE DE COMPENSAÇÃO (DE LUZ)
(Ver PONTO DE COMPENSAÇÃO (DE LUZ ou FÓTICO))
PROFUNDIDADE EFETIVA DO SOLO
Profundidade do solo alcançada pelas raízes das plantas, sem impedimentos que possam causarlhes problemas.
PROGRAMA INTERNACIONAL DA GEOSFERA E DA BIOSFERA
(Ver “IGBP”)
PROGRAMA INTERNACIONAL DE BIOLOGIA
(Ver “IBP”)
PROPÁGULO
Qualquer parte originária de um vegetal (semente, esporo, gema ou broto vegetativo...) e que dá
origem a novo indivíduo. Sinônimo menos usado: diáspora.
194
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PROPRIEDADES DO GRUPO POPULACIONAL
(Ver ATRIBUTOS DA POPULAÇÃO)
PROPRIEDADES EMERGENTES
(Ver PRINCÍPIO DAS PROPRIEDADES EMERGENTES)
“PROTISTA”
(Ver REINO)
PROTOCOLO DE QUIOTO (ou KYOTO)
O Protocolo de Quioto (nome de cidade do Japão) surgiu como conseqüência de evento iniciado
em Toronto (Canadá) na “Toronto Conference on the Changing Atmosphere”, em outubro/1988,
continuando com o “First Assessment Report” ocorrido em Sundsvall (Suécia) em agosto/1990 e depois
com a Eco-92, das Nações Unidas, realizado no Rio de Janeiro em junho/1992. Foi discutido e negociado
em Quioto, em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999. Os detalhes finais foram
estabelecidos em Marraquech (de 29/10 a 9/11/2001), tendo entrado oficialmente em vigor em 16 de
fevereiro de 2005. Dele participam mais de 160 países, com as notórias exclusões dos E.U.A. e Austrália.
Nele foi proposto um calendário no qual os países desenvolvidos (países do Anexo I) terão que
reduzir a emissão de poluentes (essencialmente o CO2) em pelo menos 5,2% (em relação aos níveis de
1990) até 2012. Os E.U.A. no governo de George W. Bush, negaram-se a assinar o acordo. Em 18 de
novembro de 2004 a Rússia confirmou sua participação.
(Ver EFEITO ESTUFA)
PROTOCOOPERAÇÃO
Tipo de interação ecológica na qual ambas as populações se beneficiam mas, onde as relações de
associação não são obrigatórias. Alguns autores usam o termo mutualismo facultativo com significado
muito similar ao de protocooperação, ou seja, caso em que uma ou ambas as espécies de uma associação
mutualística podem sobreviver na ausência do “parceiro (ou parceira)”.
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA; e MUTUALISMO)
PROTÓTROFO
(Ver AUXOTROFIA)
PROTOZOOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V – PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
PROVÍNCIA FAUNÍSTICA
Uma subregião geográfica contendo fauna distinta, que se situa mais ou menos isoladamente de
outras regiões por barreiras que impedem migrações.
PROVÍNCIA NERÍTICA
(Ver REGIÃO OCEÂNICA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
PROVÍNCIA OCEÂNICA (ou OCEANO ABERTO)
(Ver REGIÃO OCEÂNICA; e APÊNDICE IV – ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
“psamo-”
Prefixo de origem grega significando “areia”. Seguem alguns termos com este prefixo.
PSAMOFAUNA
Animais que vivem em substrato arenoso.
PSAMÓFITA
Planta que se desenvolve sobre areia (de dunas, por exemplo). Psamófilo é um organismo (um
vegetal, em geral) que se desenvolve melhor na areia.
PSAMOSERE
Diz-se da “sere” cuja vegetação se desenvolve sobre areia (de dunas, por exemplo).
(Ver LITOSERE; OXISERE; e XEROSERE)
PSEUDOEFÊMERO
Uma flor que fica aberta por cerca de um dia (há cacto que assim se comporta).
PSEUDOINTERFERÊNCIA
Refere-se a uma característica ou padrão, do declínio da taxa de consumo de um predador, com o
aumento de sua densidade de população, que é uma reminiscência da “interferência mútua”, mas que na
verdade, resulta da “resposta de agregação” do predador. Muitos herbívoros tendem a agregar-se sem que
isto seja uma “resposta de agregação” à existência de maior densidade de presa.
“psicro-”
Prefixo de origem grega significando “frio”. O instrumento que mede umidade relativa do ar a
partir das medições de temperatura feitas num termômetro de “bulbo seco” e num de “bulbo úmido”, cuja
diferença de valores corresponde a uma determinada umidade relativa do ar (em porcentagem, vista numa
tabela psicrométrica) chama-se psicrômetro.
195
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PSICRÓFILO
Termo aplicado geralmente para definir microrganismos capazes de crescer em temperatura
abaixo dos 5°C, mas cuja temperatura ótima aproxima-se daquela dos mesófilos.
“pterido-”
Prefixo de origem grega que se refere a “samambaias; fetos” (ou pteridófitas). Pteridofágico: é
aquele organismo que se alimenta de pteridófitas.
PUMILIOTOXINA
(Ver DEFESA QUÍMICA)
PUPA
Nos insetos holometabólicos pupa é o estádio intermediário entre larva e imago. Alguns
derivados: pupívoro (pupivoria) (que se alimenta de pupas); pupígero (que gera ou produz pupa).
PUTREFAÇÃO
(Ver DECOMPOSIÇÃO)
“PVA − POPULATION VIABILITY ANALYSIS”
(Ver ANÁLISE DE VIABILIDADE DE POPULAÇÃO)
196
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Q
qCO2 ou QUOCIENTE METABÓLICO
QUOCIENTE METABÓLICO = TAXA DE RESPIRAÇÃO ESPECÍFICA DA BIOMASSA
Variável (ou parâmetro) utilizada geralmente em ecologia microbiana, em que se relaciona o
carbono emanado pela respiração dos microrganismos (representado como C-CO2) à biomassa desses
microrganismos por unidade de tempo. De microrganismos de solo, por exemplo, obtiveram-se as
seguintes faixas de qCO2 nas seguintes condições (com dados em mg de C-CO2.g-1 de biomassa de C.h-1
X 10-4): em monoculturas de 6 a 17 mg e em cultivos rotacionais de 1,7 a 12 mg . Parece haver uma
tendência para que um agro ou ecossistema jovem tenha qCO2 mais elevado do que um maturo e da
mesma maneira, um solo que recebeu substrato (matéria orgânica) recente também apresenta qCO2 mais
elevado do que aquele com substrato mais antigo.
QUADRANTE, MÉTODO DO (ou MÉTODO DO QUADRADO)
Método de estudo de campo, em que se delimita uma área para se investigar ou amostrar plantas
ou animais. A área é geralmente tomada ao acaso. Esta denominação é comumente aplicada para
delimitação de pequenas áreas de estudo em vegetação rasteira (numa pastagem ou sobre dunas, por
exemplo) em que se utiliza uma espécie de moldura quadrada, de 1 m2 ou pouco mais; mas também se
aplica esta denominação para estudos em áreas grandes, como em matas por exemplo.
QUALIDADE DA ÁGUA
(Ver ÁGUA POTÁVEL)
QUALIDADE DE VIDA
Refere-se ao conjunto de condições (físicas, químicas, biológicas) que propiciem vida saudável
ao ser humano, juntamente com as espécies vegetais e animais desejáveis. A boa qualidade de vida
implica até num estado de bem-estar psicológico e social, em que o ser humano, especialmente, satisfaz
todas suas necessidades biológicas sem riscos à sua segurança e saúde, podendo com isso manter-se em
equilíbrio dinâmico ou crescer numericamente de acordo com suas aspirações.
QUEBRA-VENTO
Barreira constituída geralmente por árvores e introduzida pelo homem com o propósito de
reduzir o impacto do vento sobre cultivos. Como exemplo cita-se um quebra-vento formado por
espécimes de Leucaena leucocephala (duas fileiras externas), seguidos internamente por algaroba,
Prosopis juliflora (duas fileiras) e mais internamente por espécimes de eucalipto, Eucalyptus
calmadulensis (uma fileira).
QUELAÇÃO
Ligação muito forte entre metais e compostos orgânicos, sendo algumas dessas ligações
insolúveis, como acontece com o humus do solo. Os quelantes (agentes da quelação) utilizados para
fertilizar o solo, são solúveis e auxiliam na manutenção dos nutrientes metálicos (Fe, Zn, Mn e Cu), que
se mobilizam no solo e atuam na absorção desses nutrientes pelas plantas.
QUELANTE
(Ver QUELAÇÃO)
QUERATINOFÍLICO
Organismo que se desenvolve em material rico em queratina (chifres, unhas, garras ...), como por
exemplo alguns fungos que, no solo, degradam este composto.
(Ver QUITINOLÍTICO)
QUIESCÊNCIA (QUIESCENTE)
Uma fase ou estádio de descanso ou repouso ou quietude, caracterizado pela atividade reduzida
ou inatividade (ou cessação) do desenvolvimento.
(Ver DORMÊNCIA)
197
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
QUÍMICA AMBIENTAL
Uma visão da química (elementos químicos, compostos e suas estruturas, processos químicos
etc.) relacionada ao ambiente em que vivem os organismos, ou seja, o ambiente físico-químico: a terra, o
ar e a água. Esta possível disciplina, não seria uma mera subdivisão da química, mas sim uma maneira de
entender a química moderna relacionando seus princípios básicos e conhecimentos atualizados, de
maneira a propiciar ao ser humano a possibilidade de avaliar inteligentemente suas chances de usufruir
dos ambientes por tempo indeterminado, sem comprometer sua vitalidade e qualidade. A química
ambiental promove a junção dos conhecimentos da biologia molecular, bioquímica e ecologia, como
bases necessárias ao desenvolvimento de tecnologias limpas.
QUIMIOAUTÓTROFO
(Ver AUTÓTROFO)
QUIMIOLITÓTROFO
Bactéria que utiliza ampla faixa de compostos inorgânicos como fonte de carbono. Ex.: a
Thiobacillus desnitrificans, que atua na desnitrificação, reduz o NO3 a N2. A T. ferrooxidans oxida o Fe2+,
sendo muito usada no processo de biolixiviação de minérios.
(Ver QUIMIÓTROFO; e BIOLIXIVIAÇÃO)
QUIMIÓTROFO
QUIMIÓTROFO = LITÓTROFO
Organismo, geralmente microrganismo, que sintetiza seu alimento a partir de compostos
inorgânicos simples (à maneira dos fotossintetizantes, que utilizam H2O e CO2), sem necessitar de energia
luminosa para tal síntese. As tiobactérias ou bactérias sulfurosas, oxidam o H2S, produzindo energia que é
então usada para sintetizar glicose (C6H12O6) a partir de H2O e CO2.
QUIROPTERÓFILO (QUIROPTEROFILIA)
Vegetal que é polinizado por morcegos (quiropterofilia é a polinização por morcegos).
QUITINA (e QUITINASE)
(Ver QUITINOLÍTICO)
QUITINOLÍTICO
A quitina é um polímero de N-acetilglucosamina encontrada na parede celular da maioria dos
fungos e no exoesqueleto de insetos. Alguns microrganismos, bactérias do gênero Pseudomonas,
actinomicetos (bactérias filamentosas), Trichoderma (um fungo imperfeito, saprófita comum no solo),
dentre outros, são quitinolíticos, ou seja, pela ação de uma enzima, a quitinase, degradam a quitina.
QUOCIENTE METABÓLICO
(Ver qCO2)
198
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
R
RADIAÇÃO DE FUNDO
“Background radiation”, denominada originalmente em inglês, é a radiação natural, formada pela
radiação cósmica (partículas elementares vindas do espaço) e pela radiação terrestre (proveniente da
degradação de isótopos de ocorrência natural).
RAÇA ECOLÓGICA
(Ver ECOTIPO)
RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA–RFA
Faixa de radiação, ou energia luminosa, entre 380 nm e 780 nm, que incidindo sobre a clorofila,
cataliza no vegetal a transformação desta energia em energia química, a partir da fixação do CO2
atmosférico e absorção da água.
Em inglês é comum o uso da abreviatura “PhAR–” ou “PAR–Photosynthetically Active
Radiation”.
(Ver APÊNDICE III – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO).
RADIAÇÃO GAMA
(Ver RADIONUCLÍDEOS)
RADIAÇÃO IONIZANTE
Partículas alfa e beta (de movimento rápido) e gama (alta energia), emitidas por radioisótopos.
Têm energia suficiente para deslocar eletrons de átomos que venham a atingir.
(Ver RADIONUCLÍDEOS; e RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA)
RADIONUCLÍDEOS
Átomos de núcleo instável que se desintegra espontaneamente e emite partículas alfa e beta e/ou
radiação gama. O rádio, urânio e estrôncio são exemplos de radionuclídeos. A partícula alfa (ou partículaα), tem carga positiva (dois prótons e dois nêutrons), produz alta ionização e sendo maior do que as
outras partículas de radiação, tem reduzida capacidade de penetração nos tecidos vivos moles (em pele e
músculos de 0,001 a 0,007 cm), mas em ferimentos, pode ser biologicamente danosa. A partícula beta (ou
partícula-β) é negativa (constituída de elétrons) é de baixo poder de penetração, embora um pouco mais
do que a alfa.
RADON
Elemento gasoso radioativo proveniente de emanação natural de certas rochas e minérios. É
muito comum ser encontrado próximo a zonas de mineração de ferro, urânio e outras, onde há emissão
desse gás sob a forma de partículas alfa. Há registros de câncer de pulmão em mineiros (da mineração do
urânio) que se expuseram excessivamente ao radon.
RAIZ ADVENTÍCIA
Raiz que, diferentemente de uma raiz normal, origina-se de um caule ou folha. Um bom exemplo
é a raiz da Rhizophora mangle, que auxilia na fixação desta árvore no solo movediço do mangue e
desempenha importante função respiratória através dos pneumatódios ou lenticelas.
(Ver MANGUE)
RAIZ TABULAR
RAIZ TABULAR = SAPOPEMA = SAPOPEMBA
Raiz que se projeta externamente na base do tronco de certas árvores, principalmente das
florestas tropicais. Ela é importante à sustentação da árvore e auxilia na respiração da árvore, que vive
num solo rico em matéria orgânica, onde há grande competição por oxigênio. A figura que segue, ilustra
raízes
tabulares
típicas
de
uma
árvore
de
ecossistema
tropical
(do
site
www.nucleodeaprendizagem.com.br):
199
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RAREFAÇÃO
Do inglês “rarefaction” (termo usado por LINCOLN et al., 1998 e por RICKLEFS, 2007) é um
meio de se padronizar a amostragem de uma comunidade para medir a diversidade de espécies,
reduzindo-a (ou “rarefazendo” a amostragem) para um tamanho de amostra comum. É um tipo de
subamostragem de indivíduos para um tamanho comum (ou padrão) para evitar que “ao se estimar a
diversidade de espécies, o número de espécies numa amostra tenda a aumentar com o número de
indivíduos amostrados” (RICKLEFS, 2007).
“RASTER” e VETOR
Denominações de dois métodos utilizados em computação gráfica no processamento de imagens.
O tipo “raster” mantém uma imagem como uma matriz de pontos controlados independentemente, sendo
a imagem armazenada na memória do computador como uma matriz ou grade de pontos individuais ou
“pixels”; enquanto o vetor é mantido como uma coleção de pontos, linhas e arcos. O “raster” tem sido a
tecnologia dominante nesse setor da computação, sendo muito utilizado em geoprocessamento.
RAUNKIAER
(Ver FORMAS DE VIDA DE RAUNKIAER)
RAVINA
Sulco ou depressão no solo causada por água de escoamento. Termo de uso mais freqüente em
geociências.
(Ver “RUNOFF”)
RAZÃO DE FERTILIDADE
(Ver RELAÇÃO DE FERTILIDADE)
RAZÃO P : R
(Ver RELAÇÃO P : R)
REABILITAÇÃO
(Ver RECOMPOSIÇÃO)
REAÇÃO DE HILL
(Ver FOTOSSÍNTESE)
REBENTAÇÃO
(Ver ZONA DE REBENTAÇÃO)
RECALCITRANTE
(Ver BIODEGRADAÇÃO)
RECEPTOR
(Ver MODELO CONTROLADO-PELO-DOADOR)
200
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RECIFES (DE CORAIS)
Ajuntamentos calcários formados no mar, nos trópicos, em profundidade inferior a 40 m,
constituídos por exoesqueleto de corais e algas calcárias e por vezes também por arenito. Nos recifes de
corais a salinidade geralmente é alta e a temperatura da água supera os 20 °C.
(Ver ATOL; e CORAL)
RECOMPOSIÇÃO
RECOMPOSIÇÃO = REABILITAÇÃO = REVEGETAÇÃO
Corresponde este termo à “rehabilitation” (= reabilitação, em inglês), termo introduzido por
A.D.Bradshaw, significando uma recomposição de uma comunidade, num ambiente natural, à
semelhança (mas não exatamente a mesma) da que existia anteriormente.
Neste processo, principalmente em áreas intensamente degradadas, onde o solo original
desapareceu, recomenda-se o uso de plantas que tenham simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio
atmosférico e/ou com fungos endomicorrízicos.
(Ver REPOSIÇÃO)
RECRUTAMENTO / RECRUTA
Considera-se como a entrada de novos membros numa população, pela reprodução ou imigração.
Recruta refere-se ao indivíduo que entrou nessa população.
RECUPERAÇÃO ou REGENERAÇÃO DE SOLOS DEGRADADOS
(Ver BIORREMEDIAÇÃO e RECOMPOSIÇÃO)
RECURSOS ANTAGONISTAS
São recursos, geralmente um par de recursos (alimento por exemplo) que é requisitado
simultâneamente por um animal para manter uma determinada taxa de aumento. Substâncias inibidoras de
crescimento, por exemplo, contidas em sementes de duas diferentes plantas que servem de alimento a
uma determinada larva de inseto, se ingeridas isoladamente não exercem nenhum efeito inibitório sobre o
animal, mas se ingeridas simultâneamente retardam o crescimento da larva.
(Ver SINERGISMO)
RECURSOS COMPLEMENTARES
(Ver PREFERÊNCIA BALANCEADA)
RECURSO EXAURÍVEL
(Ver RECURSO NÃO-RENOVÁVEL)
RECURSO NÃO-RENOVÁVEL
Recurso com disponibilidade limitada (dependente do seu estoque) na crosta terrestre. Exemplo:
um metal, como o cobre ou o petróleo (este poderá ser naturalmente reposto mas de maneira
extremamente lenta).
(Ver RECURSOS NATURAIS)
RECURSO RENOVÁVEL
Diz-se do recurso natural passível de renovação, por processos naturais. Os recursos de origem
biológica, quando utilizados numa velocidade inferior à sua capacidade de reposição, são recursos
renováveis.
(Ver RECURSOS NATURAIS)
RECURSOS NATURAIS
Componentes da crosta terrestre, como nutrientes, minérios, água, vida selvagem, ar, energia e
outros elementos produzidos por processos naturais. Tais recursos, a grosso modo, são divididos em dois
tipos principais: renováveis e não-renováveis.
A palavra recurso, aplicada como uma necessidade à manutenção de um ser vivo, significa
qualquer componente abiótico ou biótico da Natureza que seja importante à sua manutenção, crescimento
e reprodução.
REDE ALIMENTAR
(Ver TEIA ALIMENTAR)
REDE DE NEBLINA
Em inglês “mist net”. É uma rede especial de finos fios de náilon, que é recomendada somente
para capturar pássaros (e às vezes morcegos) que se constituiram em pragas. Para outros tipos de
pássaros, somente com a finalidade de estudo sob controle.
“RED QUEEN”, HIPÓTESE
Uma alusão à passagem das “aventuras posteriores” de Alice (personagem de “Alice no País das
Maravilhas”, do escritor norte-americano Lewis Caroll), em que na obra “Through the Looking-Glass” a
“red queen” (rainha vermelha) diz: “Agora, aqui, você veja que leva-se todo o esforço de corrida que você
possa fazer, para manter-se no mesmo lugar”. Em ecologia, o que realmente nos importa, refere-se às
relações hospedeiro-parasita e predador-presa, em que (por exemplo neste último caso) quando as
201
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
adaptações do predador são relativamente efetivas e a presa é explotada em alta taxa, o processo seletivo
da população da presa tende a melhorar seus mecanismos de escape mais rápido do que o processo
seletivo ao qual o predador está submetido, em termos de sua habilidade para explotar a presa. Baixando a
taxa de explotação, ocorreria o inverso, ou seja, a população da presa evoluiria mais lentamente. Daí
podermos concluir que a pressão exercida pelo predador, favoreceria mais a população da presa do que a
dele própria. Num sistema de equilíbrio dinâmico, haveria um contínuo “balanço de forças” nesta relação;
ou em outras palavras, “um esforço de corrida contínua, permanecendo no mesmo lugar”, conforme a
alusão à rainha vermelha da história de Lewis Caroll.
REDUCIONISMO
Em oposição ao holismo, o reducionismo trata do estudo pormenorizado de uma parte ou partes,
de um todo. Por exemplo: a abordagem holística feita pela biologia ambiental (ecologia), contrapõe-se à
abordagem reducionista da biologia molecular.
(Ver HOLISMO)
REDUTOR
(Ver DECOMPOSITOR)
REFÚGIOS
Denominação dada às áreas ou habitats, geralmente restritas, em que um animal (ou presa)
procura se localizar, em resposta à distribuição espacial e ao comportamento do seu predador (ou seus
predadores).
Há locais restritos, que poderiam ser chamados de sítios ou manchas (do inglês “patch”) que
funcionam como “refúgios temporários”, geralmente em animais que procuram escapar de predadores ou
de competidores. Alguns autores utilizam a expressão refúgio ecológico quando desejam referir-se a um
tipo de vegetação, diferente das demais da região e que ocorre em grandes altitudes (às vezes superiores a
1.800 m), formando um tipo de relito especial, por vezes também denominado de campo de altitude. Este
suposto refúgio ecológico pareceria melhor enquadrado na denominação geral de campos (Ver
CAMPOS).
(Ver TEORIA DOS REFÚGIOS)
REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE
Categoria de unidade de conservação do Grupo I do SNUC. Tem como objetivo proteger
ambientes naturais onde asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. A visitação pública está sujeita às normas
e restrições estabelecidas no plano de manejo da unidade.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
REGATO
(Ver CÓRREGO)
REGIÃO ABISSAL
(Ver ZONA ABISSAL)
REGIÃO: ARREICA / ENDORREICA /EXORREICA
A região arreica é aquela onde não existe rio. A região endorreica é aquela onde os rios lá se
originaram mas não alcançam o mar, desaguando em bacias fechadas ou finalizando em cursos secos. E a
região exorreica é aquela onde os rios se originam e desaguam no mar.
REGIÃO OCEÂNICA
Relativa aos oceanos. Toda a região situada além da plataforma continental. Quando se deseja
referir-se às águas além da borda da plataforma continental, usa-se a expressão oceano aberto, que é
denominado por alguns autores como província oceânica. As águas rasas sobre a plataforma continental
constituem a região ou província nerítica.
REGIÕES ZOOGEOGRÁFICAS
As grandes regiões zoogeográficas da Terra fundamentam-se na distribuição dos animais nos
diversos continentes do planeta, que no curso da evolução, mantiveram-se como grandes áreas de
isolamento, tendo os animais (e plantas; incluindo-se estes organismos falamos então de regiões
biogeográficas) desenvolvido características próprias. São elas: Neoártica (América do Norte) e
Paleoártica (Eurásia), mantiveram conexões através do que é hoje a Groenlândia ou o estreito de Bering
entre o Alaska e a Sibéria, pela maioria dos últimos 100 milhões de anos; Etiopiana (África) e Australiana
(Austrália), experimentaram longa história de isolamento do resto do mundo desenvolvendo formas muito
distintas de vida; Oriental (sudeste da Ásia) que isolou se da África e América do Sul, formando grande
massa biótica principalmente na India. Neotropical (América do Sul) [Ver NEOTROPICAL, REGIÃO].
As regiões Paleoártica e Oriental, têm mais afinidades entre si, devido ao longo contato contínuo, do que
a Neoártica e a Neotropical. As florestas temperadas da Ásia contêm uma alta porcentagem de espécies de
202
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
árvores oriundas de florestas tropicais, ao passo que as florestas temperadas da América do Norte, não
contêm tais espécies.
(Ver PANGÉIA (ou PANGAEA))
REGRA DE BAKER
Diz respeito à vantagem de planta autopolinizadora na colonização de habitats remotos, por ser
capaz de se estabelecer como população, a partir de um único indivíduo.
REGRAS ECOGEOGRÁFICAS
Tanto a ecologia energética e a ecofisiologia, como a biogeografia, possibilitaram que alguns
ecólogos, a partir de estudos de caso ou inferências teóricas provenientes de observações, procurassem
“explicações” para as relações entre a estrutura e fisiologia de organismos que habitam determinadas
regiões. No que pese as restrições a tais generalizações, a ecologia, principalmente a autoecologia, reúneas em “regras”, que naturalmente têm suas exceções, por vezes conflitantes. Eis alguns exemplos
(segundo COLINVAUX, 1986):
a) Regra de Allen: animais endotérmicos de regiões frias, têm extremidades (orelhas, pernas e
cauda) menores do que os endotermos similares ou parentes próximos, de regiões quentes. As
extremidades menores reduziriam a perda de calor.
b) Regra de Bergman: animais de “sangue quente” (mamíferos como veado, raposa, urso,
coelho...) das regiões frias tendem a ser maiores do que as espécies similares ou parentes próximos, de
regiões quentes. À semelhança da interpretação da regra de Allen, há necessidade daqueles animais de
regiões frias de conservarem o calor corpóreo (animais de grande porte têm menor relação superfície :
volume, do que os animais pequenos).
c) Regra de Gloger: indivíduos de uma espécie de clima seco, tendem a ser mais claros na
coloração do que os similares de regiões úmidas. Seria uma camuflagem das sombras ao fundo: cor clara
no seco e cor escura no úmido. No entanto seria importante considerar que tais diferentes tonalidades de
cor ajudam no balanço energético (ou balanço de calor): cor clara ao sol absorve menos energia e cor
escura sem sol (ambiente úmido) aumenta a absorção da energia solar.
Outras regras são mencionadas, sem no entanto nenhuma explicação plausível, como por
exemplo: regra de Jordan: peixes de regiões frias têm menor número de vértebras do que os similares que
vivem em águas quentes; regra do tamanho dos moluscos: os que vivem em águas de alta salinidade são
maiores do que aqueles que vivem em águas de menor salinidade; regra da poliploidia: no hemisfério
norte, particularmente na tundra e entre espécies alpinas, os organismos são mais provalmente poliplóides
do que os que vivem mais para o sul.
