Projeto de Pesquisa
O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
Profa. Dra. Rose de Melo, Rocha e Profa. Dra. e Simone Luci Pereira
São Paulo, 2015
Projeto de Pesquisa
O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
Profa. Dra. Rose de Melo, Rocha e Profa. Dra. e Simone Luci Pereira
São Paulo, 2015
O QUE CONSOMEM OS QUE NÃO CONSOMEM?
ATIVISTAS, ALTERNATIVOS, ENGAJADOS
Carta de encaminhamento
São Paulo, 24 de junho de 2015
Prezados senhores,
Estamos submetendo, para apreciação, a revisão do Projeto de Pesquisa “O que
consomem os que não consomem? Ativistas, alternativos, engajados”, eferente à
Chamada 2015/2016. Como professoras doutoras vinculadas ao PPGCOM-ESPM,
e ainda não contempladas por apoio deste Centro, esperamos contribuir para incrementar o diálogo e a ação conjunta entre setores e departamentos da IES.
Constam deste arquivo os seguintes documentos:
•
Carta de Encaminhamento
•
Projeto de Pesquisa – revisto
•
Sumário Executivo
•
Formulário de Orçamento e Entregas Previstas – revisto
•
Resumo do CV da equipe
Sobre os aspectos apontados nos pareceres estão todos ora referidos no projeto
revisado. Destacamos que já estava contemplado no projeto inicial o oferecimento de atividades destinadas à comunidade ESPM. Quanto à produção de capítulos
de livro ressaltamos que será priorizada a publicação de artigos em periódicos
qualificados (A2), uma vez que esta é a categoria de maior pontuação na área.
Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam
necessários.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Rose de Melo Rocha
Profa. Dra. Simone Luci Pereira
SUMÁRIO
Carta de encaminhamento3
ÁREA E TEMÁTICA DE PESQUISA5
OBJETIVO E JUSTIFICATIVAS5
DEFESA DO POTENCIAL INOVADOR DA PESQUISA6
REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA7
DESCRIÇÃO JUSTIFICADA DA
METODOLOGIA DE PESQUISA10
ENTREGA DA PESQUISA13
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 14
EQUIPE ENVOLVIDA E RESPECTIVAS
RESPONSABILIDADES 16
REFERÊNCIAS17
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
INTRODUÇÃO
ÁREA E TEMÁTICA DE PESQUISA
Área: Ciências Sociais Aplicadas I – COMUNICAÇÃO
Temática: Mapeamento e estudo das concepções e práticas de consumo e de comunicação de segmentos sociais que assumem posturas críticas ou alternativas às
sociedades midiáticas e do consumo.
Reiteramos neste tópico que a temática da pesquisa possui relação com algumas
das temáticas prioritárias (2014/2016) assumidas pelo CAEPM, a saber, estudos
de estilos de vida brasileiros; o suporte para a ação institucional articulada a
responsabilidade social, ambiental e corporativa. Ademais, a proposta apresentará resultados que podem ser ampliados, comparados e/ou atualizados por
meio de parcerias internas e interinstitucionais, no Brasil e no exterior.
OBJETIVO E JUSTIFICATIVAS
Esta proposta toma por inspiração o instigante livro Em que crêem os que não
crêem? No qual Umberto Eco e Carlo Maria Martini, Arcebispo de Milão, debatiam o lugar e os exercícios possíveis da ética (cristã e laica) no fim de milênio.
Durante suas jornadas de investigação, as proponentes deste projeto se depararam, algumas vezes, com questionamentos similares, só que, obviamente,
atinentes a ordens discursivas e a campos interlocutivos outros. Estes questionamentos poderiam ser circunscritos por uma constatação – são inúmeros
os críticos do sistema e das narrativas capitalistas – e de uma pergunta – o que
pensam e o que consomem efetivamente estes críticos?
A este núcleo central de problematização acresceram-se outros. Ativistas, alternativos e engajados embora, de modo geral, muitas vezes rechacem dinâmicas e
lógicas de funcionamento do capitalismo e, por exemplo, das indústrias culturais,
têm sido, progressivamente, protagonistas e usuários fervorosos de diferentes
ferramentas e conteúdos midiáticos, em especial aqueles dotados de tecnicidade. Como estes sujeitos percebem a estas práticas? A crítica ideológica resulta
efetivamente em que tipo de prática e/ou hábito de consumo?
Notávamos, além disto, em especial devido a processos de inclusão pelo consumo no Brasil, uma reconfiguração de perspectivas de produção, circulação
e consumo de segmentos tradicionalmente periféricos, aí incluídos muitos jovens moradores das periferias urbanas, que muito rapidamente se apropriam
de recursos tecnológicos e se beneficiam de políticas públicas de base cultural.
Além de consumidores de novas marcas e conteúdos, geram todo um novo circuito artístico e cultural, que extrapola fronteiras geográficas e de classe.