REGULAÇÃO
(Ver AUTORREGULAÇÃO)
REINO
Denominação dada a cada um dos grandes grupos de seres vivos. Segundo a classificação de R.
H.Whittaker, que propôs, em 1969, um sistema baseado nas diferenças evolutivas entre os seres vivos,
quanto aos modos de nutrição (fotossíntese, absorção e ingestão), constituindo-se nos seguintes reinos:
a) Monera: bactérias e cianobactérias (procariotos, nutrição sem ingestão).
b) Protista: algas e protozoários (eucariotos unicelulares, com fotossíntese nas algas e ingestão
nos protozoários).
c) Fungi: fungos unicelulares e filamentosos (eucariotos pluricelulares).
d) Plantae: plantas, fotossintetizantes (eucariotos pluricelulares).
e) Animalia: animais (eucariotos pluricelulares).
Observe-se que dos cinco reinos, três incluem microrganismos.
REJEITO(S)
Em ecologia energética refere-se à parte do alimento ou energia total ingerida por um indivíduo,
população ou unidade trófica (do nível trófico) que não é utilizada para produção e respiração, perdendose como egesta e excreta, por unidade de área ou volume. É expresso por:
Rejeito = egesta + excreta
(Ver EGESTA; e EXCRETA)
RELAÇÃO ALOMÉTRICA
É aquela na qual uma propriedade física ou fisiológica de um organismo altera-se relativamente
ao tamanho desse organismo. Em algumas espécies de pássaros o aumento do peso deste animal está
associado com a “redução do tempo necessário para chocar os ovos por unidade de peso corpóreo”. A
“lógica” desta relação poderia ser assim exemplificada: mudanças nas proporções ou relações de
superfície ou área : volume resultaria em mudanças no tamanho de um organismo levando a mudanças na
eficiência da transferência de calor por unidade de volume.
(Ver ALOMETRIA)
203
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RELAÇÃO CARBONO DE MICRORGANISMOS : CARBONO ORGÂNICO TOTAL ou
Cmic : Corg
Em ecologia microbiana, de solo por exemplo, é utilizada esta relação como indicadora da
capacidade da biomassa dos microrganismos do solo em armazenar carbono como porcentagem do
carbono orgânico total contido na M.O.S.. Esta relação também pode ser dada pela equação simples:
CBM/CBT X 100 (ou carbono da biomassa dividido por carbono total do solo vezes cem). Solos em que
esta relação seja elevada, indicariam que a biomassa microbiana está armazenando energia, que poderá
ser investida em reprodução, podendo assim aumentar sua biodiversidade. Uma relação baixa indicaria
que a energia contida nos carboidratos (o carbono) estaria sendo gasta na respiração, para as populações
microbianas se manterem; e como conseqüência, a biodiversidade poderia não estar aumentando.
(Ver qCO2)
RELAÇÃO C : N
Relação da porcentagem de carbono para a porcentagem de nitrogênio no solo. Este é um
parâmetro importante que deve ser estimado sempre que se deseje conhecer as condições que as plantas
devem ter para crescer, assim como para os microrganismos do solo que decompõem a necromassa.
A um solo agricultável que se deseje adicionar (ou incorporar) matéria orgânica, é importante
observar que os microrganismos, para decompor a necromassa, necessita de uma relação C : N entre 20 :
1 e 30 : 1; mesmo assim, é importante ainda observar que nesta circunstância não restará muito N para as
plantas que se deseje cultivar.
O quadro que segue mostra as porcentagens aproximadas de carbono orgânico, nitrogênio total e
relação C : N, existentes em alguns tipos de matéria orgânica (resíduos) ou como constituintes de alguns
microrganismos (segundo MILLER & DONAHUE, 1990):
MATÉRIA ORGÂNICA
C ORGÂNICO (%)
N TOTAL (%)
Resíduos de cultivos
alfafa (jovem)
40
3
milho (sabugo, da espiga)
40
1
Trevo
40
2
capim-do-campo
(ou
40
1,3
“bluegrass”)
Palha
40
0,5
pó-de-serra
50
0,1
Microbiota
Bactérias
50
10
Actinomicetos
50
8,5
Fungos
50
5
Humus do solo
50
4,5
* Pó-de-serra de certas madeiras pode atingir relação C : N de até 800 : 1
RELAÇÃO C : N
13 : 1
40 : 1
20 : 1
30 : 1
80 : 1
500 : 1*
5:1
6:1
10 : 1
11 : 1
RELAÇÃO DE FERTILIDADE
Número de descendentes numa população em relação ao número de fêmeas adultas.
RELAÇÃO P : R
É a relação ou razão “produção : respiração”, referindo-se à relação entre a parte da energia
fixada que é transformada em energia química ou matéria orgânica produzida (P) e a parte da energia
fixada e transformada em energia química que é perdida na respiração (R).
Na comunidade clímax essa razão tende a ser igual a 1, ou seja, a energia fixada na produção de
matéria orgânica é balanceada pela perda de energia gasta na respiração para manter a comunidade.
(Ver SUCESSÃO AUTOTRÓFICA; e SUCESSÃO HETEROTRÓFICA)
RELAÇÃO SENSIBILIDADE : RESISTÊNCIA
(Ver ÍNDICE DE VERSATILIDADE)
RELAÇÃO SUPERFÍCIE (ou ÁREA) : VOLUME
Cálculo da relação que existe, por exemplo, entre a superfície de uma esfera (uma bactéria, por
exemplo) e o seu volume, mostrando o seguinte resultado:
a) Superfície de uma bactéria com raio de 5 μm: S = 4πr2 = 314 μm2. Volume dessa bactéria: V =
3
4/3πr = 523,33 μm3. O resultado da relação é portanto: S : V = 0,6.
b) Superfície de uma bactéria com raio de 10 μm: S = 1.256 μm2. Volume dessa bactéria: V =
4.186,66 μm3. O resultado da relação é portanto: S : V = 0,3.
Portanto, a bactéria com menor raio (5 μm) tem uma relação S : V maior do que a bactéria com
maior raio (10 μm).
204
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA)
(Ver IMPACTO AMBIENTAL)
RELITO
RELITO = FRAGMENTO FLORESTAL
Relito é um remanescente, isolado, de um ecossistema típico de certa área. No “campus” da
Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, há relitos da mata atlântica.
Alguns autores preferem chamar de fragmentos florestais. Seu tamanho é objeto de discussões,
quando se trata de reserva ecológica e os problemas relacionados aos efeitos de borda. Alguns outros
problemas ecológicos são apontados, quando se trata de reservas pequenas, como por exemplo a baixa
taxa de reprodução, alteração nos níveis de homo e heterozigosidade etc.
(Ver EFEITO DE BORDA; CORREDORES DE MATA; TAXA DE REPRODUÇÃO;
HOMOZIGOSIDADE; e HETEROZIGOSIDADE)
RELÓGIO BIOLÓGICO
Mecanismo fisiológico, que muitos organismos têm, de medição do tempo (relógio biológico),
ou de repetir funções num espaço de tempo de 24 horas (ritmo circadiano) mesmo até na ausência do
estimulador diurno principal, a luz. A periodicidade lunar, assim como os ciclos estacionais são
considerados ritmos circadianos.
REÓFITA
Planta adaptada a ambiente sujeito a corrente de água contínua, como num rio ou riacho.
REPOSIÇÃO
Corresponde ao termo “replacement” (em inglês), introduzido por A.D.Bradshaw, significando a
substituição de uma comunidade, num ambiente natural, por outra comunidade completamente diferente.
(Ver RECOMPOSIÇÃO; e RESTAURAÇÃO)
RESERVA BIOLÓGICA
Categoria de unidade de conservação do Grupo I do SNUC. Uma das unidades de conservação
brasileiras, estabelecida em lei, com caráter semelhante ao das estações ecológicas, diferenciando-se pela
proteção faunística. A reserva biológica tem a mesma finalidade dos parques, devendo preservar
integralmente a biota e demais atributos naturais, sem inteferência humana direta ou modificações
ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de
manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos
ecológicos naturais.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
RESERVA DA BIOSFERA
Iniciativa do programa “O Homem e a Biosfera” (em inglês “MaB – Man and Biosphere”), para
o estabelecimento de “reservas da biosfera” (em 1970). Estas reservas devem conter:
a) amostras do bioma natural;
b) comunidades únicas ou áreas naturais de excepcional interesse;
c) exemplos de uso harmonioso da terra;
d) exemplos de ecossistemas modificados ou degradados, onde seja possível uma restauração
para condições naturais.
A reserva da biosfera pode incluir unidades de conservação, como parques nacionais ou reservas
biológicas. No Brasil há seis biorregiões incluídas nesse programa (MaB). São as Reservas da Biosfera:
da Amazônia Central, da Caatinga, do Cerrado, da Mata Atlântica, do Cinturão Verde da cidade de São
Paulo (parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica) e do Pantanal.
(Ver UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
RESERVA DE FAUNA
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. É uma área natural com populações
animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos
técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentátel de recursos faunísticos. Deve ser área de posse e
domínio públicos, sendo que as áreas particulares porventura em seus limites devem ser desapropriadas.
A visitação pública é permitida, desde que compatível com o plano de manejo da unidade.
RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. É uma área natural que abriga
populações humanas tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos
recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que
desempenham um papel fundamental na proteção da Natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Ao tempo em que a Natureza deve ser preservada, os meios necessários para a melhoria da qualidade de
vida das populações humanas que vivem em tal reserva, devem ser garantidos.
205
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RESERVA ECOLÓGICA
Área de preservação permanente (pública ou particular, de acordo com a sua situação dominial),
mencionada no artigo 18 da Lei nº 6.938, de 31/08/81, bem como a que for estabelecida por ato do Poder
Público.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
RESERVA EXTRATIVISTA
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. Criada a partir da sugestão do líder
sindical seringalista, “Chico Mendes” (assassinado em dez/89, no Acre). As reservas extrativistas
(RESEX) são espaços territoriais destinados à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos
naturais renováveis, por uma população com tradição extrativista. A primeira delas foi criada com base na
experiência do extrativismo do látex (da seringueira), na região de Xapuri, Acre. Complementam o
extrativismo a agricultura de subsistência e a criação de animais de pequeno porte, devendo-se proteger
os meios de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da
unidade.
Uma boa abordagem sobre o extrativismo pode ser encontrada em EMPERAIRE (2000).
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
RESERVA PARTICULAR (REP) ou RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO
NACIONAL (RPPN)
Categoria de unidade de conservação do Grupo II do SNUC. É uma área privada, gravada com
perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Imóvel sob domínio privado, em que,
no todo ou em parte, sejam identificadas condições naturais primitivas, semi-primitivas, recuperadas ou
cujas características justifiquem ações de recuperação, pelo aspecto paisagístico, ou para preservação do
ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativa do Brasil. Instituída pelo Decreto nº 98.914, de
31/01/90. Nela são permitidos a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais.
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO; e UNIDADES
DE CONSERVAÇÃO)
RESGATE (ou SALVAMENTO), EFEITO
Em estudos de dinâmica de populações, ou mais especificamente em estudos de metapopulações,
uma imigração de subpopulação suficientemente grande, pode evitar que uma subpopulação em declínio
venha a se tornar extinta, ou seja, a taxa de extinção desta subpopulação em declínio decrescerá à medida
em que a fração de novas manchas ocupadas (pelos imigrantes) aumente no habitat desta subpopulação.
RESÍDUO SÓLIDO
Material sólido indesejável, descartado ou não sob a forma livre, de diversas atividades humanas
(resíduos sólidos: agrícolas, industriais, domésticos ou urbanos em geral etc).
RESILIÊNCIA
Refere-se à elasticidade. É a velocidade com que uma comunidade retorna ao seu estado inicial
após uma perturbação, ou seja, após sofrer um deslocamento desse estado ou condição.
(Ver ESTABILIDADE)
RESISTÊNCIA
É a habilidade ou capacidade de uma comunidade em resistir à perturbação e portanto, de evitar
modificação de seu estado inicial.
Fala-se em resistência (simples ou múltipla) a antibióticos ou a pesticidas, quando um organismo
apresenta mecanismos de reação aos efeitos desses biocidas. No caso particular dos pesticidas, utiliza-se o
termo resistência cruzada quando uma determinada espécie (ou sua população) tende a resistir a um
pesticida e aos demais a este relacionado (um inseto resistente ao paration, tolera o malation).
(Ver ESTABILIDADE)
RESISTÊNCIA CRUZADA
(Ver RESISTÊNCIA)
RESOLUÇÃO
Ato administrativo normativo expedido por autoridade do executivo, procurando disciplinar
matéria de sua competência específica. No caso do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente,
as resoluções referem-se às decisões normativas tomadas pelos seus membros.
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
Respiração onde o oxigênio molecular (O2) funciona como aceptor de hidrogênio (oxidante).
Os organismos que têm o O2 como indispensável para suas necessidades energéticas,
funcionando este gás como um agente oxidante terminal, são denominados de “aeróbios obrigatórios” (os
organismos superiores).
206
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Na respiração aeróbia há completa oxidação da matéria orgânica, emanando CO2, exceto em
certas bactérias (do ácido acético, por exemplo) onde o substrato é oxidado parcialmente:
CH3-CH2OH + O2 → CH3-COOH + H2O
etanol
ácido acético
RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
Respiração onde o oxigênio molecular não participa, sendo um composto inorgânico o aceptor
de eletron (oxidante).
Os organismos sobre os quais o O2 age como substância tóxica são denominados de “anaeróbios
obrigatórios”, como por exemplo as bactérias que utilizam sulfatos e carbonatos como aceptores de
eletrons.
Os organismos que são capazes de crescer na presença ou ausência de O2, uns (como a bactéria
do ácido lático) tendo um metabolismo energético exclusivamente fermentativo e outros (leveduras e
bactérias coliformes) podendo mudar seu metabolismo energético de respiração para fermentação, são
denominados de “anaeróbios facultativos”.
(Ver FERMENTAÇÃO)
RESPIRAÇÃO BASAL
(Ver TAXA METABÓLICA)
RESPIRAÇÃO DO ECOSSISTEMA (Re)
A energia total utilizada durante a respiração, pelos autótrofos (Ra) e heterótrofos (Rh); dada
então por: Re = Ra + Rh.
RESPIRAÇÃO EDÁFICA
Emanação de CO2 do solo, proveniente das atividades respiratórias dos organismos do solo e das
raízes das plantas.
A respiração edáfica é tomada por alguns autores como parâmetro de medição da produtividade
primária bruta, uma vez que representa “queima de matéria orgânica” (carboidratos). Outros admitem que
a respiração edáfica serve também como indicadora da ciclagem de nutrientes, ou seja, há uma relação
linear e positiva entre o CO2 emanado do solo e a imobilização de minerais.
A figura seguinte ilustra um método químico para medição do CO2, usando-se um cilindro
invertido, segundo GRISI (1978):
extremidade fechada do
cilindro
cilindro de PVC, com
22cm de diâmetro,
enterrado no solo
superfície do
solo
béquer sobre tripé e
contendo solução de
KOH 0,5N
extremidade aberta
do cilindro
área, do solo, de
emissão do CO2
Observar os seguintes aspectos:
1) O cilindro de PVC (extremidade aberta) é enterrado, pelo menos, uns 5 cm no solo.
2) A área do solo, isolada pelo cilindro, emite CO2 (da necromassa e das raízes) que será
absorvido pela solução de KOH 0,5N; a solução é renovada a cada 12 h.
3) No laboratório é feita a dosagem do CO2 absorvido pelo KOH, usando-se solução de HCl
0,1N e indicadores colorimétricos de pH.
RESPOSTA DE AGREGAÇÃO
(Ver AGREGAÇÃO)
RESPOSTA FUNCIONAL
(Ver PREDATISMO; e RESPOSTA NUMÉRICA)
RESPOSTA NUMÉRICA
Refere-se, numa população de predadores, a uma mudança no número de seus componentes, se
ocorrer mudança na densidade de presas. Quando ocorre uma mudança na taxa de predação (ou de
207
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
consumo) de um indivíduo predador em resposta à mudança na densidade de presas (ou o alimento do
predador), dá-se o nome de resposta funcional.
(Ver PREDATISMO)
RESSURGÊNCIA
Processo que ocorre em ecossistemas aquáticos, onde a camada mais profunda e fria de água
sobe à superfície; sendo geralmente as águas de profundidade mais férteis, as populações de plâncton,
NÉCTON e bentos são numerosas. Uma curiosidade a respeito da ressurgência, é o que acontece como
conseqüência da rotação da Terra em que há uma deflexão das correntes oceânicas afastando-se das
margens dos continentes (com a ajuda dos ventos), promovendo a ressurgência, com as correntes de
superfície fluindo em direção ao equador. Esta riqueza de nutrientes das águas de profundidade,
sustentam a pesca abundante na corrente de Benguela (costa oeste do sul da África) e a corrente do Peru
(costa oeste da América do Sul). Esta mesma corrente do Peru, cria ambientes frescos, porém secos ao
longo da costa (continental) oeste da América do Sul, ajudada pela sombra de chuva andina, resultando
nos desertos mais secos do nosso planeta, no Chile e Peru.
(Ver HUMBOLDT, CORRENTE DE (ou CORRENTE DO PERU))
RESTAURAÇÃO
Corresponde ao termo “restoration”, em inglês, introduzido por A.D.Bradshaw, significando a
restauração de um ambiente natural, por comunidade semelhante à que existia anteriormente nesse local.
(Ver RECOMPOSIÇÃO; e RESTAURAÇÃO)
RESTINGA
A restinga, é um ecossistema da costa brasileira, constituída por vegetação diversificada, sobre
solo arenoso. As comunidades vegetais vão de campos ralos de gramíneas à mata fechada de até 15 m de
altura. Plantas típicas: muricí, Byrsonima sericea; espécies dos gêneros Eugenia, Myrcia e Clusia. Esse
ecossistema, juntamente com o de dunas, ocorre ao longo de 79% do litoral brasileiro (ao longo de 5.000
km).
Alguns autores designam de “jundus” a um tipo de restinga formado por plantas lenhosas, com
altura aproximada de 5 m, constituindo um denso emaranhado, com algumas plantas espinhosas,
bromeliáceas e cactáceas.
r - ESTRATEGISTA
(Ver ESTRATEGISTAS K e r)
RETROALIMENTAÇÃO
RETROALIMENTAÇÃO = “FEEDBACK”
Mecanismo de controle, em que (por exemplo) uma população de determinado nível trófico da
cadeia alimentar (uma certa presa, um herbívoro) ao diminuir pela ação do predador (um carnívoro)
causaria “como conseqüência”, redução na população deste último; podendo então a população de
herbívoro, recuperar-se. O esquema teórico visto em PREDATISMO, seria uma representação gráfica
deste controvertido tipo de controle. Alguns autores denominam este processo de retroalimentação
negativa. Um outro exemplo de retroalimentação negativa (ou “negative feedback”, em inglês) seria a
regulamentação da caça e pesca limitando o abate ou captura de animais silvestres; outro exemplo é o de
permissão para captura e comercialização de peixes de rios, somente após estes desovarem (no rio Mogiguaçu, em Cachoeira de Emas, Pirassununga, SP, um conjunto de degraus foram construídos no rio para
facilitar a migração dos peixes rio-acima; e somente após um estoque suficiente ter garantido sua
migração para o ponto de desova, é que a pesca é permitida). Uma retroalimentação positiva (ou “positive
feedback”) seria por exemplo, o provimento (pelo governo) de subsídios (ajuda financeira aos
pescadores) para evitar que as populações declinem mais ainda.
Em geral, entende-se que um ecossistema será sustentável quando o efeito ou resultado líquido
da retroalimentação negativa exceder os efeitos da retroalimentação positiva.
REVEGETAÇÃO
(Ver RECOMPOSIÇÃO)
RIBEIRO
(Ver CÓRREGO)
RICHTER
(Ver ESCALA DE RICHTER)
RIOS MEÂNDRICOS
(Ver MEANDROS)
RIPARIANO
(Ver ZONA RIPARIANA)
RIPÍCOLA
(Ver ZONA RIPARIANA)
208
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RIQUEZA DE ESPÉCIES
(Ver BIODIVERSIDADE)
RISCO
Probabilidade de que algo indesejável possa acontecer, expondo-se deliberada ou acidentalmente
a um mal (ou dano). Fala-se portanto, em risco de extinção e nos estudos de impacto ambiental fala-se em
risco de que algo (degradação, acidente, catástrofe, efeito bumerangue etc) possa acontecer no ambiente.
RISCO DE EXTINÇÃO
(Ver ESPÉCIE EM VIA DE EXTINÇÃO)
RITMO CIRCADIANO
(Ver RELÓGIO BIOLÓGICO)
RITUAL DE CORTEJO
Padrão de comportamento (uma característica geneticamente determinada) envolvendo a
produção e recepção de uma seqüência complexa visual, auditiva e de estímulos químicos, pelo macho e
pela fêmea, precedendo o coito ou acasalamento.
RIZOMA
Caule subterrâneo, muitos deles ricos em reservas, possuindo em geral escamas e gemas que
geram ramos folíferos, floríferos e raízes. Uma planta muito comum em nossas praias, o pinheirinho-domar (Remirea maritima) possui rizoma, propiciando sua fácil expansão pela areia das pequenas dunas.
RIZOPLANO
(Ver RIZOSFERA)
RIZOSFERA
Literalmente é a “esfera que circunda a raiz”. Alguns autores distinguem a endorrizosfera, indo
da epiderme até o cilindro central, onde alguns microrganismos vivem em simbiose com a raiz e a
ectorrizosfera, parte mais externa da raiz, incluindo a área do solo imediatamente adjacente às raízes das
plantas, onde, além das propriedades inerentes ao solo, existem microrganismos (simbiontes e às vezes
patógenos e alguns de vida livre no solo), exudato da própria raiz etc. Esse ponto da raiz onde ocorrem as
associações com microrganismos (simbiontes e patógenos) e onde se forma a rizosfera, alguns autores
denominam de rizoplano (denominação proveniente do inglês “rhizoplane”).
Alguns autores aplicam o termo rizosfera quando desejam se referir ao conjunto das raízes. Ver
na figura a seguir, a distribuição espacial da rizosfera e da filosfera num ecossistema tropical e num de
região temperada , segundo LONGMAN & JENÍK (1987):
Floresta pluvial tropical
Floresta de faia
Rizosfera
Filosfera
Observações:
1) No ecossistema da floresta pluvial tropical a distinção, no nível do solo, entre rizosfera e
filosfera é mais difícil de ser feita do que no ecossistema de região temperada.
2) No ecossistema tropical o estrato superior propicia condições para o aparecimento de
microhabitats, permeando o desenvolvimento de epífitas. As trepadeiras lenhosas (ou lianas) são
freqüentes.
209
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
3) Os dois ecossistemas distinguem-se entre si, facilmente, porque o de região tropical apresentase mais denso, com uma certa aparência “caótica”.
ROBUSTA, DINAMICAMENTE
(Ver ESTABILIDADE)
ROBUSTECIMENTO
(Ver ADAPTAÇÃO)
ROCHA MATRIZ (ou ROCHA-MÃE)
Rocha inalterada, não-decomposta, constituindo o horizonte mais profundo do solo (horizonte C)
e que, por eventual intemperismo, dará origem ao solo.
ROCHAS
As rochas são resultado da consolidação natural de minerais. Entre estes, há os minerais
essenciais, que estão sempre presentes nas rochas e lhes determinam o nome, e há os minerais acessórios,
podem ou não estar presentes, sem no entanto modificar o nome dado à rocha. As rochas estão
classificadas em três grupos: (i) ígneas ou magmáticas (resultante do resfriamento do magma; sendo ígnea
intrusiva, quando o resfriamento ocorre no interior do globo terrestre e ígnea extrusiva, ou vulcânica,
quando o resfriamento ocorre na superfície da Terra; o granito é a rocha ígnea intrusiva mais abundante
no nosso planeta); (ii) sedimentares (formadas a partir da cimentação de fragmentos produzidos pela ação
dos agentes de intemperismo e pedogênese; o material fragmentado é carregado pela chuva, vento ou
gelo, depositando-se sobre rocha preexistente, que pode ser ígnea, metamórfica ou outra rocha
sedimentar; as rochas sedimentares são facilmente reconhecidas pelas suas camadas de deposição); e (iii)
metamórficas (resultam da transformação de uma rocha preexistente no estado sólido, por aumento de
pressão e/ou temperatura; o metamorfismo regional, em extensas áreas, provavelmente ocorreu como
conseqüência de eventos geológicos em grande escala, como a edificação de cadeias de montanhas; a
estrutura de foliação, por vezes com camadas dobradas, caracterizam esse metamorfismo).
Rs
(Ver POLÍTICA DOS TRÊS Rs)
ROTAÇÃO DE CULTURAS
(Ver CULTIVO ROTACIONAL)
ROTA DE MIGRAÇÃO (DE PÁSSAROS)
Em inglês é “flyway”, que quer dizer “rota de vôo”. É a rota de migração de pássaros.
RUDERAL
(Ver PLANTA RUDERAL)
RUÍDO
Pode ser definido como sendo um som que, em termos “médicos” e mesmo “sociais”, é tido
como indesejável ou causador de distúrbio e aborrecimento. Em nível elevado pode causar dano ao
aparelho auditivo e problemas neurológicos.
(Ver “BACKGROUND”; e DECIBEL)
RUÍDO AMBIENTAL
(Ver “BACKGROUND”)
RUMINANTES
Animais (ovinos, bovinos, caprinos e também veados, antílopes, ou seja, a maioria dos
ungulados artiodáctilos, de dedos pares) cujo estômago está subdividido em câmaras, sendo a primeira
câmara, a maior delas, o rúmen (ou rume), onde o alimento é reduzido a pequenas partículas, alcançando
então a outra câmara, o retículo (ou barrete), depois o omaso (ou folhoso) e finalmente o abomaso (ou
coagulador). Grandes populações de bactérias (superior a 1010/ml e de protozoários (superior a 105/ml),
presentes no rúmen, juntamente com o controle de pH pela secreção salivar de bicarbonato de sódio,
realizado pelo animal, garantem a degradação da celulose e outras fibras, uma vez que o ruminante carece
de enzimas que as decomponham.