Se, na origem de inúmeras das marchas juvenis, e de ações agressivas e iconoclastas como a dos black-blocks, há o estofo de movimentos antiglobalização
oriundos de solo norteamericano, a preocupação ambiental, com a sustentabilidade, dentre outras, nortearam esforços de distinção e de proposição de alternativas de funcionamento ao próprio capitalismo e às sociedades pós-industriais. Ou seja, sem negá-lo, determinados atores sociais esforçamse a
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
promover novos modos de viver nas cidades, no campo e, inclusive, nas territorialidades midiáticas e comunicacionais, bandeira esta capitaneada por
coletivos de democratização da mídia, por exemplo.
Além disto, existem os militantes veganos, propondo um outro modo de se
alimentar, de pensar e de consumir, não-consumista, seletivo e ético. As e os
ativistas ligados ao debate de gênero, por sua vez, defendem a criação de uma
nova agenda de debate público, transitando de blogs a fóruns políticos tradicionais, mas propondo modos de gestão coletivos e compartilhados. Militantes
de partidos políticos também assumem, por outra via, este debate. Ativistas
ligados aos direitos de imigrantes postulam, por sua vez, formas de visibilidade/audibilidade e maneiras de inserção e cidadania, valendo-se das mídias
na busca pelo direito à representação.
A identificação destes eixos de questionamento, a inegável visibilidade que
possuem no mundo digital, suas formas de presença na cena urbana, na mídia
massiva e nas manifestações e marchas nos levaram a constituir nossa proposta
de investigação, que, estamos certas, possuem potencial de aplicação a outros
contextos (regionais e internacionais) e a outras práticas que podem extrapolar o
recorte geracional ora privilegiado, em casos de inegável interesse de pesquisa
(como no “cohousing”, nas comunidades auto-sustentáveis, no slow-food e nas
formas de agricultura e culinária orgânica e não-industrializada, na busca de novos modos de armazenamento de produtos e de prestação de serviços)
Esta problematização e sua relevância acadêmica e para a agenda pública
justifica a escolha feita e constitui nossos objetivos de pesquisa, quais sejam,
responder a cada uma das perguntas acima elencadas, através tanto do cabedal já acumulado quanto, em especial, mediante a aplicação de protocolos
multi-metodológicos capazes de compatibilizar os contextos de referência socioculturais, teóricos e empíricos da investigação. Entende-se ainda ser fundamental em uma pesquisa desta natureza dar voz aos sujeitos de investigação.
Com base na coleta e no tratamento de suas narrativas, e respeitando-se preceitos éticos rigorosos, pretendemos chegar, ao fim desta etapa da investigação, à montagem de dois grandes mapas (concepções e práticas) que organizem e ampliem a compreensão sobre nosso questionamento de origem.
DEFESA DO POTENCIAL
INOVADOR DA PESQUISA
A pesquisa aqui proposta aborda temática original, cujo escopo está demarcado no título do projeto. Nota-se, além disto, a existência de poucas investigações de fôlego no Brasil que abordem diretamente a articulação entre “comunicação, consumo, juventude e ativismo”, seja no campo acadêmico, seja
no mercado, como detalhado no item “Revisão crítica da literatura”. A articulação explícita entre práticas ativistas, condição juvenil e hábitos de consumo
é onde se mostra o potencial desta pesquisa. A multi-metodologia proposta é
inovadora, atualizando e ampliando outras já aplicadas pelas coordenadoras.
Existe potencial de diálogo academia/mercado/comunidade, respaldando esforços articulados à responsabilidade social, à cidadania, ao poder público.
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA
Esta investigação dialoga diretamente com as bases teóricas que, ao longo da
última década, vem sendo construída no seio do Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM-SP (Mestrado
e Doutorado). Neste programa de pesquisa, o consumo é concebido como fato
social e cultural complexo, incluindo os polos da produção, da circulação e
da recepção, bem como considerando seus respectivos contextos, lógicas e
estratégias. Neste sentido, nos valeremos, a depender das necessidades de
análise que se apresentarem, de capítulos e autores específicos das diversas
coletâneas organizadas e publicadas pelo PPGCOM-ESPM, em especial na
linha de investigação conduzida na última década por Melo Rocha.
No mercado, destacam-se as tradicionais e abrangentes pesquisas desenvolvidas pela MTV sobre a juventude brasileira (Dossiê Universo Jovem) e, tratando
mais diretamente de jovens multiplicadores dedicados à transformação social
(em um recorte inter-classe e inter-regional), o interessante trabalho “Sonho
brasileiro”, da agência de pesquisa Box 18-24. No âmbito acadêmico, ressaltamos que a relação “comunicação, consumo, juventude e ativismo” mostrasse
ainda em desenvolvimento no Brasil. Destacamos os trabalhos de Rose de Melo
Rocha e de algumas de suas orientandas (Thálita Galutti, Denise Tangerino e
Beatriz Beraldo), João Freire Filho (2007, 2008) e suas orientandas Machado
(2010), Linhares (2009), e, tratando de consumo cultural juvenil, embora não diretamente de ativismo, os estudos de Veneza Ronsini (2007). Em linhas gerais,
podem-se identificar traços desta problemática em estudos sobre subculturas juvenis, vinculados a pesquisas inglesas e norte-americanas. Tem crescido,
ainda, a produção de estudos sobre estética e ação política, bem como a produção artística que abora esta interface. Na Iberoamérica autores que trazem
uma interpretação aproximada sobre juventude, consumo e ativismo são os
mexicanos Rossana Reguillo e Rogelio Marcial e o espanhol Carles Feixa, que
articulam juventude e resistência politica a práticas originais de produção e
consumo tecnológico, cultural e midiático. As coordenadoras deste projeto
possuem diferentes colaborações acadêmicas com esses pesquisadores, reforçando particularmente uma perspectiva de análise latino-americana.
Destacamos aqui algumas bases conceituais em torno do consumo com as
quais, inclusive por seu caráter díspar, podemos dialogar neste estudo, incluindo pensadores clássicos das teorias do consumo, como: Garcia-Canclini, em
cuja obra basilar Consumidores e cidadãos (2006) defende a tese de que o
sujeito só se concretiza como cidadão, hoje, pelas vias do consumo; e Baudrillard (2007), o qual, pensando a respeito de um dos fenômenos sociais mais
evidentes a partir da segunda metade do século XX, ergue o que podemos
chamar de uma semiologia do consumo. Ainda, dialogamos com pesquisadores brasileiros contemporâneos que vêm investigando o consumo e suas
articulações com a comunicação e a cultura, como Jurandir Freire Costa (2005);
Everardo Rocha e Cláudia Pereira (2009); e Borelli, Rocha e Oliveira (2009) –
que, alguns mais, outros menos, abordam nosso objeto de estudo. Everardo
Rocha e Cláudia Pereira (2009) empreendem uma reflexão, a partir dos campos da comunicação e da antropologia, sobre a cultura contemporânea e o
consumo focalizando os jovens:
Não é por acaso [que] a mídia destaca o papel do adolescente e do jovem em nossa sociedade, demonstrando sua força como mediador de
inovações tecnológicas e modos de consumo dentro da família. Neste
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
aspecto, ele vem se tornando protagonista em um mercado que busca
atingir, com rapidez e eficiência, os grandes usuários de novos meios de
comunicação.” (ROCHA; PEREIRA, 2009, p. 16)
Juventude, pois, que é a fase por excelência da experiência e que assume
função de liderança e de ditadora de tendências que podem nos ajudar a
pensar sobre as formas de consumo alternativo objeto de nosso estudo. Já em
pesquisa de cunho etnográfico de Borelli, Rocha e Oliveira (2009) que teve o
objetivo de investigar jovens urbanos e suas narrativas culturais e midiáticas,
as autoras exploram outra face da juventude que caminha ao lado desse imaginário de jovem “soberano”. Investigam, então, um “[...] outro cenário [que]
também povoa o cotidiano de nossas cidades: aquele que reafirma a existência de uma natureza essencialmente rebelde e iminentemente perigosa da juventude.” (p. 15)
Da guerrilha aos contemporâneos movimentos anticonsumistas juvenis, cada vez mais se assumem como protagonistas de uma politicidade
pouco convencional. Os jovens, e seus corpos-mídia, ocupam crescentemente as ruas e, utilizando-as como amplos fóruns de atuação estética,
fazem da cultura urbana a mais legítima expressão de sua diversidade e
de seus conflitos. (BORELLI; ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 13-14)
Esta cultura juvenil-adolescente emergida “no seio da cultura de massas, a
partir de 1950” (MORIN, 2009, p. 137), possibilitava ofertar a uma determinada
faixa etária, através da mediação das indústrias culturais, formas de contestar
a identidade adulta, assim como e principalmente buscar por certa autenticidade. Borelli; Rocha e Oliveira (2009), em consonância com os postulados
teóricos de Morin, sinalizam para o aparecimento dessa cultura juvenil na
sociedade brasileira, em especial a partir da década de 1960, quando a juventude ganha uma inequívoca visibilidade social, aspecto que desde esse
momento original corrobora o entrelaçamento da cultura e dos meios de comunicação massivos na construção de representações dominantes do que seria a condição juvenil em nosso país. Também a partir desse marco histórico
começa a se engendrar a efetiva apropriação pelos jovens de discursos, produtos e espaços midiáticos, algo claramente associado à consolidação de uma
sociedade de consumo já totalmente sensível ao processo que autores como
Edgar Morin (1984) – na linha de frente – definem como uma “juvenilização”
da cultura (BORELLI; ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 13).