Em termos gerais o alimento de um carneiro, por exemplo 960 g de alfafa, produz 57 g de ácidos
graxos voláteis, 128 g de células microbianas, 43 g de sais minerais, 343 g de matéria seca e quantidade
variável (menor) de CH4 e CO2; a matéria residual final (fezes) alcança os 369 g. Um carneiro com um
volume de rúmen de 4,7 litros tem 20% deste espaço ocupado por microrganismos. É uma rica
comunidade microbiana que o rúmen ostenta. O animal ruminante exerce papel importante na Natureza,
pela sua posição no início da cadeia alimentar (herbívoro) e reciclando a matéria.
“RUNOFF”
É a água de escorrimento (ou escoamento) sobre a superfície do solo (água de precipitação
pluvial), que não se infiltra no solo e se escoa, podendo carregar nutrientes, às vezes levando-os para os
cursos d’água.
(Ver BIOLIXIVIAÇÃO; EROSÃO; ESCOAMENTO; LIXIVIAÇÃO; e RAVINA)
210
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
RUPESTRE
Organismo que vive sobre paredes ou rochas.
211
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
212
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
S
SAHEL
Região subsaariana (ou região saheliana, ao sul do deserto do Saara, no norte da África) é a
região que cruza a África, onde se encontram os seguintes países de oeste para leste: Senegal, Mauritânia,
Mali, Burkina, Níger, Nigéria, Chade, Sudão, Eritréia e Etiópia (inclui-se na costa oeste também Cabo
Verde, ex-colônia portuguêsa). Esta região tem se caracterizado por períodos de seca extrema, como a de
1983-85 (que também atingiu o nordeste brasileiro) levando à fome cerca de 1 milhão de pessoas. Estudos
recentes realizados por Leon Rotstyn (do CSIRO, Instituição da Austrália) e por Ulrike Lohmann (da
Universidade de Dalhousie, Canadá) mostraram que as interações entre dióxido de enxofre e formação de
nuvens (poluentes emitidos nos E.U.A. e Canadá) provocavam condensação e precipitação de chuvas na
América do Norte, que assim deixavam de se deslocarem para o norte da África. O sofrimento nessa
região tende a se agravar porque o solo desnudo (pelas secas contínuas) reflete mais radiação solar
enquanto os aerossóis de poeira refletem os raios de volta, mantendo assim a atmosfera sempre quente; e
sem vegetação a erosão eólica se acentua, reduzindo assim as propriedades produtivas do solo.
SAIBRO
Material mineral que resulta da desagregação de granito ou de gnaisse e que sendo grosso, não
sofre muito desgaste de transporte pela água da chuva de escorrimento na superfície do solo.
SALINIDADE
É, literalmente, o teor em sais da água. A salinidade da água do mar é, em média, 35 partes por
mil (35 °/°° ou 3,5 %). A água do mar contém principalmente cloreto de sódio (cerca de 27 %) e o
restante é constituído por sais de Mg, Ca e K. Explica-se porque a água do mar é salgada pelo seguinte
mecanismo: as águas dos rios (que correm para o mar) são geralmente ricas em feldspato potássico
(KAlSi3O8), anortita (CaAl2Si2O8) e feldspato sódico (NaAlSi3O8). Estes cristais de rocha em solução,
quando na água do mar, perdem potássio para o sedimento e o cálcio precipita-se nas rochas
carbonatadas, combinando-se então o restante com o cloro (Cl), dando origem portanto à “água salgada”.
Os principais componentes da água do mar e respectivas quantidades (ajustadas para uma
salinidade de 35 ppt de NaCl), estão representados no quadro seguinte (COLINVAUX, 1986):
ELEMENTO
ELEMENTO
μg / LITRO
μg / LITRO
Oxigênio como componente da água
8,83 X 108
Hidrogênio
1,10 X 108
Cloro
1,94 X 107
Sódio
1,08 X 107
6
Magnésio
1,29 X 10
Enxofre
9,04 X 105
5
Cálcio
4,11 X 10
Potássio
3,92 X 105
4
Bromo
6,73 X 10
Carbono inorgânico
28.000
Nitrogênio (N2 dissolvido)
15.500
Estrôncio
8.100
Oxigênio dissolvido
6.000
Boro
4.450
Silício
2.900
Fluor
1.300
Nitrogênio nas formas de NO3,NO2 e 670
Carbono
orgânico 500
NH4
dissolvido
Argônio
450
Rubídio
120
SALINIZAÇÃO
Processo de acumulação de sais de várias naturezas (cloreto de sódio, sulfato de sódio, carbonato
de cálcio, sulfato de cálcio e cloreto de cálcio) em alguns tipos de solo, cujos percentuais e condutividade
elétrica, fazem-nos reunir em três categorias: solos salinos (< 15% de Na e condutividade de mmhos > 4),
solos alcalinos (> 15% de Na e condutividade < 4) e solos salino-alcalinos (> 15% e condutividade >4).
213
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Presença de minerais silicatados ou de origem marinha e má drenagem são fatores causadores de
salinização. Cuidados muito especiais são necessários para cultivos irrigados nesses tipos de solo. Solos
salinos são encontrados na região nordeste brasileira,como por exemplo no carirí e sertão da Paraíba.
SAMBAQUIS
Termo, de origem indígena (“tambá” = concha e “ki” = depósito), designando as “pequenas
elevações constituídas sobretudo de restos animais (carapaças de moluscos, pinças de crustáceos e
fragmentos ósseos de peixes, mamíferos, aves e répteis), esqueletos humanos, artefatos (de pedra, osso,
concha e cerâmica), vestígios de fogueiras e outras evidências da atividade humana”. Têm formas e
dimensões variáveis (cerca de 400 m de extensão e excepcionalmente, 30 m de altura), podendo ocorrer
próximos a margens de rios ou de lagoas, mas geralmente no litoral, sendo comum encontrá-los em
restingas.
“SANGUE FRIO”
(Ver ECTOTERMIA)
“SANGUE QUENTE”
(Ver ENDOTERMIA)
SAPOPEMA
(Ver RAIZ TABULAR)
“sapro-”
Prefixo de origem grega significando “podre; em decomposição”. Seguem-se alguns termos com
este prefixo.
SAPRÓBIO
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPROBIONTE
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPRÓFAGO
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPRÓFILO / SAPRÓFITO(A) (ou SAPROFÍTICO(A))
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPROPEL
SAPROPEL = “GYTTJA”)
Sedimento orgânico, de origem autóctone, característico de lagos eutróficos temperados. Este
sedimento rico em matéria orgânica forma-se sob condições redutoras (ausência de oxigênio dissolvido na
coluna de água) num sistema aquático estagnado. Este termo tem sido usado para caracterizar um
sedimento com espessura de > 1cm, contendo > 2% em peso, de carbono orgânico. “Gyttja” é termo de
origem sueca.
SAPRÓTROFO
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPROXENO
(Ver DECOMPOSITOR)
SAPROXILÓBIO
Saproxilóbio é o organismo vivendo em ou sobre madeira em apodrecimento.
“sarco-”
Prefixo de origem grega significando “carne; carnoso”. Alguns usos em: sarcófago (que se
alimenta de carne); sarcócoro ou sarcocore (geralmente propágulo carnoso de planta, que sendo ingerido
por animais dissemina-se através destes).
SATURAÇÃO DE BASES
Utiliza-se a estimativa de “porcentagem de saturação de bases” de um solo estimando-se as bases
trocáveis como porcentagem da CTC (capacidade de troca catiônica), ou seja:
Porcentagem de saturação de bases = (cmol de bases trocáveis/CTC) (100). Assim sendo, se um
solo tem uma CTC de 16 cmol/kg e se 4,2 cmol destes cátions forem Al e H, as bases trocáveis serão 16 4,2 = 11,8 cmol/kg. A porcentagem de saturação de bases será: (11,8/16) (100) = 73,7 %.
(Ver CTC)
SATURNISMO
Intoxicação causada por ingestão de chumbo. Pode ocorrer a partir de recipientes utilizados para
conter alimento ou bebida, ou a partir da inspiração de partículas de chumbo (no caso, por exemplo, da
sua manipulação).
SAVANA
Designação generalizada para os ecossistemas com predominância de vegetação herbácea e
arbustos ou árvores muito esparsas. O cerrado e a caatinga seriam tipos diferentes de savana.
(Ver CAMPOS; e CERRADO)
214
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
SAVANA ESTÉPICA
(Ver ESTEPE)
SAZONAL
(Ver ESTACIONAL)
SDT
(Ver SÓLIDOS DISSOLVIDOS TOTAIS)
SECA
(Ver PERÍODO DE SECA)
SECA FISIOLÓGICA
Condição de seca numa planta, causada por fatores que afetam a absorção de água pela planta,
sem que o problema seja falta de água no solo.
SECCHI, DISCO DE
Método em que se utilizando um disco (de Secchi), geralmente pintado com a cor branca, é
mergulhado na água para se estimar a profundidade de visibilidade, que dependerá da luz e turbidez da
água.
SEDIMENTAÇÃO
Processo de formação de sedimento, ou seja, deposição de matéria particulada transportada pela
água, vento ou gelo. A matéria particulada na água, pode se precipitar formando o sedimento.
Alguns autores usam o termo aterramento de sedimento (do inglês “sediment burial”) que é
definido como uma sedimentação em excesso a taxas de ≥ 0,5 mm ano-1. Estando tal aterramento ou
acréscimo de sedimento, relacionado a distúrbios.
SEDIMENTARES, ROCHAS
(Ver ROCHAS)
SEDIMENTO
(Ver SEDIMENTAÇÃO)
SEIXO
Fragmento de rocha, de arestas arredondadas, podendo ter a forma de esfera ou elipse (seixos
fluviais) ou achatada, como os seixos marinhos, devido ao movimento de vai-e-vem das ondas. Na
caatinga são comuns encontrar-se os seixos rolados, de origem as mais diversas (rochas como o granito
ou basalto etc).
SELEÇÃO DIRECIONAL (ou DIRECIONADA)
Seleção de um fenótipo ótimo num organismo, resultando numa mudança na freqüência dos
genes desse fenótipo, proporcionando uma adaptação evolutiva num ambiente em transformação
progressiva.
SELEÇÃO K
Refere-se a um processo de seleção natural que ocorre num ambiente, de acordo com sua
capacidade de suporte (limite em que o habitat é capaz de manter populações em nível de equilíbrio). De
maneira bastante simplificada, na seleção K os recursos naturais estão direcionados mais para a
manutenção em si das diversas populações de um determinado ecossistema (ou habitat) do que para o
“esforço reprodutivo”.
No caso dos estrategistas “r” e “K” é a competição entre as espécies (“oportunistas e fugitivas” =
r ou o “equilíbrio” entre elas = K) que predomina.
(Ver ESTRATEGISTAS C, K e r; e EQUAÇÃO LOGÍSTICA)
SELEÇÃO NATURAL
Expressão introduzida a partir da publicação clássica de Charles Darwin, em 1859 (“A origem
das espécies por meio da seleção natural”), em que as “forças da Natureza” determinam que alguns
indivíduos, estando mais bem adaptados à sobrevivência, contribuem com maior intensidade na
perpetuação da sua espécie, imprimindo assim, modificações genéticas ao longo do tempo (ou ao longo
do processo evolutivo).
(Ver “FITNESS”)
SELEÇÃO POR GRUPO
Refere-se à força de um grupo em deixar descendentes, como sendo superior à deixada por
indivíduos, de maneira isolada, no processo evolutivo de uma população.
“SELFISH HERD”
Literalmente, em inglês, significa “egoísmo dentro da manada”.
(Ver AGREGAÇÃO)
“SELF-THINNING”
Refere-se ao declínio progressivo na densidade populacional.
(Ver LEI DA POTÊNCIA DOS TRÊS MEIOS (-3/2))
215
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
SEMA
(Ver IBAMA)
SEMELPARIÇÃO (ou SEMELPARIDADE)
SEMELPARIÇÃO = MONOPROCRIAÇÃO
O prefixo grego “semel” quer dizer “geração, descendência”. Este termo refere-se à oportunidade
única de uma espécie reproduzir-se ao longo de sua vida. Período reprodutivo muito curto.
(Ver ITEROPARIDADE)
SEMENTE TERMINAL
Denominação das sementes obtidas na engenharia genética (obtida através da “terminator
technology”, em inglês), em que as sementes de cultivos são geneticamente modificadas para não
germinarem (para o plantio subseqüente) e assim os agricultores são forçados a adquirir continuamente
novas sementes para novos plantios.
SEMI-ÁRIDO (REGIÃO ou CLIMA)
(Ver DESERTO)
SEMICADUCIFÓLIA
(Ver CADUCIFOLIA)
SEMIDECÍDUA
(Ver CADUCIFOLIA)
SEMIOQUÍMICOS
O prefixo grego “semio” significa sinal. Portanto, semioquímicos são produtos químicos que
atuam como “sinalizadores”, viabilizando uma mudança no comportamento de organismos. Embora
sejam produtos naturais, alguns já têm sido sintetizados. São mencionadas duas classes de
semioquímicos: feromônios e aleloquímicos. Muitos desses compostos, assim como os reguladores de
crescimento de insetos, são chamados de “inseticidas de terceira geração” (ver PESTICIDA).
(Ver ALELOPATIA; e FEROMÔNIOS)
SERE
Designação coletiva de todas as comunidades temporárias que constituem as várias etapas (ou
estádios) de desenvolvimento de uma vegetação no processo de sucessão ecológica em certo local.
(Ver ESTÁDIOS SERAIS)
SÉRIE BARREIRAS
(Ver BARREIRAS, SÉRIE ou FORMAÇÃO)
SERRAPILHEIRA (ou SERAPILHEIRA)
(Ver NECROMASSA)
SÉSTON
Total da matéria particulada em suspensão na água, compreendendo o biosséston (plâncton,
nécton e matéria particulada derivada de organismos vivos) e o abiosséston (matéria particulada nãoviva).
SEVERIDADE DE SECA
(Ver ÍNDICE DE PALMER DE SEVERIDADE DE SECA)
SHANNON, ÍNDICE DE
(Ver ÍNDICE DE DIVERSIDADE)
SHELFORD
(Ver LEI DA TOLERÂNCIA)
“SHIFTING CULTIVATION”
(Ver AGRICULTURA ITINERANTE)
SIALITIZAÇÃO
(Ver SILICATOS)
SI, UNIDADES
Refere-se ao “Système International d’Unités”, que é o sistema métrico internacional, composto
das sete seguintes unidades básicas: metro (m), quilograma (kg), segundo (s), ampere (A), kelvin (K),
candela (cd) e mol. As outras unidades são derivadas ou suplementares.
(Ver APÊNDICE II − SI – SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES)
SIDERÓFORO
Refere-se a um produto metabólico (principalmente catecolato e hidroxamato) de alguns
microrganismos, formando ligações estáveis com íons de ferro, sendo portanto, de certa maneira,
responsáveis pela mobilização deste metal no solo. Aplica-se a denominação “microrganismos
sideróforos” àqueles de importância agroecológica que, aprisionando o Fe, privam os nematódeos
fitopatogênicos deste elemento, que é essencial ao seu desenvolvimento.
216
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
SIG − SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA ou SGI – SISTEMAS
GEOGRÁFICOS DE INFORMAÇÃO
Também chamados de Sistemas Geoinformativos (SGI), objetivam a estruturação de sistemas
informativos, garantindo informações necessárias sobre o meio ambiente, para sua proteção e
conservação, para os planejamentos urbanos e regionais; enfim cadastrando uma base de dados e de
conhecimentos que forem necessários à compreensão sobre as interações Natureza-sociedade. Uma das
exigências mais importantes dos SIGs é a unificação dos dados e informações sob o enfoque sistêmico.
Consta em geral, dos componentes estruturais (i) banco de dados, (ii) modelos (conceituais e
matemáticos) e (iii) imagens.
SILICATOS
Compostos salinos, abundantes na Natureza, formando feldspatos, micas, piroxênios, anfibólios
e outros. Quando em contato com água, sofrem hidrólise, podendo ser total ou parcial (ver ACIDÓLISE).
No caso de hidrólise total, além do alumínio, o ferro também pode permanecer no perfil do solo (estes
elementos têm comportamento geoquímico semelhantes). Ao processo de eliminação total da sílica e
formação de oxi-hidróxidos de alumínio e de ferro dão-se os nomes: alitização (referente ao alumínio) e
ferralitização (referente ao ferro). No caso de hidrólise parcial, havendo formação de silicatos de
alumínio, o processo é denominado sialitização; aqui aplicam-se os termos monossialitização (quando se
formam argilominerais (= aluminossilicatos hidratados) do tipo da caulinita, com relação Si:Al de 1:1) e
bissialitização (quando se formam argilominerais do tipo esmectita, com relação Si:Al de 2:1).
(Ver LATOLIZAÇÃO)
SILICOSE
Afecção pulmonar causada pela inalação de partículas muito diminutas de sílica ou silicatos,
principalmente. Partículas de areia, granito ou quartzo também estão enquadradas nesta conceituação.
(Ver ASBESTO)
SILTE
(Ver TEXTURA DO SOLO)
SILVICULTURA
SILVICULTURA = ENGENHARIA FLORESTAL
Estudo de florestas e exploração de recursos florestais.
SIMBIONTE
Organismo participante do processo de simbiose ou mutualismo. Portanto, o adjetivo simbiôntico
qualifica o simbionte.
(Ver MUTUALISMO)
SIMBIOSE
(Ver INTERAÇÃO ECOLÓGICA; e MUTUALISMO)
SIMILARIDADE
(Ver ÍNDICE DE SIMILARIDADE; e LIMITE DE SIMILARIDADE)
SIMILARIDADE DE DEMANDAS E TOLERÂNCIAS (DE INDIVÍDUOS)
(Ver SUPERORGANISMO)
SIMILARIDADE PERCENTUAL
(Ver PERCENTUAL DE SIMILARIDADE)
SIMPATRIA
Caso em que duas espécies, intimamente relacionadas, descendentes de um ancestral comum
(portanto, do mesmo gênero), embora vivendo numa mesma área (mas não necessariamente com o
mesmo nicho ecológico) apresentam divergência de caractéres, isto é, têm características (morfológicas,
fisiológicas ou de comportamento) dissimilares.
O isolamento ecológico ou genético numa mesma área, pode resultar numa especiação
simpátrica. Ao fator determinante genético que impede o intercruzamento entre indivíduos de espécies
simpátricas, dá-se o nome de mecanismo de isolamento intrínseco. Se houver um impedimento do tipo
“barreira ambiental”, usa-se a denominação mecanismo de isolamento extrínseco.
(Ver ALOPATRIA)
SIMPSON, ÍNDICE DE
(Ver ÍNDICE DE DIVERSIDADE)
SINECOLOGIA
Uma das subdivisões da ecologia que estuda grupos de organismos, que estejam associados,
como uma unidade e a relação que os mesmos mantêm entre si.
(Ver AUTOECOLOGIA)
SINERGISMO
Fenômeno em que duas populações, geralmente em protocooperação, são capazes de sintetizar
determinado produto, formar uma estrutura distinta ou induzir uma resposta patológica etc.
217
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Sinergismo significa também a ação de dois elementos, que individualmente não são poluentes,
mas que juntos tornam-se poluentes; ex.: o mercúrio metálico nos sistemas aquáticos é pouco tóxico, mas
quando no interior de organismos (como nas guelras dos peixes) transforma-se no metilmercúrio,
altamente tóxico.
(Ver METILMERCÚRIO; MINAMATA; e POLUENTE SECUNDÁRIO)
SINTROFISMO
Fenômeno que ocorre entre duas ou mais populações auxotróficas em que, geralmente em
circunstâncias de deficiência nutricional, elas são capazes de proliferar graças à troca de fatores de
crescimento. Na ausência do sintrofismo, ou seja, sem esta protocooperação, uma dessas populações seria
incapaz de sobreviver ou seria muito pobre.
SINÚSIA
SINÚSIA = ESTRATO VEGETATIVO
Refere-se à determinada parte de uma vegetação, de acordo com a altura das plantas. Fala-se
assim de sinúsias, arbórea, arbustiva e herbácea (com as respectivas subdivisões, subarbórea, subarbustiva
e subherbácea).
Alguns autores utilizam o termo sinúsia quando se referem a agrupamentos de plantas,
considerando não só a altura como o modo de vida da planta e a sua morfologia. Assim, referem-se à
sinúsia arbórea, de epífitas ou de lianas, embora todas estejam à mesma altura.
(Ver FITOCENOSE)
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
(Ver CONAMA)
SISTEMA ABERTO
Sistema ecológico que permuta matéria e energia com as partes que lhe circundam.
(Ver SISTEMA FECHADO)
SISTEMA ECOLÓGICO
Ambiente natural (ecossistema) ou introduzido pelo homem (agrossistema), constituído por
componentes bióticos e abióticos).
(Ver AGROSSISTEMA; e ECOSSISTEMA)
SISTEMA ESTABILIZADO
Sistema ecológico em que, por exemplo, baseando-se no seu metabolismo, a razão da
fotossíntese e respiração é igual à unidade, ou seja P : R = 1 (onde: P = fotossíntese e R = respiração).
SISTEMA FECHADO
Sistema ecológico que não permuta matéria com as partes circunvizinhas, embora possa
permutar energia.
(Ver SISTEMA ABERTO)
SISTEMA TAMPÃO
(Ver TAMPONAMENTO)
SÍTIOS (ou MANCHAS)
(Ver REFÚGIOS)
“SLASH-AND-BURN”
(Ver AGRICULTURA ITINERANTE)
“SMOG”
Palavra da língua inglesa cunhada a partir de “smoke” (fumaça) + “fog” (nevoeiro, cerração)
para designar a poluição atmosférica, originalmente atribuída à que ocorre em Los Angeles (California,
E.U.A.). No “fog”, em temperatura baixa, formam-se gotículas de água com diâmetro de 2 a 20 μm, que
dificultam a visibilidade.
(Ver PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO NO AR)
“SMOG” FOTOQUÍMICO
Mistura complexa de poluentes atmosféricos produzidos na camada atmosférica inferior pela
reação de compostos de hidrocarbonetos e de óxidos de nitrogênio sob a influência (ou ação) da luz solar.
Entre os diversos de seus componentes danosos destacam-se: ozônio, peroxiacetilnitratos (PANs) e vários
aldeídos.
(Ver “SMOG” INDUSTRIAL)
“SMOG” INDUSTRIAL
Tipo de poluição atmosférica consistindo em sua maioria de uma mistura de dióxido de enxofre
(SO2), gotículas de ácido sulfúrico (H2SO4) em suspensão, algumas delas formadas a partir do SO2, e de
uma variedade de partículas sólidas em suspensão.
(Ver “SMOG” FOTOQUÍMICO)
218
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Lei Federal no 9.985, aprovada em 18/07/2000, visando disciplinar a conservação e o uso das
áreas protegidas. Novas categorias de áreas protegidas foram criadas e reunidas nos grupos I − Unidades
de Proteção Integral e II − Unidades de Uso Sustentável. No Grupo I estão: Estação Ecológica, Reserva
Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre. No Grupo II estão: Área de
Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista,
Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
(Ver UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
SOCIABILIDADE (ou SOCIALIDADE)
(Ver EUSSOCIABILIDADE)
SOCIOLOGIA DE PLANTA (ou VEGETAL)
(Ver FITOSSOCIOLOGIA)
SÓLIDOS DISSOLVIDOS TOTAIS
Resíduos sólidos obtidos por evaporação de uma amostra de água ou efluente, expressos em
mg/L. Alguns identificam-nos pela abreviação SDT.
SOLO
Toda a matéria mineral não consolidada da superfície da Terra, sujeita às influências ambientais
(da rocha matriz, do clima, topografia e da biota, macro e microbiota), durante um período de tempo e
que por isso difere (morfológica, física, química e biologicamente) do material que lhe deu origem. É essa
parte não consolidada da Terra que serve de meio natural para o crescimento das plantas.
(Ver PERFIL DO SOLO; e SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
SOLO FÉRTIL
SOLO FÉRTIL = SOLO RICO
Solo contendo os nutrientes que as plantas necessitam.
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE; SOLO PRODUTIVO; e PERFIL DO
SOLO)
SOLO PRODUTIVO
Solo que, além dos nutrientes necessários às plantas, dispõe de outros fatores imprescindíveis a
uma boa produtividade vegetal (rico em humus e biomassa microbiana ativa; porosidade, umidade e
densidade adequadas; pH e potencial redox compatíveis com tal produtividade).
(Ver SOLO FÉRTIL)
SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE
A EMBRAPA publicou em 1999 um “Novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”
(EMBRAPA, 1999). Resumidamente, as principais classes de solo (e equivalências com algumas mais
antigas) são: Alissolos: constituídos por material mineral com argila de atividade ≥20 cmolc/kg de argila,
textura de média a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte subsuperficial, com
saturação por alumínio ≥50%, baixa saturação por bases; comuns na região subtropical (PR, SC, RS)
ocorrendo também na equatorial (AC) ou tropical (PE, AL, BA) (alguns eram conhecidos como:
Rubrozem, Podzólico Bruno-Acinzentado, Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico ou Álico ...).
Argissolos: material mineral com argila de atividade baixa, textura de arenosa a argilosa no horizonte A
com aumento de argila no horizonte subjacente, de forte a moderadamente ácidos, com saturação por
bases alta (alguns destes solos eram classificados como Podzólico Vermelho-Amarelo, pequena parte de
Terra Roxa Estruturada e de Terra Bruna Estruturada). Cambissolos: devido à heterogeneidade do
material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, estes solos variam muito de um local
para outro; caracteriza-se por horizonte B incipiente com textura franco-arenosa ou mais argilosa; alguns
deles assemelham-se a latossolos (esta denominação pre-existia a esta presente classificação).
Chernossolos: constituídos por material mineral que tem como característica de destaque a alta saturação
por bases e argila de atividade alta; solos moderadamente ácidos a fortemente alcalinos (correspondem
aos Brunizens e Rendzinas de classificações anteriores). Espodossolos: solos mineralogicamente pobres,
desenvolvidos de materiais arenoquartzosos sob condições de umidade elevada, com textura
predominante arenosa, moderada a fortemente ácidos, com saturação por bases baixa, podendo ocorrer
altos teores de alumínio; comuns em boa parte da amazônia e em muitas partes do litoral brasileiro (inclui
atualmente todos os solos classificados como Podzol, equivalendo aos Spodosols e Entisols do “Soil
Taxonomy” americano, e Podzol hidromórfico). Gleissolos: solos hidromórficos ou saturados com água,
sendo mal drenados em condições naturais, desenvolvendo-se comumente em sedimentos recentes
próximos a cursos d’água (correspondem aos antigos Glei Pouco Húmico, Glei Húmico, Glei Tiomórfico
e Solonchak ). Latossolos: solos em avançado estádio de intemperização, muito evoluídos, destituídos de
minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo, com baixa capacidade de troca de
cátions, de fortemente a bem drenados, normalmente muito profundos, fortemente ácidos, baixa saturação
por bases, com ampla ocorrência nas regiões equatoriais e tropicais, sendo comuns na amazônia e na
219
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Mata Atlântica (ferralsols e oxisols são denominações mais antigas destes solos) [ver LATOSSOLOS].