Inaugurada essa cultura juvenil, inúmeras foram as motivações que ao longo
das décadas colocaram a temática juventude no centro de discussões mercadológicas, teóricas e socioculturais. Desde o surgimento de uma indústria,
motivada pelo consumo, que oferta representações dominantes do que seria
essa condição juvenil em nosso país, assertiva levantada anteriormente pelas
autoras, até mesmo suas políticas de visibilidade e ativismo juvenil inscritas
em uma cena urbana que confrontam esses discursos hegemônicos.
Reiterando esta argumentação, as autoras enfatizam que “os jovens assumem
o caráter midiático de suas existências, seja usando o corpo como suporte expressivo, seja utilizando a cidade como suporte para inscrição de suas marcas
identitárias” (BORELLI; ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 14-15). Em direção similar
Machado (2010) aponta que se por um lado os jovens perderam o interesse
pelos processos políticos-eleitorais, em contrapartida encontraram nas narrativas publicitárias “discursos do engajamento, participação e estímulo à ci-
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
dadania” (MACHADO, 2010, p. 13), que em sua visão estimulam novas formas
de propiciar engajamento político dos jovens por meio da mediação dos bens
de consumo e de suas narrativas.
A questão da juventude e das culturas juvenis coloca-se, assim, como central
nesta pesquisa que propomos, embora a discussão sobre consumo e ativismo
possa levar-nos a outros desdobramentos com diferentes faixas etárias. O foco
sobre a juventude se dá pela experiência de pesquisa acumulada pelas coordenadoras deste projeto, que vêm se dedicando a pensar as culturas juvenis
como categoria e como lócus de reflexão para interpretar questões mais amplas da cultura contemporânea midiática e de consumo.
No que tange à discussão sobre juventude, consumo e formas de agência política, Rose de Melo Rocha e Simone L. Pereira (2014) apontam para a dimensão
performativa e estética das ações juvenis nos meios urbanos. Em suas práticas
cotidianas e imaginários surgem sentidos de socialidades, visões e escutas do
mundo, sensibilidades, afetos, onde ações políticas não estão dissociadas de
elementos ligados ao consumo e ao entretenimento. Atenta-se, assim, para o
caráter político, performativo e estético das apropriações juvenis da cultura
e do consumo (Rocha e Tangerino, 2010), com jovens atuando como agentes
sociais de suas narrativas e práticas materiais e simbólicas.
Outro aspecto a ser destacado nesta discussão é uma interpretação do consumo
que não se deixa confundir com uma louvação acrítica ao consumismo. Se o consumo nos serve de sinalizador para compreender formas de pertencimento e
identidade, bem como maneiras de dar sentido e ordenamento ao mundo,“a lógica consumista, da ordem das adições, lança-nos num canto das sereias um tanto
perverso” (Melo Rocha, 2013). O enfrentamento da dicotomia consumo/consumismo, que por vezes se vale de recursos fáceis e frágeis é tarefa que se impõe nesta
reflexão, buscando perceber os paradoxos e contradições aí existentes, para uma
interpretação crítica e por uma leitura política dos modos de consumir.
Vale destacar que aqui buscamos mapear e compreender os circuitos alternativos de produção e consumo material e simbólico, em que estão inseridos os
grupos de ativistas que estabelecem com as lógicas de consumo uma postura
crítica. Mas para além da aclamada sociedade do consumo, neste momento
da cultura contemporânea estamos observando emergir e repercutir manifestações, de diferentes origens e bandeiras, que defendem formas alternativas
de produção e consumo. Vemos, por exemplo, referências a práticas de consumo como afirmação política de identidades no movimento feminista contemporâneo, nos blogs e comunidades na internet dedicadas ao assunto. Alguns deles são extremamente populares, fato evidenciado com números como
os “[...] 20 mil seguidores apenas no Twitter e uma média de 200 mil acessos
mensais” 1 ao blog de Lola Aronovich, feminista, professora da Universidade
Federal do Ceará (UFC). Segundo ela,
Feminismo não tem nada a ver com deixar de usar batom, salto ou dar de
quatro. Ninguém vai confiscar sua carteirinha de feminista se você usar
rímel. Mas te abre para a possibilidade de só usar maquiagem quando
quiser, não porque tem que obrigatoriamente estar impecável e linda todos os dias a enfeitar o mundo. […] Feminismo não tem nada a ver com
esconder o corpo; muito pelo contrário, exigimos o direito de andar com
a roupa que bem entendermos sem assédio ou constrangimentos. Taí a
Marcha das Vadias que não me deixa mentir.2
1 PARAIZO, Danúbia. Blogs conquistam espaço ao dar voz às
“esquecidas” pela grande mídia.