Luvissolos: não-hidromórficos, de bem a imperfeitamente drenados, normalmente pouco profundos de 60
a 120 cm, de moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos, com teores de alumínio extraível baixos ou
nulos, com argila de atividade alta e saturação por bases alta (antes classificados como Bruno Não
Cálcico, Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico e alguns Podzólicos). Neossolos: pouco evoluídos, não
apresentando horizonte B diagnóstico, com material original resistente ao intemperismo podendo impedir
ou limitar a evolução destes solos (alguns destes solos eram conhecidos como Litossolos, Solos Litólicos,
Regossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas: Distróficas, Marinhas e Hidromórficas). Nitossolos: bem
evoluídos, com horizonte B reluzente devido à cerosidade, com argila de atividade baixa, textura argilosa
ou muito argilosa, de moderadamente ácidos a ácidos, com saturação por bases baixa a alta; são
considerados férteis, ocorrendo em várias partes no sudeste da Bahia e no Paraná (correspondem hoje à
maioria das: Terra Roxa Estruturada, Terra Bruna Estruturada e alguns Podzólicos Vermelho-Escuros e
Podzólicos Vermelho-Amarelos). Organossolos: pouco evoluídos, com grande quantidade de matéria
orgânica acumulada em ambientes mal drenados ou em ambientes de umidade elevada, em geral são
fortemente ácidos, com alta capacidade de troca de cátions e baixa saturação por bases; ocorrem
usualmente em áreas baixas de várzeas e depressões (correspondem aos antigos Solos Orgânicos, Semiorgânicos e Tiomórficos, e parte dos Solos Litólicos Turfosos). Planossolos: solos minerais
imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte B geralmente com acentuada concentração de argila,
ocorrendo preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado (abrange os antigos
Planossolos, Solonetz-Solodizado e Hidromórficos Cinzentos). Plintossolos: solos minerais formados sob
condições de restrição à percolação da água, com expressiva plintização ou segregação e concentração
localizada de ferro, sendo típicos de zona quente e úmida, tendo ocorrência mais ampla no Médio
Amazonas, Ilha de Marajó, Amapá, Baixada Maranhense-Gurupi, Pantanal, Ilha do Bananal e em Campo
Maior no Piauí (corresponde às antigas Lateritas Hidromórficas, Podzólicos plínticos e partes de solos
Glei). Vertissolos: solos com pronunciadas mudanças de volume com o aumento do teor de umidade no
solo, fendas profundas na época seca; são solos com alta capacidade de troca de cátions, alta saturação
por bases, com teores elevados de cálcio e magnésio, e são desenvolvidos normalmente em ambientes de
bacias sedimentares; ocorrem em diversos tipos de clima sendo comuns em bacias sedimentares do semiárido nordestino (conservam a denominação dos antigos Vertissolos).
Em que pese a melhoria neste sistema de classificação, ainda é importante ter acesso à antiga
classificação, com a equivalência das classes de solo com os sistemas FAO/UNESCO e “Soil Taxonomy”
americana, uma vez que muitas publicações importantes no Brasil utilizaram tais sistemas. Pode ser
consultado o trabalho de CAMARGO et al. (1987).
SOMBRAS DE CHUVA
Ao encontrar montanha ou montanhas, o vento é forçado a ir para o alto, resfriando-se e
ocasionando precipitação pluvial na porção a barlavento; e quando o vento desce do outro lado das
montanhas ele arrasta a umidade dessas áreas a sotavento e cria ambientes áridos, formando-se assim as
“sombras de chuva”. O deserto de Gobi na Ásia é um exemplo. No estado da Paraíba, a serra da
Borborema (nas imediações de Campina Grande) conduzem à supersaturação da massa de ar, gerando
assim a chamada chuva orográfica e na microrregião do Cariri paraibano, situada a sotavento, as chuvas
são raras.
SOS MATA ATLÂNTICA
(Ver FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA)
SOTAVENTO
(Ver BARLAVENTO e SOTAVENTO)
sp (ESPÉCIE)
Significa, abreviadamente, espécie. Utiliza-se esta abreviação após o nome genérico, quando o
específico não for determinado (ou identificado). Ex.: Triatoma sp (um dos insetos, “barbeiros”, vetor da
doença de Chagas); quando se deseja referir-se a mais de uma espécie deste mesmo gênero, usa-se
Triatoma spp (poderiam ser T. infestans ou T. megista ou T. sordida etc.). Observe-se que ao se citar
várias espécies do mesmo gênero, pode-se abreviar o nome do gênero.
SPODOSOL
SPODOSOL = PODZOL
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE))
“STANDING CROP”
(Ver BIOMASSA)
SUBCLÍMAX
Penúltimo “estádio” de uma sere, que pode persistir por longo tempo mas eventualmente, será
substituído pelo clímax.
220
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
É considerada uma etapa “imperfeita” da evolução, em que a vegetação mantém-se em forma
indefinida devido a fatores naturais alheios ao clima (incêndios, pastejos etc).
SUBCLÍMAX ANTROPOGÊNICO
(Ver DISCLÍMAX)
SUBLITORAL
Refere-se tanto à zona marinha que se estende da margem da zona de entremarés até a margem
mais externa (em relação ao continente) da plataforma continental, até uma profundidade de 200 m; como
também se refere à zona mais profunda de um lago abaixo do limite da vegetação enraizada.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
SUBORDINADO
Espécime vegetal que, se removido não ocasionaria muito rearranjamento no seu ecossistema.
Há o “subordinado dependente”, ou seja, o vegetal que vivendo na dependência das condições mantidas
pelo dominante, se extinguiria caso o dominante fosse removido do seu ecossistema. E há o “subordinado
tolerante”, que é o vegetal que tolera mas não depende ou requer condições impostas pelo dominante do
seu ecossistema.
SUBPOPULAÇÕES
(Ver ENDOGAMIA; EXOCRUZAMENTO; e METAPOPULAÇÕES)
SUBSISTÊNCIA
(Ver AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA)
SUBSTITUIÇÃO
(Ver REPOSIÇÃO)
SUBSTRATO
Em geral, refere-se à base sobre a qual um organismo se estabelece. Em microbiologia e ecologia
microbiana, utiliza-se este termo, ou mais apropriadamente, “substrato alimentar”, para significar o
alimento de que o microrganismo faz uso.
SUCESSÃO ALOGÊNICA
Seqüência de comunidades que ocorre quando o habitat é modificado por fatores não
determinados pelas populações que vivem nesse habitat. Os fatores determinantes da modificação são de
origem abiótica.
(Ver SUCESSÃO AUTOGÊNICA)
SUCESSÃO AUTOGÊNICA
Seqüência de comunidades que ocorre quando as populações que vivem em determinado local
modificam o ambiente de tal maneira que elas são substituídas por espécies melhor adaptadas ao habitat
modificado. Torna-se necessário, nesta sucessão autogênica, considerar três situações ou mecanismos, de
acordo com a classificação de J.H.Connell e R.O.Slatyer, que em 1977 sugeriram: 1) Sucessão por
facilitação: ocorrem mudanças no meio abiótico que são “impostas” pelas espécies pioneiras e portanto,
os componentes do estádio seral subseqüente terão seu estabelecimento e desenvolvimento dependentes
dos seus antecessores; tal tipo de sucessão foi registrada em ambiente onde ocorreu retraimento de
glaciação. 2) Sucessão por tolerância: pelo fato de que diferentes espécies têm diferentes estratégias para
explorar recursos, as espécies dos estádios serais subseqüentes ao primeiro (ou primeiros), toleram níveis
baixos de disponibilidade desses recursos e atingem sua maturidade na presença dos componentes
remanescentes dos estádios anteriores, competindo até com eles; sucessões velhas mostram este
mecanismo. 3) Sucessão por inibição: tipo em que ocorre um mecanismo de resistência à invasão por
competidores; há registros de ocorrência dessa inibição em algas marinhas sobre rochas.
(Ver SUCESSÃO ALOGÊNICA)
SUCESSÃO AUTOTRÓFICA
Diz-se da sucessão ecológica em que, nos estádios iniciais, a taxa da produção primária (ou da
fotossíntese bruta, total) (P), excede a taxa de respiração da comunidade (R).
(Ver RELAÇÃO P : R; e SUCESSÃO HETEROTRÓFICA)
SUCESSÃO ECOLÓGICA
Ou simplesmente “sucessão”, é um processo de desenvolvimento de um ecossistema em que
numa mesma área ocorrem seqüências de diferentes comunidades.
A sucessão é uma mudança unidirecional, no tempo, resultante de modificações físicas do
ambiente causadas pela própria comunidade (em parte) e culmina com um sistema ecológico estável,
conhecido como clímax.
Quando a sucessão se inicia numa área não ocupada previamente por uma comunidade, ela é
denominada de sucessão primária. E quando a sucessão ocorre em área previamente ocupada por uma
comunidade (tais como um campo cultivado, abandonado ou uma floresta que tenha sido derrubada), ela é
denominada de sucessão secundária.
Ver figura que segue, ilustrando o processo de sucessão (num lago):
221
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
A
B
C
SUCESSÃO HETEROTRÓFICA
Denominação freqüentemente usada para caracterizar uma sucessão ecológica na qual, nos seus
primeiros estádios, a respiração (R) é maior do que a produção (P).
(Ver RAZÃO P : R; e SUCESSÃO AUTOTRÓFICA)
SUCESSÃO HIDRARCA
(Ver HIDROSERE)
SUCESSÃO PRIMÁRIA
(Ver SUCESSÃO ECOLÓGICA)
SUCESSÃO SECUNDÁRIA
(Ver SUCESSÃO ECOLÓGICA)
SUCESSÃO XERARCA
(Ver XEROSERE)
SULFATO DE ALUMÍNIO (Al2(SO4)3)
Composto que é adicionado no tratamento da água, para remover partículas que interferem na
sua transparência. Embora panelas e outros recipientes de alumínio também sejam importantes fontes de
excesso de Al para o organismo humano, o nível de sulfato de alumínio na água de beber não deve
exceder os 200 μg/L.
SULFONATO DE ALQUILBENZENO
(Ver “ABS − ALKYLBENZENE SULPHONATE”)
SUPEREXPLOTAÇÃO
Exploração excessiva dos recursos naturais.
(Ver DESERTIFICAÇÃO; e EXPLOTAÇÃO)
SUPERITINERANTES
(Ver FUNÇÕES DE INCIDÊNCIA)
SUPERORGANISMO
O conceito de superorganismo foi emitido inicialmente pelo ecólogo F.E.Clements (em 1916),
como uma característica generalizada de uma comunidade. Este autor comparou a comunidade, contendo
indivíduos e populações, a um organismo, contendo células e tecidos. A somatória do funcionamento de
222
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
cada indivíduo promoveria o bem-estar de todo o conjunto. A concepção “individualística” (ou do
individualismo) de H.A.Gleason (em 1926) e defendida por diversos autores, em contraste, vê a relação
de espécies coexistentes como simples resultado das similaridades das demandas e tolerâncias dos
indivíduos e por isso, uma comunidade é muito menos previsível do que um “superorganismo”.
(Ver PRINCÍPIO DAS PROPRIEDADES EMERGENTES)
SUPERPASTEJO
Pastejo excessivo, ou consumo de pastagem por animais de maneira a impedir ou dificultar a
recuperação natural da comunidade pastejada (consumida), podendo causar mudanças indesejáveis na
composição dessa comunidade.
SUPORTE
(Ver CAPACIDADE DE SUPORTE (e CAPACIDADE DE SUPORTE CULTURAL))
“supra-”
Prefixo de origem grega significando “acima” (o oposto de “infra- ”). O supralitoral, da zona
litorânea, é um exemplo (ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA), assim
como o supraorganismo ou superorganismo, uma associação de organismos, ou colônia, dotada de
organização social análoga às propriedades fisiológicas de um organismo simples, agindo portanto, como
uma unidade funcional única.
(Ver SUPERORGANISMO)
SUPRALITORAL
Subregião do litoral imediatamente acima do nível mais alto da água, sujeita a ser coberta pela
água durante a quebra das ondas.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
SURFACTANTE
Substância tensoativa, de moléculas grandes, ligeiramente solúveis na água, causando às vezes a
formação de espuma e tendendo a manter-se na interface água-ar.
SUSPENSÍVORO
Diz-se do organismo que se alimenta de matéria em suspensão no meio aquático (fitoplâncton e
zooplâncton, principalmente diatomáceas). O tatuí ou tatuíra (Emerita brasiliensis), pequeno crustáceo
que vive na zona de arrebentação do mar, é tido como espécie suspensívora.
“SYNFUEL” ( e “SYNGAS”)
“Synfuel” é uma palavra inglesa que surgiu da combinação: “synthesis + fuel” (= síntese +
combustível). Refere-se ao processo de gaseificação do carvão mineral em que há conversão de carvão
sólido em gás natural sintético (metano) e daí efetua-se a liquefação, onde se converte este minério fóssil
em combustível líquido, como metanol ou gasolina sintética. Os “synfuels”, que podem ser transportados
por gasodutos, geram menor poluição atmosférica do que o carvão sólido. Estudos na China (o país mais
rico do mundo em carvão mineral) vêm procurando retirar enxofre (alto poluente) do carvão mineral, ao
tempo em que se obtém metanol e eletricidade, além de aditivos químicos.
O “syngas” (“synthesis + gas”, em inglês) é um produto obtido através do processo FisherTropsch, em que se mistura metano + vapor, obtendo-se assim o “syngas” do qual pode se obter parafinas
e hidrogênio e daí ser elevado para diesel e outros combustíveis “mais limpos” do que os derivados de
hidrocarbonos, como a atual gasolina que produz gases do efeito estufa. Além disso, este “syngas” seria
mais facilmente transportado.
223
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
224
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
T
TABELA DE FERTILIDADE (ou DE FECUNDIDADE)
Tabela ou quadro em que são quantificados os padrões de nascimentos provenientes de
indivíduos de diferentes idades de uma ou mais populações. Estes dados, juntamente com os da tabela de
vida e a curva de sobrevivência são fundamentais em ecologia de populações, permitindo a compreensão
sobre o que está acontecendo no presente e criando possibilidades de conhecer o futuro da população ou
populações em questão.
(Ver CURVA DE SOBREVIVÊNCIA; e TABELA DE VIDA)
TABELA DE VIDA (ou TABELA VITAL)
É uma representação, num quadro (ou tabela) em que se sumariza o histórico de uma coorte (ou
população). Originalmente, seus introdutores (O.W.Richards e N.Waloff, em 1954) representaram a
história de vida (ou história vital) do gafanhoto Chorthippus brunneus, onde figuram dados de: número de
indivíduos observados em cada um dos estádios do seu desenvolvimento (ou “intervalo de idade”),
proporção da população original sobrevivendo ao início de cada estádio, proporção da população original
morrendo durante cada estádio, a taxa de mortalidade, além de ovos produzidos no estádio de adulto, ovos
produzidos por indivíduo adulto sobrevivente (fornecendo uma idéia da fecundidade da coorte) e os
produzidos originalmente por indivíduo adulto. Ao número médio de indivíduos que cada indivíduo
existente numa população dá origem, em um (1) intervalo de tempo que se segue, dá-se a denominação de
taxa reprodutiva líquida fundamental. Conseqüentemente, é a taxa de multiplicação relacionando o
tamanho de uma população ao seu tamanho em um (1) intervalo de tempo mais cedo (anterior).
A partir dos cálculos sugeridos por Richards e Waloff, obtém-se um termo que sumariza o
histórico de vida da população, que é a taxa reprodutiva básica, podendo ser estimada a partir do número
total de ovos fertilizados produzidos numa geração, dividido pelo número original de indivíduos.
Construir uma tabela de vida de um organismo que além de modular apresenta superposição de
gerações (como uma planta rizomatosa, com produção contínua de brotos vegetativos subterrâneos), é
uma tarefa muito difícil de ser executada a contento.
TABELA VITAL
(Ver TABELA DE VIDA (ou TABELA VITAL))
TABULEIRO
Designação, mais topográfica, dada a um planalto e que é também conhecida como “chapada”,
com declividade muito baixa. No nordeste, principalmente na Paraíba e Pernambuco, refere-se aos
“cerrados” locais. Na Bahia esta denominação é mais pedológica ou edáfica, referindo-se aos latossolos
pobres, às vezes cobertos por densas e altas matas (mata atlântica).
TAIGA
FLORESTA DE CONÍFERAS = TAIGA = FLORESTA BOREAL
Os nomes boreal (grego) e taiga (russo) significam vento norte. É uma floresta essencialmente de
coníferas que se estende por grande parte da região subpolar no norte da Eurásia (principalmente Rússia,
incluindo a Sibéria, e Escandinávia) e norte da América do Norte, apresentando-se como um “cinturão
verde”. Limita-se ao norte pela tundra e pelas estepes ao sul. A média anual de temperatura está abaixo
dos 5oC e a precipitação pluviométrica está na faixa dos 400 a 1000 mm anuais. Sendo a evaporação
baixa, os solos permanecem úmidos durante a estação de crescimento das plantas, com grande acúmulo
225
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
de necromassa devido também à ausência de
invertebrados detritívoros. Árvores típicas da
taiga são coníferas, da família do pinheiro, como
os abetos dos gêneros Picea e Abies. Animais
carnívoros peludos como a zibelina (Martes
zibelina) e o arminho (Mustela erminea) tipificam
esse bioma. Muitos animais e plantas apresentam
dormência durante o inverno (água inacessível),
com metabolismo muito baixo. Estima-se que
somente a taiga da Sibéria totalize 19% das áreas
de floresta do mundo. A madeira da taiga tem
sido intensivamente explotada.
A foto ao lado mostra um trecho de
floresta de Taiga, na Sibéria.
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de
WALTER, HEINRICH))
TAL – TAXA DE ASSIMILAÇÃO LÍQUIDA
(Ver TAXA DE ASSIMILAÇÃO LÍQUIDA – TAL)
TALASSOCICLO
(Ver BIOSFERA)
TALUDE (e TALUDE CONTINENTAL)
Superfície inclinada de um solo, na base de um morro ou encosta, estando por vezes coberto por
detritos.
O talude continental refere-se à parte do oceano que segue à plataforma continental, situada entre
200 e 1.200 m de profundidade. Considera-se que o talude continental tenha um ângulo médio de
inclinação de 4o e um máximo de 20o próximo à sua margem superior em contato com a plataforma
continental; junção esta denominada de aresta continental. A esta inclinação alguns autores dão o nome
de aclive continental.
TAMANHO
Esta é uma característica, talvez a mais “marcante” (conspícua) dos seres vivos. Seu incremento
pode trazer benefícios, por certos aspectos, como por exemplo, o aumento das possibilidades do predador
em capturar a presa; ou no caso da presa, a redução de sua vulnerabilidade ao predador. Em termos de
adaptação às variações climáticas, o ser vivo de grande tamanho, devido a sua menor relação superfície :
volume, estará mais apto a manter suas funções vitais constantes, uma vez que estará “menos exposto” a
tais variações.
(Ver REGRAS ECOGEOGRÁFICAS)
TAMANHO DE POPULAÇÃO EFETIVA
Considera-se como o tamanho de uma população “geneticamente idealizada” (Ne) para a qual a
população real (N) é equivalente, em termos genéticos; Ne é usualmente menor do que N, devido a vários
fatores, como razão (relação) de sexo, se não for 1 : 1, se o tamanho da população variar de geração para
geração ...
TAMANHO MÍNIMO VIÁVEL DE POPULAÇÃO
Este conceito tem aplicação importante na conservação, seja de uma espécie ou da
biodiversidade em geral. Um exemplo (de BEGON et al., 1990) mostra que o urso pardo (Ursos arctos),
que tem uma probabilidade de 95% de sobreviver por 100 anos e uma população estimada de 50 a 90
animais, requer uma reserva com área de 1000 a 13.500 km2. A complexidade do problema aumenta
quando a ele se adiciona a questão do tamanho mínimo crítico da população, que é necessário para evitar
a endogamia ou a perda importante da diversidade genética.
TAMPÃO
(Ver TAMPONAMENTO)
TAMPONAMENTO
TAMPONAMENTO = SISTEMA TAMPÃO
Propriedade inerente aos organismos que são capazes de manter estáveis, quantitativamente, suas
características físico-químicas e fisiológicas, tais como temperatura, pH, pressão osmótica. Tal
propriedade aplica-se tanto em relação ao ambiente interno do organismo (suas células) quanto ao
ambiente externo.
Penso ser este termo também apropriado a determinadas situações no ambiente, como no
seguinte exemplo: a existência de um rio e de uma laguna ou lagoa em planície onde o lençol freático é
226
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
muito superficial, exerce ação de “tamponamento” ao propiciar que o excesso de água acumulada no
lençol freático na época das chuvas, flua naturalmente através desses corpos d’água (ver BANHADO).
Na prática refere-se a qualquer coisa que reduza o impacto.
TANINOS
(Ver DEFESA QUÍMICA)
“taqui-”
Prefixo de origem grega significando “rápido; ligeiro”. Alguns exemplos: taquigênese (com
desenvolvimento ontogenético, e/ou filogenético, rápido; em alguns insetos há eliminação de estádio
larvar); taquigâmico/taquigamia (uma espécie na qual o macho se afasta rapidamente após o coito, sem
formar o par); taquifágico/taquifagia (que ingere alimento de maneira muito rápida).
Taq POLIMERASE
(Ver TERMÓFILO)
TAUTOMORFISMO
Termo que contém o prefixo de origem grega “tauto-” que significa “o mesmo” e que se refere à
uma certa lembrança de forma pertencendo a duas ou mais diferentes espécies polimórficas. Equivale a
um polimorfismo paralelo.
(Ver POLIMORFISMO)
TAXA DE ASSIMILAÇÃO LÍQUIDA – (“NAR − NET ASSIMILATION RATE”)
Aumento em matéria seca ou peso seco (“dW = dry weight”) de uma única planta, por unidade
de tempo, relacionada a uma área de assimilação (A). É também denominada de taxa de produção
individual, sendo calculada por:
NAR = dW / dt X 1/A
TAXA DE CIRCULAÇÃO
É a fração da quantidade total de uma substância em certo componente do ecossistema que é
liberada (ou que entra), em determinado espaço de tempo. Ex.: se 1.000 unidades estão presentes num
componente e 10 dessas unidades saem ou entram a cada hora, a taxa de circulação é 10/1.000 ou 0,01 ou
1% por hora.
(Ver TEMPO DE CIRCULAÇÃO)
TAXA DE CRESCIMENTO
É calculada pela diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade de uma população.
No gráfico que segue estão representados os resultados do crescimento de uma população de
“besouros da farinha”, em diferentes volumes de farinha (COLINVAUX, 1986).
Observações:
1) A cada contagem o alimento (farinha) era renovado.
2) O crescimento da população sempre parava quando a densidade de besouros atingia 4,4
besouros/g de farinha.
4000
Total de
indivíduos
128g
3000
64g
2000
1000
16g
100
50
4g
32g
8g
150
Tempo (em dias)
(Ver TAXA DE NATALIDADE; e TAXA DE MORTALIDADE)
TAXA DE EXTINÇÃO
Número de espécies num certo habitat ou área que se tornam extintas, por unidade de tempo.
(Ver LEI DA CONSTANTE DE EXTINÇÃO (ou LEI DE VAN VALEN))
TAXA DE EXTRAÇÃO DE ENERGIA
(Ver TEOREMA DO VALOR MARGINAL)
TAXA DE FECUNDIDADE ESPECÍFICA DA IDADE
(Ver NATALIDADE ECOLÓGICA)
TAXA (DE FOTOSSÍNTESE) POR UNIDADE DE FOLHA
Denominada em inglês, por seus descobridores, de “ULR-unit leaf rate”, refere-se a um aumento
na taxa fotossintética por unidade de área das folhas sobreviventes, numa planta onde as demais folhas
foram removidas. Exemplo: numa planta (Agropyron smithii) que foi experimentalmente podada, ocorreu
227
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
um aumento de 10% na taxa de fotossíntese das folhas remanescentes durante os 10 dias subseqüentes,
enquanto a planta contrôle mostrou, simultâneamente, uma redução de 10%. A herbivoria, à semelhança
da poda, pode estimular o aumento desta taxa. Este aspecto reveste-se de importância ao se efetuar poda
de árvores (principalmente), como por exemplo em zonas urbanas.
TAXA DE MORBIDADE
Número de casos de uma determinada doença em relação ao total da população; é geralmente
expressa em “casos por milhão por ano”.
TAXA DE MORTALIDADE
É o número de mortes por número de indivíduos de uma população, ocorrido num determinado
tempo (geralmente num ano, no caso de estudos demográficos). Toma-se como valor representativo da
população, o número de indivíduos no ponto médio do ano considerado para cálculo da taxa. Assim, a
taxa de mortalidade no ano de 1990 no Brasil, será o número de mortes ocorridas nesse ano, dividido pela
população estimada no meio do ano (30 de junho de 1990). O resultado é expresso em número de mortes
por 1.000 pessoas da população.
Em ecologia usa-se às vezes a taxa de mortalidade específica da idade, a qual se refere a um
determinado grupo ou classe de idade de uma população, calculado como o número de indivíduos que
estão morrendo numa certa classe (de idade) x, dividido pelo número de indivíduos que estão atingindo
esta classe.
TAXA DE MUTAÇÃO
Proporção com que nucleotídeos numa seqüência de DNA sofrem modificações. Embora uma
taxa de mutação pareça ser baixa, da ordem de 1 em 100 milhões por geração, se multiplicada por
centenas ou milhares de nucleotídeos num gene e por trilhões de nucleotídeos existentes, por exemplo,
num vertebrado, é provável que uma ou mais mutações estejam sempre ocorrendo em alguma parte do
genoma desse organismo. A variabilidade genética, importante no processo evolutivo, é conseqüência das
mutações.
TAXA DE NATALIDADE
É o número de nascimentos (nascidos vivos) de indivíduos de uma população, ocorrido num
determinado tempo (geralmente num ano, no caso de estudos demográficos). Toma-se como valor
representativo da população, o número de indivíduos no ponto médio do ano considerado para cálculo da
taxa. Assim, a taxa de natalidade no ano de 1990 no Brasil, será o número de nascimentos ocorridos nesse
ano, dividido pela população estimada no meio do ano (30 de junho de 1990). O resultado é expresso em
número de nascimentos por 1.000 pessoas da população.