Disponível em: <http://www.
portalimprensa.com.br/noticias/
ultimas_noticias/71176/blogs+conquistam+espaco+ao+dar+
v o z + a s + e s q u e c i d a s + p e l a + g ra n d e + m i d ia>. Acesso em: 17 mar. 2015.
2 AVERBUCK, Clara. Feminismo para leigos. Disponível
em:<http://www.car tacapital.com.br/blogs/f eminismo-pra-que/feminismo-para-leigos-3523.html>. Acesso em:
16 mar. 2015.
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
Estamos justamente interessados em mapear formas alternativas de consumo,
abrangendo distintas realidades que escapam ao convencional, tais como:
concepções e ações de consumo de a) ativistas ambientais, b) ativistas migrantes, c) praticantes do veganismo, d) participantes de movimentos ligados
ao universo LGBT, e) produtores culturais, f) militantes pela democratização
da mídia, g) militantes anti-globalização, e e) militantes partidários. É interessante notar como a agenda ativista já invadiu a indústria do entretenimento,
como notamos no game Dragon Age: Inquisition,3 que acaba de conquistar prêmio por incorporar positivamente representações de personagens lésbicas,
gays e transexuais com papéis importantes na trama do jogo.
Tais práticas que se propõem como opção ao sistema vêm ganhando proeminência – justificando seu mapeamento. Estudos científicos como os de Alvin Roth,4 pesquisador norteamericano, vendedor do Prêmio Nobel de Economia de 2012, analisam como o fator “repugnância” pode restringir mercados.
Ou seja, como a rejeição dos consumidores a alguma concepção ou produto pode levar à instituição de um novo paradigma. E, nessa direção, com as
preocupações crescentes em torno da saúde e da repulsa à matança bovina,
comer carne poderia se tornar a exceção e o veganismo a regra.
Costa (2005), após problematizar crenças e noções científicas que atribuem ao
consumismo a responsabilidade imediata e abrangente por algumas das mais
graves patologias da sociedade contemporânea, defende que “[...] muito do
que queremos ser condiciona o modo como produzimos materialmente as circunstâncias de nossas vidas” (COSTA, 2005, p. 179). Em outras palavras, nossas
escolhas de modos de vida nos levam a determinadas escolhas de consumo
– que, no caso de nossos sujeitos de estudo, resultam em práticas de consumo
que se podem nomear “alternativas”. Ao final, Costa (2005) pondera que, “se
quisermos, portanto, enfrentar os problemas éticos de nosso tempo, teremos
de rever nossos ideais de felicidade e não dar ao ‘consumismo’ mais do que
ele merece” (2005, p. 181).
A discussão, extremamente relevante e necessária, sobre consumo e ativismo,
um tanto incipiente em termos da produção científica nacional, é algo a ser
explorado, e poderá ser uma contribuição importante de nosso estudo. Destacamos aqui a potencial parceria com o GT COMUNICON (Grupos de Estudos
em Comunicação e Consumo do Congresso Internacional de mesmo nome)
Comunicação, consumo e novos fluxos políticos, coordenado por uma da proponentes deste projeto, Rose de Melo Rocha, e com o Memorial do Consumo
ESPM, cuja curadora é a outra proponente, Simone Luci Pereira.
DESCRIÇÃO JUSTIFICADA DA
METODOLOGIA DE PESQUISA
Essas novas formas juvenis de consumo serão analisadas em nossa proposta
investigativa a partir da montagem de duas grandes cartografias. A primeira delas contemplará uma síntese analítica das narrativas em que se identificam as concepções de consumo, comunicação e ativismo dos jovens pesquisados, colhidas através das seguintes ferramentas: questionários qualitativos
semi-estruturados e entrevistas em profundidade, com base no procedimento
das histórias de vida. A segunda descreverá e interpretará suas práticas efetivas de consumo – cultural, de bens e serviços, midiático, e será obtida a partir
3
FLORO, Paulo. Jogo Dragon
Age: Inquisition ganha prêmio
pela representação de personagens LGBT. Disponível em:
<http://blogs.ne10.uol.com.
br/mundobit/2015/01/27/jogo-dragon-age-inquisition-ganhapremio-pela-representacao-de-personagens-lgbt/>.
Acesso em: 18 mar. 2015.
4
KIM, Juhea. Nobel prize winner predicts rise of veganism in
2014. Disponível em: <http://
www.peacefuldumpling.com/
n o b e l - p r i z e - w i n n e r- p re d i c t s - r i s e - v e ga n i s m - 2 0 1 4
>.Acesso em: 20 mar. 2015.
11
O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
de etnografias de consumo realizadas com oito dos ativistas. Esta etnografia
consiste, basicamente, do acompanhamento do dia-a-dia do sujeito de investigação, registrando-se as práticas de produção, recepção e consumo que compõem este cotidiano (dois dias de acompanhamento para cada sujeito utilizando os seguintes recursos de documentação: caderno de campo e equipamento
de registro audiovisual). Em ambos os casos, o registro audiovisual da pesquisa de campo poderá ser utilizado. Este mapeamento considera os repertórios
conceituais já consolidados, advindos das investigações que articulam o campo da comunicação e os estudos do consumo a concepções ampliadas de ação
política, caras aos ativismos da atualidade.