(Ver NATALIDADE ECOLÓGICA)
TAXA DE PRODUÇÃO DA COMUNIDADE − TPC
Em ecologia vegetal é a produção, de matéria seca, de uma comunidade de plantas, calculada da
taxa de crescimento de uma planta, individualizada (que seria sua taxa de assimilação líquida ou TAL) e
também considerando-se um parâmetro que reflita a densidade de vegetação dessa comunidade, como por
exemplo o índice de área foliar ou IAF). Usa-se então a fórmula:
TPC = TAL X IAF
TAXA DE PRODUÇÃO INDIVIDUAL
(Ver TAXA DE ASSIMILAÇÃO LÍQUIDA)
TAXA DE REPRODUÇÃO
Número de descendentes gerados por um organismo (representativo de uma população) por
unidade de tempo ou por um determinado período de tempo.
(Ver TAXA REPRODUTIVA DEPENDENTE DA DENSIDADE; e NATALIDADE
ECOLÓGICA)
TAXA DE RESPIRAÇÃO ESPECÍFICA DA BIOMASSA
(Ver qCO2)
TAXA INTRÍNSECA DE CRESCIMENTO ou AUMENTO (NATURAL)
Taxa de aumento per capita de uma população que alcançou uma estrutura etária estável sem
competição ou outro efeito restringidor. É também conhecida como parâmetro Malthusiano e é dado por:
r = b − d, onde b é a taxa de nascimento instantâneo e d a equivalente de morte.
(Ver TABELA DE VIDA)
TAXA METABÓLICA
Refere-se ao consumo energético de um organismo por unidade de peso, num determinado
tempo. Em ecologia, a eficiência energética de uma população ou comunidade, pode ser avaliada a partir
da sua taxa metabólica, como por exemplo em plantas, onde se estima o consumo de oxigênio relacionado
à fitomassa. Em geral, quanto menor for o organismo, maior é o seu metabolismo por grama (ou caloria)
de biomassa. O fitoplâncton, por exemplo, pode ter um metabolismo tão elevado quanto um volume
muito maior de árvores de uma floresta. Da mesma maneira, um zooplâncton que pasteja nas algas, pode
228
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ter uma respiração total igual ao do gado que come pastagem. Um beija-flor tem elevada taxa metabólica,
daí necessitando ingerir mais carboidrato (açúcar) para manter sua grande atividade.
Chama-se taxa metabólica basal à energia consumida por um organismo que está em repouso,
sem ter ingerido alimento e em condições “normais de temperatura”. Nos microrganismos a respiração
basal é definida como a referente à respiração que ocorre sem adição de substrato (sem adição de
nutrientes, principalmente carbono).
(Ver qCO2)
TAXA REPRODUTIVA BÁSICA
(Ver TABELA DE VIDA)
TAXA REPRODUTIVA DEPENDENTE DA DENSIDADE
Refere-se ao número de indivíduos representativos de uma população, encontrados numa
determinada área. A floresta tropical, por exemplo, caracteriza-se por ter alta biodiversidade e baixa taxa
reprodutiva.
TAXA REPRODUTIVA LÍQUIDA FUNDAMENTAL
(Ver TABELA DE VIDA)
TAXON (ou TAXION)
Unidade taxonômica (ou taxionômica) dos seres vivos (plural: taxa). Nas categorias da
classificação taxonômica o menor taxon é a espécie, seguindo-se o gênero, a família, a ordem, a classe, o
filo, o reino e o domínio.
(Ver DOMÍNIOS DOS MICRORGANISMOS)
TCDD
(Ver DIOXINAS)
TECNOLOGIA ALTERNATIVA
A tecnologia alternativa constitu-se hoje num conjunto de materiais, equipamentos, utensílios os
mais diversos, além de processos e procedimentos que substituam ou complementem os tradicionais, de
maneira econômica, eficiente e efetiva, na execução das mais variadas tarefas e atividades inerentes à
vida humana. Alguns exemplos: o “CAT − Centre for Altgernative Technology”, sediado na Inglaterra,
vem propondo, através de cursos, participação voluntária, informação, publicações e inúmeras outras
atividades, o engajamento das sociedades humanas que optem por adotarem a “nova ordem mundial dos
três Rs: reduzir, reutilizar, reciclar”. Seu site: http://www.cat.org.uk. No Brasil, principalmente em termos
de alternativas energéticas, o IDER − Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis,
sediado em Fortaleza (CE), vem desempenhando papel semelhante. Seu site: http://www.ider.org.br.
TECNOLOGIA LIMPA
(Ver MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO)
TEIA ALIMENTAR
TEIA ALIMENTAR = REDE ALIMENTAR
A teia ou rede alimentar, é um entrelaçamento de diversas cadeias alimentares, ou seja, as
cadeias alimentares não são seqüências isoladas e por isso podem estar interconectadas através de um ou
mais de seus componentes.
“tele-”
Prefixo de origem grega significando “além; distante”. Alguns exemplos de uso deste prefixo:
telemorfose (mudança da forma que resulta de estímulo distante); telegâmico / telegamia (processo ou
comportamento de atrair o macho à distância);
(Ver CADEIA ALIMENTAR)
229
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
CAPIM
besouro
sapo
aranha
cobra
gafanhoto
decompositores
“telmato-”
Prefixo de origem grega significando “pântano; pantanoso; paludoso”. Alguns exemplos:
telmatologia (parte da ecologia que estuda pântanos, ou “wetlands”, “marshes” ou “peatbogs”; todos
termos da língua inglesa); telmatófita (planta de tais ambientes); telmícola (o organismo que vive em
zonas pantanosas); telmófago (inseto que suga sangue de tecido dilacerado ou sangue empoçado em
tecido ulcerado); telmatoplâncton (constituído por organismos planctônicos de zonas de pântano).
TEMPO DE CIRCULAÇÃO
É o recíproco da taxa de circulação, ou seja, é o tempo necessário para compensar a fração da
quantidade total de uma substância num componente do ecossistema, que sai ou que entra. Ex.: se 1.000
unidades estão presentes num componente e 10 dessas unidades saem ou entram a cada hora, o tempo de
circulação é 1.000/10 ou 100 horas.
(Ver TAXA DE CIRCULAÇÃO)
TEMPO DE GERAÇÃO DA COORTE (ou POPULAÇÃO)
Tentativa de estimar-se o verdadeiro comprimento de uma geração, sem considerar-se o fato de
que alguns descendentes podem eles próprios desenvolverem-se o suficiente para reproduzir-se e originar
novos rebentos (descendentes), durante o tempo de geração (ou vida reprodutiva) dos seus pais.
Conseqüentemente, só se considerou o tempo médio entre o nascimento de um pai e o nascimento de seus
filhotes (ou rebentos).
TEMPO DE MANIPULAÇÃO
TEMPO DE MANIPULAÇÃO = TEMPO DE MANEJO = TEMPO DE TRATAMENTO
Espaço de tempo gasto por um predador, em perseguir, dominar e consumir uma presa e
preparar-se para a procura da próxima presa.
TEMPO DE RESIDÊNCIA
Expressão semelhante a “tempo de circulação” e que se refere ao tempo em que determinada
quantidade de substância permanece num certo compartimento do ecossistema. Esta expressão tanto é
usada com relação ao fluxo energético como com relação à biogeociclagem. No primeiro caso, para uma
certa taxa de produção, o tempo de residência de energia e seu armazenamento na biomassa viva e na
necromassa estão diretamente relacionados; e quanto mais longo for o tempo de residência, maior será o
acúmulo de energia. A fórmula seguinte é sugerida (RICKLEFS, 2007) para tempo de residência num
certo nível trófico, que é dado pela energia armazenada dividida pela taxa na qual a energia é convertida
em biomassa (lembrar que taxa implica em tempo); logo:
Tempo de residência (ano) = energia armazenada na biomassa, em kJ m-2 / produtividade líquida, em
kJ m-2 ano-1.
Ainda de acordo com RICKLEFS (2007) a energia acumulada na necromassa, ou seja, o tempo de
residência da matéria neste compartimento do ecossistema terrestre, pode ser representado de maneira
similar ao da equação da biomassa:
Tempo de residência (ano) = acúmulo de necromassa, em g m-2 / taxa de queda da necromassa, em g
-2
m ano-1. Segundo esse autor, os valores médios de tempo de residência da necromassa em diferentes
ecossistemas são: trópicos úmidos = 3 meses; habitats tropicais montanhosos = 1–2 anos; sudeste dos
E.U.A. (floresta estacional temperada) = 4–16 anos; regiões montanhosas e boreais = > 100 anos.
230
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
(Ver COMPARTIMENTO DE CICLAGEM; e COMPARTIMENTO DE RESERVA)
TEMPO FISIOLÓGICO
Atribui-se esta denominação a animais ectotérmicos, os quais necessitam da combinação de
tempo e temperatura, para o seu desenvolvimento. No caso de desenvolvimento dos embriões, em ovos,
considerando-se que o limiar térmico básico ao desenvolvimento de um embrião animal de região
temperada seja 16°C, o desenvolvimento até a eclosão a 20°C levaria 17,5 dias (4°C acima do limiar);
mas seria de 5 dias se a temperatura fosse 30°C (14°C acima do limiar). Em ambos os casos, o cálculo de
“dias-graus” (ou dias-graus acima do limiar) seria 70 (17,5 X 4 ou 5 X 14). Esta faixa de temperatura,
obviamente, não é letal para o animal em questão (como acontece com algumas espécies de gafanhoto,
por exemplo). Portanto, tempo é dependente do fator temperatura nos ectotermos.
TEMPO GEOLÓGICO
Refere-se ao tempo ocupado pela história geológica da Terra. Estende-se ao longo de 3,9 bilhões
de anos, desde a mais antiga rocha que se estima ter existido até a presente data. A escala de tempo
geológico, por sua vez, constitui-se no “calendário” dos eventos que marcaram a história da Terra. A
estratigrafia, que correlaciona e classifica os estratos de rocha e a paleontologia, analisando os
organismos que caracterizam determinadas partes do registro geológico, são os meios principais para se
conhecer a escala de tempo geológico. O tempo geológico convencionou-se ser subdividido nos seguintes
segmentos (em ordem descendente): Eon, Era, Período e Época (um quadro resumido é mostrado na
próxima página).
O objeto principal dos estudos da escala do tempo geológico é a VIDA, cujo aparecimento e
evolução podem ser resumidamente distribuídos nos períodos vistos a seguir. A vida pode ter surgido no
início da era Precambriana, há 3,8 bilhões de anos, mas evidência fóssil data de cerca de 1 bilhão de anos.
As primeiras criaturas surgiram no mar (entre 545 e 495 milhões de anos) no Cambriano, surgindo
moluscos, equinodermos, artrópodos. No Ordoviciano, há 443 milhões de anos, a vida ainda estava
confinada no mar (apareceram crustáceos e alguns peixes não-mandibulares). No Siluriano, há 417
milhões de anos, apareceram os peixes mandibulares, escorpiões gigantes, parentes das atuais aranhas e as
primeiras plantas terrestres. No Devoniano, há 354 milhões de anos, foi a “idade dos peixes”, que
evoluíram em muitas formas; muitos já viviam em água doce, encorajando a evolução dos pulmões;
apareceram os anfíbios, os primeiros vertebrados a viverem na terra firme; os insetos se espalharam e as
primeiras verdadeiras florestas apareceram; estima-se que neste período a “terceira extinção em massa”
eliminou 70% das espécies de animais. No Carbonífero, ou “idade do carvão”, há 290 milhões de anos, o
clima quente ajudou a formação de florestas em solos pantanosos, estimulando anfíbios e insetos, como as
libélulas com até 60 cm de envergadura; assim como no mar eram muito comuns os moluscos. Foram
estas florestas que geraram grandes depósitos de carvão, a característica maior deste período. No
Permiano, há 248 milhões de anos, os répteis tornaram-se os animais terrestres dominantes; os
continentes eram uma única massa de terra; estima-se que 75% da vida terrestre e 90% da vida marinha
tenha perecido diante da extinção em massa causada por atividade vulcânica e mudança climática. No
Triássico, há 206 milhões de anos, novamente os répteis dominaram a vida na terra; apareceram os
pterossauros (voadores) os notossauros e ictiossauros (nadadores) e uma minoria terrestre dos primeiros
mamíferos. No Jurássico, há 142 milhões de anos, na chamada “idade dos dinossauros”, estes se
fortaleceram como dominantes herbívoros e carnívoros; apareceram no final deste período as plantas com
flores e os insetos polinizadores. As aves evoluíram, destacando-se o Archaeopteryx, que talvez tenha
aparecido há mais de 150 milhões de anos. O Cretáceo, há 65 milhões de anos, assistiu a evolução rápida
das plantas com flores e dos animais que delas se alimentavam; os gigantescos dinossauros, como os
herbívoros saurópodos (talvez de 90 toneladas ou Megagramas) e bípedes como os Tyrannosaurus,
vieram, no final deste período a sofrer extinção em massa. No Terciário, há 1,8 milhão de anos, após
desaparecimento dos dinossauros, grupos de mamíferos tiveram grande evolução isoladamente. E no
período mais recente, o Quaternário, até o presente, as mudanças abruptas no clima propiciaram
condições para a grande evolução dos mamíferos, com predominância do ser humano, com domínio
supremo sobre as demais formas de vida.
Segue-se um quadro, resumido, com os segmentos do tempo geológico e o tempo estimado (em
milhões de anos − M.a.):
231
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
EON
ERA
PERÍODO
ÉPOCA
Quaternário
Holoceno (ou Recente)
0,01
FANEROZÓICO
Plioceno
Neógeno
Mioceno
Terciário
CENOZÓICO
Pleistoceno
Oligoceno
Paleógeno
Eoceno
Paleoceno
MESOZÓICO
Cretáceo
Jurássico
Triássico
Permiano
PALEOZÓICO
Carbonífero
Devoniano
Siluriano
Ordoviciano
5,3
24
33
54
65
142
206
248
290
354
417
443
495
545
PROTEROZÓICO
Cambriano
1,8
ARQUEANO
2.500
4.560
M.a.
(Ver EXTINÇÃO EM MASSA)
TEMPO LETAL (ou LT50)
Tempo necessário para matar 50% dos organismos-testes numa dada concentração.
TENDÊNCIA EXPONENCIAL
Numa série temporal é uma tendência descrita por uma equação da forma y = ab2; aparecendo
como uma linha reta quando plotada em papel de gráfico semilogaritmo.
TENSÃO ECOLÓGICA
(Ver ECOTONO)
TEOREMA DO VALOR MARGINAL
Modelos da previsão de comportamento de espécies animais forrageiras, criados
simultâneamente por alguns ecólogos e denominado, em 1976 por E.L.Charnov, de “teorema do valor
marginal”. Diz respeito à taxa de extração de energia de um forrageador, no momento em que ele deixa o
local restrito do recurso (usualmente energia ou alimento). Parte-se da premissa de que um forrageador
ótimo, maximizará a aquisição do recurso que ocorre em diversos locais (sítios ou “manchas”) no seu
habitat. Ao se mover de um local para outro o forrageador não estará adquirindo energia. Quando o
animal atinge o local do recurso, a taxa inicial de sua extração será elevada, decrescendo à medida que o
232
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
recurso escasseia. Obviamente essa taxa dependerá do conteúdo inicial da energia no local escolhido pelo
animal e da sua eficiência em adquirí-lo.
TEORIA
(Ver CONJETURA, HIPÓTESE, LEI e TEORIA)
TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DE ILHAS (ou TEORIA DE MaCARTHUR E WILSON)
Teoria introduzida por R.H.MacArthur e E.O.Wilson, em 1967, levantando a possibilidade de
que a história e o acaso poderiam por si sós desempenhar um papel igual ou maior na estruturação das
comunidades, do que as regras de assembléias fundamentadas nos nichos. O modelo proposto pelos
autores pode ser sumarizado na representação que segue, explicando o equilíbrio dinâmico do número de
espécies em ilhas:
I
E
Taxa de
imigração
Taxa de
extinção
Ŝ
Número de espécies na ilha
Na figura estão representados: equilíbrio dinânico (Ŝ) do número de espécies em ilhas, em
função da taxa de imigração de novas espécies na ilha e da taxa de extinção das espécies já residentes (I =
taxa de imigração; E = taxa de extinção) (reproduzido de HUBBEL, 2001).
(Ver TEORIA NEUTRA UNIFICADA)
TEORIA DA CICLAGEM MINERAL DIRETA
Teoria proposta por “Went,F.W. & Stark,N. 1968. Mycorrhiza. BioScience, 18: 1035-1039”,
que diz: “nos ecossistemas de floresta tropical as micorrizas, extremamente abundantes na necromassa da
superfície e no húmus do solo, são capazes de digerir a matéria orgânica morta e transferir os minerais e
substâncias nutritivas para as células das raízes das plantas, através das hifas”. E assim, pouca será a
perda de nutrientes por lixiviação.
TEORIA DO EQUILÍBRIO
A teoria do equilíbrio refere-se à observação de propriedades de um sistema, num ponto de
equilíbrio definido, não levando em consideração portanto, o tempo e quaisquer variações que poderiam
estar ocorrendo no sistema.
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO; e TEORIA DO NÃO-EQUILÍBRIO)
TEORIA DO JOGO
(Ver “GAME THEORY”)
TEORIA DO FORRAGEAMENTO
(Ver FORRAGEAMENTO)
TEORIA DO NÃO-EQUILÍBRIO
Em oposição à teoria do equilíbrio, na teoria do não-equilíbrio, observam-se as propriedades de
um sistema num ponto de transição em que tais propriedades se afastam do ponto de equilíbrio. Neste
caso são focalizados o fator tempo e as variações que possam ocorrer no sistema.
(Ver NÍVEL DE EQUILÍBRIO; e TEORIA DO EQUILÍBRIO)
TEORIA DOS REFÚGIOS
Teoria proposta pelo cientista alemão H.Haffer e pelos cientistas brasileiros Paulo Vanzolini
(zoólogo) e Aziz Ab’Sáber (geomorfólogo) considerando que sucessivas glaciações causaram ciclos
alternados de expansão e contração das florestas; nos períodos mais secos a floresta se reduziria a
“pequenas ilhas ou refúgios”, permitindo a geração de espécies, constituindo-se em alto grau de
endemismo, uma característica hoje reconhecida na floresta amazônica e na mata atlântica.
TEORIA NEUTRA UNIFICADA (ou TEORIA DE HUBBEL)
Introduzida por Stephen P. Hubbel (ver Bibliografia), refere-se à “neutralidade” como sendo os
organismos numa comunidade idênticos nas suas probabilidades de produzir descendentes, migrar e gerar
especiação. A neutralidade é definida no nível do “indivíduo” e não da espécie. Considera o autor que,
233
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
embora seja difícil entender que ocorra uma neutralidade completa, muitos ecólogos admitem que
populações e comunidades estão sujeitas não somente a fatores físicos e interações bióticas mas também à
“estocasticidade demográfica” (estocástico refere-se à variável aleatória).
(Ver TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DE ILHAS)
TEORIAS MONO E POLICLÍMAX
A teoria monoclímax propõe que todas as seqüências de uma sucessão numa mesma região,
conduzem a uma característica clímax única, segundo seu autor, F.Clements (publicada em 1916).
A teoria policlímax defende a idéia de que a sucessão ecológica conduz a uma variedade de
ecossistemas clímaces, dependendo das condições locais. O policlímax é portanto, determinado por um
conjunto de fatores limitantes, tais como clima, condições geológicas, solos, microclima e até mesmo o
ser humano. Assim sendo, fala-se em tantos tipos de vegetação ou de ecossistema clímax, quanto são os
fatores que os determinam. Em 1953 R.H.Whittaker propôs a hipótese do padrão-de-clímax, que concebe
uma continuidade ou gradiente de tipos de clímax e não necessariamente clímaces distintos, separados.
Alguns ecólogos brasileiros consideram o cerrado como um “ecossistema clímax do fogo”.
TERATOGÊNICO
É um agente causador de deformidades ou defeitos ocorridos quando o ser vivo nasce. A dioxina
é considerada como um forte teratogênico.
(Ver DIOXINAS)
TEREDO
TEREDO = GUSANO
Moluscos marinhos, geralmente da família Teredinidae (gênero Teredo) perfurantes de madeira.
É muito encontrado em alguns dos nossos mangues, na base do tronco de Rhizophora mangle. Gusano é
um nome vulgar usado principalmente no nordeste. O teredo, que é utilizado como alimento (no Pará, por
exemplo), rico em proteínas, destroi embarcações e árvores dos manguezais.
TERMINAL, SEMENTE
(Ver SEMENTE TERMINAL)
“TERMINATOR TECHNOLOGY”
(Ver SEMENTE TERMINAL)
TÉRMITAS
TÉRMITAS = CUPINS
São insetos (Isoptera), sociais, que formam colônias, participando ativamente da reciclagem da
matéria. Alguns grupos ditos mais avançados cultivam fungos. Outros alimentam-se diretamente de
madeira, digerindo celulose, hemicelulose e lignina. Os térmitas reutilizam suas próprias fezes como
alimento. No aparelho digestivo desses animais predominam protozoários, que fermentam
anaerobiamente a celulose, produzindo acetato, dióxido de carbono e hidrogênio, compostos estes que são
aproveitados por bactérias que assim produzirão metano. À maneira dos ruminantes, produzem também
ácidos graxos voláteis e principalmente ácido acético, que é absorvido no intestino posterior. O
mutualismo térmita-protozoário é imprescindível à digestão de madeira.
Foi observado que bactérias que vivem no aparelho digestivo dos térmitas fixam N2. Estes
insetos têm importante papel na Natureza, reciclando a matéria e embora possam causar problemas ao ser
humano, são no entanto, de importância na fertilização natural de alguns solos mineralogicamente pobres.
(Ver MURUNDUM)
TERMOCLINO (ou TERMOCLÍNIO ou TERMOCLINA)
Refere-se à gradação de temperatura numa coluna de água de um ecossistema aquático, ou mais
especificamente, à queda acentuada da temperatura em direção à profundidade. Inicialmente a
temperatura, que na superfície é mais elevada, vai diminuindo gradativamente com a profundidade,
caindo repentinamente logo abaixo desta camada quente e, na camada inferior mais fria, volta a diminuir
com regularidade. A seguir está representado um gráfico de termoclino registrado no açude Bodocongó
(Campina Grande, PB), em 1943, conforme reproduzido de KLEEREKOPER (1990):
234
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
o
C→
25
26
28
27
29
m
↓
1
2
3
4
5
6
TERMÓFILO (ou TERMOFÍLICO)
Termo geralmente aplicado para definir microrganismos cuja temperatura ótima para seu
crescimento está entre 55°C e 65°C; muitos deles em geral, toleram faixa entre 45°C e 75°C.
O Quadro seguinte mostra temperaturas em que diferentes classes de microrganismos
termofílicos (ou termófilos) vivem:
Classe de termófilos
Temperatura (oC)
Mínima
Ótima
<30
<45
Máxima
Termotolerante
Termofílico facultativo
>45
Termofílico moderado
<70...75
Termofílico
≥40
≥55
≥65
Hipertermofílico
≥40
≥65
≥70*
* O Bacillus caldolyticus, isolado de fonte termal a 84°C, tem sido cultivado a 105°C.
A bactéria que vive em fontes termais, Thermus aquaticus é a que produz a enzima Taq
polimerase, usada no “PCR – polymerase chain reaction”. Esta enzima, sendo termoestável, é reutilizável,
atendendo às condições necessárias à amplificação do DNA, no equipamento de PCR (muito utilizado em
biotecnologia, microbiologia ambiental, medicina legal etc).
(Ver CRIÓFILO)
TERPENÓIDES
(Ver DEFESA QUÍMICA)
TERRA PRETA DOS ÍNDIOS
Em algumas poucas localidades na amazônia (às vezes próximas a aldeias indígenas), é
encontrada a “terra preta dos índios”, um trecho de latossolo caolinítico amarelo (originariamente pobre
em nutrientes) onde supõe-se que ao longo do tempo os índios foram acumulando matéria orgânica,
tornando o solo muito fértil. É considerado um epipedon antropogênico, ou seja, um horizonte superficial
originado de atividades humanas.
TERRA ROXA
Refere-se a um tipo de solo que ocorre no Paraná e em São Paulo, em grandes extensões,
laterítico, muito rico em matéria orgânica, sendo considerado um dos solos mais ricos do mundo,
suscetível ao desgaste, se exposto à erosão. A maioria das terras roxas incluem-se hoje nos nitossolos.
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE))
TERREMOTO
(Ver ESCALA DE RICHTER)
235
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
TERRITORIALIDADE
Termo geralmente usado para designar a defesa ativa de um território, efetuado por animais,
principalmente vertebrados, com diversas finalidades (alimentação, acasalamento, reprodução,
nidificação etc). P.COLINVAUX e R.E.Ricklefs utilizam o termo arena (ou “lek”, em inglês) para definir
como um local delimitado por machos para cortejar as fêmeas.
E.P.Odum afirma que, embora com o risco de ofensa aos puristas da semântica, é incluído neste
termo qualquer mecanismo ativo desenvolvido por qualquer organismo (mesmo as plantas e os
microrganismos) que afaste outro organismo do seu espaço ou “território”. Nos organismos superiores
este mecanismo é comportamental (neural) e nos inferiores é de origem química. Em termos energéticos é
importante considerar os custos de defesa do território.
(Ver ALELOPATIA; ANTIBIOSE; e POSSIBILIDADE DE DEFESA ECONÔMICA)
TERRITÓRIO PERIGOSO
(Ver AGREGAÇÃO)
TEXTURA DO SOLO
Uma das importantes características do solo, examinada num perfil do solo. Pode ser avaliada
pelo tato, tomando-se uma pequena amostra úmida; a areia transmite a sensação de “atrito”, o silte, de
“serosidade” e a argila, de “plasticidade e pegajosidade”. As diferentes combinações destes três
componentes constituem as classes de textura, geralmente representada por um triângulo (de origem
americana, segundo o “Soil Survey Manual”) com os seguintes tipos e seus equivalentes em português:
Inglês
Clay
Sandy clay
Silty clay
Clay loam
Silty clay loam
Sandy clay loam
Loam
Silt loam
Sandy loam
Silt
Loamy sandy
Sand
Português
Argila
Argila arenosa
Argila siltosa
Franco-argiloso
Franco-argiloso-siltoso
Franco-argiloso-arenoso
Franco
Franco-siltoso
Franco-arenoso
Silte
Areia franca
Areia
Quanto às faixas de tamanho dos componentes do solo consideram-se as seguintes (diâmetro):
Matacão: maior que 20 cm
Calhau: de 2 mm a 20 mm (ou 2 cm)
Areia grossa: de 2 mm a 0,2 mm
Areia fina: de 0,2 mm a 0,05 mm
Silte (ou limo): de 0,05 mm a 0,002 mm
Argila: menor que 0,002 mm.