Em termos metodológicos nos inspiramos na atividade empreendida por
Martín-Barbero (2004) em Ofício de cartógrafo, que corresponde a um “mapa
noturno”, uma recuperação das produções científicas desde o início de suas
atividades, nos anos 1970, até o final dos anos 1990 para “[...] dar conta das
transformações que têm articulado, desarticulado e rearmado o campo latino-americano da investigação em comunicação/cultura” (MARTÍN-BARBERO,
2004, p. 42). O esforço do pesquisador resultou num “exercício artesão de cartografia” (MARTÍNBARBERO, 2004, p. 10). E, assim, como a cartografia guia o
trabalho de confecção de cartas geográficas, a obra de Martín-Barbero nos
auxilia em nosso cartografar.
A pesquisa, de natureza qualitativa, propõe uma leitura crítica do “ativismo juvenil”, considerando sua presença entre práticas de consumo e de comunicação
que questionam ou colocam em xeque processos, discursos e modelos hegemônicos. Quanto ao corpus, este foi selecionado a partir de estudos já desenvolvidos pelas proponentes, contemplando: a) militantes político-partidários, b)
ativistas ambientais, ambientalistas, ecológicos, c) militantes ligados ao debate
de gênero, d) veganos, e.) ativistas migrantes, f.) produtores culturais, g) militantes da democratização da mídia, h.) ativistas anti-globalização.
Nossa cartografia dialoga com a grade metodológica consolidada por Borelli, Rocha e Oliveira (2010), na pesquisa, Jovens na cena metropolitana: percepções, narrativas e modos de comunicação, da qual constavam não apenas
múltiplos instrumentos metodológicos, mas também a montagem de bancos
sonoros, documentais, audiovisuais e iconográficos.
A primeira etapa da pesquisa será a da aplicação de questionários qualitativos
semiestruturados com 16 ativistas (sendo 2 de cada grupo de ativistas elencados acima), composto por questões abertas e fechadas, divididos em cinco
blocos temáticos, a saber: identidade, ativismo, consumo e consumismo, concepções de comunicação, juventude e práticas políticas. Os questionários representam para nós “mais do que um ‘filtro’, portanto, caracteriza-se como uma
espécie de entrevista individual com perguntas abertas e fechadas” (BORELLI;
ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 30), fundamentais, ou até mesmo “termômetros”,
para a realização das entrevistas em profundidade; para tanto, deverá ser mobilizada uma leitura crítica e analítica de suas peculiaridades, singularidades
e “luminosidades” (BORELLI; ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 30).
Além do questionário, conforme mencionado anteriormente, serão realizadas
entrevistas em profundidade com 8 ativistas cujas narrativas tenham se destacado na etapa anterior. As entrevistas seguem roteiros abertos ou semiestruturados, aos moldes de histórias de vida, com a presença de um único entrevistado,
“pois, fornece[m] os dados básicos para o desenvolvimento e a compreensão
12
O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
das relações entre os atores sociais e sua situação” (BAUER; GASKELL, 2002,
p. 65), privilegiando “situações interativas e trocas entre pesquisadores e sujeitos envolvidos na pesquisa” (BORELLI; ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 33).
Nas entrevistas em profundidade nos interessará ouvir o que o entrevistado
tem a dizer, em uma perspectiva lato. Adotamos aqui as noções de narrativa/narratividade, entendida como instrumento teórico e metodológico, bem
como categoria epistemológica (PEREIRA e CAPOMACCIO, 2014) capaz de
referir-se às formas com que atores sociais concretos se apropriam de suas
experiências. Nas narrativas, os indivíduos buscam construir um sentido, uma
coerência para suas vidas, articulando passado, presente e futuro na forma de
metas e desejos, construindo tramas argumentativas seletivas em que real e
imaginário, memórias voluntárias e involuntárias, esquecimentos, silêncios se
compõem de maneira complexa trazendo à tona as construções identitárias
nas quais as concepções e práticas e consumo exercem papel de artefato cultural privilegiado para as construções de si e dos outros.
Identidades narrativas, no dizer de Ricoeur (1985), que são construídas e podem ser percebidas nas especificidades das “histórias de vida”, pois ao rememorar a sua trajetória, há um esforço de construção de sua própria identidade, num resultado de apropriação simbólica do real, lembrando e omitindo
passagens de sua vida, fatos, atos, construindo sentidos. As narrativas de vida
dos jovens ativistas podem suscitar pistas para outros desdobramentos
investigativos, ampliando assim, o olhar sobre o fenômeno a ser pesquisado,
pois essa técnica de pesquisa possibilita um “tom confidencial da narração,
que leva o entrevistado a pontuar marcas e marcos de sua vida” (BORELLI;
ROCHA; OLIVEIRA, 2009, p. 34).
Segundo Serrano Amaya (2004), baseado em Giddens e sua noção de sistemas
peritos, temos que
os sistemas peritos [são] modos de conhecimento técnico que se estendem às próprias relações sociais e à intimidade e aos quais se recorre
para realizar a experiência reflexiva de si (...) cada vez mais as indústrias midiáticas podem considerar-se parte destes sistemas peritos.(SERRANO AMAYA, 2004, p. 81 – tradução nossa)
Nesse sentido, os símbolos midiáticos (canções, hqs, games, filmes, etc), assumem este papel na reflexividade social (Giddens, 1991), ajudando a construir sentidos, a fazer os sujeitos pensarem e repensarem suas identidades
constantemente. Assim, as transformações advindas com a Modernidade tardia não se dão apenas num plano geral ou global, mas no plano da identidade
individual ou da intimidade (Pereira, 2015). Esta transformação da intimidade
envolve, entre outros aspectos, uma relação intrínseca entre as tendências globalizantes da modernidade e eventos localizados na vida cotidiana e a construção do eu como um projeto reflexivo (Giddens, 1999), uma parte elementar da reflexividade da modernidade, em que um indivíduo deve encontrar ou
elaborar sua identidade entre as estratégias e opções fornecidas pêlos sistemas abstratos ou peritos.
Por fim, faremos observações etnográficas, uma etnografia de consumo com 4
ativistas, cujas entrevistas, por sua complexidade e qualidade, confiram relevância e densidade à etnografia. Borelli et al enfatiza que a etnografia permite
a observação do cotidiano e do contexto de produção e apropriação [dessas
13
O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
práticas de consumo], assim como do modo de ocupação dos territórios, das
relações interpessoais e socialidades e dos universos simbólicos, sensoriais
e sensíveis que perpassam os sujeitos da investigação (Cf. BORELLI; ROCHA;
OLIVEIRA, 2009, p. 35).
Os locais e as práticas a serem observadas permitirão montar um repertório
interpretativo das relações dos sujeitos analisados com a sua cultura. Trindade
(2008) aponta a importância deste método de pesquisa para a criação de uma
etnologia do consumo, constituída pela interpretação dos dados coletados na
etnografia e sua transformação em linguagem reflexiva sobre as práticas culturais e modos de ritualização das práticas de consumo.
Também Rocha e Pereira (2009) têm realizado pesquisas que usam como método privilegiado a etnografia para mapear e analisar as práticas de consumo
de jovens em seu cotidiano. Barros et al (2005) ressalta que o olhar etnográfico
define uma postura (e não apenas uma técnica) que pressupõe uma concepção
da realidade onde o real não se encontra pré-definido.
Através da noção de definição da situação, impõe-se a ideia de que são os
próprios atores que definem a situação na qual se encontram, e ao fazerem-na,
a estão construindo coletivamente. Nas etnografias de consumo, as dimensões
culturais presentes nos comportamentos cotidianos dos grupos ou indivíduos
ajudam a captar os sistemas de classificações que compõem seus universos
simbólicos e definem suas identidades. (Barros et al, 2005)
Por exemplo, saber porque as pessoas compram, de que forma consomem,
como os grupos se classificam em relação a outros grupos a partir do uso de
determinados produtos ou serviços. Ainda segundo os autores, a etnografia,
junto com outros métodos, permite o acesso a significados culturais profundos,
que não estariam expostos na dimensão consciente e verbal da comunicação
humana, ressaltando a complexidade do fenômeno do consumo, sua dimensão
cultural e simbólica, que não pode ser reduzido a esquemas causais e simplistas. Para além da dimensão das materialidades do consumo é imprescindível,
nesta pesquisa, compreender que tais mapas abrangem o campo do consumo
simbólico e cultural.