A areia é um grão essencialmente de quartzo. O silte diferencia-se da areia, pelo tamanho menor.
A argila é um silicato hidratado de alumínio, cuja cor varia de acordo com o óxido que a impregna.
(Ver ARGILA e PERFIL DO SOLO)
TIOCARBAMATO
Herbicida que atua inibindo crescimento de raízes e caules de plantas herbáceas.
(Ver CARBAMATO)
TOLERÂNCIA AMBIENTAL
(Ver AMPLITUDE ECOLÓGICA)
TOLERÂNCIA (EM SUCESSÃO)
(Ver SUCESSÃO AUTOGÊNICA)
“TRADE-OFF”
Termo usado na língua inglesa (ainda sem equivalente convencionado na língua portuguesa) e
que é traduzido como “balanço; compensação; barganha; negócio”, refere-se aos recursos que um
organismo utiliza para uma determinada finalidade e que pode faltar para a execução de outra finalidade
ou atividade. Exemplo: uma planta “investe” energia metabólica para produção de frutos e em
conseqüência retarda seu crescimento. Um animal, como a mosca-da-fruta, beneficia-se de intensa
atividade reprodutiva, com alta freqüência de acasalamentos, mas quanto mais elevada for sua atividade
reprodutiva, mais curto será seu período de vida. Há organismos no entanto, que têm eficiência para mais
236
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
de uma atividade simultâneamente, como uma víbora venenosa (Vipera aspis) (BEGON et al. (2006)),
cujas fêmeas recuperavam-se mais rapidamente para procriar quando tinham maiores ninhadas.
TRAJETÓRIA DE POPULAÇÃO
(Ver PREDATISMO)
TRANSDUÇÃO
(Ver TRANSFERÊNCIA DE DNA)
TRANSECÇÃO DE FAIXA
Faixa delimitada ao longo de uma linha (por exemplo, a linha traçada para o perfil ecológico) na
qual, num espaço paralelo à linha (1 m de cada lado da linha, por exemplo), se observa, esquematiza-se a
forma e o porte dos vegetais e se coletam exemplares desses vegetais com finalidades de estudo
taxonômico ou estudo de fitomassa, zonação etc.
(Ver PERFIL ECOLÓGICO)
TRANSFERÊNCIA DE DNA, MECANISMOS DE
Em ecologia microbiana de solo são importantes os três mecanismos conhecidos, sobre a
transferência de material genético nas linhagens ou cepas de várias bactérias (mas não todas) da
microbiota edáfica. São eles: a) Conjugação: o DNA transfere-se no contato de célula-a-célula, à
semelhança da reprodução sexual dos eucariotos. b) Transdução: o DNA passa de uma bactéria para
outra, através de vírus, ou seja, estes seres agem como vetores de transferência ou mediadores. c)
Transformação: uma célula bacteriana ao se romper (lise) libera o DNA, que então livre no meio (em
solução no solo), é receptado por outra bactéria. Estes mecanismos foram detectados tanto em Archaea
como em Bacteria. Em Bacillus subtilis, uma bactéria típica do solo, por exemplo, a sua molécula de
DNA mede 1700 μm de comprimento; após a lise da bactéria e sua liberação no meio, a molécula se
quebra facilmente, facilitando assim sua entrada na bactéria receptora.
Microbiólogos de solo afirmam que partículas de argila exercem papel importante na
transferência de DNA entre linhagens de bactérias (e de “arquebactérias”), principalmente no mecanismo
de transformação.
TRANSFORMAÇÃO
(Ver TRANSFERÊNCIA DE DNA)
TRANSGÊNICOS (ou ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS)
Trata-se da nova criação ou melhor dizendo, da manipulação humana das características
genéticas de uma planta cultivada. A planta transgênica recebe um ou mais genes (transgenes) de um
indivíduo de diferente espécie, visando, por exemplo, torná-la resistente a determinada “praga”ou
“doença”. Ex.: genes do Bacillus thringiensis ou genes Bt (da bactéria que é usada no controle biológico
de insetos) são inseridos numa planta cultivada, que assim se tornará imune ao ataque por insetos; com
esta planta transgênica espera-se reduzir a quantidade de inseticida, antes necessária ao combate da praga.
Um outro exemplo é o da obtenção do “Golden Rice” (arroz dourado, em inglês). É um
organismo geneticamente modificado (ou “GM food”, alimento geneticamente modificado) que é obtido a
partir da planta de arroz comum, na qual se inseriu gene de outra planta (narciso, uma planta ornamental
da família Liliaceae) capaz de produzir beta-caroteno, o precursor da vitamina A. A técnica,
resumidamente, consiste em utilizar este gene e genes da bactéria Erwinia uredovora, fazendo ainda uso
de “promotors” (promotores ou segmentos de DNA que ativam genes), sendo inseridos em plasmídios
(pequenas alças de DNA) da bactéria Agrobacterium tumefaciens. Estas agrobactérias são colocadas em
placas de Petri contendo embriões de arroz. Ao infectar tais embriões, as bactérias transferem os genes
que codificam as instruções para sintetizar beta-caroteno. Estas plantas transgênicas assim obtidas são
submetidas a cruzamentos com plantas já adaptadas à região específica.
Muitas discussões ainda existem sobre riscos à saúde causados pelos transgênicos. Exemplo:
cientistas escoceses observaram que pacientes saudáveis ao ingerirem alimentos transgênicos, não
apresentaram no sistema digestivo, nenhum indício do DNA transgênico, ao passo que pacientes que
sofreram ileostomia (remoção do colon intestinal) apresentaram 3,7% de DNA transgênico. Os médicos
presumiram que os pacientes sem o colon não produziam enzimas que destruiriam o DNA transgênico.
(Ver SEMENTE TERMINAL)
TRANSMISSÃO LEPTOCÚRTICA
(Ver PARASITISMO)
TRANSPORTE ATIVO
Um mecanismo de transporte em que se requer energia para se conseguir, por exemplo, vencer
um gradiente de concentração.
TRATAMENTO
(Ver ESTAÇÃO DE TRATAMENTO)
TRÊS MEIOS
(Ver LEI DA POTÊNCIA DOS TRÊS MEIOS)
237
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
TRIÂNGULO C−S−R
Sistema, de componente triplo, em estratégias ecológicas, conceitualizado como um triângulo
com os três extremos representando espécies competitivas (C-estrategistas), espécies tolerantes a estresses
(S-estrategistas) e espécies ruderais (R-estrategistas).
TRIOICA(O)
Originalmente chamava-se “espécie trioécia”. Diz-se da espécie de planta que tem espécime (ou
indivíduo) só com flor masculina, espécime só com flor feminina e espécime só com flor hermafrodita.
(Ver GINODIOÉCIA; DIÓICA; e MONÓICA)
TRITION
(Ver ORGANOFOSFORADO)
TROCA DE CÁTIONS
Troca que ocorre entre um cátion em solução no solo e um outro adsorvido à superfície de uma
partícula coloidal (argila ou matéria orgânica).
(Ver CTC)
“trofo-”
Prefixo de origem grega significando “alimento”. Surgem daí inúmeros termos a ele relacionados
ou dele derivados, como oligotrófico (que necessita de pouco alimento ou nutriente ou que vive em local
com carência de nutrientes); copiotrófico (que necessita de muito alimento ou nutriente ou que vive em
local com abundância de nutrientes). São conceituados neste glossário diversos termos, tais como
autótrofo, auxotrofia, heterótrofo, litótrofo, mixótrofo etc.
TROFO-DINÂMICO
O prefixo “trofo”, significando alimento, e dinâmica, implicando processo ativo, diz respeito à
produção primária.
(Ver ECOLOGIA ENERGÉTICA)
“troglo-”
Prefixo de origem grega significando “caverna”, sendo então usado para indicar os organismos
que vivem em cavernas ou em ambientes subterrâneos. Fala-se então em troglófilos (que preferem tais
ambientes) e em troglobiontes ou troglóbios (que vivem nesses locais) e que são também chamados de
cavernícolas.
(Ver “-cola”)
TROPOSFERA
Porção inferior da atmosfera terrestre (0 a 15 km), com uns 8 km de altura nos polos e 16 km na
região do equador. Esta é a camada da atmosfera de influência maior e direta sobre os seres vivos do
nosso planeta, onde a temperatura diminui gradativamente com o aumento da altitude. Segue-se a
tropopausa (uns 3 km acima da troposfera).
TUFÃO
(Ver CICLONE)
TUNDRA
Termo lapônio ou russo, significando
“planície desprovida de árvores da região
norte”. A maioria das tundras ocorre nas
regiões onde a temperatura média está abaixo
do ponto de congelamento da água. Por isso, o
solo, denominado “permafrost” apresenta-se
permanentemente congelado até grandes
profundidades. Bioma típico do círculo polar
ártico, caracterizado por vegetação rasteira,
arbustos (“árvores nanicas, atrofiadas”),
líquens e musgos. A fauna é pobre, com insetos
“estacionais”, aves e mamíferos migrantes.
Entre estes, o caribu (Rangifer tarandus; da
família do veado, Cervidae) migra 1.200 km
duas vezes ao ano. A foto à direita, mostra
tundra no Alasca, E.U.A.
As tundras alpina e ártica, apesar de semelhanças, têm importantes diferenças, como por
exemplo, a tundra alpina tem estação de crescimento mais quente e mais longa, invernos menos rigorosos,
maior precipitação, solos mais bem drenados, maior produtividade e maior biodiversidade do que a tundra
ártica.
(Ver “PERMAFROST”; e ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH))
238
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
TURBIDEZ
Medida da transparência de uma amostra ou corpo d’água, estimada a partir do grau de
penetração da luz, sendo resultado da quantidade de matéria em suspensão ou substâncias coloidais.
TURFA
Material de origem vegetal que se acumula em certos solos (solos turfosos), encontrado
freqüentemente em regiões pantanosas formando turfeiras. Alguns autores usam o termo turfeira para
designar uma vegetação xeromorfa que se estabelece em solos turfosos. Em certas regiões, mormente as
frias, a turfa dá origem a carvão, por vezes utilizado como combustível para aquecimento.
TURISMO ECOLÓGICO
(Ver ECOTURISMO)
239
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
240
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
U
“ultra-”
Prefixo de origem grega significando “além de”. Além de alguns verbetes que seguem, há os
seguintes termos: ultrarradiano (ritmo biológico com um período que excede 24 h); ultracentrifugação
(uso de um campo de centrifugação da ordem de 500.000 g para a sedimentação de macromoléculas)
(obs.: g é a designação atual de uma força de centrifugação, baseada na força da gravidade que atua sobre
um rotor com peso x e certo número de rotações; em substituição à antiga denominação “rpm − rotações
por minutos”); ultra-abissal (ver ZONA HADOPELÁGICA).
(Ver “infra-”; e RELÓGIO BIOLÓGICO)
ULTRAPLÂNCTON
(Ver PLÂNCTON)
UMBRÓFILA
(Ver OMBRÓFILA; e PLANTA DE SOMBRA)
UMIDADE RELATIVA (DO AR)
Massa de vapor de água por unidade de volume de ar, como porcentagem da mesma medida de
um ar saturado, à mesma temperatura. Pode ser facilmente medida através de dois termômetros (um com
o bulbo umedecido e outro com o bulbo seco, chamado de psicrômetro). A diferença de temperatura
medida simultaneamente por estes termômetros, corresponde a uma determinada porcentagem de
umidade relativa do ar, vista numa tabela psicrométrica.
(Ver ÍNDICE DE UMIDADE)
“UNEP − UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME”
Organismo internacional criado em 1972 para guiar e coordenar atividades ambientais no âmbito
do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Sua missão: prover liderança e encorajar a
participação das nações no cuidado ao meio ambiente, inspirando, informando e habilitando-as a melhorar
a qualidade de vida sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Tem também estimulado
organizações do setor privado a promover o uso sustentável dos recursos naturais mundiais. Seus grupos
consultores: “ECG − Ecosystem Conservation Group”; “IPCC − Intergovernmental Panel on Climate”;
“GESAMP − The Joint Group of Experts on the Scientific Aspects of Marine Environment Protection”;
“STAP − The Scientific and Technical Advisory Panel”; “UNSCEAR − The United Nations Scientific
Committee on the Effects of Atomic Radiation”. Seu site: http://www.unep.org.
UNIÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
(Ver “IUCN”)
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Denominação dada a diversas categorias de “sítios ecológicos de relevância cultural” seguintes
(de acordo com resolução do CONAMA nº 11, de 03/12/1987):
a) Estações Ecológicas
b) Reservas Ecológicas
c) Áreas de Proteção Ambiental - APA, especialmente suas zonas de vida silvestre e os
Corredores Ecológicos
d) Parques Nacionais, Estaduais e Municipais
e) Reservas Biológicas
f) Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais
g) Monumentos Naturais
h) Jardins Botânicos
i) Jardins Zoológicos
j) Hortos Florestais
241
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
l) Refúgios de Vida Silvestre
m) Áreas de Relevante Interesse Ecológico – ARIE
n) Reservas Extrativistas.
Outras áreas não incluídas nas Unidades de Conservação, são protegidas por lei específicas como
por exemplo as Terras Indígenas.
Segue um quadro com as unidades de conservação do Brasil (até setembro/91), suas quantidades
e respectivas áreas totais:
TIPO DE UNIDADE
Parques nacionais
Reservas biológicas
Estações
ecológicas
(decretadas)
Estações
ecológicas
(não-decretadas)
Reservas ecológicas
Área
de
proteção
ambiental
Florestas nacionais
Reservas extrativistas
TOTAL
QUANTIDADE
34
23
21
ÁREA (ha)
9.703.243
3.085.982
2.694.455
ÁREA (km2)
97.032,43
30.859,82
26.944,32
10
411.699
4.116,99
6
16
1.130.198
1.456.681
11.301,98
14.566,81
38
4
152
12.655.902
2.162.989
33.301,119
126.559,02
21.629,89
333.011,19
Dados mais recentes mostram o seguinte quadro das reservas e parques federais e estaduais
(Anuário Estatístico do IBGE, de 1997) com o percentual de cada região:
NORTE
NORDESTE
SUDESTE
SUL
CENTROOESTE
BRASIL
UNIDADES ÁREA PROTEGIDA ÁREA DA REGIÃO ÁREA PROTEGIDA
(ha)
(km2)
(%)
43
16.183.573
3.869.637,9
4,18
81
1.767.688
1.561.177,8
1,13
119
1.512.554
927.296,6
1,63
59
702.515
577.214,0
1,22
27
1.244.605
1.612.077,2
0,77
329
21.410.635
8.547.403,5
2,5
Segundo análise feita recentemente por Felipe A.P.L.Costa e publicada na Revista Ciência Hoje
(Vol. 24, nº 143, out/98), os registros sobre nossas áreas preservadas, divulgadas pelo IBAMA e pelo
IBGE, são “desencontrados”. Este pesquisador tentou reavaliar esta situação, utilizando não somente
material publicado pelas referidas Instituições, mas obtendo informações (“dados principais”, segundo o
autor) de ex-funcionários dos diversos órgãos federais, estaduais, municipais e de organizações nãogovernamentais que lidam com a estatística das unidades de conservação brasileira. Nesta publicação de
F.A.P.L.Costa, além do quadro acima sobre as reservas e parques federais e estaduais, é apresentado um
quadro representativo da situação por Estado e o Distrito Federal (reproduzido do IBGE), que segue
(observar que a ordem dos Estados é de percentual decrescente de área protegida):
242
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PARQUES
E
RESERVAS
11
7
ÁREA
PROTEGIDA
(ha)
2.571.829
46.882
ÁREA DO ESTADO
(km2)
ÁREA
PROTEGIDA (%)
RONDÔNIA
238.512,8
10,78
DISTRITO
5.822,1
8,05
FEDERAL
AMAPÁ
4
1.111.483
143.453,7
7,75
AMAZONAS
15
9.032.296
1.577.820,2
5,72
ACRE
2
682.500
153.149,9
4,46
RIO DE JANEIRO
21
193.434
43.909,7
4,40
SÃO PAULO
61
905.045
248.808,8
3,64
MARANHÃO
7
1.045.420
333.365,6
3,14
RORAIMA
4
584.472
225.116,1
2,60
TOCANTINS
1
562.312
278.420,7
2,02
SANTA
10
187.811
95.442,9
1,97
CATARINA
PARANÁ
33
360.541
199.709,1
1,80
ESPÍRITO
15
81.142
46.194,5
1,76
SANTO
PARÁ
6
1.638.681
1.253.164,5
1,31
MATO GROSSO
13
937.415
906.806,9
1,03
PIAUÍ
3
239.154
253.867,2**
0,94
RIO
GRANDE
4
40.751*
53.306,8
0,76
DO NORTE
GOIÁS
6
260.170
341.289,5
0,76
BAHIA
14
389.468
567.295,3
0,69
MINAS GERAIS
22
332.933
588.383,6
0,57
RIO G. DO SUL
16
153.863
282.062,0
0,55
PERNAMBUCO
38
22.982*
98.937,8
0,23
ALAGOAS
4
6.189
27.933,1
0,22
SERGIPE
2
3.055
22.050,4
0,14
PARAÍBA
3
6.422
56.584,6
0,11
CEARÁ
6
14.247
147.837,0**
0,10
MATO GROSSO
1
138
358.158,7
0,0004
DO SUL
BRASIL
329
21.410.635
8.547.403,5
2,50
* Área de predominância marinha. ** Inclui metade da área (2.977,4 km2) de litígio PI/CE.
Algumas deduções de F.A.P.L.Costa: 1) As unidades federais respondem por 73% das áreas
preservadas. 2) MS é o único Estado sem reserva federal e em SP 95% são estaduais. 3) A média da
região norte (4,18%) é a única maior (média regional) do que a nacional (2,5%); excluindo-a, a média
nacional cairia para 1,12%. 4) Nove Estados e o DF (RO, DF, AP, AM, AC, RJ, SP, MA e RR) têm
média superior à nacional. 5) Em 12 Estados a área protegida não atinge 1% de seus territórios, sendo MS
o pior deles. 6) No nordeste a média cairia de 1,13% para 0,59% se o MA (3,14% do seu território) fosse
excluído.7) Muitas das 329 unidades nacionais estão abandonadas ou não foram implantadas. Além disso,
há registros de fatos graves, como “unidades fantasmas”, que entram artificialmente na contagem (e não
de fato) ou são contadas mais de uma vez. Pergunto: o país é muito grande e daí é difícil estimá-las com
precisão (mesmo com satélites, GPS etc)??? A incompetência é também “deste mesmo tamanho”???
Interesses políticos, corrupção e/ou o cinismo, impedem uma avaliação honesta??? Será que é tudo isso
somado???
Destaco o fato de que dos Estados que menos mantêm reservas (abaixo de 1% dos territórios), 8
são do nordeste, a região mais crítica. A caatinga, bioma que ocupa espaço significativo na região
nordeste, tem somente 22% de sua área sob proteção (“teórica”).
(Ver ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA A CONSERVAÇÃO)
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
(Ver SNUC − SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO)
243
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
UNITÁRIO
(Ver ORGANISMOS UNITÁRIO e MODULAR)
UTILIZAÇÃO DIFERENCIADA DO RECURSO
Fenômeno observado quando espécies que vivem no mesmo habitat utilizam recursos diferentes
para sobreviverem. É fácil entender que os animais, que se locomovem, não têm dificuldade em adquirir
os recursos disponíveis. No caso de plantas (terrestres, principalmente), todas demandam recursos
semelhantes e sendo fixas, não têm muitas alternativas para adquirirem o que necessitam.
A utilização diferenciada do recurso pelos animais pode ser expressa como uma diferenciação de
microhabitat que exista entre as espécies ou como uma diferença na distribuição geográfica ou ainda, uma
disponibilidade temporal diferenciada (os recursos variam ao longo das estações do ano).
244
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
V/W
VALDEZ
Nome de um superpetroleiro dos E.U.A. que em março de 1989, no Alaska, causou um dos
maiores desastres ecológicos, de origem humana, derramando mais de 50 milhões de litros de petróleo no
mar, que se espalharam por quase 8.000 km2.
VALORAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
(Ver “eMergia”SOLAR)
VALOR DE IMPORTÂNCIA
Uma medida da importância (total) de uma espécie numa comunidade, calculada a partir da soma
da freqüência relativa, densidade relativa e dominância relativa.
VALOR DE REPRODUÇÃO
Refere-se à contribuição relativa da reprodução (esperada) de um indivíduo, para sua população,
no presente e no futuro.
VALOR k
Valor que figura na tabela de vida, representado pela equação k = log10ax - log10ax+1, ou ainda, k
= log (densidade inicial) - log (densidade final), expressão equivalente a k = log (densidade inicial /
densidade final). O valor k aumenta quando a taxa de mortalidade também aumenta, ou seja, a proporção
dos sobreviventes diminui.
VALOR MARGINAL
(Ver TEOREMA DO VALOR MARGINAL)
VALOR REPRODUTIVO RESIDUAL
Refere-se à contribuição relativa da reprodução (esperada) de um indivíduo, para sua população,
em todas as fases do seu ciclo de vida subseqüentes ao presente.
VAN VALEN
(Ver LEI DA CONSTANTE DE EXTINÇÃO)
VARIABILIDADE GENÉTICA (ou VARIAÇÃO GENÉTICA)
A variabilidade genética de uma população é uma característica desta população que é
determinada pela ação conjunta do processo de seleção natural e da deriva genética (onde nesta, a
freqüência de genes na população é determinada mais pela chance do que pelas vantagens evolutivas). A
importância relativa da deriva genética é mais elevada nas populações pequenas, isoladas, das quais como
conseqüência se espera haver perda de variabilidade genética.
VARIEDADE
(Ver CULTIVAR − CV)
VÁRZEA
É um tipo de planície de inundação de um rio, geralmente baixa e que se beneficia do material
fluvial que ali se deposita. Os solos de várzea são tidos como férteis e produtivos.
(Ver ALUVIÃO)
VEGETAÇÃO
Este termo é usado quando se deseja se referir à cobertura de uma certa área, por plantas, sem
levar em conta a classificação taxonômica das espécies.
(Ver FLORA)
VEGETAÇÃO ALUVIAL
(Ver ALUVIÃO)
VEGETAÇÃO DE DUNA
(Ver DUNA)
245
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
VEGETAÇÃO PLUVIAL
(Ver OMBRÓFILA)
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA
Termo que para as florestas tropicais, como especificamente a nossa mata atlântica, refere-se a
uma “vegetação arbórea de máxima expressão regional, podendo estar em estádio clímax, com grande
diversidade de espécies, onde as copas formam uma cobertura contínua (dossel), de 20 a 40 m de altura,
podendo apresentar sinais mínimos de ação antrópica, preservando significativamente suas características
originais”.
VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA
Termo que para as florestas tropicais, como especificamente a nossa mata atlântica, refere-se a
uma “vegetação resultante da ação antrópica ou de processos naturais de regeneração ou sucessão”,
podendo apresentar-se num dos seguintes estádios de regeneração: a) estádio inicial (com predominância
de estrato herbáceo-graminoso, e alguns arbustos, com presença de espécies colonizadoras, como
pteridófitas, gramíneas, compostas, solanáceas, marantáceas, piperáceas e outras), onde os arbustos
apresentam-se por vezes, agrupados, com D.A.P. não superior a 3 cm, registrando-se uma área basal
média entre 2 e 10 m2/ha, recebendo a denominação popular de “capoeirinha”; b) estádio médio (o estrato
arbustivo/arbóreo predomina sobre o estrato herbáceo, podendo observar-se estratos distintos), onde o
D.A.P. médio pode alcançar os 15 cm entre as espécies arbóreas e 5 cm entre as arbustivas, sendo a área
basal superior a 10 m2/ha, recebendo a denominação popular de “capoeira”; c) estádio avançado (o estrato
arbóreo predomina), podendo a altura das árvores variar entre 15 e 20 m, formando um dossel
relativamente fechado, tendo um D.A.P. médio entre 15 e 25 cm e uma área basal geralmente acima de 18
m2/ha.
O CONAMA emitiu diversas resoluções (no ano de 1994), que definem vegetação primária e
secundária, e seus estádios (chamados por eles de “estágios”) sucessionais inicial, médio e avançado, em
diversos Estados brasileiros, visando orientar os procedimentos de licenciamento de atividades florestais,
manejo, utilização racional, conservação etc.
VERMELHO LONGO e VERMELHO CURTO
(Ver APÊNDICE III − ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO)
VERMICOMPOSTAGEM
(Ver COMPOSTAGEM)
VERTENTE
As encostas com declives variados e formas côncavas, convexas ou planas, fazendo parte da
formação de um vale, em zonas montanhosas, são chamadas de vertentes, estando muitas vezes ladeando
cursos de rios. Quando são muito abruptas, formam gargantas. Muitas vertentes são formadas por rochas
ou rochedos nus na maioria dos seus pontos.
(Ver ENCOSTA)
VERTISSOLOS
(Ver SOLOS BRASILEIROS, CLASSIFICAÇÃO DE)
VETOR
Organismo transmissor, que conduz o agente causador de uma doença por exemplo, de um ser
vivo para outro. Fala-se assim que o caramujo Biomphalaria glabrata é o vetor da esquistossomose
(Schistosoma mansoni). O “barbeiro” (Triatoma infestans, T. sordida...) é o vetor da doença de chagas
(tripanosomíase, causada pelo Trypanosoma cruzi).
VICARIÂNCIA
No processo evolutivo, quando ocorre fragmentação ou separação de indivíduos com um
ancestral comum, em diferentes áreas, denomina-se vicariância. Atribui-se este fenômeno ao que
provavelmente ocorreu com as várias espécies de aves que não voam, como o emu e o casuar na Austrália
e Nova Guiné, a ema na América do Sul e o avestruz na África, todos com o mesmo ancestral, habitante
do continente Gondwana.
VIRIOPLÂNCTON
(Ver APÊNDICE V − PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO)
VIVIPARIDADE
(Ver MANGUE)
VIZINHANÇA, TAMANHO DE
Conceito (não muito utilizado) fundamentado na estimativa de distância de dispersão, podendo
ser entendido da seguinte maneira: a probabilidade de se encontrar um indivíduo numa dada distância de
um local onde foi liberado, é dada pela distribuição da freqüência normal (uma curva “em sino”) cujo
pico coincide com o ponto de origem; distância = 0) e cuja largura caracteriza-se por uma variável
simples, o “desvio padrão” (s). A distância de dispersão é estimada por todo o período vital (t) de um
indivíduo, como sendo st. O tamanho de vizinhança é definido como o número de indivíduos incluídos
246
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
num círculo de raio 2 st; este tamanho indica o subconjunto de outros indivíduos com os quais um
membro de uma população pode potencialmente interagir (cruzar, competir ...) por todo seu período de
vida.
VOÇOROCA (ou VOSSOROCA ou BOÇOROCA)
Canal profundo ou vala, causado geralmente por fortes chuvas que tornam o solo imprestável
para a agricultura, processo este agravado pela ausência de cobertura vegetal do solo ou vegetação
inadequada à sua proteção. No Paraná é comum encontrar-se voçorocas em regiões onde se cultiva soja.
“-voria” (“-voro”)
Sufixo de origem latina significando “comer; devorar; alimentar-se de”. O pospositivo “-voro” é
usado para indicar o organismo que se alimenta de determinado tipo de comida ou de animal, sendo de
uso muito amplo: apívoro (come abelha); insetívoro (come inseto); herbívoro (come planta); ovívaro
(come ovo); piscívoro (come peixe); radicívoro (come raiz); e muitos outros (ver “-voro” em dicionário).
Em alguns termos tem se preferido usar o sufixo grego “-fagia” (“’-fágico” ou “-fago”).
(Ver “-fagia”)
VORTEX
(Ver ANÁLISE DE VULNERABILIDADE DE POPULAÇÃO)
VULNERABILIDADE
(Ver ANÁLISE DE VULNERABILIDADE DE UMA POPULAÇÃO)
“WALDSTERBEN”
Denominação alemã para a morte de florestas, geralmente causada pela chuva ácida. As
coníferas na Alemanha, principalmente de regiões altas, têm sido suscetíveis aos poluentes atmosféricos
(óxidos de enxofre e de nitrogênio, ozônio, PANs etc). A floresta negra, de pinheiros, é um exemplo
desse efeito. Há fortes indícios de que os ácidos causadores da chuva ácida que atinge a Alemanha
tenham origem nos E.U.A..
(Ver FLORESTA NEGRA)
“WCMC − WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE”
Centro mundial de monitoramento da conservação. É uma base de dados com uma visão global
das espécies de animais e plantas ameaçados, assim como de habitats ameaçados e áreas protegidas. Atua
em colaboração com a “IUCN”, a “UNEP” e o “WWF”.
“WETLAND”
(Ver PÂNTANO)
WHITTAKER, CLASSIFICAÇÃO DE BIOMAS DE
(Ver ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH))
WILSON
(Ver TEORIA DO EQUILÍBRIO, DE MaCARTHUR E WILSON)
“WWF – WORLD WIDE FUND FOR NATURE”
Órgão de ação internacional, não-governamental, conhecido anteriormente como “World
Wildlife Fund”. Compromete-se principalmente em: a) preservar a biodiversidade; b) assegurar a
sustentabilidade dos recursos naturais, em benefício de toda a biota da biosfera; c) promover ações para
reduzir a poluição e o desperdício de recursos naturais e energia.
247
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
248
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
X/Z
XENOBIÓTICO
Literalmente significa “estranho biológico”, ou seja, diz-se de substância que seja estranha ao
organismo. Os compostos que no solo e na água são resistentes à decomposição denominam-se de
recalcitrantes e entre estes, alguns geralmente são xenobióticos.
(Ver BIODEGRADAÇÃO; e BIORREMEDIAÇÃO)
XERÓFITA
Planta que vive num habitat onde uma grande parte de seu sistema radicular seca ao nível do
ponto (ou coeficiente) de murcha, em intervalos freqüentes; ou simplesmente, como preferem muitos
autores, a xerófita é uma planta que apresenta adaptações a ambiente seco, deficiente em água. As plantas
que apresentam características morfológicas de adaptação a ambiente seco, são ditas como apresentando
xeromorfismo. Algumas plantas da caatinga apresentam tais características, embora pouco pronunciadas,
como cutícula espessa, estômatos situados em nível mais profundo na epiderme da folha e só em uma de
suas faces, abundância de tricomas, presença de resina ou cera nas células epidérmicas etc. Há evidências
de que as adaptações fisiológicas à escassez de água, sejam mais importantes nessas plantas.
XEROSERE
Sere cuja sucessão se inicia em lugares onde há extrema deficiência de água (sobre rochas, areia
etc).
(Ver LITOSERE; OXISERE; e PSAMOSERE)
XILÓFAGO
(Ver LIGNÍVORO)
ZIGOTO
Resultado (célula diplóide) da união dos gametas (células haplóides) provenientes do cruzamento
de indivíduos de sexos opostos. O crescimento e o desenvolvimento do zigoto resulta num novo indivíduo
da mesma espécie.
ZONA ABISSAL
Região das profundezas do oceano situada aproximadamente entre 2.000 m e 6.000 m de
profundidade, tendo por vezes grandes depressões de até 10.500 m. Alguns autores subdividem-na em:
abissobêntica/−bentônica (ou abissalbêntica/−bentônica) à subzona abissal entre 4.000 m e 6.000 m de
profundidade; e de abissopelágica (ou abissalpelágica) à zona entre 2.500 m e 4.000 m de profundidade.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA ABISSOBENTÔNICA (ou ABISSALBENTÔNICA)
Zona de profundidade da coluna de água oceânica compreendida entre 4.000 e 6.000 m.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA ABISSOPELÁGICA
Zona de profundidade da coluna de água oceânica compreendida entre 2.500 e 4.000 m.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA AFITAL
Zona no fundo de um ecossistema aquático (lago ou oceano) sem plantas.
(Ver ZONA FITAL)
ZONA AFÓTICA
Profundidade de zona aquática não atingida pela energia luminosa; portanto, aí não existem
organismos produtores.
249
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ZONA ARQUIBÊNTICA (ou ARQUIBENTÔNICA ou ARQUIBENTAL)
Parte do fundo do oceano que se encontra entre a extremidade superior da plataforma continental
até o início da elevação continental.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA BATIAL
Zona do talude continental, que estando constantemente submetida à erosão subaquática e às
avalanches, apresenta-se com superfície bastante acidentada. Estende-se dos 200 m aos 4.000 m de
profundidade. Alguns a denominam de batibentônica ou batibêntica.
(Ver “bati-”; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA BATIPELÁGICA
Zona marinha situada na zona pelágica entre as profundidades aproximadas de 500 m e 2.000 m.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA BENTÔNICA
Zona do fundo do mar ou de lago ou do leito de rios.
ZONA BENTOPELÁGICA
Zona de profundidade da coluna de água oceânica que se estende por cerca de 100 m no fundo,
em todas as profundidades, abaixo da margem da plataforma continental.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONAÇÃO
Distribuição dos organismos em áreas ou zonas distintas.
(Ver ECOTONO)
ZONA CIRCALITORÂNEA
Subregiâo da zona sublitorânea, abaixo da franja infralitorânea.
(Ver ESTIRÂNCIO; FRANJA INFRALITORÂNEA; e APÊNDICE IV − ZONAS DE
PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA(S) CLIMÁTICA(S) (de WALTER, HEINRICH)
O biogeógrafo e ecólogo alemão Heinrich Walter (o proponente do diagrama climático) propôs
uma classificação denominada de “zonas climáticas do mundo”, segundo o curso anual de temperatura e
precipitação. O clima definiria assim, os limites dos biomas terrestres do nosso planeta. Segue abaixo a
classificação das zonas climáticas de H. Walter, tendo na coluna da esquerda os biomas correspondentes
na classificação de biomas de Whittaker (RICKLEFS, 2007):
Bioma
Floresta pluvial tropical
Floresta estacional tropical /
savana
Deserto subtropical
Mata / arbustivo
Floresta pluvial temperada
Floresta estacional temperada
Pastagem temperada / deserto
Floresta boreal
Tundra
Zona climática
I Equatorial: sempre úmida e
sem
estacionalidade
de
temperatura
II Estação chuvosa de verão e
estação seca de “inverno”
III
Subtropical (desertos
quentes): altamente estacional,
clima árido
IV
Mediterrânea: estação
chuvosa de inverno e seca no
verão
V Temperada quente: geadas
ocasionais, freqüentemente com
máxima precipitação de verão
VI Nemoral (típico de bosque):
clima moderado com inverno
congelante
VII
Continental (desertos
frios): árido, com verões tépidos
ou quentes e invernos frios
VIII
Boreal: temperado frio
com verões frescos e invernos
longos
IX Verões secos muito curtos e
invernos frios muito longos
250
Floresta
perenifólia
Vegetação
pluvial
tropical
Floresta estacional, arbustiva,
savana
Vegetação de deserto, com
consideráveis
superfícies
expostas
Esclerófila (adaptada à seca),
arbustiva e de mata sensíveis a
geadas (congelamento)
Floresta perenifólia temperada,
um tanto quanto sensível a
geadas (congelamento)
Resistente
a
geadas
(congelamento),
decídua,
floresta temperada
Pastagens e desertos temperados
Floresta perenifólia, com folhas
aciculadas
endurecidas
no
congelamento (taiga)
Vegetação perenifólia baixa, sem
árvores, crescendo sobre solos
permanentemente congelados
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ZONA COSTEIRA
Refere-se à parte rasa do oceano, indo do limite da preamar à borda da plataforma continental,
em contato com o talude continental.
ZONA DE BORRIFOS (“SPRAY ZONE”)
Zona na costa marinha, ou litoral, localizada imediatamente adiante (ou acima) da zona de
quebra das ondas, estando sujeita a molhar-se (ou ao umedecimento) pelos borrifos mar.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA DE DEPRESSÃO
Refere-se a um local (um habitat ou um microhabitat) onde um determinado indivíduo (ou suas
partes) utiliza um recurso natural, tornando-o escasso para outro indivíduo ou mesmo esgotando-o. Uma
árvore, por exemplo, poderá estender seus ramos de maneira a reduzir a “radiação fotossinteticamente
ativa” para outras plantas; assim como as raízes, ao absorverem água, geram no solo zonas de depressão
de água.
ZONA DE QUEBRA DAS ONDAS
(Ver ZONA DE REBENTAÇÃO)
ZONA DE REBENTAÇÃO (ou de QUEBRA DAS ONDAS) (“SPLASH ZONE”)
Zona na costa marinha, ou litoral, localizada imediatamente acima do nível mais elevado do mar,
estando sujeita à dinâmica de alterações dos movimentos da maré.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA DE TRANSIÇÃO
(Ver ECOTONO)
ZONA EPIPELÁGICA
Zona de profundidade oceânica cuja coluna de água se estende da superfície até 200 m (alguns
autores consideram-na até 100 m); é a zona oceânica superior.
ZONA EUFÓTICA
É a zona aquática até a profundidade onde existe produção de O2. Portanto, esta zona é atingida
pela energia luminosa imprescindível aos produtores.
Em zonas oceânicas de águas claras e límpidas a zona eufótica pode chegar a 100m ou talvez até
200 m de profundidade.
ZONA FITAL
Zona do fundo de um lago, raso, onde se enraiza uma vegetação.
ZONA HADAL
(Ver ZONA HADOPELÁGICA)
ZONA HADOPELÁGICA
Subdivisão da zona pelágica que se estende de 6.000 m até 11.000 m de profundidade. Alguns
autores usam a denominação zona hadal (que alguns também chamam de ultra-abissal) referindo-se à
região bentônica entre essas profundidades. Nela ocorrem as fossas (cânion ou canhão).
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA INFRAPELÁGICA
(Ver ZONA MESOPELÁGICA)
ZONA “INTERTIDAL”
(Ver ESTIRÂNCIO)
ZONA LIMNÉTICA
Zona aquática livre (aberta) à profundidade da penetração efetiva de luz, chamada de “nível de
compensação”, onde o O2 produzido pela fotossíntese compensa o O2 consumido na respiração.
ZONA LITORÂNEA
(Ver ESTIRÂNCIO; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA MAIOR DE VIDA
(Ver BIOMA)
ZONA MESOPELÁGICA
Zona de profundidade marinha cuja coluna de água alcança até aproximadamente 200 m, mas se
nela se incluir uma parte inferior chamada de zona infrapelágica, a coluna de água se estende até 500 m
de profundidade.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA NERÍTICA
Zona de água rasa da plataforma continental. É a segunda zona da plataforma continental no
sentido da costa para o mar.
(Ver ESTIRÂNCIO; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
251
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ZONA PELÁGICA
Termo comumente usado para indicar toda a zona de vida de uma região aquática. Inclui
portanto, o plâncton, NÉCTON e o neuston.
(Ver APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONA POLAR
Situada latitudinalmente entre 72o e 90o em ambos os hemisférios da Terra.
ZONA RIPARIANA
Situada ou relativa às margens de um curso d’água. Ao organismo que habita esta zona dá-se o
nome de ripícola.
(Ver “-cola”)
ZONA SUBLITORÂNEA
(Ver ESTIRÂNCIO; e APÊNDICE IV − ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA)
ZONEAMENTO
Discriminação das diversas áreas ou ambientes propícios ao exercício de determinada atividade
ou para determinado propósito, constituindo-se na base do planejamento de uso de um recurso natural.
Fala-se, por exemplo, em zoneamento agrícola, quando se deseja estabelecer a “vocação” das parcelas de
terra para os cultivos que lhes sejam adequados.
Fala-se também em zoneamento agroecológico, que é importante para definir (ou delimitar)
solos apropriados a programas especiais, como o do biodiesel (produção de óleos vegetais para uso em
veículos automotores), dando maior destaque para questões de cunho ecológico e desenvolvimento
sustentável.
ZOOCENOSE (ou COMUNIDADE ANIMAL)
Termo que se refere a todos os animais que vivem numa fitocenose.
ZOOCORIA
(Ver “CORIA”)
ZOOECOLOGIA
(Ver ECOLOGIA ANIMAL)
ZOÓFAGO
Que se alimenta de animais. Termo geralmente aplicado a animais. Às plantas que se alimentam
de animais, como a Drosera sp, aplica-se o termo “plantas carnívoras” (ou “insetívoras”, uma vez que os
insetos são grande parte do seu alimento).
(Ver FITÓFAGO; e MICROBÍVORO)
ZOOGEOGRAFIA
(Ver BIOGEOGRAFIA)
ZOOGLEA
Substância gelatinosa produzida por bactérias, ocorrendo geralmente em filtros biológicos, onde
constitui parte do lodo ativado. A este substrato prontamente aderem protozoários, outros animais e às
vezes, fungos. O nome provém da bactéria originariamente descrita nesta circunstância, a Zooglea
ramigera.
ZOOMASSA
É a biomassa dos animais (ou consumidores).
ZOOPLÂNCTON
(Ver PLÂNCTON)
252
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
BIBLIOGRAFIA
Observação: algumas destas obras são referências do texto deste glossário e
outras são sugeridas para consultas.
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GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
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255
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
256
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICES
APÊNDICE I
ALGUNS CÁLCULOS E UNIDADES
1. Uso da barra ( / ) e do expoente negativo ( .-1)
O uso da barra, significando divisão, não é matematicamente correto quando são representadas 3
unidades. Exemplo: 4/2/2; dividindo-se primeiramente 4/2 = 2 e, depois, dividindo-se este resultado pelo
2 seguinte, teremos como resultado final “1”. Mas se dividirmos 2/2 = 1 e depois 4/1 = “4”; este resultado
final é diferente do anterior.
O uso do expoente negativo é o matematicamente correto quando são representadas 3 unidades.
Exemplo: 4 . 2-1 . 2-1 (ou 4 X 2-1 X 2-1), significa, matematicamente, 4 X ½ X ½ ; multiplicando-se
primeiramente 4 X ½ = 2 e posteriormente multiplicando-se este resultado 2 X ½ = “1”. Ou então,
multiplicando-se primeiramente ½ X ½ = ¼ e depois 4 X ¼ = “1”, ou seja, o mesmo resultado, seja qual
for a ordem do cálculo.
Assim sendo, representando-se um valor de fitomassa (produção / área), pode ser usada a barra,
uma vez que são apenas 2 unidades: kg / m2. Mas a representação da produtividade primária (produção /
área / unidade de tempo), deve ser feita usando-se o expoente negativo: kg . m-2 . dia-1. O uso do ponto (.)
entre as unidades pode ser substituído pelo uso de um espaço: kg m-2 dia-1.
2. Tonelada (métrica) ou Megagrama
A representação atual da tonelada é o Megagrama, ou seja:
1 tonelada = 1.000.000 g = 1 Mg, ou seja, uma tonelada é igual a um milhão de gramas, ou um
megagrama (equivalente a 1.000 kg). Continuando: 1Gg ou Gigagrama = 1 bilhão de gramas (equivalente
a 1.000.000kg) e 1Tg ou Teragrama = 1 trilhão de gramas (equivalente a 1.000.000.000kg).
3. O hectare (conversão de ha para km2)
O hectare equivale a uma área de 100 m de lado X 100 m = 10.000 m2. Para se ter uma idéia
desta dimensão, podemos imaginar um campo de futebol que tivesse uma largura igual a do seu
comprimento, que é de 100 m.
Para se converter ha para km2 (uma unidade menor convertida para uma unidade maior), deve-se
dividir o valor em ha por 100. Isto porque:
1 km2 é uma área de 1.000 m de lado X 1.000 m = 1.000.000 m2, ou seja, 100 vezes maior do
que 1 ha. Exemplo: o Estado da Paraíba tem 5.637.200 ha, que divididos por 100 é igual a 56.372 km2.
(Ver subitem 6.1 no APÊNDICE II, sobre mais unidades de área).
257
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICE II
SI − SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES
(De acordo com publicação do Instituto Nacional de Metrologia - INMETRO”)
1. Unidades de base e unidades SI suplementares
Grandeza
Unidade
Unidades de base
Comprimento
Metro
Massa
Quilograma
Tempo
Segundo
Corrente elétrica
Ampère
Temperatura termodinâmica
Kelvin
Quantidade de matéria
Mol
Intensidade luminosa
Candela
Ângulo plano
Ângulo sólido
Unidades suplementares
Radiano
Esterradiano
Símbolo
m
kg
s
A
K
mol
cd
rad
sr
2. Algumas unidades SI derivadas simples, expressas em termos das unidades básicas
Grandeza
Unidade
Símbolo
Área
metro quadrado
m2
Volume
metro cúbico
m3
Velocidade
metro por segundo
m/s
Aceleração
metro por segundo ao quadrado
m/s2
Densidade
quilograma por metro cúbico
kg/m3
Concentração em quantidade de Mol por metro cúbico
mol/m3
matéria
Densidade de corrente
ampère por metro quadrado
A/m2
Força de campo magnético
ampère por metro
A/m
Volume específico
metro cúbico por quilograma
m3/kg
Luminância
candela por metro quadrado
cd/m2
3. Prefixos utilizados com unidades SI (SI, 1991)
Fator
Prefixo
Brasil
EUA
10-24
(1)
yocto
10-21
(1)
zepto
Atto
atto
10-18
10-15
Femto
femto
10-12
Pico
pico
Nano
nano
10-9
10-6
Micro
micro
10-3
Mili
milli
Centi
centi
10-2
10-1
Deci
deci
101
Deca
deca
102
Hecto
hecto
103
Quilo
kilo
106
Mega
mega
Giga
giga
109
1012
Terá
tera
1015
Peta
peta
Exa
exa
1018
1021
(1)
zetta
1024
(1)
yotta
(1) Prefixo ainda não regulamentado no Brasil
258
Símbolo
Y
Z
A
F
P
N
μ
M
C
D
Da
H
K
M
G
T
P
E
Z
Y
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
4. Conversão de algumas unidades para unidades SI
Medida
Comprimento
Energia, calor
Pressão
Condutividade
Força
Radioatividade
Irradiância
Ângulo plano
Unidade outra
Angström (A)
micron (μ)
Caloria
BTU
Erg
Atmosfera
Bar
Psi
mmho.cm-1
Dina
Curie
cal.cm-2.min-2
Graus
Multiplicar por
0,1
1,0
4,19
1054
10-7
0,1013
0,1
6,9X103
0,1
10-5
3,7X1010
698
1,75X10-2
Unidade SI
nm
μm
J
J
J
MPa
MPa
Pa
S.m-1
N
Bq
W.m-2
rad
5. Unidades SI derivadas, com nomes especiais
Grandeza
Nome
Símbolo
Expressão em
outras unidades
SI
Freqüência
Hertz
Hz
Força
Newton
N
Pressão
pascal(a)
Pa
N/m2
Energia; trabalho; quantidade
Joule
J
N.m
de calor
Potência; fluxo energético
Watt
W
J/s
Quantidade de eletricidade;
Coulomb
C
A.s
carga elétrica
Tensão elétrica; potencial
Volt
V
W/A
elétrico
Capacitância elétrica
Farad
F
C/V
Resistência elétrica
Ohm
V/A
Ω
S
A/V
Condutância
Siemens(a)
Fluxo de indução magnética
Weber
Wb
V.s
Indução magnética
Tesla
T
W b/m2
Indutância
Henry
H
W b/A
Fluxo luminoso
Lumen
lm
Iluminamento ou aclaramento Lux
lx
(a)
Nome especial introduzido em 1965
(b)
Nestas expressões o esterradiano (sr) é considerado como uma unidade base
Expressão em unidades
SI de base
s-1
m.kg.s-2
m-1.kg.s-2
m2.kg.s-2
m2.kg.s-3
s.A
m2.kg.s-3.A-1
m-2.kg-1.s4.A2
m2.kg.s-3.A-2
m-2.kg-1.s3.A2
m2.kg.s-2.A-1
kg.s-2.A-1
m2.kg.s-2.A-2
cd.sr(b)
m-2.cd.sr(b)
Observações
1. Os símbolos das unidades não mudam no plural.
2. O produto de duas ou várias unidades é indicado, de preferência, por “ponto” como sinal de
multiplicação. Este ponto pode ser suprimido quando não exista possibilidade de confusão com outro
símbolo de unidade.
Ex.: N.m ou N m; porém não mN.
3. Quando uma unidade derivada é constituída pela divisão de uma unidade por outra, pode-se
utilizar a barra inclinada (/), o traço horizontal, ou potências negativas.
Ex.: m/s, m ou m.s-1
2
4. Nunca repetir na mesma linha mais de uma barra inclinada, a não ser com o emprego de
parênteses, de modo a evitar quaisquer ambigüidades (ver APÊNDICE I, ítem “1. Uso da barra (/) e do
expoente negativo (.-1)”). Nos casos complexos devem utilizar-se parênteses ou potências negativas.
Ex.: m/s2 ou m.s-2, porém não m/s/s [ver Apêndice I, ítem 1]
m.kg/(s3.A) ou m.kg.s-3.A-1, porém não m.kg/s3/A.
259
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
6. 1 Alguns “pesos e medidas” (úteis no campo e no laboratório)
COMPRIMENTO
1km=1000m
0,1km=100m
0,01km=10m
0,001km=1m
1m=100cm
0,1m=10cm
0,001m=1cm
1cm=10mm
0,1cm=1mm
1mm=1000μm
0,1mm=100μm
0,01mm=10μm
0,001mm=1μm
1μm=1000nm
0,1μm=100nm
0,01μm=10nm
0,001μm=1nm
ÁREA
1km2=1000000m2
1ha=10000m2
0,1ha=1000m2
0,01ha=100m2
0,001ha=10m2
0,0001ha=1m2
1m2=10000cm2
0,1m2=1000cm2
0,01m2=100cm2
0,001m2=10cm2
0,0001m2=1cm2
1cm2=100mm2
0,1cm2=10mm2
0,01cm2=1mm2
1mm2=1000000μm2
0,1mm2=100000μm2
0,01mm2=10000μm2
0,001mm2=1000μm2
0,0001mm2=100μm2
0,00001mm2=10μm2
0,000001mm2=1μm2
PESO (MASSA)
1Mg*=1000kg
0,1Mg=100kg
0,01Mg=10kg
0,001Mg=1kg
1kg=1000g
0,1kg=100g
0,01kg=10g
0,001kg=1g
1g=1000mg
0,1g=100mg
0,01g=10mg
0,001g=1mg
1mg=1000μg
0,1mg=100μg
0,01mg=10μg
0,001mg=1μg
VOLUME
1km3=1000000000m3
0,1km3=100000m3
0,01km3=10000m3
0,001km3=1000m3
0,0001km3=100m3
0,00001km3=10m3
0,000001km3=1m3
1m3**=1000000000cm3
0,1m3=100000cm3
0,01m3=10000cm3
0,001m3=1000cm3
0,0001m3=100cm3
0,00001m3=10cm3
0,000001m3=1cm3
1cm3=1000mm3
0,1cm3=100mm3
0,01cm3=10mm3
0,001cm3=1mm3
1mm3=1 X 109μm3
0,1mm3=1 X 108μm3
0,01mm3=1 X 107μm3
0,001mm3=1X106μm3
0,0001mm3=1X105μm3
...
= ...
1 X 10-9 = 1μm3
* 1Mg (megagrama) = 1.000.000g = 1 ton (tonelada métrica ou 1.000kg)
** 1m3 = 1.000L (litros; Ver no próximo subitem)
6.2 Ainda sobre volumes (litro)
LITRO
1L* = 1000mL
0,1L = 100mL
0,01L = 10mL
0,001L = 1mL
1mL = 1000μL
0,1mL = 100μL
0,01mL = 10μL
0,001mL = 1μL
• A representação gráfica de litro hoje utilizada é um L (maiúsculo), tanto para litro como para mililitro
(mL) e demais subunidades do litro (dL, decilitro ...).