ENTREGAS DA PESQUISA
1. Resumo expandido para apresentação oral sobre os protocolos teóricos e metodológicos da pesquisa na VII Conferência Latino-americana
e Caribenha de Ciências Sociais e 25º Assembléia Geral do Conselho
Latino-americano de Ciências Sociais – CLACSO, Medellín, 9 a 13 de
novembro de 2015;
2. Proposta de curso de capacitação a ser ofertada como parceria academia/comunidade junto ao Centro de Pesquisa e Formação do SESC
Vila Mariana e/ou SEPAC/Paulinas
3. Relatório Parcial da Pesquisa, incluindo bilbiografia comentada;
4. Submissão de artigo contendo resultados parciais da pesquisa (a revistas como Galáxia, Matrizes, Famecos, E-Compós; ambas qualis A2; ou
a outras internacionais);
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
5. Artigo a ser apresentado junto à ALAIC 2016;
6. Proposta de Atividade Programada (PPGCOM-ESPM, aberta à comunidade ESPM);
7. Artigo a ser apresentado junto à INTERCOM 2016;
8. Submissão de artigo contendo resultados finais da pesquisa (a revistas como Galáxia, Matrizes, Famecos, E-Compós; ambas qualis A2; ou a
outras internacionais);
9. Relatório Final da Pesquisa.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Agosto de 2015
- 1º a 4º semanas: consolidação dos eixos teórico-conceituais e da metodologia, incluindo elaboração e checagem (pré-testes) dos questionários semi estruturados; e demais entregas
Setembro de 2015
- 1º e 2º semanas: contato com entrevistados e montagem da programação de
aplicação; elaboração de resumo expandido (CLACSO)
- 3º e 4º semanas: aplicação dos questionários semi-estruturados
Outubro de 2015
- 1º a 2º semanas: aplicação dos questionários semi-estruturados
- 3º e 4º semanas: tratamento inicial dos dados coletados (hierarquização;
categorização;
- montagem de mapas temáticos; revisão dos problemas originais de pesquisa)
Novembro de 2015
- 1º a 2º semanas: Análise e interpretação dos dados
- 3º e 4º semanas: Compatibilização e aprofundamento reflexivo; participação
na Conferência CLACSO
Dezembro de 2015
1º a 2º semanas: Análise e interpretação dos dados
3º semana: Proposta de curso de capacitação a ser ofertado como parceria
academia/comunidade junto ao Centro de Pesquisa e Formação do SESC Vila
Mariana e/ou SEPAC/Paulinas
Janeiro de 2016
1º e 2º semanas: Elaboração da bibliografia comentada
3º e 4º semanas: Elaboração do Relatório Parcial de Pesquisa
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
Fevereiro de 2016
- 1º e 2º semanas: Elaboração e submissão de artigo científico
- 3º e 4º semanas: Elaboração dos protocolos e treinamento de campo para
entrevistas em profundidade e etnografias do consumo
Março de 2016
- 1º semana: Elaboração de artigo (ALAIC)
- 2º a 4º semanas: Entrevistas em Profundidade
Abril de 2016
- 1º a 4º semanas: Etnografias de consumo Maio de 2016
- 1º a 4º semanas:Tratamento dos dados coletados (hierarquização; categorização;
montagem de mapas temáticos; revisão dos problemas originais de pesquisa)
Junho de 2016
- 1º e 2º semanas: Análise e interpretação dos dados
- 3º semana: Compatibilização e aprofundamento reflexivo
- 4º semana: Elaboração e apresentação da proposta de Atividade Programada
e Entrega do Relatório Final
Julho de 2016
- 1º e 2º semanas: elaboração e revisão de artigo (INTERCOM)
Agosto de 2016
- 1º, 2º e 3º semanas: elaboração, revisão e submissão de artigo científico
Setermbro de 2016
- 1º e 2º semanas: Intercom e outros
Dezembro de 2016
- Demais entregas
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
EQUIPE ENVOLVIDA E RESPECTIVAS
RESPONSABILIDADES
Rosamaria Luiza (Rose) de Melo Rocha – Coordenadora (PPGCOM-ESPM)
http://lattes.cnpq.br/2514554478091432
Concepção e desenvolvimento das ferramentas de coleta e tratamento de dados
Treinamento e supervisão das diferentes etapas do campo Análise dos dados
coletados Delimitação das categorias conceituais e dos eixos analíticos do estudo, com ênfase nas temáticas de juventude, consumo, comunicação e política
Produção de textos de divulgação científica.
Simone Luci Pereira – Coordenadora (PPGCOM-ESPM)
http://lattes.cnpq.br/0246627334162343
Concepção e desenvolvimento das ferramentas de coleta e tratamento de dados Treinamento e supervisão das diferentes etapas do campo Análise dos
dados coletados, com ênfase nas temáticas de juventude, cultura, identidade,
relações global/local Produção de textos de divulgação científica.
Fernanda Elouise Budag – Assistente de Pesquisa (Doutoranda ECA/USP;
Mestre PPGCOMESPM)
http://lattes.cnpq.br/0991638863291087
Aplicação de questionários semi-estruturados, realização de etnografias de
consumo, participação no processo de organização e tratamento dos dados
coletados, participação na produção de textos de divulgação científica.
Danilo Postinguel – Assistente de Pesquisa (Mestre PPGCOM-ESPM)
http://lattes.cnpq.br/1327751604831514
Aplicação de questionários semi-estruturados, realização de entrevistas em
profundidade, participação no processo de organização e tratamento dos dados coletados, participação na produção de textos de divulgação científica.
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O que consomem os que não consomem?
Ativistas, alternativos, engajados
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