260
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
7. Algumas unidades comuns inglesas e seus equivalentes no sistema métrico
7.1 Comprimento, área, peso (ou massa) e volume
COMPRIMENTO
0,03937
in=1mm
0,3937 in=1cm
1 in=2,54cm
1 ft=30,3cm
ÁREA
PESO (MASSA)
VOLUME
0,00155 in2=1mm2
0,035274 oz=1g
0,06102in3=1mL=1cm3
0,155 in2=1cm2
1
in2=645,16mm2=6,4516
cm2
1
ft2=929,03cm2=0,09290
3m2
1 yd2=0,8361m2
1 oz=28,350g
1 lb=0,45359kg
1in3=16,387ml
1ft3=28,317L
2,2046 lb=1kg
35,315ft3=1,3097yd3=1m3
1 short ton=0,8929 long
0,23990mi3=1km3
ton=907,18kg
1 mi=1,609km 1,196yd2=1m2
1,1023 short ton= 0,98421 long 1mi3=4,16818km3
ton =
1000kg=1Mg
0,38608mi2=1km2
1,1200 short ton=1 long
0,03381fl oz=1mL
ton=1016kg
1 mi2=2,5900km2
1fl oz=29,573ml
1qt=0,94635L
33,814fl oz=1,0567qt=
0,26417gal=1L
1gal=3,7854L
Obs.: “in (inch)”: polegada; “ft (foot)”: pé; “yd (yard)”: jarda; “mi (mile)”: milha terrestre; “fl oz (fluid
ounce)”: onça fluida, líquida; “qt (quarter)”: 1 quarto de 1 galão; “gal (gallon)”: galão; “lb (pound)”: libra
peso; “short ton”: tonelada menor; “long ton”: tonelada maior.
1 yd=0,9144m
7.2 Temperatura
BTU (British Thermal Unit): 1 BTU é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura
da água, de 1° F (1 grau Fahrenheit). A medida usual do nosso sistema é a grande caloria ou Cal ou kcal
(quilocaloria), que é a quantidade de calor necessária para elevar de 1° C (1 grau Celsius), 1 kg (ou 1 L)
de água pura, passando de 14° C para 15°C. Uma pequena caloria ou cal ou gcal (gramacaloria) é a
quantidade de calor equivalente quando se trata de 1 g (ou 1 mL) de água.
GRAUS FAHRENHEIT: as conversões são feitas como segue:
°F = 9/5°C + 32
°C = 5/9 (°F - 32).
261
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
8. Alfabeto grego. Letras que são freqüentemente usadas em termos técnicos.
MAIÚSCULAS
A
B
Γ
Δ
Ε
Ζ
Η
Θ
Ι
Κ
Λ
Μ
Ν
Ξ
Ο
Π
Ρ
Σ
Τ
Υ
Φ
Χ
Ψ
Ω
MINÚSCULAS
α
β
γ
δ
ε
ζ
η
θϑ
ι
κ
λ
μ
ν
ξ
ο
π
ρ
σς
τ
υ
φ
χ
ψ
ω
PRONÚNCIA
Alfa
Beta
Gama
Delta
Epsilon
Dzéta
Eta
Teta
Iota
Capa
Lambda
Mi
Nu
Cs
Ômicron
Pi
Ro
Sigma
Tau
Ípsilon
Fi
qui, ki
Psi
Ômega
262
NOSSO ALFABETO
a
b
g
d
e
z
e
th
i
k
l
m
n
x
o
P
rh, r
S
T
y, u
F
Kh
Ps
O
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICE III
ESPECTRO
ELETROMAGNÉTICO
m
Hz
nm
106
780
Onda de
rádio longa
Infravermelho
760
103
101
106
Vermelho longo
720
Onda curta
AM
700
10
8
TV e FM
1
660
Vermelho
UHF
10-1
640
1010
Microonda
Laranja
600
10-3
1012
10-4
580
Infravermelho
Amarelo
560
10-6
Luz visível
1015
540
Verde
10-7
10-8
Ultravioleta
520
1017
10-9
500
Azul
Raios X
480
10-11
10
10-10
1019
-12
460
Raios gama
420
10-13
Violeta
400
380
360
263
Ultravioleta
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICE IV
ZONAS DE PROFUNDIDADE MARINHA (Baseado em LINCOLN et al., 1998)
ZONAS PELÁGICAS
0m
Província nerítica
Província oceânica
Epipelágica
200 m
200 m
Plataforma continental
Mesopelágica
1000 m
Talude continental
(declive)
Batipelágica
2500 m
Bentopelágica
Aclive
continental
Abissopelágica
4000 m
6000 m
Hadopelágica
Planície abissal
Zona de
borrifos
Zona de
quebra
das
ondas
Frnaja infralitorânea
Fossa
oceânica
± 8000 m
Entremarés
ou litoral
Zona litorânea
Submarés
Zona sublitorânea
Litoral
Supralitoral
Eulitoral
Infralitoral
Circalitorânea
264
Zona
Arquibental
Zona batial
Zona abissal
Zona hadal
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICE V
PLÂNCTON: TIPOS E CATEGORIAS DE TAMANHO
Plâncton
Femtoplâncton e Picoplâncton
(Ultraplâncton)
0,02-0,2μm
0,2–2 μm
Tamanho
Virioplâncton
Nanoplâncton
Microplâncton
Mesoplâncton
Macroplâncton
Megaplâncton
2,0 – 20 μm
20 – 200 μm
0,2 – 20 mm
20 – 200 mm
0,2-2,0 m
Bacterioplâncton
Micoplâncton
Fitoplâncton
Protozooplâncton
Metazooplâncton
Nécton
Tamanho (m)
10-8
10-7
10-6
10-5
10-4
265
10-3
10-2
10-1
100
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
APÊNDICE VI
OS MAIORES DESERTOS DO MUNDO
(LUHR, 2003)
DESERTO
Saara
Península Arábica
Gobi
Kalahari
Patagônia
Chihuahua
Thar
Mojave e Sonora
Grande Deserto da
Bacia
Grande Deserto
Arenoso
Localização
Norte da África, do oceano atlântico ao mar
Vermelho
Estende-se do norte da Síria para o Yêmen e
Oman (é uma extensão do Saara, separado pelo
mar Vermelho)
Estende-se através do sul da Mongólia e norte
da China
Ao sul de Botsuana, estendendo-se a oeste para
a Namíbia e ao sul para a África do Sul
Leste dos Andes, no sul das províncias de
Chubut e Santa Cruz, Argentina
Entre as cadeias de montanhas de Sierra Madre
no México, estendendo-se na direção norte para
os E.U.A.
Noroeste da Índia, na província de Rajasthan,
estendendo-se ao sudeste do Paquistão
Mojave: sul da Califórnia
Sonora: Arizona (ambos nos E.U.A.)
E.U.A.: nos estados de Oregon, Idaho, Nevada,
Utah, Wyoming, Colorado e Califórnia
Na parte norte do oeste da Austrália, estendendo-se até o oceano Índico, no noroeste
Área aproximada
km2
9.000.000
Precipitação pluviométrica
mm
20 – 400
Temperatura
o
C
16 – 37
2.300.000
50 – 200
Máx. 49
Mín. 0
1.300.000
10 – 250
712.500
125 – 500
670.000
100 – 260
Máx. 45
Mín. -40
Máx. 47
Mín. -13
5 – 13
518.000
250
Máx. 40
Mín. -30
446.000
100 – 500
140.000
275.000
50 – 125
250
409.000
250
340.000
250 – 300
Máx. 42
Mín. 3
Máx. 48
Mín. -13
(em ambos)
Máx. 38
Mín. -7
Máx. 42
Mín. 25
Continua ...
266
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
...continuação
DESERTO
Grande Deserto de
Victoria
Takla Makan
Kara Kum
Gibson
Simpson
Atacama
Tanami
Deserto da
Namíbia
Localização
Na parte sudeste do oeste da Austrália,
estendendo-se a leste até a parte central do sul
da Austrália
Norte das montanhas Kunlun, na província
Xinjiang no oeste da China
Maior parte do Turcomenistão, a leste do mar
Cáspio
Na parte central do oeste da Austrália
Parte sul do Território Norte, no oeste de
Queensland e na parte norte do sul da Austrália
Oeste dos Andes, ao longo da costa norte do
Chile, entre Arica e Vallenar
Na parte central do Território Norte, ao norte de
Alice Springs, Austrália
Na costa atlântica da Namíbia, estendendo-se ao
norte para Angola
Área aproximada
km2
338.500
Precipitação pluviométrica
mm
150 – 250
Temperatura
o
C
Máx. 40
Mín. 18
327.000
40 – 100
297.900
100 – 200
Máx. 38
Mín. -9
-14 – 32
156.000
200 – 250
145.000
175 – 200
105.200
15
37.500
200 – 400
31.000
15 – 100
267
Máx. 42
Mín. 18
Máx. 50
Mín. 0
Máx. 35
Mín. -4
Máx. 42
Mín. 25
Máx. 25
Mín. 10
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
LAGO
Mar Cáspio
Localização
Fronteiras do Azerbaijão, Irã,
Casaquistão,
Rússia
e
Turcomenistão
APÊNDICE VII
OS MAIORES LAGOS DO MUNDO
(LUHR, 2003)
Área aproximada
Profundidade
Altitude
km2
máxima
m
m
371.000
950
30
(abaixo do
nível do mar)
Grandes lagos:
Superior
Michigan
Huron
Erie
Ontario
Vitória
Tanganica
Baikal
Grande lago do
urso
Grande lago
“slave” (do
escravo)
Mar de Aral
Fronteira E.U.A.-Canadá .......
Totalmente nos E.U.A. ..........
Fronteira E.U.A.-Canadá..............
Fronteira E.U.A.-Canadá..............
Fronteira E.U.A.-Canadá..............
Fronteiras do Quênia, Tanzânia e
Uganda
Extremo sul do “Great Rift
Valley” nas fronteiras de Burundí,
Rep. Dem. do Congo e Tanzânia
Na Rússia, ao sul do platô
siberiano central, perto da
Mongólia
Territórios do Noroeste, no
Canadá, no círculo polar Ártico
Territórios do Noroeste, no
Canadá, a leste das montanhas
Mackenzie
Norte do deserto de Kara Kum, na
fronteira do Casaquistão e
Uzbequistão
............82.367
............58.000
............59.570
............25.820
............19.010
68.000
Característica(s) relevante(s)
O maior corpo de água continental do
mundo, recebe água dos rios Ural e Volga e
não desemboca em nenhum outro
Despejam suas águas no rio St. Lawrence.
Maior sistema de lagos do mundo. Área
conjunta: 244.000 km2
406
281
228
64
224
84
183
177
176
174
75
1.134
32.000
1.471
773
31.500
1.741
456
31.150
446
186
Maior lago, inteiramente no Canadá
28.568
614
156
O segundo maior lago do Canadá e principal
reservatório do sistema do rio Mackenzie
26.000
58
40
Já foi o quarto maior do mundo e hoje está
secando, devido à utilização de suas águas
para irrigação (desde 1930) no cultivo do
algodão
Continua ...
268
O maior lago da África e o segundo maior
de água doce do mundo
O segundo lago mais profundo do mundo.
Há algumas dúzias de espécies de peixes
ciclídeos (peixes teleósteos fluviais)
endêmicos do Tanganica
O mais profundo do mundo, contendo 20%
de toda a água doce de superfície mundial
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
... continuação
LAGO
Altitude
m
Característica(s) relevante(s)
23.750
Profundidade
máxima
m
36
217
18.200
25
340
17.675
230
5
A maior parte de suas águas vem do rio
Saskatchewan
Seu nível d’água oscila estacionalmente, em
3m
O maior lago da Europa
Variável
(de 10.000 a
25.000)
10
280
Austrália, ao sul do deserto de
Simpson
Entre Peru e Bolívia, no platô
Altiplano, na região central dos
Andes
Sudoeste da Nicarágua
9.700
5,5
16
8.772
281
3.812
8.150
70
32
Turcana
No “Great Rift Valley”,
fronteira da Etiópia e Quênia
na
6.750
110
360
Nyasa
6.400
706
500
Grande lago
de sal
Extremo sul do “Great Rift
Valley”, nas fronteiras de Malauí,
Moçambique e Tanzânia
Oeste das montanhas Rochosas,
norte de Utah, E.U.A.
5.000
12
1.280
Qinghai Hu
Toba
Parte centro-norte da China
Província norte da Sumatra
4.460
1.100
38
529
3.200
905
Winnipeg
Balkhash
Ladoga
Lago Chad
Eyre
Titicaca
Nicarágua
Localização
Área aproximada
km2
Parte centro-sul do Canadá, na
província de Manitoba
Sudeste do Casaquistão
Na região de Karelia, noroeste da
Rússia, à leste do mar Báltico
Nas bordas sul do deserto de
Saara, limitado por Camarões,
Chad, Níger e Nigéria
Continua ...
269
Lago raso, com área variando muito durante
o ano, estando em encolhimento devido ao
uso da água para irrigação. Há 10.000 anos
atrás tinha profundidade de 50 m
Lago salgado de dimensão variável,
recebendo águas de rios temporários
O maior lago de água doce da América do
Sul e o situado em altitude mais elevada
O maior lago de água doce da América
Central, situado a 15 km apenas da costa
(voltada para o Pacífico)
Também chamado de lago Rudolf, há 5.000
anos era três vezes mais longo. Rico em
espécies de peixes
Recebe águas de mais de 14 rios. É o mais
rico em espécies de peixes do mundo (talvez
mais de 1.000 espécies de ciclídeos)
Um dos maiores corpos de água salgada
continental (o maior do hemisfério
ocidental)
O maior da China, ligeiramente salino
O maior “lago caldeirão" do mundo,
formado por fluxo de lava que entrou em
colapso
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
... continuação
Localização
Área aproximada
km2
Mar Morto
Norte do mar Vermelho, estando
Israel a oeste e Jordânia a leste
810
Profundidade
máxima
m
330
Genebra
581
310
372
230
(desconhecida)
945
Mar da
Galiléia
Noroeste dos Alpes, na fronteira
da França e Suiça
Tanzânia, sudeste da planície do
Serengeti e noroeste da estepe de
Masai
Ao norte de Israel, próximo às
fronteiras com Síria e Líbano
166
48
212
(abaixo do
nível do mar)
Constança (ou
Constance)
Como
Norte dos Alpes, nas fronteiras da
Áustria, Alemanha e Suiça
Lombardia, norte da Itália
541
252
395
146
410
198
LAGO
Manyara
270
Altitude
m
Característica(s) relevante(s)
405
(abaixo do
níveldo mar)
Alimentado pelo rio Jordão, sem
desembocadura, é o mais baixo rio do
mundo, com salinidade de cerca de 32%.
Sua alta taxa de evaporação contribui para
seu encolhimento (nível da água cai 1 m por
ano)
O maior dos lagos alpinos
Não tem fontes de água de superfície
perenes, mas apenas uns poucos riachos
temporários
Conhecido também com lago Tiberias,
situa-se numa depressão que é uma extensão
do “Great Rift Valley” da África. A água
esté escasseando pela irrigação e se
salinizando
Supre de água doce mais de 4,5 milhões de
pessoas, recebendo água do rio Reno
O mais profundo dos lagos alpinos
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Extensão
km
6.648
APÊNDICE VIII
OS MAIORES RIOS DO MUNDO
(LUHR, 2003)
Declividade Área da bacia
Afluentes
M
km2
principais
1.135
3.400.000
Nilo Branco, Nilo
Azul
RIO
Localização
Nilo
Flui do norte do lago Vitória
e montanhas da Etiópia até a
costa mediterrânea do Egito
Amazonas
Flui dos Andes peruanos,
atravessando o Brasil até o
Atlântico
6.430
5.500
7.100.000
Amarelo
Flui na China, do norte até o
platô tibetano, despejando no
mar Amarelo
5.460
4.500
1.900.000
Wei He, Fen He
Yangtze
Flui na China, dos Himalaias
até o mar leste da China no
oceano Pacífico
6.300
5.480
2.000.000
Han Shui, Ya-Lung
Chiang
Congo
Flui das montanhas do leste
da
África
através
do
continente até o oceano
Atlântico
4.670
1760
3.500.000
Kwa,
Lualaba,
Sangha, Ubangi
Níger
Flui da Guiné, pelo sul do
Saara, até o oceano Atlântico
na Nigéria
4.180
850
1.900.000
Bani,
Kaduna
Continua ...
271
Juruá,
Negro
Madeira,
Benue,
Característica(s) relevante(s)
Durante muito tempo considerado
o mais longo do mundo. No seu
curso há seis grandes cataratas. A
represa de Aswan (1970) formou o
grande lago Nasser.
Despeja 20% de toda a água
proveniente de rios para o mar.
Despeja 770 bilhões de litros de
água/h no oceano
Também chamado Huang-He ou
Huang-Ho. Carrega 30 vezes mais
silte/m3 do que o Nilo e tanto
sedimento (“loess”) quanto o
Ganges, daí a sua cor amarela
O mais longo da Ásia e o terceiro
no mundo. Nas suas gigantescas
três
gargantas
estão
sendo
construídas as maiores represas do
mundo. O “Grand Canal”(1.600
km liga-o ao Beijing
Segundo do mundo (após o
Amazonas) em volume d’água.
Segundo mais longo da África,
banhando grandes áreas da África
central
O maior rio do oeste da África,
passa por densa floresta
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
... continuação
RIO
Localização
Mekong
Flui do oeste da China para o
Laos e Camboja
Mississipi
E.U.A. flui de Minnesota,
próximo à fronteira com o
Canadá, para o golfo do
México
Rússia, fluindo através da
Sibéria para o mar de Kara
no oceano Ártico
Rússia, fluindo inicialmente
para leste e depois para o sul,
para o mar Cáspio
Flui das montanhas da África
central para o ocenao Índico
em Moçambique
Forma parte da fronteira
E.U.A.-México, fluindo das
montanhas rochosas para o
golfo do México
Flui do platô tibetano, através
dos Himalaias, até o mar
Arábico
Ob’
Volga
Zambezi
Rio Grande
Indus
Danúbio
Flui do sul da Alemanha,
para a costa do mar Negro,
no leste da Romênia
Extensão
km
4.000
Declividade
M
4.950
Área da bacia
km2
795.000
3.780
450
3.200.000
Missouri,
Arkansas,
Tennessee
3.700
Dado desConhecido
3.000.000
Chulym,
Tom
3.690
258
1.400.000
Oka, Kama
3.540
1.460
1.300.000
Kafue, Shire
3.034
3.650
445.000
Chama, Con-, chos,
Pecos, Sa-lado
2.900
4.848
1.200.000
Chenab,
Kabul,
Jhelum, Sutlej
2.860
662
816.000
Drava, Sava, Tisza
Continua …
272
Afluentes
principais
Kang, Mun, Srepok
Ohio,
Irtysh,
Característica(s) relevante(s)
O mais longo rio do sudeste da
Ásia, originando-se no platô
tibetano, passando por vales
profundos
Junto com os tributários, forma
imensa bacia de drenagem,
descendo das montanhas Rochosas
até as Apalachianas
O rio congela até 200 dias por ano
O mais longo da Europa e a mais
importante rota de trans-porte da
Rússia
O quarto maior rio da África, tendo
uma largura de 1.700 m antes de
atingir as cataratas de Victoria
O quinto rio mais longo da
América do Norte, formando 2.000
km da fronteira do Texas com o
México
O maior dos rios dos Himalaias.
No seu curso superior flui para
noroeste para o território da
Kashimira, de disputa entre Índia e
Paquistão
O segundo mais longo da Europa,
nascendo na Alemanha, banha a
Áustria e Hungria
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
… continuação
RIO
Localização
Extensão
km
2.800
Declividade
M
2.680
Área da bacia
km2
1.100.000
Afluentes
principais
Tigris
Eufrates
Flui das montanhas do leste
da Turquia para o golfo
Pérsico
Murray
Austrália, fluindo do extremo
sul para o oceano Índico
2.590
2.050
1.100.000
Darling,
Murrumbidgee
Ganges
Flui ao longo da borda sul
dos Himalaias para a baía de
Bengala na Índia
2.506
3.030
1.600.000
Brahmaputra,
Ghaghar, Yamuna
Colorado
Principalmente nos E.U.A.,
fluindo
das
montanhas
Rochosas para o golfo da
California
2.333
4.320
632.000
Green,
Little
Cololrado, Gila
Orinoco
Flui através da Venezuela,
das montanhas da Guiana até
o oceano Atlântico
2.151
1.074
948.000
Guaviare,
Meta,
Arauca, Caroni
Irrawaddy
Burma, fluindo dos montes
Mishmi para o mar de
Andamã no oceano Índico
Nordeste do Canadá, fluindo
do Grande Lago Escravo para
o mar de Beaufort no oceano
Ártico
2.100
Dado desconhecido
411.000
Chindwin
1.705
156
1.800.00
Liard, “Great Bear”
(Grande
Urso),
Peel
Mackenzie
Continua …
273
Característica(s) relevante(s)
Junto com o Tigris, forma o
sistema mais importante do oeste
da Ásia. Síria e Iraque acusam a
Turquia de “roubar” sua água
Junto com o Darling, forma o
único
realmente
importante
sistema fluvial da Austrália (80%
das terras irrigadas)
Rio sagrado da religião hindu,
drenando ¼ da Índia. Carreia mais
areia e silte para o mar do que
qualquer outro rio do mundo (2
bilhões de Mg por ano)
Drena o sudoeste árido dos E.U.A.,
cortando o grandioso Grand
Canyon (2 bilhões de anos de
história geológica). Tem sido o rio
mais “manejado” do mundo
O segundo maior da América do
Sul. Sua bacia de drenagem cobre
80% da Venezuela e 25% da
Colômbia
Em Burma fornece a maioria da
água de irrigação
Segunda maior bacia no Canadá e
América do Norte. Nos baixios
formam-se florestas, pântanos,
vegetação arbustiva, tundras
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
... continuação
RIO
Extensão
km
1.320
Declividade
m
2.339
Área da bacia
km2
220.000
Fronteira do Canadá-E.U.A.,
fluindo do lago Ontario para
o ocenao Atlântico
1.244
75
1.300.000
Flui através da península
Ibérica, do leste da Espanha
para a costa atlântica de
Portugal
França, fluindo do maciço
central para a costa no
Atlântico ao sul
1.007
1.590
81.600
Gallo, Zezere
1.020
14.850
117.000
Allier,
Vienne
Oder
Flui da Rep. Tcheca para o
mar Báltico na Polônia
886
633
119.000
Neisse, Warta
Rhône
Flui dos Alpes suiços através
da França para o mar
Mediterrâneo
França, fluindo do norte da
região de Burgundy para o
canal da Mancha em Le
Havre
813
1800
96.000
Ardèche,
Arve,
Isère, Saône
780
471
83.000
Aube, Marne, Oise
Reno
St. Lawrence
(São Lourenço)
Tagus
Loire
Sena
Localização
Flui dos Alpes suiços para o
mar do Norte na costa da
Holanda
Continua ...
274
Afluentes
principais
Main,
Moselle,
Neckar
Ottawa,
Maurice
St.
Maine,
Característica(s) relevante(s)
O mais comercialmente importante
rio da Europa ocidental. Indústrias
ao longo do seu curso (como a
Bayer, em Leverkusen), o poluem
Contribui significativamente para o
sistema dos Grandes Lagos. Tem
sido transforma-do por obras de
engenharia
Passa por zona árida na Espanha,
após Toledo e limita (por 275 km)
este país com Portugal. Ambos
países usam sua água na irrigação
O mais longo da França. No
outono e primavera chuvas pesadas
causam enchentes nos baixios, nas
margens
Noventa por cento da bacia de
drenagem está na Polônia. Apesar
de largo (9,5 km) é raso (média de
90 cm), ficando congelado 1 mês
no inverno
O principal rio europeu que
desemboca no mar Mediterrâneo
Forma a “bacia de Paris”. À
montante de Paris o Sena e
tributários cortam zona calcária
formando o platô fértil de Île de
France.
GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
... continuação
RIO
Hudson
Tâmisa
Localização
Nos E.U.A., no estado de
New York, flui para o oceano
Atlântico na cidade de New
York
Grã-Bretanha, fluindo no sul
da Inglaterra até o mar do
Norte
Extensão
km
507
Declividade
m
1.371
Área da bacia
km2
34.628
336
108
13.600
Afluentes
principais
Mohawk
Kennet,
Influência das marés estende-se até
Albany, com marés de até 1,4 m. É
rota comercial importante
O mais longo da Grã-Bretanha.
Seu curso baixo sofre influências
da maré (por 145 km) e comportas
controlam
possibilidades
de
enchentes em Londres
Severn
Grã-Bretanha, fluindo de
290
600
11.266
Avon, Stour, Teme, Seu curso inferior sofre influências
Gales para o canl de Bristol e
Usk
da maré, com ondas de 25 km/h
mar Irlandês
atingindo altura de 3 m
Rio da Plata
Costa leste da América do
290
Nula
4.200.000
Paraná, Uruguai
Estuário em forma de funil,
Sul, tendo Uruguai ao norte e
coincidindo com a desembocadura
Argentina ao sul
do rio Uruguai e o delta do Paraná.
Sua área de captação se estende
por Argentina, Bolívia, Brasil,
Paraguai e Uruguai
OBSERVAÇÃO: Importantes rios brasileiros, talvez por não existirem dados completos disponíveis, como os acima mencionados, não foram incluídos no livro do qual a
relação acima foi extraída. Destacam-se entre estes, os seguintes (em resumo):
1) Rio São Francisco: denominado “rio da integração nacional”, por ser o caminho de ligação do sudeste e do centro-oeste com o nordeste do Brasil. Percorre 2.700
km (ou 2.830 km, segundo alguns). Nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais (a mais ou menos 1.200 m de altitude), recebendo água de 168 afluentes, dos quais
99 são perenes. Tem declividade média de 8,8 cm/km e vazão média de 2.943 m3/s.
2) Rio Paraná: nasce da confluência dos rios brasileiros rio Grande e Paranaíba. Tem comprimento total de 2.739 km, sendo 619 km em território brasileiro e o restante
entre Argentina e Paraguai.
3) Rio Tocantins: nasce na serra do Paranã, em Goiás, há mais ou menos 1.100 m de altitude, a uns 60 km ao norte de Brasília, tomando inicialmente o nome de rio
Maranhão. Após cerca de 2.400 km de curso, desemboca na baía de Marapatá, próximo a Belém. Junto com o rio Araguaia, forma uma bacia de 800.000 km2.
4) Rio Araguaia: principal afluente do Tocantins, nasce na serra do Caiapó, entre Goiás e Mato Grosso, há uns 850 m de altitude. Após percorrer 2.115 km desemboca
no Tocantins. A ilha do Bananal, 20.000 km2, é importante acidente deste rio. É tido como um dos rios mais piscosos do mundo.
5) Rio Paraguaçu: nasce na região diamantífera na serra do Cocal, município de Barra da Estiva, Bahia. Atravessa parte da Chapada Diamantina, em direção a
Salvador e desemboca na baía de Todos os Santos após uns 600 km de curso.
6) Rio de (das) Contas: nasce na serra da Tromba, Chapada Diamantina, há uns 1.500 m de altitude. Percorre 620 km formando uma bacia de mais de 53 mil km2.
275
Colne,
Wey
Característica(s) relevante(s)
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